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Volume 20 – número 06 – dezembro 2013 Endocrinologistas e educadores físicos, com diabetes, explicam como a atividade física e o tratamento vão além da teoria. Momento de Transição: Dr. Walter Minicucci conta sobre os novos projetos como presidente da SBD e Dr. Balduíno Tschiedel faz um balanço dos dois anos de trabalho. Programa Step by Step, ou Passo a Passo, resgata o Projeto Salvando o Pé no Brasil

Volume 20 – número 06 – dezembro 2013 · adversas: hipoglicemia, edema, anomalias de refração e hipersensibilidade local (dor, rubor, prurido, inflamação, equimose, edema

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Volume 20 – número 06 – dezembro 2013

Endocrinologistas e educadores físicos, com diabetes, explicam como

a atividade física e o tratamento vão além da teoria.

Momento de Transição:

Dr. Walter Minicucci conta sobre os novos projetos como presidente da SBD e Dr. Balduíno Tschiedel faz um balanço dos dois anos de trabalho.

Programa Step by Step, ou Passo a Passo, resgata o Projeto Salvando o Pé no Brasil

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Individual como as necessidades de cada paciente.

NNK-001-01/2013

Levemir® (insulina detemir). Indicação: diabetes mellitus. Uso adulto e pediátrico acima de 6 anos. Contraindicações: hipersensibilidade à insulina detemir ou excipientes. Advertências: A dosagem inadequada ou a descontinuação pode causar hiperglicemia e cetoacidose diabética. Hipoglicemia pode ocorrer se a dose de insulina for muito alta em relação à necessidade. A transferência de outro tipo ou marca de insulina pode levar a alteração na dosagem. Casos de insuficiência cardíaca congestiva foram relatados no uso combinado de insulinas e tiazolidinedionas, especialmente em pacientes com fatores de risco para ICC. Levemir® não deve ser administrado intravenosamente. A absorção na administração intramuscular é mais rápida e superior que a absorção na administração subcutânea. Levemir® não deve ser diluído ou misturado com nenhuma outra preparação de insulina e não deve ser usado em bombas de infusão de insulina. Há limitada experiência clínica com insulina detemir durante a gravidez e lactação. Interações: antidiabéticos orais, inibidores da monoaminooxidase, beta-bloqueadores não seletivos, inibidores da ECA, salicilatos, tiazidas, glicocorticoides, hormônios da tireóide, beta-simpatomiméticos, hormônio de crescimento, danazol, octreotida, lanreotida e álcool. Reações adversas: hipoglicemia, reações no local da injeção, lipodistrofia, edema, reações alérgicas, urticária, rash, erupções cutâneas, distúrbios de refração, retinopatia diabética e neuropatia periférica. Posologia: Em combinação com antidiabéticos orais, iniciar com a dose de 10 U ou 0,1-0,2 U/Kg uma vez ao dia. A dosagem deve ser ajustada individualmente. Em regime basal-bolus, recomenda-se administração uma ou duas vezes ao dia, dependendo da necessidade do paciente. Para pacientes que requerem duas doses diárias, a dose noturna pode ser administrada com a refeição noturna, ou antes de dormir, ou 12 horas após a dose matinal. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registro MS: 1.1766.0019.Este medicamento não deve ser utilizado em caso de hipersensibilidade à insulina detemir ou a qualquer um de seus excipientes. O álcool pode intensificar e prolongar o efeito hipoglicêmico da insulina.

NovoRapid® FlexPen®, Penfill® e Frasco (insulina asparte). Indicação: diabetes mellitus. Uso adulto e pediátrico acima de 2 anos. Contraindicações: hipoglicemia e hipersensibilidade à insulina asparte ou a qualquer excipiente. Advertências e precauções: A dosagem inadequada ou a descontinuação do tratamento pode, especialmente no diabetes Tipo 1, levar à hiperglicemia e cetoacidose diabética. A administração de NovoRapid® deve estar diretamente relacionada com a refeição. O rápido início da ação deve ser considerado em pacientes com doenças ou medicação concomitantes em que uma absorção retardada dos alimentos é esperada. Doenças concomitantes nos rins, no fígado, ou que afetam as glândulas adrenais, hipófise ou tireóide podem requerer alteração da dose de insulina. A alternância contínua do local de injeção dentro de uma mesma área ajuda a reduzir ou prevenir a hipersensibilidade local. NovoRapid® pode ser usada durante a gravidez (categoria de risco B). Lactação: Não há restrições ao tratamento com NovoRapid® durante a amamentação entretanto, pode ser necessário ajustar a dosagem. Posologia: NovoRapid®, geralmente, deve ser administrada imediatamente antes da refeição ou quando necessário logo após a refeição. Normalmente, NovoRapid® deve ser utilizada, em associação com uma insulina de ação intermediária ou de ação prolongada. A necessidade individual de insulina em adultos e crianças encontra-se normalmente entre 0,5 e 1,0 U/Kg/dia, sendo que 50 a 70% da dose total diária de insulina pode ser fornecida por NovoRapid® e o restante por insulina de ação intermediária ou de ação prolongada. NovoRapid® é administrada via subcutânea na parede abdominal, na coxa, na parte superior do braço, na região deltóide ou na região glútea. Quando injetada via subcutânea, o início de ação irá ocorrer dentro de 10-20 minutos após a injeção. O máximo efeito ocorre entre 1-3 horas após a injeção. A duração da ação é de 3 a 5 horas. NovoRapid® pode ser usada em um sistema de bomba de infusão. Interações medicamentosas: antidiabéticos orais, inibidores da monoaminooxidase (IMAOs), beta-bloqueadores, inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), salicilatos, esteróides anabólicos, sulfonamidas, contraceptivos orais, tiazidas, glicocorticóides, hormônios da tireóide, simpatomiméticos, hormônio de crescimento, danazol e álcool. NovoRapid® pode causar doping. Reações adversas: hipoglicemia, edema, anomalias de refração e hipersensibilidade local (dor, rubor, prurido, inflamação, equimose, edema e urticária). Devido à menor duração de ação, quando comparada à insulina humana solúvel, NovoRapid® apresenta um menor risco de causar episódios de hipoglicemia noturna. A persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA. Registro MS: 1.1766.0016.Este medicamento não deve ser utilizado em caso de hipersensibilidade à insulina asparte ou qualquer um de seus excipientes. Os contraceptivos orais podem aumentar as necessidades de insulina dos pacientes.

NovoRapid® FlexPen®

e Levemir® FlexPen®: Agora em embalagenscom 1 caneta.

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Palavra do Presidente

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Caros amigos:

No discurso de posse, em janeiro de 2012, lembro de ter parafra-seado Marta Medeiros, dizendo: “o que justifica uma vida não são

nossas boas intenções, nossas ideias jo-gadas ao vento, nossos quases: vida é a coisa realizada. O que se fez e o que se sentiu.”

Vocês verão, na retrospectiva nessa Revista, os nossos principais pontos de atuação nesses dois anos. Certamente muito há por fazer, mas pelo menos temos a certeza do dever cumprido. Nosso Brasil é ainda muito desigual, e precisamos estar presentes em todos os estados. Talvez ainda com mais ênfase naqueles em que poucas vozes existem para tentar melhorar a situação dos pa-cientes com diabetes. Dentro dessa filo-sofia de atuação é que nos atiramos de corpo e alma no projeto “A SBD vai ao gestor”. Estivemos presentes em 13 esta-dos brasileiros, sempre com a assessora de imprensa da SBD, a eficiente Beth Camarão, que fazia a aproximação com os veículos de comunicação. Gostaría-mos de ter ido a mais, mas a tarefa é gigantesca, pois exige, além de um des-prendimento total na questão tempo, a participação decisiva de lideranças mé-dicas locais, na viabilização do encontro com os secretários de saúde. Não por acaso, o primeiro estado que visitei foi o Ceará, fruto da decidida liderança exer-cida pela Adriana Costa e Forti, sempre disposta a colaborar, a quem escolho para render minhas homenagens, re-presentando a todos que me receberam tão bem nos estados que visitei, mas que seria impossível nominá-los. Nossa revis-ta científica é a melhor colocada no Bra-sil na questão do índice de impacto. É uma conquista e tanto, e eu cumprimen-to a Marilia de Britto Gomes pela visão de estruturar a Revista, na sua gestão, e ao Daniel Gianella pelo trabalho incan-sável como editor. Ao Marcio Krakauer, pelo entusiasmo na condução do Dia Mundial do Diabetes - que esse ano teve a forte concorrência da Urologia, com o câncer de próstata, mas soubemos conviver harmonicamente, pois ambas as campanhas são meritórias – fica tam-

bém o nosso muito obrigado. O Laerte Damaceno foi outro colaborador que me ajudou muito, pois aceitou assumir o site quando ficamos sem editor res-ponsável, no início da gestão, tendo que inteirar-se de toda a situação rápida e efetivamente. A campanha “Diabetes: mude seus Valores”, brilhantemente pensada pelo Luis Turatti, alcançou ampla repercussão em vários estados do Brasil, sem qualquer ônus para nossa Sociedade, pois obteve grande apoio de patrocinadores.

A disposição impressionante do João Salles para o trabalho foi algo que deve ser ressaltado, pois ele sempre estava disposto a colaborar, e obviamente é da natureza humana solicitar a realiza-ção de alguma tarefa àquele que mais se disponibiliza, e isso eu segui à risca, cobrindo-o de tarefas, as quais ele sem-pre realizou sem qualquer empecilho. Você foi demais, João! Lembro também da Lenita Zajdenverg, do Carlos Eduar-do Couri, da Hermelinda Pedrosa, do Marcello Bertolucci, do Marcos Troian, da Geísa Macedo, do Lerário, da Cris-tina Façanha, do Malerbi, do Levimar, da Reine, da Silmara, do Mauro Scharf, da Denise Franco, da Sandra Vivolo, do Negrato, do Rodrigo Lamounier, da Claudia Pieper, do Walmir Coutinho, da Graça Câmara, dos organizadores do nosso brilhante XIX Congresso da SBD, o Luiz Antonio de Araújo e a Ame-ly Balthazar, do José Egídio e do Sergio Vêncio, notáveis organizadores das nossas Diretrizes, agora anualizadas, do Pimazoni, sempre com ideias inteligen-tes. De fato, é impossível citar todos os colaboradores, pois nunca houve uma deserção na hora H.

Essa Revista que vocês estão lendo é o resultado de um trabalho forte do Leão Zagury, que dedica muito do seu tempo a ela, tendo uma equipe formi-dável, capitaneada pela Cristina Dissat. Continuem assim, pois a Revista da SBD, embora eu seja suspeito para falar, está ótima!

Obviamente, tudo isso não seria possível se não tivéssemos uma equipe (apenas três!) muito eficiente de cola-boradoras, capitaneada pela Anna Ma-ria Ferreira, que, para mim, representa

a imagem da SBD. Elas fazem milagres, e as terei sempre no coração.

Quanto ao nosso sucessor, Walter Mi-nicucci, agradeço o tempo sempre dis-ponível para questionamentos e ponde-rações, no cargo honorífico de assessor especial da presidência, o qual tive a honra de criar e ver aceito o convite para ele preencher esse cargo. Walter, agora é tudo com você! Tenho certeza que a SBD sairá ainda mais forte após o seu mandato.

Voltando ao nosso primeiro parágra-fo, agora posso dizer, eu vivi

Mas continuamos na luta! Em abril, 24 a 26, teremos o International Dia-betes Forum 2014, em Foz do Iguaçu, uma promoção conjunta da IDF-SACA, ALAD e SBD, com o apoio da ADJ Brasil e da FENAD. Espero vocês !

Um grande abraço,

Balduíno TschiedelPresidente da SBD 2012/2013

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1 Palavra do Presidente

3 Palavra do Editor-Chefe

4 Saúde e Ciência

6 Dra. Marília Brito Gomes

8 Didática na Prática: Sem Ela Não Há Solução...

9 Atividade Física: na Teoria e na Prática

12 Balduíno Tschiedel: Retrospectiva 2012/2013

14 2014-2015: Uma Gestão Participativa

16 Revista Diabetes: Versão Digital e Novos Planos

18 O Resgate do Programa Salvando

Pé Diabético no Brasill

20 Dietas de Baixo Índice Glicêmico em

Gestantes Diabéticas

21 Vitaminoterapia: Benefícios ou Malefícios

22 Pelo Brasil

24 WDC 2013 Reúne 10 Mil Pessoas em Melbourne

26 Pelo Mundo

27 Comunicados da SBD

28 Agenda

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Editorial

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DIRETORIA BIÊNIO 2012-2013Presidente: Dr. Balduíno Tschiedel; vice-presidentes: Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa, Dra. Lenita Zajdenverg, Dr. Levimar Rocha Araújo, Dr. Luiz Alberto Andreot-ti Turatti e Dra. Reine Marie Chaves Fonseca; primei-

ro secretário: Dr. Domingos Malerbi; segunda secretária: Dra. Cristina Figueiredo Sampaio Façanha; tesoureiro:

Dr. Antônio Carlos Lerário; segundo tesoureiro: Dr. João Eduardo Nunes Salles; conselho fiscal: Dra. Geísa Maria Campos de Macedo, Dr. Luiz Antônio de Araujo, Dr. Marcos Cauduro Troian e Dra. Silmara Oliveira Leite.

SEDERua Afonso Brás, 579, salas 72/74, Vila Nova Conceição, São Paulo, SP, CEP 04511-011; Email:

[email protected], Site: www.diabetes.org.br; Tel.: (11) 3846-0729; Gerente: Anna Maria Ferreira; Secretária: Maria Izabel Homem de Mello e Eliana Andrade.

Filiada à International Diabetes Federation.

Editoração Eletrônica e Fotografia

Este é mais um momento de transi-ção onde uma gestão se encerra e outra começa a traçar os rumos da SBD para os próximos dois anos.

Como já vem acontecendo em outras ocasiões, temos uma passagem feita com muita tranquilidade, onde a troca de in-formações entre as diretorias é algo que faz parte desse processo natural de con-tinuidade do crescimento da entidade.

O amigo Balduíno Tschiedel deixa o cargo de presidente, que ocupou no período de 2012 e 2013, e a SBD passa a ter Walter Minicucci como gestor até 2015. Os dois têm particularidades nos estilos de gerir, mas uma delas é comum aos dois que é a vontade de ver a SBD crescer. Cada qual tem projetos distintos que dão o toque pessoal nas suas pas-sagens como presidentes. Os traços de cada presidente da SBD, inclusive, estão sendo resgatados a cada edição nas nos-sas Páginas Azuis, como nesta em que a ex-presidente Marília Brito Gomes fala sobre seu período a frente da entidade.

De 2012 a 2013, a SBD contou com um presidente com perfil de gestor, que usou toda a experiência a frente de gran-des projetos, como o Instituto da Criança em Porto Alegre, para gerir a entidade. Foram inúmeros projetos executados pelo Balduíno, como o SBD Vai ao Ges-tor, que marcou a presença política da Sociedade. Sem dúvida, foi uma de suas iniciativas preferidas. Ele acredita que a SBD precisa estar no cenário político do país para conseguir espaço e melhoria no tratamento para os pacientes.

Acompanhamos todas as suas visitas aos mais variados estados brasileiros. Um resumo dos dois anos, vocês irão

encontrar na Retrospectiva 2012/2013 nesta edição. Outro fato que deve ser comentado foi o apoio na criação e in-clusão da versão digital da nossa revista, com novos recursos, dentro do site da SBD. Foi um trabalho em ótima sintonia com o Laerte Damaceno, editor do site da SBD, a publicação alcançou novos leitores e mais visibilidade na internet. Balduíno completa esse balanço no seu editorial, o último desta gestão.

E 2014 começa com um novo presi-dente, eleito no Congresso em Brasília, em 2011: Walter Minicucci. Para quem já conhece um pouco desse meu gran-de amigo sabe que as ideias devem estar fervilhando na sua cabeça. Com foco es-pecial no paciente, ele já vem traçando alguns planos há algum tempo. Conver-samos muito durante o Congresso em Florianópolis, registrado em vídeo e pu-blicado na versão digital da Revista. Nem precisamos dizer que ele se emocionou ao resgatarmos momentos importantes. Assim é o Minicucci. Emocional e com uma vontade enorme que seu dia tivesse mais de 48 horas para fazer tudo o que sonha em relação ao diabetes. Aqui, meu agradecimento pela confiança de ter me concedido a oportunidade de continuar como editor-chefe da Revista Diabetes.

Além dessas duas matérias especiais, fizemos um balanço, com críticas inclu-sive, sobre o Congresso Mundial da In-ternational Diabetes Federation. Con-vidamos o Alexandre Hohl, de Santa Catarina, que este ano foi aos três gran-des congressos internacionais para uma comparação e uma avaliação do WDC, ou World Diabetes Congress, que acon-teceu em Melbourne. Nessa reportagem

vale observar os novos números divulga-dos pela sexta edição do “Diabetes Atlas”.

Ainda temos muitas coisas interessan-tes como o material sobre Pé Diabético, com a incansável Hermelinda Pedrosa; histórias desconhecidas por muitos so-bre a vida de Luiz Carlos Espínola; e uma reportagem sobre atividade física, com detalhes debatidos recentemente, de-poimentos de médicos que são atletas e diabéticos e uma entrevista com Michael Riddel, convidado internacional que este-ve em nosso congresso em Florianópolis.

Hora de começar a leitura e espero que gostem das nossas escolhas.

Saúde para todos.

Leão ZaguryEditor Chefe

REviSTa Da SBD

Editor-chefe: Dr. Leão ZaguryPresidente da SBD: Dr. Balduíno TschiedelEquipe de Jornalismo: DC PressEditora: Cristina Dissat – MTRJ 17518; Redação: Paula Camila Rodrigues, André Dissat, Tainá Oliveira, Monique Siqueira e Fávia Garcia. Colunistas: Dr. Augusto Pimazoni, Dra. Deise Regina Baptista e Dr. Ney Cavalcanti.Redação: Rua Haddock Lobo, 356 sala 202- Tijuca - Rio de Janeiro - RJ; Tels.: (21) 2205-0707; E-mail: [email protected]

as colunas e artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.Comercialização: AC Farmacêutica, tel.: (11) 5641-1870 e (21) 3543-0770, [email protected] gráfico: DoisC Editoração Eletrônica e Fotografia

([email protected]); Diagramação: André Borges Fotos: Celso Pupo; Periodicidade: Bimestralimpressão e CTP: Melting Color Grafica e Editora Ltda; Tiragem: 4000 exemplares.

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Um estudo feito pela Universidade de Michigan, Labora-tório Jackson e Health Sciences Center da Universidade do Texas, descobriu que a acarbose pode aumentar o

tempo de vida médio de ratos machos em 22%, de acordo com a análise do envelhecimento celular. Já nas fêmeas, o aumento foi de 5%.

“Os novos resultados sobre a acarbose indicam que o me-dicamento pode atuar na prevenção de muitas doenças ao mesmo tempo, retardando o processo de envelhecimento em si”, diz o autor sênior do estudo, Dr. Richard Miller, professor de patologia na Faculdade de Medicina e diretor adjunto do Geriatric Center, ambos da Universidade de Michigan.

A pesquisa também concluiu que o efeito sobre a vida útil

máxima foi semelhante em ratos machos e fêmeas, com au-mento da longevidade em 11 % e 9%, respectivamente. Os autores disseram que a maior expectativa de vida dos ratos tratados com acarbose sugere que a droga pode ajudar a pre-venir cânceres provenientes do envelhecimento.

Como a acarbose é segura para uso humano em longo prazo, Dr. Miller diz que é possível que pesquisadores clínicos avaliem os efeitos da substância nas doenças do envelheci-mento e relacionadas com a idade, tanto em pessoas que to-mam o medicamento para tratar diabetes, quanto em voluntá-rios saudáveis. Os autores também disseram que as diferenças de resultados entre machos e fêmeas reforçam a ideia de que algumas intervenções têm efeitos específicos por gênero. n

A International Diabetes Federation divulgou que 10% da popula-ção mundial terá diabetes em 2035. O dado está em um relatório, lançado no Dia Mundial do Diabetes, pela entidade internacional

que revelou que haverá 382 milhões de pessoas com diabetes até o final deste ano, e 592 milhões pessoas com diabetes em 2035. No atlas de diabetes ainda estão incluídos informes sobre o crescimento da doen-ça em vários países; análise da situação socioeconômica relacionada ao diabetes; e o crescimento entre diabetes tipo 1 e tipo 2. n

Pesquisadores da Universidade de Utah acreditam que as células--tronco de gordura marrom em

humanos adultos podem levar a novos tratamentos para doenças do coração e

Acarbose e Longevidade

Atlas e Aumento no Número de Pacientes

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Gordura Marrom Contra o Diabetesdo sistema endócrino.

Um estudo liderado por Dr. Amit N. Patel, diretor da Clínica de Medicina Regenerativa e Engenharia de Tecidos e professor associado da Divisão de Ci-rurgia Cardiotorácica da School of Me-dicine da Universidade de Utah, confir-mou que as crianças têm uma grande quantidade de gordura marrom. Esse é um dos motivos que as fazem inge-rir grandes quantidades de comida e não ganhar peso em excesso. Dr. Patel aponta que os adultos muitas vezes têm muita gordura branca em seu corpo, o que leva ao ganho de peso e às doenças cardiovasculares. Conforme as pessoas envelhecem, ocorre um aumento da gordura branca e redução da gordura

marrom. “Se você tem mais gordura marrom, provavelmente é porque é me-tabolicamente eficiente, o que nos leva a garantir que você tem menos chances de ser diabético e ter alto níveis de co-lesterol”, explicou o pesquisador.

Os cientistas do estudo isolaram tronco humanas a partir da gordura marrom de um adulto. Aseguir, foram implantadas em outro modelo pré-hu-mano e têm mostrado efeitos positivos sobre os níveis de glicose. A descoberta pode ajudar na identificação de medi-camentos que podem aumentar a pró-pria capacidade do corpo de produzir gordura marrom ou encontrar manei-ras de aplicar diretamente as células nos pacientes. n

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Na edição digital da Revista Diabetes os leitores poderão acessar os links dos estudos apresentados na coluna Saúde & Ciência.

Pessoas obesas, mas metabolicamen-te saudáveis ainda têm um risco significativamente aumentado de

diabetes e doenças cardiovasculares. Em um estudo publicado no Journal of Cli-nical Endocrinology and Metabolism, os pesquisadores analisaram um grupo de 4.202 pessoas por um período de sete anos, com o objetivo de observar os maiores fatores de risco para o desen-volvimento de doenças cardiovasculares e diabetes.

Dra. Cláudia Pieper, presi-dente do Departamento de Transtornos Alimentares da

SBD, é a autora do livro “Diabuli-mia: uma combinação perigosa”. Depois do lançamento oficial du-rante o Diabetes 2013, em Floria-nópolis (SC), a médica e os co-au-tores também fizeram um happy hour no dia 5 de novembro, na Livraria da Travessa, no Rio de Ja-neiro (RJ), para apresentar o livro. De acordo com Dra. Cláudia, em menos de um mês e meio a edição de 500 exemplares se esgotou.

A especialista tem 15 anos de experiência clínica na área de transtornos alimentares. Ao longo desse tempo, Dra. Cláudia acom-panhou jovens diagnosticados com diabetes tipo 1 que, frequen-temente, desenvolvem diabulimia. “Também temos observado que os portadores de compulsão alimen-tar periódica (TCAP) acabam de-senvolvendo obesidade e diabetes mellitus tipo 2”, explica.

Para quem tem acesso ao Face-book, pode conferir mais detalhes sobre o livro na Fan Page: www.fa-cebook.com/diabulimia. n

Obesos Saudáveis e Risco de Diabetes

Diabulimia

Os pesquisadores monitoraram o ín-dice de massa corporal e saúde metabó-lica de cada participante. Ao longo do estudo, 9,3 % dos participantes tiveram diabetes e 3,4% desenvolveram doenças cardiovasculares.

De acordo com os autores do estudo, os resultados comprovam as recomen-dações do National Heart, Lung and Blood Institute: durante as consultas, os médicos devem gastar mais tempo com obesidade e seus tratamentos. n

Guia de Sobrevivência

Com o intuito de auxiliar profissionais de saúde e pa-cientes que estão em locais atingidos pelas chuvas nes-se fim de ano, a SBD reeditou um guia com diversas

orientações em relação a melhor forma de conservar a in-sulina e os cuidados com a higiene na hora da aplicação; cuidados com os pés; dieta ideal do diabético, mesmo em áreas e situações de emergência.

As recomendações estão no site da SBD que também pu-blicou um vídeo com o Dr. Walter Minicucci, novo presiden-te da SBD, com diversas explicações em relação à insulina. n

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Páginas Azuis

Muito ligada à vida acadêmica, a Dra. Marília Brito Gomes – que presidiu a SBD nos anos de 2008 e 2009 – desenvolveu

com a entidade ações de grande impor-tância como a criação da revista Diabe-tology & Metabolic Syndrome (http://www.dmsjournal.com/), a publicação oficial da SBD de artigos científicos. Além disso, fez importantes parcerias que resultaram em projetos como o Educando Educadores e um dos maio-res estudos de diabetes do país.

Atualmente, a médica ocupa o cargo de Chefe da Unidade Docente Assisten-cial de Diabetes do Hospital Universi-tário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (HUPE--UERJ), sendo responsável pelo recém--inaugurado Centro de Referência em Diabetes do Estado, que entrou em funcionamento no final de agosto de 2013, com investimentos da UERJ e da FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado do Rio de Janeiro), e presta serviços gratuitos à população.

Recentemente, foi homenageada como Benemérita do Estado, pela As-sembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), em reconhecimen-to aos seus esforços pela saúde do pa-ciente com diabetes.

A Dra. Marília já havia recebido, em 2010, a outorga de Cientista do Estado do Rio de Janeiro pela FAPERJ, por sua extensa trajetória e envolvimento com pesquisas acadêmico-científicas.

Em sua terceira reportagem das Pá-ginas Azuis, esta coluna traz uma entre-

Dra. Marília Brito Gomes

vista com a médica e cientista que sem-pre teve como foco central uma atenção digna e de qualidade ao paciente com diabetes.

Revista Diabetes: Como a endocrinologia e o diabetes entraram na sua vida?Dra. Marília: Sempre tive ideia de tra-balhar com endocrinologia, especifica-mente na área de diabetes. Quando me graduei em Medicina, pela UERJ, fui para a pós-graduação no IEDE (Institu-to Estadual de Diabetes e Endocrinolo-gia do Rio de Janeiro) trabalhar com o Professor Francisco Arduíno. Isso foi decisivo para a minha opção. Ali, escolhi trabalhar com o paciente diabético. Tive professores excelentes no IEDE, naque-le ano, inclusive o ex-presidente da SBD, o professor Arduíno.

Revista Diabetes: Que fato julga mais im-portante na sua gestão?Dra. Marília: Minha gestão foi marcada por algumas ações inovadoras. Sem-pre achei que a Sociedade tinha que ter um lado científico e acadêmico, e que já tinha maturidade para ter uma revista científica. Na época, lançamos a Diabetology & Metabolic Syndrome, que é hoje uma das melhores publica-ções científicas do país, abrindo um ca-nal para os pesquisadores brasileiros, na área de diabetes, terem a chance de publicar em uma revista com qualida-de e fator de impacto importante. Essa revista é o carro chefe da Sociedade, eu acho.

Na minha gestão também começou

o curso Educando Educadores, que foi uma proposta com o objetivo de repli-car a educação para lugares onde iden-tificássemos a necessidade de melho-rias no conhecimento dos profissionais na área de educação. Apesar de termos tido poucas edições no primeiro ano, depois ele se perpetuou e é um sucesso. Afinal, hoje, cinco anos após ter sido criado, o curso já chegou a quase 30 edições. A parceria com a ADJ Diabetes Brasil, uma entidade mais voltada para o paciente, foi muito importante para este passo.

O ponto alto da minha gestão foi re-direcionar a atenção para a área cienti-fica e para o amadurecimento da mes-ma. Ela já tinha recursos humanos de padrão muito alto para alavancar neste aspecto.

Revista Diabetes: Como foi o trabalho para o lançamento desta revista científica?Dra. Marília: Quando lancei a ideia da revista, tinha um compromisso que ela desse certo, mas, na época, as pessoas não achavam que valia a pena investir um trabalho original em uma revista que estava começando. Então, tivemos a ideia de transformar os Simpósios da SBD em artigos de revisão. As apresenta-ções foram todas descritas como artigos científicos e traduzidas para inglês, para que pudéssemos publicá-las nas primei-ras edições. Foi muito trabalhoso, mas deu certo. Isso fez com que tanto a re-vista quanto as revisões ganhassem mais visibilidade.

Recebo muitos emails de pessoas pe-

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“Eu sempre achei que

a Sociedade tinha que

ter um lado científico

e acadêmico, e que

já tinha maturidade

para ter uma revista

cientifica. Quando

assumi, a SBD já tinha

recursos humanos

de padrão muito alto

para alavancar neste

aspecto.”

dindo a inclusão de artigos na DM&S. Isso significa que é uma publicação com grande reconhecimento. E, até hoje, al-guns dos artigos que foram feitos a par-tir de simpósios da minha gestão são os mais lidos da revista, como o de Nefro-patia e o de Síndrome Metabólica em adolescentes.

Revista Diabetes: Parcerias renderam fru-tos na sua gestão e como o meio acadêmico viu a SBD?Dra. Marília: Na minha gestão, um fato muito importante neste contexto foi a parceria com a Fiocruz, que permitiu o desenvolvimento do primeiro trabalho cientifico, coordenado pela SBD, que é o Estudo Multicêntrico de Diabetes Tipo 1. Este estudo rende frutos até hoje, pois dele já foram publicados di-versos trabalhos, em várias revistas in-ternacionais, e sempre com a divulga-ção do nome da SBD, reforçando que a sociedade científica médica tem o seu lado acadêmico bem trabalhado.

Revista da SBD: Como o Estudo Multicên-trico foi realizado? Quantos profissionais e pacientes estão envolvidos?Dra. Marília: O Estudo Multicêntrico de Diabetes Tipo 1 pesquisa pacientes com

mais de 10 anos, cadastrados e tratados em 13 centros de diabetes, divididos nas cinco regiões do país. Acompanha atu-almente entre 1500 e 1800 pacientes e possui cerca de 30 professores envolvi-dos. Estão dentro do projeto, pesquisa-dores de diferentes níveis de formação, pois as pesquisas realizadas a partir dele servem tanto para bolsas de iniciação cientifica, como para alunos de mestra-do e doutorado.

Ele é realizado, desde 2008, com o apoio da SBD, da FAPERJ, do CNPq e da Fiocruz. É o maior estudo de diabe-tes tipo 1 já feito no Brasil. Alguns re-sultados foram apresentados em 2013 na conferência da ONU, realizada na China, em maio; no XIX Congresso da SBD, em Florianópolis, em outubro; no EASD 2013 (European Association for the Study of Diabetes), em Barcelona, também em outubro; e no Congresso da IDF (Internacional Diabetes Federa-tion), na Austrália, em dezembro.

Revista Diabetes: Como vê a evolução da SBD?Dra. Marília: Acho que a SBD está se-guindo uma linha de maturidade. Essa gestão do Dr. Balduíno foi muito dinâ-mica e empreendedora. n

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Atualidades

Dr. Augusto Pimazoni Netto Coordenador dos Grupos de Educação e Controle do Diabetes do Hospital do Rim e Hipertensão da Universidade Federal de São Paulo – [email protected]

A educação em saúde não se re-sume apenas à transmissão do conhecimento, o que é um re-quisito necessário, porém não

suficiente. O objetivo último das estra-tégias de promoção à saúde e de con-trole de doenças é a efetiva obtenção dos resultados clínicos desejados, sem o qual os esforços educacionais não se justificam.

O processo educacional inicia-se pela exposição ao conhecimento, através da promoção das estratégias educacionais. A etapa seguinte é o armazenamento dos conceitos pelos indivíduos. Mais im-portante ainda é a efetiva incorporação do conhecimento pela população alvo, um requisito fundamental para a etapa seguinte que é a implementação do co-nhecimento adquirido no dia-a-dia dos

Didática na Prática: Sem Ela Não Há Solução...

indivíduos. Passadas essas etapas iniciais, são necessárias estratégias específicas ne-cessárias à garantia da adesão desses in-divíduos às orientações de saúde, uma tarefa que exige o desenvolvimento de tá-ticas motivacionais simples e efetivas que garantam a plena e duradoura utilização prática do conhecimento adquirido. So-mente com a viabilização sequencial des-sas diferentes etapas é que os resultados clínicos desejado serão materializados. A figura 1 resume as etapas da Cascata do Conhecimento.

Conceitualmente, a didática pode ser definida como “a ciência e a arte de trans-formar o conhecimento importante no fato interessante”. Ou seja, transferir o co-nhecimento de forma simplificada, obje-tiva, e clara o suficiente para despertar o interesse e motivação dos indivíduos no

sentido da efetiva incorporação e imple-mentação do conhecimento adquirido.

Grandes cientistas não são necessa-riamente grandes didatas, da mesma forma que renomados acadêmicos do saber não conseguem transmitir os con-ceitos necessários para transformar o co-nhecimento importante no fato interes-sante. Muito pelo contrário: em geral, cientistas e acadêmicos puros, majorita-riamente, não apresentam o perfil ideal dos grandes didatas.

Na prática, há dois tipos de comuni-cadores nas atividades de educação em saúde: um deles dirige os conteúdos e mensagens de suas falas tendo como objetivo maior atingir seu público alvo; o outro está bem mais preocupado em mostrar profundo saber, sem maiores preocupações com a assimilação de con-ceitos pela população alvo.

Em resumo, a didática é o compo-nente mais primordial das estratégias de educação em saúde. Sem ela, perde--se a perspectiva de educação em saúde para a caracterização de simples cultu-ra em saúde, na melhor das hipóteses. Alguns pacientes com doenças crônicas apresentam bastante cultura (conheci-mento) sobre suas enfermidades, mas apresentam pouca educação em termos de utilizar adequadamente o conheci-mento obtido. Nossa principal tarefa á transformar indivíduos ignorantes ou simplesmente cultos em pessoas efeti-vamente educadas e implementadoras do conhecimento adquirido. nFigura 1 – As várias etapas da Cascata do Conhecimento

Exposição ao Conhecimento

Armazenamento

Incorporação

Implementação

ADESÃO ÀS ORIENTAÇÕES DE SAÚDE

RESULTADOS CLÍNICOS

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Compartilhando Experiências

Endocrinologistas e educadores físicos, com diabetes, abordam a relação da

atividade física com o tratamento da doença que vai além da teoria.

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Por Paula Camila Rodrigues

O s profissionais de saúde que li-dam com o tema diabetes são unânimes em afirmar o quanto a atividade física faz a diferença

no tratamento. Por isso, muitos deles se dedicam ao estudo e atualização, para saber qual a melhor forma de incluir os exercícios na rotina do paciente e obter bons resultados tanto no controle gli-cêmico, quanto na satisfação e no bem estar. Alguns desses profissionais sabem, na prática, como a atividade física é be-néfica: eles têm diabetes mellitus (tipo 1 ou 2) e dedicam boa parte do seu tempo à pratica de exercícios.

Durante o XIX Congresso da SBD, vários simpósios e discussões foram de-dicados a temas relacionados aos exer-cícios físicos. Alguns dos palestrantes com diabetes expuseram o conheci-mento científico e a experiência como paciente e atleta.

Atividade Física: na Teoria e na Prática

Com a Palavra, os MédicosNo simpósio “Controle Glicêmico e Se-gurança da Atividade Física no Diabetes Mellitus Tipo 1”, Dr. Michael Riddell, canadense, exibiu algoritmos de contro-le, reposição de carboidrato e monito-rização para pessoas com diabetes que se exercitam. Segundo o especialista, é preciso levar em conta fatores como: tipo de atividade, tempo de duração, intensidade, controle metabólico, es-quema e absorção de insulina, horário de alimentação, tipo de comida, estresse ou situações de competição.

De acordo com Dr. Riddell, o con-trole é desafiador para pacientes com diabetes tipo 1 e há algumas estratégias para evitar hipoglicemias, como ade-quação das doses de insulina em dias de treinos e ingestão adaptada de car-boidratos, ou seja, é preciso haver flexi-bilidade nos algoritmos. O especialista considera que os pacientes que utilizam bomba de infusão de insulina têm van-

tagem sobre os demais, por poderem fazer reduções temporárias na quanti-dade de insulina basal.

Ainda no mesmo simpósio, Dr. Ro-drigo Lamounier, de Belo Horizonte (MG), apresentou o projeto Volta Mo-nitorada (VM), que busca a inserção de pessoas com diabetes no ambiente esportivo, melhorando a qualidade de vida e diminuindo os preconceitos. Os atletas com diabetes participam da Vol-ta Monitorada, com acompanhamento profissional multidisciplinar. O projeto inclui não só as principais corridas de rua da capital mineira, mas também de outras pelo Brasil.

O médico apresentou dados coleta-dos dos participantes, entre eles, resul-tados de glicemia registrados através de monitoração contínua antes, durante e algumas horas após a corrida. Além dis-so, contou histórias de pacientes que se motivaram com o esporte e passaram a cuidar melhor da saúde. “Ao participa-

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13 rem dos treinos, as pessoas com diabe-tes sentem que são capazes de superar dificuldades”, explicou o Dr. Rodrigo.

Vivência em Educação FísicaAinda no Congresso da SBD, a mesa “Abordagem prática da atividade física no DM1: encontro com o atleta e o pro-fessor”, coordenada pelo Dr. Rodrigo Lamounier, contou com a participação do Dr. Michael Riddell, além dos profes-sores de Educação Física Emerson Bisan e Flávio “Doce” Aguiar.

Conforme explicou na palestra, Emerson prefere corridas de longa du-ração. Seu objetivo não é estar entre os primeiros colocados, mas sim, comple-tar as provas. “Trata-se de um exercício de superação pessoal, de superação de limites”, explicou.

Um ano após o diagnóstico, ele com-pletou sua primeira maratona em Ribei-rão Pires e não parou mais de partici-par de corridas. Quando fez 10 anos de diagnóstico, em 2005, ele correu as sete principais maratonas brasileiras. Além disso, participou de várias ultramarato-nas, individuais e de revezamento: 100 km de Cubatão, 24 horas Fuzileiros Na-vais Rio de Janeiro, 75 km Bertioga-Ma-resias e Brazil 135.

Sua estratégia é manter um excelente controle glicêmico na noite anterior à prova, além de medir a glicemia regular-mente enquanto corre e, se necessário, fazer uso de insulina ou ingerir carboi-dratos de ação rápida. Há pouco tem-po, Emerson começou a usar a bomba de infusão de insulina e disse que está se adaptando ao aparelho. Ele sempre se coloca à disposição para pesquisas e estudos na área de diabetes e esportes.

Flávio Aguiar, educador físico, tam-bém pratica diversas atividades físicas, como rapel em cachoeira, ciclismo, es-calada, mergulho e corridas de longa distância. Para Flávio, não existe ativida-de física ideal para a pessoa com diabe-tes. “É necessário achar o que seja diver-tido, traga bem estar e, de preferência, que possa ser praticado com amigos”, afirmou. Outro ponto destacado é que não se deve desistir da atividade física: nem todos os dias são perfeitos, algumas vezes pode surgir desânimo, mas o im-portante é não parar.

Ele desenvolveu uma técnica especial para medir glicemia enquanto corre e,

assim, evitar paradas e perdas de tempo na prova. A técnica foi apresentada em um vídeo, mostrando que até mesmo em corridas a 17 km/h é possível medir a glicemia, sem precisar diminuir a velo-cidade, nem pausar. O método consiste basicamente em correr com uma bolsa na cintura, que deixa os equipamentos a um bom alcance, e prender os equi-pamentos entre os dedos quando a gli-cemia precisar ser medida.

Além das atividades da programa-ção científica, houve o lançamento do livro “Diabetes Mellitus – Ferramentas Educativas: uma visão multidisciplinar para equipes de saúde”, de Esther Pin-to, educadora física. No livro, a técnica de Flávio Aguiar para fazer as medições de glicemia sem necessidade de parar a corrida está descrita por completo.

Compreendendo o Paciente com DiabetesMédico, atleta, pesquisador, professor e pessoa com diabetes tipo 1, este é o Dr. Michael Riddell. Em uma de suas palestras, no Diabetes 2013, o especia-lista falou sobre desafios no controle de diabetes tipo 1 em jovens praticantes de esportes. Em entrevista, ele menciona sobre como os profissionais de saúde podem apoiar e convencer os pacientes com diabetes em relação aos benefícios de se exercitar.

Revista da SBD: O que os médicos devem fazer quando se trata de um paciente jovem cuja família se coloca contra a atividade físi-ca, por causa do medo de hipoglicemia? Como convencer os pais?Dr. Michael Riddell: Acredito que uma boa sugestão é sugerir a participação em um acampamento direcionado a jovens com diabetes. Ao encontrar com pesso-as na mesma situação e realizar as ati-vidades, todos percebem que a pessoa com diabetes pode fazê-las. Assim, ga-

nham confiança. Minha opinião é que, quando os pais veem o filho ter suces-so no acampamento, ficam muito mais confortáveis quando a criança está de volta à escola e vai praticar outros es-portes.

Revista da SBD: E quanto à socialização des-sas crianças? Alguns pais relatam que pode haver rejeição da criança pelos amigos, que temem que o jovem com diabetes possa atrapa-lhar o time, por conta da hipoglicemia duran-te uma partida, por exemplo. Como motivar o praticante de esporte a não desistir?Dr. Michael Riddell: Infelizmente, ainda há muito preconceito contra o diabetes. Por exemplo, um treinador pode que-rer não incluir uma criança com diabe-tes, porque tem medo que possa haver algum problema. Minha opinião é que se deve fornecer material informativo e orientação para a escola, para os treina-dores e para os professores.

Há estratégias simples para ajudar o pequeno atleta, como lanches com alto teor de carboidratos, ou açúcar, caso seja necessário. Se a escola não ti-ver informação, é preciso conversar e educar. Muitas vezes o médico precisa alertar os pais para que a criança co-nheça outras na mesma situação, para ter confiança e saber que não é “uma doente” e pode conseguir alcançar o que deseja.

Isso dá bastante trabalho e todos precisam ajudar. Os professores devem colaborar com os pais, bem como mé-dicos, enfermeiros, etc. Todos devem incentivar a criança a praticar atividade física.

Revista da SBD: E em relação ao tipo de ati-vidade, o que é o ideal? Exercícios aeróbicos ou anaeróbicos, ou ainda, a combinação de ambos?Dr. Michael Riddell: Os exercícios têm diferentes benefícios para a saúde. Em geral, é bom que se faça os dois tipos, por uma série de motivos. Um estudo publi-cado por nossa equipe demonstrou que fazer um exercício anaeróbico antes do aeróbico, como um aquecimento, ajuda a reduzir o risco de hipoglicemia.

Revista da SBD: E sobre o controle de peso? Muitos jovens com diabetes tipo 1 se abor-recem com o uso de insulina, por conta do ganho de peso. Como equilibrar o consumo de carboidratos, atividade física e doses de

Lat quodicipid molo es

eum resecea sequatem

faces endanti oreicate

di temquo volupta

dolorem et fugia et

verum eos eum ipicimus

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Pessoas com Diabetes, atletas e Profissionais de SaúdeConheça um pouco sobre médicos e educadores físicos, com diabetes, que são referência no assunto.

Jane Dullius Educadora Física Brasília – DF

Doutora em Ciências da Saúde, Mestre e Es-pecialista em Educação,

tem diabetes tipo 1 e realiza pesquisas sobre diabetes e atividade física. É cria-dora e coordenadora do projeto Doce Desafio, que promove aulas com ativi-dades físicas supervisionadas, além de educação em diabetes em todas as áreas.

Dr. Rodrigo LamounierEndocrinologistaBelo Horizonte – MG

É Doutor em Endo-crinologia pela Facul-

dade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP); Professor Visitante da Faculdade de Medicina da Uni-versidade da Pensilvânia, Filadélfia, Estados Unidos; Diretor Clínico do Centro de Diabetes de Belo Horizon-te. Tem diabetes tipo 2 e é praticante de corrida. Criou e coordena o proje-to Volta Monitorada, que consiste em montar tendas ao longo das provas de corrida para prestar auxílio gratuito aos atletas com diabetes.

Dr. Michael Riddell EndocrinologistaCanadá

Tem diabetes tipo 1 desde os 14 anos e é

considerado um dos maiores pesqui-sadores do mundo sobre diabetes e atividades físicas, tendo vários traba-lhos e livros publicados. É professor associado e diretor de programa de graduação da School of Kinesiology & Health Science, Faculty of Health, York University, Toronto, Canadá; e professor adjunto do Sick Children’s’ Hospital, Research Institute, Physio-logy & Experimental Medicine.

Esther PintoEducadora FísicaRio de Janeiro – RJ

Tem diabetes tipo 1 e é criadora e coorde-nadora do programa

Diabest, programa de promoção de saúde e prevenção de doenças. O projeto é baseado no MYD (Maste-ring Your Diabetes), do Diabetes Re-search Institute, e dirige uma equipe multidisciplinar para prestar apoio ao paciente com diabetes. No con-gresso, lançou o livro “Diabetes Melli-tus – Ferramentas Educativas: uma vi-são multidisciplinar para equipes de saúde”.

Dr. Edson PerrottiEndocrinologistaMaceió – AL

Delegado da SBD Regio-nal Alagoas, possui títu-lo de mestre do Progra-

ma de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Alagoas (PPG-NUT - UFAL). Tem diabetes tipo 1, pra-tica corrida e é criador e coordenador do projeto Corrida contra o Diabetes.

Flávio “Doce” AguiarEducador FísicoRio de Janeiro – RJ

Tem diabetes tipo 1, des-de 1988, e é professor

de Educação Física, com especialização em Biomecânica. Desenvolve trabalhos como treinador de corrida na Equipe Filhos do Vento, guia de montanhismo e instrutor de mergulho autônomo.

Emerson BisanEducador FísicoSão Paulo – SP

Formado em Educa-ção Física, tem espe-cialização em Treina-

mento Desportivo de alto nível na Academia Estatal de Cultura Física de Moscou - Rússia. Tem diabetes tipo 1, diagnosticado em 1995, e é Edu-cador em Diabetes pela ADJ-Projeto Educando Educadores, além de cor-rer ultramaratonas com frequência.

insulina?Dr. Michael Riddell: É um enorme desa-fio. Muitas vezes, o uso de insulina pode trazer o ganho de peso como efeito cola-teral. O ideal é que esse jovem pratique atividade física todos os dias, variando de 30 a 45 minutos. Assim, o médico pode alterar as doses de insulina e, em muitas vezes, a redução varia entre 30 a

40%. Exercitar-se todos os dias facilita saber o quanto do hormônio será ne-cessário e quanto de carboidrato é ne-cessário ingerir. Com isso, são grandes as chances de se conseguir a perda de peso desejada pelo paciente.

Revista da SBD: Você tem diabetes tipo 1 des-de jovem. Para os pacientes, qual o impacto

de haver atletas amadores e profissionais, bem como profissionais de saúde lidando com o controle do diabetes?Dr. Michael Riddell: É importante que surjam bons exemplos. Os pacientes acabam se identificando com eles, pois esses modelos compreendem e vivem o dia a dia de uma pessoa com diabetes. É como fazer parte de um clube. n

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Balanço

O Dr. Balduíno Tschiedel deixa o cargo de presidente da SBD e faz um balanço de suas principais

atividades nestes dois anos de traba-lho. Entre os pontos destacados, uma agenda de reuniões por diversos estados brasileiros, onde procurou aproximar a Sociedade dos gestores municipais e estaduais.

Metas, Sonhos e Planejamento – “Felizes os que podem olhar para trás e dizer ‘eu ajudei a construir’”. Foi com essa frase que o Dr. Balduíno iniciou seu discurso de posse em 2012, em São Paulo, em uma cerimônia que reuniu representan-tes de sociedades-irmãs, amigos, parcei-ros e os novos nomes que assumiriam a entidade.

Foram várias reuniões ao longo do dia, antes da cerimônia de posse, tra-çando as estratégias e apresentando suas propostas. Além disso, o endocrinolo-gista procurou passar o seu estilo de ges-tão, usado em outras iniciativas, para os novos presidentes de Regionais, Depar-tamentos e Delegados estaduais. A SBD continuaria seguindo a linha da profis-sionalização. “Delegar é minha forma de trabalhar porque ou você confia ou não confia nas pessoas”, explicou o Dr. Balduíno.

A participação do endocrinologista na SBD começou bem antes de assu-mir à presidência. Como ele descreve, conviveu e buscou inspiração em no-mes como Procópio do Valle, Francisco Arduíno, Emílio Mattar e outros funda-dores e ex-presidentes. Em dois anos, graças a um ótimo relacionamento com

Balduíno Tschiedel:Retrospectiva 2012/2013

uma tarefa fácil, surgiram dificuldades em agendar com os gestores em algu-mas cidades, mas a maioria, principal-mente no primeiro ano, foi feita com muita regularidade.

Publicações, Ações Online e Campanhas – As Diretrizes da SBD passaram a ser reeditadas anualmente. Para o Dr. Bal-duíno, o profissional de saúde precisa ter a certeza que está em dia com as condutas de tratamento. “Por isso, op-tamos por atualizar as Diretrizes, nos mesmos moldes da American Diabetes Association, mesmo que não tenham passado por grandes alterações. Dessa forma, o profissional sempre saberá que está tendo em mãos um documen-to atual.”

Ainda na área de publicações, foi fei-to o lançamento do livro Diabulimia, durante o XIX Congresso da SBD, ten-do como editora Dra. Claudia Pieper.

No Dia Mundial do Diabetes contou com a energia do Dr. Marcio Krakauer na organização de atividades, que ga-nharam espaço em todo o país na mídia, junto aos influenciadores digitais nas redes sociais e com parceiros da SBD. Mobilizou o Pão de Açúcar, clubes de futebol e trouxe outras entidades para trabalharem na campanha.

Na Revista Diabetes, manteve o Dr. Leão Zagury como editor-chefe, e apoiou a ideia da criação de uma versão digital da publicação, que passou a ter vídeos – através da criação de um canal no Youtube - e áudios incluídos, que am-pliaram o alcance da publicação.

Nomeou o Dr. Laerte Damaceno, que

outras entidades, como a SBEM, ADJ, ALAD e FENAD, criou um excelente ambiente de troca de informações. Suas colocações eram sempre diretas e since-ras, sem intermediários.

Carro-Chefe da Gestão – Entre os proje-tos iniciais que estavam traçados, o SBD Vai ao Gestor foi um dos principais. O objetivo proposto era de tornar a SBD ainda mais visível para a sociedade civil e aproximá-la dos representantes polí-ticos do país. O Dr. Balduíno explicou que mensurar os resultados junto aos Secretários Municipais e Estaduais é muito difícil, mas o espaço obtido na mídia, de forma gratuita e espontânea, foi nítido. O trabalho foi bem planeja-do, com a ida da assessora de imprensa, Beth Camarão, com antecedência para um contato com os jornalistas locais. De acordo com os relatórios, publicados tanto no site da SBD quanto na Revista Diabetes, o alcance foi ótimo, com vá-rias participações nos programas “Bom Dia” da TV Globo, fazendo com que o nome da SBD chegasse até à população.

Foram, ao todo, 13 viagens, de mar-ço de 2012 a novembro de 2013: Forta-leza (março de 2013), Salvador (maio de 2012), Goiânia (maio de 2012), Brasília (junho de 2012), Belém (agos-to de 2012), Recife (agosto de 2012), Florianópolis (setembro de 2012), Ma-ceió (outubro de 2012), Belo Horizon-te (janeiro de 2013), Boa Vista (março de 2013), João Pessoa (junho de 2013), Porto Velho (outubro de 2013) e Ma-naus (novembro de 2013).

O Dr. Balduíno explicou que não foi

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iniciou o projeto da SBD Online em 1997, como editor responsável pelo site. Com o alcance da internet, ganhando espaço a cada dia, a carga de trabalho foi pesada e só aumentou no período. Foram mais de 6 milhões de views. Nas redes sociais fez um trabalho diferencia-do, a partir de junho de 2012, na Fan Page da SBD.

A Campanha Mude seus Valores, co-ordenada pelo Dr. Luiz Turatti, também se tornou um ponto forte da gestão. “Foi uma ideia brilhante que conseguiu cha-mar a atenção da mídia sem nenhum ônus para a Sociedade. Provocando fa-tos conseguimos a atenção da imprensa e do público”, comentou. “O planeja-mento incluiu todos os tipos de veículos, além de divulgação em aeroportos, co-letivas de imprensa, metrô e busdoor”, explicou.

Educação e Atualização – Os Simpósios de Atualização continuaram fazendo parte das estratégias em 2012 e 2013. Em média, as atividades receberam en-tre 100 a 120 participantes nas quatro edições: Diabetes Tipo 1 e Patologias As-sociadas, em Fortaleza, junho de 2013; Atualização em Doença Cardiovascular, em São Paulo, maio de 2013; Avanços Terapêuticos no Diabetes Tipo 2, em Salvador, março de 2013; Cirurgia Me-tabólica, em São Paulo, maio de 2012; e Diabetes na Gestação, em Porto Alegre, abril de 2012. O conteúdo dos simpósios foi disponibilizado no site da SBD e com acesso livre. Estava prevista a realização de mais uma atividade ainda em 2013, mas a proposta não se concretizou.

Na área de atualização científica, uma conquista importantíssima da Revista Científica da SBD – Diabetology & Meta-bolic Sydrome (D&MS Journal), criada na gestão da Dra. Marília Brito Gomes e tendo como editor, além da médica, o Dr. Daniel Gianella. A revista recebeu 1.92 como fator de impacto e é o maior índice no Brasil em qualquer especialidade.

O Educando Educadores, uma parce-ria entre a SBD, IDF e a ADJ Brasil, para formação de profissionais qualificados, realizou oito eventos (Juiz de Fora, Sal-vador, Florianópolis e cinco e edições em São Paulo) com a presença de 411 participantes. A coordenação foi feita pelas doutoras Denise Franco, Graça Câ-mara e Claudia Pieper, definidas pelo Dr. Balduíno como “incansáveis bata-

lhadoras”. “No que dependia de mim, sabem que tiveram um parceiro neste projeto tão bonito e difícil de ser reali-zado”, comentou.

“Não poderia deixar de falar sobre o sucesso do Diabetes 2013, o nosso con-gresso, com mais de 3 mil participantes e organizado pela equipe do Luiz An-tonio. Só recebi elogios que foram to-dos repassados. Tinha certeza absoluta do sucesso. Sempre confiei no trabalho

deles”, elogiou o Dr. Balduíno ao falar do Congresso da SBD, em Florianópolis.

Parcerias Internacionais – No projeto Educando Educadores foi feita uma par-ceria com a World Diabetes Foundation, com três anos de duração, que entrará na gestão do Dr. Walter Minicucci (pre-sidente 2014/2015), com a primeira edição prevista para ser realizada em Boa Vista (Roraima).

Outra parceria internacional foi de-senvolvida com o Steno Diabetes Cen-ter, para o projeto Diabetes Education Project Brazil, com o objetivo de realizar um curso de educação, voltado a médi-cos e profissionais de saúde (duração de três anos), com a primeira edição em São Paulo, em 2013.

Apoiamos a realização do ATTDLA, no Brasil, presidido pelo Dr. Minicucci. “Nossa preocupação inicial era em rela-ção a direcionamento de verbas, porém isso não aconteceu”. Ele acredita que a força do evento trouxe reflexos interna-cionais positivos.

Fechado durante a gestão para ser re-alizado em 2014, o Fórum Internacio-nal em Foz do Iguaçu, em abril de 2014, também foi uma conquista. O evento é uma parceria com IDF, ADJ Brasil, FE-NAD e ALAD.

Em Dubai, integrou a organização do International Cardiology Symposium and Diabetes Forum, um evento em par-ceria com diversas entidades, tendo cer-ca de oito presidentes de entidades médi-cas presentes. Foi mais um item para dar visibilidade internacional à SBD.

Financeiro – A SBD manteve uma estabi-lidade nas contas, mantendo o investi-mento nos projetos educativos e de atu-alização científica. Dentro da filosofia da gestão, e por ser uma entidade sem fins lucrativos, as verbas obtidas foram rever-tidas para ações dentro da entidade.

Alguns investimentos tiveram retor-no até acima do que havia se previsto, como o caso da Mude seus Valores, as-sim como resultados positivos no con-gresso e demais atividades científicas.

Mensagem – “Tenho a consciência do meu dever cumprido. Foi uma dedicação inte-gral à SBD nesses dois anos e estarei sem-pre à disposição para tudo o que a Socie-dade precisar. Boa sorte ao Minicucci e conte comigo”, Balduíno Tschiedel. n

1 - Lançamento das Diretrizes no Congresso

da SBD; 2 - Dr. Luiz Antonio Araújo, Dra. Amely

Balthazar e Dr. Balduíno Tschiedel, organização

do Diabetes 2013; 3 - Dr. Balduíno Tschiedel

e Dr. Luiz Turatti na coletiva de imprensa da

campanha Mude seus Valores; 4 - Dr. Balduíno

Tschiedel em uma das visitas do projeto SBD

Vai ao Gestor

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Projetos

Em 2014 a SBD passa a ter uma nova diretoria. Na presidência, o Dr. Walter Minicucci, eleito no XVIII Congresso, realizado em

Brasília, em 2011, que fala sobre seus planos de trabalho para o próximo bi-ênio.

Foram três anos de preparação para assumir o cargo, a partir da eleição, acompanhando tudo de perto na fun-ção – criada na última gestão – como Assessor da Presidência.

O Dr. Minicucci já vem integrando as diretorias da SBD há algum tempo e acompanhando projetos e iniciativas da entidade. Foi o primeiro editor da Revis-ta Diabetes, ficou a frente do site da SBD e depois integrando a comissão editorial e fez parte de diversas diretorias. Sem-pre presente e com intensa participação nas decisões.

Estilo Democrático e TecnológicoO novo presidente tem uma grande fa-miliaridade com novas tecnologias no tratamento do diabetes, ao mesmo tem-po em que lida com relações humanas de uma forma diferenciada. Em geral, o coração e a razão, volta em meia, travam uma batalha na hora das decisões. Por ter essa visão democrática está sempre aberto a ouvir as mais variadas opiniões. Além disso, se os argumentos são bons, o especialista não tem nenhum proble-ma em voltar atrás e acatar as novas su-gestões.

Em uma conversa com o editor da Re-

2014-2015: Uma Gestão Participativa

vista Diabetes, Dr. Leão Zagury – veja o vídeo da entrevista na edição digital dentro do site da SBD – ele disse que sua forma de gerir tem como pedra angular “coletar opiniões e delegar funções”.

Ele também adota um estilo que não considera muito comum hoje em dia. “Gosto da ‘meritrocracia’. Acho funda-mental dar mérito a quem realiza e ba-talha para alcançar seus objetivos. Isso está no meu DNA e quero incentivar muito essa forma de trabalhar entre os integrantes da minha gestão. Em nosso

país, muitas vezes quem faz não leva a glória nem o reconhecimento ”, expli-cou o Dr. Minicucci.

Metas e ProjetosSegundo o Dr. Minicucci, o biênio que se inicia seguirá os caminhos das dire-torias anteriores, dando continuidade aos projetos que foram desenvolvidos. “Além disso, quero investir no ‘novo’, pois ele traz frescor para uma nova equi-pe. Mas manter projetos é essencial para o fortalecimento da SBD”.

Presidente:

Dr. Walter José Minicucci (SP)

Nova Diretoria: Biênio – 2014-2015

Vice-Presidente:

Dra. Hermelinda Cordeiro Pedrosa (DF)

Vice-Presidente:

Dr. Luiz Alberto Andreotti Turatti (SP),

Vice-Presidente:

Dr. Marcos Cauduro Troian (RS)

Vice-Presidente:

Dra. Rosane Kupfer (RJ)

Vice-Presidente:

Dr. Ruy Lyra da Silva Filho (PE

1º Secretário:

Dr. Domingos Augusto Malerbi (SP)

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2014-2015: Uma Gestão ParticipativaEntre as novas propostas está o uso de

mais tecnologia para a área de educação e na comunicação entre os vários seto-res da SBD; organização de corridas de rua regulares e outras atividades físicas pelo país; ampliação das ações pelo Dia Mundial do Diabetes, que já vem sendo realizada pelo Dr. Márcio Krakauer; en-tre outras.

“Estarei apoiando fortemente os De-partamentos e Regionais, utilizando a comunicação impressa e digital para reforçar os contatos”, explicou o novo presidente.

Estar próximo de organizações de pacientes também está entre as metas de trabalho, incentivando e apoiando as ações mais significativas e que tragam grandes melhorias a qualidade de vida do paciente diabético.

Resgatando algumas questões que fi-caram paradas, o Dr. Minicucci preten-de retomar um projeto, que começou em 2006, sobre o manejo do lixo, ge-rado pelo tratamento do diabetes. “O cuidado com o meio ambiente é uma obrigação social da SBD. Para onde vai o material? Onde os pacientes descartam as agulhas, seringas e tiras? Já estamos conversando com a indústria farmacêu-tica, que tem grande interesse nesse processo”, explicou o Dr. Minicucci.

Na área de educação, pretende in-centivar os projetos de educação à dis-tância, utilizando as novas ferramentas de educação em massa. “Ainda não te-mos a estratégia definida de como será

realizada, mas estamos estudando as possibilidades”.

O ebook da SBD – uma ação que co-meçou com o Dr. Marcos Tambascia – receberá incentivo e volta ao primeiro editor. A publicação é um manual ele-trônico e deve ficar pronto em agosto. “Chamaria de versão 2.0, já que é uma mídia eletrônica. Queremos que seja mais interativa, com um foco prático do tratamento”. A intenção é colocar à disposição das faculdades de medicina, enfermagem, farmácia etc e com acesso livre, já que seria de uso dos estudantes que precisam aprender a lidar com o tra-tamento.

Na área universitária, o diabetologis-ta pretende apoiar a formação de Liga de Diabetes na realização de atividades científicas. Segundo o novo presidente, vários eventos estão sendo realizados. “Pensando mais adiante, já que sonhar é a melhor opção, por que não criar uma liga multiprofissional?”.

Dentro da SBD, o Dr. Minicucci quer incentivar um relacionamento maior en-tre os vários segmentos com algumas no-vidades. Entre eles, está a criação de um Comitê Editorial onde estariam os edi-tores da Revista Diabetes, Site da SBD, assessoria de imprensa, mídias eletrôni-cas e outras publicações não científicas. A Comissão daria um tom unificado aos meios de comunicação, mantendo as ca-racterísticas de cada uma.

Também fazem parte dos planos os seguintes itens:

• Divulgação do conhecimento cientí-fico;

• Fortalecimento da marca do diabe-tologista, aproveitando a Campanha Mude Seus Valores;

• Educação dos profissionais de saúde de atendimento primário, já que não existem diabetologistas suficientes para o atendimento de toda a popu-lação de pacientes diabéticos;

• Projeto de acesso a análogos de ação rápida em crianças;

• Validação de glicosímetros;• Atenção às questões ligadas à Farma-

coeconomia;• Apoio e incentivo ao projeto Oftal-

mologista amigo do diabético, da UADERJ e da Dra. Solange Travassos;

• Avaliação para votação à distância para questões administrativas da SBD;

• Criação de novas Regionais;• Criação do Projeto Catástrofe, para

agir rapidamente em regiões que pas-saram por desastres naturais; “Colocar uma pitada de loucura e de

ousadia faz parte do meu jeito de ser. E se conseguirmos concretizar todos os nossos sonhos é por causa dos nossos colaboradores. As coisas só acontecem se você empolga as pessoas com suas ideias. Sei que são centenas de deman-das e se a SBD depender só de mim, não conseguiria fazer nada. Preciso de todos. Mas só a possibilidade de fazer te dá uma alegria difícil de mensurar. Dinheiro... prestígio..., nada disso tem importância” – Walter Minicucci. n

1º Secretário:

Dr. Domingos Augusto Malerbi (SP)

2º Secretário:

Dr. Luis Antonio de Araujo (SC)

1º Tesoureiro:

Dr. Antonio Carlos Lerário (SP)

2º Tesoureiro:

Dr. Edson Perrotti dos Santos (AL)

Conselho Fiscal:

Dr. Antonio Carlos Pires (SP)

Conselho Fiscal:

Dr. Levimar Rocha Araújo (MG)

Conselho Fiscal:

Dra. Denise Reis Franco (SP)

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Online e Impressa

Revista Diabetes: versão Digital e Novos Planos

Outra boa opção na versão digital é que todos os links – inclusive os dos eventos da Agenda – podem ser acessa-dos com um clique. Tudo para facilitar a leitura.

O formato digital possibilitou, tam-bém, o envio da revista para órgãos in-ternacionais, como a IDF (Internatio-nal Diabetes Federation) com muita facilidade. O aviso aos associados que a publicação está online é feita através de boletins eletrônicos do site da SBD. Isso agilizou a chegada de cada edição, sem se preocupar com prazos do envio do correio. Entretanto, a SBD entende que a revista impressa ainda faz parte da rotina de um grande número de lei-tores, por isso ela segue para todos os associados.

Entre as novidades para 2014 está a entrada da Revista nas redes sociais de forma mais significativa. O editor-chefe acredita que é preciso estar presente nessas mídias de massa. Além do You-tube, será criada uma fanpage no Face-book, para compartilhar os bastidores e

andamento das reportagens, com curio-sidades e particularidades interessantes. Também será um canal importante para receber sugestões de reportagens dos mais variados públicos.

O Dr. Walter Minicucci, que foi o pri-meiro editor da Revista, durante a ges-tão do Dr. Marcos Tambascia, está par-ticipando de perto as mudanças. Ele foi entrevistado pelo Dr. Leão Zagury, atual editor e que continuará a frente da pu-blicação. No vídeo da entrevista (na pá-gina 16 e 17), ele fala dos seus projetos para 2014 e 2015 e abre seu coração em uma conversa informal e muito gostosa de assistir, gravada durante o Congresso da SBD.

A equipe da Revista espera poder contar com a colaboração de todos os novos membros da diretoria, presiden-tes de Regionais e Departamentos parti-cipando mais ativamente com sugestões, envio de projetos e ideias que possam ser compartilhadas com todos. O espaço da Revista é da SBD, feita para vocês e por vocês, leitores. n

Hora da equipe da Revista Diabe-tes avaliar os trabalhos realiza-dos nos últimos dois anos e tra-çar os planos de trabalho para o

próximo biênio. A linha editorial foi mantida, onde as

reportagens mesclam temas científicos, abordados de uma forma diferente das publicações mais técnicas, e histórias com o dia a dia dos profissionais que fazem parte da SBD. A opção adotada vai de encontro a uma série de questões discutidas pela equipe e pela diretoria da SBD. Dessa forma, não há conflito de informações entre as publicações cientí-ficas, como a DMS Journal e os Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Meta-bologia, nem com o site da SBD. A pro-posta central é que os vários setores da comunicação sejam complementares.

Outro cuidado na linha editorial é manter os associados informados sobre outras entidades e acompanhar os de-bates nos congressos nacionais e inter-nacionais, trazendo novidades na área do tratamento e educação em diabetes.

Além da distribuição aos associados, a Revista tem assinaturas individuais e em 2012 passou a ter uma versão digital, que é acessada através do site da SBD, e pode ser lida pelo público em geral. A versão online é aberta e foi uma das grandes novidades da última gestão, que teve o apoio do presidente da SBD, Dr. Balduíno Tschiedel.

Para quem não acessou, vale a pena conferir, pois contém vídeos que po-dem ser assistidos sem sair da publica-ção. Uma “janela” com o vídeo é aberta dentro da página onde está a reporta-gem e é possível ver detalhes que não estão na versão impressa. Para que essa opção fosse realizada, foi criado um ca-nal no Youtube – www.youtube.com/re-vistadiabetes - que atualmente possui 20 vídeos, com os mais variados assuntos e reportagens.

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Depois de passar por problemas de continuidade, os projetos ligados ao Pé Diabético foram retomados. Uma série de ati-

vidades pelo país e em outros países aconteceram no último ano, fazendo com que diversas iniciativas já estejam planejadas para 2014.

A Dra. Hermelinda Pedrosa, presi-dente do Departamento de Pé Diabé-tico da SBD, faz um balanço detalhado sobre as ações do Departamento e do Programa de Pé Diabético para a Re-gião SACA-IDF (South America e Cen-tral America - International Diabetes Federation) e comemora o resgate do Projeto Salvando o Pé Diabético que foi, inclusive, modelo em diversos países.

Implementação do Programa Passo a PassoO Programa Step by Step (SbS), ou Pas-so a Passo, representa o resgate do Pro-jeto Salvando o Pé Diabético, iniciado em 1992, em Brasília, o qual se estendeu a vários estados brasileiros entre 1994 a 2002, até sofrer solução de continui-dade.

O Ministério da Saúde não apoiou a continuidade dos treinamentos dos pro-fissionais de saúde cuja tarefa era a de implantar ambulatórios de pé diabético (APD) em seus estados, após a capacita-ção de três dias no Distrito Federal. Até 2004, contabilizavam-se 60 APD no país.

A discussão da implantação do SbS foi iniciada no Congresso da IDF em Dubai, entre os doutores Karel Baker (Holanda), Kristien Van ACker (Bélgi-ca) e Hermelinda Pedrosa, a partir da realização do Curso Train the Foot Trai-ners (TtFT – Treinando os Treinadores em Pé Diabético).

O TtFT, que teve cobertura da Revista Diabetes, foi o primeiro curso do gêne-ro com o objetivo de reunir os princi-pais líderes da área de Pé Diabético da região SACA-IDF para capacitá-los na condução de dois cursos em seus países, posteriormente: o Básico e Avançado, entre 2013 e 2014. O programa SbS tem a duração mínima de dois anos e inclui

a coleta de dados para avaliar o impacto da intervenção pós-capacitação de pro-fissionais de saúde na redução de úlce-ras e amputação.

O TtFT foi realizado em Brasília, en-tre os dias 6 e 9 de dezembro de 2012, no Hotel Brasília Palace. O colegiado internacional e da IDF-SACA foi com-posto por: Hermelinda Pedrosa (Bra-sil), Z. Abbas (Tanzania), Yamile Jubiz (Colombia), Stephan Morbach (Ale-manha), Kristien Van Acher (Bélgica), Daniel Braver (Argentina), Vilma Ur-bancic (Eslovenia), Nalini Campilo (Do-minicana), Neil Baker (Reino Unido) e Geísa Macedo (Brasil).

O Curso foi uma parceria do Interna-tional Working Group on the Diabetic Foot (IWGDF), que é uma seção oficial da IDF, com a SBD e SBD-DF, e contou com o apoio da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP-DF). A coordenação foi das Dras Kristien Van Acker (Bélgica) e Hermelinda Pedrosa (Brasil), que foi indicada como Project Leader na Região IDF SACA. Todos os países da América do Sul, exceto a Venezuela, enviaram dois delegados, além de Cuba, Domi-nicana, México e Panamá. O Brasil en-viou 20 delegados e sete observadores (AP, BA, DF, GO, MG, PE, PB, PR, RJ, RS, SC, SP). Empresas e outras institui-ções enviaram oito observadores. Várias atividades foram conduzidas, com desta-que para as práticas motivadoras.

Ao final do Curso, os grupos repre-sentados pelo SACA Brasil e SACA Es-panhol, divididos para facilitar a comu-nicação, apresentaram resoluções. O BrasPEDI, Grupo Brasileiro de Pé Dia-bético vinculado ao Departamento de Pé Diabético da SBD, criado durante o Curso, enfatizou a necessidade de se im-plantar uma política de prevenção e tra-tamento adequado aos pacientes com problemas nos pés, ligado ao Ministério da Saúde.

As principais resoluções do TtFT Course foram: • Conscientizar e alertar sobre o im-

pacto do Pé Diabetico na Região IDF SACA;

• Apoio efetivo do governo e das socie-dades científicas relacionadas;

• Estabelecer uma política nacional para garantir as ações e a sustentabili-dade e continuidade;

• Realizar os Cursos Básico e Avançado; • Implementar - “Practical Guidelines

do IWGDF”;• Formar equipes básicas em hospitais

e criar uma rede interligada, segun-do modelos mínimo, intermediário e máximo;

• Coletar dados e avaliar a interven-ção pós-cursos: redução de úlceras e amputações. O BrasPEDI enviou um documento à

SBD e o presidente da SBD, Dr. Balduí-no Tschiedel, encaminhou à Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério da Saúde, em 17 de dezembro. A resposta foi dada março de 2014, acenando com a realização de ações com base na Por-taria 252/2014.

Ao final do Curso, todos os delegados assumiram o compromisso de realizar o Curso Básico até o primeiro trimestre de 2014 e em seguida, o Curso Avançado.

Atividades em 2013No Brasil, o primeiro Curso foi realiza-do em agosto, em Joinville, coordenado pela Dra. Julia Appel e apoio do Dr. Luiz Antonio Araújo (SC). Em outubro, foi a vez do Distrito Federal, coordenado pela Dra. Helena Madeira e Enfa. Lei-la Sousa, com vínculos com a FEPECS (Fundação de Ensino e Pesquisa em Ci-ências da Saúde, Curso de Medicina e de Enfermagem da SES-DF).

Em novembro, foi realizado em Belo Horizonte (MG), coordenado pela Dra. Maria Regina Calsolari, e o mês finali-zou com o da Paraíba, tendo à frente a Dra. Marta Nóbrega, em Campina Grande.

Foram, ao todo, 193 profissionais trei-nados para rastrear e realizar os cuida-dos básicos dos pacientes. Em Fortaleza,

Passo a Passo

O Resgate do Programa Salvando Pé Diabético no Brasil

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o Curso envolveu apenas enfermeiros e será reestruturado. Já estão sendo pro-gramados outros Cursos Básicos, para o primeiro semestre de 2014.

Software – DIAFIO software para coleta dos dados do Programa Passo a Passo está sendo fi-nalizado em Paris, para uso na SACA--IDF. As facilitadoras no Brasil, doutoras Geísa Macedo (PE), Fernanda Tavares (DF) e Julia Appel (SC) e as enfermei-ras Monica Gamba e Soraia Rizzo (SP) participaram da avaliação da coleta de dados -piloto, em novembro.

O total de profissionais treinados no Brasil é de 193 (sem os dados da Paraíba) e nos países latinos onde o Cur-so Básico foi realizado (Cuba, Domini-cana, México, Panamá, Bolívia, Colom-bia, Peru e Argentina) foram 629. Não há dados ainda de Porto Rico, Chile, Equador, Paraguai e Uruguai.

Congresso da SBDVárias atividades foram realizadas pro-gramadas pelo Departamento de Pé Diabético, a pedido dos presidentes Dr. Luiz Antonio Araújo e Dra. Amely Bal-thazar. Os convidados internacionais fo-ram os doutores Solomon Tesfaye (Rei-no Unido) e Rodica Pop-Busui (Estados Unidos). O programa contou com as se-guintes atividades:

• Simpósio: Disfunção Autonômica no Diabetes• O estado da arte no diagnostic e fa-

tores prognósticos da NAC (The state of art in the diagnosis and prognostic factors of CAN) - Rodica Pop Busui (USA).

• Manifestações da disfunção auto-nômica no diabetes e no envelhe-cimento: efeitos da atividade física - Helena Schmid (RS).

• Tratamento das manifestações clíni-cas da NAC – Luiz Clemente Rolim (SP).

• XVII Workshop Nacional em Neuro-patia e Pé Diabético com a seguinte programação:• Dados do estudo nacional de neu-

ropatia periférica e pé diabético – Candida Parisi (SP).

• Diagnóstico da neuropatia periféri-ca na prática clínica diária – Herme-linda Pedrosa (DF).

•O que há de novo para tratar a neu-ropatia periférica? (What´s new to treat peripheral neuropathy?) Solomon Tesfaye (Reino Unido).

•Abordagem do pé ulcerado – Geisa Macedo (PE).

• Estações Práticas•Screening e diagnóstico da polineu-

ropatia diabética assintomática e dolorosa – Maria Regina Calsolari (MG) e Hermelinda Pedrosa (DF).

• Implementação de cuidados podiá-tricos – Maria Aparecida Saigg (DF), Nilce Dompiere (SP), Monica Gam-ba (SP) e Maria Verônica P. G. Coe-lho (RS).

•Abordagem do pé de Charcot – Candida Parisi e Fernanda Tavares (DF).

•Como intervir no pé diabético infec-tado? – Geísa Macedo (PE) e Julia Appel (SC).

• Encontro com o Professor: Rodica Pop Busui (USA) – com o tema: Car-diovascular Autonomic Neuropathy in Diabetes: lessons from large clinical trials

• Reunião do BrasPEDI – Grupo Bra-sileiro de Pé Diabético: O programa Step by Step: (IWGDF-IDF) no Brasil: onde estamos?

• Encontro com o Professor: Solomon Tesfaye (Reino Unido) – com o tema: A epidemiologia, patogênese e tera-pia baseada em evidências na neuro-patia diabética (The epidemiology, patho-genesis and evidence based management of diabetic neuropathy).

• Destaque especial - O Prof. Tesfaye fez uma brilhante apresentação e foi aplaudido de pé por todos os presen-tes. Ficou encantado com o nível das discussões durante a sua participação e manifestou o desejo publicamente de voltar ao Brasil.

• Prêmio Salvando o Pé Diabético – Departamento de Pé Diabético SBD – 2013 para a Dra. Maria Regina Cal-solari (MG).

• Lançamento do livro: Neuropatias e Pé Diabético, tendo como editores: Dra. Hermelinda Pedrosa, Dr. Lucio Vilar e Dr. Andrew Boulton. Uma se-

gunda edição será disponibilizada em fevereiro de 2014.

• Vila Brasil: Envio de pôsteres com as atividades do Curso TtFT – com a presença das doutoras Maria Regina Calsolari e Hermelinda Pedrosa, Pro-grama SbS.

• Fichas Clínicas•No Congresso da SBD o BrasPEDI

aprovou as Fichas Clínicas para a Atenção Básica e para o Ambulató-rio Hospitalar de Neuropatia e Do-ença Arterial Periférica, que estarão disponibilizadas aos sócios da SBD no site e membros da BrasPEDI.

IWGDF NewsletterO Dr. Karel Bakker inseriu notícias na página do IWGDF sobre o Passo a Passo e o lançamento do livro Neuropatias e Pé Diabético.

Congresso da ALAD – Cancún, México – 12 a 15 de Novembro• Lançamento das Guias NeurALAD,

coordenado pelo Dr. Ariel Odrozola (Espanha), com a participação dos Dra. Hermelinda Pedrosa, Dr. Cle-mente Rolim e Dra. Helena Schmid, representando o Brasil.

• Simpósio GLEPED – Grupo Latino Americano de Pé Diabético: apresen-tação das Guias para o Pé Diabético (disponíveis no site da ALAD).

• Reunião do Programa Passo a Passo (Paso a Paso), coordenada pela Dra. Hermelinda Pedrosa e Dr. Daniel Bra-ver (Argentina).

Congresso da IDF, Austrália, 2 a 6 de de-zembroEnvio de dados do Programa SbS para o Diabetic Foot Coffee, apresentados pelo Vice-Coordenador do Programa na IDF--SACA, Dr. Daniel Braver (Argentina).

Reunião QualidiaO Departamento de Pé Diabético fina-liza o ano de 2013 participando da ava-liação do Qualidia, que afere em 17 de dezembro, a metodologia a ser lançada pelo Ministério da Saúde para o auto--cuidado dos pés pelos pacientes diabé-ticos.

O Departamento de Pé Diabético se-guirá com o apoio ao Programa SbS na gestão 2014-2015. n

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Nutrição & Diabetes

João Felipe MotaNutricionista, Professor da Universidade Federal de Goiás, Membro do Depto. de Nutrição e Metabologia da SBD.

Com o propósito de disponibilizar nutrientes preferencialmente para o feto durante a gestação, ocorre

naturalmente uma resistência à ação da insulina pelo aumento dos hormônios contra insulínicos ou “diabetogênicos”.

Dentre esses hormônios destacamos a progesterona, cortisol, prolactina e lactogênio placentário humano. Por outro lado, o excesso de adiposidade materno, ingestão calórica excessiva e ausência de prática de exercícios físicos também auxiliam nesse panorama, sen-do a disglicemia considerada a desor-dem metabólica mais comum nessa fase e responsável por 7% das complicações gestacionais no Brasil.

O bom controle glicêmico depende da completa adesão ao tratamento, en-volvendo o tripé dieta, exercício físico e, tradicionalmente, a insulinoterapia. Para uma resposta efetiva, o acompa-nhamento nutricional deve ser individu-alizado, tendo como metas a adesão ao estilo de vida saudável, o controle me-tabólico e o adequado ganho de peso gestacional.

As concentrações plasmáticas de gli-cose e insulina variam de acordo com a qualidade e a quantidade do carboi-drato consumido. Assim, atualmente, um método muito utilizado e que for-nece maior flexibilidade ao paciente é a prescrição de alimentos de baixo índi-ce glicêmico. O índice glicêmico é um indicador da velocidade de transforma-ção do carboidrato em glicose. O índi-ce mostra o quão rápido um alimento ingerido consegue aumentar a glicemia, sendo calculado por meio da divisão da área sob a curva da resposta glicêmica, duas horas após o consumo de uma

Dietas de Baixo Índice Glicêmico em Gestantes Diabéticas

Jordana Carolina Marques GodinhoNutricionista, Especialista em Nutrição Materno-Infantil e Mestranda em Nutrição e Saúde pela Universidade Federal de Goiás.

porção de alimento-teste contendo 50 g de carboidratos, pela área sob a curva da resposta glicêmica correspondente ao consumo da mesma porção de car-boidratos do alimento-referência, que normalmente é a glicose ou pão bran-co. O resultado, expresso em porcenta-gem, reflete o comportamento de cada alimento quanto à sua velocidade de digestão e absorção, bem como a resul-tante resposta glicêmica.

Essa estratégia interessante deve ser conduzida de maneira criteriosa, com acompanhamento nutricional, con-siderando os hábitos alimentares das gestantes assistidas e o monitoramento da glicemia. Além disso, deve-se man-ter elevado o fracionamento das refei-ções, evitando episódios de hipergli-cemia, hipoglicemia ou cetose e estar atento as doses de insulina, quando houver a insulinoterapia. As dietas de baixo índice glicêmico não restringem a variedade de alimentos, baseando-se apenas na substituição de um alimento por outro de menor índice glicêmico. Por outro lado, os alimentos de alto ín-dice glicêmico poderiam ser ingeridos em associação com alimentos fontes em proteínas, fibras, ácidos graxos mono e poliinsaturados, já que estes retardam o processo de digestão e absorção dos nutrientes.

Um estudo de coorte realizado em Dublin, Irlanda, com 235 gestantes no grupo intervenção, as quais receberam orientação quanto às práticas de alimen-tação saudável e dieta de baixo índice glicêmico e 285 gestantes no grupo controle com orientações padrões de alimentação saudável, a partir da 22а semana de gestação, mostrou que a gli-

cemia materna foi significativamente menor no grupo intervenção nos 2°e 3° trimestres. Além disso, o grupo que recebeu dieta de baixo índice glicêmi-co apresentou maior consumo de fibras, menor consumo energético e menor propensão ao ganho de peso excessivo.

Estudos demonstram que dietas de baixo índice glicêmico melhoram des-fechos clínicos como a redução da he-moglobina glicada, do risco de desen-volvimento de diabetes tipo 2, após o parto, e melhor controle metabólico em gestantes com diagnóstico de diabetes anterior à gestação.

Logo, dietas de baixo índice glicêmico em gestantes diabéticas, no contexto de uma alimentação saudável, são impor-tantes na redução dos desfechos adver-sos, tanto para mãe como para o bebê. O bebê de uma mãe diabética pode ter maiores riscos durante a gravidez e no nascimento. Problemas durante a gravi-dez podem incluir aumento do risco de defeitos congênitos e morte fetal. Além disso, é observada alta prevalência de prematuridade, má formação, macros-somia, hipoglicemia, policitemia, imatu-ridade pulmonar e doença cardíaca. n

Leituras indicadas

1- McGowan CA, Walsh JM, Byrne J, Curran S, McAuliffe FM. The in-fluence of a low glycemic index dietary intervention on maternal dietary intake, glycemic index and gestational weight gain during pregnancy: a randomized controlled trial. Nutrition Journal 2013, 12:140. doi:10.1186/1475-2891-12-140

2- McGowan CA, McAuliffe FM: The influence of maternal glycaemia and dietary glycemic index on pregnancy outcome in healthy mothers. Br J Nutr 2010, 104:153–159.

3- Rhodes ET, Pawlak DB, Takoudes TC, Ebbeling CB, Feldman HA, Lo-vesky MM, et al. Effects of a low-glycemic load diet in overwei-ght and obese pregnant women: a pilot randomized controlled trial. Am J Clin Nutr 2010, 92:1306–1315.

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Ponto de Vista

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Dr. Ney Cavalcanti

As vitaminas são substâncias que têm importantes ações nas milhões de reações químicas que ocorrem no

nosso organismo. Verduras, frutas e lei-te são algumas de suas principais fontes.

Uma dieta equilibrada, normalmen-te, nos fornece as quantidades adequa-das de que necessitamos. Já a vitamina D, existente em pequenas quantidades nos alimentos, nos é fornecida princi-palmente pela ação do sol na nossa pele. Quando existe um déficit vitamínico acentuado no nosso organismo, temos repercussões muito negativas na nossa saúde.

Isso só ocorre, porém, em condições muito adversas da ingesta alimentar: po-breza ou incapacidade de acesso à ali-mentação, problemas psicológicos (ano-rexia nervosa), doenças intestinais que prejudicam a absorção alimentar etc.

Dependendo do déficit vitamínico predominante, várias doenças, algumas muito graves, podem surgir e, inclusive, acarretar a morte. Pelagra, raquitismo, beribéri, anemias e cegueira são alguns exemplos. É importante esclarecer, en-tretanto, que estas condições só apare-cem quando existe um alto déficit vita-mínico.

Inquéritos alimentares em grandes cidades revelam que partes importan-tes de suas populações não ingerem a quantidade desejável de cada vitamina.

vitaminoterapia:Benefícios ou Malefícios

Apesar disso, não há prejuízos detectá-veis na saúde dos indivíduos.

O grande estímulo ao consumo de medicamentos vitamínicos veio mesmo por conta da descoberta de outras ações destas substâncias. As reações químicas que ocorrem constantemente no nos-so organismo, além de cumprirem a sua função especifica, produzem subs-tâncias que são lesivas aos tecidos. Os chamados radicais livres e a substâncias oxigênio reativas.

Existem evidências de que estes dois produtos tóxicos, resultantes do nosso metabolismo, têm papel importante no surgimento e agravamento das doenças cardiovasculares e do câncer.

Também ficou evidenciado em labo-ratórios que algumas vitaminas, por suas ações antioxidantes, minimizariam os efeitos deletérios destes resíduos.

Imaginou-se assim que a vitaminote-rapia teria um papel importante para evitar o surgimento e a evolução das do-enças cardiovasculares e do câncer, as duas maiores causas de mortalidade na população adulta.

O consumo das vitaminas, então, disparou. Mais de 30% da população adulta americana utiliza regularmente complexos multivitamínicos.

Infelizmente, o efeito preventivo não se confirmou. Pelo contrário. A quase totalidade das pesquisas demonstra que

estas ações não ocorrem. E o uso desses complexos ainda podem trazer alguns malefícios. Pesquisas demonstram que o uso das vitaminas A, C e E, ao invés de prevenir, aumenta a incidência de infarto e de câncer, assim como a mor-talidade.

Os efeitos mais maléficos são consta-tados principalmente com as vitamina E, e o beta caroteno, precursor da vita-mina A. A grande maioria da comuni-dade científica não tem mais dúvidas de que elas aumentam a possibilidade do surgimento do câncer de pulmão.

Por conta disso, dois importantes documentos foram emitidos este ano. Um do Conselho Federal de Medicina do Brasil, que proíbe que os médicos anunciem e utilizem a vitaminoterapia para prevenção ao tratamento de qual-quer doença.

O outro, do governo americano, emi-tido em outubro passado, afirma que a vitamina E e o beta caroteno aumentam a incidência de tumor de pulmão, além de que inexiste a comprovação cientí-fica de algum beneficio no uso de vi-taminas na prevenção e no tratamento de doenças.

Mas, apesar destes conhecimentos, ainda existem aqueles que são os grandes beneficiários dos complexos vitamínicos: os fabricantes, com faturamento de mais de 30 bilhões de dólares anuais. n

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Pelo Brasil

Aconteceu no dia 14 de dezembro o Mutirão de Natal pelo Diabetes, em Sergipe, no estacionamen-

to do Condomínio Sebastião Celso de Carvalho. A iniciativa teve o apoio do Centro de Diabetes de Sergipe, além da Associação Sergipana de Proteção ao Diabético (ASPAD).

O Dr. Raimundo Sotero esteve à frente de diversas ações no mesmo gênero durante o ano de 2013, ten-do como temas datas comemorativas, sendo algumas delas: “Mutirão do Dia dos Pais”, “Mutirão da Independên-cia”, “Mutirão do Dia das Mães” entre outros. n

Foi realizado no período do dia 13 a 15 de dezembro mais um encontro do Instituto Es-

tadual de Diabetes e Endocrinolo-gia Luiz Capriglione (IEDE), pro-movido pela ASSEX, Associação dos Ex-alunos do IEDE, presidida pelo Dr. Alexander Benchimol.

O evento fecha as atividades da endocrinologia e mistura um cli-ma de confraternização e atuali-zação. Familiares presentes e um tempo agradável ajudaram a criar um ótimo clima que não tirou os participantes das atividades, mui-to pelo contrário. Salas com ótima presença e debates proveitosos.

Realizado em Itaipava, região serrana do Rio de Janeiro, o 42º Encontro do IEDE teve como tema os 100 anos de nascimento do pro-fessor José Schermann. Um dos paineis do programa científico, proposto pelo diretor do IEDE, Dr. Ricardo Meirelles, analisou traba-lhos desenvolvidos pelo professor Scherman da década de 50 e com-parou com o tratamento atual de algumas doenças. A avaliação dos apresentadores, Dr. Walmir Cou-tinho, Dra. Ruth Clapauch e Dr. Maurício Barbosa Lima foi de um endocrinologista visionário, mes-mo sem ter tido à disposição tantos recursos.

Dr. Alexander também desta-cou o Encontro com o Professor realizado no café da manhã. Um bate papo diferenciado sobre ciên-cia que aproxima os especialistas e possibilita um debate detalhado. n

O Acampamento ADJ Unifesp – pro-movido pela ADJ Diabetes Brasil e Universidade Federal de São Pau-

lo - está em sua 34ª edição, e tem como objetivo reunir diversos adolescentes do Brasil e ensiná-los a serem indepen-dentes e aprenderem, cada vez mais, so-bre diabetes, além de promover a troca de experiências. As atividades aconte-cem no Acampamento Nosso Recanto (NR1), em Sapucaí Mirim, Minas Ge-rais, no período do dia 28 de janeiro até dia 2 de fevereiro.

O evento tem a participação de pro-fissionais voluntários em diversas áreas - endocrinologistas, educadores físicos,

nutricionistas, enfermeiras, psicólogos, dentistas – e por uma equipe de moni-tores especializados em diabetes. São 24 horas dedicadas ao atendimento aos jovens presentes. Um aprendizado di-ferenciado também para as equipes de trabalho.

Além dos cuidados com o diabetes, a rotina do acampamento é formada por orientação alimentar individualizada e refeições variadas e balanceadas. Cada uma delas é explicada aos acampantes que aprendem com erros e acertos do dia a dia.

A atividade é direcionada para jovens entre 9 a 14 anos de idade. n

A oitava edição do Curso de Atualização no Tratamento do Diabetes – CATD 2014 – já

tem data definida. Será realizado nos dia 9 e 10 de maio, no Wind-sor Atlântica Hotel, na Av. Atlântica 1.020 – Copacabana. Para quem de-seja participar, as inscrições estarão abertas no site do evento a partir de

1 de fevereiro de 2014. Para médicos, o valor é de R$ 550;

residentes e sócios da SBD, R$ 385. As inscrições pelo site - www.acfarma-ceutica.com.br/catd2014 - vão até o dia 6 de maio. No mesmo endere-ço na internet estará disponível, em breve, a programação completa do evento. n

Mutirão Natalino

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Ex-alunos do IEDE

Férias Saudáveis

CATD 2014

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Endocrinologistas podem marcar compromisso para os dias 21 e 22 de novembro de 2014 em

suas agendas. Neste período, será re-alizado o 9º EndoSul, no Costão do Santinho Resort, mesmo lugar que sediou a terceira edição do encontro no ano de 2008, na cidade de Floria-nópolis, em Santa Catarina. O evento tem como presidente o Dr. Itairan da Silva Terres.

Os temas principais que fazem parte da programação científica são: Diabetes Mellitus, Obesidade, Dislipidemia e Aterosclerose, Ti-reoide, Metabolismo Ósseo e Mi-neral, Endocrinologia Feminina e Andrologia, Endocrinologia Pediá-

trica, Neuroendocrinologia, Adre-nal e Hipertensão. Além disso, have-rá um módulo especial voltado para os médicos de família e clínicos, abordando o tratamento de diabe-tes e doenças da tireoide.

Todos aqueles que desejam par-ticipar do EndoSul devem efetuar a inscrição no site oficial do encon-tro. As taxas são de: R$200 para Só-cios quites da Sbem/Sbd/Abeso; R$450 para Sócios não quites, não sócios SBEM, SBD e Abeso; R$150 para Residentes; R$100 para Acadê-micos de medicina; e R$450 para outros profissionais de Saúde. Es-ses valores são válidos até o próximo dia 20 de março. n

No período do dia 4 a 6 de abril será realizada a décima sexta edição do Curso Avan-

çado em Tratamento do Diabetes. O evento acontecerá no Hotel Sheraton, São Paulo WTC, em São Paulo, e é presidido pelo Dr. Anto-nio Roberto Chacra.

Aos interessados em participar do curso a inscrição deve ser feita na página de www.fernandapres-teseventos.com.br. Os valores são de: R$ 650 para médicos e R$600 para Residentes e Outros profis-sionais de saúde até o dia 15 de fevereiro. n

A próxima edição do CODDhi - Controvérsias em Obesida-de, Diabetes, Dislipidemias

e Hipertensão (CODDHi) acon-tecerá entre os dias 14 a 16 de agosto de 2014, no Hospital Pe-dro Ernesto, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, mesmo local do ano de 2013. Informações sobre inscrições serão disponibilizadas em breve.

O CODDHi é um fórum de discussão com o objetivo de com-partilhar experiências, discussão de controvérsias e deliberação de condutas e tratamentos relaciona-dos aos temas como: obesidade, diabetes, dislipidemia e hiperten-são arterial. A atividade também tem proporcionado uma boa in-teração entre endocrinologistas, cardiologistas, geriatras, diabeto-logistas e profissionais de outras especialidades. n

Pela terceira vez a cidade de Curi-tiba, no Paraná, receberá uma edição do Congresso Endocri-

nologia e Metabologia (CBEM). O período do evento é de 5 a 9 de se-tembro e a promoção é da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Meta-bologia (SBEM). O Dr. Cesar Luiz Bo-guszewski é o presidente do congresso.

Em sua 31ª edição, o evento tem como tema central “Endocrinologia e Sustentabilidade”, onde haverá vários

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Curso em Diabetes

CODDhi: Próxima Edição

CBEM 2014

Endocrinologistas no Sul

debates ligando a especialidade ao meio ambiente. Sete palestrantes farão um highlights do Congresso de Endo-crinologia de 2013 e 2014. Outra atra-ção do Congresso será o simpósio com a Sociedade Internacional de Hormô-nio de Crescimento, que trará quatro palestrantes para abordarem sobre o tema.

Os especialistas interessados em en-viar trabalhos científicos devem ficar atentos a data limite, que é 5 de abril. Segundo o Dr. Cesar, o objetivo atingir mil trabalhos inscritos.

Para quem deseja participar do CBEM 2014, as inscrições devem ser feitas na página oficial do evento. Os valores até o dia 6 de março são: R$500 para Sócios SBEM, R$500 para Sócios SBD, ABESO, Abrasso, R$950 para Não Sócios, R$300 para Residentes/ Pós-Graduandos e Só-cios da SBEM; R$550 para Residentes, Pós-graduandos e Não Sócios da SBEM, R$300 para Estudantes de graduação, R$150 para Acompanhantes.

Um toque mais divertido do congres-so fica por conta do “EndoBolão” é uma brincadeira para saber quem acertará mais resultados dos jogos da Copa do Mundo 2014. n

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Internacional

WDC 2013 Reúne 10 Mil Pessoas em Melbourne

Mais uma edição do World Diabe-tes Congress, realizado pela In-ternational Diabetes Federation,

foi realizada em dezembro, em Melbour-ne, na Austrália, recebendo 10.300 parti-cipantes de 140 países; 400 palestrantes, distribuídos em 275 sessões científicas; e 1.000 trabalhos entre pôsteres e abs-tracts.

Mais uma vez, a participação de bra-sileiros como congressistas, apresentan-do projetos e dentro da programação científica foi significativa. A SBD, assim como a ADJ Brasil e a ANAD estiveram presentes na área destinada às associa-ções-membro da IDF. Diferente dos con-gressos de 2006, 2009 e 2011, o espaço destinado à Global Village foi mais re-duzido. A decoração do espaço utilizou os círculos azuis, símbolo do diabetes, como base de todos os estandes onde os representantes ficaram.

O endocrinologista Dr. Alexandre Hohl (SC) esteve presente ao Congres-so, assim como nos eventos da Ameri-

can Diabetes Association, Endocrine Society e European Association for the Study of Diabetes. Isso possibili-tou uma avaliação das características e particularidades do evento em Mel-bourne.

Para o especialista cada congres-so internacional tem seu papel. “Os norte-americanos têm uma visão mui-to particular e peculiar do problema, com abordagem da ciência, medica-mento e tecnologia. No Europeu te-mos um foco na área clínica e no pa-ciente. Já o da IDF traz o outro lado do diabetes, com destaques para a área de educação e prevenção. Ou seja, são eventos que se complementam e quem tem a oportunidade de acompanhar os três têm uma visão ampla e nítida do tratamento.”

Para o Dr. Alexandre, as informações no World Diabetes Congress (WDC) agregam muito valor no dia a dia e dão uma visão ampla sobre questões relati-vas à saúde pública, educação e preven-

ção. “Em vários momentos a abordagem sai do eixo central, como as dos Estados Unidos e Europa. Existe espaço para divulgação de diversas experiências im-portantes como a da Dra. Maria Inês Schmidt, no Brasil”, explicou o endo-crinologista.

A Dra. Maria Inês, de Porto Alegre, pesquisadora e uma das maiores espe-cialistas sobre diabetes gestacional no Brasil, apresentou o tema na programa-ção científica. “Os nossos dados levaram o cenário brasileiro para um congresso mundial e que foi compartilhado por outros pesquisadores”, explicou o Dr. Hohl.

Outro destaque, na opinião do Dr. Alexandre, foi a apresentação do Dr. Roman Hovorka, de Cambridge, com a evolução e o estágio do pâncreas artificial, que pode ser considerado um tratamento de ponta no tratamento do diabetes tipo 1. Ele explica que é possí-vel observar cenários muito díspares em um mesmo evento, com países vivendo em extrema pobreza e outros que utili-zam das mais modernas tecnologias. “É uma característica forte nos congressos da IDF, com participantes do mundo inteiro, de culturas completamente di-ferentes, mas para tratar uma doença universal”.

Menção também à participação da Dra. Denise Franco e a ADJ Brasil no início dos trabalhos do projeto Kids, lan-çado pela IDF e que será desenvolvido no Brasil em conjunto com a Índia, co-meçando em São Paulo. A endocrino-logista participou de uma reunião com a IDF para alinhar a participação que será focado em crianças com diabetes nas escolas. A previsão é que os traba-lhos comecem em março de 2014.

O Brasil também contou com parti-cipações de três jovens brasileiros com diabetes envolvidos em atividades que promovem maior conscientização so-

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bre o diabetes, educação e melhores condições de tratamento: Cláudia La-bate, Ronaldo Wieselberg e Mark Ba-rone.

Mark, biólogo e doutor em Fisiologia, é o mentor do projeto Young Leaders in Diabetes no Brasil. Eles fazem parte do grupo Blue Power, que realiza ações em prol do diabetes nas redes sociais, como em grupos no Facebook.

Durante o WDC 2013, Cláudia e Ronaldo tiveram cinco trabalhos ins-critos, realizaram uma palestra e uma apresentação da região SACA-IDF (South and Central America). Cláudia Labate apresentou dois pôsteres, sen-do um sobre a percepção das crianças sobre o diabetes e outro sobre o grupo Blue Power. Além disso, ela também foi responsável por uma abordagem sobre os usos das mídias sociais e o dia-betes. Ronaldo Wieselberg descreveu em um dos posteres o trabalho feito no Treinamento Brasileiro de Jovens Líderes em Diabetes; outro sobre os efeitos do treinamento sobre o con-trole glicêmico dos jovens líderes no Brasil; e o terceiro sobre um jogo de cartas “Controlando a Glicemia”, que ensina jovens com diabetes sobre au-tocuidado, facilita a troca de informa-ções e possibilita uma melhor relação entre o médico e o paciente. Por fim, Mark Barone apresentou um pôster sobre os acampamentos de diabetes na América Latina, além de uma palestra durante a sessão de Lunch & Learn sobre o mesmo tema.

Mudança no Formato da Comunicação – Apesar da IDF ter utilizado diversas ferramentas para divulgação do Con-gresso, participantes e quem não esteve presente sentiram falta de mais informa-ção sobre os debates mais rapidamente e também da divulgação de highlights para a imprensa internacional.

Entre as mídias usadas foi criado um canal no Youtube – o WDC TV; imagens em rede de compartilhamen-to de fotos (Flickr); e informes gerais no Twitter e Facebook, mas no site do Congresso as atualizações não ocorre-ram como em edições anteriores do evento. Para o Dr. Alexandre, a infor-mação do que estava acontecendo em Melbourne teve falhas. “No europeu e no americano havia notícias em jor-nais internos e programas de televisão, além de informações divulgadas nos ônibus que faziam a rota do evento. Não temos como estar simultanea-mente em todos os lugares e esse tipo de notícia é precioso para nos ajudar a entender o Congresso como um todo. Senti falta da informação jornalística mais rápida”.

O Dr. Alexandre menciona, por exemplo, a campanha Diabetes 2013, realizada dentro do Centro de Con-venções e desconhecida de um grande número de brasileiros que estavam no Congresso.

IDF ATLAS – Durante o WDC 2013 foi lançada a sexta edição do Diabetes Atlas, que já é uma referência na bus-ca de informações e dados epidemioló-gicos no mundo inteiro. O objetivo do documento é mostrar a necessidade de ações rápidas e com a versão digital – e um site dedicado só a este material – a divulgação de atualizações ganhou mui-to mais agilidade.

Segundo a versão recente do Atlas, hoje, existem 382 milhões de pessoas com diabetes e 316 milhões com intole-rância à glicose no grupo de alto risco. Para 2035, a estimativa é que o número de diabéticos chegue a 471 milhões. As

evidências apresentadas mostram que 80% das pessoas com diabetes estão nas classes média e baixa.

O documento enfatiza que as tran-sições econômicas em diversos países estão alterando as taxas de obesidade e diabetes e os recursos não são sufi-cientes para proteger a população. Até o final de 2013, o diabetes terá causa-do 5,1 milhões de mortes e U$ 548.000 milhões em despesas na área de saúde. Para a IDF, sem uma ação concentrada em menos de 25 anos haverá 592 mi-lhões de pessoas diabéticas.

Para o Dr. Michael Hirst, presidente da IDF, diante do quadro apresentado é essencial que os profissionais de saúde – especialmente os que atuam no setor primário – recebam treinamento mais adequado para atuar na “linha de frente contra o diabetes”.

Para o Dr. Hirst, entre os pontos que merecem mais atenção no documento estão o aumento “inexplicável” e rápido do diabetes tipo 1 em jovens em várias regiões do planeta, assim como cresci-mento do diabetes tipo 2 em popula-ções mais jovens .

O Professor Nam Han Cho, presiden-te do Comitê do IDF-Atlas, explica que, pela primeira vez, o documento incluiu estimativas da doença durante a gravi-dez, já que podem levar a um aumento no risco do diabetes tipo 2.

Outros números divulgados: • 175 milhões de pessoas com diabetes

não são diagnosticados; • Diabetes causou 5,1 milhões de mor-

tes em 2013; cada seis segundos uma pessoa morre de diabetes;

• Mais de 79 mil crianças desenvolve-ram diabetes tipo 1 em 2013;

• Mais de 21 milhões de recém nascidos foram afetados pelo diabetes durante a gravidez em 2013;

• Na África, 76% das mortes por diabe-tes são em pessoas com menos de 60 anos;

• A Europa tem a maior prevalência de diabetes tipo 1 em crianças;

• Na África do Oriente Médio e do Norte, 1 em cada 10 adultos tem dia-betes;

• Na América do Sul e Central, o núme-ro de pessoas com diabetes irá aumen-tar em 60% até 2035;

• No Sudeste da Ásia, quase metade das pessoas com diabetes não são diagnos-ticados. n

Foram publicados vídeos com entrevistas e depoimentos de par-ticipantes, realizados dentro do Centro de Convenções. Na versão digital da Revista Diabetes – publi-cada no site da SBD – os leitores podem acessar diversos vídeos com depoimentos e entrevistas.

Dr. Alexandre Hohl presente ao WDC 2013

WDC TV – Canal de Entrevistas da IDF

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Dois dos principais eventos inter-nacionais na área de diabetes es-tão com suas datas definidas. O

74th Scientific Sessions, da American Diabetes Association (ADA 2014), e da 96th Annual Meeting & Expo, da Endocrine Society (ENDO 2014), acon-tecem, respectivamente entre os dias 13 a 17 de junho e 21 a 24 de junho. Em 2014, o International Congress of Endocrinology (ICE) acontece simulta-neamente ao ENDO 2014.

Aproveite para reservar a data na agenda e programar sua participação com antecedência. O ADA 2014 acon-tecerá em São Francisco e o ICE/ENDO 2014 em Chicago. n

Viena, capital da Áustria, recebe o 7th International Conference on Advanced Technologies &

Treatments for Diabetes (ATTD 2014), entre os dias 5 e 8 de fevereiro. O evento é presidido pelos doutores Moshe Phillip e Tadej Battelino. As inscrições podem ser feitas no local do evento e o valor definido, após a finalização dos prazos é de €550 e €395. Para quem sai do Brasil com temperaturas muito elevadas, vale lembrar que em Viena, os termômetros estão marcando entre 3 e 15 graus.

A versão brasileira do ATTD, reali-zada no Rio de Janeiro em 2012, mos-trou que o assunto vem demonstrando enorme interesse dos especialistas. No-vos medicamentos para o tratamento de diabetes; bombas de insulina; sensores de glicose (invasiva e não invasiva); no-vos sistemas de administração de insu-lina: inalatórios, transdérmico, dispo-sitivos implantados; novos análogos de insulina; dispositivos para prevenção do diabetes; pâncreas artificial; telemedi-cina; software e outras tecnologias; tec-nologias médicas avançadas para serem usadas em hospitais; e novas tecnologias para o tratamento da obesidade estão entre os temas a serem discutidos e apresentados pelos especialistas. n

A European Association for the Study of Diabetes (EASD) promo-ve a EASD Diabetes Technology

2014, nos dias 26 e 27 de fevereiro, em Düsseldorf, na Alemanha. Presidido pelo Dr. Andrew Boulton, o evento tem como objetivo fornecer conhecimento científico para orientar os profissionais de saúde quanto às tecnologias usadas no tratamento do diabetes. No dia 31 de janeiro termina o período de ins-

crições online pelo site www.easd.org/images/easdwebfiles/Devices/index.html. Sócios quites pagam €190 e pro-fissionais não membros, €290.

Uma integração com outras so-ciedades científicas mundiais para debater o tema foi programada. Por isso, foi incluído um simpósio com a presença do Robert E. Ratner, Chief Scientific & Medical Officer da Ame-rican Diabetes Association. n

A terceira edição da International Conference on Prehypertension, Hypertension and Cardio Metabolic Syndrome acontece em Varsóvia, Polônia, entre os dias 27 e 30 de março. Até o dia 3 de fevereiro, é pos-

sível fazer inscrições com desconto: €575 para profissionais de saúde e €400 para estudantes.

A conferência, coordenada pelo Dr. Reuven Zimlichman, pretende abor-dar todos os aspectos relacionados ao diagnóstico precoce, incluindo tecno-logia e tratamento, além de reunir profissionais das áreas de hipertensão, nefrologia, endocrinologia, medicina interna, cardiologia, diabetes, dislipide-mia, imagem e diagnósticos, medicina de família, pesquisas clínicas, nutrição, atividade física, obesidade, síndrome cardiometabólica, pediatria, ginecolo-gia. O site do evento é http://prehypertension.org. n

Organizado pela IDF, ALAD e SBD, o próximo Fórum Internacional de Diabetes acontecerá no Brasil,

no Bourbon Cataratas Convention, em Foz do Iguaçu. O evento será realizado de 24 a 26 de abril e possui inscrições com desconto até 14 de março, confor-me divulgado no site www.idf2014.com.

Fazem parte do Comitê Científico os doutores Balduíno Tschiedel e Douglas Villarroel (ambos co-chair) e, ainda, Adriana Costa e Forti, Airton Golbert, Ana Lìa Cagide, Carlos Olimpo Men-divil, Denise Franco, Hermelinda Pe-drosa, Ivan Darío Sierra, Manuel Vera Gonzales e Walter Minicucci. Vale res-saltar que o Congresso terá a pontuação da Comissão Nacional de Acreditação (CNA) para médicos. n

ATTD 2014 Diabetes Technology

PreHT 2014

Fórum Internacional ADA e ENDO 2014

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Comunicados da SBD

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A SBD mantém em seu site uma área onde é possível encontrar Simpósios, Entrevistas e Con-

gressos. No link o usuário pode esco-lher entre cinco diferentes opções: Nutrição e Diabetes e Você Pergunta e a SBD Responde, que são voltados ao público em geral e Simpósios 2012, Webcasts Diabetes 2011 Brasília e En-trevistas.

Na área Nutrição e Diabetes, voltada para o público em geral, estão dispo-níveis para download livros e manuais como o Manual de Nutrição e também vídeos explicativos.

Caso a opção escolhida sejam os Sim-pósios, uma nova janela abrirá e nela é possível assistir palestras dos eventos que aconteceram em 2013. Estão dis-poníveis, em link, as conferências dos Simpósios: Atualização em Doença Car-diovascular no Paciente com Diabetes, que aconteceu em São Paulo; Avanços terapêuticos no diabetes tipo 2, reali-zado em Salvador; ambos em 2013 e outros que aconteceram no ano de 2012. n

A Dra. Adriana Costa e Forti, direto-ra de Relações Governamentais da entidade, se encontrou com o Se-

cretário Estadual de Saúde do Amazonas, Dr. Wilson Alecrim, e com o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Evandro Melo, no dia 29 de novembro, com a finalidade de propor uma parceria entre a Socieda-de e o Estado do Amazonas, com o “SBD vai ao Gestor”.

O projeto tem como objetivo reali-zar uma cooperação técnico-científica, visando o desenvolvimento de ativida-des de formação em recursos humanos, aprimoramento profissional, educação permanente e cooperação tecnológica e científica com o diabetes em todo o estado.

Também esteve presente na reunião, a Dra. Deborah Jazini, presidente da

No começo de 2014 acontece a ce-rimônia da posse da nova direto-ria, gestão 2014/2015, da SBD.

O evento será dia 27 de janeiro, às 20h, no espaço Villa Vérico, em São Paulo.

Na solenidade, serão nomeados como novo presidente da Socieda-de, o Dr. Walter Minicucci; vice-pre-sidentes, a Dra. Hermelinda Pedrosa,

Dr. Luiz Alberto Turatti, Dr. Marcos Troian, Dra. Rosane Kupfer e o Dr. Ruy Lyra; 1º secretário, o Dr. Domin-gos Malerbi; 2º secretário, Dr. Luis An-tonio de Araujo; 1º tesoureiro, Dr. An-tonio Carlos Lerário; 2º tesoureiro, Dr. Edson Perrotti; e no conselho fiscal, Dr. Antonio Carlos Pires, Dr. Levimar Araujo e Dra. Denise Reis Franco. n

Além da nova diretoria da SBD, assumirão novos presidentes das Regionais. Os nomes serão:

• Regional Santa CatarinaDr. Fulvio Thomazelli;

• Regional Minas GeraisDra. Adriana Bosco;

• Regional BrasíliaDra. Hermelinda Pedrosa;

• Regional SergipeDr. Raimundo Sotero Filho;

• Regional BahiaOdelissa Silva de Matos;

• Regional Rio Grande do SulDr. Marcello Cassaccia Bertoluci;

• Regional PernambucoDra. Geísa Maria Campos de Macedo;

• Regional Rio de JaneiroDra. Anna Gabriela Fuks;

• Regional ParanáDra. Rosangela Roginski Réa;

• Regional CearáDra. Tânia Maria Bulcão Louzada

Ferraz; • Regional Goiás

Dr. Nelson Rassi.

SBD Vai ao GestorSBD Regional Amazonas. Segundo os participantes, o encontro teve boa re-ceptividade por parte dos secretários que se mostraram sensíveis à falta de capacitação na área da saúde.

Para a SBD, a presença da Dra. De-borah foi fundamental, em função do grande do trabalho que realiza no esta-do e respeito dos secretários. O convê-nio com a SBD foi prontamente aceito e encaminhado ao departamento jurí-dico das duas secretarias, para posterior assinatura.

Além do encontro realizado, a Dra. Adriana, foi entrevistada pela TV Ama-zonas, programa Bom Dia Amazônia, da TV Globo, e pela Rádio Tiradentes, do grupo CBN para falar sobre o convênio e o trabalho que a SBD vem realizando em todo o Brasil. n

Posse da Nova Diretoria

Regionais

Multimídia

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AgendaVo

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Janeiro 2014XV Congresso Português de Endocrinologia, 65ª Reunião Anual

| Data: 23 a 26

| Local: Vilamoura, Portugal

| Informações: www.spedm.org

Março 20149º Simpósio de Síndrome Metabólica do

HC-FMUSP

| Data: 8

| Local: São Paulo, SP

| Informações: www.sindromemetabolicahc.

| com.br

Abril 201416º Curso Avançado em Tratamento do Diabetes

| Data: 4 a 6

| Local: São Paulo, SP

| Informações: www.fernandapresteseventos.

| com.br/eventos_16diabetes.html

International Diabetes Forum

| Data: 24 a 26

| Local: Foz do Iguaçu, PR

| Informações: www.idf2014.com

Maio 20148ª CATD – Curso de Atualização no Tratamento do Diabetes

| Data: 9 e 10

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: Tel.: (21) 3543-0770 /

| (11) 5641-1870

Junho 201474th Scientific Session – American Diabetes Association

| Data: 13 a 17

| Local: São Francisco, EUA

| Informações: www.diabetes.org

96th Annual Meeting & Expo – Endo 2014 – Endocrine Society

| Data: 21 a 24

| Local: Chicago, EUA

| Informações: www.endocrine.org

Agosto 2014CODDHI 2014 - Controvérsias em Obesidade, Diabetes, Dislipidemias e Hipertensão

| Data: 14 a 16

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: www.coddhi.com.br

Diacor 2014

| Data: 22 e 23

| Local: São Paulo, SP

| Informações: www.diacor.com.br

Setembro 201431º Congresso Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia

| Data: 5 a 9

| Local: Curitiba, PR

| Informações: www.cbem2014.com.br

Outubro 2014TODDA – Curso Avançado no Tratamento da Obesidade, Diabetes e Doenças Associadas

| Data: 17 e 18

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: Tel.: (21) 3543-0770 /

| (11) 5641-1870

Novembro 2014I Congresso Regional de Diabetes do Rio de Janeiro

| Data: 13 a 15

| Local: Rio de Janeiro, RJ

| Informações: www.diabetesrio.org.br;

| (21) 2548-5141

9º Congresso de Endocrinologia e Metabologia da Região Sul (ENDOSUL)

| Data: 21 e 22

| Local: Florianópolis, SC

| Informações: www.endosul2014.com.br

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A SBD e a Comissão de Campanhas agradecem a

todos que de alguma forma contribuiriam para o sucesso do Dia Mundial do Diabetes em 2013. Contamos com

vocês em 2014.

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De 24 a 26 de abril de 2014, em Foz do Iguaçu.

Acesse: www.idf2014.com

Agende-se para o Fórum Internacional de Diabetes.

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