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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “A VEZ DO MESTRE” RECICLAGEM DE LIXO GLÓRIA JESUS DE AZEVEDO ORIENTADOR: PROF. CELSO SANCHEZ RIO DE JANEIRO JANEIRO/2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

RECICLAGEM DE LIXO

GLÓRIA JESUS DE AZEVEDO

ORIENTADOR: PROF. CELSO SANCHEZ

RIO DE JANEIRO JANEIRO/2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS

PROJETO “A VEZ DO MESTRE”

Apresentação de monografia ao Conjunto UniversitárioCandido Mendes como condição prévia para aconclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”em Educação Ambiental.

RIO DE JANEIRO JANEIRO/2004

RECICLAGEM DE LIXO

GLÓRIA JESUS DE AZEVEDO

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AGRADECIMENTOS

“Deus! Obrigada pelas vitórias que alcancei na vida e queno dia-a-dia esqueci de te agradecer”.

(Glória Jesus de Azevedo)

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus filhos Celso eGabriel, que não mediram esforços, carinho ecompreensão; que vibraram por cada etapaque consegui vencer.

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EPÍGRAFE

"O maior desafio tanto de nossa época como dopróximo século é salvar o planeta da destruição. Issovai exigir uma mudança nos próprios fundamentos dacivilização moderna - o relacionamento dos sereshumanos com a natureza."

(Mikhail Gorbachev)

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RESUMO

Na natureza todas as plantas e animais mortos apodrecem e se

decompõe. São destruídos por larvas minhocas, bactérias e fungos, e os

elementos químicos que eles contém voltam à terra. Podem ficar no solo, nos

mares ou rios e serão usados novamente por plantas e animais. É um processo

natural de reutilização de matérias. É um interminável ciclo de morte,

decomposição, nova vida e crescimento. A natureza é muito eficiente no

tratamento do lixo. Na realidade, não há propriamente lixo, pois ele é

novamente usado e se transforma em substâncias reaproveitáveis.

Enquanto a natureza se mostra eficiente em reaproveitamento e

reciclagem, os homens o são em produção de lixo. Os ciclos naturais de

decomposição e reciclagem da matéria podem reaproveitar o lixo humano.

Contudo, uma grande parte deste lixo sobrecarrega o sistema. O problema se

agrava porque muitas das substâncias manufaturadas pelo homem não são

biodegradáveis, isto é não se decompõe facilmente. Vidros, latas e alguns

plásticos não são biodegradáveis e levam muitos anos para se decompor. Esse

lixo pode provocar a poluição.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Reciclagem de lixo: exercício de cidadania 10

CAPÍTULO II

Materiais recicláveis e não recicláveis 16

CAPÍTULO III

Educação ambiental 32

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 40 ÍNDICE 41 ANEXOS 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

A reciclagem de lixo é o processo de transformar materiais

considerados perdidos e reaproveitá-los para outros fins. Pode-se comparar ao

processo que ocorre na natureza; a floresta possui um perfeito esquema de

reciclagem, as folhas caem, os animais morrem, apodrecem e se transformam

em material reciclado, como o adubo orgânico, o qual retorna como nutrientes

para as plantas.

Quando se imagina a quantidade de lixo urbano e o acúmulo de todo

este material nos chamados "lixões", é visualizada a grande poluição ambiental

que isso representa. Por essa razão, devemos considerar todo o potencial de

reciclagem deste lixo urbano e entender que podemos ajudar na diminuição da

poluição ambiental causada por ele.

Um processo de reciclagem inicia-se com um programa de coleta

seletiva, onde a participação da população é de grande ajuda. É o cidadão

conscientizado da importância da reciclagem que já fará a separação de seu

lixo: vidro, plástico, metal, papel, material orgânico etc. Esses materiais,

quando coletados, são entregues de forma diferenciada - por exemplo, as latas

podem ser destinadas aos postos de coletas existentes. Após o processo de

coleta o lixo é levado a centros de triagens onde são direcionados para as

indústrias de reciclagem.

As indústrias ou usinas de reciclagens realizam uma catação a fim

de selecionar os materiais que serão destinados às indústrias de vidros,

plásticos, papéis, metais etc. A sobra, normalmente é de materiais orgânicos,

será encaminhada para locais aonde irá se transformar em adubo orgânico.

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Apesar de já possuírem usinas de reciclagem, algumas cidades

ainda não conseguiram uma coleta eficiente por parte da população. Essa

deficiência dificulta o processo e retarda a etapa de separação e

direcionamento dos materiais para a reciclagem.

No capítulo I, é vista a necessidade da reciclagem de lixo a fim de

diminuir a quantidade de resíduos. No segundo capítulo, toma-se consciência

dos diversos materiais que podem ser reciclados e que por muitas vezes

passam por despercebidos e no terceiro capítulo, conhecemos sobre a

educação ambiental e sua legislação.

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CAPÍTULO I

RECICLAGEM DE LIXO: EXERCÍCIO DE CIDADANIA

O que é a reciclagem de lixo? É um processo industrial ou artesanal

que possibilita a reintrodução, em um processo produtivo, de produtos

acabados, que já foram utilizados para seu fim inicial. Ao invés desse material

parar no lixo, ele é reaproveitado como matéria-prima, para a produção de

novas coisas. Isso acontece, por exemplo, quando a matéria orgânica - restos

de alimentos, podas, cascas de frutas e legumes, aparas de grama, esterco de

animais - é transformada em adubo, excelente para fertilizar a terra usada para

plantio.

Pode-se reciclar os chamados materiais inorgânicos, como plástico,

vidro, papel, papelão e metal. As embalagens plásticas usadas podem originar

novas embalagens. O papel e o papelão riscados ou rasgados podem ser

transformados em novas folhas, e os metais, como as latinhas de alumínio, de

cerveja e guaraná, podem dar origem a novas latinhas.

Por isso, a reciclagem é uma das melhores alternativas para a

minimização do lixo, além de gerar economias para o país. Segundo dados

divulgados no jornal Folha de São Paulo, o Brasil perde cerca de R$ 4,6

bilhões, por ano, por não reciclar os resíduos. A economia de energia e de

recursos naturais não-renováveis são algumas vantagens da reciclagem.

Para falarmos sobre reciclagem, necessitamos antes de qualquer

coisa, recorrermos a alguns conceitos básicos a seguir:

a. LIXO: conceitua-se lixo, as sobras, os restos, ou um conjunto de

resíduo;

b. RESÍDUOS: tecnicamente, o lixo é chamado de resíduo. Resíduo é um

sub-produto de um processo qualquer;

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c. PROCESSO: é a operação de transformação de uma matéria-prima em

um produto;

d. COMPOSTAGEM: é o processo para a obtenção de composto orgânico,

a partir do lixo;

e. RECICLAR: é o processo de obtenção de um produto, a partir dele

mesmo, ou parte dele quando resíduo.

Com a reciclagem do lixo consegue-se:

• reduzir o volume diário de resíduos enviados a aterros sanitários ou

lixões controlados, aumentando sua vida útil;

• gerar menor poluição ambiental e agressão visual;

• poupar recursos com a destinação final;

• contribuir com a limpeza urbana e saúde pública;

• gerar trabalhos diretos e indiretos;

• contribuir para a melhoria da qualidade de vida local e global;

• gerar o aquecimento da economia local;

• poupar recursos naturais renováveis e não renováveis;

• gerar recursos que podem ser empregados na área social;

• mudar o comportamento em relação ao desperdício;

• fortalecer uma nova mentalidade ambiental;

• reduzir o consumo de energia pelas indústrias;

• reduzir os custos de produção, devido ao reaproveitamento de

recicláveis pelas indústrias de transformação;

• economizar na importação de matérias-primas e na exploração de

recursos naturais renováveis e não renováveis.

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1.1. FORMAS DE MINIMIZAÇÃO DO LIXO

As quatro formas de minimizar (dimimuir) o lixo, são: evitar, reduzir e

reutilizar.

a Evitar

É o mesmo que 'não produzir' lixo. Por exemplo, quando você vai ao

McDonald e pede um lanche, ele vem acompanhado de pratinhos de papelão,

canudinhos, e outras coisas que não têm muita importância. A gente poderia

comer o mesmo lanche, usando menos embrulhos. No final, acaba-se jogando

esses embrulhos no lixo. Por isso, a melhor forma de minimizar o lixo é deixar

de produzi-lo.

a Reduzir

É o mesmo que diminuir a quantidade de lixo produzido, a partir da

invenção de novas tecnologias. Algumas máquinas são criadas com o objetivo

de desperdiçar menos os recursos naturais do planeta. Por exemplo, os carros

movidos à luz solar. Ao invés deles serem abastecidos com a gasolina (que é

feita a partir do petróleo - um recurso natural não-renovável), eles usam a

energia do sol, que é inesgotável. Assim, diminui-se a poluição do ar e

economiza-se petróleo.

Como reduzir?

preferir produtos com embalagens retornáveis;

preferir produtos com embalagens recicláveis;

combater o desperdício de produtos e alimentos planejando

bem as compras;

pegar carona sempre que possível;

não deixar as torneiras pingando;

assinar jornais e revistas em conjunto com outras pessoas;

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escrever em papel reciclado.

a Reutilizar

Dar nova utilidade a materiais que na maioria das vezes

consideramos inúteis e são jogados no lixo. A latinha que se faz de jarro de

flores, está sendo reutilizada. Quando ela saiu da fábrica, provavelmente

guardava um outro produto, como leite, nescau, aveia etc. Dizemos que essa

latinha está sendo reaproveitada. O mesmo acontece com os potes de

maionese, que se transformam em cotoneteiras, porta-lápis etc. Só vai

depender da criatividade.

Como reutilizar?

separar sacolas, sacos de papel, vidros, caixas de ovos, papel

de embrulho que podem ser reutilizados;

usar o verso das folhas de papel já utilizadas para rascunho;

pensar em conservar e consertar objetos antes de jogar fora;

doar ou vender tudo o que possa ser reaproveitados por outros;

não jogar no lixo aparelhos: podem ser vendidos ao “ferro

velho” ou desmontados para o reaproveitamento de peças.

a Reciclar

Dar "nova vida" a materiais a partir da reutilização de sua matéria-

prima, para fabricar novos produtos. A reciclagem pode ser feita através das

indústrias de reciclagem (elas reciclam vidros, papelão, metal, papel etc.), ou

de maneira artesanal (manual). O importante é que a gente economiza os

recursos naturais. As latas, as garrafas, as embalagens plásticas, o papelão e

o papel usados podem ser reciclados.

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Como reciclar?

fazer compostagem doméstica com seus restos de jardim e de

cozinha;

separar materiais recicláveis (plásticos, vidros, metais e

papéis), para os programas de coleta seletiva.

1.2. ATERROS SANITÁRIOS

As ruas, as encostas, os rios e a água do mar não são locais

adequados para se jogar o lixo produzido pelo homem. Porque o lixo provoca

danos à nossa saúde e ao meio ambiente. Seu cheiro é desagradável e ele

ainda produz um líquido poluente, chamado de chorume, que contamina o solo,

o ar e o lençol d’água subterrâneo. Além disso, quando chove, a água da chuva

arrasta todo o lixo espalhado na cidade, contribuindo para o entupimento dos

bueiros, o que pode provocar enchentes. E, enchentes nos faz lembrar de

desabamentos de terra, pessoas desabrigadas. Para evitar todos esses

problemas, todo o lixo deve ser depositado nos chamados aterros sanitários.

Os aterros são áreas planejadas, destinadas à disposição adequada

do lixo. O terreno nos aterros é impermeabilizado, para evitar o vazamento do

chorume. Os gases liberados são captados, para evitar a poluição do ar, e o

lixo é coberto por terra, impedindo que ele fique exposto e atraia moscas, ratos

e baratas, animais nocivos à nossa saúde, porque provocam doenças.

Infelizmente, no Brasil 90% do lixo é jogado nos lixões - áreas

afastadas da cidade, sem os mínimos cuidados de preservação ambiental e de

engenharia sanitária. Nesses locais, o lixo fica exposto a céu aberto, o que atrai

animais peçonhentos. Em Salvador, o antigo lixão de Canabrava, próximo ao

Barradão, campo de treinamento do Vitória, é um dos mais conhecidos da

cidade. Depois de muitos anos, a área de Canabrava finalmente está sendo

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transformada em aterro controlado. Essa medida está contribuindo para a

humanização do local.

Segundo o engenheiro sanitarista e assessor interino da presidência

da Conder, Maurício Fiúza, "os aterros podem ser denominados aterros

sanitários, quando projetados e implantados especialmente para a disposição

de resíduos sólidos urbanos, ou aterros industriais, quando projetados e

implantados especialmente para a disposição de resíduos sólidos industriais".

Um exemplo de um aterro industrial é a Cetrel, empresa que recebe e trata os

resíduos industriais das empresas do Pólo Petroquímico de Camaçari. Maurício

Fiúza explica que, após fechado o aterro industrial, para que o resíduo

depositado seja considerado inofensivo, é necessário um período de 400 anos,

enquanto que a estimativa, para um aterro sanitário, fica entre 10 e 15 anos.

O Aterro Metropolitano foi inaugurado em outubro de 1997 e

projetado para receber o lixo urbano dos municípios de Salvador, Simões Filho

e Lauro de Freitas. A expectativa é a de que todo o lixo de Salvador seja

depositado neste aterro, ao invés do Aterro de Canabrava. Segundo Maurício,

todo o lixo hospitalar, por exemplo, ainda vai para Canabrava. Ele explica: "No

Aterro Metropolitano Centro, o incinerador não foi implantado ainda. Daí não

ser possível encaminhar o lixo hospitalar para ele". O incinerador é o

equipamento usado para queimar o lixo, quando ele é muito perigoso e pode

contaminar as pessoas. Através do lixo hospitalar, as doenças podem ser

transmitidas a quem manusear material contaminado, como agulhas, algodão e

gazes. Por isso é mais seguro que esse lixo seja queimado.

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CAPÍTULO II

MATERIAIS RECICLÁVEIS E NÃO RECICLÁVEIS

2.1. COMO RECICLAR

Com a colaboração do consumidor, pode-se facilitar ainda mais o

processo de reciclagem. A reciclagem do material é muito importante, não

apenas para diminuir o acúmulo de dejetos, como também para poupar a

natureza da extração inesgotável de recursos. Abaixo como fazer a coleta

seletiva contribuindo na preservação do meio ambiente.

Lembra-se que os objetos reciclados não serão transformados nos

mesmos produtos. Por exemplo, garrafas recicláveis não serão transformadas

em outras garrafas, mas em outros materiais, como solados de sapato.

Passo a passo:

1. Procure o programa organizado de coleta de seu município ou

uma instituição, entidade assistencial ou catador que colete o material

separadamente. Primeiro o que a instituição recebe. Não adianta separar, por

exemplo: plástico, se a entidade só recebe papel.

2. Para uma coleta de maneira ideal são separados os resíduos em

não-recicláveis e recicláveis e dentro dos recicláveis separa-se papel, metal,

vidro e plástico.

3. Exemplo de materiais recicláveis:

- Papel: jornais, revistas, formulários contínuos, folhas de escritório,

caixas, papelão etc.

- Vidros: garrafas, copos, recipientes.

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- Metal: latas de aço e de alumínio’, clipes, grampos de papel e de

cabelo, papel alumínio.

- Plástico: garrafas de refrigerantes e água, copos, canos,

embalagens de material de limpeza e de alimentos, sacos.

4. Um local adequado é escolhido para guardar os recipientes

recicláveis até a hora da coleta. Antes de guardá-los, devem ser limpos para

retirar os resíduos e deixados para secar naturalmente. Para facilitar o

armazenamento, pode-se diminuir o volume das embalagens de plástico e

alumínios amassando-as. As caixas devem ser guardadas desmontadas.

2.2. O QUE RECICLAR

Existem diversos tipos de materiais, que podem ser reciclados,

deve-se tomar cuidado, pois alguns materiais existentes não podem ser

reciclados.

O que pode e o que não pode ser reciclado:

Reciclável Não-reciclável também chamado de rejeitos

ê Papel

jornais e revistas etiqueta adesiva

folhas de caderno papel carbono

formulários de computador fita crepe

caixas em geral papéis sanitários

aparas de papel papéis metalizados

fotocópias papéis parafinados

envelopes papéis plastificados

provas papéis sujos

rascunhos guardanapos

cartazes velhos pontas de cigarro

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papel de fax fotografias

ê Metal

lata de folha de flandres (lata de óleo,

salsicha, leite em pó etc)

lata de alumínio

sucatas de reformas esponjas de aço

canos

ê Vidros

embalagens espelhos

garrafas de vários formatos vidros planos

copos lâmpadas

cerâmica

porcelana

tubos de TV - gesso

ê Plástico

embalagem de refrigerante cabo de panela

embalagem de material de limpeza tomadas

copinho de café embalagem de biscoito

embalagem de margarina

canos e tubos

sacos plásticos em geral misturas de papel, plásticos e metais

2.2.1. Reciclagem de papel

Significa fazer papel empregando como matéria-prima, papéis,

cartões, cartolinas e papelões, provenientes de:

• rebarbas geradas durante os processos de fabricação destes

materiais, ou de sua conversão em artefatos, ou ainda geradas em gráficas;

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• artefatos destes materiais pré ou pós-consumo.

Atualmente, a matéria-prima vegetal mais utilizada na fabricação do

papel é a madeira, embora outras também possam ser empregadas. Estas

matérias-primas são hoje processadas química ou mecanicamente, ou por uma

combinação dos dois modos, gerando como produto o que se denomina de

pasta celulósica, que pode ainda ser branqueada, caso se deseje uma pasta de

cor branca. A pasta celulósica, branqueada ou não, nada mais é do que as

fibras celulósicas liberadas, prontas para serem empregadas na fabricação do

papel.

A pasta celulósica também pode prover do processamento do papel,

ou seja, da reciclagem do papel. Neste caso, os papéis coletados para esse fim

recebem o nome de aparas. O termo apara surgiu para designar as rebarbas

do processamento do papel em fábricas e em gráficas e passou a ter uma

abrangência maior, designando, como já foi dito, todos os papéis coletados

para serem reciclados.

As aparas provêm de atividades comerciais, e em menor quantidade

de residências e de outras fontes, como instituições e escolas. Podem ser

recolhidas por um sistema de coleta seletiva, ou por um sistema comercial,

utilizado há anos, que envolve o catador de papel e o aparista.

Hoje, a força que propulsiona a reciclagem de papel ainda é

econômica, mas o fator ambiental tem servido também como alavanca.

A preocupação com o meio ambiente criou uma demanda por

"produtos e processos amigos do meio ambiente" e reciclar papel é uma forma

de responder a esta demanda.

Assim, os principais fatores de incentivo à reciclagem de papel, além

dos econômicos, são: a preservação de recursos naturais (matéria-prima,

energia e água), a minimização da poluição e a diminuição da quantidade de

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lixo que vai para os aterros. Dentre estes, certamente o último é o que tem tido

maior peso nos países que adotam medidas legislativas em prol da reciclagem.

2.2.2. Reciclagem de plástico

Plásticos são artefatos fabricados a partir de resinas (polímeros),

geralmente sintéticas e derivadas do petróleo.

Quando o lixo é depositado em lixões, os problemas principais

relacionados ao material plástico provêm da queima indevida e sem controle.

Quando a disposição é feita em aterros, os plásticos dificultam sua

compactação e prejudicam a decomposição dos materiais biologicamente

degradáveis, pois criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de

líquidos e gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica.

Sendo assim, sua remoção, redução ou eliminação do lixo são

metas que devem ser perseguidas com todo o empenho. A separação de

plásticos do restante do lixo traz uma série de benefícios à sociedade, como,

por exemplo, o aumento da vida útil dos aterros, geração de empregos,

economia de energia etc.

ê Divisão dos plásticos

Os plásticos são divididos em duas categorias importantes:

termofixos e termoplásticos.

Os termofixos, que representam cerca de 20% do total consumido

no país, são plásticos que, uma vez moldados por um dos processos usuais de

transformação, não podem mais sofrer mais novos ciclos de processamento,

pois não fundem novamente, o que impede nova moldagem.

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Os termoplásticos, mais largamente utilizados, são materiais que

podem ser reprocessados várias vezes pelo mesmo ou por outro processo de

transformação. Quando submetidos ao aquecimento a temperaturas

adequadas, esses plásticos amolecem, fundem e podem ser novamente

moldados. Como exemplos, podem ser citados: polietileno de baixa densidade

(PEBD); Polietileno de alta densidade (PEAD); poli (cloreto de vinila) (PVC);

poliestireno (PS); polipropileno (PP); poli (tereftalato de etileno) (PET);

poliamidas (náilon) e muitos outros.

ê Reciclagem primária ou pré-consumo

É a conversão de resíduos plásticos por tecnologia convencionais de

processamento em produtos com características de desempenho equivalentes

às daqueles produtos fabricados a partir de resinas virgens. A reciclagem pré-

consumo é feita com os materiais termoplásticos provenientes de resíduos

industriais, os quais são limpos e de fácil identificação, não contaminados por

partículas ou substâncias estranhas.

ê Reciclagem secundária ou pós-consumo

É a conversão de resíduos plásticos de lixo por um processo ou por

uma combinação de operações. Os materiais que se inserem nesta classe

provêm de lixões, sistemas de coleta seletiva, sucatas etc. são constituídos

pelos mais diferentes tipos de material e resina, o que exige uma boa

separação, para poderem ser aproveitados.

ê Reciclagem terciária

É a conversão de resíduos plásticos em produtos químicos e

combustíveis, por processos termoquímicos (pirólise, conversão catálica). Por

esses processos, os materiais plásticos são convertidos em matérias-primas

que podem originar novamente as resinas virgens ou outras substâncias

interessantes para a indústria, como gases e óleos combustíveis.

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2.2.3. Reciclagem de metal

Os metais são materiais de elevada durabilidade, resistência

mecânica e facilidade de conformação, sendo muito utilizados em

equipamentos, estruturas e embalagens em geral.

Quanto à sua composição, os metais são classificados em dois

grande grupos: os ferrosos (compostos basicamente de ferro e aço) e os não-

ferrosos. Essa divisão justifica-se pela grande predominância do uso dos

metais à base de ferro, principalmente o aço.

Entre os metais não-ferrosos, destacam-se o alumínio, o cobre e

suas ligas (como latão e o bronze), o chumbo, o níquel e o zinco. Os dois

últimos, junto como o cromo e o estanho, são mais empregados na forma de

ligas com outros metais, ou como revestimento depositado sobre metais, como,

por exemplo, o aço.

A grande vantagem da reciclagem de metais é evitar as despesas da

fase de redução do minério a metal. Essa fase envolve um alto consumo de

energia, e requer transporte de grandes volumes de minério e instalações

caras, destinadas à produção em grande escala.

Embora seja maior o interesse na reciclagem de metais não-

ferrosos, devido ao maior valor de sua sucata, é muito grande a procura pela

sucata de ferro e de aço, inclusive pelas usinas siderúrgicas e fundições.

A sucata é matéria-prima das empresas produtoras de aço que não

contam como o processo de redução, e que são responsáveis por cerca de

20% da produção nacional de aço. A sucata representa cerca de 40% do total

de aço consumido no País, valor próximo aos valores de outros países, como

os Estados Unidos, onde atinge 50% do total da produção. Ressalta-se que o

Brasil exporta cerca de 40% da sua produção de aço.

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É importante, ainda, observar que a sucata pode, sem maiores

problemas, ser reciclada mesmo quando enferrujada. Sua reciclagem é

também facilitada pela sua simples identificação e separação, principalmente

no caso da sucata ferrosa, em que se empregam eletroímãs, devido às suas

propriedades magnéticas. Através deste processo é possível retirar até 90% do

metal ferroso existente no lixo.

2.2.4. Reciclagem de vidro

O vidro é obtido pela fusão de componentes inorgânicos a altas

temperaturas, e resfriamento rápido da massa resultante até um estado rígido,

não-cristalino.

O processo de produção do vidro do tipo sodacal utiliza como

matérias-primas, basicamente, areia, barrilha, calcário e feldspato. Um

procedimento comum do processo é adicionar-se à mistura das matérias-

primas cacos de vidro gerados internamente na fábrica ou adquiridos,

reduzindo sensivelmente os custos de produção.

O vidro é um material não-poroso que resiste a temperaturas de até

150°C (vidro comum) sem perda de suas propriedades físicas e químicas. Esse

fato faz com que os produtos possam ser reutilizados várias vezes para a

mesma finalidade.

A reciclagem de vidro significa enviar aos produtos de embalagens o

vidro usado para que este seja reutilizado como matéria-prima para a produção

de novas embalagens.

O vidro é 100% reciclável, não ocorrendo perda de material durante

o processo de fusão. Para cada tonelada de caco de vidro limpo, obtém-se

uma tonelada de vidro novo. Além disso, cerca de 1,2 tonelada de matéria-

prima deixa de ser consumida.

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Além da redução do consumo de matérias-primas retiradas da

natureza, a adição do caco à mistura reduz o tempo de fusão na fabricação do

vidro, tendo como conseqüência uma redução significativa no consumo

energético de produção. Também proporciona a redução de custos de limpeza

urbana e diminuição do volume do lixo em aterros sanitários.

2.2.5. Reciclagem de pneus

Os pneus usados podem ser reutilizados após sua recauchutagem.

Esta consiste na remoção por raspagem da banda de rodagem desgastada da

carcaça e na colocação de uma nova banda. Após a vulcanização, o pneu

"recauchutado" deverá ter a mesma durabilidade que o novo. A economia do

processo favorece os pneus mais caros, como os de transporte (caminhão,

ônibus, avião), pois nestes segmentos os custos são melhor monitorados.

Há limites no número de recauchutagem que um pneu suporta sem

afetar seu desempenho. Assim sendo, mais cedo ou mais tarde, os pneus são

considerados inservíveis e descartados.

Os pneus descartados podem ser reciclados ou reutilizados para

diversos fins. Neste caso, são apresentadas, a seguir, várias opções:

• Na engenharia civil:

O uso de carcaças de pneus na engenharia civil envolve diversas

soluções criativas, em aplicações bastante diversificadas, tais como, barreira

em acostamentos de estradas, elemento de construção em parques e

playgrounds, quebra-mar, obstáculos para trânsito e, até mesmo, recifes

artificiais para criação de peixes.

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• Na regeneração da borracha:

O processo de regeneração da borracha envolve a separação da

borracha vulcanizada dos demais componentes e sua digestão com vapor e

produtos químicos, tais como, álcalis, mercaptanas e óleos minerais. O produto

desta digestão é refinado em moinhos até a obtenção de uma manta uniforme,

ou extrudado para obtenção de material granulado.

A moagem do pneu em partículas finas permite o uso direto do

resíduo de borracha em aplicações similares às da borracha regenerada.

• Na geração de energia:

O poder calorífico de raspas de pneu equivale ao do óleo

combustível, ficando em torno de 40 Mej/kg. O poder calorífico da madeira é

por volta de 14 Mej/kg.

Os pneus podem ser queimados em fornos já projetados para

otimizar a queima. Em fábricas de cimento, sua queima já é uma realidade em

outros países. A Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) informa

que cerca de 100 milhões de carcaças de pneus são queimadas anualmente

nos Estados Unidos com esta finalidade, e que o Brasil já está experimentando

a mesma solução.

• No asfalto modificado com borracha:

O processo envolve a incorporação da borracha em pedaços ou em

pó. Apesar do maior custo, a adição de pneus no pavimento pode até dobrar a

vida útil da estrada, porque a borracha confere ao pavimento maiores

propriedades de elasticidade ante mudanças de temperatura. O uso da

borracha também reduz o ruído causado pelo contato dos veículos com a

estrada. Por causa destes benefícios, e também para reduzir o armazenamento

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de pneus velhos, o governo americano requer que 5% do material usado para

pavimentar estradas federais seja de borracha moída.

2.2.6. Reciclagem de entulho

Entulho é o conjunto de fragmentos ou restos de tijolo, concreto,

argamassa, aço, madeira etc., provenientes do desperdício na construção,

reforma e/ou demolição de estruturas, como prédios, residências e pontes.

O entulho de construção compõe-se, portanto, de restos e

fragmentos de materiais, enquanto o de demolição é formado apenas por

fragmentos, tendo por isso maior potencial qualitativo, comparativamente ao

entulho de construção.

O processo de reciclagem do entulho, para a obtenção de

agregados, basicamente envolve a seleção dos materiais recicláveis do entulho

e a trituração em equipamentos apropriados.

Os resíduos encontrados predominantemente no entulho, que são

recicláveis para a produção de agregados, pertencem a dois grupos:

• Grupo I - materiais compostos de cimento, cal, areia e brita:

concretos, argamassa, blocos de concreto.

• Grupo II - materiais cerâmicos: telhas, manilhas, tijolos, azulejos.

• Grupo III - materiais não-recicláveis: solo, gesso, metal, madeira,

papel, plástico, matéria orgânica, vidro e isopor. Desses materiais, alguns são

passíveis de serem selecionados e encaminhados para outros usos. Assim,

embalagens de papel e papelão, madeira e mesmo vidro e metal podem ser

recolhidos para reutilização ou reciclagem.

27

2.2.7. Reciclagem de baterias e pilhas

As baterias e pilhas, quando descartadas em lixões ou aterros

sanitários, liberam componentes tóxicos que contaminam o solo, os cursos

d'água e os lençóis freáticos, afetando a flora e a fauna das regiões

circunvizinhas e o homem, pela cadeia alimentar.

Devido a seus componentes tóxicos, as pilhas podem também afetar

a qualidade do produto obtido na compostagem de lixo orgânico. Além disso,

sua queima em incineradores também não consiste em uma boa prática, pois

seus resíduos tóxicos permanecem nas cinzas e parte deles pode volatilizar,

contaminando a atmosfera.

Os componentes tóxicos encontrados nas pilhas são: cádmio,

chumbo e mercúrio. Todos afetam o sistema nervoso central, o fígado, os rins e

os pulmões, pois eles são bioacumulativos. O cádmio é cancerígeno, o chumbo

pode provocar anemia, debilidade e paralisia parcial, e o mercúrio pode

também ocasionar mutações genéticas.

Considerando os impactos negativos causados ao meio ambiente

pelo descarte inadequado das pilhas e baterias usadas e a necessidade de

disciplinar o descarte e o gerenciamento ambientalmente adequado (coleta,

reutilização, reciclagem, tratamento ou disposição final) de pilhas e baterias

usadas, a Resolução n° 257/99 do Conselho Nacional do Meio Ambiente

(CONAMA) resolve em seu artigo primeiro:

"As pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo,

cádmio, mercúrio e seus compostos, necessário ao funcionamento de

quaisquer tipos de aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como

os produtos eletroeletrônicos que os contenham integrados em sua estrutura

de forma não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues

pelos usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de

assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos

28

fabricantes ou importadores, para que estes adotem diretamente, ou por meio

de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou

disposição final ambientalmente adequado".

2.3. SIMBOLOGIAS E CORES NA RECICLAGEM

As cores características dos containers apropriados para a coleta

seletiva de lixo:

azul – papel e papelão;

vermelho – plásticos;

amarelo – metais;

verde – vidro;

preto – madeira;

laranja – resíduos perigosos;

roxo – resíduos radioativos;

marrom – resíduos orgânicos;

cinza – resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado

não passível de separação;

branco – resíduos ambulatoriais e de serviços de saúde, materiais

não recicláveis.

Até hoje, não se sabe onde e com que critério foi criado o padrão de

cores dos containers utilizados para a coleta seletiva voluntária em todo o

mundo. No entanto, alguns países já reconhecem esse padrão como um

parâmetro oficial a ser seguido por qualquer modelo de gestão de programas

de coleta seletiva.

Existe uma simbologia específica para a reciclagem de plásticos, no

Brasil existe uma norma (NBR 13230) da ABNT - Associação Brasileira de

Normas Técnicas, que padroniza os símbolos que identificam os diversos tipos

de resinas (plásticos) virgens. O objetivo é facilitar a etapa de triagem dos

29

resíduos plásticos que serão encaminhados à reciclagem. Os tipos são

classificados por números, a saber:

1 PET

2 PEAD

3 PVC

4 PEBD

5 PP

6 PS

7 OUTROS

2.4. COLETA SELETIVA

É um sistema de recolhimento de materiais recicláveis, tais como

papéis, plásticos, vidros, metais e orgânicos, previamente separados na fonte

geradora. Estes materiais são vendidos às indústrias recicladoras ou aos

sucateiros.

As quatro principais modalidades de coleta seletiva são: domiciliar,

em postos de entrega voluntária, em postos de troca e por catadores.

A coleta seletiva domiciliar assemelha-se ao procedimento clássico

de coleta normal de lixo. Porém, os veículos coletores percorrem as

residências em dias e horários específicos que não coincidam com a coleta

normal.

A coleta em PEV - Postos de Entrega Voluntária ou em LEV - Locais

de Entrega Voluntária utiliza normalmente containers ou pequenos depósitos,

colocados em pontos fixos, onde o cidadão, espontaneamente, deposita os

recicláveis.

A modalidade de coleta seletiva em postos de troca se baseia na

troca do material entregue por algum bem ou benefício.

30

O sucesso da coleta seletiva está diretamente associado aos

investimentos feitos para sensibilização e conscientização da população.

Normalmente, quanto maior a participação voluntária em programas de coleta

seletiva, menor é seu custo de administração. Não se pode esquecer também a

existência do mercado para os recicláveis.

2.5. MATERIAIS NÃO RECICLÁVEIS

É todo material que não apresenta técnica de reaproveitamento. Os

resíduos que não podem ser reciclados incluem: vidro plano, lâmpadas

fluorescentes, espelhos, louça, porcelana, lâmpadas, papel celofane, papel

carbono, papel parafinado, papel higiênico, guardanapos de papel, filtros de ar

de veículos, fraldas descartáveis e pilhas.

2.6. O QUE SE GANHA COM A RECICLAGEM

Ü Diminuição do lixo no aterro;

Ü Diminuição da extração de recursos naturais;

Ü Melhoria da limpeza e higiene da cidade;

Ü Economia de energia;

Ü Redução da poluição;

Ü Geração de empregos.

Quanto se poupa com a reciclagem:

1000 Kg de papel reciclado = 20 árvores poupadas.

1000 Kg de vidro reciclado = 1300 Kg de areia extraída poupada.

1000 Kg de plástico reciclado = milhares de litros de petróleo poupados.

1000 Kg de alumínio reciclado = 5000 Kg de minérios extraídos poupados.

31

Tempo de decomposição do lixo:

Papel: 2 a 4 semanas

Tecido de algodão: 1 a 5 meses

Corda: 3 a 4 meses

Meia de lã: 1 ano

Vara de bambu: 1 a 3 anos

Goma de mascar: 5 anos

Estaca de madeira pintada: 13 anos

Lata de conserva: 100 anos

Lata de alumínio: 500 anos

Plástico: 450 anos

Vidro e pneus: tempo indeterminado

Doenças transmitidas pelos animais que vivem no lixo:

Animais Modo de Transmissão Doenças / Sintomas

Rato mordida, pulga e urina Tifo, Peste e Leptospirose.

Mosca doméstica e varejeira

contaminação dos alimentos através das patas e do corpo

Febre Tifóide, Verminose e Gastroenterite.

Barata e formiga contaminação dos alimentos através das fezes, das patas e do corpo

Febre Tifóide, Giardíase e outras doenças Gastrointestinais.

Mosquito picada da fêmea Dengue, Malária, Febre Amarela, Leishmaniose.

Escorpião picada Causa muita dor. Em crianças e idosos pode causar alterações cardíacas, coma e morte.

32

CAPÍTULO III

EDUCAÇÃO AMBIENTAL

A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a

comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global,

do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos

problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela

desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade,

valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido à transformação

superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais,

desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para a dita

transformação.

Pode considerar-se como um processo de reconhecimento de

valores e clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das

habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para entender e

apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas culturas e seus meios

biofísicos. A educação ambiental também está relacionada com a prática das

tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhora da qualidade de

vida, os indivíduos e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,

habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio

ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e

sua sustentabilidade.

Enfim, processo em que se busca despertar a preocupação

individual e coletiva para a questão ambiental, garantindo o acesso à

informação em linguagem adequada, contribuindo para o desenvolvimento de

uma consciência crítica e estimulando o enfrentamento das questões

ambientais e sociais. Desenvolve-se num contexto de complexidade,

procurando trabalhar não apenas a mudança cultural, mas também a

transformação social, assumindo a crise ambiental como uma questão ética e

política.

33

3.1. AS 17 LEIS AMBIENTAIS DO BRASIL

A legislação ambiental brasileira é uma das mais completas do

mundo. Apesar de não serem cumpridas da maneira adequada, as 17 leis

ambientais mais importantes podem garantir a preservação do grande

patrimônio ambiental do país. São elas:

1 - Lei da Ação Civil Pública - número 7.347 de 24/07/1985.

Lei de interesses difusos, trata da ação civil publica de

responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor e ao

patrimônio artístico, turístico ou paisagístico.

2 - Lei dos Agrotóxicos - número 7.802 de 10/07/1989.

A lei regulamenta desde a pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até

sua comercialização, aplicação, controle, fiscalização e também o destino da

embalagem. O descumprimento desta lei pode acarretar multas e reclusão.

Exigências impostas:

• obrigatoriedade do receituário agronômico para venda de

agrotóxicos ao consumidor;

• registro de produtos nos Ministérios da Agricultura e da

Saúde;

• registro no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

3 - Lei da Área de Proteção Ambiental - número 6.902 de

27/04/1981.

Lei que criou as "Estações Ecológicas”, áreas representativas de

ecossistemas brasileiros, sendo que 90 % delas devem permanecer intocadas

e 10 % podem sofrer alterações para fins científicos. Foram criadas também as

34

"Áreas de Proteção Ambiental” ou APAS, áreas que podem conter

propriedades privadas e onde o poder público limita as atividades econômicas

para fins de proteção ambiental.

4 - Lei das Atividades Nucleares - número 6.453 de 17/10/1977.

Dispõe sobre a responsabilidade civil por danos nucleares e a

responsabilidade criminal por atos relacionados com as atividades nucleares.

Determina que se houver um acidente nuclear, a instituição autorizada a operar

a instalação tem a responsabilidade civil pelo dano, independente da existência

de culpa. Em caso de acidente nuclear não relacionado a qualquer operador,

os danos serão assumidos pela União. Esta lei classifica como crime produzir,

processar, fornecer, usar, importar ou exportar material sem autorização legal,

extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear, transmitir informações

sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de segurança relativas à

instalação nuclear.

5 - Lei de Crimes Ambientais - número 9.605 de 12/02/1998.

Reordena a legislação ambiental brasileira no que se refere às

infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-autora da infração

ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da empresa, se ela tiver

sido criada ou usada para facilitar ou ocultar um crime ambiental. A punição

pode ser extinta caso se comprove a recuperação do dano ambiental. As

multas variam de R$ 50,00 a R$ 50 milhões de reais.

6 – Lei da Engenharia Genética – número 8.974 de 05/01/1995.

Esta lei estabelece normas para aplicação da engenharia genética,

desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos modificados (OGM),

até sua comercialização, consumo e liberação no meio ambiente. A autorização

e fiscalização do funcionamento das atividades na área e da entrada de

qualquer produto geneticamente modificado no país é de responsabilidade dos

35

Ministérios do Meio Ambiente, da Saúde e da Agricultura. Toda entidade que

usar técnicas de engenharia genética é obrigada a criar sua Comissão Interna

de Biossegurança, que deverá, entre outros, informar trabalhadores e a

comunidade sobre questões relacionadas à saúde e segurança nesta atividade.

7 – Lei da Exploração Mineral – numero 7.805 de 18/07/1989.

Esta lei regulamenta as atividades garimpeiras. Para estas

atividades é obrigatória a licença ambiental prévia, que deve ser concedida

pelo órgão ambiental competente. Os trabalhos de pesquisa ou lavra, que

causarem danos ao meio ambiente são passíveis de suspensão, sendo o titular

da autorização de exploração dos minérios responsável pelos danos

ambientais. A atividade garimpeira executada sem permissão ou licenciamento

é crime.

8 – Lei da Fauna Silvestre – número 5.197 de 03/01/1967.

A lei classifica como crime o uso, perseguição, apanha de animais

silvestres, caça profissional, comércio de espécies da fauna silvestre e

produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução de espécie

exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do IBAMA.

Criminaliza também a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis em

bruto.

9 – Lei das Florestas – número 4.771 de 15/09/1965.

Determina a proteção de florestas nativas e define como áreas de

preservação permanente (onde a conservação da vegetação é obrigatória) uma

faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios, de lagos e de reservatórios,

além de topos de morro, encostas com declividade superior a 45 graus e locais

acima de 1.800 metros de altitude. Também exige que propriedades rurais da

região Sudeste do país preservem 20 % da cobertura arbórea, devendo tal

reserva ser averbada em cartório de registro de imóveis.

36

10 – Lei do Gerenciamento Costeiro – número 7.661 de 16/05/1988.

Define as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento

Costeiro, ou seja, define o que é zona costeira como espaço geográfico da

interação do ar, do mar e da terra, incluindo os recursos naturais e abrangendo

uma faixa marítima e outra terrestre. Permite aos estados e municípios

costeiros instituírem seus próprios planos de gerenciamento costeiro, desde

que prevaleçam as normas mais restritivas. Este gerenciamento costeiro deve

obedecer as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA).

11 – Lei da criação do IBAMA – número 7.735 de 22/02/1989.

Criou o IBAMA, incorporando a Secretaria Especial do Meio

Ambiente e as agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e

borracha. Ao Ibama compete executar a política nacional do meio ambiente,

atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos

recursos naturais.

12 – Lei do Parcelamento do Solo Urbano – número 6.766 de

19/12/1979.

Estabelece as regras para loteamentos urbanos, proibidos em áreas

de preservação ecológicas, naquelas onde a poluição representa perigo à

saúde e em terrenos alagadiços

13 – Lei Patrimônio Cultural - decreto-lei número 25 de 30/11/1937.

Lei que organiza a Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional, incluindo como patrimônio nacional os bens de valor etnográfico,

arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e paisagens de valor

notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana. A partir do

tombamento de um destes bens, ficam proibidas sua demolição, destruição ou

37

mutilação sem prévia autorização do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico

Nacional, SPHAN.

14 – Lei da Política Agrícola - número 8.171 de 17/01/1991.

Coloca a proteção do meio ambiente entre seus objetivos e como

um de seus instrumentos. Define que o poder público deve disciplinar e

fiscalizar o uso racional do solo, da água, da fauna e da flora; realizar

zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de diversas atividades

produtivas, desenvolver programas de educação ambiental, fomentar a

produção de mudas de espécies nativas, entre outros.

15 – Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – número 6.938 de

17/01/1981.

É a lei ambiental mais importante e define que o poluidor é obrigado

a indenizar danos ambientais que causar, independentemente da culpa. O

Ministério Público pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao

meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar

prejuízos causados.Esta lei criou a obrigatoriedade dos estudos e respectivos

relatórios de Impacto Ambiental (EIA-RIMA).

16 – Lei de Recursos Hídricos – número 9.433 de 08/01/1997.

Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema

Nacional de Recursos Hídricos. Define a água como recurso natural limitado,

dotado de valor econômico, que pode ter usos múltiplos (consumo humano,

produção de energia, transporte, lançamento de esgotos). A lei prevê também

a criação do Sistema Nacional de Informação sobre Recursos Hídricos para a

coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações sobre

recursos hídricos e fatores intervenientes em sua gestão.

38

17 – Lei do Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição –

número 6.803 de 02/07/1980.

Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e

padrões ambientais para a instalação e licenciamento das industrias, exigindo o

Estudo de Impacto Ambiental.

39

CONCLUSÃO

Uma sociedade consciente e bem educada não gera lixo e sim

materiais para reciclar. Selecionando o lixo, diminui a poluição do ar, solo e

água, bem como vai reduz a necessidade de novas áreas para aterros

sanitários. Tal atitude, também vai ajudar a diminuir a proliferação de insetos e

roedores, responsáveis pela transmissão de várias doenças. Os recursos

naturais vão ser poupados, pois o lixo separado vai ser reciclado e

transformado pelas indústrias em matéria-prima novamente, baixando assim os

custos do produto final consumido.

O lixo gerado por nós é apenas uma pequena parte da "montanha"

gerada todos os dias, composta também por resíduos industriais, de

construção civil, de mineração, de agricultura e outros. De todo lugar sai lixo. O

que não podemos ignorar é que o lixo precisa ser devidamente separado e

coletado, reaproveitado ou reciclado antes de ser descartado.

Lixo é basicamente todo e qualquer resíduo sólido proveniente das

atividades humanas ou gerado pela natureza em aglomerações urbanas. No

entanto, o conceito mais atual é o de que lixo é aquilo que ninguém quer ou

que não tem valor comercial. Neste caso, pouca coisa jogada fora pode ser

chamada de lixo.

O planeta em que vivemos precisa de reciclagens para que as

espécies possam continuar a sua perpetuação. Para tanto, devemos iniciar o

processo de transformação adotando medidas simples que se encontram ao

alcance de cada um e que são de vital importância para a saúde planetária.

Falamos da problemática do tratamento do lixo (resíduos). Pode-se mudar o

mundo, alterando nossos hábitos e, costumes no que diz respeito ao consumo

e desperdícios. A transformação é possível, mas, para isto acontecer

precisamos da conscientização, educação ambiental e CIDADANIA

ECOLÓGICA.

40

BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Lúcia Marina Alves de. Geografia. Série Novo Ensino Médio, volume

único, 1. ed., São Paulo: Ática, 2002.

PAULINO, Wilson Roberto. Biologia. Série Novo Ensino Médio, volume único,

7. ed., São Paulo: Ática, 2001.

SARDELLA, Antônio. Química. Série Novo Ensino Médio, volume único, 5. ed.,

São Paulo: Ática, 2001.

SITES:

br.share.geocities.com/atividades_humanas/lixo.htm

www.carolinedutra.hpg.ig.com.br

www.compam.com.br

www.facom.ufba.br/interligado/recicla.html

www.ibama.gov.br

www.industriasustentavel.org.br/ind_reciclar_faq.htm

www.mma.gov.br/port/sdi/ea/index.cfm

www.planetaorganico.com.br/17leisamb.htm

www.planetaorganico.com.br/newamb8.htm

www.sobrelixo.hpg.ig.com.br/reciclagem.htm

www.vestigios.hpj.ig.com.br/reciclagem.htm

41

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02 AGRADECIMENTO 03 DEDICATÓRIA 04 EPÍGRAFE 05 RESUMO 06 INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

Reciclagem de lixo: exercício de cidadania 10 1.1. Formas de minimização do lixo 12 1.2. Aterros sanitários 14 CAPÍTULO II Materiais recicláveis e não recicláveis 16 2.1. Como reciclar 16 2.2. O que reciclar 17 2.2.1. Reciclagem de papel 18 2.2.2. Reciclagem de plástico 20 2.2.3. Reciclagem de metal 22 2.2.4. Reciclagem de vidro 23 2.2.5. Reciclagem de pneus 24 2.2.6. Reciclagem de entulho 26 2.2.7. Reciclagem de baterias e pilhas 27 2.3. Simbologias e cores na reciclagem 28 2.4. Coleta seletiva 29 2.5. Materiais não recicláveis 30 2.6. O que se ganha com a reciclagem 30

42

CAPÍTULO III Educação ambiental 32 3.1. As 17 leis ambientais do Brasil 33 CONCLUSÃO 39 BIBLIOGRAFIA 40 ANEXOS 43 FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

43

ANEXOS

44

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES Instituto de Pesquisa Sócio-Pedagógicas Pós-Graduação “Latu Sensu” Título da Monografia Reciclagem de lixo.

Data da Entrega: ___________________________ Avaliado por: ______________________________Grau: ________________

Rio de Janeiro, ______ de ______________________ de ________ _______________________________________________________________

Coordenação do Curso