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ANO 14 N O 135 MARÇO 2008 POR UM PLANETA MAIS POR UM PLANETA MAIS Petrobras cria projeto estratégico para tratar da mudança climática e assume o compromisso de evitar a emissão de 21,3 milhões de toneladas de CO 2 equivalente no período 2007-2012 Petrobras cria projeto estratégico para tratar da mudança climática e assume o compromisso de evitar a emissão de 21,3 milhões de toneladas de CO 2 equivalente no período 2007-2012 saudável saudável

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POR UM PLANETA MAISPOR UM PLANETA MAIS

Petrobras cria projeto estratégico para tratar da mudança climáticae assume o compromisso de evitar a emissão de 21,3 milhões detoneladas de CO2 equivalente no período 2007-2012

Petrobras cria projeto estratégico para tratar da mudança climáticae assume o compromisso de evitar a emissão de 21,3 milhões detoneladas de CO2 equivalente no período 2007-2012

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Revista Petrobras 135 • ano 14 • Março de 2008Av. República do Chile, 65, sala 1.202 • Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20035-900E-mail: [email protected] • Tiragem: 171.000 exemplares

Gerente Executivo de Comunicação Institucional Wilson Santarosa • Gerente de Relacionamento: Gilberto Puig • Gerente de Relacionamento como Público Interno Luiz Otávio Dornellas • Comitê Editorial Ana Luísa Feijó Abreu (Financeiro), Cláudia Del Souza (E & P), Cláudio Francisco Negrão(Transpetro), Maurício Lopes Ferreira (RH), Elizete Vazquez (Serviços Compartilhados), Geovane de Morais (Abastecimento), Luiz Roberto Clauset(SMS), Marcelo Siqueira Campos (Petrobras Distribuidora), Márcia Figueiredo (Internacional), Norberto Noschang (Cenpes), Carla Barata (Jurí-dico), Wanderley Bezerra (Gás e Energia), Vera Caliari (Engenharia) • Editor Responsável Alexandre Medeiros (Ofício de Letras), Mtb 16.757 • Edi-tor de Fotografia Geraldo Falcão • Editores Angela Regina Cunha, Gabriela Mendes, Nádia Ferreira, Patrícia Alves e Valéria Fornicola • Editora assistente:Vivi Fernandes de Lima • Produtor Executivo Albano Auri • Diagramação e Infografia Azul Publicidade • Colaboradores: Bruno Casotti, Celina Côrtes,Claudia Lima, Júlia Viegas, Luciana Conti, Márcia Leoni e Pedro Paulo Malta • Copidesque Bella Stal • Impressão Ipsis Gráfica e Editora

Saiba o que o governo federal temfeito para ampliar a igualdade degênero no país nesta entrevista com aministra Nilcéa Freire, da SecretariaEspecial de Políticas para as Mulheres.

E mais...

6 Petrorama

7 Mural do

Leitor

18 Negócios

24 Cultura

26 Gente

28 Logística

32 Fique por Dentro

36 Máquina do Tempo

pág. 4

Projeto estratégico para mudançaclimática prevê metas de eficiênciaenergética e melhoria operacional,entre outras, para reduzir a emissão degases do efeito estufa na atmosfera.

pág. 10

Com seus 946 quilômetros de extensão,o trecho Cacimbas-Catu do Gasene vai levar para o Nordeste até 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia a partir de 2010, contribuindo para o desenvolvimento da região.

pág. 20

Criação da TIC (Tecnologia da Informação e Telecomunicações)integra as antigas áreas de TI e TCOM em uma única unidadede serviços.

GESTÃO

pág. 16

Boa notícia para as estradas brasileiras: a Petrobrasestá ampliando o Centro de Excelência em Asfalto(Ceasf) com a criação de novos núcleos regionais.

TECNOLOGIA

pág. 30

Entre flores e muita integração, o Orquidário do Cenpes épalco do vitorioso Projeto de Inclusão da Pessoa Deficienteno Ambiente de Trabalho.

SOCIAL

ENTREVISTA CAPA

pág. 8

PENNA PREARO BANCO DE IMAGENS PETROBRAS STEFERSON FARIA

GERALDO FALCÃO

JÚLIA LINHARES

KEYSTONE/ARQUIVO PETROBRAS

DISTRIBUIÇÃO

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omo reitora da Universidade do Estado do Rio deJaneiro (Uerj) entre 2000 e 2003, a médica e profes-sora Nilcéa Freire implantou o sistema de cotas para

alunos das escolas públicas do Rio de Janeiro e para negros,uma experiência pioneira que suscitou um saudável debate emtodo o país. Incansável na luta pela igualdade de gênero emtodas as esferas, Nilcéa aceitou o convite do presidente LuizInácio Lula da Silva para comandar a Secretaria Especial dePolíticas para as Mulheres, criada em 2004 para tratar especi-ficamente de assuntos relacionados à mulher. Nesta entrevistaà Revista Petrobras, a ministra mostra que, cada vez mais, aigualdade de gênero está deixando de ser um conceito paratornar-se realidade no Brasil.

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“É preciso romper barreiras e preconceitos para que não haja uma divi

Igualdade de gênero não é

sa o compromisso do governo federal com a cons-trução da igualdade de gênero e raça no nosso país.O plano tem um eixo destinado à autonomia e àigualdade no mundo do trabalho. Quanto às em-presas, elas devem implementar inovações em seuambiente interno, visando à conciliação da vida la-boral com a doméstica.

A senhora acredita que a licença-maternidade de180 dias será adotada em larga escala?Acredito que se a Proposta de Emenda à Constituição(PEC) no 30/07 for aprovada no Congresso Nacio-nal e regulamentada pelo Ministério do Trabalho eEmprego, a licença de 180 dias será adotada emlarga escala pelas empresas. Hoje as mulheres têmdireito a 120 dias de licença, prazo que é incoerentecom as campanhas realizadas pelo governo federalde estímulo ao aleitamento materno por seis meses.

Como promover a entrada de mais mulheres em pro-fissões nas quais a sua participação ainda é restrita,como a Engenharia e outras ciências exatas?Indicadores produzidos pelo Instituto Nacional deEstudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira(Inep), do Ministério da Educação (MEC), demons-tram que, apesar de as mulheres se encontraremem proporções igualitárias no conjunto do EnsinoSuperior, sua presença ainda é bastante reduzidaem áreas como Engenharia, Física, Geologia etc. ASPM, em parceria com o Inep/MEC, tem atuado nosentido de divulgar esses indicadores e promover odebate no âmbito do Programa Mulher e Ciência,que visa à promoção da participação das mulheresnas carreiras acadêmicas.

A senhora defende cotas para o sexo feminino emcargos de chefia nas empresas?Somos a favor da igual distribuição dos postos decomando nos poderes. O PNPM estabeleceu aParticipação das Mulheres nos Espaços de Podercomo eixo prioritário, que tem como principais me-tas: aumentar o número de mulheres nos cargos dedireção, acima de DAS 3, do Poder Executivo, con-siderando a proporção de mulheres negras e indí-genas na população; e ampliar, entre 2008 e 2011, onúmero de mulheres na Câmara dos Deputados, no

Como alcançar a igualdade de gênero nas empresasrespeitando as diferenças entre homens e mulheres?É necessário conjugar políticas públicas com oportu-nidades de empregos, salários justos, proteção sociale diálogo social. Desde 2005, a Secretaria Especialde Políticas para as Mulheres (SPM) promove, pormeio do Programa Pró-Eqüidade de Gênero, a igual-dade de oportunidades entre homens e mulheresnas empresas e instituições. É uma parceria entre aSPM, o Fundo de Desenvolvimento das Nações Uni-das para a Mulher (Unifem) e a Organização Inter-nacional do Trabalho (OIT). A primeira versão doprograma foi lançada em 2005 e voltou-se exclusi-vamente para as empresas públicas: 11 empresasreceberam o Selo Pró-Eqüidade de Gênero. A Petro-bras foi uma das contempladas. Atualmente, o pro-grama está na segunda edição e já conta com aadesão de 28 empresas públicas e privadas.

O que o Estado e as empresas devem fazer para quea mulher possa ser profissional e mãe sem sacrificarnenhum dos dois papéis?É preciso romper barreiras e preconceitos para quenão haja uma divisão sexual do trabalho, e sim umadivisão do trabalho, das tarefas produtivas e repro-dutivas do viver. E que essas tarefas sejam comparti-lhadas entre homens, mulheres e a sociedade comoum todo. A SPM tem dado passos pioneiros em ter-mos de políticas públicas governamentais. Além doPrograma Pró-Eqüidade de Gênero, as mulheres bra-sileiras contam, desde 2004, com o Plano Nacionalde Políticas para as Mulheres (PNPM), que expres-

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Senado Federal, nas Câmaras Legislativas Estaduaise nas de Vereadores.

Quais as principais conquistas em termos de direi-tos da mulher nos últimos anos?Uma das conquistas foi a criação da Secretaria Es-pecial de Políticas para as Mulheres. Também po-demos destacar o Plano Nacional de Políticas paraas Mulheres, um instrumento que permite, de formasistemática, avançar tanto na formulação quantona implementação de políticas públicas para as mu-lheres. Entre estas, a Política Nacional de Enfrenta-mento à Violência contra a Mulher. Essa política deuum grande salto com a aprovação da Lei Maria daPenha (11.340/06), em agosto de 2006, e com o lan-çamento do Pacto Nacional pelo Enfrentamento àViolência contra as Mulheres, em agosto de 2007,durante a abertura da II Conferência Nacional dePolíticas para as Mulheres (CNPM). As ações do go-verno federal também fazem parte das conquistas.Elas serviram de alicerce para avanços, como o Pro-grama Pró-Eqüidade de Gênero; o incentivo à for-malização do trabalho doméstico, por meio da Lei11.324/06; a ampliação de crédito para trabalhado-ras rurais; a Política Nacional de Direitos Sexuais eReprodutivos e a formulação do Plano de Ações In-tegradas para o Enfrentamento da Feminização daAids e outras DSTs.

Quais são as ações do governo previstas para a saú-de da mulher?A SPM e o Ministério da Saúde estão desenvolven-do ações voltadas para a saúde da mulher em todosos aspectos. O capítulo III do PNPM (Saúde das mu-lheres, direitos sexuais e direitos reprodutivos) temcomo principal objetivo promover a melhoria das con-dições de vida e saúde das mulheres, em todas asfases do seu ciclo vital, mediante a garantia de direi-tos legalmente constituídos e a ampliação do acessoaos meios e serviços de promoção, prevenção, as-sistência e recuperação da saúde em todo o territóriobrasileiro. Esse objetivo contempla as necessidadesespecíficas das mulheres negras, com deficiência, ín-dias, adolescentes em conflito com a lei, trabalhado-ras rurais e urbanas, lésbicas, bissexuais, transexuais,em situação de rua, do campo e da floresta, e ciganas.

6Qual é o papel das empresas na prevenção e nocombate à violência contra a mulher?É de suma importância, principalmente naquelas deambiente predominantemente masculino. Por ser aexpressão mais perversa do desequilíbrio de poderentre homens e mulheres, a violência doméstica trazcomo conseqüência o alto índice de absenteísmo e abaixa produtividade das mulheres no trabalho. Porisso, a divulgação da Central de Atendimento à Mu-lher – Ligue 180 e da Lei Maria da Penha, por meiode cartilhas, campanhas internas e debates, é um re-curso precioso para informar e prevenir a violência.

O que pode ser feito para inibir a prática do assé-dio moral nas empresas?Isso acontece porque as mulheres geralmente estãoem posições subordinadas, ocupam menos cargos dedireção e chefia nas empresas e ainda vivem sob aégide de uma cultura machista, que “autoriza” oshomens a atitudes desse tipo. O caminho mais acer-tado para se combater a prática do assédio moralseria por meio de uma legislação específica sobre otema. Hoje existe jurisprudência sobre o assunto, etramita na Câmara dos Deputados um projeto delei (PL 2593/2003) que dispõe sobre assédio moralnas relações de trabalho.

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uma divisão sexual do trabalho”

ão é utopia

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Nilcéa Freire,

ministra da Secretaria Especial

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Há mais de dez anos o engenheiro deequipamentos Waldir Hermano Arru-da participa dos bem-sucedidos progra-mas de marketing da companhia.

OrigemPiquerobi, SP.

Mentor“Minha mãe, Francisca de Lima Arru-da, falecida em 1994, uma pessoa forte,perseverante, que buscava um mundomelhor. Teve uma vida difícil, mas desucesso. Sabia aonde queria chegar e lu-tava para conseguir. Ela me ensinou aver que a vida sempre melhora, desdeque a gente trabalhe para isso”.

Principais projetosApós se formar em Engenharia Civilpela Unicamp, ingressou na Petro-bras em 1979. Fez o curso de for-mação em Engenharia de Terminaise Oleodutos e começou no antigoDepartamento de Transportes (De-tran), no Rio de Janeiro.Em 1981, como chefe do setor deoperação de gás, criou uma equipeespecializada em atender os naviosda Petrobras no Porto de Santos, suaprimeira experiência em marketingde relacionamento. Foi para o antigo DepartamentoComercial (Decom) em 1986, ondegerenciou a área de programaçãologística na Coordenação Regional deSão Paulo. Lá, criou uma propostade ferramenta de otimização de pro-gramação de dutos, que, após desen-volvimento pela TI, se transformouno Consuelo: Controle de Suprimen-to e Logística, utilizado pela Logísticaem São Paulo.Em 1995, fez o MBA de Marketingda Coppead, na UFRJ. “Na época,ainda não havia área de Marketingna companhia, mas já se falava doPrograma Cliente Petrobras, que ho-je é o Clip”, lembra Waldir, que aju-

dou a criar a base do programa, apro-vado pela diretoria em 1997.Coordenou a equipe que em 1998montou o Serviço de Atendimentoao Cliente (SAC), uma das iniciati-vas do Clip. Participou da criação e da implanta-ção dos programas Cliente Exigentee Amigo Mecânico, e do lançamen-to da gasolina Podium.Atualmente é gerente de planejamen-to de marketing de produtos especiaise coordena o Centro de Excelência emAsfalto (Ceasf), que é tema de maté-ria nesta edição, nas páginas 30 e 31.

Tempo de empresa29 anos.

Onde está hojeNa Gerência de Planejamento de Mar-keting e Comercialização de Especiaisdo Abastecimento.

Conselho pessoal“Para aqueles que estão chegando, meuconselho é que aproveitem as oportu-nidades que a Petrobras oferece paraaumentar seu conhecimento, evoluirpessoal e profissionalmente. Um dosfatores do sucesso da companhia é teruma força de trabalho, própria e con-tratada, de alto nível”.

A Terraagradece

ESTRELAS DA CASA

Para se relacionar bem

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Waldir: “É importanteser otimista emrelação ao que virá”

Não é de hoje que a Petrobraspauta suas atividades no Brasil e nomundo segundo os princípios daresponsabilidade social e ambiental.Não é discurso: esse compromissoé parte integrante dos negócios dacompanhia. Agora, a Petrobras deuoutro passo decisivo na direção deum planeta mais saudável: incluiu otema da mudança climática em seuPlano Estratégico 2020 e criou umprojeto estratégico que estabelecemetas de eficiência energética emelhoria operacional, entre outras,com o objetivo de reduzir as emis-sões de gases do efeito estufa naatmosfera. Com isso, a Petrobrasbusca a ecoeficiência: produzir ca-da vez mais com o menor impactopossível no meio ambiente. Este é otema de nossa matéria de capa,que começa na página 10.

Como exemplo de que a preo-cupação com a preservação domeio ambiente é hoje inerente aosnegócios da companhia, recomen-damos a leitura da reportagem daspáginas 28 e 29, sobre o Plano Di-retor de Dutos de São Paulo. Paraevitar problemas causados pelocontato direto do solo com os tu-bos de aço, estes serão revestidoscom material anticorrosivo. É tec-nologia aplicada em favor da Terra.

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MURAL DO LEITOR

A Revista Petrobras está em permanente processo de aperfeiçoamento para ser, cada vez mais, uma publicação imprescin-dível à força de trabalho. Para isso contamos com a sua colaboração. Sugestões, críticas, elogios – tudo será recebido comcarinho por nossa equipe. Para participar é fácil: por carta, Av. República do Chile, 65, sala 1.202, Rio de Janeiro – RJ –20035-900; por fax, (21) 2220-8761; ou por e-mail: [email protected]

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Os irmãos Eurico, Éden, Enes, Edenilson, Elaine e Eduardo trabalham na Petrobras.

Evandro – outro irmão – trabalha na Transpetro. Érica, sobrinha de todos eles, é

petroleira há cinco anos. E eles ainda têm dois primos na companhia, Hélio e Ivana.

Em depoimento à Revista Petrobras, dois integrantes dessa família unida pela

genética e pelo trabalho contam como a empresa está presente em suas vidas.

“Desde pequena escuto o nome Petrobras em ca-

sa. Minha mãe estava sempre atenta aos noticiários

sobre a empresa porque meus tios já eram petro-

leiros. Apesar de ter parentes trabalhando na com-

panhia, não pensava em trabalhar na Petrobras. Fiz

faculdade de Biologia e acabei ingressando na em-

presa quando surgiu a oportunidade de fazer o

concurso. Não encontro com meus tios nem com

meus primos no trabalho, mas é divertido ouvir os

comentários que fazem sobre o meu parentesco:

‘Você é igualzinha ao seu tio!’ ou ‘Não acredito

que você é sobrinha de fulano’. Mesmo embar-

cada, volta e meia tenho notícias deles por

intermédio dos colegas: ‘Vi seu tio hoje...’.”

Érica Santos de Carvalho de Almeida

Operadora de produção

UN-BC

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“Estou há 18 anos na Petrobras. Atualmente, traba-

lho como técnico de manutenção da UN-BC. Nos

anos 1980, era muito natural que o morador de

Campos fizesse curso técnico. Depois do curso, o

ingresso na Petrobras era uma conseqüência. As-

sim, eu e seis dos meus 11 irmãos ingressamos na

empresa. Cada um trabalha numa plataforma e eu

fico em terra. A familiaridade com a companhia já

atingiu a nova geração. Tenho uma sobrinha e dois

primos que também entraram na empresa, o que

nos dá muita segurança.”

Edenilson Santos de Carvalho

Técnico de manutenção

UN-BC

Notas da Redação: Em relação à matéria de capa de nossa edição 134 (“No ritmo do frevo”), esclarecemos que a Polyenka deixou a composiçãoacionária da Companhia Integrada Têxtil do Nordeste (Citene) em abril de 2007 e que a indústria de PET da Mossi & Ghisolfi (M&G)é um cliente em potencial da Petroquímica Suape, mas ainda não há nenhum acordo comercial firmado entre as duas empresas.

Na matéria “Mulheres em Ação”, da edição 133, esclarecemos que o programa feito em parceria com a Bovespa não é exclusi-vo para empregadas próprias da Petrobras, mas sim extensivo a todas as integrantes da força de trabalho da companhia.

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a paisagem da Ilha do Fun-dão, no Rio, quem entra noCentro de Pesquisas da Pe-

trobras (Cenpes) logo nota algo dife-rente: à direita da portaria principal,um lugar onde as plantas só não cha-mam mais atenção do que os jovensaprendizes de jardinagem. É ali, noOrquidário Alexandre Prestes Varella,que funciona o Proind – Projeto de In-clusão da Pessoa Deficiente no Am-biente de Trabalho.

No total, são 15 integrantes do pro-jeto com Síndrome de Down ou defici-ência física. Sete jovens desempenhamfunções administrativas em diversas áreasdo Cenpes. Molhar a terra, plantar e cui-

dar das mudas são atividades do dia-a-dia dos outros oito jovens do Proindque estão alocados no orquidário.

Para facilitar a colocação no mer-cado de trabalho, os jovens com Sín-drome de Down têm a oportunidadede adquirir conhecimentos sobre fun-ções como a de mensageiro e aprendematividades administrativas e compor-tamento no ambiente de trabalho. Aforça de trabalho envolvida fala compaixão do projeto. “Não é fácil, mas asensibilidade deles e a convivência nodia-a-dia me realizam entre as ativida-des que faço”, diz a coordenadora doProind, Rosa Murrieta.

Ela acompanha e participa diaria-

mente das atividades desenvolvidas poreles. O período máximo de participa-ção no programa é de dois anos. “Amaioria chega ao Proind com uma de-pendência muito grande da família,mas, ao longo do processo, eles se de-senvolvem e criam sua total indepen-dência”, afirmou a coordenadora. Osjovens trabalham das 7h30 às 16h30,e, além do salário, recebem benefí-cios como plano de saúde, transportee alimentação.

Carlos Alfonso Ruiz, 23 anos, quetem Síndrome de Down, completou osdois anos no programa. Há seis meses,foi admitido como mensageiro do SOP(Suporte Operacional). “Eu entrego cor-

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NO ORQUIDÁRIO ALEXANDRE PRESTES VARELLA, NO CENPES, PROJETO PROPORCIONA A PORTADORESDE DEFICIÊNCIA OPORTUNIDADES DE TRABALHO, APRENDIZADO E CONVIVÊNCIA

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Grupo unido: da esquerda para a direita, em primeiro plano, Alfredo Chrispim, Guilherme Varella, Viviane Rosa, Nilson Santana, Fabiana Tinoco, Thompson Oliveira e Marcos Felippe Baptista. Atrás, a coordenadora Rosa Murrieta e Luiz Vicente Machado

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respondência, atendo o telefone, pegorecados, vou a todos os lugares”, conta.Carlos é enfático quando lhe pergun-tam sobre o Orquidário. “Morro desaudades”, responde.

O cultivo das relações afetivas é par-te fundamental do aprendizado para osjovens, que destacam os momentos deconvivência quando falam do trabalho.“Gosto das plantas, de ajudar as pes-soas que eu gosto e do café da manhã”,resume Thompson Oliveira dos Anjos,29 anos, há cinco meses no programa.

“Os dois primeiros jovens que con-seguiram emprego foram inseridos nomercado de trabalho por intermédio doCepe-Fundão, que é um grande parcei-ro na hora da empregabilidade”, expli-cou Rosa.

Da terra ao teatroComo desdobramento das ativida-

des, foi montado o Grupo de Teatro doOrquidário, que tem a finalidade deeducar os jovens de uma forma lúdicasobre temas importantes. Fazem parteintegrantes do Proind com Síndromede Down e membros da força de tra-balho do Cenpes. Em dezembro, ogrupo viajou para o Pará, onde fez seteapresentações de três peças criadas pe-los próprios participantes, sob a coor-denação do diretor Rubens Gripp:“Coleta Seletiva”, “Segurança do Tra-balho” e “Auto de Natal”.

O “Auto de Natal” foi apresentadono Cenpes em dezembro para um au-

ditório lotado, com a presença do ge-rente executivo, Carlos Tadeu Fraga,que apóia e prestigia o projeto. “É mui-to gratificante poder contar com o ge-rente executivo e tantas outras pessoasda força de trabalho que nos apóiam”,disse Rosa.

O “Auto de Natal” foi encenadona sede da Associação de Pais e Ami-gos dos Excepcionais (Apae) de Belém.“Os pais e coordenadores da Apaeficavam emocionados ao ver o desem-penho dos jovens com Síndrome deDown nas peças”, conta Rosa Murrie-ta. Na Transpetro, o grupo apresentouas peças “Segurança no Trabalho” e“Auto de Natal” para os funcionáriosdo Terminal de Miramar, em Belém.

Na Ilha de Marajó, os jovens se apre-sentaram para uma platéia de 300 alu-nos, incluindo crianças especiais, de umaescola do município, na Instituição Ca-ruanas. “Os espectadores puderam ad-quirir conhecimentos sobre a coletaseletiva, pois até então eles não sabiamnada a respeito do assunto”, conta Ro-sa. Para a maioria dos integrantes dogrupo, foi a primeira viagem de avião ede barco.

Planejado para atender prioritaria-mente portadores de deficiência emsituação de vulnerabilidade social, oProind só inscreve alfabetizados, já queo objetivo é a inserção no mercado detrabalho. Para ampliar as oportunida-des, o programa conta com o apoio devários setores da companhia. A via-

gem foi apoiada pela Gerência Setorialdo SMS Corporativo na Região Norte,enquanto os figurinos foram pagos comrecursos da coleta seletiva da Gerênciade SMS do Cenpes.

A convivência dos portadores dedeficiência com a força de trabalho daempresa é um dos ganhos do pro-grama, que já completou cinco anos.Conversar com alunos como FabianaMachado Tinoco, 28 anos, é compre-ender melhor os portadores de Síndro-me de Down. Casada, Fabiana viveem Duque de Caxias, e hoje sustenta acasa com o salário que recebe no tra-balho de jardinagem. “Eu é que botoa comida na mesa”, orgulha-se. “Nafamília da minha mãe, todas as mulhe-res são guerreiras”.

Carlos Alfonso Ruiz, contratado como mensageiro, entrega correspondência à coordenadora Rosa Murrieta: ele sente saudades do Orquidário

O sonho de Alfredoé ser contratado por alguma empresa que preste serviçosà Petrobras

Viviane cuida com paixão do Orquidário

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onsciente da importância deseu papel na questão da mu-dança climática, a Petrobras

resolveu incluí-la em seu Plano Estraté-gico 2020 criando um projeto estraté-gico específico para a área e definindometas. “A Petrobras deu, assim, aindamais visibilidade a seu compromissocom o tema e estabeleceu como prio-ridades na companhia o aumento daeficiência energética, a melhoria ope-racional e a otimização da queima degás em tocha, entre outros requisitosque levam a evitar a emissão de gasesdo efeito estufa”, explica a gerente-ge-ral de Segurança, Meio Ambiente eSaúde (SMS), Beatriz Espinosa, coor-denadora do projeto.

Beatriz acrescenta que, para con-seguir a redução da intensidade decarbono liberado em seus processos eprodutos, como prevê o projeto, a Pe-trobras concentra também grandes es-forços no aumento da produção degás natural e biocombustíveis, no apri-moramento do sistema de gestão desuas emissões e no desenvolvimento denovas tecnologias. “O investimento empesquisa, como temos feito, é funda-mental para atingirmos os patamaresde excelência que queremos”, aponta.Para o período 2007-2012, a compa-

nhia assumiu o compromisso de evi-tar a emissão de 21,3 milhões de to-neladas de CO2 equivalente.

Para Beatriz, as ações desencadea-das dentro do projeto estratégico sãofundamentais para o aumento da eco-eficiência na companhia, ou seja, con-tinuar produzindo cada vez mais como menor impacto possível no meio am-biente. Mas alerta para o fato de queo enfrentamento da mudança climá-tica passa por uma mudança de cul-tura nas empresas e nas pessoas. “Elaé transversal a toda a companhia”,diz, “e a Petrobras está disposta a li-derar esse processo, contribuindo pa-ra a sustentabilidade do negócio epara a mitigação da mudança climá-tica global”.

Contra o desperdícioEspecialistas garantem que a me-

lhoria da eficiência energética na in-dústria é um dos meios mais eficazese baratos de combate ao aquecimen-to global. Com a diminuição de per-das e desperdícios, ocorrem não sóganhos ambientais, mas também eco-nômicos. O Programa Interno de Con-servação de Energia contribuiu, porexemplo, para que a Petrobras con-seguisse, em 2006, uma redução de180 mil toneladas na emissão de gáscarbônico equivalente. E mais: umaeconomia de 1,1 milhão de kwh deenergia e de cerca de 2.500 barris deóleo equivalente por dia.

Por intermédio de suas 40 Co-missões Internas de Conservação deEnergia (CICEs), a Petrobras atua emeficiência energética das mais varia-das formas: desde a simples conscien-tização de se apagar as luzes e desligaro computador ao deixar o trabalho atéem grandes projetos, como a instala-ção de turboexpansores nas unidadesde craqueamento catalítico, onde seaproveita a energia de expansão dos

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PROJETO ESTRATÉGICO DA PETROBRAS ESTABELECE METAS DEEFICIÊNCIA ENERGÉTICA, MELHORIA OPERACIONAL E QUEIMA DEGÁS PARA REDUÇÃO DA EMISSÃO DE GASES DO EFEITO ESTUFA

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Beatriz crê que investir empesquisa éfundamentalpara sechegar àexcelência

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gases para geração de energia elétrica.“Com isso, produzimos mais commenos energia e evitamos emissões deCO2, principal gás causador do efeitoestufa”, afirma Luís Tadeu Furlan, ge-rente de Eficiência Energética da áreade Gás e Energia, acrescentando que,só no ano passado, a Petrobras inves-tiu R$ 61 milhões em ações voltadaspara o uso eficiente de energia.

Novo mercado à vistaEm março de 2007, a Usina Eó-

lica de Macau da Petrobras, no RioGrande do Norte, recebeu da Organi-zação das Nações Unidas o registrode inclusão no Mecanismo de Desen-volvimento Limpo, segundo as regrasdo Protocolo de Kioto. Com isso, aempresa deu importante passo para,num futuro próximo, obter certifica-dos de redução de emissões (créditosde carbono), que poderão ser negocia-dos com empresas de países industria-lizados que têm metas de redução deemissões de gases do efeito estufa, oque não é o caso do Brasil, por serum país em desenvolvimento.

O projeto implantado em Macauconsistiu na substituição de dois gera-dores elétricos e de uma bomba mecâ-nica, movidos a óleo diesel, por trêsgeradores eólicos que somam potênciade 1,8 MW. A iniciativa evita a emis-

são de cerca de 1.300 toneladas deCO2 por ano na atmosfera.

“No âmbito das Mudanças Climá-ticas e do Protocolo de Quioto, a gerên-cia de Negócios de DesenvolvimentoSustentável em Energia avalia a certifi-cação de projetos da Petrobras poten-cialmente capazes de reduzir emissõesde gases do efeito estufa, os projetos de

“A Petrobras estádisposta a liderar

o processo deenfrentamento da

mudança climática,contribuindo para a sustentabilidadedo negócio e para

a mitigação damudança climática

global”Beatriz Espinosa,

coordenadora do projeto estratégico

Em seu Plano Estratégico 2020, a Petrobras ex-pressa claramente sua determinação de minimizar aexposição da companhia aos riscos associados àmudança climática; de reduzir a intensidade da emis-são de gases do efeito estufa tanto nos seus pro-cessos quanto na oferta de produtos, e de tornar maisvisíveis para a sociedade as ações e os resultadosobtidos nesta área.

Visão Estratégica

A usina eólica da Petrobras em Macau (RN)recebeu da ONU o registro de inclusão no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo,passo importante para a obtenção de créditos de carbono num futuro próximo

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“Os desafios impostospela mudança climática nãovão ser vencidos por umsó ator. A Petrobras vemaumentando a ecoeficiên-cia de suas operações ebuscando oferecer me-lhores produtos à sociedade. Nor-malmente, as indústrias de petróleoe gás são vistas como vilãs nestaquestão da mudança climática. E nãopor causa da indústria em si, mas pe-lo produto. No entanto, se pegarmostodas as emissões de gases do efeitoestufa que estão ligadas aos combus-tíveis fósseis, verificaremos que só15% estão relacionadas ao processoprodutivo. Os 85% restantes, ao uso.Então, na verdade, a maior parceladas emissões está acontecendo narua. Por isso o investimento em bio-combustíveis é importante, porquevocê vai dar alternativa à sociedadede consumir um produto que contri-bui para reduzir as emissões de gásdo efeito estufa”.

Luis César Stano,engenheiro de equipamentos e

gerente de desempenho de SMS

Eu também façoparte dessa história

“Existe um princí-pio na administraçãoque diz que não hácomo gerenciar semmedir. Para se atin-gir padrões de ex-celência na indústria

do petróleo em termos degestão de emissões, é importantecontar com uma ferramenta que per-mita identificar onde estão as fontes equantificá-las, para que se possa es-truturar um plano de ação. O Siste-ma de Gerenciamento de EmissõesAtmosféricas (Sigea) da Petrobras,implantado em 2002, possibilita o mo-nitoramento integrado de todas asatividades da companhia, permitin-do o gerenciamento de mais de 20mil fontes de emissões.”

Vicente Schmall,engenheiro de processo

e consultor sênior de SMS

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Mecanismo de Desenvolvimento Lim-po”, explica a gerente Maria Júlia Wal-ter. Esses projetos podem envolver asubstituição de combustíveis fósseis porcombustíveis menos intensivos em car-bono, geração de energia renovável,melhorias na eficiência energética euso de biocombustíveis.

Aproveitamento a todo gásEm 2001, a Petrobras lançou o Pla-

no de Otimização do Aproveitamentode Gás (Poag) em 24 plataformas daBacia de Campos. E graças, entre ou-tras medidas, à instalação e ao redi-mensionamento de compressores e àconstrução de novos gasodutos marí-timos, a companhia conseguiu uma re-dução significativa na queima de gásnatural e, conseqüentemente, nas emis-sões de CO2 na atmosfera. Além disso,com o maior aproveitamento do gásproduzido, a Petrobras teve condiçõesde aumentar a oferta do combustívelpara o mercado.

“Entre 1999 e 2004, período emque a produção de gás associado dacompanhia cresceu cerca de 50%, oseu aproveitamento passou de 75%para 89%, indicando uma redução naqueima de gás de 3,5 milhões de me-tros cúbicos por dia. É um resultadoe tanto, considerado exemplar até pe-lo Global Gas Flaring Reduction, doBanco Mundial”, assinala Mauro Sant’-Anna, gerente de Planejamento daProdução de Gás Natural da área deExploração e Produção, acrescentandoque novos projetos em andamento de-verão elevar o aproveitamento de gáspara 92% até 2010.

De 2001 até o ano passado, a em-presa investiu R$ 300 milhões noPoag. E no Plano de Antecipação daProdução de Gás da Petrobras (Plan-

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À frente do Programa Tecnológico para Mitigação de Mudanças Climáti-cas (Proclima), desenvolvido desde o ano passado pelo Cenpes, Thaís Murcedestaca a importância dos investimentos em pesquisa para se alcançar odesenvolvimento sustentável.

Qual o objetivo do Proclima e sua importância diante do crescente au-mento do aquecimento global?Os relatórios do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) aumen-taram a conscientização quanto aos riscos e desafios impostos pelas mudan-ças climáticas. A pesquisa é fundamental para compreendermos os impactosde nossas atividades, assim como a vulnerabilidade de nossos negócios fren-te a esses impactos, e para o desenvolvimento de novas tecnologias visandoà mitigação e à adaptação aos desafios globais deste século, que estãointrinsecamente ligados, como o aumento da demanda por energia, mudan-ças climáticas, conservação da biodiversidade, disponibilidade de água docee erradicação da pobreza extrema.

Quais as ações do Proclima? O Proclima tem estes focos: seqüestro de carbono, eficiência energética, ava-liação de impactos, vulnerabilidades e adaptação, e avaliação do ciclo de vidade produtos. Os cenários futuros indicam que os combustíveis fósseis aindaserão predominantes na matriz energética mundial pelo menos até 2030. APetrobras está trabalhando para ser uma das maiores empresas integradas deenergia, e para isso precisará introduzir em seus processos produtivos tecno-logias mais limpas, que permitam a redução da intensidade de suas emissões.Entre elas, a captura de CO2 nos processos industriais e seu armazenamentoem reservatórios geológicos é apontada como a mais promissora para darconta de grandes volumes de CO2 no curto espaço de tempo em que preci-samos atuar para estabilizar sua concentração na atmosfera em níveis que evi-tem o aumento da temperatura média em 2º C – limite máximo para que osistema climático não sofra mudanças irreversíveis.

LABORATÓRIO DE ECOEFICIÊNCIA

Thaís Murce lidera equipe de

pesquisadores do Proclima M

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OS NÚMEROS DO GÁS

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No mundo inteiro, a queima de gás natural é inerenteà extração de petróleo, como medida de segurança nachama-piloto dos flares (tochas) das plataformas ou pordificuldades operacionais durante a produção. A eficiên-cia no seu uso é medida pelo índice de utilização do gásque é produzido junto com o petróleo (gás associado). Oaproveitamento do gás produzido no Brasil pela Pe-trobras foi de 86% em 2006 e2007, acima da média mundial.A produção média de gás na-tural da Petrobras no Brasil em2007 foi de 49,3 milhões de me-tros cúbicos por dia, sendo 36,6milhões por dia de gás associa-do, e o volume queimado, de 5,3milhões por dia. Do total produ-zido, 24,7 milhões foram desti-nados ao mercado.

gás) serão aplicados mais cerca de R$180 milhões em seis projetos, visandoà redução adicional da queima de gás,com um ganho esperado de 800 milmetros cúbicos por dia no aproveita-mento do insumo energético.

Nas novas plataformas, foram feitasmudanças nos projetos dos sistemas deexportação de gás com o objetivo deevitar queimas. Além disso, estão sendo

revistos os procedimentos de instala-ção dos sistemas de compressão, visandointensificar a inspeção nos fabricantese efetuar testes mais completos nos es-taleiros durante a construção das pla-taformas e das demais facilidades deprodução, buscando reduzir o tempoentre o primeiro óleo e o primeiro gás.“Com isso, vamos reduzir a queima degás durante o período de comissiona-

mento dos sistemas de compressão”,explica Mauro Sant’Anna, lembrandoque novas linhas tecnológicas paraaumentar o aproveitamento de gástambém estão em desenvolvimento noCenpes.

Operação de troca deflare no FPSO P-33, no

Campo de Marlim,Bacia de Campos: com

segurança em buscada eficiência

75%

1999 2007 2010*

86% 92%

APROVEITAMENTO DE GÁS NA PRODUÇÃO DA PETROBRAS

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empre à frente no quesitoinovação tecnológica, a Pe-trobras segue mais uma vez

as tendências do mercado mundialao unir dois setores-chave: Tecnolo-gia da Informação (TI) e Telecomuni-cações (TCOM). Com a criação daTIC (Tecnologia da Informação e Te-lecomunicações), as duas áreas passa-

ram a atuar de forma integrada e ago-ra formam uma única unidade. A no-va estrutura foi apresentada ao corpogerencial no dia 11 de fevereiro, emuma cerimônia com videoconferência.

A nova unidade, que está inseri-da na Área de Serviços, realizará ati-vidades de TI e telecom para todosos órgãos da companhia. Será uma

prestadora de serviços para os clien-tes internos, procurando sempre ga-rantir a qualidade e a agilidade emseus empreendimentos.

“TI e telecom são atividades afinsem termos de vocação de atendimen-to aos clientes, desafios tecnológicose melhoria contínua dos processos.Portanto, essa integração possibili-

tecnologiaUNIDAS PELA

ÁREAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (TI) E DE TELECOMUNICAÇÕES (TCOM) PASSAM AFORMAR UMA ÚNICA UNIDADE DE SERVIÇOS, A TIC, PARA TODA A COMPANHIA

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tará a criação e o incremento de inúme-ras sinergias, em que a grande bene-ficiada será a companhia”, afirmou ogerente-geral de Administração e De-senvolvimento de Soluções de Teleco-municações (TIC/ADS-TIC), FirmianoRamos Perlingeiro.

A TIC exerce um papel importan-te dentro do Plano Estratégico Pe-trobras 2020, que tem como metatransformar a companhia em umadas cinco maiores empresas integra-das de energia do mundo. Para alcan-çar esse objetivo, a Petrobras precisaráde serviços, soluções e orientaçõescorporativas de tecnologia da infor-mação e de telecomunicações, queserão desenvolvidos pela TIC.

Visão integrada“A nova estrutura atenderá às de-

mandas do Plano Estratégico 2020,porque, além de estarmos alinhadosàs tendências de mercado, vamos ga-rantir a consistência e a adequaçãodos serviços e das orientações cor-porativas de TI e telecom às necessi-dades do Sistema Petrobras. Tambémpoderemos prover os recursos or-ganizacionais adequados para essasatividades, levando-se em conside-ração o crescimento previsto para acompanhia nos próximos anos”, dis-se o gerente executivo da TIC, Was-hington Salles.

O gerente-geral de Serviços de In-fra-estrutura da TIC (TIC/INFRA-TIC), Marcelo Estellita, tambémaposta que a fusão dos dois setoresvai melhor satisfazer a demanda deTI e telecom da companhia. “A in-tegração dessas duas áreas vai viabi-

lizar soluções de TI e telecom comvisão integrada, com um ponto úni-co de contato e de acompanhamen-to dos projetos pelos clientes. Isso farácom que o atendimento aos usuáriosseja mais eficaz, permitindo uma me-lhor análise do incidente, soluçõesmais rápidas e também mais abran-gentes, pois contará com a aproxima-ção ainda maior das áreas técnicas,tanto na sede quanto nas regionais”,explicou.

“A integração das tecnologias deinformação e de telecomunicações emuma única unidade da Petrobras ace-lera, entre outras, a possibilidade deanteciparmos, para os empregadosdo Sistema Petrobras, o aspecto damobilidade. Já é uma realidade hojeusarmos o celular como computa-dor, acessando a Internet e bancos,por exemplo, assim como usarmos ocomputador como telefone, atravésde canais de voz e imagem. Dessa for-ma, a curto prazo, poderemos estaracessando, de modo seguro, os apli-cativos da Petrobras, como o SAP, emqualquer lugar pelo aparelho celu-lar”, explica do gerente-geral da TIC/ADS-TI, José Carlos da Fonseca.

A otimização dos processos e aredução dos custos também estãoem pauta. “O acompanhamento dosindicadores, inclusive daqueles refe-rentes aos custos, será mais efetivo,permitindo que as ações necessáriasaos ajustes ocorram de forma mais efi-caz”, garantiu Estellita. a

“TI e telecom sãoatividades afins emtermos de vocaçãode atendimento aos

clientes, desafiostecnológicos e

melhoria contínuados processos”

Firmiano Ramos Perlingeiro (foto acima),

gerente-geral de Administração e

Desenvolvimento de Soluções de

Telecomunicações (TIC/ADS-TIC)

Washington: alinhado ao Plano Estratégico

José Carlos:acesso aosaplicativos via celular

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O diretor de Serviços, Renato Duque (de terno claro), participou do lançamento da TIC, em fevereiro

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gás natural

COM QUATRO MODALIDADES, CONTRATOSMAIS FLEXÍVEIS REFLETEM SAZONALIDADESREGIONAIS E SEGUEM TENDÊNCIA DA MAIORIADOS MERCADOS MADUROS DO MUNDO

odo novo contexto pede no-vos modelos. No caso domercado brasileiro de gás na-

tural não é diferente. Cada vez maisforte e mais presente na economia dopaís, ele apresenta desafios na mes-ma proporção em que evolui – comuma expansão que se espelha no cres-cimento do consumo de gás no Brasile também no volume de vendas, quefoi de 41,4 milhões de metros cúbicospor dia em 2007, e a previsão é quechegue a 55,5 milhões de metros cú-bicos por dia este ano. É neste con-texto que a Petrobras põe em prática onovo modelo de contratação para acomercialização de gás natural, comdiferentes tipos de contrato que têmcomo objetivo contemplar o máximode possibilidades apresentadas com asoscilações de oferta e demanda.

“Antes das novas modalidades, aPetrobras tinha contratos de longoprazo que estabeleciam o nosso com-promisso de entregar os volumes e odas distribuidoras, de retirá-los. Só quehavia aí um descasamento entre o vo-lume contratado e o mercado, o queresultava em um desequilíbrio”, ex-plica a engenheira de processamentoLuciana Rachid, gerente-geral de Pla-nejamento e Estudos da área de Gáse Energia, frisando que a Petrobrassó vende gás natural para as empresasdistribuidoras dos estados brasileiros,ficando a cargo delas a comercializa-ção para os clientes finais. “Essa flexibi-lidade dos contratos é uma tendênciana maioria dos mercados de gás domundo. À medida que os mercadosvão se tornando maduros, é natural

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que se passe de um produto para umacesta, com maior variedade.”

O modo de contrato “firme infle-xível” estabelece que a Petrobras secompromete a fornecer todo o volumede gás natural previsto, o que irá gerarobrigações de pagamento pela distri-buidora, consumindo ou não o insu-mo. Já no modo “firme flexível”, ovolume de gás pode ser interrompi-do pelo supridor, que se comprome-te a ressarcir a diferença de custoscom o uso do combustível substitu-to (óleo combustível) para o consu-midor – que, neste caso, precisa serum cliente bicombustível. No casodo modo “interruptível”, o gás natu-ral também pode ter seu suprimentointerrompido pelo fornecedor, sendoque a responsabilidade de substituiro combustível fica a cargo do própriocliente. Segundo o modo “preferen-cial”, a prerrogativa de interrompero fornecimento do gás é do consumi-dor – preferencialmente usinas ter-melétricas, segundo a expectativa daPetrobras, que receberão suprimentode gás natural liquefeito (GNL).

Mercados sazonaisPara Luciana Rachid, a maturidade

do mercado se caracteriza por uma sé-rie de fatores, entre os quais a partici-pação do gás na matriz energética, adiversidade dos fins de consumo e aextensão e a abrangência da malha degasodutos do país. “Cruzando estesfatores, observamos que o Brasil jásaiu daquela fase incipiente, iniciante,para um estágio de transição”, apon-ta a gerente-geral, destacando a atualparticipação de 9,6% do gás natu-ral na matriz energética brasileira(contra 0,9% em 1981).

A importância crescente de usinastermelétricas entre os meios de gera-ção de energia no país foi outro fatordecisivo para que se chegasse a forma-

tos de contrato que, em vez de enges-sar a relação entre fornecedor e clien-te, se adequassem à sua característicasazonal. “De repente, aquele mercadoque vinha amadurecendo se viu comesta realidade das térmicas, que con-somem ou não consomem gás emfunção de variáveis, como o regimede chuvas, a oscilação de preços e ocusto de geração”, diz o analista desistemas Carlos David Barbosa Jr., ge-rente de Comercialização de Gás Na-tural nas Regiões Norte e Nordeste.“É uma sazonalidade que não se ob-serva no mercado industrial.”

Os contratos pioneiros dentro dasnovas modalidades foram assinadosem dezembro de 2007, primeiro coma Bahiagás – um termo de compromis-so estabelecendo o fornecimento diá-rio de 5,1 milhões de metros cúbicosde gás nos modos “firme inflexível”,“firme flexível” e “interruptível” – e,em seguida, com a Comgás, que dis-tribui gás natural para a Grande SãoPaulo. Os novos contratos de gás na-tural, nas três modalidades, somam 6milhões de metros cúbicos por dia.

“Essa foi a grande vitória da Pe-trobras: ter implantado os novos mo-delos de contrato a partir do maiorconsumidor do país, o estado de SãoPaulo, com um total de 15 milhõesde metros cúbicos por dia”, come-mora o engenheiro de equipamentosArthur de Carvalho Braga, gerentede Comercialização de Gás Naturalnas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O mercado do Nordeste tambémestá em foco. Depois da inclusãoda Bahiagás entre as primeiras dis-tribuidoras contratadas nos novosmoldes, o mesmo está para acontecercom a totalidade dos estados da re-gião. Já foram firmados termos decompromisso com a PBGÁS (Paraíba)e a Sergás (Sergipe) e um aditivo aocontrato da Potigás (Rio Grande doNorte). Já as empresas distribuidorasdos estados de Alagoas (Algás), Ceará(Cegás) e Pernambuco (Copergás) es-tão em fase final de negociação coma Petrobras.

“Nossa meta para o cenário na-cional este ano é incluir o estado doRio de Janeiro, outro importante mer-cado consumidor, nos novos modeloscontratuais”, explica Arthur Braga.“Por isso, já temos negociações adian-tadas com as companhias distribuido-ras de gás do Rio de Janeiro (CEG eCEG-Rio).”

Luciana: mercado em fase de transição

O GÁS NATURAL NA MATRIZENERGÉTICA BRASILEIRA

1981 0,9%2008 9,6%

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A CAMINHO DO Ns tubos já estão comprados eestocados perto das frentesde trabalho. As Autorizações

de Serviço foram assinadas e a Licença deInstalação, concedida pelo Instituto Bra-sileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama). E os con-tratos de financiamento do BNDES, novalor de R$ 4,51 bilhões, estão libera-dos. A previsão é de que o trecho Ca-cimbas-Catu (Gascac), o “braço” de946 quilômetros de extensão do Gaso-duto de Interligação Sudeste-Nordeste(Gasene), entre em operação no primei-

ro trimestre de 2010, possibilitando otransporte para o Nordeste de 20 mi-lhões de metros cúbicos por dia de gásproduzido na Bacia do Espírito Santo.Esse volume representa quase o dobrodo que a região consome atualmente.

Para a execução da obra, a Petro-bras contratou a empresa estatal chi-nesa Sinopec Group, a terceira maiorpetrolífera do mundo, responsável tam-bém pelo trecho Cabiúnas-Vitória doGasene, inaugurado em fevereiro. Dosrecursos liberados pelos BNDES, US$750 milhões vêm de um financiamen-

to obtido pelo banco no China Deve-lopment Bank (CDB). Durante a obrade construção do Cacimbas-Catu se-rão gerados dez mil empregos diretose 30 mil indiretos.

Prazos cumpridosA pressa na compra e na estocagem

dos tubos do Gascac se justifica: “Paraviabilizar o cumprimento dos prazosacordados com a área de Gás e Energia,a Implementação de Empreendimentospara Dutos Terrestres (IEDT) da Engen-haria da Petrobras adota nas obras sob

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COMEÇAM AS OBRAS NO TRECHO CACIMBAS-CATU DO GASENE. A OPERAÇÃO VAI POSSIBILITAR O TRANS PORTE

Os tubos que serão utilizados no trecho Cacimbas-Catu do Gasene já estão estocados perto das frentes de trabalho

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O Nordestesua responsabilidade a estratégia deimplantar áreas de armazenamento detubos ao longo do traçado”, explicaCelso Araripe, gerente da IEDT.

Segundo ele, a grande vantagem éque, quando a construção do gaso-duto começa, os tubos necessários jáestão estocados perto das frentes detrabalho. “Isso proporciona agilidadena execução dos serviços, que não cor-rem risco de interrupção por falta dematerial”, diz Araripe.

São seis frentes de trabalho que vãoatuar simultaneamente, uma verdadei-

ra multidão de 23 mil trabalhadores– seis mil diretos e 17 mil indiretos. Mão-de-obra preparada pelo Programade Desenvolvimento de Mão-de-Obra(PDMO) da Engenharia para inte-grar a força de trabalho das empresascontratadas.

“Estimulamos as empresas parceirastanto a contratar mão-de-obra regionalquanto a fazer programas de treina-mento e capacitação de sua força detrabalho”, explica Celso Araripe.

A área de Gás e Energia trabalhaem articulação com a Engenharia na

implantação do Gasene, que, com seus1.384 quilômetros de dutos divididosem três trechos, cortando 62 municí-pios – 11 no Espírito Santo, cinco noRio de Janeiro e 46 na Bahia –, rece-berá este ano um “gás” especial. Mar-co da infra-estrutura de gasodutos doBrasil e mais importante obra da ca-deia brasileira de gás natural desde oGasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol), oGasene vai garantir a integração dasmalhas de gasodutos do Sudeste com oNordeste e permitir maior flexibilidadelogística para o gás da Bacia do Espíri-

O TRANS PORTE DE ATÉ 20 MILHÕES DE METROS CÚBICOS DE GÁS POR DIA PARA A REGIÃO A PARTIR DE 2010

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O to Santo. Os dois outros trechos doGasene – Cacimbas-Vitória e Vitória-Cabiúnas – já estão em operação.

“Ou seja, será possível transportargás natural do Nordeste para o Sudestee vice-versa, de acordo com a oferta e ademanda nas duas regiões”, explica oengenheiro Marcelo Restum, geren-te-geral de Planejamento e Implantaçãode Logística de Gás Natural.

Mais oferta de gásO Gasene também traz como bene-

fício a inserção das novas descobertasde gás natural na Bacia do Espírito San-to, que hoje já são transportadas paravários pontos do Sudeste. “Quandotodo o Gasene estiver concluído, estegás também poderá ser transportadopara o Nordeste”, reafirma Restum.

O transporte da produção do Es-pírito Santo poderá ser feito inclusivede forma simultânea, ou seja, partedo gás será transportada para o Nor-deste, pelo Gasoduto Cacimbas-Catu,ao mesmo tempo em que outro volu-me é direcionado para o Sudeste, pelotrecho Cacimbas-Vitória-Cabiúnas.

Além disso, o enorme duto, com cer-ca de três mil quilômetros, vai tornarpossível um melhor atendimento ao mer-cado térmico, com o aumento significati-vo na oferta de gás natural para geraçãode energia elétrica no Nordeste. Esseaumento seria dos atuais 220 MW paraaté 1.600 MW. Hoje, o Nordeste conso-me cerca de 7.000 MW.

“O volume adicional de gás naturala ser transportado para o Nordeste,graças ao aproveitamento das reservasdo Espírito Santo, permitirá que clien-tes industriais e comerciais tenham aoportunidade de usar gás natural, con-tribuindo para o desenvolvimento eco-nômico da região, gerando empregos eimpostos de forma permanente para oNordeste”, festeja Restum.

Operação seguraQuando o gasoduto estiver pronto,

a gestão da atividade de transporte se-rá feita pela Transportadora Associa-da de Gás (TAG). Subsidiária integral

da Gaspetro, vinculada à área de Gáse Energia, a TAG acaba de consolidarsua estruturação com o objetivo de ala-vancar oportunidades no segmento detransporte de gás natural no SistemaPetrobras. Hoje, a transportadora li-dera a gestão comercial de 100% dainfra-estrutura de transporte ligada aoG&E, incluindo os gasodutos Cacim-bas-Vitória e Vitória-Cabiúnas.

A operação do Cacimbas-Catu se-rá feita pela Transpetro, de cuja sede,no Centro do Rio de Janeiro, com ape-nas um clique no mouse, operadoresdo Centro Nacional de Controle Ope-racional (CNCO) ligam e desligamcompressores, abrem e fecham válvu-las, numa operação que se caracterizapor altos padrões de segurança e qua-lidade. Referência nacional e interna-cional no controle operacional de

dutos, a Transpetro opera de formaremota 100% da malha de gasodutos.

Na Região Nordeste, o Gasene po-derá transportar um volume de gásnatural que, adicionado ao GNL (gásnatural liquefeito) recebido no termi-nal de regaseificação de Pecém (CE),com capacidade de até sete milhões demetros cúbicos por dia, irá permitir ageração de 1.597 megawatts de gásnatural no Nordeste a partir de 2010.

Na Região Sudeste, a conclusãodos dois primeiros trechos do Gasene(o Gascav e o Cacimbas-Vitória) jápermitiu o acréscimo de seis milhõesde metros cúbicos por dia na oferta degás natural para a região a partir daprodução na Bacia do Espírito San-to. Em 2010, esta bacia deverá pro-duzir 18,7 milhões de metros cúbicospor dia.

Visão Estratégica“Ao lançarmos o Plano Nacional de Antecipação da

Produção de Gás, o Plangás, visamos dar ao país umanova matriz energética e trabalharemos de forma incan-sável para sermos auto-suficientes na produção de gás”.O discurso do presidente Lula na visita à estação regu-ladora de pressão do Gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gas-cav), no Terminal Intermodal de Serra (ES), demonstra asintonia fina do Plano Estratégico (PE) Petrobras 2020com os projetos do governo federal para a área de Gáse Energia. Esses projetos incluem, entre outros, o Gase-ne, o Gasoduto Urucu-Coari-Manaus e o duto para GLPUrucu-Coari.

O PE prevê para 2012 que o mercado de gás naturalno Brasil vai demandar 134 milhões de metros cúbicospor dia para os segmentos de termelétricas, industrial eoutros usos. A meta da Petrobras é vender, naquele ano,82 milhões de metros cúbicos (excluído o consumo in-terno da empresa). Esse volume vai exigir da companhiaum esforço gigantesco no sentido de desenvolver e inte-grar sua malha de gasodutos.

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Também construído pela Sinopec,o Gasoduto Cabiúnas-Vitória (Gascav)foi o segundo trecho do Gasene a ficarpronto. Por meio de seus 303 quilôme-tros de dutos, ele injeta, por dia, cincomilhões de metros cúbicos de gás na-tural adicionais no Rio de Janeiro. Odestino principal deste volume deveser a geração termelétrica, pois o esta-do conta com quatro termelétricas mo-vidas a gás natural – UTE GovernadorLeonel Brizola, em Duque de Caxias,UTE Barbosa Lima Sobrinho, em Sero-pédica, UTE Mário Lago e UTE NorteFluminense, ambas em Macaé.

“Antes do início da operação destegasoduto, estas reservas só podiamser escoadas até a capital, Vitória. Ago-ra, com a entrada em operação, já po-dem ser transportadas para o Rio deJaneiro”, explica Marcelo Restum.

Ao longo deste trecho do gasodutocorrem 300 quilômetros de cabos defibra óptica, um negócio de cerca de R$21 milhões. O contrato com o consórcioSchahin/RBL previa a instalação de doisdutos de Pead (Polietileno de Alta Den-sidade). Em um dos dutos foram lança-dos 36 pares de fibra óptica, que serãoutilizados no monitoramento à distânciada operação do gasoduto (telemetria).O outro duto terá a capacidade disponi-bilizada para empresas operadoras deserviços de dados.

O trecho Cabiúnas-Vitória, a cargoda Implementação de Empreendimen-tos para Dutos Terrestres (IEDT), visita-do em fevereiro pelo presidente daRepública, Luiz Inácio Lula da Silva, jáestá operando comercialmente. O ga-soduto começou a funcionar 15 diasantes do previsto, em 1o de fevereiro.

Ao todo, foram 18 meses de obra,contados a partir da primeira solda feitapelo presidente Lula até a concessão,pelo Ibama, da Licença de Operação,no dia 30 de janeiro. O empreendimentotem dutos com 28 polegadas de diâme-tro e vazão de 20 milhões de metros

cúbicos. Foram investidos cerca de US$500 milhões na obra, que gerou 2.600empregos diretos e 7.800 indiretos.

Durante sua visita à estação regula-dora de pressão do Terminal Intermodalde Serra (região metropolitana de Vitó-ria), o presidente Lula ouviu a diretorade Gás e Energia da Petrobras, Mariadas Graças Foster, elogiar a determina-ção das equipes no cumprimento dosprazos e na realização do trabalho. “Éuma vitória da Petrobras e das empre-sas parceiras neste empreendimento”,disse a diretora.

O Cabiúnas-Vitória garante aumen-to na geração de energia elétrica nopaís pelo fornecimento de gás para asusinas, todas no estado do Rio de Ja-

neiro. A produção inicial de energia re-gistrada com a entrada em operaçãodo gasoduto é de cerca de 800 MW.

Além disso, com o Gascac haveráuma oferta maior de gás natural para omercado não-térmico do Espírito San-to. O consumo no estado, que era de1,2 milhão de metros cúbicos por diano final de 2007, poderá chegar a cercade 2,2 milhões.

Dois novos pontos de entrega degás natural no estado já estão em fun-cionamento, e outros dois – em Ca-choeiro do Itapemirim e Viana – serãoentregues ainda neste primeiro semes-tre. Um quinto ponto, a ser construídoem Anchieta, será concluído em 2009.No Rio de Janeiro, um ponto de entre-ga começará a operar no primeiro tri-mestre, em Campos. A produçãoinicial da Bacia do Espírito Santo é de5,5 milhões de metros cúbicos por dia,e até o fim do ano deve atingir 7,5 mi-lhões. A expectativa é chegar a 18,7milhões de metros cúbicos por diaem 2010, volume que corresponde a62% do gás boliviano que abastece omercado nacional (30 milhões de me-tros cúbicos por dia).

TRECHO CABIÚNAS-VITÓRIA JÁ ESTÁ EM OPERAÇÃO

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A expectativa échegar a 18,7

milhões de metroscúbicos por dia

em 2010

Em Serra (ES), o presidente Lula conversa com o embaixador chinês, Chen Duqing, eo presidente Gabrielli, da Petrobras, observado pelo presidente da Transpetro, SérgioMachado (à sua direita), e pelo governador capixaba Paulo Hartung (à sua esquerda)

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digitalPETROBRAS AMPLIA O ACESSO À INFORMAÇÃO E AOCONHECIMENTO COM O PATROCÍNIO DE SITES VOLTADOSPARA A DIFUSÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL BRASILEIRA

NA VANGUARDA DO MUNDO

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Convenção da Unesco sobrea Proteção e a Promoção daDiversidade das Expressões

Culturais, que destacou em 2005 o as-pecto revolucionário da inclusão digi-tal, chamou a atenção dos governos detodo o mundo para uma nova perspec-tiva: a relação estratégica entre acessoà cultura e desenvolvimento susten-tável. Assunto relativamente novo, acultura digital tem como principal fun-damento a diversidade cultural, e trazà discussão conceitos como generosi-dade intelectual, comunidades colabo-rativas e produção compartilhada doconhecimento.

“O acesso aos meios de comunica-ção e difusão da cultura ainda estámuito concentrado, restrito, e a Inter-net veio quebrar esse paradigma. Acultura digital possibilita um acessomuito mais amplo às informações, se-ja por meio do download, que permitebaixar os conteúdos, ou do upload,ainda mais inovador, pois permite queas pessoas disponibilizem na rede seuproduto, sua arte, sua experimenta-ção ou prática”, destaca Eliane Costa,gerente de Patrocínio da Petrobras.

Além da grande mídiaProjeto emblemático nessa linha

patrocinada pela companhia, o Over-mundo (www.overmundo.com.br),criação original brasileira e único sitedesse tipo no mundo, propôs ampliare descentralizar a produção, a difusãoe o intercâmbio de informações sobrecultura e bens culturais no Brasil,

com a criação de uma rede nacionalde colaboradores ou agitadores cul-turais. No ar desde março de 2007, osite apresenta um crescimento cons-tante de 20% ao mês.

“Temos cerca de 30 mil visitas diá-rias, isso indo na contracorrente dojornalismo cultural hoje dominante noBrasil. Nosso foco é tudo o que acon-tece fora do alcance ou do interesse dagrande mídia”, informa o antropólo-go Hermano Vianna, idealizador doprojeto, que no ano passado ganhouo prêmio Golden Nica, do festival ArsElectronica, uma espécie de Oscar pa-ra comunidades virtuais.

Liberdade para conhecerPublicado com uma licença Creati-

ve Commons (CC), que permite seuuso livre para finalidades não-comer-ciais, o Overmundo é um exercício dedemocracia editorial, como explicaHermano: “Qualquer pessoa pode co-laborar, e a comunidade decide o quedeve ser publicado ou não, e que desta-que cada colaboração deve ter. Tanto ofoco editorial quanto o processo edito-rial são atividades constantes de inclu-são, das pessoas e dos assuntos quenão têm voz nos veículos tradicionais.A idéia é que a liberdade de expressãoajude muitos produtores culturaisbrasileiros a se tornarem conhecidos ea criar obras cada vez melhores. É umesforço coletivo em prol do coletivo”.

Sites inovadores como o Wikipé-dia, que permite colaborações dos lei-tores, grupos de música como a bandade rock inglesa Radiohead, que noano passado anunciou a venda de seunovo álbum na Internet e que o com-prador decidiria quanto pagar, ou per-sonalidades como o músico e ministroda Cultura Gilberto Gil – que no seuúltimo show sugeriu que as pessoasgravassem com seus celulares, suas câ-meras, e usassem como quisessem –apostam nas possibilidades oferecidaspelas novas tecnologias digitais.

Essa generosidade da cultura digi-tal, do software livre, de compartilharo conhecimento com um número maior

de pessoas, e a possibilidade de incluirna rede manifestações e expressões li-vres, sem fronteiras, fazem aparecernovas questões, como o copyleft (tipode licença para documentos ou proje-tos que permite sua livre reprodução ea criação de extensões a partir do origi-nal), o direito autoral na Internet e aspolíticas e leis que estão sendo defini-das para acompanhar as novidades.

“O direito autoral está sendo repen-sado no mundo inteiro. A OrganizaçãoMundial da Propriedade Intelectual,em Genebra, está cada vez mais con-centrada na relação entre propriedadeintelectual, desenvolvimento econômi-co e flexibilização do direito autoral.Vários países iniciaram a revisão desuas legislações na tentativa de permi-tir que o direito autoral faça as pazescom a nova realidade econômica dacultura digital. Esse é um processo demédio prazo, e o Brasil está totalmen-te inserido nele”, informa o advogadoRonaldo Lemos, diretor do Centro deTecnologia e Sociedade da Escola deDireito da Fundação Getulio Vargas edo Creative Commons no Brasil, eum dos idealizadores do Overmundo.

Multiplicidade culturalOutros projetos de vanguarda pa-

trocinados pela Petrobras, de difusãona web das múltiplas vertentes da cul-tura contemporânea brasileira, são: Ca-nal Contemporâneo, comunidade digitalfocada na arte contemporânea, que per-mite a interação de artistas de todo o Bra-sil (canalcontemporaneo.art.br); PortaCurtas, que oferece a exibição gratui-ta e na íntegra de centenas de curtas-metragens, além de um banco cominformações sobre mais de 4.200 cur-tas brasileiros (portacurtas.com.br); Idan-ça (idanca.net),revista eletrônica bilíngüesobre dança no Brasil, que apresentauma seleção de textos inéditos e tradu-zidos; e Portal Literal (portalliteral.ter-ra.com.br), com curadoria de HeloísaBuarque de Hollanda, que reúne sitesoficiais de cinco escritores e oferece arevista Idiossincrasia, sobre literaturabrasileira.

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Escolha o seu: Canal Contemporâneo,Porta Curtas, Portal Literal e Overmundo

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O sonho do técni-

co analista de ma-

teriais Tiago Alves de

Souza, da E&P-SERV/US-SUB/ANC,

é criar uma biblioteca pública em

Barra de Macaé, bairro pobre em

que nasceu em Macaé, no Norte

fluminense. Ele quer dividir com cri-

anças e adultos o prazer de ler, que

aprendeu ainda cedo em casa, com

seu pai. “Tenho me empenhado em

pedir doações de livros na faculda-

de, a amigos e aos professores, pa-

ra poder montar a biblioteca”, diz.

Enquanto isso, Tiago vive às voltas

com livros de grandes autores, como

Mário Quintana e Graciliano Ramos,

e com textos que escreve desde os

10 anos. Aos 18, começou a escre-

ver para um grupo de teatro que

dirigiu por cinco anos, até que em

julho de 2006 realizou outro de seus

sonhos: lançar um livro de sua au-

toria. “Selecionei parte dos artigos

publicados em 2005 no jornal O Diá-

rio da Costa do Sol, incluí outros

inéditos, algumas poesias e contos,

e fui a São Paulo contratar a Scor-

tecci Editora para fazer a impres-

são. Encarreguei-me de todo o resto,

capa, textos de apresentação etc”,

conta. O livro Primeira Estação, uma

coletânea de 42 textos, foi lançado

em uma noite de autógrafos em Ma-

caé. O prazer com os livros e com a

própria escrita fez com que Tiago

se matriculasse no curso de Jorna-

lismo da Faculdade Salesiana Maria

Auxiliadora, na sua cidade natal. Ho-

je com 32 anos, está no 5o período

da faculdade, que lhe abriu uma no-

va janela para o mundo com a des-

coberta da Sociologia. “Gosto muito

dos livros do sociólogo polonês Zyg-

munt Bauman, e meus artigos atual-

mente giram em torno de temas

sociais”, diz Tiago.

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Michel passeiacom sua voz dorock ao samba,do jazz ao cantoclássico

Comprometido com a escrita

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Sabor testadoe aprovado

A administradora Luciana Ratis de Oliveira,

do Planejamento Iene/PS, da Engenharia, adora

cozinhar. Tanto que, em janeiro, resolveu dividir

seu prazer de experimentar receitas. Para isso,

criou o blog Rata de Cozinha (www.ratadecozi-

nha.blogspot.com) na Internet. “Fui eu mesma

que fiz o layout do blog, e agora estou preparan-

do umas mudanças, como uma nova logomar-

ca”. Os leitores de Luciana são colegas de

trabalho e amigos, que na maioria das vezes

dão opiniões sobre as receitas. “As pessoas

estão gostando”, diz. Pelo menos, Luciana se

esforça para que dê tudo certo. Ela tem o cuida-

do de só publicar no blog as receitas experimen-

tadas por ela. “Sempre adorei cozinhar. Quando

era bem pequena, com uns 11 ou 12 anos, fica-

va vendo minha mãe na cozinha e ia perguntan-

do tudo para depois fazer”, lembra. Mas quem

pensa que o prazer passou de mãe para filha

está enganado. “Minha mãe é dona-de-casa,

mas não gosta de cozinhar. Quando ela fez 25

anos de casada, disse que estava se aposen-

tando por tempo de serviço e que não cozinha-

ria mais”, conta. Agora, quem cozinha para a

família é a própria Luciana, que pesquisa recei-

tas na Internet, no caderno da mãe e aceita

dicas de amigos. Mas ela confessa que gosta

mesmo é de fazer e de comer doces. “Estou

sempre tentando perder uns quilinhos, mas fica

difícil fazer regime quando a gente gosta de

cozinhar”, lamenta.

As receitasde doces sãoas preferidasda chefLuciana

Tiago tem o sonho demontar uma biblioteca no bairro em que nasceu

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O analista de sistemas Luiz Guilherme

Belmonte, da Engenharia/AG/GC, é um

cervejeiro daqueles que não se contentam

só em beber a loura gelada. Seu prazer

também é estudar o assunto e fazer cerve-

ja. “Me dei conta de que não era capaz de

oferecer aos amigos algo mais do que

uma caipirinha, um uísque ou a tradicional

cervejinha. Percebi que eu era um comple-

to analfabeto em matéria de bebidas. Es-

se é o primeiro passo para beber mal e, de

certa forma, receber mal também. Achei

que era hora de começar a conhecer me-

lhor o assunto”, diz LG, como é conhecido

pelos colegas. Interessou-se primeiro

pela coquetelaria e pelos vinhos. A cer-

veja só ganhou espaço na casa de LG

em 1985, quando fez uma viagem a Foz

do Iguaçu (PR). “Aí começou minha

aventura. Comprei algumas latas de

cervejas européias, e ao compará-

las com as brasileiras, notei uma

enorme diferença de sabor. Qual

seria a razão dessa diferença tão

expressiva? Não digo que eram

melhores ou piores, mas diferentes”,

explica LG. Na busca por respos-

tas, passou a procurar material so-

bre cerveja, e aproveitou uma viagem à

Europa, em 1987, para aprofundar-se ainda

mais nas experimentações sobre a bebida

e dar início a um estudo sério sobre o as-

sunto. Há cerca de dois anos, passou a

produzir cerveja em casa, tornando-se um

dos fundadores da Associação dos Cervejei-

ros Artesanais Cariocas (ACervA). “Fazer

cerveja em casa é como cozinhar. Se vo-

cê quiser fazer alta cozinha, é preciso

utensílios específicos. Temperos, então,

nem se fala... E, claro, muita leitura, mui-

ta busca por conhecimento. Por outro lado,

se você quiser fazer cozinha básica, po-

de preparar coisas ótimas. O simples tam-

bém pode ser delicioso. Com cerveja é

igualzinho”, ensina LG, que tem em sua

mulher uma incentivadora de sua produ-

ção caseira.

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O técnico administrativo Michel Pegas Maluf, da BR/GGC/

GMCQ, tem a música em seu DNA. Ele se iniciou no violão clás-

sico aos 14 anos por influência de seu pai, o cantor César Ma-

chado, mas somente aos 24 anos, já na Petrobras, descobriu

que sua vocação era trilhar como cantor os caminhos abertos

pelo pai. “A soprano Maria de Lourdes Cruz Lopes, preparadora

vocal do Coral Corporativo Petrobras, e o regente José Macha-

do Neto, diretor artístico do coral, descobriram um registro de

barítono na minha voz”, conta Michel. Desde então, investe em

uma carreira de cantor, apresentando-se em eventos e concer-

tos. Quando o assunto é repertório, ele joga nas onze. Michel é o

vocalista da banda Replay, que toca sucessos dos anos 1970,80

e 90, tem dois CDs gravados com músicas românticas – “Hinos

ao Amor” e “Farol” – e se apresenta em concertos de música

clássica e em shows cantando MPB, samba, bossa nova, jazz,

rock e pop. A agenda de shows não impede que Michel continue

a participar dos corais da Petrobras. Sua carreira é reconhecida

na companhia, onde tem um pequeno fã-clube, além de ter con-

quistado o título de melhor intérprete no concurso Prata da Casa

de 2006. Antes disso, Michel foi finalista do Prata da Casa em

1999 e 2005 (2o lugar) e em 2007 (4o lugar). Ele ainda canta com

freqüência no evento Sobremesa Cultural Petrobras.

Produção artesanal e tema de estudos:cerveja é coisa séria para Luiz Guilherme

Talento musical reconhecido

LG tem mais de 20anos de estudossobre cerveja, eagora produz abebida em casa(acima)

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proximadamente metade dopetróleo, do gás e dos deri-vados que saem das plata-

formas marítimas do país tem comodestino oito terminais localizados emSão Paulo. Até chegar às indústrias eaos postos de combustível, porém, amatéria-prima é beneficiada em qua-tro refinarias, também situadas no es-tado. O que permite a estratégia dedistribuição para o resto do Brasil éuma malha, ou conjunto de dutos, lo-calizada na Região Metropolitana deSão Paulo, que será alvo de um gran-de projeto não só para ampliar o quejá existe, mas também para moderni-zar a rede de acordo com os mais atua-lizados padrões de segurança.

Com expectativa de aplicar mais deR$ 2 bilhões ao longo de dois anos, oPlano Diretor de Dutos de São Paulo

(PDD/SP) prevê a construção de 560quilômetros de dutos e mais 110 qui-lômetros ao longo das faixas já exis-tentes, além da desativação de outros360 quilômetros de dutos. “O proje-to pretende atender à visão futura demercado, para suportar o desenvolvi-mento regional de São Paulo e de to-do o país”, explica o gerente do PDD/SP, Alfredo Alves da Fonseca.

Embora ainda não tenha instala-do uma única tubulação, o projeto,na prática, já começou. A largada foidada com as reuniões realizadas nas27 prefeituras das cidades por ondepassam as malhas de dutos. Além dis-so, de novembro a março houve dezfóruns comunitários, encontros pre-paratórios para as audiências públi-cas. Entre fevereiro e março já foramfeitas oito audiências públicas, e ou-

tras duas estão agendadas para o mêsde abril.

Mas por que começar uma obradesse porte pelas consultas populares?É fácil entender. No passado, as faixasde dutos foram instaladas em áreas depouca ou nenhuma ocupação urbana.Com o tempo, entretanto, a popula-ção se adensou e deu início à ocupaçãode terras próximas às faixas de dutos, oque gerou uma pressão imprevista sobreesta malha. Para garantir o bom anda-mento do projeto, atuar com responsa-bilidade social é fundamental, e manterum relacionamento aberto com os mo-radores contribui para este propósito.

A obra propriamente dita, que de-verá começar no final deste ano, pre-vê, além dos dutos, a construção doTerminal de Mauá, de uma estação debombeamento em São Bernardo do

EFICIÊNCIA E

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PLANO DIRETOR DE DUTOS DE SÃO PAULO TERÁ INVESTIMENTOS DE MAIS DE R$ 2 BILHÕES EMDOIS ANOS PARA AMPLIAR E MODERNIZAR A REDE DE DISTRIBUIÇÃO

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Campo, a ampliação do Terminal deGuararema – que será praticamenteduplicado – e a construção de duasesferas na Refinaria de Capuava (Re-cap). O principal objetivo do PDD/SPé reduzir a interferência das comuni-dades vizinhas às faixas de dutos,para diminuir os riscos associados àatividade de transporte de gás natural,petróleo e derivados, de forma a gerarum novo padrão de segurança.

O Terminal de São Caetano do Sulserá desativado em 80%, e só perma-necerão ativas duas de suas estações demedição de combustíveis. “As desativa-ções só ocorrerão após a implantaçãode todo o projeto”, antecipa AlfredoAlves da Fonseca. Segundo ele, a partirdo Terminal de Guararema será cons-truído um gasoduto que chegará pertodo Terminal de Mauá. Dali seguirá atéSão Bernardo do Campo, o que aumen-tará a capacidade e a oferta de gás natu-ral para a Região Metropolitana de SãoPaulo e ainda para as termelétricas dePiratininga e Cubatão. “O mais inte-ressante no PDD é sua complexidade,que envolve muitas unidades. Qualqueralteração em uma das partes implicamexer no todo”, ressalta Sergio Barcel-

los, gerente de Implementação de Em-preendimentos para o Plano Diretor deDutos (Iepdd), nova gerência da En-genharia criada em dezembro.

A implantação das faixas terá co-mo referência, sempre que possível, afaixa existente, que tem 30 metros delargura na maior parte dos trechos.As faixas novas serão de 30 metrosem áreas rurais e poderão chegar a60 metros nas regiões urbanas, comalargamento de 15 metros para cadalado por critérios de segurança, tota-lizando uma faixa de até 90 metros.

Geração de empregosPara a escolha dos traçados foram

estudadas pelo menos três alternativas,considerando aspectos de segurança,técnico-econômicos e socioambientais,como priorizar áreas com menor ne-cessidade de intervenção na vegetaçãonativa e áreas menos urbanizadas e me-nos propensas a ocupação futura.

As negociações com as famílias re-sidentes nos locais onde estão previstasas faixas do PDD-SP serão realizadaspor meio de um processo amigável en-tre a Petrobras e cada proprietário. “Umdos propósitos do projeto é retirar os

dutos das áreas densamente povoadas,elevando a malha de dutos de SãoPaulo a um novo patamar de segu-rança”, esclarece Carmen Prudente,gerente setorial de Comunicação eResponsabilidade Social da Iepdd.

Como parte do processo de licen-ciamento ambiental do empreendimen-to, foi protocolado em setembro, naSecretaria de Meio Ambiente do Esta-do de São Paulo, o Estudo/Relatóriode Impacto Ambiental (EIA/ Rima) doPDD/SP. Os tubos de aço que compo-rão as novas malhas – é estimado ouso de 60 mil toneladas do material –,com diâmetros entre seis e 22 polega-das, receberão revestimento anticorro-sivo, para evitar problemas causadospelo contato direto com o solo.

Um efeito mais imediato do PDD/SP será a geração de empregos, cerca de28.000, entre diretos e indiretos, sendosete mil postos de trabalho diretos nopico das obras. Estão previstos tam-bém o treinamento e a capacitação demão-de-obra. É um projeto que prome-te mudar a paisagem da Região Metro-politana de São Paulo, abrindo caminhopara os futuros desafios no processo dedesenvolvimento do país.

A PETROBRAS EM SÃO PAULO

Terminal de Barueri

Térmica

Terminalde Cubatão

Terminal de Santos

TérmicaRPBC

RECAP

Suzano

Terminal deGuararema

Terminal deSão Caetano

Terminal deGuarulhos

ANTES DEPOIS

Terminal de Barueri

Térmica

Terminalde Cubatão

Terminal de Santos

Térmica

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RECAP

Suzano

Terminal deGuararema

Terminalde Mauá

Terminal deGuarulhos

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Instalações com intervençõesFaixas de dutos

Malha urbana atual

Faixas de dutosCorredor de dutosImplantação de novos dutose dutos remanejados

Faixas com ramais

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Centro de Excelência em As-falto (Ceasf), criado pela Petro-bras, está abrindo caminhos

para a conservação e o desenvolvi-mento das estradas brasileiras. Inte-grar todos os segmentos responsáveispela produção e pavimentação asfál-ticas é um de seus objetivos primor-diais, e para isso planeja contar comsete Núcleos Regionais, que buscarãoagregar essa cadeia produtiva. Essesnúcleos estão sendo ativados com oauxílio das Unidades de Negócio doAbastecimento (refinarias), que se res-ponsabilizarão pela coordenação re-gional do Ceasf.

AsaçõesdoCeasf incluemoestímu-lo a pesquisas sobre novas tecnologias,a disseminação e a aplicação do co-nhecimento. Em um país onde, segun-do dados da Confederação Nacionaldo Transporte, apenas 10% da malharodoviária de 1.725.000 quilômetros épavimentada e 75% estão em condi-ções que variam de péssima a regu-lar, o Ceasf é uma iniciativa exemplar.

Em setembro do ano passado, areativação do núcleo de excelência queabrange Santa Catarina e Paraná foimarcada por um encontro que tradu-ziu os objetivos do Ceasf: estiveram pre-sentes representantes de universidades,concessionárias, órgãos federais e se-cretarias estaduais e municipais ligadasàs áreas de transporte e infra-estrutu-ra. “A participação coletiva garantemelhores resultados”, diz o coorde-nador do Ceasf, Waldir Arruda. “Oselos da cadeia produtiva podem dis-cutir suas necessidades, e a obtençãode soluções viáveis fica mais fácil.”

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PAVIMENTANDO O

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10,8%

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BOA REGULAR RUIM PÉSSIMA

SITUAÇÃO GERAL DAS RODOVIAS NO BRASIL*

A malha rodoviária brasileira é de 1.725.000 km, dos quais apenas cercade 10% (170.000 km) são pavimentados. Deste total, 75% estão emcondições que variam de péssima a regular

PARA MELHORAR A QUALIDADE DA MALHANÚCLEOS REGIONAIS DO CENTRO DE EXCELÊ

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Em maio será a vez da ativação donúcleo do Amazonas. “Até julho, espe-ramos que todos os outros estejam emação”, afirma Flávio Machado, co-ordenador responsável pelos núcleosregionais, referindo-se aos de Bahia,Minas Gerais, Rio de Janeiro e SãoPaulo. O Núcleo do Ceará, coordena-do pela Lubnor, está ativo desde acriação do Ceasf.

Papel socialMachado explica que muitas so-

luções para o pavimento asfáltico sebaseiam em condições peculiares decada região, a começar pelo tipo desolo. As tecnologias aplicadas numestado da federação podem se adap-tar ou não à realidade de outras áreas,mas a troca de informações é sem-pre benéfica.

Parte desse esforço está sendo feitoatravés da Internet, e os resultados sãoexpressivos. Lançado em outubro, oportal do Ceasf (www.ceasf.petrobras.com.br) já conta com mais de 200 usuá-rios cadastrados e 119 artigos publica-dos. Trata-se de um instrumento crucialpara a atualização do conhecimento.Não por acaso, em fevereiro o portalrecebeu o prêmio Apoena 2007 – Lub-nor, de referência em segurança namodalidade Mercados e Clientes, umreconhecimento importante.

Outra iniciativa de peso do Ceasf éo programa Asfalto na Universidade, emconjunto com a Associação Brasileiradas Empresas Distribuidoras de As-faltos (Abeda). Para suprir a falta deprofessores especializados em pavimen-tação nos cursos de Engenharia, os qua-

tro maiores especialistas do setor fo-ram convidados a escrever um livrosobre o tema, intitulado Pavimentaçãoasfáltica, e a dar cursos de atualizaçãoa mestres de várias universidades. Édessa maneira também que o conheci-mento se amplia.

Arruda explica que, em sua metade alcançar a excelência tecnológicana produção e na pavimentação asfál-tica, o Ceasf se apóia em três pilares.Um deles é justamente a capacitaçãoda cadeia produtiva em todos os níveis,em especial a formação de mestrese doutores. Outro pilar é o fortaleci-mento da infra-estrutura de laborató-rios especializados em mecânica depavimentos, localizados em universi-dades e instituições de pesquisa de di-versas regiões.

Completa esse tripé o desenvolvi-mento de novas tecnologias de pavi-mentação e a adaptação de tecnologiasimportadas às nossas condições de so-lo, tráfego, matéria-prima e clima –sempre atendendo aos padrões de se-gurança e meio ambiente. As ações decunho tecnológico e laboratorial doCeasf são conduzidas em estreita arti-culação com a Rede Temática de Asfal-to, coordenada pelo Cenpes.

Quando grande parte das estradasbrasileiras se encontra em estadolastimável, uma ação inovadora, in-tegrada e permanente é essencial, dizArruda. Para o coordenador, o Ceasfé uma iniciativa que, em última ins-tância, visa não só favorecer as condi-ções para o transporte no país, comoexercer um papel de responsabilida-de social.

futuroO O futuroADE DA MALHA RODOVIÁRIA BRASILEIRA, A PETROBRAS IMPULSIONA

NTRO DE EXCELÊNCIA EM ASFALTO E INCENTIVA TRABALHO EM REDE

CONDIÇÕES QUE VARIAM DE PÉSSIMA A REGULAR

MALHA NÃO-PAVIMENTADA

Malha federal 76,5%Malha estadual 80,3%Malha privatizada 20,2%

Malha federal 20%Malha estadual 54%Malha municipal 98%

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Recomendo o livro

Mulheres que cor-

rem com os lobos

(Editora Rocco), da

psicóloga junguiana

Clarissa Pinkola Estés,

que utiliza 19 mitos, lendas e

contos infantis para mostrar como a

mulher foi sendo domesticada ao lon-

go do tempo, num processo que punia

todas aquelas que se rebelavam. Ao

investigar o esmagamento da nature-

za instintiva feminina, a autora revela a

chave da sensação de impotência da

mulher moderna, explicando o univer-

so da psicologia feminina por meio de

histórias como a do Patinho Feio e do

Barba-Azul, como forma de passar en-

sinamentos de geração em geração.

É um livro que nos ajuda a refletir so-

bre algumas atitudes que tomamos

no dia-a-dia.

Vanessa Plavnik,

Gerência de Segurança e Meio

Ambiente dos Serviços Compartilhados

Li O carrasco do amor

(Editora Ediouro) ainda

na época da faculdade

de Psicologia, quando

a busca pelos misté-

rios do ser humano to-

mava todo o espaço

da minha vida, e me apaixo-

nei! O autor, Irvin Yalom, fala com

muita paixão sobre as histórias de

dez dos seus pacientes (ele é um

famoso psicoterapeuta nos EUA), fa-

zendo com que, de alguma forma,

também nos sintamos no divã, acom-

panhando e crescendo com a tra-

jetória de cada um à procura de

respostas para as situações de sofri-

mento intenso que experimentam. Pa-

ra quem gosta de ler sobre Psicologia.

Cintia Lobato Borges,

Área de Planejamento, Gestão e

Recursos Humanos da Regional

Sudeste dos Serviços Compartilhados

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BOA LEITURA

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FIQUE POR DENTRO

A Petrobras foi apontada por pesqui-

sa da Management & Excellence (M&E)

como a empresa de petróleo mais sus-

tentável do mundo. Em primeiro lugar no

ranking, com a pontuação de 92,25%,

a companhia foi considerada refe-

rência mundial em ética e susten-

tabilidade, levando-se em conta

387 indicadores internacionais,

entre eles a queda em emissão

de poluentes e em vazamen-

tos de óleo, menor consu-

mo de energia e sistema

transparente de atendi-

mento a fornecedores. Os

critérios do ranking avalia-

ram a adequação a padrões

internacionais, como os da

Organização Internacional do

Trabalho (OIT), o Pacto Global da ONU,

os Objetivos de Desenvolvimento do Mi-

lênio (ODM), a presença no Índice Dow

Jones de Sustentabilidade e a apresen-

tação do Balanço Social e Ambiental,

segundo as orientações do Global

Reporting Initiative (GRI). Na última

pesquisa, publicada em 2007, a

Petrobras ficara na segunda

posição, com pontuação

de 89,64%, atrás da

Shell (90,16%). A

pesquisa apontou

ainda a Petrobras

como a empresa que

teve o progresso mais

rápido entre as maiores

companhias mundiais do

setor nos últimos três anos.

Petrobras é a empresa mais sustentável do mundono setor de petróleo

Conselho aprova criação de subsidiária para biocombustíveis

O Conselho de Administração da Pe-

trobras aprovou no início de março a

criação de uma empresa subsidiária inte-

gral da Petrobras para conduzir as ativida-

des de biocombustíveis. A nova empresa

absorverá a produção de etanol (CBios), a

aquisição de insumos e o processamento

de biodiesel, hoje executados diretamente

pela Petrobras, além dos investimentos

futuros. Sua criação tem por objetivo

coordenar todas as ati-

vidades da cadeia

produtiva de bio-

combustíveis no Brasil e no exterior. No

entanto, a comercialização e a logística

de etanol e de biodiesel no Brasil e no

exterior serão mantidas na área de Abas-

tecimento. O modelo organizacional, de

gestão, de estrutura societária, o estatuto

social e o plano de negócios da nova em-

presa serão propostos por um grupo de

trabalho coordenado pelo assessor da

presidência, Alan Kardec, que terá 60 dias

para concluir as análises

referentes à criação

da nova empresa.

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Desenvolvimento & Cidadania

A Petrobras escolheu 654 projetos na

segunda etapa do processo de se-

leção pública do programa Desenvol-

vimento & Cidadania, que recebeu 6.485

inscrições e 4.177 propostas. Do total

de projetos contemplados, 251 são da

Região Sudeste, 171 são do Nor-

deste, 113 são do Sul, 53 vieram da

Região Norte e 42 do Centro-Oeste.

Agricultura familiar

Em parceria com o governo do Ceará

e com a Ematerce, a Petrobras assi-

nou em fevereiro convênio para a rea-

lização do programa Terra Pronta,

que beneficiará cerca de mil peque-

nos produtores rurais dos municípios

de Aracati, Icapuí e Paracuru, ao viabi-

lizar o preparo da terra para o plantio

em uma área aproximada de dois mil

hectares. A iniciativa visa estimular

o desenvolvimento da agricultura fa-

miliar, uma das ações prioritárias do

programa Desenvolvimento & Cidada-

nia da companhia.

Cantar faz bem

O Coral Canto Encanto de Búzios,

projeto da ONG Afro Búzios, receberá

patrocínio da Petrobras por um ano,

com possível renovação por igual

período, para estruturar e ampliar as

ações realizadas há oito anos com 60

crianças e jovens de 9 a 21 anos, mo-

radores de comunidades em áreas de

risco social no município de Armação

dos Búzios, no Rio de Janeiro. | RE

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A Petrobras obteve em fevereiro recordes

históricos de média mensal de processamen-

to de petróleo. A destilação foi de 1.885.700

barris por dia (bpd), incluindo Líquido de Gás

Natural (LGN), e 1.842.900 (bpd), sem LGN.

Os recordes anteriores, de dezembro de

2007, eram de 1.885.300 e 1.840.500 barris

diários, respectivamente. Este desempenho

extremamente positivo é reflexo da elevada

confiabilidade operacional das unidades de

refino e de excelência na gestão da cadeia de

suprimento, desde o escoamento de petró-

leo da área de Exploração e Produção (E&P)

até a entrega dos derivados aos clientes. Os

resultados foram alcançados respeitando-se

integralmente os princípios de SMS (Segu-

rança, Meio Ambiente e Saúde) que norteiam

as ações da companhia.

ENERGÉTICAS

Refino teve recordes históricos em fevereiro

As comemorações pelos 40 anos da presença da Petrobras em Minas Gerais

ganharam um blog (www.petrobras.com.br/blogminas). Com textos leves, ele tem

o objetivo de abrir um espaço de diálogo para os integrantes da força de trabalho

da companhia, além de servir como sítio de informações e histórias sobre os gru-

pos culturais patrocinados pela empresa em Minas, como o Corpo e o Galpão, o

patrocínio de projetos sociais e ambientais no estado, além de informes sobre as

comemorações. A companhia é hoje a maior contribuinte de Minas Gerais, por

meio da Refinaria Gabriel Passos (Regap), localizada no município de Betim, região

metropolitana de Belo Horizonte. O Plano de Negócios 2008-2012 da empresa

prevê um investimento de US$ 1,6 bilhão em Minas Gerais neste período.

Quarenta anos de presença em Minas Gerais

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O Conselho de Administração da Petro-

bras nomeou Jorge Luiz Zelada (foto) como

novo diretor da Área Internacional, em subs-

tituição a Nestor Cuñat Cerveró. Zelada é

engenheiro eletrônico e integra o quadro de

profissionais da Petrobras desde janeiro de

1980, tendo começado como engenheiro

de instrumentação no Grupo Executivo para

Desenvolvimento da Bacia de Campos,

atuando nos projetos das primeiras platafor-

mas para aquela bacia. Desde fevereiro de

2003 exercia a função de gerente-geral de

Implementação de Empreendimentos de

Exploração e Produção e Transporte Maríti-

mo da Área de Engenharia, órgão responsá-

vel pela construção de plataformas de

produção. Ocupou ainda outros cargos de

gerência nas áreas de engenharia e de per-

furação. Na Petrobras Distribuidora, Zelada

foi gerente de Desenvolvimento de Projetos

de Soluções Energéticas, responsável pela

implementação de projetos de energia pa-

ra clientes e de usinas termelétricas do Pro-

grama Emergencial do governo federal.

Formado pela Universidade Federal do Rio

de Janeiro (UFRJ), Zelada fez diversos cur-

sos nas áreas técnica e gerencial. O Con-

selho de Administração da Petrobras

Distribuidora nomeou Nestor Cuñat Cer-

veró para a Diretoria Financeira e Andurte

de Barros Duarte Filho para a Diretoria de

Mercado Consumidor.

A Petrobras dobrou seu valor de mercado em 2007, proporcionando aos

acionistas na Bovespa, em um ano, um retorno de 84%. Para os investidores da

Bolsa de Nova York, o índice foi de 131%. “Isto aconteceu devido à descoberta

das reservas do pré-sal. O mercado entendeu que isto muda a condição de valor

da companhia”, explicou o diretor financeiro e de Relações com Investidores,

Almir Barbassa. Os resultados em 2007 foram excelentes. A Petrobras teve um

lucro líquido de R$ 21,5 bilhões e registrou aumento da produção de petróleo,

que crescerá ainda mais este ano, com a operação plena de novas plataformas.

Além disso, o investimento total da companhia em 2007 foi de R$ 45,3 bilhões,

34% maior do que o do ano anterior.

Petrobras dobra seuvalor de mercado

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Aliança com o Japão

A Petrobras e a Mitsui assinaram em

março os documentos necessários

à constituição de uma empresa no

Brasil para investimentos em projetos

de bioenergia, principalmente etanol

para o mercado japonês, além de

geração de energia elétrica a partir

do bagaço de cana. Cada compa-

nhia participará com 50% na nova

empresa, denominada Participações

Nippo Brasileiras em Complexos Bio-

energéticos S.A.

Presença cubana

O presidente da Petrobras, José Ser-

gio Gabrielli de Azevedo, recebeu no

dia 18 de março o diretor-geral da

Companhia Cubana de Petróleo, Fidel

Rivero Prieto, e outros executivos da

estatal. O encontro é o prosseguimen-

to das negociações iniciadas com o

acordo de cooperação assinado entre

as duas empresas no dia 15 de janei-

ro, em Havana, durante visita oficial do

presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O

documento abrange as áreas de

exploração e produção, lubrificantes,

refino, manutenção, pesquisa e de-

senvolvimento, e recursos humanos.

Acordo para GNL

A Petrobras e a Shell firmaram acordo

de suprimento de gás natural liquefei-

to (GNL) para abastecer os terminais

de regaseificação de Pecém, no Cea-

rá, e da Baía de Guanabara, no Rio de

Janeiro. O acordo supre parte da de-

manda de importação da Petrobras e

comporá um portfólio de contratos

para atendimento das necessidades

de gás natural para geração termelé-

trica no Brasil.

FIQUE POR DENTRO

ENERGÉTICAS

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Área Internacionaltem novo diretor

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MÁQUINA DO TEMPO

A caçula do refino

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Para suprir a crescente demanda do mercado brasileiro,

que hoje importa propeno (C 3H 6) , a Petrobras construiu a

Unidade de Propeno (foto maior) da Refinaria Henrique Lage

(Revap), que entrará em operação no final de abril – um mês

depois de a refinaria comemorar seu 28o aniversário. Com

capacidade inicial para produzir 180 mil toneladas por ano

de propeno, a nova unidade é a primeira obra concluída do

projeto de modernização da planta industrial da Revap, e

vai atender principalmente às indústrias petroquímicas das

regiões de Mauá, na Grande São Paulo, e Paulínia, no inte-

rior do estado.

Matéria-prima para a produção de resina plástica (poli-

propileno), muito usada na indústria – principalmente na fa-

bricação de produtos como embalagens plásticas –, o

propeno é produzido a partir do gás de cozinha (GLP) ge-

rado pela refinaria.

Quarta unidade de refino da Petrobras em São Paulo, a

Revap foi planejada na década de 1970 e inaugurada em

1980 (foto menor), numa área de dez quilômetros quadra-

dos em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O nome

é uma homenagem ao engenheiro naval Henrique Lage,

falecido em 1941, incentivador da indústria nacional, que na

década de 1920 mandou sondar a existência de petróleo no

município de Campos (RJ).

Atualmente, a refinaria processa 251 mil barris de petró-

leo por dia e é a responsável pelo abastecimento dos mer-

cados do Vale do Paraíba, do sul de Minas Gerais, do litoral

norte paulista, do Sul fluminense e da Grande São Paulo.

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