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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009

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Revista Eletrnica Inspirar [recurso eletrnico] - Curitiba: Centro de Estudos, Pesquisa e Extenso em Sade, 2009Bimestral, v. 1, n. 2, ago/set 2009ISSN 2175-537X Modo de acesso: www.inspirar.com.br 1. Sade - Peridicos. CDD 610 CDU 614

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A REVISTAA Revista Eletrnica da Inspirar um peridico de acesso aberto, gratuito e bimestral, destinado divulgao arbitrada da produo cientfica na rea de Cincias da Sade, de autores brasileiros e de outros, contribuindo, desta forma, para o crescimento e desenvolvimento da produo cientfica.

MISSOPublicao de artigos cientficos que contribuam para a expanso do conhecimento da rea da sade, baseados em princpios ticos.

OBJETIVOPropiciar meios de socializao do conhecimento construdo, tendo em vista o estimulo investigao cientfica e ao debate acadmico.

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CONSELHO EDITORIALProf. Dr. Alfredo Florencio Cuello - ARG Prof. Alonso Romero Fuentes Filho - SC Prof. MSc. lvaro Luiz Perseke Wolff - PR Prof. MSc. Antnio Carlos Magalhes Duarte - BA Prof. MSc. Csar Antnio Luchesa PR Profa. MSc. Cynthia M. Zilli - PR Profa. Denise Dias Xavier - PR Profa. MSc. Elisi Rossi Ribeiro Costa - PR Prof. Francimar Ferrari - PE Prof. Dr. Gustavo Alfredo Cuello - ARG Prof. MSc. Jos Roberto Prado Junior - RJ Prof. MSc. Manoel Luiz de Cerqueira Neto - SE Prof. MSc. Marcelo Zager - SC Prof. Dr. Marcos Antonio Tedeschi - PR Profa. Maria Ayrtes Ximenes Ponte da Silveira - CE Dra. Silvia Valderramas - BA Profa. MSc. Telma Cristina Fontes Cerqueira - SE

EDITORESProf. Dr. Esperidio Elias Aquim - PR Prof. MSc. Marcelo Mrcio Xavier - PR

COORDENAO EDITORIALProfa. MSc. Elisi Rossi Ribeiro - [email protected]

EDITORAO ELETRNICAMarcos Leandro Cachinski - [email protected]

ATENDIMENTOMariane Mansur Garbuio - [email protected]

INFORMAES PARA PUBLICAO DE ARTIGOSTodo o material a ser publicado, deve ser enviado para o seguinte endereo eletrnico, aos cuidados de Profa. Elisi Rossi Ribeiro [email protected]

I.P. (Informao Publicitria): As informaes so de responsabilidade dos anunciantes. Inspirar - Centro de Estudos, Pesquisa e Extenso em Sade - Nenhuma parte dessa publicao pode ser reproduzida, arquivada ou distribuda por qualquer meio, eletrnico, mecnico, fotocpia ou outro, sem a permisso escrita do proprietrio do copyright Inspirar. O editor no assume qualquer responsabilidade por eventual prejuzo a pessoas ou propriedades ligado confiabilidade dos produtos, mtodos, instrues ou idias expostas no material publicado. Apesar de todo o material publicitrio estar em conformidade com os padres de tica da sade, sua insero na revista no uma garantia ou endosso da qualidade ou valor do produto ou das asseres de seu fabricante.

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SumrioEDITORIAL ......................................................................................................................... 5 Influncia da Obesidade na Hipertenso Arterial ................................................................ 6Influence of Obesity in Hypertension Ana Paulo de Santana Andrade, Carla Caroline Cunha Campos, Janayna Pires Ferreira, Juliana Cristina Souza Santos, Larissa Oliveira Gonalvez, Patrcia Roberta dos Santos

Reduo do Edema em Membros Inferiores atravs da Drenagem Linftica Manual: Um Estudo de Caso ................................................................................................................... 10Reductionl of Edema in Lower Limbs using the Manual Lymphatic Draining: A Case Study Aline Martinelli Piccinin, Pmela Billig Mello, Daiane Muller de Bem, Andressa Silva, Patrcia Viana & Rosa

O Papel do Fisioterapeuta no Programa Sade da Famlia ................................................ 15The purpose of the Physiotherapist in the Family Health Program Maria Alice de Lima Albuquerque, Valria Conceio Passos de Carvalho

Estudo de Caso: Os Benefcios da Equoterapia no Desenvolvimento Motor em uma Criana Portadora de Sndrome de Down. .............................................................................. 20Case Study: The Benefits of the Equoterapia in the Motor Development in a Carryng Child of Syndrome of Down. Paty Aparecida Pereira, Danielle Fabiola Leandro

Doena de Osgood Schlatter - Reviso Bibliogrfica e Proposta de Tratamento ............. 24Illness of Osgood Schlatter - Bibliographical Revision and proposal of treatment Rafael Felipe Castilho, Alexandre Sabbag da Silva

Uso de Espirmetro de Incentivo e Presso Positiva no Ps-operatrio de Cirurgia Cardaca com Esternotomia .......................................................................................................... 36The use of Incentive Spirometry and Positive Pressure in the Postoperative period after heart surgery with Sternotomy Ana Cristina da Silva, Daiane Cristina de Moura, Polliana Oliveira Mello, Juliana Cleusa de Almeida Ramos, Natlia de N. Polcaro A. de Freitas, Katherine Cristine Nascimento Dutra

Comparao entre a Idade Motora de Estudantes de uma Escola Pblica e Privada pela Escala de Desenvolvimento Motor .................................................................................... 42Comparison Between theAge of an Engine for Students Public and Private Schools by scale Development Engine Adroaldo Barbosa da Silva, Bartolomeu Andrade Souza Jnior, Janayna de Oliveira Souza, Serginaldo Jos dos Santos

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EDITORIALO desejo de reunir autores em torno de assuntos cientficos de relevncia, sempre foi o desejo da INSPIRAR. Agora nasce a Revista Eletrnica Inspirar, que vem ao encontro do sonho e torna-se impar em sua concretude, embora virtual. Apresentamos aos profissionais da rea da sade, o conhecimento produzido pela comunidade docente e discente, de forma a contribuir para o desenvolvimento das diferentes profisses, no mbito acadmico e profissional. Consonante com a misso que traduz-se na publicao de artigos cientficos que contribuam para a expanso do conhecimento da rea da sade, baseados em princpios ticos, a Revista Inspirar objetiva propiciar meios de socializao do conhecimento construdo, tendo em vista o estimulo investigao cientfica e ao debate acadmico. Como meta, a indexao de qualidade, que coaduna com as perspectivas de longo alcance da Inspirar. Como viso, um nmero crescente de colaboradores e a contnua apresentao sociedade dos frutos de ensino de excelncia e comprometimento com a cincia. Navegue nas pginas da Revista Inspirar, com um convite leitura. Aprecie!

Prof. Dr. Esperidio Elias Aquim - PR Prof. MSc. Marcelo Mrcio Xavier - PR

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Influncia da Obesidade na Hipertenso ArterialInfluence of Obesity in HypertensionAna Paulo de Santana Andrade1, Carla Caroline Cunha Campos1, Janayna Pires Ferreira1, Juliana Cristina Souza Santos1, Larissa Oliveira Gonalvez1, Patrcia Roberta dos Santos2

ResumoEste estudo objetivou verificar a influncia do ndice de massa corporal (IMC) e da relao cintura/quadril na hipertenso arterial em 30 voluntrios obesos (IMC > 25), com idade entre 40 e 50 anos de ambos os sexos (24 do sexo feminino e 6 do sexo masculino) sem doena cardiovascular diagnosticada. Trata-se de um estudo transversal onde os voluntrios tiveram peso, altura e presso arterial e medidas antropomtricas verificados pelo mesmo avaliador. Para comparao entre duas mdias sendo essas, normotensos e hipertensos foi utilizado aplicao do Teste de Student Independente, onde se obteve para o IMC e para relao C/Q dos voluntrios um p= 0, 1429 e p= 0, 0815 respectivamente. Conclumos, diante dos resultados obtidos, que o IMC e a relao cintura-quadril, no alteraram de forma significativa a presso arterial dos voluntrios estudados, devendo-se ser realizados mais estudos com um aumento da amostra, j que estudos pregressos demonstram que o ndice de massa corporal e a relao cintura-quadril influenciam de forma significativa na presso arterial.

AbstractThis study aimed to verify the influence of corporal mass index (CMI) and waist / hip in hypertension in 30 obese volunteers (BMI> 25), aged between 40 and 50 years for both sexes (24 females and 6 male) without diagnosed cardiovascular disease. This is a cross-sectional study where volunteers were weight, height and blood pressure and anthropometric measurements recorded by the same evaluator. For comparison between these two averages is, normotensive and hypertensive patients was used to test the application of Student Independent, where it was found for BMI and for the C / Q of the volunteers a p = 0, 1429 and p = 0, 0815 respectively. In conclusion, given the results obtained, that BMI and waist-hip, did not alter significantly the blood pressure of volunteers studied, one should be conducted further studies with increased sample, since studies show that the index episodes of body mass and waist-hip significantly influence blood pressure.

Key-words:Hypertension, obesity, corporal mass index.

Palavras-chave:Hipertenso, obesidade, ndice de massa corporal.

IntroduoA obesidade uma doena de alta prevalncia com importantes implicaes sociais, psicolgicas e mdicas. Associase com grande freqncia a fatores de risco como dislipidemia, diabetes mellitus e hipertenso arterial, condies estas que favorecem a ocorrncia de processos aterosclerticos e eventos cardiovasculares. (SOUZA et al., 2003 ) A localizao e a distribuio da gordura corporal caracterizam-se dois tipos de obesidade: ginide e andride. A obesidade caracterizada como ginide se evidencia com um acmulo de gordura acentuado nas regies do quadril, glteo e coxa superior, sendo que na obesidade denominada andride o acmulo maior de gordura est nas regies do abdome e tronco (GUEDES; GUEDES, 1998). Diversos ndices antropomtricos tm sido propostos para determinar a associao entre excesso de peso e fatores de risco cardiovasculares. O ndice de massa corporal (IMC) e a re1. Acadmicas da disciplina Fundamentos de Fisioterapia Aplicada Cardiovascular, do VI perodo do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes UNIT. 2. Professora da disciplina Fundamentos de Fisioterapia Aplicada Cardiovascular, do VI perodo do curso de Fisioterapia da Universidade Tiradentes UNIT.

lao cintura-quadril so as medidas mais comumente utilizadas para a determinao do excesso de peso (GUS et al.,1998). O ndice de massa corporal um mtodo simples e prtico, baseado em ndices tirados a partir da medida do peso corporal (kg) e da estatura (m) do mesmo indivduo, ou seja, peso corporal dividido pela estatura ao quadrado (peso/estatura) (GUEDES; GUEDES, 1998). A relao cintura-quadril revela a distribuio da gordura no indivduo, sendo um fator importante para verificar onde h maior localizao de gordura. Quanto maior a quantidade de gordura abdominal, maior a probabilidade de desordens metablicas e elevado risco de doenas cardiovasculares (GUIMARES; PIRES NETO, 1998). Sendo a obesidade uma doena de origem multicausal, o enfoque para corrigi-la deve ser multidisciplinar. O seu tratamento consiste em dieta, exerccio fsico, modificao no comportamento alimentar, acompanhamento psicolgico e, eventualmente, drogas anorexgenas. Mesmo com variadas opes teRecebido: julho de 2009 Aceito: julho de 2009 Autor para correspondncia: Juliana Cristina Souza Santos Email: [email protected]

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 raputicas, o sucesso na perda de peso, freqentemente, difcil de ser alcanado ou mantido (MONEGO et al., 1996 ). Este estudo tem como objetivo verificar a influncia do ndice de massa corporal (IMC), relao cintura/quadril na hipertenso arterial em 30 voluntrios, com idade entre 40 e 50 anos no Centro de Educao e Sade da UNIT. cardiovascular menor que 0,85 para mulheres e 0,90 para homens. Para a classificao dos indivduos em andrides e ginides utilizou-se nvel do umbigo como referncia, onde o individuo que apresentou gordura acentuada acima do umbigo foi classificado com andride ou em forma de ma e o que apresentou predomnio de gordura abaixo do umbigo, na metade inferior do corpo em ginide ou forma de pra (MONTEIRO, 1998). No respectivo estudo foi utilizado para avaliao estatstica, o Teste de Student Independente para comparao entre duas mdias, com significncia para 95% de confiana.

Materiais e MtodosTrata-se de um estudo transversal realizado no Centro de Educao e Sade da UNIT localizado no municpio de Aracaju/ SE, durante os meses de Maio e Junho de 2008, aps aprovao do Comit de tica e Pesquisa. Foram selecionados 30 pacientes portadores de obesidade (IMC > 25),de ambos os sexos com idade entre 40 e 50 anos, onde todos tiveram peso, altura e presso arterial mensurados. O peso e a altura foram verificados utilizando-se uma balana antropomtrica, onde os indivduos encontravam-se descalos e com roupas leves. Posteriormente foi realizado o clculo do IMC e de acordo com os resultados obtidos os indivduos foram classificados em diferentes categorias. O IMC foi categorizado pela classificao da Organizao Mundial da Sade que pode ser observada na tabela 1. TABELA 1 ndice de massa corporal, de acordo com o peso e altura do indivduo

ResultadosOs resultados obtidos no estudo demonstraram que no houve relao significativa do IMC e da relao C/Q na presso arterial dos voluntrios normotensos e hipertensos. Na tabela 2, referente presso arterial do grupo masculino verificou-se predomnio da hipertenso arterial entre os mesmos. J na tabela 3, onde se encontram os dados do grupo feminino, observou-se que metade da amostra apresentou hipertenso arterial, enquanto a outra metade encontrava-se normotensa. Dos voluntrios estudados, 18 encontravam-se hipertensos e 12 normotensos, como pode ser observado nas tabelas 2 e 3. TABELA 2: Dados referentes presso arterial em indivduos masculinos.

Para mensurar a presso arterial foi usado um esfigmomanmetro da marca MISSOURI e estetoscpio clnico da mesma marca. A mensurao da presso arterial foi realizada por um nico estudante de fisioterapia em todos os pacientes e o esfigmomanmetro encontrava-se calibrado para que no houvesse erros ao mensurar a presso arterial. Para evitar variaes acentuadas de presso arterial, estas foram obtidas aps cinco minutos de repouso. Durante a aferio os indivduos ficaram sentados com o brao repousado sobre uma superfcie firme e a altura do corao. A presso arterial foi mensurada em ambos os braos por duas vezes com intervalo de um minuto cada, para maior fidelidade dos dados, sendo considerada a presso arterial do brao esquerdo. Foi definido como hipertenso segundo os critrios estabelecidos pelas IV Diretrizes Brasileira de Hipertenso Arterial, o indivduo que apresentou presso sistlica (PAS) e 140 mmHg e/ou presso diastlica (PAD) e 90mmHg. A relao cintura-quadril (C/Q) foi realizada medindo-se a circunferncia da cintura (na altura da cicatriz umbilical) e a circunferncia do quadril (poro de maior permetro da regio gltea), utilizando-se uma fita mtrica, como descrito por Monteiro (1998).Posteriormente dividiu-se a medida da circunferncia da cintura em centmetros pela medida da circunferncia do quadril em centmetros.Onde o ndice de corte para risco

TABELA 3: Dados referentes presso arterial em indivduos femininos.

As tabelas 4 e 5 demonstram os dados referentes ao ndice de massa corporal, grau de obesidade e relao C/Q dos voluntrios do sexo masculino e feminino respectivamente. Como os entrevistados apresentaram IMC > 25, como determinado no critrio de incluso, todos se encontravam com algum grau de obesidade. Observa-se na tabela 4, que todos os 6 voluntrios

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 do sexo masculino foram classificados como andride e dentre os mesmos, 4 so hipertensos. Na tabela 5 referente ao sexo feminino, entre as 24 voluntrias estudadas, 18 foram classificadas como andrides, onde 8 encontravam-se hipertensas. TABELA 4: Dados referentes ao IMC e relao C/Q em voluntrios do sexo masculino TABELA 7: Comparao da relao C/Q dos voluntrios hipertensos e normotensos TABELA 6: Comparao do IMC dos voluntrios hipertensos e normotensos

TABELA 5: Dados referentes ao IMC e relao C/Q em voluntrios do sexo feminino.

Quando pacientes hipertensos so comparados a indivduos normotensos, uma das maiores diferenas encontradas tem sido um aumento na prevalncia de obesidade. No estudo de Framinghan, 70% dos casos de hipertenso em homens e 61% nas mulheres foram atribudos diretamente ao excesso de adiposidade (SOUZA et al., 2003 ). Han et al.,1996 demonstraram, em estudo transversal e de base populacional, que a medida da cintura capaz de identificar com alta acurcia indivduos obesos. Estes autores identificaram que circunferncias e 94 cm em homens e e 80 cm em mulheres so capazes de identificar indivduos com IMCe 25 kg/ m com uma sensibilidade e especificidade de 96%. Alm disto, verificaram uma associao significativa entre a medida de cintura acima destes valores e a prevalncia de hipertenso e outros fatores de risco, tanto em homens quanto em mulheres. De acordo com Monteiro (1998), a relao cintura/quadril e a gordura visceral aumentam com a idade e so fatores independentes do excesso de peso. O grfico 1 demonstra a relao entre a mdia da presso arterial e o IMC nos voluntrios do sexo masculino e feminino. Grfico (Me F) Mdia da presso arterial e IMC.

Atualmente, tm-se, cada v mais, relacionado obesidade visceral como a principal responsvel pelas alteraes metablicas e hemodinmicas encontradas nos obesos. A distribuio da gordura predominantemente visceral (andride) leva a um maior risco no desenvolvimento de hipertenso quando comparada distribuio perifrica (ginide) (GALVO et al.,2002). De acordo com Sharkey (1997), as pessoas com maior acmulo de gordura em torno dos rgos viscerais aumentam o risco de doenas cardacas, devido s clulas de gorduras que dificultam o bom funcionamento dos rgos. Este autor destaca, ainda, que a gordura visceral pode ser um risco pelo fato de que a gordura armazenada em torno e nas vsceras tem um caminho circulatrio para o fgado, e, nessa regio, as clulas de gordura tm possibilidade de mandar cido graxo livre diretamente para o fgado, podendo ser utilizados para sintetizar colesterol adicional e elevar o risco de doena cardaca. Como conseqncia da obesidade central, existe maior propenso para hipertenso arterial e hiperlipidemia, resultando em maior probabilidade de doena arterial coronria e acidente vascular enceflico (OLIVEIRA; SILVA, 1999). Para comparao entre duas mdias sendo essas, normotensos e hipertensos foi utilizado aplicao do Teste de Student Independente, onde se obteve para o IMC e para relao C/Q dos voluntrios um p= 0, 1429 e p= 0, 0815 respectivamente, no existindo assim diferena significativa entre as mdias do IMC e relao C/Q nos hipertensos e normotensos (Dados apresentados na tabela 6 e 7).Pgina 8

GRFICO 1: dados referentes mdia da PA sistlica e diastlica e sua relao com o IMC nos voluntrios de ambos os sexos. Estima-se que um tero dos casos de hipertenso guarde alguma relao com a obesidade e que obesos tenham trs vezes mais risco de desenvolver hipertenso Embora a associao de obesidade e hipertenso arterial seja amplamente reconhecida, os mecanismos responsveis pelas alteraes pressricas induzidas pelo aumento de peso ainda no esto completamen-

REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 te esclarecidos. Tentativas de explicar as elevaes da presso arterial na obesidade apenas por fatores hemodinmicos no foram convincentes, pois diferenas hemodinmicas entre obesos e no-obesos desaparecem quando os parmetros so ajustados para a superfcie corporal (FERREIRA et al., 2000). 2008. GUS, M. MOREIRA, L.B. PIMENTEL, M. GLEISENER, A.L.M. MORAES, R.S. FUCHS, F.D. Associao entre diferentes indicadores de obesidade e prevalncia de hipertenso arterial. (1998) Disponvel em:. Acesso em: 04 de abril 2008. HAN, T.S; VAN, L.E.M; SEIDELL, M.E.J; LEAN, M.E.J. Waist circumference as a screening tool for cardiovascular risk factors: evaluation of receiver operating characteristics (ROC). Obes Res 1996; 4: 533-47. MONEGO, E.; PEIXOTO, M.; JARDIM, P.; SOUSA, A.; BRAGA, L.; MOURA, M. Diferentes Terapias no Tratamento da Obesidade em Pacientes Hipertensos. (1996) Disponvel em: Acesso em: 29 de maio 2008. MONTEIRO, J. Obesidade: diagnstico, mtodos e fundamentos. In: HALPERN, Alfredo. Obesidade, So Paulo: Ed. Lemos, p. 31-53, 1998. OLIVEIRA, J. J.; SILVA, S. R. A. Fatores de risco para doena arterial coronria. ARS CVRANDI, So Paulo, v. 32, p. 29-40, 1999. SHARKEY, B. J. Condicionamento fsico e sade. Porto Alegre: Artmed, 1997. SOUZA, L; NETO, C. G; CHALITA, F; REIS, A; BASTOS, D; FILHO, J; SOUZA, T; CRTES, V. Prevalncia de Obesidade e Fatores de Risco Cardiovasculares em Campos, Rio de Janeiro. (2003) Disponvel em: Acesso em: 29 de maio 2008. World Health Organization. Obesity: preventing and manging the global epidemic report of a WHO consultation on obesity. Geneva: World Health Organization; 2000.

ConclusoConclumos, diante dos resultados obtidos, que o IMC e a relao cintura-quadril, no alteraram de forma significativa a presso arterial dos voluntrios estudados, devendo-se ser realizados mais estudos com um aumento da amostra, j que estudos pregressos demonstram que o ndice de massa corporal e a relao cintura-quadril influenciam de forma significativa na presso arterial.

RefernciasFERREIRA, S. R. G; ZANELLA, M. T. Epidemiologia da Hipertenso Arterial Associada Obesidade. (2000) Disponvel em: Acesso em: 29 de maio 2008. GALVO, R; JR, O. K. Hipertenso arterial no paciente obeso. (2002) Disponvel em: Acesso em: 29 de maio 2008. GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Controle do peso corporal. Londrina: Midiograf, 1998. GUIMARES, F.J.S.P.; PIRES N.; C.S. Caractersticas antropomtricas e da composio corporal e suas relaes com doenas degenerativas (1998) Disponivel em: . Acesso em: 29 de maio

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Reduo do Edema em Membros Inferiores atravs da Drenagem Linftica Manual: Um Estudo de CasoReductionl of Edema in Lower Limbs using the Manual Lymphatic Draining: A Case StudyAline Martinelli Piccinin1, Pmela Billig Mello2, Daiane Muller de Bem3, Andressa Silva4, Patrcia Viana & Rosa5

ResumoA nossa pele, tecido subcutneo, as aponeuroses, os msculos, os tendes, os ossos, as articulaes, as cpsulas articulares e suas dependncias ligamentares, os nervos e os prprios vasos so objeto de uma cobertura linftica. Sendo assim, o sistema linftico percorre todo o nosso corpo e no pode ser ignorado. Desta forma percebe-se a importncia da drenagem linftica, quer para manter a juventude, quer para manter o sistema imunitrio ativo, assim como, para criar bem estar e melhorias de sade a todos os nveis. Este estudo de caso teve como objetivo avaliar os efeitos teraputicos da drenagem linftica manual na reduo do edema dos membros inferiores e foi realizado na Clnica Dermato-funcional do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta/RS. O sujeito de estudo do gnero feminino, tem 35 anos de idade, fumante e pratica atividade fsica regularmente. Foram realizadas dez sesses de drenagem linftica manual, com uma freqncia de duas vezes por semana, e reavaliaes peridicas para verificar-se os efeitos do tratamento proposto. Realizou-se uma avaliao antes do incio do tratamento e uma reavaliao a cada 7 dias. Os resultados encontrados confirmaram os benefcios da drenagem linftica manual na reabsoro do lquido intersticial e conseqente reabsoro do edema residual. Na primeira reavaliao j percebe-se que as medidas da coxa e da cicatriz umbilical apresentaram uma diferena grande. Alm das diferenas perimtricas, o edema diminuiu visivelmente e a paciente relatou uma sensao de alvio nos membros inferiores. Concluise, ento, que a drenagem linftica manual indicada e apresenta bons resultados no tratamento de edema de membros inferiores.

AbstractOur skin, fabric subcutaneous, the aponeurosis, the muscles, the tendons, the bones, the joints, the joints capsules and our ligaments dependencies, the nerves e the vases are object of a lymphatic covering. Being thus, the lymphatic system cross all our body and cant be ignored. Thus it is perceived the importance of the lymphatic draining, to keep youth, and to keep the immunity system active, as well as, to create welfare and improve the health in all levels. This study of a case had the objective of evaluate the therapeutic effects of the manual lymphatic draining in the reduction of edema in the inferior members and was realized in the Dermatological and Functional Clinical of the Physiotherapy Course in the Cruz Alta/RSs University. The citizen of study is a female, has 35 years old, is smoker and practice physical active regularly. It was realized tem sessions of manual lymphatic draining, with a frequency of two times a week, and periodic reevaluations to verify the effects of the treatment. We realize one evaluation before to began the treatment and other in each seven days. The results confirm the benefices of manual lymphatic draining in the reabsorb of interstitial liquid and consequent reabsorb of the residual edema. Already in the first evaluation we could perceive that the measures of the thigh and umbilical scar showed a big difference. Beyond of this differences, the edema diminished visible and the patient told tha she had a relief sensation in the inferior members. So, we conclude, that the manual lymphatic draining is indicated and have good results in the treatment of edema in the inferior members.

Key words:Lymphatic system, edema, treatment, esthetics.

Palavras-chave:Sistema Linftico, Edema, Tratamento, Esttica.

IntroduoA Fisioterapia est inserida nas Cincias da Sade, tendo como objetivo principal os aspectos funcionais do indivduo, com uma ao que visa prolongar e promover a melhor qualidade de vida. A Fisioterapia Dermato Funcional, por sua vez1. Fisioterapeuta, mestranda em Docncia Universitria (UTN/Argentina) e em Cincias do Movimento Humano (UFRGS). 2. Fisioterapeuta, mestre em Fisiologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutoranda em Fisiologia pela UFRGS. 3. Fisioterapeuta, Mestre em Bioengenharia (USP) 4. Fisioterapeuta, Mestranda em Psicobiologia, Universidade Federal de So Paulo (UNIFESP)

prev a preveno, promoo e recuperao do indivduo no que se refere aos distrbios endcrinos, metablicos, dermatolgicos, circulatrios e/ou musculoesquelticos (GUIRRO & GUIRRO, 2002). A drenagem linftica uma tcnica especfica de massagem, introduzida por Voder (Alemanha) e mais recentemente5. Professora da Universidade de Cruz Alta (UNICRUZ), doutora em Gerontologia Biomdica pela Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). Recebido: junho de 2009 Aceito: julho de 2009 Autor para correspondncia: Email: [email protected]

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 por Leduc (Bruxelas). Sua principal finalidade esvaziar os lquidos exsudados e os resduos metablicos por meio de manobras nas vias linfticas e nos linfonodos (RIBEIRO, 1999). A indicao e utilizao da drenagem linftica manual (DLM) tm-se ampliado bastante nos ltimos anos, com o principal objetivo de reduo do edema. Ela apresenta alguns efeitos fisiolgicos de grande importncia como: auxiliar na filtrao e na reabsoro dos capilares sangneos na drenagem linftica; auxiliar o fluxo de linfa para dentro dos capilares linfticos; facilitar o transporte da linfa; e, auxiliar no bombeamento e na quantidade de linfa processada nos linfonodos. Conforme teorias de Ciucci et al. (2004), a DLM consiste em orientar o lquido do espao intersticial para os centros de drenagem mediante manobras cinsicas especializadas denominadas drenagem linftica manual, estimulando as correntes derivativas do setor afetado, ou seja, essa compresso externa gerada ir promover um diferencial de presso entre as extremidades podendo deslocar o fludo contido em um vaso linftico, promovendo uma reduo da presso no interior do vaso e, assim, facilitando a entrada do excesso de lquido contido no interstcio para o interior do mesmo por diferena de presso (GODOY et al, 2004). Este estudo de caso teve como objetivo avaliar os efeitos teraputicos da drenagem linftica manual na reduo do edema dos membros inferiores. Justifica-se pela importncia de prover ao fisioterapeuta uma tcnica de fcil aplicao e baixo custo, sem necessidade de grande infra-estrutura ou equipamentos especficos, porm com resultados efetivos; e, prover ao paciente uma forma eficaz e com resultados em um curto perodo de tempo para o tratamento do edema. sangneo. A circulao linftica produzida por meio de contraes do sistema muscular ou de pulsaes de artrias prximas aos vasos linfticos. O sistema linftico tem como funo reabsorver e encaminhar para a circulao tudo aquilo que o capilar no consegue recuperar do desequilbrio entre a filtrao e a reabsoro. seu papel transportar as clulas mortas, as clulas imunocompetentes, as partculas inorgnicas, as protenas, os lipdeos, as bactrias, os vrus, os produtos do catabolismo. Segundo Ferrandez, et al., (2001), a anatomia linftica composta por capilares linfticos ou linfticos iniciais, com sua funo coletora e os capilares dispostos em forma de redes fechadas, espalham-se por todo o corpo e do origem para a segunda estrutura linftica que so os vasos linfticos. Eles possuem propriedades fsicas de alongamento e contratilidade com vlvulas que permitem a passagem da linfa e impedem o seu refluxo. A ltima estrutura linftica so os gnglios ou linfonodos que esto localizados ao longo do trajeto dos linfticos, com a funo de filtrar ou purificar a linfa gerando respostas imunolgicas. Segundo Camargo (2000) e Ribeiro (2002) apud Santos & Machado (2003), as vias linfticas da pele e do tecido subcutneo no possuem uma direo de fluxo definida, isto , esses capilares no so valvulados como os coletores linfticos de maior calibre. O sentido do fluxo linftico superficial, ento, depende de foras externas ao sistema linftico, como a drenagem linftica manual, que aumenta a absoro da linfa. A drenagem linftica manual impulsiona o lquido excedente do espao intersticial para dentro dos capilares linfticos. Tal fato acontece quando h presso positiva e os filamentos de Casley-Smith ou de proteo abrem as microvlvulas endoteliais da parede capilar. medida que o vaso enche, as vlvulas fecham-se e a linfa flui (CAMARGO, 2000; RIBEIRO, 2002 apud SANTOS & MACHADO, 2003).

REVISO BIBLIOGRFICAAnatomia e Sistema LinfticoNo corpo humano, alm do sistema circulatrio sangneo, temos o sistema linftico, formado por um conjunto de canais que formam uma densa rede capilar por todo o organismo tendo seu ponto incio-fim nos coletores pr e ps-linfticos, os gnglios linfticos (BRUHNS et al., 1994). De acordo com Ferrandez et al., (2001) o sistema linftico est presente em todas as regies dos membros. A pele, o tecido subcutneo, as aponeuroses, os msculos, os tendes, os ossos, as articulaes, as cpsulas articulares e suas dependncias ligamentares, os nervos e os prprios vasos so objeto de uma cobertura linftica. O sistema linftico consiste de um conjunto particular de capilares, vasos coletores, troncos linfticos e linfonodos que servem como filtros do lquido coletado pelos vasos e pelos rgos linfides que so encarregados de recolher, na intimidade dos tecidos, o lquido intersticial e reconduzi-lo ao sistema vascular sangneo. Quando o lquido intersticial passa para dentro dos capilares recebe o nome de linfa, que apresenta uma composio semelhante ao plasma sangneo. A linfa difere do sangue justamente por no conter clulas sangneas. A linfa absorvida nos capilares linfticos transportada para os vasos pr-coletores e coletores, passa atravs de vrios linfonodos, sendo ento filtrada e recolocada na circulao at atingir os vasos sangneos (GUIRRO & GUIRRO, 2002). Para Bruhns et al., (1994) o sistema linftico no possui um elemento de bombeamento tal como o sistema circulatrio

Drenagem Linftica ManualEm 1892, Winiwarter, um professor de cirurgia austraco descobriu o primeiro mtodo de drenagem linftica. Em 1936 o Dr. Vodder, um fisioterapeuta, adaptou um mtodo inteligente chamado mtodo de Drenagem Linftica, onde tratava grande parte dos seus pacientes que possuam enfermidades infecciosas crnicas das vias respiratrias superiores, como sinusites, renites, gripes; manipulando gnglios linfticos atravs de movimentos circulares suaves, obtendo assim, melhora no estado de sade daqueles pacientes (CHAVES, 2003). Nos ltimos anos de sua vida, Vodder cedeu a representao de seu mtodo escola de Walchsee na ustria e ao professor Foldi na Alemanha (CHAVES, 2003). Na dcada de 60, Foldi, estudou as vias linfticas da cabea e suas relaes com o lquor crebro espinhal (CHAVES, 2003). A equipe do professor Foldi e sua esposa Ethel, na Alemanha, nos anos 70, comeou a Terapia Complexa Descongestiva (TCD) aps profunda pesquisa cientfica teraputica, destacando a Drenagem Linftica Manual como parte fundamental desse tratamento, realizado em regime de internamento hospitalar, utilizando tambm como parte do esquema exerccios linfomiocinticos, drenagem postural, cuidados com a pele e bandagem com ataduras de baixssima elasticidade (NASCIMENTO, 2004). Em 1977, os professores Albert Leduc e Oliver Leduc,

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 adaptaram o mtodo do professor Foldi e de Vodder, onde demonstraram a ao da drenagem linftica manual atravs da radioscopia (LEDUC, 2000). Em 1978, no Congresso Internacional da Associao para Drenagem Linftica Manual, na ustria, o professor Krahe comprovou a eficcia da tcnica de DLM em pacientes mastectomizadas (GUELFI, 2003). Atualmente a DLM aplicada em vrios pases europeus, como ustria, Alemanha, Frana, Blgica, Sua e Itlia, utilizada por profissionais da rea da rea mdica, fisioteraputica, odontolgica, como tambm na rea de esttica (LOPES, 2002). O sistema linftico assemelha-se ao sistema sangneo, que est intimamente relacionado anatmica e funcionalmente ao sistema linftico. Porm, existem diferenas entre os dois sistemas, como a ausncia de um rgo central bombeador no sistema linftico, alm de ser histongico, isto microvasculotissular (GUIRRO & GUIRRO, 2002). A ausncia deste rgo central bombeador, que no sistema circulatrio corresponde ao corao, o que fundamenta a necessidade da drenagem linftica, que utiliza foras externas para impulsionar os lquidos intersticiais. Esta tcnica usada para drenar e limpar macromolculas e resduos celulares que, devido ao seu tamanho, no entram no sistema venoso, ficando, muitas das vezes, no organismo devido m drenagem linftica fisiolgica. A acumulao destes resduos acaba por criar problemas de vrias ordens quer a nvel muscular, quer articular, o que se refletir em todo o corpo e no bem estar geral. A drenagem linftica manual faz uso de movimentos suaves e cadenciados que levam ao relaxamento do corpo e abertura dos capilares linfticos e introduo das macromolculas e resduos celulares nestes capilares. Como sabido so estas macromolculas e estes resduos celulares os responsveis pela acumulao de gua e de gordura, criando problemas comumente relatados por pacientes que procuram auxlio, tais como, pernas cansadas, celulite, dores musculares e articulares, entre outros. A drenagem linftica manual ativa os gnglios linfticos e o seu trabalho, combatendo assim infeces e estimulando as defesas imunitrias, atuando na preveno de infeces (RIBEIRO, 1999). Uma das grandes causas da pobre drenagem linftica natural do organismo deve-se falta de exerccio fsico devido ao sedentarismo da vida moderna e s tenses acumuladas ao longo do dia, s quais vo se acumulando com o tempo e impedindo a boa circulao sangnea e linftica com todas as conseqncias que da advm (RIBEIRO, 1999). De acordo com Leduc (2000), a DLM uma tcnica que drena os lquidos excedentes que banham as clulas, mantendo, desta forma, o equilbrio hdrico dos espaos intersticiais. Ela tambm responsvel pela evacuao dos dejetos provenientes do metabolismo celular. A DLM possui inmeras indicaes, sendo uma tcnica capaz de remover o excesso de lquido da substancia fundamental, promover a desintoxicao do tecido intersticial, melhorar a oxigenao e nutrio celular e proporcionar melhor circulao sangnea venosa. Existem ainda outras formas de drenagem linftica, com o auxlio de correntes eltricas ou ainda a pressoterapia. Os efeitos fisiolgicos da drenagem linftica que nos interessam esto ligados filtrao e reabsoro dos capilares; fluxo de linfa para dentro dos capilares linfticos; velocidade de transporte da linfa; bombeamento causado por compresso externa dos linfticos; e, quantidade de linfa processada nos linfonodos; todos mecanismos fisiolgicos relacionados ao sisPgina 12

tema circulatrio, sangneo e linftico, que so considerados efeitos primrios. Os demais efeitos se manifestam na pele, na musculatura e nos tecidos lesados com presena de dor (RIBEIRO, 1999).

MetodologiaLocal de realizao do estudoEste estudo foi realizado na Clnica de Fisioterapia, Laboratrio de Fisioterapia Dermato-funcional do Curso de Fisioterapia da Universidade de Cruz Alta/RS UNICRUZ.

Sujeito do estudoAo concordar em participar do estudo o sujeito assinou um termo de consentimento que explicava o objetivo e justificava o estudo, alm de esclarecer o anonimato do paciente. O sujeito foi informado que a qualquer momento poderia desistir de participar do estudo, por qualquer motivo. O sujeito deste estudo do sexo feminino, tem 35 anos de idade, fumante e pratica atividade fsica regularmente, trs vezes por semana. A cerca de um ano antes do incio do tratamento a paciente realizou uma cirurgia da veia safena parva, e desde ento, vem apresentando dificuldade de retorno venoso e edemas recorrentes em membros inferiores, sendo recomendada drenagem linftica. Uma limitao do estudo foi a falta de controle da dieta e prtica de atividades fsicas pela paciente. Solicitou-se que ela no alterasse sua rotina e no modificasse seus hbitos a fim de minimizar possveis interferncias nos resultados deste estudo.

ProcedimentosFoi realizada uma avaliao perimtrica antes do incio do tratamento e uma reavaliao a cada 7 dias. Foram avaliadas, com fita mtrica, a circunferncia da coxa 5 e 10 cm acima do joelho, do abdmen 5 cm acima e 5 cm abaixo da cicatriz umbilical e dos glteos (LEITE, 1990). Foram realizadas dez sesses de drenagem linftica manual, duas vezes por semana. As manobras usadas na drenagem linftica seguem alguns princpios bsicos, como com a evacuao (remoo) e a captao (absoro) da linfa. O processo de evacuao tem como objetivo auxiliar a remoo da linfa dos pr-coletores e coletores linfticos e desobstruir os pontos proximais. O processo de evacuao realizado em nvel de capilares e gnglios linfticos com o objetivo de desobstruo do fluxo linftico, essa manobra feita diretamente nos capilares e gnglios (GUIRRO & GUIRRO, 2002). O processo de captao tem como objetivo auxiliar a absoro de lquido intersticial excedente para dentro dos capilares linftico terminais e aumentar o fluxo em direo aos linfonodos regionais e em direo ao canal torcico e ao ducto linftico direito. Esta manobra realizada diretamente na zona edemaciada com o objetivo de aumentar a absoro pelos capilares linfticos e existem diversas tcnicas que podem ser utilizadas. Na drenagem manual o terapeuta realiza todas as manobras com suas mos, sendo o resultado alcanado de forma mais rpida e eficaz que os demais tipos de drenagem (GUIRRO & GUIRRO, 2002). Conforme Guedes Neto (2003) atravs de manobras que

REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 levamos a linfa de locais bloqueados para outros que no haja bloqueio linftico. Executando a tcnica de DLM corretamente, ns podemos estimular a abertura do linftico inicial e aumentar o volume do fluxo da linfa em at 20 vezes (KASSEROLER,1998). Se a drenagem for deficiente h um congestionamento e conseqente acmulo de lquidos. Uma presso demasiadamente forte pode obstruir os capilares chegando at mesmo a danificlos, principalmente os capilares linfticos, pela sua estrutura frgil (CASSAR, 2001).

ConclusoAo final do estudo, pode-se perceber que, pelo sistema linftico exercer o papel fundamental de manter o equilbrio do lquido intersticial, atravs da remoo contnua de protenas e de lquido excedente, a drenagem linftica uma forma de tratamento eficaz para a reduo de edema, com resultados visveis e em um curto perodo de tempo, podendo ser usada em edemas de variadas etiologias (ps-operatrios diversos, leses traumticas, etc.). Os resultados encontrados confirmam os benefcios da drenagem linftica manual na reabsoro do lquido intersticial e conseqente reabsoro do edema residual. Verificamos diminuio do edema de membros inferiores atravs da mensurao da perimetria. Houve diminuio estatisticamente significativa da mdia das medidas perimtricas entre a primeira e a segunda e terceira avaliaes. Percebemos que, aps 7 dias do incio do tratamento (com aplicao de duas sesses de DLM) j houve uma grande diminuio no edema de membros inferiores. Com a continuao do tratamento esta diferena no aumentou, mas se manteve, de forma que no houve nova formao de edema. Ou seja, a DLM teve efeitos rpidos e duradouros diante da manuteno do tratamento. Qualquer fator capaz de gerar aumento suficiente da presso do lquido intersticial acima dos limites fisiolgicos impedir os mecanismos linfticos de compensao, levando ao aparecimento de edema. Por causa desses fatores o tratamento dos edemas principalmente de membros inferiores torna-se uma das reeducaes vasculares mais freqentes na prtica cotidiana, seja em domiclio, em consultrios ou em hospitais, a fim de auxiliar no retorno venoso e diminuir a sobrecarga nos linfonodos. A DLM, para ser efetiva, deve sempre ser realizada por fisioterapeuta habilitado em linfoterapia, que conhea bem a anatomia, fisiologia e patologias linfticas e que saiba aplicar com segurana todos os componentes da tcnica (MARX & CAMARGO, 2000).

Anlise dos resultadosOs valores de perimetria de antes e depois o tratamento foram comparados utilizando o programa GraphPadPrim 4. Foi feita uma mdia dos valores da perimetria antes, durante e depois do tratamento com DLM e estas foram comparadas utilizando uma Anlise de Varincia (ANOVA) de uma via, com post-hoc de comparaes mltiplas de Tukey, considerando p > ou = 0,05.

ResultadosA partir das medidas realizadas antes do tratamento e durante e aps este, pode-se perceber grandes diferenas na perimetria da paciente (Tabela 1). Tabela 1 - Medidas perimtricas antes (1), durante (2) e aps o tratamento (tto 3)

Na primeira reavaliao (Tabela 1 durante o tratamento) j se percebeu que as medidas da coxa (5 cm e 10 cm acima do joelho) e da cicatriz umbilical (5 cm acima e 5 cm abaixo) apresentaram uma diferena grande. Na coxa direita, em apenas uma semana de tratamento o edema diminuiu 5 cm logo acima do joelho e 8 cm mais acima e na coxa esquerda diminuiu 4,5 cm e 8 cm respectivamente. No mesmo tempo o edema da regio umbilical diminuiu 2,5 cm acima do umbigo e 1 cm abaixo deste; e, o edema da regio gltea diminuiu 0,5 cm. Ao final do tratamento (avaliao 3) pode-se perceber o aumento da diferena da perimetria na regio do umbigo, que diminuiu 6,5 cm. Ao analisar as mdias da perimetria antes, durante e aps o tratamento com a DLM verifica-se que h uma diferena estatisticamente significante (p > ou = 0,05) entre a primeira avaliao e as demais (segunda, durante o tratamento e terceira, aps o tratamento). Porm, quando comparamos as mdias entre a segunda e a terceira avaliao no encontramos diferenas estatisticamente significantes. Alm das diferenas perimtricas, o edema tambm diminuiu visivelmente e a paciente relatou alvio da dor e da sensao de peso nos membros inferiores.

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O Papel do Fisioterapeuta no Programa Sade da FamliaThe purpose of the Physiotherapist in the Family Health ProgramMaria Alice de Lima Albuquerque1, Valria Conceio Passos de Carvalho2

ResumoO Programa Sade da Famlia foi criado pelo Ministrio da Sade como estratgia de estruturao da ateno primria sade e vem tendo uma grande repercusso social na qualidade de vida da populao, bem como no funcionamento eficaz do SUS. O municpio de Lagoa do Itaenga-PE adota desde 2000 o PSF como estratgia de organizao dos servios de sade. Este estudo tem como objetivo demonstrar a necessidade, assim como os benefcios da insero do fisioterapeuta no PSF deste municpio. Estudo do tipo ecolgico, realizado atravs do levantamento de dados nas 9 unidades do PSF no perodo de 2003 a 2005. Nos resultados observou-se que o nmero de famlias atendidas pelos ACSs foi de 5.759. Do total de pessoas que necessitam de atendimento fisioteraputico, apenas 10,6% fazem fisioterapia no ambulatrio do SUS. De acordo com o SIAB, em 2005, 4,7% da populao estudada so hipertensos e 0,98% diabticos. Segundo informaes colhidas no ambulatrio de fisioterapia, em 2005, 38% dos atendimentos realizados foi por alteraes motoras e 35,5% por alteraes sensitivas. Os resultados apontam para a importncia da incluso do fisioterapeuta neste PSF, contribuindo para a promoo, preveno, acessibilidade, recuperao e reabilitao, alm da melhoria da qualidade de vida da populao atendida.

AbstractThe Family Health Program was established by the Ministry of Health as a strategy to structure the primary health care and is having a major impact on the social quality of life, as well as the efficient operation of the SUS. The municipality of Lagoa do Itaenga-PE adopts the FHP since 2000 as a strategy for the organization of health services. This study aims to demonstrate the need and the benefits of integration of the physical therapist in this city PSF. Type of ecological study, carried out by survey data in 9 units of the PSF in the period 2003 to 2005. Results showed that the number of families served by ACS's was 5759. Of total persons in need of physical care, only 10.6% are in the physiotherapy clinic of SUS. According to the SIAB, in 2005, 4.7% of the population and 0.98% are hypertensive diabetics. According to information collected in the clinic for physical therapy in 2005, 38% of the care provided was driven by changes and 35.5% for sensory changes. The results indicate the importance of inclusion of physiotherapist in PSF, contributing to the promotion, prevention, accessibility, recovery and rehabilitation, and improving the quality of life attended. Keywords: Physiotherapy, The Family Health Program, Public Health.

Palavras-chave:Fisioterapia, Programa de Sade da Famlia, Sade Pblica.

Key words:Physiotherapy, The Family Health Program, Public Health.

IntroduoO Programa Sade da Famlia (PSF) foi criado pelo Ministrio da Sade como estratgia de estruturao da ateno primria sade e vem tendo uma grande repercusso social na qualidade de vida da populao, bem como no funcionamento eficaz do SUS (VRAS, 2002). Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Sade da Famlia onde o atendimento prestado, na unidade bsica de sade ou no domiclio, pelos profissionais mdicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes co1. Fisioterapeuta, Coordenadora da Ateno Bsica de Lagoa de Itaenga/Pernambuco; 2. Professora Titular da Universidade Catlica de Pernambuco e da Faculdade Integrada do Recife, Mestre em Sade Coletiva.

munitrios de sade (ACS). Cada equipe do PSF tem cerca de quatro a seis ACS e este nmero varia de acordo com o tamanho do grupo sob a responsabilidade da equipe, numa proporo mdia de um agente para 575 pessoas acompanhadas (JNIOR, 2003). De acordo com a Portaria GM/N. 157, de 19 de fevereiro de 1998, cada Equipe de Sade da Famlia (ESF) responsvel por no mnimo 2.400 e no mximo 4.500 pessoas, tendo como mdia 3.450 pessoas (FELIPE, 2006). Um dos pontos culminantes do PSF a busca ativa de uma equipe que visita as pessoas em suas residncias, observando a realidade de cada famlia, podendo assim evitar futurasRecebido: junho de 2009 Aceito: julho de 2009 Autor para correspondncia: Email: [email protected]

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 doenas, alm da cura dos j instalados, e fazendo orientaes para uma vida saudvel (MOREIRA, 2006). O monitoramento e avaliao das atividades do PSF so feitos atravs do SIAB (Sistema de Informao da Ateno Bsica) que deve alimentar os seguintes dados obrigatrios: cadastro das equipes de sade da famlia e cadastro das famlias acompanhadas pelas ESF, alm de auxiliar o acompanhamento e avaliao das atividades realizadas pelos ACS, agregando e processando os dados advindos das visitas domiciliares, bem como do atendimento mdico e de enfermagem realizado na unidade de sade e nos domiclios (MINISTRIO DA SADE, 2000;. ORIOLI, 2006). Estima-se, segundo dados oficiais que, funcionando adequadamente, as unidades bsicas do programa so capazes de resolver 85% (estimativa idealista, sem levar em considerao a qualidade da assistncia e as verdadeiras necessidades da comunidade em questo) dos problemas de sade em sua comunidade, prestando um atendimento de bom nvel, prevenindo doenas, evitando internaes desnecessrias e melhorando a qualidade de vida da populao (JNIOR, 2003). Desde a sua criao at os dias atuais, observa-se que o programa evoluiu bastante em vrios aspectos como: expanso, adeso da comunidade, produo cientfica, surgimento de novas estratgias para os antigos problemas da comunidade e mudanas nas prticas dos profissionais atuantes. Neste contexto, comeou a ocorrer no Brasil, em diferentes regies, a insero do fisioterapeuta no campo de ateno primria ou mesmo dentro do Programa de Sade da Famlia. Neste novo paradigma, o fisioterapeuta passa a contribuir para uma melhoria nas aes de ateno sade nos diferentes nveis de complexidade. Procura otimizar, principalmente, o acesso e a integralidade definidos pelo SUS s demandas bsicas atendidas pelas unidades de sade (VRAS, 2002 apud VRAS, 2005). A insero do fisioterapeuta nos servios de ateno primria sade um processo em construo, associado, principalmente criao da profisso, rotulando o fisioterapeuta como reabilitador, voltando-se apenas no tratamento da doena e suas seqelas. Essa conceitualizao, durante muito tempo, excluiu da rede bsica os servios de fisioterapia, acarretando uma grande dificuldade de acesso da populao a esse servio e impedindo o profissional de atuar na ateno primria (RIBEIRO, 2002). Apesar de ser visto como o profissional da reabilitao, ou seja, aquele que atua exclusivamente no momento em que a doena, a leso ou a disfuno j est estabelecida, o fisioterapeuta um membro da sade com slida formao cientfica, que atua desenvolvendo aes de preveno, avaliao, tratamento e reabilitao, usando nessas aes programas de orientaes e promoo de sade (DELIBERATO, 2002). Experincias isoladas em algumas regies brasileiras mostram que a insero da fisioterapia no Programa de Sade da Famlia enriquece e desenvolve ainda mais os cuidados de sade da populao (BARROS, 2002). Destaca-se assim a importncia da atuao do fisioterapeuta como agente de sade, a exemplo do Nordeste brasileiro, no municpio de Quixad e Sobral (CE) (MENEZES, 2001). Igualmente marcante ocorre no estado de Minas Gerais, com o programa de internato rural com a mesma preocupao social e exemplos como os de Campos de Goytacazes, Maca, Paracambi, no estado do Rio de Janeiro (FELCIO, 2005). O municpio de Lagoa do Itaenga localiza-se na Mesorregio Mata e na Microrregio Mata Setentrional do Estado de Pernambuco, a 72 km de Recife e conta com uma rea de 61,7 km2 (BELTRO, 2006). A populao residente de 22.878 habitantes (DATASUS, 2006) e adota desde 2000 o Programa Sade da Famlia como estratgia de organizao dos servios de sade. A cidade possui 9 equipes, distribudas em 9 Unidades Bsicas de Sade. As equipes so compostas de mdico, enfermeiro e agentes comunitrios de sade. Possui, porm, cinco odontlogos distribudos em cinco unidades de sade. A rede de assistncia sade realizada atravs de um hospital pblico, uma policlnica e um centro de reabilitao do SUS e das 9 unidades de sade da famlia (7 localizados na zona urbana e 2 na zona rural). A maioria da populao que precisa de atendimento fisioteraputico apresenta dificuldades de locomoo para chegar ao ambulatrio de fisioterapia, pois o municpio s dispe de cinco ambulncias para servir a toda populao. Partindo deste princpio, esta pesquisa teve como objetivo demonstrar a necessidade, assim como os benefcios da insero do fisioterapeuta no PSF de Lagoa do Itaenga.

Materiais e mtodosEstudo do tipo ecolgico e descritivo, onde foi feito um levantamento quantitativo diretamente nas 9 unidades do PSF atravs dos 42 agentes de sade, rastreamento das principais patologias que acometem a populao do Municpio de Lagoa do Itaenga-PE atravs do Sistema de Informao de Ateno Bsica (SIAB) e no ambulatrio de fisioterapia, para isso foi coletado o nmero de pessoas residentes que so atendidas com alteraes motoras e sensitivas no perodo compreendido entre 2003 e 2005. Os dados coletados representaram um rastreamento acerca das principais patologias que acometem a populao, o nmero de famlias atendidas, de pessoas acamadas, seqeladas de AVC, com deficincia fsica, debilitadas e a utilizao do ambulatrio de fisioterapia no municpio. medida que os dados eram coletados, eles eram armazenados em bancos de dados pr-codificados no Excel verso 2003, e a fim de prevenir eventuais erros, os mesmos eram confirmados caso a caso, individualmente. Todos os dados foram avaliados e checados na sua consistncia, sendo feita uma anlise descritiva dos mesmos. Para a anlise dos resultados, foi obtida a freqncia das variveis categricas e os valores mdios das variveis contnuas, com seus respectivos desvios-padres.

Resultados e discussoEm Lagoa de Itaenga, a assistncia sade realizada atravs de um hospital pblico, uma policlnica e um centro de reabilitao do SUS e das 9 unidades de sade da famlia (7 localizados na zona urbana e 2 na zona rural). O percentual de famlias atendidas pelas 9 unidades de PSFs de 5.759 e variou de 7,4% at 15,2%, sendo os menores percentuais registrados em Camba (7,4%) e Quatis (8,0%) e o maior em Salina (15,2%) (tabela 1). Segundo o ltimo dado disponvel no DATASUS, em fevereiro de 2007, o nmero de famlias existentes em Lagoa do

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 Itaenga de 5.694. Neste caso, o nmero de famlias atendidas informadas pelos agentes maior do que no nmero registrado no banco de dados. Este fato pode estar ocorrendo devido desatualizao do banco de dados e/ou a falta de informao do nmero correto de famlias atendidas por parte dos agentes de sade. No estudo de Silva (2005), realizado em 9 municpios de So Paulo, foi visto que em praticamente todas as equipes de sade da famlia estudadas, a superviso do preenchimento das fichas e relatrios era feita de maneira informal, ocorrendo ocasionalmente durante a concluso dos relatrios do SIAB a serem enviados Secretaria Municipal de Sade (SMS), realizado no final de cada ms. A falta de superviso e controle da qualidade dos dados, produzidos pelas equipes do PSF, compromete sobremaneira a prpria confiabilidade das informaes geradas (MORAES, 1994). O Manual de Orientaes para o Pacto de Indicadores da Ateno Bsica em 2006 relata que as bases de dados do cadastramento familiar do SIAB apresentam variaes de cobertura entre as Unidades da Federao. Em alguns estados, devido ao atraso na etapa de informatizao do cadastramento, o total de famlias cadastradas no corresponde ao total de famlias cobertas pelas aes das equipes de sade da famlia. Tabela 1 Relao entre 9 unidades de PSFs com o nmero de agentes de sade e o percentual do nmero de famlias atendidas por PSF. fsicos que muitas patologias trazem como tambm os limites arquitetnicos encontrados nas comunidades. Alm disso, h as condies scio-econmicas, que em sua maioria so precrias at mesmo para gastos com transportes (ARRUDA, 2007). O que retrata a realidade dos dados encontrados nesta pesquisa, onde existe uma demanda efetiva para a fisioterapia e uma cobertura aqum desta demanda. A fisioterapia poderia junto equipe atuar de forma a realizar atendimentos domiciliares nestes pacientes portadores de enfermidades, acamados ou impossibilitados, e desenvolver atividades para que os pacientes consigam realizar as AVDs (Atividades da Vida Diria) de forma independente, melhorando sua qualidade de vida e prevenindo mais complicaes (PINHEIRO, 2003 apud FERREIRA, 2005). O atendimento fisioteraputico domiciliar proporciona um melhor relacionamento com o paciente e a famlia, alm de permitir ao profissional um melhor conhecimento acerca das condies scio-econmico-sanitrias da famlia (MORAES, 2001), e a partir da proceder aos encaminhamentos e orientaes pertinentes a cada caso (RAGASSON, 2007). Atravs do Sistema de Informao de Ateno Bsica (SIAB), foi observado que as patologias mais freqentes no municpio de Lagoa do Itaenga so a Hipertenso Arterial e a Diabetes Mellitos. Na Tabela 3, apresentam-se os percentuais de pacientes hipertensos e diabticos entre o ano de 2003 a 2005. Tabela 3 Percentuais de pacientes hipertensos e diabticos entre o ano de 2003 a 2005.

Com relao ao nmero de pessoas com leses crnicas em Lagoa de Itaenga, observou-se que a maior parte delas 38% (n= 115) apresenta alguma deficincia, por outro lado, os pacientes que mais recebem ateno fisioteraputica so os sequelados de AVC, 26,7% (n=16). Outro dado importante revela-se pelo fato de que 302 pessoas necessitam de fisioterapia de acordo com os agentes e apenas 32, ou seja, 10,6% fazem fisioterapia no ambulatrio do SUS (tabela 2). Tabela 2 Distribuio do nmero de pessoas com leso em Lagoa do Itaenga-PE de acordo com os agentes de sade.

Dados semelhantes podem ser encontrados no estudo realizado por Moreira (2006), na comunidade de Nova Viosa, onde se observou uma prevalncia entre a populao pesquisada de amputaes e de deficientes fsicos, sendo detectada tambm uma dificuldade extrema de locomoo destes at os centros reabilitativos localizados no centro da cidade de Viosa. A insero do fisioterapeuta na ateno bsica sade torna-se importante devido grande demanda de pessoas que precisam do servio, mas que so impossibilitadas pelos limites

As condies crnicas no transmissveis representam atualmente a principal causa de mortalidade e incapacidade em todo mundo, principalmente em relao ao diabetes, hipertenso e suas complicaes cardiovasculares (MATTOS, 2007). Estas mudanas no perfil epidemiolgico da populao se devem, principalmente, ao aumento da expectativa mdia de vida da populao (RAGASSON, 2007). O municpio de Lagoa do Itaenga, que tem uma populao de 22.464 habitantes, cerca de 4,7% apresentam Hipertenso Arterial Sistmica (HAS), uma porcentagem baixa se comparada aos dados do Ministrio da Sade o qual estima que no Brasil, 30% da populao hipertensa e esse ndice sobe para 50% entre pessoas com mais de 65 anos. Ainda segundo o Ministrio da Sade, cerca de 15 milhes de hipertensos ignoram sua condio e apenas 7 milhes esto se tratando (MARQUES, 2006). Em Pernambuco, de acordo com a Secretaria Estadual de Sade, 764 mil pessoas acima de 40 anos sofrem de presso alta (ARAGO, 2007). Segundo um estudo realizado por Silva (2005), em 9 municpios de So Paulo, a ficha de acompanhamento dos hipertensos (ficha B-HA) do SIAB, de acordo os ACS, um dos campos que gera dvidas e foi classificado de pouca confiabilidade, visto que segundo o Conselho Regional de Enfermagem do Estado de So Paulo, aos ACS no permitido aferir a presso arterial e tambm pela dificuldade dos pacientes em lembrar o ltimo valor da presso arterial aferido. Grande parte dos hipertensos desconhece sua condio e, dos que conhecem, apenas cerca de 30% apresentam um controle adequado (OLMOS, 2002). Como no h cura para a doena, a deteco e o controle adequado so um dos grandes desafios para a nossa sade pblica. De acordo com as V DiPgina 17

REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 retrizes brasileiras de Hipertenso Arterial, as atividades e exerccios fsicos auxiliam na preveno primria da hipertenso arterial (SANTOS, 2006). Segundo Moreira (2006), a fisioterapia, atuando junto equipe multidisciplinar, atua na promoo da sade, ou seja, age para que a populao adoea o menos possvel. Campanhas educativas 3 idade, palestras e programas com o Agita Sade, concedido pelo Ministrio da Sade, tem como estratgia a promoo de estilos saudveis de vida, favorecendo tambm o controle e a preveno de doenas crnicas, de modo a oferecer sustentabilidade e maior efetividade s iniciativas municipais para o controle da hipertenso e do diabetes, entre outras. Em Jaguarina, So Paulo, alunos e professores do curso de Fisioterapia da Faculdade Jaguarina (FAJ) deram incio s atividades de um programa denominado Fisio Agita, na rea de fisioterapia preventiva, envolvendo exerccios fsicos e palestras sobre a preveno de doenas como hipertenso arterial sistmica, osteoporose, diabetes e apresentaes sobre a atuao da fisioterapia nestas enfermidades. Alm da informao terica, sero realizados exerccios e atividades com os participantes, com o intuito de incentivar a prtica fsica e orientar sobre os efeitos preventivos da fisioterapia na manuteno da sade da populao, explica a professora da disciplina Fisioterapia em Sade Comunitria Camila Isabel da Silva Santos. Os eventos so realizados gratuitamente em praas pblicas, parques do municpio e na prpria sede da Interclnicas FAJ (WESTIN, 2007). Em um bairro da periferia na cidade de Foz do Iguau/ PR existe tambm um programa denominado Caminhada da Sade que tem como objetivo a preveno e melhoria da qualidade de vida da populao. O programa coordenado pelo fisioterapeuta da Unidade de Sade e conta com o apoio de outros profissionais. Alguns resultados esperados e observados foram: a normalizao dos nveis pressricos (principalmente dos hipertensos), melhoria da qualidade de vida, do condicionamento fsico e mental, facilidade do acesso s informaes em sade, diminuio na busca pelos servios de sade e maior adeso da comunidade prtica de atividades fsicas (ROCHA, 2004). Foram constatados tambm que 0,98% desta populao so diabticos. O tratamento do paciente diabtico feito por um conjunto de aes que envolvem uma trade construda por: dieta, medicao e exerccios regulares (DELIBERATO, 2002, p.86). Da mesma forma que na Hipertenso Arterial, o paciente diabtico beneficiado pela prtica de exerccio fsico regular porque a prtica desse equilibra a glicemia sangnea. Estudos ampararam o conceito de que o melhor controle da glicemia desempenha papel chave na reduo das complicaes da diabetes a longo prazo (SILVA, 2002 apud HAAS, 2003). De acordo com Fernandes (2002), cabe aos profissionais fisioterapeutas a contribuio para transformaes na sade de pacientes diabticos, disponibilizando com criatividade, aes preventivas e reabilitadoras. Estas aes trazem significativas mudanas para a populao, pois geralmente o paciente diabtico encaminhado ao servio de fisioterapia para tratamento somente quando tem uma complicao crnica instalada (acidente vascular cerebral, amputao, lcera plantar, etc.). Os objetivos da fisioterapia preventiva aplicada ao paciente com diabetes mellitos so: melhorar as condies gerais de vida do paciente, promovendo o maior grau possvel de independncia funcional; evitar e/ou minimizar complicaes agudas e crnicas; favorecer a queima de glicose pelos msculos, normalizando ou adequando os nveis de glicose no sangue e favorecer a reduo de triglicrides e colesterol, alm de evitar a aterosclerose pelo aumento do fluxo sanguneo, principalmente dos membros inferiores, reduzindo o risco de problemas cardiovasculares (DELIBERATO, 2002, p.86). Na Tabela 4, apresenta-se o nmero de atendimentos realizados no ambulatrio de fisioterapia do SUS. Nesta tabela, verifica-se que o nmero de atendimentos com alteraes motoras foi de 38% e o de alteraes sensitivas de 35,5% em 2005. Tabela 4 - Avaliao do nmero total de atendimentos no ambulatrio de fisioterapia do SUS de Lagoa de Itaenga-PE e com alteraes motoras e alteraes sensitivas por ano pesquisado.

De acordo com Felcio (2005), os pacientes que recebiam atendimento fisioteraputico domiciliar na equipe de home care atravs do Instituto da Previdncia do Municpio (IPM) em Serrinha, na viso do cuidador, apresentavam condies clnicas mais favorveis, principalmente em relao dor e parestesia, que so alteraes comumente encontradas nos pacientes neurolgicos crnicos, decorrentes dos perodos de imobilizao e diminuio das atividades da vida diria destes pacientes. Em outro estudo realizado por Vras (2005), no PSF de Sobral - Cear, segundo a populao estudada, aps a insero da fisioterapia no PSF, houve dentre outras, uma melhora de 38% dos usurios da capacidade de realizar movimentos e 26% afirmou ter havido reduo na intensidade da dor. Atualmente, observa-se um envelhecimento da populao que favorece o incremento de patologias crnicas degenerativas. Esse fato retratado no aumento de pacientes nos ambulatrios de fisioterapia, o que poderia ser melhor trabalhado atravs da descentralizao do atendimento. No estudo de Brasil (2005), realizados com os fisioterapeutas integrantes do PSF em Sobral - CE observou-se que 67% das atividades realizadas por eles esto relacionadas promoo da sade, preveno de doenas ou esto sendo realizadas de maneiras coletivas; enquanto que 24% esto relacionadas ao modelo individual e curativo. Isto nos mostra que o fisioterapeuta est realizando um percentual maior de aes coletivas e promotoras de sade, que so as prioridades da estratgia da sade da famlia.

ConclusoA implementao da portaria n 1.065, de 4 de julho de 2005 do Ministrio da Sade, que cria os ncleos de ateno integral na Sade da Famlia, com a finalidade de ampliar a integralidade e a resolubilidade da Ateno Sade, torna possvel a incluso do fisioterapeuta e de outros profissionais de sade

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 nas equipes do PSF dos municpios brasileiros (SOUZA, 2006). Tendo em vista que a presena do fisioterapeuta no PSF se torna relevante na medida em que contribui para a promoo, preveno, recuperao e reabilitao da populao, conclumos que a insero desse profissional no PSF de Lagoa do ItaengaPE, acarretar importantes benefcios populao atendida. ponsabilidade social na abordagem e preveno das doenas crnicas: a experincia de um grupo de estudantes da rea da sade no municpio de rinco SP. Universidade de Ribeiro Preto UNAERP. Disponvel em: < http://www.saudebrasilnet.com.br/ saude/trabalhos/063s.pdf> Acesso em: 6 de jun. 2007. MENEZES, R. G. Fisioterapia social, uma excepcionalidade acadmica? O Coffito, n.10, p.3, 2001. MINISTRIO DA SADE. Manual do sistema de informao da ateno bsica. Braslia, 2000. MORAES, I.H.S. Informaes em sade: da prtica fragmentada ao exerccio da cidadania. Hucitec/Abrasco: So Paulo/Rio de Janeiro1994. MORAES, J.R. et al. A atuao da fisioterapia no programa de sade da famlia (PSF). Revista Reabilitar. So Paulo, v.3, n.10, p.27-30, 1 trimestre 2001. MOREIRA, P.H.B. et al. A insero do fisioterapeuta na equipe multiprofissional - Programa Sade da Famlia (PSF). Rede de Fisioterapia na Sade Coletiva. 2006. Disponvel em: Acesso em: 3 jun. 2007. OLMOS, R.D.; LOTUFO, P.A. Epidemiologia da hipertenso arterial no Brasil e no mundo. Revista Brasileira de Hipertenso. Ribeiro Preto, v.9, n.1, p. 21 23, mar. 2002. ORIOLI, M.A.M. O Programa de sade da famlia do municpio de Itaperuna-Estado do Rio de Janeiro: avaliao da implantao e metas propostas. 2006. 140f. Dissertao (Mestrado) - Universidade Federal Fluminense, Niteri. RAGASSON, C. A. P. et al. Atribuies do fisioterapeuta no programa de sade da famlia: reflexes a partir da prtica profissional. Artigo eletrnico... Disponvel em: Acesso em: 21 mar. 2007. RIBEIRO, K. S. Q. A atuao da fisioterapia na ateno primria sade reflexes a partir de uma experincia universitria. Fisioterapia Brasil, v. 3, n. 5, p. 311-318, set/out. 2002. ROCHA, G.G. O fisioterapeuta como gerador e implementador das aes em sade pblica. Crefito 8. 27 ago. 2004. Disponvel em: Acesso em: 27 mai. 2007. SANTOS, R.A.S. V diretrizes brasileiras de hipertenso arterial. 2006. Sociedade Brasileira de Hipertenso. Disponvel em: < http://www.sbh.org.br/documentos/index.asp > Acesso em: 2 jun. 2007. SILVA, A.S.; LAPREGA, M.R. Avaliao crtica do sistema de informao da ateno bsica (SIAB) e de sua implantao na regio de Ribeiro Preto, So Paulo, Brasil. Caderno de Sade Pblica, Rio de Janeiro, v. 21, n.6, p.1821-1828, nov./ dez., 2005. SOUZA, P.C.S. A fisioterapia e a construo de novos saberes e prticas a partir do programa de sade da famlia. Revista Crefito 2, ed.19, mai./jun. 2006. Disponvel em: Acesso em: 6 jan. 2007. VRAS, M.M.S. O fisioterapeuta no programa de sade da famlia. In: BARROS, F.B.M. O Fisioterapeuta na Sade da Populao: Atuao transformadora. 1 ed., Rio de janeiro: Fisiobrasil, 2002, p. 185 - 192. VRAS, M.M.S. et al. A fisioterapia no programa sade da famlia de Sobral - CE. Fisioterapia Brasil, v.6, n.5, p. 345348, set./out. 2005. WESTIN, V. Fisio agita em Jaguarina traz benefcios populao. Faculdade Jaguarina. So Paulo, abr. 2007. Disponvel em: Acesso em: 20 mai. 2007.

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Estudo de Caso: Os Benefcios da Equoterapia no Desenvolvimento Motor em uma Criana Portadora de Sndrome de Down.Case Study: The Benefits of the Equoterapia in the Motor Development in a Carryng Child of Syndrome of Down.Paty Aparecida Pereira1, Danielle Fabiola Leandro1

ResumoO portador de sndrome de down apresenta uma srie de caractersticas fsicas e mentais, tais como hipotonia muscular, frouxido ligamentar, baixa estatura, aumento do peso corporal e retardo mental. A equoterapia um mtodo teraputico baseado na prtica de atividades eqestres e tcnicas de equitao, que utiliza o cavalo como instrumento de trabalho. O presente estudo teve por objetivo verificar os benefcios da equoterapia nos principais atrasos do desenvolvimento motor. Foi realizado um estudo de caso, no perodo de junho a agosto de 2008, com um paciente do sexo masculino, com 5 anos de idade, portador de sndrome de down, no CTG Os Vaqueanos, Papanduva, SC. O paciente foi submetido ao protocolo de tratamento duas vezes semanais, que constava de exerccios para equilbrio, coordenao motora e fora muscular. O paciente foi avaliado pr e ps tratamento. Como resultado obteve-se melhoras significativa no equilbrio esttico e dinmico, na coordenao motora e na fora muscula, onde pode-se observar melhora da deambulao. Desta forma, conclui-se que a tcnica reabilitadora atravs da equoterapia eficaz no desenvolvimento motor de crianas portadora de sndrome de down.

AbstractThe carrier of syndrome of down presents a series of physical and mental characteristics, such as hipotonia muscular, looseness to ligamentar, low stature, increase of the corporal weight and mental retardation. The equoterapia is a based therapeutical method in practical of eqestres activities and the techniques of riding, that uses the horse as work instrument. The practitioner is leading to follow the movements of the horse, being had to keep the balance and the motor coordination to all put into motion the body inside of its limits. The present study it had for objective to verify the benefits of the equoterapia in the main delays of the motor development. A case study was carried through, in the period of June the August of 2008, with a patient of the masculine sex, with 5 years of age, carrier of syndrome of down, in the CTG the Vaqueanos, Papanduva, SC. The patient was submitted to the treatment protocol two weekly times, that consisted of exercises for balance, motor coordination and muscular force. The patient was evaluated daily pay and after treatment. In the end of the treatment protocol it was observed that it had improvement in the balance, motor coordination, in the march and in the muscular force the results had not been so positive. As a result produced significant improvements in the static and dynamic balance, coordination unit and muscula, where it can be observed improves of deambulao. In such a way, one concludes that the reabilitadora technique through the equoterapia is efficient in the motor development of children carrying of syndrome of down.

Palavras-chave:Sndrome de Down, desenvolvimento motor, equoterapia.

Key words:Syndrome of down, motor development, equoterapia. O portador de SD apresenta uma srie de caractersticas fsicas e mentais, tais como hipotonia muscular, frouxido ligamentar, baixa estatura, aumento de peso corporal e retardo mental (ARIANI, 2005). Na equoterapia, a fisioterapia encara o cavalo como instrumento cinesioteraputico no atendimento de pessoas portadoras de deficincia e/ou com necessidades especiais, para uma melhoria motora do alinhamento corporal, para o controle dasRecebido: maio de 2009 Aceito: maio de 2009 Autor para correspondncia: Email: [email protected]

IntroduoDanielski (2001) destaca que a Sndrome de Down (SD) uma condio gentica caracterizada pela presena de um cromossomo a mais nas clulas de quem portador e acarreta um variado grau de retardo no desenvolvimento motor, fsico e mental.1. Enfermeira Especialista em Unidade de Terapia Intensiva Multiprofissional . 2. Enfermeira, Doutor em Clnica Cirrgica, Diretora do Instituto de Administrao Pblica de Curitiba, Docente do IBPEX.

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REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 sinergias globais, para o aumento do equilbrio esttico e dinmico. (SANTOS, 2005) Considerando que a sndrome de down tem um problema que engloba todo um atraso no desenvolvimento motor, este estudo de caso teve como principal objetivo verificar quais os benefcios da equoterapia nos principais atrasos do desenvolvimento da criana, que atribui para uma melhor independncia e qualidade de vida na sociedade. Sero avaliados os principais atrasos no desenvolvimento motor desta criana, sendo eles: o equilbrio, a fora muscular, a coordenao motora e a marcha. A pesquisa contar com uma criana de 5 anos de idade, do sexo masculino, portadora de sndrome de down que freqenta a Associao de Pais e Amigos Excepcionais (APAE) de Papanduva, o local de aplicao ser no CTG Os Vaqueanos, a freqncia da terapia ser de duas vezes na semana, com durao de trinta minutos cada sesso, durante dois meses totalizando doze sesses. Ser aplicada uma avaliao pr e ps tratamento.

ResultadosNo incio da prtica da equoterapia, observou-se que o praticante encontrava-se aflito e com medo, no primeiro contado com o animal ele chorou, mas ao longo das sesses foi se tranqilizando e gostando do animal. Observou-se tambm que nas primeiras sesses o praticante encontrava dificuldade nos exerccios devido falta de equilbrio e fora muscular para realiz-los, mas com o passar dos dias foi adquirindo mais confiana, equilbrio e fora muscular.

Materiais e MtodosEst pesquisa foi um estudo de caso do tipo prospectivo, quantitativo e intervencionista e no contar com grupo controle. Foi aplicada no CTG Os Vaqueanos, situado na Rua Mafra, SN em Papanduva SC. Participou do estudo, F.R, com 5 anos de idade cronolgica e 1 e 3 meses de idade motora, do sexo masculino que freqentava a APAE de Papanduva SC todos os dias, Quando o mesmo iniciou a pesquisa apresentou grande dificuldade na deambulao, sendo que o mesmo ainda utilizava fraldas, dficit no equilbrio tais como, ficar num p s, subir e descer degraus entre outros e no conseguia correr. Esta pesquisa foi aplicada no perodo de junho a agosto de 2008. Para o incio ao programa de tratamento, a criana foi avaliada pelo mdico pediatra, e encaminhada para a prtica de equoterapia, com a respectiva autorizao dos pais atravs da assinatura/aceitao do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido Aps foi submetido a uma avaliao fisioteraputica, a qual consta de: teste de fora muscular segundo SHIGUEMOTO, 2004 apud REBELATTO; MORELLI, 2004, p.111; Coordenao motora segundo OSULLIVAN, SCHMITZ, 2004; Do equilbrio, que foi avaliado atravs de 29 itens sendo graduados de 1 a 4, sendo que o 1 indica atividade impossvel e 4 capaz de realizar o movimento, segundo OSULLIVAN, SCHMITZ, 2004 e anlise da marcha e dos reflexos tendinosos profundos. Aps, o praticante foi submetido a um protocolo de tratamento, que constava de dez sesses de equoterapia, e mais duas avaliaes, sendo um pr-tratamento e uma aps o tratamento. As sesses foram realizadas duas vezes por semana com durao de 30 minutos cada sesso, durante aproximadamente 3 meses. Tendo como protocolo de tratamento a nfase no equilbrio, dissociao de cinturas e coordenao motora. Para a prtica da equoterapia foi utilizada uma gua tordilha, com 14 anos de idade, dcil, com 1.50 metros de altura, um redondel com 17 metros de dimetro com adaptao de uma rampa de acesso para o praticante montar no cavalo, um guia, bambols, cones, bolas e acompanhamento dos pais.

Ao analisar a fora muscular (FM) de membros superiores (MMSS) observou-se um dficit na mesma, entretanto, pstratamento observamos melhora, contudo ainda no dentro da normalidade. J os membros inferiores (MMII) tinham uma menor alterao na FM pr-tratamento e houve um total restabelecimento aps o tratamento.

Nos resultados obtidos pelo praticante na avaliao pr e ps- tratamento, na modalidade de coordenao e equilbrio, constatamos que o praticante adquiriu resultados positivos. Em relao anlise da marcha observou-se que o paciente no pr-tratamento realizava o contato de calcanhar, acelerao e desacelerao com dificuldade, passando no ps-tratamento a realizar sem dificuldade. O apoio plantar, apoio mdio, sada do calcanhar, sada dos dedos e balano mdio permaneceram os mesmos resultados. A avaliao dos reflexos tendinosos profundos mantiveram-se os mesmos, pois ele est ligado com a hipotonia muscular da sndrome.

DiscussoBurns e MacDonald (1999) afirmam que alguns traos fsicos podem afetar o desenvolvimento motor de uma criana com sndrome de Down, dentre eles podem ser citados: ossos longos, mais curtos que normalmente, flacidez articular, hipotonia muscular, imaturidade da mo, espao normalmentePgina 21

REVISTAINSPIRARVolume 1 Nmero 2 agosto/setembro de 2009 amplo entre os dois primeiros artelhos e atraso em relao ao controle de postura e do equilbrio. Ainda conforme Tecklin (2002), pesquisas tambm mostram que a falta de mielinizao e um atraso no trmino da mielinizao entre 2 meses e 6 anos de idade pode explicar o atraso global no desenvolvimento tipicamente visto em crianas com essa sndrome. No paciente desta pesquisa pode-se observar atravs da avaliao pr-tratamento que sua idade motora era de aproximadamente 1 ano e 3 meses e sua idade cronolgica de 5 anos. Maldonado (2002) cita que a diminuio dos reflexos tendinosos profundos, est relacionado com a hipotonia e a hiperfrouxido ligamentar associada com a sndrome de Down contribuem para a maioria dos atrasos motores e incapacidades musculoesquelticas associadas que so de grande preocupao para os fisioterapeutas peditricos. (Tecklin, 2002). No paciente deste estudo pode-se comprovar esta diminuio nos reflexos, tanto na avaliao pr-tratamento quanto na ps-tratamento. Pode-se observar no paciente, a frouxido ligamentar mais exacerbada em quadris e joelhos, e a hipotonia encontrava-se generalizada. Tecklin comenta ainda que a hiperfrouxido ligamentar com a hipotonia resulta na falta de rotao de tronco, e conseqentemente no atraso e na imaturidade da aquisio da marcha, e Copetti, et al, (2007) comenta tambm que essa sndrome geralmente desencadeia um andar caracterizado por uma larga base de apoio com ps voltados para fora e joelhos rgidos rodados externamente, aumentando, assim, a estabilidade de sustentao por meio da compensao da fixao presente nos joelhos (semiflexo ou hiperextenso). Sarro e Salina (1998) citam que o dficit do equilbrio na criana com Sndrome de Down importante e pode persistir at a adolescncia, e comparando com a avaliao pr e pstratamento do nosso paciente pode-se observar que teve uma boa melhora em seu equilbrio, mas no chegando ao que seria normal para a sua idade cronolgica. De acordo com Mancini et al (2003), no que se refere ao desenvolvimento de habilidades motoras, as evidncias mostram que crianas com sndrome de Down apresentam atraso nas aquisies de marcos motores bsicos, indicando que esses marcos emergem em tempo diferenciado (superior) ao de crianas com desenvolvimento normal. Conforme relato da me durante a avaliao, ela ns explicou que com 12 meses a criana comeou a ficar sentada sozinha, permanecendo assim, at os 3 anos e 6 meses, pulou o engatinhar e passou a deambular, com bastante dificuldade, confirmando o que o autor Mancini j havia falado. A cadncia mais lenta e a anteroverso plvica. Caractersticas dessa sndrome produzem um andar atpico realizado sobre a ponta dos ps, sendo que dficits no sistema de controle postural podem ser uma forma parcial de explicar os problemas de equilbrio nessas crianas. No entanto, mesmo que de forma mais lenta, a criana com SD pode atingir padres de movimentos maduros quando estimulada. (COPETTI, et al, 2007). Todas estas caractersticas descritas acima se confirmaram em nosso paciente, e com a estimulao que houve durante as dez sesses de equoterapia, pode-se observar que obtivemos melhoras significantes na marcha do paciente. Conforme Santos (2005) nos fala, a fisioterapia encara o cavalo como instrumento cinesioteraputico no atendimento de pessoas portadoras de deficincias fsicas, e com isso, ocorrendo uma melhoria motora do alinhamento corporal, para o controle das sinergias globais, para o aumento do equilbrio esttico e dinmico. Lermontov, (2004) cita que o praticante da equoterapia levado a acompanhar os movimentos do cavalo, tendo de manter o equilbrio e a coordenao para movimentar simultaneamente tronco, braos, ombros, cabea e o restante do corpo, dentro de seus limites. No incio do nosso tratamento, pode-se observar que a criana encontrava-se aflita e com medo, no deixando com que os movimentos do cavalo lhe fornecessem a segurana necessria para o melhor alinhamento corporal, mas com a adaptao a terapia ela comeou a confiar mais no animal, conseguindo ultrapassar seu medo e realizar os exerccios sem dificuldade. Copetti, et al, (2007) comenta que a literatura no especifica um perodo para a interveno com a equoterapia, mas alteraes so referidas j a partir de doze sesses. J no nosso estudo, pode-se comprovar alteraes no equilbrio, na coordenao motora e na fora muscular do paciente a partir de 10 sesses de equoterapia. Na concluso desta pesquisa pode-se observar que a equoterapia proporcionou estmulos ao desenvolvimento motor da criana com Sndrome Down, como pode ser constatado nos resultados apresentado pelo paciente.

ConclusoAo trmino deste estudo, observamos com clareza que a criana com Sndrome de Down, tem atrasos importantes no seu desenvolvimento motor, como o dficit no equilbrio, na coordenao motora e na marcha, assim como a hipotonia e a hiperfrouxido ligamentar. Sendo assim importante a estimulao motora desde o nascimento da criana, para que o seu atraso no desenvolvimento motor no seja to avanado. Aps a aplicao do protocolo de estudo pode-se observar uma grande melhora na coordenao motora e no equilbrio diminuindo as quedas e dando mais independncia ao paciente. J na fora muscular e na marcha os resultados no foram to positivos. sugere-se aumentar o nmero de sesses ao protocolo de tratamento para que os resultados sejam melhores. Neste estudo pode ser comprovado que a equoterapia, como tcnica de reabilitao, uma modalidade de reabilitao facilitadora, ldica e recreativa, que possibilita realizar exerccios, que muitas vezes se torna difcil de realizar no solo, e estimulando para que o paciente tenha uma melhor qualidade de vida. Com tudo isso, sugere-se que sejam feitas novas pesquisas com esta patologia, aumentando o nmero de sesses ao protocolo de tratamento e o numero da amostra, para verificar as melhorias no desenvolvimento motor destas crianas.

RefernciasARIANI, Cludia. Anlise clnica cinemti