134
URB-AL - 1

URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 1

Page 2: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

2 - URB-AL

Page 3: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 3

A idéia de criar um �Guia Prático�, capaz de instrumentalizar aslocalidades para o combate à pobreza, nasce da necessidade concretade gerir recursos frente às demandas por serviços públicos nas áreassociais, integrando diferentes níveis do governo e da sociedade civil.

Os instrumentos de que trata o presente trabalho estão relacionados àtarefa de trazer aos gestores a complexidade e multiplicidade deaspectos que envolvem os fenômenos da pobreza e da exclusão social,através de indicadores sócio-econômicos expressados nos municípios.O GUIA se propõe a auxiliar aqueles que nas estruturas de governolocal precisam de instrumentos que possam fotografar a realidadecotidiana vivida pelas populações.

As informações que alimentam os sistemas nacionais de dados sócio-econômicos são coletadas em nível local e, agregadas, compõemindicadores da condição de vida das populações. O presente trabalhotenta resgatar o uso dessas informações no processo de gestão local.O trabalho pretende ainda enfrentar o maior dos desafios posto aosgestores locais nos dias de hoje:

INTEGRAR as diversas ações sociais que acontecem na sua localidade.

Tarefa árdua e para a qual procuramos, com o olhar dos gestores locais,contribuir apresentando este GUIA, que se destina, entre outros aGestores locais, Funcionários Públicos e Lideranças da Sociedade Civil.

Page 4: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

4 - URB-AL

Índice

Introdução ................................................................................................................................ 3A Cooperação Internacional não acontece só nos encontros de cúpula ............................. 7Pobreza e Exclusão ................................................................................................................ 8Como funciona o GUIA ............................................................................................................ 9

1º Estágio - Localidades que trabalham mais com osenso comum e menos com planejamento ........................................................................... 11Quem vive nas cidades a realidade! ..................................................................................... 13As ações vão em pedaços e o gestor é um só ................................................................... 14Pobreza ................................................................................................................................. 15Exclusão Social ..................................................................................................................... 16Políticas Públicas ................................................................................................................... 17Território ................................................................................................................................. 18Indicador Social ..................................................................................................................... 19Cesta Básica de Indicadores ................................................................................................ 20E agora, o que procurar, que dados coletar? ...................................................................... 21Apropriando-se dos indicadores da sua localidade ............................................................ 25Iluminar o seu mapa ............................................................................................................... 26

2º Estágio - Localidades que conhecem e usaminstrumentos de planejamento .............................................................................................. 27Mapa é instrumento ............................................................................................................... 28Delimitando o território ........................................................................................................... 29Planejamento Estratégico Participativo ................................................................................. 30A Ação Compartilhada ......................................................................................................... 31Construindo os seus indicadores ......................................................................................... 32Priorizar indicadores ............................................................................................................. 34E o que é rede de proteção social? ...................................................................................... 36Geo-informação, o registro da topografia social ................................................................. 38Construindo o Mapa da Vulnerabilidade de Jacareí, Brasil .................................................. 40O Estatcart ............................................................................................................................. 44Cesta de Indicadores ............................................................................................................ 45Metas do Milênio .................................................................................................................... 45A cotação média do dólar nos países sócios ...................................................................... 50Organização do seu sistema ................................................................................................ 51

3º Estágio – Localidades conde a gestão integrada está implantada ................................ 53Um Plano de Ação Global – A experiência de Vila Real de Santo Antonio ......................... 56Diagnóstico situacional (SWOT) ........................................................................................... 57A ferramenta do Marco Lógico ............................................................................................. 58

Finalmente se preparando: “Mãos à Obra!” ............................................................... 60Capacitar gente! .................................................................................................................... 60Tornar a informação pública ................................................................................................. 62Captar recursos .................................................................................................................... 63Parcerias entre o setor público e o privado ......................................................................... 66Fontes de Informações Estatísitcas ..................................................................................... 67Links ....................................................................................................................................... 68Indicadores Interativos ........................................................................................................ .. 69Referências Bibliográficas .................................................................................................... 70

Page 5: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 5

A importância do trabalho em rede. O exemplo deste PROJETO.

Este GUIA é parte do trabalho de 10 localidades de diferentes países,num projeto da URB-AL - Rede 10.

Os parceiros deste projeto entendem que a pobreza não é só fome,falta de trabalho e renda �vai além, pois ausência e privação dosdireitos, de cidadania e de eqüidade também são formas de pobreza.Acordaram entre si que os conceitos de pobreza e exclusão social queforam delimitados pela URB-AL - Rede 10 acomodam todas as situaçõesque vivem em suas comunidades e que esses, em síntese, são osfenômenos que o presente trabalho pretende enfrentar.

Acreditam que mesmo na diversidade há pontos comuns que podem edevem ser enfrentados para superação das dificuldades apresentadase o trabalho em rede possibilita esta troca. Os governos e instituiçõeslocais, enquanto atores sociais, têm uma importante função no combateà pobreza. Há necessidade, entretanto, de novas ferramentas paraintervir em suas realidades locais. Assim, criam este instrumento quepermite às localidades se apropriarem de informações fundamentaissobre as condições de vida da sua população, pontuadas por toda aextensão física da localidade.

URB-AL - Rede 10No Brasil: Jacareí, Campo Grande, Diadema, Santa Maria e GoiâniaNa Europa: Girona, Espanha, e Vila Real de Santo Antônio, PortugalNa América do Sul: Ate e Rio Negro, Peru, e Buenos Aires, Argentina

Page 6: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

6 - URB-AL

Este instrumental, além de discutir os passos necessários no combateà pobreza, também se propõe a discutir as diretrizes e princípios básicosde políticas sociais direcionados para a construção da cidadania.Valer-se desta estratégia é ser protagonista frente ao imenso desafioque se constitui o combate à pobreza.

Localidades que não esperam respostas prontas, buscam construirpossibilidades a partir do próprio chão da sua realidade!

Convidamos as localidades a apostarem na busca coletiva e participativapela concretização de uma cidade e de uma cidadania para todos.

Page 7: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 7

A cooperação internacional não acontecesó nos encontros de cúpula

O grande mérito deste projeto é ver materializada a cooperaçãointernacional através do protagonismo das cidades.Localidades diferentes em inúmeros aspectos: dimensãopopulacional, condições sócio-econômicas, cultura, língua, entreoutros, puderam compartilhar suas experiências e necessidades.Se é certo que a globalização trouxe para as localidades novosdesafios, impondo uma lógica de desenvolvimento cujosdenominadores não são estabelecidos em nível local, é certo,também, que hoje são inúmeras as possibilidades tecnológicas epolíticas para que comunidades tão distantes e diferentes possamcooperar, construindo um caminho comum.O projeto que deu origem a este GUIA: �Instrumentalizar asLocalidades para o Combate à Pobreza e à Exclusão Social� foifinanciado com recursos da União Européia, através da URB-AL -Rede 10 e é um bom exemplo de como a cooperação internacionalpode favorecer a construção de uma agenda comum no combate àpobreza e à exclusão social.

Sinoel Batista

Page 8: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

8 - URB-AL

* POBREZA: �A pobreza tem várias manifestações, incluindo faltade renda e recursos produtivos suficientes para garantir uma vidasustentável, gerando fome e desnutrição, saúde precária, acessolimitado ou inexistente à educação e outros serviços básicos, aumentoda morbidade e mortalidade por doença, falta de moradia oumoradia inadequada, ambientes não seguros, discriminação eexclusão social. A pobreza é caracterizada também pela falta departicipação no processo decisório e na vida social e cultural.�

* EXCLUSÃO: �...implica considerar também aspectos subjetivos,que mobilizam sentimentos de rejeição, perda de identidade, falênciados laços comunitários e sociais, resultando numa retração das redesde sociabilidade, com quebra dos mecanismos de solidariedade ereciprocidade. A exclusão aparece menos como um estado decarência do que como um percurso, uma trajetória ao longo da qualà insuficiência de renda e à falta de recursos diversos somam-sedesvantagens acumuladas de forma quase constante, processos dedessocialização ocasionados por rupturas, situações dedesvalorização social advindas da perda de status social e daredução drástica das oportunidades, e onde as chances deressocialização tendem a ser decrescentes. Substituir o enfoque dapobreza pelo da exclusão significa, portanto, passar de uma óticade patamares de carência para um enfoque dinâmico, cumulativoe multidimensional onde o que se pretende é apreender o quetransforma o risco decorrente da vivência da insegurança,instabilidade e precariedade num �estado fatal, no qual se cai, semprevisão, em ruptura com uma condição social normal, levando àperda de visibilidade. O excluído não controla seu devir social�.Significa, ainda, incorporar a �um fato, um sentimento�: a percepçãodo pobre de si mesmo, esse enfoque subjetivo, torna-se igualmenterelevante pois sua capacidade de agir, de funcionar, pode seramputada pela vivência do estigma e da perda intrínseca do seuvalor como indivíduo.�

* Documento-base doPrograma URB-AL, de abrilde 2003, no lançamento daRede 10

Page 9: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 9

O GUIA é ferramenta de apoio, uma bússola que reúne em suametodologia elementos básicos de uma engenharia social capaz desubsidiar tomadas de decisões dos gestores locais a partir deindicadores sócio-territorializados.

Está ordenado na forma de �estágios�:

1o Estágio: Localidades com pouca familiaridade ou oportunidade deplanejar políticas públicas com base em indicadores sócio-econômicosreferenciados ao longo do seu território.

2o Estágio: Localidades que, embora já possuam estrutura técnica einformações, têm dificuldades em transferir esse conhecimento para oprocesso decisório. Trabalham com informações geo-referenciadas,sentem necessidade de produzir novos indicadores e percebem queestão atuando sem integração.

3o Estágio: Localidades com boa estrutura de conhecimento de suarealidade, já com condições de extrair de suas atividades informaçõespara gerir e priorizar políticas sociais, contudo ainda vivendo grandesdificuldades de integrar os atores sociais e tornar públicas, de formasegura e ampla, as informações que detêm.

OS ESTÁGIOS SEMISTURAMA divisão em “estágios” temapenas função didática. Nãovamos encontrar naslocalidades situaçõesestanques e delimitadas,quando se trata da gestãode políticas públicas eações da sociedade civil.Uma mesma localidadepode ter elementos de cadaum dos estágios. Mas,certamente, à medida emque os atores locaisavançam no uso deinstrumentos de gestão,novos desafios vão surgindoe maior é a demanda porum conhecimento maisapurado da realidade local.Por exemplo: se ummunicípio detém um altograu de domínio tecnológicode suas informações sócio-econômicas, mas trabalhousem integração dosdiferentes atores sociais, vaicontinuar tomando decisõesem políticas públicas damesma forma ou até piorque um outro municípiopequeno que, mesmo semgrandes recursostecnológicos, conseguiu,usando de suasensibilidade e diálogo,compreender a realidadelocal.A divisão é só didática.

Page 10: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

10 - URB-AL

Page 11: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 11

1º - EstágioLocalidades que trabalham mais com o sensocomum e menos com planejamento

São as localidades que estão na fase inicial de um processo de gestãomais profissional, menos empírico e não possuem familiaridade com dadosestatísticos, leitura e construção de sistemas de planejamento, avaliaçãoe monitoramento de projetos sociais, programas e políticas públicas.Um primeiro passo deve ser no sentido de avaliar os indicadores de pobrezajá produzidos sobre a realidade local. Para poder utilizá-los é necessáriocompreender como são formulados e quais fatos estão sendo indicados.Muitas são as informações sobre sua cidade. Vá atrás delas, busque-as.Vai perceber que é comum aos municípios gerar informações para órgãoscentrais. Esse conjunto de dados vai compor os mais importantesindicadores sócio-econômicos que caracterizam as condições de vida deseus moradores. Entretanto, estes mesmos municípios não dispõem deinstrumentos para fazerem uso desses indicadores no processo de gestãodas políticas públicas locais.Quando o órgão central processa os dados que recebeu e produz osindicadores locais, agrega as informações. A unidade territorial utilizadaé o próprio município, a localidade, a cidade. Os dados não se referem abairros ou distritos, estão agora agregados limitando sobremaneira aspossibilidades de uma análise detalhada da realidade.Tente compreender as informações que conseguiu, identificando-as noterritório da sua localidade.Examine os dados e olhe para um mapa de sua localidade. Você vai perceberque é capaz de indicar �onde� os principais fenômenos de pobreza eexclusão estão concentrados.

Page 12: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

12 - URB-AL

Há distintas instâncias administrativas que intervêm sobre o território.Utilizam-se de bases de dados e unidades territoriais de análises muitasvezes discordantes, o que impede uma análise múltipla da realidade.A ausência de informações intra-urbanas impacta sobre as ações deenfrentamento dos problemas sociais, pois nossas cidades têmdistribuição desigual de pobreza e exclusão. A localidade não sabedeterminar com precisão como e onde agir de forma prioritária e racional.A forma como os indicadores são disponibilizados, com descompassostemporais e com ausência de organicidade e perspectiva territorializada,não permite que se faça um acompanhamento das ações implementadas.Não se avaliam satisfatoriamente os resultados dos recursos e esforçosrealizados pelos governos locais e setores da sociedade civil que atuamnas Políticas Públicas.Esta situação é a mais comum entre os municípios dos países Latino-Americanos. Quanto mais subdesenvolvido o país, mais desiguais sãoas nossas localidades.A falta de autonomia dos municípios cria um sistema centralizado decoleta e tratamento das informações. A lógica é sempre da necessidadedos órgãos centrais. Os municípios tendem a reproduzir em seuorganograma e funcionamento a centralização que sofrem por parte deorganismos supra-municipais. Os gestores produzem dados e os remetemaos órgãos centrais, que agregam informações e as devolvem, assim,agregadas. Neste processo, os gestores perdem a origem espacial dodado.Dentro dos limites da localidade, de onde vêm estas informações?

Um exemplo: o CensoDemográfico identifica o

número de analfabetos domunicípio. Essa informação

vem coletada de cada umdos domicílios onde mora

uma ou mais pessoas não-alfabetizadas. Os dados

são processados. Omunicípio então sabe quetem “tantos” analfabetos,

mas onde eles estão? Emque bairro se concentram? Aligação entre o fenômeno e

sua expressão física noterritório do município seperdeu. O gestor perde,

nesse processo, suacapacidade de intervir

diretamente no problemaque quer combater. Lançará

um programa de combateao analfabetismo às cegas!

Dispersando recursos eesforços que já são tão

escassos.

Os gestores locais não percebem o quanto perdem quando não seapropriam das informações que produzem. Os níveis centrais de governopouca sensibilidade têm para as dificuldades técnicas que os municípios

encontram para lidar com informações.

Page 13: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 13

Quem vive nas cidadesconhece a realidade!

Sem grandes reflexões teóricas e estudos técnicos, o gestor é capazde identificar onde se concentram problemas sociais e quais ascategorias sociais mais expostas a riscos.Quando o gestor tem acesso aos indicadores sócio-econômicos, é capazde fazer a conexão com a realidade do seu município. Tal compreensãoé fundamental na interpretação das informações frias dos indicadores.Só quem vive no lugar tem condições de dar vida aos números. É nessapercepção que começa a nascer o processo de priorização das ações.Quando o gestor seleciona os indicadores está automaticamenteescolhendo o que valoriza no diagnóstico da sua localidade e, porconseqüência, determinando o que vai tratar, pontuando suas açõesfuturas. Escolher indicadores não é questão técnica, é escolha política.

Escolher e hierarquizar indicadores é identificar o mais urgente na pobreza,é determinar prioridades que serão tratadas pelo governo local.

Page 14: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

14 - URB-AL

As ações vão em pedaçose o gestor é um só

Um gestor exerce sua função em plenitude quando é capaz de manter avisão do todo e o comando das ações para tratar a realidade global.Quando a força motora da ação é a resposta às pressões, quando apenasse atende a demanda que chega, não há gestão, não há comando damáquina pública. As ações se desintegram!Para a população o governo não é constituído de secretarias isoladas.Ela nem imagina que a máquina pública muitas vezes é feita de ilhasisoladas sem canal de comunicação. Quando as ações estãodesintegradas a imagem é de incompetência do gestor.

Para combater a POBREZA e a EXCLUSÃO SOCIAL épreciso estabelecer prioridades nas POLÍTICAS PÚBLICAS e

isso se faz através do PLANEJAMENTO.

Page 15: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 15

Pobreza

O Banco Mundial define a pobreza como �um fenômenomultidimensional, que inclui incapacidade para satisfazer asnecessidades básicas, falta de controle sobre os recursos, falta deeducação e desenvolvimento de habilidades, saúde deficiente,desnutrição, falta de moradia, acesso limitado à água potável e aosserviços sanitários, vulnerabilidade às mudanças bruscas, violência ecrime, falta de liberdade política e de expressão� (THE WORLD BANKGROUP, 1999).Segundo o Banco Mundial a pobreza é fome, é a carência de proteção,é estar doente e não ter como ir ao médico, é não poder assistir aescola, não saber ler, não poder falar corretamente, não ter um trabalho,ter medo do futuro, é viver o dia-a-dia; a pobreza é perder um filhodevido a doenças provocadas pelo uso de águas contaminadas;impotência, é carecer de representação e liberdade.

Pobreza é a não satisfação das chamadas necessidades básicas,consideradas universais e que compreendem: �Uma cesta mínima deconsumo individual ou familiar (alimentos, moradia, vestiário, artigosdo lar), o acesso aos serviços básicos (saúde, educação, água potável,coleta de lixo, rede de esgoto, energia e transporte público)�.

A pobreza é ausência de renda cuja finalidade é prover as necessidadesbásicas necessárias à manutenção da vida. No entanto, definir quaissão as necessidades básicas não é tarefa fácil; defendemos que pobressão pessoas que não conseguem prover a sua alimentação, pagar amoradia, o vestuário, ou seja, necessidades de sobrevivência física.Muitas vezes essa concepção de pobreza absoluta serve de base paraa formulação e implementação de políticas públicas, restringindo ocampo das necessidades humanas e dos direitos de cidadania.

Para iniciar o trabalho é necessário definir conceitos básicos para o processode construção de sistemas de planejamento, monitoramento e avaliação em

políticas sociais.O que é preciso saber?

Page 16: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

16 - URB-AL

Exclusão Social

Aldaíza Sposati nos ensina que exclusão social é a impossibilidade depoder partilhar, conduzindo à vivência da provação, da recusa, doabandono e da expulsão, inclusive com violência, de um conjuntosignificativo da população �por isso, uma exclusão social e não pessoal.Não se trata de um processo individual, embora atinja pessoas, mas deuma lógica que está presente nas várias formas de relações econômicas,sociais, culturais e políticas da sociedade. Esta situação de privaçãocoletiva é que se está entendendo por exclusão social. Ela envolve,além da pobreza, discriminação, subalternidade, não eqüidade, nãoacessibilidade e não representação política.A exclusão social tem aspectos subjetivos �sentimentos de rejeição,perda de identidade, falência dos laços comunitários e sociais, retraçãodas redes de sociabilidade, quebra dos mecanismos de solidariedade eperda da liberdade.

POBREZA E EXCLUSÃO SOCIAL apresentam-se como fenômenos queatingem as sociedades contemporâneas. Um dos grandes desafios estájustamente em se estabelecer novos pactos civilizatórios,desnaturalizando as práticas conservadoras e discriminatórias geradorasde processos de exclusão e criando provisões de proteção que garantamo exercício da cidadania.O enfretamento efetivo ao ciclo da pobreza e da exclusão passanecessariamente pela eliminação e redução da desigualdade sócio-econômica, passando pela efetiva necessidade de compatibilizarpolíticas sociais e políticas econômicas, as quais são deresponsabilidade do Estado regular e gerir.

É possível construir em cadaum dos municípios o “Mapada Vulnerabilidade Social”,

ferramenta que auxilia naidentificação desse

fenômeno nos diferentesterritórios da localidade. Um

bom exemplo dessaferramenta pode ser

encontrado no sitewww.centrodametropole.org.br.

Nesse site estãoinformações sobre o trabalho

feito pela Secretaria deAssistência Social do

Município de São Paulo, noperíodo de 2003/2004. É umexcelente exemplo de como

identificar fenômenos depobreza e exclusão nas suas

diferentes manifestaçõesfísicas no território da cidade.

Page 17: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 17

Políticas Públicas

É um conjunto de ações do Estado no exercício das suas competências.É o fazer do Estado, aquilo que executa como atividade-fim; razão dasua existência; próprio da sua função na sociedade moderna.As Políticas Públicas se manifestam através da �política�, que é a artede governar. Estão no campo da coisa pública, no interesse coletivo.São demandas da sociedade representadas pelo voto na escolha docomando do Estado.As Políticas Públicas têm seu próprio �marco legal�. Na Constituiçãode cada nação estão definidas as competências do Estado, e a primeirareferência legal das políticas. São também campos de conhecimentotécnico específico.A gestão das políticas demanda conhecimento de seus pressupostosteóricos, sua legislação específica, seus indicadores, sua forma deorganização, seu diagnóstico setorial, a história e o desenvolvimentoem que se encontra o setor.Implementar uma Política Pública exige planejamento. A atividade deplanejamento demanda diagnóstico, que resulta da apuração dosindicadores setoriais específicos e se insere num contexto mais amplodos indicadores gerais de planejamento governamental. As PolíticasPúblicas Setoriais têm interfaces umas com as outras.Se as Políticas Públicas são ações do Estado no exercício de suascompetências, então devem ser realizadas sob os pressupostos e osprincípios fundamentais da administração pública. Um governo localeficiente e eficaz se organiza em torno das competências municipais,da burocracia do Estado, das políticas públicas descentralizadas, domandato, do plano de governo, das necessidades da população e,principalmente, dos princípios da administração pública: legalidade,impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, entre outros.

PLANEJAR : “Planejar é oprocesso de preparação paraqualquer empreendimento,seguindo roteiros e métodosdeterminados.” (Ferreira,1999)

Você planeja quandoestabelece e especifica aforma como serão atingidosos objetivos. O planejamentoparte de uma sondagem defuturo, desenvolvendo umplano de ação para atingirestes objetivos.

“Planejar é definir um futurodesejado e meios eficazesde alcançá-lo. É processoque envolve tomada dedecisão e avaliação, em umconjunto de decisões inter-relacionadas.” (Fayol)

Page 18: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

18 - URB-AL

CENSO: Os censospopulacionais constituem a

principal fonte deinformações sobre a

situação de vida dapopulação nos municípios e

localidades. As realidadeslocais, rurais ou urbanas

dependem dos censos paraserem conhecidas e

atualizadas.

Os censos produzeminformações imprescindíveispara a definição de políticas

estaduais e municipais epara a tomada de decisões

de investimentos, sejam elesprovenientes da iniciativa

privada ou de qualquer nívelde governo.

Entre as muitas utilizaçõesdos resultados censitários

estão:

- Acompanhar o crescimento,a distribuição geográfica e aevolução das características

da população ao longo dotempo;

- Selecionar locais quenecessitam de programas

de estímulo ao crescimentoeconômico e

desenvolvimento social.

Para saber mais no Brasil:www.ibge.gov.br

Território

Um território é produto social constituído coletivamente. No processode produção e apropriação desse espaço físico dentro da cidade tomamparte os vários segmentos sociais que acumulam investimentos etrabalhos materializados nos sistemas de objetos e lugares.Sendo produto de ações coletivas, o território de uma cidade explicita adiversidade que marca esse coletivo. O conhecimento sobre o territórioserá mais rico se for construído incorporando a contribuição dacoletividade que ali vive o dia-a-dia dos problemas e benefíciosexistentes.É obrigatório, para quem governa, saber onde se localizam os territóriosmais vulneráveis, quais os indicadores sócio-econômicos, como vivemos �pobres� de um dado território, quais são seus sonhos, expectativase potencialidades, quais os serviços públicos existentes e onde selocalizam. Sem o que a ação pública fica desprovida de eficácia.

Como diz Dirce Koga: �A acessibilidade às informações sobre as cidadestem se tornado uma ferramenta cada vez mais necessária e essencialpara o processo de gestão das políticas públicas. Sem informações darealidade não se elaboram diagnósticos efetivos, não se criamparâmetros avaliativos, não se constroem indicadores, não se traz àtona a complexidade das condições de vida dos moradores�.

Page 19: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 19

Indicador Social

Nada mais é do que um indicativo. Segundo Dirce Koga, os indicadoresdentro da gestão pública servem como instrumentos de medidas dedesigualdades sociais no desenho das políticas sociais. Nessa direção,servem também para monitorar as políticas e ações existentes, comopor exemplo o Índice de Mortalidade Infantil.Paulo Januzzi define indicadores sociais como uma medida em geralqualitativa dotada de um significado social substantivo usado parasubstituir, quantificar ou operacionalizar um conceito abstrato deinteresse teórico, seja para uso de pesquisa acadêmica, seja para aformulação de políticas. Os indicadores permitem o monitoramento dascondições de vida e bem-estar da população para os gestores locais epara a sociedade civil. Mas adoção de indicadores não acompanhadade ações de intervenção pelos governos locais não garante o sucessode nenhuma política. É a definição das prioridades sociais que vaiminimizar a pobreza e a exclusão.

O indicador é pautado em conceitos estabelecidos pelas instituições eórgãos em geral. Definem pobreza, entre outros, o Banco Mundial, ONU,NBI.

www.onu-brasil.org.br - Acessar Pnud

Page 20: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

20 - URB-AL

Cesta Básica de Indicadores

Escolher quais dados devemos buscar para traçar um diagnósticoadequado das condições de vida nas nossas comunidades é sempreuma tarefa difícil para quem opera na área social. Torna-se necessário,então, estabelecer algum critério para essa tarefa.Os economistas e cientistas sociais nos ensinam que, para trabalharcom informações sócio-econômicas, é necessário considerar ainformação no tempo -- só se pode considerar dados de mesma épocaposto que a realidade sócio-econômica está em mutação. O temposempre estará presente, seja para avaliar resultados ao longo dos anos,seja para comparar dados diferentes, porém coletados na mesma época.Além da sua expressão física, os indicadores que retratam pobreza eexclusão social têm diferentes impactos sobre a população considerandoseu número, sua divisão por gênero, sua estratificação por faixa etária.Assim, conhecer a dinâmica demográfica da sua localidade é condiçãonecessária para planejar ações de combate à pobreza e à exclusão social.Se o que se estuda é pobreza e exclusão, a renda é outra grande variável.Sintetizando, vamos estudar nossas localidades:

1o analisar a distribuição física, ou seja, a forma como o território dalocalidade está ocupado;2o estabelecer a relação entre os dados que vamos trabalhar e as datasem que foram colhidos. Examinamos sempre a evolução desses dadosao longo da linha do tempo;3o identificar a dinâmica demográfica da nossa localidade, conhecendoo perfil da nossa população;4o levantar as informações sobre a renda da população.

Esses quatro elementos fundamentais sempre estarão presentes naleitura de qualquer um dos dados que vamos colher. Dentro de umconjunto de informações, essas são determinantes para a compreensãoda realidade local.

Page 21: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 21

E agora, o que procurar, que dados coletar?

Não é preciso reinventar a roda!Sabemos, por exemplo, que a ONU seleciona indicadores dodesenvolvimento mundial e, através deles, classifica as Nações porcategorias. Consideram 21 indicadores que expressam a dinâmica daatividade econômica propriamente dita e também dados sociais quetraduzem a distribuição dos benefícios do crescimento econômicopara o conjunto da população.

Desses 21 indicadores, os que retratam a dinâmica econômica são osmais difíceis de serem identificados no nível local, posto que muitosmunicípios, principalmente em países subdesenvolvidos, sequer têmatividades neles apuradas � por exemplo: exportação, atividadeindustrial etc. Mas conhecê-los permite ao gestor saber que tipo deatividade econômica está relacionada com o crescimento do seumunicípio e em que medida a localidade contribui para odesenvolvimento da Nação.

São indicadores de perfil da atividade econômica:

- Produto Nacional Bruto per capita (PNB/per capita);- Taxa Média de crescimento anual do PNB;- Taxa Média de crescimento anual do PNB/per capita;- Taxa Média de crescimento anual da agricultura;- Taxa Média de crescimento anual da indústria;- Consumo de fertilizantes;- Taxa Média de crescimento da produção anual de alimentos per capita;- Consumo de energia per capita;- Índice da produção bruta por empregado (produtividade);- Taxa de crescimento anual do investimento interno bruto;- Taxa Média de crescimento anual das exportações.

Obs.: no Brasil o IPEA --www.ipea.org.br-- disponibiliza boa parte dessasinformações para cada um dos 5.651 municípios brasileiros.

Page 22: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

22 - URB-AL

Já os indicadores de natureza social são mais facilmentedisponibilizados. Dos 21 indicadores de desenvolvimento consideradospela ONU, 10 dizem respeito às condições de vida da população. Estesnos interessam de maneira especial, pois retratam um maior ou menorgrau de vulnerabilidade da população. Nos países subdesenvolvidos,bons indicadores do Produto Nacional Bruto (PNB), ou seja, níveis muitosatisfatórios de produção e renda, via de regra convivem com situaçõesde extrema pobreza. A miséria se manifesta nesses outros indicadoresde natureza social. São eles:

- Expectativa de vida ao nascer;- Analfabetismo entre adultos;- Analfabetismo entre mulheres;- Aumento médio anual da população;- Taxa bruta de natalidade;- Taxa bruta de mortalidade;- População por médico;- Taxa de mortalidade infantil;- Consumo diário de calorias per capita;- Coeficiente alunos/professores de 1o grau.

Conhecer essas informações sobre a nossa localidade é identificar emque medida nosso município contribui para colocar o país em uma ououtra condição de desenvolvimento.

Sabemos também que existem hoje vários indicadores, a que oseconomistas chamam de �indicadores de segunda geração�, e que vêmsendo colhidos, por localidade, para indicar condições de vida dapopulação. Dois deles são bem conhecidos e interessam particularmenteàqueles que atuam nas áreas sociais.

São eles: Índice de Desenvolvimento Humano -IDH- e Índice deDesenvolvimento Infantil -IDI.

Page 23: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 23

O IDH é composto por três indicadores básicos: Renda: PIB per capita(dólar, paridade poder de compra); Educação: tempo de escolarização(analfabetismo e taxa de matrícula por todos níveis de escolaridade); eLongevidade: expectativa de vida ao nascer.

O IDI é composto pelo Percentual de Crianças menores de 6 anosmorando com mães de escolaridade precária; Percentual de Criançasmenores de 6 anos morando com os pais de escolaridade precária;Cobertura Vacinal contra sarampo e DTP em crianças menores de 1ano; Percentual de Mães com cobertura de pré-natal adequada; Taxade Escolarização bruta na pré-escola; Taxa de Escolarização bruta nacreche.

O conjunto de informações acima descritas é básico: qualquer gestordeve partir pelo menos dessas informações para tentar entender asprincipais características da sua localidade. Alguns exemplos:

NO BRASIL: o indicador Esperança de Vida ao Nascer é o número médio de anosde vida esperados para um recém-nascido, mantido o padrão de mortalidadeexistente na população residente em determinado espaço geográfico, no anoconsiderado. O Método de cálculo, a partir de tábuas de vida elaboradas paracada área geográfica, considera o número correspondente a uma geração inicialde nascimentos (Io) e o tempo cumulativo vivido por esta mesma geração (To) atéa idade limite. A esperança de vida ao nascer é o quociente da divisão de To porIo. As unidades geográficas consideradas no Brasil: grandes regiões, Estados eDistrito Federal. E as fontes do IBGE: Censo Demográfico Contagem da População,Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), estimativas e projeçõesdemográficas, Sexo: Masculino e feminino.

Page 24: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

24 - URB-AL

NO PERU: a esperança de vida ao nascer é de 70% no período de 1993a 2005. O cálculo se dá segundo a taxa de natalidade e mortalidadeinfantil, usa como Unidade Geográfica: Peru, Costa, Sierra Y Selva.Amostra: sexo masculino e feminino. Fontes: Ministério de Saúde -INEI.

Indicador de saúde/2002Esperança de vida ao nascer(População: milhões de pessoas)

Países Brasil Argentina Peru Portugal EspanhaPop/2002 176,257 37,981 26,767 10,049 40,977Total (anos) 68,9 74,4 69,7 77,1 79,6Homens 65,7 70,8 67,5 73,6 76,1Mulheres 72,3 78,1 72,0 80,5 83,0

Page 25: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 25

Apropriando-se dos indicadoresda sua localidade

O gestor deve organizar os dados coletados de forma que, a partir destemomento, sirvam de referência para construção de projetos sociais. Éconveniente compor uma comissão intersetorial, onde as áreasespecíficas possam realizar contribuições na análise dos dados; bemcomo realizar um mapeamento dos serviços existentes e a construçãode um diagnóstico da localidade. Com essas informações, pode-se gerarmapas dos dados estatísticos acrescentando ainda os serviços sociaispúblicos e privados existentes na localidade.O diagnóstico gerado servirá de base para conhecimento da realidadee definição de prioridades. Porém, o mesmo deverá ser retro-alimentado, através de sistemas de avaliação. Os indicadores locaispodem, a partir dessa etapa, ser monitorados e acompanhados pelaequipe envolvida nos programas e projetos sociais.Para tanto, deve o gestor verificar a necessidade de uma estruturamínima para gerenciar esse serviço de forma a alimentar e atualizartoda esta gama de dados e se responsabilizar pela forma como essesdados serão tornados públicos.

ÍNDICES MELHORADOSAo melhorar os indicadoressociais das nossaslocalidades, melhoramos osíndices da Nação. O gestorquando implementa políticasde combate à pobreza e àexclusão, altera ascondições gerais de vida dapopulação e os indicadoressócio-econômicos da Nação.

Page 26: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

26 - URB-AL

Iluminar o seu mapa

Prepare um mapa base do seu município, utilizando mapa ou cartografiaexistente de sua localidade, se não houver adquira junto aconcessionárias de energia, água e esgoto, telefonia ou em órgãoscensitários do seu país.Localize e pinte em cores as características naturais e os elementos dereferência: escola, prefeitura, câmara, fórum, mercado, shopping, praças,parques, pontes, monumentos, rodovias, entre outros.Delimite os bairros e sobreponha os setores censitários sobre esse mapabase e obtenha um mapa matriz, uma ferramenta para a territorializaçãode indicadores sociais.Escolha os índices que deseja territorializar - faixa etária, renda média,demografia, ou outros - classifique-os em níveis à sua escolha e crieuma legenda de cores. O resultado é a leitura do indicador temáticosócio territorial.Repita esta operação com os índices desejados para obter outras sériesde informações temáticas que permitirão o diagnóstico sócio-territorial.Boas experiências nessa áreavocê pode encontrar no site:www.jacarei.sp.gov.brLink - PlanejamentoMapas Comparativos1991 a 2000 (IBGE).

COMEÇANDO A PLANEJAR

As condições para planejarestão sendo construídas:reúna os atores que num

mesmo território atuam naárea social. Através dos

olhos desses atores, ajudea dar vida aos dados que

recolheu e “iluminou”,“coloriu” no mapa da sua

localidade. Estabeleça, emconjunto, um diagnóstico de

consenso. Pronto: vocêsestão diante das condições

necessárias paraestabelecer prioridades e oque desejam para a cidadeou território nessa primeira

etapa. Agora é só selecionaras ações de políticas

públicas e da sociedade civilusando da melhor estratégiapara combater a pobreza e a

exclusão naquele espaçodelimitado. Fazendo isso

vocês já estão planejando,têm boas chances de

escolher o caminho certopara potencializar os

resultados das açõessociais na sua localidade.

Page 27: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 27

2º - EstágioLocalidades que conheceme usam instrumentos de planejamento

Os municípios que se encontram neste estágio são aqueles que jáconstruíram um mapeamento/diagnóstico de sua localidade e desejamaprimorar o seu sistema de gestão de forma a buscar uma maiorefetividade nos seus serviços.Existe nessas localidadesuma certa capacidade detrabalhar comdados sócio-econômicos,mas muitas vezes esseconhecimento estárestrito a algunssetores técnicos. Faltaintegração. Nemtodos os setores usamdas informações deque o município dispõe.As decisões políticasnem sempre levam emconta aquilo que jáse conhece da realidadelocal.

No 1o estágio, pois osdados básicos já estãocolhidos e foramanalisados, e as primeirasiniciativas de planejamentotiveram início. Mas, lembre-se: a divisão em estágios éapenas didática. Podemhaver setores do governoque acumulaminformações sobre arealidade e outros quedecidem apenas usandodo seu senso comum.

Para essa etapa éfundamental aintrodução sistemáticade processos em que osindicadoressócio-econômicos sãoidentificados por bairros,regiões; dispostosno espaço físico domunicípio construindo territórios próprios.

Page 28: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

28 - URB-AL

TERRITORIEDADE reflete a multi-dimensionalidade do �vivido�territorial pelos membros de uma coletividade nas sociedades em geral.A territorialidade é definida como relação individual ou coletiva com umterritório considerado �apropriado�, no sentido de �tornado propriedade�.Claude Raffestin afirma que a identificação com o espaço é tomada noprocesso de socialização e contribui para a elaboração da identidadedo grupo.

Para Sack (1986), �circunscrever coisas num espaço ou no mapa�permite identificar �lugares, áreas ou regiões no sentido comum, masnão cria em si mesmo um território�.

A territorialidade deve ser entendida como uma correlação de forçasespacialmente delimitada e operando sobre uma área geográficaespecífica.

Para reestruturar o habitat urbano adota-se a metodologia do trabalhode campo para analisar o fenômeno da estruturação do espaço urbanoa partir da realidade concreta, pois estes espaços apresentam aterritorialização das novas dinâmicas econômicas, sociais e políticas.Faz-se necessário considerar que o processo de produção do espaçoestá imbricado ao de produção e reprodução ampliada do capital, quese dá de forma desigual e combinada. Assim, as contradições geradasse territorializam também desigualmente, logo, a fragmentaçãomanifestada espacialmente é resultado da produção e apropriaçãodiferenciada da cidade, da renda, do lucro, da produção etc., ou seja,resultado da sociedade dividida em classes, em que a divisão técnica,social e territorial do trabalho é um dos elementos fundantes. Portanto,não se está diante de um espaço dual, mas de uma processualidadeque é condicionada/produto de uma totalidade sócio-espacial.

MAPA É INSTRUMENTOO Mapa ajuda a criar uma

metodologia de análise dedados e, com isso, produzum novo conhecimento ao

desenvolver novas relaçõesentre dados existentes e

analisa sua sensibilidadegeográfica. Ele permiteconhecer o “lugar” dos

dados e sua posiçãogeográfica no território como

elemento de análisequantitativa e qualitativa.

Page 29: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 29

Logo, ter acesso à moradia, trabalhar para ter uma moradia na cidade,implica em adquirir bens para o seu consumo. Porém, se a maior parteda população reside na cidade e não há emprego para todos, hoje umaporcentagem considerável da população que mora na cidade vive emcondição de extrema pobreza/exclusão social.

A crise ou carência de moradias acorre paralelamente à oferta de grandenúmero de imóveis, assim como a implementação de bens de consumocoletivo não depende do tempo de existência dos bairros e da densidadepopulacional, mas se relaciona à renda efetiva dos segmentos sociaisque os ocupam, e ao poder político dessa população.

Não é possível entender como neutras as políticas e investimentospriorizados pelo governo, bem como os lugares em que os recursospúblicos são territorialmente materializados.

DELIMITANDOO TERRITÓRIOTerritório é a porção doespaço geográfico definidapor relações sociais epolíticas, é importantecondição de poder. Seuadensamento num espaçopróprio e controlado,somado à aceleração desua mobilidade nas áreasde fronteira, resulta numaprendizado social que semanifesta em novas formasde resistência organizada,como está ocorrendo naAmazônia, Brasil.A palavra território lembra oterritório nacional de umpaís, mas deve serentendida em escalamenor, desde a área decontrole de uma família outribo indígena, à maisampla, como a áreaformada pelo conjunto dospaíses-membros daComunidade dos EstadosIndependentes (CEI) ou daUnião Européia (UE), porexemplo.O território pode serdefinido geograficamentecomo o espaço concretoem si, com seus atributosnaturais e socialmenteconstruídos, que éapropriado e ocupado porum grupo social.A definição de um território éum fato gerador de raízes ede identidade cultural emum grupo social. Narealidade, uma comunidadenão pode sercompreendida sem o seuterritório, pois a identidadesócio-cultural das pessoasestá ligada ao espaçoconcreto.

Page 30: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

30 - URB-AL

Planejamento estratégico participativo

O planejamento participativo nessa etapa é um meio através do qualampliamos a integração entre os diferentes setores que numacomunidade atuam em ações sociais de combate à pobreza. Aparticipação permite ação, leitura eficaz, visão crítica de indicadores edo instrumento de gestão. Quanto maior a representação dos diversossetores sociais no processo de planejamento, mais adequados são osdiagnósticos de realidade, posto que pobreza e exclusão são fenômenosmultidisciplinares. Melhor o diagnóstico, maiores as chances de escolhasadequadas às necessidades da população.Planejamos porque não podemos correr riscos. É na ação concreta queo plano se decide e prova sua importância. Uma equipe que pensa eplaneja estrategicamente cria condições para o surgimento da liderançabaseada na democracia interna e na delegação de autoridade. Planejarestrategicamente implica, necessariamente, em manipular variáveispolíticas, em situações de poder compartilhado, onde os outros tambémplanejam e formulam estratégias.Nessa direção, planejamento se torna um processo que leva aoestabelecimento de um conjunto coordenado de ações visandoconsecução de determinados objetivos.Explicar a realidade por problemas também permite o diálogo e aparticipação com setores populares que, afinal, sofrem problemasconcretos, e não �setores� de planejamento, além de facilitar aaproximação entre �técnicos� e �políticos�. Na explicação da realidadetemos que admitir e processar a informação relativa a outras explicaçõesde outros atores sobre os mesmos problemas, isto é, a abordagem deveser sempre situacional, posicionada no contexto.

DICA: O PlanejamentoEstratégico Situacional

–PES– poderá ser um dosmétodos aplicados na

realidade local paratrabalhar com o conceito de

problemas. A realidade écomposta de problemas,

potencialidades,oportunidades e ameaças.

Esta categoria permitesintetizar a noção de

explicação da realidade emsuas múltiplas dimensões

(interdisciplinar) com anoção de direcionalidade do

ator: saber selecionar eidentificar problemas reais

(atuais ou potenciais) edistinguir causas de

sintomas e conseqüênciasjá é mudar radicalmente a

prática tradicional dos“diagnósticos”convencionais.

Participação verdadeira, e nãotutela do Estado!

Page 31: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 31

A Ação Compartilhada, uma boa práticade gestão participativa

Diadema � Estado de São Paulo � BrasilA construção de experiências comprometidas com a democracia supõea conjunção da participação direta e representativa da população nagestão pública, o que significa abrir canais e deflagrar processos queconstruam uma cultura política democrática, superando os vícios doautoritarismo, da tutela, do paternalismo e do clientelismo na relaçãoEstado X Sociedade e avançando na consolidação da cidadania.

A Democracia Participativa em Diadema não se reduz à formalizaçãode parcerias ou à terceirização de serviços públicos sem que seestabeleçam mecanismos de fiscalização e controle público, comotambém não se limita a engajar a população na realização de obras, senão forem criadas condições para que os cidadãos possam interferir eparticipar das decisões que os envolvem.Seguindo uma política de governo que prioriza a participação popular,a Prefeitura de Diadema mantém como estrutura governamental 17secretarias com atuações muitas vezes pioneiras no que se refere àparticipação da população em seus programas.

Outro exemplo importante vem de uma ação inter-secretarialdenominada eixo AÇÃO COMPARTILHADA --www.diadema.sp.gov.br/--que realiza ações sociais públicas nas áreas de educação, cultura,esporte e lazer protagonizadas pela sociedade civil e comunidade emconectividade com o Estado, baseando-se no conceito de formação de�redes� tecidas continuamente nas relações de interação, apoio mútuo,formação de vínculos entre os sujeitos unidos pelo bem comum, pelaeqüidade e pela justiça social.Refletir sobre a participação popular em políticas públicas é refletirsobre as localidades. Uma cidade constituída a partir de organizaçõespopulares que descortina novos caminhos para um MUNDO NOVO,construído a partir da disponibilidade de mudança de cada gestor. Aquicabe ressaltar a importante relação Direta do Poder Público com apopulação.

Page 32: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

32 - URB-AL

Construindo os seus indicadores

Nessa etapa os gestores já estão relacionando indicadores, comparandouns com outros. Estão pensando em novas relações, em novasinformações que não encontram nos dados gerais sobre a sua localidade.Necessitam aprofundar seus conhecimentos de como operar essasinformações estatísticas.A construção de um indicador é um processo cuja complexidade podevariar desde a simples contagem direta de casos até o cálculo deproporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados, como a esperançade vida ao nascer.A qualidade de um indicador depende das propriedades doscomponentes utilizados em sua formulação (freqüência de casos,tamanho da população em risco etc.) e da precisão dos sistemas deinformação empregados (registro, coleta, transmissão dos dados etc.).O grau de excelência de um indicador deve ser definido por sua validade(capacidade de medir o que se pretende) e confiabilidade (reproduzir osmesmos resultados quando aplicado em condições similares). Em geral,a validade de um indicador é determinada pelas características desensibilidade (medir as alterações desse fenômeno) e especificidade(medir somente o fenômeno analisado). Outros atributos de qualidadede um indicador são sua mensurabilidade (basear-se em dadosdisponíveis ou fáceis de conseguir), relevância(responder a prioridades de saúde, de educação, demoradia...) e custo-efetividade (os resultadosjustificam o investimento de tempo e recursos).É desejável que os indicadores possam seranalisados e interpretados com facilidade, eque sejam compreensíveis pelos usuários dainformação, especialmente gerentes,gestores e os que atuam nocontrole social dos sistemas(Saúde, Educação, Moradia).

Page 33: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 33

Para um conjunto de indicadores, são atributos de qualidadeimportantes a integridade (dados completos) e a consistência interna(valores coerentes e não contraditórios).A qualidade e a comparabilidade dos indicadores de saúde, por exemplo,podem ser asseguradas pela aplicação sistemática de definiçõesoperacionais e de procedimentos padronizados de medição e cálculo.A seleção do conjunto básico de indicadores e de seus níveis dedesagregação pode variar em função da disponibilidade de sistemasde informação, fontes de dados, recursos, prioridades e necessidadesespecíficas em cada região ou país. A manutenção desse conjuntodepende também da simplicidade dos instrumentos e métodosutilizados, de modo a facilitar a operação regular dos sistemas deinformação. Também é necessário monitorar a qualidade dos indicadorespara manter a confiança dos usuários na informação produzida. O mesmocom relação à política de disseminação da informação, para assegurara oportunidade e freqüência da compilação dos dados.

Se forem gerados de forma regular e manejados em um sistemadinâmico, os indicadores sócio-econômicos constituem ferramentafundamental para a gestão e avaliação das condições de vida dapopulação em todos os níveis. Um conjunto de indicadores tem comopropósito produzir evidência sobre a situação específica e suastendências, inclusive documentando as desigualdades. Essa evidênciadeve servir de base empírica para determinar grupos humanos commaiores necessidades sociais, estratificar o risco social e identificaráreas críticas. Constitui, assim, insumo para o estabelecimento depolíticas e prioridades melhor ajustadas às necessidades da população.Além de prover matéria-prima essencial para a análise das condiçõesde vida da população, a disponibilidade de um conjunto básico deindicadores tende a facilitar o monitoramento de objetivos e metas,estimular o fortalecimento da capacidade analítica dos profissionaisque atuam na área social e promover o desenvolvimento de sistemasde informação intercomunicados.(Fonte � Adaptado do texto sobre indicadores de saúde da OrganizaçãoPan-Americana da Saúde, indicadores de Salud: elementos básicos parael analisis de la situación de salud. Boletin Epidemiológico, v.22, n.4,p. 1-5, Dic., 2001)

Page 34: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

34 - URB-AL

Priorizar indicadores: �A escolha dosindicadores elege as ações�

Responda: quais os indicadores mais significativos para identificarpobreza e exclusão em seu território?

No primeiro estágio foi proposta uma �cesta básica de indicadores sócio-econômicos�, dados comumente utilizados para identificar pobreza eexclusão social. A esses dados chamamos secundários, outra fonte oscolheu. São de suma importância, dão pistas fundamentais sobre o perfilde cada uma das localidades. Impossível contar sobre um �lugar� semcomeçar por essas informações fundamentais.

Mas no segundo estágio os gestores já estão cientes de que apenasessas informações, embora necessárias, não são suficientes. Ele precisaagora de dados mais específicos, dados que possa colher diretamentena sua localidade.

Page 35: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 35

Muitas informações são produzidas pelas áreas que atuam diretamenteno atendimento da população nas localidades. Os dados são colhidosmuitas vezes pela demanda imposta por programas e projetos dos níveiscentrais. Seja para justificar ações, seja para prestar contas de recursostransferidos para os governos locais.

Nem sempre essas inúmeras informações produzidas no dia-a-dia daexecução dos programas e projetos públicos têm a lógica danecessidade de quem opera políticas, mas muitas são extremamenterelevantes para a decisão das ações do governo e quase sempre estãosub-utilizadas. Muitas dessas informações ficam restritas às áreasespecíficas que coletaram os dados. Podem agora ganhar importânciae ajudar no desenho da realidade local.

É o momento de disponibilizá-las para os atores locais que, certamente,vão dar a elas um novo e importante sentido, pois conhecem a realidade.Os atores das diferentes áreas são elos de uma grande teia de açõessociais na localidade. Proteger as populações expostas a risco socialsó é possível quando desses elos se cria uma rede de proteção.

A participação no diagnóstico e na definição das prioridades do governoganha relevância extrema, posto que sem essa participação os �nós�da rede não interagem, não se cria rede, não se protege ninguém. Sóse atua pontualmente sobre a pobreza e a exclusão.

Page 36: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

36 - URB-AL

E o que é Rede de Proteção Social?

As Redes Sociais se formam em torno das relações que os indivíduosestabelecem na vida em sociedade. Diversos autores conceituam comoRedes Sociais: família, vizinhança, comunidade e igreja (consideradasRedes Primárias), e instituições como escola, clubes sociais,instituições criadas com funções específicas (consideradas RedesSecundárias). Quanto maior essa teia, melhor a proteção do indivíduo.Segundo Iza Guará, rede de proteção social constitui-se na capacidadeda sociedade de garantir o atendimento de pelo menos quatro grandesnecessidades da população:

- necessidades naturais ou primárias;- necessidades voltadas ao prazer;- necessidades sociais;- necessidades sócio-políticas.

A validação das duas últimas �conduz à adoção de necessidades enquantodireito social�. Parte-se do princípio que a constituição dos direitossociais são os NÓS das redes voltados para a questão social. Portanto,o desafio desta rede de localidades está posto na perspectiva do NÓ daefetivação do direito, a partir do qual se desenvolve um projeto emcomum.

Page 37: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 37

O caráter multidisciplinar da pobreza e da exclusão social demanda inúmerasiniciativas para que sejam enfrentados os fenômenos de pobreza, miséria e

exclusão social nas localidades. Isso exige dos gestores a construção de �redes deproteção social�. Isoladamente, nenhum dos atores sociais é capaz de solucionar

as demandas das populações mais carentes.

Rosa Inojosa nos esclarece sobre um importante fenômeno: as �Redesde Compromisso Social� como relações de parceria �mobilizadas a partirda percepção compartilhada de situações e problemas que rompem oucolocam em risco o equilíbrio da sociedade ou asperspectivas de seu desenvolvimento e para cujoequacionamento não é suficiente a ação isolada deorganizações públicas e/ou privadas�.

Criar, pois, uma rede de proteção social é dar dimensãoao direito de inclusão àqueles que têm permanecidoinvisíveis nas localidades, nos seus números e indicadores.Portanto, a rede estimula conhecer seus riscos,vulnerabilidades e potencialidades por meio deindicadores sócio-territoriais.

Page 38: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

38 - URB-AL

Geo-informação, o registroda topografia social

O geo-processamento na Administração Pública Municipal é instrumentoque espacializa a realidade e proporciona que as diversas áreas possamler, identificar, elaborar diagnósticos e monitorar as ações.

�Já dissemos insistentemente que os indicadores são importantes parasubsidiar as atividades de planejamento e a formulação de políticassociais de diferentes esferas do governo, possibilitando o monitoramentodas condições de vida e bem-estar da população.� (Ana Lúcia Sabóia)

É primordial considerar as principais variáveis a serem investigadas edeterminar a abrangência geográfica.

Page 39: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 39

Integração e ampliação dos canaisde participação do cidadão

Não é usual que o governo destine recursos suficientes para dispor demaior informação sistematizada. Há duas formas distintas de enfocaro problema: sistematizar a informação georreferenciada e mantê-laatualizada, mesmo considerando que fazer isto irá gerar custo enecessidade de recursos, nem sempre disponíveis e, numa outra visão,não sistematizar as informações por não considerá-las úteis para ogestor político.

Sabido é que no campo social as decisões muitas vezes são tomadasatendendo a critérios de impacto político-partidário, para fortalecerdeterminados �caudilhos�, representantes de bairros, um marco declientelismo.

Desse ponto de vista, há pouco interesse em contar com informações�neutras� sobre a situação sócio-econômica de diferentes bairros dacidade. Tendo em conta esta segunda opção, são importantes osprocessos de democratização da cidade, tal como se desenvolve emAte (Peru) e em tantas cidades do Brasil, especialmente, sobre oferramental do Orçamento Participativo. Como se pode comprovar, entreoutras coisas, que são processos capazes de dar transparência àdecisão, com o qual se limita a margem de discricionaridade do gestor,ativando a voz dos cidadãos.

A importância de georreferenciar a informação, além de possibilitarque o gestor possa territorializar as demandas e avaliar os resultados,deve permitir que o cidadão adquira identidade com os indicadoressociais de sua comunidade e possa participar de forma efetiva noprocesso de decisão. É instrumento para transformar as ferramentasde gestão em canais de participação e cidadania.

Page 40: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

40 - URB-AL

Construindo o Mapa da Vulnerabilidadede Jacareí, Brasil

A Secretaria de Assistência Social e Cidadania da Prefeitura de Jacareíelaborou uma análise intra-urbana georreferenciada para o planejamentoe avaliação das suas atuais ações sobrepostas a diagnóstico desituações potenciais de risco e vulnerabilidade social distribuídosgeograficamente pelos seus territórios.O trabalho utilizou técnicas de estatísticas multivariada e degeoprocessamento para caracterização da realidade socioterritorial apartir da base dos setores censitários disponibilizados pelo IBGE para oCenso de 2000, a metodologia utilizada gerou um Mapa daVulnerabilidade Social de Jacareí. A análise dos dados foi realizada emparceria com a Secretaria de Planejamento do município e comassessoria do Centro de estudos da Metrópole - CEM.De acordo com a base de dados do IBGE, a área urbana de Jacareí édividida em 219 setores censitários com uma população total de 183.377pessoas, tendo cada setor uma população média de 837. Entretanto,existem setores com apenas 25 pessoas enquanto que no setor maispopuloso vivem cerca de 2.130 pessoas.Foram utilizados nas análises estatísticas dados do Censo quecontemplam quatro dimensões socioeconômicas: habitação, renda,educação e demografia. Treze variáveis foram reduzidas a quatro fatoresestatisticamente não correlacionados, evitando assim redundância nasanálises de agrupamentos utilizados para representar os graus devulnerabilidade social presente nos diferentes territórios de Jacareí.Outros fatores (dimensão habitacional, demográfico, renda eeducacional) foram identificados como suficientes para explicar 89%das informações contidas no conjunto das 13 variáveis iniciais. Estesfatores foram utilizados em uma análise de agrupamento, onde ficoucaracterizada a existência de 5 grupos, que formam as tipologiaspredominantes de vulnerabilidade social pelos 259 setores censitáriosde Jacareí.

Page 41: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 41

A Vulnerabilidade Social capturada por este estudo está restrita àcapacidade representacional das variáveis inseridas nos modelos. Ouseja, certamente dimensões importantes do conceito de vulnerabilidadee risco social que são relevantes para definição de políticas públicasestão incorporadas apenas indiretamente a partir de correlações queestas outras dimensões tendem a apresentar com as variáveisdisponíveis e selecionadas para análise. Entretanto, um processo deconfrontamento da realidade conhecida pelos trabalhadores sociais, apartir da experiência cotidiana, é de fundamental importância para oprocesso de interpretação dos resultados quantitativos apresentados.A partir da caracterização dos grupos de vulnerabilidade socialdistribuídas pelo território jacareiense é possível a sobreposição dosserviços e equipamentos públicos que operam programas vinculados àSecretaria de Assistência Social. Uma estratégia interessante paraJacareí georrefenciar estes serviços é a utilização da inscrição municipalcomo chave, pois a cidade já conta com uma base consolidada porlotes, o que permite a localização de qualquer lote independentementede uma base de logradouros georreferenciada.Identificar regiões e estabelecer políticas públicas que sejam maiseficientes e possibilitem tomadas de decisões, embasadas em dadose indicadores, favorecendo ações articuladas possibilitando um maiordesenvolvimento da localidade e de seus cidadãos.Este estudo aponta a necessidade de adoção de padrões deendereçamento, definição de condutas articuladas entre as diversasáreas e à necessidade urgente de se incorporar o referencial tecnológicoexistente à construção de projetos de combate à pobreza, pois só assimpoderemos garantir resultados, que deverão ser acompanhados eatualizados num estudo permanente que realimentará o trabalhadorda ponta, o qual também se capacitará com informações cada vez maisprecisas, possibilitando além de ações planejadas uma integração quefavorecerá a construção de todo e qualquer Projeto Social.Site: www.jacarei.sp.gov.brAcessar: Secretaria de Assistência Social e Cidadania

Obs.: este trabalho é o pré-teste do projeto Instrumentalizar asLocalidades para o Combate à Pobreza

Page 42: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

42 - URB-AL

Page 43: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 43

Page 44: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

44 - URB-AL

O ESTATCART

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)desenvolveu o Estatcart � Sistema de Recuperação de InformaçõesGeorreferenciadas, para atender à crescente procura de informaçõesestatísticas e geográficas em escala municipal e/ou em escala dossetores censitários.

O Estatcart simplifica a consulta ao extenso acervo de dados municipais,hoje dispersos em diferentes fontes e formatos, e agiliza a análisedessas informações pois permite o cruzamento e o mapeamento deestatísticas, registros administrativos e informações geográficas emum ambiente de dados. As informações estão sistematizadas quanto àestrutura de códigos, nomenclatura e base cartográfica.

Ao facilitar o acesso e o manuseio de informações municipais e/ou porsetores censitários, o Estatcart pode vir a ser uma ferramenta paraidentificação das desigualdades regionais e o aprofundamento doconhecimento sobre a realidade brasileira, e um suporte eficaz nagestão de políticas públicas e na tomada de decisão empresarial, dascomunidades e dos indivíduos.

Inúmeros programas de geo-processamento são

conhecidos das cidadesparticipantes deste projeto.

Alguns programas sãodesenvolvidos por órgãos

oficiais. O Estatcart (Brasil) éum deles. Outros são, por

exemplo, Maptitude e Spring(produzido pelo InstitutoNacional de Pesquisas

Espaciais -INPE- edisponibilizadogratuitamente). O IBGE disponibiliza o CD com o Estatcart para as prefeituras brasileiras

e estas podem usufruir de todas as informações necessárias paraanalisar e conhecer a realidade. Cruzar os dados, identificar indicadoresbásicos e construir indicadores específicos no seu território.Site: www.ibge.com.br

Page 45: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 45

Cesta de Indicadores: para um bom trabalho

A complexidade aumenta. É hora de avançar no conhecimento darealidade local e compatibilizar essa leitura com os grandes desafiosque o mundo vive hoje em termos de superação da pobreza e daexclusão social.

Metas do Milênio

OBJETIVO 1 - Erradicar a extrema pobreza e a fomeUm bilhão e duzentos milhões de pessoas sobrevivem com

menos do que o equivalente a $ 1,00 (PPC � paridade do poder decompra, que elimina a diferença de preços entre os países) por dia.Mas tal situação já começou a mudar em pelo menos 43 países,cujos povos somam 60% da população mundial. Nesses lugares háavanços rumo à meta de, até 2015, reduzir pela metade o número depessoas que ganham quase nada e que � por falta de emprego e derenda - não consomem e passam fome.

Meta 1 - Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção dapopulação com renda inferior a um dólar PPC por dia.Meta 2 - Reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, a proporção dapopulação que sofre de fome.

OBJETIVO 2 - Atingir o ensino básico universalCento e treze milhões de crianças estão fora da escola no

mundo. Mas há exemplos viáveis de que é possível diminuir oproblema � como na Índia, que se comprometeu a ter 95% dascrianças freqüentando a escola já em 2005. A partir da matrículadessas crianças ainda poderá levar algum tempo para aumentar onúmero de alunos que completam o ciclo básico, mas o resultadoserão adultos alfabetizados e capazes de contribuir para a sociedadecomo cidadãos e profissionais.

Meta 3 - Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos ossexos, terminem um ciclo completo de ensino básico.

A ONU aprovou um marcode 8 objetivos, 18 metas e48 indicadores para mediros progressos até o logrodos objetivos dedesenvolvimento do milêniomediante um consenso deexpertos da secretaria dasNações Unidas e o FMI, aOCDE e o Banco Mundial.O Brasil, Espanha, Peru,Argentina, Portugal entre191 países assinaram ocompromisso com osobjetivos e metas.

Page 46: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

46 - URB-AL

OBJETIVO 3 - Promover a igualdade entre os sexos e aautonomia das mulheresDois terços dos analfabetos do mundo são mulheres, e 80%

dos refugiados são mulheres e crianças. Superar as disparidadesgritantes entre meninos e meninas no acesso à escolarização formalserá um alicerce fundamental (entre outros) para capacitar asmulheres a ocuparem papéis cada vez mais ativos tanto no mundoeconômico quanto na atividade política em seus países.

Meta 4 - Eliminar a disparidade entre os sexos no ensino primário esecundário, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, amais tardar até 2015.

OBJETIVO 4 - Reduzir a mortalidade infantilTodos os anos 11 milhões de bebês morrem de causas

diversas. É um número escandaloso, mas que vem caindo desde1980, quando as mortes somavam 15 milhões. Os indicadores demortalidade infantil falam por si, mas o caminho para se atingir oobjetivo dependerá de muitos e variados meios, recursos, políticas eprogramas � dirigidos não só às crianças mas a suas famílias ecomunidades também.

Meta 5 - Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a mortalidadede crianças menores de 5 anos.

OBJETIVO 5 - Melhorar a saúde maternaNos países pobres e em desenvolvimento, as carências no

campo da saúde reprodutiva levam a que a cada 48 partos uma mãemorra. A redução dramática da mortalidade materna é um objetivoque não será alcançado a não ser no contexto da promoção integralda saúde das mulheres em idade reprodutiva. A presença de pessoalqualificado na hora do parto será, portanto, o reflexo dodesenvolvimento de sistemas integrados de saúde pública.

Meta 6 - Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa demortalidade materna.

Page 47: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 47

OBJETIVO 6 - Combater o HIV/Aids, a malária e outrasdoençasEm grandes regiões do mundo, epidemias mortais vêm

destruindo gerações e cerceando qualquer possibilidade dedesenvolvimento. Ao mesmo tempo, a experiência de países como oBrasil, Senegal, Tailândia e Uganda vem mostrando que podemosdeter a expansão do HIV. Seja no caso da Aids, seja no caso deoutras doenças, como a tuberculose e a malária, que ameaçamacima de tudo as populações mais pobres e vulneráveis, parar suaexpansão e depois reduzir sua incidência dependeráfundamentalmente do acesso da população à informação, aos meiosde prevenção e aos meios de tratamento, sem descuidar da criaçãode condições ambientais e nutritivas que estanquem os ciclos dereprodução das doenças.

Meta 7 - Até 2015, ter detido a propagação do HIV/Aids ecomeçado a inverter a tendência atual.Meta 8 - Até 2015, ter detido a incidência da malária e de outrasdoenças importantes e começado a inverter a tendência atual.

OBJETIVO 7 - Garantir a sustentabilidade ambientalUm bilhão de pessoas ainda não têm acesso a água potável.

Ao longo dos anos 90, no entanto, quase o mesmo número depessoas ganharam acesso à água bem como ao saneamento básico.A água e o saneamento são dois fatores ambientais chaves para aqualidade da vida humana. Ambos fazem parte de um amplo lequede recursos naturais que compõem o nosso meio ambiente �florestas, fontes energéticas, o ar e a biodiversidade � e de cujaproteção dependemos nós e muitas outras criaturas neste planeta.Os indicadores identificados para esta meta são justamente�indicativos� da adoção de atitudes sérias na esfera pública. Sem aadoção de políticas e programas ambientais, nada se conserva emgrande escala, assim como sem a posse segura de suas terras ehabitações, poucos se dedicarão à conquista de condições maislimpas e sadias para seu próprio entorno.

Page 48: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

48 - URB-AL

Meta 9 - Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável naspolíticas e programas nacionais e reverter a perda de recursosambientais.Meta 10 - Reduzir pela metade, até 2015, a proporção da populaçãosem acesso permanente e sustentável a água potável segura.Meta 11 - Até 2020, ter alcançado uma melhora significativa nasvidas de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairrosdegradados.

OBJETIVO 8 - Estabelecer uma Parceria Mundial para oDesenvolvimento

Muitos países pobres gastam mais com os juros de suasdívidas do que para superar seus problemas sociais. Já se abremperspectivas, no entanto, para a redução da dívida externa de muitosPaíses Pobres Muito Endividados (PPME). Os objetivos levantadospara atingir esta meta levam em conta uma série de fatoresestruturais que limitam o potencial para o desenvolvimento � emqualquer sentido que seja � da imensa maioria dos países do sul doplaneta. Entre os indicadores escolhidos estão a ajuda oficial para acapacitação dos profissionais que pensarão e negociarão as novasformas para conquistar acesso a mercados e a tecnologias abrindo osistema comercial e financeiro não apenas para grandes países eempresas, mas para a concorrência verdadeiramente livre de todos.

Meta 12 - Avançar no desenvolvimento de um sistema comercial efinanceiro aberto, baseado em regras, previsível e nãodiscriminatório.Meta 13 - Atender as necessidades especiais dos países menosdesenvolvidos Inclui: um regime isento de direitos e não sujeito aquotas para as exportações dos países menos desenvolvidos; umprograma reforçado de redução da dívida dos países pobres muitoendividados (PPME) e anulação da dívida bilateral oficial; e uma ajudapública para o desenvolvimento mais generosa aos paísesempenhados na luta contra a pobreza.

Page 49: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 49

Meta 14 - Atender às necessidades especiais dos países semacesso ao mar e dos pequenos Estados insulares emdesenvolvimento (mediante o Programa de Ação para oDesenvolvimento Sustentável dos Pequenos Estados Insulares emDesenvolvimento e as conclusões da vigésima segunda sessãoextraordinária da Assembléia Geral).Meta 15 - Tratar globalmente o problema da dívida dos países emdesenvolvimento, mediante medidas nacionais e internacionais demodo a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo.Meta 16 - Em cooperação com os países em desenvolvimento,formular e executar estratégias que permitam que os jovensobtenham um trabalho digno e produtivo.Meta 17 - Em cooperação com as empresas farmacêuticas,proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preçosacessíveis, nos países em vias de desenvolvimento.Meta 18 - Em cooperação com o setor privado, tornar acessíveis osbenefícios das novas tecnologias, em especial das tecnologias deinformação e de comunicações.

Como está nossa comunidade em relação a esses desafios que sãode toda a humanidade?

Conheça um pouco maissobre as Metas do Milênio:

As Metas deDesenvolvimento do Milênioforam firmadas durante aCúpula do Milênio, realizadano ano de 2000 em NovaYork, com representantes de191 países - foi a maiorreunião de dirigentesmundiais de todos ostempos. Na ocasião, foiaprovada a Declaração doMilênio das Nações Unidas,um documento histórico parao novo século.Estabeleceram-se metasmínimas até 2015 para ocombate à pobreza, fome,doença, analfabetismo,degradação do meioambiente e discriminaçãocontra a mulher.

Acesse o site da ONUhttp://www.onu-brasil.org.br

PNUDhttp://www.pnud.org.br/

OMS/OPAShttp://www.opas.org.br/

CEPALhttp://www.eclac.cl/brasil/

Page 50: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

50 - URB-AL

A reflexão sobre os indicadores de Pobreza que o PNUD usa paramedir e estabelecer os grandes desafios da Humanidade nos mostramque a pobreza é privação.A mudança de enfoque que se dá recentemente ao fenômeno da pobrezavai da privação absoluta à relativa e oferece um bom marco de análise.A privação relativa resulta incompleta como concepção da pobreza ecomplementa a perspectiva anterior da falta de posse absoluta.À visão recomendada, da pobreza como um problema de desigualdade,não faz justiça a nenhum dos dois conceitos. A pobreza e a desigualdadese relacionam estreitamente, mas são fenômenos que se diferenciamcom clareza e nenhum se submete ao outro.Existem razões para conceber a medição da pobreza não como umexercício ético, como se propaga com freqüência, mas sim como umexercício descritivo.Inclusive é possível afirmar que a �definição política� da pobreza estáequivocada no fundamental. Descrever as dificuldades e padecimentosdas pessoas pobres em termos dos níveis predominantes de�necessidades� envolve, por pressuposto, as ambigüidades inerentesao conceito de pobreza; mas uma descrição ambígua não é o mesmoque uma prescrição. No entanto, a arbitrariedade que resulta de elegerentre procedimentos permissíveis e entre possíveis interpretações dosníveis prevalecentes requer tomá-la em conta e dar-lhe um tratamentoapropriado.Fonte:- Banco Mundial (2000), World Development Indicators 2000.- Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL) (2000),Panorama social de América Latina, Santiago de Chile- Programa de Naciones Unidas para el Desenvolvimento (PNUD) (2002), Informe sobreDesenvolvimento Humano.

Cotação média do dólar nos países sócios

Média R$ Novo Sol Peso Euro

Brasil Peru Argentina Espanha / Portugal

11/07 2,35 3,25 2,87 0,83

30/06 2,35 3,25 2,89 0,83

31/05 2,40 3,25 2,88 0,81

30/04 2,53 3,25 2,90 0,78

Valor de 1 USD 2,4075 3,25 2,885 0,8125

Page 51: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 51

Organização do seu sistema

Nesta etapa estamos trabalhando com um número muito significativode informações que nós mesmos produzimos em nossas localidades.Esse é o momento de pensarmos em sistemas locais de armazenamentoe integração de dados sócio-econômicos. A integração precisa serinstitucionalizada. Todo o governo local trabalhando com uma só basede dados e auxiliando na sua retro-alimentação.

Para cada um dos países que participa deste projeto novos indicadoresforam sendo propostos. Nesse sentido, é importante conhecer odocumento �Informe sobre el uso de Indicadores de pobreza en Perú yArgentina. Los casos de las ciudades de Ate (Perú), Río Negro (Perú) ySur del Conurbano Bonaerense (Argentina)� disponível em:www.jacarei.sp.gov.br/urbal

Desse documento importante, destaca-seo seguinte texto:

Como se mede a pobreza no Peru e naArgentina?Produto do trabalho que especialmentevem sendo utilizado pela ComissãoEconômica para a América Latina eCaribe --CEPAL. Na América Latina seutlizam os mesmos indicadores paramedir os níveis de pobreza. No caso dospaíses estudados, os indicadores depobreza são similares, baseado noingresso dos lares, tanto quanto nadisponibilidade de infra-estruturaadequada, junto com outras variáveis,medidas a partir do índice denecessidades básicas insatisfeitas.

Indicadores utilizados para a construção doÍndice de Necessidades Básicas Insatisfeitas

Peru Argentina

Lares com residências, comcaracterísticas físicas inadequadas

Lares com residências comracionamento (mais de 3 pessoas porquarto)

Lares com residências semsaneamento básico

Lares em que as crianças não vão àescola

Lares com alta dependênciaeconômica:

Lares que tem mais de 3 pessoasmorando e cujo chefe tem primárioincompleto.

Lares com residências, comcaracterísticas físicas inadequadas,mas agrega os quartos de aluguel.

Lares com residências, comcaracterísticas físicas inadequadas,mas agrega os quartos de aluguel.

Lares em que não há nenhum tipo debanheiro

Lares em que não há nenhum tipo debanheiro

Capacidade de Subsistência:

Lares que tem 4 pessoas ou maispessoas morando e cujo chefe tembaixa escolaridade.

Page 52: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

52 - URB-AL

Os instrumentos discutidos nesse segundo estágio já permitem ao gestorestabelecer uma posição de enfrentamento dos principais problemastrazidos pela pobreza e exclusão manifestos, em maior ou menor grau,nas nossas cidades.

É possível perceber nessa etapa o quanto a questão territorial éimportante para integrar políticas. Fica claro, também, queindependentemente de estarmos numa nação desenvolvida ou não,sempre haverá situações de risco social a serem tratadas pelasdiferentes comunidades. Já podemos agora pensar num terceiro e últimoestágio.

Page 53: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 53

3º EstágioLocalidades onde a gestãointegrada está implantada

Os municípios que se encontram neste estágio são aqueles que estãonuma forma de gestão integrada entre as diversas áreas, e tomamsuas decisões em relação à construção de políticas, programas eprojetos sociais de combate à pobreza levando em consideração basesde dados estatísticos sócio-territoriais já existentes, visando sempremaior eficiência, eficácia e efetividade.São localidades que já atingiram um grau de organização esistematização de informações e instrumentos de gestão de políticaspúblicas. Foram capazes de perceber que é preciso pensar a cidade(município) como uma totalidade formada de território e de seushabitantes que portam identidades, histórias, relações, necessidadese demandas e também potencialidades.Já não se contentam com decisões e ações centralizadas, parceladas eisoladas. Têm urgência de pensar as diversas políticas públicas comointerdependentes.Sabem que qualquer uma das políticas setoriais possui interfacesorgânicas com as demais políticas públicas no município. Só faz sentidouma política setorial quando formulada de forma integrada e a partirde uma visão intersetorial de atenção das necessidades do cidadão edo desenvolvimento social do município. É parte e deve,necessariamente, estar articulada e comprometida com os propósitosmaiores do desenvolvimento local.Nesta perspectiva, a execução das políticas ganha novas configurações,o que impõe como exigência a garantia de eficácia, eficiência eefetividade. O desafio é superar saberes compartimentalizados e açõesfragmentadas, democratizando o fazer público e buscando resultadosque possam ser medidos e avaliados.

Page 54: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

54 - URB-AL

Contudo, não basta colocar em prática estes valores de forma isolada,onde os serviços/produtos permanecem desconectados de uma direçãopolítica comum de gestão pública. A multiplicidade de ações permaneceno plano de respostas individuais e individualizantes, sem umaperspectiva da totalidade onde acontecem as necessidades evulnerabilidades pessoais e sociais. Dessa forma, a construção doconhecimento sobre a dinâmica da realidade social se faz necessárianos processos de administração e gestão pública.O conhecimento e/ou aprimoramento desta realidade pode se dar dediferentes formas como, por exemplo, no estabelecimento de uma lógicaintersetorial entre as secretarias municipais, tendo como âncora dagestão os territórios da cidade. A abordagem na lógica de uma açãointersetorial para gestão pública implica por sua vez em observar trêsaspectos:

- Mudança de paradigma que pressupõe compreender acomplexidade da realidade a partir do território e não somente coma homogeneização das necessidades por segmentos da população.- Formulação de políticas públicas com impactos determinantes paraproteção social e autonomia do indivíduo e sua família, enquantodireitos de cidadania, superando práticas assistencialistas baseadasno favor e na benemerência.- Planejamento com caráter democrático, considerando a diversidade,as diferenças e desigualdades intra-urbanas; nas suas necessidadese potencialidades.

Page 55: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 55

É preciso pensar uma visão totalitária do município, onde o territórioseja um espaço privilegiado das ações, onde os serviços devem serimplantados numa visão territorial, com planejamento prévio,superando o interesse individual de um determinado ator social.Pensar numa nova forma de gestão, que desde o seu planejamentoincorpore a visão de inter-setorialidade é aproveitar conhecimentosadquiridos, é trabalhar na concepção de que os serviços/ações sãoportas de entrada que já acumularam todo um contato com a população,tendo conhecimento de suas dificuldades, seus anseios e suaspossibilidades.Acredita-se que esta perspectiva de gestão possibilitará uma mudançado paradigma, ou seja, os diversos atores sociais terão de pensar suasações, numa visão de totalidade rompendo com a visão fragmentadadas diversas necessidades daquela população.Elaborar um plano de ação global e integrado que faça parte de todo equalquer plano de governo, priorizando as ações levando-se em contauma BASE DE DADOS existente, construída a partir da realidade local,é sem dúvida o grande desafio de gestores na busca de soluções maiseficientes e efetivas pela eliminação da exclusão social.

Page 56: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

56 - URB-AL

Um Plano de Ação Global

Conhecer bem a realidade para criar processos de decisãoA experiência de Vila Real de Santo Antônio

O Diagnóstico Social desenvolvido pela localidade permitiu passar deum nível de perfeito conhecimento do Conselho para um nível de decisão,no qual terão que ser feitas opções e desenhar cenários detransformação da realidade social da localidade.Este Plano de Desenvolvimento Social (PDS) pretende ser um instrumentoorientador dos investimentos a serem realizados no Conselho de VilaReal de Santo Antônio para os anos de 2003/2005.Com este PDS, o CLAS pretende traçar o retrato de uma situaçãodesejável e realista para o conselho, atendendo os recursos existentes,disponíveis e de relativa mobilidade. Com este instrumento pretende-se também responsabilizar todos os intervenientes na produção dedecisões sociais, nomeadamente:

- articular as iniciativas em curso numa comunidade de forma aracionalizar e rentabilizar os recursos;

- elaborar um projeto conjunto de parcerias, convergindo todos ossaberes e conhecimentos �do terreno� para a identificação de situaçõesna resolução de problemas, evitando a multiplicação e sobreposição deatuações;

- dirigir esforços de forma a dar resposta às reais necessidades ecarências da população;

- responder às causas e não só às manifestações dos problemas;- identificar e dinamizar soluções integradas.

Tendo em conta o Diagnóstico Social anteriormente realizado, as seteáreas temáticas: Emprego e Formação Profissional, Atividade Econômica,Segurança, Saúde, Educação, Ação Social, Habitação Social e Infra-estruturas de Saneamento Básico deram lugar a quatro Eixos deIntervenção: Economia/Qualificação, Segurança/Prevenção, Educaçãopara a Saúde e Grupos específicos. Para cada Eixo de Intervenção foramidentificados alguns problemas, cuja capacidade de resposta (recursosa mobilizar) se encontra mais acessível; reunindo o consenso do grupode trabalho quanto à necessidade da sua intervenção.

Page 57: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 57

A técnica visa apontar os Pontos Fortes, os Pontos Fracos, os Riscos eas Oportunidades da localidade que se quer planejar. Essa etapa dotrabalho de planejamento tem por objetivo construir um diagnósticode consenso; uma visão coletiva dos problemas, das potencialidades edos contextos. É o momento em que se pretende ampliar o conhecimentoda realidade, socializar as informações, criar uma linguagem única entreos membros do grupo, enquanto se constrói um conhecimento darealidade, posicionando-os frente ao objeto que se vai planejar.

Com um olhar para a situação presente e para �dentro�, examina-se alocalidade identificando:

. Pontos Fortes - são os aspectos positivos, aquilo que o objetotem de bom, de força propulsora, de capacidade, de potência.

. Pontos Fracos - são os aspectos negativos, aquilo que o objetotem de problemas, de forças restritivas, de fraquezas, de entraves.

Em seguida, com um olhar de futuro --para frente e para fora-- passa-sea examinar o contexto em que a localidade está inserida, identificando:

. Riscos - são as ameaças, perigos que rondam o objeto.

. Oportunidades - são situações e fatos que podem favoreceraquilo que se deseja para o objeto.

Diagnóstico Situacional“SWOT”

Vila Real de Santo Antônio usoua técnica do “SWOT”. Sigla eminglês que significa:S = StringsW = WeaknessesO = OpportunitiesT = Threats

(Strings = força;Weaknesses = fraquezas;Opportunities = oportunidades;Threats = ameaças)

Page 58: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

58 - URB-AL

1a etapa:�Diante do diagnóstico que construímos, quais serão as ações queestaremos desenvolvendo nos próximos três anos, de modo a preservaros Pontos Fortes, superar os Pontos Fracos, eliminar os Riscos, aproveitaras Oportunidades?�O verbo da pergunta é FAZER. O que vamos fazer? Atividade concreta,�pé no chão� e possível. Amanhã, no mês que vem, daqui a dois mesesetc. É um �fazer� no tempo, atividade concreta.

2a etapa:Respondendo à pergunta abaixo, os participantes traçam: metas,objetivos específicos, objetivos gerais, propósitos, fim e constróem suamissãoA pergunta dessa etapa é:�Se fizermos tudo aquilo que nos propusemos na etapa anterior, sevoltarmos daqui quatro ou cinco anos, o que encontraremos? Como nossaação modificou a realidade? Qual foi o resultado do que fizemos?�Respondendo a esta pergunta, os participantes elencam suasexpectativas quanto ao futuro.

FERRAMENTA DOMARCO LÓGICO

Concluído o diagnósticosituacional, tem-se um

quadro mais claro dasituação do município e o

cenário em que ele seencontra. Parte-se, então,

para a fase propositiva,usando, para isto o

instrumento do “MarcoLógico”, que auxilia a

comunicação e a integraçãode pessoas na difícil tarefa

de traçar objetivos, aomesmo tempo em que

identifica lacunas nas açõespropostas.

Page 59: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 59

Marco Lógico: construindo a lógicavertical do Plano de Ação

A lógica vertical refere-se à coerência que deve existir entre os níveisque foram definidos para que o Plano de Ação seja realizado. Usandoos instrumentos do Marco Lógico vamos verificar se há lógica verticalnos vários níveis de ações. Se estão presentes pressupostoslogicamente relacionados às probabilidades de que se cumpram ashipóteses, perguntando: �se-então�. Vamos examinar as ações usandoraciocínio lógico, verificando se as atividades que decidimos realizarsão necessárias e suficientes para conseguir alcançar os objetivos, asmetas e a missão que estamos nos propondo.O resultado é uma �árvore de decisões�:Apresenta-se um resumo narrativo que descreve o objeto que se estáplanejando, e depois os níveis, começando pelo nível inferior,organizando de baixo para cima:

1. organizam-se as atividades, ações, agrupando-as segundo suanatureza;

2. acima, as metas, os objetivos específicos;3. depois, os objetivos gerais, os propósitos;4. a seguir, o fim;5. por último, no topo da �arvore�, a missão.

Mais informações sobre as metodologias podem ser buscadas em textode apoio no site da Urbal � Jacareí: www.jacarei.sp.gov.br/urbal

Page 60: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

60 - URB-AL

Capacitar gente!

A compreensão e conhecimento de ferramentas de trabalho contra apobreza devem basear-se na formação e recapacitação de profissionaisna administração e líderes sociais. O estabelecimento de um programade formação aparece como um elemento-chave para o logro dosobjetivos. A estratégia deve contemplar um calendário concreto deformação, com matérias claras e práticas durante o programa formativo.Com freqüência se instrui as pessoas com área de responsabilidadealta; cremos que para conseguir nosso objetivo devemos ter em conta,de maneira prioritária, a capacitação das pessoas profissionais situadasnos escalões médio e médio-baixo das administrações.

Prioritariamente, capacitar os níveis hierárquicos intermediários, poissão esses servidores que nas localidades vão permanecer nas estruturasde governo. Capacitá-los é profissionalizar a máquina pública. Atoresda sociedade civil também devem ser público-alvo de capacitação. Asociedade civil pode ser uma grande aliada na manutenção dasconquistas sociais e força motora para reivindicar ações efetivas dosgovernos no combate à pobreza e à exclusão social. Quanto maiscidadãos sabem e se associam ao Plano de Ação Global e Integrado,mais chances tem nossa localidade de ver realizados os seus desejos�de cidade�.O programa de formação deverá ter em conta como matérias principaisos seguintes aspectos:

Finalmente se preparando: �Mãos à Obra!�Seja em que estágio o gestor se encontra, é preciso capacitar os atores

envolvidos e tornar públicos todos os dados para a população.

Page 61: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 61

1- Instrução com o conceito e consciência de cidadania;2- Estrutura na tomada de decisões na comunidade;3- Ferramentas de participação na tomada de decisões.

Participação das instituições na comunidade. Participação dascomunidades na instituição;

4- Desenho e traçado de horizontes alcançáveis. Horizontescomunitários, horizontes pessoais;

5- Educação extra-escolar: saúde, higiene, trabalho, resoluçãode conflitos, cooperação;

6- Definição do conceito de família extensa e família nuclear;7- Redes comunais, redes de apoio social;8- Conhecimento da pobreza versus gênero. Mulher e pobreza.

Dinâmicas de igualdade e inclusão;9- Consumo responsável. Manejo das ferramentas para o

intercâmbio e a reutilização de equipamentos e recursos;10- O micro crédito. Introdução à economia social;11- Ferramentas e método para o conhecimento confidencial

do nível real de pobreza.

Page 62: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

62 - URB-AL

Tornar públicaa informação

Outro elemento-chave deste processo é a possibilidade de tornar públicasas informações e os dados, é importante que toda a comunidade,principalmente a sociedade civil, se aproprie desta experiência, pois sóassim poderá ser garantida a continuidade da mesma, o uso destaferramenta e a efetividade dos projetos de combate à pobreza/exclusãosocial.

Tornar pública a informação: só se obtém participação efetiva quando ainterlocução entre a sociedade e o Estado é direta, livre de obstáculos eambos, Estado e Sociedade, trabalham com o mesmo nível deconhecimento e informação. Tudo que se possa fazer para dar publicidadeàs informações de gestão pública deve ser feito para garantir adesãoao Plano.

Só existe participação efetiva dos atores sociais se a eles for dado omesmo nível de informações para decisão.

Page 63: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 63

Captar recursos

Pelo Estado:As receitas públicas financiam a ação do Estado. Através da tributação,o Estado cria o fluxo de receitas necessário para fazer frente às suasdespesas. O Sistema de Contabilidade Nacional vai expressar a formacomo cada país organiza as receitas e despesas do setor público. Essesistema engloba os fluxos de recursos de diferentes esferas daeconomia, indo desde o governo central até os municípios.

Independentemente se mais ou menos centralizados, os sistemastributários de cada país reservam às localidades tributos que são desua competência. Nesse espaço de exercício do poder tributário omunicípio pode fazer política fiscal usando a tributação como meio depromover a eqÜidade entre a sua população: tributando mais a quemtem mais e menos a quem tem menos.

É possível estabelecer zonas de interesse social e protegê-las com umamenor tributação e uma maior prioridade no volume de recursos públicosa serem ali investidos.

Em países onde há concentração de recursos nos níveis centrais degoverno, instância que detém maior poder de tributar e onde se mantémuma distribuição de recursos pelo canal do agenciamento político, éfundamental que as localidades se qualifiquem para a elaboração deprojetos bem fundamentados e uma boa capacidade de articulaçãocom os níveis centrais de decisão na distribuição de verbas parainvestimentos sociais.

A emancipação das localidades depende em larga medida dadescentralização dos recursos públicos: a luta pela emancipação dosmunicípios e também a luta por uma Reforma Tributária que traga aosmunicípios maior autonomia financeira.

Page 64: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

64 - URB-AL

Pela Sociedade Civil:Quando se fala em recursos para organização, a maioria das pessoaspensa em dinheiro e, na maioria das vezes, dinheiro em espécie.Entretanto, os recursos que podem ser aportados para uma organizaçãosão de várias naturezas e origens: recursos materiais, financeiros ehumanos.

A captação de recursos será tão mais eficaz quanto mais ampla for asua noção e quanto mais diversificada, criativa e adequada as suascaracterísticas e ao ambiente externo, for a sua estratégia. Ampliar anoção significa pensar para além dos recursos financeiros. Recursoshumanos qualificados, tecnologias, infra-estrutura e equipamentostambém fazem parte das necessidades de uma organização e podemser obtidos através de várias fontes de financiamento.

Uma boa estratégia de captação de recursos contribui para uma maiorautonomia da organização, bem como para sua maior sustentabilidade.Isto só será possível se as pessoas envolvidas no processo estiverempreparadas. É preciso adquirir conhecimentos, trocar idéias, fazercontatos, desenvolver redes de comunicação e aprender novosreferenciais de crescimento e sucesso.

A captação de recursos estará fortemente associada às estratégias maisamplas da instituição, desenvolvendo definições quanto à sua ação(projetos e serviços), ao marketing e às parcerias. A captação de recursosenvolve pessoa ou pessoas com conhecimentos e técnicas adequadas,porém algumas coisas são fundamentais: ter uma missão e identidadesclaras, ter bem definidos seus projetos, serviços e ações, ética etransparência, conhecimento do público, comunicação, planejamento esaber �construir e manter relacionamentos.

Entende-se por financiamentos todos os elementos potenciais doadores,de uma forma ou de outra, que possam contribuir com a organização.Existem características peculiares para cada fonte e a análise do perfildos possíveis financiadores é fundamental para obter o financiamento.

Page 65: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 65

Algumas ONGs têm explorado formas inovadoras de captação derecursos via comercialização de produtos e serviços, promoção deeventos e campanhas promocionais, associação com administradorasde cartões de crédito para emissão de cartões de afinidade e campanhasde arrecadação de recursos junto ao público em geral. A potencializaçãodestas iniciativas constitui-se talvez em uma das melhores estratégiasde sustentabilidade cada vez mais necessárias na atual conjunturasocial.

Existem exemplos sobre captação de recursos locais, porém acriatividade e a inovação da organização é fator decisivo para ampliaras possibilidades de captação e conseqüentemente obter sucesso. Nãoexiste uma receita pré-formulada de como se captar recursoslocalmente, uma estratégia de sucesso em determinada região,necessariamente não seria na outra.

Captar recursos localmente, independentemente da forma, é promovero marketing da causa; fortalecer a marca e a imagem institucional,com ênfase aos aspectos do profissionalismo institucional, qualidadedos serviços, produtos e a transparência na gestão dos recursos;implementar estratégias que gerem retorno financeiro, captandorecursos junto a parcelas da sociedade com capacidade contributiva,ampliando assim sua base social de apoio; além de, localizar a captaçãode recursos na perspectiva da diversificação das fontes financeiras deapoio, sem pretender substituir uma fonte por outra.

EXEMPLO:Atualmente têm-se muitasdiscussões sobrefinanciamentos de projetosde combate à pobreza. NoBrasil as políticas da saúdee educação já conseguiramum percentual de custeiofixados no orçamento doEstado, nas três esferas degoverno, o que garante aaplicação dos recursos nosdiversos serviços, de formaque a execução daspolíticas sejam de fatoconcretizadas. Porém asdemandas ainda não foramatendidas na sua plenitude.O grande desafio que seapresenta para o Estadobrasileiro é como conciliardesenvolvimento dascidades à fixação deíndices para outras áreastão importantes como aAssistência Social eHabitação.Diante deste quadro faz-senecessário cada vez maisbuscar financiamentos eparcerias fora os recursosde custeio e verbasvinculadas.O Banco do Brasil, comrecursos do BNDESfinancia diversosprogramas e serviços; eatravés do Banco deTecnologias Sociaisfinancia nas áreas dedemandas por água,alimentação, educação,energia, habitação, meioambiente, renda e saúdeestão reunidas em únicolugar. Acesse:www.cidadania-e.com.br.

Page 66: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

66 - URB-AL

Parcerias entre o setorpúblico e o privado

Há hoje um consenso de que o enfrentamento da pobreza e exclusãosocial demanda um esforço de governos, empresas e sociedade civil.Os novos cenários mundiais levam à busca de parcerias entre setorespúblicos e privados. A viabilização dessa parceria tem inúmerosproblemas a superar.

O acesso de organizações da sociedade civil a recursos públicos esbarraem múltiplos problemas que vão desde a desconfiança da burocraciagovernamental à descontinuidade das políticas públicas, passando pelaausência de mecanismos claros e transparentes de contratação peloEstado de organizações não governamentais.

É fenômeno recente o reconhecimento pelo governo da legitimidade ecompetência da atuação das ONGs enquanto promotoras dodesenvolvimento sustentável e com eqüidade.

Basicamente o governo trabalha com programas de apoio, onde éprevisto um orçamento para uma determinada finalidade, tendo um prazodeterminado para a liberação do recurso e prestação de contas.Normalmente exige não só o projeto como o preenchimento de umasérie de formulários específicos.

Não se pode esperar de órgãos governamentais municipais, estaduais efederal que financiem o trabalho de ONGs via doações e sim viacontratação de serviços, o que levanta exigências novas de transparênciae capacidade executiva para ambas as partes. A lei das OSCIPs veiopara facilitar estes processos, tendo como uma das principaiscaracterísticas o termo de parceria.

Outras fontes de financiamentos:http://proex.epm.br/projetossociais/fonte-de-financiamento.htm

Page 67: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 67

Informações estratégicas

Fontes de InformaçõesEstatísticas

Trabalhar com a concepção de planejamento, de diagnóstico darealidade local nesse início de século 21 é tarefa muito simples quandose domina os meios eletrônicos de acesso a informações, quando alocalidade é incluída digitalmente.

A inclusão digital permite entre outras coisas o acesso amplo ainformações, dados e capacidade de reflexão sobre a realidade local.Tarefa que até os anos 80 ficava restrita ao domínio de técnicosespecializados. Hoje não há nenhuma barreira técnica para se acessardados; o que existe é a pouca capacidade local de trabalhar com osavanços tecnológicos, principalmente, em países subdesenvolvidos.

Ensinar servidores públicos e membros de organizações da sociedadecivil para o acesso a Internet é capacitar a localidade para que,conhecendo melhor sua realidade, assuma o comando do seudesenvolvimento.

A seguir, alguns links onde se pode encontrar um novo e fascinanteuniverso sobre as condições de vida de nossas populações, lembrandoque só conseguimos identificar melhor as nossas realidades quandoas comparamos com outras.

Page 68: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

68 - URB-AL

Links

Metodologia do Censo 2000http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2000/metodologia/index.html

Os resultados do Censo Demográfico 2000Esta publicação apresenta uma descrição detalhada de todos osprocessos que envolveram a realização desse levantamento, desde asetapas de planejamento e organização da operação, passando pelasnovas tecnologias e sistemas desenvolvidos especificamente para apesquisa, até as diversas formas de divulgação e disseminação dosresultados.

Panorama Social da América Latina 2004Comissão Econômica para América Latinahttp://www.eclac.cl/

Europa - Eurosathttp://epp.eurostat.cec.eu.int/portal/page?_pageid=1090,1137397&_dad=portal&_schema=PORTAL

Instituto de Estatística da Argentinahttp://www.indec.mecon.ar/

Instituto de Pesquisa - Portugalhttp://www.ine.pt

Instituto � Chilehttp://www.conicyt.cl/

Page 69: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 69

Indicadores interativos

Ministério da Assistência e Promoção SocialIndicadores derivados do Censo Demográfico 2000 - IBGEhttp://www.desenvolvimentosocial.gov.br/censo2000/

Mapa interativo de indicadoreshttp://www.guiadelmundo.org.uy/cd/indicators/?idioma=es

Ministério do Trabalho - Pesquisahttp://www.mtb.gov.br

Organismos - Instituto de Pesquisahttp://www.inep.gov.br

IBGE: http://www.ibge.gov.br

Projeto Jovem EmpreendedorPrograma Nacional de QualificaçãoFone: (61) 317 6264 / http://www.trabalho.gov.br

Programa de Economia SolidáriaFone: (61) 317 6533 / http://www.trabalho.gov.br

Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.Fone: (61) 412 2400 / http://www.fazenda.gov.br

Secretaria Especial de Políticas para as MulheresFone: (61) 2104 9377 / E-mail: [email protected]

Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da RepúblicaFone: (61) 429 3142 / E-mail: [email protected]

Secretaria de Educação Básica � SEB-Ministério da Educação

Fone: (61) 2104 8617 / 2104 8613 / http://www.educação.gov.br

Page 70: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

70 - URB-AL

Referências Bibliográficas

Documento Base – Programa URB-AL – Rede 10 – Luta Contra a Pobreza Urbana. Abril/2003.FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda – Novo Aurélio, Século XXI: O Dicionário da Língua Portuguesa – 3ª Edição, Editora Nova Fronteira,1999.GUARÁ, Iza Maria F. R . Breve introdução a teoria das necessidades. In: Revista Serviço Social e Sociedade, Nº57. São Paulo: EditoraCortez, julho/98.HUERTAS, F. Entrevista com Matus: O Método PES. São Paulo: Edições Fundap, 1997.JANUZZI, Paulo. Anais do II. Seminário de Inclusão Social. Santo André. São Paulo: Prefeitura de Santo André e CERFE, 2001. p. 44.Indicadores Sociais no Brasil. Campinas, Sp. Alínea, 2001.LAVINAS, LENA. Pobreza e exclusão: traduções regionais de. duas categorias da prática.Revista Econômica, v. 4, n. 1, p. 25-59, junho2002 - Impressa em outubro 2003.LOCATEL, Celso Donizete, BERNARDELLI, Maria Lúcia Falconi da Hora, BARBUDO, Reloarde Ramalho. Reestruturação Sócio-Espacial, ea Segregação da vivenda: os casos de Santiago do Chile, Mendoza e Buenos Aires . Scripta Nova - Revista Electrónica de Geografia yCiencias Sociales. Universidad de Barcelona.Vol. VII, núm. 146(134), 1 de agosto de 2003.KERSTENETZKY, Célia Lessa. Desigualdade e pobreza : Lições de Sem, In: Revista Brasileira de Ciências Sociais. vol., 15 n. 42, fevereirode 2000.KOGA, Dirce. Seminário: Indicadores Sociais para o Enfrentamento e Combate a Pobreza: Prefeitura de Jacareí, 2004. (mimeo)MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Martim Claret, 2003. Tradução Pietro Nassetti.MATUS, Carlos. Adeus, Senhor Presidente, Governantes Governados. São Paulo: Edições Fundap, 1997.MATUS, Carlos. Que é uma estratégia? In: MATUS, Carlos. Estratégias políticas: Chimpanzé, Maquiavel e Ghandi. São Paulo: FUNDAP,1996.O Líder Sem Estado-Maior . Edições Fundap. 2.000, São Paulo. ______, Política, Planejamento & Governo, IPEA, 1993, Brasília. (TomosI e II)MONTAÑO, Carlos. Terceiro Setor e Questão Social. 2ª Edição. São Paulo : Editora Cortez, 2002.PRADO, José Luiz Aidar. A naturalização da rede em Castells. Programa de Estudos Pós-graduados em comunicação e semiótica daPUC-SP.(http://rebea.org.br/rebea/arquivos/castells.pdf)RAFFESTIN, Claude. Por uma Geografia do Poder. São Paulo: Editora Ática, 1993. Revista Serviço Social & Sociedade. Edições: nº 75 e76, 2003.SABOIA, Ana Lucia. Anais do II Seminário de Inclusão Social. Santo André – São Paulo: Prefeitura de Santo André e CERFE, 2001. p. 44..SACK, R.D. 1986. Human Territoriality: Is Theory and History. Cambridge: Cambridge University Press.SEN, Amartya. Capital Humano y Capacidade humana . Cuadernos de Economia Política- Teoria económica. Tomado de World Development25, 12 diciembre de 1997. Traducción de Clara Ramírez. ( www.red-vertice.com/fep. 15/09/04)SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2001.SPINK, Mary Jane Paris. A Cidadania em Construção. São Paulo: Editora Cortez,

1994.SPOSATI, Aldaíza. Mapa da exclusão/inclusão na cidade de São Paulo. São Paulo,

EDUC,1996.SILVA, Antonio Luiz de Paula . Utilizando o Planejamento como Ferramenta de Aprendizagem. Publicação Instituto Fontes. São Paulo:Editora Global, 2000.Site: ( bemstar.ig.com.br; federastivo.bndes.gov.br/dicas); camadojapao.org.br.VASCONCELOS, Frédi; BATISTA, Sinoel. Documento de Base - Programa URB-AL – Rede 10 – “Luta Contra a Pobreza Urbana. Abril/2003”.VASCONCELOS, Frédi; BATISTA, Sinoel. Documento de Base - Programa URB-AL – Rede 10 – “Luta Contra a Pobreza Urbana. Abril/2003”.VECCHIA, Rosângela. Curso de Formação de Gestores Públicos e Curso de Planejamento em Política Pública. Apostilas IEM, 2003. WESTPHAL, Marcia Faria. Subprefeitura da Cidade de São Paulo e Políticas Públicas para Qualidade de Vida. Centro de Pesquisa.São Paulo, dezembro 2003.

Page 71: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 71

Gestor Financeiro - Comissão Européia

Coordenação do Projeto - Maria Cristina de PaulaMachado - Assessora Técnica - Gabinete doPrefeito de Jacareí

Sócios:Marco Aurélio de Souza - Prefeito de Jacareí – BrasilGuilhermo Chumpitaz Quispe - Alcalde de Rio Negro –PeruOscar Benavides Majino - Alcalde da Municipalidad deAte – PeruEngº Antonio Maria Farinha Murta - Presidente daCâmara Municipal de Vila Real de Sto Antonio - PortugalJoaquim de Toca I de Ciurana - Presidente de Espiral,Entitat Serveis – Girona – EspanhaCarmela Prat Gana - Directora Gerente de Espiral, EntitatServeis – Girona – EspanhaDr. Daniel E. Gómez - Rector da Universidad Nacional deQuilmes – ArgentinaAntonio Valdeci Oliveira de Oliveira - Prefeito de StaMaria – BrasilÍris Rezende Machado - Prefeito de Goiânia-BrasilJosé de Filippi Júnior - Prefeito de Diadema – BrasilNelson Trad Filho - Prefeito de Campo Grande- Brasil

Equipe Técnica:Maria Fernanda Pires Duarte MarcosMaria Margarida Martins GomesSecretaria de Assistência SocialVila Real de Sto Antonio – Portugal

Andreu Camps i FiguerolaEspiral, Entitat Serveis - Girona – Espanha

Sérgio Ilari e Juan Luiz MéregaUniversidade Nacional de Quilmes – Argentina

Alcalde Guilhermo Chumpitaz QuispeElviz Hinostroza JorgePrefeitura de Rio Negro – Peru

William J. Moreno Walter Gómez CarriónCarlos Alberto PaucarchucoSecretaria de Cooperação e Relações InternacionaisAte – Peru

Ivo Cassol JuniorAndré Luis Beck SouzaSecretaria de Captação de Recursos e RelaçõesInternacionaisSanta Maria – Brasil

Cormarie Perez GuimarãesAlice de Fátima Domingues SalvagniniSônia Aparecida Rodrigues de OliveiraSecretaria de Assistência Social e CidadaniaDiadema – Brasil

Maria Auxiliadora CapilleRejane Aparecida SartorSecretaria de Assistência SocialCampo Grande – Brasil

Francisco Vale JuniorSandra Isabel ChavesSecretaria de PlanejamentoGoiânia – Brasil

José Rubens de SouzaIsabel Cristina de Jesuz MarsonMaria Aparecida Pereira LimaSecretaria de Assistência Social e Cidadania

Alexandre Gonçalves de AmorimSecretaria de Governo

Maurílio Junqueira dos SantosSecretaria de Administração

Cynara Nogueira Vilas Boas MoraesSecretaria de Saúde

Daisy Aparecida de OliveiraSecretaria de Finanças

Page 72: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

72 - URB-AL

Heloísa de Souza Pauli TosettoSecretaria de Assuntos Jurídicos

Lucimar Ponciano LuizFundação Pró-Lar

Maria Cristina de Paula MachadoGabinete do Prefeito

Reni Rezende da SilvaSecretaria de Educação

Maria Virgínia B. Mileo SantanaRubens Negrini Pastorelli JuniorSecretaria de PlanejamentoJacareí - Brasil

Escritório Urbal Jacareí:Rosana de PáduaFábio Rodrigo Barbosa PessoaDébora Figueiredo Barros do Prado

Colaboradores:Carlos César de MascarenhasIvonete da SilvaMaria de Fátima SouzaMichele F. de Lima Mansor

Consultoria:Dirce Koga - Doutora em Serviço Social PUC-SP

Rosângela Vecchia - Consultora em Administração Pública,Planejamento Municipal e Políticas Públicas

Assessoria Gráfica:Paulo Pacini

Diagramação, Ilustrações e Arte FinalCarlos Alberto da SilvaPaulo BicaratoSecretaria de Comunicação

Capa – Direitos Reservados:Obra Entalhe e Pintura sobre Madeira – Elton Brasil

Revisão - Língua Portuguesa:João Evangelista Nogueira AzevedoMaria Eugênia Gonçalves BragaSecretaria de Educação

Revisão - Língua EspanholaWalter Gómez CarriónSecretaria de Cooperação e RelaçõesInternacionais

Tradução:Julio Eduardo Carrasco Carrasco

Fotolito, Impressão e AcabamentoGráfica Mogiana

Page 73: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 73

La idea de crear un �Guía Práctico� capaz de instrumentalizar laslocalidades para el combate a la pobreza, nace de la necesidad concretade gerenciar recursos frente a las, demandas por servicios públicos enlas áreas sociales, integrando diferentes niveles del gobierno y de laSociedad Civil.Los instrumentos de que trata el presente trabajo están relacionados ala tarea de traer a los gestores la complejidad y multiplicidad de aspectosque envuelven los fenómenos de la pobreza y de la exclusión social, através de indicadores socio-económicos expresados en el municipio. ElGUIA se propone a auxiliar aquellos que en las estructuras de gobiernolocal precisan de instrumentos que puedan fotografiar la realidadcotidiana vivida por la población.Las informaciones que alimentan a los sistemas nacionales de datossocio-económicos son recolectadas a nivel local y son añadidas alsistema de datos, componiendo indicadores de condición de vida delas poblaciones. El presente trabajo intenta rescatar el uso de esasinformaciones en el proceso de gestión local.El trabajo pretende todavía enfrentar el mayor de los desafíos puestosa los gestores locales en los días de hoy: INTEGRAR las diversasacciones sociales que acontecen en su localidad.Tarea ardua e para la cual procuramos, con la mirada de los gestoreslocales, contribuir, presentando el GUIA, que se destina a Gestoreslocales, Funcionarios Públicos y Líderes de la Sociedad Civil.

Page 74: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

74 - URB-AL

La importancia del trabajo en Red � El ejemplo de este PROJECTO:

Este GUIA es parte del trabajo desarrollado por 10 (diez) localidadesde diferentes países, en un proyecto de la URB-AL - Rede 10.

Los socios de este proyecto entienden que la pobreza no es solamentehambre, falta de trabajo y de renta �va mas allá, pues, ausencia yprivaciones de los derechos de ciudadanía y de equidad, también sonformas de pobreza. Concordaron entre si que los conceptos de pobrezay de exclusión social que fueron delimitados por la URB-AL - Red 10,acomodan todas las situaciones que viven en sus comunidades y queesos, en síntesis son los fenómenos que el presente trabajo pretendeabordar.Creen que mismo en la diversidad, hay puntos comunes que pueden ydeben ser enfrentados para superación de las dificultades presentadasy el trabajo en red posibilita este intercambio. Y que los gobiernos einstituciones locales, en cuanto actores sociales, tienen una importantefunción en el combate a la pobreza. Hay necesidad, por tanto de nuevasherramientas para intervenir en sus realidades de sus localidades. Así,crean este instrumento que permite que las localidades se apropien delas informaciones fundamentales sobre las condiciones de vida de supoblación, puntuadas por toda la extensión física de la localidad.

URB-AL - Rede 10

En Brasil: Jacareí, Campo Grande, Diadema, Santa Maria y GoiâniaEn Europa: Girona - España, y Vila Real de Santo Antônio - PortugalEn América del Sur: Ate y Río Negro - Perú, y Buenos Aires - Argentina

Page 75: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 75

Este instrumental además de discutir los pasos necesarios paracombatir la pobreza, también se propone discutir las directrices yprincipios básicos de políticas sociales dirigidas para la construcciónde la ciudadanía.Valerse de ésta estrategia es ser protagonista frente al inmenso desafíoque se constituye el combate a la pobreza.

¡Localidades que no esperan respuestas listas, buscan construirposibilidades a partir del propio suelo de su realidad!

Convidamos a las localidades a apostar en la busca colectiva y participativapor la concretización de una ciudad y de una ciudadanía para todos.

Page 76: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

76 - URB-AL

La cooperación internacional no acontecesolo en los encuentros de cúpula

El gran merito de este Proyecto es ver materializada la cooperacióninternacional a través del protagonismo de las ciudades. Localidadesdiferentes en sus innúmeros aspectos: dimensión poblacional,condiciones socio-económicas, cultura, lengua etc. Pudieron compartirsus experiencias y necesidades. Si es cierto que la globalización trajo para las localidades nuevosdesafíos imponiendo una lógica de desarrollo cuyos denominadores noson establecidos a nivel local, es cierto también, que hoy soninnumerables las posibilidades tecnológicas y políticas para quecomunidades tan distantes puedan cooperar, construyendo un caminocomún.El proyecto que dio origen a este GUÍA: �Instrumentalizar las Localidadespara el Combate a la Pobreza y a la exclusión social�, fue financiadocon recursos de la Unión Europea, a través de la URB-AL � Red 10 y esun buen ejemplo de cómo la cooperación internacional favorecer laconstrucción de una agenda común en el combate a la pobreza y a laexclusión social

Sinoel Batista

Page 77: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 77

* POBREZA: �La pobreza tiene varias manifestaciones, incluyendo faltade renta y recursos productivos suficientes para garantizar una vidasustentable, generando hambre y desnutrición, salud precaria, accesolimitado o inexistente a la educación y otros servicios básicos, aumentode la morbilidad, y mortalidad por enfermedad, falta de vivienda ovivienda inadecuada, ambientes no seguros, discriminación y exclusiónsocial La pobreza es caracterizada también por la falta de participaciónen el proceso decisorio y en la vida social y cultural.�

* EXCLUSIÓN: ��implica considerar también aspectos subjetivos, quemovilizan sentimientos de rechazo, perdida de identidad falencia delos lazos comunitarios y sociales, resultando en una retracción de lasredes de sociabilidad, con quiebra de los mecanismos de solidaridad yreciprocidad. La exclusión aparece menos como un estado de carenciade que como un camino, una trayectoria a lo largo de la cual lainsuficiencia de renta y la falta de recursos diversos se sumandesventajas acumuladas de forma casi constante, procesos de des-socialización ocasionados por rupturas, situaciones de desvalorizaciónsocial resultantes de la perdida de estatus social y de la reduccióndrástica de las oportunidades, y donde las oportunidades de re-socialización tienden a ser decrecientes. Sustituir el enfoque de lapobreza por el de la exclusión significa por tanto, pasar de una ópticade niveles de carencia para un enfoque dinámico, acumulativo ymultidimensional donde lo que se pretende aprehender lo quetransforma el riesgo proveniente de la vivencia de la inseguridad yprecariedad en un «estado fatal, en el cual se cae, sin previsión, enruptura con una condición social normal, llevando a la perdida devisibilidad. El excluido no controla su devenir social». Significa, también,incorporar a �un hecho, un sentimiento�: la percepción del pobre de símismo, ese enfoque subjetivo, se torna igualmente relevante pues sucapacidad de actuar, de funcionar, puede ser amputada por la vivenciadel estigma y de la perdida intrínseca de su valor como individuo.�

* Documento Base delPrograma URB-AL en abril/2003 en el lanzamiento de laRed 10

Page 78: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

78 - URB-AL

Page 79: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 79

EL GUÍA es herramienta de apoyo, una brújula que, reúne en sumetodología elementos básicos de una ingeniería social capaz desubsidiar la toma de decisiones de los gestores locales a partir deindicadores socio-territoriales. Está ordenado en la forma de �niveles�:

1er Nivel: Localidades con poca familiaridad u oportunidad de planificarpolíticas publicas con base en indicadores socio-económicosreferenciados a lo largo de su territorio.

2º Nivel: Localidades que ya tienen estructura técnica, informacionesetc. Tienen dificultades de transferir esos conocimientos para el procesodecisorio. Trabajan con informaciones geo-referenciales, sientennecesidad de producir nuevos indicadores y perciben que estánactuando sin integración.

3er Nivel: Localidades con buena estructura de conocimiento de surealidad, ya con condiciones de extraer de sus actividades informacionespara gerenciar y priorizar políticas sociales, pero todavía mantienengrandes dificultades de integrar los actores sociales y tornar públicas,de forma segura y amplia las informaciones que poseen.

¿LOS NIVELES SEMEZCLAN?La división en “niveles” tieneapenas una funcióndidáctica. No vamos aencontrar en las localidadessituaciones estanques ydelimitadas, cuando se tratade la gestión de políticaspúblicas y acciones de lasociedad civil.Una misma localidad puedetener elementos de cadauno do los niveles. Perociertamente, a medida enque los actores locales vanavanzando en el uso deinstrumentos de gestión,nuevos desafíos vansurgiendo y mayor es lademanda de conocimientomas concreto de la realidadlocal. Por ejemplo: si unmunicipio tiene un altogrado de dominiotecnológico de susinformacionessocioeconómicas, perotrabajó sin integración delos diferentes actoressociales, continuarátomando decisiones enpolíticas públicas de lamisma forma o peor queotro municipio pequeño que,mismo sin grandesrecursos tecnológicos,consiguió, usando de susensibilidad y diálogo,comprender la realidadlocal.La división es solo didáctica.

Page 80: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

80 - URB-AL

1er - NivelLocalidades que trabajan mas con el censocomún y menos con el planeamiento

Son las localidades que están en la fase inicial de un proceso de gestiónmas profesional, menos empírico y no poseen familiaridad con datosestadísticos, lectura y construcción de sistemas de planificación, evaluacióny monitoreo de proyectos sociales, programas y políticas públicas. Un primer paso debe ser en el sentido de evaluar los indicadores de pobrezaya producidos sobre la realidad local. Para poder utilizarlos es necesariocomprender como son formulados y cuales los hechos que están siendoindicados, muchas son las informaciones sobre su ciudad vaya atrás deellas, búsquelas.Percibirá que es común a los municipios generar informaciones paraórganos centrales. Ese conjunto de datos irá a componer los másimportantes indicadores socioeconómicos que caracterizan las condicionesde vida de sus moradores no en tanto, estos mismos municipios nodisponen de instrumentos para hacer uso de estos indicadores en el procesode gestión de políticas públicas locales.Cuando el órgano central procesa los datos que recibió y produce losindicadores locales, agrega las informaciones La unidad territorial utilizadaes el propio municipio, la localidad, la ciudad. Los datos no se refieren abarrios o distritos, están ahora agregados limitando de sobremanera lasposibilidades de un análisis detallado de la realidad.Intente comprender las informaciones que consiguió, con el territorio desu localidad.Examine los datos y vea en un mapa de su localidad. Usted percibirá quees capaz de indicar �donde� los principales fenómenos de pobreza yexclusión están concentrados.

Page 81: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 81

Hay distintas instancias administrativas que intervienen sobre elterritorio, se utilizan de bases de datos y unidades territoriales de análisisde muchas veces discordantes entre ellas, lo que impide un análisismúltiplo de la realidad.La ausencia de informaciones intra-urbanas impacta sobre las accionesde enfrentamiento de los problemas sociales, pues nuestras ciudadestienen una distribución desigual de la pobreza y de la exclusión. Lalocalidad no sabe determinar con exactitud como y donde actuar deforma prioritaria y racional.La forma como los indicadores son disponibles con descompasestemporales y con ausencia de organicidad y perspectiva territoriales,no permite que se haga un acompañamiento de las accionesimplementadas. No se evalúan satisfactoriamente los resultados de losrecursos y esfuerzos realizados por los gobiernos locales y sectores dela sociedad civil, que actúan en las Políticas Públicas.Esta situación es la más común entre los municipios de los paísesLatinoamericanos. Que cuanto mas subdesarrollado el país, masdesiguales son nuestras localidades.La falta de autonomía de los municipios crea un sistema centralizadode colecta y tratamiento de las informaciones. La lógica es siempre dela necesidad de los órganos centrales. Los municipios tienden areproducir en su organigrama y funcionamiento la centralización quesufren por parte de organismos supra-municipales. Los gestoresproducen datos y los remiten a los organismos centrales, que agreganinformaciones y las devuelven, así, agregadas. En este proceso los gestores pierden el origen espacial del dato. Dentrode los límites de la localidad, ¿de dónde vino aquella información?

UN EJEMPLO: el CensoDemográfico identifica el

número de analfabetos delmunicipio. Esa información

viene colectada de cada unode los domicilios donde vive

una o mas personas noalfabetizadas. Los datos

son procesados. Elmunicipio sabe que tiene

“tantos” analfabetos, ¿perodónde están ellos?, ¿En

qué barrio se concentran?La relación entre el

fenómeno y su expresiónfísica se perdió en el

territorio del municipio. Elgestor pierde, en ese

proceso, su capacidad deintervenir directamente en el

problema que quierecombatir. Lanzará un

programa de combate alanalfabetismo a las

¡oscuras! Desperdiciandorecursos y esfuerzos que ya

son tan escasos.

Los gestores locales no perciben cuanto pierden cuando no se apropian delas informaciones que producen. Los niveles centrales de gobierno tienenpoca sensibilidad, para con las dificultades técnicas, que los municipios

encuentran para lidiar con las informaciones.

Page 82: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

82 - URB-AL

¡Quién vive en las ciudades conocela realidad!

Sin grandes reflexiones teóricas, sin grandes estudios técnicos, el gestores capaz de identificar donde se encuentran los problemas sociales ycuales son las categorías sociales mas expuestas a los riesgos.Cuando el gestor tiene acceso a los indicadores socioeconómicos, escapaz de hacer la conexión con la realidad de su municipio. Talcomprensión de la realidad es fundamental para la interpretación fríade los indicadores. Solo quien vive en el lugar tiene condiciones de darvida a los números. Es en esa percepción que comienza a nacer elproceso de prioridad de las acciones.Cuando el gestor selecciona los indicadores, está automáticamenteescogiendo lo que valoriza en el diagnostico de su localidad y, porconsecuencia, determinando lo que va a tratar, puntuando sus accionesfuturas. Escoger indicadores no es cuestión de técnica sino opciónpolítica.

Escoger y jerarquizar indicadores es identificar lo mas urgente en la pobreza,es determinar las prioridades que serán tratadas por el gobierno local

Page 83: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 83

Las acciones van en pedazos y elgestor es uno solo

Un gestor ejerce su función en plenitud cuando es capaz de mantener lavisión del todo y el comando de las acciones para tratar la realidadglobal. Cuando la fuerza motora de la acción es la respuesta a laspresiones, cuando apenas se atiende a las demandas que llegan, nohay gestión, no hay comando de la maquina publica. ¡Las acciones sedesintegran!Para la población el gobierno no es constituido por secretarías aisladas.Ella ni imagina que la maquina pública, muchas veces es hecha de islasaisladas sin canal de comunicación. Cuando las acciones estándesintegradas la imagen es de incompetencia del gestor.

Para combatir la POBREZA y la EXCLUSIÓN SOCIAL esnecesario establecer prioridades en las POLÍTICAS PUBLICAS

y eso se hace a través de la PLANIFICACIÓN

Page 84: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

84 - URB-AL

Pobreza

El Banco Mundial define la pobreza como �un fenómenomultidimensional, que incluye la incapacidad para satisfacer lasnecesidades básicas, falta de control sobre los recursos, falta deeducación y desarrollo de habilidades, salud deficiente, desnutrición,falta de vivienda, acceso limitado al agua potable y a los serviciossanitarios, vulnerabilidad a los cambios bruscos, violencia y crimen,falta de libertad política y de expresión� (THE WORLD BANK GROUP,1999).Según el Banco Mundial la pobreza es hambre, es la carencia deprotección, es estar enfermo y no tener como ir al médico, es no poderfrecuentar una escuela, no saber leer, no poder hablar correctamente,no tener un trabajo, tener miedo del futuro, es vivir el día a día; lapobreza es perder un hijo debido a las enfermedades provocadas porel uso de aguas contaminadas, impotencia, es carecer derepresentación y libertad. Pobreza es la no satisfacción de las llamadasnecesidades básicas, consideradas universales y que comprenden: �Unacesta mínima de consumo individual o familiar (alimentos, vivienda,vestuario, artículos del hogar), el acceso a los servicios básicos (salud,educación, agua potable, recolección de basuras, red de alcantarillado,energía y transporte público)�.La pobreza es la ausencia de renta cuya finalidad es de proveer lasnecesidades básicas necesarias para mantener la vida. Mientras tantodefinir cuales son las necesidades básicas no es tarea fácil; defendemosque pobres son personas que no consiguen proveer su alimentación,pagar la vivienda, el vestuario, o sea, necesidades de supervivenciafísica. Muchas veces esa concepción de pobreza absoluta sirve de basepara la formulación e implementación de políticas publicas,restringiendo al campo de las necesidades humanas y de los derechosde ciudadanía.

Para iniciar el trabajo es necesario definir conceptos básicos en el proceso deconstrucción de sistemas de planificación, monitoreo y evaluación en políticas sociales.

¿Qué es necesario saber?

Page 85: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 85

Exclusión Social

Aldaíza Sposati nos enseña que Exclusión Social es la imposibilidad depoder compartir conduciendo a la vivencia de la probación, de la recusa,del abandono y de la expulsión, incluso con violencia, de un conjuntosignificativo de la población, por eso es una exclusión social y nopersonal. No se trata de un proceso individual, mismo que alcancepersonas, si no de una lógica que está presente en las varias formas derelaciones económicas, sociales, culturales y políticas de la sociedad.Esta situación de privación colectiva es la que se está entendiendo porexclusión social. Ella envuelve mas allá de la pobreza, discriminación,sumisión, desigualdad, falta de acceso, no represtación política.La exclusión social tiene aspectos subjetivos � sentimientos de rechazo,perdida de identidad, falencia de los lazos comunitarios y sociales,retracción de las redes de sociabilidad, quiebra de los mecanismos desolidaridad y pérdida de la libertad.

La Pobreza y la Exclusión Social presentan se como fenómenosque afectan a las sociedades contemporáneas. Uno de los grandesdesafíos está justamente en establecer nuevos pactos de civilidad,desnaturalizando las prácticas conservadoras y discriminantesgeneradoras de procesos de exclusión y creando provisiones deprotección que garanticen el ejercicio de la ciudadanía.El enfrentamiento efectivo al ciclo de la pobreza y de la exclusión pasanecesariamente por la eliminación y reducción de la desigualdadsocioeconómica, y pasando por la efectiva necesidad de compatibilizarpolíticas sociales y políticas económicas, las cuales son deresponsabilidad del estado de regular y gerenciar.

Es posible construir en cadauno de los municipios el

“Mapa de la VulnerabilidadSocial”, herramienta que

auxilia en la identificación deese fenómeno en los

diferentes territorios de lalocalidad. Un buen ejemplode esa herramienta puede

ser encontrado en el sitiowww.centrodamotropole.org.br.

En este sitio están lasinformaciones sobre el

trabajo hecho por laAsistencia Social del

Municipio de São Paulo en elperíodo 2003/2004. Es un

excelente ejemplo de cómoidentificar fenómenos de

pobreza y exclusión en susdiferentes manifestacionesfísicas en el territorio de la

ciudad.

Page 86: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

86 - URB-AL

Política Pública

Políticas Públicas son acciones del estado en el ejercicio de suscompetencias. Es el hacer del estado, aquello que ejecuta comoactividad fin: razón de su existencia; propio de su función en la sociedadmoderna.Las políticas públicas se manifiestan a través de la �política�, que es elarte de gobernar. Están en el campo de la cosa pública, en el interéscolectivo. Son demandas de la sociedad representadas por el voto alescoger el comando del estado.Las Políticas Públicas tienen, su propio �marco legal�. En la Constituciónde cada nación están definidas las competencias del Estado, es laprimera referencia legal de las políticas.Son también campos de conocimiento técnico específico. La gestiónde las políticas demanda conocimiento de sus presupuestos teóricos,su legislación específica, sus indicadores, su forma de organización,su diagnostico sectorial, la historia y el desarrollo en que se encuentrael sector, en fin, demanda conocimiento, dominio sobre una áreaespecífica.Implementar una Política Publica exige planificación. La actividad deplaneamiento demanda diagnostico, que resulta de la apuración de losindicadores sectoriales específicos y se insiere en un contexto masamplio de los indicadores generales de planificación gubernamental.Las políticas Públicas Sectoriales están relacionadas unas con otras.Si las Políticas Públicas son acciones del estado en el ejercicio de suscompetencias, entonces deben ser realizadas bajo los presupuestos ylos principios fundamentales de la administración pública, Un gobiernolocal eficaz y eficiente se organiza en torno de las competenciasmunicipales, de la burocracia del Estado, de las políticas públicasdescentralizadas, del mandato, del plano de gobierno, de lasnecesidades de la población y principalmente, de los principios de laadministración pública: legalidad, impersonalidad, moralidad, publicidady eficiencia entre otros.

PLANIFICAR es el proceso de“preparación para cualquieremprendimiento, siguiendorutas y métodosdeterminados”. (Ferreira,1999)Usted planea cuandoestablece objetivos,especificando la forma comoestos serán alcanzados. Elplaneamiento parte de unsondeo del futuro,desarrollando un plano deacción para alcanzar esosobjetivos.“Planificar es definir un futurodeseado y los medioseficaces de alcanzarlo. Esproceso que envuelvetomada de decisión yevaluación, en un conjunto dedecisionesinterrelacionadas.” (Fayol)

Page 87: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 87

CENSO: los censospoblacionales constituyen la

principal fuente deinformaciones sobre lasituación de vida de la

población en los municipiosy localidades. Las realidades

locales, rurales o urbanasdependen de los censos

para ser conocidas yactualizadas.

Los censos produceninformaciones

imprescindibles para ladefinición de políticas

estaduales y municipales ypara la tomada de

decisiones de inversiones,sean ellas provenientes de la

iniciativa privada o decualquier nivel de gobierno.

Entre las muchasutilizaciones de los

resultados censales están:- Acompañar el

crecimiento, la distribucióngeográfica y la evolución de

las características de lapoblación a lo largo del

tiempo.- Seleccionar locales

que necesitan de programasde estímulo al crecimiento

económico y desarrollosocial.

Para saber más en Brasil:www.ibge.gov.br

Territorio

Un territorio es un producto social constituido colectivamente. En elproceso de producción y apropiación de ese espacio físico, dentro de laciudad, toman parte varios segmentos sociales que acumulan inversionesy esos trabajos son materializados en los sistemas de objetos y lugares.Siendo producto de acciones colectivas, el territorio de una ciudadexplicita la diversidad que marca ese colectivo. El conocimiento sobreel territorio será mas rico si es construido incorporando la contribuciónde la colectividad que allí vive el día a día con los problemas y beneficiosexistentes.Es obligatorio para quien gobierna, saber donde se localizan losterritorios mas vulnerables: cuales son los indicadores socioeconómicos,como viven los �pobres� de un determinado territorio, cuales son sussueños, expectativas y potencialidades; cuales son los servicios públicosexistentes y donde se localizan. Sin esto la acción pública quedadesprovista de eficacia.

Como dice Dirce Koga: �El acceso a las informaciones sobre las ciudadesse ha tornado una herramienta cada ves mas necesaria y esencial parael proceso de gestión de las políticas públicas. Sin informaciones de larealidad no se elaboran diagnósticos efectivos, no se crean parámetrosde evaluación, no se construyen indicadores, no se trae a tona lacomplejidad de las condiciones de vida de los habitantes�.

Page 88: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

88 - URB-AL

Indicador social

Indicador social no es nada más que un indicativo. Según Dirce Koga,los indicadores dentro de la gestión pública sirven como instrumentosde medida de las desigualdades sociales en el diseño de las políticassociales. En ese sentido, sirven también para monitorear las políticas yacciones existentes, como por ejemplo: El Índice de Mortalidad Infantil.Paulo Januzzi define indicadores sociales como una medida en generalcualitativa dotada de un significado social sustantivo usado parasustituir, cuantificar u operacionalizar un concepto abstracto de interésteórico, ya sea para uso de pesquisa académica, o sea para laformulación de políticas. Los indicadores permiten el monitoreo de lascondiciones de vida e bienestar de la población para los gestores localesy para la sociedad civil. Pero la adopción de indicadores no acompañadade acciones de intervención por los gobiernos locales, no garantizan elsuceso de ninguna política o prioridades sociales que minimizaram lapobreza y la exclusiónEl indicador es pautado en conceptos establecidos por las institucionesy órganos en general. Definen pobreza, entre otros, el Banco Mundial,ONU, NBI.Sitios: www.onu-brasil.org.br - Acceder Pnud

Page 89: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 89

Cesta Básica de Indicadores

Observe su índice y contrapóngalo frente a los otros de su territorio o deterritorios vecinosEscoger que datos debemos buscar para trazar un diagnóstico adecuadode las condiciones de vida en nuestras comunidades es siempre unatarea difícil para quien opera en el área social. Es necesario, entonces,establecer algún criterio para esa tarea.Los economistas e científicos sociales nos enseñan que, para trabajarcon informaciones socioeconómicas, es necesario considerar lainformación en el tiempo solo se pueden considerar datos de una mismaépoca puesto que la realidad socioeconómica está en mutación. El temposiempre estará presente, ya sea para evaluar resultados a lo largo delos anos, o para comparar datos diferentes, pero colectados en la mismaépoca.Fuera de su expresión física los indicadores que retratan pobreza yexclusión social tienen diferentes impactos sobre la poblaciónconsiderando: su número, su división por género, su estratificación porfaja de edad. Así que, conocer la dinámica demográfica da su localidades condición necesaria para planificar acciones de combate a la pobrezay la exclusión social.Si lo que se estudia es pobreza y exclusión, la renta es otra gran variable.Sintetizando, vamos a estudiar nuestras localidades:1o Analizar la distribución física, o sea, la forma como el territorio de lalocalidad está ocupado;2o Establecer la relación entre los datos que vamos a trabajar y las fechasen que fueron recogidos. Examinamos siempre la evolución de esos datosal largo de a línea del tiempo;3o Identificar la dinámica demográfica de nuestra localidad, conociendoel perfil de nuestra población;4o Levantar las informaciones sobre la renta de la población.

Estos cuatro elementos fundamentales siempre estarán presentes enla lectura de cualquier uno de los datos que vamos recoger. Dentro deun conjunto de informaciones, que son determinantes para lacomprensión de la realidad local.

Page 90: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

90 - URB-AL

¿Y ahora, qué procurar, que datos recolectar?¡No es necesario reinventar la rueda!

Sabemos, por ejemplo, que la ONU selecciona indicadores del desarrollomundial y, a través de ellos, clasifica las Naciones por categorías.Consideran 21 indicadores que expresan la dinámica de la actividadeconómica propiamente dicha y también datos sociales que traducenla distribución de los beneficios del crecimiento económico para elconjunto de la población.De esos 21 indicadores, los que retratan la dinámica económica sonlos más difíciles de ser identificados a nivel local, puesto que muchosmunicipios, principalmente en países subdesarrollados, siquiera tienenactividades en ellos sofisticadas, -- ejemplo: exportación, actividadindustrial etc. Mas conocerlos permite al gestor saber que tipo deactividad económica está relacionada con el crecimiento de su municipioy en que medida la localidad contribuye para el desarrollo de la nación.

Son indicadores del perfil de la actividad económica:- Producto Nacional Bruto per-capita (PNB/per-capita);- Tasa Media de crecimiento anual del PNB;- Tasa Media de crecimiento anual del PNB/per-capita;- Tasa Media de crecimiento anual de la agricultura;- Tasa Media de crecimiento anual de la industria;- Consumo de fertilizantes;- Tasa Media de crecimiento de la producción anual de alimentos per-capita;- Consumo de energía per-capita;- Índice de la producción bruta por empleado (productividad);- Tasa de crecimiento anual de la inversión interna bruta;- Tasa Media de crecimiento anual de las exportaciones.

Obs.: en Brasil el IPEA --www.ipea.org.br-- dispone buena parte de esasinformaciones para cada uno de los 5.651 municipios brasileños.Ya los indicadores de naturaleza social están más fácilmente

Page 91: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 91

disponibles. De los 21 indicadores de desarrollo considerados por laONU, 10 dicen respecto a las condiciones de vida de la población. Estosnos interesan de manera especial, pues retratan un mayor o menor gradode vulnerabilidad de la población. En los países subdesarrollados, buenosindicadores del Producto Nacional Bruto (PNB), o sea, niveles muysatisfactorios de producción y renta, por vía de regla conviven consituaciones de extrema pobreza. La miseria se manifiesta en estos otrosindicadores de naturaleza social. Son ellos:

- Esperanza de vida al nacer;- Analfabetismo entre adultos;- Analfabetismo entre mujeres;- Crecimiento anual de la población;- Tasa bruta de natalidad;- Tasa bruta de mortalidad;- Población por médico;- Tasa de mortalidad infantil;- Consumo diario de calorías per-capita;- Coeficiente alumnos/profesores de 1er grado.

Conocer esas informaciones sobre nuestra localidad es identificar enque medida nuestro municipio contribuye para colocar el país en una uotra condición de desarrollo.Sabemos también que existen hoy varios indicadores, a los que loseconomistas llaman de �indicadores de segunda generación�, y quevienen siendo colectados, por localidad, para indicar condiciones devida de la población. Dos de ellos son bien conocidos e interesanparticularmente a aquellos que actúan en las áreas sociales. Son ellos:Índice de Desarrollo Humano IDH e Índice de Desarrollo Infantil --IDI.

Page 92: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

92 - URB-AL

El IDH es compuesto por tres indicadores básicos: Renta, PIB per-capita(dólar, paridad poder de compra); Educación; tempo de escolaridad(analfabetismo e tasa de matrícula por todos los niveles de escolaridad);y Longevidad, Esperanza de vida al nacer.El IDI es compuesto por el Porcentaje de niños menores de 6 añosviviendo con madres de escolaridad precaria; Porcentaje de Niñosmenores de 6 anos viviendo con los padres de escolaridad precaria;Cobertura de vacunación contra el sarampión y DTP en Niños menoresde 1 ano; Porcentual de madres con cobertura prenatal adecuada; Tasade escolaridad bruta en la pre-escuela; Tasa de escolaridad bruta en laguardería infantil.El conjunto de informaciones antes descritas es básico: cualquier gestordebe partir por lo menos de esas informaciones para intentar entenderlas principales características da su localidad. Algunos ejemplos:

NO BRASIL: el indicador de la Esperanza de Vida al Nacer es el número medio deaños de vida esperados para un recién nacido, manteniendo el padrón demortalidad existente en la población residente en un determinado espaciogeográfico, en un año considerado. El Método de cálculo, a partir de tablas devida elaboradas para cada área geográfica, considera el número correspondientea una generación inicial de nacimientos (Io) y el tiempo acumulativo vivido poresta misma generación (To) hasta la edad limite. La esperanza de vida al nacer esel resultado de la división de To por Io. Las Unidades Geográficas consideradas enBrasil:s grandes regiones, Estados y Distrito Federal y las fuentes, IBGE: CensoDemográfico Conteo de la Población Pesquisa Nacional por Muestra de Domicilios(Pnad), estimativas t proyecciones demográficas, Sexo: Masculino y femenino.

Page 93: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 93

NO PERU: La esperanza de vida al nacer es de 70% en el período de1993 a 2005. El cálculo se da según la tasa de natalidad y mortalidadinfantil, se usa como la unidad geográfica: Perú, Costa, Sierra YSelva, muestra sexo masculino y femenino. Fuentes: Ministerio de laSalud --INEI.

Indicador de saúde/2002Esperança de vida ao nascer(pob = milhones)

Países Brasil Argentina Perú Portugal EspañaPob / 2002 176,257 37,981 26,767 10,049 40,977Total (anõs) 68,9 74,4 69,7 77,1 79,6Hombres 65,7 70,8 67,5 73,6 76,1Mujeres 72,3 78,1 72,0 80,5 83,0

Page 94: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

94 - URB-AL

Apropiándose de los indicadoresde su localidad

E gestor debe organizar los datos colectados de forma que, a partir deeste momento, sirvan de referencia para la construcción de proyectossociales. Es conveniente componer una comisión intersectorial, dondelas áreas específicas puedan realizar contribuciones en el análisis delos datos; como también realizar un mapeo de los servicios existentesy la construcción de un diagnóstico de la localidad. Con esasinformaciones, se puede generar mapas de los datos estadísticosacrecentando todavía los servicios sociales públicos y privadosexistentes en la localidad.El diagnóstico generado servirá de base para el conocimiento de larealidad y definición de prioridades. Por lo tanto, el mismo deberá serretro-alimentado, a través de sistemas de evaluación. Los indicadoreslocales pueden, a partir de esa etapa, ser monitoreados y acompañadospor un equipo envuelto con los programas y proyectos sociales.Por lo tanto, el gestor debe verificar la necesidad de una estructuramínima para gerenciar ese servicio de forma que pueda alimentar yactualizar toda esta gama de datos y responsabilizarse por la formacomo esos datos serán tornados públicos.

ÍNDICES MEJORADOSAl mejorar los indicadoressociales de nuestraslocalidades, mejoramos losíndices de la Nación. Elgestor cuando implementapolíticas de combate a lapobreza y a la exclusión,altera las condicionesgenerales de vida de lapoblación y los indicadoressocioeconómicos de laNación.

Page 95: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 95

Iluminar su mapa

Prepare un mapa base de su municipio, utilizando mapa o cartografíaexistente de su localidad, si no existe, adquiera uno junto a lasconcesionarias de energía, agua y alcantarillado, telefonía o en órganoscensales de su país.Localice y pinte con colores las características naturales y los elementosde referencia escuela, municipalidad, cámara municipal, forum,mercado, shopping, plazas, parques, puentes, monumentos, carreteras,entre otros.Delimite los barrios y sobreponga los sectores censales sobre Este mapabase y obtenga un mapa matriz, una Herramienta para la territorializaciónde indicadores sociales.Escoja los índices que desea territorializar - faja de edad, renta media,demografía, u otros - clasifíquelos en niveles a su elección, y críe, conellos, una legenda de colores. El resultado es la lectura del indicadortemático socio-territorial.Repita esta operación con los índices que desear para obtener otrasseries de informaciones temáticas que le permitirá el diagnóstico socio-territorial.Buenas experiencias en esa área usted puede encontrar enwww.jacarei.sp.gov.brLink - Planejamento - Mapas Comparativos 1991 a 2000 (IBGE).

COMENZANDO APLANIFICAR

Las condiciones paraplanificar están siendoconstruidas: reúna los

actores que en un mismoterritorio actúan en el áreasocial. A través de los ojos

de esos atores, ayude a darvida a los datos que recogió

e “iluminó”, “colorió” en elmapa de su localidad.

Establezca, en conjunto, undiagnóstico de consenso.

Listo: Ustedes están delantede las condiciones

necesarias para establecerprioridades y lo que deseanpara la ciudad o territorio enesa primera etapa. Ahora es

solo seleccionar lasacciones de políticas

públicas y de la sociedadcivil usando de la mejor

estrategia para combatir lapobreza y la exclusión en

aquel espacio delimitado.Haciendo eso ustedes yaestán planificando, tienenbuenas posibilidades deescoger el camino cierto

para potenciar losresultados de las acciones

sociales en su localidad.

Page 96: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

96 - URB-AL

2º - NivelLocalidades que conoceny usan instrumentos de planificación

Los municipios que se encuentran en este nivel son aquellos que yaconstruyeron un mapeo/diagnóstico de su localidad e desean aprimorarsu sistema de gestión de forma a buscar una mayor efectividad en susservicios.Existe en estas localidades una cierta capacidad de trabajar con datossocioeconómicos, pero muchas veces esos datos están restringidos aalgunos sectores técnicos. Falta integración. No todos los sectores usande las informaciones de que el municipio dispone. Las decisionespolíticas ni siempre llevan en cuenta aquello que ya se conoce darealidad local.

En el 1er nivel, los datosbásicos ya están recogidosy fueron analizados, y lasprimeras iniciativas deplanificación tuvieron inicio.Pero, recuérdese: ladivisión en niveles esapenas didáctica. Puedenhaber sectores delgobierno que acumulaninformaciones sobre larealidad y otras quedeciden apenas usando sucenso común.

Para esa etapa es fundamental la introducciónsistemática de procesos en que los indicadoressocioeconómicos son identificados por barrios,regiones; dispuestos en el espacio físico delmunicipio construyendo territorios propios.

Page 97: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 97

TERRITORIALIDAD refleja la multidimensionalidad de lo �vivido�territorial por los miembros de una colectividad en las sociedades engeneral. La territorialidad es definida como relación individual o colectivacon un territorio considerado �apropiado�, en el sentido de �tornadopropiedad�. Claud Raffestin afirma que la identificación con el espacioes tomada en el proceso de socialización y contribuye para la elaboraciónde la identidad del grupo.Para Sack, �circunscribir cosas en un espacio o en el mapa� permiteidentificar �lugares, áreas o regiones en el sentido común, pero no creaen si mismo un territorio�.A territorialidad debe ser entendida como una correlación de fuerzasespacialmente delimitada y operando sobre un área geográficaespecífica.Para reestructurar el hábitat urbano se adopta a una metodología detrabajo de campo para analizar el fenómeno de la estructuración delespacio urbano a partir de la realidad concreta, pues estos espaciospresentan la territorialización de las nuevas dinámicas económicas,sociales y políticas.Es necesario considerar que el proceso de producción del espacio estáimbricado al proceso de producción y reproducción ampliada del capital,que se da de forma desigual y combinada. Así, las contradiccionesgeneradas se territorializan también desigualmente, luego, lafragmentación manifestada espacialmente es resultado de la produccióny apropiación diferenciada de la ciudad, de la renta, del lucro, de laproducción etc., o sea, resultado de la sociedad dividida en clases, enque la división técnica, social y territorial del trabajo es uno de loselementos fundamentales. Por lo tanto, no se está frente a un espaciodual, si no de un proceso que es condicionado/producto de una totalidadsocio-espacial.

MAPAES INSTRUMENTOEl Mapa ayuda a crear una

metodología de análisis dedatos y produce un nuevo

conocimiento. Al desarrollarnuevas relaciones entre

datos existentes y analiza susensibilidad geográfica.

Permite conocer el “lugar” delos datos y su posición

geográfica en el territoriocomo elemento de análisis

cuantitativo y cualitativo.

Page 98: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

98 - URB-AL

Luego, tener acceso a vivienda, trabajar para tener una casa en laciudad, implica en adquirir bienes pero la mayor parte de la poblaciónreside en la ciudad y no hay empleo para todos. Hoy en día un porcentajeconsiderable de la población de la ciudad vive en condiciones de extremapobreza/exclusión social.La crisis o carencia de viviendas sucede paralelamente a la oferta deun gran número de inmuebles, así como la implementación de bienesde consumo colectivo no depende del tiempo de existencia de los barriosni de la densidad poblacional, pero se relaciona a la renta efectiva delos segmentos sociales que los ocupan, y al poder político de estapoblación. No es posible entender como neutras las políticas einversiones priorizadas por los gobiernos, también como los lugares enque los recursos públicos son territorialmente materializados.

DELIMITANDO ELTERRITORIOTerritorio es la porción delespacio geográfico definidapor relaciones sociales ypolíticas. Es importantecondición de poder. Suincorporación en unespacio propio escontrolada, sumado a laaceleración de su movilidaden las áreas de frontera,resulta un aprendizajesocial que se manifiesta ennuevas formas deresistencia organizada,como está ocurriendo en laAmazonia.A palabra territorionormalmente recuerda elterritorio nacional de unpaís, pero debe serentendido en escala menor.Desde el área de control deuna familia o tribu indígena,la más amplia, como elárea formada por elconjunto de los paísesmiembros de la Comunidadde los EstadosIndependientes (CEI) o dela Unión Europea (UE), porej.El territorio puede serdefinido geográficamentecomo el espacio concretoen si, con sus atributosnaturales y socialmenteconstruidos, que esapropiado y ocupado por ungrupo social.La definición de un territorioes un hecho generador deraíces y de identidadcultural en un grupo social.Una comunidad no puedeser comprendida sin suterritorio, pues la identidadsociocultural de laspersonas está ligada alespacio concreto.

Page 99: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 99

Planeamiento estratégico y participativo

El planeamiento participativo en esa etapa es un medio a través delcual ampliamos la integración entre los diferentes sectores que en unacomunidad actúan en acciones sociales de combate a la pobreza. Laparticipación permite acción, una lectura más crítica de los indicadores,y del instrumento de gestión. Cuanto mayor la representación de losdiversos sectores sociales en el proceso de planificación, mas adecuadosson los diagnósticos de la realidad, puesto que pobreza y exclusión sonfenómenos multidisciplinares. Cuanto mejor el diagnóstico, son mayoreslas posibilidades de identificar adecuadamente las necesidades de lapoblación.

Planificamos porque no podemos correr riesgos. Es en la acción concretaque el plano se decide y prueba su importancia. Un equipo que piensa yplanea estratégicamente crea condiciones para el surgimiento de líderesbasada en la democracia interna y en la delegación de autoridad.Planificar estratégicamente implica, necesariamente, manipularvariables políticas, en situaciones de poder donde los otros tambiénplanean y formulan estrategias.En esa dirección, planificación es un proceso que lleva al establecimientode un conjunto coordinado de acciones bajo la consecución dedeterminados objetivos.Explicar la realidad por problemas también permite el diálogo y laparticipación con sectores populares que, al final, sufren problemasconcretos, y no los �sectores� de planificación, fuera de facilitar laaproximación entre �técnicos� y �políticos�. En la explicación de larealidad tenemos que admitir y procesar la información relativa a otrasexplicaciones de otros actores sobre los mismos problemas, esto es, elabordaje debe, ser siempre situacional, posicionada en el contexto.

¡Participación verdadera, y no tutela del Estado!

PISTA:El Planeamiento EstratégicoSituacional – PES podrá ser

uno de los métodosaplicados en la realidadlocal para trabajar con el

concepto de problemas. Larealidad es compuesta de

problemas, oportunidades yamenazas. Esta

metodología permitesintetizar la noción de

explicación de la realidad ensus múltiplas dimensiones

(inter-disciplinar) con lanoción de direccionar al

actor: saber seleccionar eidentificar problemas reales

(actuales o potenciales) ydistinguir causas de

síntomas y consecuencias,ya es cambiar radicalmentela práctica tradicional de los

“diagnósticos”convencionales.

Page 100: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

100 - URB-AL

La Acción Compartida, una buena prácticade gestión participativa

La construcción de experiencias comprometidos con la democraciasupone la conjunción de la participación directa y representativa de lapoblación en la gestión pública, lo que significa abrir canales y deflagrarprocesos que construyan una cultura política democrática, superandolos vicios del autoritarismo, de la tutela, del paternalismo y delclientelismo en la relación Estado - Sociedad y avanzando en laconsolidación de la ciudadanía.La Democracia Participativa en Diadema no se reduce a la formalidadde sociedades o a la tercerización de servicios públicos sin que seestablezcan mecanismos de fiscalización y control público, comotambién no se limita a encajar a la población en la realización de obras,si no son creadas condiciones para que los ciudadanos puedan interferiry participar de las decisiones que los envuelven.Siguiendo una política de gobierno que prioriza la participación popular,la Prefectura de Diadema mantiene como estructura gubernamental17 secretarias con actuaciones muchas veces pioneras en lo que serefiere a la participación de la población en sus programas.Otro ejemplo importante viene de una acción inter-secretarialdenominada eje. ACCIÓNCOMPARTIDA --www.diadema.sp.gov.br/-- querealiza acciones sociales públicas en las áreas de educación, cultura,deporte y recreación protagonizadas por la sociedad civil y comunidaden conectividad con el Estado, basándose en el concepto de formaciónde �redes� tejidas continuamente en las relaciones de interacción, apoyomutuo, formación de vínculos entre los sujetos unidos por el bien común,pela equidad y por la justicia social.Reflexionar sobre la participación popular en políticas públicas esreflejar sobre as localidades. Una ciudad constituida a partir deorganizaciones populares que abre nuevos caminos para un MUNDONUEVO, construido a partir de la disponibilidad de mudanza de cadagestor. Aquí cabe resaltar la importante relación directa del poderpúblico con la población.

Page 101: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 101

Construyendo sus indicadores

En esa etapa los gestores ya están relacionando indicadores,comparando unos con otros. Están pensando en nuevas relaciones, ennuevas informaciones que no encuentran en los datos generales sobresu localidad. Necesitan profundizar sus conocimientos de como operarcon esas informaciones estadísticas.

La construcción de un indicador es un proceso cuya complejidad puedevariar desde un simple conteo directo de casos hasta el cálculo deproporciones, razones, tasas o índices mas sofisticados, como laesperanza de vida al nacer.La calidad de un indicador depende de las propiedades de loscomponentes utilizados en su formulación (frecuencia de casos, tamañode la población en riesgo etc.) y de la precisión de los sistemas deinformación empleados (registro, colecta, transmisión de los datos etc.).

El grado de excelencia de un indicador debe ser definido por su validad(capacidad de medir lo que se pretende) y confiabilidad (reproducir losmismos resultados cuando aplicado en condiciones similares). En general,la validad de un indicador es determinada por las características desensibilidad (medir las alteraciones de ese fenómeno) y especificidad(medir solamente el fenómeno analizado). Otros atributos de calidad deun indicador es su mensurabilidad (basarse en datos disponibles o fácilesde conseguir), relevancia (responder a las prioridades de salud, deeducación, de vivienda, etc.) y costo-efectividad (los resultados justificanla inversión de tempo y recursos). Es deseable que los indicadores puedanser analizados e interpretados con facilidad, y que sean comprensiblespor los usuarios de la información, especialmente gerentes, gestores ylos que actúan en el control social de los sistemas (Salud, Educación,Vivienda).

Page 102: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

102 - URB-AL

Para un conjunto de indicadores, son atributos de calidad importantela integridad (datos completos) y la consistencia interna (valorescoherentes y no contradictorios).La calidad y la comparación de los indicadores de salud, por ejemplo,pueden ser aseguradas por la aplicación sistemática de definicionesoperacionales y de procedimientos padronizados de medición y cálculo.La selección de un conjunto básico de indicadores y de sus niveles dedesagregación puede variar en función de la disponibilidad de sistemasde información, fuentes de datos, recursos, prioridades y necesidadesespecíficas en cada región o país. La manutención de ese conjuntodepende también de la simplicidad de los instrumentos y métodosutilizados, de modo a facilitar la operación regular de los sistemas deinformación. También es necesario monitorear la calidad de losindicadores, la confianza de los usuarios en la información producida.Lo mismo con relación a la política de diseminación de la información,para asegurar la oportunidad y frecuencia de la compilación de los datos.

Si fueran generados de forma regulares y manejados en un sistemadinámico, los indicadores socioeconómicos constituyen una herramientafundamental para la gestión y evaluación de las condiciones de vida dela población en todos los niveles. Un conjunto de indicadores tienecomo propósito producir evidencia sobre una situación específica y sustendencias, inclusive documentando las desigualdades. Esa evidenciadebe servir de base empírica para determinar grupos humanos conmayores necesidades sociales, estratificar el riesgo social e identificaráreas críticas. Constituye, así, insumos para el establecimiento depolíticas y prioridades mejor ajustadas a las necesidades da población.Mas allá de proveer materia prima esencial para el análisis de lascondiciones de vida de la población, la disponibilidad de un conjuntobásico de indicadores tiende a facilitar el monitoreo de objetivos y metas,estimular el fortalecimiento de la capacidad analítica de losprofesionales que actúan en el área social y promover eldesenvolvimiento de sistemas de información intercomunicados.(Fuente � Adaptado del texto sobre indicadores de salud de laOrganización Panamericana de la Salud, indicadores de Salud:elementos básicos para el análisis de la situación de salud. BoletínEpidemiológico, v.22, n.4, p. 1-5, Dic., 2001)

Page 103: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 103

Priorizar indicadores: �Al escogerlos indicadores elige las acciones�

Responda: ¿cuáles son los indicadores más significativos para identificarla pobreza y exclusión en su territorio?

En el 1er nivel se propuso una �cesta básica de indicadoressocioeconómicos�, datos comúnmente utilizados para identificar pobrezay exclusión social. A esos datos llamamos secundarios, otra fuente loscolectó. Son de suma importancia. Dan pistas fundamentales sobre elperfil de cada una de las localidades. Es imposible hablar sobre un �lugar�sin comenzar por esas informaciones fundamentales.

Pero en el 2o nivel los gestores ya están concientes de que apenas esasinformaciones, mismo que necesarias, no son suficientes. El necesitaahora de datos más específicos, datos que pueda coger directamenteen su localidad.

Page 104: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

104 - URB-AL

Muchas informaciones son producidas por las áreas que actúandirectamente en el atendimento de la población en las localidades.Los datos son colectados muchas veces por la demanda impuesta porprogramas y proyectos en los niveles centrales. Ya sea para justificaracciones, o para prestar cuentas de recursos transferidos para losgobiernos locales. No siempre esas innumeras informaciones producidasen el día a día de la ejecución de los programas y proyectos públicostienen la lógica de la necesidad de quién opera políticas, pero muchasson extremamente relevantes para la decisión por la demanda impuestapor programas y proyectos de los niveles centrales. Ya sea para justificaracciones, o para prestar cuentas de recursos transferidos para losgobiernos locales. No siempre esas innumerables informacionesproducidas día a día de la ejecución de los programas y proyectospúblicos tiene la lógica de la necesidad de quien opera políticas, peromuchas son extremamente relevantes para la decisión de las accionesdel gobierno y casi siempre están sub-utilizadas. Muchas de esasinformaciones quedan restrictas a las áreas específicas que colectaronlos datos. Pueden ahora ganar importancia y ayudar en el diseño de larealidad local.Es el momento de disponer para los actores locales que, ciertamente,darán a ellas un nuevo e importante sentido, pues ellos conocen larealidad.Los actores de las diferentes áreas son helos de una gran tela deacciones sociales en la localidad. Proteger a la población del riesgosocial solo es posible cuando se crea una red de protección. Laparticipación en el diagnóstico y en la definición de las prioridades delgobierno gana relevancia extrema, puesto que sin esa participaciónlos �nudos� de la tela no interactúan, no se cría red, no se protege anadie. Sólo se actúa puntualmente, sobre la pobreza y la exclusión.

Page 105: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 105

¿Qué es Red de Protección Social?

Las Redes Sociales se forman en torno de las relaciones que losindividuos establecen con la vida en sociedad. Diversos autoresconceptúan como Redes Sociales: familia, vecindad, comunidad e iglesia(consideradas Redes Primarias), e instituciones como escuela, clubessociales, instituciones criadas con funciones específicas (consideradasRedes Secundarias). Cuanto mayor esa tela, mejor la protección delindividuo.Según Iza Guará, red de protección social se constituye en la capacidadde la sociedad de garantizar la atención de por lo menos cuatro grandesnecesidades de la población:

- Necesidades naturales o primarias;- Necesidades vueltas al placer;- Necesidades sociales;- Necesidades sociopolíticas.

La validación de las dos últimas �conduce a la adopción de necesidadescomo derecho social�. Se parte del principio que la constitución de losderechos sociales son los NUDOS de las redes vueltos para la cuestiónsocial. Por lo tanto, el desafío de esta rede de localidades está puestoen la perspectiva del NUDO de la concretización del derecho, a partir delcual se desenvuelve un proyecto en común.

Page 106: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

106 - URB-AL

O carácter multidisciplinar de la pobreza y de la exclusión social demandainnumeras iniciativas para que sean enfrentados los fenómenos de la pobreza,

miseria y exclusión social en las localidades. Eso exige de los gestores laconstrucción de �redes de protección social�. Aisladamente, ninguno de los actores

sociales es capaz de solucionar las demandas de las poblaciones más carentes.

Rosa Inojosa nos esclarece sobre un importante fenómeno: las �Redesde Compromiso Social� como relaciones de sociedad �movilizadas apartir de la percepción compartida de situaciones y problemas querompen o colocan en riesgo el equilibrio de la sociedad o las perspectivasde su desarrollo y para cuyo ecuacionamiento no es suficiente la acciónaislada de organizaciones públicas e/o privadas�

Crear, pues, una rede de protección social es dar dimensión al derechode inclusión de aquellos que han permanecido invisibles en laslocalidades, en sus números e indicadores. Por lo tanto, la red estimulaa conocer sus riesgos, vulnerabilidades y potencialidades por mediode indicadores socio territoriales.

Page 107: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 107

Geo-información, el registrode la topografía social

El geo-procesamiento en la Administración Pública Municipal es elinstrumento que espacializa la realidad y proporciona que las diversasáreas puedan leer, identificar, elaborar diagnósticos y monitorear lasacciones.�Ya dijimos, insistentemente, que los indicadores son importantes parasubsidiar las actividades de planificación y la formulación de políticassociales de diferentes esferas del gobierno, posibilitando el monitoreode las condiciones de vida y bienestar de la población� (Ana Lúcia Sabóia).Es primordial considerar las principales variables a ser investigadas,determinar el alcance geográfico.

Page 108: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

108 - URB-AL

Integración y ampliación de los canales departicipación del ciudadano

No es usual que el gobierno destine recursos suficientes para disponerde mayor información sistematizada. Hay dos formas distintas de enfocarel problema: sistematizar la información geo-referenciada y mantenerlaactualizada, así mismo considerando que hacer esto va generar costosy necesidad de recursos, no siempre disponibles y, en una otra visión,no sistematizar las informaciones por no considerarlas útiles para elgestor político.Es sabido que en el campo social las decisiones muchas veces sontomadas atendiendo a criterios de impacto político-partidario, muchasveces para fortalecer determinados �caudillos�, representantes debarrios, un marco de clientelismo.

Desde ese punto de vista, hay poco interés en contar con informaciones�neutras� sobre la situación socioeconómica de diferentes barrios dela ciudad. Teniendo en cuenta esta segunda opción, son importanteslos procesos de democratización de la ciudad, tal como se desenvuelveen Ate-Perú y en tantas ciudades de Brasil, especialmente, sobre elconjunto de herramientas del Presupuesto Participativo. Como se puedecomprobar, entre otras cosas, que son procesos capaces de dartransparencia a la decisión, con el cual se limita al margen de discrecióndel gestor, activando la voz de los ciudadanos.

La importancia de la geo-referencia de la información, además deposibilitar que el gestor pueda territorializar las demandas y evaluarlos resultados, debe permitir que el ciudadano adquiera identidad conlos indicadores sociales de su comunidad y pueda participar de formaefectiva en el proceso de decisión. Es un instrumento para transformarlas herramientas de gestión en canales de participación y ciudadanía.

Page 109: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 109

Construyendo el mapa de la vulnerabilidadde Jacareí, Brasil

La Secretaria de Asistencia Social y Ciudadanía de la PrefecturaMunicipal de Jacareí, elaboró un análisis intra-urbano geo-referenciadopara el planeamiento y evaluación de sus actuales acciones,sobrepuestas al diagnóstico de situaciones potenciales de riesgo yvulnerabilidad social distribuidos geográficamente por su territorio.El trabajo utilizó técnicas de estadística multi-variadas y de geo-procesamiento para caracterización de la realidad socio-territorial a partirde la base de los sectores censales disponibles por el IBGE para el Censodel año 2000, la metodología utilizada generó un Mapa de laVulnerabilidad Social de la ciudad de Jacareí. El análisis de los datosfue realizado en sociedad con la Secretaria de Planeamiento delmunicipio y con la asesoría del Centro de Estudios de la Metrópolis -CEM.De acuerdo con la base de datos del IBGE, el área urbana de Jacareí esdividida en 219 sectores censales con una población total de 183.377personas, teniendo cada sector una población media deaproximadamente 837 personas. Entretanto, existen sectores conapenas 25 personas en cuanto que en el sector más poblado viven cercade 2.130 personas.Fueron utilizados en el análisis estadístico, datos del Censo, quecontemplan cuatro dimensiones socio-económicas: habitación, renda,educación y demografía. Trece variables fueron reducidas a cuatrofactores estadísticamente no correlacionados, evitando así redundanciaen los análisis de agrupamientos utilizados para representar los gradosde vulnerabilidad social presente en los diferentes territorios de Jacareí.Otros factores (dimensión habitacional, demográfico, renta y educacional)fueron identificados como suficientes para explicar 89% de lasinformaciones contenidas en el conjunto de las 13 variables iniciales.Estos factores fueron utilizados en un análisis de agrupamiento dondefue identificada la existencia de 05 grupos que forman las topologíaspredominantes de vulnerabilidad social para los 259 sectores censatariosde Jacareí.

Page 110: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

110 - URB-AL

La Vulnerabilidad Social capturada por este estudio, está restrictaa la capacidad de representación de las variables inseridas en losmodelos. O sea, ciertamente dimensiones importantes del conceptode vulnerabilidad y riesgo social, que son relevantes para la definiciónde políticas públicas, están incorporadas apenas indirectamente a partirde correlaciones que estas otras dimensiones tienden a presentar conlas variables disponibles y seleccionadas para el análisis. Entretanto,un proceso de confrontación de la realidad conocida por los trabajadoressociales a partir de la experiencia cotidiana es de fundamentalimportancia para el proceso de interpretación de los resultadoscuantitativos presentados.A partir de la caracterización de los grupos de vulnerabilidad socialdistribuidos por el territorio jacareiense es posible la superposición delos servicios y equipamientos públicos que operan programas vinculadosa la Secretaria de Asistencia Social. Una estrategia interesante paraJacareí geo-refenciar estos servicios es la utilización de la inscripciónmunicipal como llave, pues la ciudad ya cuenta con una baseconsolidada por lotes lo que permite su localizaciónindependientemente de una base de espacios sociales geo-referenciada.Identificar regiones y establecer políticas públicas que sean máseficientes y que posibiliten la tomada de decisiones embasadas endatos e indicadores favoreciendo acciones articuladas posibilitandoun mayor desenvolvimiento de la localidad y de sus ciudadanos.Este estudio apunta a la necesidad de adopción de padrones dedirección, definición de conductas articuladas entre las diversas áreasy la necesidad urgente de se incorporar el referencial tecnológicoexistente en la construcción de proyectos de combate a la pobreza,pues solo así podremos garantizar resultados, que deberán seracompañados y analizados en un estudio permanente que realimentaráel trabajador de punta, el cual también se capacitará con informacionescada vez mas precisas, posibilitando además de acciones planeadas,una integración que favorecerá la construcción de todo y cualquierProyecto Social.Sitio: www.jacarei.sp.gov.br - Accesar: Secretaria de Assistência Social

e Cidadania.

Obs.: Este trabajo es el pre-teste del proyecto Instrumentalizar lasLocalidades para el Combate a la Pobreza

Page 111: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 111

EL ESTATCART

En Brasil, el Instituto Brasileño de Geografía y Estadística (IBGE)desenvolvió el Estatcart � Sistema de Recuperación de InformacionesGeo-referenciadas, para atender la creciente demanda de informacionesestadísticas y geográficas en escala municipal y/o en escala de lossectores censales.El Estatcart simplifica la consulta al extenso acervo de datos municipales,hoy dispersos en diferentes fuentes y formatos, agiliza el análisis deesas informaciones pues permite el cruzamiento y el mapeo deestadísticas, registros administrativos e informaciones geográficas enun ambiente de datos. Las informaciones están sistematizadas cuantoa la estructura de códigos, nomenclaturas y bases cartográficas. Alfacilitar el acceso y el manipuleo de informaciones municipales y/o porsectores censales, el Estat cart puede venir a ser una herramienta paraidentificación de las desigualdades regionales y apropiarse delconocimiento sobre la realidad brasileña, es un soporte eficaz en lagestión de políticas públicas y en la tomada de decisiones empresariales,de las comunidades y de los individuos.

Innumerables programas degeo-procesamiento son

conocidos por las ciudadesparticipantes de este

proyecto. Algunos programasson desarrollados por

órganos oficiales. El EstatCart (Brasil) es uno de ellos.

Otros por ej.: Maptitude ySpring (producido por el

Instituto Nacional dePesquisas Espaciales –

INPE y disponiblegratuitamente). El IBGE disponibiliza el CD con el Estatcart para las municipalidades

brasileñas y estas pueden utilizar de todas las informaciones necesariaspara analizar y conocer la realidad. Cruzar los datos identificar indicadoresespecíficos en su territorio.Sitio: www.ibge.com.br

Page 112: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

112 - URB-AL

Cesta de Indicadores: ¡para un buen trabajo!

La complejidad aumenta. El gestor ya sabe lidiar con los indicadoresbásicos: es hora de avanzar en el conocimiento de la realidad local ycompatibilizar esa lectura con los grandes desafíos que el mundo vivehoy en términos de superación de la pobreza y de la exclusión social.

Metas del Milenio

OBJETIVO 1 - Erradicar la extrema pobreza y el hambreUn billón doscientos millones de personas sobreviven con menos

de lo equivalente a $ 1, 00 (PPC - paridad del poder de compra, queelimina la diferencia de precios entre los países) por día.Pero tal situación ya comenzó a mudar en por lo menos 43 países,cuyos pueblos suman 60% de la población mundial. En esos lugareshay avanzo rumbo a la meta de, hasta 2.015, reducir por la mitad elnúmero de personas que no ganan casi nada y que - por falta de empleoy de renta - no consumen y pasan hambre.

Meta 1 - Reducir a la mitad, entre 1.990 y 2.015, la proporción de lapoblación con renta Inferior a un dólar PPC por día.Meta 2 - Reducir por la mitad, entre 1.990 y 2.015, la proporción de lapoblación que sufre de hambre.

OBJETIVO 2 - Alcanzar el enseño básico universalCiento trece millones de niños están fuera de la escuela en el

mundo. Pero hay ejemplos viables de que es posible disminuir elproblema - como en la India, que se comprometió a tener 95% de losniños frecuentando la escuela ya en 2005. A partir de la matrícula deesos niños todavía podrá llevar algún tiempo para aumentar el númerode alumnos que completan el ciclo básico, pero el resultado seránadultos alfabetizados y capaces de contribuir para la sociedad comociudadanos y profesionales.

Meta 3 - Garantir que, hasta 2.015, todos los niños, de ambos sexos,terminen un ciclo completo de enseño básico.

La ONU aprobó un marcode 8 objetivos, 18 metas y48 indicadores para medirlos progresos hacia el logrode los objetivos dedesarrollo del Mileniomediante un consenso deexpertos de la Secretaría delas Naciones Unidas y elFMI, la OCDE y el BancoMundial.Brasil, España, Perú,Argentina, Portugal entre191paises firmaron elcompromiso con losobjetivos y metas.

Page 113: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 113

OBJETIVO 3 - Promover la igualdad entre los sexos y laautonomía de las mujeresDos tercios de los analfabetos del mundo son mujeres, y 80% de

los refugiados son mujeres y niños. Superar las disparidades gritantesentre niños y niñas en el acceso a la escolarización formal, será unabase fundamental (entre otros) para capacitar a las mujeres para ocuparpapeles cada vez mas activos tanto en el mundo económico cuanto enla actividad política en sus países.

Meta 4 - Eliminar la disparidad entre los sexos en el enseño primario ysecundario, si posible hasta 2005, y en todos los niveles de enseño, amas tardar hasta 2015.

OBJETIVO 4 - Reducir la mortalidad InfantilTodos los años 11 millones de bebés mueren de causas diversas.

Es un número escandaloso, pero que viene cayendo desde 1980, cuandolas muertes sumaban 15 millones. Los Indicadores de mortalidad Infantilhablan por si, todavía el camino para alcanzar el objetivo dependerá demuchos y variados medios, recursos, políticas y programas - dirigidos nosolo a los niños sino también a sus familias y comunidades.

Meta 5 - Reducir en dos tercios, entre 1990 y 2015, la mortalidad deniños menores de 5 años.

OBJETIVO 5 - Mejorar la salud maternaEn los países pobres y en desenvolvimiento, las carencias en el

campo de la salud reproductiva llevan a que a cada 48 partos una madremuera. La reducción dramática da mortalidad materna es un objetivoque no será alcanzado a no ser en el contexto de la promoción Integralde la salud de las mujeres en edad reproductiva. La presencia de personalcalificado en la hora del parto será, por tanto, el reflejo deldesenvolvimiento de sistemas Integrados de salud pública.

Meta 6 - Reducir en tres cuartos, entre 1990 y 2015, la taza demortalidad materna.

Page 114: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

114 - URB-AL

OBJETIVO 6 - Combatir el virus HIV/SIDA, la malaria y otrasenfermedadesEn grandes regiones del mundo, epidemias mortales vienen

destruyendo generaciones y cerceando cualquier posibilidad dedesenvolvimiento. Al mismo tempo, la experiencia de países como Brasil,Senegal, Tailandia y Uganda vienen mostrando que podemos detenerla expansión del HIV. Sea en el caso del SIDA, o en el caso de otrasenfermedades, como la tuberculosis y la malaria, que amenazan sobretodo las poblaciones mas pobres y vulnerables, parar su expansión ydespués reducir su Incidencia dependerá fundamentalmente del accesode la población a la Información, a los medios de prevención y a losmedios de tratamiento, sin descuidar de la creación de condicionesambientales y nutritivas que estanquen los ciclos de reproducción delas enfermedades.

Meta 7 - Hasta 2015, haber detenido la propagación del HIV/SIDA ycomenzado a invertir la tendencia actual.Meta 8 - Hasta 2015, haber detenido la Incidencia de la malaria yde otras enfermedades Importantes y comenzado a Invertir latendencia actual.

OBJETIVO 7 - Garantir la conservación ambientalUn billón de personas todavía no tiene acceso a agua potable.

A lo largo de los años 90, no en tanto, casi el mismo número de personasganaron acceso a agua bien como al saneamiento básico. El agua y elsaneamiento son dos factores ambientales claves para la calidad de lavida humana. Ambos hacen parte de un amplio abanico de recursosnaturales que componen nuestro medio ambiente - florestas, fuentesenergéticas, el aire y la biodiversidad - y de cuja protección dependemosnosotros y muchas otras criaturas en este planeta.Los indicadores identificados para esta meta son justamente«indicativos» de la adopción de actitudes serias en la esfera pública.Sin la adopción de políticas y programas ambientales, nada se conservaen grande escala, así como sin la pose segura de sus tierras yhabitaciones, pocos se dedicarán a la conquista de condiciones máslimpias y sanas para su propio entorno.

Page 115: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 115

Meta 9 - Integrar los principios del desenvolvimiento sustentable enlas políticas y programas nacionales y revertir la perdida de recursosambientales.Meta 10 - Reducir a la mitad, hasta 2015, la proporción de la poblaciónsin acceso permanente y sustentable a agua potable segura.Meta 11 - Hasta 2020, haber alcanzado una mejora significativa enlas vidas de por lo menos 100 millones de habitantes de barriosdegradados.

OBJETIVO 8 - Establecer una sociedad Mundial para eldesenvolvimientoMuchos países pobres gastan más con los intereses de sus

deudas que en recursos para superar sus problemas sociales. Ya se abrenperspectivas, para la reducción de la deuda externa de muchos PaísesPobres Muy Endeudados (PPME). Los objetivos levantados para alcanzaresta meta llevan en cuenta una serie de factores estructurales que limitanel potencial para el desenvolvimiento - en cualquier sentido que sea -de la inmensa mayoría de los países del sur del planeta. Entre losindicadores escogidos están la ayuda oficial para la capacitación de losprofesionales que pensarán y negociarán las nuevas formas paraconquistar acceso a mercados y a tecnologías abriendo el sistemacomercial y financiero no apenas para grandes países y empresas, si nopara la concurrencia verdaderamente libre de todos.

Meta 12 - Avanzar en el desenvolvimiento de un sistema comercial yfinanciero abierto, basado en reglas, previsible y no discriminatorio.Meta 13 - Atender las necesidades especiales de los países menosdesarrollados Incluye: un régimen exento de derechos y no sujeto a cuotaspara las exportaciones de los países menos desarrollados; un programareforzado de reducción de la deuda de los Países Pobres Muy Endeudados(PPME) y anulación de la deuda bilateral oficial; y una ayuda públicapara el desenvolvimiento mas generosa a los países empeñados en lalucha contra la pobreza.

Page 116: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

116 - URB-AL

Visite el sitio de le ONUhttp://www.onu-brasil.org.br

PNUDhttp://www.pnud.org.br/

OMS/OPAShttp://www.opas.org.br/

CEPALhttp://www.eclac.cl/brasil/

Meta 14 - Atender las necesidades especiales de los países sin accesoal mar y de los pequeños Estados Insulares en desenvolvimiento(mediante el Programa de Acción para el Desenvolvimiento Sustentablede los Pequeños Estados Insulares en Desenvolvimiento y a lasconclusiones de la vigésima segunda sesión extraordinaria de laAsamblea General).Meta 15 - Tratar globalmente el problema de la deuda de los paísesen desenvolvimiento, mediante medidas nacionales e internacionalesde modo a tornar su deuda sustentable a largo plazo.Meta 16 - En cooperación con los países en desenvolvimiento, formulary ejecutar estrategias que permitan que los jóvenes obtengan un trabajodigno y productivo.Meta 17 - En cooperación con las empresas farmacéuticas,proporcionar el acceso a medicamentos esenciales a precios accesibles,en los países en vías de desenvolvimiento.Meta 18 - en cooperación con el sector privado, tornar accesibles losbeneficios de las nuevas tecnologías, en especial las tecnologías deinformación y de comunicaciones.

Conozca un poco más sobrelas metas del Milenio:Las Metas deDesenvolvimiento del Mileniofueron firmadas durante laCúpula del Milenio, realizadael año 2000 en Nova York,con representantes de 191países - fue la mayor reuniónde dirigentes mundiales detodos los tempos. En laocasión, fue aprobada laDeclaración del Milenio delas Naciones Unidas, undocumento histórico para elnuevo siglo. Seestablecieron metasmínimas hasta el año 2015para el combate a lapobreza, hambre,enfermedad, analfabetismo,degradación del medioambiente y discriminacióncontra la mujer.

¿Cómo está nuestra comunidad en relación a esos desafíos que son detoda la humanidad?

Page 117: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 117

La reflexión sobre los indicadores de Pobreza que el PNUD usa paramedir y establecer los grandes desafíos de la humanidad nos muestraque la pobreza es privación.La mudanza de enfoque que se da recientemente al fenómeno de lapobreza va desde la privación absoluta hasta la relativa y ofrece unbuen marco de análisis.La privación relativa resulta incompleta como concepción de la pobrezay complementa la perspectiva anterior de la falta de pose absoluta.La visión recomendada, de la pobreza como un problema de desigualdad,no hace justicia a ninguno de los dos conceptos. La pobreza y ladesigualdad se relacionan estrechamente, pero son fenómenos que sediferencian con clareza y ninguno se somete al otro.Existen razones para concebir la medición de la pobreza no como unejercicio ético, como se propaga con frecuencia, pero sí como un ejerciciodescriptivo.Inclusive es posible afirmar que la �definición política� de la pobrezaestá equivocada en su fundamento. Describir las dificultades ypadecimientos de las personas pobres en términos de los nivelespredominantes de �necesidades� envuelve, por presupuesto, lasambigüedades inherentes al concepto de pobreza; pero una descripciónambigua no es lo mismo que una prescripción. No en tanto, laarbitrariedad que resulta de elegir entre procedimientos permisibles yentre posibles interpretaciones de los niveles prevalecientes requieretomarla en cuenta y darle un tratamiento apropiado.Fuente: - Banco Mundial (2000), World Development Indicators 2000.- Comisión Económica para América Latina y el Caribe (CEPAL) (2000),Panorama social de América Latina, Santiago de Chile.- Programa de Naciones Unidas para el Desenvolvimiento (PNUD) (2002), Informe sobreDesenvolvimiento Humano.

La cotización media del dólar en los países socios

Media R$ Nuevos Soles Peso EuroBrasil Perú Argentina España / Portugal

11/07 2,35 3,25 2,87 0,8330/06 2,35 3,25 2,89 0,8331/05 2,40 3,25 2,88 0,81

30/04 2,53 3,25 2,90 0,78

Valor de 1 USD 2,41 3,25 2,88 0,812

Page 118: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

118 - URB-AL

Organización de su sistema

En esta etapa estamos trabajando con un número muy significativo deinformaciones que nosotros mismos producimos en nuestraslocalidades. Este es el momento en que debemos pensar en sistemaslocales de almacenaje e integración de datos socioeconómicos. Laintegración necesita ser institucionalizada. Todo el gobierno localtrabajando con una sola base de datos y auxiliando en suretroalimentación.

Fueron siendo propuestos nuevos indicadores por cada uno de los paísesque participa de este proyecto. En ese sentido, es importante conocerel documento �Informe sobre el uso de Indicadores de pobreza en Perúy Argentina. Los casos de las ciudades de Ate (Perú), Río Negro (Perú) ySur del Conurbano Bonaerense (Argentina)� disponible en:www.jacarei.sp.gov.br/urbal

De ese documento es importantedestacar el siguiente texto:

¿Como se mide la pobreza en Perú y enArgentina?Producto del trabajo que especialmenteviene siendo utilizado por la ComisiónEconómica para América Latina y elCaribe (CEPAL). En América Latina seutilizan los mismos indicadores paramedir los niveles de pobreza. En el casode los países estudiados, los indicadoresde pobreza son similares, basado en elingreso de los hogares, tanto cuanto ladisponibilidad de infraestructuraadecuada, junto con otras variables,medidas a partir del índice denecesidades básicas insatisfechas.

Indicadores utilizados para la construcción del Índice deNecesidades Básicas Insatisfeitas

Perú Argentina

Hogares en viviendas concaracterísticas físicas inadecuadas

Hogares con viviendas conhacinamiento (más de 3 personas porcuarto)

Hogares en viviendas sin desagüe deningún tipo

Hogares con niños que no asisten a laEsculeela

Hogares con alta dependenciaeconómica:

Hogares que tuvieram más de 3personas por miembro ocupado yademás cuyo jefe tuviera primariaincompleta

Hogares en viviendas concaracterísticas físicas inadecuadas,per además las piezas de inquilinato

Hogares en viviendas concaracterísticas físicas inadecuadas,per además las piezas de inquilinato

Hogares que no tuvieran ningún tipode retrete

Hogares con niños que no asisten ala Esculeela

Capacidad de Subsistencia:

Hogares que tuvieram 4 o máspersonas por miembro ocupado yademás cuyo jefe tuviera bajaeducación

Page 119: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 119

Los instrumentos discutidos en este segundo nivel ya permiten al gestorestablecer una posición de enfrentamiento dos principales problemastraídos por la pobreza y la exclusión, manifestado, en mayor o menorgrado, en nuestras ciudades.

É posible percibir en esta etapa cuan importante es la cuestión territorialpara integrar políticas. Queda claro, también, que independientementede estar en una Nación desarrollada o no siempre habrán situacionesde riesgo social a ser tratadas por las diversas comunidades. Ya podemosahora pensar en un tercer y último nivel.

Page 120: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

120 - URB-AL

3er NivelLocalidades donde la gestiónintegrada está implantada

Los municipios que se encuentran en este nivel son aquellos que estánen una forma de gestión integrada entre las diversas áreas, y tomansus decisiones en relación a la construcción de políticas, programas yproyectos sociales de combate a la pobreza llevando en consideraciónbases de datos estadísticos socio-territoriales ya existentes, visandosiempre mayor eficiencia, eficacia y efectividad.Son localidades que ya alcanzaron un grado de organización ysistematización de informaciones e instrumentos de gestión de políticaspúblicas. Fueron capaces de percibir que es necesario pensar la ciudad(municipio) como una totalidad formada de territorio y de sus habitantesque portan identidades, historias, relaciones, necesidades, demandasy también potencialidades.Ya no se contentan con decisiones y acciones centralizadas, parceladasy aisladas. Tienen urgencia de pensar las diversas políticas públicascomo interdependientes.Saben que cualquiera de las políticas sectoriales posee interfacesorgánicas con las demás políticas públicas en el municipio. Sólo tienesentido una política sectorial cuando formulada de forma integrada y apartir de una visión intersectorial de atención de las necesidades delciudadano y del desenvolvimiento social del municipio. Es parte y debe,necesariamente, estar articulada y comprometida con los propósitosmayores del desenvolvimiento local.En esta perspectiva, la ejecución das políticas gana nuevasconfiguraciones, lo que impone como exigencia la garantía de eficacia,eficiencia y efectividad. El desafió es superar la división de losconocimientos y las acciones fragmentadas, democratizando el quehacer público y buscando resultados que puedan ser medidos yevaluados.

Page 121: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 121

Con todo, no basta colocar en práctica estos valores de forma aislada,donde los servicios/productos permanecen desconectados de unadirección política común de gestión pública. La multiplicidad de accionespermanece en el plano de respuestas individuales e individualizantes,sin una perspectiva de la totalidad donde se dan las necesidades yvulnerabilidades personales y sociales. De esa forma, la construccióndel conocimiento sobre la dinámica de la realidad social se Hacenecesaria en los procesos de administración y gestión pública.El conocimiento e/o mejoramiento de esta realidad puede darse dediferentes formas como, por ejemplo, en el establecimiento de una lógicaintersectorial entre las secretarias municipales, teniendo como anclada gestión os territorios de la ciudad. El abordaje en la lógica de unaacción intersectorial para gestión pública implica por su vez en observartres aspectos:

- Mudanza de paradigma que presupone comprender la complejidad dela realidad a partir del territorio e no solamente con la homogenizaciónde las necesidades por segmentos de la población.- Formulación de políticas públicas con impactos determinantes paraprotección social y autonomía del individuo y su familia, como derechosde ciudadanía, superando prácticas asistencialitas basadas no favor yen la benevolencia.- Planeamiento con carácter democrático, considerando la diversidad,las diferencias y desigualdades intra-urbanas; en sus necesidades ypotencialidades.

Page 122: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

122 - URB-AL

Es preciso pensar con una visión global del municipio, donde el territoriosea un espacio privilegiado de las acciones, donde los servicios debenser implantados en una visión territorial, con planeamiento previo,superando el interés individual de un determinado actor social.Pensar en una nueva forma de gestión que desde su planeamientoincorpore la visión inter-sectorial es aprovechar conocimientosadquiridos, es trabajar en la concepción de que los servicios/accionesson puertas de entrada que ya acumularon todo un contacto con lapoblación, teniendo conocimiento de sus dificultades, sus deseos y susposibilidades.Se acredita que esta perspectiva de gestión posibilitará una mudanzadel paradigma, o sea, los diversos actores sociales tendrán que pensarsus acciones, en una visión global rompiendo con la visión fragmentadasde las diversas necesidades de aquella población.Elaborar un plano de acción global e integrado que haga parte de todoy cualquier plano de gobierno, así mismo, priorizar las acciones llevandoen cuenta una BASE DE DATOS existente, construida a partir de larealidad local, es sin duda el gran desafío de gestores en la búsquedade soluciones mas eficientes y efectivas para la eliminación de laexclusión social.

Page 123: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 123

Un Plano de Acción Global

Conocer bien la realidad para criar procesos de decisión � Laexperiencia de Vila Real de Santo Antônio

El Diagnóstico Social desenvuelto por la localidad permitió pasar de unnivel de perfecto conocimiento del Consejo para un nivel de decisión,en el cual tendrán que ser hechas opciones y diseñar escenarios detransformación de la realidad social de la localidad.Este Plano de Desenvolvimiento Social (PDS) pretende ser uninstrumento orientador de las inversiones a ser realizadas en el Consejode Vila Real de Santo Antônio para los anos de 2003/2005.Con este PDS, el CLAS pretende trazar el retrato de una situacióndeseable y realista para el consejo, atendiendo los recursos existentes,disponibles e de relativa movilidad. Con este instrumento se pretendetambién responsabilizar a todos los que intervienen en la producción dedecisiones sociales, denominadamente:

- articular las iniciativas en curso en una comunidad de forma aracionalizar y rentabilizar los recursos;

- elaborar un proyecto conjunto de sociedades, convergiendo todoslos conocimientos �del terreno� para la identificación de situaciones enla solución de problemas, evitando la multiplicación y sobre posición deactuaciones;

- dirigir esfuerzos de forma a dar respuesta a las reales necesidadesy carencias da población

- responder a las causas y no solamente a las manifestaciones delos problemas;

- identificar y dinamizar soluciones integradas.Teniendo en cuenta el Diagnóstico Social anteriormente realizado, lassiete áreas temáticas: Empleo y Formación Profesional, ActividadEconómica, Seguridad, Salud, Educación, Acción Social, HabitaciónSocial e Infra-estructuras de Saneamiento Básico dieron lugar a cuatroEjes de Intervención: Economía/calificación, Seguridad/Prevención,Educación para la Salud y Grupos específicos. Para cada Eje deIntervención fueron identificados algunos problemas, cuya capacidadde respuesta (recursos a movilizar) se encuentra más accesible;reuniendo el consenso del grupo de trabajo cuanto a la necesidad de suintervención.

Page 124: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

124 - URB-AL

La técnica visa apuntar los Puntos Fuertes, los Puntos Flacos, losRiesgos y las Oportunidades de la localidad que se quiere planear. Esaetapa del trabajo de planeamiento tiene por objetivo construir undiagnóstico de consenso; una visión colectiva de los problemas, de laspotencialidades y de los contextos. Es el momento en que se pretendeampliar el conocimiento de la realidad, socializar las informaciones,criar un lenguaje único entre los miembros del grupo en cuanto seconstruye un conocimiento de la realidad, posicionandolos frente alobjeto que se va a planificar.Con una mirada para la situación presente y para �dentro�, se examinala localidad identificando:

- Puntos Fuertes - son los aspectos positivos, aquello que elobjeto tiene de bueno, de fuerza propulsora, de capacidad, de potencia.

- Puntos Flacos - son los aspectos negativos, aquello que elobjeto tiene de problemas, de fuerzas restrictiva, de flaquezas, deentrabas.En seguida, con una mirada de futuro, para frente y para fuera, se pasaa examinar el contexto en que la localidad esta inserida, identificando:

- Riesgos - son las amenazas, peligros que rondan el objeto.- Oportunidades - son situaciones y hechos que pueden favorecer

aquello que se desea para el objeto.

Diagnóstico Situacional“SWOT”Vila Real de Santo Antôniouso la tecnica del “SWOT”.Sigla en inglés que significa:S = StringsW = WeaknessesO = OpportunitiesT = Threats

(Strings = fuerza;Weaknesses = debilidad;Opportunities =oportunidades;Threats = amenazas)

Page 125: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 125

1a Etapa:�Frente al diagnóstico que construimos, ¿cuales serán las acciones queestaremos desenvolviendo en los próximos tres años, de modo apreservar los Puntos Fuertes, superar los Puntos Flacos, eliminar losRiesgos, aprovechar las Oportunidades?�El verbo de la pregunta es HACER. ¿Qué vamos hacer? Actividad:concreta, �Pié firme�, es posible. Mañana, el mes que viene, de aquí ados meses etc. Es un «hacer» en el tempo, actividad concreta.

2a Etapa:Respondiendo a la pregunta anterior, los participantes trazan: metas,objetivos específicos, objetivos generales, propósitos, finalidad yconstruyen su misiónLa pregunta de esta etapa es:�Si hacemos todo aquello que nos propusimos en la etapa anterior,volvemos de aquí a cuatro o cinco años, ¿que encontraremos? ¿Cómonuestra acción modificó la realidad? ¿Cuál fue el resultado de lo quehicimos?�Respondiendo a esta pregunta, los participantes presentan susexpectativas cuanto al futuro.

LA HERRAMIENTA DELMARCO LÓGICO

Concluido el diagnósticosituacional, se tiene uncuadro más claro de la

situación del municipio y elescenario en que él se

encuentra. Se parte,entonces, para la fase

prepositiva, usando, paraesto el instrumento del

“Marco Lógico”, que auxilia lacomunicación y al grupo depersonas en la difícil tarea

de trazar objetivos al mismotempo en que identificanlagunas en las acciones

propuestas.

Page 126: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

126 - URB-AL

Marco Lógico: construyendo la lógicavertical del Plano de acción:

LA lógica vertical se refiere a la coherencia que debe existir entre losniveles que fueron definidos para que el Plano de acción searealizado. Usando los instrumentos del Marco Legal vamos a verificarsi hay lógica vertical en los varios niveles de acciones. Si estánpresentes propuestas lógicamente relacionadas a las probabilidadesde que se cumplan las hipótesis, preguntando: ¿si entonces? Yamosa examinar las acciones usando raciocinio lógico, verificando se lasactividades que decidimos realizar son necesarias y suficientes paraconseguir realizar los objetivos, las metas, la misión que estamosproponiéndonos.El resultado es un �árbol de decisiones�:Se presenta un resumen narrativo que describe el objeto que se estáplanificando, y después los niveles, comenzando por el nivel inferior,organizándolo en forma ascendente:

1. Se organizan las actividades, acciones, agrupándolassegún su naturaleza;

2. Primero, las metas, los objetivos específicos;3. Después, los objetivos generales, los propósitos;4. A seguir, la finalidad;5. por último, en el topo del �árbol�, la misión.

Más informaciones sobre las metodologías pueden ser buscadas en eltexto de apoyo en el sitio de la URB-AL � www.jacarei.sp.gov.br/urbal

Page 127: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 127

¡Capacitar gente!

La comprensión y conocimiento de herramientas de trabajo contra lapobreza deben basarse en la formación e recapacitación deprofesionales en la administración y líderes sociales. El establecimientode un programa de formación aparece como un elemento clave para ellogro de los objetivos. La estrategia debe contemplar un calendarioconcreto de formación, con materias claras y prácticas durante elprograma formativo.Con frecuencia se instruye a las personas con área de responsabilidadalta; creemos que para conseguir nuestro objetivo debemos tener encuenta, de manera prioritaria, la capacitación de las personas yprofesionales situados en los escalones medio e medio bajo de lasadministraciones.

Prioritariamente, capacitar los niveles jerárquicos intermediarios: sonesos servidores que en las localidades van a permanecer en lasestructuras de gobierno. Capacitarlos es profesionalizar la máquinapública. Atores de la sociedad civil también deben ser público-albo decapacitación. La sociedad civil puede ser una gran aliada en lamantención de las conquistas sociales y fuerza motora para reivindicaracciones efectivas de los gobiernos en el combate a la pobreza y a laexclusión social. Cuanto más ciudadanos saben y se asocian al Planode Acción Global e Integrado, más posibilidades tienen nuestraslocalidades de ver realizados sus deseos de ciudad.

Finalmente preparándose: �¡Manos a la Obra!�Cualquier que sea el nivel que el gestor encuentre, es preciso capacitar los

atores involucrados y tornar público todos los dados para la población.

Page 128: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

128 - URB-AL

El programa de formación deberá tener en cuenta como materiasprincipales los siguientes aspectos:

1- Instrucción con el concepto y conciencia de ciudadanía;2- Estructura en la tomada de decisiones en la comunidad;3- Herramientas de participación en la tomada de decisiones.

participación de las instituciones en la comunidad. participación de lascomunidades en la institución;

4- Diseño y trazado de horizontes alcanzables. Horizontescomunitarios, horizontes personales;

5- Educación extra-escolar: salud, higiene, trabajo, resoluciónde conflictos, cooperación;

6- Definición del concepto de familia extensa y familia nuclear;7- Redes comunales, redes de apoyo social;8- Conocimiento de la pobreza versus género. Mujer y pobreza.

Dinámicas de igualdad e inclusión;9- Consumo responsable. Manejo de las herramientas para el

intercambio y la reutilización de equipamientos y recursos;10- El micro crédito. Introducción A la economía social;11- Herramientas y método para el conocimiento confidencial

del nivel real de pobreza.

Page 129: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 129

Tornar pública lainformación

Otro elemento-clave de este proceso es la posibilidad de tornar públicaslas informaciones y los datos, es importante que toda la comunidad,principalmente la sociedad civil, se apropie de esta experiencia, puessolo así podrá ser garantida la continuidad de la misma, el uso de estaherramienta y la efectividad de los proyectos de combate a la pobreza/exclusión social.

Tornar pública la información: solo habrá participación efectiva cuandola interlocución entre la sociedad y el Estado es directa, libre deobstáculos y ambos, Estado y sociedad, trabajan con el mismo nivel deconocimiento e información. Todo lo que se pueda hacer para darpublicidad a las informaciones de gestión pública debe ser hecho paragarantir adhesión al Plano.

Solo existe participación efectiva de los atores sociales si les es dadoel mismo nivel de informaciones para decisión.

Page 130: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

130 - URB-AL

Captar recursos

Por el Estado:Las recetas públicas financian la acción del Estado. A través de latributación, el Estado cría el flujo de recetas necesario para hacer frentesus dispensas. O Sistema de Contabilidad Nacional va a expresar laforma como cada país organiza las recetas y despensas del sectorpúblico. Ese sistema engloba los flujos de recursos de diferentes esferasde la economía, yendo desde el gobierno central hasta los municipios.Independientemente se mas o menos centralizados, los sistemastributarios de cada país reservan a las localidades tributos que son desu competencia. En ese espacio de ejercicio del poder tributario elmunicipio puede hacer política fiscal usando la tributación como mediode promover la equidad entre su población: tributando más a quiéntiene más e menos a quién tiene menos.

Es posible establecer zonas de interés social y protegerlas con unamenor tributación y una mayor prioridad en el volumen de recursospúblicos a ser allí investidos.

En países donde hay concentración de recursos en los niveles centralesde gobierno, instancia que detiene mayor poder de tributar y donde semantiene una distribución de recursos por el canal del agenciamientopolítico, es fundamental que las localidades se califiquen para laelaboración de proyectos bien fundamentados y una buena capacidadde articulación con los niveles centrales de decisión en la distribuciónde verbas para inversiones sociales.

La emancipación de las localidades depende en larga medida de ladescentralización de los recursos públicos: la lucha por la emancipaciónde los municipios y también la lucha por una Reforma Tributaria quetraiga a los municipios mayor autonomía financiera.

Page 131: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 131

Por la sociedad Civil:Cuando se habla de recursos para organización, la mayoría de laspersonas piensa en dinero y, en la mayoría de las veces, dinero en especie.Entretanto, los recursos que pueden ser aportados para una organizaciónson de varias naturalezas y orígenes: recursos materiales, financieros yhumanos.La captación de recursos será tanto más eficaz cuanto mas amplia seasu noción de recursos y cuanto mas diversificada, creativa y adecuada asus características y al ambiente externo, sean sus estrategias. Ampliarla noción de recursos significa pensar más allá de los recursosfinancieros. Recursos humanos cualificados, tecnologías, infraestructuray equipamientos también forman parte de las necesidades de unaorganización y pueden ser obtenidos a través de varias fuentes definanciamiento.Una buena estrategia de captación de recursos contribuye para una mayorautonomía de la organización, también como para su mayorsustentabilidad. Esto solo será posible si las personas involucradas enel proceso están preparadas. Es preciso adquirir conocimientos,intercambiar ideas, hacer contactos, desenvolver redes de comunicacióny aprender nuevas referencias de crecimiento y suceso.La captación de recursos estará fuertemente asociada a las estrategiasmás amplias de la institución, desenvolviendo definiciones cuanto a suacción (proyectos y servicios), al marketing y a las sociedades. Lascaptaciones de recursos envuelven persona o personas conconocimientos y técnicas adecuadas, mismo así algunas cosas sonfundamentales: tener una misión e identidades claras, tener biendefinidos sus proyectos, servicios y acciones, ética y transparencia,conocimiento del público, comunicación, planificación y saber �construiry mantener relaciones.Se entiende por financiamientos todos los elementos potencialesdonantes de una forma o de otra que puedan contribuir con laorganización. Existen características peculiares para cada fuente y elanálisis do perfil dos posibles financistas es fundamental para obtenerel financiamiento.

Page 132: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

132 - URB-AL

Algunas ONGs han explorado formas innovadoras de captación derecursos vía comercialización de productos y servicios, promoción deeventos y campañas promociónales, asociación con administradorasde tarjetas de crédito para emisión de tarjetas de afinidad y campañasde recaudación de recursos junto al público en general. El potencial deestas iniciativas constituye talvez en una de las mejores estrategiasde sustentación cada vez más necesaria en la actual coyuntura social.Existen ejemplos sobre captación de recursos locales mismo que lacreatividad y la innovación de la organización es factor decisivo paraampliar las posibilidades de captación y consecuentemente obtenersuceso. No existe una receta formulada de como captar recursoslocalmente, una estrategia de suceso en una determinada región,necesariamente no sería en la otra.Captar recursos localmente, independiente de la forma es promover elmarketing de la causa; fortalecer la marca y la imagen institucional,con énfasis en los aspectos del profesionalismo institucional, calidadde los servicios, productos y la transparencia en la gestión de losrecursos; implementar estrategias que generen retorno financiero,captando recursos junto a parcelas de la sociedad con capacidadcontributiva, ampliando así sus base sociales de apoyo; fuera de,localizar la captación de recursos en la perspectiva de la diversificaciónde las fuentes financieras de apoyo, sin pretender sustituir una fuentepor otra.

EJEMPLO: actualmente haymuchas discusiones sobrefinanciamientos deproyectos de combate a lapobreza. En Brasil laspolíticas de la salud yeducación ya consiguieronun porcentual de costeofijados en el presupuestodel Estado, en las tresesferas de gobierno, lo quegarante la aplicación de losrecursos en los diversosservicios, de forma que laejecución de las políticassean de hechoconcretizadas. Mismo quelas demandas todavía nosean atendidas en suplenitud.El gran desafío que sepresenta para el Estadobrasilero es como conciliarel desenvolvimiento de lasciudades a la fijación deíndices para otras áreas tanimportantes como laAsistencia Social y laHabitación. Frente a estecuadro es necesario cadavez mas buscarfinanciamientos ysociedades fuera losrecursos de costeo y verbasvinculadas. El Banco doBrasil , con recursos delBNDES financia diversosprogramas y servicios através del Banco deTecnologías Socialesfinancia en las áreas dedemandas por agua,alimentación, educación,energía, habitación, medioambiente, renta y saludestán reunidas en únicolugar. Accesewww.cidadania-e.com.br

Page 133: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

URB-AL - 133

Sociedades entre el sectorpúblico y el privado

Existe actualmente un consenso de que el enfrentamiento de la pobrezay exclusión social demanda un esfuerzo de gobierno, empresas y sociedadcivil. Los nuevos escenarios mundiales llevan a la busca de sociedadesentre sectores públicos y privados. La viabilidad de esa sociedad tieneinnumerables problemas a ser superados.

El acceso de organizaciones de la sociedad civil a recursos públicostiene múltiples problemas que van desde la desconfianza de la burocraciagubernamental a la discontinuidad de las políticas públicas, pasandopor la ausencia de mecanismos claros y transparentes de contrataciónpor el Estado de organizaciones no gubernamentales.

Es fenómeno reciente el reconocimiento por el gobierno de la legitimidady competencia de la actuación de las ONGs en cuanto a su promocióndel desenvolvimiento sustentable con equidad.Básicamente el gobierno trabaja con programas de apoyo, donde esprevisto un determinado presupuesto para una determinada finalidad,teniendo un determinado plazo para la liberación de recursos y prestaciónde cuentas. Normalmente exige no solo el proyecto sino completar unaserie de formularios específicos.No se puede esperar de órganos gubernamentales tanto a nivelmunicipal, estadual y federal que financien los trabajos de ONGs víadonaciones y sí vía contratación de servicios, lo que levanta exigenciasnuevas de transparencia y capacidad ejecutiva para ambas partes. Laley de las OSCIPs como ya sabemos se dio para facilitar estos procesos,siendo una de las principales características el termino asociación.

Otras fuentes de financiamientoshttp://proex.epm.br/projetossociales/fonte-de-financiamento.htm

Page 134: URB-AL - 1 · PDF fileparticipaçªo no processo decisório e na vida social e cultural. ... e onde as chances de ... mais desiguais sªo

134 - URB-AL

Informaciones estratégicas

Fuentes de informacionesEstadísticas

Trabajar con la concepción de planeamiento, de diagnóstico da realidadlocal en este inicio del siglo 21 es tarea muy simple cuando se dominanlos medios electrónicos de acceso a informaciones, cuando la localidadestá incluida digitalmente.

La inclusión digital permite entre tantas cosas el acceso amplio ainformaciones, datos y capacidad de reflexión sobre la realidad local.Tarea que hasta los anos 80 quedaba restricta al dominio de técnicosespecializados. Hoy no hay ninguna barrera técnica para acceder a datosestadísticos lo que existe es la poca capacidad local de trabajar conlos avances tecnológicos, principalmente, en países subdesarrollados.

Enseñar a los servidores públicos y miembros de organizaciones de lasociedad civil para el acceso a la Internet es capacitar la localidadpara que, conociendo mejor su realidad, asuma el comando de sudesenvolvimiento.

A continuación algunos links donde se puede encontrar un nuevo yfascinante universo sobre las condiciones de vida de nuestraspoblaciones, recordando que solo conseguimos identificar mejornuestras realidades cuando la comparamos con la vida de otrasciudades.