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Nº 16 DA 2ª EDIÇÃO - MARÇO DE 2012 http://santarense.blogspot.com [email protected] Retomada a celebração do aniversário da Vila de Santar Quaresma e Semana Santa Tradição: Serração da Velha 84º Aniversário de elevação a Vila de Santar

Santarense Nº 16

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Jornal Santarense - Edição 16

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Nº 16 da 2ª Edição - Março dE 2012 http://[email protected]

Retomada a celebração do aniversário da Vila de Santar

Quaresma e Semana Santa

Tradição: Serração da Velha

84º Aniversário de elevação a Vila de Santar

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2 Março de 2012 Nº 16

Caríssimos conterrâneos!

Esta edição do Santarense sai em plena Quaresma - tempo de

introspecção - o que nos leva a dar desta-que noticioso a este tempo. A amabilidade de pessoas de bem, também desta vez, não se fez rogada e temos contributos extraor-dinários para este tempo que, aliás, é desde logo anunciado na capa com o cartaz deste ano da Santa Casa da Misericórdia.

Todos os anos acorrem muitas pessoas à nossa terra a propósito das festas da Sema-na Santa. Este ano terão ainda mais moti-vos.

Mas há mais! A cultura “bole” nas nossas terras. A tradição de momentos únicos rea-cende-se e enxerta-se na juventude ávida de recolher modos antigos, também para sua cultura individual.

Bons hábitos com mais de cem anos são os da nossa banda!

Tal como demos nota na última edição do Santarense, a “Sociedade Musical 2 de Fe-vereiro”, nesse dia a que se refere o nome, completou 120 anos! Uma idade de relevân-cia máxima, até porque os celebrou de per-feita e sã saúde. Parabéns a quem os merece.

Ainda não foi este ano que a comemora-ção se realizou totalmente “dentro de por-tas” mas, acredito, aliás todos acreditamos, que a vontade e a persistente luta dos seus dirigentes em conseguir condições para essa realização há-de um dia ser possível. Todos apreciamos a qualidade e o empenho dos seus dirigentes e dos seus executantes. Maravihoso!

Neste espaço - de editorial - também pos-so - e devo - voltar-me para dentro, nesta

caso da ACI. Por razões estritamente pesso-ais o amigo da ACI - grande trabalhador pela Associação - o Bruno Pina (Té), deixou-nos. Ainda não tive oportunidade de conversar com ele para, acima de tudo, lhe agradecer o empenho, a força, a dedicação que trans-portava para cada projecto e cada ideia. Ho-nesto e trabalhador são atributos que lhe pertencem.

Ainda para dentro importa dar força a uma mão cheia de “bravos” que (re)inven-tam momentos de cultura e par-tilha, como foi a participação na celebração do aniversário da nos-sa vila, ocorrido em 21 de março. A mostra de pintura e fotografia continua visitável na Junta de Fre-guesia e, sinceramente, vale a pena passar (com calma) por lá.

Não posso terminar sem referir a razia de amigos que nos deixaram definitivamente neste período. Por este motivo ou aquele parece que o tempo - que teima ser seco e agres-te - deu uma vassourada na casa de tantos dos nossos.

Nesse vendaval foi também co-lhida a minha amiga, a amiga de todos, Margarida Miranda (a Mar-garida Condessa). Já tive oportuni-dade de o referir: Há seguramente muita gente boa na nossa terra! Já partiu muita gente boa da nos-sa terra, mas a Margarida merece uma medalha de Ouro de entre os melhores. Pobre que nasceu - ma-terialmente falando - tinha o co-ração e viveu uma vida como uma senhora do mais rico que possa

haver, pois sempre reconheceu aqueles que, nas dificuldades, a ela se emparceiravam. A todos sempre quis animar e dar uma pa-lavra ( e muito mais! ) de esperança. Até o nosso jovem Padre Nuno confessou em pú-blico que a Margarida o marcou mesmo no momento do Sacramento da Santa Unção.

Há vidas que passam pelas pessoas e há pessoas que passam pela vida!

EDITORIALTradição Semana Santa

“Vida sem amor écomo ano sem Verão”

Proverbio Sueco

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3Março de 2012 Nº 16

Santar - 84º Aniversário de Elevação a VilaFoi no pretérito dia 21 de Março de 2012 que Santar comemorou mais um aniversário de elevação a Vila, a data foi assinalada este ano por uma sessão solene em Assembleia de Freguesia e por uma exposição de pintura e fotografia intitulada Santar’te e organizada pela ACI em parceria com a Junta de Freguesia de Santar. Todos os intervenientes tiveram a oportunidade de discursar e todos chamaram a atenção para o que acharam mais importante de destacar naquele dia. Hoje já com algum distanciamento gostaria de discorrer mais atempadamente sobre o assunto, e lembrar algo que todos esqueceram, que foi o que está para além dos últimos 84 anos, que parecendo muitos são de facto poucos, quando comparados com a idade de algumas das nossas instituições culturais e sociais. Refiro a Sociedade Musical 2 de Fevereiro com 120 anos e a Santa Casa da Misericórdia de Santar com 375 anos, estes dois exemplos de associativismo que julgo serem dos mais antigos, senão mesmo os mais antigos do concelho, dizem tudo sobre o que é Santar para além do seu estatuto de vila.A SM2F tem vindo a rejuvenescer com a idade e cumpre um papel

incontornável no panorama cultural da vila, do concelho e mesmo do distrito. As suas parcerias com outras instituições, dizem bem da importância e do respeito a que se dá e que lhe dão. Foi mesmo capaz de vencer o ostracismo a que foi devotada durante anos pelos responsáveis da cultura neste concelho. Mas porque é de Santar foi capaz de ultrapassar tudo isso e continuar na vanguarda.Já a Santa Casa da Misericórdia de Santar com o seu peso institucional deveria ter sido lembrada por todos, os seus 375 anos de historia não deviam permitir o esquecimento, que foi também o meu, naquele momento, e pelo qual me penitencio. É o maior empregador da freguesia, tem como objecto da sua intervenção as pessoas e o seu bem-estar, quer físico quer espiritual. Criou dimensão somente nos últimos 20 anos porque soube honrar a sua história e os seus valores e ganhou pessoas que nunca viram a cara á luta e às quais presto desde já a minha homenagem, foi por elas que a instituição ultrapassou as suas próprias fronteiras.Não querendo tornar-me chato deixo estes dois exemplos da importância de Santar mesmo

quando ainda aldeia, perdida nos confins das Beiras e que não necessitaram de alterações de estatuto para existirem e crescerem. Deixo por isso um voto para que nos próximos 84 anos, outro possa dizer da ACI, do Grupo de Danças e

Cantares Os Santarenses, do Grupo Cultural e da Cruz Vermelha de Santar, o mesmo ou melhor, do que atrás escrevi, isso sim seria cumprir-se os desígnios e a importância da nossa querida vila.

No passado dia 14 de Março de 2012 um núcleo de amigos, reuniu-se novamente para assegurar que na quarta-feira seguinte ao vigésimo dia de quaresma, se iria serrar a Velha na terra de Santar.Para não fugir ao que tem sido hábito nos últimos anos, uma procissão de aproximadamente 30 pessoas, percorreu as ruas da nossa vila em cortejo e trajados a rigor. Acompanhados pela Velha no andor e usando as tradicionais ferramentas de serrar, como os chocalhos, os recos-recos, as enxadas e as máquinas de sulfatar, estas ultimas como forma de prevenir que as visadas possam chegar á janela e lançar as penicadas, que hoje em dia foram substituídas pela água.Este reencontro de gerações começa já a ser aguardado por um sem número de idosas a quem as quadras brejeiras, mais do que ofender, deixam que lhes cresça água na boca para as do próximo ano, mantendo assim a teimosia de resistir a mais um ano, o que no fundo é o desejo de todos os intervenientes.Este ritual pagão de renovação, que cruza as gerações mais novas com as mais antigas,

serve ainda para aproximar a juventude dos mais idosos, pois é através da memória e do conhecimento das pessoas, que nascem as “orações” que a cada uma é dedicada. Foi com enorme prazer que mais uma vez a ACI se associou a este evento popular, servido de plataforma logística para a organização deste evento que tem garantida a continuidade, tal foi o número de malta nova que fez questão de se juntar nesta manutenção da cultura e da tradição santarense.A todos os que deram um pouco do seu tempo para serrar e ser serrado, digo desde já obrigado, com a promessa e o desejo de que para o ano, cá possamos estar todos novamente.

Deixo como nota final, um desejo que foi expresso por todos os intervenientes, que a noite de 14 de Março 2012 fosse dedicada a um mentor e amigo, companheiro de muitas serrações, o amigo já falecido, Armindo Alves, que na nossa memória viverá para sempre.

Carlos Rodrigues

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4 Março de 2012 Nº 16

Quaresma e Semana Santa, em SantarÉ com enorme orgulho que a Santa

Casa da Misericórdia de Santar, organiza vários cultos, realçando de extrema nobreza, os relativos à Semana Santa, daí que desejemos uma vez mais, que as Cerimónias religiosas da Semana Santa 2012 e o nosso culto Pascal se reafirmem com todo o rigor, distinção e idoneidade que sempre lhes pertenceu e que sejam engrandecidos com actos culturais devidamente emoldurados enquadrados numa época litúrgica distintamente reverenciada. Sendo certo que estas solenidades todos os anos atraem muitos e muitos visitantes, será para nós, enquanto Instituição, motivo de grande satisfação poder contar com a participação de todos os fiéis nestas solenidades de fé e partilha para que sejam vividas na sua plenitude e lhes seja prestado o louvor que lhes é merecido, numa época de renovação espiritual.

Por se tratar de uma data tão especial e acarinhada por todos, vimos por este meio apresentar a todos os Santarenses e comunidade em geral, o cartaz com o respectivo programa das festividades, que se vão iniciar no dia 24 de Março de 2012 – Sábado de Lázaro (19h00) e terminam a 6 de Abril – Sexta Feira Santa (20h00).

A Provedora:

Infância Pamplona

Queridos amigos Santarenses:

Com tristeza vem ao meu conhecimento que alguns estabelecimentos estão a encerrar em Santar!

Sem dúvida, eu gostaria de comentar sobre este assunto, que é extremamente importante, mas de uma forma ou de outra eu sinto que não seja a pessoa certa dado que já nao resido em Santar há algum tempo. Porém eu tenho muito interesse pois é aonde cresci e pretendo voltar a viver.

Por esse motivo vou falar sobre algo que se relaciona a esse tema mas a pensar em coisas novas e um novo Santar utilizando coisas que já temos.

Quando eu era mais novo, eu ouvia atentamente os mais idosos dizerem que Santar ia ter um futuro com sucesso. Porque Santar seria o dormitório das cidades arredores e ia usufruir de ser um Vila Histórica e de boa qualidade dos seus vinhos, que efectivamente ajudaria a economia da regiao e mais importante o povo Santarense e claro iria abrir novas oportunidades de comércio.

Sem duvida Santar é uma zona histórica mas na minha

opinião o que distingue Santar de outras Vilas históricas é que temos uma mistura de História e de grande vinho que é uma exelente receita para turismo!

Eu comprendo que a populacao esteja triste e chatiada que a padaria fechou e que o consultório médico não está a funcionar a tempo inteiro, mas vamos ser positivos, vamos deixar o passado vamos tentar fazer algo sobre o presente mas mais importante o que podemos fazer para o futuro da nossa Vila e dos nossos filhos.

Na verdade podemos mudar pequenas coisas das quais vender bom vinho nos nossos cafés e restaurantes ( vinho que exportamos, vinhos produzidos em Santar, vinhos de rótulo).

Nunca consegui compreender porque nao vendemos bom vinho nos cafes e restaurants e ás vezes vendemos vinhos de outras terras, sem duvida económico incorrecto!

Produtores de vinho em Santar deveriam-se juntar com proprietarios de cafés e restaurantes na região, e venderem vinho mais barato para os estabelecimentos locais consequentemente bom vinho iria ser vendido ao balcão e á

mesa, então estes vinhos e os seus produtores seriam promovidos (Marketing), juntava -se o útil ao agradável.

Tenho um exemplo de um bom amigo meu que tem um restaurante e o menu de vinhos chama-se (The Yorkshire heroes). Yorkshire e uma regiao como a do Dão, neste menu só se encontra produto local a onde explica qual é a uva pratogonista e a quantos kilómetros este vinho é produzido em relação ao seu establecimento, com uma pequena história de cada produtor!!

Fantástico.!!!! Os turistas adoram este tipo de coisas!!

Era bom ver produtores Santarenses juntarem-se e fazer uma grande prova de

vinho no largo da mesericórdia e promoverem Santar e claro os seus vinhos.

Na minha opinião nós Santarenses necessitamos de nos concentrar nas coisas boas e aproveitar o máximo da história de Santar e no que eu chamo (petroleo) o nosso vinho..

A história da Vila e o seu vinho jamais pode ser removido como foram algumas instituicoes….

Vamos criar os herois do Dao!!!

Promover Santar é promover o vinho e promover o vinho é promover Santar…

Um abraçoAntonio Penetra filho de Santar

JÁ OS MAIS IDOSOS DIZIAM!!Os Heróis do Dão!!!

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5Março de 2012 Nº 16

Não sendo santarense, já há algum tempo que cheguei a Santar!

Apesar de nem sempre ter aí residido a tempo inteiro, contando com as décadas de distanciamento, é-me possível aquilatar das diferenças ocorridas em Santar neste intervalo de tempo.

No entanto, a beleza, a riqueza inerentes a este espaço físico permanecem, fazendo com que seja único e não seja esquecido por quem o visita e causando cobiça a quem ainda não teve a oportunidade de o conhecer!

Mas, se o espaço físico vale o que vale, e se acima me referi às diferenças ocorridas, as mesmas aconteceram, essencialmente, ao nível sociológico, ao nível do património humano.

Se na década de oitenta as pessoas exerciam as suas atividades profissionais na localidade, hoje podemos constatar que um número significativo de residentes cumpre as suas responsabilidades profissionais noutras localidades mais ou menos próximas. Em Santar, continuam, a tempo inteiro, os idosos; os que, não tendo necessidade ou possibilidade de

se ausentar, permanecem ligados ao cultivo da terra; as crianças e aposentados que aproveitam o tempo para usufruir do ar puro que se respira neste local.

Noutros tempos, em determinadas horas, era ver os magotes que saíam da Casa de Santar e do “salão”, onde as senhoras manufaturavam os tapetes de Arraiolos… Era daí que advinha o pão nosso de cada dia! Os jovens não vislumbravam na escola a garantia de um futuro seguro, pelo que os estudantes não o eram de forma convicta, mas porque eram obrigados! Desta época, foram poucos os que prosseguiram estudos via Ensino Superior… Atual e contrariamente, grande maioria dos jovens vê na sua formação o garante da prosperidade!

Outrora, foram vários os pequenos estabelecimentos e serviços ao dispor dos santarenses: minimercados, talhos, pronto-a-vestir, artesanato, farmácia, um Centro de Saúde ativo todos os dias úteis todo o dia e, mais recentemente, uma instituição bancária, um médico dentista, entre outros que, de momento, não me ocorrem! Hoje, pouco ou nada resta… O que ficou resiste graças aos que permanecem, aos que nem sempre dispõem de meios para se

deslocarem e ausentarem da vila! Nelas, Viseu, Mangualde estão tão próximas… e carros não faltam!

Permanecer em Santar, nos dias de hoje, entedia. Poucas são as atividades desenvolvidas que prendam a população ou, por outra perspetiva, não é de “bom-tom” quedar-se tão-somente pela terra!

Antanho, aos domingos, caso as condições climatéricas o permitissem, os espaços públicos serviam de ponto de encontro, independentemente das gerações, para assim se passar uma tarde de camaradagem e lazer. Aos serões, desfrutavam-se os filmes passados, em formato VHS, no café do Zé Manel afagado com o calor da lareira ao rubro! Não sobrava cadeira para o mais incauto nas horas…

Assim, o convívio era o passatempo dessas gentes, por vezes enriquecido por uma outra atividade adicional.

Atualmente, nos mesmos espaços, permanecem aqueles que nunca se afeiçoaram a outros. Alguns já pereceram, deixando o seu lugar vazio! Nos mesmos lugares, os mesmos rostos marcados pela passagem implacável do tempo!

A conversa continua, mas os protagonistas são outros e os temas mudam consoante a atualidade da vila e da vida! O dinamismo dos tempos idos foi substituído por atividades esporádicas cuja implementação se reporta sempre aos mesmos: os que amam realmente a terra e que se dizem Santarenses de corpo e alma.

Destarte, se por um lado o progresso da qualidade de vida é irrefutável, por outro, Santar, não fugindo à regra, vive similarmente o drama do envelhecimento da população e de uma desertificação parcial e pontual, pois à semelhança de outras localidades, transformou-se no dormitório de quem tem que se ausentar para garantir o seu sustento.

Contudo, apesar de evoluções e de involuções, acredito que, contando com a garra e determinação dos verdadeiros Santarenses, Santar será impossível de apagar da memória e possui, sem dúvida, potencial que lhe permita permanecer na rota das vilas mais belas deste país e, do mesmo modo, não perder a honra de ser considerada como cartão-de-visita do concelho.

Santar de ontem e de hoje! Maria Regina S Canelas Santiago

“O tempo que tudo transforma, transforma também o nosso temperamento. Cada idade tem os seus prazeres, o seu espírito e os seus hábitos.”

Boileau , Nicolas

O QUE RESTA Á COMUNICAÇÃO SOCIAL

Nos momentos conturbados que no dia a dia das nossas vidas nos depara, ao fazer um jornal, ou a fazer artigos, ou sejam

contra o poder instalado, estão condenados.

Se não vejamos o que aconteceu no nosso distrito:

Uma rádio local, refiro-me à “Rádio no Ar” que era uma rádio local, foi absorvida, pelo grupo “Rádio Renascença” a “RTP” que fechou a sua delegação em Viseu o “ JN “ fechou a sua delegação.

É certo que a Comunicação Social não tem sabido adaptar-se às exigências dos tempos actuais, mas não está de momento, aqui, o cerne do problema.

Num país sem “cheta” entre o pão e o jornal, não tem por onde escolher. Os encargos

aumentam diariamente: água, luz, telefone, consumíveis, portagens, etc.

Esta política de fechamento conduz á asfixia, material informativa.

Alguns há até, que nos tempos de crise, julgam poder comprar tudo.

No dia em que pessoas livres, deixem de denunciar aquilo que lhe vai na alma, teremos que vender a alma ao diabo, vale mais recusar o “cangote” deixar em palco , os vendilhões do tempo em negócios paralelos.

Hoje, é muito difícil uma informação independente, ou que não dependa de grupos económicos, ou de instituições ?

Estou-me a lembrar da ultima exposição, em que o “Jornal Santarense” esteve presente, um determinado “vereador” apresentou a uma

entidade acompanhante , como o “Jornal da Oposição” e porque ?

Porque felizmente não depende do poder instituído, ou que para isso teria que ser a voz do dono.

Por isso … A luta continua com dificuldades acrescidas, mais imaginação mais dedicação. Talvez assim se supere este desespero e angustia.

Celso Pais Gaudêncio

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6 Março de 2012 Nº 16

Medidas desesperadas para poupar em tempo de crise

Ana Leitão

Um belo dia acordámos e disseram-nos que es-távamos em crise. Cri-

-se. Com todas as sílabas e le-tras. A palavra transformou--se no bicho mais papão de todos os tempos mas, desta feita, num bicho para meter medo a pequeninos e gran-des e com uma cara mais ou menos assustadora, conso-ante o partido a que pertence a pessoa que o observa.

Só que o mais curioso de todo este processo não é o facto de o bicho não ter uma forma precisa, mas antes o de agora aparecerem, vindos de todos os cantos e quadrantes, espe-cialistas em aconselhamento ao consumo – mas assumin-do variadíssimas designações - que nos ensinam banalida-des já sobejamente conheci-das pela maioria de nós. Só que licenciaram-se e tiraram pós-graduações para isso. A mais bombástica das suas revelações: temos de pou-par nas contas do dia-a-dia, a começar pela do supermer-cado. Ora aqui está uma coi-sa acertada de se dizer. Eu, por acaso - e presumo que também o estimado leitor – já tinha dado por isso. Mas confesso que, como apenas disponho de uma experiência empírica de quase 20 anos de

gestão doméstica e nenhuma especialização académica na área, não tenho conseguido aplicar com sucesso as ins-truções que me são dadas, quase diariamente, na rádio, na televisão, nos jornais, nas revistas femininas... Enfim, em todo o lado.

Ora vejam lá se me enten-dem: nunca, como hoje, o meu carrinho semanal de compras esteve tão cheio de produtos de marca branca e tão vazio de coisas supérfluas como aquele chocolate que eu adoro, um amaciador para cabelos palha-de-aço (quem é que vai notar a diferença, pelo amor de Deus?), guar-danapos de folha dupla (para quê limpar tão bem as mãos?) ou dentífrico branqueador (com os anos, os dentes ficam mesmo amarelos, é melhor habituarmo-nos…) Deixei de usar verniz, troquei bifes por bifanas e salmão por pesca-da congelada, daquela bem pequenina. Sempre fui um “pisco” mas agora como ain-da menos, porque já começo a pensar que é pecado. Gula? Nunca mais se viu um Donut lá em casa. Agora, só em ca-samentos e baptizados. E a ração do cãozinho é do sítio do costume.

Mas mesmo assim – pas-

mem! - a minha conta semanal não desce muito abaixo dos 40, 50 euros! Como é que isto é possí-vel?! Como?! Não sei, mas pelo me-nos não me dêem música cada vez que vou às com-pras! Porto-me bem, sigo todas as instruções que me dão mas não resulta. E é por isso que a partir de hoje vou ignorá-las e seguir uma lista de regras in extremis elaboradas por moi même, que aqui vos deixo, para o caso de padecerem do mesmo problema que eu: 1- Não façam compras para os sete dias da semana. É um disparate. Se comermos dia sim, dia não, já é bem bom. 2- Voltem a comer com as mãos, prescindindo dos pra-tos e talheres. Os nossos reis faziam isso e aposto que não compravam detergente para a loiça. 3- Será que precisa de tomar banho tantas vezes? Pondere e poupe água e sa-bonete. Se não se aproximar tanto das pessoas quando fala com elas, ninguém se queixe. 4-Acender a luz para ver o caminho para a casa--de-banho? Nunca. Use uma velinha e desenvencilhe-

-se com a outra mão. E pen-se que jantar à luz das velas e fazer serões à antiga, sem luz nem televisão, é bem mais romântico (o preço exorbi-tante da electricidade ficará para outra crónica). 5- Tem frio? Nada de gastar dinheiro em lenha, aquecimento cen-tral e muito menos ar condi-cionado. Está tudo pela hora da morte. Faça como manda o provérbio e “embrulhe---se na capa do seu tio”. Vai ver que, com mais ou menos frieiras na ponta dos dedos, a coisa vai.

E pronto: cinco regras bási-cas para enfrentar a crise em grande estilo e sem esbanjar. Se acha isto tudo uma enor-me estupidez, vai ter de des-culpar-me, mas avisei-o, logo no título, que as medidas eram desesperadas.

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7Março de 2012 Nº 16

Na passagem de mais um, neste caso o centésimo vigésimo, aniver-sário da nossa Banda de Música, o Santarense (S) pergunta ao seu presidente, o nosso conhecido Tó Rui (TR) algumas questões funda-mentais:

S- Mais um aniversário, mais um ano de vida desta secular Associação. O que significa para si os 120 anos de vida da nossa Banda de Musica?

TR. Significa que a música é trans-versal as gerações, as pessoas pas-saram por ela mas a Banda ficou e ao festejar 120 anos é a prova viva de que é possível perpetuar essa existência.

S- Ainda com poucos anos de Presi-dente da Banda, mas com algumas alterações na orgânica e na vivência desta colectividade. Como encontrou a Banda quando foi eleito?

TR. Quando cheguei a Banda, vai fazer 6 anos no fim do ano, en-contrei uma Banda estável a ní-vel financeiro mas a necessitar de novo dinamismo, quer a nível de direcção e essencialmente na sua estrutura musical, o tempo não se compadece com adormecimentos. Como sabe hoje as Bandas deba-tem-se com inúmeros problemas, mas se estagnarmos, sujeitamo--nos a ficar para a história como mais do mesmo, e nessa parte eu não me revejo, não quero ser mais um. Ainda muita obra esta por fa-zer não é fácil mudar as mentalida-des em tão pouco tempo.

S- Uma das suas grandes bandeiras é o desenvolvimento da escola de mú-sica da Banda. Pormenorize esses seus projectos e justifique tantos en-cargos, pois tem quatro professores a trabalhar neste momento?

TR. Uma Banda sem uma escola de música é como um bolo sem fer-mento não cresce.

Se pensarmos que uma Banda é simplesmente uma instituição onde se aprende a ler partituras e tocar instrumentos musicais, te-mos uma visão errada da realidade.

A Banda é uma escola para a vida, temos que cultivar o espírito de grupo e amizade, e sendo uma es-cola temos que a dotar dos meios possíveis, por isso estamos a ten-tar ir ao encontro crianças dos jo-vens e adultos, criando inúmeras actividades para despertar a sua atenção e curiosidade, para que tal seja possível contamos com o nos-so maestro Sr. Manuel Sampaio e os professores, Carla Loureiro (Formação musical), Nuno (saxo-fone), Emanuel (trompete), Artur (clarinete), Aldovino (percussão) e ainda com o Prof. Rapouso (trom-bone, bombardino e trompa) este ao abrigo de um protocolo com o Conservatório de Seia.

Para que tudo isto seja possível a muito se deve o apoio para a esco-la de música e banda da Fundação Lapa do Lobo.

S- Com toda esta inovação e movi-mentação, obviamente o espaço que a Banda possui é insuficiente para os dias de hoje. Tem alguma ideia sobre a construção duma nova sede da Ban-da?

TR. Quem não tem cão caça com gato. Agradeço a boa vontade do Grupo Cultural e Recreativo de Santar na pessoa do Sr. José Gui-lherme que nos cede as duas sa-las para darmos aulas em que nós estamos a fazer algumas adapta-ções, caso contrario se calhar já tínhamos dado algumas aulas no coreto que é também um magní-fico espaço. Quanto as ideias para a construção de uma nova sede, já as tenho a alguns anos, temo que não passem disso mesmo, ideias. Gostaria sim e esse era urgente que houve-se uma infra-estrutura para uso de todos, mas também essa ainda não passou de palavras e com a conjuntura actual não sei quanto tempo vai levar a passar disso mesmo.

S- Os tempos que correm são clara-

mente duma crise que não desapa-rece, tendo a Banda os seus encargos garantidos. A nível de apoios, as en-tidades oficiais tem correspondido ao que pretendia?

TR. Uma Banda não só se apoia com palmas e elogios, mas também com apoio humano, interesse, laçando desafios e ajudando monetaria-mente. Mais vale a solidariedade de um povo a volta da sua Banda que muitos elogios de circunstân-cia. A Banda é um meio de pro-jectar o nome da nossa freguesia e concelho. O poder po-lítico mui-tas vezes desconhece o potencial existente na Banda e do trabalho aí e fectuado, daí a pou-ca aptência para forma-lizar apoios.

S- Para terminar, o Santarense ende-reça os parabéns a nossa Banda por mais este aniversário, pergunto-lhe: Que prenda gostaria de receber na comemoração de mais um ano de vida da Sociedade Musical “2 de Feverei-ro” de Santar?

TR. Uma batuta com poderes má-gicos para: Para remodelar men-talidades, fomentar organização, dedicação e acima de tudo querer estar.

Aurélio S. Oliveira

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8 Março de 2012 Nº 16

Cerimónias da Quaresma e Semana Santaorganizadas pela Santa Casa da

Misericórdia de Santar

A Santa Casa da Misericórdia de Santar tem, desde que há memória, organizado as

cerimónias da Quaresma e Semana Santa na paróquia de Santar.

Mas manter a tradição é tarefa difícil nos dias de hoje.

Como membro da Irmandade e interessado nestas coisas da tradição, cedo me apercebi de que se tornava urgente recolher o que as pessoas mais antigas nos diziam sobre as cerimónias da Quaresma e Semana Santa.

Devo aqui reconhecer a preciosa colaboração do Sr Nuno de Sampaio, pessoa que merece o nosso louvor por ser um dos guardiões das nossas tradições. Que Deus lhe guarde, por muitos anos, a sua memória e que nos ilumine com a sabedoria de o sabermos ouvir.

O objectivo da minha recolha tem três missões:

1º Guardar em texto o que da tradição se manteve na memória até aos nossos dias,

2º Tentar manter aquilo que conseguiu sobreviver dessa tradição e

3º Incentivar os católicos da paróquia a reflectir sobre a tradição, desafiando-os para a tarefa de a reviver.

Sendo a Misericórdia de Santar que organiza todo culto da quaresma a Missa Dominica durante a Quaresma celebra-se na sua Igreja (à excepção das Missas de Domingo de Lázaro e de Ramos).

A QUARESMA ATÉ À SEMANA SANTA

OS SINAIS

Durante toda a Quaresma, até 4ª. Feira Santa (inclusivé), à noite (20,00 horas), os sinos da Misericórdia tocam, apelando aos fiéis que rezem pelas almas.

Em Sábado e Domingo de Lázaro, pelo meio dia, deve ser tocada uma entrada (no sino).

Como habitualmente, tocam os Sinos antes de cada missa (até ao

toque da Glória, na Missa de 5ª. Feira Santa).

O ALTAR DA IGREJA DA MISERICÓRDIA

No altar da Igreja da Misericórdia (habitualmente com a Senhora da Soledade), é colocada uma imagem alusiva a um tema da Quaresma (habito que ainda hoje se vem mantendo). As imagens eram tapadas com uma cortina. Após o sermão da missa, a cortina era corrida, ficando a imagem exposta à veneração dos fiéis.

1°. DOMINGO:

Tema: Traição de Judas e agonia do Senhor.

No Altar-mor expõe-se a imagem do senhor no Horto (imagem na Sacristia). Após o sermão, aparecia a imagem de um Anjo que descia apresentando, a Jesus, o cálice da Sua Paixão.

2°. DOMINGO:

Tema: Passo da Paixão (Jesus no Tribunal).

No Altar-mor expõe-se a imagem do Senhor da Paciência com as mãos atadas, sem coroa de espinhos e coberto com um frontal roxo, aparentando estar vestido.

3°. DOMINGO:

Tema: A prisão do Senhor:

No Altar-mor expõe-se a imagem do Senhor preso à coluna.

4°. DOMINGO:

Tema: A condenação de Jesus Cristo.

No Altar-mor, o senhor já com a cana verde, atado, com a capa vermelha e c/ coroa de espinhos. Esta imagem mantém-se, no altar, até 5a. Feira Santa.

5º. SÁBADO/DOMINGO

SÁBADO DE LÁZARO:

No fim da missa sai a Procissão com o Senhor dos Passos colocado no andor, com o resplendor de prata e com a cruz completa, ladeado de 4 lanternas, para a Igreja. O percurso vai directo, da Igreja para o Terreiro da Torre e, daí para a Igreja Matriz (sem passar, como

habitualmente pela Rua do Estremadouro). Junto ao andor, na Igreja Matriz, ficam as 4 lanternas e as varas da Sr.a Provedora e Sr Vice-Provedor.

O Senhor Padre Fernando entendeu que a Nª. Senhora (acompanhada de 2 lanternas) deveria acompanhar a imagem do Senhor dos Passos, até à Igreja, regressando, de seguida à Misericórdia, em procissão, apenas acompanhada pela Irmandade da Misericórdia (sem o Sr. Abade).

DOMINGO DE LÁZARO:

Neste Domingo a missa é vespertina e celebra-se na Igreja matriz.

No fim da Missa um conjunto de irmãos (a maior parte) dirige-se à Igreja da Misericórdia. Saindo daí, transportando o andor de Nª. Sra. até ao Terreiro da Torre (directo sem ir pela Rua do Estremadouro).

Na igreja Matriz ficam apenas os irmãos que transportam o andor do Senhor dos Passos, as 4 lanternas, os 3 anjos, a Sr.a Provedora e o Vice-Provedor. A Irmandade do Santíssimo acompanha a procissão

No Terreiro da Torre (no Terraço da D. Eduarda) é feita a pregação do Encontro. Após a prática, continua a procissão com a Irmandade do Santíssimo à frente, o Senhor dos

Passos (ladeado de 4 lanternas), a Nª. Senhora atrás (ladeada de 2 lanternas). A seguir e atrás de Nª Senhora, a Cruz de Prata da Misericórdia. Depois o Pároco e o Pregador ladeado pela Sr.a Provedora (do lado direito) e o Vice-Provedor (do lado esquerdo) seguem pela Rua Direita, 4 esquinas, Rua da Carreira, Largo do Passo, Rua do Estremadouro, Igreja da Misericórdia.

Quando a Procissão avista a Igreja da Misericórdia, os sinos devem tocar.

Antigamente, os sinos da Misericórdia iam tocando, compassadamente, enquanto a procissão ia avançando.

Nesta procissão, a Misericórdia prepara 3 anjos que vão à frente de Nosso Senhor (a naveta no meio e 1 turíbolo de cada lado). Estes Anjos devem ser crianças mais velhas.

Os anjos das promessas vão espalhados pela procissão ou atrás do Senhor.

Luís Maia Rodrigues Parte I - A QUARESMA

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9Março de 2012 Nº 16

Cerimónias da Quaresma e Semana Santaorganizadas pela Santa Casa da

Misericórdia de Santar

Luís Maia Rodrigues Parte II - A SEMANA SANTASEMANA SANTA

Trevas (ESTE RITUAL FOI ABOLIDO PELA SANTA SÉ)

Os ofícios começavam com a 4a. Feira de Trevas. Os Padres iam para o coro e cantavam os ofícios, mandando apagar as velas do Can-delabro, que representavam os 12 Apóstolos, até ficar uma única vela, a do Senhor, ficando às escuras, acompanhado este momento de muito barulho, até depois se acen-derem, de novo, as luzes, acaban-do a cerimónia. Este ritual fazia-se 4a., 5a. e 6a. Feira.

O barulho acima referido era feito pelos fiéis batendo os pés ou usan-do relas.

Na noite de 5ª Feira, grupos ho-mens acompanhados de jovens corriam as ruas da paróquia, rolan-do as relas para, com este barulho, chamar a atenção do povo para o anúncio das horas das cerimónias de 6ª Feira Santa.

5ª. FEIRA SANTA:

O Senhor da Cana Verde é retirado do altar e colocado num andor.

No Altar-Mor é colocado o “Sepul-cro” dourado, com um corporal, sendo o altar enfeitado com flores e castiçais com velas.

O Senhor crucificado do Altar das Almas é previamente retirado e co-locado na Sacristia.

Os altares laterais não devem estar enfeitados, pois os crucifixos e en-feites serão retirados dos altares, após a colocação do SENHOR no altar, em adoração.

Missa da Ceia – Instituição da Santa Eucaristia

Antes da Missa celebrava-se a ceri-mónia de lava-pés. O Pároco lavava os pés a 12 pobres e, ao seu lado, o Provedor da “Misericórdia” limpa-va os pés de cada pobre. Posterior-mente era entregue a cada um dos pobres a toalha com que os seus pés foram limpos e um envelope que, segundo a tradição, deveria conter uma esmola de valor signi-ficativo.

Durante a missa, os sinos da Mise-ricórdia tocam na Glória (imedia-tamente a seguir à confissão), não tocando mais até à meia noite de

sábado de Aleluia.

Após a Consagração, são retirados todos os crucifixos dos altares, bem como todos os panos e flores (com excepção do altar principal onde estará o Senhor em adoração).

Depois da Missa segue-se a procis-são dos "Fogaréus".

À frente desta procissão vão os fo-garéus.

Incorporam esta procissão todas bandeiras da Irmandade e todas as varas (com excepção da do Vice--Provedor, pois este leva o Senhor crucificado na procissão).

Antigamente esta imagem ia de-baixo do Páleo que era transpor-tado por antigos Vice-Provedores (este preceito foi abolido pelo Sr Padre Fernando). Antigamente a imagem de Nª. Senhora da Sole-dade não acompanhava o Senhor nesta procissão.

Nesta procissão não vão Anjos pro-movidos pela Misericórdia.

Trajecto: Sobe o Estremadouro, Passo, Rua da Carreira, Terreiro da Torre, entrava pela porta principal da Igreja, saindo pela lateral direi-ta, Terreiro da Torre e Misericórdia.

No adro da igreja Matriz, a Irman-dade do Santíssimo está formada com o seu Reitor e as insígnias. Quando a procissão chega ao adro, a irmandade do Santíssimo segue à frente entrando pela porta prin-cipal e saindo pela lateral direita, sendo seguida pela da Misericór-dia. O Reitor espera, atrás da sua irmandade à entrada da igreja, onde aguarda o Provedor dando--lhe a direita (entre o Reitor e o Pá-roco). A procissão assim formada (Santíssimo à frente – Misericórdia atrás) segue até ao 2º. Passo, onde o Reitor e o Provedor se despe-dem, ladeados pelas Insígnias da Irmandade do Santíssimo.

ADORAÇÃO DO SANTÍSSIMO

O Santíssimo fica entretanto expos-to no “Sepulcro” (no altar da Igreja da Misericórdia), mantendo-se em Adoração depois da procissão e até à meia-noite, reiniciando-se a ado-ração na 6ª. Feira de manhã (pelas 9 horas). ANTIGAMENTE ficava em adoração durante toda a noite e

dia de 6a. FEIRA SANTA. Junto ao altar ficam 4 irmãos (2 de cada Ir-mandade) com as suas insígnias e com 4 tochas acesas.

6ª. FEIRA SANTA:

Missa com Cerimónia da Adora-ção da Cruz – celebrada no altar das Almas:

A cruz que está no altar das al-mas, foi retirada na 5ª Feira para sacristia, onde está coberta com um pano roxo. Um dos membros da Mesa ou outro irmão com capa (algumas vezes acompanhado por um padre), ladeado por 2 irmãos com os castiçais pretos, com ve-las acesas, trazem a cruz para o centro da igreja, entre os altares da Senhora da Piedade e da Santa Eufémia). Depois dois membros da Mesa (nesta altura sem as velas) seguram na Cruz, enquanto os fiéis beijam o Senhor na Cruz e faz-se a recolha dum ofertório que reverte a favor dos lugares Santos (entre-gue ao Pároco).

No fim desta Cerimónia sai a pro-cissão do enterro do Senhor, com:

O esquife (previamente preparado e mantido na sacristia) é transpor-tado pelos 4 Irmãos que carrega-ram o andor do Senhor dos Passos - nas pontas.

O Páleo roxo vai a cobrir o Esquife (uma vez que o Páleo não cobre o Senhor crucificado na procissão de 5ª. Feira, deve este ser carregado por irmãos que pertenceram a Me-sas em mandatos anteriores, para além dos 2 homens que carrega-ram o Senhor dos Passos – nas pro-cissões de Lázaro – no meio).

A Cruz de ma-deira (sem o Senhor) e com um pano branco deve ser transpor-tada por um Irmão.

Todas as varas e Bandeiras (estas deita-das).

TODOS OS IR-MÃOS VÃO DE CAPUZ NA

CABEÇA.

A Cruz de Prata não vai na procis-são.

Os três anjos de Domingo de Láza-ro levam as insígnias mais difíceis como, o retrato de Nosso Senhor (à frente do Senhor), a coroa de espi-nhos (atrás do Senhor), o turíbulo e a naveta (atrás da Nossa Senhora).

As outras insígnias vão espalhadas, em fila espaçada, no meio da pro-cissão, começando pelo letreiro, colocado logo atrás do pendão. A seguir, todas as outras: pica, es-ponja, escadinha, martelo, chicote, coluna, coração e o Santo Sudário.

A Senhora da Piedade segue num andor vestida de preto (POR SE-NHORAS), sem o seu resplendor, previamente colocado na Igreja;

O Senhor morto é colocado no Es-quife, com as rendas adequadas (mantendo-se na sacristia até ao início da Procissão);

Trajecto: sobe a Rua do Estrema-douro, Passo, Carreira, 4 esquinas, Rua Direita, Torre, Igreja da Mise-ricórdia.

Ao Recolher é feito o Sermão da Soledade.

Antigamente, antes de sair a pro-cissão, era feito o Sermão da Pai-xão e, no fim deste, o pregador mostrava o Santo Sudário que, de-pois, era levado na Procissão

SÁBADO SANTO:

Na igreja Matriz era feita a aleluia durante a manhã, no fim duma missa que habitualmente se cele-brava às 10h.

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10 Março de 2012 Nº 16

FICHA TÉCNICA:

Director: Armando CarvalhoDirector Adjunto: Aurélio Sampaio OliveiraProprietário: Associação Cultural e Informativa “Os Amigos de Santar”Nº de Contribuinte: 503259250Periodicidade: Bimestral • Tiragem: 300 Ex.Sede: Rua do Estremadouro, Nº13 • 3520-140 Santar NLSPreço Avulso: 1,00€Impressão e Acabamentos: NOVELgráfica • A. Ferreira e Filhos, Artes Gráficas, Lda • ViseuDepósito Legal: 143864/99

ACI - Amigos de [email protected]

Telef.: 232 945 208

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Urb. Casas da Raposeira Lote 5Canas de Senhorim

Muita é a idade, mas rugas só de expressão!

Desde há muito que nada se ouvia acerca do aniversário da Vila

de Santar, que para quem não sabe fez 84 anos! Marcou-se este ano a diferença e Santar esteve de Parabéns, pela data, pela iniciativa e pelo que a compôs !

Não se ouviram foguetes, simplesmente se sentiu de forma serena o que de melhor pode ter uma terra, as pessoas! E as nossas pessoas mais uma vez mostraram que Santar detém em si um potencial soberbo! Ora vejamos: uma exposição de pintura cujos artistas, oriundos de Santar apresentaram e presentearam com os seus magníficos trabalhos. De parabéns, estão eles, estamos nós!

Claro está, que estes louros se deverão partilhados, pois a iniciativa e a parceria entre a ACI (Associação Cultural Informativa) e a Junta de Freguesia é que nos possibilitou redescobrir, os vários e bem compostos, talentos Santarenses. E aqui será imperativo reforçar a cooperação e a boa vontade

de quem esteve na origem e no desenrolar desta iniciativa!

Parabéns a Santar, Parabéns a todos os talentos desta nobre terra, às associações, às Grandes Casas que aqui se mantêm. Pelo que fazem diariamente, pela qualidade com que nos representam, por mostrarem por que pautas nos regemos.

Festejámos este ano na esperança de que o espirito de cooperação se mantenha hoje e por anos infinitos, na esperança que tudo o que nos faz permaneça com a mesma postura, com a mesma qualidade! Que apesar de alguns nos deixarem, os que ficam se mantêm, como representantes de um nicho nobre, porque nobre é a nossa Vila.

Parabéns

Elsa Loureiro

A Modern Festival“A Modern Festival” é uma rubrica de musica, nunca esquecendo a portuguesa, irá trazer tambem muito boa musica estrangeira.

A NaifaA Naifa é um projecto musical criado em 2004, que reúne os encantos do fado assim como a alegria do pop. O grupo foi fundado por Luis Varatojo, Maria Antónia Mendes, Joao Aguardela e Vasco Vaz. Desde 2004 a 2012, a banda já lançou 4 albuns. No primeiro ano de existencia lançou “Cançoes Subterraneas”, dois anos mais tarde veio á rua com “3 Minutos antes de a Maré Encher(2006), Em 2008, A Naifa volta atacar com “Um Inocente Inclinação Para o Mal”, com o carimbo de Joao Aguardela, que viria a falecer no ano seguinte. Este ano, A Naifa já lançou mais um album, chama-se “nao se deitam comigo coraçoes obedientes”, e ja passa nas radios!

Arcade FireOs Arcade Fire sao uma banda canadiana, nasceram no Quebec em 2003. Win Butler e Regine Chassagne fundadores e actuais cantores desta banda de indie-rock. Os Arcade Fire sao conhecidos pela energia que transmitem em palco, assim com o grande numero de instrumentos que usam, do acordeao, passando pelo violoncelo, até á harpa. Com 3 albuns lançados, os Arcade Fire sao vencedores de inumeros prémios com “The Suburbs”, lançado em 2010. Uma das melhores bandas de musica alternativa atualmente.

Luis Martins

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11Março de 2012 Nº 16

É tão linda a minha terra!António Nuno de Sampaio

O Pelourinho de Casal SanchoComo é do conhecimento geral, os pelourinhos foram sempre símbolos da autonomia municipal.Só as terras que foram ou são sedes de concelhos é que possuem pelourinhos e nem todas; por acaso , Nelas não tem pelourinho!O concelho de Senhorim que vinha desde a fundação da nacionalidade tinha o seu inicio moinhos do rio dão , daí subia até à fonte chamada dos almocreves , junto à capela de Nossa Senhora dos prazeres ,daí seguia em linha reta até Gandufe; daí seguia até ao rio Mondego, daí subia até à mata das alminhas Nelas, pouco mais ao menos, daí seguia até à igreja de Carvalhal ; daí à igreja Senhora do viso; daí às poldras de Moreira; daí a Fonte de Moreira; daí às Prazias e daí ao rio Dão. Este território mau teve-se assim durante séculos inalterável até 9-12-1832 em que foram extintos os concelhos de Senhorim e de Canas de Senhorim e foi criado o Concelho de Nelas.O Concelho de Senhorim era formado pelas freguesias de Santar, com as aldeias de Moreira e Casal Sancho, a freguesia de Vilar Seco que era a sede do concelho; a freguesia de Senhorim à qual pertencia o lugar de Nelas que só foi elevada a freguesia em data incerta do seculo XVIII e a freguesia de Gandufe, que passou a pertencer ao concelho de Mangualde a quando da criação do concelho de Nelas. A que ficara a pertencer o lugar do Folhadal que já tinha sido sede de concelho e que nunca foi freguesia e as terras que foram de Canas de Senhorim com os lugares da Lapa do Lobo e a Povoa de Santo António; a aldeia da Aguieira que também tinha sido sede de concelho e nunca foi freguesia a que pertenciam os lugares de Moreira de Baixo e do Pisão , lugares estes que eclesiasticamente sempre pertenceram à freguesia de Santar , assim como a Aguieira eclesiasticamente sempre pertenceu à freguesia de Carvalhal , como esta sempre pertenceu ao concelho de Senhorim !Pelourinhos originais só parece ser o da Aguieira ; o de Canas atual , é dos princípios do seculo XX; o do Folhadal não sei se existe; o de Vilar Seco é da década de cinquenta do seculo passado e foi feito pelos filhos do tio Chico Tereso de Santar; em Nelas como já disse não existe

nenhum!Em face do exposto aquilo que existe em Casal Sancho não pode ser um Pelourinho, uma vez que está provado nunca foi sede de concelho nenhum, sendo lugar de Santar que nunca foi sede de concelho mas sim a sede da Casa do Paço residência dos Donatários do dito concelho de Senhorim durante vários séculos!Então surge naturalmente a pergunta:Qual a origem de tal “monumento”!No ano de 1904 foi festejado em todo o mundo católico o cinquentenário da definição do dogma da Imaculada Conceição que tinha sido definido pelo Papa Beato Pio IX no ano de 1854.Esta data também em Portugal foi solenemente festejada em todas em as cidades, vilas e aldeias com a maior solenidade!Ficaram famosas as realizadas em Vila Viçosa e as do Santuário de Nossa Senhora da Conceição do Sameiro em Braga , que tinha sido erigido para comemorar essa data ; nele estiveram presentes todos os Bispos de Portugal A imagem de Nossa Senhora foi coroada com uma preciosa corôa de ouro e aí se juntaram milhares de peregrinos de todo o país e também estiveram alguns em Santar!Em muitas partes do país se ergueram monumentos comemorativos dessa data e em Viseu ergueu-se um belíssimo monumento em frente ao Seminário. Estas festas em honra da Imaculada Conceição foram muito combatidas pelos republicanos, mais aos menos correta dos com a maçonaria! Ficou a famosa a procissão aos peregrinos que se dirigiam para a Estação de São Bento para irem para Braga com insultos, agressões tentando tudo para impedirem o embarque desses peregrinos!!!A senhora Dª Emília Santos Lima , senhora muito católica também ela quis mandar erguer no jardim da sua casa em Casal Sancho , um monumento em honra da Imaculada Conceição!Mandou fazer a coluna encimada por um globo e respectiva base. Entretanto em 1908 dá-se o regicídio do rei D. Carlos e do Príncipe D. Luis Filipe e a partir daí a maçonaria começou a sua obra de perseguição à Igreja que culminou em 1910 com a proclamação da Republica e as leis iniquas que se

seguiram!Em Viseu o Seminário foi tomado de assalto uma personagem tentar entrar a cavalo dentro da Igreja! Mas o cavalo foi mais respeitador do que o que o montava, pois este não conseguiu que o animal entrasse dentro da Igreja!Entraram os homens que tudo roubaram! Só escaparam as paredes!As duas estátuas de pedra da fachada e muito recheio veio parar à “Casa do Soito” onde ainda se encontram!!!!O monumento erguido em frente ao Seminário foi apeado! A imagem da Imaculada Conceição foi vendida para algures e a coluna foi levada para a Praça de Camões (atual Praça de D. Duarte) onde foi servir de pedestal ao busto de Camões destronado e levado para junto do liceu e a coluna e o resto co conjunto foi devolvido ao Seminário e foi novamente erguida não já a frente do Seminário mas dentro no jardim sendo pouco visível da parte de fora, a imagem não sei se é a mesma ou uma cópia.A igreja do seminário foi profanada e transformada em depósito de material e o seminário transformado em quartel militar!!!E tudo isto em nome da liberdade!!!!Em vista destes desacatos e tantas outras praticados pelo País fora, a senhora D. Emília desistiu de erguer no seu jardim o monumento que tinha planeado; o que estava feito lá ficou a um canto até ser descoberto por “arqueólogos” de aviário e vá a erguê-lo la no larguito junto a casa e a batizá-lo com o nome de Pelourinho e a gabinete de cultura da Câmara Municipal de Nelas mandam colocar na estrada e a seguir dois grandes letreiros indicando a sua localização!!!Melhor fora que o tivessem levado para Nelas e o tivessem erguido na Praça em frente à Câmara aí ocuparia o lugar do Pelourinho que Nelas nunca teve!!!Esta é a história verídica do “Pelourinho” de

Casal Sancho!!!No entanto a senhora D. Emília Santos Lima não desistiu da sua ideia de homenagear a Imaculada Conceição: Um dia o sr. Abade Escada, que paroquiava Santar desde 1903, recebeu uma carta sem remetente e dentro um pequeno bilhete e uma guia de encomenda dos Caminhos de Ferro; O bilhete também sem assinatura dizia para com aquela guia mandar levantar à Estação de Nelas uma encomenda que a transportassem com muito cuidado, não dizendo o que continha! O sr. Abade teve receio que fosse alguma bomba pois nesses dias acontecia muitas vezes mandarem bombas que causavam estragos!Quando a encomenda chegou foi aberta com todo o cuidado qual foi o espanto e a alegria quando descobriu a Imagem da Conceição !!!Logo se marcou uma festa para a bênção da Imagem onde a senhora D. Emília apareceu de xaile e lenço coisa que ela não usava pois ela era das senhoras que usava chapéu!Tudo achou aquele traje estranho, mas ninguém desconfiou !Só muito mais tarde por indiscrição de pessoa amiga a quem ela o tinha contado é que se veio a saber que foi ela quem tinha adquirido a bela Imagem de Nossa Senhora da Conceição que hoje veneramos na nossa Igreja Paroquial.

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12 Março de 2012 Nº 16

O CÂNTICO DA PAIXÃO

Foi costume durante (talvez) séculos, em todas as 6ªs Feiras da Quaresma.

Reunidos, muitos habitantes de Santar, homens e mulheres, faziam a visita aos Passos, começando na Igreja, onde rezavam 6 Pai-Nossos, 6 Avé-Marias e 6 Glórias, pelas Almas do Purgatório. Enquanto iam de um Passo para o outro iam cantando o bentíssimo CÂNTICO DA PAIXÃO.

Bendita e louvada seja!A Paixão do Redentor!Que para nos livrar das culpasMorreu em nosso favor!Suportou grandes tormentos!Duros martírios na Cruz!Morreu para nos salvar!Bendito seja Jesus!Quanto por nós padecestes,Oh bom Jesus Salvador!Quem há que possa entenderTantos excessos de amor!Na Vossa Santa CabeçaCoroa de espinhos cravaramDe onde, entre dores incríveis,Fontes de Sangue emanaram!Vossos cabelos divinosForam em sangue ensopados,Sangue que veio remir-nosDos nossos feios pecados!Vossos Santíssimos olhosVerteram lágrimas ternasPara que fossemos livresDo fogo e penas eternas!Vossas Santíssimas facesSofreram mil bofetadasPor duras e feras algozes,Escarnecidas, pisadas!Vosso Santíssimo rostoEncheram de escarros nojentosPor nossos muitos pecados,Senhor Deus tantos tormentos!Vossa Santíssima bocaVinagre e fel amargoso

Provou, poupando à nossa almaCastigo eterno horroroso!O Vosso Santo pescoçoCom grossas cordas ataram,De rua em rua com elasComo réu vos arrastaram.Vosso Santíssimo corpoHorrivelmente flageladoEle nos diz quanto horrendoQuanto é medonho o pecado.Vossos Santíssimos ombrosPesada cruz conduziramDe onde dores incríveisMais e mais chagas se abriram.Vossas Santíssimas mãosCravaram nesse madeiroDele pendente ficastesBom Jesus, Deus Verdadeiro.Vossos Santíssimos pésForam com ferros fendidosMas foi sagrada a sentençaContra milhões de perdidos.Vosso Santíssimo peitoFoi cruelmente rasgadoMas dele correu abundanteRemédio para o pecadoVosso amável coraçãoPois que o feriu dura lançaNele nos convida que entremosCheios de m’or confiança!Pelo valor infinitoDe tão amarga PaixãoOh Bom Jesus concedei-nosDos nossos crimes Perdão!

E assim se percorriam os Passos, terminando no Senhor do Calvário.

Este costume manteve-se até aos princípios do séc XX, perdendo-se, desde então…

Perdido, PARA SEMPRE? Isso dependerá de nós, Católicos, homens e mulheres que amam o seu passado.

Que bom seria que se voltasse a recuperar tão belo costume.

Santar, 2012-03-30.

NUNO DE SAMPAIO

Café Restaurante “O Pedro” Vinhos e Petiscos. Gerência de Jorge Loureiro - SANTAR - Telefone: 966 142 994

PARÓQUIA DE SÃO PEDRODE

SANTAR

CARÍSSIMOS PAROQUIANOS:

As celebrações da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo, são um tempo particularmente forte, um tempo para ser vivido numa atitude de grande interioridade e proximidade a um mistério, que nos diz muito mais do que podemos imaginar. Acompanhar Jesus na dor, na entrega, na morte e na alegria da Vida, é fazer uma viagem pela nossa história e pela história de uma humanidade a caminho, descobrindo que isso implica mudar muitas coisas. Esta viagem, leva-nos a descobrir que a Vida tem em si uma potencialidade transformadora, sem limites, quando vivida sem medos e sobretudo sem egoísmos.

Somos convidados a participar nas celebrações que nos introduzem e unem à Páscoa de Jesus Cristo, assim, deixo-vos o programa celebrativo pascal:

- QUINTA-FEIRA SANTA- 5 de Abril: Ultima Ceia – 20.30h

- SEXTA-FEIRA SANTA- 6 de Abril: Paixão do Senhor; Procissão do Enterro e Adoração da Cruz – 20h-

- SABADO SANTO- 7 de Abril: Solene Vigília Pascal – 21h

- DOMINGO- 8 de Abril: 9.30h Eucaristia Moreira; 14.30h Eucaristia Matriz, procissão da Ressurreição e Visita Pascal: Santar, Casal Sancho e Fontanheiras(19h Eucaristia).

- SEGUNDA-FEIRA- 9.30 Visita Pascal Pisão 11h Eucaristia; 14.30 Visita Pascal Moreira 18h Eucaristia.

O Anúncio Pascal / Visita Pascal é uma das mais belas tradições cristãs – somos convidados a abrir as portas da casa da Família e do nosso coração, a Cristo Ressuscitado – essa é a boa-notícia, carregada de esperança e optimismo que cada ‘Equipa do Anuncio Pascal’ levará a todos vós. A boa-notícia de um Deus Solidário, que sofreu por nós, mas venceu, dando a vida. Numa fase da história, tão delicada como esta que, atravessamos, deixemos que a força do Ressuscitado nos impulsione. Vamos procurar, que este anúncio percorra todas as ruas da freguesia, para despertar a Esperança e motivar a Alegria.

Ao solicitarmos o Contributo Paroquial, queremos agradecer a todas as famílias que generosamente, em espírito de partilha têm contribuído para o Fundo Paroquial, que o Senhor vos cumule de Bençãos.

Com os votos de uma Feliz Páscoa,O vosso pároco e amigo

Pe. Nuno Santos

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13Março de 2012 Nº 16

A sociedade musical dois de Fevereiro de Santar comemorou mais um

aniversário. Esta secular associação é um dos baluartes culturais da nossa terra e da nossa região. Na celebração de mais um ano de vida, foi laborado um programa muito semelhante ao de anos anteriores e passo a descrever:

No dia dois de Fevereiro, dia próprio do aniversário, a nossa banda faz uma arruada pelas dezanove horas, percorrendo o trajecto habitual da nossa vila. No entanto, foi no dia doze de Fevereiro, o escolhido para mostrar uma planificação mais elaborada de mais este aniversário.

Logo pela manhã, o frio agreste e inoportuno, parecia perturbar este dia de alegria e de harmonia que nos estava confinado. Graças a tudo isto, consta-se que foi muito difícil, sobretudo aos mais jovens entrarem no ritmo deste dia festivo. Entretanto, a vontade intrínseca de todos, superou toda esta contrariedade e pelas 8h30 a banda iniciou a sua arruada pelas artérias principais de Santar. Como uma sonoridade muito peculiar, a nossa banda foi acordado este povo e ao mesmo tempo relembrar-lhe que este dia era mesmo de festa. Todos ouviram e evocaram que neste despertar, se comemorava mais um aniversário de uma colectividade que tão bem representa o nome de Santar.

Pelas 10h00, a sempre esperada e muito concorrida visita ao nosso cemitério. Aqui se invocaram figuras que brilharam a história da nossa banda. Aqui se rezou, meditou, reflectiu, por todos os que ajudaram a engrandecer esta secular associação.

Como de costume, a nossa banda exibiu uma marcha fúnebre, sentimental, tendo o silencio dos presentes ajudado a relembrar grandes heróis grandes homens, grandes Santarenses.

Pelas 11h30 a tradicional

eucaristia em louvor de nossa senhora de Fátima. A igreja estava cheia, sendo de registar muitos convidados, sobretudo ligados as associações de Santar. O coro da nossa banda, transmitiu uma solenidade própria a esta eucaristia presidida pelo nosso pároco. E que bem tocou e cantou a nossa banda… a assembleia, com todo o seu saber, ajudou na festividade desta missa solene. Na homilia, o padre Nuno Santos, dissertou sobre as leituras da missa, não deixando de realçar o significado aniversário da nossa banda de música. No final da eucaristia e ainda no interior da nossa igreja, cantaram-se os parabéns a sociedade musical 2 de Fevereiro, cabendo a assembleia uma vincada prestação. Seguiu-se a procissão com o seu trajecto habitual, bem ritmada ao som da nossa banda. Estava assim cumprida a primeira parte de uma etapa e de uma festividade que refulge as páginas da nossa história. De seguida, sempre com o sentir de um frio arrepiante, a nossa banda e todos os convidados dirigiram-se para a escola secundária de Nelas, onde pelas 13h30 seria servido um desejado e apetecido almoço. O local, incentivou algumas críticas, mas a verdade é que neste momento Santar não possui um espaço condigno para uma celebração deste género. É pena… mas é a nossa grande realidade.

Após o almoço, vivido com grande espírito de harmonia e confraternização, seguiu-se a tão esperada tarde cultural dividida por vários sectores:

Por volta das 16h00 e sobre a mestria do professor Emanuel, exibiu-se um grupo bastante jovem a tocar individualmente músicas para trompete, sempre com acompanhamento de fundo de piano. Seguiu-se um grupo mais curto de saxofone, clarinetes, trombone, com percussão de tarola e prato sobre a regência do professor Nuno Gouveia de seguida, a professora Carla de

Nelas, exibiu com sabedoria e sobretudo muita pedagogia umas musicas para flauta de bisel, com o acompanhamento de vários instrumentos de percussão. Seguiu-se, o muito conhecido professor Raposo, a apresentar um quarteto de trombones de vara, matéria em que se mostrou toda a sua especialidade. Por fim e falando dos mais jovens, a professora Carla voltou a apresentar um grupo de flautas com percussão a acompanhar.

Referir a boa organização, coordenação, desta multifacetada escola de música, com professores sabedores, capacitados e sobretudo muito vocacionados para a educação e formação dos mais jovens. Nos tempos actuais, para alem das competências adquiridas pelos formadores, é importante a vertente pedagógica para assegurar um trabalho produtivo e com sucesso. Esta norma está a passar bem visível na escola de música da banda de Santar.

Para terminar esta corrente musical, surgiu em palco a sociedade musical 2 de Fevereiro de Santar para mostrar o seu reportório num concerto muito aplaudido. Dirigiu a nossa banda, o maestro Manuel Sampaio Coelho, pessoa que, para alem dos seus conhecimentos musicais, tem demonstrado muito empenho, muita dedicação, muito trabalho nesta associação. O concerto foi brilhante e conseguiu empolgar os

muitos presentes que aplaudiam com fervor e vivacidade.

Realçar ainda a intervenção do presidente da banda que agradeceu o esforço e o empenho de todos os músicos; falou ainda da escola de música, a sua visibilidade no momento nos seus objectivos no futuro. Saliento ainda que a fundação Lapa do Lobo que tanto tem ajudado a banda, passe a ser sócia honorária desta associação. Aproveitou uma vez mais para falar da falta do espaço em Santar para estas comemorações e que uma associação com 120 anos de vida devia ser mais respeitada.

Da minha parte, algumas notas finais que não poderei deixar passar em branco. A presença das associações de Santar nesta festividade é um sinal de reconciliação e vitalidade da nossa indelével façanha cultural. Apesar das suas diversidades e das suas dimensões, todas têm um papel importante no panorama cultural de Santar. Sempre pugnei por esta proximidade, por esta interacção, esperando que este exemplo seja para continuar. Parabéns á nossa banda por mais um aniversario parabéns a todos os que por diversas formas contribuem para o seu agradecimento. Visualizamos uma colectividade bem organizada, com espírito inovador e com vontade de difundir com sonoridade brilhante o nome de Santar.

Aurélio S. Oliveira

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14 Março de 2012 Nº 16

Poema da vida de Celso Gaudêncio

Cântico Negro: De José Régio

“Vem por aqui. – Dizem-me alguns com os olhos doces Estendendo-me os braços, e seguros de que seria bom Que eu os ouvisse quando me dizem: “vem por aqui”Eu olho-os com olhos lassos,(há nos olhos meus, ironias e cansaços)E cruzo os braçosE nunca vou por ali…A minha glória é esta:Criar desumanidades!Não acompanhar ninguém.- Que eu vivo com o mesmo sem vontadeCom que rasguei o ventre à minha mãeNão, não vou por aí! Só vou por ondeMe levam meus próprios passos…Se ao que busco saber nenhum de vós respondePor que me repetis: vem por aqui...?Prefiro escorregar nos becos lamacentos,A ir por aí…Só para desflorar florestas virgens,E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!O mais que faço não vale nada.Como, pois, serei vósQue me dareis impulso, ferramentas e coragemPara eu derrubar os meus obstáculos?..Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,E vós amais o que é fácilEu amo o longe e a miragem,Amo os abismos as torrentes, os desertos…Ide! Tendes estradasTendes jardins, tendes canteiros,Tendes pátria, tendes tetos,E tendes regras e tratados,E filósofos e sábios…Eu tenho a minha loucura!Levanto-a, como um facho arder na noite escuraE sinto espuma, e sangue e cânticos nos lábios…Deus e o diabo é que guiam, mais ninguém!Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;Mas eu, que nunca princípio nem acabo,Nasci do amor que há entre deus e diabo.Ah, que ninguém me dê piedosas intensões,Ninguém me peça definições”!Ninguém me diga: vem por aqui.A minha vida é um vendaval que se soltou,É uma onda que se levantouÉ um átomo a mais que se animou;Não sei por onde vou,Não sei para onde vouSó sei que não vou por aí!

ASSEMBLEIA GERAL DA SOCIEDADE MUSICAL DE

SANTAR

Realizou-se no passado dia 4 de Fevereiro de 2012 uma assembleia-

geral da sociedade musical 2 de Fevereiro de Santar ás 20h00 na sede da

referida associação e com a seguinte ordem de trabalhos:

1. Período antes da ordem do dia: informações

2. Ordem do dia: apreciação e votação do relatório de contas do ano

de 2011

2.2 Apreciação e votação do plano de actividades para o ano de 2012

2.3 Outros assuntos de interesse para a associação

Registe-se o numero significativo de sócios nesta assembleia,

mostrando interesse pela a actualidade da nossa banda. Houve discussão

aberta em todos os pontos, com esclarecimentos plausíveis por parte do

Sr. Presidente. Tudo correu dentro da maior normalidade, todos os temas

foram bem discutidos e esclarecidos, tendo os pontos apresentados sido

votados por unanimidade.

João Alves

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15Março de 2012 Nº 16

DESPORTO

Sporting Clube de Santar

15ª Jornada: Santar 0 – 5 Nandufe

29 de Janeiro de 2012Constituição da equipa:S. C. Santar: Pimba, Boloni, Gonçalo(C), Miguel, Pedro Pereira, Jota, Rui Pedro, Lucho, Zé Manel, Pedro, FroisJogaram ainda: Mauro, Chico, PestanaTreinador: Chico Pina

16ª Jornada: Campia 4 – 1 Santar

5 de Fevereiro de 2012Constituição da equipa: S. C. Santar: Chico, Boloni, Gonçalo, Miguel, Mauro, Rui Pina, Lucho, Ze Manel, Pedro, Rui Pedro, Frois,Jogaram ainda: Pedro Pereira, Fradique, PestanaGolo: Rui PinaTreinador: Chico Pina

17ª Jornada: Santar 0 – 1 Cabanas Viriato

12 de Fevereiro de 2012Constituição da equipa: S. C. Santar: Chico, Boloni, Miguel, Gonçalo(C), Mauro, Rui Pina, Rui Pedro, Lucho, Zé Manel, Pedro, FroisJogaram ainda: Fradique e Rogério,Treinador: Chico Pina

18ª Jornada

O Santar folgou em virtude de haver 13 equipas a participar no campeonato.

19ª Jornada: Moimenta Dão 3 – 0 Santar

26 de Fevereiro de 2012Constituição da equipa: S. C. Santar: Chico, Boloni, Gonçalo, Rui Pina, Pedro Pereira, Rui Pedro, Jota, Rogerio, Zé Manel, Pedro, Frois,Jogaram ainda: Jotapê e FradiqueTreinador: Chico Pina

20ª Jornada: Santar 0 – 5 P. Gonta

4 de Março de 2012Constituição da equipa:S. C. Santar: Pimba, Mauro, Gonçalo(C), Rui Pina, Pedro Pereira, Rui Pedro, Jota, Frois, Pedro, Zé Manel, FradiqueTreinador: Chico Pina

21ª Jornada: S. Cassurrães 8 – 1 Santar

11 de Março de 2012Treinador: Chico Pina

22ª Jornada: Santar 1 – 1 Canas S. Maria

18 de Março de 2012Treinador: Chico Pina

23ª Jornada: Carregal do Sal 8 – 1 Santar

25 de Março de 2012Treinador: Chico Pina

Classificação: Divisão de Honra – F11MPos. Equipa Pts J V E D Gm Gs

1 Campia 55 21 17 4 0 58 142 Mangualde 54 21 17 3 1 88 113 S. Cassurrães 48 22 15 3 4 63 164 Farminhão 39 21 12 3 6 34 195 Nelas 37 21 11 4 6 55 286 Carregal do sal 33 21 10 3 8 40 207 Nandufe 32 22 10 2 10 40 328 Canas S. Maria 20 22 4 8 10 21 499 Cabanas Viriato 20 21 6 2 13 23 4410 Moimenta Dão 19 21 5 4 12 24 4811 Vila Chã de Sá 16 21 4 4 13 16 4712 Parada Gonta 11 21 3 2 16 15 6813 S. C. Santar 8 21 2 2 17 11 92

G. D. R. Canas de Senhorim

Classificação: 3ª Divisão Nacional Série CPos. Equipa Pts J V E D Gm Gs

1 Bustelo 39 22 11 6 5 43 252 Avanca 39 22 11 6 5 41 233 Ac. Viseu 38 22 10 8 4 31 214 Sampedrense 38 22 11 5 6 34 275 Alba 37 22 10 7 5 30 166 Nogueirense 36 22 10 6 6 39 277 Penalva do Castelo 36 22 10 6 6 28 278 Sanjoanense 29 22 8 5 9 29 329 Oliv. Frades 29 22 8 5 9 27 3010 Oliv. Hospital 27 22 8 3 11 26 3111 Canas Senhorim 9 22 1 6 15 20 5512 Valecambrense 6 22 1 3 18 24 58

Bruno Pina

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