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Tributário Exercícios Aula 00

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Resolução de Questões FCC

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Nessa linha, o nosso objetivo aqui é conhecer a forma como a Fundação Carlos Chagas, a famosa FCC, costuma exigir a matéria de Direito Tributário. E não há maneira melhor de conhecê-la do que pela resolução de questões de concursos anteriores.

Resolveremos aqui centenas de questões, de tal forma que você chegará à prova com bastante segurança.

Antes de iniciar os comentários sobre o nosso curso, gostaria de fazer uma breve apresentação pessoal.

Atualmente exerço o cargo de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. Atuei inicialmente como parecerista em processos de restituição e compensação tributária, bem como na orientação aos contribuintes em questões que envolviam a interpretação da legislação tributária. Após 2 anos como parecerista, passei a exercer minhas atividades na malha fiscal e na fiscalização do Imposto de Renda Pessoa Física, onde acumulo a Chefia da Equipe de Fiscalização (pessoa física e jurídica).

Porém, antes de tomar posse no meu atual cargo, passei por uma verdadeira jornada como concurseiro. Iniciei minha experiência em concursos no ano de 2000, quando fui aprovado na Caixa Econômica Federal, onde trabalhei por 8 anos.

Ainda trabalhando na CEF, iniciei meus estudos rumo ao sonho de ser AFRF, período em que participei de alguns concursos. Nesse intervalo, obtive aprovação nos seguintes certames:

� Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil 2009, classificado na 68ª posição e obtendo a 5ª maior nota nacional na prova discursiva;

� Agente Fiscal de Rendas da SEFAZ/SP (ICMS/SP) 2009;

� Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRF) 2009;

� Auditor Fiscal de Ipojuca/PE 2009;

� Auditor Fiscal de Abreu e Lima/PE 2008 (1º lugar);

� Gestor da Secretaria de Administração/PE 2009;

� Assistente Técnico Administrativo do Ministério da Fazenda 2009.

Espero dividir com você, amigo concurseiro, a experiência adquirida ao longo da minha preparação, pois sei exatamente o que se passa “do outro lado”: as expectativas, as dificuldades, os sonhos.

Bom, feitas as apresentações iniciais, vamos à proposta do nosso curso.

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Hoje em dia, foi criado o que se costuma chamar de “jurisprudência da banca”. Ou seja, cada banca tem uma forma peculiar de abordar um assunto e firmar seu posicionamento sobre determinado tema. Por isso, considero de grande importância estudar as questões de cada assunto separadamente, a fim de facilitar o entendimento e permitir o conhecimento mais aprofundado da banca.

No entanto, a prova não virá separada por assuntos, não é? No dia decisivo, você deverá estar afiado em todos eles. Nesse sentido, as duas últimas aulas do nosso curso serão compostas de simulados, abrangendo todo o conteúdo programático, para que você possa aperfeiçoar sua preparação. No primeiro constarão as questões da FCC aplicadas no ano de 2012. Já na última aula comentaremos a prova do ICMS/SP, aplicada há poucos meses.

2. Método de resolução das questões

Sugiro que durante o nosso curso você adote a seguinte metodologia: as questões serão apresentadas em sequência, sem gabarito ou comentários, por isso, recomendo que você imprima a lista com as questões e as resolva, procedendo, posteriormente, à correção e revisão através dos comentários.

3. Abordagem

Não obstante se tratar de um curso voltado para resolução de questões da FCC, ao abordar determinados temas, apresentarei algumas questões de outras bancas, notadamente da ESAF, CESPE e FGV. Isso servirá para ilustrar algum posicionamento que, mesmo não tendo sido adotado pela FCC, se mostre como uma tendência das bancas e, assim, poderá ser objeto de questões futuras da própria Fundação Carlos Chagas.

As questões foram ordenadas da forma mais didática possível, o que torna possível o estudo de modo sequenciado. Você perceberáque nas questões que introduzem determinado assunto, os comentários serão mais prolongados, a fim de abordar da maneira mais completa o tema. Isso ajuda aqueles que costumam estudar a matéria através de questões, mas também permite uma revisão completa para aqueles que utilizam as questões para firmar o conhecimento.

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4. Legislação aplicável

Como base do nosso estudo, utilizaremos frequentemente a Constituição Federal e o Código Tributário Nacional (CTN – Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966). Por isso, é recomendado que você os tenha sempre que for acompanhar as aulas, de preferência impressos, pois podem ser feitas anotações e destaques para consultas posteriores. Você pode acessá-los e imprimi-los nos seguintes links:

� Constituição Federal de 1988

www.planalto.gov.br/ccivil 03/constituicao/constituicao.htm

� Código Tributário Nacional

http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/codtributnaci/ctn.htm

5. Suporte

Por fim, prezado aluno, informo que nosso estudo não se limita à apresentação das aulas ao longo do curso. É mais do que natural que você tenha dúvidas, mas elas não podem permanecer até o dia da prova, não é mesmo? Então, estarei sempre à disposição para responder aos seus questionamentos através do fórum de cada aula.

Todos têm dúvidas. Errar é comum, quando se está tentando aprender. O que não pode acontecer é você guardar sua dúvida ao invés de expor a sua dificuldade.

Conte comigo!

Nada será mais gratificante para mim do que receber um e-mail trazendo a notícia da sua aprovação.

Concluídas as nossas considerações iniciais, passemos ao que interessa!

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LISTA DE QUESTÕES

Aula 00: Conceito e classificação dos tributos

Questão 01 – (FCC) São Paulo - Inspetor Fiscal/98 O Direito Tributário tem por objeto do seu conhecimento o capítulo: a) das receitas derivadas b) das receitas originárias c) Dos empréstimos públicos d) Da previsão orçamentária e) Dos créditos públicos Questão 02 – (FCC) Auditor Fiscal Tributário Municipal – SP/2007 Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto a) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. b) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. c) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária. Questão 03 – (FCC) Procurador do Estado PGE-SE/2005 Sobre o conceito de tributo construído a partir da definição do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo a) pode constituir sanção de ato ilícito. b) está submetido à reserva legal. c) pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. e) é toda prestação pecuniária facultativa. Questão 04 – (FCC) Procurador Recife-PE/2003 Sobre o conceito de tributo, definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo a) pode constituir sanção de ilícito. b) deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. c) pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) está submetido à reserva legal. e) é toda prestação pecuniária facultativa.

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Questão 05 – (FCC) Subprocurador TCE-SE/2002 Sobre o conceito de tributo, definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o a) fato jurídico legalmente definido, com conteúdo econômico, para a exigência de tributo, pode ser qualificado como sanção de ato ilícito. b) tributo deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. c) tributo pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) tributo está submetido à reserva legal. e) tributo é toda prestação pecuniária facultativa. Questão 06 – (FCC) Auditor TCE-AL/2008 Sobre o conceito legal de tributo, descrito no art. 3º do Código Tributário Nacional, é correto afirmar: a) Pode ser considerado sanção por ato ilícito, como na hipótese de exigência de imposto de importação em razão de crime de contrabando. b) Na hipótese de lançamento por homologação, como é o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana, não é a autoridade administrativa plenamente vinculada quem realiza o lançamento tributário. c) Admite como forma de pagamento a entrega de coisa, como, por exemplo, parte da produção de uma indústria para pagamento de imposto sobre produto industrializado. d) Via de regra é instituído mediante lei, mas a Constituição Federal prevê exceções. e) É prestação pecuniária voluntária prestada pelo contribuinte, nas hipóteses de tributos com lançamento por homologação. Questão 07 – (FCC) Procurador - Teresina/2010 A partir do conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa NÃO é espécie de tributo porque o tributo a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se reveste desta obrigatoriedade. b) é cobrado mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa pode ser aplicada de forma discricionária pelo poder público. c) não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito. d) é prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa não é compulsória, dependendo de condenação administrativa. e) pode ser objeto de compensação, anistia e remissão, ao contrário da multa, que só pode ser objeto de anistia. Questão 08 – (FCC) SEFAZ-DF/2001 As multas fiscais são distintas dos tributos, entre outras razões, porque: a) não são passíveis de inscrição como dívida ativa. b) obedecem ao princípio da legalidade. c) constituem sanções por atos ilícitos. d) observam o princípio da anterioridade. e) são aplicadas pelos agentes da fiscalização.

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Questão 09 – (FCC) Procurador – Prefeitura de Santos/2002 Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos - que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades - pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como a) contribuições e extrafiscais. b) parafiscais e especiais. c) extrafiscais e parafiscais. d) especiais e extraordinários. e) fiscais e empréstimos compulsórios. Questão 10 – (ESAF) ATRF/2009 “A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou. a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica. e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores.

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Questão 11 – (FCC) Auditor de Contas Públicas – TCE PB/2006 São tributos vinculados: a) a taxa, o imposto e a contribuição de melhoria. b) a taxa e os impostos diretos. c) os impostos diretos e os indiretos. d) a contribuição de melhoria e os impostos indiretos. e) a taxa e a contribuição de melhoria.

Questão 12 – (FCC) Procurador TCE – CE/2006 São características comuns aos impostos, taxas e contribuições de melhoria: a) todos têm competência comum. b) todos são vinculados a uma prévia atividade estatal. c) todos têm sempre relação com serviço público. d) todos são compulsórios. e) todos se submetem ao princípio da anterioridade nonagesimal, sem exceção. Questão 13 – (FGV) Fiscal de Rendas – RJ/2007 O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: a) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. b) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. c) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. d) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. e) impostos, taxas e contribuições de melhoria. Questão 14 – (FCC) Auditor Fiscal - SEFAZ – RO/2010 Para se identificar a natureza jurídica específica de um tributo considera-se, em regra, a) a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes. b) os efeitos dos atos jurídicos efetivamente ocorridos. c) a denominação e demais características formais adotadas pela lei. d) o fato gerador da respectiva obrigação tributária. e) a destinação legal do produto de sua arrecadação. Questão 15 – (FCC) Procurador do Estado – SE/2005 A natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo a) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características formais adotadas pela lei b) relevante para qualificá-la apenas a destinação legal do produto da arrecadação c) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da arrecadação d) relevante para qualificá-la apenas a correta destinação do valor arrecadado e) irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da arrecadação

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Questão 16 – (FCC) Auditor de Contas Públicas TCE – PB/2006

À luz da Constituição Federal vigente, a destinação do produto da arrecadação do tributo é: a) irrelevante em qualquer hipótese b) relevante, em se tratando de taxa de segurança pública c) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório d) relevante, em se tratando de imposto e) irrelevante, em se tratando de contribuição confederativa Questão 17 – (CESPE) Analista - SEBRAE/2010

Julgue a assertiva. Para se distinguir um imposto de uma taxa ou de uma contribuição, é fundamental examinar o fato gerador do tributo, bem como a destinação legal do produto da sua arrecadação. Questão 18 – (FCC) Agente Legislativo (Direito) - SP/2010

Existem inúmeras classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto à destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação a) o imposto. b) a taxa. c) a contribuição de melhoria. d) o empréstimo compulsório. e) as contribuições especiais. Questão 19 – (ESAF) APOF SEFAZ– SP/2009

O princípio da capacidade contributiva: a) aplica-se somente às contribuições b) não se aplica às penalidades tributárias c) aplica-se somente aos impostos d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias e) é atendido pela progressividade dos impostos reais Questão 20 – (ESAF) AFRF/2009

Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto: a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança da taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder

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Questão 21 – (FCC) Analista de Regulação - CE/2006 Segundo o Código Tributário Nacional, a taxa pode ter como fato gerador a) a prestação de serviço público divisível ou indivisível, prestado efetivamente ao contribuinte ou posto à sua disposição. b) o exercício regular do poder de polícia, desde que específico e divisível, prestado efetivamente ao contribuinte ou posto à sua disposição. c) a realização de obra pública, como por exemplo, pavimentação asfáltica, desde que gere valorização imobiliária ao proprietário do imóvel adjacente à obra. d) a prestação de serviço público indivisível, ainda que só colocado à disposição do contribuinte. e) a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. Questão 22 - FCC – Procurador do Estado – PGE/PE (2004) – adaptada I. Um Estado recém-criado pode instituir taxa destinada a custear a implantação ou a melhoria do serviço estatal de segurança pública. II. Considerando a diretriz constitucional, é possível concluir que, para definir corretamente a espécie tributária, é necessário não só analisar o fato gerador, como também a base de cálculo de um determinado tributo. III. É correto afirmar que os impostos são tributos não-vinculados, visto que possuem como fato gerador uma situação que independe de atuação estatal específica em benefício do contribuinte, razão pela qual não pode ser considerada causa para o seu inadimplemento qualquer falha no serviço público estatal. IV. Desde que prevista em lei, pode ser cobrada taxa pela prestação do serviço de coleta de lixo posto à disposição do contribuinte, ainda que ele resolva levar o lixo diretamente ao aterro sanitário, por julgar que o valor cobrado é muito elevado. a) todos itens estão corretos b) estão corretos apenas os itens I e III c) estão corretos apenas os itens II e IV d) estão corretos apenas os itens II e III e) estão corretos os itens II, III e IV Questão 23 – (FCC) – Analista de Controle Externo – TCE GO/2009 Os tributos classificam-se em vinculados e não-vinculados. É exemplo de tributo vinculado, de forma direta, com finalidade de remunerar serviço público: a) o imposto. b) a taxa. c) a contribuição de melhoria. d) a contribuição social. e) o empréstimo compulsório.

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Questão 24 – (ESAF) Procurador – DF/2007

O Sistema Tributário Nacional é regido por regras e princípios gerais que estão postos nos artigos 145 a 162 da Constituição Federal. Com base no conteúdo das disposições acima referidas, assinale, entre as opções abaixo apresentadas, a que está correta. a) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários. b) O serviço de iluminação pública, pela sua natureza jurídica, deve ser sempre remunerado mediante taxa. c) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. d) É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público. e) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem que tem como base de cálculo a adotada para o imposto territorial rural. Questão 25 – (FCC) Agente Legislativo (Direito) - SP/2010 Segundo Geraldo Ataliba, "Não há possibilidade jurídica de confusão entre taxa e preço. Nem há, como muitos supõem, liberdade do legislador em converter uma na outra e vice-versa. Juridicamente, são coisas reciprocamente repelentes e excludentes". Partindo deste pressuposto, é traço distintivo entre taxa e preço público o fato da taxa a) remunerar obra pública e o preço remunerar serviço público prestado pelo Poder Público sem exclusividade. b) ser fixada contratualmente e o preço ser fixado por decreto. c) ser receita originária de natureza tributária e o preço ser receita derivada de natureza não tributária. d) remunerar serviço público prestado pelo Poder Público e o preço remunerar serviço público delegado a particular. e) remunerar poder de polícia e o preço remunerar serviço público indivisível. Questão 26 – (FCC) Juiz Substituto – TJ AP/2009 Será remunerada por taxa a prestação a) efetiva ou compulsória do serviço de coleta de lixo domiciliar. b) efetiva do serviço de calçamento de logradouros. c) compulsória do serviço de iluminação pública. d) compulsória do serviço de limpeza das vias e logradouros públicos. e) efetiva de uso de bem público.

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Questão 27 – (FCC) Procurador – SP/2008 Determinado Município institui taxa de piscina cujo aspecto material da hipótese de incidência é ter piscina em imóvel localizado dentro do Município. A base de cálculo desta taxa é a dimensão em metros quadrados da piscina e a alíquota é de R$ 1,00 por metro quadrado de piscina. O contribuinte é o proprietário do imóvel que possui piscina. Esta taxa a) será devida, por se tratar de uma taxa de polícia, decorrente da fiscalização que o Poder Público tem que realizar na construção de piscinas. b) será devida, por se tratar de uma taxa de serviço, decorrente da prestação efetiva do serviço de água tratada fornecida para manter a piscina. c) não será devida, por não ser admitida taxa com alíquota em espécie. d) não será devida, porque não decorre de exercício regular de poder de polícia ou de prestação de serviço público, sendo fato gerador de imposto. e) não será devida, porque a competência para instituição desta taxa é da União e não do Município. Questão 28 – (FCC) Analista Judiciário – TRF 2ª/2007 No que diz respeito às taxas é certo que, a) é facultativa e também leva em conta a realização de obra ou serviço público, de que decorra valorização imobiliária. b) seu fato gerador poderá ser uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. c) podem, em certos casos, ter base de cálculos idêntica a dos impostos, e ser calculadas em função do capital das empresas. d) tem como fato gerador, além de outros elementos, o exercício regular do Poder de Polícia. e) sua hipótese de incidência não é vinculada, salvo quando criada no caso de investimento público urgente e de relevante interesse estatal. Questão 29 – (FCC) Defensor Público – SP/2006 Considere as afirmações: I. O tributo encontra fundamento de validade na competência tributária da pessoa política, não havendo necessidade, para que ele seja instituído e cobrado, de que o Poder Público desenvolva, em relação ao contribuinte, qualquer atividade específica. II. A Constituição Federal estabelece que, nos serviços públicos específicos e divisíveis, a cobrança da taxa deve ser baseada na utilização, efetiva ou potencial dos serviços pelo contribuinte. III. A Constituição Federal traz expressa no seu texto a previsão de contribuição, que por certo tem natureza tributária, obedece ao regime jurídico tributário e possui uma única modalidade que é a contribuição social. SOMENTE está correto o que se afirma em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II. e) III.

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Questão 30 – (FCC) Analista de Regulação – CE/2006 Taxa e preço público são institutos distintos. A taxa a) é um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Público; enquanto o preço público ou tarifa remunera o concessionário de serviço público. b) é classificada como receita originária; enquanto o preço público como receita derivada. c) a taxa e o preço público podem ser cobrados por pessoas jurídicas de direito privado mesmo quando estas não sejam delegadas de serviço público. d) remunera exercício de serviço outorgado a particular; enquanto o preço público decorre de exercício de atividade prestada exclusivamente pelo Poder Público. e) não depende de lei para ser instituída ou majorada, ao contrário do preço público, que se submete ao princípio da legalidade. Questão 31 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SP/2006 Em relação às taxas, o nosso ordenamento jurídico, expressamente, dispõe: a) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos. b) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública. c) Os créditos tributários relativos a impostos incidentes sobre a propriedade e a taxas pela prestação de serviços referentes a tal propriedade sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes. d) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível. e) Ao se referir à imunidade recíproca, a Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir taxas e impostos uns dos outros. Questão 32 – (FCC) Juiz Substituto – TJPE/2011 A importância paga pelos usuários de nossas rodovias a título de pedágio qualifica-se como a) preço público. b) tributo. c) taxa de serviço público. d) contribuição de melhoria. e) preço compulsório. Questão 33 – (FCC) TJ AP/2011

O tributo que tem por fato gerador o exercício regular do poder de polícia, como, por exemplo, a fiscalização dos serviços notariais e registrais, é denominado a) imposto. b) taxa. c) contribuição de melhoria. d) emolumento. e) contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica.

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Questão 34 – (FCC) Procurador Judicial - Recife/2008

NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: a) ter competência comum para instituição. b) ser vinculada a uma atividade estatal. c) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. d) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. e) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra. Questão 35 – (FCC) Auditor – TCE AL/2007 Um dos atributos que diferenciam as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas a) são facultativas, enquanto que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ainda que somente postos à disposição do usuário. b) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. c) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e divisíveis. d) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que somente postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é facultativo. e) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a valorização imobiliária em decorrência da realização de obras públicas. Questão 36 – (FCC) Procurador do Estado – PGE SE/2005 Um dos elementos que diferenciam as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas a) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e divisíveis. b) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. c) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a realização de obras públicas e a conseqüente valorização imobiliária. d) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que apenas postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é facultativo. e) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida apenas a valorização imobiliária. Questão 37 – (ESAF) AFTE – PA/2002

Identifique, nas opções abaixo, o tributo cujo fundamento ético-jurídico é o não enriquecimento injusto. a) imposto b) taxa c) empréstimo compulsório d) contribuição social e) contribuição de melhoria

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Questão 38 – (FCC) Auditor – TCE SP/2008 Os empréstimos compulsórios a) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal. b) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da moeda em circulação na economia, desde que sejam restituídos no prazo de dois anos. c) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência. d) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa. e) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária, observando-se o princípio da anterioridade. Questão 39 – (FCC) Auditor de Tributos Estaduais– RO/2010 Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que a) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal. b) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública. c) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja, obra pública. d) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente. e) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Estados e Distrito Federal. Questão 40 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas– SEFAZ SP/2009 Os Empréstimos Compulsórios a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade. b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade. c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes políticos. d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação. e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição.

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Questão 41 – (ESAF) Advogado – IRB/2006

A Constituição Federal outorga competência tributária, ou seja, aptidão para criar tributos, aos diversos entes da Federação. Sobre essa afirmativa, podemos dizer que a) a contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, poderá ser cobrada pelo ente executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, ou, no caso de omissão deste, pela União. b) as taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. c) a aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. d) os impostos terão, sempre que possível, caráter pessoal e base de cálculo diversa das taxas. e) todos os tributos deverão respeitar a capacidade econômica dos contribuintes. Questão 42 – (FCC) Juiz Federal – TRF 5ª/2001

As contribuições sociais, em nosso sistema tributário, a) não têm natureza tributária. b) somente podem ser instituídas pela União. c) podem ser instituídas pelos Estados e Municípios, para custeio do sistema de previdência de seus servidores. d) previdenciárias aumentadas num exercício, só podem ser cobradas no primeiro dia do exercício seguinte. e) não precisam observar os princípios da legalidade e da anterioridade. Questão 43 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ SP/2006

Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que a) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. b) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino. c) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. d) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. e) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas "contribuições parafiscais", porque ocorre o fenômeno denominado "parafiscalidade". Questão 44 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ SP/2009

A respeito das contribuições sobre o domínio econômico, é correto afirmar que a) a sua hipótese de incidência é vinculada à atuação estatal, devendo atingir o particular de modo específico e divisível. b) incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. c) incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. d) deve ser instituída por lei complementar, em razão de sua natureza excepcional. e) a lei que a institui deverá indicar prazos e condições em que os valores serão restituídos.

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Questão 45 – (CESPE) Assessor Jurídico – Natal/2008 A contribuição confederativa sindical não tem caráter compulsório para os trabalhadores não-filiados ao sindicato e não deve obediência ao princípio constitucional tributário da legalidade. Questão 46 – (CESPE) Assessor Jurídico – Natal/2008 Por terem natureza tributária, as contribuições devidas à OAB devem ser cobradas dos advogados inadimplentes mediante ação de execução fiscal. Questão 47 – (FCC) Procurador – Salvador/2006 Na forma das respectivas leis, poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: a) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e III, da Constituição Federal. b) a União e os Estados, observado o disposto no artigo 150, III, "b" e "c", da Constituição Federal. c) os Estados e o Distrito Federal, observado o disposto no artigo 150, I e III, da Constituição Federal. d) o Distrito Federal e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e III, da Constituição Federal. e) a União e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, III, "b", da Constituição Federal. Questão 48 – (FCC) Procurador – TCE PR/2005 A Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública, recém introduzida em nosso sistema tributário, a) tem natureza extrafiscal. b) é uma contribuição sui generis que pode ser instituída pelos Municípios ou Distrito Federal. c) é uma contribuição que somente pode ser instituída pelos Municípios. d) é uma contribuição que pode ser instituída por quaisquer dos entes políticos. e) equipara-se às taxas. Questão 49 – (FCC) Procurador – PGE MA/2003 Em nosso sistema tributário, as contribuições interventivas no domínio econômico a) podem ser instituídas pela União, Estados ou Municípios. b) poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados. c) poderão incidir sobre operações que destinem petróleo ao exterior. d) não observam o princípio da legalidade. e) não observam o princípio da anterioridade.

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QUESTÕES COMENTADAS

Aula 00: Conceito e classificação dos tributos

Questão 01 – (FCC) São Paulo - Inspetor Fiscal/98 O Direito Tributário tem por objeto do seu conhecimento o capítulo: a) das receitas derivadas b) das receitas originárias c) Dos empréstimos públicos d) Da previsão orçamentária e) Dos créditos públicos Comentários

Para responder a esta questão, vamos relembrar algo que aprendemos no estudo do Direito Administrativo: os regimes jurídicos da Administração Pública.

O Estado existe para o atendimento do interesse público (interesse primário). No entanto, como garantir o atingimento desse objetivo quando os interesses particulares divergem do interesse público?

É justamente para conferir à Administração a garantia de atuar em prol do interesse coletivo que o ordenamento jurídico lhe atribui uma série de prerrogativas (privilégios). Trata-se do regime jurídico-administrativo, regido pelas normas de Direito Público, onde o Estado ocupa posição de superioridade em relação ao particular.

Podemos entender melhor com o seguinte exemplo: em uma das principais avenidas do Recife há a necessidade da construção de um viaduto no local onde existem vários imóveis. Os moradores e empresários locais têm o direito à propriedade, mas em decorrência do princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, o Estado reveste-se de poderes que tornam possível o atendimento do fim comum, qual seja: a construção do viaduto. Para isso, pode desapropriar tais imóveis a fim de promover a construção e atender ao interesse de toda a coletividade.

Por outro lado, o Estado também pratica atos em que não se reveste de tais poderes, pois não atua em nome do interesse público, mas no interesse da própria Administração (interesses secundários). Imagine que a Prefeitura de Teresina pretenda alugar um imóvel para o funcionamento de um de seus órgãos. Nesse caso, a Prefeitura não atua em posição de superioridade em relação ao proprietário do imóvel, eis que o ato não visa ao atendimento do interesse público

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Questão 02 – (FCC) Auditor Fiscal Tributário Municipal – SP/2007 Para que uma prestação pecuniária compulsória possa ser conceituada como tributo, é preciso que, além de ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, tenha como objeto a) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. b) unicamente moeda corrente, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. c) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. d) unicamente moeda corrente, constitua ou não sanção de ato ilícito e esteja instituída em lei. e) moeda corrente ou valor que nela possa ser expresso, não constitua sanção de ato ilícito e esteja instituída na legislação tributária.

Comentários

A definição de tributo está expressa no Código Tributário Nacional. Daí, verificamos que a definição de tributo é legal, ou seja, é expressa em lei. Então vamos à nossa primeira consulta ao CTN.

Em seu art. 3º, o CTN assim define tributo:

“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

Observamos na definição legal de tributo um conjunto de termos que precisam ser analisados individualmente para que possamos entender o seu conceito.

Dessa forma, vamos separar as expressões e estudá-las de modo particular. Então, assim ficará o nosso art. 3º do CTN:

“Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária / compulsória,/ em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,/ que não constitua sanção de ato ilícito,/ instituída em lei / e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.”

prestação pecuniária

A expressão “prestação pecuniária” significa que o tributo é algo pago em dinheiro. Basta imaginarmos o que pagamos como contribuintes. Alguma vez você já pagou o ICMS das suas compras no supermercado com parte das mercadorias? Imagine só no momento

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do pagamento o operador do caixa, ao registrar 1kg de feijão, lhe informar que 170 gramas ficarão retidos para pagar o ICMS...

Seria inviável não é mesmo? Por isso, a própria definição de tributo prevê sua quitação em dinheiro.

compulsória

Temos aqui que a imposição do tributo não resulta da vontade do contribuinte, mas, como visto, do poder de império do Estado.

A Administração Pública precisa arrecadar para custear suas despesas e, para isso, institui os tributos, obrigando aqueles previstos em lei (os contribuintes) ao pagamento.

Você já foi questionado alguma vez se queria pagar o imposto de renda? Ou já chegou alguma correspondência da sua Prefeitura lhe pedindo, por favor, que ajude com alguma doação para o IPTU?

Não, meu amigo! Isso porque o Estado não precisa pedir, por favor, para você contribuir, pois uma vez instituído o tributo, que pela própria definição legal é uma prestação compulsória e independente da vontade do contribuinte, este tem o dever de pagar.

em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir

O início desta expressão apresenta certa repetição. Vimos na primeira parte da definição que tributo é uma prestação pecuniária, portanto, em moeda.

Com o advento da Lei Complementar 104/2001, uma controvérsia foi levantada. Ocorre que esta LC acrescentou o inciso XI ao art. 156 do CTN, permitindo a dação em pagamentos em bens imóveis como forma de extinção do crédito tributário (veremos esse assunto em mais detalhes quando abordarmos o tema crédito tributário). A grande discussão girou em torno do conflito entre esta nova forma de quitação do tributo (através de bens imóveis) e a previsão do art. 3º do CTN de que o tributo é pago em moeda. No entanto, a segunda parte da expressão permite o uso de algo que possa ter seu valor expresso em moeda, desde que previstos no próprio CTN, como veremos mais adiante, sendo, portanto válida.

Essa segunda parte da expressão (“cujo valor nela se possa exprimir”) revela algo interessante.

Você pode se questionar: “Mas há algo hoje que não possa ser expresso em moeda?”. Faz sentido o seu questionamento. Realmente, a grande maioria das coisas pode ter seu valor expresso em moeda, mas não foi esse o sentido que o CTN quis dar ao conceito de tributo. Caso contrário, teríamos o pagamento de tributos

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das mais variadas formas, através da entrega de bens ou prestação de serviços, o que não é possível.

A interpretação deste item aponta para possibilidade de se adotar indexadores para quantificar os tributos. Vamos analisar o que ocorreu em nosso país há algum tempo e já fixaremos o entendimento.

No final da década de 80 até meados da década de 90, a inflação atingia níveis altíssimos. Assim, C$500,00 um dia já não valiam a mesma coisa no dia seguinte. Imagine agora um tributo lançado em um determinado dia com vencimento para 15 dias. O valor do tributo, na data do pagamento, seria apenas uma sombra do que realmente era devido na data do lançamento. Com isso, o governo teria uma grande perda na arrecadação, o que geraria um verdadeiro rombo nos cofres públicos. A fim de amenizar os efeitos dos altos índices inflacionários, foram criados alguns indexadores. A UFIR, por exemplo, que foi criada pela Lei 8.383/91, com o seguinte enunciado:

“Art. 1º. Fica instituída a Unidade Fiscal de Referência-UFIR, como medida de valor e parâmetro de atualização monetária de tributos e de valores expressos em cruzeiros na legislação tributária federal, bem como os relativos a multas e penalidades de qualquer natureza.”

Assim, o tributo era calculado em UFIR e pago convertendo o valor para a moeda. Como a UFIR era atualizada diariamente ou mensalmente, dependendo do período, o valor do tributo não sofria com o impacto inflacionário.

Depreende-se daí, o sentido da expressão “cujo valor nela se possa exprimir”, a saber: a utilização de índices ou indexadores a fim de quantificar o tributo, já que sua conversão em moeda é instantânea, sendo necessária uma simples operação aritmética.

que não constitua sanção de ato ilícito

Na ocorrência de alguma infração à legislação, há diversas hipóteses de o Estado penalizar o infrator, tais como multas, perdimento de bens, entre outras.

Essa expressão do art. 3º é de fundamental importância para entender que tributo e multa não se confundem. São dois institutos distintos.

O tributo (como veremos mais adiante com a devida profundidade) surge com a ocorrência de uma situação prevista em lei (fato gerador) e não por ter o contribuinte cometido alguma infração. Tributo não é punição.

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Veremos também, mais adiante, que ocorre a tributação dos rendimentos mesmo que estes sejam oriundos de atividades ilícitas, como o tráfico de drogas, por exemplo. Isto porque não se está punindo o infrator com o tributo. A punição pela atividade ilícita virá na esfera correspondente (penal). O tributo surge pela ocorrência do fato gerador (obter rendimentos). Esse tema será bem detalhado mais à frente. Por ora, guardem que o tributo não é punição.

Ao contrário, as multas (inclusive as tributárias) surgem em virtude do descumprimento da legislação, o que as caracteriza como sanção (punição) ao ato ilícito (descumprimento da lei).

A fim de ilustrar a diferenciação entre tributo e multa, trago um trecho de decisão do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 94.001/SP. Eis o voto do relator, Ministro Moreira Alves:

“O art. 3º do CTN não admite que se tenha como tributo prestação pecuniária compulsória que constitua sanção de ato ilícito. O que implica dizer que não é permitido, em nosso sistema tributário, que se utilize de um tributo com a finalidade extrafiscal de se penalizar a ilicitude. Tributo não é multa, nem pode ser usado como se o fosse. Se o município quer agravar a punição de quem constrói irregularmente, cometendo ilícito administrativo, que crie ou agrave multas com essa finalidade. O que não pode – por ser contrário ao art. 3º do CTN, e, conseqüentemente, por não se incluir no poder de tributar que a Constituição Federal lhe confere – é criar adicional de tributo para fazer as vezes de sanção pecuniária de ato ilícito.”

instituída em lei

O art. 5º, II, da Constituição Federal determina que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude lei. É o conhecido princípio da legalidade.

Verificamos anteriormente que o tributo é uma prestação compulsória e, portanto, obriga o contribuinte ao pagamento. Dessa forma, em obediência à CF/88, há que se observar a sua previsão em lei. É necessária, portanto, uma lei para instituir o tributo. Tal previsão pode ser estabelecida em lei ordinária ou lei complementar, a depender do tributo, ou, ainda, ato normativo com força de lei, que é o caso das medidas provisórias, conforme disposição no art. 62, da CF, caput e §2º. Dessa forma, é vedada a instituição de tributos por atos infralegais, aqueles que se encontram hierarquicamente abaixo das leis, como é caso dos decretos.

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Questão 03 – (FCC) Procurador do Estado PGE-SE/2005 Sobre o conceito de tributo construído a partir da definição do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo a) pode constituir sanção de ato ilícito. b) está submetido à reserva legal. c) pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. e) é toda prestação pecuniária facultativa.

Comentários

Alternativa A – Errada. A obrigação tributária surge com a ocorrência do fato gerador e não para punir o contribuinte. Essa é exatamente uma das características do tributo: ele não é punição por ato ilícito.

Alternativa B – Correta. Na definição do CTN, o tributo é uma prestação instituída em lei. É importante observar que lei, aqui, corresponde a ato normativo com força de lei (lei ordinária, complementar ou medida provisória em alguns casos). Não é possível em nosso ordenamento jurídico a exigência de um tributo que não esteja previsto em lei, mas em um ato infralegal, como um decreto, por exemplo.

Alternativa C – Errada. Como vimos na questão anterior, o tributo não pode ser pago em serviços, eis que representa prestação paga em moeda ou, excepcionalmente, em algo que possa ter seu valor expresso e que esteja previsto no CTN. Atualmente, a única possibilidade é a dação em pagamento em bens imóveis.

Alternativa D – Errada. A cobrança do tributo é vinculada, conforme determinação do CTN. Ou seja, não resta qualquer margem de decisão para a autoridade que irá efetuar o lançamento do tributo. Todos os aspectos do tributo (fato gerador, alíquota, base de cálculo, contribuintes) são definidos na legislação e cabe à autoridade que efetuará o lançamento obedecer à lei. Não pode o servidor, na atividade de cobrança do tributo, decidir qual o valor vai cobrar e de quem vai cobrar. Ele está estritamente vinculado à determinação legal.

Alternativa E – Errada. O CTN define tributo como prestação compulsória. Ou seja, independente da vontade do contribuinte. Ninguém paga tributo porque quer, mas pela imposição legal.

Gabarito: B.

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Questão 04 – (FCC) Procurador Recife-PE/2003 Sobre o conceito de tributo, definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o tributo a) pode constituir sanção de ilícito. b) deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária. c) pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) está submetido à reserva legal. e) é toda prestação pecuniária facultativa.

Comentários

Você percebeu que esta questão é praticamente idêntica à anterior?

Já podemos observar que a FCC costuma repetir questões. Daí a importância de resolvê-las de forma exaustiva, de modo a ganhar pontos de maneira mais rápida nas provas.

Valem aqui os mesmo comentários efetuados na questão anterior.

Alternativa A – Errada. Tributo não é punição por ato ilícito, dada a vedação expressa no art. 3º do CTN.

Alternativa B – Errada. A cobrança do tributo é realizada mediante atividade administrativa plenamente vinculada, e não discricionária.

Alternativa C – Errada. O tributo não pode ser pago em serviços, eis que representa prestação pecuniária, paga em moeda ou, excepcionalmente, em algo que nela possa ter seu valor expresso e que esteja previsto no CTN.

Alternativa D – Correta. Afirmar que o tributo se submete à reserva legal significa dizer que o tributo necessita de lei para ser instituído. Essa definição se enquadra nos requisitos do art. 3º do CTN, que acabamos de estudar.

Alternativa E – Errada. O tributo é prestação obrigatória. Independe da vontade do contribuinte. Logo, não é facultativa.

Gabarito: D.

Questão 05 – (FCC) Subprocurador TCE-SE/2002 Sobre o conceito de tributo, definido no artigo 3º do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que o a) fato jurídico legalmente definido, com conteúdo econômico, para a exigência de tributo, pode ser qualificado como sanção de ato ilícito. b) tributo deve ser cobrado mediante atividade administrativa plenamente discricionária.

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c) tributo pode ser pago por intermédio de prestação de serviço de qualquer natureza. d) tributo está submetido à reserva legal. e) tributo é toda prestação pecuniária facultativa.

Comentários

Mais uma vez a FCC adota a mesma questão. Observe que foi aplicada em 2002, 2003 e 2005. De vez em quando aparecem questões que já foram cobradas em outros concursos. Logo, o candidato que resolveu mais questões sairá na frente.

A FCC utiliza muito essa expressão: “tributo está submetido à reserva legal”. Guarde-a para a prova.

Na verdade, seria mais correto dizer que a instituição de tributos está sujeita à reserva legal, eis que nem todos os aspectos relativos aos tributos dependem de lei em sentido estrito.

Veremos ao longo do curso que algumas disposições podem ser veiculadas em ato infralegal. Como exemplo, temos o estabelecimento do prazo para recolhimento do tributo, que pode ser definido via ato infralegal.

Gabarito: D.

Questão 06 – (FCC) Auditor TCE-AL/2008 Sobre o conceito legal de tributo, descrito no art. 3º do Código Tributário Nacional, é correto afirmar: a) Pode ser considerado sanção por ato ilícito, como na hipótese de exigência de imposto de importação em razão de crime de contrabando. b) Na hipótese de lançamento por homologação, como é o caso do imposto sobre propriedade territorial urbana, não é a autoridade administrativa plenamente vinculada quem realiza o lançamento tributário. c) Admite como forma de pagamento a entrega de coisa, como, por exemplo, parte da produção de uma indústria para pagamento de imposto sobre produto industrializado. d) Via de regra é instituído mediante lei, mas a Constituição Federal prevê exceções. e) É prestação pecuniária voluntária prestada pelo contribuinte, nas hipóteses de tributos com lançamento por homologação.

Comentários

Alternativa A – Errada. Tributo não é sanção por ato ilícito. Essa afirmação decorre do próprio conceito definido no art. 3º do CTN.

Pode ocorrer a tributação mesmo quando o contribuinte praticar atividade criminosa. A punição pela prática da infração virá na esfera

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correspondente (penal). O fato gerador da obrigação tributária não é o mesmo fato da conduta criminal.

Por exemplo, auferir rendimentos oriundos do contrabando não se confunde com contrabandear. O contrabando é atividade criminosa, mas os rendimentos obtidos com esta prática estão sujeitos à incidência do imposto de renda, já que auferir renda não é atividade ilícita.

No exemplo dado na alternativa, não haverá incidência do imposto de importação como forma de punir o criminoso, mas sim aplicada a pena de perdimento das mercadorias, além da responsabilização pela prática do crime na esfera penal. Tal entendimento tem sede legal e está previsto no art. 118 do CTN.

Alternativa B – Errada. Esse assunto será estudado mais à frente, quando tratarmos do lançamento. A alternativa apresenta dois erros: primeiro que o IPTU é tributo sujeito a lançamento de ofício e não por homologação; em segundo lugar, nos termos do art. 142 do CTN, o lançamento é ato privativo da autoridade administrativa.

Alternativa C – Errada. O art. 3º do CTN dispõe que o tributo é prestação em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Ocorre que a grande maioria das coisas pode ter seu valor expresso em moeda.

A interpretação deste item não aponta para a possibilidade de se pagar os tributos com mercadorias ou serviços, mas a de adotar indexadores para quantificá-los. Usamos exatamente este exemplo na questão 02, que seria inviável pagar o ICMS com parte das mercadorias.

Alternativa D – Correta. Na verdade, apesar de considerada correta pela FCC, esta alternativa comporta uma ressalva. Ela trata do princípio da legalidade, que veremos na próxima aula. Versa o princípio que os entes tributantes não podem exigir ou majorar tributos sem lei que os estabeleça.

Todo e qualquer tributo requer a edição de lei para a sua instituição. Excepcionalmente, podem ser instituídos por medida provisória.

Há que se observar que, apesar de ser ato expedido pelo Poder Executivo, a medida provisória tem força de lei. Sendo assim, a instituição de tributos requer a edição de ato com força de lei, vale dizer, capaz de inovar no ordenamento jurídico.

O motivo que levou a FCC a considerar correta, ao chamar a medida provisória de exceção, foi justamente a participação do Poder Legislativo na sua elaboração. Assim, considerou lei como ato elaborado pelo Legislativo.

Alternativa E – Errada. Independente da modalidade de lançamento a que se sujeita o tributo, o CTN o define como prestação

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compulsória. A modalidade de lançamento, seja ela qual for, não tem o condão de afastar as exigências do art. 3º do CTN.

Gabarito: D.

Questão 07 – (FCC) Procurador - Teresina/2010 A partir do conceito legal de tributo, é possível afirmar que a multa NÃO é espécie de tributo porque o tributo a) tem que ser instituído mediante lei, ao passo que a multa não se reveste desta obrigatoriedade. b) é cobrado mediante atividade administrativa vinculada, enquanto a multa pode ser aplicada de forma discricionária pelo poder público. c) não é sanção por ato ilícito e a multa é sanção pecuniária por prática de ato ilícito. d) é prestação pecuniária compulsória, ao passo que a aplicação da multa não é compulsória, dependendo de condenação administrativa. e) pode ser objeto de compensação, anistia e remissão, ao contrário da multa, que só pode ser objeto de anistia.

Comentários

O elemento diferenciador entre tributo e multa é a sanção por ato ilícito, nos termos do art. 3º do CTN. A multa é exatamente aquilo o que o tributo está proibido de ser: sanção por ato ilícito.

No entanto, os dois institutos se assemelham em outro aspecto previsto no mesmo art. 3º do CTN: prestação pecuniária.

Alternativa A – Errada. A Constituição Federal determina que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude lei. Nessa linha, qualquer imposição deve ser veiculada mediante ato capaz de inovar no ordenamento, vale dizer, capaz de criar direitos e obrigações. Dessa forma, tanto tributo quanto multa exigem a edição de lei.

Alternativa B – Errada. A cobrança, seja ela do tributo ou da multa, representa atividade vinculada. Não pode a autoridade fiscal alterar o valor devido com base nas normas legais por conveniência e oportunidade.

Alternativa C – Correta. Esse é o elemento diferenciador entre tributo e multa: a sanção por ato ilícito. O tributo não pode ter essa característica. Por outro lado, a multa surge exatamente para se revestir desse elemento.

Alternativa D – Errada. Ambos os institutos são prestação obrigatória. A assertiva tenta levar o candidato ao erro pela noção de que geralmente se recorre das multas, como por exemplo, as multas de trânsito, o que levaria a uma decisão administrativa sobre a

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Questão 09 – (FCC) Procurador – Prefeitura de Santos/2002 Considere: I. Tributos que resultam de uma imposição estatal visando à restrição ou ao desenvolvimento de determinadas atividades ou setores específicos, de acordo com determinada linha política de ação, a exemplo de uma tributação maior sobre bens supérfluos e menor para bens necessários. II. Tributos que decorrem da atribuição, pela lei, da capacidade de serem sujeito ativo desses tributos - que arrecadam em benefício de suas próprias finalidades - pessoas diversas da União, Estados e Municípios. Esses tributos são conhecidos, respectivamente, como a) contribuições e extrafiscais. b) parafiscais e especiais. c) extrafiscais e parafiscais. d) especiais e extraordinários. e) fiscais e empréstimos compulsórios.

Comentários

Apesar de o CTN apresentar uma classificação para os impostos, a separação dos tributos de maneira geral em função de alguns aspectos tem origem na doutrina, tanto do próprio Direito Tributário como de outros ramos do Direito, como o Direito Financeiro, por exemplo, que estuda, dentre outros temas, as receitas públicas.

Essa questão requer o conhecimento específico da classificação doutrinária dos tributos em função do objetivo da sua instituição. Quanto a esse aspecto, os tributos podem ser fiscais, extrafiscais ou parafiscais.

FISCAIS: os tributos são considerados fiscais quando seu principal objetivo é arrecadar, ou seja, gerar renda para que o Estado possa abastecer os cofres públicos a fim de cobrir seus gastos. Como exemplos podemos destacar o ICMS e o Imposto de Renda.

EXTRAFISCAIS: podem ser classificados nesta categoria os tributos cuja finalidade principal não é arrecadar, mas regular algum setor econômico ou social, ou, ainda, estimular certo comportamento entre os consumidores. É o caso do Imposto de Importação que, muitas vezes, serve para proteger a indústria nacional.

Ressaltamos que o caráter fiscal ou extrafiscal de um determinado tributo define sua finalidade principal, mas não caracteriza a sua plenitude. É o que ensina Paulo de Barros Carvalho:

“Não existe, porém, entidade tributária que se possa dizer pura, no sentido de realizar tão só a fiscalidade, ou, unicamente, a extrafiscalidade. Os dois objetivos convivem harmônicos, na mesma figura impositiva, sendo lícito apenas verificar que um predomina sobre o outro.” (CARVALHO, Paulo

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de Barros. Curso de Direito Tributário. 21ª edição. Saraiva, 2009, p.256)

PARAFISCAIS: ocorre a parafiscalidade quando o ente que detém a competência para instituir determinado tributo delega a outra entidade a capacidade para fiscalizar e cobrar, além de destinar a esta entidade os recursos arrecadados para o desempenho das suas atividades institucionais. É o caso dos órgãos de fiscalização dos conselhos de classe: CREA, CRC, CRM, etc.

Podemos verificar que o item I se refere à extrafiscalidade. Já o item II, diz respeito à parafiscalidade.

Gabarito: C.

Questão 10 – (ESAF) ATRF/2009 “A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados − IPI para geladeiras, fogões, máquinas de lavar e tanquinhos, produtos da linha branca, que encerraria no próximo dia 31, foi prorrogada por mais três meses. A partir de 10 de novembro entra em vigor uma nova tabela cujas alíquotas passam a ser estabelecidas com base na eficiência energética dos produtos, de acordo com a classificação do Programa Brasileiro de Etiquetagem, coordenado pelo Inmetro. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega. “Nós estamos desonerando mais os produtos que consomem menos energia”, explicou. A medida vale até 31 de janeiro de 2010. Segundo ele, as geladeiras, que antes do IPI baixo tinham uma alíquota de 15%, e recuou para 5%, poderão manter essa mesma alíquota reduzida, mas somente para os produtos da chamada classe “A”, ou seja, com menor consumo de energia. As geladeiras da classe “B” passarão a ter uma alíquota de 10% e o restante voltará a ter um IPI de 15%.” (Extraído do site www.fazenda.gov.br, notícia de 29.10.2009). Na notícia acima, identificamos um importante aspecto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados. Assinale, entre as opções que se seguem, aquela que explica e justifica tal aspecto, isto é, somente aquele que a notícia mencionada destacou. a) Por meio da seletividade, pode-se tributar com alíquotas diferenciadas produtos de acordo com o seu grau de essencialidade. b) A notícia demonstra a aplicabilidade do princípio constitucional da capacidade tributária, pois estabelece alíquotas diferenciadas para as diversas categorias de geladeiras existentes no mercado. c) O IPI constitui uma exceção à regra geral da legalidade, já que o Poder Executivo pode, a qualquer momento, baixar ou restabelecer as suas alíquotas. d) A não-cumulatividade, outra característica do IPI, visa impedir que as incidências sucessivas nas diversas operações da cadeia econômica de um produto impliquem um ônus tributário muito elevado, decorrente da múltipla tributação da mesma base econômica.

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e) A extrafiscalidade consiste na possibilidade de, por meio de alíquotas diferenciadas, estimular-se determinado comportamento por parte da indústria e, consequentemente, dos consumidores. Comentários

Questão onde o examinador busca verificar o conhecimento das características inerentes ao IPI. No caso em questão, podemos observar que as alterações ocorridas no imposto (redução das alíquotas) não visam ao aumento da arrecadação, mas ao estímulo do consumo de determinados bens, aqueles que consomem menos energia elétrica.

Trata-se, portanto, do caráter extrafiscal do tributo. Nesse aspecto o tributo é utilizado como forma de regular algum setor econômico ou social.

Gabarito: E.

Questão 11 – (FCC) Auditor de Contas Públicas – TCE PB/2006 São tributos vinculados: a) a taxa, o imposto e a contribuição de melhoria. b) a taxa e os impostos diretos. c) os impostos diretos e os indiretos. d) a contribuição de melhoria e os impostos indiretos. e) a taxa e a contribuição de melhoria.

Comentários

Acabamos de estudar a classificação dos tributos quanto ao objetivo. Há diversas classificações doutrinárias para os tributos, levando em consideração vários aspectos. Veremos cada uma na ocasião mais adequada.

Nesta questão, especificamente, foi cobrada uma classificação que leva em consideração o fato gerador do tributo, mais precisamente a atuação estatal na situação que dá origem ao surgimento do tributo. Assim, temos:

VINCULADOS: são os tributos em que o fato gerador ocorre em função de alguma ação estatal relativa ao contribuinte. É o caso das taxas pela prestação de algum serviço público, como taxa de coleta de lixo, por exemplo. Note, prezado aluno, que houve uma ação do Estado para fazer surgir o tributo, sendo, portanto, classificado como vinculado.

Grande parcela da doutrina costuma chamar os tributos vinculados de contraprestacionais, em virtude da contraprestação estatal que

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gera a sua cobrança. Classificam-se nesta categoria as taxas e as contribuições de melhoria.

NÃO-VINCULADOS: são os tributos que surgem devido a alguma ação do próprio contribuinte, independente de qualquer ação do Estado. É o caso dos impostos. Tomemos como exemplo o imposto de renda. Você recebe o seu suado salário já com o desconto do imposto retido na fonte. Mas o que o Estado fez em troca para que surgisse para você a obrigação de pagar o imposto? Absolutamente, nada!

Perceba que os impostos, tributos não-vinculados, são citados em quatro alternativas. Podemos, então, assinalar como resposta a alternativa E.

ATENÇÃO!!!!!!!

Não podemos confundir a classificação dos tributos em vinculados e não-vinculados com a que define os tributos de arrecadação vinculada e não-vinculada.

A classificação dos tributos leva em consideração à influência ou não do Estado no fato que deu origem à cobrança do tributo.

A outra classificação define o destino da receita arrecadada. Não se trata mais de tributo, pois o destino da arrecadação é objeto do Direito Financeiro e não Tributário.

A classificação quanto ao destino da receita estabelece os tributos de arrecadação vinculada e arrecadação não-vinculada.

TRIBUTOS DE ARRECADAÇÃO VINCULADA: são aqueles cujos recursos arrecadados têm uma destinação específica e não podem ser utilizados livremente pelo ente tributante. Temos como exemplo os empréstimos compulsórios.

TRIBUTOS DE ARRECADAÇÃO NÃO-VINCULADA: são aqueles em que o ente tributante é livre para aplicar os recursos arrecadados da forma que melhor entender. É o caso dos impostos.

Questão 12 – (FCC) Procurador TCE – CE/2006

São características comuns aos impostos, taxas e contribuições de melhoria: a) todos têm competência comum. b) todos são vinculados a uma prévia atividade estatal. c) todos têm sempre relação com serviço público. d) todos são compulsórios. e) todos se submetem ao princípio da anterioridade nonagesimal, sem exceção.

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Comentários

Nós estudamos que, para ser considerada tributo, a prestação deve atender a todos os requisitos previstos no art. 3º do CTN.

Nessa linha, a própria Constituição Federal estabelece em seu art. 145:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

I – impostos;

II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.”

Da mesma forma, o CTN, em seu art. 5º, estabelece que “os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria”. O Código adotou a classificação tradicional, existente à época da sua edição.

Isso já é suficiente para respondermos a questão.

Sendo tributos, impostos, taxas e contribuição de melhoria têm em comum as características traçadas no art. 3º do CTN. Assim, temos por correta a alternativa D.

Porém, cabe aqui um estudo mais detalhado sobre o tema.

A definição no caput do art. 145 da CF/88 e o disposto no art. 5º do CTN levou uma parcela da doutrina a aceitar que as espécies tributárias são apenas três: impostos, taxas e contribuições de melhoria. É o que se costuma chamar de teoria tripartite ou tripartida.

Contudo, há outra corrente que defende que as espécies tributárias não são apenas três, mas cinco. Essa parcela da doutrina argumenta que, além das três espécies citadas no art. 145, há a previsão para a instituição de duas outras espécies: o empréstimo compulsório e as contribuições sociais, definidos nos art. 148 e 149 da CF, respectivamente. Daí surge a teoria pentapartida.

A segunda corrente tornou-se dominante em nosso ordenamento após decisões do STF defendendo a pentapartição das espécies tributárias. Vejamos o entendimento da Corte Suprema no julgamento do RE 146.733-9/SP, no voto condutor do Min. Moreira Alves:

“De efeito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria) a que se refere o art. 145 para declarar que são competentes para instituí-los a União, os Estados, o Distrito Federal e os

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Municípios, os artigos 148 e 149 aludem a duas outras modalidades tributárias, para cuja instituição só a União é competente: o empréstimo compulsório e as contribuições sociais, inclusive as de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas.”

Assim, a segunda corrente ganhou força e tem sido a adotada atualmente, sendo amplamente cobrada em provas de concurso público. A FCC adota esta corrente.

No entanto, também pode ser cobrada a teoria tripartite, situação em que, geralmente, se exige apenas o conhecimento da teoria.

Questão 13 – (FGV) Fiscal de Rendas – RJ/2007 O art. 5º do Código Tributário Nacional determina que os tributos se dividem em: a) impostos, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. b) impostos, taxas, contribuições sociais e contribuições de melhoria. c) impostos, taxas, contribuições sociais, contribuições de melhoria e empréstimos compulsórios. d) impostos, taxas, contribuições sociais e empréstimos compulsórios. e) impostos, taxas e contribuições de melhoria. Comentários

Questão que requer bastante atenção do candidato. Apesar da aparência simples do enunciado, precisamos identificar o que se pede.

Devemos, então, ficar atentos para visualizar se é cobrada a literalidade da lei, entendimento doutrinário ou jurisprudência. É a partir daí que podemos responder ao que se pede.

Nessa questão, o enunciado é bem taxativo: “O art. 5º do Código Tributário Nacional determina”.

Observe que o enunciado pede a definição do CTN. Pedindo dessa forma, temos que nos desprender do que diz a doutrina ou a jurisprudência. Devemos, então, seguir à risca o que diz a lei.

Numa primeira análise, um candidato que conhece as teorias tripartite e pentapartida e sabe que hoje predomina esta última, poderia marcar de forma precipitada a alternativa “C”.

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No entanto, a questão pede a letra da lei e, segundo o art. 5º do CTN, as espécies tributárias são apenas os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria.

Gabarito: E.

Questão 14 – (FCC) Auditor Fiscal - SEFAZ – RO/2010

Para se identificar a natureza jurídica específica de um tributo considera-se, em regra, a) a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes. b) os efeitos dos atos jurídicos efetivamente ocorridos. c) a denominação e demais características formais adotadas pela lei. d) o fato gerador da respectiva obrigação tributária. e) a destinação legal do produto de sua arrecadação.

Comentários

Acabamos de estudar que são cinco as espécies tributárias, de acordo com a teoria pentapartida. Mas como identificar em que espécie se enquadra um determinado tributo?

É verdade que a própria lei que institui o tributo já lhe dá um nome: imposto sobre serviços de qualquer natureza, taxa de coleta de lixo, etc. Entretanto, embora a lei dê um nome ao tributo, não podemos garantir que o que a lei chamou de taxa, por exemplo, é realmente uma taxa. Isso porque o CTN estabelece em seu art. 4º:

“Art. 4º. A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:

I – a denominação e demais características formais adotadas pela lei.

II – a destinação legal do produto da sua arrecadação.”

Observamos, portanto, que, embora a lei dê um nome de taxa a um tributo que está sendo criado, é pelo fato gerador que o identificamos.

Fato gerador é o evento previsto na lei instituidora do tributo que, uma vez ocorrendo no caso em concreto, gera para o contribuinte o dever de pagar. Tomemos como exemplo uma lei que institui uma taxa de vigilância sanitária. Na lei está previsto que o fato gerador é a fiscalização da equipe de vigilância sanitária, após o requerimento do contribuinte, solicitando uma vistoria, visando à emissão do alvará de funcionamento da empresa. Acontecendo no mundo real a vistoria no estabelecimento do contribuinte, teremos então por ocorrido o fato gerador do tributo.

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Conforme exposto acima, o CTN define que é pelo fato gerador que se determina a natureza jurídica do tributo, não importando o nome que a lei lhe conferiu, nem a destinação do produto da arrecadação deste tributo. Assim, o que a lei chamou de taxa pode ser, na verdade, um imposto disfarçado, caso seu fato gerador seja típico de imposto.

ATENÇÃO!!!!!!!

Essa é a regra geral, definida no art. 4º do CTN, que vale, sem ressalvas, para os impostos, as taxas e contribuições de melhoria. Esses tributos têm fatos geradores bem característicos, como veremos na análise de cada um deles, mais adiante.

Não obstante, parcela da doutrina defende que as contribuições especiais e os empréstimos compulsórios podem apresentar fatos geradores que, muitas vezes, se assemelham aos de impostos. Por conseguinte, ficaria difícil determiná-los apenas pela análise do fato gerador. Por isso, a própria CF/88 elegeu a destinação legal do produto da arrecadação destas espécies como elemento diferenciador.

Resumindo: para os impostos, taxas e contribuições de melhoria, vale todo o art. 4º do CTN. Já para as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios, deve haver uma análise, também, da destinação da arrecadação. A partir desses preceitos, algumas bancas evoluíram e passaram a cobrar essa interpretação em questões de prova.

Em provas de concursos públicos, esse tema pode ser abordado de três formas:

� Exigindo a literalidade do art. 4º do CTN. Essa tem sido a forma cobrada pela FCC na maioria das suas provas, onde a resposta é: a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador, não importando a denominação, as formalidades ou o destino da arrecadação.

� Em outras questões, exige-se que o candidato analise a situação e conclua que a natureza jurídica do tributo é determinada mediante um confronto entre o fato gerador e a base de cálculo. Isso se deve ao fato de a base de cálculo representar o aspecto que dimensiona o fato gerador, ou seja, o quantifica, o representa em termos numéricos e, por isso, deve guardar relação com este.

� Numa última hipótese, pode ser cobrada a interpretação de que para as contribuições sociais e os empréstimos compulsórios, faz-se necessária, também, a verificação da destinação legal da arrecadação como elemento diferenciador.

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De volta à analise da questão, verificamos que não é mencionada nenhuma espécie tributária. Ou seja, a FCC está cobrando a literalidade do art. 4º do CTN.

Gabarito: D.

Questão 15 – (FCC) Procurador do Estado – SE/2005 A natureza jurídica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo a) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características formais adotadas pela lei b) relevante para qualificá-la apenas a destinação legal do produto da arrecadação c) relevantes para qualificá-la apenas a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da arrecadação d) relevante para qualificá-la apenas a correta destinação do valor arrecadado e) irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei e a destinação legal do produto da arrecadação Comentários

Sempre que nos depararmos com questões que abordam esse assunto, devemos analisar, além do enunciado, as alternativas.

O objetivo é verificar se está sendo cobrada a literalidade do art. 4º do CTN ou interpretação diversa.

Nessa questão, observamos que o enunciado não faz menção a nenhuma espécie de tributo, sendo transcrição do caput do art. 4º do CTN. Ademais, nas alternativas, a banca utilizou os incisos do mesmo artigo, fazendo certo trocadilho com as palavras.

Resultado da análise: a banca exige o conhecimento da literalidade do art. 4º do CTN. Por isso, devemos marcar que a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador, sendo irrelevantes para qualificá-la a denominação e demais características formais adotadas pela lei, bem como a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Gabarito: E.

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Questão 16 – (FCC) Auditor de Contas Públicas TCE – PB/2006 À luz da Constituição Federal vigente, a destinação do produto da arrecadação do tributo é: a) irrelevante em qualquer hipótese b) relevante, em se tratando de taxa de segurança pública c) relevante, em se tratando de empréstimo compulsório d) relevante, em se tratando de imposto e) irrelevante, em se tratando de contribuição confederativa Comentários

Selecionei estas questões em sequência para consolidar o que tratamos acima: quando nos depararmos com questão que aborde esse assunto (natureza jurídica do tributo), faz-se necessária a análise do enunciado e das alternativas.

Observe que as questões foram elaboradas pela mesma banca (FCC) e com apenas um ano de intervalo entre elas. No entanto, apresentou posicionamentos distintos. Logo, não podemos definir que tal banca apresenta determinado posicionamento sobre este tema como verdade universal. Devemos, sim, analisar o enunciado e as alternativas. Vejamos:

Analisando o enunciado, constatamos que ele não faz referência ao CTN, e sim à CF/88, questionando apenas sobre o destino da arrecadação. Indo para as alternativas, podemos ver que elas citam várias espécies de tributos, sem citar todos os elementos contidos no art. 4º do CTN (denominação e demais características formais).

Isso leva à conclusão de que, pelo regramento constitucional, os empréstimos compulsórios e contribuições sociais diferenciam dos impostos e das taxas não apenas pelo fato gerador, mas pelo destino da arrecadação.

Gabarito: C.

Vale lembrar, caro aluno, que devemos estar atentos. Não podemos nos precipitar em questões desse assunto. As bancas têm evoluído e adotado entendimentos diversos. Uma questão que ilustra de forma perfeita esta interpretação que vem sendo adotada foi elaborada pelo CESPE, no concurso para Juiz Federal- TRF/5, em 2006:

“Consoante o CTN, a natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo irrelevantes, para qualificá-la, tanto a denominação e demais características formais adotadas pela lei quanto a destinação legal do produto da arrecadação. Todavia, com o advento da Constituição de 1988, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais assumiram o status de espécies tributárias. Algumas dessas exações,

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todavia, têm fato gerador idêntico ao dos impostos, o que torna inaplicável a citada regra do CTN.” ITEM CORRETO

Questão 17 – (CESPE) Analista - SEBRAE/2010 Julgue a assertiva. Para se distinguir um imposto de uma taxa ou de uma contribuição, é fundamental examinar o fato gerador do tributo, bem como a destinação legal do produto da sua arrecadação. Comentários

Questão interessantíssima do CESPE.

Vimos que as bancas têm se direcionado para o entendimento de que os empréstimos compulsórios e contribuições sociais diferenciam dos impostos e das taxas não apenas pelo fato gerador, mas pelo destino da arrecadação.

No entanto, para diferenciar impostos, taxas e contribuições de melhoria, vale a regra geral do art. 4º do CTN, ou seja, examinar o fato gerador. O erro da assertiva está em definir que para diferenciar impostos de taxas deve-se examinar o destino da arrecadação.

Questão 18 – (FCC) Agente Legislativo (Direito) - SP/2010

Existem inúmeras classificações para os tributos. Duas podem ser citadas como muito usuais. A primeira considera o tributo como vinculado e não vinculado. A outra considera o tributo quanto à destinação específica do produto da arrecadação. Recebe a classificação como não vinculado e sem destinação específica do produto da arrecadação a) o imposto. b) a taxa. c) a contribuição de melhoria. d) o empréstimo compulsório. e) as contribuições especiais.

Comentários

Reza o art. 16 do Código Tributário Nacional:

“Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.”

A própria definição de imposto, expressa no CTN, coincide com o conceito de tributo não-vinculado, que vimos na questão 10. Ou

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seja, o imposto surge não pela atuação estatal em relação ao contribuinte, mas por uma manifestação do próprio contribuinte.

Aliás, na própria questão 10 fizemos a diferenciação entre tributo vinculado e não-vinculado e tributo de arrecadação vinculada e não-vinculada.

Constata-se, pela análise das várias formas de incidência dos impostos, que em nenhum deles está presente a atividade estatal relativa ao contribuinte. Em todas elas, o fato gerador é sempre algo relacionado à ação ou ao patrimônio do contribuinte.

No que diz respeito ao destino da arrecadação, o imposto é tributo de arrecadação não-vinculada, eis que o ente tributante pode aplicar o valor arrecadado onde achar mais conveniente e oportuno, por força do disposto no art. 167, IV, da CF/88, que veda a vinculação da receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Gabarito: A.

Questão 19 – (ESAF) APOF SEFAZ– SP/2009 O princípio da capacidade contributiva: a) aplica-se somente às contribuições b) não se aplica às penalidades tributárias c) aplica-se somente aos impostos d) aplica-se indistintamente a todas as espécies tributárias e) é atendido pela progressividade dos impostos reais Comentários

Questão bastante interessante. A ESAF exigiu muito além da literalidade da Constituição Federal, cobrando aspectos doutrinários e jurisprudenciais. Vejamos:

O art. 16 do CTN, ao definir imposto, está em plena consonância com o art. 145, § 1º, da CF:

“Art. 145. §1º. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à Administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.”

Temos aqui o famoso princípio da capacidade contributiva. Com base nesse preceito constitucional, os impostos, sempre que possível, devem levar em consideração o nível de manifestação da “riqueza” que está sendo tributada, apresentando caráter pessoal. No imposto

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de renda, por exemplo, vários aspectos pessoais são levados em consideração.

No entanto, como o próprio texto constitucional estabelece, nem sempre isso será possível. Isso porque na ocorrência do fato gerador de alguns impostos não será razoável levar em consideração aspectos pessoais dos contribuintes. Vale observar, então, uma importante classificação dos impostos em IMPOSTOS PESSOAIS e IMPOSTOS REAIS.

Os IMPOSTOS PESSOAIS são aqueles em que, de acordo com os preceitos constitucionais, devem ser levados em consideração os aspectos pessoais do contribuinte, mais especificamente o patrimônio, os rendimentos e a atividade econômica. É o caso do imposto de renda, que considera, por exemplo, a quantidade de dependentes, as despesas com educação e saúde, entre outros aspectos. Dessa forma, duas pessoas que obtenham a mesma renda (fato gerador do imposto de renda) podem ser tributadas de formas diferentes, já que serão levados em consideração os aspectos pessoais de cada contribuinte.

Como a própria CF/88 define, nem sempre é possível adotar critérios pessoais na cobrança do imposto. Vamos imaginar uma colega concurseira que se preparou tanto para aquele concurso de fiscal, saiu o resultado e lá está o nome dela na lista. Que felicidade! Com a nomeação e após o primeiro salário (não necessariamente), a nossa amiga vai ao shopping comemorar e gasta, nada menos, que 80% do seu primeiro salário com roupas, sapatos, perfumes, etc. Presente mais do que merecido após meses de estudo. Agora imaginemos se, no momento de pagar as compras, a vendedora iria fazer uma série de perguntas à nossa colega, do tipo: “Você tem dependentes?”; “Gasta quanto com plano de saúde?”; “Paga faculdade?”. Não mesmo!!!

Concluímos então que, ao pagar o ICMS das compras, nenhum aspecto pessoal foi levado em consideração. O ICMS pago naquele sapato é o mesmo para um rico empresário e para um trabalhador que juntou anos aquele valor para dar um presente à esposa.

Estamos diante de um IMPOSTO REAL, pois incide sobre bens e não leva em consideração aspectos pessoais do contribuinte.

“Nos impostos sobre a renda e rendimentos (impostos pessoais), deve ser aplicado o princípio da capacidade contributiva; nos impostos sobre a produção e o consumo (impostos reais), o princípio da seletividade, de acordo com a essencialidade de cada bem produzido ou comercializado. Nessa linha, temos que o princípio da capacidade contributiva e o princípio da seletividade são subprincípios do princípio da igualdade e serão aplicados de acordo com o tipo de

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imposto.” (FERREIRA, Abel Henrique. O Princípio da Capacidade Contributiva frente aos

Tributos Vinculados e aos Impostos Reais e Indiretos. RFDT 06/71. dez/03)

No que diz respeito à aplicação do princípio às espécies tributárias, trago à colação decisão do STF, no voto do Min. Ricardo Lewandowski, ao julgar o RE 573.675, em março de 2009:

“A despeito do art. 145, §1º da CF, que alude à capacidade contributiva, fazer referência apenas aos impostos, não há negar que ele consubstancia uma limitação ao poder de imposição fiscal que informa todo o sistema tributário. É certo, contudo, que o princípio da capacidade contributiva não é aplicável, em sua inteireza, a todos os tributos. [...] Como se sabe, existe certa dificuldade em aplicá-lo, por exemplo, às taxas, que pressupõem uma contraprestação direta em relação ao sujeito passivo da obrigação. Na hipótese das contribuições, todavia, o princípio em tela, como regra, encontra guarida, como ocorre no caso das contribuições sociais previstas no art. 195, I, b e c, devidas pelo empregador.”

Alternativa A – O texto constitucional faz alusão aos impostos. Logo, não há que se falar em aplicação do princípio apenas às contribuições. Alternativa ERRADA.

Alternativa B – Entendeu a ESAF que o princípio não se aplica às multas. As penalidades surgem pelo descumprimento de alguma obrigação. A infração cometida não é diferenciada pelo contribuinte, ou seja, qualquer um pode cometer infrações, revelando capacidade contributiva ou não. Nessa linha, a banca considerou que não seria justo graduar uma penalidade na medida da manifestação de riqueza de cada um. Vimos, anteriormente, que tributo e multa não se confundem. Alternativa CORRETA.

Alternativa C – Apesar de a CF/88 fazer referência apenas aos impostos, em seu art. 145, §1º, a doutrina e a jurisprudência dos tribunais superiores têm admitido a aplicação do princípio às demais espécies tributárias, como decisão do STF acima exposta. Alternativa ERRADA.

Alternativa D – Para comentar esta alternativa, permita-me trazer a lição de José Mauricio Conti: “... o princípio da capacidade contributiva é aplicável a todas as espécies tributárias. No tocante aos impostos, o princípio é aplicável em toda a sua extensão e efetividade. Já no caso dos tributos vinculados, é aplicável restritivamente, devendo ser respeitados apenas os limites que lhe dão os contornos inferior e superior, vedando a tributação do mínimo vital e a imposição tributária que tenha efeitos confiscatórios”. (CONTI,

José Mauricio. Princípios da Capacidade Contributiva e da Progressividade, Dialética, 1996,

p.65). Alternativa ERRADA.

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Alternativa E - Este foi o item mais interessante da questão. Segundo parcela da doutrina, o princípio da seletividade é subprincípio da capacidade contributiva. Por isso considera que a capacidade contributiva dos impostos incidentes sobre produtos e mercadorias (impostos reais) manifesta-se na variação da alíquota em virtude do grau de essencialidade do produto (seletividade). No imposto sobre a renda, revela-se na aplicação de alíquotas mais elevadas às maiores bases de cálculo (progressividade).

Faço apenas uma ressalva para a possibilidade de se adotar a progressividade nos impostos reais. Para que isso ocorra, faz-se necessária a previsão no próprio texto constitucional. É o caso do IPTU, que pode ser progressivo no tempo em função da utilização do imóvel (art. 182, § 4º, II), revelando caráter extrafiscal e, a partir da EC 29/2000, a progressividade em função da base de cálculo (art. 156, § 1º, I). Não havendo previsão constitucional, não se aplica a progressividade a esses impostos. Esse foi o entendimento que a ESAF adotou para considerar o item errado. No entanto, fique atento, pois poderia ser cobrado o fato de se adotar a seletividade nos impostos reais, e não a progressividade. Isso pode ser cobrado em provas futuras. Alternativa ERRADA.

Gabarito: B.

Questão 20 – (ESAF) AFRF/2009 Sobre as taxas, podemos afirmar, exceto: a) o fato gerador da taxa não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado; este exerce determinada atividade, e por isso cobra a taxa das pessoas que dela se aproveitam b) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança de taxa, pode consistir no exercício regular do poder de polícia c) a atuação estatal referível, que pode ensejar a cobrança da taxa, pode consistir na prestação ao contribuinte, ou na colocação à disposição deste, de serviço público específico, divisível ou não d) as atividades gerais do Estado devem ser financiadas com os impostos, e não com as taxas e) o poder de polícia, que enseja a cobrança de taxa, considera-se regular quando desempenhado pelo órgão competente e nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder Comentários

As questões que versam sobre taxa, apesar de bem diretas, costumam cobrar todas as peculiaridades desta espécie tributária. Geralmente, em cada assertiva há uma característica diferente das

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taxas, previstas na CF/88 ou no CTN. Nesse sentido, torna-se necessário estar afiado nos arts. 145, II da CF; e 77 a 79, do CTN.

“CF. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:

(...)

II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;

(...)”

O CTN, transcrevendo o dispositivo constitucional, prevê em seu art. 77:

“Art. 77. As taxas, cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.”

Em seu art. 79, nos ajuda a conceituar cada item previsto no art. 77. Vejamos:

“Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o art. 77 consideram-se:

I – utilizados pelo contribuinte:

a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;

b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em pleno funcionamento;

II – específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas;

III – divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.”

Em seu art. 78, o CTN explica de forma bastante clara o que se considera poder de polícia:

“Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

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Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.”

Analisemos as alternativas.

Alternativa A – Perfeito. A taxa surge em função de uma atividade estatal relativa ao contribuinte. Nesse sentido, revela-se como um fato do Estado e não do contribuinte (que é o caso dos impostos). Guarde bem essa definição, pois pode ser objeto de cobrança em prova.

TAXAS = fato do Estado

IMPOSTOS = fato do contribuinte

Alternativa B – De acordo com o art. 145, II, da CF, a taxa tem por fatos geradores a prestação de serviços públicos ou o exercício regular do poder de polícia. Alternativa correta.

Alternativa C – É certo que o fato gerador da taxa é a prestação de serviços públicos. Entretanto, há que se observar alguns requisitos. O serviço deve ser específico E divisível. Alternativa errada.

Alternativa D – Atenção a esta assertiva. Aqui não está se dizendo que o fato gerador dos impostos são as atividades gerais do Estado. O que a assertiva diz é que, por ser atividade geral, não pode ser financiada pelas taxas, já que esta se destina a custear serviços públicos específicos e divisíveis. Para custear tais atividades, o Estado se vale da arrecadação com os impostos, cuja receita é não-vinculada. Alternativa correta.

Alternativa E – Literalidade do parágrafo único do art. 78 do CTN. Alternativa correta.

Gabarito: C.

Questão 21 – (FCC) Analista de Regulação - CE/2006

Segundo o Código Tributário Nacional, a taxa pode ter como fato gerador a) a prestação de serviço público divisível ou indivisível, prestado efetivamente ao contribuinte ou posto à sua disposição. b) o exercício regular do poder de polícia, desde que específico e divisível, prestado efetivamente ao contribuinte ou posto à sua disposição. c) a realização de obra pública, como por exemplo, pavimentação asfáltica, desde que gere valorização imobiliária ao proprietário do imóvel adjacente à obra.

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d) a prestação de serviço público indivisível, ainda que só colocado à disposição do contribuinte. e) a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.

Comentários

Essa questão requer bastante atenção.

Antes de analisarmos cada uma das alternativas, devemos saber separar as duas possibilidades que ensejam a instituição das taxas:

- Prestação de serviços públicos específicos e divisíveis, cuja utilização poderá ser efetiva ou potencial.

- Exercício regular do poder de polícia.

Alternativa A – Errada. O serviço tem que ser divisível. Não há que se falar em cobrança de taxa para serviços prestados de forma genérica à sociedade, sem que haja possibilidade de mensuração individual.

Alternativa B – Errada. Essa foi a grande pegadinha da questão. Os candidatos mais desatentos tendem a marcá-la. O exercício do poder de polícia que enseja a cobrança da taxa requer a utilização efetiva por parte do usuário. A utilização potencial (bastando que o serviço seja posto à disposição) é aplicável apenas para os serviços públicos e apenas àqueles de utilização compulsória, nos termos do art. 79, I, b, do CTN.

Alternativa C – Errada. A realização de obra pública da qual decorra valorização imobiliária é fato gerador da contribuição de melhoria e não de taxa.

Ademais, há que se observar outro erro na assertiva. A jurisprudência tem se firmado no sentido de que o recapeamento de via pública não implica valorização imobiliária, razão pela qual não dá ensejo à cobrança de contribuição de melhoria. Vejamos:

“O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização imobiliária provocada pela realização de uma obra pública. O recapeamento de via pública já asfaltada não acarreta valorização imobiliária, impossibilitando a cobrança da contribuição de melhoria.” (TAPR, 8ª Câm., AC 73.884-9, Juiz Lopes Noronha, out/95).

Alternativa D – Errada. Como vimos, o serviço público deve ser específico e divisível.

Alternativa E – Correta. Este é um dos fatos geradores da taxa, previsto no art. 145, II, da CF/88.

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Comentários

Questão bastante interessante da FCC, onde são abordados alguns temas que comentamos no nosso estudo das espécies tributárias.

Assertiva I – Errada. Vimos que a taxa de serviço pode ser instituída apenas se atender a todos os requisitos previstos na CF, quais sejam: utilização efetiva ou potencial, serviços específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte os postos à sua disposição. A atividade de segurança pública é prestada a toda sociedade de forma geral, não se trata de um serviço divisível, pois não é possível mensurar o quanto cada um utilizou do serviço. Você seria capaz de quantificar o quanto você já utilizou da segurança pública? Impossível, não é? Logo, não sendo divisível, o serviço não pode ser remunerado mediante taxa.

Nesse sentido, o STF já decidiu que tal atividade deve ser custeada pela arrecadação dos impostos. Note que o serviço de segurança pública não é o fato gerador do imposto. Apenas o produto da arrecadação dos impostos já existentes será destinado, além de outras aplicações, para custear este serviço.

Assertiva II – Correta. Essa é uma das formas de se cobrar a natureza jurídica específica do tributo. Chamamos a atenção para este tipo de interpretação. Como a base de cálculo corresponde ao aspecto dimensível do fato gerador (é ela que o quantifica), deve com este guardar relação. Nesse caso, não estava sendo cobrada a literalidade do art. 4º do CTN.

Assertiva III – Correta. Com efeito, o STJ já decidiu que um contribuinte não poderia cobrar do Município a realização de determinadas obras ou serviços, pelo simples fato de ter pago o IPTU:

“Os impostos, diversamente das taxas, têm como nota característica sua desvinculação a qualquer atividade estatal específica em benefício do contribuinte. Consectariamente, o Estado não pode ser coagido à realização de serviços públicos, como contraprestação ao pagamento de impostos, quer em virtude da natureza desta espécie tributária, quer em função da autonomia municipal, constitucionalmente outorgada, no que se refere à destinação das verbas públicas.” (STJ, 1ªT., REsp 478.958/PR, Rel. Min. Luiz Fux).

Assertiva IV – Conforme previsão nos arts. 77 e 79 do CTN, se o serviço for de utilização compulsória, basta que ele exista e esteja à disposição do contribuinte para ensejar a cobrança da taxa, independentemente de o contribuinte utilizar efetivamente ou não. Assertiva correta.

Gabarito: E.

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Questão 23 – (FCC) – Analista de Controle Externo – TCE GO/2009

Os tributos classificam-se em vinculados e não-vinculados. É exemplo de tributo vinculado, de forma direta, com finalidade de remunerar serviço público: a) o imposto. b) a taxa. c) a contribuição de melhoria. d) a contribuição social. e) o empréstimo compulsório.

Comentários

Diferentemente dos impostos, que constituem tributos não vinculados, as taxas requerem uma ação estatal voltada para o contribuinte. Sendo assim, representam tributos vinculados.

As contribuições de melhoria também constituem tributos vinculados, porém não remuneram serviços públicos, eis que decorrem de obra pública.

Gabarito: B.

Questão 24 – (ESAF) Procurador – DF/2007

O Sistema Tributário Nacional é regido por regras e princípios gerais que estão postos nos artigos 145 a 162 da Constituição Federal. Com base no conteúdo das disposições acima referidas, assinale, entre as opções abaixo apresentadas, a que está correta. a) É inconstitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei n. 7.940, de 1989, haja vista não ser conferido, pelo ordenamento jurídico positivado, poder de polícia à Comissão de Valores Mobiliários. b) O serviço de iluminação pública, pela sua natureza jurídica, deve ser sempre remunerado mediante taxa. c) Os serviços gerais prestados por órgãos de Segurança Pública não podem ser sustentados por taxas. Essa atividade pública, por sua natureza, deve ser retribuída, genericamente, por impostos. d) É inconstitucional lei estadual que cria taxa destinando a arrecadação de seu produto aos serviços de fiscalização da atividade notarial e de registro a órgão público. e) É constitucional a taxa municipal de conservação de estradas de rodagem que tem como base de cálculo a adotada para o imposto territorial rural.

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Comentários

Esta questão exigiu do candidato, além do entendimento geral da matéria, o conhecimento da jurisprudência do STF. Vejamos:

Alternativa A – Errada. A base de cálculo constitui o aspecto quantitativo do tributo. Assim, juntamente com a alíquota aplicável, é quem vai definir o valor a pagar, ou seja, mensurar o valor que será exigido.

Por isso, a base de cálculo deve guardar relação com a situação que constitui o fato gerador da obrigação tributária.

Sabemos que os impostos são exigidos não em função de alguma atividade específica do Estado, mas por uma manifestação de riqueza do contribuinte. Nessa linha, a base de cálculo deve corresponder a essa manifestação de riqueza.

No caso das taxas, a base de cálculo deve guardar relação com o custo que o Estado arcou para a prestação do serviço ou para o desempenho da atividade de polícia.

Por estas razões, a Constituição Federal estabelece em seu art. 145, §2º, que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.

A alternativa versa sobre um caso específico que foi levado à apreciação do STF: a taxa de fiscalização da CVM.

Esta taxa é cobrada das pessoas jurídicas que operam no mercado de renda variável (bolsa de valores), pelo exercício do poder de polícia (fiscalização da CVM).

Ocorre que a base de cálculo dessa taxa é representada por uma tabela que determina um valor fixo de taxa para cada faixa de patrimônio líquido das empresas. Isso suscitou o questionamento da inconstitucionalidade da instituição por ofensa ao art. 145, §2º.

O STF, apreciando o tema, decidiu que:

“A taxa de fiscalização da CVM, instituída pela Lei nº 7.940/89, qualifica-se como espécie tributária cujo fato gerador reside no exercício do poder de polícia legalmente atribuído à Comissão de Valores Mobiliários. A base de cálculo desta típica taxa de polícia não se identifica com o patrimônio líquido das empresas, incorrendo, em consequência, qualquer situação de ofensa à cláusula vedatória inscrita no art. 145, §2º, da Constituição da República. O critério adotado pelo legislador para a cobrança dessa taxa de polícia busca realizar o princípio da capacidade contributiva, também aplicável a essa modalidade de tributo, notadamente quando a taxa tem, como fato gerador o

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exercício do poder de polícia.” (STF, 2ª T., ARegREx 176.382 5/CE, Min. Celso de Mello, mai/00)

Em 2003, o Supremo Tribunal Federal sumulou este entendimento:

Súmula nº 665 – É constitucional a taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários instituída pela Lei 7.940/1989.

Alternativa B – Errado. Segundo o STF, o serviço de iluminação pública não constitui serviço específico e divisível, não podendo, por conseguinte, ser remunerado mediante taxa:

“Tributo de exação inviável, posto ter por fato gerador serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, a ser custeado por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais. Recurso não conhecido, com declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos sob epígrafe, que instituíram a taxa no município.” (STF, RE 233.332 RJ, Min. Ilmar Galvão, mar/99).

Esse entendimento resultou na Súmula nº 670 do STF:

Súmula nº 670 – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa.

É importante, porém, observar que a Emenda Constitucional nº 32/02 conferiu aos municípios a possibilidade de instituição de contribuição específica para este fim (art. 149-A da CF/88).

Alternativa C – Correta. Por se tratar de atividade geral, os serviços de segurança pública não podem ser financiados por taxas, já que estas se destinam a custear serviços públicos específicos e divisíveis. Para custear tais atividades, o Estado se vale da arrecadação com os impostos, cuja receita é não-vinculada.

Assim decidiu o STF:

“Em face do art. 144, caput, V e parágrafo 5º, da Constituição, sendo a segurança pública, dever do Estado e direito de todos, exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através, entre outras, da polícia militar, essa atividade do Estado só pode ser sustentada pelos impostos, e não por taxa, se for solicitada por particular para a sua segurança ou para a de terceiros, a título preventivo, ainda quando essa necessidade decorra de evento aberto ao público”. (ADI

1.942-MC, Rel. Min. Moreira Alves, julgamento em 5 5 1999, Plenário, DJ de 22 10 1999).

Alternativa D – Item bastante específico que exige do candidato conhecimento da interpretação do art. 236, §1º, da CF, adotada pelo STF, no julgamento da ADI 3.151:

“É constitucional a destinação do produto da arrecadação da taxa de fiscalização da atividade notarial e de registro a

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órgão público e ao próprio Poder Judiciário". (ADI 3.151, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 8 6 2005, Plenário, DJ de 28 4 2006.)

Alternativa E – Errado. O item vai de encontro ao enunciado da Súmula nº 596 do STF.

Súmula nº 596 – É inconstitucional a taxa municipal de conservação de estradas e rodagem cuja base de cálculo seja idêntica à do imposto territorial rural.

Vale perceber, contudo, que a vedação prevista no art. 145, §2º, da Constituição, não é apenas no sentido não permitir a criação de taxas com bases de cálculos dos impostos já existentes. Trata-se de proibição para a adoção de qualquer base de cálculo que seja típica de imposto, seja ele existente ou não. Dessa forma, a taxa não pode mensurar a manifestação de riqueza do contribuinte, mas o custo do serviço.

Gabarito: C.

Questão 25 – (FCC) Agente Legislativo (Direito) - SP/2010

Segundo Geraldo Ataliba, "Não há possibilidade jurídica de confusão entre taxa e preço. Nem há, como muitos supõem, liberdade do legislador em converter uma na outra e vice-versa. Juridicamente, são coisas reciprocamente repelentes e excludentes". Partindo deste pressuposto, é traço distintivo entre taxa e preço público o fato da taxa a) remunerar obra pública e o preço remunerar serviço público prestado pelo Poder Público sem exclusividade. b) ser fixada contratualmente e o preço ser fixado por decreto. c) ser receita originária de natureza tributária e o preço ser receita derivada de natureza não tributária. d) remunerar serviço público prestado pelo Poder Público e o preço remunerar serviço público delegado a particular. e) remunerar poder de polícia e o preço remunerar serviço público indivisível.

Comentários

Primeiramente, cumpre-nos diferenciar as modalidades de serviços públicos.

Há os serviços públicos tipicamente estatais, prestados diretamente pelo Poder Público e os serviços públicos que não são tipicamente estatais, os quais são delegados pelo Poder Público e prestados por concessionárias. Os primeiros são remunerados mediante taxa. Já os últimos, devem ser remunerados por meio de tarifa ou preço público.

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Uma lição que faz uma diferenciação perfeita entre taxa e preço público é apresentada por Leandro Paulsen:

“Deve-se ter bem presente a diferença entre taxa e preço público. Aquela é tributo, sendo cobrada compulsoriamente por força da prestação de serviço público de utilização compulsória ou do qual, de qualquer maneira, o indivíduo não possa abrir mão. O preço público, por sua vez, não é tributo, constituindo, sim, receita originária decorrente da contraprestação por um bem, utilidade ou serviço numa relação de cunho negocial em que está presente a voluntariedade (não há obrigatoriedade do consumo). A obrigação de prestar, pois, em se tratando de taxa, decorre direta e exclusivamente da lei, enquanto, em se tratando de preço público, decorre da vontade do contratante. Por ter suporte no poder de tributar do Estado, submetendo os contribuintes de forma cogente, a exigência das taxas está sujeita às limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150 da CF: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade, vedação ao confisco). A fixação de preço público, de outro lado, independe de lei; não sendo tributo, não está sujeito ás limitações do poder de tributar.” (PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 12ª ed. Livraria do Advogado, 2010, p. 23) (grifos acrescidos)

Podemos, então, esquematizar essas diferenças:

Vejamos cada uma das alternativas.

Alternativa A – Errada. A taxa não remunera obra pública.

Alternativa B – Errada. A taxa decorre de lei e não de contrato.

Alternativa C – Errada. A taxa é tributo, portanto, receita derivada e não originária, que é o caso do preço público.

Alternativa D – Correta. Essa é uma das diferenciações entre taxa e preço público. A taxa somente pode ser instituída quando o serviço for prestado pelo Estado.

Alternativa E – Errada. A taxa pode remunerar o custo do exercício do poder de polícia, mas não é a única hipótese. Além disso, o preço

PREÇO PÚBLICO

- Não é tributo - Decorre de contrato - Depende da vontade - Não se sujeita às limitações constitucionais ao poder de tributar

TAXA

- É tributo - Decorre de lei - É compulsório - Sujeita às limitações constitucionais ao poder de tributar

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público remunera serviço divisível, porém não prestado pelo Estado, mas por particular delegado.

Gabarito: D.

Questão 26 – (FCC) Juiz Substituto – TJ AP/2009

Será remunerada por taxa a prestação a) efetiva ou compulsória do serviço de coleta de lixo domiciliar. b) efetiva do serviço de calçamento de logradouros. c) compulsória do serviço de iluminação pública. d) compulsória do serviço de limpeza das vias e logradouros públicos. e) efetiva de uso de bem público.

Comentários

Conforme estudamos, a taxa poderá ter como fatos geradores a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição.

Cumpre observar que, nos termos do art. 79 do CTN, a utilização potencial ocorre quando o serviço é de utilização compulsória e é posto à disposição do contribuinte.

Assim, ainda que o contribuinte se recuse a utilizar este tipo de serviço, deverá pagar a taxa correspondente, pois se considera que houve a utilização potencial.

É o que ocorre com o serviço de coleta domiciliar de lixo. “Mas, professor! E seu eu mesmo fizer a coleta seletiva do meu lixo e levar diretamente para uma associação de reciclagem??? Ainda assim terei que pagar a taxa???”

Sim, meu amigo! O serviço de coleta de lixo é de utilização compulsória. Caso contrário, se você, que está trancado em casa só estudando para o concurso, esqueceu do mundo, mas continua gerando lixo, não utilizar o serviço e deixar o lixo acumular até o dia da prova, estará convidando uma série de insetos a participar dos seus estudos, não acha? Isso não seria agradável para os seus vizinhos. Por isso, este serviço é de utilização compulsória.

Alternativa A – Correta.

Alternativa B – Errada. O serviço de calçamento é prestado a toda sociedade de forma indivisível. Não há como mensurar o valor do que foi prestado a cada pessoa isoladamente. Logo, não está sujeito à remuneração por meio de taxa.

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Alternativa C – Errada. Segundo o STF, o serviço de iluminação pública não constitui serviço específico e divisível, não podendo, por conseguinte, ser remunerado mediante taxa, vide Súmula nº 670.

Alternativa D – Errada. Bastante atenção a este item. Acabamos de ver que o serviço de coleta domiciliar de lixo, por ser de utilização compulsória, é remunerado por taxa, mesmo não sendo utilizado pelo contribuinte. Porém, sobre o serviço de limpeza e conservação de vias públicas, o STF já decidiu:

“Tratando-se de taxa vinculada não somente à coleta domiciliar de lixo, mas também, à limpeza de logradouros públicos, que é serviço de caráter universal e indivisível, é de se reconhecer a inviabilidade de sua cobrança.” (STF, Plenário,

EDivED 256.588, Min. Ellen Grace, mar/03).

Alternativa E – Errada. O uso de bem público não representa prestação de serviço nem exercício do poder de polícia. Assim, não há que se falar em instituição de taxa.

Gabarito: A.

Questão 27 – (FCC) Procurador – SP/2008

Determinado Município institui taxa de piscina cujo aspecto material da hipótese de incidência é ter piscina em imóvel localizado dentro do Município. A base de cálculo desta taxa é a dimensão em metros quadrados da piscina e a alíquota é de R$ 1,00 por metro quadrado de piscina. O contribuinte é o proprietário do imóvel que possui piscina. Esta taxa a) será devida, por se tratar de uma taxa de polícia, decorrente da fiscalização que o Poder Público tem que realizar na construção de piscinas. b) será devida, por se tratar de uma taxa de serviço, decorrente da prestação efetiva do serviço de água tratada fornecida para manter a piscina. c) não será devida, por não ser admitida taxa com alíquota em espécie. d) não será devida, porque não decorre de exercício regular de poder de polícia ou de prestação de serviço público, sendo fato gerador de imposto. e) não será devida, porque a competência para instituição desta taxa é da União e não do Município.

Comentários

Vamos analisar a situação proposta.

Foi instituída uma taxa cujo fato gerador é ter piscina. Esse fato gerador não está previsto como uma das situações que ensejam a instituição da taxa, quais sejam, a prestação de serviços públicos e o exercício do poder de polícia. Estamos diante, portanto, de um fato

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do contribuinte (manifestação de riqueza) e não do Estado (contraprestação). Logo, há que ser remunerada por impostos e não por meio de taxa.

Além disso, a sua base de cálculo é a área da piscina. Essa exação ofende o disposto no art. 145, §2º, da Constituição Federal, eis que a área da piscina guarda relação com o patrimônio do contribuinte, com sua manifestação de riqueza, base de cálculo típica de imposto.

Gabarito: D.

Questão 28 – (FCC) Analista Judiciário – TRF 2ª/2007

No que diz respeito às taxas é certo que, a) é facultativa e também leva em conta a realização de obra ou serviço público, de que decorra valorização imobiliária. b) seu fato gerador poderá ser uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. c) podem, em certos casos, ter base de cálculos idêntica a dos impostos, e ser calculadas em função do capital das empresas. d) tem como fato gerador, além de outros elementos, o exercício regular do Poder de Polícia. e) sua hipótese de incidência não é vinculada, salvo quando criada no caso de investimento público urgente e de relevante interesse estatal. Comentários

Alternativa A – Errada. A taxa, sendo espécie de tributo, é compulsória e não facultativa. Além disso, não decorre de obra pública. Este fato gerador diz respeito à contribuição de melhoria.

Alternativa B – Errada. O fato gerador da taxa é uma ação do Estado voltada para o contribuinte. Representa, portanto, um tributo contraprestacional. O que a alternativa apresenta é o conceito de imposto.

Alternativa C – Errada. O art. 145, §2º, da Constituição Federal estabelece que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. A alternativa contraria ainda o disposto no parágrafo único do art. 77 do CTN, segundo o qual, a taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.

Alternativa D – Correta. As situações que podem ensejar a cobrança da taxa são o exercício regular do poder de polícia e a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados aos contribuintes ou postos á sua disposição, conforme art. 145, II, da CF/88.

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Alternativa E – Errada. A hipótese de incidência da taxa é vinculada, ou seja, o fato gerador representa uma ação do Estado em favor ou no interesse do contribuinte. Além disso, o tributo criado no caso de investimento público urgente e de relevante interesse nacional (e não estatal) é o empréstimo compulsório e não a taxa.

Gabarito: D.

Questão 29 – (FCC) Defensor Público – SP/2006

Considere as afirmações: I. O tributo encontra fundamento de validade na competência tributária da pessoa política, não havendo necessidade, para que ele seja instituído e cobrado, de que o Poder Público desenvolva, em relação ao contribuinte, qualquer atividade específica. II. A Constituição Federal estabelece que, nos serviços públicos específicos e divisíveis, a cobrança da taxa deve ser baseada na utilização, efetiva ou potencial dos serviços pelo contribuinte. III. A Constituição Federal traz expressa no seu texto a previsão de contribuição, que por certo tem natureza tributária, obedece ao regime jurídico tributário e possui uma única modalidade que é a contribuição social. SOMENTE está correto o que se afirma em a) I e II. b) I e III. c) II e III. d) II. e) III.

Comentários

Item I – Errado. A assertiva diz que todos os tributos são não-vinculados, ou seja, que todas as espécies independem de atividade específica do Estado. Isso não é correto, eis que esta é característica marcante dos impostos e não de todos os tributos.

Item II – Correto. Essa é a previsão do art. 145, II, da Constituição Federal.

Item III – Errado. Além das contribuições sociais, a Constituição prevê a instituição de outras contribuições: de intervenção, corporativas e de iluminação pública.

Gabarito: D.

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Questão 30 – (FCC) Analista de Regulação – CE/2006

Taxa e preço público são institutos distintos. A taxa a) é um tributo decorrente de atividade prestada de forma direta pelo Poder Público; enquanto o preço público ou tarifa remunera o concessionário de serviço público. b) é classificada como receita originária; enquanto o preço público como receita derivada. c) a taxa e o preço público podem ser cobrados por pessoas jurídicas de direito privado mesmo quando estas não sejam delegadas de serviço público. d) remunera exercício de serviço outorgado a particular; enquanto o preço público decorre de exercício de atividade prestada exclusivamente pelo Poder Público. e) não depende de lei para ser instituída ou majorada, ao contrário do preço público, que se submete ao princípio da legalidade.

Comentários

Alternativa A – Correta. A taxa é tributo e somente pode ser exigida quando o serviço for prestado pelo Poder Público, de forma direta. Já o preço público remunera o serviço prestado por concessionárias.

Alternativa B – Errada. Sendo tributo, a taxa representa receita derivada. Por outro lado, o preço público constitui receita originária, eis que decorre de vontade do usuário.

Alternativa C – Errada. A taxa é tributo. Em decorrência, deve ser cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada e não por pessoas jurídicas de direito privado. Além disso, os preços públicos somente são exigidos por empresas delegadas de serviços públicos, caso contrário, estaríamos diante de prestação comum de serviços.

Alternativa D – Errada. É exatamente o contrário, conforme comentamos na alternativa A.

Alternativa E – Errada. A taxa, por constituir espécie tributária somente pode ser instituída por lei. O preço público, por sua vez, não sendo tributo, não se sujeita às limitações constitucionais ao poder de tributar.

Permitam-me trazer novamente a diferenciação entre taxa e preço público apresentada na questão 25:

“Deve-se ter bem presente a diferença entre taxa e preço público. Aquela é tributo, sendo cobrada compulsoriamente por força da prestação de serviço público de utilização compulsória ou do qual, de qualquer maneira, o indivíduo não possa abrir mão. O preço público, por sua vez, não é tributo, constituindo, sim, receita

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originária decorrente da contraprestação por um bem, utilidade ou serviço numa relação de cunho negocial em que está presente a voluntariedade (não há obrigatoriedade do consumo). A obrigação de prestar, pois, em se tratando de taxa, decorre direta e exclusivamente da lei, enquanto, em se tratando de preço público, decorre da vontade do contratante. Por ter suporte no poder de tributar do Estado, submetendo os contribuintes de forma cogente, a exigência das taxas está sujeita às limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 150 da CF: legalidade, isonomia, irretroatividade, anterioridade, vedação ao confisco). A fixação de preço público, de outro lado, independe de lei; não sendo tributo, não está sujeito ás limitações do poder de tributar.” (PAULSEN,

Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 12ª ed. Livraria do Advogado, 2010, p. 23) (grifos acrescidos)

Gabarito: A.

Questão 31 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SP/2006

Em relação às taxas, o nosso ordenamento jurídico, expressamente, dispõe: a) As taxas poderão ter base de cálculo própria de impostos. b) A União, os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir taxa para o custeio do serviço de iluminação pública. c) Os créditos tributários relativos a impostos incidentes sobre a propriedade e a taxas pela prestação de serviços referentes a tal propriedade sub-rogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes. d) As taxas têm como fato gerador a utilização efetiva ou potencial do poder de polícia ou o exercício regular do serviço público específico e indivisível. e) Ao se referir à imunidade recíproca, a Constituição Federal veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir taxas e impostos uns dos outros.

Comentários

Alternativa A – Errada. Há vedação expressa na Constituição Federal, no sentido de que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos (art. 145, §2º).

Alternativa B – Errada. O STF declarou a inconstitucionalidade da instituição de taxas para custeio do serviço de iluminação pública. Entendeu a Corte Suprema que este serviço não é divisível, razão pela qual é incabível sua remuneração mediante taxa. Atualmente, o art. 149-A da Constituição Federal permite o custeio do serviço mediante contribuição específica.

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b) tributo. c) taxa de serviço público. d) contribuição de melhoria. e) preço compulsório.

Comentários

Estudamos a pouco que uma das diferenças entre taxa e preço público é que as taxas remuneram os serviços públicos tipicamente estatais, prestados diretamente pelo Poder Público, enquanto que os preços públicos remuneram os serviços públicos que não são tipicamente estatais, os quais são delegados pelo Poder Público e prestados por concessionárias.

Nesse sentido, no que diz respeito ao pedágio, o entendimento dominante é que terá natureza tributária, da espécie taxa, apenas quando explorado diretamente pelo ente tributante, pois, como visto, o tributo é prestação cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Não há que se falar em natureza tributária do pedágio quando este for cobrado por concessionária.

Gabarito: A.

Questão 33 – (FCC) TJ AP/2011

O tributo que tem por fato gerador o exercício regular do poder de polícia, como, por exemplo, a fiscalização dos serviços notariais e registrais, é denominado a) imposto. b) taxa. c) contribuição de melhoria. d) emolumento. e) contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica.

Comentários

Conforme estudamos até aqui, a taxa é o tributo que apresenta como um dos possíveis fatos geradores o exercício regular do poder de polícia.

Logo, o tributo cabível seria a taxa.

Apesar de simples, a questão tenta induzir o candidato ao erro. Vejamos. O art. 236 da Constituição federal estabelece que os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Público. Define ainda que lei federal estabelecerá

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normas gerais para fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro.

Isso poderia levar o candidato a pensar em preço público e emolumentos.

Porém, a questão não pede o tributo pelos serviços notariais, mas sim pela sua fiscalização, que é realizada mediante atividade administrativa.

Gabarito: B.

Questão 34 – (FCC) Procurador Judicial - Recife/2008

NÃO se inclui entre as características do tributo contribuição de melhoria: a) ter competência comum para instituição. b) ser vinculada a uma atividade estatal. c) ter por fato gerador a obra pública de que decorre valorização imobiliária. d) ser instituída para fazer frente à obra pública a ser iniciada após sua arrecadação. e) ter por base de cálculo o quantum da valorização dos imóveis adjacentes à obra. Comentários

A Constituição Federal estabelece em seu art. 145, III, que a União, Estados, DF e Municípios poderão instituir contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Com validade nesse dispositivo constitucional, o CTN preceitua:

“Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.”

Depreende-se do texto legal que o fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel, decorrente de obra pública. Dessa forma, não basta o Estado promover a obra próximo ao imóvel. Para fazer jus à cobrança da contribuição, há que ocorrer a valorização do imóvel e que esta seja decorrente da obra.

A contribuição de melhoria apresenta características de um tributo contraprestacional, já que há uma ação estatal relativa ao

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contribuinte, qual seja, a realização da obra. Exatamente por ser contraprestacional, o valor da contribuição deve guardar relação com o custo da obra.

Nesse sentido, o próprio CTN estatui que o valor máximo individual é a valorização decorrente da obra e o limite global (aquele arrecadado da totalidade dos beneficiados) é a despesa realizada pelo ente público.

Esses limites fundamentam a atribuição do princípio do não enriquecimento injusto às contribuições de melhoria. Com base nesse princípio, não seria justo que a totalidade da sociedade arcasse com os custos da obra indiretamente, enquanto que apenas um pequeno grupo foi beneficiado com a valorização imobiliária. Por outro lado, ao estabelecer o limite máximo a ser cobrado, o CTN também veda ao Estado o enriquecimento sem causa, já que não pode arrecadar mais do que foi gasto na obra.

Alternativa A – Correta. Estudaremos competência tributária na nossa próxima aula. A competência comum é aquela que, como o próprio nome diz, é comum a todos os entes federados. Incluem-se nessa competência, portanto, a instituição dos tributos que todos os entes podem instituir. Assim, observando o art. 145 da CF/88, podemos concluir que a competência comum é aquela relativa à instituição de taxas e contribuições de melhoria. Trata-se de competência comum porque a CF não determina qual taxa ou contribuição de melhoria compete a cada ente, podendo ser instituída por quem prestar o serviço, exercer o poder de polícia ou, ainda, executar a obra pública.

Alternativa B – Correta. A contribuição de melhoria apresenta características de um tributo contraprestacional, já que há uma ação estatal relativa ao contribuinte.

Alternativa C – Correta. Este é o fato gerador da contribuição de melhoria, previsto no art. 81 do Código Tributário Nacional.

Alternativa D – Errada. O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel, decorrente de obra pública. Logo, o tributo apenas poderá ser exigido se houver a valorização, o que poderá ser verificado apenas após a conclusão da obra. Dessa forma, não pode a obra ser iniciada após a arrecadação da contribuição.

Alternativa E - Correta. Por ser um tributo contraprestacional, o valor da contribuição deve guardar relação com o custo da obra.

Gabarito: D.

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Questão 35 – (FCC) Auditor – TCE AL/2007

Um dos atributos que diferenciam as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas a) são facultativas, enquanto que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ainda que somente postos à disposição do usuário. b) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. c) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e divisíveis. d) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que somente postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é facultativo. e) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a valorização imobiliária em decorrência da realização de obras públicas.

Comentários

Alternativa A – Errada. A taxa representa espécie tributária e, por isso, é compulsória e não facultativa. A contribuição de melhoria decorre de obra pública da qual resulte valorização imobiliária e não da prestação de serviços.

Alternativa B – Errada. Tanto a taxa como a contribuição de melhoria são tributos contraprestacionais, vale dizer, seus fatos geradores representam uma atividade estatal voltada para o contribuinte.

Alternativa C - Errada. As taxas remuneram os serviços públicos específicos e divisíveis. Já a contribuição de melhoria decorre de obra pública da qual resulte valorização imobiliária.

Alternativa D – Errada. A contribuição de melhoria representa espécie tributária e, por isso, é compulsória e não facultativa.

Alternativa E – Correta. Esta é elemento diferenciador mais notório entre as taxas e contribuições de melhoria, a saber: seus fatos geradores.

Gabarito: E.

Questão 36 – (FCC) Procurador do Estado – PGE SE/2005

Um dos elementos que diferenciam as taxas das contribuições de melhoria é o fato de que as taxas

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a) remuneram serviços públicos específicos e indivisíveis, ao passo que as contribuições de melhoria remuneram serviços públicos específicos e divisíveis. b) não dizem respeito a nenhuma atividade estatal específica, ao passo que as contribuições de melhoria apresentam o atributo da referibilidade. c) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida a realização de obras públicas e a conseqüente valorização imobiliária. d) são cobradas pela prestação de serviços públicos, ainda que apenas postos à disposição do usuário, ao passo que o pagamento das contribuições de melhoria é facultativo. e) remuneram serviços públicos, ao passo que as contribuições de melhoria têm como contrapartida apenas a valorização imobiliária.

Comentários

Questão idêntica à anterior.

Alternativa A – Errada. As taxas remuneram os serviços públicos específicos e divisíveis. Já a contribuição de melhoria decorre de obra pública da qual resulte valorização imobiliária.

Alternativa B – Errada. Tanto a taxa como a contribuição de melhoria são tributos contraprestacionais, vale dizer, seus fatos geradores representam uma atividade estatal voltada para o contribuinte.

Alternativa C - Correta. Este é elemento diferenciador mais notório entre as taxas e contribuições de melhoria, a saber: seus fatos geradores.

Alternativa D – Errada. A contribuição de melhoria representa espécie tributária e, por isso, é compulsória e não facultativa.

Alternativa E – Errada. Não é apenas a valorização imobiliária que constitui o fato gerador da contribuição de melhoria. A valorização tem que decorrer de obra pública. Por exemplo, a construção de um shopping que acabe por valorizar um grupo de imóveis em determinada localidade não ensejará a instituição da contribuição.

Gabarito: C.

Questão 37 – (ESAF) AFTE – PA/2002

Identifique, nas opções abaixo, o tributo cujo fundamento ético-jurídico é o não enriquecimento injusto. a) imposto b) taxa c) empréstimo compulsório

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d) contribuição social e) contribuição de melhoria Comentários

A contribuição de melhoria apresenta características de um tributo contraprestacional, já que há uma ação estatal relativa ao contribuinte, qual seja, a realização da obra. Exatamente por ser contraprestacional, o valor da contribuição deve guardar relação com o custo da obra.

Nesse sentido, o próprio CTN estatui que o valor máximo individual é a valorização decorrente da obra e o limite global (aquele arrecadado da totalidade dos beneficiados) é a despesa realizada pelo ente público.

Esses limites fundamentam a atribuição do princípio do não enriquecimento injusto às contribuições de melhoria. Com base nesse princípio, não seria justo que a totalidade da sociedade arcasse com os custos da obra indiretamente, enquanto que apenas um pequeno grupo foi beneficiado com a valorização imobiliária. Por outro lado, ao estabelecer o limite máximo a ser cobrado, o CTN também veda ao Estado o enriquecimento sem causa, já que não pode arrecadar mais do que foi gasto na obra.

Gabarito: E.

Questão 38 – (FCC) Auditor – TCE SP/2008

Os empréstimos compulsórios a) são tributos instituídos pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal. b) podem ser criados por lei complementar com a finalidade de enxugamento da moeda em circulação na economia, desde que sejam restituídos no prazo de dois anos. c) são instituídos por Decreto, para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública ou guerra externa ou sua iminência. d) podem ser cobrados no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os houver instituído em casos de despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública ou guerra externa. e) são tributos instituídos pela União, por meio de lei ordinária, observando-se o princípio da anterioridade.

Comentários

As questões que versam sobre empréstimos compulsórios, geralmente, costumam cobrar de duas formas: questionando a sua natureza tributária ou explorando as suas características previstas no art. 148 da Constituição Federal.

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A Constituição Federal prevê, em seu art. 148:

“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:

I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;

II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, b.

Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.”

Certa controvérsia surgiu acerca da natureza tributária dos empréstimos compulsórios. Uma parcela da doutrina defendia que, por se tratar de algo restituível, com fundamento no parágrafo único do art. 15 do CTN, estaria afastada a natureza tributária dos empréstimos compulsórios. No entanto, devemos lembrar que, para ser considerado tributo, a prestação deve atender às exigências do art. 3º do CTN.

Analisando as características do empréstimo compulsório, constatamos que ele atende ao disposto no art. 3º do Código Tributário Nacional, sendo considerado, portanto, tributo. Com o advento da CF/88 e após decisões do STF defendendo a natureza tributária dos empréstimos compulsórios, essa teoria doutrinária perdeu força.

Temos que, além da competência exclusiva da União, somente pode ser instituído mediante lei complementar. Por conseguinte, leis ordinárias ou medidas provisórias não são instrumentos válidos para a criação do empréstimo compulsório.

Com efeito, o próprio texto constitucional o definiu como um tributo de arrecadação vinculada, ao estabelecer que os recursos arrecadados deverão ser aplicados na despesa que autorizou a sua instituição.

Alternativa A – Errada. A competência para instituição de empréstimos compulsórios é apenas da União.

Alternativa B – Errado. A instituição do empréstimo compulsório é para atender a despesas extraordinárias ou para investimento de caráter urgente,e não para regular a economia ou tirar a moeda de circulação como diz a alternativa.

Alternativa C – Errada. Uma das características do empréstimo compulsório é a exigência de lei complementar para a sua instituição. Nem mesmo as leis ordinárias têm poderes para veicular matéria reservada constitucionalmente à disciplina de lei complementar.

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Alternativa D – Correta. Esse também será um tema estudado na próxima aula. Se o empréstimo compulsório for instituído para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência figurará como exceção ao princípio da anterioridade.

Alternativa E – Errada. Como vimos, apenas por meio de lei complementar será possível a instituição de empréstimos compulsórios.

Gabarito: D.

Questão 39 – (FCC) Auditor de Tributos Estaduais– RO/2010

Sobre as características das espécies de tributos, é correto afirmar que a) imposto é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma atividade estatal. b) taxa é o tributo cuja obrigação tributária tem por fato gerador uma obra pública. c) contribuição de melhoria é uma espécie de tributo vinculado a uma prévia atividade estatal, qual seja, obra pública. d) o empréstimo compulsório é um tributo de competência comum e pode ser instituído por medida provisória em caso de investimento urgente. e) a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública é de competência exclusiva dos Estados e Distrito Federal.

Comentários

Alternativa A – Errada. Da própria definição de imposto, prevista no art. 16 do CTN, decorre que se trata de um tributo tipicamente contraprestacional, ou seja, independe de qualquer atividade estatal específica.

Alternativa B – Errada. A taxa tem como possíveis fatos geradores a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos específicos e divisíveis ou o exercício regular do poder de polícia.

Alternativa C – Correta. Apenas poderá ser instituída a contribuição de melhoria se houver obra pública. Vale observar, contudo, que a obra não é o fato gerador da contribuição, mas a valorização imobiliária decorrente desta obra.

Alternativa D – Errada. Afirmar que determinado tributo é de competência comum é o mesmo que dizer que são competentes para instituí-lo tanto a União como Estados, DF e Municípios. Porém, no caso específico dos empréstimos compulsórios, apenas a União detém a competência para instituição.

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Alternativa E – Errada. A competência para instituição de contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública está prevista no art. 149-A da Constituição Federal, que a confere apenas aos Municípios e DF.

Gabarito: C. Questão 40 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas– SEFAZ SP/2009 Os Empréstimos Compulsórios a) poderão ser instituídos para atender às despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência, não sendo necessária, nesses casos, a observância ao princípio da anterioridade. b) poderão ser instituídos no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, não sendo necessária, nesse caso, a observância ao princípio da anterioridade. c) são de competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando-se a competência material de cada um desses entes políticos. d) têm sua cobrança suprimida, gradativamente, quando cessadas as causas de sua criação. e) têm, em decorrência das razões de urgência e de relevância para sua instituição, a aplicação dos recursos provenientes do Empréstimo Compulsório desvinculada da despesa que fundamentou sua instituição. Comentários

Alternativa A – Correta. Esta é a previsão do art. 148, I, da Constituição Federal.

Alternativa B – Errada. A exceção ao princípio da anterioridade é válida apenas para os empréstimos compulsórios instituídos no caso de guerra ou calamidade. No caso de investimento público de caráter urgente, há que se observar a aplicação do referido princípio.

Alternativa C – Errada. A Constituição confere a competência para instituição de empréstimos compulsórios apenas à União.

Alternativa D – Errada. A alternativa tenta confundir o empréstimo compulsório com o imposto extraordinário de guerra, previsto no art. 154, II, da CF/88, segundo o qual, a União poderá instituir na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.

Alternativa E – Errada. Conforme estudamos, o empréstimo compulsório é tributo de arrecadação vinculada, nos termos da Constituição Federal, art. 148, parágrafo único.

Gabarito: A.

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Questão 41 – (ESAF) Advogado – IRB/2006 A Constituição Federal outorga competência tributária, ou seja, aptidão para criar tributos, aos diversos entes da Federação. Sobre essa afirmativa, podemos dizer que a) a contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas, poderá ser cobrada pelo ente executor da obra da qual os contribuintes tenham-se beneficiado, ou, no caso de omissão deste, pela União. b) as taxas poderão ser instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ou postos à disposição do contribuinte. c) a aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios será preferencialmente vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. d) os impostos terão, sempre que possível, caráter pessoal e base de cálculo diversa das taxas. e) todos os tributos deverão respeitar a capacidade econômica dos contribuintes. Comentários

Alternativa A – Errada. A instituição de contribuição de melhoria, nos termos do art. 145, III da Constituição Federal é de competência do ente federado que executar a obra pública de que resulte valorização imobiliária para o contribuinte. No entanto, de acordo com o art. 7º do CTN, a competência para instituição de tributos é indelegável, tanto por ação como por omissão. Assim, na inércia do ente competente para instituir a contribuição, não cabe à União instituir o tributo.

Alternativa B – Correta. O enunciado corresponde ao texto literal do art. 145, II, da Constituição Federal.

Alternativa C – Errada. De acordo com o art. 148, parágrafo único, da CF, a aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Não resta opção à União para aplicação diversa daquela prevista no texto constitucional, eis que estamos diante de um tributo de arrecadação vinculada por expressa disposição constitucional.

Alternativa D – Errada. O art. 145, §1º, prevê que, sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal. Já o §2º do mesmo artigo determina que as taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Trata-se de vedação aplicada às taxas, não aos impostos.

Alternativa E – Errada. Ao definir o princípio da capacidade contributiva, em seu art. 145, §1º, a Constituição faz menção somente aos impostos. Não obstante, trata-se de princípio que delineia todas as espécies tributárias. No entanto, sua aplicação

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torna-se mais restritiva quando se trata de tributos contraprestacionais, como é o caso das taxas.

Gabarito: B.

Questão 42 – (FCC) Juiz Federal – TRF 5ª/2001

As contribuições sociais, em nosso sistema tributário, a) não têm natureza tributária. b) somente podem ser instituídas pela União. c) podem ser instituídas pelos Estados e Municípios, para custeio do sistema de previdência de seus servidores. d) previdenciárias aumentadas num exercício, só podem ser cobradas no primeiro dia do exercício seguinte. e) não precisam observar os princípios da legalidade e da anterioridade.

Comentários

Há situações em que o Estado atua em atenção a um determinado grupo de contribuintes. Não se trata de uma ação genérica, a toda coletividade, a ser custeada mediante a imposição de impostos. Também não configura uma ação específica e divisível que enseje a cobrança de taxa, mas ações com finalidades determinadas, estabelecidas na própria Constituição Federal como situações a serem custeadas mediante uma forma específica de tributação: a contribuição.

Vejamos o que diz a CF/88 em seu art. 149:

“Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.”

Observamos que a CF autoriza a União, e somente ela, a instituir as seguintes contribuições:

� contribuições sociais;

� contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDE); e

� contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas.

Nessa linha, a partir do disposto no caput do art. 149, podemos assinalar uma observação importante: a competência exclusiva da

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União para instituir as contribuições. Essa é a regra geral, que comporta duas exceções: as contribuições previstas no próprio art. 149, §1º e no art. 149-A. Senão, vejamos:

“Art. 149. § 1º. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.”

Vemos, portanto, que a CF autoriza os Estados, DF e Municípios a instituir contribuição a ser cobradas dos seus servidores sujeitos ao regime próprio de previdência. Vale observar, que uma vez instituído o regime próprio de previdência de cada ente, este poderá instituir a contribuição que, não poderá ser inferior à contribuição que a União cobra dos seus servidores, atualmente 11%.

A outra exceção é a contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública – COSIP, prevista no art. 149-A:

“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”

Vale notar, ainda, pela denominação das espécies de contribuição, que a CF lhes confere uma finalidade específica. Ou seja, elas devem ser criadas para atender uma finalidade, voltada para um grupo específico de contribuintes. Por exemplo, as contribuições de interesse das categorias profissionais ou econômicas devem ser direcionadas em prol destas categorias. Daí a importância de se avaliar o destino da arrecadação dessas contribuições, pois isso é um requisito constitucional para a sua validade.

Por este motivo, a lei que instituir determinada contribuição deve, além de prever a finalidade específica deste tributo, conferir um destino à sua arrecadação de forma a se atingir a finalidade prevista. Do contrário, perderia a sua validade.

Alternativa A – Errada. As contribuições sociais atendem todos os requisitos previstos no CTN e se sujeitam às limitações constitucionais ao poder de tributar. São, portanto, tributo.

Alternativa B – Errada. Apesar de a regra geral ser a competência exclusiva da União, a Constituição prevê duas exceções, como vimos.

Alternativa C – Correta. Esta é a exceção prevista no art. 149, §1, da CF/88.

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Alternativa D – Errada. As contribuições para a seguridade social figuram como exceção ao princípio da anterioridade, observando apenas a anterioridade nonagesimal.

Alternativa E – Errada. As contribuições sociais são exceção à anterioridade, mas obedecem ao princípio constitucional da legalidade.

Gabarito: C.

Questão 43 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ SP/2006

Sobre as contribuições relacionadas na Constituição Federal, é correto afirmar que a) as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. b) os recursos arrecadados com a contribuição de intervenção no domínio econômico serão destinados, exclusivamente, para ações e serviços públicos de saúde e para a manutenção e desenvolvimento do ensino. c) a União tem competência privativa para instituir contribuição previdenciária dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. d) às contribuições sociais aplicam-se os princípios constitucionais da anterioridade (ano-calendário) e da anterioridade nonagesimal (noventena), cumulativamente. e) todas as contribuições relacionadas na Constituição Federal são denominadas "contribuições parafiscais", porque ocorre o fenômeno denominado "parafiscalidade".

Comentários

Alternativa A – Correta. A alternativa reproduz o disposto no art. 149, §2º, I, da Constituição, segundo o qual as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

Alternativa B – Errada. O Estado muitas vezes precisa regular algum setor econômico e, quando assim o faz, geralmente atua de duas formas: fiscalização ou atividades de fomento, como o desenvolvimento de pesquisas em favor deste setor. É mais do que óbvio que a receita arrecadada seja direcionada ao setor cuja intervenção foi direcionada e não exclusivamente para ações e serviços públicos de saúde e desenvolvimento do ensino como diz a assertiva.

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Alternativa C – Errada. A contribuição para custeio de planos de previdência dos servidores é de competência de cada ente tributante. Esta é a definição do art. 149, §1º, da Constituição.

Alternativa D – Errada. As contribuições para a seguridade social figuram como exceção ao princípio da anterioridade, observando apenas a anterioridade nonagesimal.

Alternativa E – Errada. A parafiscalidade ocorre quando o ente tributante delega a atividade de arrecadação a outra entidade, cabendo a esta ainda os valores arrecadados. Nem todas as contribuições são parafiscais.

Gabarito: A.

Questão 44 – (FCC) Agente Fiscal de Rendas – SEFAZ SP/2009

A respeito das contribuições sobre o domínio econômico, é correto afirmar que a) a sua hipótese de incidência é vinculada à atuação estatal, devendo atingir o particular de modo específico e divisível. b) incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação. c) incidirão sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços. d) deve ser instituída por lei complementar, em razão de sua natureza excepcional. e) a lei que a institui deverá indicar prazos e condições em que os valores serão restituídos.

Comentários

Alternativa A – Errada. É justamente para cobrir o custo das atividades de fomento que a União, exclusivamente, pode instituir a contribuição de intervenção no domínio econômico, que recai, na maioria das vezes, sobre aqueles que compõem o setor atingido. Entretanto, o STF tem entendido que a contribuição pode ter a sua base imponível alargada, atingindo mesmo aqueles que se encontram fora do setor que sofreu a intervenção da União.

Alternativa B – Errada. Nos termos do art. 149, §2º, I, da Constituição, as contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação.

Alternativa C – Correta. Assim dispõe o art. 149, §2º, II, da CF/88.

Alternativa D – Errada. A Constituição Federal não exige a edição de lei complementar para instituição das contribuições sociais. Tal exigência apenas atinge as denominadas contribuições residuais, previstas no art. 195, §4º, da Constituição Federal.

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Alternativa E – Errada. As contribuições não são passíveis de devolução. Esta possibilidade apenas se aplica aos empréstimos compulsórios.

Gabarito: C.

Questão 45 – (CESPE) Assessor Jurídico – Natal/2008 A contribuição confederativa sindical não tem caráter compulsório para os trabalhadores não-filiados ao sindicato e não deve obediência ao princípio constitucional tributário da legalidade. Comentários

Assertiva CORRETA. A CF define as contribuições corporativas como tributo no art. 149. No entanto, a própria Lei Maior faz alusão a outra contribuição no seu art. 8º, IV, definindo que a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei.

A contribuição prevista no art. 8º é aquela paga mensalmente pelos filiados de um determinado sindicato. Esta, portanto, é uma prestação voluntária, já que, conforme previsão do inciso V do mesmo artigo, ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.

Nesse sentido, a Súmula nº 666, do STF:

Súmula nº 666 – “A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV da Constituição só é exigível dos filiados do sindicato respectivo.

Questão 46 – (CESPE) Assessor Jurídico – Natal/2008 Por terem natureza tributária, as contribuições devidas à OAB devem ser cobradas dos advogados inadimplentes mediante ação de execução fiscal. Comentários

A questão cobra conhecimento da jurisprudência do STJ.

“1. A OAB possui natureza de autarquia especial ou sui generis, pois, mesmo incumbida de realizar serviço público, nos termos da lei que a instituiu, não se inclui entre as demais autarquias federais típicas, já que não busca realizar os fins da Administração. 2. Por conta da própria natureza e das finalidades da instituição, as contribuições anuais que recebe

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de seus membros não se revestem de caráter tributário, mormente porque não se destinam a compor a receita pública. O Conselho Seccional, órgão da OAB dotado de personalidade jurídica própria, tem a competência para fixar o valor e a forma de pagamento das anuidades (arts. 46, caput e 58, IX do Estatuto da OAB). 3. A cobrança de anuidade pela OAB não segue o rito especial previsto na Lei nº 6.830/80, mas sim as regras de execução previstas no Código de Processo Civil.” (REsp 915753 /RS Relator Ministro

Humberto Martins DJ 04.06.2007)

Questão 47 – (FCC) Procurador – Salvador/2006

Na forma das respectivas leis, poderão instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública: a) a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e III, da Constituição Federal. b) a União e os Estados, observado o disposto no artigo 150, III, "b" e "c", da Constituição Federal. c) os Estados e o Distrito Federal, observado o disposto no artigo 150, I e III, da Constituição Federal. d) o Distrito Federal e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, I e III, da Constituição Federal. e) a União e os Municípios, observado o disposto no artigo 150, III, "b", da Constituição Federal.

Comentários

Segundo a Corte Suprema, o serviço de iluminação pública não pode ser considerado específico e divisível, a fim de ter o seu custeio mediante taxa. Com isso, os Municípios perderam parcela da sua arrecadação, não podendo mais instituir taxa para cobrir tal despesa. Desse entendimento resultou a Súmula nº 670.

Ocorre que, com a Emenda Constitucional nº 30/2002, a CF passou a autorizar a instituição de contribuição para custear esta despesa, autorizando os Municípios e o DF a instituírem a contribuição para o custeio da iluminação pública.

“Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III.

Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica.”

Gabarito: D.

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Questão 48 – (FCC) Procurador – TCE PR/2005

A Contribuição para o Custeio da Iluminação Pública, recém introduzida em nosso sistema tributário, a) tem natureza extrafiscal. b) é uma contribuição sui generis que pode ser instituída pelos Municípios ou Distrito Federal. c) é uma contribuição que somente pode ser instituída pelos Municípios. d) é uma contribuição que pode ser instituída por quaisquer dos entes políticos. e) equipara-se às taxas. Comentários

Essa questão foi baseada em uma importante decisão do STF acerca da contribuição para o custeio da iluminação pública. Vejamos:

“CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DO SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA – COSIP. ART. 149-A DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL... iii – Tributo de caráter sui generis, que não se confunde com um imposto, porque sua receita se destina a finalidade específica, nem com uma taxa, por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte.” (STF, Pleno, RE 573.675, Rel. Min RICARDO

LEWANDOWSKI, mar/09)

Alternativa A – Errada. Não há verificação de caráter extrafiscal na COSIP. Sua cobrança não visa à regulação de algum setor econômico nem influencia no comportamento de consumo dos contribuintes.

Alternativa B – Correta. A COSIP constitui contribuição sujeita a disciplina própria.

Alternativa C – Errada. O Distrito Federal também possui competência para instituição, prevista no art. 149-A da CF/88.

Alternativa D – Errada. Com fundamento no art. 149-A da CF/88, apenas os municípios e o DF têm competência para instituir a COSIP.

Alternativa E – Errada. Como vimos na própria definição do STF, a COSIP difere da taxa por não exigir a contraprestação individualizada de um serviço ao contribuinte.

Gabarito: B.

Questão 49 – (FCC) Procurador – PGE MA/2003

Em nosso sistema tributário, as contribuições interventivas no domínio econômico a) podem ser instituídas pela União, Estados ou Municípios. b) poderão incidir sobre a importação de petróleo e seus derivados. c) poderão incidir sobre operações que destinem petróleo ao exterior.

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d) não observam o princípio da legalidade. e) não observam o princípio da anterioridade. Comentários

A questão se reponde pela análise do art. 149, §2º, da Constituição Federal:

“Art. 149. §2º. As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:

I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços;

III – poderão ter alíquotas:

a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro;

b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada.”

Alternativa A – Errada. A competência é exclusiva da União

Alternativa B – Correta. Previsão do art. 149, §2º, II.

Alternativa C – Errada. Vedação expressa no art. 149, 2º, I.

Alternativa D – Errada. As CIDE, em regra, observam o princípio da legalidade. A exceção é a CIDE-Combustíveis, conforme estudaremos mais detalhadamente na próxima aula.

Alternativa E – Errada. As CIDE obedecem ao princípio da anterioridade.

Gabarito: B. Questão 50 – (FCC) Procurador – Recife/2003

A respeito das obrigações abaixo, é correto afirmar que a) a contribuição de melhoria pode ser validamente instituída no caso de obra pública de relevante interesse local, podendo, inclusive, ser cobrada antes mesmo da realização da referida obra. b) as tarifas estão submetidas ao regime jurídico tributário. c) as taxas são tributos não vinculados, pois tem como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição.

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d) o fato gerador dos impostos deve estar vinculado a uma atividade estatal específica. e) os Municípios podem instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação. Comentários

Alternativa A - Errada. O fato gerador da contribuição de melhoria é a valorização do imóvel, decorrente de obra pública. Logo, o tributo apenas poderá ser exigido se houver a valorização, o que poderá ser verificado apenas após a conclusão da obra. Dessa forma, não pode a obra ser iniciada após a arrecadação da contribuição.

Alternativa B – Errada. A fixação de tarifa ou preço público, de outro lado, independe de lei; não sendo tributo, não está sujeito às limitações do poder de tributar.

Alternativa C – Errada. É exatamente pela exigência de uma ação estatal que as taxas são tributos vinculados.

Alternativa D – Errada. Os impostos são tributos não vinculados, vale dizer, seu fato gerador independe de qualquer ação estatal.

Alternativa E – Correta. Competência prevista no art. 149-A da Constituição Federal.

Gabarito: E. É isso, meus amigos! Chegamos ao final da nossa aula demonstrativa. Espero vocês em breve na nossa Aula 01. Um grande abraço e bons estudos.

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