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Saúde Pública no Brasil: DO SANITARISMO À MUNICIPALIZAÇÃO MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA GÓES

Saúde Pública no Brasil: DO SANITARISMO À MUNICIPALIZAÇÃO

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Saúde Pública no Brasil: DO SANITARISMO À MUNICIPALIZAÇÃO. MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA GÓES. Introdução. • Nos últimos 100 anos muita coisa mudou • Mudança no foco das endemias e doenças transmissíveis • Eliminação de grandes distorções entre a antenção individual e a saúde coletiva - PowerPoint PPT Presentation

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Saúde Pública no Brasil:

DO SANITARISMO À MUNICIPALIZAÇÃO

MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA GÓES

Introdução

• Nos últimos 100 anos muita coisa mudou

• Mudança no foco das endemias e doenças transmissíveis

• Eliminação de grandes distorções entre a antenção individual e a saúde coletiva

• O conceito de Saúde Pública além das doenças transmissíveis

Introdução

• Erradicação da Varíola e da Pólio

• Doenças crônico-degenerativas e os fatores de risco

• Ainda há muito a fazer

O BRASIL NO FIM DO SÉCULO XIX

• GRAVES PROBLEMAS DE SAÚDE

• IMAGEM DE LUGAR INSALUBRE

• PASSADO ESCRAVISTA E COLONIAL

O escoamento do esgoto da capital federal era efetuado pelos “tigres”

BRASIL: TÚMULO DOS ESTRANGEIROS?

“ ... É um mal (...) que nos dava, aos olhos do mundo civilizado, os ares de

matadouro da raça branca.” Rui Barbosa

“ Para tranquilizar o espírito do povo, a comissão declara que a febre amarela(...) acomete de preferência as pessoas recém-chegadas de países estrangeiros, marinheiros e outros

indivíduops não aclimatados...” Comissão de Higiene, 1850

Os Flagelos de Um País

em Construção

• Início do século XX: varíola, febre amarela e peste bubônica

• Atingia a população de forma indiscriminada e afetava a economia do país

• Além de malária, tuberculose, hanseníase, sífilis e outras

• Estrutura precária

• Elite retrógrada

• Barreiras que travavam o desemvolvimento socioeconômico

• Sanitaristas

O ENCONTRO DE UMA GERAÇÃO:O ENCONTRO DE UMA GERAÇÃO:UMA NOVA SAÚDE PÚBLICA ENTRA EM UMA NOVA SAÚDE PÚBLICA ENTRA EM

CAMPOCAMPO

Emílio Ribas

Adolfo Lutz

Osvaldo Cruz Vital Brasil

O ENCONTRO DE UMA GERAÇÃO:O ENCONTRO DE UMA GERAÇÃO:UMA NOVA SAÚDE PÚBLICA ENTRA EM UMA NOVA SAÚDE PÚBLICA ENTRA EM

CAMPOCAMPO

- 1899 – estranha doença em Santos – Peste Bubônica- o parecer comprometia a imagem do porto

-medidas impopulares – quarentena

- Instituto Butantã e Manguinhos

A REVOLTA DA VACINA

“ Os interesses da imigração, doas quais depende em máxima parte o nosso

desenvolvimento econômico, prendem-se à necessidade do saneamento dessa capital”

Rodrigues Alves (1902-1906)

10 a 16 de dezembro de 1904

O SANITARISMO (RE) DESCOBRE O BRASIL

- EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS AO INTERIOR DO PAÍS –1912 A 1917

- Liga Pró-saneamento do Brasil –1918

-A gripe espanhola em 1918

- 1920 – Departamento Nacional de Saúde Pública

-!928 – 1929 – Epidemia de Febre Amarela no Rio de Janeiro

- Revolução de 30 - Ministério da Educação e Saúde

O CAMPANHISMO COMO MODELO

- MOBILIZAÇÃO COM FINALIDADES ESPECÍFICAS

- O SERVIÇO DE FEBRE AMARELA; O SERVIÇO DE MALÁRIA

-SERVIÇO ESPECIAL DE SAÚDE PÚBLICA (1942) – fundação SESP

-SUCAM - 1969

O MODELO CAMPANISTA NA BERLINDA

A CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM 25 DE JULHO DE 1953

GRANDES VITÓRIAS SOBRE AS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

-ERRADICAÇÃO DA VARÍOLA E POLIOMIELITE

-INTERROMPIDA A TRANSMISSÃO DE SARAMPO – 2000

- RAIVA HUMANA REDUZIDA

-REDUÇÃO DA COQUELUCHE E DIFTERIA

- TRANSMISSÃO VETORIAL DA DOENÇA DE CHAGAS INTERROMPIDA EM VÁRIOS ESTADOS

GRANDES DESAFIOS

-AIDS

-DENGUE

- DOENÇAS EMERGENTES

-HANSENÍASE

-TUBERCULOSE

Sistema Único de Sistema Único de Saúde Saúde

SUSSUS

Caracterização do Brasil

Dimensão territorial: 8,5 milhões de Km2

População em 2003:174.632.960 habitantes:

42,6% na Região Sudeste

28,0% na Região Nordeste

14,7% na Região Sul

7,7% na Região Norte

6,9% na Região Centro-Oeste

Contexto Demográfico

Federalismo Brasileiro e as Políticas de Saúde

União, Estados e Municípios:

• 26 estados, 1 Distrito Federal, 5.560 municípios

• Entes federativos

• Autonomia administrativa

• Sem vinculação hierárquica.

Política de Saúde – A partir da Década de 90

• Agenda política: descentralização

• Definição do papel dos gestores em cada nível de governo.

Caracterização do Brasil

Constituição Federal de 1988

Lei Orgânica da Saúde nº 8.080/90

Lei nº 8.142/90

Normas Operacionais Básicas – NOB – publicadas em 1991, 1993 e 1996

Emenda Constitucional nº 29/2000

Norma de Operacional da Assistência à Saúde – NOAS – publicada em 2001 e 2002

Fundamentos Jurídicos e Normativos:

Sistema Público de Saúde BrasileiroSistema Público de Saúde Brasileiro

Princípios:1 - A Saúde Como Direito de Todos e Dever do Estado;

2 - Descentralização com comando único em cada esfera de governo: municipal, estadual e federal;

3 - A Organização dos Serviços pautada na Universalização do Atendimento, na Eqüidade dos Serviços e na Integralidade da Assistência;

4 - A Participação da População no Controle Social do Sistema.

Sistema Único de Saúde no Brasil – SUS

Sistema Público de Saúde Brasileiro

Dados Gerais sobre o SUS

Rede Ambulatorial

•63.662 Unidades

•2,03 bilhões de procedimentos/ano.

Rede Hospitalar

•6.106 hospitais, públicos, filantrópicos e privados

•434.752 leitos

•11,6 milhões de internações/ano.

Sistema Público de Saúde BrasileiroSistema Público de Saúde Brasileiro

Sistema Único de Saúde – SUS

FundoNacional

FundoEstadual

FundoMunicipal

MS SES SMS

Orçamento Nacional

Orçamento Estadual

Orçamento Municipal

Un

idad

es d

e saúd

e

Orçamentos próprios

Transferências intergovernamentais

Pagamento a prestadores

Sistema Público de Saúde BrasileiroSistema Público de Saúde Brasileiro

Financiamento Federal, Estadual e Municipal

Estrutura Institucional e Decisória do SUS

Sistema Público de Saúde BrasileiroSistema Público de Saúde Brasileiro

Nacional

Estadual

Municipal

GestorComissão

IntergestoresColegiado

Participativo

Ministério da Saúde

Secretarias Estaduais

Secretarias Municipais

Comissão

Tripartite

Conselho

Nacional

Conselho

Estadual

Conselho

Municipal

Nacional

Estadual

Municipal

GestorComissão

IntergestoresColegiado

Participativo

Ministério da Saúde

Secretarias Estaduais

Secretarias Municipais

ComissãoTripartite

ComissãoBipartite

Conselho Nacional

Conselho Estadual

Conselho Municipal

Controle de Endemias e fortalecimento das Controle de Endemias e fortalecimento das ações de vigilância em saúdeações de vigilância em saúde

• Criação da Secretaria de Vigilância em SaúdeCriação da Secretaria de Vigilância em Saúde

• Incorporação das ações de controle de DST – Incorporação das ações de controle de DST – AIDS, Hepatites, Tuberculose e HanseníaseAIDS, Hepatites, Tuberculose e Hanseníase

• Análise de Situação de SaúdeAnálise de Situação de Saúde

• Ampliação das ações de controle de dengueAmpliação das ações de controle de dengue

PROJETOS ESTRATÉGICOS

O PROBLEMA DA O PROBLEMA DA TUBERCULOSETUBERCULOSE

Metas Mundiais Críticas para 2010 (ONU. Metas Mundiais Críticas para 2010 (ONU. FMI. Banco Mundial)FMI. Banco Mundial)

Reduzir 25% da infecção hiv/aids dos Reduzir 25% da infecção hiv/aids dos jovensjovens

Reduzir 50% das mortes e prevalência da Reduzir 50% das mortes e prevalência da tuberculosetuberculose

Reduzir 50% da malária.Reduzir 50% da malária.

A OMS estima que...A OMS estima que...

Cerca de 100 milhões de Cerca de 100 milhões de infectados a cada ano nos países infectados a cada ano nos países subdesenvolvidossubdesenvolvidos

30 a 60% dos adultos estão 30 a 60% dos adultos estão infectadosinfectados

8 a 10 milhões desenvolverão a 8 a 10 milhões desenvolverão a doença durante a vidadoença durante a vida

3 milhões de óbitos por ano3 milhões de óbitos por ano

CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAISASSOCIADAS A TUBERCULOSE

CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAISASSOCIADAS A TUBERCULOSE

Desnutriçãoalimentar

Desnutriçãoalimentar

Etilismo e outros vícios

Etilismo e outros vícios

InfecçõesassociadasInfecções

associadas

Difícil acessoa Saúde

Difícil acessoa Saúde

Serviços deSaúde precários

Serviços deSaúde precários

Habitaçãoruim/inexistente

Habitaçãoruim/inexistente

Famíliasnumerosas

Famíliasnumerosas

Aglomeraçãohumana

Aglomeraçãohumana

Educaçãoprecária

Educaçãoprecária

Renda familiarbaixa

Renda familiarbaixa

TUBERCULOSE: UM GRANDE PROBLEMA SOCIALTUBERCULOSE: UM GRANDE PROBLEMA SOCIAL

Países Ricos:Países Ricos: Infectados --------> 382.000.000 (21%) Infectados --------> 382.000.000 (21%) Casos novos ------> 470.000 / ano Casos novos ------> 470.000 / ano (5%) (5%) Incidência ----------> 23 / 100.000 / anoIncidência ----------> 23 / 100.000 / ano Mortalidade --------> 2 / 100.000 / anoMortalidade --------> 2 / 100.000 / ano Óbitos ---------------> 40.000 / ano (1,3%)Óbitos ---------------> 40.000 / ano (1,3%)

Países Pobres:Países Pobres: InfectadosInfectados -------> 1.328.000.000 -------> 1.328.000.000 (79%) (79%) Casos novos -------> 7.530.000 / ano (95%) Casos novos -------> 7.530.000 / ano (95%) Incidência Incidência -------> 171 / 100.000 / ano -------> 171 / 100.000 / ano Mortalidade --------> 60 / 100.000 / anoMortalidade --------> 60 / 100.000 / ano Óbitos ----------------> 2.960.000 / ano (98,7%) Óbitos ----------------> 2.960.000 / ano (98,7%)

..

[email protected]

TB51.4%

Inf. Respiratórias10.0%

HIV8.6%Malaria

6.4%Outras23.5%

TB54.7%

Inf. Respiratórias2.6%

HIV37.1%Malaria

1.3%Outras4.4%

1990 2020

Mortes Causadas por Doenças Infecciosas em Mortes Causadas por Doenças Infecciosas em Adultos no Países em Desenvolvimento Adultos no Países em Desenvolvimento

(1990-2020)(1990-2020)

COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA TB PULMONAR +

BRASIL-2000

COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA TB PULMONAR +

BRASIL-2000

37,7

29,9 29,9

24,1

18,1

29,2

0

5

10

15

20

25

30

35

40

SE NE N S CO BRASIL

COEF. INC. / 100.000

Fonte: SINAN/CRPHF/CENEPI/FUNASA - ATPS/SPS/MS

COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA TB, TODAS AS FORMAS -BRASIL, 2000

COEFICIENTES DE INCIDÊNCIA TB, TODAS AS FORMAS -BRASIL, 2000

Fonte: SINAN/CRPHF/CENEPI/FUNASA - ATPS/SPS/MS

5549,9

44,437,7

29,5

48,4

0

10

20

30

40

50

60

SE NE N S CO BRASIL

COEF. INC. / 100.000

OS DOIS RISCOS ATUAIS DA TB NO MUNDOOS DOIS RISCOS ATUAIS DA TB NO MUNDO

MULTI DROGA

RESISTÊNCIA

MULTI DROGA

RESISTÊNCIA

CO-INFECÇÃO

TB-HIV/AIDS

CO-INFECÇÃO

TB-HIV/AIDS

As principais características da tuberculoseAs principais características da tuberculose

Típico da aglomeração humana ! Típico da aglomeração humana ! Com uma alta relação com a subnutrição!

Ocorrência típica da aglomeração humana.

Um bacilo de transmissão aerógena...

subnutrição aglomeração

Contato

O contágio na tuberculose

Foco

Forma pulmonar ou laríngeaBacilífera (BAAR+)Vigor da tosse

Proximidade

Tempo de exposição

Ambiente

Ressecamento:núcleos de gotículas

flutuam no ar

e podem serinalados

CONTATOCONTATO

FONTE de INFECÇÃO

(Doente bacilífero)

FONTE de INFECÇÃO

(Doente bacilífero)

Grumos maiores: pesados, depositam-

se no solo

A transmissão pelas vias aéreas

A transmissão pelas vias aéreas

INFECÇÃO E ADOECIMENTO

Quadro 8Coef. de mortalidade por tuberculose (todas as

formas) no Brasil, 1980 a 1998

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

3,5

4

4,5

5

5,5

6

6,5

1980

1981

1982

1983

1984

1985

1986

1987

1988

1989

1990

1991

1992

1993

1994

1995

1996

1997

1998

anos

coef

./100

.000

Fonte: SIM/CENEPI-FUNASA

“ Havia a lenda de que a tuberculose preferia os artistas.

Os artistas eram pobres, o dinheiro da comida eles gastavam em tintas...”

(Aluísio de Paula)

..

Doença de Chagas

..

[email protected]

ASPECTOS GERAIS

ANTROPOZOONOSE

TODO CONTINENTE AMERICANO

16 A 18 MILHÕES DE INFECTADOS NA AMÉRICA DO SUL

NO BRASIL CERCA DE 5 MILHÕES DE INFECTADOS

..

[email protected]

HISTÓRICO

� 1909 – CARLOS CHAGAS

- ESTUDANDO MALÁRIA DESCOBRE O Trypanosoma cruzi no intestino de insetos

Publica aos 29 anos a sua descoberta

..

[email protected]

EPIDEMIOLOGIA

� CICLO SILVESTRE

CICLO DOMÉSTICO �

• RESERVATÓRIOS

• GRANDES CENTROS

• 4,3 % DOS DOADORES TEM SOROLOGIA POSITIVA

..

[email protected]

MODO DE TRANSMISSÃO

• VETORIAL

• TRANSFUSIONAL

• CONGÊNITA

• TRANSPLANTES

• ORAL

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

• FASE AGUDA

- APARENTE

- INAPARENTE

• FASE CRÔNICA

- INDETERMINADA (50%)

- CARDÍACA (30%)

- DIGESTIVA

- SNC

DIAGNÓSTICO

• EXAMES SOROLÓGICOS

• PESQUISA DIRETA

MEDIDAS DE CONTROLE

• CONTROLE VETORIAL

• CONTROLE DA TRANSMISSÃO TRANSFUCIONAL

• EDUCAÇÃO EM SAÚDE

“...a saúde é a chave da

prosperidade;

as boas condições de saúde levam

ao

crescimento econômico, enquanto

que

as más conduzem à pobreza.”

Nações Unidas.

“...a saúde é a chave da

prosperidade;

as boas condições de saúde levam

ao

crescimento econômico, enquanto

que

as más conduzem à pobreza.”

Nações Unidas.