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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA JULIANA PADILHA LEITZKE SISTEMA EMBARCADO PARA USO EM MONITOR DE PRECIPITAÇÃO A LASER Curitiba 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PRÓ … a intensidade e a quantidade de diferentes precipitações, como chuvisco, chuva, granizo, neve e uma mistura de diferentes tipos de precipitação

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

JULIANA PADILHA LEITZKE

SISTEMA EMBARCADO PARA USO EM MONITOR DE PRECIPITAÇÃO A

LASER

Curitiba

2011

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JULIANA PADILHA LEITZKE

SISTEMA EMBARCADO PARA USO EM MONITOR DE PRECIPITAÇÃO A

LASER

Trabalho de conclusão de curso de

Engenharia Elétrica, Departamento de

Engenharia Elétrica, Setor de Tecnologia,

Universidade Federal do Paraná.

Orientadora: Prof. Dra. Giselle Lopes Ferrari Ronque

Curitiba

2011

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JULIANA PADILHA LEITZKE

SISTEMA EMBARCADO PARA USO EM MONITOR DE PRECIPITAÇÃO A

LASER

Trabalho apresentado ao curso de Engenharia Elétrica, da Universidade

Federal do Paraná, como requisito à obtenção do título de graduação.

COMISSÃO EXAMINADORA

PROF. DRA. GISELLE LOPES FERRARI RONQUE – UFPR

PROF. DR. ALESSANDRO ZIMMER – UFPR

PROF. Ph.D. ANDRÉ AUGUSTO MARIANO – UFPR

Curitiba

2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela possibilidade de desenvolver esse trabalho e pela

determinação necessária para concluir o curso de graduação. À minha família pelo

apoio durante essa etapa da minha vida. Aos professores que prestaram auxílio durante

esse desenvolvimento. Ao Instituto Tecnológico SIMEPAR e seus funcionários, por

terem possibilitado minha participação em um de seus projetos.

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RESUMO

Existe a necessidade no SIMEPAR de tornar o sistema de aquisição e transmissão de

dados de monitores de precipitação a laser em um equipamento autônomo, sem a

necessidade de computadores ligados diretamente ao sensor via cabo. Por isso foi

necessária a elaboração de um firmware em Java para uso em um sistema embarcado

para coleta remota de dados de um monitor de precipitação a laser da Thies Clima

utilizando o módulo GPRS TC65 da Siemens. Também foi feito o desenvolvimento de

um software complementar para apresentação gráfica dos dados. Esse projeto irá

colaborar para pesquisas meteorológicas desenvolvidas no SIMEPAR.

Palavras-chave: sistema embarcado, Java 2 ME, GPRS.

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ABSTRACT

There is a need in SIMEPAR to create a system of data acquisition and transmission of

laser monitors rainfall in a stand-alone device, without the need of computers directly

connected to the sensor cable. So it was necessary to create a Java firmware for use in

an embedded system for remote collection of data from a Thies Clima laser

precipitation monitor using Siemens TC65 GPRS module. It was also developed a

complementary software for graphical presentation of the data. This project will

contribute to weather research carried out in SIMEPAR.

Keywords: embbeded system, Java 2 ME, GPRS.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Laser do disdrômetro……………………………………………………….. 15

Figura 2 - Disdrômetro Thies Clima. ………………………………………………….16

Figura 3 - TC65. ……………………………………………………………………….17

Figura 4 - Vista frontal e posterior do terminal. ………………………………………..18

Figura 5 - Sistema completo. ………………………………………………………….22

Figura 6 - Diagrama de classes do firmware. ………………………………………….23

Figura 7 - Interfaces ……………………………………………………………………27

Figura 8 - Local da instalação. …………………………………………………………28

Figura 9 - Nivelamento do disdrômetro. ……………………………………………….28

Figura 10 - Caixa com os equipamentos de transmissão. ………………………………29

Figura 11 - Sistema instalado. …………………………………………………………29

Figura 12 - Janela inicial. ………………………………………………………………30

Figura 13 - Janela com histograma. …………………………………………………….31

Figura 14 - Janela informativa de ausência de chuva. ………………………………….31

Figura 15 - Dados estatísticos. …………………………………………………………31

Figura 16 - Tabela do banco de dados. ………………………………………………..32

Figura 17 - Fluxograma do software. ………………………………………………….35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Modos de operação….…………….………………..…………….………19

Tabela 2 – Classes de diâmetro………………..……………….…………….………31

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LISTA DE SIGLAS

Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

DC Direct Current

DSP Digital Signal Processor

FTP File Transfer Protocol

GPRS General Packet Radio Service

GPS Global Positioning System

GSM Global System for Mobile

HTTP Hypertext Transfer Protocol

IP Internet Protocol

Laser Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation

M2M Machine-to-Machine

SIM Subscriber Identity Module

SIMEPAR Sistema Meteorológico do Paraná

SMS Short Message Service

SMTP Simple Mail Transfer Protocol

TCP Transmission Control Protocol

TDMA Time Division Multiple Access

UDP User Datagram Protocol

WWW World Wide Web

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 12

1.1 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 12

1.2 OBJETIVO ................................................................................................... 13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................... 15

2.1 MONITOR DE PRECIPITAÇÃO A LASER ................................................. 15

2.2 SISTEMA EMBARCADO ........................................................................... 17

2.2.1 Estudo dos Comandos Disponíveis ........................................................ 19

2.2.1.1 AT^SICS............................................................................................ 20

2.2.1.2 AT^SISS ............................................................................................ 20

2.2.1.3 AT^SISW .......................................................................................... 21

2.2.1.4 AT^SISR............................................................................................ 21

2.2.1.5 AT^SJRA ........................................................................................... 21

3 DESENVOLVIMENTO .................................................................................... 22

3.1 PROGRAMAÇÃO DO TERMINAL ............................................................ 22

3.1.1 Classe Inicial ......................................................................................... 23

3.1.2 Classe de Comunicação Serial ............................................................... 24

3.1.3 Classe Auxiliar ...................................................................................... 24

3.1.4 Classe de Tratamento de Dados ............................................................. 24

3.1.5 Classe de Comunicação FTP .................................................................. 25

3.1.6 Classe de Monitoração de Memória ....................................................... 25

3.1.7 Classe para Ajuste de Hora e Data ......................................................... 25

3.1.8 Classe de Monitoração do Sistema ......................................................... 26

3.2 INSTALAÇÃO ............................................................................................. 26

3.3 SOFTWARE................................................................................................. 30

3.3.1 Tela Inicial............................................................................................. 30

3.3.2 Banco de Dados ..................................................................................... 32

3.3.3 Histograma ............................................................................................ 32

3.3.4 Dados Estatísticos .................................................................................. 33

3.3.5 Classes ................................................................................................... 34

3.3.5.1 Classe Inicial ...................................................................................... 36

3.3.5.2 Classe de Geração de Janela ............................................................... 36

3.3.5.3 Classe de Tratamento de Dados .......................................................... 36

3.3.5.4 Classe do Banco de Dados .................................................................. 36

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3.3.5.5 Classe de Geração do Gráfico ............................................................. 37

3.3.5.6 Classe de Conexão FTP ...................................................................... 37

4 RESULTADOS.................................................................................................. 38

4.1 TESTES INICIAIS ....................................................................................... 38

4.2 TESTES INTERMEDIÁRIOS ...................................................................... 38

4.3 TESTES FINAIS .......................................................................................... 39

5 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS ................................................... 40

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 41

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1 INTRODUÇÃO

O Instituto Tecnológico SIMEPAR (Sistema Meteorológico do Paraná) tem

por finalidade consolidar uma infra-estrutura física e humana para o provimento de

informações (dados e previsões) de natureza meteorológica, hidrológica e ambiental.

Além disso, vem atuando na concepção, desenvolvimento e execução de atividades

ligadas à pesquisa científica e tecnológica bem como junto à formação e capacitação de

pessoal.

Existe a necessidade no SIMEPAR de tornar o sistema de aquisição e

transmissão de dados em um equipamento autônomo, sem a necessidade de

computadores ligados diretamente ao sensor via cabo.

O SIMEPAR utiliza módulos GPRS (General Packet Radio Service) TC65 da

Siemens para a transmissão de dados de estações meteorológicas e é necessário produzir

um sistema embarcado para uso em um dos sensores, o monitor de precipitação a laser

(Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation) , também chamado de

disdrômetro. Esse sistema embarcado deve realizar as funções de receber os dados do

disdrômetro pela porta serial, tratar os dados e enviá-los por FTP (File transfer

Protocol) para o servidor do SIMEPAR.

Será criada pelo SIMEPAR uma rede de disdrômetros pelo Estado do Paraná

para a aquisição de dados de intensidade de chuva fornecidos pelo disdrômetro, que

servirá para ajustar a refletividade do radar meteorológico em tempo real e

posteriormente para pesquisa dos dados por meteorologistas.

O disdrômetro tem uma interface serial, porém limita a distância entre ele e o

computador. Será necessário o envio de dados a uma distância maior de 300

quilômetros, dos disdrômetros ao centro de operações do SIMEPAR. Por isso optou-se

pelo GPRS, já que, onde serão instalados os disdrômetros, a cobertura celular do estado

é boa.

1.1 JUSTIFICATIVA

A informação disponibilizada, com os dados sobre as gotas de chuva, será

utilizada pelos meteorologistas do SIMEPAR para estudos e análises meteorológicas,

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uma vez que através das medidas de diâmetro e velocidade das gotas de chuva é

possível especificar qual o tipo de chuva que está acontecendo, não somente a

quantidade de chuva, como em um pluviômetro.

Com a implementação proposta nesse projeto também é possível alocar

disdrômetros por todo o Estado do Paraná. Através desse sistema torna-se possível fazer

um ajuste da refletividade do radar meteorológico do SIMEPAR.

O radar utilizado é banda S Doppler, modelo DWSR-93S, da EEC Corporation,

já com algumas modernizações em seu hardware. Ele está localizado na parte central do

Paraná. A refletividade do radar meteorológico, medida em dBZ, indica a quantidade de

potência emitida que retorna ao radar e é representada, na imagem tratada, por uma

escala de cores. A refletividade R, medida em dBZ, indica a taxa de quantidade de

chuva T, em mm/hr, representada na equação (1).

A refletividade também pode ser obtida pela taxa de intensidade de chuva

através da equação (2).

Esses dados de refletividade obtidos através do radar são utilizados para:

- monitorar a precipitação, vento e granizo;

- estimar a intensidade de chuva; e

- previsão meteorológica em curto prazo, de no máximo três horas, usando

essas observações aliadas a imagens de satélite e outros sistemas.

1.2 OBJETIVO

O objetivo geral desse trabalho é desenvolver um sistema embarcado para ser

utilizado em monitores de precipitação a laser com a finalidade de proporcionar que um

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sistema desses equipamentos possa ser distribuído pelo Paraná, enviando informações

de forma wireless e as disponibilizando de forma gráfica.

Os equipamentos utilizados foram disponibilizados pelo SIMEPAR, sendo a

contribuição da aluna para esse trabalho o desenvolvimento de um programa em Java 2

ME para o terminal e o desenvolvimento de um programa em Java para uso em

computador.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Alguns conceitos que devem ser passados são sobre os equipamentos e

plataformas utilizadas para o projeto.

2.1 MONITOR DE PRECIPITAÇÃO A LASER

O monitor de precipitação a laser, disdrômetro, serve para medir e detectar o

tipo, a intensidade e a quantidade de diferentes precipitações, como chuvisco, chuva,

granizo, neve e uma mistura de diferentes tipos de precipitação.

O disdrômetro possui um laser que é emitido em um dos lados do sensor e no

outro lado fica o receptor, um fotodiodo que mede a intensidade ótica do sinal,

transformando em um sinal elétrico. Quando uma precipitação passa pela luz, o sinal

recebido é reduzido. O diâmetro da partícula é calculado pela amplitude da redução. Já a

velocidade da partícula é obtida pela duração do sinal reduzido. Os sinais medidos são

processados por um DSP (Digital Signal Processor). O tipo de precipitação é obtido em

comparação desses dados com dados estatísticos de diâmetro e velocidade. Além disso,

ainda é verificada a temperatura para melhorar essa identificação. A Figura 1 apresenta

uma ilustração do laser emitido pelo disdrômetro, capaz de efetuar as medidas de

diversos tipos de precipitação.

Figura 1 - Laser do disdrômetro.

Fonte: Thies Clima.

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A interface de saída do disdrômetro é uma porta RS485 full duplex com

baudrate ajustável de 1200 até 115200. Na Figura 2 é apresentada uma imagem desse

equipamento.

Figura 2 - Disdrômetro Thies Clima.

Fonte: Thies Clima.

A precisão dos mais importantes tipos de precipitação medidos por esse

equipamento são os seguintes:

- Chuva: >99% (>= 2 partículas/minuto, sem precipitação sólida).

- Granizo: >95% (>= 2 partículas/minuto).

- Neve: >99% (sem outras precipitações).

Nesse disdrômetro, os dados são memorizados por um minuto e então

transmitidos via serial. Como não existe a necessidade dos meteorologistas do

SIMEPAR de receberem todos os dados gerados, deve ser feito um tratamento de quais

os dados serão transmitidos.

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2.2 SISTEMA EMBARCADO

Existem diversas tecnologias disponíveis para a comunicação celular, porém o

módulo utilizado nesse trabalho opera com GSM (Global System for Mobile). A

utilização desse módulo pelo SIMEPAR já foi justificada por Klinguelfus (2005). O

SIMEPAR já disponibiliza de vários terminais TC 65 Siemens comercializados pela

DuoDigit, sendo esse o motivo principal de sua utilização nesse projeto.

O terminal utilizado possui uma plataforma de desenvolvimento em Java 2

ME, uma versão do Java específica para sistemas embarcados. Ele opera GSM com

GPRS(General Packet Radio Service), podendo ser integrado em aplicações M2M

(Machine-to-Machine).

O padrão GSM possibilitou a digitalização do telefone celular e junto com o

GPRS possibilita o acesso à Internet em uma tecnologia que transporta dados por

pacotes com protocolo IP (Internet Protocol).

Figura 3 - TC65.

Fonte: DuoDigit.

Na Figura 3 acima é apresentado o terminal visto externamente. O módulo

possui um processador ARM Core, com memória RAM de 400 KB e 1.7MB de

memória flash. Suas interfaces de saída são duas portas DB9, protocolo ITU-T V.24,

chamadas ASC1 e ASC0. Sua alimentação é de 12 V DC e possui um conector para a

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antena, assim como dois conectores para cartão SIM, um interno e outro externo. Opera

com GSM Quad-Band de 850/900/1800/1900 MHz e GPRS classe 12.

A seguir na Figura 4 é possível ver o esquema das interfaces disponíveis

externamente no terminal utilizado.

Figura 4 - Vista frontal e posterior do terminal.

1 – Conector para antena.

2 – Porta serial.

3 – Led de energizado.

4 – Led de status.

5 – Led de configuração.

6 – Cartão SIM.

7 – Botão liga/desliga/configuração.

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8 – Alimentação.

9 – Conexão USB.

10 – Porta Serial.

Os modos de operação do terminal são apresentados na Tabela 1, seguidos de

uma breve explicação.

Tabela 1 – Modos de operação.

Desligado

O terminal fica desligado, ou seja, interfaces e software

não disponíveis.

Operação Normal GSM/GPRS Sleep É ativado o modo de baixo

consumo de energia.

GSM Idle Software ativo e terminal

pronto para enviar e

receber dados.

GSM Talk Conexão em andamento.

GPRS Idle Terminal pronto para envio

ou recepção de dados

GPRS, mas nenhuma

transmissão está ocorrendo.

GPRS Data Transferência GPRS em

andamento.

Modo Avião Todas as funções GSM/GPRS ficam indisponíveis.

2.2.1 Estudo dos Comandos Disponíveis

O módulo utilizado já possui uma plataforma com diversos comandos que

servem de auxílio para o desenvolvimento, esses comandos estão disponíveis no manual

da Siemens. Muitos deles servem de auxílio nas implementações em Java para os

serviços de Internet. Esses comandos foram testados em um Hyper Terminal no

computador, ao conectá-lo via serial.

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Para o uso desses comandos no programa desenvolvido em Java 2 ME no

terminal, foi utilizada a classe abaixo.

protected synchronized boolean sendAT(String command,

String expect) {

try {

String response = ata.send(command + "\r");

if (response.indexOf(expect) >= 0) {

return true;

} else {

Logger.error(CLASSNAME, "Erro response sendAT:

"+command+" - "+response);

}

} catch (ATCommandFailedException e) {

Logger.error(CLASSNAME, "Erro sendAT: "+command);

return false;

}

return false;

}

2.2.1.1 AT^SICS

Através desse comando são feitas as configurações para a conexão de Internet.

São definidos os parâmetros obrigatórios de tipo de conexão, usuário, senha e endereço

de ponto de acesso, além de outros parâmetros opcionais. Após ser configurada, a

conexão é aberta com o uso do comando AT^SICO e encerrada com AT^SICC.

A seguir é apresentado um breve exemplo de como esse comando é utilizado

no Java 2 ME. Sendo apn o ponto de acesso, user o usuário e pass a senha.

sendAT("at^sics=0,conType,GPRS0", "OK");

sendAT("at^sics=0,inactTo,\"0\"", "OK");

sendAT("at^sics=0,alphabet,\"1\"", "OK");

sendAT("at^sics=0,apn,\""+apn+"\"", "OK");

sendAT("at^sics=0,user,"+user, "OK");

sendAT("at^sics=0,passwd,"+pass, "OK");

2.2.1.2 AT^SISS

Nesse comando são definidos padrões para serviços de Internet, como FTP,

HTTP e SMTP. No caso do FTP, por exemplo, é obrigatória a definição de tipo de

serviço, perfil definido de conexão de Internet a ser utilizado e endereço para o servidor

FTP. O serviço é aberto pelo uso do comando AT^SISO e fechado com AT^SISC.

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A seguir é possível verem um exemplo simplificado como é feita a

configuração do serviço FTP com o uso desse comando no Java 2 ME.

sendAT("at^siss=1,srvType,\"Ftp\"", "OK")

sendAT("at^siss=1,alphabet,\"1\"", "OK");

sendAT("at^siss=1,conId,\"0\"", "OK");

sendAT("at^siss=1,address,\"ftpput://user:pass@endereco:por

ta/" + arquivo + ";type=i\"", "OK")

2.2.1.3 AT^SISW

É utilizado para escrita ou upload. Ele é usado após ter sido feita a conexão

com a Internet e com o serviço a ser empregado

2.2.1.4 AT^SISR

Comando utilizado para leitura de dados ou download. Também deve ser usado

após ter sido feita a conexão com a Internet e com o serviço a ser empregado.

2.2.1.5 AT^SJRA

Usado para executar aplicações Java no módulo.

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3 DESENVOLVIMENTO

O sistema completo elaborado nesse trabalho é esquematizado na Figura 5

abaixo.

Figura 5 - Sistema completo.

3.1 PROGRAMAÇÃO DO TERMINAL

A linguagem de programação suportada pelo terminal e utilizada para esse

trabalho é a Java, uma linguagem de programação orientada a objetos da Sun

Microsystems, empresa da Oracle Corporation.

O firmware foi desenvolvido utilizando as ferramentas Java 2 ME e Netbeans,

distribuídos pela Oracle. O módulo TC65 é capaz de enviar as informações através de

porta serial RS232, SMS (Short Message Service), e também dos mais diversos serviços

na Internet, como FTP ou SMTP (Simple Mail Transfer Protocol).

A Siemens disponibiliza bibliotecas específicas para auxiliar a programação de

seu módulo TC65. Essas bibliotecas foram utilizadas, além das bibliotecas já

disponibilizadas como padrão para o Java 2 ME.

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Na Figura 6 é apresentado um breve diagrama de classes do firmware

desenvolvido para o terminal.

Figura 6 - Diagrama de classes do firmware.

3.1.1 Classe Inicial

Essa é uma classe MIDlet e é a primeira a ser chamada na execução do

programa. Ela inicializa variáveis e outras classes que serão utilizadas. São iniciadas as

classes thread (multiprocessamento) de ajuste de hora e data, controle de memória

disponível, monitoração do sistema, comunicação FTP e comunicação serial.

Métodos:

Construtor – Inicia variáveis de configuração.

StartApp – Inicia threads:

◦ Ajuste de hora e data

◦ Controle de memória disponível

◦ Monitoração do sistema

◦ Comunicação FTP

◦ Comunicação serial

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3.1.2 Classe de Comunicação Serial

A classe para a comunicação serial é implementada como thread. Essa classe é

a última a ser chamada pelo principal, devendo ficar em loop por todo o tempo para

captar os dados que chegarem do disdrômetro. Ela verifica se a mensagem está

completa e capta os caracteres de informações até receber o aviso de final de

mensagem, então chama a classe auxiliar, enquanto permanece verificando a chegada de

novos dados.

Métodos:

Construtor – Configura serial.

Run – Abre comunicação, fica em loop e recebe os dados, ao recebê-los aciona

classe auxiliar.

3.1.3 Classe Auxiliar

É uma classe chamada dentro da classe de comunicação serial após ter sido

recebida uma leitura completa do disdrômetro. Ela coloca os dados na fila do vetor,

notificando para a próxima classe thread, a de tratamento de dados.

Métodos:

Construtor

Leitura – Fila do vetor e notificação à classe de tratamento de dados.

3.1.4 Classe de Tratamento de Dados

É uma classe thread que faz o tratamento dos dados para envio, criando um

novo vetor. Esse vetor sincronizado chama a classe para a comunicação FTP. O módulo

só envia 1500 bytes por vez, por isso uma simplificação foi necessária após a seleção

dos dados. No tratamento são retirados os dados que não são importantes para os

meteorologistas e na simplificação são retirados caracteres desnecessários para manter a

informação, como o separador „;‟.

Métodos:

Construtor

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25

Run – São retirados os dados desnecessários, assim como o separador „;‟. São

obtidos os bytes dos dados e colocados em um novo vetor. É notificada a classe para

envio FTP.

3.1.5 Classe de Comunicação FTP

Essa comunicação é feita por eventos, utilizando a classe ATEvent disponíveis

na biblioteca da Siemens. Isso deve ser utilizado, já que é necessário esperar uma

resposta nos eventos da comunicação. Aqui é feita a configuração do serviço FTP, é

definido o título do documento com base na data e na hora e é feito o envio do

documento.

Métodos:

Construtor – Configuração de conexão.

FTP – Envio FTP.

ATEvent – Recebe o evento de resposta do módulo para o envio FTP.

3.1.6 Classe de Monitoração de Memória

Nos testes iniciais foi reparado um problema de memória após cerca de meia

hora de execução do programa, que ocasionava em um travamento do sistema. Por isso

foi criada uma classe thread para monitorar e limpar a memória periodicamente.

Métodos:

Construtor

Run – Loop que libera a memória periodicamente.

3.1.7 Classe para Ajuste de Hora e Data

O SIMEPAR disponibiliza um endereço na Internet com a data e o horário

UTC (Coordinated Universal Time) em tempo real. Foi elaborada uma classe thread no

firmware, aliada a uma classe que faz a organização do formato de data e hora para

posteriormente enviar ao módulo por comandos AT.

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A classe thread para ajuste de hora estabelece uma conexão por HTTP com o

endereço do servidor de data e hora do SIMEPAR. Após ser efetuada a leitura ele envia

o comando de ajuste para o módulo.

O módulo apresentou um problema para o ajuste de horário, pois ele não

efetuava o ajuste todas as vezes que solicitado, mesmo após ter sido enviado o comando

correto. Devido a esse defeito do módulo, é feita uma verificação da data e hora

ajustada. Caso esteja incorreta ele efetua outra tentativa daqui a um minuto. Isso é feito

três vezes até que o módulo seja reiniciado. Caso a hora seja ajustada de maneira

correta, o próximo ajuste ocorrerá em um dia.

Métodos:

Construtor

Run – Conecta HTTP com o Simepar para ler data e hora UTC. Faz o ajuste do

módulo uma vez ao dia.

3.1.8 Classe de Monitoração do Sistema

Essa classe auxilia a verificação do funcionamento do sistema. Caso ele

permaneça em uma mesma função por cinco minutos, o módulo é reiniciado. É

elaborada utilizando a classe Watchdog, que faz parte da biblioteca disponibilizada pela

Siemens.

Métodos:

Start – Inicia Watchdog e a run().

Check – Verifica estado da SerialDisdrometro e FtpDisdrometro.

Run – Reinicia a contagem de cinco minutos.

3.2 INSTALAÇÃO

O sistema foi montado na estação meteorológica do SIMEPAR do Centro

Politécnico da Universidade Federal do Paraná.

Na Figura 7 a seguir é possível ver um esquema de como foram conectados o

sensor, que é o disdrômetro, e o terminal de transmissão, módulo TC65.

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A seguir são apresentadas algumas imagens de processo de instalação do

sistema. Na Figura 8 é possível ver o local onde foi feita a instalação, com o suporte

pronto para início da montagem.

Figura 7 - Interfaces

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Figura 8 - Local da instalação.

Na Figura 9 é apresentado o procedimento de nivelamento do disdrômetro,

para garantir seu correto posicionamento na hora de fixá-lo ao suporte.

Figura 9 - Nivelamento do disdrômetro.

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Na Figura 10 tem-se a caixa de plástico onde foram armazenados os

equipamentos: módulo, adaptador, conversor, fonte de alimentação e demais cabos

necessários.

Figura 10 - Caixa com os equipamentos de transmissão.

Figura 11 - Sistema instalado.

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A Figura 11 mostra o sistema após sua instalação, com a antena posicionada do

lado de fora da caixa que abriga os demais equipamentos.

3.3 SOFTWARE

O software foi desenvolvido também em Java, com auxílio da biblioteca

JFreeChart, que serve de apoio para desenvolvimento de gráficos. Esse software

possibilita ao usuário a visualização dos dados coletados pelo disdrômetro e

armazenados no servidor.

3.3.1 Tela Inicial

A janela inicial do software apresenta um espaço para o preenchimento do

intervalo de data e hora para a visualização dos dados e é apresentada na Figura 12.

Figura 12 - Janela inicial.

Caso a opção “Gráfico” esteja selecionada e tenha sido feita a medida de chuva

naquele período, o software retornará uma janela com o histograma dos respectivos

valores de diâmetros, que pode ser visto na Figura 13.

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Figura 13 - Janela com histograma.

Se não existir chuva no período, o programa apenas retornará uma janela com a

informação “Sem chuva”, conforme visto na Figura 14.

Figura 14 - Janela informativa de ausência de chuva.

Caso a opção “Dados Estatísticos” esteja selecionada e tenham sido efetuadas

medidas no período, será retornada a janela da Figura 14, com as informações de média

e desvio padrão no período.

Figura 15 - Dados estatísticos.

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3.3.2 Banco de Dados

Para armazenar os dados foi utilizado um banco de dados MySQL. É feita a

verificação nesse banco para verificar se já existem os dados da data e hora fornecidas

pelo usuário. Se não existir é feita a busca no FTP e um insert no banco, se existir é

feito um select para leitura desses dados. Abaixo é vista a estrutura da tabela na Figura

16.

Figura 16 - Tabela do banco de dados.

3.3.3 Histograma

O histograma apresentado pelo programa é elaborado através da separação dos

dados por classes de diâmetro, conforme são apresentados pelo próprio disdrômetro. Na

tabela a seguir são apresentadas essas classes.

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Tabela 2 – Classes de diâmetro.

Classe Diâmetro [mm] Classe Diâmetro [mm]

1 ≥ 0.125 12 ≥ 3.000

2 ≥ 0.250 13 ≥ 3.500

3 ≥ 0.375 14 ≥ 4.000

4 ≥ 0.500 15 ≥ 4.500

5 ≥ 0.750 16 ≥ 5.000

6 ≥ 1.000 17 ≥ 5.500

7 ≥ 1.250 18 ≥ 6.000

8 ≥ 1.500 19 ≥ 6.500

9 ≥ 1.750 20 ≥ 7.000

10 ≥ 2.000 21 ≥ 7.500

11 ≥ 2.500 22 ≥ 8.000

Fonte: Thies Clima.

3.3.4 Dados Estatísticos

A média e o desvio padrão são feitos utilizando o valor médio de cada intervalo

de classe de diâmetro apresentado na Tabela 1 para o cálculo. A média é obtida pela

Equação (3) e o desvio padrão pela Equação (4).

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Sendo:

- a média;

- o desvio padrão;

- o índice que representa a classe de diâmetro;

- o total de pingos de chuva medidos para o diâmetro ; e

- o diâmetro médio para a classe de diâmetro .

3.3.5 Classes

O software elaborado possui cinco classes: a classe inicial, a de geração da

janela principal, a de tratamento dos dados, a que trabalha com o banco de dados, a de

geração de gráfico e a de conexão FTP. O fluxograma simplificado do software é

apresentado na Figura 17.

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Figura 17 - Fluxograma do software.

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3.3.5.1 Classe Inicial

Na classe inicial é aquela que inicia o programa e chama a classe de geração

da janela inicial.

3.3.5.2 Classe de Geração de Janela

É configurada e apresentada a janela inicial do programa, que tem as entradas

de dados: texto para o usuário inserir o intervalo de medidas que deseja, dois campos

para seleção das opções de geração de gráfico e de dados estatísticos e um botão para

gerar a opção selecionada.

Métodos:

- Construtor

- Janela: Configura os parâmetros a serem apresentados na janela e a apresenta

ao usuário.

3.3.5.3 Classe de Tratamento de Dados

Na classe de tratamento de dados estão os métodos para leitura dos dados

recebidos do servidor e para geração dos dados estatísticos.

Métodos:

- Construtor

- Leitura: É feita a leitura dos dados do arquivo.

- Estatística: São feitos os cálculos de média e desvio padrão.

3.3.5.4 Classe do Banco de Dados

A comunicação necessária com o banco de dados local é realizada nessa

classe, como o envio dos comandos de SELECT e INSERT.

Métodos:

- Construtor

- Select: Faz a seleção do arquivo no banco de dados.

- Insert: Insere os dados no banco de dados.

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3.3.5.5 Classe de Geração do Gráfico

A geração do histograma é feita nessa classe com a utilização da biblioteca

JFreeChart.

Métodos:

- Construtor

- Gráfico: Gera o gráfico com os dados do diâmetro.

3.3.5.6 Classe de Conexão FTP

A conexão FTP é realizada nessa classe, fazendo o download do arquivo se

necessário.

Métodos:

- Construtor

- FTP: Abertura da conexão FTP, transferência de dados e fechamento da

conexão.

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4 RESULTADOS

Os testes foram realizados ao longo de seu desenvolvimento. Nos itens a seguir

são apresentados os testes e os requisitos que deveriam ser atingidos para seu resultado

positivo.

4.1 TESTES INICIAIS

Estes testes foram realizados ao longo do estudo dos comandos

disponibilizados pelo módulo e também no desenvolvimento do programa a ser

utilizado no módulo TC65. Na primeira parte tinha como propósito apenas verificar o

funcionamento dos comandos AT. Depois, ao longo do desenvolvimento da

programação em Java, os testes realizados foram através da compilação do próprio

software Netbeans, apenas verificando a existência de erros.

4.2 TESTES INTERMEDIÁRIOS

Testes realizados na conexão do sistema incluindo módulo TC65 e disdrômetro

Thies Clima. Sua saída RS485 half duplex foi conectada a um adaptador RS232/RS485

da Henry e conectado à porta serial do computador. Foi configurado um Hyper

Terminal para fazer a recepção dos dados. As configurações de fábrica desse

equipamento especificam um baudrate de 9600, oito bits de dados, sem paridade e um

bit de parada. Assim foi verificado o funcionamento do disdrômetro, com a chegada de

dados a cada minuto.

Para conectá-lo ao módulo, foi necessário também colocar um adaptador que

invertesse os pinos dois e três da RS232 vinda do disdrômetro, para que os dados

transmitidos por ele fossem interpretados como dados de recepção na porta serial do

módulo.

Após a verificação do funcionamento correto, verificando trinta medições do

disdrômetro com aquelas recebidas no FTP, o disdrômetro e o módulo ficaram no

laboratório para testes por duas semanas sem serem desligados. Durante os testes foram

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observados problemas com a memória do módulo, surgindo a necessidade da classe de

monitoração de memória.

4.3 TESTES FINAIS

Os testes finais foram realizados após a elaboração do software, sendo feito

com a integração do sistema completo. Foi feita a verificação comparando as

informações recebidas no FTP e aquelas que constam nos gráficos e estatísticas, foram

verificadas trinta medições, obtendo um resultado igual para o total de gotas de chuva

por diâmetro apresentados no gráfico e nos dados.

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5 CONCLUSÃO E TRABALHOS FUTUROS

Os objetivos do trabalho foram atingidos, sendo elaborado o primeiro protótipo

do sistema a ser implantado pelo SIMEPAR. O trabalho da aluna foi importante para a

instituição, fazendo possível o funcionamento do terminal TC65 para uso no

disdrômetro, assim como disponibilizando um software para melhor apresentação dos

dados aos funcionários.

O sistema desenvolvido está sendo atualmente utilizado no SIMEPAR pelos

meteorologistas para realizarem estudos pertinentes dos dados coletados. Está instalado

na estação meteorológica do Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná e

em breve também estará também presente em outras estações.

Esse trabalho será importante para outros projetos realizados no SIMEPAR,

como o estudo dos dados meteorológicos e o estudo do ajuste da refletividade do radar

através do sistema de disdrômetros.

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REFERÊNCIAS

DUO DIGIT; Terminal Java TC65. Disponível em:

<http://www.duodigit.com.br/downloads/catalogo-duodigit-terminal-java-

tc65/download_pt.html>. Acesso em: 24 mar. 2011.

JFREE; JFreeChart. Disponível em: <http://www.jfree.org/jfreechart>. Acesso em: 16

mai. 2011.

KLINGUELFUS, M. C.; GPRS em Redes de Coletas de Dados. 2005. Monografia de

Pós-Graduação, XI Curso de Especialização em Teleinformática e Redes de

Computadores, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2005.

ORACLE. Oracle Software Downloads. Disponível em:

<http://www.oracle.com/technetwork/indexes/downloads/index.html>. Acesso em: 3

jan. de 2011.

SIEMENS; TC65 AT Command Set. 2006. Versão 02.000, Siemens, 2006.

SIEMENS; TC65 Terminal Siemens Cellular Engine – Hardware Interface

Description. 2006. Versão 02.000, Siemens, 2006.

SIEMENS; TC65 User’s Guide. 2005. Versão 02.000, Siemens, 2005.

SIMEPAR. Instituto Tecnológico SIMEPAR. Disponível em:

<http://www.simepar.br”>. Acesso em: 3 jan. 2011.

THIES CLIMA. Instruction for Use – Laser Precipitation Monitor, V2.1x STD,

Thies Clima, Alemanha.

THIES CLIMA. Laser Niederschlags - Monitor (Distrometer). Disponível em:

<http://www.thiesclima.com/distrometer.html>. Acesso em: 3 jan. 2011.