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vteifr . iHiMlfg
Em,*5 FEV 19/3 MJNÍSTÍ:KIO DA AEKONÁÍJIÍCA GABINETE DD MINISTRO
snrwnrYY - C I S A -
1. ASSUNTO "GOMO ELES AGÊ51 I I "
2. DIFUSÃO P i s c r i , ... no f i n a l d e s t e Encaminhamento 3. DIFUSÃO ANT - - ~ - -4. ANEXO 17 (dezessete) folhas.
ENCAMINHAME ÍNTON'0034 ,'HSX CISA - ESC EOI
Este Centro encaminha, em anexo, uma folha de
índice e as folhas de n-s 43.10 a 43.17 e 139 a 146, a fim de serem/
inseridas na publicação em epígrafe.
DIKiSAX): EMAER - BiAER ~ COMGAR - COMGEP - CCMGAP - PEPEI) - DAC -
CCÍÍCOS - GCÍ-ÍAT - CCIvíPA - COKEAP - DIEAP - DIRSA - DIEIHT -
.COMIA - CFPM - C01IZAE 1,2,3,4,5e6 - CI3A/B3 - GABAER/CH -
EATH - EGEG - EEAB3. - EUEMAH - EPCAR - AEA - HCAER -
PARAER/S? - PARAER/AP - HOSPAER/R? - PARAER/EF - HOSPAER/HE
DIS/CGMZAE 1,2,3,4,5e6 - BASAER/SV/RF/BS/BR/AE/GL/SC/CO/EZ/
/SP/LOÍ/EI/CG/SÍ./BK - GSivI - HOSPAER/CO - PGLASR/SP -
HOSPAER/GL - I-IOSPASR/AE - GTE - NPAEAER/BS - CIE - PARASAR
NPARAER/LS - NPAMBAEB - PARSL ~ PARJ - EAOAR - ETA 1^,22,
3Pj4ef5Êe6e - 12/12 GT - 12/22 GT - 22/22 GT - 12 GTT -
12 GAE - 12 Gp Av Ca - 12/42 GAV - 12/52 GAV - 12/62 GAV -
12/72 GAV - 12/92 GAV ~ 12/102 GAV - 22/102 GAV -
1e/14 2 GAV.////////////////////////////////////////////////
////////////////////////////////////////////////////////////////////
PELA
DOCU
Re,;.
Sigilosos). ^ .rda da Assuntos
W-WmMf-aiis
s I l í - I C Í
P R E F Á C I O '
AÇÃO POPULAR (A?) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
ALIANÇA LIBERTADORA M CIONAL (ALN)
DISSIDÊNCIA DA GUANABARA . . .
FORÇAS ARMADAS DE LIBERTAÇÃO NA CIOIIAL (FALI!) .
FRAÇÃO BOLCIIEVIQUE TROTSKYSTA .
MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO 8 DE OUTUBRO (l-ÍR-3) . . . . . . . .
MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO TIRA DENTES (MRT) . ' . . . . '
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-MILITAR (OPM)
ORGANIZAÇÃO REVOLUCIONÁRIA MARXISTA POLÍTICA OPERÁRIA
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B) . . .
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO (PCB)
PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO REVOLUCIONÁRIO (PCBR)
PARTIDO OPERÁRIO COMUNISTA (POC) .
PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DO PROLETARIADO (PRP) M
RESISTÊNCIA NACIONAL DEMOCRÁTICA POPULAR (REDE^
VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA PALMARES (VAR-PÁLMARES) '.
VANGUARDA POPULAR REVOLUCIONÁRIA (VPR) '
A TEORIA DO FOCO .
PARTIDO REVOLUCIONÁRIO DOS TRABALHADORES (PRT) '
ORGANIZAÇÃO DE COMBATE MARXISTA LÉNI NI S TA -POLÍTICA OPERÁRIA . .
(OCML-PO) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
CURSO BÁSICO DE OPP PARA FORMAÇÃO DE MILITANTES DE ORGANIZA-//
ÇÕES DE ESQUERDA -.
FRAÇÃO BOLCHEVIQUE . -
PARTIDO OPER/RIO REVOLUCIONÁRIO TROTSKXSTA (PORT) . . . . . . . . . . . .
12
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54
.O
55
o o
115
i ^ i
MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO POPULAR (MOLIPO) GRUPO UNIDADE .39
C I S A
R E S E R V A D O
- 43 .10 -
ATIVÍDADES GUERRILHEIRAS DO PC do g
1 - ORGANIZAÇÃO DOS TERRORISTAS QUE ATUAM NO ARAGUAIA
- Forças Políticas;
- Forças Auxiliares ou Rede de Apoio;
- Força de Guerrilha.
a - Forças Políticas:
Sao oriundas do PC do B, constituidas por elementos que se
desligaram do PCB, por nao aceitarem sua atual orientação doutrinária, a co_e
xistência pacífica, passando a adotar os princípios preconizados por MAO TSÉ
TUNG, que "busca a eclosão do movimento terrorista na área rural, para em se
guida estendê-lo aos centros urbanos, através à luta armada.
b - Forças Auxiliares:
Constituem a rede de apoio do movimento subversivo, atuando/
na área através de colaboradores recrutados na própria região ou oriundos de
áreas externas. Cabe aos colaboradores prestarem o apoio logístico às for-/
ças guerrilheiras e mantê-las informadas sobre as atividades da tropa.
c - Forças de Guerrilhat
£ o elemento de combate do movimento subversivo. Sua consti
tuiçao divide-se em:
1) - Bureau Político - orgao de cúpula das forças terroris-/
tas; seus componentes nao sao perma-/
nentes na área, pois constantemente//
executam a ligação entre a área e as
bases do PC do B.
2) - Comissão Militar - coordena assuntos táticos e logísti
cos referentes aos Destacamentos; to
das as suas decisões ficam subordina
das a aprovação do Bureau Político.
3) - Destacamento - é a unidade de combate das forças de ///
guerrilha, com capacidade para realizar/
ações táticas isoladas e manter-se admi
nistrativamente .
R E S E R V A D O
R E S E R V A D O
- 43-11 -
Em março de 1972 foi preso no Ceará um elemento subversivo, que
juntamente com sua mulher fugira das matas do Pará, abandonando o movimento/
terrorista do Araguaia, em virtude de nao ter se ambientado com a maneira de
vida imposta pela mata. Suas declarações permitiram aos Orgaos de Informa-/
çoes o descobrimento e levantamento da atuação de grupos terroristas na re
gião Norte de Goiás e SE do Pará.
Nos dois meses subsequentes foram desencadeadas operações entre
os paralelos de Araguatins e Araguana que resultaram na prisão de quatro sub
versivos, morte de um elemento da rede de apoio, destruição de nove depósi-/
tos de suprimento onde eram estocados alimentos, remédios, roupas e calça-//
dos, sendo que no depósito de CHEGA-COM-JEITO, foram encontradas ferramentas
e material para fabricação de armamento.
Diversas vezes os Orgaos de Informações estiveram em vias de oag
turar ou destruir terroristas, nao o fazendo, tendo em vista o levantamento/
ainda incompleto do grau de subversão na área, dificuldade de distinção en
tre o terrorista e o morador local e também a quebra de sigilo das Opera-///
çoes, com o emprego antecipado de elementos fardados por parte da 8& RM.
Na primeira quinzena de maio ficou decidido o emprego de tropas
na região, tendo como base a cidade de XAMBIOÁ, enquanto a FAB apoiaria o de
senvolver das operações com helicópteros e aviões L-19 e 0-115 a í"im ^e per
mitir a observação aérea e o apoio logístico.
No período de maio a junho obteve-se como resultado das opera-//
çoes a morte de quatro terroristas, prisão de quatro terroristas, morte de
um elemento da rede de apoio e destruição de um depósito de suprimento na re
gião de ABÓBORAS.
De março a setembro as tropas sofreram as seguintes >aixas;
- morte de um militar5
- ferimento em três militares; e
- morte de um mateiro, assassinado pelos terroristas por servir/
de guia às tropas.
Durante este período das operações, os subversivos somente tive
ram "baixas na região a SW da Serra das Andorinhas. O destacamento aí locali
zado sofreu constantemente a ação da tropal tendo perdido oito dos seus com
ponentes. Ao Norte da Serra das Andorinhas nao houve ação de vulto contra o
inimigo.
R E S E R V A D O
R ü S E B V A D O
- 4 3 . 1 2
V^.W-44, f. 3I1J
Existe na área três destacamentos assim distribuídos e com o se
guinte efetivo:
- Destacamento A - região da Transamazônica - com 23 elementos.
- Destacamento B - Vale da Gameleira - 21 elementos.
- Destacamento C - a SW da Serra das Andorinhas - 13 elementos.
Cada destacamento possue três grupos e tem Um efetivo de 23 ele
mentos.
Os grupos podem atuar descentralizados ou coordenados pelo Desta
camento e têm um efetivo previsto de 7 elementos.
Com o decorrer das operações os Destacamentos sofreram as seguin
tes modificações:
Destacamento A:
Permaneceu praticamente intacto, procedendo apenas reformulafao/
de sua organização quanto aos grupos.
Destacamento E
Alguns elementos deste Destacamento foram enviados para a área/
do Destacamento C, possivelmente por troca de elementos deste que desaparece
ram dos locais em que atuavam.
Destacamento C:
Passou a apresentar a seguinte constituição:
- Grupo 500
- Fusão dos Grupos 700 e 900
- Grupo do Caiano (elementos retirados do Destacamento B)
0 organograma a seguir dará uma visão melhor da constituição das
forças de guerrilha:
BUREAU POLÍTICO
COMISSÃO MILITAR
DEST. A
GRUPO FAVEIRO
GRUPO PRAZERES DO MUNTO
GRUPO METADE
DEST. C
GRUPO 500 SOBRA DE
TERRA
GRUPO 700 CAIANO
GRUPO 900 PAU PRETO
GRUPO GAMELEIRA
GRUPO CASTANHAL ALEXANDRE
GRUPO COURO D'ANTAS
R E S E R V A D O
wa.v^V.fchv
g E S E R I A D_0
- 43.13 -
Através de declarações de presos e documentos apreendidos na área
e em aparelhos do PC do B no Rio e Sao Paulo pudemos tirar as seguintes con-/
clusoes;
1 - Armamento s
As armas utilizadas eram obsoletas e a carência de munição res-/
tringia ao máximo o treinamento de tiro. Segundo declarações de terroristas
presos a dotação de munição era a seguinte:
a - revolver 38 25 tiros/atirador
b - rifle 44 6 " "
c - espingarda 20 50 " "
d - fuzil 50 " *'
2 - Comunicações;
Os meios de comunicação dentro da área, restringiram-se a mensa-/
geiros a pé.
3 - IPreinamentos
Aproveitando os conhecimentos dos que realizaram cursos de guerri_
lhas em países comunistas e também os Manuais Militares, montaram um programa
de treinamento militar^ que abrangia;
a - acampamentos!
b - marchas diurnas e noturnas (em trilhas e dentro da mata)5
c - instrução de tiro5
d - sobrevivência na mata;
e - reconhecimento e orientação no terreno (bússola, sol, grotas,
Cruzeiro do Sul;
f - emboscadas, assalto, fustigamento;
g - como preparar e estudar o terreno;
h - como estudar o inimigo;
i - logística.
4 - Condições Sanitárias;
0 grande problema que os terroristas enfrentam na área é a difi
culdade de obtenção de artigos de primeira necessidade, principalmente o sal,
e também as más condições sanitárias, que acarretam constantes problemas de
saúde.
R E S E R V A D O
R E S E R V A D O
- 43.14 -
5 - Assistência;
Alguns terroristas residem na área há aproximadamente 6 anos, /
conhecendo-a profundamente, possuindo acentuado grau ie liderança. 0 Gmt
do Destacamento Bj apresenta-se como Governador do Pará e é muito admirada?/
por moradores locais.-
Um elemento da Comissão Militar e uma terrorista do Grupo da So
"bra de Terra, em virtude da assistência medioa que prestavam na região, ///
granjearam a simp?tia e gratidão dos habitantes da mata, que evitavam forne
cer qualquer informe que viesse a prejudicá-los.
2 - FORMA DE ATUAÇÃO DAS FORÇAS GUERRILHEIRAS
a - Em relação as Forças Legais;
1) - Acompanhar os movimentos da. tropa, de ientro da mata, e ///
agir quando a mesma relaxar sua segurança. De preferência atuam na hora de
"banho ou a noite, aproveitando-se do uso de lanternas por integrantes das
forças legais.
2) - Fustigamentos das "bases de patrulhas e de combate I feito
após meticuloso levantamento dos hábitos da tropa, e dos locais dos postos/
de vigilância» Normalmente esta observação é feita ao entardecer.
3) - Evitam a utilização das trilhas. Seus deslocamentos sao
realizados pela mata ou cem aproveitamento de pinicadas, que sao caminhos//
abertos na mata, a facão, com extensão de 10 a 15 metros, que terminam abrup
tamente, iniciando—se a outra pinicada 5 metros à direita ou à esquerda da
anterior, nao havendo ligações entre as pinicadas.
4) - Fará diminuir o perigo de contato com a tropa os terroris
tas procuram manter-se numa área de refúgio. Os deslocamentos sao feitos /
para pontos previamente determinados, com a finalidade des
a) - estabelecer ligações?
b) - reunirem para torneada de decisões°,
c) - obtenção de alimentos!
d) - evitar que a permanência no local possibilite seu co
nte cimento por morador local ou deixe rastros que alertem a tropa sobre sua
presença nas proximidades.
5) - Os locais para área, de refugio dos terroristas sao escolhi
dos normalmente nas grotas, para manterem-se próximos a águaf por medida de
segurança procuram geralmente ficar localizados próximo às trilhas de aces
so. Nestas áreas organizam-se em círculo e colocam sentinelas sobre as pi
cadas de acesso ou fuga a uma distancia de 100 a 300 metros do centro de
dispositivo. R E S E R V A D O
R E S E R V A D O
- 43.15 -
6) - Adotam as seguintes normas de segurança:
a) - evitar formação de rastros que levem diretamente ao
acampamento 5
"b) - criar pistas falsas para desorientar a tropa5
c) - ter sempre definida uma rota de fuga e área para pos
terior reunião §
d) - conhecer detalhadamente o terreno|
e) - evitar falar alto5
f) - quando acampado mudar a camuflagem de 2 em 2 dias,
g) - deixar o equipamento sempre em condições para deslo-/
car-se a qualquer momento.
7) - Por medida de segurança os terroristas procuram no decor-/
rer de seu trânsito pela área fazer rodizio de acampamentos. Nestes os ter
roristas somente descansam e fazem o pernoite. Nesta ocasião conduzem em
seu equipamento o mínimo necessário visando ganhar em rapidez, mobilidade e
segurança. A área de refugio ou homizio é escolhida afastada de qualquer /
morador local, nesta geralmente é construída uma cabana e depósito.
b - Em relação a população local:
A população da área mostra-se ainda incrédula quanto aos verda
deiros objetivos dos terroristas, o tratamento que lhes foi dispensado pe-/
los "PAULISTAS", quando se sentiam totalmente desamparados pelos orgaos go
vernamentais, leva a que muitos moradores nao compreendam como gente tao
"Boa" e "Simpática" possa ser alvo da ação da tropa,. Em certas regiões, 00
mo "PATRIMÔNIO", o povo mantém uma atitude de reserva com relação a tropa./
Nesta localidade os terroristas alem de assistência médica construiram e
mantinham uma escola.
Esse trabalho dos subversivos junto a uma popuCaçao desassisti-
da possibilitou a que os mesmos contassem com alguns colaboradores, nao ha
vendo, entretanto, nesta colaboração, nenhuma, afinidade ideológica. Somen
te após julho de 72 é que os terroristas começaram a realizar a doutrinação
política da população. No entanto, o respeito que dispensavam aos hábitos/
e costumes locais e os conhecimentos que fizeram ao longo de anos de perma
nência na área, criou um clima de amizade com vários moradores locais? es-/
tes amigos constituiram o núcleo inicial para o trabalho de politizaçao, c
qual progressivamente se estenderia aos demais habitantes locais.
R E S E R V A D O
R E S E R V A D O
- 43ol6 -
Mesmo sem realizar um trabalho organizado e de profundidq.de, cs
terroristas conseguiram com que a população, inicialmente, pouca cooperação/
prestasse às tropas. As informações eram obtidas a troco de propinas e so-/
mente após estar convencida que o governo adotara medidas concretas para re
solver os problemas da área (açac do INCRA e abertura de estradas) é que c
povo começou a colaborar de forma mais expontânea.
Com o desencadeamento das operações os terroristas buscavam in
tensificar o trabalho junto a população visando principalmente contar com no
vas fontes de informações, obter apoio logístico (fontes de abastecimento) e
divulgar a linha política do movimento, procurando conseguir novos adeptos /
pois achavam que suas idéias eram muito bem acolhidas pelo povo, sendo que /
na localidade de BRASÍLIA (PA) leram um manifesto do partido para 14 pessoas
e falaram politicamente com 37 moradores da área.
A base da doutrinação junto a população eram os problemas da
áreas terra, escolas, saúde e aposentadoria para o lavrador.
Procuravam instigar o povo a se rebelar contra as autoridades gjo
vernamentais concitando-as a procurar as Forças Armadas e exigir justiça ccri
tra os donos de castanhais e serrarias; pedir instruções e inscrições a fim
de obter aposentadoria e exigir escolas e postos médicos para o local.
0 plano de trabalho da população, elaborado pelos terroristas, /
previa um levantamento dos locais de maior densidade populacional, definição
das pessoas mais importantes, para neutralização das que lhes fossem adver-/
sas e a realização de propaganda política para combater a propaganda do Go-/
verno.
Um fato que muito preocupava os terroristas era a utilização pe
la tropa de guias locais, com isto procuravam intimidar os moradores com ///
ameaças de morte, chegando mesmo a executar um mateiro.
Por questões de segurança os terroristas nao confiavam totalmen
te na população e adotavam algumas normas de segurança tais como;
1 - evitar idas muito freqüentes à casa de um mesmo morador.
2 - ter o máximo de sigilo nos contatos.
3 - nao mencionar as casas em que estivera anteriormente.
4 - nao se separar nunca da arma durante as visitas.
5 - não dar conhecimento ao morador da localização do aoamparaen
to.
6 - nao conduz i r cons igo nenhum documento.
R E S E R V A D O
R E S E R V A D O
- 43-17 -
7 - para apanhar suprimentos deve ser marcado um dia e somente/
aparecer um ou dois dias depois do fixado.
8 - a aproximação das casas e roçados deve ser feita ao entarde_
cer.
3 - CONCLUSÃO:
Ao termino das ações os terroristas tiveram um de seus destacamen-/
tos, o C, praticamente incapacitado para continuar na ação armada; no en-/
tanto os demais destacamentos, A e B, continuaram praticamente completos em
seus efetives, tudo indicando que possuam' condições para manterem atuante o
movimento subversivo na área.
De que foi observado na atuação dos terroristas e também em suas anota
ções constata-se terem (os terroristas) conhecimentos militares da guerra
de guerrilha. Se aliarmos este fato ao grande conhecimento do terreno e à
de colaboradores locais conclui-se que uma vez livres da ação da tropa, têm
condições para ampliar seu movimento visando ações de maior vulto, podendo/
chegar a coluna guerrilheira, à médio ou longo prazo.
- JAU 73 -
R E S E R V A D O
it&-i*-iM lf.tthi
III - GRUPO UNIDADE
Em julho de 1969 um pequeno grupo de militantes da então recem-cc:
tuida VAR-PALKABE3 iniciou, dentro da Organização, um movimento de críti'
às concepções "fcquistas" de REGIS DEBRAY. Essa crítica foi materializa:
através dois documentos: "Contribuição a uma Auto—crítica da Crganizaçac'
''Revolução no-Poquismo".
Como consta no documento "Contribuição a uma Autc—crítica da Crga:
caos
"Nunca mantivemos vínculos mais estreitos com o movimen
to operário. Desde nessa origem, num contexto de ascen
são do movimento anti-imperialista (dirigido por uma vari
guarda pequeno-burguesa que gerou vanguardas "proleta-//
rias" como a POLOP, Dissidência de PCE, etc) até hoje, /
nossa maior participação social se deu junto ao setor //
estudantil e nao é de se estranhar que essa prática so
cial nos marcou profundamente, impedindo mesmo nossa au-
to-crítica ideológica.em varies momentos de nossa exis-/
tência. Nossa prática político-militar com ações arma-/
das que sacudiram o país, alterando a própria qualidade/
da repressão, nao tinha uma "base estrutural."
E, mais adiante:
"Hoje a Organização apresenta uma gritante insuficiência
política. A enorme simplificação das tarefas políticas,
característica da "teoria do foco", conduziu-nos a uma /
pobreza de prática e de criação teórica. Enquanto defi
nhávamos politicamente, os setores especializados em que_s
toes militares alcançaram alto nível de desenvolvimento."
Em resumo, os dois documentes desse grupo criticavam e condenava^.
um modo geral, a política de importação de modelos revolucionários, a su":
tituiçao do Partido por uma vanguarda, o desprezo pelo marxismo e a inexi
tência do centralismo democrático dentro da Organização.
Apos varias tentativas de levar essas posições a serem discutidas
la Organização, esse grupo, em 15 Uov 69, a.través o documento "Carta Aber
à Direção", formalizou seu afastamento da VAR-PALMAEE3.
- s t :
de
8 - /
s - /
p e
t a /
R E S E R V A D O
3 E 5 E 5 7 A D O
- 140 -
Eis alguns trechos desse documento:
"Os documentos que acompanham esta carta desenvolvem nos
sa concepção geral sobre o processo revolucionário e ///
suas linhas diretoras. Temos divergências evidentes no
enfoque da realidade "brasileira e, particularmente, na
concepção sobre o en-caminhamento da coluna e na linha de
massas adotadas pela Organização num Congresso que, no
nosso entender, nao tem representatividade."
"Nossas profundas divergências políticas, incluindo meto
dos de direção, política de organização e metodologia de
análise da realidade, nos indica o caminho do desligameji
te."
E, concluindo:
"Apesar de sermos inicialmente um pequeno número, esta-/
cios dispostos a nos constituir em agrupamento independe_n
te, única forma que vemos, no atual momento, de fazer va
ler nosso direito de sermos também sujeitos no processo/
revolucionário brasileiro. Neste sentido, oficializamos
nosso desligamento da Organização e pedimos contacto cem
• os companheiros que, conhecendo nossa posição, queiram /
discuti—Ia conosco."
Esse pequeno grupo de militantes que abandonou a VAS-PALMAEES ficou/
sendo conhecido pelo nome de DISSIDÊNCIA PA VAR-PALM/HBS (PVP) .
Meses depois, vários outros elementos, cujas posições políticas se
aproximavam das posições assumidas pela DVP, viriam a abandonar a VAP.-PALMA
RES, constituindo-se num grupo que se denominou de GRUPO DE POLÍTICA RZ7C—/
LUCIOITARIA (GPR) . Esse grupo, apesar de nao ter uma posição política defi
nida , era, no entanto, tarnbem de opinião que os conceitos de REGIS EZ33AY/
haviam sido aceitos como uma panacéia.
Em fevereiro de 1970 o GPR formalizou suas posições e oficializou c
desligamento da VAR-PALKARES, através um documento intitulado "Carta Aber-/
ta".
R E S E R V A D O
R E S E R V A D O
- 141 -
Ambos cs grupos - P7? o OPR - entram, nessa época, numa fase de dis
cussão política que iniciou-se com a elaboração do documento "Debate Politi
co", em fins de fevereiro de 1970 e culminou em maio de 1970, quando ambes/
os grupos resolveram juntar forças e se fusionaram, conforme consta no "In
forme fusão GPR-DVP", recebendo a nova organização daí surgida o nome de
GRUPO UNIDADE.
A partir daí, por julgar que a Direção nao poderia desencumbir-se de
todos os assuntos, por estar totalmente voltada para as questões de sobrevi
vencia física e estrutural, ficando o papel político-teórico relegado sem-/
pre a um segundo plano, foi a organização estruturada, em Birô Político e 3i_
rô de Organização.
Essa estrutura, após alguns meses, foi considerada ineficiente.
Atualmente o Grupo Unidade atua ou possue militantes em três re
giões; Região I (Guanabara), Região II (Volta Redonda/RJ) e Região III (Mi
nas Gerais). Esses militantes, na Região I, distribuem-se nos seguintes //
setores:
- Direção da Organização;
- SO (Setor Operário)5
- SPB (Setor de Tequena-Burguesia)5
- SRE (Setor de Relacionamento Externo)5
- S. Imp. (Setor de Imprensa)5 e
- GO (Grupo de Operações).
Ê o seguinte, o Estatuto do Grupo Unidade:
E S T A T U T 0
INTRODUÇÃO
A Organização se orienta pelo marxismo-leninismo e tem como objeti--
vo final de seu programa o socialismo. Considera imprescindível sua liga
ção com a classe operária para dirigir sua luta econômica, política e ide_c
lógica, contra o sistema capitalista.
No presente momento, a Organização considera que somente a luta por
um governo democrático poderá criar condições para o proletariado assaltar
o poder e implantar o socialismo no país.
Centralizar suas forças na organização da classe operária e na for
mação de sua vanguarda.
R E S E R V A D 0
Wfe-vi-mtir-uiiiç R E S E R V A D O
- 142 -
Define como sua tarefa fundamental, nes te memento, a do l u t a r pela / /
un i f i cação da esquerda "b ra s i l e i r a .
ITEM I
OS .QUADROS DA ORGANIZAÇÃO
Art. I2 - È militante da Organização todo elemento que aceita seu programa,/
participa de um de seus setores, cumpre seus estatutos e contribui
política, ideológica e materialmente para a Organização.
Art. 2e - Fará a admissão de novos quadros na Organização:
a - o elemento que pretender ingressar na Organização deverá ser
indicado por um de seus militantes?
b - o elemento será considerado militante a partir de uma avalia
ção feita pelo setor a que pertença o militante que o indicou
e desde que a Organização necessite ampliar seu quadro ativo/
de militantes.
Art. 32 - Sao devores do militante:
a - manter e consolidar sua circulação com a massa, lutar pela //
elevação de sua consciência política e organizá-la para a pra
tica revolucionária;
b - lutar pela unidade e fortalecimento da Organização, 'tanto do
ponto de vista teórico como do ponto de vista político e ide_o
lógico;
c - estudar o marxismo-leninismo com o objetivo de aplicá-lo a
realidade brasileira, contribuindo para resolver os problemas
da revolução;
d - aceitar o princípio do centralismo democrático;
e - cumprir rigorosamente as normas de segurança, segredando so
bre as medidas, resoluções e atividades da organização sob
quaisquer circunstância;
f - praticar a crítica e a auto-crítica;
g - desenvolver e praticar a solidariedade revolucionária;
h - encaminhar pelos canais competentes as críticas e contribui-/
çoes que venham a fazer;
R E S E R V A D O
H I S B H . V A D O
- 143 -
i - o m i l i t a n t e que dec id i r s e - d e s l i g a r ou pedi r l i cença da srga-
nizaçao devera encaminhar sua decisão à coordenação a que e s
t i v e r l igado e permanecer•como m i l i t a n t e da 0 . , cumprindo / / •
seus estatutos até o deferimento de seu pedido. Hao poderá /
se considerar desligado ou licenciado por atitude unilateral.
Art. 42 - Sao direitos do militante;
a - eleger e ser eleito para qualquer dos órgãos elegíveis ia Dr-
. ganizaçacf
"b - participar das discussões e apresentar críticas e contribui-/
çoes nas reuniões de sua célula ou através da imprensa da Or
ganização j
c - exigir o direito de defesa em qualquer julgamento sc"bre z seu
comportamento ou acusação que lhe seja feita. 0 militante //
exercerá esse direito no orgao a que estiver ligado ou atra-/
vés do Boletim Interno, preservando a segurança da Organiza-/
çao§
d - exigir o cumprimento da ljnha política da Organização;
e - receber assistência da Organização quando se encontrar er si
tuações diversas.
Art. 52 - Punições:
0 militante que infringir as normas estatutárias ou assumir atitu
des que firam cs interesses da Organização e do proletariado, es
tá sujeito, conforme a gravidade da falta cometida, a medidas di_s
ciplinares.
As principais sao:
a - citação do militante no Boletim Interno, com a respectiva cri
tícaj
b - suspensão por tempo determinado do cargo que desempenhas
c - destituição do cargo que desempenha;
d - expulsão da Organização;
§ 1Q - 0 militante que estiver suspenso da Organização nao poderá ser
eleito para seus organismos elegíveis.
§ 2e - As punições serão determinadas pelo orgao dirigente a que estiver
ligado o militante.
R E S E li V A D 0
R E S E ' :" O
- 14 4 -
§ 30 - No caso de expulsão o órgac dirigente a que estiver ligado c mili
tante. d .lar o processo G C podido de expulsão a Direção/
da Organização*
IEi-I II
0 CENTRALISMO DEMOCRÁTICO
Art. 62 - A Organização compreende que o princípio do centralismo democráti
co é o princípio diretor de sua prática interna. Todas as dia-//
cussoes que venham a alterar o programa da Organização ou seus e_s
tatutos e que impliquem numa modificação de sua linha política s_e
rao tomados pelo conjunto da Organização, seja através da CONFE-/
RÊNCIA da Organização ou pela convocação de um CONGRESSO.
Sao características do centralismo democráticos
a - o cumprimento por toda a Organização das decisões da maioria5
b - o caráter eletivo da Direção da Organização, dos representan
tes à CONFERÊNCIA e dos delegados ao CONGRESSO;
c - a subordinação dc-s setores à Direção da Organização, e a su-/
bcrdinaçao da Direção à CONFERÊNCIA da Organização.
§ lc - A sistematizaçao da prática da Organização será feita por seus //
organismos dirigentes.
§ 22 - As células da Organização prestam contas de suas atividades aos
orgacs dirigentes a que estiverem' ligadas a estes prestam contas/
à toda Organização através do Boletim Interno.
ITEM III
OS ÓRGÃOS DIRIGENTES DA ORGANIZAÇÃO
Art. 7 B - 0 CONGRESSO da Organização é seu orgao dirigente máximo. Do CON
GRESSO participarão, além da Direção, representantes de toda a 0r_
ganizaçao, que serão eleitos por um critério de representativida-
de e Proporcionalidade a ser definido pela CONFERÊNCIA da Organi
zaçao.
Cabe ao CONGRESSO da Organização:
a - examinar e opinar sobre a prestação de contas da Direção e da
CONFERÊNCIA caso esta tenha se reunido desde o CONGRESSO ante
rior;
b - confirmar ou modificar o Programa, os Estatutos e a orienta-/
çao geral da Organização;
R E S E R V A D O
D O
- 145 -
c - eleger a Direção da Organização e determinar os setores que
comporão a estrutura da Organização.
Art. 8S - 0 CONGRESSO da Organização reune-sc de acordo com o prazo estabe
lecido no CONGRESSO anterior e, caso nao exista este prazo ou se
ja uma situação em que sua convocação extra se faça necessária, o
CONGRESSO se reunirá:
a - por propor.'ja da metade mais um dos membros da CONFERÊNCIA da
. Organização;
b - por proposta da metade mais um doa militantes da Organização.
Art. 9B ~ A CONFERÊNCIA da Organização é seu orgao dirigente imediatamente/
abaixo do CONGREGO. Será constituída pelos membros da Direção e
por 1 (um) representante de cada coordenação de setor.
Sao atribuições da CONFERÊNCIA da Organização:
a - criar setores necessários ao cumprimento da linha política da
Organização;
b - preencher, por eleição, vagas na Direção da Organização;
c - resolver sobre questões da competência do CONGRESSO em caso ,
de comprovada impossibilidade deste se reunir.
Art. 10a - A CONFERÊNCIA B« reunirá por proposta dos membros da Direção de
Organização.
Art. llc - A Direção da Organização:
a - a Direção da Organização e responsável por toda a pratica da
Organização;
b - cabe à Direção dirigir as atividades políticas da Organiza-/
çao e informar aos militantes, desde que preservada a segu-/
rança da Organização;
c - a Direção poderá convocar comissões auxiliares.
Art. 12° - As coordenações dos setores dirigem as atividades dos respecti-/
vos setores di Organização. Sao formadas por militantes nomea-/
dos pela Direção da Organização.
§ l5 - As Coordenações terão toda a autonomia nas atividades de seus se
tores, desde que dentro dos limites do Programa da Organização e
das respectivas programações de trabalho aprovadas pela Direção.
R E S E R V A D O
§ 22 — Caso as decisões das coordenações - mesmo nc l i m i t e de suas a t i -
Les - : • Direção, ás deci- j
soes se transformarão em propostas para d i scussão .
ITBM IV
DISPOSIÇÕES FINAIS
A r t . 13 a - Cabe à Direção da Organização e s t abe l ece r os n íve i s em que se do
senvolvera o t raba lho jun to a out ras Organizações e cora elemett-/
t o s s impa t i zan tes , e o relacionamento externo em g e r a l .
Ar t . 14c - Cabe à CONFERÊNCIA da Organização d e c i d i r sobre os casos omissos
nes te E s t a t u t o .
JAN 73