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CONFORTO AMBIENTAL E ERGONÔMICO DE INSTALAÇÕES PARA PRODUÇÃO BOVINA DE CORTE DE VIRGOLÂNDIA Elisa Cristina Vilarino RESUMO Com a perspectiva do processo de globalização que hoje movimenta a economia mundial, a indústria rural passou a buscar nas instalações e no ambiente construído possibilidades de aumentar sua competitividade produtiva e qualidade. Sabe-se que na pecuária, os fatores ambientais externos, o microclima dentro das instalações e as condições ergonômicas, influenciam em todas as fases de produção, acarretando redução na produtividade e consequentes prejuízos econômicos, além de aumentar o risco de acidentes com as pessoas e os animais. Nesse contexto, este artigo apresenta o resultado de uma análise realizada nas instalações para produção bovina de corte da comunidade rural do município de Virgolândia, MG. Entre equipamentos analisados estão: curral de manejo, balança, tronco coletivo, apartadouro, remangas, seringa, embarcador e curral de confinamento. A metodologia adotada consta de levantamento bibliográfico, levantamento da legislação ambiental pertinente, visita técnica ás instalações para análise, levantamento físico e fotográfico, além de entrevistas aos proprietários. Espera-se que o resultado obtido possa orientar os produtores de Virgolândia na adequação das instalações existentes e a concepção de novas unidades, melhorando assim a economia e satisfação dos mesmos e se estabelecendo como exemplo para produtores de regiões vizinhas. O conteúdo desse artigo é parte integrante de um Trabalho de Conclusão de Curso que deverá ser apresentado no segundo semestre de 2016, ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Palavras-chave: Espaço rural. Conforto. Produção animal. 1 INTRODUÇÃO A indústria rural no Brasil está em busca de melhorias significativas na quantidade e qualidade de seus animais, visando como consequência, produtos com excelência. Essas melhorias dependem de uma boa alimentação, cuidados com a saúde bovina e emprego de tecnologias adequadas. A mão de obra qualificada deve estar sempre em treinamento e ciente da importância de se pensar a ambiência dessas instalações bovinas, recebendo informações e evitando cometer os erros cometidos até então. Em Virgolândia, uma cidade do interior de Minas Gerais, que segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015) possui pouco mais de 5.500 habitantes, o desenvolvimento se dá graças à renda agropecuária. No entanto, a

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É um artigo de trabalho de conclusão de curso que tem como pesquisa o conforto ambiental e ergonômico de instalações para produção bovina de corte da cidade de Virgolândia.

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Page 1: TCC1- Elisa Cristina Vilarino

CONFORTO AMBIENTAL E ERGONÔMICO DE INSTALAÇÕES PARA

PRODUÇÃO BOVINA DE CORTE DE VIRGOLÂNDIA

Elisa Cristina Vilarino

RESUMO

Com a perspectiva do processo de globalização que hoje movimenta a economia mundial, a indústria rural passou a buscar nas instalações e no ambiente construído possibilidades de aumentar sua competitividade produtiva e qualidade. Sabe-se que na pecuária, os fatores ambientais externos, o microclima dentro das instalações e as condições ergonômicas, influenciam em todas as fases de produção, acarretando redução na produtividade e consequentes prejuízos econômicos, além de aumentar o risco de acidentes com as pessoas e os animais. Nesse contexto, este artigo apresenta o resultado de uma análise realizada nas instalações para produção bovina de corte da comunidade rural do município de Virgolândia, MG. Entre equipamentos analisados estão: curral de manejo, balança, tronco coletivo, apartadouro, remangas, seringa, embarcador e curral de confinamento. A metodologia adotada consta de levantamento bibliográfico, levantamento da legislação ambiental pertinente, visita técnica ás instalações para análise, levantamento físico e fotográfico, além de entrevistas aos proprietários. Espera-se que o resultado obtido possa orientar os produtores de Virgolândia na adequação das instalações existentes e a concepção de novas unidades, melhorando assim a economia e satisfação dos mesmos e se estabelecendo como exemplo para produtores de regiões vizinhas. O conteúdo desse artigo é parte integrante de um Trabalho de Conclusão de Curso que deverá ser apresentado no segundo semestre de 2016, ao Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais.

Palavras-chave: Espaço rural. Conforto. Produção animal.

1 INTRODUÇÃO

A indústria rural no Brasil está em busca de melhorias significativas na quantidade e

qualidade de seus animais, visando como consequência, produtos com excelência.

Essas melhorias dependem de uma boa alimentação, cuidados com a saúde bovina

e emprego de tecnologias adequadas. A mão de obra qualificada deve estar sempre

em treinamento e ciente da importância de se pensar a ambiência dessas

instalações bovinas, recebendo informações e evitando cometer os erros cometidos

até então.

Em Virgolândia, uma cidade do interior de Minas Gerais, que segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015) possui pouco mais de 5.500

habitantes, o desenvolvimento se dá graças à renda agropecuária. No entanto, a

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falta de informação e de profissionais capacitados trava o crescimento e retarda a

lucratividade local. Espera-se com o resultado obtido a partir das análises realizadas

nesse artigo, e com a elaboração de diretrizes, uma aceitação e avanço das novas

tecnologias para produção rural local.

A indústria animal é muitas vezes projetada para aplicar sistemas intensos de

criação. Segundo Guimarães et al. (2008), a aplicação destes sistemas consiste em

concentrar os animais em uma área restrita com comida e bebida necessária

fornecidas em cochos. Durante o período de seca, estes animais são submetidos a

uma dieta de engorda, devido à escassez da forragem do pastejo. Acredita-se que o

futuro da produção bovina de corte não está apenas no grupo de animais de raça,

de boa qualidade, mas sim no aumento da qualidade de um ambiente planejado e o

uso de tecnologias adequadas.

De acordo com Guimarães et al. (2008), o sistema de produção animal depende de

um bom planejamento integrado dos fatores relacionados à produção, tais como

manejo e instalações. O principal objetivo de uma instalação é garantir ótimas

condições para o desenvolvimento do animal, portanto é necessário que esta seja

concebida visando o atendimento de requisitos de conforto e funcionalidade. Ou

seja, é necessário levar em conta o bem-estar do bovino de corte quando se

determina o tamanho dos currais, proporcionando ao animal liberdade e

movimentos, de modo saudável.

O conhecimento do bioclima é uma parte muito importante para garantir uma boa

qualidade na produção animal, e a relação do corpo e espaço no meio ambiente. Os

bovinos são animais que vivem em bando, porém, é muito importante garantir a

qualidade do espaço individual de cada animal, para facilitar a convivência em

grupo. Espera-se de um curral de manejo, a facilidade de movimento e

deslocamento do animal, deixando o número de acidentes escasso, garantindo sua

saúde, e consequentemente a boa qualidade do produto final.

Empresas no Brasil como a JLC Projeto de instalações Rurais (JLC, 2016), a

Universidade de Viçosa (GUIMARÃES et al., 2008) e a Embrapa (EMBRAPA, 2016)

vêm se destacando no mercado por se preocupar com as características da raça

trazendo conforto e consequentemente, um melhor desempenho animal. A JLC

Projeto de Instalações Rurais 2016 em São Paulo, se preocupa com o bem-estar

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animal e sempre atenta há uma boa produção. Na Universidade Federal de Viçosa,

instalações para produção animal, é linha de pesquisa para mestrado de Engenharia

Agrícola, onde arquitetos acompanham e participam para melhoria do conforto

ambiental. Já em Brasília, há uma sede da Embrapa (Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária), com objetivo de desenvolver pesquisas e projetos

agropecuários, superando barreiras que superam a produção.

Sendo assim, surge como problema do artigo. Como a arquitetura pode melhorar a

produtividade e o aumento do conforto ambiental e ergonômico das instalações

bovinas de corte em Virgolândia? E acredita-se na importância de criar diretrizes

para a cidade de Virgolândia. Pensar em um melhor acondicionamento térmico das

instalações para gado, conciliável com a condição climática da região, com espaço

adequado ao corpo do animal bovino, para desempenho de sua destinada função.

Transformar as instalações de modo que atendam aos requisitos de conforto, função

e dimensionamento adequado.

O objetivo geral dessa pesquisa é contribuir com o aumento do conforto ambiental e

ergonômico das instalações bovinas de corte da cidade de Virgolândia, com ênfase

no conforto ambiental e ergonômico, através do desenvolvimento de diretrizes que

visam orientar os fazendeiros locais na concepção e construção de suas instalações.

Ressalta-se a importância da prática e também da teoria, de modo que juntos o

conhecimento seja rápido ao crescimento do projeto.

2 BOAS PRÁTICAS EM INSTALAÇÕES BOVINAS DE CORTE

Para se obter boas práticas na bovinocultura os produtores rurais devem seguir um

conjunto de princípio durante toda a cadeia produtiva da cadeira produtiva da carne

bovina. Entre estes princípios estão os estão os relacionados ás instalações rurais.

O produtor deve aderi-las para que sua instalação seja caracterizada por aspectos

relacionados à funcionalidade, resistência, economia e segurança. Instalações

inadequadas podem comprometer a qualidade do produto final e reduzir a

rentabilidade do produtor.

De acordo com Beef Point (2016), um programa de desenvolvimento profissional e

de crescimento pessoal para os novos líderes da agropecuária, dois pontos são

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essenciais para se considerar durante a concepção de novas instalações, são eles:

a lida racional / o manejo gentil, e o uso de novas tecnologias.

Quando se refere ao manejo gentil, o significado é maior eficiência no tratamento

com os bovinos e segurança para os trabalhadores envolvidos e os próprios

animais. Por desconhecer os princípios de boas práticas, muitos produtores utilizam

ferrões e choque elétrico como meio de condução para os animais, o que faz o risco

de acidente só aumentar, para os mesmos e para quem está envolvido nesse

manejo agressivo. Esse é um exemplo da desvantagem do manejo agressivo, que

além de ferir o couro bovino, resultando em danos que depreciam seu valor

comercial, também causa do estresse ao animal, perca de peso, e baixa resistência

a doenças.

Planejar um curral, exige pensar e sentir como os bovinos. Conseguir entender suas

necessidades e colocar em execução, garantindo maior desenvolvimento e

qualidade. É fundamental destacar que um fator estressante para o animal é muitas

vezes o próprio homem, e não apenas as características arquitetônicas das

instalações. A maneira como o funcionário lida com o bovino pode trazer sérias

consequências para ambos. O bovino pode machucar-se e até mesmo agredir

outros animais durante o trajeto até a chegada da balança.

A superlotação dos currais dificulta a visibilidade de cada animal, prejudicando a

prática de vistorias, para que seja verificada a existência ou não de algum tipo de

doença. No manejo também tem complicações quando se precisa buscar algum

animal para aplicação de remédio, ou até mesmo para serem levados a balança.

Quando se tem a mistura de dois sexos, as brigas mais constantes, ocasionando

dificuldade em apartação.

Diante de vários fatores agravantes, os agricultores estão buscando melhorar a

qualidade de suas instalações e para isso, estão aderindo o uso de algumas

tecnologias. Antigamente era considerado impossível o uso de novas técnicas e

tecnologias, como por exemplo a inseminação artificial, que mesmo sendo uma

técnica fácil e de retorno alto, se apresentava como algo complexo para a maioria

das fazendas, não sendo facilmente aceitas por estas. Outro exemplo, é a

ordenhadeira elétrica, que retira o leite da vaca com rapidez e praticidade, ajudando

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muito aos funcionários, que ficam livres de fazer esse trabalho manualmente. Mas

hoje a pecuária moderna não se imagina sem essas práticas que aumentam tanto a

produção.

O uso das boas práticas, está diretamente ligado ao rendimento satisfatório da

indústria rural, a partir do aumento do conforto animal e consequentemente da

qualidade do produto final e, desta forma garante o bem-estar animal, a segurança

da equipe de trabalho e a qualidade do produto final.

As instalações devem comtemplar como estruturas principais, currais de

confinamento, corredores e curral de manejo e suas sub-estruturas, tronco coletivo,

balança, apartadouro, remanga, seringa e embarcador, e equipamentos como

cochos e bebedouros. Entre os critérios que devem ser analisados para garantir

instalações agropecuárias adequadas para a produção bovina de cortes estão as

relacionadas à Ergonomia, localização de terreno, conforto ambiental, materiais e

sistemas construtivos das instalações, dimensões dos espaços de permanência e

condução dos animais.

ERGONOMIA

A ergonomia e o conforto, atuam em todas as fases da boa produção. O termo

ergonomia se refere à adaptação do trabalho ao homem, portanto, seu estudo neste

contexto, visa contribuir para melhoria das condições de trabalho, proporcionando

bem-estar e prevenindo acidentes.

A Norma Regulamentadora 17- NR 17 ergonomia 117.016-3 / I2 (BRASIL, 2007),

estabelece que:

•estabelece para que as atividades realizadas em pé, devem ser colocados assentos para descansos em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante a pausa.

LOCALIZAÇÃO DO TERRENO

A Embrapa (2016), mostra que ao escolher a localização do terreno deve-se levar

em conta a distância dos depósitos de alimentos, porque quanto mais rápido o trato,

menos mão de obra. Dentro da propriedade rural, a área para a instalação da

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engorda confinada deve ser retirada, evitando áreas vizinhas a rodovias ou com

grande movimentação. Isso evita contaminações, furtos e estresse nos animais.

Fontes de água farta e limpa e de energia elétrica também devem ser consideradas

na escolha do local. Outro ponto importante é o acesso dos animais, seja no início

do confinamento ou nas atividades de manejo.

O acesso ao terreno ter as porteiras largas, com 3 a 4m a mais que as

convencionais, que tem 1.80 a 2.10 m, porque geralmente os animais chegam ou

saem com uma velocidade maior e podem se esbarrar ou se aglomerarem caso seja

uma entrada restrita, prejudicando a entrada ou saída. O acesso deve ser plano e

cascalhado, evitando escorregões ou em época chuvosa, aglomeração de barro. O

tipo de solo adequado para essa função é arenoso, porque é o argiloso demanda e

exige outros cuidados durante a obra. Também é mais adequado que o terreno seja

plano, principalmente para facilitar o transporte dos alimentos para os animais,

sejam carrinhos de mão ou próprios carros. Devido a quantidade de suplemento

dificulta se este acesso for em um morro.

O curral de confinamento deve ser construído num terreno não inundável, e com boa

drenagem. Tem que haver uma área preparada com até 3% a 5% de declividade

para escoamento de água pluvial, do lado oposto dos cochos de alimentos.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto:

• VI- Manter o ambiente de criação em condições higiênicas.

• VI- Assegurar que as instalações sejam apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal.

Um piso adequado é aquele de fácil escoamento, geralmente muito utilizado o de

cascalhado e compactado, para quando chover os animais não ficarem num

lamaçal, que é péssimo para locomoção. Bovinos não gostam de se deitarem em

locais molhados. Recomenda-se que as áreas próximas de alimentos e bebidas

sejam calçadas, esse piso tem que obter um preparo antiderrapante, para evitar

lesões e acidentes. Geralmente recomenda-se 12m² por boi, em confinamento, e

que os lotes não passem de 120 cabeças de gado.

CONFORTO TÉRMICO

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O Sombreamento não é a parte mais importante para o aumento da produtividade,

mas ganha destaque quando se trata do bem-estar bovino. O sombreamento da

pastagem ou do confinamento pode ser de duas maneiras: Natural ou artificial.

Sombreamento natural, é composto por um uma ou por um grupo de árvores no

pasto, onde geram sombras aos animais.

Sombreamento artificial, são construções de sombras ao longo do pasto, com

previsão de 80% de sombra, erguido por piquetes fincados ao solo e fixados em

lona.

De acordo com o Beef Point (2016), a disponibilidade de sombra na criação de

bovino favorece o bem-estar e a produtividade. O sombreamento pode reduzir a

mais de 30% da carga de calor para os animais. E a ajuda na procura do

sombreamento, também ajuda no comportamento dos animais. A utilização da

sombra natural quanto artificial, contribui ainda na diminuição dos efeitos climáticos

e melhora na eficiência da produção. Além disso reduz a frequência respiratória e a

temperatura. Aumenta a produção e melhora a eficiência alimentar dos bovinos. A

cartilha do Bem-Estar Animal e Instalações Rurais (QUINTILIANO et al. 2014),

assegura que, tem que haver 2m² de sombra/boi, e se a testada de cocho por <50

cm por animal, instalar no fundo do piquete e não sobre o cocho.

Estes são os equipamentos analisados nas fazendas: curral de manejo, balança,

tronco coletivo, apartadouro, remangas, seringa, embarcador, curral de

confinamento, cochos e bebedouros.

COBERTURA DOS CURRAIS

Segundo Alaércio de Souza Cardoso (2010), o Brasil tem um grande desafio para

continuar competindo na agricultura, e apesar disso consiste na produção de telhas

de baixo custo que representam um fator bastante envolvente e que influência as

condições ambientais nos galpões para criação de animais. Em várias regiões

quentes do Brasil, vem gerando problemas como desconforto térmico e acaba

limitando o desenvolvimento da produção do animal. Uma boa solução arquitetônica

pode resolver essa questão dos fatores climáticos, da temperatura, umidade,

velocidade e ar.

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Nos galpões fechados para confinamento, deve ter beiral do telhado com largura

aproximada de 1,0 m, pé-direito de 4 m, sendo recomendado para confinar de 50 a

60 animais. É bem eficaz no controle de temperatura, umidade e ventilação.

O tronco coletivo, a balança, e também onde o operador vai manejar, devem ser

cobertos. Procura-se orientar as coberturas no sentido leste-oeste, estrutura de

madeira ou concreto pré-fabricado com telhas de cimento amianto. As porteiras da

periferia do curral de manobras possuem abertura maior 3 a 4 m.

A cobertura ideal continua sendo um grande desafio para o sistema construtivo. As

melhores soluções são as telhas de barro, que tem propiciado melhores condições,

mas são relativamente caras, em motivo de estrutura e sustentação.

PISO DOS CURRAIS

O desgaste dos cascos dos bovinos, acidentes e a manutenção exagerada do contra

piso estão ligadas as condições dos pisos das instalações. Piso escorregadio e com

excesso de lama dificulta o trabalho. A formação de lama é um dos principais

problemas no curral, e isso ocorre devido à falta de falta de drenagem e de

escoamento, excesso dos animais por muito tempo no ambiente, e muita chuva.

A Vedovati Pisos (2016), mostra que para corredores de acesso para os gados, o

modelo HD-20 EP é a melhor opção quando se trata de proteger os cascos dos

animais, evitar acidentes, conservar o contra piso do cimento, fácil limpeza e

manutenção.

Para evitar acidentes no embarque e desembarque os pisos de borrachas são a

melhor solução. O modelo HD-50 da Vedovati Pisos (2016), é feito de borracha e

antiderrapante, evita escorregões, conserva a rampa de acesso, além de proteger os

cascos dos animais.

Para os currais de manejo, uma boa solução de pisos são as camadas compactadas

de pedras roladas (sem pontas, tipo as de rios). Essa técnica impermeabiliza o solo

e evita o barro. Já o piso do curral de confinamento e remangas, uma boa alternativa

é o piso de terra da mesma, porém com buracos de drenagem, tem custo baixo e já

existem fazendas com mais de vinte anos de uso sem nunca ter refeito o barro.

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CONDUÇÃO PARA O CURRAL DE MANEJO

A condução para o curral de manejo deve ser feita devagar e com calma. Paciência

é um fator muito importante pois, também tem que ser levado em consideração o

comportamento de cada animal. Um guia na frente montado a cavalo deve utilizar

uma bandeira para guiar os bovinos e assinar para os possíveis encontros nas

estradas, como outros animais, pessoas ou veículos. Não deve ser usado nenhum

tipo de equipamento que possa agredir os animais, apenas som de berrante, voz

dos condutores e bandeiras.

Os corredores devem ter porteiras com medidas de 3,0 x3,5m para evitar que estes

animais se acumulem, briguem por falta de espaço, dificulte apartação e para

retirada do esterco produzido (= 25 kg/cab. dia). As cercas mais usuais são as

construídas com arame liso e com arame farpado. As de arame liso são mais

utilizadas por possuir maior resistência e possibilita grande economia de madeira. Já

a de arame farpado, possui um custo mais alto, demanda mais madeira e mão de

obra, são menos resistentes e machucam os animais. A cerca elétrica está sendo

cada vez mais utilizada, possui a vantagem de controlar os bovinos através da

memória da sensação de dor, garante segurança.

CURRAL DE MANEJO

É o curral que serve para manejar e apartar animais. Currais muito grandes dificulta

a separação dos bovinos e reconhecimento de pares, currais pequenos demais

podem deixar os animais agitados, pela falta de espaço. O curral tem que ser

planejado de modo adequado, seguindo as exigências das normas técnicas e

garantindo assim, o conforto ambiental e a segurança de todos os usuários.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), está previsto:

• Art 1- Estabelecer os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico.

• II- Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo.

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• VI- Assegurar que as instalações sejam apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal.

Segundo a cartilha da Embrapa (2016), currais de manejo com área de até 100 m²

são as que ocasionam o menor número de problemas relativos ao conforto e a

segurança dos usuários. Mas, mesmo nesses currais, deve-se garantir que todos os

boiadeiros realizem treinamentos para trabalharem de forma correta, respeitando as

necessidades dos bovinos.

BALANÇA

A balança é um dos equipamentos indispensáveis nas fazendas de instalações

bovinas de corte. Servem para ter controle de peso do produto, ou seja, dos animais.

As mais utilizadas são as mecânicas devido ao custo, que é mais barato. As

eletrônicas são mais caras e demandam além do custo de implantação, também a

manutenção.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto:

• I- Proceder ao manejo cuidadoso e nas várias etapas da vida do animal, desde o nascimento, criação e transporte.

• II- Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo.

A Embrapa (2016), indica que o correto é a balança estar localizada

preferencialmente, na saída do Brete, que é onde destina-se ao encaminhamento

individual dos animais ao tronco de contenção, permitindo o acesso dos animais ao

embarcadouro ou a sua volta ao curral.

TRONCO COLETIVO

O tronco, é um corredor estreito com estrutura para a entrada enfileirada dos

animais um há um. Serve para ter acesso direto aos bovinos. A vacinação e

identificação de cada animal pode ser feita neste local.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), está previsto:

Page 11: TCC1- Elisa Cristina Vilarino

• Art 1- Estabelecer os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico.

•II- Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo.

• VI- Assegurar que as instalações sejam apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal.

O manual de Boas práticas de Manejo Curral Projeto e Construção (QUINTILIANO

et al. 2014), recomenda que a largura do tronco coletivo seja definida com base na

maior categoria animal criada na fazenda. Em rebanhos comerciais de cria e

engorda geralmente é usado 80 cm de largura. Entretanto, esta medida é muito

larga para o manejo de bezerros (que podem se virar ou se amontoar) e muito

estreita em currais onde se maneja touros de raças mais pesadas.

APARTADOURO

É uma estrutura onde se separa o grupo de animais de acordo com a necessidade e

fica localizado após o tronco. O apartadouro em linha, que é o mais comum entre os

fazendeiros é caracterizado como um corredor.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto:

• Art 1- Estabelecer os procedimentos gerais de Recomendações de Boas Práticas de Bem-Estar para Animais de Produção e de Interesse Econômico.

• II- Possuir conhecimentos básicos de comportamento animal a fim de proceder ao adequado manejo.

• VI- Assegurar que as instalações sejam apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal.

No manual de Boas práticas de Manejo Curral Projeto e Construção (QUINTILIANO

et al. 2014), apresenta a norma de construção medindo de 0,8 a 1,0 m de largura,

(dependendo do tamanho dos animais) com duas ou quatro porteiras laterais (com

2,0 m de largura). As porteiras devem abrir para dentro do corredor, dando acesso a

uma das mangas. Há ainda a possibilidade de o animal seguir em frente,

caracterizando mais uma saída para apartação.

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REMANGAS

É um curral a céu aberto, com finalidade de alojar os animais em confinamento de

forma confortável, com bebida e comida nos cochos. A diferença para o

confinamento no curral, é a liberdade no pasto por se tratar do âmbito do bovino e

toda área verde.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto:

• VI- Manter o ambiente de criação em condições higiênicas.

• VI- Assegurar que as instalações sejam apropriadamente aos sistemas de produção das diferentes espécies de forma a garantir a proteção, a possibilidade de descanso e o bem-estar animal.

No manual de Boas práticas de Manejo Curral Projeto e Construção (QUINTILIANO

et al. 2014), diz que para lotes com até 100 animais recomenda-se remangas com

400 m², disponibilizando pelo menos 4 m² por animal. Mas na prática, o

dimensionamento das remangas pode ser feito levando-se em conta uma regra

simples: na situação em que todos os animais se agruparem em um dos lados da

remanga, pelo menos metade da área deve ficar livre. Recomenda-se que sejam

feitas com cercas de arame liso com 5 fios. Recomenda-se a utilização de

esticadores de eucalipto tratado (ou outro tipo de madeira) com diâmetro de 20 a 25

cm e 2,5 m de comprimento a cada 50 m.

SERINGA

É um curral menor que serve para facilitar a entrada dos animais ao tronco coletivo

ou ao embarcadouro. Esse ambiente não pode nunca ser superlotado, deve-se

colocar apenas 1/3 da capacidade. A seringa pode ser construída no formato de

triangulo ou circular, mas de modo que as laterais sejam afuniladas para que os

animais passem um a um no local desejado. Suas laterais são totalmente vedadas

para que os bovinos só visualizem a única saída que é para o Brete, garantindo

menores riscos.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto: “ V

– manejar e transportar os animais de forma adequada para reduzir o estresse e evitar

contusões e o sofrimento desnecessário “(MINISTERIO, 2016)

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EMBARCADOURO

É onde embarca e desembarca o animal da fazenda. Merece atenção, porque os

animais podem ser machucar e gerar prejuízos ao produtor. Geralmente é um

corredor estreito com uma rampa até o final. Serve para ajudar o animal alcançar o

piso do caminhão no embarque, e descerem ao desembarcar.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto:

• I- Proceder ao manejo cuidadoso e responsável nas várias etapas da vida do animal, desde o nascimento, criação e transporte.

• V – manejar e transportar os animais de forma adequada para reduzir o estresse e evitar contusões e o sofrimento desnecessário.

Segundo o Embrapa (2016), O embarcadouro deve ter entre 80 e 90 cm de largura,

dependendo do tamanho médio dos animais usualmente embarcados. Em fazendas

com animais muito grandes, pode ser necessário embarcadouros mais largos, com

até 1,0 m de largura. A passarela deve ter, pelo menos, 80 cm de largura e ser

construída de forma sólida e segura.

CURRAL DE CONFINAMENTO

O curral de confinamento é o lugar onde se confina um lote de gado com comida e

bebida necessária fornecido em cochos para a engorda. Podendo ser a céu aberto

ou galpão fechado. Na época da seca estes animais ganham uma suplementação

extra, devido à falta de pasto nas remangas. Esse sistema serve para acelerar o

ganho de peso. Existem dois tipos de currais para confinamento: a céu aberto e

galpão de encerra. Porém, de acordo com Souza, Tinoco e Sartor (2003), o curral a

céu aberto á o mais recomendado para países de clima tropical, como o Brasil, pela

dificuldade de se controlar o conforto ambiental (temperatura, umidade relativa,

ventilação, etc.) no interior das instalações e gastos demandados para a sua

construção.

De acordo com o artigo 87 da Instrução Normativa nº 56 de 06/11/2008 do Ministério

da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MINISTÉRIO,2016), que está previsto:

• III- Proporcionar dieta satisfatória, apropriada e segura, adequada as diferentes fases da vida do animal.

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• VI- Manter o ambiente de criação em condições higiênicas.

Em currais a céu aberto, “todos os comedouros devem estar ao longo das cercas,

devem ser cobertos, observando-se sempre a orientação leste-oeste no sentido nas

cumeeiras dos telhados e aproximadamente 1,8 a 2,0m à frente dos mesmos deve

ser pavimentado (concreto ou telhas graníticas), sendo o resto de piso natural

(terra)”. (SOUZA; TINOCO; SARTOR, 2003, p.3)

De acordo com Souza, Tinoco e Sartor (2003), os projetos de instalações devem

prever um possível aumento do número de curraletes de confinamento para permitir

acesso ao curral de manobra. Nesses curraletes, as divisórias devem ter altura de

1,8m até 2,0m e podem ser confeccionadas de madeira (tábuas afixadas em esteios

distanciados de 1,5m a 2,0m), de acordoalha de aço ¼” (6,4mm) com esteios a cada

2.0 a 2,5m ou de arame liso ovalado com esteios de madeira a cada 6,0m de

balancins a cada 2,0m. (SOUZA; TINOCO; SARTOR, 2003, p.3)

A Embrapa (2016), define que para um bom curral de confinamento a declividade

tem que ser de 3 a 5% com bom solo e boa drenagem, como principal forma de

escoamento e evitando acúmulo de lama e estrumes. 15 a 30m² incluindo currais e

corredores de manejo por cabeça de boi. Em locais mais chuvosos devem ter

dimensionamento de 50m² por cabeça de boi, os cochos têm que serem cobertos, e

o curral concretado.

3 METODOLOGIA

A pesquisa é identificada como estudo exploratório descritivo, realizado através de

observações diretas e consta de levantamento bibliográfico, levantamento da

legislação ambiental pertinente e visita técnica a 03 fazendas com instalações

bovinas de corte situadas na cidade de Virgolândia, MG. Nas visitas foram

realizados levantamento físico e fotográfico, além de entrevistas aos proprietários.

Em todas as fazendas analisadas todos os bovinos em confinamento, cerca de 40 a

100 cabeças, já estavam disponíveis para venda. Os trabalhadores são compostos

de 2 a 3 funcionários, sendo todos funcionários fixos da fazenda com jornada diária

de 8 horas por dia.

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Fazenda A: Fazenda São Sebastião, do proprietário Emilson Vilarino: localizada a

24 km de Virgolândia/MG. Com rebanho de 100 animais machos, monitorados num

período de 90 dias de confinamento.

Fazenda B: Fazenda Esgotão, do proprietário Cícero Luiz Braga: Localizada a 15

km de Virgolândia/MG. Com rebanho de 40 animais machos, monitorados num

período de 90 dias de confinamento.

Fazenda C: Fazenda Campina, da proprietária Lourdes Braga: Localizada a 19 km

de Virgolândia/MG. Com rebanho de 40 animais machos, monitorados num período

de 90 dias de confinamento.

A coleta de informações foi referenciada pelos fluxos de produções, que coincide em

todas as fazendas:

Fluxo de animais: Dados para avaliações feitas em visitas técnicas semanais,

identificando os percursos pela forma de manejo, o tempo de permanência dos

animais nas instalações, o modo de deslocamento, as características das áreas de

circulação, os materiais construtivos e sua implantação.

Fluxo de pessoas envolvidas: Foram analisados os itens de setorização,

movimentação dos funcionários, percurso para alimentação, dimensionamento dos

equipamentos e características do posto do trabalhador.

A análise dos dados foi feita durante o mês de março e abril totalizando 8 visitas,

através dos dados que foram levantados e entrevistas com os proprietários e

funcionários das fazendas analisadas.

No que se refere aos principais equipamentos envolvidos nas instalações,

relacionadas ao curral de manejo nas unidades de produção, foram analisados:

apartadouro, balança, corredor, curraletes, seringa, tronco, embarcadouros, cochos

e bebedouros.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Cada fazenda é diferente quanto à implantação e construção. Os currais de manejo

das 03 fazendas analisadas possuem a mesma concepção de construção: mourões

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de madeiras de seção quadrada. Em geral apresentavam tábuas de contenção de

aroeira com altura variada de 1.60 a 2.0 m, e possuíam curral de manejo, balança,

tronco coletivo, apartadouro, remangas, seringa, embarcador e curral de

confinamento. No quadro 1, 2 e 3 apresenta as representações esquemáticas das

Fazendas A, B e C.

Quadro 1- Representação esquemática da Fazenda A- São Sebastião

Quadro 2- Representação esquemática da Fazenda B- Esgotão

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Quadro 3- Representação esquemática da Fazenda C-Campinas

Analisando as 3 fazendas, percebeu-se que elas são muito parecidas quanto formas

de manejo, ergonomia, condições de trabalho e conforto. Estão localizadas, muito

próximas das estradas e da sede principal, o que gera conflito com as normas

estudadas. A maioria dos problemas encontrados nas 3 são devido à falta de

informações desde antigamente, no modo em que seus avós vinham administrando

suas fazendas e passadas para a nova geração, que permaneceram parados no

tempo, mas que atualmente, os fazendeiros estão mais atentos as modernidades e

tecnologias que vem surgindo. Sombreamentos artificiais nas remangas já vem

sendo aceitos e utilizados nas propriedades. Ganham destaque quanto ao conforto

do animal. Os layouts estão localizados de forma correta, facilitando o trabalho dos

funcionários, manejo dos animais e falta de treinamento aos funcionários atinge esse

funcionamento e acarreta prejuízos na produção. O trabalhador rural não tem

equipamentos necessários para sua própria proteção. O quadro 4 apresenta os

critérios avaliados nas fazendas.

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Quadro 4- Critérios avaliados nas fazendas

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CONCLUSÃO

Tornou-se evidente que a falta de informações aos produtores e funcionários, coloca

em risco a produtividade, a saúde bovina, e a lucratividade. Certamente o

conhecimento arquitetônico tem uma contribuição importante para a garantia da

qualidade das instalações bovinas de corte. O projeto arquitetônico destas

instalações, inicia-se a escolha do local de implantação. Diante do estudo das 3

fazendas, percebe-se problemas que podem ser resolvidos através de um

planejamento arquitetônico, como: tamanho excessivo das remangas, o material do

piso nos embarcadouros, sombreamento dos currais, largura das porteiras,

implantação das instalações e inclinações dos cochos e bebedouros.

O dimensionamento adequado de cada ambiente, evita que os animais briguem por

falta de espaço, que não se reconheçam pelo fato do mesmo ser muito grande, que

se aglomerem e se machuquem, ou que dificulte a apartação de um animal doente.

O conhecimento técnico dos materiais mais adequados, para as cercas telhados e

pisos contribui para o conforto animal. Na ausência destes materiais os animais

sofrem danos do tipo: hematomas na carcaça, dificuldade na respiração e desgaste

nos cascos.

Entretanto, percebeu-se que não apenas planejamento físico das instalações é

suficiente resolver para que sejam sanados os problemas de manejo, qualidade e

produtividade, mas também, faz-se necessário o treinamento de toda a equipe, a

conscientização da necessidade de se respeitar cada tipo de comportamento animal.

REFERÊNCIA

BEEF POINT. Instalações Racionais. Disponível em: <http://www.beefpoint.com.br /radares-tecnicos/manejo-racional/instalacoes-racionais-19623/ . Acesso em: 16 maio. 2016

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, Instrução Normativa nº 56, de 6 de novembro de 2008 que trata de estabelecer os procedimentos gerais de recomendações de boas práticas de bem-estar para animais de produção e de interesse econômico – REBEM, abrangendo os sistemas de produção e o transporte. Disponível em< http://www.agricultura.gov.br

/arq_editor/file/Desenvolvimento_Sustentavel/Producao-Integrada-Pecuaria/IN%2056%20de%202008.pdf> Acesso em: 23 maio. 2016

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NORMAS REGULAMENTADORAS, NR 17 - Ergonomia (117.000-7) que se trata das atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. Disponível em <http://www.trtsp.jus.br/geral

/tribunal2/LEGIS/CLT/NRs/NR_17.html> Acesso em: 27 maio. 2016

CARDOSO, Alaércio de Sousa, M.S. Avaliação de materiais alternativos como coberturas em instalações para produção animal visando o conforto térmico. Disponível em:<http://alexandria.cpd.ufv.br: 8000/teses/engenharia%20agricola/2010/232468f.pdf> Acesso em: 27 maio. 2016

SOUZA, Cecília de F, TINOCO, Ilda de F. F, SARTOR, Valmir, Informações básicas para projetos de construções rurais. Disponível em: https://docs.ufpr.br /~freitasjaf/artigos/instalacoes.pdf Acesso em: 6 jun. 2016

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PROPOSTA PARA O TCC2

Desenvolver diretrizes que visam orientar os fazendeiros locais na concepção e construção de suas instalações, com objetivo de contribuir com o aumento do conforto ambiental e ergonômico das instalações bovinas de corte da cidade de Virgolândia.

CRONOGRAMA: