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Ebs r ! e h Aqui não passará! Jornal do Comitê em Defesa do HU 100% público Florianópolis, março de 2015 - Ano I - Edição II facebook.com/ebserhaquinaopassara Siga a luta nas redes sociais facebook.com/ebserhaquinaopassarahu100publico facebook.com/forumdesaude.desantacatarina forumcatarinense.blogspot.com.br Foto: Marino Mondek naopassara.wordpress.com

Segunda edição jornal Ebsurdo!

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Segunda edição do jornal Ebsurdo, elaborada pelo Comitê Estudantil em Defesa do HU 100% Público, movimento de resistência à EBSERH na UFSC.

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Page 1: Segunda edição jornal Ebsurdo!

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Page 2: Segunda edição jornal Ebsurdo!

Mas afinal, o que é a EBSERH? A Empresa Brasileira de Serviços Hospitala-res (EBSERH) surge no final do mandato de Lula, em 2010. Criada para fazer a gestão dos hospitais univer-sitários brasileiros - 52 ao todo -, a EBSERH é uma em-presa pública mas de direito privado. Assim, ela obe-dece às leis do mercado, tendo liberdade para captar dinheiro de entidades nacionais e internacionais para os HUs, assim como outras medidas, como o aluguel de estrutura hospitalares que a empresa gera. A EB-SERH trata hospitais como empresas, pacientes como estatísticas e metas, tratamentos adequados como desperdício e saúde como mercadoria, mas não se trata de uma medida isolada. Além dela, surgem cada vez mais dispositi-vos para mercantilizar os direitos básicos. Na própria saúde, não bastasse a diminuição nos investimento (nos últimos 12 anos foram menos R$ 94 bilhões in-

vestidos) e seu uso principalmente no setor privado, ainda existem as Organizações Sociais (OSs), abertu-ra da saúde ao capital estrangeiro. Na educação, há um cenário de cada vez menos investimento nas uni-versidades públicas (queda de 54,5% nos últimos 12 anos), enquanto o investimento no FIES aumentou acentuadamente (de 5,7% do gasto em educação em 2012 para 14,9% em 2014). No transporte coletivo, há cada novo ano há um novo aumento, garantindo lucro de empresários em cima do direito à cidade. Se-gundo a Auditoria Cidadã da Dívida, 40,30% do orça-mento geral da união em 2013 foi destinado ao paga-mento de juros e amortizações da dívida, enquanto apenas 4,29% foi destinado à saúde, 3,70% à educa-ção e 0,59% aos transportes. Tem algo errado aí, não tem?

Por que é privatizaçãoA EBSERH é um dos modelos não-clássicos de priva-tização, assim como as Organizações Sociais. Apesar de ser uma empresa pública, o fato de ser de direito privado mostra quais são seus interesses: subordi-nação de todo o funcionamento do hospital - in-cluindo ensino, pesquisa e extensão que ocorrem dentro dele - ao cumprimento de metas, reduzin-do gastos e aumentando o lucro em detrimento da qualidade dos serviços realizados. Apesar de não entregar diretamente os HUs à iniciativa privada, o funcionamento dos hospitais e os contratos realiza-dos por esses favorecerão o privado em detrimento do público.

$ É chegada a hora de mobilizar Desde que a proposta de EBSERH na UFSC foi ventilada, a ofensiva dos que pretendem empresariar o HU tem sido brutal - precarização dos serviços, cortes orçamentários, previsões apocalípticas em reuniões. Só com uma grande mobilização foi possível freiar o proces-so até o momento, tendo conquistas como os 7 debates dentro da universidade no final de 2014, contando com representantes favoráveis e contrários à Ebserh, e a ga-rantia de um plebiscito para que toda a comunidade uni-versitária decida sobre o futuro do próprio hospital. Em

2015, no entanto, tudo se acirra. A decisão sobre a adesão sairá neste ano e a cam-panha dos defensores da empresa - recheada de mitos e desinformação - vem forte, apoiada por interesses escu-sos e diversos capitais. Só será possível triunfar, garanti-do a continuidade de um HU público e comprometido com a saúde da população, através da mobilização popular. É preciso se articular nas salas de aula, centros acadêmicos, sindicatos, entidades comunitárias para resistir e manter um hospital que se preocupa com o povo e não com lucro.

O HU da UFSC é referência em atendimentos na área da saúde em Santa Catarina, diariamente atende a demanda da população em diversas especialidades. É um Hospital um pouco diferente do restante do estado por também cumprir a função de escola, responsável pela formação de novos pro-fissionais na área da saúde. A Universidade também tem o papel de fomentar pesquisas, que potencializem o melhor

atendimento à população catarinense através do SUS. No entanto, a sua capacidade ainda é limitada e esse problema poderia ser resolvido se houvesse investimento na contratação de mais profissionais. O que tem sido comenta-do por aí é que a solução é adesão à EBSERH. Além de essa afirmação ser mentira, precisamos ter clareza das outras con-tradições que a EBSERH traz.

O que muda com a EBSERH no HU

1 Os contratos com novos trabalhadores será por CLT e não mais Regime Jurídico Único (RJU). Os servidores titulares que já são efetivos poderão ser cedidos à EBSERH. A lei da

EBSERH não garante a opção de escolha para os servidores públicos, que podem ser cedidos automaticamente e passam a seguir a política de trabalho definida pela empresa. A ado-ção da CLT trará renovação maior, custos aumentados com capacitação e ainda custo de FGTS (8% sobre a folha);

2 Com ou sem EBSERH, os recursos do HU virão do Or-çamento Geral da União. O que muda é o aumento do gasto administrativo para a manutenção da empresa e

suas subsidiárias.

3 A EBSERH será administrada por uma Diretoria Exe-cutiva (nomeada e destituível a qualquer tempo pelo Presidente da Republica por indicação do Ministério do

Estado da Educação), bem como outros cargos. Diferente das eleições diretas que temos hoje para a direção do HU, a esco-

lha dos dirigentes será por indicação da Reitoria ou Presidên-cia da República/Ministérios, diminuindo ainda mais a nossa participação nos rumos do Hospital.

4 O atendimento por metas de acordo com o mercado olham a saúde como uma mercadoria, onde os pro-fissionais precisam se preocupar com a produtividade

e não melhora da qualidade de vida do paciente. Também pode ocorrer a preferência para o atendimento aos pacien-tes com planos de saúde privado, que já acontece em outros hospitais que aderiram à EBSERH.

5 Perda da autonomia universitária e prejuízos significa-tivos à qualidade da formação dos estudantes da área de saúde que utilizam o hospital como extensão e local

de prática. O vinculo com os professores será distinto com a EBSERH e a relação dos novos servidores com a Universida-de tende a ser mais superifical, até pelo próprio contrato de trabalho.

A EBSERH foi sancionada no dia 31 de de-zembro de 2010, último dia do Governo Lula, e agora defendida por Dilma. Nos últimos anos, vários IFES têm sido pres-sionada para aderir à empresa.

O Conselho Universi-tário (CUn) da UFSC tem posicionamen-to unânime contrário à EBSERH. Primeiro Abraço ao HU.

Jun/

2011

O CUn encaminha uma comissão com a finalida-de de organizar o debate sobre a EBSERH na co-munidade universitária.

Set/2012 Abaixo-assinado com 3070 assi-naturas contra a adesão à empre-sa

Nov

/20

12 Realização de um Plebis-cito Nacional a respeito da EBSERH, realizado pelo movimento contrá-rio. Na UFSC, tivemos 1700 votos contrários.

Abril/2013

Início das ati-vidades da co-missão tirada no CUn

Ago/2013

Apresentação dos trabalhos da comissão no CUn. Houve-ram duas apresentações dis-tintas. Mobilizações no CUn que garantiram o debate am-plo e o plebiscito universal para abril de 2015.

Set e Out/2014 7 debates institucionais com posições favorá-veis e contrárias à EBSERH.

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A situação da EBSERH no Brasil

UFPE: Faltam seringas, luvas, medica-

mentos e reagentes para rea-lização de exames simples e de alta complexidade. Não existem cirurgias com procedimentos de endoscopia. Ausência de manu-tenção no Hopital, enfermarias e salas foram interditadas devido vazamento e inflitrações, falta de limpeza e manutenção dos ares-

-condicionados e higiene pre-cária.

UFS: O Ministério Públi-

co Federal de Sergi-pe entrou como uma Ação Civil Pública contra a EBSERH.

U F M G : falta de materiais bási-

cos para procedimentos, suspensão de transplantes por falta de material. Além da demissão de profissionais da fonoaudiologia, nutrição e terapia ocupacional, sem a

previsão de contratação.

UnB: Resi-dências de otorrino,

pediatria e radiologia passaram a ser realiza-das em unidades fora

da universidade.

U F E S : existência de ra-tos e baratas no CTI e da reutiliza-ção de materiais

descartáveis

UFPI: Uma auditoria feita pelo SUS

comprovou que a EBSERH não implementou os serviços previstos no

contrato. As UTIs foram abandonadas e o hospital está lotado com pacientes em macas nos corredores. Foi feito concurso, mas não foram contratados todos os funcionários. Houve paralisação dos médicos em denúncia a falta de funcionamento pleno do local. O problema no hospital não é financeiro,

já que o SUS repassa para o HU o valor de R$ 2 milhões por mês.

UFC: Ir-regularidades no

concurso da EBSERH, tais como: pacote de avaliações com la-cre rompido, provas faltando e troca de

avaliações.