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Revista Viking - Julho 2015

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A revista do empreendedor. A missão da Revista Viking é ser um canal de comunicação para o empreendedor que acredita na transformação da sociedade através de atitudes éticas, responsabilidade, educação, experiência e propósito.

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Editorial

Experiência e Inspiração

P assaram-se mais seis meses, e aqui esta-mos de volta, agora com a 3ª edição da Revista Viking. Foram meses de grandes projetos, realizações e adequações para

atendermos melhor o mercado que estamos nos direcionando. Nosso conteúdo é cada vez mais construído para comunicar, inspirar e educar atra-vés de experiências e histórias de superação e su-cesso, e também através de conteúdo. Contamos também um pouco dos projetos que realizamos nesses últimos meses, a partir do nosso Encontro Nacional Viking, onde reunimos novamente em-preendedores que tem como causa transformar a sociedade e melhorar o nosso país. Além disso, ainda lançamos a TV Viking, que vem complementar o conteúdo que produzimos na revista.

Nesta edição, aproveitamos que a super empreendedora Inocência Manoel esteve conosco em nosso último evento e realizamos uma entrevista para co-nhecer um pouco mais da sua trajetória e saber quais seus objetivos atuais. Ela tem uma história sensacional de quedas, derrotas e superação, até chegar com sua Inoar Professional em 43 países e construir o projeto social Beleza Solidária, que ajuda na formação profi ssional de pessoas sem condições fi nanceiras, pagan-do seus estudos e entregando equipamentos. Um projeto fantástico e que tem a mesma fi losofi a da Viking, de “ensinar a pescar”.

Temos matérias sobre as ações de impacto empreendedor da Viking, nosso grande objetivo social, e como temos trabalhado para estruturar um programa que realmente atenda nossa sociedade e traga transformação. Temos agora um líder para esse grande projeto, Fernando Tobgyal, um empreendedor e estudio-so, que aprendi a admirar e estabelecer forte sintonia para realizarmos este sonho. E nesta edição trouxemos outra história de resiliência e coragem, que convive conosco dentro da Viking, alguém que inspira e compartilha seu conhe-cimento. Estou falando de Toshio Hito, publicitário pipoqueiro (ou pipoqueiro publicitário), que recentemente teve sua história narrada no programa Fantásti-co da Rede Globo. Vale a pena ler essa matéria.

E falando de projetos voltados para fomentar o empreendedorismo, tivemos a oportunidade de conversar com Sandro Magaldi, CEO do MeuSucesso.com, uma plataforma de conteúdo e relacionamento que nasceu do projeto Geração de Valor, do empresário Flávio Augusto da Silva. Eu tive a oportunidade de co-nhecer os estúdios do MeuSucesso.com em São Paulo no ano pas sado, conhecer Magaldi e esse projeto fantástico, que recebeu muito investimento e tem gerado grandes resultados.

Tudo isso e muito mais conteúdo para o empreendedor se inspirar, aprender e colocar em prática. Vamos em frente!

Paulo Milreu

PUBLISHERPaulo Milreu [email protected]

EDITOR-CHEFEFábio de Castro Bortoloto (MTB 31.295)

REDAÇÃOAlexandre Wolf de [email protected]

DEPARTAMENTO DE ARTECASTRO - Escritório de DesignRogério Tadeu Fortes (tratamento de imagem)

PROJETO GRÁFICOCASTRO - Escritório de Design

REVISÃOAlexandre Wolf de Almeida

DEPARTAMENTO COMERCIALPara obter informações sobre comoanunciar nesta revista, ligue para0800-7404708 ou envie e-mail [email protected].

www.revistaviking.com.br

Circulação: Julho/2015

CAPARafael Campos Agência De Campos - Design Estratégico

Revista Viking é uma publicação periódica da Viking Network, de circulação nacional e digital, distribuída aos empreendedores, empresários e executivos. Direitos autorais reservados. É proibida a reprodução total ou parcial de textos e ilustrações integrantes da edição impressa ou virtual, sem a prévia autorizaç ão dos editores. Matérias editoriais pagas não são aceitas e textos editoriais não têm qualquer vinculação com material publicitário. Conceitos expressos em artigos assinados e opiniões de entrevistados não são necessariamente os mesmos da revista Viking Network. #SOUVIKING

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SUMÁRIO

CAPAA alquimista dos cabelos possui clientes em todo o mundo e transforma a vida de muitas pessoas

#SEÇÕESEntrevista

(Sandro Magaldi) ......................06

Artigo I

(Paulo Milreu) ........................36

Artigo II

(Osvaldino Brandão Junior) ..38

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ENCONTRO DE LÍDERESA edição do Encontro de Liderança contou com 25 participantes onde assistiram palestras e debates

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LIDERANÇA VIKINGLíderes formando líderes e transformando a sociedade

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MULHEREMPREENDEDORA

Como a Viking contribui para ampliar a participação das mulheres nesse cenário

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EDUCAÇÃOEMPREENDEDORA

TV Viking possui variedade de conteúdo e se propõe a dialogar com todos os que estão dispostos a empreender

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EMPREENDEDORDE SUCESSO

Dono de uma marca bem sucedida de pipocas, Toshio Hito já passou por diversas difi culdades

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ENCONTRO NACIONAL VIKING

A terceira edição que aconteceu em janeiro deste ano, consolida ação da Viking Network

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IMPACTO EMPREENDEDOR

Programa da Viking Network irá fomentar o empreendedorismo

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ENTREVISTA

por Alexandre Almeida

Ele é formado em Publicida-de e começou sua carreira como vendedor de amen-doim e doces na periferia de São Paulo, com 18 anos. Aos 21, ingressou na Folha

de S.Paulo, onde vendeu publicida-de por 10 anos. Fundou uma star-tup no fi nal dos anos 90, vendeu e entrou na HSM, onde fi cou por mais uma década. Ministra aulas em MBAs há 11 anos e, em outubro de 2013, colocou no ar sua startup atu-al. Estamos falando de Sandro Ma-galdi, CEO do meuSucesso.com, de-fi nida como uma Escola de Insights em Negócios online.

Também é autor de dois livros, Vendas 3.0 e Movidos por Ideias (em parceria com José Salibi Neto). Em Vendas 3.0, sua primeira publicação, ele coloca no papel, de forma bas-tante prática, o modelo comercial desenvolvido por ele, que foi todo construído com base em sua ex-

periência de mais de 25 anos como vendedor. O livro foi tão bem suce-dido que resolveu escrever, há dois anos, uma versão sintética e atua-lizada, onde apresenta insights de vendas, mesclando uma visão con-ceitual, onde construiu um modelo teórico, mas com muita prática. São

mais de 80 casos citados no livro.Já Movidos por Ideias veio de

uma conversa junto com Sabili, de organizar as principais ideias e insi-ghts que tiveram ao longo de toda a experiência deles de interação com os maiores experts do mundo. A partir disso, construíram uma vi-são com 10 insights relevantes para gestão de negócios e carreira, tam-bém ilustrando conceitos com visões práticas.

Mas, de volta ao meuSucesso.com, a plataforma atingiu grandes números em um ano de existência, com mais de 100 horas de conteúdo didático e 90 experts. Nessa entre-vista, ele conta como funciona seu negócio e qual a importância de ca-pacitar pessoas para empreenderem utilizando exemplos práticos.

É necessário uma visão prática, mostrando a vida por meio de

exemplos de desa� os cotidianos de pessoas, empreendedores ou

pro� ssionais, que passaram pelos mesmos desa� os que todos nós, como

gestores, pas samos diariamente. Sandro Magaldi

CEO DO MEUSUCESSO.COM FALA DA IMPORTÂNCIA DE UTILIZAR

A PRÁTICA NO ENSINO DO EMPREENDEDORISMO

No ar desde julho de 2014, mais de 50 mil pessoas já assistiram a alguma aula na plataforma

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REVISTA VIKING: Como surgiu o meu-Sucesso.com?

Sandro Magaldi - O meuSucesso.com é um projeto idealizado pelo Flávio Augusto da Silva, que vem de sua experiência à frente do Geração de Valor. Ele percebeu que mui-tas pessoas se sentiam inspiradas mas não tinham referências nem ferramentas básicas para tirar os desejos e ideias do papel. Foi aí que surgiu a ideia de uma plataforma onli-ne que contribuísse para essa missão, que já está no ar desde julho de 2014.

REVISTA VIKING: Qual a proposta e ob-jetivo do site?

Sandro Magaldi - Minha visão é que exis-te uma demanda importante por capaci-tação no contexto corporativo, sobretudo ao empreendedor. Os recursos disponíveis hoje na educação tradicional, apesar de va-liosos, requerem complemento, pois estão pautados em uma era que já não existe. Vi-vemos em um ambiente caracterizado pela velocidade, pela necessidade de tomadas rápidas de decisão. Esse contexto demanda mais do que uma visão teórica acerca dos desafi os do dia a dia. É necessário uma vi-são prática, mostrando a vida por meio de exemplos de desafi os cotidianos de pesso-as, empreendedores ou profi ssionais, que passaram pelos mesmos desafi os que todos nós, como gestores, passamos diariamente. Essa é a visão norteadora do meuSucesso.com e a explicação do crescimento tão rá-pido desse projeto.

REVISTA VIKING: Quem são as pessoas que produzem o conteúdo do site?

Sandro Magaldi - Os principais conteu-distas de nosso projeto são empreendedo-res que convidamos para produzir Estudos de Caso profundos. Cada um desses Estu-dos leva cerca de 10 horas, considerando os vídeos exclusivos e material complemen-tar como matérias, infográfi cos etc. Já são nove Estudos de Caso com empreendedo-res como Flávio Augusto (WiseUp), Caito Maia (Chilli Beans), Deusmar Queiroz (Pa-gue Menos) e outros. Além dos empreen-dedores, temos um cast grande composto pelos principais professores e consultores de gestão do Brasil, que ministram aulas práticas de temas diversos da administra-

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8 I Revista Viking

ENTREVISTA

com eventos presenciais que, inicial-mente, acontecerão em São Paulo, mas a ideia é expandir para todo o Brasil em breve.

REVISTA VIKING: Todo o conteú-do do site é assinado ou existe con-teúdo gratuito?

Sandro Magaldi - O modelo de negócios do meuSucesso.com é por assinatura, ou seja, o aluno assina e tem acesso a todo conteúdo dis-ponível no site. É um modelo muito similar ao Netfl ix, porém com conte-údo de profundidade sobre gestão. Disponibilizamos muito conteúdo aberto proveniente das matérias de nossos colunistas e outros conteú-dos em texto. Além disso, periodi-camente apresentamos nossas au-las abertas chamadas de LiveClass, onde convidamos grandes experts para apresentar uma aula de cerca de 30 minutos que é aberta a toda comunidade – não apenas aos assi-nantes do projeto. Já apresentamos LiveClass com Gustavo Cerbasi, Mu-rilo Gun, Conrado Adolpho, Érico Rocha entre outros especialistas.

REVISTA VIKING: Você quer fa-lar algo, deixar uma mensagem pa ra as pessoas que querem ou já empreendem?

Sandro Magaldi - Vou deixar aqui uma mensagem que tenho insisti-do em todo momento que tenho a oportunidade: tenho uma crença inegociável no potencial de realiza-ção de qualquer ser humano. Uma de minhas principais missões é con-tribuir para que essa visão desperte em quem não a tem e gerar as con-dições para aqueles que já estão na caminhada serem bem-sucedidos. A jornada rumo a felicidade, rumo ao sucesso pessoal, é dura, trabalhosa, porém vale a pena. Aqueles que ima-ginam que existe atalho para chegar mais rápido não devem se iludir. Mi-nha experiência mostra que quanto mais preparado você estiver, mais curto será esse caminho.

ção. Em cada Estudo de Caso, sele-cionamos passagens que requerem aulas técnicas/conceituais e convi-damos esses especialistas para apre-sentarem esse conhecimento em vídeo, de uma forma bem direta e dinâmica. Semanalmente, vão ao ar, no mínimo, três produtos inéditos no site. Assim, estamos construindo um dos maiores repositórios de con-teúdo sobre empreendedorismo do planeta.

REVISTA VIKING: Qual o diferen-cial do meuSucesso.com?

Sandro Magaldi - Acreditamos que não há nada mais poderoso do que aprender com a prática e, ao mostrar em profundidade a traje-tória desses empreendedores, al-mejamos que os nossos assinantes tenham insights poderosos para aplicar em sua rotina diária como empreendedor. É muito gratifi can-te receber feedbacks de assinantes que já têm obtido resultados práti-cos por meio dessas lições aprendi-das. Quase que diariamente recebo

mensagens com esse teor e isso me motiva ainda mais para aplicar todo meu conhecimento e esforço para tornar esse projeto cada vez mais sólido e consolidado.

REVISTA VIKING: O que mais o site oferece além dos programas/aulas?

Sandro Magaldi - Um de nossos formatos mais diferenciados e atra-entes é o documentário que produ-zimos para nossos empreendedores. Adotamos uma linguagem cinema-tográfi ca para levar ao alunos um conteúdo que não só ensine, mas que inspire, mobilize, engaje e emo-cione. Além do conteúdo em vídeos, promovemos eventos. Já apresenta-mos cerca de 10 eventos presenciais em todo Brasil, onde levamos nos-sos conteúdos para interagir pesso-almente com nossos alunos. Essa é uma iniciativa que tende a crescer a partir da parceria que acabamos de fechar com a Rede Cinépolis. A ideia é que nossos conteúdos sobre empreendedorismo sejam apresen-tados na rede de cinema e sempre

Sandro Magaldi afi rma a importância de ensinar com exemplos práticos

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Matéria de capa

INOVAÇÃO QUE COMEÇOU NA CABEÇA

(LITERALMENTE)

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A alquimista dos cabelos possui clientes em todo o mundo e transforma

a vida de muitas pessoas

por Alexandre Almeida

O empreendedorismo não faz distin-ção. Qualquer gênero, idade, cor e classe possui amplo potencial de surpreender e trazer algo inova-dor para o mercado, mudando não apenas sua vida, mas de diversas

outras pessoas. Os motivos podem ser os mais variados, não importando o ramo e nicho do em-preendimento, e Inocência Manoel se encaixa per-feitamente nessa descrição. Natural de Botucatu, a empreendedora de 62 anos mudou sua vida ainda jovem, e hoje, com seu projeto social Beleza Solidá-ria, já benefi ciou milhares de pessoas que querem empreender e ter seu próprio negócio.

O começo dessa jornada se deu por uma insa-tisfação pessoal, pois Inocência não gostava de seus cabelos, muito volumosos e crespos. “Eu era adolescente ainda, 12 ou 13 anos, e já ado-rava fazer penteados, cortar cabelo, mas o agra-vante era mesmo o meu cabelo. Era uma coisa enorme, eram volumosos e indisciplinados, e isso era motivo de piadas no colégio”, diz Ino-cência, que ainda afi rma que fez de tudo para arrumá-lo, desde passar ferro quente até experi-mentar diferentes fórmulas - nela e nas amigas, “uma verdadeira alquimia, um verdadeiro rebo-liço, você não faz ideia!”, ela conta. As ideias de adolescente, entretanto, não davam muito certo, pois bastava um pouco de dança nos bailes para o cabelo, que antes estava lindo e brilhante, des-montar e fi car com volume novamente, o que fazia as piadas voltarem. Algumas vezes, che-gavam até a cair.

Dentre as histórias da juventude, se destaca a vez em que foi convidada para participar do pro-grama do Chacrinha. Encontrada nas ruas pela produção do programa, não demorou muito para embarcar ao Rio de Janeiro em sua primeira via-gem de avião, onde fi cou hospedada com as ou-tras participantes em um hotel de luxo. “Um carro da emissora foi me buscar, eu mal mexia para não estragar a escova. Nem na piscina entrei pra não desmanchar o cabelo”, explica. Mas as gravações demoraram para começar, e, aos poucos, o cabelo foi se desmanchando e, ao chegar ao camarim, ele estava todo arrepiado. “Chamaram o cabeleireiro para tentar arrumar o estrago, mas não adiantou. Resumindo: entrei uma Paquita e saí de lá uma Chacrete”, ela diz, e que por causa do cabelo fi cou em terceiro lugar, de uma vitória que já era dada como certa pelas pessoas.

Com apenas 15 anos de idade, abriu seu primei-ro salão, mas o lado visionário e empreendedor a levou para São Paulo, aos 24 anos. Lá, começou a fabricar seus próprios produtos de maneira arte-sanal. A ideia começou a tomar forma quando seu fi lho, Alexandre Nascimento, saiu da faculdade de Medicina para apostar na ideia da Inoar, em 2000. Entretanto, a falta de capital e a difi culdade em conseguir empréstimos exigiram, novamente, que seu lado empreendedor falasse mais alto. “Eu ia pessoalmente aos salões fazer demonstração dos produtos e deixar amostras, divulgava no boca a boca. O Alexandre fazia as entregas. Não tínha-mos nenhum tipo de lucro, muito menos condi-ções de participar de feiras, mas eu sempre estava

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Matéria de capa

lá, panfl etando nas portas”, diz Inocência, que ainda conta que, ao conseguir pela primeira vez a verba para fazer propaganda em uma revista segmentada, não havia dinheiro para cachê de modelo. A solução encontra-

Alexandre Nascimento e Inocência Manoel, da Inoar Professional

da foi a própria empreendedo-ra ser fotografada, o que acabou sendo um sucesso pois, segun-do ela, nenhuma marca tinha uma modelo da idade dela. “A partir daí, os telefones começa-ram a tocar, e nunca mais para-

ram”, ela afi rma.Mas nem tudo foi uma ma-

ravilha nos negócios de Ino-cência, que chegou a quebrar diversas vezes. Uma história marcante em sua trajetória aconteceu em 2005, quando ainda não possuíam fábrica própria e a empresa contratada deu um golpe na Inoar, deixan-do-os sem nenhum produto em mãos. Todo o lucro obtido ante-riormente na Beauty Fair havia sido investido nessa produção, e o restante foi utilizado para participar de sua primeira feira fora do Brasil, em Nova Iorque. Com pedidos para entregar e sem nenhum exemplar dos produtos em mãos, o desespero foi inevitável. Eis que surge, en-tão, um químico, dizendo que havia uma fábrica, de um ami-go confi ável, à venda. Inocên-cia foi até lá às pressas, fechou a compra e deu seus carros como entrada. Assumiu a fábrica no mesmo dia, e com o auxílio do antigo dono, ensinou aos fun-cionários o funcionamento das máquinas. “O dono fi cou co-nosco até que tudo estivesse re-solvido. Conseguimos entregar tudo para os clientes e entra-mos em uma nova fase, que foi o lançamento do óleo de Argan. Fizemos uma reunião onde to-dos os funcionários souberam do que estava acontecendo, e juntos refi zemos nossas forças e colocamos uma meta a ser al-cançada: nada, nem ninguém, iria nos derrubar”, afi rma. Pa-lavras fortes, de quem chegou

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a levar colchão para dormir na parte de cima da fábrica, para não perder tempo de aprendizagem.

Inocência credita sua e vo-lução no mercado ao in ves-timento constante. “[Inves-ti mento] em nossa marca, qualidade de produto, nosso pipeline de novos lançamen-tos, o potencial de crescimento e as oportunidades de merca-do que ainda não exploramos na plenitude, além de nossa equipe altamente qualifi cada”,

ela afi rma. O exemplo de pro-dutos de marcas consagradas mundialmente também mere-ce destaque. Além de conside-rá-las superiores em efi cácia, Inocência sabia que elas eram mais desejadas no Brasil - e que ninguém produzia nada pare-cido. Por isso, seu padrão de qualidade esteve sempre além, e quis desenvolver coisas que, em primeiro lugar, agradassem às suas exigências. Esse cui-dado com a marca também se estendeu à comunicação e às embalagens, e, por muito tem-

po, as pessoas achavam que a Inoar era uma empresa ameri-cana, e não brasileira.

Sua experiência como cabe-leireira também a colocou à frente de novos desafi os, por possuir uma clientela mui-to exigente, que viajava pelo mun do e, constantemente, trazia novidades que não exis-tiam no Brasil. Isso a fez, den-tro de sua própria casa, desen-volver sua própria quí mica para conseguir algo próximo, e depois algo melhor.

A dedicação ao negócio e o estudo também tiveram papel primordial para transformar a Inoar no que ela é hoje. “Eu e Alexandre estudamos jun-tos alguns modelos de gestão, conforme o crescimento da Inoar. Houve um amadureci-mento nosso, essencial para empreender um novo modelo de gestão. Nossa dedicação ao negócio, à obstinação pela cria-ção de produtos de qualidade, o desprendimento dos valores materiais e a capacidade de formar uma equipe alinhada

com os nossos objetivos foi es-sencial”, afi rma Inocência.

FORMAÇÃO PROFISSIONALIsso e muito mais ajudou

a moldar Inocência, que deci-diu, ao lado de seu fi lho, aju-dar na formação profi ssional de pessoas que não possuem condição de pagar estudos e equipamentos. “Eu não pode-ria conceber uma empresa que não estivesse ligada ao social, ao entorno, ao próximo. Inoar e Beleza Solidária são uma coi-sa só, se você pensar que é pre-ciso pensar sempre em quem está ao seu lado. Não é possí-vel me trancar no escritório e ignorar meu bairro. Quando a gente cresce, tem que levar as pessoas junto”, explica Inocên-cia, que já investiu mais de R$ 2 milhões desde 2010. No início, os cursos eram de cabeleireiro, auxiliar de cabeleireiro, design de sobrancelha, depilação e maquiagem. Para esse ano, a ideia é ampliar a atuação para novas áreas, como gastrono-mia, capacitação de copeiras e garçons, formação básica de jovens e adultos e outros, para ajudar homens e mulheres a traçarem novos caminhos.

Para isso, será inaugurado, em breve, o Memorial e Cen-tro de Capacitação e Artes Elza Brasil, na cidade de Assis, São Paulo, que sediará as novas ati-vidades e diretoria do projeto. Além de eventos locais, o Be-leza Solidária também realiza eventos itinerantes. Encabeça-

Inocência Manoel (de preto) e as participantes do Programa Beleza Solidária

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Inocência afi rmou que seu fi lho, Alexandre, realizou uma doação de R$ 30 mil após eles fi rmarem uma parceria com o GRAACC.

PARCERIAA participação de seu fi lho,

inclusive, é constantemente re -forçada por Inocência. Ela afi r-ma que, sem ele, o negócio não existiria. “Meu fi lho sem pre acompanhou tudo de perto, e preciso destacar sua participa-ção na história da fundação des-sa marca. Nunca precisei pedir, ele sempre foi meu maior par-ceiro nessa em preitada e tem uma visão de negócios que im-pressiona. Ain da muito jovem, ele es colheu estar comigo. Isso é um motivo de grande orgulho para esta mãe”, ela afi rma.

Inocência fi naliza falando de sua história. “O meu maior le-gado é minha história, mas não por vaidade. É para que mais e mais pessoas possam se inspi-rar e ver que é possível mudar sua realidade. Minha história é a história de muitas mulheres, por isso comecei a pesquisar, virou obsessão mesmo. Come-cei num pequeno depósito nos fundos de casa e hoje expor-to para mais de 40 países”, ela afi rma.

E é verdade. Hoje, a Inoar está presente em mais de 42 países, de todos os continentes, possui mais de 250 produtos e trouxe diversas inovações ao mercado de produtos para ca-belo, elevando a imagem do Brasil nesse cenário.

do pela Inoar, o projeto distri-bui produtos em regiões menos favorecidas, como em Taboão da Serra (SP) e em todo o país, inclusive no exterior, na Rússia, Londres, Argentina e em regi-ões da África. Inocência afi r-ma que toda a comunidade é benefi ciada quando as pessoas recebem esse tipo de ajuda, que oferece a cada um uma pers-pectiva de trabalho, e à própria comunidade uma grande me-lhoria de vida.

O projeto, que possui várias indicações à prêmios, já formou alunas na escola Ava (MG), teve parceria com o Senac de Cuiabá (MT) e Senac de Criciúma (SC), além de ajudar no projeto Péro-

la, de Assis (SP). Ao todo, mais de 500 já se formaram. O Beleza Solidária conta, atualmente, com 100 alunas em Assis. Quando concluem qualquer curso, as alu-nas recebem auxílio em produtos e mobiliário necessário para abri-rem seu próprio ne gócio, pois, de acordo com sua ideologia, quan-do a pessoa é ca pacitada e tem uma nova perspectiva na vida, ela pas sa a ser o centro gerador de sustento e futuro para suas famílias, e faz isso com seguran-ça. Uma das formas de mostrar que o Beleza Solidária e Inoar se complementam e partilham dos mesmos ideais, no desenvolvi-mento da pessoa como agente transformador da sociedade,

Inocência tem também conselhos para quem está empreendendo ou ainda pretende começar. Ela afi rma que algumas coisas devem ser priorizadas antes do lucro, principalmente no começo da gestão, a importância do bom hu mor, equilíbrio e relacionamento. “Nenhuma empresa, empreendedor, deve visar o lucro e dinheiro antes de pensar no reconhecimento e o cuidado com nosso maior patrimônio, que são nossos funcionários”, ela explica. Aprender a rir com seus erros, inovar sempre, ter ideias que te diferenciem, equilibrar intuição com realidade e criar relacionamentos duradouros e conexões pessoais com os clientes são outros conselhos que ela passa.

Reforçando seu lado pessoal, ela explica que ter uma empresa signifi ca ter certo tipo de poder, e que por isso é fundamental ser exemplo de moral, de solidariedade e de responsabilidade social. “O coletivo deve vir antes do individual. Mudar o rumo das coisas, agindo de maneira solidária e pensando no bem-estar das pessoas traz outro tipo de fortuna, ainda mais em um mundo com tanta desigualdade”, explica.

Conselhos poderosos e impor tan tes, que tem um peso ainda maior quando quem os profere reconhece seu potencial e sucesso atingido. “Para mim, uma pessoa bem sucedida é aquela que é feliz por aquilo que faz, realizada com os resultados que obtém e que consegue conciliar as áreas da vida como trabalho, relacionamentos e outras tão importantes quanto”, diz.

#CONSELHOS PARA O EMPREENDEDOR

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Empreendedorismo Feminino

O papel da mulher no empreendedorismo e o Negócio de Mulher

Como a Viking contribui para ampliar a participação das mulheres nesse cenário

por Alexandre Almeida

N ão é surpresa pa ra ninguém que as mulheres também empre-endem. Algu-

mas pesquisas, inclusive, apontam um grande equilíbrio e até maio-ria das mulheres nesse ramo, mas,

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N infelizmente, isso nem sempre é visível. Pensando nisso, a Viking Network, com o seu propósito de fomentar o empreendedorismo na sociedade, desenvolveu o progra-ma Viking Mulher, que tem como objetivo atrair novas mulheres não somente para a Viking, mas

para o ambiente empreendedor, integrando as ações. “O [progra-ma] Viking Mulher veio para aju-dar as mulheres a enfrentarem o medo, melhorar a forma de se postar, se sentir à vontade para, no momento certo, participarem dos eventos mistos”, explica Flávia Souza, Membro Líder Nacional do programa.

Ela justifi ca essa abordagem afi rmando que, nas reuniões da Viking, existe apenas 23% de participação feminina, e por isso é importante criar um programa específi co para elas. “Precisamos saber por que elas não estão ali,

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quais são seus medos, insegu-ranças, porque percebemos que, muitas vezes, elas não se sentem à vontade em estar ali, em um lu-gar que até então era considerado masculino”, ela afi rma. Essa fala ainda é reforçada por Eliana Si-mioni, Presidente do Programa Viking Mulher. “Temos informa-ções de que mais de 50% dos em-preendedores formais no Brasil são mulheres, porém elas não par-ticipam de eventos relacionados a networking e negócios”, justifi ca. Dentro dessa percepção e outras necessidades, portanto, nasceu o programa.

NEGÓCIO DE MULHERA primeira realização do Vi-

king Mulher é o Negócio de Mu-lher, um encontro realizado nos moldes do Café da Manhã Viking, mas com algumas diferenças, pensadas para o público feminino, como diz Eliana: “são muito pare-cidos, bastante objetivos, técnicos, com assuntos e refl exões direcio-nadas ao mundo empreendedor”. Inicialmente feito na Unidade de Bauru, o evento está em fase fi nal de testes para ser expandido para as outras Unidades Viking. “De-pois dos encontros, nós fazemos reuniões com várias mulheres da liderança para sabermos os pon-tos positivos, negativos, ver o que aconteceu e o que precisa fazer para melhorar o próximo encon-tro”, explica Flávia.

É um encontro mensal feito tanto para mulheres que já empre-endem como para as que desejam empreender e, por isso, é aberta a

todas interessadas. Uma reunião de negócios, onde as mulheres tem a oportunidade de se apresentar e ouvir outras empreendedoras, que as ajudam a tirar a impressão de que estão sozinhas nesse merca-do. Flávia afi rma que algumas de-las ainda cometem erros simples, como não levar cartão ou estourar o horário, e por isso fazem ques-tão de reforçar esses pontos. “As mulheres, à primeira vista, se sen-tem mais seguras e ambientadas num evento exclusivo delas”, jus-tifi ca Eliana.

A adesão das mulheres ao pro-grama, inclusive, vem sendo bem avaliada. A participação das mu-lheres cresce a cada edição e, em breve, o Negócio de Mulher deve ser expandido e novos eventos se-rão realizados. “A intenção é criar também um encontro nacional das mulheres, como existe o Encon-tro Nacional Viking, e também dar palestras, cursos, workshops, tudo para ajudar essas mulheres a se desenvolverem no mundo do empreendedorismo”, conta Flá-via, complementada por Eliana, que também afi rma que elas pos-suem um programa extenso junto às mulheres, mas que acontece-

rão no decorrer dos encontros, do crescimento e das necessidades que surgirem. “Um dos eventos mais importantes será o Mulher Empreendedora, que acontecerá no próximo ano, aberto a todas as mulheres e que contará com um conteúdo que irá fortalecer mais ainda nossa missão”, ela explica.

SEBRAEQuem também exerce um pa-

pel muito importante no fomento do empreendedorismo é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas, o Sebrae. Refe-rência nacional no assunto, ajuda

A primeira realização do Viking Mulher é o Negócio de Mulher, um encontro realizado nos moldes do Café da Manhã Viking, mas com algumas diferenças, pensadas para o público feminino, como diz Eliana.

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Mulher empreendedora

a desenvolver pequenos negócios no Brasil há mais de quatro déca-das. Fleide Anequini é responsá-vel pelo orgão em Bauru e já par-ticipou dos eventos da Viking, e reafi rma o papel do Sebrae nessa questão. “Nossa linha de atuação, hoje, é bastante ampla. Mantemos o atendimento individual e ainda temos soluções educacionais cole-tivas, abrangendo empreendedo-rismo e gestão”, ela afi rma.

No empreendedorismo femi-nino, o Sebrae realiza o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, que valoriza e premia iniciativas femi-ninas à frente dos negócios, além de procurar fortalecer uma rede de mulheres com o objetivo de troca de experiências. “É uma forma de reconhecer o avanço das mu-lheres no mundo dos negócios e sua crescente contribuição para o desenvolvimento das empresas”, complementa Fleide, que também apoia iniciativas como o Programa Viking Mulher, porque “a expe-riência tem mostrado que a parti-cipação das mulheres em eventos contribui com seu desempenho em atividades empresariais. Elas se mostram mais abertas à inovação

e melhorias e investem em qualifi -cação, que também é característica desses encontros”.

Tanto Flávia como Fleide e Eliana destacam outros pontos importantes, como a dupla jorna-da da mulher e a importância de se fi rmar como empreendedora, bem como a troca de experiências, característica dos encontros da Vi-king. “As mulheres tem a oportu-nidade de ouvir outras empreende-doras, para mostrar que todas são iguais, passam por problemas e podem superá-los. Então elas vão e fi cam à vontade para que, depois que tiverem um amadurecimen-to, possam tornar-se Membros, porque são consideradas Filiadas enquanto estão apenas na Viking Mulher”, explica Flávia.

“Observa-se, através das pes-quisas, que elas estão deixando de empreender apenas para comple-mentar a renda da família ou por um passatempo, e que são movi-das pelas oportunidades, e não pela falta de alternativa”, afi rma Fleide, que complementa sua fala com o tema da dupla jornada de trabalho, que já esteve - e conti-nua em pauta hoje em dia: “O

estímulo à troca de experiências é fomentado nos Encontros de Mulheres Empresárias, para que as mulheres se motivem e perce-bam que outras também tem as mesmas difi culdades, quase sem-pre por causa da dupla jornada ou da desconfi ança gerada quando trabalham em áreas tipicamente masculinas, como ofi cinas, cons-trução civil, entre outras”.

Por fi m, Eliana diz que os even-tos da Viking Mulher funcionam como porta de entrada para toda a Viking Network e o que ela ofere-ce. “Não desejamos e não tratamos a mulher de forma segmentada”, ela afi rma - “nossa missão é aju-dá-la no empoderamento de forma que ela participe de eventos onde exista uma presença masculina, ainda predominante”. “Existe o es-paço da mulher e o espaço do ho-mem, ela não vem para ocupar o espaço dele, mas um espaço dela, mas que ainda não tinha conheci-mento disso”, fi naliza Flávia.

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ação

Observa-se, através das pes qui sas, que elas estão deixando de empreender apenas para com plementar a renda da família ou por um passatempo, e que são movidas pelas oportunidades, e não pela falta de alternativa, afi rma Fleide”.

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Empreendedor de sucesso

De publicitário a pipoqueiroDono de uma marca bem sucedida de pipocas, Toshio Hito já passou por diversas di� culdades

por Alexandre Almeida

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vida de Toshio Hito não foi fácil. Não é facil. Mas sua história de superação é

tão interessante que já foi assunto de diversas reportagens na mídia e hoje palestra sobre sua história em diversos lugares.

Hoje com 43 anos, ele começou sua carreira como pu-blicitário em sua cidade, Marília. Co mo não possuía recursos para fazer uma faculdade, estu-dou por conta própria e conseguiu entrar no mercado em uma

A

Toshio e Suzana quando trabalhavam no

carrinho e no destaque, o empreendedor de sucesso

agência local, onde trabalhou por 7 anos, quando decidiu sair. “Um dos fatores é que eu não conseguia mais crescer, estava desmotivado porque não teria condições de disputar o mercado em São Paulo. Minha vida pessoal não progredia, nem fi nanceiramente”, ele afi rma, citando um assalto à

agência em que trabalhava como o ponto de virada dessa fase em sua vida.

Assim, em 1997 juntou suas malas e foi para o Japão, na tentativa de juntar dinheiro e fazer tudo diferente. Ficou lá durante 9 anos e meio, trabalhando em uma fábrica e sempre atento ao funcionamento de tudo. “Na fá-brica, você está vivenciando as coisas que funcionam ou não, e por que os problemas acon te-ciam. Então mesmo que você esteja fazendo algo que acha que seja irrelevante ou passageiro, se dedicar e fazer o melhor

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Revista Viking I 21

é importante para aprender, porque você nunca sabe o que vai acontecer”, explica. Ou seja, utilizou de seu meio para absorver conteúdo, desde fábrica até marketing e imagem que, anos depois, seria fundamental para seu sucesso.

Ainda no Japão, onde conheceu sua esposa, Suzana Hito, também brasileira, o espírito empreendedor já se destacava, mas não apenas por interesse. “Eu já tinha desistido da Publicidade, por causa da idade, então empreender já não seria por oportunidade, mas uma necessidade”, afi rma, e pensaram em investir em um negócio de terapias orientais no próprio Japão. Mas, conversando com outras pessoas, ouviu uma história de uma mulher que possuía carrinhos de churros, que despertou sua atenção. Era um negócio simples e que possuía giro diário de capital, e aliou essa ideia à sua memória de pipoqueiros, muito comuns na infância e que já não existiam mais. Com a grande identifi cação cultural e econômica que o produto possui com praticamente todas as classes sociais no Brasil, Toshio e sua esposa encontraram aí sua grande oportunidade.

Sem perder tempo, começou a fazer cursos à distância de administração, pois não sabia gerir. Mas, devido à problemas pessoais, eles se viram obrigados a retornar ao Brasil, mas ainda pensando em retomar os estudos no Japão na área de terapia oriental. Como estavam no começo do casamento e possuíam pouco capital disponível,

eles decidiram apostar em um carrinho de pipoca diferenciado, e foram aprendendo aos poucos. Descobriram as pipocas verdes - que depois passaram a ter diversas cores -, conheceram pes-soas que os ensinaram a fazê-las e desenvolveram o Pop’s Car, que tinha um conceito que poderia, futuramente, se tornar uma franquia. Tudo envolvia mui ta organização e ideias que diferenciavam seu carrinho, apli-cando conceitos de qualidade de empresas e trouxeram um cres-cimento inicial muito bom para eu negócio.

Mas o empreendimento de To-shio ainda passaria por muitos altos e baixos. Depois de um bom primeiro ano, decidiram ti-rar o negócio das ruas por di-versos motivos, um deles o pe-rigo de estar sempre na rua. O casal decidiu, então fazer uma Bomboniere, mas a ideia não deu muito certo. “Foi uma questão de imaturidade de negócio, saber se aquele ponto era ideal. Investimos demais na reforma, mas num ponto que passava pouca gente”, explica Toshio, que ainda tinha que arcar com altos custos fi xos.

DÍVIDASFoi assim que, em poucos

me ses, o negócio não suportou e

as dívidas começaram a surgir. Foram para uma incubadora, mas o estrago causado pela quebra havia sido grande e, para piorar, a incubadora congelou os serviços. Portanto, não tinham mais acesso à nenhum incentivo. Foi então que decidiram comprar um carrinho menor e participar de eventos em todo o estado, de MMA a rodeios, e passando dois anos assim. Ainda não era sufi ciente para pagar as dívidas, mas pelo menos conseguiam se sustentar. “Foi um período em

Eu já tinha desistido da Publicidade, por causa da idade, então empreender já não seria por oportunidade, mas uma necessidade”, afi rma Toshio Hito.“

Pipocas coloridas: uma forma saborosa e divertida para divulgar o novo conceito

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Empreendedor de sucesso

22 I Revista Viking

que não podíamos usufruir de nenhum dinheiro que entrava. Imagina fi car sete anos sem ir a um restaurante ou passear com sua esposa”, ele afi rma,

reforçando a importância de ter um objetivo forte, que

te motive.Mas o re conhe ci-

men to das pessoas, que enxergavam o produto

com carinho, indicavam que Toshio e Suzana estavam

no caminho certo. E, a partir do momento que estabilizaram o produto, com validade e valor

agregado maior, voltaram a crescer. Passaram, então, à procurar me -canismos para melhorar a pro-dutividade, a fabricação e, no meio do caminho, quebraram paradigmas de quem achava que o produto não tinha potencial de mercado.

RECONHECIMENTOEntão, veio a prova fi nal. O

reconhecimento da mídia, para Toshio, acabou com as dúvidas do funcionamento do negócio: “Nesse tempo todo, a gente só viveu com o improvável. ‘É improvável que dê certo, que seu produto funcione, que sem dinheiro você vai abrir uma fábrica’. A partir daí, vem as reportagens, que eram o que faltava pra gente ter aquela segurança. Quando a mídia conta cases de sucesso e você vê sua história ali, é o atestado de que deu certo, renova as energias”, ele afi rma,

Hoje, o gargalo da empresa de Toshio é sua produção. Ele explica que está investindo em melhorias nesse setor para que, a partir de agora, aumente suas vendas e desenvolva seus negócios. Nessa trajetória, ele ainda superou um desafi o antigo: a depressão, e também ajuda outras pessoas a “crescerem sofrendo menos”. “O que eu posso transmitir eu passo, para que as pessoas apliquem em seus negócios, porque se eu soubesse tratar de alguns dos erros que eu cometi, esses oito anos talvez seriam três”, ele conclui, sobre suas palestras e seu objetivo de deixar um legado, atingido com sucesso.

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Nesse tempo todo, a gente só viveu com o improvável. ‘É improvável que dê certo, que seu produto funcione, que sem dinheiro você vai abrir uma fábrica’. A partir daí, vem as reportagens, que eram o que faltava para gente ter aquela segurança. Quando a mídia conta cases de sucesso e você vê sua história ali, é o atestado de que deu certo, renova as energias”, afi rma Toshio.

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Encontro Nacional Viking

A terceira edição que aconteceu em janeiro deste ano, consolida ação da Viking Network

por Alexandre Almeida

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Foram 80 inscritos entre Vikings e convidados de todas as unidades, Araçatuba, Bauru e Marília, que puderam participar de palestras, ne-tworking e troca de cartões, coffee break, almoço, dinâmicas e sorteios.

A primeira palestra foi com Inocência Manoel, que contou sua experiência à frente da Inoar Professional, empresa especiali-zada em produtos para cabelo e

que hoje está presente em mais de 42 países. Ela falou sobre a experiência de se apresentar no Encontro Nacional Viking e da importância desse tipo de evento: “Eu me sinto verdadeiramente fe-liz quando vejo que outras pesso-as podem ter suas histórias com fi nal feliz sendo protagonistas de suas vidas. Construí minha pró-pria história, e com muito esfor-ço eu venci. Quero ser motivação para outras pessoas acreditarem em si mesmas e o Encontro Na-cional Viking possibilitou uma grande troca de experiências, que também enriqueceu minha vida”. Henri Cardim, consultor e palestrante, também falou, desta vez sobre liderança, e afi rma que

dia 29 de janeiro foi uma data es pe cial para a Vi king Ne-twork. Rea lizado na Casa do Médico, em

Bauru, a terceira edição do Encontro Nacional Viking manteve a serieda-de e competência das edições ante-riores e possibilitou o crescimento dos participantes em diversas áreas do empreendedorismo.

Encontro Nacional Viking

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a responsabilidade de falar com empreendedores é muito grande, pois ele não é como o empresário consolidado no mercado.

EQUITY CROWDFUNDINGEm seguida, quem assumiu

o comando foi Frederico Rizzo, fundador da Broota e especialista em Equity Crowdfunding, tema abordado em sua fala, que é o chamado Investimento Coletivo de micro e pequenas empresas através da internet. Ele afi rma que captar investimento é uma ativi-dade complexa, onde empreen-dedores, em geral, tem pouca ou nenhuma experiência no assunto, e o resultado que ele oferece pode causar um impacto signifi cativo

no sucesso ou fracasso do negó-cio. “Com os órgãos regulado-res possibilitando que empresas utilizem a internet para levantar capital de risco, abriu-se um ca-minho para que novos negócios se desenvolvam. Falar, portanto, sobre aspectos práticos do Equity Crowdfunding é importante por-que oferece novos caminhos para que os empreendedores fi nanciem

Eu me sinto verdadeiramente feliz quando vejo que outras pessas podem ter suas histórias com fi nal feliz sendo protagonistas de suas vidas.

Inocência Manoel, Inoar Professional

“É uma enorme responsabilidade falar com empreendedores

Henri Cardim“

Após a palestra de Inocência Manoel, pausa para um click com Paulo Milreu e Henri Cardim, respectivamente

Frederico Rizzo: aborda o temaEquity Crowdfunding no Encontro

Prêmio aos Membros mais engajados

Membros Vikings participam das palestras e aprovam o que viramEncontro Nacional Viking

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Encontro Nacional Viking

26 I Revista Viking

seus sonhos e transformem o mundo para melhor”, ele explica.

Frederico, que já acompanha-va de longe os eventos da Viking, afi rma que pôde perceber o en-gajamento dos membros e a força dos relatos. “Não existe manual ou curso que vá ensinar alguém a empreender, mas cer tamente a participação em grupos coesos e ativos como a Viking é de grande ajuda para quem se aventura em montar um novo negócio”, afi rma.

O último palestrante foi Ro-ger Dias Barbosa, palestrante e hip noterapeuta, que falou sobre re programação mental. Por fi m, ocorreu a segunda edição do Prêmio Viking, que reconhece os empreendedores mais enga-jados e que mais contribuíram para o crescimento da Rede, além de sorteio de brindes para os participantes.

Captar investimento é uma atividade complexa, onde empreendedores, em geral, tem pouca ou nenhuma experiência no assunto e o resultado que ele oferece pode causar um impacto signifi cativo no sucesso ou fracasso do negócio”’

Frederico Rizzo, Fundador do Broota

“Momentos em que Membros Vikings e convidados fazem networking, no evento e no almoço

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Você conhece

esta marca?

Sabe o que

fazemos?

Então não

quebre a

cabeça, entre

em contato.

Teremos o

prazer em te

apresentar.

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28 I Revista Viking

Educação empreendedora

O papel da TV Viking como um canal de educação empreendedoraVeículo possui variedade de conteúdo e se propõe a dialogar com todos os que estão dispostos a empreender

por Alexandre Almeida

Fundada em março des-se ano, a TV Viking é um dos braços da Viking Network, e, portanto, compartilha

do mesmo propósito: fomentar o empreendedorismo. Também pos-sui o objetivo de ter um conteúdo especializado que pudesse fi car disponível o tempo todo. Come-çou com a cobertura do Encontro Nacional Viking de janeiro, onde também foram gravadas as pri-

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ação

meiras edições do Talk Show com Henri Cardim. O primeiro progra-ma da TV é um bate-papo onde os entrevistados contam suas histó-rias de vida, como começaram a empreender e as difi culdades que enfrentaram.

Outro programa da grade é o Conexão, com três participantes regulares e um convidado, que conta um pouco de sua história, mas também existem dicas de li-vros, fi lmes, aplicativos e outras

coisas que são interessantes para o empreendedor. Um dos progra-mas que será lançado é o Gente de Bagagem, que vai entrevistar pessoas que tiveram uma experi-ência (ou mais) em viagens, tanto nacionais como internacionais. “Tem uma linha mais divertida, com dicas de onde não ir, porque me dei mal lá, o que deu errado, o que deu certo e com sugestões do que fazer. “Vai ser mais leve, solto”, explica Marco Ribeiro, que é coordenador da TV Viking há dois meses e responsável por toda a parte de produção. Além dos programas, a plataforma também realiza cobertura de eventos sobre empreendedorismo, não apenas da Viking.

Ele explica que todos os pro-gramas são criados com o propó-

Bastidores dos programas Talk Show com Henri Cardim e Conexão, respectivamente

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Revista Viking I 29

A TV Viking não é só a educação, mas tem o lado do entretenimento, da inspiração, tem vários elementos diferentes. Cada programa tem seu foco diferente, mas no meio disso tem aprendizagem também, a partir do que os outros viveram”, comenta David Smallman.

“Programa Gente de Bagagem em sua primeira edição

Marco Ribeiro, a TV Viking veio para fi car

sito de ajudar o empreendedor de alguma maneira, seja na forma de empreender, de viajar ou ajudar a superar limitações. David Small-man, outro sócio da plataforma e responsável por toda a parte téc-nica, montagem, direção e edi-ção, também acredita nesse foco e abordagem diferentes da TV Viking com relação ao empreen-dedorismo. “Eu acho que não só a educação, mas tem o lado do en-tretenimento, da inspiração, tem vários elementos diferentes. Cada

programa tem seu foco diferente, mas no meio disso tem aprendiza-gem também, a partir do que os outros viveram”, comenta.

CONTEÚDO DIFERENTEPor ser um canal muito re-

cente, a TV Viking ainda está engatinhando no nicho de edu-cação empreendedora e conteú-do online. Por isso, Marco ainda não sabe ao certo qual o futuro que ela terá, mas acredita que ela veio para fi car. “A TV ainda está nascendo. Estamos no início dos programas, é tudo muito recente, um conteúdo muito diferente que outros canais não tem”, ele diz, opinião compartilhada por David, que está engajado desde o surgi-mento da TV e afi rma que “tem muito mercado para isso. Eu acho que tem um futuro muito grande, tem muito potencial”.

Marco diz também que uma das razões para acreditar no po-tencial da TV Viking é a difi -culdade de encontrar conteúdo semelhante na web. “Primeiro, tem conteúdo desse tipo, mas está muito espalhado, não se

acha com tanta facilidade. Se-gundo, tem tudo a ver com o nosso propósito, na Viking, de fomentar o empreendedorismo, por isso ela vem com o objetivo de, justamente, atender esse ni-cho, esse público”, ele afi rma, e ainda explica que os programas são para todos os níveis de em-preendedores. “Quem já é expe-riente vai ver as dores de quem

também empreende do lado dele, se identifi car. Quem vai começar vai entender como faz, que não é fácil, mas vale a pena”.

Sobre o futuro, a ideia é con-tinuar inovando. “Estamos com vários programas escritos, alguns com âncoras outros não. Os que não tiverem continuidade, não fo-rem muito replicáveis, vamos criar séries. Vamos ter programas exclu-sivos, já é antiga a ideia, de contar a história de alguém, com depoi-mentos. É difícil fazer, exige tem-po, muitas pessoas, imagens exter-nas, não acontece de um dia para o outro, mas vamos fazer, com certe-za”, fi naliza Marco.

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30 I Revista Viking

Impacto Empreendedor

Ações de Impacto Empreendedor que mudam a sociedade para melhorComo o novo programa da Viking irá disseminar o empreendedorismo

por Alexandre Almeida

A Viking tem seu propósito muito bem defi nido, que é de fomentar o empreendedoris-

mo. Para isso, está colocando em prática o seu programa de Ações de Impacto Empreendedor. E o que são essas ações? A Viking é composta por pessoas que querem, de alguma forma, contribuir para que as relações, sejam elas

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pessoais, fi nanceiras ou qualquer outra, fl uam de uma maneira dife-rente - uma disruptura com a linha de pensamento convencional.

As pessoas que participam da Viking, inclusive, fazem parte de um grupo que tem pequenas e médias empresas e estão bus-cando, como todo mundo, fazer negócios e ampliar sua rede de relacionamentos. E isso não vai acontecer, objetivamente, dentro da Viking, mas por meio dela. Portanto, essas ações envolvem a educação, a formação - não ne-cessariamente aquela puramente de gestão, como aprender a fa-zer planilhas de custo ou como anunciar seu negócio, mas uma educação de comportamento, de como repensar sua vida, sua pos-tura e atitude perante a si mesmo

e sua família, negócios, círculos sociais etc.

AÇÕES DE IMPACTOAs ações de impacto empreen-

dedor vão envolver atividades de mudança de paradigma, que vão apresentar um novo horizonte de possibilidades, de aperfeiçoar e enriquecer aquilo de que alguém já tem conhecimento. E onde es-sas atividades serão realizadas? “Elas vão aparecer dentro de es-colas, universidades, faculdades e até, porque não, dentro do segundo grau, ensino médio e cursos técni-cos. Atividades que vão desde pa-lestras a workshops, ofi cinas”, ex-plica Fernando Tobgyal, responsá-vel pelo programa, que ainda fala sobre a mudança no produto fi nal entregue pelas empresas: “as ações

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32 I Revista Viking

Impacto Empreendedor

serão repensadas para que o pro-duto ou serviço que uma empresa ou pessoa oferece, no fi nal, possa até parecer o mesmo, mas em es-sência, o processo com que foi de-senvolvido foi muito melhor”.

A importância é, também, cul-tural. Isso acontece porque muitos negócios estão permeados com interesses negativos, e isso não é empreender, mas nessa mistura existem pessoas que estão empre-endendo e acabam sendo vistas com os mesmos olhos pelos outros. Por isso é preciso utilizar esse dis-curso social, mas não sozinho, por-que falar sozinho sobre empreen-der não vai fazer muita diferença, pois você será julgado como uma pessoa que está com um discurso diferente para o mesmo assunto.

Fernando justifi ca a abordagem do programa na educação porque,

segundo ele, a escola ainda está baseada em um modelo da década de 1930, centrado na imagem do professor, detentor do conteúdo, e não no aluno. O professor ensina a forma de fazer as coisas, sem ques-tionamento, e os alunos o imitam. Portanto, na maioria das vezes, as aulas são apenas expositivas, sem

nenhuma discussão ou incentivo à diferentes visões. Somente depois, e ainda são poucas, as escolas fo-mentam o pensamento e o senso crítico, mas é mesmo depois da faculdade que as pessoas são in-centivadas a dar opinião. “Não que se tenha que questionar prá-ticas que vem dando certo, mas não existe um espaço, pelo menos ofi cialmente, em que os alunos vão opinar. Algumas escolas já estão fazendo isso com o ensino baseado em projetos, em que existe um pro-fessor, orientador, que vai trazer uma questão e os alunos vão resol-ver, mas são poucas”, ele afi rma, e reforça a posição da Viking, que trabalha com uma rede de pessoas e, por isso, sempre trabalhou com esse modelo disruptivo.

RESULTADO ESPERADOE qual o resultado que a Viking

deseja obter com esse programa? A longo prazo, o sonho é grande: transformar a sociedade. Existem pessoas, na pirâmide social, que possuem uma criatividade nata, tem grandes ideias e fazem as coi-sas diferentes, mas também exis-tem aquelas que vivem acomoda-das, sempre tem uma atitude pas-siva. O objetivo é fazer com que a maioria das pessoas - e por que não todas - passem a assumir a postu-ra do primeiro exemplo, e se isso acontecer, a sociedade, nossa vida, seria altamente impactada, pois, afi nal de contas, todos estariam mobilizados com o crescimento social. “Isso não é uma prática bra-sileira, mas sim de alguns países da Europa e cidades americanas,

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Hoje, na Viking, a ponta é o empreendedorismo, mas como chegar até ele é uma questão de educação formativa, de mudar mentes, pensar diferente, fora da caixa. Pensar de forma não convencional, abstrata. A questão é como sinalizar que podemos pensar diferente, porque nós não somos estimulados a utilizar os dois hemisférios do cérebro, por exemplo, e isso garante pensamento criativo e construção lógica”, diz Fernando Tobgyal.

Fernando Tobgyal é jornalista, com experiência em marketing de conteúdo, construção de ima-gem e Membro Viking

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Revista Viking I 33

onde as pessoas pensam ‘aqui é onde eu moro, isso tem que fi car legal. Se eu moro na cidade e tudo vai para frente, eu também vou. Se a qualidade de vida do meu bairro for boa, a minha também vai ser’. Esse conceito, infelizmente, é mui-to fraco aqui”, explica Fernando.

QUALIDADE E EXPERIÊNCIANa Viking existem pessoas que

são especializadas em desenvolver modelos de negócios, marketing, gestão de pessoas, treinamento, mo-tivação, vendas e muito mais. São, portanto, várias pessoas com vasta experiência em diversas áreas, que aprenderam do jeito mais difícil. O que muitas delas conquistaram hoje é fruto de décadas de tentativas e insucessos, e a vida é composta por uma coleção de insucessos. Assim, se falamos de ações de impacto empreendedor, estamos falando de ações que abrangem todos esses conceitos, e resultam em uma nova forma de pensar, diferente, fora do que dizem que todo mundo deve ser, buscando alternativas. Ações na educação, na formação empresa-rial, corporativa, na forma de pro-duzir, de se colocar socialmente e como você produz conteúdo para a sociedade.

A partir dos conceitos acima, foram traçados os planos que nor-tearão o programa de Ações de Impacto Empreendedor. Como não existia de maneira devida-mente organizada, as diferentes Unidades Viking realizavam ações de formas variadas, sem existir uma avaliação do que dava certo ou errado. Portanto, o programa

vem para unir as experiências bem sucedidas e replicá-las nas outras unidades, trocando informações e crescendo de maneira mais rá-pida. “Quando a gente se junta, os resultados são otimizados e, por isso, impacto empreendedor: ações coordenadas para criar uma unidade, uma cultura, um banco de informações, conhecimento propriamente dito, e a rede vai pra frente assim”, explica Fernando, que ainda diz que o programa não vai possuir uma data específi ca de lançamento, porque cada unidade precisa de uma abordagem dife-rente: “cada unidade deseja fazer uma coisa e nós precisamos en-caminhar isso, uniformizar essas ações. Mas não podemos proibir as pessoas de terem ideias, até porque são ações inovadoras que não pos-suímos feedback, vamos testá-las, medir o processo e depois replicar na rede como um todo”.

Isso também vale pelo fato de cada unidade possuir caracterís-ticas diferentes. Algumas ideias que valem para uma delas, portan-to, pode não funcionar em outra. É um trabalho lento, mas que vai gerar muito resultado, pois é preci-

so começar de baixo, conhecer as unidades e construir conhecimen-to padronizado, algumas coisas na base da tentativa e erro, e outras com o conhecimento que já existe. E as padronizações são compostas em ações sutis, como a forma de arrumar a mesa nos cafés da ma-nhã Viking, por exemplo, e é preci-so construir essa concepção de que tudo tem a razão de impactar, que deve ser objetivada por todos.

“Hoje, na Viking, a ponta é o em-preendedorismo, mas como chegar até ele é uma questão de educação formativa, de mudar mentes, pen-sar diferente, fora da caixa. Pensar de forma não convencional, abstra-ta. A questão é como sinalizar que podemos pensar diferente, porque nós não somos estimulados a utili-zar os dois hemisférios do cérebro, por exemplo, e isso garante pensa-mento criativo e construção lógi-ca”, conclui Fernando, que diz que a unidade piloto do programa será a de Araçatuba. Lá, a Viking par-ticipará de uma semana de empre-endedorismo em agosto e vai levar palestrantes, fazer workshops e balcão de mentoria, testando todo o modelo desenvolvido.

Balcões de Mentoria realizados pela Viking juntamente com os Membros Vikings em diversas universidades

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34 I Revista Viking

Encontro de Líderes Viking e Accountability

consultivo, diretores de unidade e membros líderes: de unidade, regionais e nacionais. “São em-preendedores que fazem parte da Rede Viking e que contribuem muito mais para a construção de nossa organização, liderando pro-gramas e projetos e desenvolven-do diversas atividades”, explica Paulo Milreu, fundador e presi-dente da Viking Network. Para reunir a liderança, capacitá-la e

trocar experiências, foi criado o Encontro de Líderes Viking, que ocorre duas vezes por ano, semestralmente.

No dia 6 de junho foi realiza-da a terceira edição do evento,

O que é accountability e sua relação com a Viking?A edição do encontro de líderes contou com 25 participantes que assistiram palestras e debates

por Alexandre Almeida

ão é segredo que um líder deve ser alguém diferen-ciado, que leva outras pessoas a

um mesmo objetivo em comum. O que é novidade, entretanto, é o tema abordado no Encontro de Lí-deres Viking: accountability.

A Liderança Viking é com-posta por sua diretoria, conselho

que contou com 25 participantes. Durante todo o dia, eles assistiram à palestras e discussões em gru-po, coordenados por Paulo Milreu e Elizael Cintra, Conselheiro da Viking, e envolveram técnicas e métodos para desenvolvimento de networking, liderança e relaciona-mento com clientes.

Quem também palestrou no evento foi Gabriella Casério. Mem-bro Viking há quase dois anos, ela trabalha com planejamento estra-tégico de RH e desenvolvimento humano, e falou sobre o modelo de accountability, um conceito novo, mas que faz todo o sentido no con-texto Viking.

ACCOUNTABILITYAccountability é, segundo Ga-

briella, dar às pessoas a responsa-bilidade de realizar algo, gerando ação e resultado em comum com a instituição de que faz parte. Mas isso só é possível se a liderança for horizontal. “Quando você tem um parceiro, vocês correm juntos para o mesmo objetivo, porque não é algo que a pessoa faz por obriga-ção, mas porque faz sentido para ela”, diz Gabriella, que ainda afi r-ma que nós só podemos falar que a pessoal realmente está engajada quando aquilo é parte natural da vida dela.

Existe ainda, em oposição ao accountability, o chamado “des-

N

Gabriella Casério: accountability é dar às pessoas a responsabilidade de realizar algo, gerando ação e resultado em comum com a instituição de que faz parte

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culpability”. Essa palavra não existe gramaticamente, mas seu sentido já deve ter fi cado claro, certo? Desculpability é nada me-nos que gerar desculpas para não realizar algo, e tem muito a ver com o chamado “presenteísmo”. Isso é, a pessoa está presente em seu trabalho, mas não está geran-do resultados.

E como o accountability dia-loga com a Viking e seu propó-sito? A Viking permitiu que as pessoas tivessem uma causa em comum para se engajar, que é a transformação da sociedade pelo empreendedorismo. E não apenas o propósito conceitual, mas práti-co, e é aí que entra o accountabili-ty. A Viking tem o papel de fazer com que as pessoas, no mínimo, refl itam sobre suas desculpas e te-nham uma causa. “Ver as pessoas acreditarem em algo é tudo o que a gente quer em uma empresa. A gente trabalha para engajar as pessoas em um propósito maior, porque essa é a grande difi culda-de. E na Viking, isso é natural”, ela fi naliza.

Como ser um bom líder - e como a Viking desenvolve esse aspecto?

Líderes formando líderes que transformam a sociedade

E m qualquer ambiente você percebe liderança. Uma sala de aula pode assumir

comportamentos diferentes, ser bagunceira, relaxada e preguiço-sa com um professor, mas pode ser educada, engajada e compro-metida com outro”. É assim que Henri Cardim, membro do Con-selho Viking, consultor e pales-trante, começa uma conversa sobre liderança. Os comporta-mentos opostos só são possíveis porque as lideranças também eram.“Um grande líder inspira as pessoas em cima de um pro-jeto, ideia, e essas pessoas vão atrás dele”, ele afi rma.

A liderança desenvolvida na Viking também tem as caracte-rísticas acima, mas, além disso, é exponencial. É necessário que um líder tenha a capacidade de produ-zir outros líderes. “Existem pesso-as que tem tendência a algum tipo de liderança e pessoas que é pre-ciso desenvolver, ensinar as ferra-mentas”, explica Cardim.

Quando entramos no mundo corporativo, entretanto, preci-samos tomar cuidado. Quando uma pessoa ocupa um cargo de direção em uma empresa, ela é responsável apenas por aquele

Membros Vikings na foto ofi cial do Encontro de Liderança realizado na cidade de Bauru

setor e suas funções, não preci-sa enxergar o plano geral. En-tretanto, quando ela vai empre-ender, precisa ter consciência de que ela passa a ser respon-sável por todos os setores. Seu tipo de decisão enquanto líder, muda.

E como a Viking ajuda a de-senvolver a liderança? Diretores e líderes de unidade possuem a missão de inspirar pessoas e dar a competência necessária a elas, pois muitos já vem com o desejo de empreender, mas não possuem as ferramentas ideais. Assim, um Líder Viking vai au-xiliar novos empreendedores com planejamento, orientação, organização, acompanhamento e estratégias.

Mas, para se tornar um líder em seu ambiente empresarial, é preciso mais do que conhe-cimento de gestão, economia e negócios. É preciso ouvir as pes-soas e suas ideias. Especialistas em liderança do mundo todo afi r-mam que é impossível uma ideia desenvolvida por um único indi-víduo ser superior, mais compe-tente e abrangente do que uma ideia desenvolvida por dezenas, centenas de colaboradores. A hu-mildade é essencial, porque as pessoas também podem ter boas ideias, mesmo em cargos que não pedem, a princípio, esse tipo de engajamento.

Liderança Viking

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OPINIÃO

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ação

*Paulo MilreuPaulo Milreu é empresário e empreendedor,

fundador e presidente da Viking Network

O empreendedor solitário e o networkingPor Paulo Milreu

Os desa� os do empreendedor são gigantes. O tamanho deles depende do quanto você os reconhece. E esse

reconhecimento passa pelo amadurecimento nessa

caminhada, seu aprendizado, as “cabeçadas” que dá. Sem

elas, como crescer?

C onfesso que já vivi isso. Eu era um solitário, um em-preendedor solitário. Foi em 1992, quando comecei a empreender, com meu

primeiro negócio. Aliás, nem sabia que estava empreendendo, não usáva-mos esse termo. Eu apenas queria ter meu próprio negócio, realizar minhas ideias. E foi um empreendimento de curta duração.

Com pouca experiência perto, sem conhecer (quase) ninguém, e sem ne-nhum conhecimento sobre negócios, eu começava meu primeiro negócio. E o mais interessante é que se tratava de um empreendimento na área de even-tos, uma assessoria de evento. Porque eu empreendia esse negócio naquele momento? Não me lembro muito bem. Apenas sei que durante mais de duas dé-cadas realizei vários eventos com meus negócios ou em associações que partici-pei. Coincidência? Acredito que não.

Assim, os desafi os do empreende-dor são gigantes. O tamanho deles de-pende do quanto você os reconhece. E esse reconhecimento passa pelo ama-durecimento nessa caminhada, seu aprendizado, as “cabeçadas” que dá. Sem elas, como crescer? Muito pouco. Portanto, é tendo experiências que você pode mudar, se transformar, cres-cer, aprender. Eu acredito muito nisso, pois vivi bastante esse cenário.

Mas, se me perguntassem hoje, depois de pouco mais de duas déca-das empreendendo, onde eu investiria mais meu tempo, eu diria: os relaciona-mentos. O que atualmente chamamos

de networking. Além de pouco explo-rado, é mal interpretado ou praticado de maneira equivocada. Networking é uma das ferramentas mais poderosas para o empreendedor, e onde ele pode estabelecer laços de relacionamento, amizade, negócios, em uma profun-didade e alcance nunca antes visto. E mesmo assim eu ainda encontro pesso-as míopes neste assunto!

E são míopes porque acham que irão de imediato já vender para esse alguém mesmo mal conhecendo. E isso não é networking e, sim, compor-tamento de predador. Networking se assemelha mais ao cultivo do agricul-tor, onde escolhe a terra, ara, semeia, agua, cuida e certamente colherá o que plantou. É criar laços de uma ami-zade profunda, entendendo as neces-sidades do outro e se prontifi cando a ajudar, a levar soluções, a contribuir para o bem do outro. Tudo isso vem em troca! Pode ter certeza!

Mas, fazendo um balanço, o maior ativo que construí com meu networking é o terreno fértil para o aprendizado. Hoje mesmo, estive duas horas com um amigo empresário, com uma grande experiência em vendas, trocando informações, aprendendo junto, ajudando, e sendo muito ajuda-do. Esse aprendizado não tem preço, nenhuma das minhas duas especiali-zações me trouxeram o conhecimento que adquiro com outras pessoas com experiência. Isso se chama aprendiza-do em rede!

E, se pudesse voltar atrás, teria par-ticipado mais de grupos de networking (apesar de na época existirem poucos), pois a riqueza de experiências e his-tórias de superação é potencialmente transformadora. Eu poderia ter cres-cido mais rapidamente, aprendido mais, errado menos! Eu aprenderia com o erro de outros. Eu alavancaria meus negócios, minha vida, e com cer-teza estaria muito mais a frente! Um ambiente de relacionamento com em-presários que tem o mesmo propósito que você traz isso, é um investimento sempre muito barato. Já pensou nisso?

Mas, o recado é simples. Deixe de ser um empreendedor solitário, faça seu networking. Eu participo da Viking Network, um grupo de empreendedo-res que tem como missão transformar a sociedade através do empreendedo-rismo, um ambiente de muito aprendi-zado e compartilhamento de experiên-cias. Local onde mais cresço e encontro os melhores empreendedores para crescer juntos. Vale a pena!

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*Prof. Dr. Osvaldino Brandão JuniorMembro Líder - Viking Araçatuba

Desafi o ao EmpreendedorPor Prof. Dr. Osvaldino Brandão Junior*

“Ter a ideia de um projeto inovador e desenvolvê-lo é desa� ante, e requer muito estudo e dedicação. Com o

Inova Paula Sou za, tivemos a oportunidade de organizar, administrar, e transformar o conhecimento em serviços,

ou seja, colocar em prática o per� l empreendedor e ainda

visualizar, de maneira abstrata, o projeto sendo ferramenta

necessária para a população”.

Desde 2013 a Agência de Ino-vação INOVA Paula Souza, órgão da Superintendên-cia do Centro Estadual de Educação Tecnológica Pau-

la Souza, tem instigado a comunidade com o Desafi o INOVA Paula Souza de Ideia a Negócios.

Segundo o Prof. Dr. Oswaldo Mas-sambani, Diretor da INOVA: “Trata-se de uma competição de Modelo de Ne-gócios, apresentados via tela do Mode-lo de Negócios Canvas, entre equipes formadas por alunos, egressos, profes-sores, funcionários ou membro da co-munidade externa, que tenham como base ideias que explorem a relação en-tre o que é técnica ou tecnologicamen-te factível e o que é estrategicamente viável, buscando atender às necessida-des de pessoas e contribuir para o de-senvolvimento sustentável”.

Após a palestra no demo day reali-zado em Mirandópolis, em fevereiro do ano passado, como encerramento das atividades de 2013, Marcelo Salomão Guimarães, Membro Viking, comen-tou: “Fico olhando os novos estudan-tes e imaginando como estarão daqui a 10 anos. Durante a palestra do demo day consegui visualizar muitos olhos brilhantes e jovens focados em novos desafi os, novos paradigmas e novas missões, jovens que ainda buscam uma oportunidade no mercado de trabalho pedindo emprego a empresários que desconhecem as novas metodologias e conceitos para novas ideias”.

Em 2014, Marcelo também atuou como avaliador da classifi cação re-

gional administrativa de Araçatuba: “Avaliando os projetos dos alunos, a metodologia Canvas foi fundamental para que eles conseguissem explorar suas ideias e, quem sabe, se tornar novos empresários”.

Nelson Eduardo Pereira da Costa, Membro Viking, que também atuou como avaliador, afi rma: “É um privi-légio poder avaliar trabalhos de alu-nos com vertentes empreendedoras, de classe social menos favorecida, bem demonstrando que empreender e assumir desafi os está no DNA de muitos brasileiros, não importando sua origem. Entendo que o ambiente das Escolas Técnicas (Etecs) e Facul-dades de Tecnologia (Fatecs) propicia

esse ânimo aos jovens, conduzindo-os pelos trilhos de sua própria evolução. Na avaliação que fi z, conheci proje-tos deveras inovadores, inéditos em meu conhecimento. Foi muito valioso para mim a participação no projeto”.

Participando do Desafi o INOVA 2014 com o projeto “Allergy Detector - Lactose” a equipe formada por Taí-se de Souza Romualdo (responsável), Beatriz Costa Barbosa e Bruno San-chez (discentes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo - Campus Birigui), tiveram o Prof. Me. Ronnie Marcos Rillo, da Fatec Araçatuba, como mentor.

Bruno relata: “Tivemos a ideia de que pessoas com intolerância a lacto-se tem diversas difi culdades ao faze-rem compras devido a informações errôneas dos produtos, ou o tempo para encontrar se existe ou não lac-tose, e pensamos: ‘Nossa, poderíamos criar um aplicativo com o objetivo de ajudar essas pessoas’ e então com essa ideia começamos nossa jornada de pequenos empresários”.

Taíse complementa: “Ter a ideia de um projeto inovador e desenvol-vê-lo é desafi ante, e requer muito es-tudo e dedicação. Com o Inova Paula Souza, tivemos a oportunidade de organizar, administrar, e transformar o conhecimento em serviços, ou seja, colocar em prática o perfi l empreen-dedor e ainda visualizar, de maneira abstrata, o projeto sendo ferramenta necessária para a população”.

Procure a unidade Etec ou Fatec mais próxima de você e desafi e-se!

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