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Rev. int. métodos numér. cálc. diseño ing. 2016;32(1):1–6 www.elsevier.es/rimni Revista Internacional de Métodos Numéricos para Cálculo y Diseño en Ingeniería Utilizac ¸ ão de tomografias computadorizadas de baixa resoluc ¸ ão para construc ¸ ão de modelos geométricos detalhados de mandíbulas com e sem dentes M.A. Amorim Vasco a,, M. Doblaré Castellano b , J. Bayod López b e E. Barbosa de las Casas c a Curitiba, PR, Brazil b Depto. Ingeniería Mecánica, Universidad de Zaragoza, Zaragoza, Espa˜ na c Universidade Federal de Minas Gerais - Escola de Engenharia, MG, Brazil informação sobre o artigo Historial do artigo: Recebido a 28 de novembro de 2013 Aceite a 2 de setembro de 2014 On-line a 18 de dezembro de 2014 Palavras-chave: Mandíbula Dentes Análise com elementos finitos Modelo paramétrico Processamento de tomografia computadorizada r e s u m o Modelos geométricos detalhados de uma mandíbula podem melhorar a precisão de simulac ¸ ões com- putacionais, entretanto, custo, tempo e mão de obra qualificada disponível para sua construc ¸ ão podem atrapalhar ou atrasar a pesquisa. O objetivo do presente artigo é descrever uma técnica para reconstruc ¸ ão de mandíbulas com e sem dentes a partir de tomografias computadorizadas clínicas de baixa resoluc ¸ ão. A técnica permite a modelagem de detalhes geométricos normalmente difíceis de reconstruir com esses exames, como por exemplo, o ligamento periodontal. Os modelos de uma mandíbula dentada e outra desdentada, resultantes do processo são disponibilizados online para uso não comercial. Os modelos podem ser utilizados em diversas áreas como ortodontia, implantodontia, ortopedia e traumatologia como apresentados ou como base para simulac ¸ ões avanc ¸ adas com modelos constitutivos. © 2013 CIMNE (Universitat Politècnica de Catalunya). Publicado por Elsevier España, S.L.U. Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/). Use of low-resolution CT scans for construction of detailed geometric models of mandibles with and without teeth Keywords: Mandible Teeth Finite element analysis Parametric model Computed tomography processing a b s t r a c t Detailed geometric models of a mandible can improve the accuracy of computer simulations. However, cost, time and qualified labor available for their construction may hinder or delay the task. The purpose of this article is to describe a technique for reconstructing a mandible with and without teeth from clinical CT scans of low resolution. The method allows modeling geometric details usually difficult to reconstruct with these scans, such as the periodontal ligament. The models of a toothless and toothed mandible resulting from the process are available online for non-commercial use. The models can be used in various fields such as orthodontics, implantology, orthopedics and traumatology as presented or as a basis for simulations. © 2013 CIMNE (Universitat Politècnica de Catalunya). Published by Elsevier España, S.L.U. This is an open access article under the CC BY-NC-ND license (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/). Autor para correspondência. Correios eletrónicos: [email protected] (M.A. Amorim Vasco), [email protected] (M. Doblaré Castellano), [email protected] (J. Bayod López), [email protected] (E. Barbosa de las Casas). http://dx.doi.org/10.1016/j.rimni.2014.09.003 0213-1315/© 2013 CIMNE (Universitat Politècnica de Catalunya). Publicado por Elsevier España, S.L.U. Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Revista Internacional de Métodos Numéricos para Cálculo y ...imagem e reconstruc¸ão digital (Simpleware 4.2, Simpleware Ltd, Exeter, Reino Unido). Devido ao nível de contraste

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Revista Internacional de Métodos Numéricos paraCálculo y Diseño en Ingeniería

tilizacão de tomografias computadorizadas de baixa resoluc ão paraonstrucão de modelos geométricos detalhados de mandíbulas com eem dentes

.A. Amorim Vascoa,∗, M. Doblaré Castellanob, J. Bayod Lópezb e E. Barbosa de las Casasc

Curitiba, PR, BrazilDepto. Ingeniería Mecánica, Universidad de Zaragoza, Zaragoza, EspanaUniversidade Federal de Minas Gerais - Escola de Engenharia, MG, Brazil

nformação sobre o artigo

istorial do artigo:ecebido a 28 de novembro de 2013ceite a 2 de setembro de 2014n-line a 18 de dezembro de 2014

alavras-chave:andíbulaentesnálise com elementos finitosodelo paramétrico

rocessamento de tomografiaomputadorizada

r e s u m o

Modelos geométricos detalhados de uma mandíbula podem melhorar a precisão de simulac ões com-putacionais, entretanto, custo, tempo e mão de obra qualificada disponível para sua construc ão podematrapalhar ou atrasar a pesquisa. O objetivo do presente artigo é descrever uma técnica para reconstruc ãode mandíbulas com e sem dentes a partir de tomografias computadorizadas clínicas de baixa resoluc ão.A técnica permite a modelagem de detalhes geométricos normalmente difíceis de reconstruir com essesexames, como por exemplo, o ligamento periodontal. Os modelos de uma mandíbula dentada e outradesdentada, resultantes do processo são disponibilizados online para uso não comercial. Os modelospodem ser utilizados em diversas áreas como ortodontia, implantodontia, ortopedia e traumatologiacomo apresentados ou como base para simulac ões avanc adas com modelos constitutivos.

© 2013 CIMNE (Universitat Politècnica de Catalunya). Publicado por Elsevier España, S.L.U. Este é umartigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

Use of low-resolution CT scans for construction of detailed geometric modelsof mandibles with and without teeth

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a b s t r a c t

Detailed geometric models of a mandible can improve the accuracy of computer simulations. However,cost, time and qualified labor available for their construction may hinder or delay the task. The purposeof this article is to describe a technique for reconstructing a mandible with and without teeth from

inite element analysisarametric modelomputed tomography processing

clinical CT scans of low resolution. The method allows modeling geometric details usually difficult toreconstruct with these scans, such as the periodontal ligament. The models of a toothless and toothedmandible resulting from the process are available online for non-commercial use. The models can beused in various fields such as orthodontics, implantology, orthopedics and traumatology as presented oras a basis for simulations.

© 2013 CIMNE (Universitat Politècnica de Catalunya). Published by Elsevier España, S.L.U. This is an

open access article under the CC BY-NC-ND license

(http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

∗ Autor para correspondência.Correios eletrónicos: [email protected] (M.A. Amorim Vasco), [email protected] (M. Doblaré Castellano), [email protected] (J. Bayod López),

[email protected] (E. Barbosa de las Casas).

http://dx.doi.org/10.1016/j.rimni.2014.09.003213-1315/© 2013 CIMNE (Universitat Politècnica de Catalunya). Publicado por Elsevier España, S.L.U. Este é um artigo Open Access sob a licença de CC BY-NC-NDhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

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2 M.A. Amorim Vasco et al. / Rev. int. métodos numér. cálc. diseño ing. 2016;32(1):1–6

Palabras clave:MandíbulaDientesAnálisis de elementos finitosModelo paramétricoProcesamiento de tomografíacomputarizada

Utilización de la tomografía computarizada de baja resolución para construirmodelos geométricos detallados de mandíbulas con y sin dientes

r e s u m e n

Modelos detallados geométricos de una mandíbula pueden mejorar la precisión de las simulaciones porordenador. Sin embargo, el costo, tiempo y mano de obra especializada disponible para su construcciónpueden interrumpir o retrasar el análisis. El propósito de este artículo es describir una técnica para lareconstrucción de la mandíbula con y sin dientes de tomografías computarizadas clínicas de baja resolu-ción. La técnica permite el modelado de detalles geométricos por lo general difíciles de reconstruir conestos exámenes, como el ligamento periodontal. Modelos de una mandíbula con dientes y otro sin dien-tes resultante del proceso están disponibles en internet para el uso no comercial. Los modelos puedenser utilizados en distintas áreas como la ortodoncia, implantología, ortopedia y traumatología, como sepresentan o como una base de un simulado avanzado con otros modelos constitutivos.

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possível a criac ão de malhas de elementos finitos com esse númerode faces, os modelos ainda devem ser ajustados quanto a estruturasque são impossíveis de determinar corretamente com a tomogra-fia utilizada. Ademais, devido ao número de faces, o processo de

© 2013 CIMNE (Univeartículo Open Access bajo

. Introducão

A construcão de modelos geométricos na área de saúde é umesafio devido à geometria irregular comumente associada com taisstruturas. Com avanc os na área de informática, principalmenteeferente ao poder de processamento das estac ões de trabalho

clusters, tornou-se viável a utilizac ão de modelos geométricosetalhados, favorecendo assim a aproximac ão de simulac ões com-utacionais a situac ão real.

Em muitos casos, para que exista um real benefício, é neces-ário que os modelos utilizados sejam fiéis ou muito próximos daituac ão clínica. Para tanto é necessário uma série de requisitos, aomec ar pela disponibilidade de exames de imagens adequados,oftwares apropriados, técnicas de reconstruc ão adequadas e umrofissional treinado, além do tempo necessário para confecc ão doodelo, que pode ser extenso.Todos esses requisitos e dificuldades levam muitos pesquisado-

es a utilizarem modelos simplificados e dependendo da pesquisanadequados. A disponibilidade pública de modelos geometri-amente precisos pode facilitar a pesquisa, poupando tempo eiabilizando sua utilizac ão em centros que não disponham dosecursos necessários para construc ão desses modelos. Nesse con-exto uma região extensamente pesquisada é a região da mandíbula1–6]. Dessa forma a disponibilidade de modelos da mandíbula,anto dentada quanto desdentada, pode facilitar diversas pesqui-as na área, além de favorecer possíveis análises comparativas quetilizam o mesmo modelo geométrico.

Os exames de micro tomografias, devido à sua alta precisão,eriam teoricamente o melhor método para obtenc ão de modelosnatômicos geometricamente precisos [7–10], entretanto, devidoo alto custo, alta exposic ão à radiac ão e limitac ão quanto ao tama-ho da zona analisada, esses são contraindicados para utilizac ãom seres humanos vivos. Aumento na dose de radiac ão está dire-amente relacionado à qualidade da imagem obtida, com melhorao contraste e diminuic ão de artefatos [11,12] e micro tomógra-

os utilizam níveis de radiac ão muito maiores que o aceitável paraplicac ão em pacientes vivos. Considerando os efeitos deletériosa radiac ão [12,13], a utilizac ão de exames de micro-CT se torna

nviável em diversas situac ões de pesquisa. Exames de tomogra-a computadorizada convencional, viáveis para utilizac ão em seresumanos, não possuem o mesmo nível de precisão que as microto-ografias, normalmente não sendo capazes de capturar estruturas

natômicas pequenas e importantes [14], como o ligamento perio-ontal ao redor dos dentes.

Este trabalho tem por objetivo demonstrar uma técnica parabtenc ão de modelos geométricos detalhados através de tomogra-

as clínicas de baixa resoluc ão e disponibilizar os modelos obtidosara uso livre (não comercial) da comunidade científica.

Politècnica de Catalunya). Publicado por Elsevier España, S.L.U. Este es unencia CC BY-NC-ND (http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/).

2. Material e método

Uma tomografia computadorizada (I-CAT, Xoran Technologies,Ann Arbor, EUA), de um paciente com todos os dentes, excetoos terceiros molares, foi utilizada nessa pesquisa. O objetivo foiexaminar a região da mandíbula, em cortes de 0,25 mm para umtotal de 428 cortes com 640 × 640 voxels cada. O exame foi salvono formato Digital Imaging and Communications in Medicine(DICOM) e importado para um programa de processamento deimagem e reconstruc ão digital (Simpleware 4.2, Simpleware Ltd,Exeter, Reino Unido).

Devido ao nível de contraste e definic ão dos cortes, asegmentac ão automática das estruturas apresentou resultadosinsatisfatórios. Foi impossível determinar automaticamente oslimites de estruturas como o ligamento periodontal, esmalte e ossomedular e cortical. A figura 1 mostra um exemplo de uma imagem2 D da tomografia utilizada. A maioria das imagens provenientes datomografia computadorizada clínica não tem uma clara definic ãodos limites das estruturas.

Para obter as geometrias desejadas, os dentes e a superfície ósseaexterna foram manualmente segmentados e reconstruídos nummodelo não paramétrico tridimensional, como mostra a figura 2.Esses modelos foram gravados no formato STL (3 D Systems, RockHill, EUA). No exemplo, o modelo ósseo tinha 676.146 faces polié-dricas e cada dente aproximadamente 40 mil faces. Um segundomodelo ósseo foi construído para representar uma mandíbula semdentes, com uma superfície da crista óssea suavizada manualmentee compatível com uma condic ão clínica sem dentes. Apesar de ser

Figura 1. Parte ampliada de uma imagem 2 D da mandíbula a partir de uma tomo-grafia computadorizada clínica, para evidenciar falta de sem definic ão suficiente doslimites das estruturas.

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Figura 2. Modelo não paramétrico do osso e dente

iscretizacão e o alto número de nós/elementos resultante dificul-aria a simulac ão dos modelos.

Os modelos foram parametrizados utilizando o softwareolidworks Premium «Scan to 3 D» (Dassault Systemes, SolidWorksorps, EUA). Com esse suplemento, é possível a transformac ão deodelos não paramétricos em superfícies paramétricas do tipo non

niform rational basis splines (NURBS) com mínima distorc ão. Noxemplo, a transformac ão para um modelo NURBS resultou numauperfície óssea com 250 faces e cada dente com aproximadamente50 faces.

Nesse momento, o modelo tinha apenas a definic ão da geome-ria externa do osso, dentes e canais mandibulares. A próxima etapaoi definir as regiões correspondentes ao osso medular, ligamentoeriodontal e osso cortical ao redor do ligamento e do canal man-ibular. Considerando que dimensões médias dessas estruturas,

omo espessura, são fornecidas na literatura, é possível defini-lasum software tipo CAD como o Solidworks utilizando recursosomo «shell», «offset», «splines», «lofts» e operac ões de combinac ão.

figura 3 mostra os passos para determinac ão do canal mandibular.

igura 3. Passos para determinac ão do canal mandibular. (A) O canal segmentadoa tomografia, (B) superfície de offset ao redor do canal, (C) operac ão de combinac ãoara determinar as áreas comuns entre a mandibular e o ligamento e remoc ão daorc ão interna do canal, (D) resultado final.

andíbula com dentes, B = mandíbula sem dentes.

No exemplo, o osso cortical ao redor do ligamento foi modeladocom 0,7 mm de espessura, o osso cortical superficial com 2 mm deespessura sendo as demais porc ões internas do osso determina-das como osso medular, representando um osso tipo III de acordocom uma das classificac ões mais utilizadas para densidade óssea, ade Lekholm e Zarb [15]. Não existe critério objetivo definido paraseparar um tipo de densidade óssea de outra, sendo a descric ãosubjetiva do autor de «uma cortical fina» para o osso tipo III utili-zada. O ligamento periodontal foi modelado com uma espessura de0,25 mm ao redor de cada dente [16]. Os modelos finais podem servistos nas figuras 4 e 5.

Após terminados, os modelos geométricos foram exportadospara o software de elementos finitos Ansys Workbench V14(Ansys Inc., Canonsburg, PA, EUA), diretamente através de suple-mento específico do próprio Ansys. O objetivo foi verificar se ageometria apresenta problemas de discretizac ão e realizar tes-

tes de simulac ão para verificar o desempenho dos modelos.Duas malhas foram construídas com configurac ões normais dosoftware e sem nenhum tipo de recurso adicional a fim de

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Figura 4. Vista das estruturas internas com arestas plotadas para facilitar aidentificac ão dos limites das estruturas. A: osso cortical, B: osso medular, C: canalmandibular, D: osso cortical ao redor do canal mandibular, E: dente, F: ligamentoperiodontal, G: câmara pulpar.

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na área.Um cuidado foi facilitar o processo de discretizac ão, que muitas

vezes se torna um desafio em modelos geometricamente comple-xos. Para tanto foram suavizadas geometrias indesejáveis, como

Tomografia clínica

Segmentaçã o manual(simpleware)

Reconstruçã o 3D do osso e dentes(modelo não-paramétrico)

Parametrizaçã o NURBS(solidworks-scan to 3D

Definiçã o das estruturas restantes

Teste de discretização(ansys workbench)

Figura 5. Diferentes vistas dos modelos obtidos. Na parte B e D o osso f

estar se o modelo apresenta geometrias problemáticas de difíciliscretizac ão. Com um elemento de 2 mm o modelo desdentadoesultou em uma malha de 135.642/75.028 nós/elementos e oodelo dentado numa malha de 320.882/178.369 utilizando ele-entos tetraédricos quadráticos de 10 nós (Ansys solid 187). Uma

nálise linear foi realizada com a última malha para testar seuesempenho.

A figura 6 mostra um resumo do método utilizado para obtenc ãoo modelo final.

A figura 7 mostra resultados do teste de simulac ão estática estru-ural utilizando o modelo dentado, com contatos friccionais entres dentes.

O modelo final pode ser baixado nos formatos paramétricos:olidworks 2013 [17], STEP 214 [18], Parasolid Binary [19] e ACIS20]. Pode ser também baixado no formato não paramétrico PDF

D [21] para fácil visualizac ão. Os autores dão permissão para oso parcial ou total do modelo em pesquisa não comercial desdeue o presente trabalho seja citado.

. Discussão

Com o método descrito, foi possível a criac ão de modelos geo-etricamente anatômicos e viáveis para uma série de estudos,

rincipalmente na área odontológica nas especialidades de orto-edia, implantes, odontologia restauradora, prótese e endodontiantre outras. Embora provavelmente o modelo tenha distorc ões emelac ão ao paciente original a que foi submetido o exame, o resul-ado final está dentro de padrões de normalidade de humanos,endo, portanto, adequado para diversas pesquisas e simulac ões

a viabilidade de sua utilizac ão deve ser analisada caso a caso.onsiderando o grande número de estudos que utilizam modelosnatomicamente incorretos devido à falta de perícia e recur-os para construc ão do mesmo, o método bem como modelos

tado como semitransparente para visualizac ão das estruturas internas.

disponibilizados podem ser de grande valia para facilitar a pesquisa

Teste de simulaçãométodo dos elementos finitos

Figura 6. Passos para obtenc ão e teste dos modelos.

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[15] U. Lekholm, F.L. Zarb, Patient selection and preparation. Tissue integratedprostheses: Osseointegration in clinical dentistry, Quintessence, Chicago, 1985.

[16] J. Lindhe, N.P.N. Lang, T. Karring, The anatomy of periodontal tissues. Clinicalperiodontology and implant dentistry, Wiley-Blackwell, 2008.

igura 7. Resultados do teste de simulac ão. Tensão hidrostática no osso cortical (A) tensão máxima principal em alguns elementos dentários (B).

ontas e bordas finas e o número de arestas foi diminuído atravésa parametrizac ão do modelo, facilitando a criac ão da malha delementos finitos e diminuindo o número de nós e elementosecessários em alguns métodos de discretizac ão. De forma geral,ma das metas foi obter um modelo tão padronizado quantoossível, mas que facilite os passos para a futura simulac ão consi-erando diferentes tipos de problemas. Detalhes como anisotropiae materiais não foram inclusos na presente versão do modelo.

A metodologia apresentada já foi utilizada para a criac ão de umaaxila dentada [22] e outros modelos para pesquisas em odonto-

ogia, entretanto diversos estudos exigem a utilizac ão específicae uma mandíbula. Ademais, dentro do conhecimento dos autores,ão existe um modelo de mandíbula dentada disponível para usoúblico.

Para diminuir o peso computacional foi criada também umaandíbula desdentada. Com a vantagem de ter menos detalhes

natômicos, essa pode ser uma opc ão ideal para simulac ões demplantes dentários e ortopedia, por apresentar normalmente umúmero de nós e elementos bem inferior ao modelo dentado.

Os modelos podem ser segmentados e/ou modificados con-orme o objetivo da pesquisa. Próteses, implantes dentários e outrasstruturas podem ser adicionados utilizando os modelos fornecidos

omo base. Modelos constitutivos podem ser definidos em func ãoa análise, bem como a definic ão de características de anisotropiao osso.

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Modelos como os apresentados já foram utilizados emsimulac ões lineares e não lineares com resultados satisfatórios,entretanto cautela é recomendada dependendo do tipo de nãolinearidade devido ao número de nós/elementos das malhas. Aslimitac ões na metodologia utilizada incluem: imprecisão quanto àgeometria específica do paciente analisado devido a segmentac ãomanual e imprecisão da tomografia, ausência de propriedades dosmateriais e estruturas considerando mecânica do contínuo, comopor exemplo, a falta de trabéculas no osso medular. A técnica semostrou adequada para diminuir a dose de radiac ão necessáriapara reconstruc ão de pequenas estruturas anatômicas, viabilizandoa utilizac ão de tomografias computadorizadas de seres vivos comalto nível de detalhe e mínimo impacto na saúde do paciente. Tam-bém evita a necessidade de equipamento de alto custo e difícilacesso, como os microtomógrafos, facilitando o processo de pes-quisa.

Agradecimentos

Os autores gostariam de agradecer à Coordenac ão deAperfeic oamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pelofinanciamento de parte do estudo.

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