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Ano 6 - nº 31 SBH Sociedade Brasileira de Hipertensão XIII Congresso Anual Ribeirão Preto, São Paulo 4-6 de agosto, 2005

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Ano 6 - nº 31

SBHSociedade Brasileira de Hipertensão

XIII Congresso Anual

Ribeirão Preto, São Paulo4-6 de agosto, 2005

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1Congresses Update SBH 2005

Edi

toria

l Ao término do temos a grata satisfação de concluir que os objetivos

traçados foram alcançados.Uma programação científica de alto nível foi completamente cumprida e próximo de 200 temas livres foram apresentados e amplamente discutidos.É nosso dever um reconhecimento à

que apoiou irrestritamente a Comissão Executiva e Científica em todas as nossas ações, e às indústrias farmacêuticas e de equipamentos que nos apoiaram institucionalmente para que o congresso fosse economicamente viável.Devemos, também, reconhecer o apoio provindo de instituições de fomento ao desenvolvimento científico e à pesquisa que nos auxiliaram financeiramente, incluindo-se: Capes, CNPq, Fapesp, Finepe e Ministério da Saúde.Aproximadamente 130 convidados do país e do exterior atenderam ao convite da Comissão Científica contribuindo para o alto nível técnico-científico do .Nesse momento, findo o congresso, esperamos ter cumprido o papel que nos foi confiado, sobretudo com o apoio das pessoas que efetivamente fizeram o evento se tornar realidade, como os membros das comissões executiva e científica, que a seguir nomeio: Andréa Leone, Benedito Carlos Maciel, Eduardo Barbosa Coelho, Hélio César Salgado, Luis Atílio Losi Viana, Marcelo Garcia Leal, Marcos Rossi, Maria Camila Miranda, Miguel Moysés Neto, Nereida Kilza da Costa Lima, Oswaldo Kohlmann Júnior, Rubens Fazan, Renato Barroso Pereira de Castro e Tufik José Geleilete.A publicação desta edição da , de certa forma, sumariza as principais apresentações ocorridas durante todo o evento. Por uma absoluta limitação de espaço, nos obrigamos a uma apresentação de temas, sem significar, no entanto, que outros aspectos relevantes não merecessem um destaque especial.

XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Sociedade Brasileira de Hipertensão

XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Congresses Update

Dr. Fernando Nobre

Presidente do XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão SBH

SOCIEDADE

BRASILEIRA DE

HIPERTENSÃO

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Magali A. Luiz Martins

Traz o Congresso até você!

A Congresses Update, lançada em agosto de 2000, é uma publicação que visa trazer alguns dos muitos e importantes tópicos apresentados e discutidos nos principais congressos médicos àqueles profissionais que não tiveram oportunidade de participar. É dirigida a médicos de diversas especialidades, de acordo com a área de cada edição.

Os anúncios publicados nesta edição são de exclusiva responsabilidade do(s) anunciante(s), assim como, os conceitos emitidos em artigos assinados e em entrevistas concedidas, são de exclusiva responsabilidade de seus autores/entrevistados, não refletindo necessariamente a opinião da editora e do(s) patrocinador(es). Todos os direitos reservados à Aquaprint Gráfica e Editora Ltda. É proibida a reprodução de qualquer parte desta publicação sem autorização prévia da Editora. Marca mista Congresses Update, processo nº 822458322, de 25/07/2000, na classe16.

®Congresses Update

Mensagem do Editor

Colaboradores

Em seu 31º número e com publicações de congressos nacionais e internacionais em diversas especialidades, a Congresses Update traz, nesta edição, destaques do “XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão - SBH", realizado de 4 a 6 de agosto de 2005, em Ribeirão Preto, São Paulo. O evento contou com a partici-pação de congressistas de diferentes estados, e a programação científica diversificada, proporcionou aos participantes conheci-mento científico atual. Seria impossível, em uma única edição, contemplarmos o conjunto de atividades desenvolvidas, contudo, com o suporte de especialis-tas - colaboradores desta edição - a quem agradecemos, registra-mos a essência dos principais temas abordados no congresso. Agradecemos também ao Dr. Fernando Nobre - Presidente do Congresso - pela possibilidade do registro desse evento e por nos prestigiar com seu editorial.Finalizando, nosso agradecimento especial a Torrent do Brasil, que tornou viável a publicação desta edição, através da qual esperamos colaborar para a atualização e educação médica no Brasil.

[email protected]

CalifórniaBrasileira

Situada no interior do Estado de São Paulo, Ribeirão Preto é uma cidade interessante graças aos diversos atrativos culturais e pon-tos turísticos, sendo, inclusive, uma boa opção até para um simples fim de semana.A região - conhecida como a "Califórnia Brasileira" - é uma das mais ricas do estado devido à alta renda per capita, originária principal-mente das usinas de cana-de-açúcar. Também concentra centros universitários, como a tradicional Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da Universidade de São Paulo - USP, além das uni-dades de pesquisas, figuradas entre os principais pólos do estado e do país.A rede hoteleira, com mais de 40 opções, atrai os turistas que pro-curam tanto por passeios ao ar livre, como por conhecer museus e teatros. Dentre eles, o mais conhecido é o "Theatro Pedro II", cons-truído na década de 20 e reinaugurado em 1996, com destaque para o novo desenho do teto, criado por Tomie Ohtake. Conside-rado referência cultural no interior do estado, tornou-se centro de acontecimentos políticos e sociais, abrigando grandes compa-nhias teatrais e de ópera, incluindo algumas internacionais. A riqueza da região veio da terra. Os bons tempos do desenvolvi-mento da cidade estão diretamente ligados ao período de ouro do café, de 1890 a 1940, com a produção e a exportação desse pro-duto. Para registrar as coleções de objetos relativos à economia cafeeira da época existe o "Museu do Café Francisco Schmidt", des-de 1955. Dentre outras atrações para os turistas, destacam-se: o "Parque Municipal do Morro de São Bento" com o Jardim Japonês, o Mirante de cerca de 45 metros de altura e capacidade para 180 pessoas, o Parque da Cidade, conhecido como "Curupira" - um complexo ambiental com cachoeiras e lagos especiais - e a chope-ria "Pingüim", com o chope mais famoso do país. Inaugurada em 10 de novembro de 1943, é um dos cartões de visita da cidade.

EditoraJornalista

RevisãoProjeto Gráfico

Magali A. Luiz MartinsZulmira Felício (MTB 11.316)Maria Inês GonçalezDuoeme Brasil

ImpressãoTiragem

Distribuição Nacional

Aquaprint Gráfica e Editora Ltda40.000 exemplaresTorrent do Brasil Ltda.

Outubro, 2005

Cartas, sugestões, comentáriose contato com os colaboradores:

® Congresses Update - Congresso da SBH

Comissões Científica e Executiva do XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão

Presidente

Fernando Nobre

Comissão Científica

Benedito Carlos MacielEduardo Barbosa CoelhoLuis Atílio Losi VianaMarcelo Garcia LealMarcos RossiMaria Camila MirandaMiguel Moysés NetoNereida Kilza da Costa LimaRenato Barroso Pereira de Castro Rubens Fazan

Oswaldo Kohlmann Jr.

Tufik J. M. Geleilete

Comissão Executiva

Andréa Fernanda Leone

Benedito Carlos Maciel

Hélio César Salgado

www.sbh.org.br

Foto capa:Theatro Pedro II

Nilson Yuji YukiRibeirão Preto . SP

www.fotoyuki.com.br

Próximo CongressoXIV Congresso da SBH

Curitiba, Paraná - Agosto, 2006

Colaboraram com esta edição:

Concederam entrevistas:

Dr. José Antonio Franchini RamiresDra. Mariana MorrisDr. Virend Sommers

Sr. Alex PeriscinotoDr. Décio MionDr. Fernando NobreDr. Flávio GikovateDr. Francisco A. H. Fonseca

Sr. Grácio Reis Dra. Maria Angela C. CoelhoDra. Maria Cláudia IrigoyenDr. Oswaldo Kohlmann Jr.Dr. Paulo César V. Jardim

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Fidelização do Paciente

8O grande desafio da Hipertensão:como conseguir a fidelizaçãodos pacientes ao tratamento?

Contribuições

10Contribuições da Faculdade de Medicina daUSP de Ribeirão Preto para o tratamento

das doenças cardiovasculares

9

Terapia GênicaTerapia gênica e doenças cardiovasculares

Resistência insulínica e síndromeinflamatória crônica cardiovascular

10

Aspectos inflamatórios na Hipertensão Arterial

11Prêmio Eduardo Moacyr Kriegerde Qualidade Científica

Premiação

Entrevista com Dra. Mariana Morris:Diabetes e Hipertensão

5

NewsEntrevista com Dr. José Antonio Franchini

Ramires: Pressão arterial como variável de risco cardiovascular contínuo

4

5Entrevista com Dr. Sommers:Apnéia obstrutiva do sono e doenças

cardiovasculares

6

Diretriz Brasileira da Síndrome Metabólica

I Diretriz Brasileira de Diagnóstico eTratamento da Síndrome Metabólica

3Congresses Update SBH 2005

Sum

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Congresses Update SBH 20054

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Pressãoarterial comovariável de riscocardiovascularcontínuo

A hipertensão arterial é uma doença cardiovascular como um todo, explicou o ,

A hipertensão nem sempre se mantém isoladamente porque à medida que tem os seus sistemas ativados (como o sistema renina-angiotensina e sistema nervoso simpático), estes ativa-rão outros sistemas que envolvem outras doenças.

A maioria dos pacientes não apresenta somente um fator de risco, pois a hipertensão tem dois ou mais fatores associa-dos. “ - Sabe-se, hoje, que a evolução da hipertensão arterial está intimamente relacionada com o colesterol, por exemplo.

Prof. Dr. José Antonio Franchini RamiresTitular da Disciplina de Cardiologia do Departamento de Cardio-Pneumologia da FM-USP e Diretor Geral do INCOR.

O hipertenso - independente de ter colesterol alto ou baixo - sofre agressão do colesterol pela sua própria oxidação, sen-do este um fator altamente predisponível para a evolução da aterosclerose, aumentando o depósito de gordura e produ-zindo rápida progressão das placas da aterosclerose ou, até mesmo, o seu rompimento, levando ao infarto do miocárdio”, analisa.

Sendo assim, o tratamento deverá ser conjunto: a hiperten-são e o colesterol, a hipertensão e a obesidade, a hiperten-são e a resistência à insulina, isto é, os demais fatores que aceleram a progressão da aterosclerose e suas conseqüên-cias (infarto agudo do miocárdio, AVC, doença renal, insufi-ciência cardíaca e morte súbita).

Na hipertensão, o AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico. Este último, especificamente, é muito dependente dos níveis pressóricos da variação da pressão arterial rompendo pequenos vasos (aneurismas cerebrais). A isquemia, muitas vezes, depende de pequenas embolias (pequenos trombos que saem de placas de aterosclerose da aorta, em geral, e ao se desprenderem migram para a carótida e para o cére-bro produzindo o AVC isquêmico). E não é freqüente o desenvolvimento de placas dentro das artérias cerebrais, obstruindo-as.

Nesta evolução, a hipertensão arterial tem chances de pro-duzir oxidação do LDL-C, a progressão da aterosclerose e de ativar o sistema endotelina. Por sua vez, este sistema aumen-ta a aterosclerose e ativa o sistema aldosterona, que produz mais fibrose miocárdica e também instabiliza a placa de ate-rosclerose. Os sistemas se comunicam e associados aumen-tam a chance da hipertensão produzir aterosclerose mais rápida ou mais grave.

A tendência dos médicos ao tratar a hipertensão é reduzir o consumo de sal, estimular a perda de peso no obeso e intro-duzir exercícios físicos para aumentar a vasodilatação. De acordo com o Dr. Ramires, qualquer estudo sobre o trata-mento anti-hipertensivo mostra que em mais de 50% dos casos não se consegue controlar a doença só com um medi-camento. Cerca de 35% dos casos necessita de, pelo menos, quatro medicamentos diferentes.

Por ser multifatorial, a hipertensão é difícil de ser controlada. Frente a este fato, o Dr. Ramires sintetizou: “- Controlar a hi-pertensão é possível, se o médico for objetivo no tratamento do paciente e tiver rigor na perseguição das metas de con-trole da mesma, reduzindo-a; além disso, deve objetivar tam-bém o controle dos outros fatores de riscos associados”.

Convidados internacionais e um renome nacional, concederam entrevistas exclusivas para Congresses Update.As importantesinformações científicascolhidas na oportunidade,estão registradasnessa seção.

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5Congresses Update SBH 2005

Dra

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Estudos epidemiológicos mostram que a losartana - antago-nista do receptor da angiotensina II, além de reduzir a pres-são arterial, tem efeito renoprotetor em pacientes diabéticos do tipo 2. Daí o interesse da

- que, juntamente com sua equipe, conduz um estudo contínuo há um ano, tendo alguns profissionais brasileiros envolvidos, como a

, no momento fazendo um "pós-doc" com a Dra. Morris.

Nos EUA e no mundo, é crescente o número de novos casos de diabetes e de obesidade. Uma das razões pode ser o maior consumo de alimentos processados como, por exem-plo, de refrigerantes. Essas bebidas contém frutose, cuja ingestão tem aumentado muito nos últimos dez anos e, segundo a Dra. Morris, este crescimento foi por volta de 200%. Portanto, é de grande relevância avaliar se a dieta rica em frutose está associada com alterações da pressão

Dra. Mariana Morris - Chefe do Departamento de Farmacologia e Toxicologia da "Wright State University, Dayton, Ohio, EUA

Dra. Maria Cláudia Irigoyen, do Incor-SP e a Dra. Vera Farah, da UNISA, São Paulo

Diabetes eHipertensão

arterial, e se estas alterações têm impacto no metabolismo levando ao diabetes, à hipertensão e a diferentes efeitos car-diovasculares (CV).

Neste estudo, realizado com camundongos, os animais são alimentados com frutose durante 6-8 semanas e são cateteri-zados para permitir a monitorização contínua da pressão arte-rial através de um sistema de telemetria. Assim instrumenta-do, o animal pode movimentar-se livremente em sua caixa, enquanto o pesquisador registra os sinais em ambiente dis-tante ao do animal. Os resultados mostram que a pressão arte-rial dos camundongos que receberam frutose sobe no perío-do da noite, quando o animal está ativo, comendo ou beben-do, indicando que frutose e hipertensão podem estar asso-ciadas. Além do aumento da pressão, observou-se mudan-ças no Sistema Nervoso Central (SNC), sugerindo uma ativa-ção em regiões específicas do cérebro relacionadas ao con-trole do sistema CV, mudanças essas que podem estar vincu-ladas às catecolaminas e à angiotensina, ambas promoven-do o aumento da pressão. Nestas avaliações os camundon-gos apresentaram, também, um aumento dos níveis de colesterol, podendo indicar relacão dessa dieta com maior susceptibilidade à aterosclerose, entre outros fatores.

Finalizando, a Dra. Morris comenta que o que está sendo evi-denciado com os camundongos também pode acontecer com as pessoas, portanto, considera essencial criar-se uma conscientização pública, enfatizando a relevância das reper-cussões clínicas do estudo, uma vez que o aumento no con-sumo de açúcar vem ocorrendo não só nos Estados Unidos como também no Brasil.

Dr.

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O tema "Apnéia obstrutiva do sono e doenças cardiovascula-res" foi abordado pelo , da

. Segundo o Dr. Sommers, no tratamento da apnéia do sono, vários fatores são importantes. Muitos dos pacientes com apnéia são obesos e devem perder peso. Deve-se observar a posição ao deitar e evitar ingestão de bebidas alcoólicas antes de dormir. Tanto a posição ao dormir como o álcool pioram o ronco na apnéia.

Um dos tratamentos para a apnéia é o "Continous Positive Airway Pressure" - CPAP. Trata-se de uma máscara que o paciente usa, cobrindo a região da boca e/ou nariz.

Dr. Virend Sommers Divisão de Doenças Cardiovasculares e Professor de Medicina da "Mayo Clinic College of Medicine", Rochester, Minnesota, EUA

Apnéiaobstrutiva dosono e doençascardiovasculares

Conforme o paciente respira, esta máscara cria uma pressão que abre a passagem do ar.

A apnéia do sono está relacionada com diversas doenças car-diovasculares (CV), especialmente com a pressão alta, insu-ficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio (IAM) e fibrila-ção atrial. Mas a única evidência de que a apnéia do sono cau-sa doenças CV é a hipertensão. Pacientes portadores de apnéia do sono e hipertensão, quando tratados da apnéia, podem reduzir os níveis de pressão, mesmo durante o dia. Com relação às outras doenças CV, pacientes que sofreram IAM e/ou apresentam fibrilação atrial têm grande pro-babilidade de serem portadores de apnéia do sono. O Dr. Sommers comenta: "O que ainda não sabemos é como a apnéia do sono pode causar estas doenças CV. Até o momen-to, chamamos a associação destas doenças de "casual" e não "causal", pois ainda não foram comprovadas; do mesmo modo que ainda não foi comprovado que se tratarmos um paciente com apnéia ele ficará livre do risco de morte por doença CV ".

O Dr. Sommers esclareceu que estas são questões de difícil resposta, que continuam sob investigação, considerando-se que a apnéia do sono só foi reconhecida como "doença" nos últimos 10-15 anos.

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QUADRO 1 - COMPONENTES DA SÍNDROME METABÓLICASEGUNDO O NCEP-ATP III

COMPONENTES NÍVEIS

Obesidade abdominal por meio da circunferência abdominal

Homens

Mulheres

> 102 cm

> 88 cm

Triglicerídeos _> 150 mg/dL

HDL Colesterol

Homens

Mulheres

< 40 mg/dL

< 50 mg/dL

Pressão arterial _> 130 mmHg ou _> 85 mmHg

Glicemia de jejum _> 110 mg/dL

A presença de Diabetes melitus não exclui o diagnóstico da SM

Congresses Update SBH 20056

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I Diretriz Brasileira de

da Síndrome MetabólicaDiagnóstico e Tratamento

Durante o Congresso, uma atividade científica dedicou-se à discus-são da "I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica (I-DBSM)", documento pioneiro , que visa direcionar a prá-tica clínica para o tratamento global dos fatores de risco cardiovascu-lar. O tema sob a forma de mesa-redonda, contou com a participação do Dr. Antonio Felipe Simão (SC) como moderador, e com os pales-trantes: Dr. Armando R. Nogueira (RJ), Dr. Armênio da Costa Guima-rães (BA), Dr. Ayrton Pires Brandão (RJ), Dr. Oswaldo Kohlmann Jr. (SP), Dr. Milton César Foss (SP), Dr. Marcelo C. Bertolami (SP), e Dr. José Ernesto dos Santos (SP).

A Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo, representa-do por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insuli-na. Destaca-se a associação da SM com a doença cardiovascular, aumentando a mortalidade geral em cerca de 1,5 vezes e a cardio-vascular em cerca de 2,5 vezes.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece que os fatores de risco mais importantes para a morbidade e mortalidade relaciona-da às doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) são: hipertensão arterial sistêmica, hipercolesterolemia, ingestão insuficiente de frutas, hortaliças e leguminosas, sobrepeso ou obesidade, inatividade física e tabagismo. Destes, cinco estão relacionados à alimentação e à ati-vidade física, sendo que três deles têm grande impacto no apareci-mento da SM. Dentre os principais fatores que contribuem para o sur-gimento da SM, destacam-se: a predisposição genética, a alimenta-ção inadequada e a inatividade física.

Segundo o NCEP-ATPIII (National Cholesterol Education Program's Adult Treatment Panel III), a SM representa a combinação de pelo menos três componentes dos apresentados no quadro 1 (Compo-nentes da SM) e é a definição recomendada pela I-DBSM.

Diante do exposto, preconiza-se que a população adote, desde a infância, estilo de vida que valorize a manutenção da saúde, como dieta adequada (quadro 2 - Composição do Plano Alimentar), prática regular de atividade física (quadro 3 - Recomendações de exercício físico), além da abolição do fumo, moderação na ingestão de bebi-das alcoólicas e controle das situações de estresse.

No tratamento não-medicamentoso da SM, a redução de peso, asso-ciada a exercício físico, é conduta básica para, comprovadamente, obter-se: expressiva redução da circunferência abdominal e da gor-dura visceral; melhora da sensibilidade à insulina; redução da pres-são arterial e dos níveis de triglicerídeos, com aumento do HDL-Colesterol; e redução de níveis plasmáticos de glicose - o que pode contribuir para a prevenção e adiamento de diabetes tipo 2. (quadro 4 - Metas para o tratamento da SM).

A abordagem dos portadores de SM visa a prevenção dos eventos cardiovasculares, principalmente a doença arterial coronariana e o acidente vascular cerebral (AVC).

Na SM, o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial (HA) tem como objetivo reduzir a morbidade e a mortalidade cardiovascular e renal, além de prevenir o agravamento metabólico.

No paciente hipertenso com SM a redução da pressão arterial para cifras inferiores a 130mmHg/85mmHg é recomendável, consideran-do-se o elevado risco cardiovascular associado. Nestes pacientes o

Hipertensão Arterial

esquema terapêutico está focado na meta de redução da pressão arterial em curto prazo de tempo (de três a seis meses), utilizando-se a monoterapia ou a adequada associação de fármacos, sendo esta última a mais utilizada, visto que 75% dos pacientes necessitam de tratamento com associação de anti-hipertensivos.

Os resultados terapêuticos podem ser alcançados com o uso de diu-réticos, inibidores adrenérgicos, inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), antagonistas do receptor AT1 da angiotensina II (BRA), antagonistas de canais de cálcio e vasodilatadores diretos.

O Diabetes mellitus (DM) é considerado atualmente uma doença car-diovascular, o que implica num novo direcionamento do seu trata-mento pois, além de normalizar a glicemia, almeja-se também dimi-nuir a incidência de eventos cardiovasculares. No diabetes tipo 2, um fármaco ideal (agentes orais) deve além do efeito anti-hiperglicemiante, proporcionar também uma resposta antiaterogêni-ca. Quando os pacientes com hiperglicemia não respondem ou dei-xam de responder adequadamente às medidas não-medicamen-tosas, devem ser inseridos um ou mais agentes antidiabéticos para o controle da glicemia, e queda da hemoglobina glicosilada. Quanto às metas a serem atingidas no tratamento do diabetes tipo 2, reco-menda-se uma glicose de jejum de até 110mg/dL, pós-prandial infe-rior a 140mg/dL e hemoglobina glicosilada (%) até o limite superior do método.

Alterações do metabolismo lipídico têm relação com a aterogênese e conseqüentemente, com a aterosclerose e a elevada morbidade e mortalidade CV. Na SM, a dislipidemia caracteriza-se pela presença de níveis baixos de HDL-Colesterol e níveis elevados de triglicerídeos e, embora a elevação do LDL-Colesterol não seja considerada como um dos critérios diagnósticos da SM, evidências de estudos clínicos indicam a necessidade de redução do LDL-Colesterol como meta pri-mária de tratamento, concomitantemente com a correção dos níveis de HDL-colesterol e dos triglicerídeos. As estatinas, os fibratos, o áci-do nicotínico, a ezetimiba ou o tratamento combinado, fazem parte do arsenal terapêutico da dislipidemia. As metas lipídicas devem con-siderar o risco individual de cada paciente e o custo-benefício do tra-tamento.

No Brasil, a obesidade nunca foi considerada como uma realidade séria sendo o grande obstáculo para o tratamento da SM. Hoje, temos a constatação de que há no país um aumento da prevalência da obesidade, especialmente em crianças na fase escolar, adoles-centes, e em faixas de baixa renda. Houve uma migração da fase de subnutridos para a de aumento de peso em geral. Frente a este

Diabetes

Dislipidemia

Obesidade

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QUADRO 2 - COMPOSIÇÃO DO PLANO ALIMENTAR RECOMENDADO PARA A SÍNDROME METABÓLICA

CALORIAS E MACRONUTRIENTES INGESTÃO RECOMENDADA

Calorias totais para reduzir o peso em 5% a 10% e prevenir a recuperação

CARBOIDRATOS 50% - 60% DAS CALORIAS TOTAIS

FIBRAS 20 g - 30 g/dia

Selecionar alimentos integrais ou minimamente processados, com baixo índice glicêmico.

GORDURA TOTAL 25% - 35% das calorias totais

ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS (AGS) < 10% das calorias totais

Incluem os ácidos graxos saturados (C8-C16) e os ácidos graxos trans. Recomendar até 7% se LDL-colesterol for >100 mg/dL.

ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS (AGPI)

ÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOS (AGMI)

COLESTEROL

até 10% das calorias totais

até 20% das calorias totais

< 300 mg/dia

0,8 a 1,0 g/Kg peso atual/dia ou 15%

Incluem os ácidos graxos Ômega-3 os quais são encontrados em peixes como salmão, sardinha, cavala e arenque.

O azeite de oliva possui 77% de AGMI e seu consumo é predominante na dieta Mediterrânea.

Alguns indivíduos com LDL-colesterol > 100mg/dL podem se beneficiar com uma ingestão diária de colesterol de 200 mg/dia.

* VCT: Valor Calórico Total

PROTEÍNA

O total de porções diárias deste grupo de alimentos varia de acordo com a VCT* do plano alimentar prescrito. Considerando que uma porção de carboidratoscorresponde a uma fatia de pão de forma ou meio pão francês, ou uma escumadeira rasa de arroz ou de macarrão, ou uma batata média, ou meia concha de

2feijão, por exemplo, mulheres com IMC>27 Kg/m e sedentárias poderão receber apenas 6 porções/dia, enquanto homens ativos com peso normalpoderão ingerir até 11 porções/dia.

Corresponde a duas porções pequenas de carne magra/dia, que podem ser substituídas pelas leguminosas (soja, grão de bico, feijões, lentilha etc.) e duas a trêsporções diárias de leite desnatado ou queijo magro. O consumo de peixes deve ser incentivado por sua riqueza em ácidos graxos n-3. Os ovos também podemser utilizados como substitutos da carne, respeitando-se o limite de duas gemas/semana em função do teor de colesterol. Excessos protéicos devem ser evitados.

Devem ser evitados alimentos gordurosos em geral como carnes gordas, embutidos, laticínios integrais, frituras, gordura de coco, molhos, cremes e docesricos em gordura e alimentos refogados e temperados com excesso de óleo ou gordura.

QUADRO 4 - METAS PARA O TRATAMENTODA SÍNDROME METABÓLICA

GLICEMIA PLASMÁTICA (mg/dL)

COLESTEROL (mg/dL)

TRIGLICERÍDEOS (mg/dL)

PRESSÃO ARTERIAL (mmHg)*

PESO (Kg)

Jejum

Pós-prandial (2h)

Hemoglobina glicosilada (%) no diabetes

Total

HDL

LDL

Sistólica

Diastólica

< 110 mg/dL

< 140 mg/dL

< Limite superior do método

< 200 mg/dL

> 45 mg/dL

< 100 mg/dL

< 130 mmHg

< 85 mmHg

< 150 mg/dL

Perda sustentada de 5% - 10%

* em presença de Diabetes mellitus a pressão arterial deve ser < 130/85 mmHg e se houver proteinúria > 1g/24h, a pressão arterial deverá ser < 125/75 mmHg

7Congresses Update SBH 2005

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RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA O PACIENTE COM SM

Realização de pelo menos 30 minutos de atividade física leve a moderada de formacontínua ou acumulada na maioria dos dias da semana, incluindo mudanças no seucotidiano. Por exemplo, subir escada, usar menos o carro para a sua locomoção oumesmo tornar as suas atividades de lazer mais ativas.

RECOMENDAÇÃO INDIVIDUALIZADA TipoExercício aeróbio como, por exemplo, caminhada,ciclismo, corrida, natação, dança,entre outrosFrequência3 a 5 vezes/semana Duração30 - 60min contínuosIntensidadeModerada calculada de duas formas:- Forma simplificada: conseguir falar durante o exercício- Forma mais controlada: 50% - 70% da FC de reserva ou 50% - 65% do VO pico2

Para cálculo da FC de reserva usar a seguinte fórmula:FC treino = (FC máxima - FC repouso) x % recomendada da FC reserva + FC repousoFC reserva = FC máxima - FC repousoFC máxima = FC medida no teste ergométrico ou calculada por 220 - idadeFC repouso = FC medida após cinco minutos de repouso deitadoExercícios ResistidosExercícios com peso até 50% da força máxima podem ser realizados em associaçãocom os exercícios aeróbios.Cuidados para a realização de exercícioPacientes acima de 35 anos com SM - uma avaliação clínica e ergométrica(teste de esforço) é recomendada antes do início das atividades físicas.Participantes de programa de exercício físico individualizado - o teste ergométrico ouergospirométrico é obrigatório.

QUADRO 3 - RECOMENDAÇÕES DE EXERCÍCIO FÍSICO NA SÍNDROME METABÓLICA

* Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Vol. 84, Supl.1, abril 2005.

cenário, o tratamento medicamentoso é recomendado para os indi-2víduos portadores de SM com obesidade (IMC >_ 30 kg/m ) ou com

2 2excesso de peso (IMC entre 25kg/m e 30kg/m ), desde que acom-panhado de comorbidades e que não tenham perdido 1% do peso inicial por mês, um a três meses após tratamento não-medicamentoso. Já o tratamento cirúrgico tem como objetivo

diminuir a entrada de alimentos no tubo digestivo (cirurgia restritiva), diminuir a sua absorção (cirurgia disabsortiva) ou ambas (cirurgia mis-ta).

Em conclusão, foi ressaltado que a grande dificuldade no tratamento dos fatores que envolvem a SM consiste na adesão do paciente, prin-cipalmente no que se refere à mudança do estilo de vida. Portanto, uma atuação integrada de uma equipe multidisciplinar (médico, nutri-cionista, professor de educação física, enfermeiro, psicólogo, assis-tente social e farmacêutico) visando a assistência ao paciente, repre-sentaria um grande passo para conquistas futuras.

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O grande desafioda Hipertensão:como conseguir a fidelização dos pacientesao tratamento?

Tema importante na prática clínica - "Fidelização do Paciente" - foi debatido nessa interessante mesa-redonda, abrilhantada pela diver-sidade dos membros que a compuseram: o sócio-diretor da SPGA Consultoria Empresarial, o

Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta, e Escritor,Diretor de Marketing da Merck Sharp & Dohme,

Professor Adjunto, Doutor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás, e o Professor Livre Docente da Faculdade de Medicina da USP e Chefe da Unidade de Hipertensão do HC-USP.

O coordenador e um dos idealizadores dessa atividade foi o Dr. Décio Mion que, abrindo a discussão, comentou: " - A maior parte dos pa-cientes não cumpre as recomendações médicas. É um aspecto multi-fatorial e ainda não se chegou a um método que leve a maior adesão ao tratamento."

O , dando início à mesa, expôs a sua visão: " É muito importante incluir o marketing no tratamento da hipertensão e o primeiro passo seria incluí-lo na verba promocional a fim de informar o paciente sobre a importância da adesão ao tratamento, alertando que a hipertensão é perigosa. Para ajudar no tratamento das doenças é preciso cativar o paciente e todos devem estar envolvidos no pro-cesso de informação, inclusive o governo, uma vez que, a longo pra-zo, isto se reverterá em economia para a saúde pública e para o Estado. O segundo passo, seria a mídia impressa, com publicações explicando a doença, e por fim, a mídia eletrônica, com a criação de um personagem para novela, como por exemplo, um médico expli-cando a doença para a grande população, passando a informação emocional, enfim, usando o poder da televisão”.

Após a visão de marketing, de como fazer a informação chegar ao paciente, apresentada pelo Sr. Periscinotto, o , sob um prisma totalmente diferente, leva todos à reflexão sobre a conduta do médico frente ao paciente e a necessidade de uma investigação espe-cial, uma análise não de exames e possibilidades de tratamentos,

Sr. Alex Periscinoto, Dr. Flávio

Gikovate, Sr. Grácio Reis, Dr. Paulo César V. Jardim,

Dr. Décio Mion,

Sr. Alex Periscinoto

Dr. Gikovate

mas uma investigação para descobrir que tipo de "pessoa" é o pa-ciente, e buscar a melhor forma de atingí-lo: "- Para focar precisamos antes generalizar. No primeiro passo o profissional deve procurar entender o seu paciente psicologicamente. O problema é o indiví-duo único na nossa frente, portanto, a estratégia de psicologia é a negociação com ele, até porque na hipertensão não existe somente o tratamento medicamentoso; é necessário envolver outros fatores de adesão, como por exemplo, a mudança de hábitos. Não é fácil perder peso, parar de fumar, mudar hábitos alimentares, etc., por isso é tão difícil o convencimento. Uma pessoa imediatista não aderi-rá ao tratamento se souber que o risco ocorrerá somente em dez anos. Por outro lado, o tipo mais generoso é mais controlado com suas emoções, é capaz de renunciar ao imediato por um resultado a médio e longo prazo, permitindo uma estratégia mais disciplinar, mais regrada, pois ele renuncia aos prazeres imediatos em função de benefícios futuros. Uma pessoa vaidosa pode ser pega pela apa-rência. O egoísta é narcisista e pode ser atingido ao ser prestigiado - dizendo que sua aparência melhorará com exercícios, com melhor alimentação. Enfim, a chave é sempre conversar muito com o pa-ciente." No encerramento, o Dr. Gikovate explicou que a aproxima-ção da psiquiatria com outras especialidades é primordial, mas deve-se incluir também a educação como “medicina preventiva por excelência”, pois as pessoas hoje vivem mais, não só pelo avanço da medicina, mas também por terem mais conhecimento.

Na seqüência, o tema foi abordado pelo que falou sobre o papel das empresas fabricantes de medicamentos e de como elas podem ajudar o médico a conquistar uma maior adesão do paciente hipertenso ao tratamento. "Podemos ajudar a melhorar a adesão através da pesquisa; desenvolvendo produtos com ótimos níveis de eficácia e tolerabilidade; melhores perfis; embalagens, for-mulações e doses simplificadas; além de novas tecnologias." Para um cenário futuro o Sr. Grácio Reis comentou que certamente a indústria farmacêutica estará trabalhando com as empresas de ali-mentos, desenvolvendo os chamados “alimentos funcionais”, assim, o tratamento da doença será associado ao prazer e não ao proble-ma. Outra perspectiva refere-se aos produtos de biotecnologia que mudarão a forma de tratar determinadas enfermidades. A parte vital da indústria farmacêutica é a pesquisa e o desenvolvimento de pro-dutos, mas os laboratórios também podem ajudar provendo informa-ções de fácil compreensão sobre seus produtos, desenvolvendo materiais educativos, dando suporte às sociedades médicas, a médicos e clínicas, estimulando o paciente a solicitar informações a seu médico, e elaborando sites de saúde para a comunidade. O Sr. Grácio Reis frisou a importância da participação conjunta do gover-no: "- Deveríamos desenvolver estudos mostrando ao Ministério da Saúde e companhias de Seguro de Saúde o quanto se perde com a baixa adesão. Caso contrário, os programas de tratamento da hiper-tensão, terão poucas chances de sucesso e resultarão em grande

Sr. Grácio Reis

Participantes da mesa-redonda (da esquerda para direita): Sr. Grácio Reis, Dr. Paulo Jardim, Sr. Alex Periscinoto, Dr. Décio Mion e Dr. Flávio Gikovate.

Congresses Update SBH 2005

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Congresses Update SBH 2005

desperdício de recursos."

A seguir, o foi convidado a dar a sua contribuição na questão em debate: "- Sempre discutiremos sobre adesão ao tra-tamento. Neste caso devemos levar em conta que se trata de aprendizado de adultos e estes aprendem por necessidade, devem ter motivação adequada e são dirigidos por situações obje-tivas ou tarefas. Os adultos preferem se autodirigir, utilizam expe-riências anteriores e toda a sua formação cultural é importante no aprendizado. A adesão pressupõe concordância entre o paciente e o médico. Às vezes, a não-adesão não é intencional e, neste caso, o paciente não compreende a orientação. Outras vezes, é intencional, ele entende o que foi solicitado mas decide não seguir. " Segundo o Dr. Paulo Jardim, o problema da aderência é multifato-rial, onde não só o paciente é responsável. Os fatores que contri-buem negativamente são: pouca valorização do risco cardiovascu-lar global, falha no atingimento de metas, aconselhamento inade-quado pelo médico, foco na doença e não na prevenção, limitação de recursos, falta de conhecimento, desmotivação, dificuldade de contato com o médico, uso inadequado do medicamento, além de fatores sociais e culturais. A responsabilidade do médico é tão gran-de quanto do paciente. Muitas vezes o médico marca um retorno e quando o paciente volta não faz nada para melhorar o tratamento, muitas vezes não é “aderente” à sua própria conduta. É necessário fazer o diagnóstico correto, um esclarecimento detalhado e com-preensível, ter segurança nas condutas, marcação precisa de retornos, facilitar o contato, ter atitudes firmes, fazer uma boa

Dr. Paulo Jardim

negociação e preferencialmente trabalhar com uma equipe multidis-ciplinar. O Dr. Paulo Jardim salienta que toda pessoa tem dificuldade para mudar o estilo de vida e a busca de mudanças de comporta-mento deve ser gradativa . É preciso uma orientação clara e segura, persistência e insistência. Para melhorar a adesão é necessário tam-bém um cuidado maior com o medicamento, com seus efeitos cola-terais e sempre considerar a relação custo/benefício. Finalizou enfa-tizando a necessidade de se formar pessoas que aprendam a traba-lhar em grupo, valorizar o aprendizado e, para tanto, nos primeiros anos de formação dos profissionais da área de saúde, não deveriam haver turmas completamente separadas já que algumas disciplinas são iguais. Isso contribuiria para a formação da equipe multiprofis-sional. Deveria haver também uma melhor formação psicológica, pois o papel do médico em diferenciar os pacientes é fundamental e para tal é preciso conhecimento específico.

O encerrou as atividades enfatizando que o tema sempre atual é, e ainda será, alvo de muitas discussões, e que o envolvimento de profissionais de diferentes áreas é fundamental, cada um consciente do seu limite e valorizando a importância do outro no processo. Além disso, o mais importante é envolver o pró-prio paciente, o "sujeito" que exerce o ato de se tratar, importância esta que suscitou os congressistas presentes a sugerirem a inclu-são, numa próxima oportunidade, de um paciente, dando-lhe a opor-tunidade de apresentar o seu testemunho, contribuindo, assim, para uma avaliação mais ampla de toda a cadeia que se forma em torno do tratamento.

Dr. Décio Mion

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ATerapia gênica

cardiovascularese doenças

Na conferência “Terapia gênica e doenças cardiovasculares” - Estratégias para Reparação Cardíaca Biológica baseadas no uso de Terapia Celular Isolada ou Combinada a Modificações Genéticas - cujo palestrante foi o Dr. José Eduardo Krieger (SP), esclareceu-se que o uso de células-tronco embrionárias ou adultas vem sendo explorado como alternativa inovadora para a reparação do miocárdio lesado. Apesar do acúmulo de evidências favoráveis a este concei-to, uma série de questões fundamentais precisam ser cuidadosa-mente respondidas antes desta opção terapêutica ser de fato consi-derada clinicamente. As potencialidades e particularidades dos vári-os tipos celulares, de origem embrionária ou adulta, precisarão ser

exploradas para que no futuro tenhamos parâmetros objetivos para identificar a melhor opção para cada problema. Uma característica inerente às células-tronco é a capacidade de responderem fenotipi-camente ao seu microambiente. Isso poderia sugerir que as células-tronco podem tornar-se cardiomiócitos ou componentes vasculares, integrar-se funcionalmente ao tecido hospedeiro e melhorar a função ventricular do miocárdio infartado. Será avaliado a o potencial rege-nerativo das células-tronco derivadas de tecidos adultos, isolada-mente e em combinação com células adultas, também do mesmo indi-víduo, modificados geneticamente para produzir fatores angiogêni-cos e/ou antiapoptóticos. Na primeira abordagem considera-se que o microambiente cardíaco alterado pela lesão é suficiente para o sucesso da injeção de células-tronco. Em contraste, na segunda abordagem este processo é otimizado pela co-injeção de células geneticamente modificadas para produzir o(s) fator(res) neces-sário(s) ao sucesso da injeção de células-tronco implantadas. Finalmente, questões relacionadas à eficiência das diversas vias de injeção das células serão consideradas com o objetivo de otimizar os efeitos no miocárdio.

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Discutir aspectos das "Contribuições da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto para o tratamento das doenças cardiovascu-lares" foi o objetivo do Simpósio que reuniu o Dr. Fernando Nobre (SP) e o Dr. José Antônio Marin-Neto (SP) como moderadores, e os conferencistas: Dr. Eduardo Moacir Krieger (SP) e o Dr. Sérgio Henrique Ferreira (SP). A segunda parte do Simpósio versou sobre “Aplicações clínicas dos inibidores da enzima conversora da angio-tensina”, tendo como apresentadores: Dr. Fernando Nobre (SP), Dr. Benedito Carlos Maciel (SP) e Dr. José Antônio Marin-Neto (SP).

Durante a exposição, foi ressaltada a importância dos professores e renomados cientistas, cujas pesquisas abriram caminho para o desenvolvimento de uma nova classe de drogas, altamente eficien-tes no combate à hipertensão arterial e outras doenças cardiovas-culares, enaltecendo os estudos desenvolvidos pela Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto em todo o País.

No que se refere ao barorreflexo (reflexo cardiovascular que permite ajustes rápidos na PA), sabe-se que está modificado em fisiopatologias como da hipertensão arterial e aterosclerose. Dentre os modelos expe-

rimentais utilizados para estudar a sensibilidade do barorreflexo, o camundongo apresentou-se como uma excelente ferramenta. Essas foram observações, dentre outras, feitas pelo Prof. Eduardo Krieger, como contribuições do Departamento de Fisiologia. Poucos sabem que os Inibidores da Enzima Conversora da Angiotensina (IECA) - clas-se de medicamentos anti-hipertensivos mais utilizada no mundo - teve origem em pesquisas iniciadas no Brasil há cinqüenta anos com o des-cobrimento da bradicinina. Alguns cientistas brasileiros (destaca-se o Dr. Maurício da Rocha e Silva) deram passos decisivos na descoberta de um dos fatores moleculares que afetam a pressão arterial. Trata-se da descoberta da bradicinina - marco inicial de uma linha de pesquisa que gerou muitas publicações científicas, resultando no descobrimen-to da IECA, cujas fases iniciais foram desenvolvidas pelo Prof. Sérgio Ferreira, do Departamento de Farmacologia.

O Dr. Rocha e Silva acreditava que o veneno de serpentes provoca-va a liberação de histamina no sangue dos animais picados, mas sabia que esse não seria o único fator que provocava todos os efei-tos do envenenamento. Ao incubar o plasma de um cachorro com o veneno de uma jararaca, descobriu uma substância que contraía fortemente o intestino isolado da cobaia com intensa ação hipoten-sora. Essa substância não era a histamina e sim um polipeptídeo, denominado, por ele, de bradicinina.

A história através dos tempos mostra a importância do sistema reni-na-angiotesina sobre os rins, coração e vasos. O tratamento com anti-hipertensivos, incluindo IECA, é mais efetivo que outros regi-mes de tratamento sem a medicação, objetivando reduzir a pro-gressão da doença renal, afirmou o Dr. Fernando Nobre.

O uso de IECA na Hipertensão, na fase pós-infarto do miocárdio e na Insuficiência Cardíaca foi amplamente discutido pelos apresen-tadores, evidenciando-se a importância das contribuições ofereci-das pela Faculdade de Medicina da USP, de Ribeirão Preto, por intermédio das pesquisas ali realizadas.

Resistência insulínica e

crônica cardiovascularsíndrome inflamatória

O , Professor Livre Docente da Escola Paulista de Medicina - EPM-UNIFESP, fez um resu-mo da mesa-redonda, da qual foi um dos participantes, destinada a avaliar os aspectos inflamatórios envolvidos na hipertensão arterial, especialmente na presença de Síndrome Metabólica (SM). Em todos os países, em especial naqueles em desenvolvimento, onde a SM tem uma importância mais crescente, ela tem sido definida com a pre-sença obrigatória da obesidade visceral e mais dois outros fatores de risco: hipertensão, triglicérides aumentado, HDL-C baixo ou glicemia de jejum alterada.

A presença da obesidade visceral é uma condição obrigatória da SM e se associa a uma série de alterações metabólicas, a partir da sínte-se de várias citocinas inflamatórias, que determinam um estado crôni-co inflamatório não só da parede vascular mas também do fígado que acaba amplificando a inflamação.

Dr. Francisco Antônio Helfenstein Fonseca

Sabe-se hoje que a produção de PAI -1 e de fibrinogênio, ao lado da disfunção endotelial, caracterizada por menor produção de óxido nítrico e de fatores derivados do endotélio, determinam um maior risco trombótico nos pacientes.

A função endotelial pode ser restabelecida com fármacos que podem também contribuir para uma melhora da sensibilidade à insulina.

Os medicamentos diretamente utilizados no controle da inflamação, como os inibidores específicos da COX-2, bem como outros antiinfla-matórios não-específicos, podem determinar elevação da pressão arte-rial e expor o paciente a um maior risco trombótico, especialmente em populações de maior risco cardiovascular em terapias prolongadas.

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Congresses Update SBH 2005

Participantes da mesa-redonda (da esquerda para direita):Dr. Agostinho Tavares (SP), Dr. Francisco Fonseca (SP), Dr. Eduardo Krieger (SP),

Dra. Zuleika Fortes (SP) e Dr. Marcelo Batista (SP).

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PrêmioEduardo Moacyr Krieger

de Qualidade Científica

11Congresses Update SBH 2005

No encerramento do "XIII Congresso da Sociedade Brasileira de Hipertensão" foram outorgados com o "Prêmio Eduardo Moacyr Krieger" de qualidade científica os três melhores temas livres das áreas clínica e básica. No total, 217 trabalhos foram submetidos à Comissão Julgadora de Temas Livres, dos quais 160 foram selecionados e cujos premiados apresentamos a seguir:

Área Clínica

1º Lugar

Avaliação da função endotelial em adultos jovens com e sem antecedente familiar de hipertensão arte-rial e sua associação com as isoformas da enzima conversora de angiotensina (ECA) na urina. Fernandes FB, Teixeira MAS, Bocaletti AP, Christofalo DMJ, Ajzen SA, Plavnik FL, Marson O e Casarini DE.

Disciplina de Nefrologia e de Diagnóstico por Imagem Fundação Oswaldo Ramos, São Paulo - SP.

2º Lugar

Controle pressórico - monoterapia versus politerapia em hipertensos acompanhados em centros/ligas de hipertensão no Brasil. Mion Jr. D, Pierin AMG, Machado CA, Pontes C, Almeida F, Fuchs FD, Plavnik FL, Ortega K, Magalhães L, Gomes MAM, Jardim PCBV e Oigman W.

3º Lugar

Hereditariedade e marcadores de risco para hiperten-são arterial.

Nazareno LS, Moreira HG, Jardim PCBV, Nascimento LS, Diniz AA, Souza WKSB, Almeida EC, Silva RCA e Monego ET.

Área Básica

1º Lugar

Transplante de medula óssea reduz pressão arterial sis-têmica e melhora a função endotelial em ratos esponta-neamente hipertensos.Machado MPR, Rocha AM, Romão TM, Voltarelli JC e Silva VJD.Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, Uberaba-MG; Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto USP, Ribeirão Preto - SP.

2º Lugar

O mimético da superóxido dismutase, tempol, não res-taura a disfunção endotelial das arteríolas mesentéri-cas de camundongos apoE knockout com hipertensão renovascular.Vasquez EC, Arruda RMMP e Meyrelles SS. Programa de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas da UFES e EMESCAM, Vitória-ES.

3º Lugar

Electrical estimulation of the aortic depressor nerve in conscious SHR and normotensive rats produces simi-lar hemodynamic.Barale AR, Castania JA, Fazan Jr R, Machado BH e Salgado HC.Departamento de Fisiologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP - Ribeirão Preto - SP.

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AMLOCOR (besilato de anlodipino). Registro MS nº1.0525.0008. Embalagens com 30 compr. de 2,5; 5 e 10 mg. USO ADULTO. Indicações: hipertensão arterial, isquemia miocárdica e em angina refratária. Contra-indicações: pacientes com hipersensibilidade às dihidropiridinas, anlodipino, ou a qualquer componente da fórmula. Advertências e Precauções: em um estudo placebo-contrololado em pacientes com insuficiência cardíaca III-IV-NYHA de etiologia não-isquêmica, anlodipino foi associado com aumento de relatos de edema pulmonar. Deve ser administrado com cautela em pacientes com insuficiência hepática. Gravidez e Lactação: a segurança na gravidez ou lactação não está estabelecida; na gravidez é recomendado apenas quando não existe alternativa mais segura e quando a doença por si só acarreta risco maior para a mãe e para o feto. Reações Adversas mais comumente observadas: dor de cabeça, edema, fadiga, sonolência, náusea, dor abdominal, rubor, palpitações e tontura. Não foram observados quaisquer tipos de anormalidades clinicamente significantes nos testes laboratoriais. Posologia: na hipertensão arterial e angina: a dose inicial é de 5 mg, uma vez ao dia, podendo ser aumentada para uma dose máxima de 10 mg, dependendo da resposta individual. Em idosos: não requer mudança de posologia. Em crianças: sua eficácia e segurança não foram estabelecidas. Insuficiência Hepática: deve ser administrada com cautela. Insuficiência Renal: não requer mudança de posologia. (Jul 05).Venda Sob Prescrição Médica. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.

ECATOR 2,5 mg (ramipril): Registro MS n.º 1.0525.0022.004-0; ECATOR 5 mg (ramipril): Registro MS n.º 1.0525.0022.008-3. Apresentações: caixas com 30 cápsulas de 2,5 mg ou 5 mg cada. USO ADULTO. Indicações: Hipertensão arterial, insuficiência cardíaca congestiva e redução da mortalidade em pacientes pós-infarto, nefropatia glomerular manifesta e nefropatia incipiente, em pacientes diabéticos ou não-diabéticos. Prevenção de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral em pacientes diabéticos. Prevenção da progressão de microalbuminúria e nefropatia manifesta. Contra-indicações: hipersensibilidade ao ramipril, a qualquer inibidor da ECA ou a qualquer um dos componentes da formulação; história de edema angioneurótico; estenose da artéria renal hemodinamicamente relevante, bilateral ou unilateral; gravidez e amamentação. Precauções e advertências: Não existem dados suficientes disponíveis sobre o uso de ramipril em crianças, pacientes com insuficiência renal grave e pacientes sob diálise. Em caso de IC grave, a fase inicial do tratamento requer supervisão especial. Recomenda-se que desidratação, hipovolemia ou deficiência de sal sejam corrigidas antes do início do tratamento. Em idosos recomenda-se avaliar a função renal no início do tratamento. Em pacientes com alteração da função hepática a resposta ao tratamento pode estar reduzida ou aumentada. Alguns pacientes idosos podem ser especialmente responsivos ao tratamento com inibidores da ECA. Recomenda-se avaliação da função renal antes do início do tratamento. Recomenda-se monitorização regular do potássio sérico e, em pacientes com alteração renal, esta deve ser mais freqüente. A contagem de leucócitos deve ser monitorada, e deve ser mais freqüente na fase inicial do tratamento em pacientes com alteração, doenças do colágeno ou em uso de medicamentos que podem causar alterações no perfil hematológico. Interações medicamentosas: O ramipril pode interagir com alopurinol, azatioprina e trimetoprima; com ciclosporina pode ocorrer insuficiência renal; pode elevar o nível do lítio e com diuréticos de alça pode causar hipotensão postural. Esta resposta hipotensiva é geralmente transitória. Com AINEs pode ocorrer a diminuição do efeito anti-hipertensivo e natriurético; com diuréticos poupadores de potássio pode causar hipercalemia; com diuréticos tiazídicos pode causar severa hipotensão postural. O ramipril pode potencializar o efeito do álcool. A aspirina pode reduzir a efetividade do ramipril. Reações adversas: excepcionalmente, podem ocorrer sintomas e reações leves como: cefaléia, alterações do equilíbrio, taquicardia, fraqueza, sonolência, superficialização de consciência ou diminuição da capacidade de reação. Sintomas leves e reações como edema periférico, rubor, vertigem, zumbidos, fadiga, nervosismo, depressão, tremor, agitação, alterações visuais, alterações do sono, confusão, ansiedade, disfunção erétil transitória, palpitações, sudorese, alterações auditivas, sonolência, regulação ortostática alterada, assim como reações graves como angina pectoris, arritmias cardíacas e síncope são raras. Podem ocorrer raramente hipotensões graves, assim como, em casos isolados, isquemia cerebral ou miocárdica, infarto do miocárdio, ataque isquêmico transitório, acidente vascular cerebral isquêmico, exacerbação das alterações de perfusão devido à estenose vascular, precipitação ou intensificação do fenômeno de Raynaud ou parestesia. Excepcionalmente, podem ocorrer aumento da uréia e creatinina séricas e alteração da função renal; em casos isolados: progressão até insuficiência renal aguda. Raramente pode ocorrer aumento do potássio sérico. Pode ocorrer tosse seca irritativa. Esta tosse geralmente piora à noite e durante períodos de descanso. Raramente podem ocorrer congestão nasal, sinusite, bronquite, broncoespasmo e dispnéia. Reações hematológicas relacionadas aos inibidores da ECA são mais prováveis de ocorrer em pacientes com alteração da função renal, com doenças concomitantes do colágeno, ou naqueles tratados com outros medicamentos que podem causar alterações no perfil hematológico. Posologia: a dose inicial recomendada é de 2,5 mg, uma vez ao dia. Conforme a resposta, a dose poderá ser aumentada, respeitando-se um intervalo de 2 a 3 semanas até um máximo de 10 mg diários. Em pacientes com insuficiência renal ou com depleção sódica deve-se iniciar o

tratamento com 1,25 mg diários. Deve-se interromper a administração de diuréticos 2 ou 3 dias antes de iniciar o tratamento com ramipril. Nos pacientes com insuficiência renal moderada inicia-se o tratamento com 1,25 mg

diários e não se ultrapassa 5 mg. Nos pacientes com insuficiência hepática a dose máxima diária é de 2,5 mg. Nos pacientes com infarto agudo do miocárdio deve-se iniciar o tratamento com 1,25 mg, duas vezes ao dia, após 2 ou

3 dias. Conforme a evolução do quadro clínico esta dose poderá ser aumentada até 10 mg ao dia, em doses divididas. As cápsulas devem ser engolidas sem mastigar, com quantidade suficiente de líquido antes, durante ou após

as refeições. ECATOR deve ser deglutido inteiro, sem mastigar e com quantidade suficiente de líquido.(Mar 05). Venda Sob Prescrição Médica. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.”

INDAPEN SR (indapamida). Registro MS n.º 1.0525.0017. Apresentação: Caixa com 30 cprs. de 1,5 mg, revestidos, de liberação prolongada. Uso adulto. Indicações: hipertensão arterial essencial. Contra-indicações: hipersensibilidade às sulfonamidas; insuficiência hepática ou renal grave; encefalopatia hepática; hipocalemia. Precauções: no caso de insuficiência hepática, a administração do diurético deve ser suspensa imediatamente. O sódio deve ser controlado antes do início do tratamento e depois, em intervalos regulares, mais freqüentemente, em idosos e cirróticos. O risco de hipocalemia deve ser previsto em idosos e/ou desnutridos e/ou polimedicados; cirróticos portadores de edemas e ascite; coronarianos; portadores de insuficiência cardíaca. Nesses casos, o controle mais freqüente da calemia torna-se necessário. Os diuréticos tiazídicos podem reduzir a excreção urinária do cálcio e ocasionar um pequeno aumento transitório da calcemia. Nos pacientes hiperuricêmicos, a tendência do ocorrer crises de gota pode estar aumentada. Hidratar o paciente e avaliar a função renal no início do tratamento. INDAPEN SR contém um princípio ativo que pode induzir uma reação positiva nos testes realizados durante o controle “anti-dopping”. Gravidez e Lactação: a administração de diuréticos deve ser evitada durante a gravidez e nunca ser utilizado para o tratamento de edemas fisiológicos da gravidez. Os diuréticos podem provocar isquemia fetoplacentária, com risco de hipotrofia fetal. O aleitamento é desaconselhado, tendo em vista a passagem do princípio ativo através do leite materno. Interações medicamentosas: pode ocorrer aumento da litemia acompanhada de sinais de superdose. Medicamentos não antiarrítmicos causadores de “torsades de pointes” (astemizol, bepridil, eritromicina IV, halonfantrina, pentamidina, sultoprida, terfenadina, vincamina). AINEs, salicilatos em doses elevadas: possível diminuição do efeito anti-hipertensivo da indapamida. Anfotericina B (via IV), glico e mineralocorticóides, tetracosactídeo, laxativos: risco aumentado de hipocalemia. Baclofeno: potencialização do efeito anti-hipertensivo. A hipocalemia que favorece os efeitos tóxicos dos digitálicos. Risco de hipotensão grave e/ou insuficiência renal aguda quando se inicia tratamento com um IECA nos pacientes com depleção sódica pré-existente. Na hipertensão essencial, quando um tratamento diurético anterior possa ter causado uma depleção de sódio, é necessário interromper o diurético 3 dias antes de iniciar o tratamento com o IECA, e introduzir um diurético hipocalemiante, se necessário; iniciar o tratamento com o IECA, administrando doses iniciais reduzidas e aumentando gradativamente estas doses. Na insuficiência cardíaca congestiva, iniciar o tratamento com uma dose muito pequena de IECA, eventualmente após redução da dose do diurético hipocalemiante associado. Em todos os casos, vigiar a função renal nas primeiras semanas do tratamento pelo IECA. Antiarrítmicos do grupo Ia (quinidina, hidroquinidina, disopirimida), amiodarona, bretilio, sotalol: “ torsades de pointes”. Metformina: Não utilizar a metformina quando a creatininemia ultrapassar 1,5 mg% (135 mmol/L) no homem e 1,2 mg% (110 mmol/L) na mulher. Antidepressivos imipramínicos (tricíclicos), neurolépticos: risco de hipotensão ortostática aumentados (efeito aditivo).Sais de cálcio: risco de hipercalcemia. Ciclosporina: risco de aumento da creatininemia. Corticóides, tetracosactídeo: diminuição do efeito antihipertensivo. Reações adversas: hipocalemia, hiponatremia e hipotensão ortostática. Alcalose metabólica, elevação da uricemia e da glicemia no decorrer do tratamento; muito raramente podem ser observados trombocitopenia, leucopenia, agranulocitose, aplasia de medula e anemia hemolítica. Hipercalcemia. Posologia: 1 comprimido ao dia. (Mar 05). Venda Sob Prescrição Médica. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.

KARVIL (carvedilol). Registro MS nº 1.0525.0010 . Embalagens com 15 compr. de 3,125 mg; 6,25 mg;e 12,5 mg.Indicações: ICC leve ou moderada (classe II ou III de NYHA), com digitálicos, diuréticos e inibidores da ECA. o oHipertensão essencial. Contra-indicações: ICC descompensada, classe IV NYHA, exigindo terapia inotrópica intravenosa, asma brônquica ou em condições broncoespásticas, bloqueio AV de 2 ou 3 graus, síndrome de

doença sinusal, choque cardiogênico ou bradicardia grave. O uso em insuficiência hepática clinicamente evidente não é recomendado. Hipersensibilidade à droga. Precauções e advertências: Não deve ser descontinuado abruptamente, particularmente em pacientes com cardiopatia isquêmica. Deve ser descontinuado durante 1 a 2 semanas. Em estudos clínicos, causou bradicardia em cerca de 2% dos hipertensos e em 9% dos pacientes com ICC. Nos casos em que a FC cair abaixo de 55 bat./min, a dose deve ser reduzida. Deve-se ter cautela na administração com suspeita de angina variante de Prinzmetal. ICC com diabetes, o tratamento pode levar à piora da hiperglicemia. Uso pediátrico: A segurança e eficácia abaixo de 18 anos não foram estabelecidas.. Gravidez e Lactação: deverá ser usado na gravidez apenas se o benefício potencial justificar os possíveis riscos para o feto. Devido à possibilidade de reações adversas graves em lactentes, causadas por beta-bloqueadores, deve-se tomar a decisão de interromper a amamentação ou de descontinuar a administração do medicamento, considerando-se a importância da droga para a mãe. Advertências: Em evidências laboratoriais de lesão hepática ou icterícia, a administração de deve ser interrompida e não deve ser reiniciada. Beta-bloqueadores podem precipitar ou agravar os sintomas de insuficiência arterial em pacientes com doença vascular periférica. Diabetes e hipoglicemia: deve ser usado com cautela. Em pacientes com ICC, existe um risco de piora da hiperglicemia. A interrupção abrupta da administração pode ser seguida de uma exacerbação dos sintomas de hipertireoidismo ou precipitar alterações da tireóide. Interações medicamentosas: clonidina com agentes beta-bloqueadores pode potencializar os efeitos de redução da PA e da FC. As concentrações de digoxina são aumentadas em cerca de 15% quando carvedilol é administrado concomitantemente. Rifampicina reduziu as concentrações plasmáticas de carvedilol em cerca de 70%. Cimetidina aumentou a AUC em cerca de 30%, mas não causou alteração na Cmáx.. Casos isolados de distúrbios de condução foram observados quando KARVIL foi co-administrado com diltiazem. Se for administrado por via oral com bloqueadores dos canais de cálcio, recomenda-se que o ECG e a PA sejam monitorados. Em pacientes tomando insulina ou hipoglicemiantes orais, recomenda-se a monitoração dos níveis de glicose. Reações adversas: as mais freqüentes foram: ICC, edema periférico, alergia, morte súbita, mal-estar, hipovolemia, sobrecarga de fluidos, hipotensão postural, hiperestesia, vertigem, melena, periodontite, ALT aumentada, AST aumentada, hiperuricemia, hipoglicemia, hiponatremia, FA aumentada, glicosúria, protrombina reduzida, púrpura, sonolência, impotência, função renal anormal e albuminúria. Hipertensão: em geral foi bem tolerado em doses de até 50 mg/ dia. Posologia: ICC: a dose deve ser individualizada e cuidadosamente monitorada durante a fase de aumento. Antes do início do tratamento, a dose de digitálicos, diuréticos e inibidores da ECA deve ser estabilizada. A dose inicial recomendada é de 3,125 mg duas vezes ao dia por 2 semanas. Se esta dose for tolerada, pode ser aumentada para 6,25 mg duas vezes ao dia. A dose deve então ser dobrada a cada 2 semanas até o nível máximo tolerado pelo paciente. No início de cada nova dose, os pacientes devem ser observados por 1 hora para se determinar os sinais de vertigem ou desorientação. Dose máxima recomendada é 25 mg 2 x ao dia em pacientes com menos de 85 kg e 50 mg 2 x ao dia em pacientes com mais de 85 kg. Deve ser tomado com a alimentação para reduzir a incidência de efeitos ortostáticos. A piora transitória da IC pode ser tratada com doses maiores de diuréticos, embora ocasionalmente seja necessário reduzir a dose de KARVIL ou descontinuá-lo temporariamente. Os sintomas de vasodilatação freqüentemente respondem a uma redução da dose de

diuréticos ou dos inibidores da ECA. Se estas alterações não aliviarem os sintomas, a dose de KARVIL pode ser reduzida.. A dificuldade inicial ao aumentar a dose não deve impedir tentativas posteriores. Hipertensão: Dose

inicial é de 6,25 mg, 2 x ao dia. Se for tolerada, pode ser mantida por 7 a 14 dias, e depois aumentada para 12,5 mg, 2 x ao dia, se necessário. Esta dose também deve ser mantida por 7 a 14 dias podendo ser ajustada para 25 mg, 2

x ao dia, se tolerado e necessário a dose diária total não deve exceder 50 mg. (Mar 05). Venda Sob Prescrição Médica. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO.”

TORLÓS (losartana potássica). Registro MS nº 1.0525.0005. Embalagem com 28 compr. de 25 mg; 14 compr. de 50 mg; 28 compr. de 50 mg. Indicações: Hipertensão arterial. Contra-indicações: Hipersensibilidade à losartana potássica ou aos demais componentes da fórmula. Durante a gravidez e lactação. Advertências e precauções: quando a gravidez for detectada, de imediato a medicação deve ser suspensa ou substituída. Pacientes com insuficiência renal ou hepática grave. Início do tratamento de pacientes com IC ou depletados de sódio, pois pode produzir um quadro de hipotensão severa. Pacientes com enfermidade cérebro-vascular ou cardiopatia isquêmica, nos quais o quadro pode se agravar como conseqüência de uma hipotensão severa. Interações medicamentosas: tem-se relatado toxicidade ao lítio em pacientes em tratamento com drogas que aumentam a eliminação de sódio. Reações adversas mais freqüentes: mal-estar epigástrico, diarréia, mialgia, cãibras, tonturas, insônia, congestão nasal, astenia, fraqueza, edema ou inchaço local, náuseas, faringites, cefaléia, hipotensão ortostática. Posologia: A dose inicial usual é de 50 mg uma vez ao dia, ou 25 mg em pacientes com possível depleção de volume intravascular, e em pacientes com histórico clínico de insuficiência hepática. TORLÓS pode ser administrado uma ou duas vezes ao dia com doses diárias variando de 25 a 100 mg. (Mar 05). Venda Sob Prescrição Médica. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.

TORLÓS-H (losartana 50 mg e hidroclorotiazida12,5 mg). Embalagens com 14 e 28 compr.Registro MS nº 1.0525.0004 Indicações: Hipertensão arterial. Contra-indicações: Hipersensibilidade a losartana e/ou à hidroclorotiazida ou aos demais componentes da fórmula. Gravidez e lactação. Pacientes com anúria ou hipersensibilidade a outras drogas derivadas da sulfanilamida. Advertências e precauções: Quando a gravidez for detectada, de imediato a medicação deve ser suspensa ou substituída. Insuficiência renal ou hepática graves. Tratamento de pacientes com insuficiência cardíaca ou depletados de sódio, pois pode produzir um quadro de hipotensão severa. Pacientes com enfermidade cérebrovascular ou cardiopatia isquêmica, nos quais o quadro pode se agravar como conseqüência de uma hipotensão severa. Pacientes com função hepática deteriorada ou doença hepática progressiva. Os tiazídicos podem exacerbar ou ativar o lúpus eritematoso sistêmico. Os pacientes recebendo tratamento com tiazídicos devem ser observados para os sinais de: hiponatremia, alcalose, hipocloremia, hipocalemia, hipomagnesemia ou aumento do cálcio sérico. A determinação de eletrólitos é de particular importância. Pode requerer, em pacientes diabéticos, ajustes na dose de insulina ou hipoglicemiantes orais. Diabetes mellitus latente pode se tornar manifesta durante a terapia com tiazídicos. Interações medicamentosas: tem-se comunicado toxicidade ao lítio em pacientes em tratamento com drogas que aumentam a eliminação de sódio. O uso concomitante com álcool, barbitúricos ou narcóticos pode provocar hipotensão ortostática. A absorção da hidroclorotiazida é fortemente reduzida pelo uso concomitante de resinas tipo colestiramina ou colestipol. O uso conjunto com ACTH intensifica a depleção eletrolítica, podendo levar à hipocalemia. O uso com AINE's pode reduzir o efeito diurético e anti-hipertensivo dos tiazídicos. O uso com corticosteróides pode causar hipocalemia. Com metotrexato, pode ocasionar granulocitopenia. Propranolol pode intensificar o efeito hiperglicêmico da hidroclorotiazida. Reações adversas mais freqüentes: mal-estar epigástrico, diarréia, mialgia, cãibras musculares, tonturas, insônia, congestão nasal, astenia, fraqueza, edema ou inchaço local, náuseas, faringites, cefaléia, hipotensão ortostática. Todos estes efeitos foram geralmente leves e não levaram à interrupção do tratamento. Posologia: Dose inicial é de 1 comprimido 1 x ao dia. Após cerca de 3 semanas, a dose pode ser aumentada para 2 comprimidos 1 x ao dia. (Mar 05). Venda Sob Prescrição Médica. “AO PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SER CONSULTADO”.

Congresses Update SBH 200512

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