6
1 Escola Básica e Secundária Dr. Vieira de Carvalho Ficha de Avaliação de Português – 8º Ano ANO LETIVO 2012/2013 GRUPO I 1. Ouve, com atenção, o excerto da Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei Dom Manuel e, depois, assinala verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmações que se seguem. Corrige as afirmações falsas. 1.1. A fórmula de saudação com que Pero Vaz de Caminha inicia a carta é: “Vossa Alteza”. 1.2. Pero Vaz de Caminha, o capitão-mor da frota, assegura ao rei que percebe muito de navegação. 1.3. O capitão pretende informar El-Rei Dom Manuel sobre a descoberta de uma terra. 1.4. Pero Vaz de Caminha garante ao rei que pretende relatar-lhe apenas a verdade dos factos presenciados. 1.5. A viagem atrasou-se devido a uma tempestade no mar. 1.6. A nau de Vasco de Ataíde desencontrou-se da restante frota. 1.7. A terra que avistaram era plana e tinha muito arvoredo. 1.8. Os habitantes daquela terra tinham a pela clara, vestiam trajes feitos com penas de papagaio e usavam colares de contas brancas. 1.9. Os navegadores e os indígenas trocaram presentes entre si.

TESTE_8

Embed Size (px)

DESCRIPTION

TESTE _8

Citation preview

Page 1: TESTE_8

1

Escola Básica e Secundária Dr. Vieira de Carvalho

Ficha de Avaliação de Português – 8º AnoANO LETIVO 2012/2013

GRUPO I

1. Ouve, com atenção, o excerto da Carta de Pero Vaz de Caminha a El-Rei Dom Manuel e, depois, assinala verdadeiro (V) ou falso (F) nas afirmações que se seguem. Corrige as afirmações falsas.

1.1. A fórmula de saudação com que Pero Vaz de Caminha inicia a carta é: “Vossa Alteza”.

1.2. Pero Vaz de Caminha, o capitão-mor da frota, assegura ao rei que percebe muito de navegação.

1.3. O capitão pretende informar El-Rei Dom Manuel sobre a descoberta de uma terra.

1.4. Pero Vaz de Caminha garante ao rei que pretende relatar-lhe apenas a verdade dos factos presenciados.

1.5. A viagem atrasou-se devido a uma tempestade no mar.

1.6. A nau de Vasco de Ataíde desencontrou-se da restante frota.

1.7. A terra que avistaram era plana e tinha muito arvoredo.

1.8. Os habitantes daquela terra tinham a pela clara, vestiam trajes feitos com penas de papagaio e usavam colares de contas brancas.

1.9. Os navegadores e os indígenas trocaram presentes entre si.

Page 2: TESTE_8

2

GRUPO II

Lê com atenção o texto que se segue e responde às questões com frases completas:1

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

O grande Homero às vezes dormitava, garante Horácio. Outros poetas dão-se a uma sesta, de vez em quando, com prejuízo da toada e da eloquência do discurso. Mas, infelizmente, não são apenas os poetas que se deixam dormitar. Os deuses também. Assim aconteceu uma vez a Clio, musa da História que, enfadada da imensa tapeçaria milenária a seu cargo, repleta de cores cinzentas e coberta de desenhos redundantes e monótonos, deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes, enquanto os dedos, por inércia, continuavam a trama. Logo se enlearam dois fios e no desenho se empolou um nó, destoante da lisura do tecido. Amalgamaram-se então as datas de 4 de Junho de 1148 e de 29 de Setembro de 1984. Os automobilistas que nessa manhã de Setembro entravam em Lisboa pela Avenida Gago Coutinho, direitos ao Areeiro, começaram por apanhar um grande susto, e, por instantes, foi, em toda aquela área, um estridente rumor de motores desmultiplicados, travões aplicados a fundo, e uma sarabanda de buzinas ensurdecedora. Tudo isto de mistura com retinir de metais, relinchos de cavalos e imprecações guturais em alta grita. É que, nessa ocasião mesma, a tropa do almóada lbn-elMuftar, composta de berberes, azenegues e árabes em número para cima de dez mil, vinha sorrateira pelo valado, quase à beira do esteiro de rio que ali então desembocava, com o propósito de pôr cerco às muralhas de Lixbuna, um ano atrás assediada e tomada por hordas de nazarenos odiosos. Viu-se de repente o exército envolvido por milhares de carros de metal, de cores faiscantes, no meio de um fragor estrondoso - que veio substituir o suave pipilar dos pássaros e o doce zunido dos moscardos - e flanqueado por paredes descomunais que por toda a parte se erguiam, cobertas de janelas brilhantes. Assustaram-se os beduínos, volteando assarapantados os cavalos, no estreito espaço de manobra que lhes era deixado, e Ali-ben-Yussuf, lugar-tenente de Muftar, homem piedoso e temente a Deus, quis ali mesmo apear-se para orar, depois de ter alçado as mãos ao céu e bradado que Alá era grande. De que Alá era grande estava o chefe da tropa convencido, mas não lhe pareceu o momento oportuno para louvaminhas, que a situação requeria antes soluções práticas e muito tacto. Travou os desígnios do adjunto com um gesto brutal, levantou bem alto o pendão verde e bradou uma ordem que foi repetida, de esquadrão em esquadrão, até chegar à derradeira retaguarda, já muito próxima da Rotunda da Encarnação: - Que ninguém se mexesse! E el-Muftar, cofiando a barbicha afilada, e dando um jeito ao turbante, considerava, com ar perspicaz, o pandemónio em volta: - Teriam tombado todos no inferno corânico? Teriam feito algum agravo a Alá? Seriam antes vítimas de um passe da feitiçaria cristã? Ou tratar-se-ia de uma partida de jinns encabriolados? Enquanto o árabe refletia, do alto do seu puro-sangue, o agente de segunda classe da PSP Manuel Reis Tobias, em serviço à entrada da Avenida Gago Coutinho, meio escondido por detrás das colunas de um prédio, no propósito sábio e louvável de surpreender contraventores aos semáforos, entendeu que aquilo não estava certo e que havia que proceder. Sentindo-se muito desacompanhado para tomar conta da ocorrência, transmitiu para o posto de comando, pelo intercomunicador da mota, uma complicada mensagem, plena de números e de cifras, que podia resumir-se assim: Uma multidão indeterminada de indivíduos do sexo masculino, a maior parte dos quais portadores de armas brancas e outros objetos contundentes, cortantes e perfurantes, com bandeiras e trajos de carnaval, montados em solípedes, tinham invadido a Avenida Gago Coutinho e parte do Areeiro em manifestação não autorizada. Dado que se lhe afigurava existir insegurança para a circulação de pessoas e bens na via pública, aguardava ordens e passava à escuta. De lá lhe disseram que iriam providenciar e que se limitasse a presenciar as ocorrências, mas sem intervir por enquanto. Um imediato telefonema para o governador civil e deste para o ministro confirmou que não se encontravam previstos desfiles, de forma que a máquina policial se viu movida a ingerir-se no caso. Soaram as sirenes no quartel de Belém e, poucos minutos depois, alguns pelotões da Polícia de Intervenção vinham a caminho, com grande alarde de sereias e pisca-piscas multicores.Entretanto, lbn-el-Muftar via pela frente uma grande multidão apeada que apostrofava os seus soldados. Eram os automobilistas que haviam saído dos carros e que, entre irritados e divertidos, se empenhavam numa ruidosa assuada. Que devia ser algum reclame, diziam uns; que era mas era para um filme, diziam outros.

in Carvalho, Mário de, A inaudita guerra da Avenida Gago Coutinho , Lisboa, Caminho, 1992.

Page 3: TESTE_8

3

1. Explica o que o narrador pretende dizer quando afirma que “não são apenas os poetas que se deixam dormitar.” (ll. 2-3)

2. Qual foi a consequência da distração da deusa Clio

3. Porque é que os automobilistas que circulavam pela Avenida Gago Coutinho tiveram “um grande susto” (l. 10)

4. Que objetivo trazia os mouros até Lisboa

5. Como reagiu Ali-ben-Yussuf ao estranho acontecimento

6. El-Muftar pensou em várias hipóteses para o que lhe aconteceu. Enumera-as

7. O que fazia, naquela hora, Manuel Reis Tobias, agente da PSP, escondido atrás de um prédio?

8. Que pensaram os automobilistas quando viram aquela concentração de mouros?

9. Transcreve do texto um exemplo de cada uma das sensações seguintes:a) Visual b) Auditivac) Táctil

10. Retira do texto um exemplo de cada uma das figuras seguintes.a) Dupla adjetivaçãob) Hipérbolec) Enumeraçãod) Pergunta retórica

GRUPO III

Responde agora às seguintes questões sobre o funcionamento da língua, de acordo com as indicações que te são dadas.

1. Identifica os processos de formação das palavras presentes no quadro:

PalavrasProcessos de formação das palavras

Derivação ComposiçãoPrefi-xação

Sufi-xação

Paras-síntese

Derivaçãonão afixal

Conversão Morfológica Morfos-sintática

a) automóveis (l. 5)b) automaticamente (l. 22)c) lisboetas (l. 7)d) estado-maior (l. 11)e) encarar (l. 12)f) rés-do-chão (l.13)g) trote (l. 18)h) sobressalto (l. 24)i) autometralhadora (l.41)j) seguramente (l. 50)

1.1. Refere o processo irregular de formação das palavras seguintes:a) foto;b) PSPc) Jinns

Page 4: TESTE_8

4

2. Classifica as orações sublinhadas:a) “poucos segundos após os acontecimentos narrados, nem a tropa moura de lbn-el-Muftar se

lembrava do encantamento que lhe tinha surgido ao caminho, nem o comissário Nunes sabia o que estava a fazer escondido atrás do balcão da Munique, nem o capitão Soares sabia por que estava ali a flanar com a tropa” (ll. 35-38)

b) “Ao lbn-Muftar não foi muito gravoso o acontecimento, pois aproveitou o caminho de regresso para talar os campos de Chantarim, nas margens do Tejo” (ll.42- 43)

c) “Mas, infelizmente, não são apenas os poetas que se deixam dormitar.” (ll. 2-3)d) “deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes” (ll. 5-6)e) “Os automobilistas que nessa manhã de Setembro entravam em Lisboa pela Avenida Gago

Coutinho, direitos ao Areeiro, começaram por apanhar um grande susto (…)” (ll. 10-11)f) “Seriam antes vítimas de um passe da feitiçaria cristã? Ou tratar-se-ia de uma partida de

jinns encabriolados?” (ll. 32-33)g) “a musa da História (…) , deixou descair a cabeça loura e adormeceu por instantes,

enquanto os dedos, por inércia, continuavam a trama.”(ll. 4-7)h) “Um imediato telefonema para o governador civil e deste para o ministro confirmou que não

se encontravam previstos desfiles.” (ll. 49-50)

3. Liga as alíneas da coluna A aos números da coluna B (apenas um número para cada alínea) identificando os tempos/ modos verbais:

A B

a) “trazia” (l. 1)b) “percebesse” (l. 14)c) “seria” (l. 34)d) “dado” (l. 41)e) “explicarem” (l. 45)

1) Pretérito perfeito do indicativo;2) Pretérito imperfeito do indicativo;3) Condicional;4) Gerúndio;5) Particípio passado;6) Infinitivo pessoal;7) Pretérito imperfeito do conjuntivo;8) Presente do conjuntivo.

4. Analisa sintaticamente as frases que se seguem.a) Clio, musa da História, desfez rapidamente a troca dos fios.b) Mais tranquilo. Ibn-el-Muftar, o almoáda árabe, soltou um suspiro de alívio.c) – Alá, ouve piedosamente as minhas preces!

GRUPO IV

Dos dois temas propostos seleciona apenas um:A – Escreve uma página do diário de Ibn-el-Muftar, de 150 a 200 palavras, onde ele relata o que lhe

aconteceu, naquele dia tão estranho, na cidade de Lixbuna.B – Escreve uma página do diário do agente da PSP, Manuel Reis Tobias, de 150 a 200 palavras,

onde ele relata aquele estranho dia em Lisboa – imagina que a deusa não lhe tinha tirado a memória e ele se lembrava de tudo (30 pontos).

Atenção: *Antes de redigires o texto, esquematiza, numa folha de rascunho, as ideias que pretendes desenvolver na introdução, no desenvolvimento e na conclusão (planificação); *Tendo em conta a tarefa, redige o texto segundo a tua planificação (textualização); *Segue-se a etapa de revisão, que te permitirá detetar eventuais erros e reformular o texto.

Bom trabalho!

A Professora, Sandra Silva

Page 5: TESTE_8

5