UnidadeI_Livro IBAMA

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Introduo GestoAmbiental PblicaJos Silva Quintas

Ministrio do Meio Ambiente Marina Silva Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Marcus Luiz Barroso Barros Diretoria de Gesto Estratgica Eason Ferreira do Nascimento Diretoria de Desenvolvimento Socioambiental Paulo Henrique Borges de Oliveira Jnior Coordenao-Geral de Educao Ambiental Jos Silva Quintas

Edio Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Diretoria de Gesto Estratgica Centro Nacional de Informao, Tecnologias Ambientais e Editorao SCEN - Trecho 2 - Bloco B CEP 70818-900, Braslia, DF - Brasil Telefone: (61) 3316-1065 Email: [email protected] SCEN - Trecho 2 - Bloco B - CEP 70818-900, Braslia, DF - Brasil Telefone: (61) 3316-1065 Fax: (61) 3316-1249

Impresso no Brasil Printed in Brazil

Introduo GestoAmbiental PblicaJos Silva QuintasEducador do Ibama

2 edio

Braslia, 2006

Coordenao Cleide Passos Edio e Reviso Vitria Rodrigues Maria Jos Teixeira Enrique Calaf Calaf Capa e Diagramao Paulo Luna Carlos Jos Normalizao bibliogrfica Helionidia C. Oliveira

Catalogao na Fonte

Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis

Q7i

Quintas, Jos Silva

Introduo gesto ambiental pblica / Jos Silva Quintas. 2 ed. revista. Braslia : Ibama, 2006. 134p. ; 21 cm. (Coleo Meio Ambiente. Srie Educao ambiental, 5) Inclui Bibliografia ISSN 0104-7892 ISBN 85-7300-215-8 1. Gesto ambiental. 2. Educao ambiental. I. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis. II. Ttulo. III. Srie. CDU (2 ed.) 502:35

ApresentaoO artigo 225 da Constituio Federal, ao mesmo tempo em que estabelece o meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito e como bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, tambm impe ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes. Para garantir a efetividade deste princpio, a Constituio determina sete incumbncias ao Poder Pblico e somente a ele. Nestas incumbncias, que vo desde a preservao e restaurao de processos ecolgicos at a proteo da fauna e da flora, destaca-se a educao ambiental como instrumento estratgico para a concretizao do controle social sobre o processo de acesso e uso do patrimnio ambiental brasileiro.

a partir desta perspectiva que o Ibama vem construindo uma proposta de educao ambiental transformadora e emancipatria e, assim, contribuindo para que os ditames da Poltica Nacional de Educao Ambiental, instituda pela Lei n 9795/99 e regulamentada pelo Decreto n 4281/02, se efetivem.

Ao lanarmos mais uma publicao da Srie Educao Ambiental, da Coleo Meio Ambiente deste Instituto, esperamos estar fortalecendo cada vez mais este propsito.

Coordenao-Geral de Educao Ambiental

Algumas palavras quanto ao nosso objetivo comum

o

s trabalhadores de rgos de gesto ambiental (prefeituras,

rgos estaduais e municipais de meio ambiente e Ibama) e militantes de entidades da sociedade civil, que atuam na rea (ONGs ambientalistas, movimentos sociais, associaes comunitrias, entidades de classes etc.), costumam tomar conhecimento diariamente de agresses e ameaas ao meio ambiente. De vrias formas chegam denncias e informaes de desmatamentos ilegais, aterramento de manguezais, derramamento de leo no mar, pesca predatria, trfico de animais silvestres, lixes, lanamento de esgotos domstico e industrial sem tratamento no mar e nos rios, destruio das nascentes, funcionamento de empreendimentos potencialmente poluidores sem licena ambiental e outras ocorrncias, que pem em risco a integridade dos ecossistemas e interferem negativamente na qualidade de vida das populaes afetadas. H casos em que os prprios trabalhadores observam as agresses, no percurso dirio de casa para o trabalho.Muitas vezes existe um sentimento de angstia e impotncia diante das dificuldades e do tamanho dos problemas. Os tcnicos dos rgos pblicos convivem com uma srie de dificuldades para agir no cumprimento da legislao ambiental. So obstculos de toda ordem, que vo desde a falta crnica de condies de trabalho (meios materiais, equipe tcnica adequada, recursos financeiros, instalaes, acesso s informaes tcnicas, apoio da

chefia etc.) at a ausncia pura e simples de vontade poltica dos governantes para tornar o rgo presente e atuante na sociedade. Apesar de todos os esforos para vencer as barreiras e brigar para trabalhar, muitas vezes, os tcnicos so rotulados de corruptos, perseguidores dos pequenos ( comum ouvir comentrios do tipo eles no mexem com os grandes), incompetentes, omissos e descomprometidos com a causa ambiental. Diante disso, nos sentimos incompreendidos e injustiados, principalmente pelas crticas aos rgos ambientais que, em vrios casos, no levam em conta as dificuldades e os esforos dos seus servidores. De tanto apanhar, tem horas que d vontade de desistir um discurso comum no meio. Quando atuamos em entidades da sociedade civil, nos deparamos, em muitos casos, tanto com omisso, incapacidade e, s vezes, conivncia dos rgos pblicos, quanto com indiferena, incompreenso e desinteresse da populao diante de ameaas e agresses ao meio ambiente. Como se isso no bastasse, h situaes onde tambm os rgos pblicos no se entendem: o chamado jogo de empurra. Um rgo, quando cobrado para tomar determinada providncia, diz que tal assunto de competncia do outro que, por sua vez, discordando ou alegando falta de condies, passa o problema para frente, ou senta em cima ou, ainda, devolve a batata quente ao remetente. Enquanto isso, nada se resolve, o agressor vai levando vantagem e a degradao ambiental vai crescendo cada vez mais. O pior de tudo que h muitos problemas ambientais cuja soluo exige a participao de vrios rgos pblicos. o caso de muitas questes da rea costeira, que pelo menos exigem a interferncia da Secretaria de Patrimnio da Unio (gesto dos terrenos de marinha), Ibama (gesto ambiental dos bens da Unio) e rgo Estadual de Meio Ambiente (gesto ambiental em rea fora da jurisdio do Ibama).

Ver Glossrio

Por outro lado, todos ns sabemos que nos rgos pblicos h servidores e servidoras profundamente comprometidos com a causa ambiental e que na sociedade civil h muitas entidades que, mesmo reconhecendo as fragilidades, limitaes e defeitos do nosso Servio Pblico, lutam pelo seu fortalecimento, em lugar do seu enfraquecimento, e buscam o trabalho em parceria, deixando de lado a competio. Afinal, no possvel visualizarmos, numa sociedade democrtica, a prtica da gesto ambiental sem a presena do Estado e da sociedade civil. Da a minha convico (e acredito que tambm a sua) de que, no terreno da gesto ambiental, Poder Pblico e sociedade civil no se opem, mas se complementam. Portanto, devem trabalhar preferencialmente em aes compartilhadas, a partir de objetivos comuns. A esta altura voc pode estar pensando que isto muito bom e muito bonito, mas muito difcil de acontecer na realidade. Disso eu no tenho dvidas. Entretanto, ns tambm sabemos que h muitos lugares em que a parceria Poder Pblico sociedade civil acontece. Voc j deve ter notado que as questes abordadas at aqui apenas evidenciam a complexidade da problemtica ambiental. Como sabemos, a complexidade inerente questo ambiental. Portanto, o caminho buscar prticas que contribuam para processos de gesto ambiental participativos.Um trabalho dessa natureza no acontece em um passe de mgica e no h receita pronta para sua realizao. Sua efetivao exige das pessoas e organizaes envolvidas objetivos comuns, compromisso com a causa ambiental, transparncia, humildade e postura negociadora. Tudo isso o que se pode considerar condies necessrias ou condies para incio de conversa. Entretanto, mesmo que essas condies estejam estabelecidas, h ainda a considerar a necessidade daqueles diretamente envolvidos nos trabalhos. So pessoas que precisam, necessariamente, dos conhecimentos e habilidades para realizarem a to sonhada parceria Poder Pblico sociedade civil.

Como autor deste trabalho, espero que voc, ao concluir o seu estudo, tenha adquirido ou ampliado a sua capacidade para aplicar conhecimentos e habilidades que facilitem o desenvolvimento de aes conjuntas, Poder Pblico sociedade civil na gesto ambiental, no seu lugar de atuao, seja como servidor pblico, seja como membro de entidade da sociedade civil.

Mesmo reconhecendo o carter introdutrio desta publicao, foi esta a perspectiva assumida na sua elaborao.O livro constitui uma verso atualizada do texto sobre gesto ambiental pblica, produzida para integrar o Curso Bsico de Educao Ambiental a Distncia, realizado pelo Ministrio do Meio Ambiente no ano 2000, com apoio do Ibama, em parceria com o Laboratrio de Educao a Distncia da Universidade Federal de Santa Catarina. Ao fazer a sua reviso e atualizao, mantive a caracterstica original de material didtico para educao a distncia, por acreditar que neste formato os contedos abordados ficam mais compreensveis.

A deciso de public-lo como texto autnomo decorre da grande demanda, da Coordenao-Geral e Ncleos de Educao Ambiental do Ibama, de rgos pblicos e de entidades da Sociedade Civil, para us-lo em aes de capacitao.O livro representa um acmulo da prtica dos educadores do Ibama que exercem seu ofcio na Coordenao-Geral de Educao Ambiental, na Administrao Central, nos Ncleos de Educao Ambiental das GernciasExecutivas nos Estados e Distrito Federal, em Escritrios Regionais no interior do Brasil e em Unidades de Conservao Federais. Esta prtica, que se configura nos Cursos de Introduo Educao no Processo de Gesto Ambiental para formao de educadores e nas aes educativas desenvolvidas com comunidades pesqueiras, comunidades ribeirinhas, com assentados da

reforma agrria e outros produtores rurais, comunidades afetadas por empreendimentos em processo de licenciamento ambiental com populaes tradicionais, comunidades residentes no entorno e no interior de Unidades de Conservao, busca antes de tudo contribuir para a instituio do controle social nas decises do Poder Pblico sobre acesso e uso do recursos ambientais ( conservao) e, assim, criar condies para que a coletividade tambm cumpra o seu dever de preservar e defender o meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme determina a Constituio.

Nesta perspectiva, considero-me muito mais um sistematizador do que um autor deste livro, que, como j foi dito, uma essncia da produo coletiva realizada pelos educadores e outros servidores do Ibama, em diferentes lugares do Brasil.O autor

SumrioUnidade I Bases para a Gesto Ambiental Pblica ................15 Introduo ..............................................................................17 1. A Questo Ambiental ..................................................... 19 Auto-avaliao ................................................................22

2. Meio Social ...................................................................23Auto-avaliao ................................................................27 3. Gesto Ambiental como Mediao de Conflitos ......................29 Auto-avaliao ................................................................33 Glossrio...............................................................................35

Anexo - Por uma Educao Ambiental Emancipatria:consideraes sobre a formao do educador paraatuar no processo de gesto ambiental .............................125

Unidade IBases para a Gesto

Ambiental Pblica

Introduo

Abordaremos

a problemtica ambiental do ponto de vista da r e l a o

s

ociedade-natureza.

N o p r i m e i r o m o m e n t o examinaremos

alguns aspectos relevantes desta relao, oportunidade em que voc dever analisar a questo ambiental a partir da interao entre os meios social e

fsico-natural. Aqui estaremos concluindo o captulo 1 e voc ter atingido

o primeiro objetivo da Unidade.Nos captulos 2 e 3, ainda abordando a problemtica ambiental na tica da relao sociedade-natureza, estudaremos a gesto ambiental tendo como referncia as prticas do meio social que afetam positiva ou negativamente a qualidade do meio ambiente. Tendo como base os aspectos sociais, econmicos, polticos e legais, voc analisar as principais relaes que se instituem no processo decisrio sobre acesso e uso dos recursos ambientais no Brasil. Neste momento, voc estar atingindo o segundo objetivo desta Unidade.

Ver GlossrioVoc j conhece os principais

recursos ambientais existentesem seu municpio?

Introduo Gesto Ambiental Pblica

1. A Questo Ambiental

Era uma vez um gro de onde cresceu uma rvore que foi abatida por um lenhador e cortada numa serrao.Um marceneiro trabalhou-a e entregou-a a um vendedor de mveis. O mvel foi decorar um apartamento e mais tarde deitaram-no fora. Foi apanhado por outras pessoas que o venderam numa feira. O mvel estava l no adeleiro, foi comprado barato e, finalmente houve quem o partisse para fazer lenha. O mvel transformou-se em chama, fumo e cinzas. Eu quero ter o direito de refletir sobre esta histria, sobre o gro que se transforma em rvore que se torna mvel e acaba no fogo, sem ser lenhador, marceneiro, vendedor, que no vem seno um segmento da histria.Negociante de objetos usados

Edgar MorinVer Glossrio

A chamada questo ambiental diz respeito aos diferentes modos pelos quais a sociedade, atravs dos tempos, se relaciona com o meio fsico-natural. O ser humano sempre dependeu dele para garantir

19SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

sua sobrevivncia. Em nenhum momento de sua histria, a humanidade viveu sem o auxlio do meio fsico-natural. O seu uso, como base material de sustentao da existncia humana, bem como as alteraes decorrentes deste uso so to antigos quanto a prpria presena do homem no planeta Terra.Da relao, (em diferentes pocas e lugares) dos seres humanos entre si e com o meio fsico-natural emerge o que se denomina neste texto de meio ambiente. Diferente dos mares, dos rios, das florestas, da atmosfera, que no necessitaram da ao humana para existir, o meio ambiente precisa do trabalho dos seres humanos para ser construdo e reconstrudo e, portanto, para ter existncia concreta. No existe meio ambiente sem o trabalho dos seres humanos.

ReflexoAlm da gua doce, do ar, do solo que voc deve ter indicado, por serem imprescindveis manuteno da vida, existem outros recursos ambientais que funcionam como base material para atividades econmicas (pesca, turismo, maricultura, transformao de produtos florestais, cermica, artesanato etc.), na rea de sua atuao?Por tudo isso, afirma-se que meio natural e meio social so faces de uma mesma moeda e assim indissociveis. Na medida que o ser humano parte integrante da natureza, e ao mesmo tempo ser social e, por conseqncia, detentor de conhecimentos e valores socialmente produzidos ao longo do processo histrico, tem ele o poder de atuar permanentemente sobre sua

Somos um entre vrios seres vivos que moram no planeta Terra

20SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

base natural de sustentao, alterando suas propriedades, e sobre o meio social provocando modificaes em sua dinmica.No processo de transformao do meio ambiente, de sua construo e reconstruo pela ao coletiva dos seres humanos so criados e recriados modos de relacionamento da sociedade com o meio natural (ser humano-natureza) e no seio da prpria sociedade (ser humano-ser humano). Ao se relacionar com a natureza e com outros homens e mulheres, o ser humano produz cultura evidenciada por suas manifestaes, ou seja, cria bens materiais, valores, modos de fazer, de pensar, de perceber o mundo, de interagir com a prpria natureza e com os outros seres humanos, que constituem o patrimnio cultural construdo pela humanidade ao longo de sua histria. A concepo de que a questo ambiental diz respeito relao homem-natureza no suficiente para direcionar um processo de anlise e reflexo que permita a compreenso deste relacionamento em toda a sua complexidade. necessrio, ainda, assumir-se que a construo do

A demolio de casas para construo de tneis, viadutos, avenidas, a criao de plos comerciais, industriais e tursticos so exemplos de aes que podem gerar modificaes na dinmica do meio social?

Exemplos de manifestaes culturais no so somente os conhecimentos produzidos pelos cientistas, mas tambm os conhecimentos dos pescadores, dos povos da floresta, dos mdicos populares e outras manifestaes da cultura popular.

conhecimento sobre esta relao se realiza sob a tica dos processos que ocorrem na sociedade. Isso significa que a chave do entendimento da problemtica ambiental est no mundo da cultura, ou seja, na esfera da totalidade da vida em sociedade. Contudo, no se est afirmando que o conhecimento do meio fsico-natural no seja importante para uma compreenso da problemtica ambiental. mais do que importante, fundamental para verificarmos as implicaes da ao do homem no meio natural, para o prprio meio e para o meio social. Afinal, so as prticas do meio social que determinam a natureza dos problemas ambientais que afligem a humanidade. Obviamente no estamos falando daquelas catstrofes provocadas pela natureza, como terremoto, furaces, erupo vulcnica etc.

neste contexto que surge a necessidade de se praticar a Gesto Ambiental Pblica.21SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Auto-avaliaoVerifique se voc entendeu o texto desta seo. Marque (F) falso ou

(V) verdadeiro nas proposies abaixo: a. ( b. ( ) O ser humano sempre usou os recursos ambientais para satisfazer suas necessidades; ) A criao de elementos do meio fsico-natural depende do trabalho dos seres humanos;

c. ( ) Os Oceanos so uma manifestao cultural porque os seres humanos navegam nele; d. ( ) O Canal do Panam, construdo no sculo passado, uma manifestao cultural. e. ( ) So as prticas do meio social que produzem alteraes na qualidade ambiental.

22SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

2. Meio Social

A

gora que ficou claro para voc, o que so as prticas do meio

social que produzem mudanas (positivas ou negativas) na qualidade do meio ambiente, necessrio entender um pouquinho como este tal de meio social. Para isso preciso dar uma olhada nele por dentro. Feito isto, logo se descobre que o meio social no homogneo. Da mesma forma que falamos em biodiversidade quando nos referimos ao ambiente fsiconatural, tambm, podemos falar em sociodiversidade para caracterizar o meio social. Observado pela tica de sua organizao, nele podemos encontrar atores sociais na esfera da sociedade civil e do Estado que passam a ter existncia a partir de variadas motivaes (interesses, valores, necessidades, aspiraes, ocupao do mesmo territrio etc.)

Na sociedade civil so encontrados como atores sociais sindicatos (trabalhadores e patres); federaes (trabalhadores e patres); centrais sindicais; partidos polticos; grupos organizados por gnero (mulheres), por gerao (terceira idade, jovens), por etnia (negros, ndios, descendentes de imigrantes etc.); associaes (moradores, profissionais, assistenciais, produtores etc.); congregaes religiosas (terreiros de candombl e de umbanda, catlicas, evanglicas, espritas etc.); clubes; blocos carnavalescos; escolas de samba; entidades ambientalistas; cooperativas; empresas (rurais, comerciais, industriais etc.); bancos; comunidades de determinada localidade sem organizao formal (rua,

Ver Glossrio

23SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

povoado, vila, bairro etc.); movimentos sociais e outras formas que as pessoas inventam para se agrupar e agir no mundo real.Portanto, pode-se entender atores sociais como agrupamento de pessoas, (coletivos) com formas de organizao variadas e caractersticas especficas, que destinguem um grupo de outro, seja a partir do ponto de vista dos seus componentes (perteno ao Sindicato de Servidores Pblicos Federais e no ao Sindicato dos Servidores Pblicos Estaduais; sou membro da Associao dos Madeireiros e no da dos Lojistas etc.), seja a partir do ponto de vista de outros segmentos sociais ou da sociedade como um todo (o Sindicato dos Servidores Pblicos Federais defende/representa os interesses dos funcionrios federais e no dos funcionrios estaduais, a Associao dos Madeireiros defende/representa interesses dos madeireiros e no dos lojistas etc.). Dependendo de sua forma de organizao, o ator social pode ser representado por presidente, diretoria, diretoria colegiada, comisso, grupo de trabalho ou qualquer outro arranjo organizacional que seus integrantes inventem.

Ver Glossrio

No caso da esfera estatal, os atores sociais so instncias dos Poderes Pblicos:Executivo (Unio, Estados e Distrito Federal, e possvel listar os principais atores sociais das esferas estatal e no estatal que atuam nos municpios onde voc trabalha?

Municpios);Legislativo (Cmara dos Deputados, Senado Federal, Assemblias Legislativas e Cmaras de Vereadores);

Judicirio (Federal e Estadual).No Poder Executivo esto os rgos que compem as Administraes Pblicas Federal, Estadual e Municipal (Ministrios, Secretarias, Institutos, Fundaes, Autarquias, Empresas Pblicas,

24SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Ministrios Pblicos etc.) das quais fazem parte aqueles integrantes do Sisnama. Neste universo, bom lembrar a existncia dos Ministrios Pblicos da Unio (Federal, do Trabalho, do Distrito Federal e Territrios) e dos estados que tm desempenhado papel fundamental na proteo do meio ambiente do pas.

Outra evidncia da heterogeneidade do meio social, so os conflitos sociais e polticos que ocorrem no seu cotidiano. Segundo Bobbio, Matteucci & Pasquino, 1992, conflito (social e poltico) uma forma de interao entre indivduos, grupos, organizaes e coletividades que implica choques para o acesso e a distribuio de recursos escassos. Obviamente, o conflito apenas uma das possveis formas de interao entre indivduos, grupos, organizaes e coletividades. Uma outra forma possvel de interao a cooperao. De acordo com este entendimento, todo conflito tem como objeto de disputa algum tipo de recurso escasso. No caso de uma eleio, exemplo de um conflito poltico, as organizaes (partidos polticos) interagem disputando recursos escassos (cargos de Presidente da Repblica, Governador, Prefeito, Deputados etc.). Nas situaes de conflitos fronteirios entre dois pases, a disputa geralmente pelo controle do territrio e a interao entre eles pode se efetivar por via pacfica (negociao) ou por meio da violncia (guerra). Em um campeonato de futebol, em uma luta de boxe, em uma olimpada, ou mesmo numa partida de futebol, os recursos escassos em disputa so ttulos, medalhas, classificaes etc. Via de regra, o controle dos recursos escassos est associado ao poder, riqueza e ao prestgio. Tambm na rea ambiental, a idia de conflito est associada ao controle de recursos que hoje sabe-se que so limitados e no podem ser utilizados indiscriminadamente. So eles os recursos ambientais cujo uso intensivo tem provocado tanto a sua escassez quanto o comprometimento da qualidade ambiental. Outro aspecto importante a ser considerado, quando se analisam conflitos sociais e polticos, ter em mente que eles so inerentes prpria existncia do meio social. No se tem notcia de sociedade sem conflitos.H ao de rgos do

Sisnama(veja Glossrio)na rea onde voc atua?

25SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

De acordo com Quintas & Gualda, 1995, a sociedade no o lugar da harmonia, mas, sobretudo, o lugar dos conflitos e confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da poltica, da economia, das relaes sociais, dos valores, etc.). Para Bobbio, Matteucci & Pasquino, 1992) um conflito social e poltico pode ser suprimido, isto , bloqueado em sua expresso pela fora, coercitivamente, como o caso de muitos sistemas autoritrios e totalitrios, exceto o caso em que se reapresente com redobrada intensidade num segundo tempo. A supresso , contudo, relativamente rara. Assim como, relativamente rara a plena resoluo dos conflitos, isto , a eliminao das causas, das tenses, dos contrastes que originaram os conflitos (quase por definio, um conflito social no pode ser resolvido).

Visto que no se pode acabar com conflitos no meio social, segundo esses autores, o processo ou a tentativa mais freqente de proceder regulamentao dos conflitos, isto , formulao de regras aceitas pelos participantes, que estabelecem determinados limites aos conflitos. A tentativa consiste no em pr fim aos conflitos, mas regulamentar suas formas, de modo que suas manifestaes sejam menos destrutivas para todos os atores envolvidos... O ponto crucial que as regras devem ser aceitas por todos os participantes e, se mudadas, devem ser mudadas por recproco acordo. Quando um conflito se desenvolve segundo regras aceitas, sancionadas e observadas, h a sua institucionalizao. Dessa forma, a disputa pelo uso e acesso aos recursos ambientais, um conflito institucionalizado, quando ela ocorre segundo as regras que esto estabelecidas na legislao ambiental.

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Introduo Gesto Ambiental Pblica

Auto-avaliao1. Para verificar se voc entendeu o contedo deste captulo, marque entre os itens abaixo aqueles que so exemplos de atores sociais. a. ( b. ( c. ( d. ( e. ( f. ( ) ) ) ) ) ) Associao de moradores; Colnia de pescadores; Clube de mes do bairro; Cooperativa de taxistas; Rdio FM que sintonizada na comunidade; Vereador do Partido x;

g. ( ) Comisso de Meio Ambiente da Assemblia Legislativa; h. ( ) Padre da Parquia x; i. j. ( ) Parquia x; ( ) Prefeitura Municipal;

k . ( ) Prefeito do Municpio; l. ( ) Juiz de Direito da Comarca; ) Promotor de Justia da Comarca; ) Auxiliar de Contabilidade da Cooperativa de Taxistas; ) Porteiro da Prefeitura;27SRIE EDUCAO AMBIENTAL

m. ( n. ( o. (

Introduo Gesto Ambiental Pblica

p. ( )

Grupo de trabalhadores rurais sem terra acampados na margem da rodovia;

q. ( ) Secretaria Municipal do Meio Ambiente; r. ( ) Secretrio Municipal do Meio Ambiente. 2. Marque entre os itens abaixo aqueles que so exemplos de conflitos institucionalizados. a. ( ) Disputa entre vrias chapas para Diretoria de uma Associao de Moradores; b. ( ) Disputa entre 20 clubes de futebol de um campeonato;c. ( ) Greve de policiais militares, por melhores salrios;

d. (e. (

))

Greve de professores reposio salarial;

municipais,

por

Guerra entre dois pases por disputa de territrio;

f. ( ) Negociao entre dois pases, conduzida por mediador escolhido em comum acordo por eles;

g. ( ) Grupo de entidades ambientalistas se ope proposta de diminuio da rea de reserva legal (vide glossrio) defendida pelos membros da bancada ruralista, durante a tramitao no Congresso Nacional da Medida Provisria que 0 modifica o Cdigo Florestal (Lei n 4.771/65). 28SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

3. Gesto Ambiental como Mediao de Conflitos

Aambiente

Constituio Federal, ao consagrar o

meio

ecologicamente equilibrado como direito de todos, bem de uso comum e essencial sadia qualidade de vida, atribuiu a responsabilidadeArtigo 225, 1 da Constituio Federal,

de sua preservao e defesa no apenas ao Poder Pblico, mas tambm coletividade.Entretanto, mesmo conferindo coletividade, tambm, a obrigao de proteger o meio ambiente, a Constituio de 1988 fez do Poder Pblico o principal responsvel pela garantia, a todos os brasileiros, do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Para isso, ela determina sete incumbncias ao Poder Pblico (e somente a ele) para assegurar a efetividade desse direito. Mas, a mesma sociedade (coletividade) que deve ter assegurado o seu direito de viver num ambiente que lhe proporcione uma sadia qualidade de vida, tambm precisa utilizar os recursos ambientais para satisfazer suas necessidades bsicas. E, como todos sabemos, no possvel vida digna e saudvel sem o atendimento dessas necessidades. Na vida prtica, o processo de apropriao e uso dos recursos ambientais no acontece de forma tranqila. H interesses e conflitos (potenciais ou explcitos) entre atores sociais, que atuam de alguma forma sobre os meios fsico-natural e construdo, visando ao seu controle ou sua defesa e proteo.

1988 (ver Glossrio)

29SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Como principal responsvel pela proteo ambiental no Brasil, cabe ao Poder Pblico, por meio de suas diferentes esferas, intervir neste processo, de modo a evitar que os interesses de determinados atoresVoc conhece algum tipo de incentivo fiscal em seu estado ou municpio para a rea ambiental? (ver Glossrio)

sociais

(madeireiros,

empresrios

de

construo

civil,

industriais,

agricultores, moradores etc.) provoquem alteraes no meio ambiente que ponham em risco a qualidade de vida da populao afetada. Gesto ambiental, portanto, vista aqui como o processo de mediao de interesses e conflitos (potenciais ou explcitos) entre atores sociais que agem sobre os meios fsico-natural e construdo, objetivando garantir o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, conforme determina a Constituio Federal. Como mediador principal deste processo, o Poder Pblico detentor de poderes e obrigaes estabelecidos na legislao, que lhe permitem promover desde o ordenamento e controle do uso dos recursos ambientais (incluindo a criao de incentivos fiscais na rea ambiental) at a reparao e a priso de indivduos pelo dano ambiental. Neste sentido, o

Ver Glossrio

Poder Pblico estabelece padres de qualidade ambiental, avalia impactos ambientais, licencia e revisa atividades efetiva e potencialmente poluidoras, disciplina a ocupao do territrio e o uso de recursos naturais, cria e gerencia reas protegidas, obriga a recuperao do dano ambiental pelo agente causador, promove o monitoramento, a fiscalizao, a pesquisa, a educao ambiental e outras aes necessrias ao cumprimento da sua funo mediadora.Por outro lado, observa-se, no Brasil, que o poder de decidir e intervir para transformar o ambiente (ou mesmo para evitar sua transformao), fsico-natural ou construdo, e os benefcios e custos dele (do uso do poder) decorrentes, esto distribudos social e geograficamente na

30SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

sociedade de modo assimtrico. Por serem detentores de poder econmico ou de poderes outorgados pela sociedade, determinados atores sociais possuem, por meio de suas aes, capacidade variada de influenciar direta ou indiretamente na transformao (de modo positivo ou negativo) da qualidade ambiental. o caso dos empresrios (poder do capital); dos polticos (poder de legislar); dos juzes (poder de condenar e absolver etc.); dos membros do Ministrio Pblico (o poder de investigar e acusar); dos dirigentes de rgos ambientais (poder de embargar, licenciar, multar); dos jornalistas e professores (poder de influenciar na formao da opinio pblica), das agncias estatais de desenvolvimento (poder de financiamento, de criao de infra-estrutura) e de outros atores sociais cujos atos podem ter grande repercusso na qualidade ambiental e conseqentemente na qualidade de vida das populaes.

Ver Glossrio

Entretanto, esses atores, ao tomarem suas decises, nem sempre levam em conta os interesses e necessidades das diferentes camadas sociais direta ou indiretamente afetadas. As decises tomadas podem representar benefcios para uns e prejuzos para outros. Um deter minado empreendimento pode representar lucro para empresrios, emprego para trabalhadores, conforto pessoal para moradores de certas reas, votos para polticos, aumento de arrecadao para Governos, melhoria da qualidade de vida para parte da populao e, ao mesmo tempo, implicar prejuzo para outros empresrios, desemprego para outros trabalhadores, perda de propriedade, empobrecimento dos habitantes da regio, ameaa biodiversidade, eroso, poluio atmosfrica e hdrica, desagregao social e outros problemas que caracterizam a degradao ambiental.Portanto, a prtica da gesto ambiental no neutra. O Estado, ao tomar determinada deciso no campo ambiental, est de fato definindo quem ficar, na sociedade e no pas, com os custos e quem ficar com os benefcios advindos da ao antrpica sobre o meio fsico-natural ou construdo. Da a importncia de se praticar uma gesto ambiental participativa. Somente assim possvel avaliar custos e benefcios de forma transparente.

31SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

ReflexoVoc conhece comunidades da sua regio que sofreram impactos ambientais? Sabe a razo dos impactos? Existem unidades de conservao na regio onde voc atua? Voc lembra quais so? Voc sabe quais os rgos pblicos responsveis por elas?

32SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Auto-avaliaoVerifique sua aprendizagem sobre o contedo desta seo.1. Escolha as afirmaes que voc considera exemplos do papel de mediador exercido pelo Poder Pblico na gesto ambiental. Use (F) para as afirmaes que voc considerar falsas e (V) para as que considerar verdadeiras.

a. ( ) rgo de meio ambiente nega licena ambiental para implantao de uma indstria; b. ( ) rgo de meio ambiente concede licena ambiental para implantao de uma indstria;

c. ( ) rgo de meio ambiente ignora a poluio do ar provocada por uma fbrica;d. ( ) rgo do meio ambiente embarga o funcionamento de uma indstria ao constatar a falta de licenciamento ambiental para o empreendimento;

e. ( ) O Juiz de Direito da Comarca suspende o embargo do funcionamento da indstria feito pelo rgo ambiental, atendendo solicitao dos seus proprietrios; f. ( ) Governador decreta a desapropriao de uma rea para criao de um parque estadual; g. ( ) Governo Federal decide realizar a transposio do rio So Francisco;

h. ( ) Ibama promove um Seminrio, envolvendo vrios atores sociais da Regio Nordeste para discutir a transposio do rio So Francisco;33SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

i. ( ) Ministrio dos Transportes decide construir a Hidrovia Tocantins Araguaia; j. ( ) Incra realiza o assentamento de 10.000 famlias de trabalhadores rurais sem terra; k.( ) Ibama realiza audincias pblicas (ver glossrio) nos municpios afetados pela construo da Hidrovia Tocantins Araguaia.2. Apesar de no desempenharem o papel de mediador principal na gesto ambiental, comum encontrarmos na vida real atores sociais com grande poder para influenciar em decises que afetam de alguma forma a qualidade ambiental. Pensando nisto, escolha a seguir, usando a escala de 1 a 6 (1 para o mais influente e 6 para o menos), aqueles atores sociais que, na sua experincia, tm demonstrado maior poder para influir nas decises de rgos integrantes do Sisnama. (obs: podem ocorrer casos que dois atores tm a mesma capacidade de influir em decises).

a. ( ) Comunidades locais desorganizadas, diretamente afetadas por impactos ambientais;

b. ( c. ( d. (e. (f. ( )

) ) ))

Grandes empresas; ONGs com atuao local (municpio); Pequenos e mdios empresrios;ONGs com atuao e visibilidade nacional;Comunidades locais organizadas, diretamente

afetadas por impactos ambientais.34SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Glossrio

TERRENOS

DE MARINHA

So terrenos de marinha:

a) os terrenos em uma profundidade de 33 metros medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posio da linha de preamar mdio de 1831, situados no continente, na costa martima e nas margens dos rios e lagoas, at onde se faa sentir a influncia das mars; b) os terrenos em uma profundidade de 33 metros medidos horizontalmente, para parte da terra, da posio da linha de preamar do mdio de 1831, que contornam as ilhas situadas nas zonas onde se faa sentir a influncia das mars (definio legal, ver Moreira, 1990).

BENS I

DA

UNIO So bens da Unio (art. 20 da Constituio Federal):

os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribudos;

II as terras devolutas indispensveis defesa das fronteiras, das fortificaes e construes militares, das vias federais de comunicao e preservao ambiental, definidas em lei;

35SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

III os lagos, rios e quaisquer correntes de gua em terrenos de seurefere-se aos bens dos Estados

domnio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros pases, ou se estendem a territrio estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;

IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limtrofes com outros pases;as praias martimas; as ilhas ocenicas e as costeiras, excludas, destas, as reas referidas no art. 26, II; o s r ec u r s o s n at u r a i s d a p l a t a f o r ma c o n t i n en t a l e d a z ona e c o n m i c a e x c l us i v a ;

V

VI o mar territorial; VII os terrenos de marinha e seus acrescidos; VIII os potenciais de energia hidrulica; IX os recursos minerais, inclusive os do subsolo; X as cavidades naturais subterrneas e os stios arqueolgicos e prhistricos;

XI as terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios.RECURSOSAMBIENTAIS

atmosfera, as guas interiores, superficiais e subterrneas, os0

esturios, o mar territorial, o solo, o subsolo e os elementos da biosfera. (Definio legal estabelecida no art. 3 da Lei n 6.938, de 31/08/81).

Note que aqueles elementos do meio fsico-natural que possuem valor de uso e/ou de troca, atribudos pelos seres humanos, passam a ser denominados de recursos.BIOSFERA a fina camada de cobertura do planeta que contm e sustenta a vida. Alguns autores distinguem a biosfera (vida), a hidrosfera (gua), a atmosfera e litosfera (rocha, crosta terrestre). (UICN/PNUMA/WWF, 1991).

36SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Para uma descrio mais completa dos quatro sistemas que compem o que se denomina meio fsico-natural ou meio ambiente terrestre, consultar Oliveira, 1996.BIODIVERSIDADE ou DIVERSIDADE BIOLGICA a variedade dos seres vivos

Se voc quer saber mais sobre biodiversidade, consulte Wilson,1997, citado na Bibliografia ou o site do Ministrio do Meio Ambiente/Secretaria de Biodiversidade e Florestas http://www.mma.gov.br

em todas as formas, nveis e combinaes. Inclui: diversidade de ecossistemas, diversidade de espcies e diversidade gentica.ECOSSISTEMAS sistema aberto que inclui em uma certa rea, todos os fatores fsicos e biolgicos (elementos biticos e abiticos) do ambiente e suas interaes, o que resulta em uma diversidade bitica com estrutura trfica claramente definida e na troca de energia e matria entre esses fatores .(Morais, 1990).

Para saber mais sobre ecossistema, consultar Odum, 1998.

MEIO FSICO-NATURAL no texto, conjunto de recursos naturais renovveis e no-renovveis, ou seja, os recursos ambientais.SOCIEDADECIVIL

a esfera das relaes entre indivduos, entre grupos, entre

classes sociais que se desenvolvem margem das relaes de poder que caracterizam as instituies estatais. Em outras palavras, sociedade civil representada como o terreno dos conflitos econmicos, ideolgicos, sociais e religiosos que o Estado tem ao seu encargo resolver, inter vindo como mediador ou suprimindo-os... (Bobbio, Matteucci & Pasquino, 1992). ESTADO conjunto organizado das instituies polticas, jurdicas, policiais, administrativas, econmicas etc, sob um governo autnomo e ocupando um territrio prprio e independente. Diferentemente de governo (conjunto das pessoas s quais a sociedade civil delega direta ou indiretamente o poder de dirigir o Estado). (Japiassu & Marcondes, 1991).Para saber mais sobre Estado, consultar Bobbio, Matteucci & Pasquino, 1992.Para saber mais sobre sociedade civil, consultar Santos, 1996.

No caso do Brasil, a Constituio de 1988 define que a Repblica Federativa do Brasil, formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui um Estado democrtico de direito e tem como fundamento:

37SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

I a soberania; II a cidadania; III a dignidade da pessoa humana;IV os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V o pluralismo poltico.(art. 1 da Constituio da Repblica Federativa do Brasil).MOVIMENTOS SOCIAIS (e comportamentos coletivos) constituem tentativas fundadas num conjunto de valores comuns, destinados a definir as formas de ao social e influir nos seus resultados (Bobbio, Matteucci & Pasquino, 1992).Se voc quer saber mais sobre movimentos sociais, consulte Warren Scherrer & Krischke,1987.

Os movimentos sociais so necessariamente aes grupais geradas na sociedade civil. Os movimentos sociais podem representar interesses populares (o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST, que luta pela reforma agrria, o Movimento Nacional dos Pescadores Monape que luta por melhores condies de vida da categoria e contra a expulso das comunidades litorneas; o Movimento dos Seringueiros do Acre, que atua contra a destruio dos seringais e a expulso dos seringueiros; o Movimento dos Caminhoneiros que luta contra os preos do pedgio, por melhores condies das estradas etc.) como tambm podem representar interesses de grupos econmicos (o movimento de empresrios para diminuio de impostos, o movimento dos latifundirios contra a reforma agrria, durante a Constituinte de 1988, caso da UDR; o movimento patronal pela desregulamentao das relaes de trabalho para diminuir as obrigaes trabalhistas dos empregadores e facilitar a dispensa de trabalhadores e outros).

38SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

Sisnama segundo a Lei que dispe sobre a Poltica Nacional de Meio Ambiente os rgos e entidades da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios, bem como as Fundaes institudas pelo Poder Pblico,responsveis pela proteo e melhoria da qualidade ambiental, constituiro

o

Sistema Nacional do Meio Ambiente Sisnama, assim estruturado:

I rgo Superior: o Conselho de Governo, com a funo de assessorar o Presidente da Repblica, na formulao da Poltica Nacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais; II rgo Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente Conama, com a finalidade de assessorar, estudar e propor diretrizes de polticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar no mbito de sua competncia, sobre normas e padres compatveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial sadia qualidade de vida; rgo Central: o Ministrio do Meio Ambiente, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como rgo federal,a poltica nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente;

III

IV rgo Executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, com a finalidade de executar e fazer executar, como orgo federal, a poltica e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente; V rgos Setoriais: os rgos ou entidades integrantes da Administrao Pblica Federal, Direta ou Indireta, bem como as Fundaes institudas pelo Poder Pblico, cujas atividades estejam associadas s de proteo da qualidade ambiental ou quelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais;

39SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

VI rgos Seccionais: os rgos ou entidades estaduais, responsveis pela execuo de programas, projetos e pelo controle e fiscalizao das atividades capazes de provocar degradao ambiental;

VII rgos Locais: os rgos ou entidades municipais responsveis pelo controle e fiscalizao dessas atividades, nas suas respectivas jurisdies. Pela Medida Provisria n 2.216-37, de 31/08/2001, as competncias do Ministrio do Meio Ambiente so:a) poltica nacional do meio ambiente e dos recursos hdricos;0

b) poltica de preservao, conservao e utilizao sustentvel de ecossistemas, biodiversidade e florestas; c ) proposio de estratgias, mecanismos e instrumentos econmicos e sociais, para a melhoria da qualidade ambiental e do uso sustentvel dos recursos naturais;d) polticas para integrao do meio ambiente e produo; e) polticas e programas ambientais para a Amaznia Legal;

f) zoneamento

ecolgico

econmico.

Por esta mesma Medida Provisria, o Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renovveis Ibama passa a ter a

finalidade de executar as polticas nacionais de meio ambiente, referentes s atribuies federais permanentes relativas preservao, conservao e ao uso sustentvel dos recursos ambientais e sua fiscalizao e controle, bem como apoiar o Ministrio do Meio Ambiente na execuo das aes supletivas da Unio, de conformidade com a legislao em vigor e as diretrizes daquele Ministrio.40SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

De acordo com a Lei n 9.984, de 17/07/2000, cabe Agncia Nacional de guas, rgo vinculado ao Ministrio do Meio Ambiente, implementar, em sua esfera de atribuies, a Poltica Nacional de Recursos Hdricos integrando o Sistema o Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos.(art. 3 ). A Lei n 9.433, de 08/01/97, institui a Poltica Nacional de Recursos Hdricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hdricos, cujos princpios so: adoo da bacia hidrogrfica como unidade de planejamento; os usos mltiplos dos recursos hdricos; reconhecimento da gua como um bem finito e vulnervel; reconhecimento do valor econmico da gua; gesto descentralizada e participativa.RESERVA LEGAL rea localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservao permanente, necessria ao uso sustentvel dos recursos naturais, conservao e reabilitao dos processos ecolgicos, conservao da biodiversidade e ao 0 abrigo e proteo da fauna e flora nativas (inciso III do 2 do art. 1 da Medida Provisria n 2.166-67, de 24/08/01, que altera a Lei n 4.771/65, o chamado Cdigo Florestal).0 0

0

0

Atualmente, o Congresso Nacional est discutindo a Medida Provisria n 2.166-67, de 24/08/01 que altera o Cdigo Florestal.Art. 225 - Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e futuras geraes.0

41SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

1 Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Pblico:I preservar e restaurar os processos ecolgicos essenciais e prover o manejo ecolgico das espcies e ecossistemas; II preservar a diversidade e a integridade do patrimnio gentico do Pas e fiscalizar as entidades dedicadas pesquisa e manipulao de material gentico;

III definir, em todas as unidades da Federao, espaos territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alterao e a supresso permitidas somente atravs de lei, vedada qualquer utilizao que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteo;

IV exigir, na forma da lei, para instalao de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradao do meio ambiente, estudo prvio de impacto ambiental, a que se dar publicidade;V controlar a produo, a comercializao e o emprego de tcnicas, mtodos e substncias que comportemrisco para a vida, a qualidade de vida e o meio

ambiente; VI promover a educao ambiental em todos os nveis de ensino e a conscientizao pblica para a preservao do meio ambiente;

42SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

VII proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino der espcies ou submetem os animais a crueldade.MEDIADOR inicialmente cabe diferenciar o papel de mediador de interesses e conflitos que envolvem o interesse pblico (caso da gesto ambiental) daqueles que envolvem to-somente a disputa em torno de interesses no mbito privado. No caso da gesto ambiental, por fora do dispositivo constitucional, que coloca o meio ambiente ecologicamente equilibrado como direito de todos os brasileiros e bem de uso comum, sempre se ter o interesse da coletividade frente aos interesses de um ou mais atores sociais. Nessa circunstncia, cabe ao Poder Pblico responsabilidade pela defesa dos interesses coletivos. Assim, no exerccio do seu papel de mediador, a possibilidade de o Poder Pblico propor solues para atender interesses e resolver conflitos est restrita aos limites impostos pela Lei. Nesse sentido, a Lei de Crimes Ambientais considera que comete crime contra a Administrao Ambiental, o funcionrio pblico que, por exemplo: fizer afirmao falsa ou enganosa, omitir a verdade, sonegar informaes ou dados tcnico-cientficos em procedimento de autorizao ou licenciamento ambiental; conceder licena, autorizao ou permisso em desacordo com as normas ambientais, para as atividades, obras ou servios cuja realizao depende de ato autorizativo do Poder Pblico; ou, ainda, deixar de cumprir obrigaes de relevante interesse ambiental. (Lei n 9.605/98, artigos 66 a 68).0

43SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

J nos conflitos restritos esfera privada (entre marido e mulher, irmos, empresas etc.) a soluo do conflito depende apenas da concordncia das partes envolvidas em aceit-la. Neste caso, o mediador, funcionando como facilitador das negociaes, apresenta sugestes e jamais impe solues.INCENTIVOS FISCAIS recompensas oferecidas pelos Governos (Federal, Estadual e Municipal), geralmente pela dispensa ou abatimento nos impostos, ou oferta de bnus para estimular alguma atividade econmica de seu interesse. Na rea ambiental, os mais conhecidos so:

aumento, pelo Governo Estadual, da percentagem de destinao do Imposto de Circulao de Mercadorias e Servios (ICMS) s Prefeituras, proporcionalmente ao ndice de seu territrio transformado em rea protegida. o chamado ICMS verde. inseno do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) para rea reconhecida como Reserva Particular do Patrimnio Natural (RPPN).... (art. 11 do Decreto Federal n 1.922, de 5/ 6/1996).RPPN rea de domnio privado a ser especialmente protegida, por iniciativa de seu proprietrio, mediante reconhecimento do Poder Pblico por ser considerada de relevante importncia pela sua biodiversidade, ou pelo seu aspecto paisagstico, ou ainda por suas caractersticas ambientais que justifiquem aes de recuperao. (Art. 1 do Decreto Federal n 1.992, j citado). De acordo com a Lei 0 n 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC), a RPPN uma categoria de Unidade de Conservao do Grupo de Unidades de Uso Sustentvel. Ver tambm neste glossrio reas Protegidas. 44SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

PADRES DE QUALIDADE AMBIENTAL condies limitantes da qualidade ambiental, muitas vezes, expressas em termos numricos, usualmente estabelecidos por lei e sob jurisdio especfica, para proteo da sade e do bem-estar dos homens (Moreira, 1990). No Brasil, o Conama o rgo que estabelece padres de qualidade ambiental com validade para todo o territrio nacional. Sobre este assunto o Conama baixou as seguintes resolues:

n 20, de 18/06/1986, estabelece a classificao das guas doces, salobras e salinas; n 003, de 28/06/1990, estabelece padres de qualidade do ar; e n 008, de 16/12/1990, estabelece os limites mximos de emisso de poluentes do ar.No caso da gua para consumo humano, a Portaria do Ministrio 0 da Sade n 1.469/GM, de 29/12/2000 (DOU de 02/04/01), fixa a Norma de Qualidade da gua para Consumo Humano.IMPACTO AMBIENTAL considera-se impacto ambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I II

a sade, a segurana e o bem-estar da populao; as atividades sociais e econmicas;

III a biota; IV as condies estticas V e

sanitrias do meio ambiente;

a qualidade dos recursos ambientais. (art. 1 da Resoluo Conama n 001/86)45SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

BIOTA todas as espcies de plantas e animais existentes dentro de uma determinada rea (Moreira, 1990).AVALIAODE

IMPACTO AMBIENTAL (AIA) um instrumento de poltica

ambiental que toma a forma geral de um processo concebido para assegurar que se faa uma tentativa sistemtica e conscienciosa de avaliar as conseqncias ambientais da escolha entre as vrias opes que se podem apresentar aos responsveis pela tomada de deciso. (Wandesforde Smith, 1979 apud Moreira, 1990). LICENCIAMENTO AMBIENTAL procedimento administrativo pelo qual o rgo ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao e a operao de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental, considerando as disposies legais e regulamentares e as normas tcnicas aplicveis ao caso. (Resoluo Conama n 237/97). De acordo com o art. 2 da Resoluo Conama n 001/86, depender de elaborao de estudo de impacto ambiental e respectivo relatrio de impacto ambiental Rima, a serem submetidos aprovao do rgo estadual competente, e do Ibama em carter supletivo, o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como:

I Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; II Ferrovias; III Portos e terminais de minrio, petrleo e produtos qumicos; IV Aeroportos, conforme definidos pelo inciso I, art. 48, do Decreto-Lei n 32, de 18.11.66; V Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissrios de esgotos sanitrios;46SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

VI Linhas de transmisso de energia eltrica, acima de 230 Kv; VII Obras hidrulicas para explorao de recursos hdricos, tais como: barragem para fins hidreltricos, acima de 10 MW, de saneamento ou irrigao, abertura de canais para navegao, drenagem e irrigao, retificao de cursos dgua, abertura de barras e embocaduras, transposio de bacias, diques; VIII Extrao de combustvel fssil (petrleo, xisto, carvo); IX Extrao de minrios, inclusive os da classe II, definidas no Cdigo de Minerao; X Aterros sanitrios, processamento e destino final de resduos txicos ou perigosos;

XI Usinas de gerao de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primria, acima de 10 MW;XII Complexo e unidades industriais e agroindustriais (petroqumicos, siderrgicos, cloroqumicos, destilarias de lcool, hulha, extrao e cultivo em recursos hdricos);

XIII

Distritos industriais e zonas estritamente industriais ZEI;

XIV Explorao econmica de madeira ou de lenha, em reas acima de 100 hectares, ou menores, quando atingir reas significativas em termos percentuais ou de importncia do ponto de vista ambiental;XV Projetos urbansticos, acima de 100 ha ou em reas consideradas de relevante interesse ambiental, a critrio da SEMA* e dos rgos municipais e estaduais competentes;* Secretaria Especial de Meio Ambiente criada no mbito federal, em 1973, e extinta em 1989, com a criao do Ibama.

47SRIE EDUCAO AMBIENTAL

Introduo Gesto Ambiental Pblica

XVI Qualquer atividade que utilize carvo vegetal, em qu ant ida de superior a dez toneladas por dia.ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL Um dos elementos do processo de avalia o de impact o ambiental . Trata - se da execuo por equipe multidisciplinar das tarefas tcnicas e cientficas destinadas a analisar, sistemati camente, as cons eqncias da imp lantao de um p rojeto no meio ambiente, por meio de mtodos de AIA e tcnicas de previso dos impactos ambientais. O estudo realiza-se sob a orientao da autoridade ambiental responsvel pelo licenciamento do projeto em questo, que, por meio de instrues tcnicas especficas, ou termos de referncia, indica a abrangncia do estudo e os fatores ambientais a serem considerados detalhad amente . O estud o de impacto a mbiental compre ende, no mnimo: a descrio do pr ojeto e suas alt ernativas, nas e tapas de planejamento, construo, operao e, quando for o caso, desativao; a delimita o e o diagns tico ambiental d a rea de influ ncia; a identificao, a medio e a valorao dos impactos; a comparao das alternativas e a previso de situao ambiental futura, nos casos de adoo de cada uma das alternativas, inclusive no caso de no se executar o projeto; a identificao das medidas miti gadoras e do pro grama de monitora gem dos impacto s; a preparao do relatrio de impacto ambiental Rima. (Moreira, 1990).Ainda segundo a Resoluo n 001/86, O estudo de impacto ambiental, alm de atender legislao, em especial os princpios e objetivos expressos na Lei da0

Poltica Nacional do Meio Ambiente,

obedecer s seguintes diretrizes gerais:

I Contempla r todas as alter nativas tecnolgicas e de localizao do projeto, confrontando-as com a hiptese de no-execuo do projeto;II Id e n ti f i c a r e a v a l i a r s i s t e m at i c a m e n te o s i m pa c t o s a m b i e n t a i s gerados nas fases de implantao e operaod a a t iv i d ad e ;

48SRIE EDUCAO AMBIENTAL