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TR I BUNA Bancária Sindicato dos Bancários de Niterói e Região www.bancariosnit.org.br Ano L – Nº 338 – 9 de junho de 2010 BB: 16 agências param pelo plano de cargos e salários BANCOS PÚBLICOS DEFINIRAM REIVINDICAÇÕES ESPECÍFICAS Foto: Marcio Maturana Quaresma (camisa preta) orienta funcionários e clientes durante a paralisação nas agências do Banco do Brasil O Encontro de base do BB e o congresso estadual da Caixa deram início à preparação da campanha Entre 28 e 30 de maio, foram realizados em São Paulo os congressos na- cionais do Banco do Bra- sil e da Caixa Econômica, que definiram reivindica- ções específicas dos ban- cos públicos para a Cam- panha deste ano. Os delegados presen- tes nos dois encontros aprovaram a manutenção da campanha unificada, com negociações espe- cíficas simultâneas. Além disso, nos dois bancos reafirmou-se a luta por novos planos de cargos e salários. Os congressos estadu- ais do BB e da Caixa, rea- lizados no dia 15 de maio, bem como os congressos nacionais, foram prepara- tórios para a Convenção Estadual dos Bancários, que vai acontecer dia 17 de julho, e para a Conven- ção Nacional da categoria, no fim de semana seguin- te. Os dois eventos serão no Rio e tratarão da pauta geral dos bancários a ser negociada com a Federa- ção Nacional dos Bancos (Fenaban). Nos congressos nacio- nais, Marcelo Quaresma e Rigel Pereira, ambos do BB, e Antonio Roberto, da Caixa Econômica, repre- sentaram Niterói e Região. Dia 20 de maio, o Sin- dicato fez a maior mobili- zação de todo o país pelo Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) do Ban- co do Brasil. Foram parali- sadas 16 das 28 agências do BB em Niterói e Região. A manifestação também reivindicou a instalação do Comitê de Ética, conforme acordo de 2009, e o plano odontológico prometido pelo banco na campanha de 2008. As paralisações cumpri- ram decisão do Congresso Estadual do BB, dia 15, quando foram discutidas propostas aprovadas no Encontro de Base dos fun- cionários do banco de Ni- terói e Região, dois dias antes. TRUCULÊNCIA Apesar da adesão tran- quila de 60% das unida- des, nas agências Estilo e Aurelino Leal foram regis- trados atos de truculência das administrações. “Os bancos qualificam cada vez mais seus fun- cionários, mas falta a al- guns o preparo emocional. Gerente não pode agir como xerife”, lamentou o sindicalista Marcelo Qua- resma, coordenador dos protestos. Segundo ele, os dois episódios comprovam a necessidade urgente do Comitê de Ética.

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T ruculência Apesar da adesão tran- quila de 60% das unida- des, nas agências Estilo e Aurelino Leal foram regis- trados atos de truculência das administrações. “Os bancos qualificam cada vez mais seus fun- cionários, mas falta a al- guns o preparo emocional. Gerente não pode agir como xerife”, lamentou o sindicalista Marcelo Qua- resma, coordenador dos protestos. Segundo ele, os dois episódios comprovam a necessidade urgente do Comitê de Ética. Foto: Marcio Maturana

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TRIBUNABancáriaSindicato dos Bancários de Niterói e Região www.bancariosnit.org.br

Ano L – Nº 338 – 9 de junho de 2010

BB: 16 agências param pelo plano de cargos e salários

Bancos púBlicos já definiram reivindicações específicas

Foto: Marcio Maturana

Quaresma (camisa preta) orienta funcionários e clientes durante a paralisação nas agências do Banco do Brasil

O Encontro de base do BB e o congresso estadual da Caixa deram início à preparação da campanha

Entre 28 e 30 de maio, foram realizados em São Paulo os congressos na-cionais do Banco do Bra-sil e da Caixa Econômica, que definiram reivindica-ções específicas dos ban-cos públicos para a Cam-panha deste ano.

Os delegados presen-tes nos dois encontros aprovaram a manutenção da campanha unificada, com negociações espe-

cíficas simultâneas. Além disso, nos dois bancos reafirmou-se a luta por novos planos de cargos e salários.

Os congressos estadu-ais do BB e da Caixa, rea-lizados no dia 15 de maio, bem como os congressos nacionais, foram prepara-tórios para a Convenção Estadual dos Bancários, que vai acontecer dia 17 de julho, e para a Conven-

ção Nacional da categoria, no fim de semana seguin-te. Os dois eventos serão no Rio e tratarão da pauta geral dos bancários a ser negociada com a Federa-ção Nacional dos Bancos (Fenaban).

Nos congressos nacio-nais, Marcelo Quaresma e Rigel Pereira, ambos do BB, e Antonio Roberto, da Caixa Econômica, repre-sentaram Niterói e Região.

Dia 20 de maio, o Sin-dicato fez a maior mobili-zação de todo o país pelo Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) do Ban-co do Brasil. Foram parali-sadas 16 das 28 agências do BB em Niterói e Região.

A manifestação também reivindicou a instalação do Comitê de Ética, conforme acordo de 2009, e o plano odontológico prometido pelo banco na campanha de 2008.

As paralisações cumpri-ram decisão do Congresso Estadual do BB, dia 15, quando foram discutidas propostas aprovadas no Encontro de Base dos fun-cionários do banco de Ni-terói e Região, dois dias antes.

TruculênciaApesar da adesão tran-

quila de 60% das unida-des, nas agências Estilo e Aurelino Leal foram regis-trados atos de truculência das administrações.

“Os bancos qualificam cada vez mais seus fun-cionários, mas falta a al-guns o preparo emocional. Gerente não pode agir como xerife”, lamentou o sindicalista Marcelo Qua-resma, coordenador dos protestos. Segundo ele, os dois episódios comprovam a necessidade urgente do Comitê de Ética.

Sindicato dos Bancários de Niterói e RegiãoTRIBUNABancária2

Sindicato dos Bancários de Niterói e Regiões

Sede: Rua Maestro Felício Toledo, 495 - sl. - Centro – Niterói CEP 24.030-105 - Tel/fax: (21) 2717-2157Subsede: R. Casimiro de Abreu, 62/205 - Centro - Cabo FrioCEP 28905-360 - Tel/fax: (22) 2643-4317e-mail: [email protected]ção, edição, diagramação e projeto gráfico: Marcio Maturana (MTb 17625). Impressão: Gráfica Porciúncula (3 mil exemplares)

TRIBUNABancária

Bancário homenageado em 1º de maio

O diretor do Sindicato Euclides Neto recebeu do Comitê de Trabalho e Renda de Teresópolis o Troféu do Trabalhador, conced ido anualmente a profissio-nais de várias áreas. Eucli-des também é jornalista e radialista, e recebeu a ho-menagem como profissio-nal da comunicação. Foi feita uma menção à sua atuação sindical. Funcio-

assalToNa madrugada de 20

de abril, no Itaú de São Pe-dro da Aldeia, três caixas eletrônicos foram arrom-bados. Com papéis nos vidros, os bandidos impe-diram a visão do crime. Mais uma vez, os bancos atestam a falta de investi-mento em segurança.

cuT conTinuaCom 1.574 votos con-

tra 1.544, bancários do Espírito Santo decidiram se manter na CUT, em plebiscito. O Sindicato pa-rabeniza os companheiros pela decisão democrática.

planTão jurídicoHouve alteração nos

plantões dos advogados do Sindicato.

Em Niterói (Rua Maes-tro Felício Toledo, 495), o atendimento para a área trabalhista está sen-do feito às segundas e terças-feiras, das 14h às 18h, com agendamento. Telefone: (21) 2717-2157. Já as áreas cível e federal atendem à terças-feiras, das 15h às 18h, pela or-dem de chegada.

Na Subsede da Região dos Lagos (Rua Casimiro de Abreu, 62/205, Cabo Frio), os plantões dos advogados acontecem das 14h às 17h, todas as últimas quintas-feiras do mês. O telefone da sub-sede é (22) 2643-4317.

SAldo médioSAldo médio

Mensalidade menor e imposto de volta

Este ano, além devolver sua parte (60%) do impos-to sindical descontado em março, o Sindicato reduziu a mensalidade sindical para a maioria dos bancários. A base continua sendo 1% do salário, mas o piso, que de-veria ser R$ 51, passa pa-ra R$ 36,69 e o teto fica em R$ 73,38.

A redução foi aprovada em assembleia no dia 27 de abril, por unanimidade, e já pode ser conferida no con-tracheque. Além disso, foi aprovada uma campanha de sindicalização. Quem apresentar novo filiado con-correrá em sorteio de TVs

LCD e netbooks.Há mais de 25 anos, o

piso da mensalidade era equivalente a 10% do salá-rio mínimo, reajustado em 112,5%, desde 2003, perío-do em que os bancários ti-veram aumento de 52,91%. A comissão sindical que propôs a redução calculou o reajuste do piso de 2003 (R$ 24) de acordo com o salário dos bancários, che-gando aos R$ 36,69. O teto passa ao dobro desse valor.

A próxima edição do Tri-Buna Bancária trará todos os detalhes sobre redução da mensalidade e devolu-ção da contribuição sindical.

A mudança no piso e no teto da mensalidade foi aprovada por unanimidade

Foto: Marcio Maturana

nário do Bradesco, Eucli-des também atua na luta pela preservação ambien-

tal. A ho-menagem demonstra o sucesso dos bancá-rios de Nite-rói e Região como Sindi-cato Cida-

dão. Na foto, o prefeito de Teresópolis, Jorge Mário, Euclides e a subsecretá-ria municipal de Educa-ção Profissional, Rita de Cássia.

Foto: Photo Santa Tereza-Teresópolis

Dia 2 de junho, os ban-cários do Itaú-Unibanco aprovaram em assembleia no Sindicato o Programa Complementar de Resulta-dos (PCR) negociado com o banco, que começa a ser pago dia 10.

O novo acordo, conse-guido após muita pressão dos sindicalistas e diversas rodadas de negociação, terá dois anos de duração

e dá aos bancários ganhos de até R$ 4.200, com paga-mentos em 2010 e 2011.

Além dos R$ 1.800, no dia 10 os bancários rece-berão também R$ 300 pelo sucesso da migração das agências do Unibanco para Itaú. Em maio de 2011, se-rão R$ 1.600 de antecipa-ção do PCR. Eventuais di-ferenças serão pagas até fevereiro de 2012.

Itaú-Unibanco: pressão conquista o novo PCR

erramosNa última edição, a ter-

ceira na foto da página 2 é a sindicalista Marize Motta.

TRIBUNABancária 3Sindicato dos Bancários de Niterói e Região

Feijoada no Dia do TrabalhadorFotos: Marcio Maturana

A feijoada, farta e saborosa, ganhou muitos elogios dos bancários presentes à festa e de suas famílias

O 1º de Maio deste ano foi co-memorado na Sede Campestre do Sindicato com feijoa-da, futebol, música ao vivo e muita diversão para os bancários e suas famílias, que levaram doações para as vítimas das chuvas em Niterói e São Gonçalo.

A excelente feijoada foi elogiada por todos e

também o cantor e t e c l a d i s -ta Cláudio Paes, que foi do pop à

MPB.Já os craques bancá-

rios demonstraram sua categoria em dois jogos. No primeiro, Unibanco e HSBC empataram. Na dis-puta de pênaltis, o Uniban-co venceu por 3 a 0. No segundo, o Itaú venceu o Brades-co por 1 a 0. Depois, todos rece-beram troféus pela partici-pação (fotos).

Dia 22, foi a vez de os bancários da Região dos Lagos comemorarem o

Dia do Tra-balho com um churras-co em Cabo Frio.

nas ruas, luTo e solidariedade às víTimas das chuvas

meçou às 17h, horário de grande movimento dos trabalhadores, que pude-rarm assistir à excelente

apresentação da banda Olodumaré, um projeto social da Ponta da Areia, cheio de consciência.

Na véspera da festa, em 30 de abril, o Sindica-to realizou na Praça Arari-bóia, em frente às barcas, um ato de luto e solidarie-dade aos trabalhadores vítimas das chuvas em Niterói e São Gonçalo.

Houve participação da CUT-RJ e de outros sindi-catos: Vigilantes, Metalúr-gicos, Bibliotecários, Tra-balhadores em Edifícios e Movimento Unido dos Camelôs (Muca-CUT), além do vereador nite-roiense Waldeck (PT) e do vereador gonçalense Marlos Costa (PT). O ato foi registrado pela TV co-munitária, que entrevistou diretores do Sindicato.

A manifestação co-

Cerveja e refrigerante foram servidos gratuitamente, enquanto Cláudio Paes ofereceu boa música e bancários jogaram futebol e se confraternizaram

HSBC: craques

Itaú: vencedor

Unibanco: vitória

Bradesco: troféu

A banda Olodumaré, alegria em meio ao luto de Rubinho e Quaresma

4 TRIBUNABancária Sindicato dos Bancários de Niterói e Região

Bradesco: demitiu, parouSindicato paralisa todas as agências em protesto contra banalização de demissões

Jorge discursa na manifestação com banda, seguido de Heber Mathias, e Rubens Branquinho lê informativos no ato que teve ajuda de outros sindicatos

Todas as 31 agências do Bradesco em Niterói e Re-gião foram paralisadas pe-lo Sindicato dia 12 de maio, em protesto contra seis de-missões “por justa causa” em que o banco não infor-mou o motivo. O resultado da pressão foi uma nego-ciação no dia 28, quando o banco se comprometeu a reanalisar as demissões.

“O Bradesco está bana-lizando a justa causa, e o Sindicato não vai ficar pa-rado diante desta atitude ilegal, que não dá ao ban-cário nem mesmo a chan-ce de se defender, já que não se sabe qual a acusa-ção”, disse o presidente do Sindicato, Jorge Antônio. Segundo ele, a paralisa-ção foi o pontapé inicial da Campanha Salarial em Ni-terói e Região.

apoio na paralisaçãoA agência Icaraí, on-

de aconteceu a maior par-te das demissões, ficou fe-chada por todo o dia. Na unidade Niterói, prédio da gerência regional, a parali-sação foi até as 13h, e nas demais o funcionamento foi restabelecido ao meio-dia.

Os sindicatos de Cam-pos, Itaperuna, Nova Fri-burgo, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios re-forçaram o protesto. A mo-bilização teve participação também da Federação dos

Bancários dos Estados do Rio e Espírito Santo. “In-felizmente, a Inspetoria do Bradesco tem exercido pa-pel punitivo, consideran-do o bancário em princípio culpado, e não inocen-te, como determina a Lei”, disse Fabiano Júnior, pre-sidente da Federação.

A primeira demitida “por justa causa”, grávida, já foi reintegrada: Fernanda Larrubia Marques voltou à agência Icaraí graças a vi-tória do Sindicato na Justi-ça. Porém, no dia em que ela voltava, duas bancá-rias foram demitidas.

“O banco gasta milhões com propaganda sobre res-ponsabilidade social, mas demite até grávida”, comen-tou Haidée Rosa, diretora do Jurídico do Sindicato.

Fotos: Marcelo Quaresma

Bancária assumiu a gerência depois da ‘jusTa causa’O Bradesco tem bana-

lizado tanto a demissão “por justa causa”, que mu-dou de ideia depois de ter decidido demitir Verôni-ca Simões Fioret Luna, da agência Icaraí, para que ela substituísse um geren-te administrativo entre os dias 28 e 30. No dia 4 de maio, depois de ter exer-cido o cargo de confiança, Verônica foi demitida.

Como a carta de demis-são não especifica o moti-

vo da dispensa, o exercício da gerência mostra que a demissão foi absurda.

A incoerência foi d e s c o b e r -ta porque o banco entre-gou a carta do dia 22 no ato da demissão do dia 4, e uma no-va carta teve que ser feita. Surpre-sa, a bancária ficou com as duas.

As provasde que a demissão

não foi justa

paralisação provoca reunião

A paralisação do dia 12 provocou uma reunião entre representantes do Bradesco e sindicalistas no dia 28. Os bancários foram representados pelo presidente do Sindicato, Jorge Antônio (HSBC), e pelos sindicalistas Fabia-no Júnior, Heber Mathias e Luiz Cláudio Caju, todos do Bradesco.

Os sindicalistas cobra-ram os motivos das de-missões, todas “por justa causa”, sem especificação das causas. Ao não infor-mar o motivo da demissão “por justa causa”, o Bra-desco descumpre o Artigo 482 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Já a Inspetoria toma essas

decisões drásticas por-que o Código de Ética do banco é subjetivo, dando margem a qualquer inter-pretação. Além de cobrar a reavaliação das seis de-missões, os sindicalistas reivindicaram a suspen-são dessa prática, ainda mais dessa forma.

O Sindicato aproveitou para reivindicar uma nova agência em Itaboraí, pois a atual não atende mais à demanda local.

O Bradesco foi repre-sentado na reunião com o Sindicato pelo diretor Recursos Humanos e Re-lações Sindicais, Geraldo Grando, pelo gerente re-gional Luiz Carlos “Maro-la” e por um inspetor.