Upload
paulogracino
View
263
Download
17
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Este trabalho é uma análise da obra “Uma professora muito maluquinha”, do autor e ilustrador Ziraldo, desenvolvido através da rima, da métrica e da oração, estrutura que rege a produção da literatura de cordel brasileira.
Citation preview
PAULO GRACINO
CORDEL
UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA
GUARABIRA - PB
2014
Literatura de Cordel 28 estrofes septilhas Uma professora muito maluquinha 1 Edio - 2014 Autor: Paulo Gracino Resumo da obra de Ziraldo: Uma professora muito maluquinha. Formato: PDF
APRESENTAO
Este trabalho uma anlise da obra Uma professora
muito maluquinha, do autor e ilustrador Ziraldo,
desenvolvido atravs da rima, da mtrica e da orao,
estrutura que rege a produo da literatura de cordel
brasileira.
Foi construdo sob a subjetividade do poeta, a partir da
leitura e compreenso da obra, sendo composta por vinte
e oito estrofes de septilhas (sete versos ou sete ps) com
sete slabas poticas, procurando no se distanciar do
sentido central da obra e da percepo do autor.
Como o autor destaca na sua histria, a(o) docente precisa
se adequar aos moldes da sua realidade para poder
desempenhar um trabalho satisfatrio no cotidiano
escolar, buscando meios capazes de transformar as aulas
em uma prtica prazerosa, tanto para o(a) professor(a)
quanto para os(as) alunos(as).
Desta forma, entendemos que o cordel um destes
recursos didticos (abordados na histria da professora
maluquinha) que pode nos auxiliar nesta luta travada
pelos profissionais da educao para instigar os alunos ao
gosto pela leitura e escrita, que, de acordo com a obra, so
o incio do sucesso no processo de aprendizagem.
__________________________________________________Paulo Gracino
UMA PROFESSORA MUITO MALUQUINHA
PAULO GRACINO
Vou falar neste cordel Sobre a professorinha Que ensina diferente,
Parecendo maluquinha, Mas que ama o que faz,
Por isso ela capaz De dobrar qualquer turminha.
A histria do Ziraldo,
Nada por mim foi criado, S vou transformar em rima
O contedo narrado. Vou fazer bem resumido Pra que fique entendido E muito bem explicado.
A Professora Maluca
um pouco diferente, Mas conquista seus alunos Com seu jeito irreverente.
Usa o seu dia a dia Pra espalhar alegria,
Sendo bem mais atraente.
o tipo ideal Para qualquer crianada.
Parece at iluso, Sendo sempre imaginada
Como a fonte preferida Que ilumina a vida,
Como uma Musa ou Fada.
O Ziraldo foi feliz Nesta sua criao,
Pois mostra que no processo Da nossa educao
preciso ser valente, Ser louco, mas competente,
Fugindo at da razo.
Mostra que um professor Precisa se adequar
Aos moldes da sua turma, Para poder ensinar
E ao mesmo tempo aprender, Pois a troca de saber
Quer dizer compartilhar.
A professora da histria Usa da irreverncia,
Enfrenta os superiores, Mas esbanja competncia.
Usa o que lhe convm, Pois educar tambm Praticar experincia.
____________________( 6 )____________________
E tudo isto ela faz, Ensina se divertindo. Atrai todo o alunado
Que aos poucos vai sentindo O gosto pela leitura, Sendo ela a criatura
Que faz aprender sorrindo.
Ela usa o que tem sua disposio,
Busca a interdisciplina Pra resolver a questo,
Recorre ao que for possvel E at mesmo ao impossvel
Em busca da soluo.
Ela no fora ningum Na arte de ensinar, Apenas d condio
Pra quem quer participar De aulas bem prazerosas,
Sendo assim mais proveitosas, Gostosas de assimilar.
Instiga o seu aluno
A ler o que for possvel, No s o que o livro traz
Estampado e bem visvel. Olhar o que lhe rodeia,
Pra ver o mundo em cadeia Que nos parece invisvel.
____________________( 7 )____________________
Nesta histria entendemos Que ningum vive sozinho,
Muito menos se aprende E nem se acha o caminho
Quando se vive isolado Do mundo, todo afastado,
Triste e quieto em seu cantinho.
Por isto esta maluquinha, Trazida nesta histria,
Faz a gente refletir E guardar bem na memria Que pra ser bom professor
preciso muito amor, Pra conquistar a vitria.
A vitria essa a,
Que o Ziraldo mostrou Na Professora Maluca,
Que a todos ns conquistou. Usou todo o artifcio Pra exercer o ofcio
Como sempre desejou.
Fazer com que seus alunos Sintam enorme prazer Em ir pra sala de aula
Com o intuito de aprender, Mostrando disposio,
Vendo na educao A arma para vencer.
____________________( 8 )____________________
Quando a professorinha Na turma faz diviso
No quer que os seus alunos Vivam na separao.
A sua ideia pura Instigando a leitura, Trazendo a reflexo.
E quando ela recorre
Ao dia a dia vivido, Aos problemas costumeiros
Ou a algo acontecido, Ela sempre d um jeito De surtir outro efeito
Pra ser bem absorvido.
Ela faz a diferena Na hora de ensinar.
Desdobra-se, faz de tudo Somente para agradar. Jamais se deixa vencer, Faz a coisa acontecer
Sem de nada reclamar.
Percebam que o Ziraldo, No seu roteiro fiel, Cria todo o cenrio
Como quem usa o pincel, Parecendo um artista,
Ou, quem sabe, um cordelista Quando produz um cordel.
____________________( 9 )____________________
Os detalhes da cidade De repente ele traa,
Mostra que tem uma igreja, Tem um Banco e uma praa, Sem ter l nenhum mistrio, Tambm tem um cemitrio
E gente de toda raa.
Ele adentra na cultura Com grande sabedoria, Mostrando a religio, Histria e Geografia, Solteironas e Beatas
Pessoas boas e chatas E gente da boemia.
L tem escola de freiras,
Tem jornal e tem cinema, Tem msica, pois tem pianos
De uma riqueza suprema, Tem fofocas pela rua
Como deve ter na sua, Mas isso no problema.
Isto quer dizer o que?
Eu respondo bem ligeiro. Quer dizer que o(a) docente,
Que no ganha um bom dinheiro, Precisa usar o que tem,
Interagindo tambm Com tudo que for parceiro.
____________________( 10 )____________________
A parceria tudo No processo de ensino. Dialogar com o outro,
Buscar fora no divino, s vezes preciso errar
Para poder acertar E traar novo destino.
So histrias como esta
Que deixam sempre a lio, Pois a maluquinha ensina Que qualquer um cidado
No deve se acomodar, Podendo o mundo mudar
Por meio da educao.
E a educao comea Dominando a leitura. Saber ler e entender
a riqueza mais pura. Quem l irreverente,
Mas no inconsequente E mostra que tem bravura.
Vejam que o que eu fiz Foi somente a narrao
Em poesia rimada Com a metrificao,
Tudo simples e normal, Vindo do original
Toda a minha inspirao. ____________________( 11 )____________________
Pra encerrar, sendo justo,
Vamos referenciar O Ziraldo, pois dele
O que acabo de narrar. Ele quem fez a histria, Portanto, dele a glria.
Nada mais a declarar.
FIM
Referncia ZIRALDO. Uma professora muito maluquinha. So Paulo: Companhia Melhoramentos, 1995.
CONTATO [email protected]
____________________( 12 )____________________
O homem nasce com viso, audio, olfato, tato e
gustao.
Mas no nasce completo.
Falta a ele a capacidade de ler e escrever como quem
fala e escuta.
a professora que como um Deus acrescenta ao
homem este sentido que o completa.
(Ziraldo, 1995, p.76)