Teoria Das Cores

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Entre Cores Teoria da CorA cor faz parte do nosso mundo e das nossas vidas. Todos os dias estamos em contato com as cores. Escolhendo as roupas para vestirmos, tentamos combinar as meias com o terno, a saia com a blusa, a fivela do cabelo com a roupa, a camiseta com o jeans... mas claro que voc no ter essa liberdade de escolha se tiver que usar um uniforme todos os dias. Nas grandes cidades esto grafitando as paredes e os muros com desenhos multicoloridos para alegrar um pouco mais o cinza da poluio. As cores esto nas ruas, nos parques, nas pessoas, nos objetos, na natureza... A natureza est repleta de cores. Mas s podemos perceber as cores na presena da luz. Cor luz. Sem luz, nossos olhos no podem ver as cores. A luz branca formada pela reunio de numerosas radiaes coloridas que podem ser separadas. A cor o resultado do reflexo da luz que no absorvida por um pigmento. Assim podemos estudar as cores sob dois aspectos que esto diretamente relacionados embora sejam aparentemente opostos: a COR-LUZ e a COR-PIGMENTO.

1.0 - Cor Luz

A cor uma sensao provocada pela luz sobre o rgo da viso, isto , sobre nossos olhos. A cor-luz pode ser observada atravs dos raios luminosos. Cor-luz a prpria luz que pode se decompor em muitas cores. A luz branca contem todas as cores. Voc j viu um arco-ris? O arco ris um belo fenmeno da natureza. Ao incidir nas gotas de gua da chuva que passa, os raios da luz solar que atravessa sob as nuvens se decompem em vrias cores. So radiaes coloridas. E quanta alegria nos d essa viso... Em 1664, Isaac Newton fez surpreendentes descobertas sobre a luz e as cores. So muitas as experincias que relatou que constam at hoje dos estudos feitos pela Fsica elementar. Seus estudos partiram da observao do arco-ris. Newton "reproduziu" um arco-ris dentro de casa. Com alguns prismas e lentes onde fez incidir a luz do sol, separou as cores para estud-las. A faixa colorida que obteve ao separar as cores chamada de "espectro solar". Mas nem todas as cores podem ser vistas por nossos olhos. O infra-vermelho e o ultra-violeta por exemplo, no so cores visveis no arco-ris. Assim o que vemos o espectro das seis cores visveis: azul violeta, azul cian, verde, amarelo limo, vermelho alaranjado e vermelho magenta (blue, cian, green, yellow, red e magenta). Alguns estudos consideram tambm o azul anil como cor visvel, o que d um total de sete cores.

Outros estudos foram feitos com a cor-luz. As cores podem ser somadas e, assim, surgem novas cores. Trs cores visveis do espectro so chamadas de cores primrias: o vermelho alaranjado, o verde e o azul violeta. Ou em linguagem tcnica: Red, Green e Blue. (RGB)

Misturando apenas essas trs cores, em propores e intensidades variadas, podemos obter todas as outras, mesmo as que no esto no espectro solar como os tons de marrons por exemplo. Note que aqui ao misturarmos o vermelho alaranjado com o verde temos o amarelo limo; o azul violeta com o vermelho alaranjado, o vermelho magenta; e o verde com o azul violeta, o azul cian. Somando as trs, temos o branco. E o preto? Bem... se o branco a soma de todas as cores, ento o preto... a ausncia delas. Ou seja, o preto a ausncia da luz. O preto aquilo que qualquer criana conhece como "o escuro". Essa mistura chamada de aditiva, pois estamos somando as cores. Usamos tambm a intensidade da cor para completar uma mistura, ou seja, a maior ou menor intensidade da luminosidade da cor tambm forma outras cores. Esse sistema aditivo de mistura das cores conhecido como RGB o que forma as cores dos sistemas de comunicao visual, como a televiso e at mesmo o monitor do seu computador. Se voc quer saber mais sobre cor-luz, consulte o assunto na rea de Fsica elementar. 2.0 Cor Pigmento s descuidar da caneta e l foi o beb deixando suas impresses pelas paredes da sala. A mame pode at ficar muito brava, mas o beb sorri de alegria e satisfao. Faz o mesmo quando est com as mos lambuzadas da sopinha , do chocolate, da gelia ou com a espuma do sabonete no espelho do banheiro. Descobre que a cor do morango fica em suas mos quando o aperta e a lngua fica vermelha depois de comer gelatina. A criana descobre o mundo experimentando tudo o que est a seu alcance. E voc... j experimentou descobrir as cores? Esfregue as cascas das frutas, folhas verdes, sementes, ptalas de flores at sentir o sumo com sua cor. Algumas suaves, outras mais intensas, mas tudo tem alguma cor. Essas so as cores pigmento. O pigmento o que d cor a tudo o que material. As folhas da plantas so verdes por terem clorofila; a terra tem cores diferentes em cada regio por apresentar composio mineral diferente, e cada mineral tem um pigmento com sua cor prpria: o xido de ferro pode ser amarelo ou vermelho; o de cobre verde; o de mangans marrom; o de cobalto azul; etc... At a nossa pele tem pigmentos, como a melanina que d a cor da pele de cada um de ns. Os ndios brasileiros usam semente de urucum para colorir o corpo, cabelos e outros artefatos de vermelho; do jenipapo, que um fruto, extraem o azul; tambm usam carvo e terra para pintar de preto, branco e amarelo. Assim como as crianas, os homens primitivos descobriam as cores pela experincia. Encontramos seus registros nas paredes das cavernas. Essas

pinturas rupestres eram feitas com os mais variados tipos de pigmentos naturais: plantas, terra, carvo, e at o sangue dos animais que caavam. Desenhar, pintar, colorir so formas de expresso, de comunicao que natural do ser humano. Com o tempo o homem percebeu que podia extrair os pigmentos da natureza e utiliz-los em forma de tinta misturando com resina das rvores, com a clara e a gema de ovos e diferentes tipos de leo para conservar, transportar e fixar as cores. Pintou sobre pedra, peles de animais e madeira e desenvolveu suportes prprios para a pintura: preparou as paredes com massas especiais, os afrescos; modelou cermica e fez azulejos decorados; fez mosaicos com vidros coloridos; telas com tecidos para pintar usando pincis... e continua gostando de pintar as paredes e muros das cidades com a mesma necessidade de se expressar que os homens das cavernas. As tcnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia criou os pigmentos sintticos. Cores "artificiais", feitas em laboratrio, mas to intensas e belas como as cores naturais que tentam imitar. Muitas tintas industrializadas ainda so feitas com pigmentos naturais, mas j existem pigmentos sintticos de todas as cores. Os corantes tambm so pigmentos. Voc j percebeu quantos corantes consumimos em nossas refeies? por que a cor dos alimentos tambm um atrativo para aguar o paladar: a gente tambm come "com os olhos". As crianas adoram brincar com as cores. Experimentando misturar as tintas logo descobrem que podem formar novas cores. Esticam o plstico rosa e transparente do bombom e descobrem que "tudo ficou rosa"... Na verdade, ao olharmos atravs do plstico colorido e transparente estamos misturando as cores do mesmo modo que fazemos com as tintas. Essa mistura de pigmentos altera a quantidade de luz absorvida e refletida pelos objetos. O pigmento branco no absorve, mas reflete todas as cores. Estamos falando da COR-LUZ que refletida pelos objetos quando iluminados pela luz branca, que a soma de todas as cores. Quando misturamos um pigmento preto a uma tinta branca, aos poucos vamos obtendo diferentes tons de cinza. Quanto mais pigmento preto, mais escuro o tom de cinza que obtemos at chegar ao preto. O que acontece que o pigmento preto, ao contrrio do branco, absorve todas as cores. J vimos antes que o preto a ausncia de luz. O pigmento preto "esconde" todas as cores e, por isso, o preto que vemos o "escuro", a ausncia de luz refletida. O mesmo acontece com os pigmentos coloridos. Cada um reflete somente a cor que no absorvida. Por exemplo: o pigmento amarelo absorve da luz branca as cores azul violeta, azul cian, verde, vermelho alaranjado e vermelho magenta, e reflete somente a luz amarela, que a cor que podemos ver.

Seguindo os estudos de NEWTON, podemos classificar as cores pigmento inversamente a cor-luz, pois assim que nossos olhos podem ver, perceber e misturar as tintas. Essa mistura de cor-pigmento chamada de mistura subtrativa, por ser oposta a mistura aditiva que acontece com a cor-luz. Na mistura subtrativa (mistura de pigmentos, tintas, etc...) as cores primrias so o azul cian , o amarelo limo e o vermelho magenta. Note que aqui ao misturarmos o vermelho magenta com o amarelo limo temos o vermelho alaranjado; o azul cian com o amarelo limo, temos o verde; e o azul cian com o vermelho magenta, temos o azul violeta. Misturando as trs em propores iguais temos o preto cromtico. Cian, magenta, yellow e black ou CMYK). O sistema CMYK usado nas grficas para impresso por fotolitos, nos jornais, revistas, livros, cartes e tudo o que impresso, pois a impresso obtida por pintura de superfcie, assim como a impressora do micro computador, que tem os trs cartuchos de tinta com as cores pigmento primrias e outro cartucho preto.

3.0 Histria da Teoria da Cor Antes de Newton, muitos cientistas j haviam estudado a cor. No sc. XIV, um gnio da "cincia artstica" (ou seria da "arte cientfica"?) fazia suas anotaes para que pudssemos apreci-las e admir-las. Leonardo Da Vinci (1452-1519) que se aventurou em invenes e experincias absurdamente avanadas para seu tempo, no pintava somente para retratar ou copiar a natureza, mas sim para estud-la, aplicando sua genialidade cincia da viso, da cor e da luz. Em suas pinturas, desenvolveu a tcnica do "chiaroscuro" e o "sfumato" (em italiano, claro-escuro e esfumaado), mtodo de trabalho com a luz e a sombra, fazendo que as formas mais iluminadas ganhassem volume e suavisando cores e contornos com sombras esfumaadas. Explorou tambm a perspectiva area (ou

atmosfrica) nas paisagens de fundo que aplicava nas pinturas, imitando a natureza que faz com que a cor parea mais plida e mais azulada em direo ao horizonte. Leonardo afirmava que os princpios da pintura primeiramente estabelecem o que um corpo sombreado (forma e volume) e o que luz.

Madona Litta Leonardo Da Vince

O escritor e pintor alemo Johann Wolfgang Goethe (1749-1832) se ops a descoberta de Newton de que existem sete cores no espectro com a teoria de que existem somente seis cores visveis sob as condies naturais de luz do dia. Para ele, a cor era composta de luminosidade ou sombra. Goethe era um pintor e seu interesse na forma em que realmente vemos e experienciamos a cor estimulou os tericos e os artistas posteriores. Em suas observaes descreveu os efeitos do "positivo"e "negativo" da cor sobre a mente. Baseado nas pesquisas de Newton, Goethe mostra em aquarela os resultados de dois experimentos de luz passando atravs de um prisma: as trs cores principais do espectro de Newton - laranja, verde e azul violeta - seriam percebidas em um quarto escuro, atravs de um raio controlado de luz; no espectro de Goethe, as cores principais seriam azul cian, vermelho (que ele chamou de prpura) e amarelo - vistos pelo olho a luz do dia . Juntando as seis cores formou a base do crculo das cores.

Crculo das Cores de Goethe

Aquarela de Goethe

Goethe havia observado em uma paisagem : "Durante o dia, devido aos tons amarelados, as sombras tendem a tornar-se violeta... ao pr-do-sol, quando seus raios difusos so do mais bonito vermelho, a cor da sombra torna-se verde". J havia observado a complementaridade das cores. O pintor alemo Philipp Otto Runge (1777-1810) partilhou do interesse de Goethe pela maneira como a cor podia ser usada na pintura. Elaborou com a esfera das cores um meio de medir a cor pigmento, no s mostrando a relao entre as matizes, mas tambm graduando cada cor numa escala que vai do mais claro ao escuro e da saturao ao acinzentado.

Esfera de Cores de Runge O cientista e naturalista Moses Harris tambm produziu um crculo das cores (por volta de 1770) centralizando as cores "primitivas" ou primrias : vermelho, amarelo e azul. Mas essa idia no foi plenamente aceita pelos artistas at a metade do sculo XIX.

Crculo de Harris No sculo XIX o qumico francs Michel Eugene Chevreul (1789-1889) desenvolveu uma nova idia de harmonia da cor baseada na observao de como as harmonias da natureza e da cincia ptica so conseguidas atravs de contrastes brilhantes. Em 1839 Chevreul publicou seu livro "Sobre a harmonia e contraste das cores". Percebeu que o brilho das cores no dependia somente da intensidade das tintas, mas tambm podiam perder sua intensidade quando colocadas ao lado de outras cores, e criou a "lei do contraste simultneo" No crculo das cores de Chevreul, mais de mil e quatrocentas tinturas so derivadas das doze cores principais, permitindo um sistema preciso de medida de cores, com vinte nveis de gradao. Cores complementares so mostradas em

posio oposta no crculo, embora no aparea o vermelho magenta, pois ainda no haviam pigmentos puros dessa cor.

crculo das cores de Chevreul

Ele definiu a cor complementar de uma matiz como sendo a cor de uma poro do espectro que ele absorve - por exemplo, o vermelho o que mais absorve o verde. Em pintura esses pares complementares so: amarelo/azul violeta; azul cian/laranja; vermelho/verde.

cores complementares de Chevreul

No mesmo perodo, o pintor Eugne Delacroix (1798-1863) trabalhava em sua paleta explorando uma enorme variedade de contrastes de cores. Delacroix considerava a grande importncia das trs cores principais (vermelho, amarelo e azul), e as organizou formando um tringulo onde as tonalidades misturadas e contrastantes so mostradas como ponte entre elas.

No sc. XIX, novas cores pigmento estavam sendo desenvolvidas. A primeira tintura sinttica foi o "prpura de Perkin" feito a partir da destilao do alcatro mineral. A tecnologia da revoluo industrial trazia cores brilhantes baseadas em cromo metlico e cdmio. Depois, os tubos de tinta feitos de estanho flexvel substituindo os de bexiga de porco - facilitavam muito o transporte dos materiais e o trabalho ao ar livre, to apreciado pelos impressionistas. Surgia tambm a fotografia, copiando as formas como eram na realidade, mas sem suas cores, o que fez com que os artistas aumentassem seus interesses pelo uso da cor.

Esboo de figura ao ar livre Claude Monet

Em 1850, o fsico escocs James Clerk Maxwell, descobriu que as cores podem ser misturadas "pelo olho" da mesma forma que na paleta dos artistas (mistura ptica). Em 1879 o artista americano e cientista da cor Ogden Rood props que efeitos pticos idnticos "acontecem quando diferentes cores so colocadas lado a lado em linhas ou pontos e, ento, observados a uma certa distncia, a mescla mais ou menos completada pelo olho". Influenciado por tais descobertas, o pintor neo-impressionista francs Georges Seurat (1859-91) comeou a justapor pontos de cores brilhantes criando sistematicamente uma tcnica que se tornou conhecida como "Pontilhismo". Em suas experincias trabalhava somente com matizes de cores puras em sua paleta, que foram arranjados na ordem do espectro. Eles so usados para criar uma

trama de cores, usando pontos de tons contrastantes, representam o entrelaammento das cores naturais com as cores da luz e seus matizes de sombras complementares.

Models Seurat

Na ltima dcada do sc. XIX, o cientista Charles Henry escreveu sobre os efeitos psicolgicos e expressivos da linha e da cor. Acreditava que as cores quentes e frias, bem como o ngulo e a direo da linha, podiam ser usados para expressar alegria ou tristeza. Goethe j havia explorado os efeitos da cor sobre a mente e as dividiu em quatro "poderosos" matizes, cores serenas e matizes melanclicas. Emparelhou cores contrastantes em positivo e negativo, quente e frio, claro e escuro, luz e sombra. O admirvel pintor holands Vincent Van Gogh (1853-90) comentou sobre um de seus trabalhos: "Tenho tentado expressar as terrveis paixes da humanidade atravs do vermelho e do verde.

wheatfield - Van Gogh

J no sculo XX, o pintor e professor alemo Johannes Itten elaborou uma estrela de cores onde so classificadas em trs dimenses; matiz, tom, e saturao. So doze matizes: as trs prmarias, as trs secundrias, e as tercirias, produzidas pela mistura de cada uma das secundrias com as primrias. Tom a luminosidade ou escurecimento obtido da mistura de cada matiz com o preto. Saturao o "colorido" ou a intensidade da cor. A cor perde a intensidade a medida que misturamos com o branco.

Estrela das cores de Itten

O sistema de ordenao de cores proposto pelo pintor e pedagogo norteamericano Albert Munsell em 1905, considerado o melhor de todos os sistemas baseados em princpios perceptuais.

Para se obter uma visualizao das relaes de cores de forma apropriada, o sistema de ordenao de cores de Munsell, denominado sistema HSV (Hue; Saturated; Value), demonstra que o ser humano discrimina dez valores de saturao (Saturated; intensidade), assim como dez valores de brilho (value; tonalidade) para cada choma (hue, matiz, cada uma das cores do crculo cromtico). Para cada choma organizada uma pgina com no qual o eixo de saturao se encontra na horizontal e o de brilho na vertical e assim mostrar a distribuio da cor ao longo das trs dimenses de uma maneira uniforme, de modo que, a diferena entre dois trechos adjacentes quaisquer fosse sempre a mesma. Como esse sistema apresenta uma boa uniformidade nas diferenas de cores foi efetivamente implantado nas paletas de cores de muitos sistemas computacionais.

escala de munsell

sistema HSV de munsell

No sc.XX, a cincia continuou interessada no estudo das cores. A medicina moderna comeou a aprender que a cor faz parte de ns, mas h alguns milhares de anos, os orientais j acreditavam nos poderes das cores e sua influncia no homem. So sete os chakras do corpo humano cada um com a

respectiva cor do espectro incidindo da cabea ao corpo. Isso pode ser observado fazendo incidir o espectro da luz solar sobre o corpo. Novas teorias continuam surgindo sobre as cores e muitas discusses surgiram sobre a denominao correta de cada cor, mas so sempre as mesmas sete cores do espectro, mesmo quando chamadas com nomes diferentes. Como podem ser medidas por ondas , tambm podem ser elaboradas matematicamente, e j temos mquinas que as misturam em dosagens precisas. Quando ligamos o computador nossos olhos misturam as cores dos minsculos "pontinhos" da tela do mesmo modo que quando olhamos os quadros pontilhistas de Seurat; e a impressora s precisa das trs cores primrias para reproduzir imagens com milhes e milhes de cores. A cor faz parte de nosso dia-a-dia. 4.0 - Cores primrias As cores pigmento primrias tambm so chamadas de cores puras, pois no se formam pela mistura de outras cores, mas a partir delas que todas as cores so formadas. As tintas escolares e para artesanato existentes no mercado, dificilmente obedecem a exata tonalidade e intensidade das cores primrias, o que, s vezes, faz com que o estudo das cores parea ser algo complicado. Mas voc deve trabalhar com as cores de tintas que possui, pois aprender a mistur-las. Para aprender mais sobre as cores experimente mistur-las no computador que trabalha com tonalidades exatas. Mas as cores que voc vai ver no monitor podem ser diferentes das cores aps a impresso. Por isso, necessrio imprimir os resultados e observar com ateno essas diferenas para poder trabalhar corretamente. Existem muitos programas para trabalhar com as cores, mas nem todos possibilitam fazermos as misturas de acordo com nosso prprio critrio.

Cores Pigmento primrias

Vermelho magenta 5.0 Cores Secundrias

Azul cian

Amarelo limo

Obtemos as cores secundrias pela combinao das primrias, duas a duas, em propores iguais.

+Amarelo limo Azul cian

=Verde

+Vermelho magenta Amarelo limo

=Vermelho alaranjado

+Azul cian Vermelho magenta

=Azul violeta

6.0 Cores tercirias Podemos dizer que as cores tercirias so todas as outras cores, isto , quando uma cor no primria nem secundria, ento terciria. Obtemos uma cor terciria quando misturamos duas primrias em propores diferentes, isto , uma em maior quantidade que a outra; ou quando misturamos as trs cores primrias, seja em propores iguais ou no. A cor MARROM, por exemplo, uma cor terciria obtida da mistura das trs primrias. Em artes grficas, o marron pode ser obtido com a mistura do amarelo ou vermelho alaranjado com um pouco de preto.

Quando misturamos as trs cores primrias em propores exatamente iguais o resultado o PRETO CROMTICO. Portanto, o preto no uma cor, mas a mistura de todas elas.

Lembre que aqui estamos falando sobre a cor pigmento (mistura cromtica ). Na mistura da COR-LUZ o resultado seria o branco.

7.0 Crculo cromtico ou crculo das cores um crculo onde as cores so posicionadas de modo a facilitar o entendimento de suas possveis combinaes e resultados. Ao centro do crculo esto as cores PRIMRIAS:

Depois as Secundrias:

E, por ltimo, as TERCIRIAS, com exceo dos ton de marrom, pois no crculo s podemos organizar as cores duas a duas e o marron seria a mistura de trs delas em propores diferentes. :

8.0 Estela das Cores Outro modo de ilustrar as misturas das cores com a ESTRELA DAS CORES que uma estrela com seis pontas (como a Estrela de Davi) montada com dois tringulos equilteros (de lados iguais) sobrepostos com as pontas divididas pelas cores primrias e secundrias. Para completar colocado um crculo em torno onde as cores so gradativamente misturadas na mesma ordem em que esto na ESTRELA.

9.0 Gradao das cores: Gradao a mistura gradativa entre as cores formando novas cores a partir das primrias, as secundrias, o branco e o preto. Essa mistura gradativa conhecida como "degrad". A mistura gradativa das cores forma novas cores pela variao de intensidade e tonalidade. 10.0 Matriz: Matiz a cor em sua mxima intensidade; a prpria cor. tambm a variao de tonalidade obtido pela mistura de duas cores em sua mxima intensidade, sem mistura de pigmentos pretos ou brancos, formando novas cores. No crculo cromtico e na estrela das cores podemos ver todas as matizes entre as cores primrias e secundrias que sejam vizinhas (cores anlogas).

na mistura da matiz de uma cor primria com uma secundria que aparecem as cores tercirias, mesmo que as duas cores no sejam vizinhas no crculo cromtico.

11.0 Isocromia:

Isocromia a harmonia obtida em uma composio usando-se cores diferentes, mas que implicam uma na outra. Por exemplo: uma pintura que tem o magenta como cor predominante e o uso de uma de suas MATIZES. 12.0 Cores Anlogas: A mistura gradativa entre as cores do crculo cromtico um matiz gradativo, um "degrad" que forma uma escala entre duas cores. Essa variao tambm conhecida como matiz e, quando feita entre uma cor primria e uma secundria que sejam vizinhas no crculo cromtico, forma uma escala de cores anlogas. Analogia significa semelhana. As cores anlogas so semelhantes em sua composio.

13.0 Monocromia: Uma pintura que emprega vrios tons de uma mesma cor recebe o nome de monocromia: a arte feita com uma nica cor, com variao de tonalidades. a harmonia obtida atravs da adio gradativa de branco ou preto a uma nica cor primria, secundria ou terciria. MONO + CROMIA = UMA COR Observe como se faz uma escala monocromtica a partir de uma cor escolhida (primria ou secundria ):

ESCALA MONOCROMTICA a gradao de valor e intensidade de uma mesma cor. Misturadas com o preto tornam-se mais escuras (ESCALA DE VALOR) e com o branco ficam mais claras ( ESCALA DE INTENSIDADE ). As coisas, na realidade, nunca so de uma s matiz ou tonalidade de cor. Existe grande variedade de matizes e tons dentro de uma mesma cor. As cores recebem influncia da luz, da intensidade, dos reflexos e tambm da nossa prpria retina. 14.0 policromia a arte feita com vrias cores. o emprego de vrias cores no mesmo trabalho. POLI + CROMIA = MUITAS CORES

Em artes grficas, a policromia obtida atravs da combinao das trs cores primrias (amarelo; cian; magenta) mais o preto para realar os contrastes. As ilustraes aparecem com cores bonitas. Tonalidades e matizes do uma agradvel sensao a quem olha. Mas, para imprimir, as cores foram separadas. No resta dvida de que, para se obter um resultado harmnico da combinao de cores, necessrio um certo critrio, bom-senso e um mnimo de conhecimento do uso dos materiais de pintura mas a experincia pessoal ainda mais decisiva e o que alimenta a revoluo constante da arte.

As tcnicas de pintura se desenvolveram, se industrializaram e a tecnologia criou os pigmentos sintticos. Cores "artificiais", feitas em laboratrio, mas to intensas e belas como as cores naturais que tentam imitar. Muitas tintas industrializadas ainda so feitas com pigmentos naturais, mas j existem pigmentos sintticos de todas as cores. Os corantes tambm so pigmentos. Voc j percebeu quantos corantes consumimos em nossas refeies? por que a cor dos alimentos tambm um atrativo para aguar o paladar: a gente tambm come "com os olhos". 15.0 Cores Quentes: As cores quentes tendem para o amarelo, e suas matizes com os alaranjados e avermelhados. As cores quentes estimulam a circulao do observador, causando um ligeiro aumento na temperatura do corpo. o amarelo uma cor alegre, a cor do vero; o vermelho o sangue, vida.

Impresso do Sol nascente Claud Monet

16.0 Cores Frias

As cores frias tendem para o azul, e as matizes entre o verde, azul e violeta. Ao contrrio das cores quentes, diminuem a circulao do observador, causando uma ligeira queda na temperatura do corpo. O azul a calma, a harmonia, a paz, mas tambm a tristeza e melancolia.

A estao Saint-Lazare Claude Monet

17.0 Cores Complementares: "A cor do complemento de onda dominante que o matiz absorve a sua complementar". a cor "negativa"" de qualquer cor, como os negativos de fotografia. a que forma o verdadeiro contraste. Quando uma cor colocada lado a lado com sua complementar, elas se intensificam pelo contraste simultneo. No crculo cromtico a cor complementar a que est "diametralmente oposta", isto , traando um dimetro a que est do lado oposto. Quando voc quiser chamar a ateno, use uma roupa que tenha estampa com cores complementares. Do mesmo modo, como o positivo e o negativo, o branco e o preto tambm so complementares. Os opostos se completam.

Boats Van Gog

Sites Recomendados: Sobre mistura de cores (ed. artstica): http://www.complex-x.net/teoria/aber_main.htm

Assuntos diversos para pesquisa escolar:

http://www.netprof.pt/HomeNetProf.htm Cor luz/fsica: http://www.netprof.pt/fisica_quimica/4_quimica_temas_luzcorobjectos.htm http://users.sti.com.br/mvalim/imagem.htm Cor luz (excelente) http://www.fisica.ufc.br/coresluz.htm Cromoterapia e psicologia das cores: http://www.artecor.com.br/Informativo/contra.htm Empresa de consultoria: http://www.cordesign.com.br Pigmentos naturais: http://www.netprof.pt/HomeNetProf.htm Teoria das cores / colorimetria / informtica: http://www.inf.puc-rio.br/~bacellar/index_port.htm (NOVO) Decorao / uso da cor na pintura residencial: http://www.alba.com.ar/uso_c.html (NOVO)

Bibliografia Cores Cor - Uso e abuso, Ismael Guarnelli Desktop Publishing - Revista de Editorao Eletrnica, Computao Grfica, primpresso e multimdia, Expresso Editorial, It, SP. Galeria de Arte - Cor, Alison Cole Editora Manole, S. Paulo - SP, 1994 Mo Livre - A Linguagem do Desenho, Philip Hallawell

Companhia Melhoramentos, S. Paulo, 1994

Color, musica y vibracion, Dr Bernard Jensen (traducido por Teresa Sans Morales) Mandala Ediciones - Madrid, 1992

Iniciao Pintura - Estudos Tcnicos, Edson Motta e Maria Luiza Guimares Salgado Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro - RJ, 1976

Da Cor a Cor Inexistente, Israel Pedrosa Editora Universidade de Braslia, Braslia - DF - 1982