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    EFEITOS ANTIPROLIFERATIVOS E APOPTTICOS DA

    FOSFOETANOLAMINA SINTTICA NO MELANOMA B16F10.

    RENATO MENEGUELO

    Dissertao de mestrado apresentada ao Programa de Ps

    Graduao Interunidades em Bioengenharia Escola de

    Engenharia de So Carlos / Faculdade de Medicina de

    Ribeiro Preto / Instituto de Qumica de So Carlos da

    Universidade de So Paulo como parte dos requisitos para a

    obteno do ttulo de mestre em Bioengenharia.

    rea de Concentrao: Bioengenharia

    Orientador: Prof. Dr. Gilberto Orivaldo Chierice

    So Carlos,

    2007.

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    AUTORIZO A REPRODUO E DIVULGAO TOTAL OU PARCIAL DESTETRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRNICO,PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

    Ficha catalogrfica preparada pela Seo de Tratamentoda Informao do Servio de Biblioteca EESC/USP

    Meneguel o, Renat oM541e Ef ei t os ant i pr ol i f er at i vos e apopt t i cos da

    f osf oet anol ami na si ntt i ca no mel anoma B16F10 / Renat oMeneguel o ; or i ent ador Gi l ber t o Or i val do Chi er i ce. - So

    Car l os, 2007.

    Di sser t ao ( Mest r ado- Progr ama de Ps- Gr aduaoI nteruni dades em Bi oengenhar i a. r ea de Concent r ao:Bi oengenhar i a) - Escol a de Engenhar i a de So Car l os,Facul dade de Medi ci na de Ri bei r o Pret o e I nst i t ut o deQu mi ca de So Car l os da Uni versi dade de So Paul o, 2007.

    1. Fr macos. 2. Fosf oet anol ami na si nt t i ca.3. Mel anoma ani mal . 4. Metst ase neopl si ca. 5. Cncer .I . T t ul o.

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    AGRADECIMENTOS:

    "Quando todos pensam da mesma maneira, porque nenhum pensa grande coisa."

    Walter Junior

    Em primeiro lugar gostaria de agradecer do fundo do corao aquele queacreditou em um sonho, por mais louco que parecesse por mais inatingvel quefosse um visionrio, SR. NELSON CIANFLONE in memr ia, de onde estivernos vendo, sei que est muito feliz por nossa conquista.......

    A meus pais Reinaldo e Ana Mariaque me ensinaram que o estudo tudo.

    Meu irmo Sandro, Ivonee o pequeno Oto .

    A minha esposa luz da minha vida Vivianne Paternostro Santa Rosa, minhafilhinha querida Anna Clara, minha outra beb que chegou este ms parailuminar ainda mais nossas vidas Geovanna,a nosso brao direito Lurilene,haja pacincia.

    Ao grande amigo, professor, mestre, que me acolheu em seu laboratrio sempedir nada em troca, acreditou em minhas maluquices, e acrescentou muitasoutras, foram quase trs anos de uma troca gratificante de experincias, ondeaprendi que devemos defender nossos pontos de vista para podermos ampliarnosso horizonte acadmico. Sei que obrigado muito pouco Prof. DR.Durvanei Augusto Maria. Agradeo a Deus o dia em que voc me deu umvoto de confiana, voc sabe que foi o nico. Muito Obrigado.

    Amigo!! Agora Prof. Marcos Vinicius de Almeida, s nos sabemos como foidifcil, quantas vezes passou por nossas cabeas o pensamento em desistir,sem seu exemplo eu no teria conseguido.

    Prof. Dr. Salvador Claro Neto obrigado pela pacincia em nossas longasdiscusses, cheguei at vocs sem base alguma do que falava hojeamadurecido, posso discutir de igual com muita gente.

    Ao amigo Toninho, sem ele no teramos o material para estudo...

    Dr. Sandra Vasconcellos Al-Asfour por toda a parte qumica que estdesenvolvendo.

    Ao pessoal do Butant, um obrigado muito especial, Ricardo e Iaraeu toro

    muito por vocs, tambm ao Rogrio, Danilo, Fernanda, Kamila, Norma eTiago.

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    E principalmente aquele que foi os meus dois braos neste trabalho Adilson Kleber Ferreira, ns somos uma grande equipe...

    Minha sempre amiga Janete Ferreira Rodrigues, obrigado pela pacincia,

    voc vai para o cu com certeza.

    Aquele que me mostrou um formidvel mundo novo de possibilidades, queacreditou em minha capacidade, que me escolheu, para mim foi muito maisque um orientador, me conduziu como se cuida de um filho. Prof. Dr. GilbertoOrivaldo Chierice.A mente mais brilhante que conheci em minha vida, souuma pessoa de muita sorte.

    Certa vez uma senhora me procurou desesperada para saber se eupoderia ajudar seu esposo que tem cncer cerebral, onde os mdicosafirmaram que ele j estava em estado terminal e que a nica coisa a serfeito era amor de famlia, eu lhe disse: Senhora no sei se posso ajudarmuito, pois o que fazemos pesquisa. Respondeu-me ela: Dr. qualquerdvida que o senhor me colocar na cabea ser melhor do que a certezaque tenho; que daqui trs meses no terei mais meu marido. Abraou-me e chorou.Essas pessoas que mostram o valor real do trabalho que realizamos nabusca da cura para esta doena que mutila tantas famlias. No podemosparar....

    No se preocupe com o futuro, cante, no se sinta culpado por no saber o quefazer da vida...As pessoas mais interessantes que conheo no sabiam aos vinte e dois o quequeriam fazer da vida, alguns dos quarentes mais interessantes que conheo

    no sabem...As suas escolhas tem sempre metade de chances de dar certo, assim pratodo mundo...Desfrute de seu corpo, dedique-se a conhecer os seus paisimpossvel prever quando eles tero ido embora de vez, seja legal com seusirmos eles sero a melhor fonte com o seu passado e, possivelmente quemvai mesmo te apoiar no futuro...Entenda que Amigos vo e vem, mas, nunca abra mo dos poucos ebons...aceite certas verdades inescapveis, respeite os mais velhos, voctambm vai envelhecer....acredite....Esforce-se de verdade para diminuir as distncias geogrficas e destinos devida, por que quanto mais velho voc ficar, mais vai precisar das pessoas que

    conheceu quando jovem, aceite certas verdades inescapveis, respeite os maisvelhos, voc tambm vai envelhecer.

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    Lista de Abreviaes:

    1 %: Porcentagem.

    2 MTT: Mtodo Colorimtrico.

    3 IC 50 %: Concentrao Inibitria 50%.

    4 ug: micrograma.

    5 ml: mililitro.

    6 CDKs: Quinases Dependentes de Ciclinas.

    7 G1: Fase do ciclo celular.

    8 S: Fase do ciclo celular.

    9 G2: Fase do ciclo celular.

    10 M: Fase do ciclo celular.

    11 CDKIs: Inibidores de Quinase Dependente de Ciclinas.

    12 P15, P16, P21, P53,...: Protenas especfica de ativao.

    13 ATP: Aenosina Trifosfato.

    14 FO: Fosforilao Oxidativa.

    15 DNA: cido Desoxirribonuclico.

    16 GTP: Glutamina Trifosfato.

    17 mvolts: milivolts.

    18 Bcl2: mediador qumico.

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    19 Apaf-1: Protena de ativao.

    20 Bcl-xl: Protena antiapopttica.

    21 Iaps: Protena de inibio de apoptose.

    22 PEA: Fosfoetanolamina.

    23 EA: Etanolamina.

    24 AMD: Adenosina Monofosfato.

    25 ADP: Adenosina Difosfato.

    26 Li: Ltio.

    27 SNC: Sistema Nervoso Central.

    28 mM: Milimol.

    29 - cm: Centmetro quadrado.

    30 DMSO: Dimetil Sulfxido.

    31 NCI: National Institute of Cncer.

    32 mg: Miligrama.

    33 nm: Nanmetro.

    34 ul: Microlitro.

    35 um: Micromolar.

    36 ul: Microlitro.

    37 mm: milmetro.

    38 g: grama.

    39 g/l: gramas por litro.

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    40 Ht: Hematcrito.

    41 EDTA: Anticoagulante.

    42 PHT: Fitohemaglutinina.

    43 SFB: Soro Fetal Bovino.

    44 Ts: Durao da fase S.

    45 Tpot: Tempo de Duplicao Potncial.

    46 RPM: Rotaes por Minuto.

    47 mg/ml: Miligramas por Mililitro.

    48 mg/kg: Miligramas por Kilograma.

    49 Hb: Hemoglobina.

    50 OMS: Organizao Mundial de Sade.

    51 Qt: Quimioterapia.

    52 MDR: Resistncia a mltiplas drogas.

    53 T/C:Tratado por Controle.

    54 Gm CSF: Fator estimulador de colnias do tipo granulcito-moncito.

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    Lista de Figuras:

    Figura 1 Determinao da atividade citotxica da fosfoetanolamina sinttica

    em clulas de melanoma B16F10, avaliada pelo mtodo colorimtrico MTT, as

    barras do histograma representam a porcentagem relativa em cada

    concentrao das clulas viveis e mortas.

    Figura 2 Curva de regresso linear e concentrao inibitria 50% (IC50%) da

    atividade citotxica da fosfoetanolamina sinttica em clulas de melanoma

    B16F10, avaliada pelo mtodo colorimtrico MTT.

    Figura 3 Avaliao da resposta linfoproliferativa de linfcitos T normais, aps

    96 horas de cultura com fosfoetanolamina sinttica e com o mitgenofitohemaglutinina (PHA). A porcentagem da capacidade proliferativa foi

    calculada comparando-se a resposta basal (ausncia de mitgeno) e o controle

    na presena de PHA e 10% e 1% de soro fetal bovino (SFB).

    Figura 4 Determinao da distribuio das populaes de clulas tumorais

    dos tumores dorsais melanoma dos animais do grupo controle (A) e tratados

    com 6.6 mg de fosfoetanolamina sinttica (B) nas diferentes fases do ciclo

    celular obtidos por citometria de fluxo.

    Figura 5 - Determinao da distribuio das populaes de clulas tumorais

    dos tumores dorsais melanoma dos animais do grupo controle (A) e tratados

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    com 1.65 mg de fosfoetanolamina sinttica (B) nas diferentes fases do ciclo

    celular obtidos por citometria de fluxo.

    Figura 6 - Anlise comparativa da distribuio das populaes celulares nas

    fases do ciclo celular dos tumores tratados com 6.6 mg de fosfoetanolamina (A)

    e tratados com o quimioterpico Taxol (B), obtidos por citometria de fluxo.

    Figura 7 - Anlise comparativa da distribuio das populaes celulares nas

    fases do ciclo celular dos tumores tratados com 1.65 mg de fosfoetanolamina

    (A) e tratados com o quimioterpico Taxol (B), obtidos por citometria de fluxo.

    Figura 8 - Aspectos macroscpicos dos tumores dorsais melanoma do grupo

    tratado com 1.65mg de fosfoetanolamina sinttica, aps 20 dias. Observa-se

    massa tumoral no pigmentada, com raras reas de irrigao (*) e formao de

    cpsula fibrtica (&).

    Figura 9 Aspectos macroscpicos dos tumores dorsais melanoma do grupo

    controle que recebeu soluo salina, aps 20 dias. Observa-se extensa massa

    tumoral nodular, com grandes reas de irrigao (#), necrose (*) e ulcerao

    (&).

    Figura 10 Aspecto macroscpico dos tumores dorsais melanoma do grupo

    tratado com 6.6 mg de fosfoetanolamina sinttica, aps 20 dias. Observa-se

    pequena massa tumoral amorfa (&) ou pequenos pontos de aplicao no local

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    da implantao das clulas tumorais (#), com ausncia de irrigao vascular

    (* @).

    Figura 11 Aspecto macroscpico dos tumores dorsais melanoma do grupo

    tratado com o quimioterpico Taxol 3.7 uM, aps 20 dias. Observa-se

    volumosa massa pigmentada dorsal (&) com extensa rea de irrigao,

    neoangiognese (*) e metstases ganglionares satlites (# @).

    Figura 12 Aspecto macroscpico das leses metastticas presentes nos

    parnquimas heptico (&) e pulmonar (*) do grupo controle e dos animais com

    o quimioterpico comercial Taxol 3.7 uM (#) aps 20 dias. Observa-se

    acentuado grau de anemia nos animais do grupo controle em relao aos

    animais tratados.

    Figura 13 Avaliao da rea tumoral dorsal dos animais portadores de

    melanoma B16F10 durante o tratamento com fosfoetanolamina sinttica nas

    concentraes de 9.9, 6.6 e 1.65 mg, durante 20 dias de tratamento. Os

    animais tratados com fosfoetanolamina sinttica apresentaram uma reduo

    significativa na carga tumoral de 78%, 87% e 89%, nas respectivas doses 1.65,

    6.6 e 9.9 mg.

    Figura 14 Anlise do nmero de metstases internas obtidas aps a

    necropsia dos grupos de animais tratados com 9.9, 6.6 e 1.65 mg de

    fosfoetanolamina sinttica e grupo controle.

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    Figura 15 Avaliao do crescimento da massa tumoral dorsal do melanoma

    B16F10 implantado em camundongos e tratados com os quimioterpicos

    combinados Taxol (Paclitaxel) nas concentraes de 3.75 e 7mg/Kg e o

    Etoposideo (Vipeside) nas concentraes de 2.5 e 5 mg/Kg.

    Figura 16 Aspecto histopatolgico dos tumores dorsais B16F10 do grupo

    controle. Observam-se clulas tumorais em diviso celular (A), pigmentos

    melnicos (B), vasos sanguneos neoformados, irregulares (C), clulas e debris

    celulares pincticos (D) e reas de hemorragia intra-tumoral (E).

    Figura 17 Aspectos histopatolgicos das leses metastticas dos

    parnquimas heptico e pulmonar. Observa-se ndulo metasttico heptico

    (A), vasos neoformados (B) e reas hemorrgicas (C) de leses metastticas

    do pulmo.

    Figura 18 Aspectos histopatolgicos dos tumores melanoma dorsais tratados

    com 1.65 mg/ml de fosfoetanolamina sinttica. Observa-se extensa rea de

    necrose intra-tumoral (A), infiltrado inflamatrio intra-tumoral (B e C).

    Figura 19 Aspecto histopatolgico dos tumores dorsais corados pelo mtodo

    citoqumico Picrosirius, evidenciando-se raras reas com presena de fibras de

    colgeno deflagradas em vermelho ao redor dos vasos sanguneos (A) e no

    interior do estroma tumoral (B), do grupo controle, que receberam soluo

    salina.

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    Figura 20 Aspectos histopatolgicos dos tumores melanoma dorsais tratados

    com 6.6 mg/ml de fosfoetanolamina sinttica. Observa-se extensa rea de

    necrose intra-tumoral (A), clulas apoptticas (B) e vasos neoformados (C).

    Figura 21 Aspecto histopatolgico dos tumores dorsais corados pelo mtodo

    citoqumico Picrosirius, evidenciando-se moderadas reas com presena de

    fibras de colgeno em vermelho das leses primrias, tratadas com 1.65 mg/ml

    de fosfoetanolamina sinttica.

    Figura 22 Aspecto histopatolgico dos tumores dorsais corados pelo mtodo

    citoqumico Picrosirius, evidenciando-se extensas reas com presena de

    fibras de colgeno em vermelho das leses primrias, tratadas com 6.6mg/ml

    de fosfoetanolamina sinttica.

    Figura 23 Aspecto histopatolgico dos tumores dorsais do grupo controle

    corados pelo mtodo histoqumico de Verloff. Observam-se, nas setas vasos

    sanguneos neoformados irregulares e distribudos no interior da massa

    tumoral.

    Figura 24 Aspecto histopatolgico dos tumores dorsais do grupo de animais

    tratados com fosfoetanolamina sinttica 1.65 mg/ml (A) e 6.6 mg/ml, corados

    pelo mtodo histoqumico de Verloff. Observa-se nas setas pequena rede de

    vasos sanguneos neoformados irregulares e distribudos no interior da massa

    tumoral, os quais apresentaram pequeno dimetro.

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    Figura 25 Anlise do nmero de glbulos vermelhos dos animais portadores

    de melanoma B16F10, grupos controle e tratados com fosfoetanolamina

    sinttica.

    Figura 26 Anlise do hematcrito (Ht) dos animais portadores de melanoma

    B16F10, grupos controle e tratados com fosfoetanolamina sinttica.

    Figura 27 Anlise quantitativa da hemoglobina (Hb) dos animais portadores

    de melanoma B16F10, grupos controle e tratados com fosfoetanolamina

    sinttica.

    Figura 29 Anlise quantitativa do nmero de leuccitos dos animais

    portadores de melanoma B16F10, grupos controle e tratados com

    fosfoetanolamina sinttica.

    LISTA DE TABELAS:

    Tabela 1.Anlises das fases do ciclo celular obtidas por citometria de fluxo das

    clulas de melanoma B16F10 dos grupos: controle, tratados com 6.6 e 1.65

    mg/ml de fosfoetanolamina sinttica e com o quimioterpico Taxol.

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    Resumo:

    MENEGUELO, R.(2007).EFEITOS ANTIPROLIFERATIVOS E

    APOPTTICOS DA FOSFOETANOLAMINA SINTTICA NO MELANOMA

    B16F10. 106 f. Dissertao (Mestrado) Programa de Ps-graduao da

    Interunidades em Bioengenharia (EESC/FMRP/IQSC), Universidade de So

    Paulo, So Carlos, 2007.

    A fosfoetanolamina sinttica uma molcula fosforilada artificialmente, com

    sntese indita realizada pela primeira vez pelo nosso grupo, diferindo-se das

    molculas atuais pelo seu nvel de absoro de aproximadamente 90%, com

    diversas propriedades antiinflamatrias e apoptticas. O objetivo principal

    desse estudo e avaliar os efeitos antitumorais in vitro e in vivo da

    fosfoetanolamina sinttica em clulas de melanoma B16F10 implantados em

    camundongos Balb-c. Foram utilizados grupos de 60 camundongos Balb-c,

    fmeas com aproximadamente 20g, tratados com gua e rao ad libidum. A

    atividade citotxica do composto foi testada em linhagens tumorais pelo

    mtodo colorimtrico MTT, e determinada concentrao inibitria (IC50%),

    sua toxicidade foi tambm testada em linfcitos T normais, em ensaios de

    proliferao celular, estimulados por mitgeno. Os animais portadores de

    tumores foram tratados aps o 14 dia do implante tumoral com soluo

    aquosa (i.p) de fosfoetanolamina sinttica e o grupo controle recebeu soluo

    salina, e foram avaliados os seguintes parmetros: volume tumoral, rea e

    nmero de metstases em rgos internos. Foi tambm realizada a

    comparao da fosofetanolamina sinttica em relao aos quimioterpicos

    comerciais Taxol e Etoposideo separados nas diferentes fases do ciclo celular.

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    Os resultados do tratamento com a fosfoetanolamina sinttica in vitro

    mostraram que o composto induz citotoxicidade seletiva para as clulas

    tumorais com IC 50% de 1.69ug/ml sem afetar a capacidade proliferativa de

    clulas normais. Os animais portadores de tumores dorsais de melanoma

    B16F10 apresentaram significativa reduo carga tumoral, mostrando inibio

    da capacidade de crescimento e a metastatizao. A avaliao hematolgica

    no demonstrou alteraes relevantes aps a administrao da

    fosfoetanolamina sinttica pela via intraperitoneal nos animais portadores de

    melanoma. Conclui-se que a fosfoetanolamina sinttica diminuiu

    significativamente o tamanho de tumores de forma seletiva, sem alteraes em

    clulas normais, com vantagem em relao aos quimioterpicos comerciais,

    pois a mesma no apresentou os terrveis efeitos colaterias dos mesmos.

    Neste trabalho ficou evidente a capacidade inibitria da fosfoetanolamina

    sinttica na inibio da progresso e disseminao das clulas tumorais.

    Palavras chaves: frmaco, fosfoetanolamina sinttica, melanoma, metstases,

    fosfolipideos, cncer.

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    Summary:

    MENEGUELO, R.(2007). EFECTS ANTIPROLIFERATION AND APOPTOTIC

    OF THE SYNTHETIC PHOSPHOETHANOLAMINE IN MELANOMA B16F10.106 f. Dissertao (Mestrado) Programa de Ps-graduao da Interunidades

    em Bioengenharia (EESC/FMRP/IQSC), Universidade de So Paulo, So

    Carlos, 2007.

    The synthetic phosphoethanolamine is a phosphorilad artificially

    molecule, with unknown synthesis carried through for the first time for our

    group, differing itself from current molecules for its level of absorption of

    approximately 90%, with diverse anti-inflammatory and apoptotic as properties.

    The main objective of this study and to evaluate the anti tumor effect in vitro

    and in vivo of the synthetic phosphoethanolamine in cells of melanoma

    B16F10 implanted in mice Balb-c. Groups of 60 Balb-c mice had been used,

    females with approximately 20g, treated with water and ration ad libidum. The

    cytotoxic activity of the composition was tested in lives tumor or normal cells for

    colorimetric method MTT, and determined to the inhibitory concentration

    (IC50%) its toxicid also it was tested in normal linphocytes T, in assays of

    cellular proliferation, stimulated for mitogen. The bearing animals of tumors had

    been dealt with after 14 day the tumor inoculation with watery solution (i.p) of

    synthetic phosphoethanolamine and the group control received solution saline,

    and had been evaluated the following parameters: tumor volume, area and

    number of metastases in internal agencies. Also the comparison of the synthetic

    phosphoethanolamine in relation to the convencionaly treatment with

    quimioterapics separate Taxol and Etoposideo in the different phases of the

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    cellular cycle was carried through. The results of the treatment with the

    synthetic phosphoethanolamine in vitro had shows that the composition

    induces selective citotoxicity for the tumor cells with IC 50% of 1.69ug/ml

    without affecting the proliferative capacity of normal cells. The bearing animals

    of dorsal tumors of melanoma B16F10 had presented significant reduction

    tumor load, showing to inhibition of the capacity of growth and the

    metastatization. The hematological evaluation did not show alterations the

    administration of the synthetic phosphoethanolamine by the intraperitoneal way

    in the bearing animals of melanoma. The synthetic phosphoethanolamine

    significantly reduced the size of tumors of selective form, without alterations in

    normal cells; with advantage in relation to the commercial quimioterapics

    therefore the same one did not present the terrible collaterals effect of the same

    ones. In this work it was evident the inhibitory capacity of the synthetic

    phosphoethanolamine in the inhibition of the progression and dissemination of

    the tumor cells.

    Key words: drougs, synthetic phosphoethanolamine, melanoma, phospholipids,

    cancer.

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    SUMRIO:

    1 INTRODUO:

    1.1 Pele.............................................................................................................1

    1.2 Cncer.......................................................................................................3

    1.3 Etiologia......................................................................................................3

    1.4 Tumorignese e Melanoma........................................................................5

    1.5 Epidemiologia do Melanoma Cutneo........................................................8

    1.6 Aspectos Clnicos do Melanoma...............................................................10

    1.7 Citotoxicidade: morte celular apoptose e necrose.................................11

    1.8 Apoptose...................................................................................................13

    1.9 Aletraes Ultraestruturais Mitocondriais.................................................14

    1.10 Apoptose mediado pela via mitocndrial................................................16

    1.11 Fosfoetanolamina...................................................................................17

    2 OBJETIVOS:

    3 MATERIAIS E MTODOS:

    3.1 Linhagens celulares tumorais e clulas normais......................................24

    3.2 Determinao da atividade citotxica pelo mtodo colorimtrico MTT.....24

    3.3 Anlise das fases do ciclo celular por citometria de fluxo........................25

    19

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    3.4 Determinao do contedo de DNA por citometria de fluxo....................25

    3.5 Determinao das fases do ciclo celular por citometia de fluxo...............26

    3.6 Implantao de clulas tumorais..............................................................27

    3.7 Animais e delineamento experimental......................................................27

    3.8 Diviso dos grupos experimentais............................................................28

    3.9 Observao do crescimento tumoral........................................................28

    3.10 Contagem e quantificao dos glbulos vermelhos, hemoglobina,

    hematcrito, leuccitos e plaquetas...................................................................29

    3.11 Anlises hematolgicas..........................................................................31

    3.12 Anlises histopatolgicas........................................................................31

    3.13 Preparo das amostras para anlises histoqumicas: Picrosirius red e

    Van Gienson-Verlof............................................................................................32

    4 RESULTADOS:

    4.1 Avaliao da atividade citotxica in vitroda fosfoetanolamina sinttica

    em linhagens celulares......................................................................................35

    4.2 Anlise das fases do ciclo celular por citometria de fluxo.........................39

    4.3 Anlise dos parmetros tumorais dos camundongos portadores de

    melanoma B16F10 tratados com fosfoetanolamina sinttica............................48

    4.4 Avaliao histopatolgica dos tumores dorsais e leses metastticas dos

    grupos tratados com fosfoetanolamina sinttica e controle...............................60

    4.5 Avaliao dos parmetros hematolgicos dos animais portadores de

    melanoma B16F10 tratados e no tratados com fosfoetanolamina sinttica....75

    20

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    5 DISCUSSO:........................................................................................82

    6 CONCLUSES:....................................................................................93

    7 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS......................................................96.

    21

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    Introduo

    22

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    1- INTRODUO:

    1.1 - Pele:

    A pele constituda por dois principais componentes, a derme e a

    epiderme. A derme basicamente constituda por tecido conectivo formando

    por fibras de colgeno, elsticas e reticulares, ricamente irrigadas por vasos

    sanguneos e linfticos, alm de conter estruturas originalmente derivadas da

    epiderme, que so as glndulas sebceas e sudorparas, folculos pilosos e

    pelos. A derme possui terminaes nervosas de medeiam s sensaes de

    tato, calor, frio e dor, entre nervos do sistema nervoso autnomo simptico que

    regulam a atividade das glndulas sudorparas e arterola1.

    Em contraste, a epiderme uma fina camada (0,1 a 0,15 milmetros de

    espessura) desprovida de vasos sanguneos e terminaes nervosas.

    composta por duas populaes distintas de clulas, clulas epiteliais ou

    queratincitos (tambm conhecidas como clulas de Malpighi, que

    compreendem cerca de 95% da epiderme) e pelas clulas pigmentares ou

    melancitos. A epiderme encontra-se dividida em 4 camadas ou estratos:

    Estrato basal (camada basal ou estrato germinativo):

    constitudo por uma camada nica de clulas colunares que

    delineia a superfcie da derme. Os melancitos constituemcerca de 10% das clulas presentes nessa camada, e a

    melanina freqentemente encontrada nos queratincitos

    basais.

    Estrato espinhoso: constitudo por varias camadas espessas de

    clulas polidricas irregulares cobertas por estruturas

    23

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    semelhantes a pequenos espinhos ou projees, formando uma

    espcie de ponte com as clulas adjacentes.

    Estrato granuloso: consiste em inmeras camadas de clulas

    irregulares e polidricas, cujo o citoplasma contem grnulos de

    queratihialina (que aparentemente contribuem para a formao

    da queratina); como esses grnulos crescem em tamanho e

    numero, o ncleo da clula gradualmente se degenera

    culminando na morte da mesma.

    Estrato crneo: composto por um numero varivel de camadas

    de clulas queratinizadas mortas, prximas umas das

    outras2, 3,4.

    Os melancitos so clulas altamente especializadas que produzem e

    exportam melanina, um heteropolmero cuja estrutura precisa at hoje

    desconhecida. Em mamferos, esto presentes na camada basal da epiderme,

    nos folculos pilosos, na derme, na retina e ris. Na pele, os melanossomos

    (organelas que contm melanina produzida nos melancitos so transferidas

    para os queratincitos vizinhos por um mecanismo ainda no totalmente

    esclarecido, mas que parece envolver a fagocitose da ponta dos processos

    dendriticos dos melancitos pelos queratincitos)5, 6,7.

    Por serem altamente diferenciados, os melancitos apresentam baixa

    atividade mittica in vitro e in vivo estas clulas necessitam de uma

    combinao de fatores de crescimento e agentes que elevem a atividade das

    protenas quinase A e C, para manter uma taxa tima de proliferao8, 9,10.

    24

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    1.2 - Cncer:

    Cncer o nome dado a uma patologia com mais de 100 subdivises

    que tm em comum o crescimento desordenado (maligno) de clulas que

    invadem os tecidos e rgos, podendo espalhar-se (metstase) para outras

    regies do corpo. A maioria dos cnceres origina-se de uma nica clula

    alterada. O cncer o resultado de uma srie de alteraes que controlam

    o crescimento e o comportamento celular. Dividindo-se rapidamente, estas

    clulas tendem a ser muito agressivas e incontrolveis, determinando a

    formao de tumores (acmulo de clulas cancerosas) ou neoplasias

    malignas. Por outro lado, um tumor benigno significa simplesmente uma

    massa localizada de clulas que se multiplicam vagarosamente e se

    assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo risco de vida. As

    clulas cancerosas mostram uma variedade de caractersticas e

    propriedades notveis11.

    As clulas malignas possuem traos morfolgicos que as distinguem,

    incluindo um ncleo maior, mitocndrias pouco funcionais, alteraes ultra

    estruturais do citoesqueleto, variao na diferena de potencial

    transmembrana, maior produo de energia anaerbia, entre outras12.

    1.3 - Etio logia:

    As causas de cncer so variadas, podendo ser externas ou internas ao

    organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas

    relacionam-se ao meio ambiente e aos hbitos ou costumes prprios de um

    ambiente social e cultural. As causas internas so, na maioria das vezes,

    geneticamente pr-determinadas, esto ligadas capacidade do organismo de

    25

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    se defender das agresses externas. Esses fatores causais podem interagir de

    vrias formas, aumentando a probabilidade de transformaes malignas nas

    clulas normais.

    De todos os casos, 80% a 90% dos cnceres esto associados a fatores

    ambientais. Alguns desses fatores so bem conhecidos: o cigarro, exposio

    excessiva ao sol, alguns vrus. O envelhecimento traz mudanas nas clulas

    que aumentam a sua suscetibilidade transformao maligna, porem o

    surgimento do cncer depende da intensidade e durao da exposio das

    clulas aos agentes causadores do cncer13, 14.

    As alteraes so principalmente observadas dentro dos cromossomos

    das clulas cancerosas, bem como das clulas transformadas em

    cancerosas. As clulas normais mantm seus cromossomos diplides

    direcionados ao crescimento e diviso celular, tanto in vivoquanto in vitro.

    Em contraste, as clulas cancerosas freqentemente tm aberraes

    cromossmicas, uma condio patolgica conhecida por aneuploidia. Assim, os

    cromossomos diplides de uma clula normal podem sofrer leses, porm,

    antes que a clula sofra uma transformao em clula cancerosa, ocorre

    ativao de protenas especficas da clula que causam a sua eliminao, num

    processo conhecido por apoptose15.

    Entretanto a clula cancerosa freqentemente falha na estimulao da

    apoptose, e dessa forma seus cromossomos se desorganizam com mais

    intensidade.

    As mais notveis alteraes morfolgicas que ocorrem no citoplasma de

    uma clula cancerosa envolvem o citoesqueleto. Enquanto uma clula normal

    contm organizada rede de microtbulos, microfilamentos, e filamentos

    26

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    seus respectivos pontos de controle permitem que a clula complete seu ciclo

    normal, replicando-se sem dar origem a clulas anormais. A diviso celular

    normal positivamente regulada ou estimulada atravs de vias sinalizadoras.

    Estas vias respondem a fatores extracelulares, os quais agem atravs de uma

    seqncia de protenas por exemplo: receptores protena G protena-

    quinase fatores de transcrio. A progresso pelo ciclo celular a seguir, em

    parte, controlada, por uma srie de protenas chamadas quinases

    dependentes de ciclinas (CDKs), particularmente nas transies de fases,

    tanto de G1 para S quanto de G2 para M19. Os nveis de ciclinas oscilam

    durante as fases do ciclo, determinando o momento apropriado de sua ligao

    com CDKs. Este grupo de enzimas, por sua vez, fosforila a progresso de uma

    fase a outra do ciclo celular. Por outro lado, um grupo de inibidores do ciclo

    atua impedindo ou regulando negativamente as vias sinalizadoras de tal

    progresso no ciclo de diviso celular. semelhana dos fatores estimuladores

    que levam produo de ciclinas/CDKs, os reguladores negativos ativaro

    inibidores dos CDKs: os CDKIs19.

    Podemos distinguir duas famlias de CDKIs, de acordo com seu

    mecanismo de ao, homologia e CDK alvo:

    1) o grupo do p21, p27 e p57.

    2) o grupo do p15, p16, p18 e p1919.

    Anormalidades tanto nos genes estimuladores de diviso celular

    (chamados de oncogenes), como nos protetores ou bloqueadores do ciclo

    celular (chamados de genes supressores tumorais), podem conferir a uma

    clula vantagens de crescimento e desenvolvimento sobre as clulas normais.

    28

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    Cada uma das protenas envolvidas no ciclo celular codificada por um gene.

    Mutaes nestes genes podem levar desregulao do ciclo celular.

    Os genes que atuam de forma positiva, induzindo ou estimulando a

    progresso do ciclo, so chamados proto-oncogenes, pois ao sofrerem

    mutaes se tornaro oncogenes, cuja ao permitir ganho de funo clula

    mutante. Ao contrrio, as protenas envolvidas no controle negativo do ciclo

    celular so codificadas pelos assim chamados genes supressores tumorais.

    Mutaes neste grupo de genes se manifestaro pela sua falta de ao, mas o

    efeito final ser similar: perda dos mecanismos controladores do ciclo celular

    normal17. J se sabe h muito tempo que expresso imprpria de fatores de

    crescimento ou de seus receptores contribui para o desenvolvimento de

    neoplasias. Mais recentemente, demonstrou-se que hiper-expresso da

    ciclina D1 induz progresso de hiperplasia a carcinomas em camundongos.

    Amplificaes da ciclina D1 tambm foram encontradas em tumores primrios

    e linhagens celulares tumorais19. No ser humano, medidas indiretas baseadas

    na prevalncia de tumores em diferentes faixas etrias, permitem inferir que

    so necessrias cerca de cinco a seis mutaes sucessivas para que uma

    clula se torne maligna e agressiva18.

    Os mecanismos pelos quais os melancitos tornam-se malignos in vivo

    ainda pouco conhecido; no entanto, a ativao e inativao de oncogenes

    dominantes e recessivos esto envolvidos no processo tumoral. Sabe-se que

    as clulas neoplsicas apresentam profunda anormalidade quando interagem

    com seu micro ambiente, as transformaes malignas so provavelmente

    tambm alteraes gnicas que codificam fatores de crescimento e/ou seus

    29

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    receptores, o que confere autonomia de sinais proliferativos positivos,

    independente do meio extracelular.

    Outra evidncia que suporta a idia do envolvimento de pr-disposio

    gentica e o fato que 10% dos pacientes portadores de melanoma possuem

    histrico familiar da doena (pelo menos um parente tambm desenvolveu o

    tumor)20.

    1.5 - Epidemiologia do Melanoma Cutneo:

    Os melancitos so clulas dendrticas originrias da crista neural, que

    migram durante o desenvolvimento embrionrio para a epiderme e cuja

    principal funo a sntese e transferncia dos grnulos de melanina para os

    queratincitos circunvizinhos28. Em parte, o tipo de grnulo de melanina

    sintetizado pelo melancito, o qual pode ser composto por eumelanina

    (pigmento marrom ou preto), feomelanina (pigmento amarelo ou vermelho) ou

    uma mistura de ambos, que ir determinar a colorao da pele.A quantidade

    de melancitos presentes na epiderme varia segundo a regio anatmica,

    sendo cabea e antebrao as regies com maior densidade dessas clulas26.

    Estmulos externos tais como a radiao ultravioleta, podem induzir

    proliferao dos melancitos. Em indivduos expostos radiao solar,

    observa-se um aumento da sua quantidade em regies do corpo mais

    expostas21.

    As mudanas proliferativas no sistema melanoctico, da menos para a

    mais agressiva, so classificadas como:

    1 - nevo melanoctico benigno;

    30

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    2 - nevo displsico;

    3 - melanoma de crescimento radial;

    4 - melanoma de crescimento vertical;

    5 - melanoma metasttico.28

    Tanto o nevo melanoctico benigno quanto o displsico so

    considerados marcadores para o melanoma, e sua presena aumenta o risco

    de desenvolv-lo57, 21, 24, 28. Considera-se o nevo displsico como uma leso

    precursora do melanoma15. De fato, em estudos clnicos de seguimento de

    leses cutneas, observou-se a evoluo do nevo displsico para melanoma24.

    O melanoma corresponde ao estgio final da carcinognese

    melanoctica, no qual a instabilidade gentica das clulas iniciadas leva a um

    aumento da sua capacidade proliferativa e de invaso15. Seu processo de

    progresso aumenta em agressividade, passando pelas fases de crescimento

    radial, vertical e no final, a metasttica24.

    O melanoma cutneo classificado em quatro grupos clnico-

    histolgicos:

    1 - melanoma em lentigo maligno;

    2 - melanoma disseminativo superficial;

    3 - melanoma nodular;

    4 - melanoma acral lentiginoso.

    O primeiro subtipo corresponde a 5% dos melanomas em caucasianos,

    e mais freqentemente diagnosticado em mulheres, indivduos com idade

    superior a 60 anos e em reas anatmicas mais intensamente expostas ao sol.

    O subtipo mais comum em indivduos de pele clara o disseminativo

    superficial, correspondendo a 70% dos melanomas diagnosticados. A

    31

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    localizao anatmica predominante varia em funo da idade, ocorrendo nos

    indivduos mais jovens em reas menos expostas ao sol (costas, braos,

    ombro, perna e coxa) e entre os mais velhos nas mais expostas (cabea e

    pescoo)25. O subtipo nodular o segundo mais comum entre caucasianos, e

    corresponde entre 10 - 12% dos melanomas diagnosticados28. Similarmente ao

    disseminativo superficial, a sua distribuio anatmica varia com a idade25. O

    subtipo mais raro o melanoma acral lentiginoso24. Esse mais comum entre

    negros e as reas anatmicas predominantes so as palmas, solas e leito

    ungueal23, 25.

    O prognstico para melanoma melhor para os subtipos; lentigo

    maligno e disseminativo superficial. O pior prognstico est associado idade

    superior a 60 anos, gnero masculino, leses localizadas no tronco, tumores de

    maior espessura, e padro scio econmico mais baixo8, 27, 28,31.

    1.6 - Aspectos Clnicos do Melanoma:

    O tumor apresenta, na maioria das vezes, duas fases distintas:

    1 - fase inicial ou de crescimento radial, no qual a leso ainda plana,

    pequena e possui comportamento mais benigno,

    2 - fase de crescimento vertical, com pior prognstico, apresentando

    clulas malignas profundamente localizadas na derme reticular ou mesmo

    invadindo o subcutneo.

    A impresso clnica de que aproximadamente metade dos melanomas

    surgem em associao com nevos preexistentes.

    32

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    Sinais precoces em um nevo que podem sugerir malignidade incluem

    variaes de cor, prurido, aumento do tamanho, irregularidade das bordas e

    desenvolvimento de satelitose ulcerao e sangramento que so sinais

    tardios29, 30.

    Uma recente proposta divide as leses de pele em trs classes:

    A - Classe I representa o nevo precursor;

    B - Classe II so leses intermediaras nas quais as clulas

    melanocticas encontram-se confinadas a epiderme ou em micro invases naderme e representada pelos melanomas in situ ou melanomas invasivos;

    C - Classe III compreende os melanomas tumorignicos.

    Assim como em qualquer sistema neoplsico, o melanoma pode

    eventualmente escapar de etapas durante seu desenvolvimento, isto ,

    aparecer mesmo na ausncia de leses intermediarias, alternativamente o

    melanoma pode surgir da transformao maligna de clulas precursoras32.

    1.7 - Citotoxidade: morte celular-apoptose e necrose:

    Fatores como estresse oxidativo, anxia, isquemia e uma grande

    variedade de substancias txica so capazes de causar danos severos,

    culminando na morte celular o que pode ocorrer pelo processo conhecido por

    apoptose ou por outro extremo denominado necrose. Estudos demonstram que

    clulas cancergenas tm uma peculiaridade em comum em relao

    produo de energia, onde a via preferencial de produo de coenzimas

    33

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    reduzidas (ATPs), a gliclise anaerbica que contra pem a fosforilao

    oxidativa33.

    A fosforilao oxidativa mitocndrial o meio mais comum e eficaz de

    produo de ATP pelas clulas, atravs da via do ciclo de Krebs, onde produz

    a maior parte energia que ser disponibilizada para os vrios compartimentos

    celulares, em quantidades diferentes para cada organela. Sabemos que a

    fosforilao oxidativa (FO) produz 17 vezes mais ATPs em relao gliclise

    anaerbia. O ponto em comum e focado por ns esta relacionado na teoria de

    Cabtree.Que existe inibio da FO que ocorre quando se estimula a gliclise

    anaerbia, este efeito e observado somente em clulas tumorais e leveduras. A

    FO fornece energia para o citoplasma e a gliclise anaerbia para o ncleo

    celular, em clulas cancergenas temos uma diminuio de ATPs no citosol

    conseqentemente aumento da funo glicoltica que produzir energia para o

    ncleo celular gerando conseqncias para o hospedeiro, como diviso celular

    perptua33

    As clulas cancergenas apresentam grande variedade de estgios de

    diferenciao, indo de clulas altamente diferenciadas, semelhantes a clula

    original com gliclise anaerbia prxima do normal e uma baixa taxa de

    crescimento, at clulas altamente indiferenciadas com alta gliclise anaerbia

    e rpida velocidade de crescimento. A perda de ATPs pelo ncleo das clulas

    malignas fazem com que haja um impedimento de algumas funes celulares

    primordiais, como, transcrio e replicao de DNA, diminuindo a proliferao

    celular e iniciando os mecanismos de apoptose. Em alguns tipos celulares a

    deciso de morrer por apoptose ou necrose determinada pela quantidade de

    34

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    ATPs presente na clula, de modo que a necrose acontece quando a

    quantidade de coenzimas limitante34, 35.

    1.8 - Apoptose:

    O termo apoptose e usado nos casos de morte celular quando, a clula

    diminui seu volume, apresenta alteraes em sua superfcie como a

    externalizao de fosfatidilserina (que se liga com alta afinidade a protena

    anexina V), alteraes nucleares tpicas como condensao e marginalizao

    da cromatina, alm da quebra do DNA em pequenos fragmentos36.

    Com respeito aos mecanismos intracelulares que participam da

    apoptose, estes processos podem ter incio com a ativao de um receptor

    especfico ou por alteraes nas mitoncndrias, sendo que ambos levam ao

    vazamento do citocromo c dessa organela e a ativao de caspases, famlia de

    sistenas proteases que coordenam e atuam como efetores da apoptose,

    promovendo a hidrlise de protenas e DNA, alteraes do citoesqueleto,

    dentre outros processos apoptoticos37.

    A resistncia a apoptose uma caracterstica das clulas cancergenas.

    O conceito de que a apoptose pode influenciar o fentipo maligno de uma

    clula foi primeiramente mencionado em 197236. Contudo, a importncia do

    processo na patognese do cncer permaneceu sob investigao por quase

    duas dcadas, at que evidencias de genes reguladores da apoptose no

    processo de tumorignese comeassem a sugir. Sabe-se, que em grande

    parte as terapias existentes contra os diversos tipos de cncer eliminam as

    clulas malignas atravs da induo de apoptose, de modo que, alteraes na

    35

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    regulao deste tipo de morte celular podem tornar o tumor mais resistente ao

    tratamento, assim especulasse que um desequilibrio das protenas reguladoras

    do processo apopttico possa contribuir a resistncia do melanoma maligno ao

    tratamento. As bases moleculares para a resistncia a apoptose em melanoma

    ainda no so bem compreendidas, alteraes nas diversas etapas do

    programa da morte celular, tem sido descritos, variando desde a ineficincia da

    sinalizao extracelular, ativao de caspase 8 at o desbalano na expresso

    de protenas pr e anti apopttica37.

    1.9 Al teraes Ultraestuturais Mitocondr iais:

    Mitocndria uma organela citoplasmtica que est envolvida nos

    processos primordiais de respirao celular a qual pertence maquinaria

    celular, sendo tambm uma das mais importantes organelas celulares. A

    mitocndria abastecida pela clula que a hospeda por substncias orgnicas

    como oxignio e glicose, as quais processam e convertem em energia na forma

    de ATP, e fornece para a clula hospedeira. Tendo como funo a produo de

    coenzimas reduzidas pela cadeia de fosforilao oxidativa, funo essa

    essencial para as clulas de mamferos. So responsveis pela produo de

    grande parte dos compostos fosfatados de alta energia (ATP, GTP, creatina

    fosfato) e tambm participam da gerao de calor celular, controle das

    concentraes de clcio citosolicos, regulao da morte celular, gerao e

    detoxificao de radicais livres e espcies reativas de oxignio.

    Existe uma intima relao entre o potencial trasmembrana mitocondrial

    (Deltpsi-m), e proliferao celular onde a queda do potencial trasmembrana a

    36

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    nveis inferiores a -15mvolts, desencadeia um mecanismo de sntese de DNA

    nuclear dependente de glicolise e conseqente mitose, os valores normais dos

    potencias trasmembranas devem permanecer em torno de -20mvolts

    -90mvolts, dependendo do tipo celular, e sendo mantidos estes valores atravs

    da FO38.

    A alterao ultraestrutural da cadeia de transporte de eltrons como uma

    das explicaes para diminuio do processo respiratrio, uma seqncia de

    enzimas respiratria que se localizam na membrana interna mitocondrial esto

    cobertas por lipdeos para isolar o transporte de eltrons da fase aquosa e

    evitar um curto-circuito.

    O sistema efetor-mecno-qumico responsvel pelo inchao e contrao

    da mitocndria onde est intimamente ligado a cadeia respiratria, e sua

    seqncia de acoplamento responsvel pela FO, este sistema pode sofrer

    leso devido alteraes metablicas dos cidos graxos, fosfolipdios e

    colesterol, componentes estes da membrana interna da mitocndria. Uma vez

    que a perda da habilidade do inchao-contrao mitocondrial parece ser um

    fator constante de todas as mitocndrias tumorais possvel que a maioria dos

    tumores apresente leso da camada lipdica isolante.

    Em relao as mitocndria podemos seguir os seguintes passos, um

    carcinogeno lesa a membrana mitocondrial, provoca escape de eltrons que

    alimenta a gerao de radicais livres que vo lesar o DNA, ocorrendo ento a

    fase de iniciao do cncer38. A leso da mitocndria diminui a FO que faz

    surgir o predomnio das gliclise anaerbia que gera a proliferao celular

    maligna. O sistema mitocondrial defeituoso existente nas clulas cancerosas

    pode ser melhorado e o fenmeno sendo reversvel do ponto de vista estrutural

    37

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    e funcional com a mudana do metabolismo anaerbio para o aerbio (FO),

    promovendo diferenciao de clula maligna em clula no tumoral33.

    A regio lesada da membrana mitocondrial interna pode ser susceptvel

    a reparo porque o impedimento respiratrio in vitro, substancialmente

    diminudo ou abolido pela adio de lipdeos totais, obtidos de mitocndrias

    normais38.

    1.10 - Apoptose mediado pela via mitocondr ial:

    A via mitocondrial envolve membros pr-apoptticos da famlia Bcl-2,

    mais precisamente, elementos da sub-famlia BH3 estas protenas, que incluem

    a Bid, Bim, Harakiri, Noxa, entre outras, possuem apenas um dos domnio (o

    BH 3) caractersticos da famlia Bcl-2. Em resposta a um estmulo, que

    compromete outro conjunto de membros pr apoptticos, a sub-famlia da Bax,

    que inclui a Bax, Bak e, provavelmente, a Bok, que normalmente se encontram

    fracamente associados membrana externa da mitocndria, prevalecendo

    majoritariamente no citosol. A interao entre protenas das subfamlias BH3 e

    Bax leva oligomerizao dos elementos do ltimo grupo, seguido de insero

    na membrana externa da mitocndria. Estas molculas passam, ento, a

    constituir canais de sada de protenas intermembranares desde a mitocndria

    at ao citoplasma, incluindo o citocromo c e o factor indutor da apoptose. O

    citocromo c, uma vez liberado, ativa uma protena citoplasmtica designada de

    Apaf-1, a qual recruta e ativa a pr-caspase-9, constituindo um complexo

    proteico denominado de apoptossoma. A caspase-9, na sua funo de

    caspase iniciadora, ir requerer e ativar a caspase-3, executora, a qual

    38

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    degradar protenas importantes para a viabilidade celular, e tambm, outras

    caspases. As protenas Bcl-2 e Bcl-XL, membros anti-apoptticos da famlia

    Bcl-2, bloqueiam a morte celular por prevenirem a liberao das protenas

    intermembranares da mitocndria. No entanto, uma vez ultrapassada a fase de

    morte celular que envolve, as protenas anti-apoptticas, deixam de ter

    qualquer efeito na inibio da apoptose. As protenas pr-apoptticas e as anti-

    apoptticas pertencentes famlia Bcl-2, podem inter atuar entre si atravs dos

    domnios de homologia BH, formando homo e heterodmeros e regular, assim,

    reciprocamente, as suas funes. Por outro lado, a funo das caspases

    executoras tambm pode ser modulada por outro tipo de protenas, as IAPs

    (inhibitor of apoptosis proteins), que podem ligar caspase 9 e inibir sua

    atividade de protease, bloqueando a este nvel o processo apopttico. Contudo,

    tambm a atividade destas protenas podem ser reguladas por outra protena

    de nome duplo Smac/DIABLO, a qual, juntamente com o citocromo c,

    liberada do espao intermembranar da mitocndria durante a apoptose. A

    Smac/DIABLO associa-se s IAPs e inibe sua ao, permitindo a ativao da

    caspase 9 a partir do complexo Apaf-1, e consequentemente, favorecendo a

    apoptose40, 41,42.

    1.11 - Fosfoetanolamina:

    A fosfoetanolamina (PEA) foi isolada em 1936 por OUTHOUSE, (um

    monoster cujo grupo R corresponde a NH2-CH2-CH2-), de tumores malignos

    bovinos, fornecendo a primeira comprovao da existncia deste composto no

    estado livre na natureza43

    . Aps seus trabalhos, outros pesquisadores

    39

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    encontraram a fosfoetanolamina em intestinos de ratos e em tecidos cerebrais

    de bovinos 44,45.

    Por estarem presentes em tecidos orgnicos, surgiu um especial

    interesse cientfico nos compostos fosforilados, com o objetivo de se elucidar o

    papel bioqumico destas substncias. Assim, vrios trabalhos enfocaram os

    diferentes comportamentos qumicos dos fosfolipdios, fosfoprotenas e outras

    classes de organofosforados 45.

    Os aspectos da interao entre steres fosfricos, como a lecitina, a

    cefalina e a serina, com ons metlicos como sdio e potssio. Sugeriram, na

    poca, um papel bioqumico destas substncias, no controle do equilbrio entre

    os eletrlitos nos organismos vivos. Desde ento, o interesse na interao

    fosfolipdeos-metais tem aumentado e outros trabalhos abrangendo

    complexaes com outros ctions metlicos foram publicados, como o exemplo

    do estudo onde foram medidas as constantes de estabilidade dos complexos

    formados entre adenosina mono, di e trifosfato (AMP, ADP e ATP) com clcio.

    Tais complexaes so de grande importncia na formao das lipoprotenas,

    transporte de ctions e outros processos bioqumicos46, 47, 48.

    Verificou-se existir uma interao especfica e atpica entre a

    fosfatidilserina e o ction Li(I), resultando na cristalizao de um complexo

    cristalino. Como o ltio costuma ser usado na terapia de doenas manaco-

    depressivas, esses autores sugeriram que esta interao representaria

    provavelmente um papel na ao farmacolgica do ltio49. Com relao ao

    equilbrio de dissociao da fosfoetanolamina, preocupados em manter um

    rigor para clculo termodinmico, surpreendentemente ignoraram o desvio

    ocorrido do pK da forma protonada e a forma livre da protonao. Esse estudo

    40

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    do comportamento da FO gerou interesse de verificar se outros aminocidos

    apresentariam tambm tal fenmeno de dimerizao, j que possuem a mesma

    estrutura50.

    A fosfoetanolamina orgnica e a etanolamina (EA) esto presentes no

    crebro normal em grandes quantidades e sua concentrao tambm se

    encontra aumentada em vrios tipos de tumores, onde este aumento pode ser

    da ordem de at 10 vezes51. Essas aminasesto envolvidas no metabolismo

    dos fosfolpides e so precursoras da fosfatidiletanolamina e da fosfatidilcolina,

    dois dos quatro fosfolpides que compe a membrana celular52. Foi

    demonstrado por vrios pesquisadores que a PEA e a EA so liberadas por

    despolarizao em algumas circunstncias, embora no se saiba qual o

    verdadeiro significado fisiolgico desta constatao, discute-se ainda quais as

    reais interaes eletroqumicas envolvidas na dimerizao do composto

    fosfoetanolamina noorganismo52, 53.

    As funes precisas da PEA e da EA ainda so desconhecidas. No

    coelho a PEA liberada do hipocampus aps despolarizao com potssio,

    glutamato ou metil-aspartato. A liberao de PEA est sempre associada com

    o aumento da concentrao de taurina. A interao entre taurina e PEA foi

    confirmada quando se mostrou que a taurina exgena e os bloqueadores da

    recaptao de taurina aumentam os nveis de PEA. O metil-aspartato induz a

    liberao de taurina e PEA dos locais dendrosomticos, mas no nos

    sinaptosomticos54.

    A EA se converte em PEA no sistema nervoso sob a ao da

    etanolamina-kinase. No prximo passo, atravs da via de Kennedy, forma-se a

    fosfatidiletanolamina, um dos quatro fosfolpides componentes da membrana

    41

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    celular55. Uma segunda via envolve o clcio estimulando a incorporao de

    serina, etanolamina e colina nos fosfolpides endgenos j existentes, em

    reaes que no precisam de ATP 56. A colina uma trimetil-etanolamina e se

    transforma por acetilao em acetilcolina.

    Estudos recentes indicam que muitas patologias de SNC e tumores

    inespecficos, tm causa provvel na deficincia de fosfoetanolamina. Em

    pacientes com doena de Alzheimer confirmadas neuropatologicamente, foram

    dosados a fosfoetanolamina nas regies de predileo da doena. Os dados

    foram comparados com crebros normais da mesma idade. Constataram que

    com diferenas estatisticamente significantes, quando comparados com

    crebros normais da mesma idade, os nveis de fosfoetanolamina se

    encontravam 64% reduzidos no cortex temporal (rea 21 de Brodmann), 48%

    no cortex frontal (rea 9 de Brodmann) e 40% no hipocampus57.

    42

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    Objetivo

    43

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    2 - Objetivos:

    O objetivo principal deste trabalho foi avaliar os efeitos anti-tumorais e

    anti-proliferativos in vitroe in vivoda fosfoetanolamina sinttica em clulas

    normais e linhagens de clulas tumorais de Melanoma Murino B16F10. Foram

    avaliados os seguintes aspectos na inibio do crescimento e disseminao

    das clulas tumorais em animais portadores de melanoma:

    A determinao das concentraes inibitrias (IC50%) e

    toxicidade nas linhagens tumorais e clulas normais por ensaios

    colorimtricos (MTT);

    Analisar as modificaes na distribuio das clulas tumorais nas

    fases do ciclo celular por citometria de fluxo e as propores de

    clulas mortas por necrose e ou apoptose;

    Avaliar in vivo os efeitos anti-tumorais nos camundongos

    portadores de melanoma B16F10 e as comparaes com os

    quimioterpicos comerciais Taxol e Etoposideo;

    Avaliar as alteraes histopatolgicas e histoqumicas da matriz

    extracelular e dos vasos sanguneos dos tumores nos animais

    tratados com diferentes concentraes da fosfoetanolamina

    sinttica

    Determinar as alteraes hematolgicas (leuccitos, eritrcitos e

    plaquetas) nos animais portadores de melanoma submetidos ao

    tratamento com fosfoetanolamina sinttica.

    44

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    Materiais e Mtodos

    45

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    3 - Materiais e Mtodos:

    3.1 - Linhagens celulares tumorais e clulas normais.

    A linhagem tumoral de melanoma murino B16F10 foi gentilmente cedida

    pelo Instituto de Pesquisa para o Cncer Ludwig, Genebra, Sua. As clulas

    sero cultivadas em frascos de cultura de 75 cm em meio de cultura

    (RPMI - 1640), suplementado com 10% de soro bovino fetal inativado, 2 mM de

    L-glutamina e antibiticos. Antes das clulas atingirem confluncia, as clulas

    sero subcultivadas para ampliao e congelamento (meio completo contendo

    10% de dimetil-sulfxido), e mantidas em nitrognio lquido. As suspenses

    celulares utilizadas para a implantao no flanco dorsal dos animais sero

    obtidas aps o tratamento dos frascos de cultura com Tripsina 0,2% por 5

    minutos e inativao com 10% de soro fetal bovino. As clulas desprendidas

    sero centrifugadas duas vezes, ressuspensas em meio de cultura e a

    concentrao celular ajustada por contagem em cmera de Mallassez.

    3.2 - Determinao da ativ idade citotxica pelo mtodo co lor imtr ico MTT.

    A viabilidade celular das linhagens celulares tumorais e normais foram

    tratadas com as diferentes concentraes de fosfoetanolamina sinttica e

    avaliadas pelo mtodo colorimtrico do MTT (3-(4,5-dimethylthiazol-2-y1)2,5-

    diphenil tetrazolium bromide)58. Este mtodo baseado na reduo do MTT a

    Formazan pelas clulas vivas. A determinao da sensibilidade das diferentes

    doses foi otimizada de acordo com as normas estabelecidas pelo Instituto

    46

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    Nacional de Cncer, USA (NCI). Foi determinada a atividade citotxica das

    suspenses das linhagens celulares e das clulas tumorais in vivo, retiradas

    cirurgicamente e em condies estreis, incubadas em placas de 96 orifcios.

    Foram adicionados 10 ml de MTT (5mg/ml) s clulas, incubadas por 3 horas

    em estufa contendo 5% de C02 a 37C. Aps este perodo, o meio foi removido

    e acrescentado 100 ml de dimetilsulfoxido (DMSO) para dissolver os cristais de

    Formazan formados e precipitados. A quantificao da absorbncia foi feita em

    leitor de ELISA em comprimento de onda de 540 nm (TiterTek Multiskan)59,71.

    3.3 - Anlise das fases do ciclo celular por c itometria de fluxo.

    A citometria de fluxo aplicada no estudo do ciclo celular registra os

    parmetros cinticos da populao celular, revelando o ndice de DNA,

    aploidia, a frao de proliferao celular, e a porcentagem de clulas

    encontradas nas fases G0/G1, S e G2/M, indicando parmetros uni ou

    multivariveis, prognsticos e possveis rumos teraputicos. A anlise da

    porcentagem de clulas fornece o percentual de clulas que esto sintetizando

    DNA (labeling index), da durao da fase S (Ts) e do tempo de duplicao

    potencial (Tpot).

    3.4 - Determinao do contedo de DNA por Citometr ia de Fluxo.

    Alquotas das suspenses das clulas normais e tumorais tratadas e no

    tratadas, foram imediatamente congeladas em tampo citrato (2mM), sucrose

    47

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    25 mM e 0,05% dimetil sulfxido (DMSO), e mantidas em nitrognio lquido at

    o momento de sua utilizao.

    Aps o descongelamento das amostras em banho de gelo, as clulas

    foram digeridas com 375 ml de tripsina 0,03 g/l (Sigma) por 10 minutos

    temperatura ambiente e neutralizada com o inibidor de tripsina 0,5 g/l (Sigma),

    ribonuclease A 0,1 g/l (Sigma) e espermina 1,2 g/l (Sigma). As amostras foram

    transferidas para tubos de citometria de fluxo e a quantidade de clulas nas

    diferentes fases do ciclo, nveis de apoptose (Sub-G1) e contedo de DNA na

    fase S, que sero obtidos pela anlise em Software Mod-fit.

    3.5 - Determinao das fases do cic lo celular por Citometria de Fluxo:

    As suspenses celulares (106/ml) normais dos tumores dorsais e ou

    metstases foram centrifugadas duas vezes a 3000 rpm com soluo PBS e

    ressuspensas em 200 ml soluo de iodeto de propidium (20 mg/ml), contendo

    20 ml Triton X-100 e 4 mg RNAse-A, por trinta minutos, temperatura

    ambiente, protegidas da luz. Aps este perodo as amostras foram transferidas

    para tubos de citometria, e as imagens adquiridas sero capturadas em

    citmetro de Fluxo (Scalibur-Becton e DicKson) e analizadas em Software Cell-

    Quest. As fases do ciclo celular pr e ps-mitticas (G0-G1, fase S e G2-M)

    sero analisadas em software Modi-fit

    48

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    3.6 - Implantao das clulas tumorais:

    Os camundongos foram injetados subcutaneamente no dorso com

    5x104 clulas tumorais de melanoma murino B16F10. Aps o dcimo quarto

    dia do implante tumoral, os tumores dorsais foram medidos com o auxlio de

    um paqumetro. Os tumores em mdia apresentaram dimetro mdio de 0,5

    cm, foi iniciado o tratamento com a fosfoetanolamina sinttica nas diferentes

    concentraes descritas anteriormente, injetados pela via intraperitoneal.

    Como grupo controle os animais receberam soluo salina pelas

    mesmas vias de tratamento. Aps o 20 dia do tratamento, os animais foram

    sacrificados por deslocamento cervical, e em seguida, realizados a necropsia,

    os tumores dorsais analisados, leses internas macroscpicas identificadas,

    medidas e fotodocumentadas. Amostras dos tumores dos diferentes grupos de

    tratamento e grupo controle, no tratado, foram processadas para as das

    anlises do contedo de DNA, ciclo celular e anatomopatolgico.

    3.7 - Animais e Delineamento Experimental:

    Utilizaremos 40 camundongos da linhagem Balb c, fmeas e machos,

    com aproximadamente 25g, idade aproximada de 6 a 8 semanas, dieta e gua

    ad libitum, dos quais sero divididos em 4 grupos distintos a seguir:

    49

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    3.8 - Os grupos experimentais foram compostos por:

    Grupo A 10 camundongos Balb c, inoculados com 5x104 clulas

    tumorais pela via subcutnea, aps o 14 dia do implante os animais foram

    tratados com fosfoetanolamina sinttica pela via intraperitoneal com a

    concentrao de 0, 033g/ml em 100ul;

    Grupo B 10 camundongos Balb c, inoculados com 5x104 clulas

    tumorais pela via subcutnea, aps o 14 dia do implante os animais foram

    tratados com fosfoetanolamina sinttica pela via intraperitoneal com a

    concentrao de 0, 066g/ml em 200ul;

    Grupo C 10 camundongos Balb c, inoculados com 5x104 clulas

    tumorais pela via subcutnea, aps o 14 dia do implante os animais foram

    tratados com fosfoetanolamina sinttica pela via intraperitoneal com a

    concentrao de 0, 099g/ml em 300ul;

    Grupo D 10 camundongos Balb c, inoculados com 5x104 clulas

    tumorais pela via intraperitoneal, aps o 14 dia do implante os animais foram

    tratados com soluo salina pela via intraperitoneal;

    3.9 - Observao do crescimento tumoral:

    Aps a injeo de clulas B16F10, o crescimento tumoral foi medido e

    fotodocumentado, diariamente com o auxlio de um paqumetro para medies

    longitudinais e transversais do tumor (duas medidas). Foram calculados a rea

    e o volume mdio do tumor, atravs das seguintes frmulas:

    50

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    A=R2 e V= 4/3R3onde:

    A=rea, R= raio, V= volume.

    Os animais foram sacrificados a cada etapa de tratamento,

    necropsiados e os ndulos tumorais macroscpicos presentes nos rgos

    internos foram contados e medidos.

    3.10 - Contagem e quantificao dos glbulos vermelhos, hemoglobina,

    hematcrito, leuccitos e plaquetas:

    Glbulos Vermelhos: alquotas de 10l do sangue de cada grupo

    experimental e controle foram diludas 1:1000 em soluo salina 0,9% e 0,01%

    paraformoldedo para a anlise do nmero total de glbulos vermelhos. A

    contagem foi realizada em cmera de Malassez, e o nmero de clulas ser

    expresso em 109/ml.

    Hematcrito: a determinao do hematcrito (Ht) foi realizada pela coleta

    do sangue em microcapilar de 10ul heparinizado selado em uma das

    extremidades com fogo no bico de Bunsen. O capilar foi colocado em

    microcentrfuga com a extremidade fechada voltada para o crculo externo e

    centrifugada a 11.000 rpm durante 5 minutos. Os resultados foram expressos

    aps a anlise comparativa da relao do sedimento rico em glbulos

    vermelhos e o plasma, em tabela de referncia padro.

    Hemoglobina: a determinao do teor de hemoglobina foi coletada 200ul

    de sangue do plexo venoso retro orbital em tubos microcapilares contendo

    como anticoagulante o EDTA. Utilizando-se o mtodo da

    51

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    cianometa-hemoglobina, com leitura em espectrofotmetro 540nm, foram

    analisadas as concentraes de hemoglobina.

    Plaquetas: a contagem de plaquetas foi realizada em cmara de

    Neubauer, utilizando como diluente a soluo de oxalato de amnio a 1%

    (lquido de Brecker). Tambm foram realizados esfregaos sanguneos, dos

    diferentes grupos de animais tratados e grupo controle para a avaliao da

    morfologia e do dimetro plaquetrio mdio. Foram tambm avaliados

    aspectos citolgicos, como a presena de macro ou micro plaquetas, que so

    mais funcionais que as plaquetas normais e indicam regenerao da medula

    ssea e a presena de agregados plaquetrios indicativos de alteraes

    txicas promovidas pelos compostos como tambm alguma alterao

    morfolgica celular.

    Leuccitos: uma alquota de 10l do sangue de cada grupo experimental

    e controle foram diludos em 90l de soluo de Turk (azul de metileno 0,5%

    em 30% de cido actico glacial) para a anlise do nmero total de glbulos

    brancos. A contagem foi realizada em cmera de Malassez, e o nmero de

    clulas foi expresso em 106/ml. O sangue total dos camundongos portadores

    de melanoma B16F10 tratados com fosfoetanolamina sinttica durante 20 dias

    e grupo controle que recebeu soluo salina, foram coletados pela puno do

    plexo venoso retro-orbital com o auxlio de um microcapilar de 10ul

    heparinizado. Parte desse material foi utilizado para a confeco do esfregao

    sanguneo.

    52

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    3.11 - Anlises Hematolgicas:

    A anlise dos nmeros globais de glbulos vermelhos e leuccitos

    constitui em um importante exame de auxlio diagnstico para doenas

    hematolgicas, sistmicas e aes farmacolgicas ou teraputicas.

    Rotineiramente indicado para avaliao de anemias, neoplasias sistmicas,

    reaes infecciosas e inflamatrias, acompanhamento de terapias

    medicamentosas e avaliao de distrbios plaquetrios. Fornecem dados para

    classificao das anemias de acordo com alteraes na forma, tamanho, cor e

    estrutura das hemcias e conseqente direcionamento diagnstico e

    teraputico, orienta na diferenciao entre infeces virticas e bacterianas,

    parasitoses, inflamaes, intoxicaes, interaes medicamentosas e

    neoplasias atravs das contagens globais e diferenciao de leuccitos e

    avaliao morfolgica dos mesmos.

    As lminas para as anlises diferenciais dos leuccitos foram fixadas em

    metanol puro por cinco minutos, em seguida coradas em soluo de Giemsa

    por quinze minutos, lavadas em gua corrente e secas temperatura

    ambiente. Aps a secagem das lminas foi realizada a contagem diferencial de

    glbulos brancos em microscopia ptica com aumento de 1000x em leo de

    imerso.

    3.12 - Anlises histopatolgicas:

    Foram retirados pequenos fragmentos de aproximadamente 0.2cm2 dos

    rgos (corao, pulmo, fgado, bao, pncreas e rins), dos animais tratados

    53

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    e controles, pesados e fixados por 24 horas em tampo formalina, tamponado

    com o ph = 7.4 para a realizao de anlises histopatolgicas, tambm como

    de seus tumores e metstases, para serem corados de diversas maneiras

    possibilitando uma melhor visualizao das manifestaes ocorridas no

    microambiente celular, como diferenciao celular, neoformao vascular,

    apoptose, necrose, regenerao tecidual, hemorragias entre outros.

    3.13 - Preparo das amostras paras anlises histoqumicas Picrosirius-

    Red e Van Gienson-Verhoff :

    Aps perodo de fixao de 24 horas, utilizando-se lmina histolgica

    sobre tbua de macroscopia foram retiradas duas amostras retangulares.

    Todas as amostras foram acondicionadas em cpsula histolgica e colocadas

    no autotcnico (Leica modelo RM 2145) para processamento overnight,

    sendo desidratadas em concentraes crescentes de lcool etlico a 70, 80 e

    90%. Posteriormente, foram diafanizadas em xilol contendo misturas

    seqencialmente concentradas de parafina durante 12 horas. Realizada

    incluso em parafina quente (Leica modelo EG 1160), os blocos foram

    microtomizados (Leica modelo RM 2145) em cortes de 5m e dispostos em

    lmina de vidro de 75 x 25 mm, realizando-se dois nveis de corte para cada

    rea de estudo e a seguir as lminas foram corados pelos mtodos

    citoqumicos de Picrosirius Red, para fibras de colgeno e Van Gienson

    Verhoff para as fibras elsticas e vasos.

    Os cortes histolgicos (3m) dos tumores dos grupos tratados com

    fosfoetanolamina sinttica e controles que receberam soluo salina foram

    54

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    fixados em tampo contendo 3% paraformaldedo, 0,2% de glutaraldedo e

    0,1% triton X-100 em tampo fosfato de sdio pH= 7.4.

    O colgeno, por ser uma protena bsica, provavelmente interage com

    os grupos sulfnicos do corante Vermelho Srio a 0,1%, e em pH baixo, com os

    grupos amino da lisina e da hidroxilisina e os grupos guanidina da arginina. A

    colorao pelo mtodo do Picrosirius faz com que grande quantidade de

    molculas do Sirius Red, de carter cido e alongado, disponha-se

    paralelamente s molculas do colgeno, o que provoca aumento considervel

    da birrefringncia das fibras que contm colgeno quando observadas luz

    polarizada. Assim, o mtodo da colorao com Picrosirius associado

    microscopia de polarizao um mtodo histoqumico especfico para

    deteco de estruturas compostas de molculas de colgeno orientadas60, 61, 62,

    63,64.

    55

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    Resultados

    56

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    4.1 - Avaliao da atividade citotxica in vitro da fosfoetanolamina

    sinttica em linhagens celulares:

    Aps 24 horas de cultura, fase de crescimento exponencial das clulas

    de melanoma B16F10 foram plaqueadas em microplacas de 96 orifcios e

    adicionadas s diferentes concentraes do composto diludo em meio de

    cultura. O tratamento com a fosfetanolamina sinttica, em culturas celulares de

    melanoma murino B16F10, mostrou efeito adverso sobre a toxicidade deste

    composto, tempo e dose dependentes (Figura -1). A viabilidade celular aps

    24 horas de tratamento nas concentraes de 6 mg 0.005 mg da

    fosfoetanolamina sinttica mostrou que este composto apresenta alta

    citotoxicidade em clulas tumorais somente nas altas concentraes

    analisadas (6 a 1.5mg/ml), porm nas outras concentraes testadas no

    foram observados efeitos deletrios significantes (menor 0.75mg/ml). Nessas

    condies foi determinada a concentrao inibitria 50% a partir da curva de

    regresso linear, nosso resultado para as clulas de melanoma foi de 2.3

    mg/ml (Figura 2).

    A fosfoetanolamina sinttica no inibe a resposta proliferativa

    inespecfica de linfcitos T normais mantidos em cultura por 96 horas e

    ativados pelo mitgeno PHA (fitohemaglutinina) (Figura - 3).

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    6000 3000 1500 750 325 162 81 40 20 10 5 2.5

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    Mortas

    Vivas

    Concentrao (ug/ml) fosfoetanolamina

    (%)CelulasB

    16F10

    Figura 1 Determinao da atividade citotxica da

    fosfoetanolamina sinttica em clulas de melanoma B16F10, avaliada pelo

    mtodo colorimtrico MTT, as barras do histograma representam a

    porcentagem relativa em cada concentrao de clulas viveis e mortas.

    58

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    0

    1020

    30

    40

    50

    6070

    80

    0 2000 4000 6000 8000

    (%) Inibio

    Clula Tumoral B16F10

    IC % = 2.3m /ml

    Concentrao da Fosfoetanolamina Sinttica (10-6/mL)

    Figura 2 Curva de regresso linear e concentrao inibitria 50%

    (IC50%) da atividade citotxica da fosfoetanolamina sinttica em clulas

    de melanoma B16F10, avaliada pelo mtodo color imtrico MTT.

    59

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    o 10%SF 25ug 125ug 6ug 3ug 1.5ug 0.75ug 0.37ug 0.15ug 0.075ug o 1% SF0

    50

    100

    150

    Concentracao Fitohemaglutinina (ug/ml)

    (%

    )Atividad

    eProliferativa

    Figura 3 Avaliao da resposta linfoproliferativa de linfcitos T

    normais, aps 96 horas de cultura com fosfoetanolamina sinttica e com

    o mitgeno fitohemaglutinina (PHA). A porcentagem da capacidade

    proliferativa foi calculada comparando-se a resposta basal (ausncia de

    mitgeno) e o controle na presena de PHA 10% e 1% de soro fetal

    bovino (SFB).

    60

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    4.2 - Anlise das fases do ciclo celular por ci tometria de fluxo:

    Os animais portadores de melanoma B16F10 tratados durante 20

    dias consecutivos com fosfoetanolamina sinttica, apresentaram

    aumento significativo na taxa de sobrevida nas concentraes variando

    de 9.9 mg at 1.65 mg em comparao ao grupo controle. Aps a

    necrpsia destes grupos de animais portadores de tumor dorsal ou

    metstases pulmonares e do grupo controle que recebeu soluo salina,

    foram avaliadas as fases do ciclo celular por citometria de fluxo e

    determinadas a porcentagem das clulas nas seguintes fases: sub G1

    ou apoptticas que apresentam DNA fragmentado, G0/G1 clulas

    quiescentes, Fase S em sntese de DNA e G2/M em mitose.

    Nossos resultados mostraram que as clulas tumorais B16F10

    obtidas do tumor dorsal do grupo controle apresentam 6.9% 3.4 em

    apoptose (sub-G1), 25.6% 4.8 clulas quiescente (G0/G1) e em grande

    proporo com capacidade proliferativa 51.3%3.0 na fase (G2/M). Os

    animais tratados com 9.9 mg apresentaram significante aumento na taxa

    de mortalidade e seus tumores significativas reas de necrose.

    Os tumores dos animais tratados com a concentrao de 6.6 mg

    apresentaram aumento extremamente significante na proporo de

    clulas em apoptose, sub G1 (12.8% 4.4) em comparao ao grupo

    controle no tratado. Tambm foram observadas diminuies

    significantes (p

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    ao grupo controle (23.1% 4.6). A proporo de clulas com capacidade

    proliferativa (G2/M) valor significativamente menor (P

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    Apo Co G0/G1 Co S - Co G2/M - Co0

    5

    10

    15

    20

    25

    3035

    40

    45

    50

    55

    Fases do Ciclo Celular

    (%)PopulaoTumoral

    A

    Apoptose G0/G1 S G2/M0.0

    2.5

    5.0

    7.5

    10.0

    12.5

    15.0

    17.5

    Fases do Ciclo Celular

    (%)P

    opu

    la

    o

    Tumora

    l

    ***

    ***

    ***

    ***

    B

    Figura - 4 Determinao da distribuio das populaes de clulas

    tumorais dorsais de melanoma dos animais do grupo controle (A) e

    tratados com 6.6 mg de fosfoetanolamina sinttica (B) nas diferentes

    fases do ciclo celular obtidos por citometria de fluxo.

    * Anlise estatstica One-Way Analise of Variance ANOVA (p signif icativo p

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    Os tumores do grupo de animais tratados com a concentrao de 1.65

    mg apresentaram aumento significante na proporo de clulas em apoptose

    (17.5% 2.3) em comparao ao grupo controle no tratado (6.8% 3.4).

    Quando comparadas s concentraes de 6.6 e 1.65 mg de fosfoetanolamina

    sinttica os nveis de apoptose no tiveram diferenas significantes. As

    propores de clulas quiescentes diminuram significantemente (p=0.0015) no

    grupo de clulas tratadas com fosfoetanolamina sinttica (12.7 % 4.06) em

    relao ao controle (25.6% 4.8). A capacidade de sntese (fase S) diminuiu

    significativamente (P

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    Apo Co G0/G1 Co S - Co G2/M - Co0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    40

    45

    50

    55

    Fases do Ciclo Celular

    (%)PopulaoTum

    oral

    A

    Apoptose G0/G1 S G2/M0

    5

    10

    15

    20

    Fases do Ciclo Celular

    (%)Popu

    laoTumoral ***

    ***

    *

    ***

    B

    Figura - 5 Determinao da distribuio das populaes de clulas

    tumorais dorsais de melanoma dos animais do grupo controle (A) e

    tratados com 1.65 mg de fosfoetanolamina sinttica (B) nas diferentes

    fases do ciclo celular obtidos por citometria de fluxo.

    * Anlise estatst ica One-Way Analise of Variance ANOVA (p signifi cativo p

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    Anlises comparativas entre os tratamentos com a fosfoetanolamina

    sinttica nas concentraes de 6.6 e 1.65 mg com o quimioterpico Taxol na

    concentrao de 3.7uM, especfico de ltima gerao responsvel pela inibio

    de protenas envolvidas na dimerizao de microtbulos durante a diviso

    celular, nas fases G2/M; mostraram que em todas as fases do ciclo a

    fosfoetanolamina sinttica na concentrao de 6.6 mg diminui

    significativamente a capacidade de proliferao celular e um indutor

    importante de clulas em apoptose com a mesma eficcia teraputica, porm

    sem apresentar catastrficos efeitos colaterais. Na concentrao de 1.65 mg

    de fosfoetanolamina sinttica a eficcia de inibio das fases quiescentes, S e

    proliferativa G2/M mostrou-se dependente da dose administrada no tratamento.

    Os dados e as anlises estatsticas esto apresentados nas figuras 6 e 7.

    66

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    Apoptose G0/G1 S G2/M0.0

    2.5

    5.0

    7.5

    10.0

    12.5

    15.0

    17.5

    Fases do Ciclo Celular

    (%)PopulaoTumoral

    A

    Apoptose G0/G1 S G2/M0

    5

    1 0

    1 5

    2 0

    F a s e s d o C i c l o C e l u l a r

    7uM B

    Figura - 6 Anlise comparativa da distribuio das populaes

    celulares nas fases do ciclo celular dos tumores tratados com 6.6 mg de

    fosfoetanolamina sinttica (A) e tratados com o quimioterpico Taxol (B),

    obtidos por citometria de fluxo.

    (%)Tum

    T

    3.

    a

    xol

    orB16F10+

    67

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    Apoptose G0/G1 S G2/M0

    5

    10

    15

    20

    Fases do Ciclo Celular

    (%)PopulaoTumora

    l

    A

    Apoptose G0/G1 S G2/M0

    5

    10

    15

    20

    F a s e s d o C i c l o C e l u l a r

    (%)TumorB16F10+Taxol3.7uM

    B

    Figura - 7 Anlise comparativa da distribuio das populaes

    celulares nas fases do ciclo celular dos tumores tratados com 1.65 mg de

    fosfoetanolamina sinttica (A) e tratados com o quimioterpico Taxol (B),

    obtidos por citometria de fluxo.

    68

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    Tabela - Anlises das fases do ciclo celular obtidas por citometria

    de fluxo das clulas de melanoma B16F10 dos grupos: controle, tratados

    com 6.6 e 1.65 mg/mL de fosfoetanolamina sinttica e com o

    quimioterpico Taxol.

    Linhagem B16F10

    / Tratamento

    Sub-G1

    (%)

    G0/G1

    (%)

    S

    (%)

    G2/M

    (%)

    Controle6.9 3.4 25.6 4.8

    23.1 4.6 51.3 3.0

    Fosfoetanolamina

    6.6mg/mL

    (0.0468uM)

    (80 x)

    12.8 4.4 2.9 0.9 1.49 0.28 2.1 0.89

    Fosfoetanolamina

    1.65mg/mL

    (0.0117uM)

    (320 x)

    17.5 2.3 12.7 4.1

    4.9 1.2 11.9 2.2

    Taxol (3.75 uM) 15.4 8.7 2.6 1.6 0.61 0.43 1.38 0.7

    Valores expressos em mdia (x) e desvio padro (d.p.)

    69

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    4.3 - Anlise dos parmetros tumorais dos camundongos portadores de

    Melanoma B16F10 tratados com fosfoetanolamina sinttica:

    Aps o 14 dia da implantao de 5x104 clulas tumorais na regio

    dorsal, 100% dos animais apresentavam tumores dorsais prximos aos locais

    de inoculao apresentando em mdia volume de 0.10 0.05cm3.Os animais

    de todos os grupos de experimentao tratados e controle foram pesados e

    realizados a medio (comprimento x largura), dos tumores diariamente com o

    auxilio do paqumetro, e fotodocumentados.

    Os animais foram observados diariamente e aps 20 dias de tratamento

    com fosfoetalonamina sinttica administrada pela via intraperitoneal, com as

    seguintes concentraes (9.9, 6.6 e 1.65 mg), e foram sacrificado por

    deslocamento cervical, necropsiados e os tumores dorsais e as metstases

    presentes nos rgos internos, (corao, pulmo, fgado, rins, bao), pesados

    e fixados por 24 horas em tampo formalina, tamponado com o pH 7,4 para a

    realizao de anlises histopatolgicas.

    Macroscopicamente os tumores dos animais tratados com 1.65 mg de

    fosfoetanolamina sinttica apresentavam-se como massas nodulares dorsais

    no pigmentadas, no ulceradas e com raras reas de irrigao ou

    neoangiognese, tambm foi observada a formao de tecido encapsulado

    caracterstico de fibrose, a massa no se apresentava aderida superfcie

    interna do animal, caractersticas de tumores benignos. Por outro lado, o grupo

    controle apresentava tumores dorsais pigmentados e necrose, com extensas

    reas de ulcerao, extremamente irrigada e ocupando um volume expressivo

    em relao superfcie corprea total do animal (Figuras 8 e 9).

    70

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    *

    &

    GrupoFosfoetanolamina (1.65mg)

    Figura 8 Aspecto macroscpico dos tumores dorsais de

    melanoma do grupo tratado com 1.65mg de fosfoetanolamina sinttica,

    aps 20 dias. Observa-se massa tumoral no pigmentada, com raras

    reas de irrigao (*) e formao de cpsula fibrt ica (&).

    71

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    Gru o Controle

    &

    *

    #

    Figura 9 Aspectos macroscpicos dos tumores dorsais de

    melanoma do grupo controle que recebeu soluo salina, aps 20 dias.

    Observa-se extensa massa tumoral nodular, com grandes reas de

    irrigao (#), necrose (*) e ulcerao (&).

    72

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    Os tumores melanoma B16F10 dos animais tratados com 6.6 mg de

    fosfoetanolamina sinttica apresentaram pequenas massas tumorais amorfas

    ou um pequeno ponto de aplicao na rea onde foi inoculado s clulas,

    ausncia de metstases internas, ausncia de neoangiognese. No foi

    observada perda de peso significativo ou alteraes comportamentais

    importantes pela utilizao do composto (Figura - 10).

    73

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    #

    @&

    *

    Figura 10 Aspecto macroscpico dos tumores dorsais de

    melanoma do grupo tratado com 6.6mg de fosfoetanolamina sinttica,

    aps 20 dias. Observa-se pequena massa tumoral amorfa (&) ou

    pequenos pontos de aplicao no local da implantao das clulas

    tumorais (#), com ausncia de irr igao vascular (* @).

    74

  • 7/24/2019 TDE_RenatoMeneguelo

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    @#

    *

    &

    Figura 11 Aspecto macroscpico dos tumores dorsais de

    melanoma do grupo tratado com o quimioterpico Taxol 3.7uM, aps 20

    dias. Observa-se volumosa massa pigmentada dorsal (&) com extensa

    rea de irr igao, neoangiognese (*) e metstases gangl ionares satlites

    (# @).

    75

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    Fgado Pulmo

    Rim

    Fgado

    &

    *

    #

    Figura 12 Aspecto macroscpico das leses metastticas

    presentes nos parnquimas heptico (&) e pulmonar (*) do grupo controle

    e dos animais com o quimioterpico comercial Taxol 3.7 uM (#) aps 20

    dias. Observa-se acentuado grau de anemia dos animais do grupo

    controle em relao aos animais tratados.

    76

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    A curva de crescimento tumoral foi avaliada pela medio dos seguintes

    parmetros tumorais: incidncia, taxa de sobrevida, rea tumoral e nmero de

    metstases internas. Os animais portadores de melanoma B16F10 e tratados

    com a concentrao de 9.9mg apresentaram reduo significativa da massa

    tumoral de 89% em comparao ao grupo controle no tratado. Este grupo de

    animais apresentou pequenas massas tumorais, porm a taxa de mortalidade

    no curso do tratamento foi grande, possivelmente pela interao do composto

    com o microambiente tumoral, o que levaria possivelmente a liberao de

    substncias ou produtos da degradao celular com potencial citotxico

    (horror citotxico), figura 13.

    Nas concentraes de 6.6 e 1.65mg de fosfoetanolamina sinttica

    observa