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INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS URUTAÍ WALLISSE RESENDE RIBEIRO AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A FERRUGEM-ASIÁTICA (Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI- TARDIOS E PRECOCES DE SOJA (Glycine max) URUTAÍ - GO 2012

WALLISSE RESENDE RIBEIRO

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INSTITUTO FEDERAL GOIANO

CAMPUS URUTAÍ

WALLISSE RESENDE RIBEIRO

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A FERRUGEM-ASIÁTICA

(Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI-

TARDIOS E PRECOCES DE SOJA (Glycine max)

URUTAÍ - GO 2012

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INSTITUTO FEDERAL GOIANO

CAMPUS URUTAÍ

WALLISSE RESENDE RIBEIRO

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A FERRUGEM-ASIÁTICA

(Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI-

TARDIOS E PRECOCES DE SOJA (Glycine max)

URUTAÍ - GO

2012

Monografia apresentada para a

obtenção do grau em Bacharelado

em Agronomia, ao Instituto

Federal Goiano – Campus Urutaí.

Orientador: Dr. Milton Luíz da

Paz Lima

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WALLISSE RESENDE RIBEIRO

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA A FERRUGEM-ASIÁTICA

(Phakopsora pachyrhizi) EM GENÓTIPOS TARDIOS, SEMI-

TARDIOS E PRECOCES DE SOJA (Glycine max)

COMISSÃO EXAMINADORA

_______________________________________

Dr. Osvaldo Toshiyuki Hamawaki (Revisor)

_______________________________________

M.Sc. Paulo Cesar Cunha (Revisor)

_______________________________________

Dr. Milton Luiz da Paz Lima (Orientador)

Urutaí, 04 de julho de 2012.

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3

À Deus de toda sabedoria, aos

meus pais Edson Ribeiro e Vanda

e à minha irmã Katiuce, que

sempre me incentivaram e me

deram apoio nas horas difíceis.

Page 5: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

4

.

Julgue seu sucesso pelas coisas que

você teve que renunciar para conseguir.

Dalai Lama

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5

AGRADECIMENTOS

À DEUS por ter me abençoado sempre.

À minha família pelo apoio e credibilidade

Ao orientador professor Milton Lima.

Ao Programa de Melhoramento de Soja da Universidade Federal de Uberlândia.

Aos professores do curso de Agronomia.

Aos meus colegas de faculdade pela amizade e ajuda nas atividades.

Aos estagiários do laboratório Gabi, Rayane, Alicionon, Thaise, Agnaldo, Leticia e

Lucas pela ajuda nas atividades de campo.

A Jakelinny Martins pelo auxilio nos experimentos de campo e laboratório.

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RESUMO

RIBEIRO, W.R. Avaliação da resistência a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) em

acessos tardios, semi-tardios e precoces de soja (Glycine max). Trabalho de Conclusão de

Curso. 44 p. 2012.

Recentemente a ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi), tem sido uma das mais

importantes doenças da cultura da soja. A busca de cultivares resistentes e/ou tolerantes é um

importante componente do emprego de táticas de manejo integrado. O objetivo deste trabalho

foi avaliar a resistência de genótipos ciclo semi-tardios, médios e precoces de soja

pertencentes ao Programa de Melhoramento de Soja da UFU à ferrugem-asiática. Cinquenta e

cinco genótipos de soja foram cultivados na safra 2011-2012 na Estação Experimental da

Fazenda Palmital do Instituto Federal Goiano - câmpus Urutaí. O experimento foi em blocos

casualizados com três repetições, sendo considerada como unidade experimental cada parcela

(2x5 m; 18 plantas por metro linear). As avaliações da severidade da doença foram feitas

através da escala diagramática. Avaliou-se a severidade a partir dos 27 dias após o plantio

(dap), intercalando sete dias de avaliação (13 avaliações). Os genótipos foram classificados

em três classes de reação (R resistentes, I intermediários e S suscetíveis). Rejeitou-se a

hipótese de nulidade para fator genótipo, dias e interação. Dos acessos precoces que

apresentaram os menores períodos de incubação foram 12, 17 e 09 (76 dap) e os que

apresentaram estatisticamente as maiores médias de severidade da doença foram 24, 6 e 8.

Dos acessos tardios, como esperado, aqueles apresentaram os menores períodos de incubação

foram 06, 04 e 22 (83 dap), e pelo teste Tukey, os que apresentaram as menores médias de

severidades da doença foram 30, 17, 26. As informações a respeito das classes de reação de

genótipos de soja a P. pachyrhizi, representam uma valiosa informação no d’esenvolvimento

de cultivares resistentes em programas de melhoramento.

Palavras-chave: suscetibilidade, estádio fenológico, tolerância, imunidade.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 11

2.1 HOSPEDEIRO ............................................................................................................................. 12

2.1.1 ESTÁDIOS DE CRESCIMENTO DA SOJA .......................................................................................... 13

2.1.2 Melhoramento genético da soja ................................................................................................. 14

2.2 FERRUGEM-ASIÁTICA............................................................................................................. 16

2.2.2 ETIOLOGIA................................................................................................................................. 17

2.2.3 EPIDEMIOLOGIA ......................................................................................................................... 18

2.2.4 CONTROLE ................................................................................................................................. 19

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................. 24

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 38

ANEXO 1- DOENÇAS DA SOJA ......................................................................................................... 43

ANEXO 2- PRODUTOS QUÍMICOS REGISTRADOS NO MINISTÉRIO DA

AGRICULTURA ................................................................................................................................... 45

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Escala diagramática utilizada para avaliação da severidade da ferrugem-asiática

(Phakopsora pachyrhizi), nos genótipos analisados (proposta por Godoy et al., 2006). ...... 22

Tabela 1. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) precoces distribuídos

espacialmente nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*,

Urutaí, GO, 2011-2012. ..................................................................................................... 22

Figura 3: Médias das severidades obtidas nos diferentes dias de avaliação (F6,770=941.99**;

CV=22,33 %). Urutaí, GO, 2011-2012. .............................................................................. 25

Figura 4: Porcentagem de classificação dos de soja precoces, semi-tardios e tardios por classe

de reação segundo a medida de similaridade UPGMA e procedimento de separação “fast

class”. Urutaí, GO, 2011-2012. .......................................................................................... 28

Figura 7: Severidade média dos genótipos tardios por estádios fenológicos. A. genótipo 1, B.

genótipo 5, C. genótipo 19, D. genótipo 23, E. genótipo 30 e F. genótipo 10. Urutaí, GO,

2011-2012. ......................................................................................................................... 32

Figura 8: Curva de progresso da doença nos dias de incidência ferrugem-asiática

(Phakopsora pachyrhizi) dos três maiores e três menores valores de severidade genótipos

precoces (A) e tardios (B). Urutaí, GO, 2011-2012. ............................................................ 34

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos espacialmente

nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*. .................................. 23

Tabela 2. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos espacialmente

nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*. .................................. 23

Tabela 3. Médias de severidade e AACPD dos genótipos de soja precoces e tardios

(F54,770=941.99**; CV=22,33 %). ................................................................................................. ......26

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1. INTRODUÇÃO

A soja (Glycine max (L) Merrill) atualmente cultivada é muito diferente dos seus

ancestrais, que eram representados por plantas rasteiras que se desenvolviam na costa leste da

Ásia, principalmente ao longo do Rio Yang-Tsé, na costa leste da China. Sua evolução

começou com o aparecimento de plantas oriundas de cruzamentos naturais entre duas espécies

de soja selvagem que foram domesticadas e melhoradas por cientistas da antiga China. No

mundo, o Brasil se situa como segundo maior produtor, ficando atrás dos EUA e na safra

2009/10 a área plantada foi de 24 milhões de hectares obtendo-se uma produção de 70,3

milhões de toneladas (CONAB, 2010). Atualmente, a soja é o principal produto do

agronegócio brasileiro, obtendo-se uma receita de 13 bilhões de dólares nas exportações

referentes ao complexo soja (grão, farelo e óleo) no ano de 2007 (ABIOVE, 2010).

Com a cultura cada vez mais produtiva foram surgindo diversas doenças como à

ferrugem-asiática que tem como agente causal Phakopsora pachyrhizi Syd. & P. Syd. (1914),

esta doença foi verificada pela primeira vez no Japão, em 1902, e descrita em 1914, onde já

havia se espalhado por diversos países do sudeste da Ásia. Na América, o primeiro registro

ocorreu em Porto Rico, em 1976 e na América do Sul o primeiro registro ocorreu em 2001,

atingindo lavouras do Paraguai e Brasil, e também em plantas voluntárias. Por fim, a

ferrugem-asiática foi registrada no continente africano, asiático, australiano e americano

(YORINORI et al., 2005). Hoje no Brasil nos meses de cultivo da soja os focos e a incidência

da doença são monitoradas e as informações e distribuição geográfica são registrados em

mapas disponíveis on-line (CONSÓRCIO, 2012).

Em função de sua fácil disseminação pelo vento, os urediniósporos podem ser

encontrados em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil com reduções de

produtividade de até 75 %. Já na Austrália e na Índia as perdas podem atingir 80 % a 90 %,

respectivamente. A importância da ferrugem-asiática no Brasil pode ser avaliada pela sua

rápida expansão, virulência e pelo montante de perdas causadas (MAGNANI et al., 2008).

Estima-se que os prejuízos pela redução da produção do grão causado pela doença,

na safra brasileira de 2007/2008, foram de 418,5 mil toneladas, representando 1 % da

produção nacional, e resultando num prejuízo de US$ 204,5 milhões, que somado ao gasto

para o controle da doença, resultou em um custo total de US$ 1,97 bilhões (EMBRAPA,

2008).

O desenvolvimento de variedades resistentes é uma eficiente forma de controle da

ferrugem-asiática da soja no campo. Foram identificadas em variedades e/ou acessos de soja

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na Ásia, utilizadas para identificação de raças do patógeno cinco genes representados por

Rpp1, Rpp2, Rpp3, Rpp4 e Rpp5 (HARTWIG & BROMFIELD, 1983). A maioria dos genes

de resistência mais importantes é considerada raça-específica (BROMFIELD & HARTWIG,

1980, 1983), e ainda o patógeno apresenta elevada variabilidade (YAMAOKA et al., 2002).

Assim, embora muitas linhagens e cultivares sejam selecionados para resistência à ferrugem-

asiática da soja na Ásia e outros países, a resistência é dependente da virulência e distribuição

de raças do patógeno no ambiente.

No entanto, a cada ano a ferrugem asiática vem trazendo cada vez mais prejuízos

para os produtores, como a perda de produtividade e maior gasto com aplicações preventivas

e curativas de fungicidas.

Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resistência à ferrugem-

asiática (Phakopsora pachyrhizi) em genótipos tardios, semi-tardios e precoces de soja

(Glycine max) oriundos do Programa de Melhoramento de Soja da Universidade Federal de

Uberlândia.

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 HOSPEDEIRO

A soja [Glycine max (L).Merrill] é uma planta milenar, tem sua origem no continente

Asiático na região da antiga Manchúria, atual china. Dessa região, por seu elevado valor

alimentício, expandiu-se para outras partes do oriente, Coréia e Japão. Nos séculos XV e XVI,

a soja chegou ao Ocidente. (PAIVA et al., 2006).

A soja é uma planta da família Fabaceae gênero Glycine. Na América, foi cultivada

nos Estados Unidos como planta produtora de grãos e forrageira. No Brasil, chegou à Bahia

em 1882, trazida dos EUA e espalhou-se para São Paulo e Rio Grande do Sul, onde foi

cultivada e tem grande importância até os dias atuais. Atualmente, a soja tem maior

desenvolvimento no Centro-Oeste brasileiro, (PAIVA et al., 2006). E hoje o Brasil é o

segundo maior produtor de soja do mundo. O crescimento da produção e o aumento da

capacidade competitiva da soja brasileira sempre estiveram associados aos avanços científicos

e à disponibilização de tecnologias ao setor produtivo. O desenvolvimento de variedades e

híbridos adequados às diferentes regiões do Brasil tem sido um dos principais fatores

responsáveis pelo sucesso da cultura. As conquistas nas áreas de pesquisa contribuíram

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diretamente para a rápida expansão da área cultivada e da produção. A soja (Glycine max) é

uma das culturas que vem garantindo a sustentabilidade econômica da atividade agrícola no

Brasil, sendo que sua área de cultivo aumenta a cada safra.

A soja possui importância incontestável no cenário agrícola mundial ocupando

isoladamente a posição de cultura mais plantada em todo o mundo em áreas sempre em

expansão. Na safra 2010/2011 a produção mundial alcançou 210,6 milhões de toneladas em

96,3 milhões de hectares (USDA, 2010) sendo o Brasil o segundo maior produtor depois dos

Estados Unidos com 70,3 milhões de toneladas em 24 milhões de hectares e produtividade

média de 2.629kg.ha-1 obtida graças às novas tecnologias amplamente empregadas visando

maior produtividade a fim de atender a crescente demanda por essa importante commodity

(CONAB, 2011).

A produtividade media no Centro-Oeste na safra 2009-2010 foi de 2967 kg/há¹ e

uma área plantada de 10.539.200 ha. No estado de Goiás a produtividade media foi de 2880

kg/há¹ e uma área plantada de 2.549.500 ha. Na safra 2010-2011 a produtividade media no

Centro-Oeste foi de 3104 kg/há¹ e uma área plantada de 10.700.200 ha. No estado de Goiás a

produtividade media foi de 3060 kg/há¹ e uma área plantada de 2.549.500 ha (CONAB,

2011).

A cultura da soja com sua posição no cenário mundial em alta demanda torna-se

fundamental como geradora de riquezas, principalmente no Brasil que viu nesta cultura uma

das oportunidades de desenvolver as regiões do cerrado. Além da sua importância econômica

significativa praticamente em todos os Estados do Brasil, verificam-se incrementos sucessivos

de produtividade e área plantada no país, contribuindo para o aumento das exportações do

complexo soja e para a competitividade do agronegócio.

2.1.1 Estádios de crescimento da soja

A soja apresenta dois estádios de crescimento diferenciados, que são o vegetativo e o

reprodutivo. O aparecimento da ferrugem pode ocorrer em qualquer fase da cultura, embora

tenha se verificado a presença cada vez mais precoce da doença nas plantas devido ao

aumento do inóculo do fungo ao longo dos anos de cultivo da soja. A evolução da doença é

mais lenta na fase vegetativa e a partir do início da floração há um aumento acentuado e

progressivo da suscetibilidade das plantas à doença.

Estádios vegetativos: Compreende da emergência da plântula até anterior à floração.

VC: da emergência a cotilédones abertos. V1: primeiro nó, folhas unifolioladas abertas. V2:

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segundo nó, primeiro trifólio aberto. V3: terceiro nó, segundo trifólio aberto. Vn: enésimo

(último) nó com trifólio aberto, antes da floração (YORINORI, 1997).

Estádios reprodutivos: É observada na haste principal da planta e compreende os

seguintes estágios. R1: início da floração, até 50% das plantas com flor. R2: floração plena,

maioria dos racemos com flores abertas. R3: final da floração, flores e vagens com até 1,5cm.

R4: maioria das vagens no terço superior com 2-4 cm. R5.1.: grãos perceptíveis ao tato a 10%

da granação. R5.2: maioria das vagens com granação de 10%-25%. R5.3: maioria das vagens

entre 25% e 50% de granação. R5.4: maioria das vagens entre 50% e 75% de granação. R5.5:

maioria das vagens entre 75% e 100% de granação. R6: vagens com granação de 100% e

folhas verdes. R7.1: início a 50% de amarelecimento de folhas e vagens. R7.2: entre 51% e

75% de folhas e vagens amarelas. R7.3: mais de 76% de folhas e vagens amarelas. R8.1:

início a 50% de desfolha. R8.2: mais de 50% de desfolha à précolheita. R9: ponto de

maturação de colheita (YORINORI, 1997).

2.1.2 Melhoramento genético da soja

O melhoramento genético da soja é um processo contínuo de desenvolvimento de

novas cultivares. Os programas de melhoramento são assentados em objetivos gerais e

específicos e visam à solução das limitações reais ou potenciais das cultivares frente aos

fatores bióticos e abióticos que interferem na produção da soja. As hibridações são realizadas

para desenvolver germoplasma com variabilidade genética e as populações segregantes são

conduzidas por métodos tradicionais de melhoramento de plantas autógamas, para permitir a

seleção e a avaliação de genótipos com as características agronômicas desejadas nas novas

cultivares (ALMEIDA et al., 1998).

A resistência genética às principais doenças e pragas e a tolerância aos fatores

limitantes edafo-climáticos são garantias de estabilidade de produção e de retorno econômico

que podem ser ofertadas com o uso de semente de cultivares melhorada (ALMEIDA et al.,

1998).

Quando o objetivo do melhoramento é uma característica qualitativa, como

resistência a uma determinada doença, a escolha recai em cultivares e linhagens adaptadas e

genótipos fontes de gene(s) para resistência. Para característica quantitativa, como a

produtividade, maior sucesso pode ser obtido entre cruzamentos envolvendo genótipos

produtivos (EMBRAPA SOJA, 2012).

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15

2.1.3 Resistência

No patossistema soja-ferrugem-asiática há relatos da existência de cinco genes

dominantes controlando a resistência, denominados de Rpp1, Rpp2, Rpp3, Rpp4 e Rpp5,

identificados em introduções de plantas (CHENG & CHAN, 1968; HIDAYAT &

SOMAATMADJA, 1977; BROMFIELD & HARTWIG, 1980; HARTWIG, 1986; GARCIA

et al., 2008). No entanto, a estabilidade dessa resistência é preocupante, devido ao patógeno

apresentar alta diversidade genética, dificultando o desenvolvimento de cultivares que sejam

efetivas por longo período (HARTMAN et al., 1994). A resistência mediada pelos genes

dominantes Rpp é monogênica e raça-específica, frequentemente explicada pela teoria gene-a-

gene.

No Brasil, estudos realizados pela Embrapa Soja identificaram 11 cultivares com

resistência à ferrugem (YORINORI et al., 2002), sendo essa resistência quebrada rapidamente

com isolado do fungo proveniente do Mato Grosso. Das cinco fontes de resistência já

descritas na literatura, apenas aquelas com os genes Rpp2 e Rpp4 permanecem resistentes à

ferrugem no Brasil (ARIAS et al., 2004).

A resistência parcial ou a resistência que reduz a taxa de infecção foi também

relatada para a ferrugem onde linhagens com resistência parcial em avaliações de campo

foram classificadas como moderadamente resistentes, uma vez que poucas lesões se

desenvolveram durante o ciclo da cultura. De acordo com HARTMAN et al. (1994), a

identificação e a utilização da resistência parcial, em programas de melhoramento de soja, têm

sido limitadas. Os métodos de avaliação consomem tempo e dificultam a incorporação em

programas de melhoramento.

Dois tipos de resistência, a horizontal e a vertical, são observados entre os genótipos

de soja (BROMFIELD & HARTWIG, 1980). A vertical é a mais utilizada devido à facilidade

de ser trabalhada, mas tem sido quebrada com facilidade, indicando a presença de raças do

fungo, como aconteceu com a resistência conferida pelos genes Rpp1 e Rpp3 que foi quebrada

pela nova raça. Por isso, a obtenção de cultivares de soja resistente à ferrugem-asiática é um

grande desafio para a pesquisa.

Já a resistência horizontal envolve a redução na taxa de desenvolvimento da doença,

sendo mais efetiva contra um número maior de raças do patógeno. Entretanto, a quantificação

deste tipo de resistência é mais difícil, limitando sua utilização (TSCHANZ & WANG, 1985).

Devido às limitações no emprego de estratégias para obtenção de genótipos apresentando

ambos os tipos de resistência, outros métodos têm sido utilizados, com o objetivo de evitar

Page 16: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

16

reduções de produtividade devido à ocorrência da doença, dentre eles o estudo de tolerância

de cultivares.

2.2 FERRUGEM-ASIÁTICA

A ferrugem-asiática da soja, causada por Phakopsora pachyrhizi Sydow & Sydow

possui alto potencial de dano à cultura, pois pode causar rápido amarelecimento e queda

prematura de folhas, prejudicando a plena formação dos grãos. Desde o ano de 2001,

epidemias da doença têm sido constatadas no Brasil. O principal dano ocasionado por essa

doença é a desfolha precoce, que impede a completa formação dos grãos, com conseqüente

redução da produtividade. O nível de dano que a doença pode ocasionar depende do momento

em que a ferrugem incide na cultura, das condições climáticas favoráveis à sua multiplicação

após a constatação dos sintomas iniciais. Os danos podem ocasionar prejuízos de 100% na

produção de soja (YORINORI et al., 2002).

A ferrugem-asiática apresenta um aspecto de coloração pulverulenta marrom, em

leguminosas, produzindo urédia em formato de cópula localizada na parte abaxial da folha. É

bastante semelhante à ferrugem americana. Pode aparecer em qualquer estádio de

desenvolvimento em cotilédones, folhas e hastes, sendo os sintomas nas folhas os mais

característicos da doença (KIMATI et al., 2005).

Em função de sua fácil disseminação pelo vento, os urediniósporos podem ser

encontrados em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil. Os urediniósporos são

facilmente disseminados através do vento, para lavouras próximas ou a longas distâncias,

porém, não são transmitidos pela semente e nem pelos restos culturais (JULLIATI, 2004).

A temperatura e o molhamento foliar, quando ocorrem simultaneamente, constituem

fatores essenciais para a infecção do fungo. A associação desses dois fatores favorecerá a

germinação dos urediniósporos, a formação do apressório e a penetração de forma direta do

fungo na superfície foliar através da cutícula. Temperaturas em torno de 15 a 20ºC e umidade

relativa do ar em torno de 75 a 80% com períodos prolongados de orvalho, constituem

condições ideais para o desenvolvimento do fungo na cultura da soja (JULIATTI &

POLIZEL, 2004).

Quando a planta é infectada ocorre o amarelecimento, seca e queda prematura de

folhas, diminuindo o tamanho dos grãos e em consequência perda de rendimento e qualidade

(ALMEIDA et al., 2005).

Page 17: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

17

2.2.1 Sintomatologia

Os sintomas causados pela ferrugem da soja são denominados de lesões, não de

pústulas, como nas demais ferrugens, porque ocorre a necrose do tecido foliar e cada lesão

pode apresentar várias pústulas. Sintomas iniciais da doença são áreas foliares cloróticas, de

forma poligonal por causa da delimitação imposta pelas nervuras.Posteriormente, adquirem

coloração castanha a marrom-escura (REIS et al. 2006). Sobre as lesões pode-se observar uma

ou mais urédias (foram contadas até 16 em uma lesão, conforme Reis et al., 2006), que se

rompem liberando os uredinosporos através de um poro central. As lesões tendem para um

formato angular e podem atingir 2 a 5 mm de diâmetro. Podem aparecer em pecíolos, vagens

e caules, porém, são mais abundantes nas folhas, principalmente na face inferior, onde podem

ocupar extensas áreas. As lesões estão freqüentemente associadas ao amarelecimento foliar e,

em altas densidades, resultam em desfolha prematura (SINCLAIR & HARTMAN, 1999).

São reconhecidos dois tipos de sintomas da ferrugem: tipo Tan e RB, que se

caracterizam por lesões com grande produção de esporos no primeiro, onde as pústulas são

amareladas, ocorrendo em material suscetível, e, no segundo, as lesões apresentam-se com

ausência ou pequena produção de uredosporos e coloração marrom-avermelhada, delimitada

pelas nervuras, ocorrendo em material com reação de resistência (FURLAN, 2005).

2.2.2 Etiologia

Nome cientifico: Phakopsora pachyrhizi

Identificador: Syd. & P. Syd

Gênero: Phakospsora

Família: Phakospsoraceae

Classe: Basidiomicetos

Subclasse: Teliomicetidae

Ordem: Uredinales (MICHEREFF, 2006).

Não é conhecida a fase de pícnia e écio. A urédia é hipófila, subepidérmica,

tornando–se errompentes, é densa, espalhada e recobre quase que completamente a superfície

foliar. Possui coloração avermelhada e as lesões apresentam de 0-4 mm de diâmetro. As

paráfises são numerosas, algumas vezes curvadas, hialinas a sub-hialinas, e possuem de 25-45

µm de comprimento e 8-13 µm de largura. O perídio é angular, a parede é fina e possue 10-

Page 18: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

18

15x8-12 µm de dimensões. Os urediniósporos são globosos ou sub-globosos, algumas vezes

elipsóides de coloração alaranjada e são equinulados. Os poros germinativos são distribuídos

nos urediniósporos, possuem parede fina e suas dimensões são de 20-28x18-22 µm. A télia é

hipófila, subepidérmica tornando errompente, distribuída aleatoriamente ou agregada, regular

a circundante, pequena, com coloração marrom escura e possue 0-15x0-25 µm de dimensões.

Os teliósporos são agregados aderidos lateralmente, algumas vezes clavados a

oblongos, possuem coloração marrom-alaranjada, paredes lisas, são unicelulares com um

curto pedicelo e suas dimensões são de 18-30x6-12 µm (ANAHOSUR & WALLER, 1990).

Os urédios são predominantes na face inferior, mas podem, esporadicamente,

aparecer na face superior das folhas. Progressivamente, os urédios, adquirem cor castanho-

clara a castanho-escuro, abrem-se em um minúsculo poro, expelindo os urediniósporos. Os

urediniósporos possuem inicialmente de coloração hialina (cristalina), tornam-se bege e

acumulam-se ao redor dos poros ou são carregados pelo vento. À medida que prossegue a

esporulação, o tecido da folha ao redor dos primeiros urédios, adquire coloração castanho-

clara a castanho-avermelhada, formando as lesões que são facilmente visíveis em ambas às

faces da folha (ALMEIDA et al., 2005).

Dois tipos de esporos pertencentes aos ciclos das ferrugens são conhecidos em P.

pachyrhizi: urediniósporos (II) e telióporos (III). Os urediniósporos (15-24 x 18-34 µm) são

os mais comuns e se constituem na fase endêmica da doença (ALMEIDA et al., 2005).

2.2.3 Epidemiologia

O fungo P. pachyrizi é um parasita obrigatório. A perpetuação do fungo depende de

hospedeiros alternativos existentes em grande quantidade na natureza, cerca de 95 espécies

em 42 gêneros da família Fabaceae são relatados como hospedeiros (ZAMBOLIM, 2006).

Essa espécie pode infectar os seguintes gêneros: Calopagonium sp., Erythrina sp., Centrsema

sp., Glycine sp., Lablab sp., Pachyrhizus sp., Phaseolus sp., Physostigma sp., Pueraria sp.,

Teramnus sp., Vigna sp., porém apenas os gêneros Vigna sp., Phaseolus sp. e Pachyrhizus sp.

Foram distinguidas, obtendo diferenças de virulência entre os isolados em Porto Rico, onde

foi detectada mais de uma raça existente. Foram encontradas duas raças em Quiensland

(ANAHOSUR & WALLER, 1990). Em Taiwam, foram identificadas nove raças e no Japão,

onze. No Brasil, a quebra de resistência em uma safra evidenciou a existência de raças, quatro

genes dominantes com heranças independentes são conhecidos e denominados como Rpp1 –

Rpp4 (ALMEIDA et al., 2005).

Page 19: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

19

Os urediniósporos são transmitidos através do vento, e a função do estágio telial é

somente sobrevivência, não sendo observada até o momento a produção de basidiósporos

(ANAHOSUR & WALLER, 1990).

Urediniósporos germinam nas temperaturas entre 10-28oC, a temperatura ótima é

20ºC e 10-18 horas são necessário para a infecção máxima. Os urediniósporos germinam por

volta de duas horas no escuro e a 20 ºC e penetram na cutícula em um período de sete horas.

A formação uredinial e a esporulação ocorrem por um período de nove dias e quatro semanas

após a infecção. A urédia em variedades resistentes forma–se tarde e torna senescente cedo. A

doença aparece ser mais importante em áreas úmidas. A reação varietal entre variedades de

soja é apreciada para identificação de cultivares resistentes, algumas cultivares resistentes tem

sido obtidas por indução da mutação (ANAHOSUR & WALLER, 1990).

É necessário de 6 a 12 horas de molhamento na superfície das folhas (MELCHING

et al., 1989). É por isso que nas regiões mais quentes é mais difícil aparecer a doença, ou

quando aparece, não desenvolve de forma explosiva. As regiões com altitude superior a 700

metros são mais favoráveis à ocorrência da doença devido às temperaturas noturnas mais

amenas associadas a um maior número de horas de orvalho. Regiões mais baixas, porém com

chuvas bem distribuídas, também são favoráveis para um desenvolvimento mais rápido da

doença (ZAMBOLIM, 2006).

2.2.4 Controle

Os fungicidas dos grupos triazóis e estrobilurinas têm-se mostrado mais eficientes

para controle da doença, com diferença na eficiência curativa entre princípios ativos dentro de

cada grupo. Além do controle químico, é importante considerar o manejo da cultura, devendo-

se evitar a semeadura da soja na época mais favorável à doença, selecionar variedades mais

precoces e, fundamentalmente, fazer o levantamento periódico da lavoura para detectar a

ocorrência da doença no seu início (ALMEIDA et al., 2005).

Para dificultar ainda mais o controle dessa doença, cultivada em condições de

irrigação na entressafra ou plantas guaxas que permanecem no campo após a entressafra

constituem o elo entre duas safras, formando assim o que se denomina ponte-verde para o

inóculo da doença. Assim, o surgimento da doença em cada safra é antecipado, sendo

necessário de quatro a cinco aplicações de fungicidas para o controle, onerando o custo de

produção (ZAMBOLIM, 2006).

Page 20: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

20

O desenvolvimento de cultivares resistente tem sido dificultado pela variabilidade

genética do fungo. Na safra 2001/02, cultivares que haviam sido selecionados com resistência

completa tiveram sua resistência quebrada com isolados do fungo provenientes do Mato

Grosso do Sul. Na ausência de cultivares resistentes, medidas de manejo como a utilização de

cultivares de ciclo precoce e semeaduras no início da época recomendada, monitoramento

constante da lavoura associado ao controle químico com fungicidas têm sido recomendadas

para diminuir os danos que essa doença pode causar. A aplicação do fungicida deve ser feita

após os sintomas iniciais da doença na lavoura ou na região ou preventivamente

(ZAMBOLIM, 2006).

3 MATERIAL E MÉTODOS

Área Experimental: O experimento foi realizado no ano agrícola 2011/2012, situado

na Fazenda Palmital (rodovia Geraldo Silva Nascimento, km 2, 5, latitude: 17°29’31.35’’,

longitude: 48°12’56.93’’, altitude: 764m), situada na área experimental do Instituto Federal

Goiano – Câmpus Urutaí, localizado na cidade de Urutaí, GO. O solo é caracterizado como

Latossolo Vermelho distróférrico.

Preparo do solo: O preparo do solo foi feito primeiramente com uma gradagem

pesada e uma gradagem niveladora, após foi feito os sulcos de plantio. A adubação de plantio

foi realizada com 500 kg ha-1

do formulado 02-20-18.

Organização Experimental: A semeadura foi realizada em 01/12/2011, foram

avaliados 55 genótipos de soja precoces e tardios (Tabelas 1 e 2) cultivadas em três

parcelas/blocos por genótipo (delineamento em blocos casualizados), totalizando 165

unidades experimentais. Vale a pena ressaltar que inicialmente o experimento continha 58

genótipos (30 precoces e 28 tardios), contudo após o plantio três genótipos não germinaram.

Tamanho Área experimental: Cada parcela apresentava as dimensões de 2x5 m, com

área de 10 m2

por parcela, espaçamento de entre linhas utilizado foi de 0,5 m, foram

despresados 0,5 m das extremidades das duas linhas centrais, totalizando uma área útil de 4

m2. As avaliações foram realizadas nas duas linhas centrais. O número total de plantas por

linha foi de 72 plantas, totalizando 144 plantas por parcela (Distribuição apresentada nas

Tabelas. 1 e 2).

Controle de ervas daninha: Para o controle das ervas daninhas foi realizado uma

aplicação de herbicidas aos 34 dias após o plantio (dap). Os herbicidas utilizados foram

Page 21: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

21

Fusilade 250 EW® na dosagem de 0,7 L/há¹ e o Flex na dosagem de 1 L/há¹ dos produtos

comerciais.

Controle de Pragas: Para o controle de pragas foi feita a primeira aplicação de

inseticida aos 43 dap. Os inseticidas utilizados foram o Engeo Pleno® na dosagem de 0,46

L/há¹ e o Actara® na dosagem de 0,1 kg/há¹ dos produtos comerciais. Estes inseticidas foram

usados para o controle de vaquinha (Diabrotica speciosa) e mosca-branca (Bemisia tabaci).

Aos 62 dap foi feita a segunda aplicação de inseticida para o controle de percevejo-verde

(Nezara viridula), percevejo-marrom (Euschistus heros), lagarta-da-soja (Anticarsia

gemmatalis) e lagarta-mede-palmo (Pseudoplusia includens). O inseticida utilizado foi o

Connect® na dosagem de 1 L/há¹ do produto comercial. Aos 72 dap foi realizada a terceira

aplicação de inseticida para o controle de Percevejo-verde (Nezara viridula), percevejo-

marrom (Euschistus heros), lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis) e lagarta-mede-palmo

(Pseudoplusia includens). O inseticida utilizado foi o Connect® na dosagem de 1 L/há¹ do

produto comercial. Aos 80 dap foi feita a quarta aplicação de inseticida. Os inseticidas

utilizados foram o Áquila® para o controle de percevejo-verde (Nezara viridula) e percevejo-

marrom (Euschistus heros) na dosagem de 1 kg/há¹ e o Atabron® para o controle de Lagarta-

da-soja (Anticarsia gemmatalis) e lagarta-mede-palmo (Pseudoplusia includens) na dosagem

de 0,75 L/há¹ dos produtos comerciais. Para o controle de doenças não foi utilizado nenhum

defensivo em razão do projeto ser avaliar e selecionar genótipos de soja resistentes à

ferrugem-asiática.

Análise estatística: Os parâmetros sanitários foram a variável dependente severidade

da doença [(iniciada aos 27 dap, intervalos 7 avaliações, totalizando 13 avaliações), Figura 1],

o parâmetro área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), e o período de período

de latência (dias) para cada genótipo (número de dias que vai desde o plantio até o

aparecimento de sinais do patógeno na hospedeira). Foi calculada a Área Abaixo da Curva de

Progresso da Doença (AACPD) integrando a curva de progresso da doença para cada

tratamento (severidade x dias), por meio da fórmula:

n-1

AACPD= Σ (Xi + Xi+1)(ti+1-ti)

i 2

Onde, n é o número de avaliações da severidade, Xi é a severidade da doença e (ti+1-

ti) é o número em dias entre as avaliações consecutivas (CAMPBEL & MADDEN, 1990). O

valor da AACPD sintetiza todas as avaliações de severidade em um único valor.

Page 22: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

22

Os dados obtidos nos experimentos, para cada característica avaliada, foram

submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de

probabilidade. O programa utilizado foi o SAS.

Os valores de AACPD foram submetidos à análise de variância usando o

procedimento proc GLM do software SAS versão 9 (SAS Institute Inc., Cary, USA) e as

médias comparadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade (NASHIMOTO & WRIGHT,

2005).

As análises estatísticas foram feitas usando o procedimento “PROC GLM” do

módulo de estatística do SAS. Foram avaliadas 150 folhas de cada parcela por avaliação.

Figura 1: Escala diagramática utilizada para avaliação da severidade da ferrugem-asiática

(Phakopsora pachyrhizi), nos genótipos analisados (proposta por Godoy et al., 2006).

Tabela 1. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) precoces distribuídos

espacialmente nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*,

Urutaí, GO, 2011-2012.

Genótipos precoces, Urutaí, GO, 2011/12

28/301 22/307 22/215 20/214 07/107 12/112

08/321 07/322 16/216 23/213 26/126 02/102

05/324 21/308 18/217 17/212 09/109 03/103

02/327 26/303 05/218 19/211 13/113 23/123

14/315 06/323 10/219 21/210 10/110 17/117

25/304 18/311 14/220 02/209 24/124 21/121

13/316 09/320 28/221 06/208 06/106 15/115

20/309 27/302 12/222 25/207 27/127 04/104

16/313 10/319 08/223 03/206 05/105 22/122

17/312 03/326 13/224 27/205 18/118 01/101

Page 23: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

23

19/310 04/325 11/225 26/204 14/114 25/125

01/328 24/305 24/226 15/203 19/119 16/116

12/317 15/314 09/227 07/202 28/128 11/111

23/306 11/318 04/228 01/201 08/108 20/120

Bloco 01 Bloco 02 Bloco 03

*Exemplo 23/306, 23 representa o código do genótipo e 306 representa o número da parcela.

Tabela 2. Croqui e listagem dos genótipos de soja (Glycine max) tardios distribuídos

espacialmente nos blocos, na área Experimental da Fazenda Palmital, ano agrícola 2011/12*, Urutaí, GO, 2011-2012.

Genótipos tardios, Urutaí, GO, 2011/12

28/703 19/712 02/616 23/615 12/512 06/506

21/710 27/704 26/617 18/614 28/528 17/517

04/727 17/714 07/618 03/613 27/527 10/510

10/721 07/724 30/619 21/612 05/505 08/508

24/707 09/722 14/620 11/611 26/526 01/501

15/716 29/702 29/621 08/610 04/504 22/522

03/728 18/713 10/622 13/609 13/513 09/509

13/718 30/701 15/623 24/608 30/530 11/511

20/711 14/717 01/624 27/607 20/520 24/524

08/723 05/726 17/625 09/606 29/529 15/515

23/708 16/715 22/626 05/605 23/523 07/507

22/709 12/719 06/627 25/604 21/521 16/516

01/730 26/705 28/628 20/603 03/503 19/519

06/725 25/706 16/629 19/602 25/525 14/514

02/729 11/720 04/630 12/601 18/518 02/502

Bloco 01 Bloco 02 Bloco 03

*Exemplo 02/730, 02 representa o código do genótipo e 730 representa o número da parcela.

Page 24: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

24

Figura 2: Área experimental de pivô onde o experimento foi instalado, localizado na Fazenda

Palmital, Urutaí, GO, 2011-2012.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os genótipos de ciclos precoces apresentaram ciclos de 105-120 dias e os tardios

mínimo de 121 e máximo de 145 dias de colheita após o plantio.

Aplicou-se a ANOVA para verificação de diferenças entre os fatores genótipos, dias

de avaliação e interação, e mediante os resultados rejeitou-se a hipótese de nulidade para o

fator genótipos (F54,770=941.99**), dias (F6,770=941.99**) e interação (F324,770=3.46**). Em

outra ocasião também através do teste ANOVA rejeitou-se a hipótese de nulidade para as

diferenças entre os genótipos precoces e tardios para o parâmetro AACPD (F54,110=8,48**).

Rejeitou-se a hipótese de nulidade para as médias dos valores de AACPD para o fator estádio

fenológico (F1,163=100,19**; CV=14,64).

Page 25: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

25

a

bc

d d

e

f

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

111 dap 104 dap 97 dap 90 dap 83 dap 76 dap 69 dap

Dias após o plantio

Seve

rida

de d

a do

ença

(%)

Figura 3: Médias das severidades obtidas nos diferentes dias de avaliação (F6,770=941.99**;

CV=22,33 %). Urutaí, GO, 2011-2012.

Aos 69 dias após o plantio, primeiro dia de avaliação, em que foi constatada a

incidência da doença no experimento, nesta primeira avaliação os genótipos apresentaram a

menor severidade da doença (38%) diferindo estatisticamente dos demais dias de avaliação.

Como é comum com doença policíclicas (Bergamin Filho et al., 1995; Amorim et al., 2011) a

severidade da doença progrediu até os 111 dias após o plantio, para uma área de tecido

lesionado de 59 %. Tsukahara et al. (2008), também observaram o aumento da severidade da

ferrugem-asiática ao longo do ciclo da cultura da soja.

A área de tecido lesionado dos 83 e 90 dias após o plantio foi à mesma não diferindo

estatisticamente nas demais datas de avaliação dos genótipos analisados. Considerando que

quanto maior for à intensidade da doença num germoplasma, maior é a pressão de seleção, e

melhor será a escolha dos germoplasmas, para um programa de melhoramento visando

resistência a doenças (BORÉM, 1999), os valores de AACPD e/ou as severidades no último

dia de avaliação representam os melhores parâmetros de distinção dos genótipos. Quanto

maior o número de dias após o plantio avaliados, maior será a confiabilidade dos dados para

análise.

Page 26: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

26

Tabela 3. Médias de severidade e AACPD dos genótipos de soja precoces e tardios

(F54,770=941.99**; CV=22,33 %). Urutaí, GO, 2011-2012.

Ord. Genótipo Estádio

Fenológico Severidade (%)

1 AACPD

1 Grupos de Reação*

1 1 Precoce 14,6 fg 613,7 fd Intermediário

2 3 Precoce 14 fg 598,5 fg Intermediário

3 4 Precoce 15,8 cd 669,7 cd Intermediário

4 5 Precoce 16,4 cd 684,3 cd Intermediário

5 6 Precoce 17,5 b 740,8 b Intermediário

6 7 Precoce 14,6 fg 613,7 fd Intermediário

7 8 Precoce 14,1 fg 572,3 fg Resistente

8 9 Precoce 12,9 fg 542,5 fg Resistente

9 10 Precoce 14 fg 598,5 fg Intermediário

10 11 Precoce 14,6 fg 613,7 fd Intermediário

11 12 Precoce 13,5 fg 557,1 fg Resistente

12 13 Precoce 15,8 cd 669,7 cd Intermediário

13 14 Precoce 13,5 fg 557,7 fg Resistente

14 15 Precoce 14 fg 598,5 fg Intermediário

15 16 Precoce 16,2 cd 710,5 cb Intermediário

16 17 Precoce 12,9 fg 542,5 fg Resistente

17 19 Precoce 15,8 cd 669,7 cd Intermediário

18 20 Precoce 15,2 fd 628,8 fg Intermediário

19 21 Precoce 12,9 fg 542,5 fg Resistente

20 22 Precoce 15,9 cd 644 fg Intermediário

21 23 Precoce 15,8 cd 669,7 cd Intermediário

22 24 Precoce 22,5 a 953,2 a Suscetível

23 25 Precoce 16,4 cd 684,3 cd Intermediário

24 26 Precoce 12,9 fg 542,5 fg Resistente

25 27 Precoce 15,2 fd 628,8 fd Intermediário

26 28 Precoce 16,9 bc 725,1 cb Intermediário

27 1 Tardio 14,6 fg 626,5 fd Intermediário

28 2 Tardio 12,2 fg 512.2 fg Resistente

29 3 Tardio 11 hg 451,5 fg Resistente

30 4 Tardio 12,2 fg 512.2 fg Resistente

31 5 Tardio 14 fg 598,5 fg Intermediário

32 6 Tardio 11,6 fg 481,3 fg Resistente

33 7 Tardio 12,2 fg 509,8 fg Resistente

34 8 Tardio 12,7 fg 535,5 fg Resistente

35 9 Tardio 11,6 fg 481,3 fg Resistente

36 10 Tardio 11,6 fg 481,8 fg Resistente

37 11 Tardio 12,7 fg 535,5 fg Resistente

38 12 Tardio 12,8 fg 540,2 fg Resistente

39 13 Tardio 12,2 fg 512.2 fg Resistente

40 14 Tardio 13,3 fg 565,8 fg Resistente

Page 27: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

27

41 15 Tardio 11,6 fg 479,5 fg Resistente

42 16 Tardio 11 hg 451,5 fg Resistente

43 17 Tardio 11,6 fg 479,5 fg Resistente

44 18 Tardio 11,6 fg 479,5 fg Resistente

45 19 Tardio 14 fg 596,2 fg Intermediário

46 20 Tardio 12,2 fg 512.2 fg Resistente

47 21 Tardio 12,7 fg 535,5 fg Resistente

48 22 Tardio 11 hg 451,5 fg Resistente

49 23 Tardio 11 hg 451,5 fg Resistente

50 24 Tardio 12,2 fg 512.2 fg Resistente

51 25 Tardio 12,2 fg 512.2 fg Resistente

52 26 Tardio 12,2 fg 509,8 fg Resistente

53 27 Tardio 11 hg 451,5 fg Resistente

54 28 Tardio 12,7 fg 535,5 fg Resistente

55 30 Tardio 9,3 h 409,5 fg Resistente

1/ Médias seguidas pelas mesmas letras nas colunas são estatisticamente iguais pelo teste de Tukey a 5% de significância; valores marcados

em negrito representam os maiores valores de severidade e AACPD; *Grupos de reação obtidos por análise multivariada utilizando

procedimento de separação “fast class”.

Vários genótipos mereceram destaque por apresentarem os menores valores de

médias de severidade e AACPD, consequentemente com reação do tipo resistente (Tabela 3).

Considerando os níveis de significância apresentados no teste Tukey, merecem destaques:

para a variável dependente severidade média os genótipos t30, t27, t22, t23, t16 e t13; quando

consideramos a AACPD todos os genótipos tardios estatisticamente apresentavam valores

médios pertencentes ao menor e mesmo nível de significância, merecendo destaque nos

genótipos precoces (por apresentarem níveis de significância diferentes) os genótipos p3, p7,

p8, p9, p10, p12, p14, p15, p20, p22, p21, pois apresentaram os menores valores de AACPD

dentro do grupo dos genótipos precoces (Tabela 3). Assim, a variável severidade e AACPD

permitiram através da ANOVA e teste Tukey a separação dos genótipos por estádio

fenológico, permitindo recomendar esses dois grupos de genótipos com atenção especial em

futuros programas de melhoramento da soja visando resistência à ferrugem-asiática.

Na tabela 3 os grupos de reação expressaram uma separação matemática em três

grupos sendo a maioria pertencente ao grupo de reação resistente no germoplasma analisado.

Page 28: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

28

Figura 4: Porcentagem de classificação dos de soja precoces, semi-tardios e tardios por classe

de reação segundo a medida de similaridade UPGMA e procedimento de separação “fast

class”. Urutaí, GO, 2011-2012.

Pode-se observar que 60 % dos genótipos foram classificados como resistentes (R),

38,19 % pertencentes ao grupo de reação intermediário (I) e apenas 1,81% demonstrou ser

suscetível (S). Mesmo todos os genótipos expressando reações de suscetibilidade em

diferentes níveis no campo (todos genótipos expressaram sintomas; isolado local patogênico),

esse resultado tão contraditório é explicado pela variabilidade varietal do germoplasma e

valores muito superiores a tendência da maioria permitiram a classificação dos genótipos

como resistentes. Vale a pena lembrar que conceitualmente a reação de resistência não

elimina a possibilidade de sintomas, nem de infecção pelo patógeno (CAMPBELL e

MADDEN, 1990; AMORIM et al., 2011), mas uma agressividade em menor intensidade em

relação aos 38+1,8% dos genótipos I e S. Provavelmente existam níveis maiores de grupos de

resistência no germoplasma estudado, valendo a pena investigar classes imune (inexistente),

moderadamente resistente, moderadamente suscetível, altamente suscetível.

O uso de genótipos com resistência parcial à ferrugem-asiática da soja poderá ser útil

na redução do número de aplicações de fungicidas. Resultados semelhantes foram encontrado

por Juliatti et al. (2005), em trabalho sobre a cultivar PAB 2005, proveniente de hibridações

entre as cultivares Cristalina RCH e IAC 100, que apresentou resistência parcial a P.

pachyrhizi, quando comparada aos demais genótipos.

Page 29: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

29

fgfgfg

bcb

a

fg

fgfg

fgfgfd

0

200

400

600

800

1000

1200

Genótipos

AA

CP

D

Precoce

Tardias

Figura 5: Maiores e menores médias dos valores de AACPD genótipos de soja analisados

(F54,770=941.99**; CV=22,33 %). Urutaí, GO, 2011-2012.

A amplitude de reação dos genótipos pode ser expressa pela figura 5, que foi

elaborada através da escolha dos três maiores e menores valores de AACPD localizados na

Tabela 3 dos genótipos precoces e tardios, sendo constatado que sempre as maiores médias de

AACPD ocorreram para genótipos precoces, e os genótipos 27 e 30, de ciclo tardio

apresentaram os menores valores de AACPD de acordo com a análise empregada (Figura 5).

Os três genótipos tardios apresentaram a AACPD maior não havendo diferença estatística

significativa com os genótipos precoces que apresentaram menores valores da AACPD.

Os resultados encontrados foram diferentes que os de outros autores como Yorinori

& Wilfrido (2002), que se recomenda utilizar genótipos com ciclo precoce, pois o ciclo menor

e a existência de genes que conferem resistência parcial atuarão em conjunto na manutenção

da produtividade e o que foi diagnosticado no experimento foi que nos genótipos de ciclo

tardio a AACPD foi menor que nos genótipos precoces. No entanto, quando não se desseca o

material e aguarda a chegada do estádio fenológico ideal para colheita, os danos se agravam, e

a agressividade se amplia.

19 1 6 5 28 24 17 27 26 30 21 10

Page 30: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

30

Figura 6: Severidade média dos genótipos precoces por estádios fenológicos. A. genótipo 24,

B. genótipo 6, C. genótipo 28, D. genótipo 17, E. genótipo 26 e F. genótipo 21. Urutaí, GO,

2011-2012.

Nos genótipos precoces o aparecimento da doença ocorreu no estádio R2 (Figura

6ABC) para os genótipos que apresentaram os maiores valores de AACPD e R4 (Figura

6DEF) nos genótipos que apresentaram menores valores de AACPD, podem-se observar os

valores médios de cada estádio fenológico (%).

Page 31: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

31

No genótipo 24 (Figura 6A) pode-se observar que o aparecimento da doença ocorreu

no estádio fenológico R2 e R5.3 (12,5 % de severidade), no estádio fenológico R5.5 a

severidade da doença aumentou para 25 % e no estádio fenológico R7.1 e R8.1 a severidade

da doença aumentou para 37,5 %. Portanto pode-se observar que o aumento de severidade da

doença elevou-se com a evolução do estádio fenológico do genótipo. No genótipo precoce 6

(Figura B) a doença incidiu no estádio fenológico R2 e R5.3 com 12,5% de severidade, já no

estádio fenológico R5.5 a severidade da doença aumentou para 25% mantendo este valor até o

estádio fenológico R8. 1. Portanto pode-se observar que o aumento de severidade da doença

aumentou para o genótipo 6 com evolução do estádio fenológico da planta.

Nos genótipos precoces com maiores valores de severidade (genótipos 24, 6 e 28) a

doença foi detectada no estádio fenológio R2, já nos genótipos precoces com menores valores

de severidade (genótipo 17, 26 e 21) a doença incidiu tardiamente no estádio R4. Assim, o

estádio R2 para genótipos suscetíveis e R4 para genótipos resistentes, podendo este ser um

marcador para avaliação de germoplasmas (Figura 6).

Silva et al. (2007) apontaram que a doença apareceu nas cultivares semeadas em

dezembro no estádio R3 (início de formação de vagens), tais resultados se assemelham aos

obtidos nesse trabalho, pois a semeadura também ocorreu no mês de dezembro e o

aparecimento da doença ocorreu no estádio fenológico R2.

Page 32: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

32

Figura 7: Severidade média dos genótipos tardios por estádios fenológicos. A. genótipo 1, B.

genótipo 5, C. genótipo 19, D. genótipo 23, E. genótipo 30 e F. genótipo 10. Urutaí, GO,

2011-2012.

Page 33: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

33

No genótipo tardio t1 pode-se observar que no estádio fenológico R1 a severidade da

doença foi zero, no estádio fenológico R3 até R5.3 a severidade da doença foi de 12,5%, e no

estádio fenológico R5.4 e R8 a severidade da doença foi de 25% até a colheita (Figura 7A).

Observou-se que esse genótipo seguiu a mesma tendência observada nos genótipos precoces,

os genótipos tardios tiveram a severidade elevada com as evoluções de estádios fenológicos.

É importante apontar o diferencial dos genótipos. Nos tardios a porcentagem de severidade

era mantida por maior período de tempo nos estádios fenológicos do que nos genótipos

precoces (Figura 6) que sempre sofriam acréscimos de severidade com a evolução dos

estádios fenológicos (Figura 7).

Nos genótipos tardios t5 (Figura 7B) e t19 (Figura 7C) pode-se observar que somente

no estádio R3 a doença foi detectada, contudo, a severidade manteve-se em 12,5% manteve-se

nos estádio R3, R4, R5.2 e R5.3; o aumento da severidade foi para 25% para os estádios R5.4

e R6 (Figura 7B).

Os genótipos tardios t27 (Fig. 7D) e t30 (Fig. 7E) pode-se observar que somente no

estádio R4 a doença foi detectada, contudo, a severidade de 12,5 % em todos os estádios

fenológicos como R4, R5.2, R5.3, R5.4 e R6. O genótipo t10 (Fig. 7F) comportou-se de

forma similar, contudo apresentou severidade da doença no estádio R6.

Quando selecionamos os três genótipos tardios (t1, t5 e t19) com maiores valores de

severidade o estádio fenológico para observação dos primeiros focos da doença foi no estádio

R3. Já quando analisamos os genótipos tardios (t27, t30 e t10) com os menores valores de

severidade, os estádios em que se detectou a doença foram R3 e R4 (Figura 7).

Ao analisarmos o efeito da severidade da doença nos estádios fenológicos em

genótipos precoces e tardios, foi verificado que o estádio R2 e R4 para incidência dos

primeiros focos em genótipos precoces e R3 e R4 para genótipos de ciclo tardios (Figuras 6 e

7).

Page 34: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

34

Figura 8: Curva de progresso da doença nos dias de incidência ferrugem-asiática

(Phakopsora pachyrhizi) dos três maiores e três menores valores de severidade genótipos

precoces (A) e tardios (B). Urutaí, GO, 2011-2012.

Através das curvas de progresso da doença podemos observar pontos críticos de

incidência e podemos estimar e verificar o significado dos valores de AACPD. Foi verificado

quando selecionado os três maiores e três menores valores de severidade de três genótipos

precoces (Figura 8A) e tardios (Figura 8B) que aos 76, 83 e 90 dap as severidades da doença

A

B

Page 35: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

35

b

a

0

100

200

300

400

500

600

700

Precoce Tardio

Genotipos

AA

CP

D

eram de 10 a 15% tanto em genótipos tardios como precoces. Após os 90 dap a severidade

máxima pode atingir picos de severidade de 25% para genótipos precoces e picos de 40 %

para genótipos tardios (Figura 8).

Figura 9: Médias dos valores de AACPD para todos os genótipos precoces e tardios de soja

analisados. (F1,163=100,19**; CV=14,64). Urutaí, GO, 2011-2012.

Pode se observar através da figura 9 que houve diferença estatística significativa

entre os genótipos precoces e tardios da AACPD. Os genótipos de soja precoce a AACPD foi

maior que em todos os genótipos tardios. Um fator muito interessante, porque na maioria das

vezes são os genótipos precoces que a AACPD é menor.

Os resultados encontrados foram diferentes que os de outros autores como Yorinori

& Wilfrido (2002), que se recomenda utilizar genótipos com ciclo precoce, pois o ciclo menor

e a existência de genes que conferem resistência parcial atuarão em conjunto na manutenção

da produtividade e o que foi diagnosticado no experimento foi que nos genótipos de ciclo

tardio a AACPD foi menor que nos genótipos precoces.

Page 36: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

36

Figura 10: Dendrograma de agrupamento utilizando medida de similaridade UPGMA dos

genótipos precoces e tardios levando em como dados principais os valores de severidade

médios e os valores de área abaixo da curva de progresso da doença. (Os genótipos marcados

representam os genótipos tardios). Urutaí, GO, 2011-2012.

O procedimento “fast class” do SAS permite separar os genótipos em três grupos de

reação demonstrados na Tabela 3, Figura 4 e Figura 10. Os três grupos apresentam-se

separados pela Figura 10, no entanto, considera-se o genótipo 24 um valor discrepante, e os

dois grupos principais separados graças a valores de severidade da doença e AACPD, separa

quase que totalitariamente os genótipos de ciclo precoce e ciclo tardio utilizando este

procedimento estatístico de análise (Figura 10).

Ao generalizarmos os genótipos tardios no experimento realizado em Urutaí, no ano

agrícola 2011/2012, verificamos que estes se apresentaram como resistentes, e os genótipos

precoces como suscetíveis à ferrugem-asiática, considerando as duas estratégias de análise

aplicadas (ANOVA e análise multivariada).

Page 37: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

37

5 CONCLUSÕES

Ao generalizarmos os genótipos tardios no experimento realizado em Urutaí, no ano

agrícola 2011-2012 apresentaram como resistentes e os genótipos precoces como suscetíveis a

ferrugem-asiática considerando as duas estratégias de análise aplicadas. O estádio R2 foi o

estádio de detecção da doença nos genótipos suscetíveis e R4 para genótipos resistentes,

podendo este ser um marcador para avaliação de germoplasmas. Não se observou reação de

imunidade nos genótipos analisados.

Existem outras classes de reação nos germoplasmas analisados, contudo as reações

são fortemente influenciadas pelo estádio fenológico. Dos genótipos tardios merecem

destaque t30, t27, t22, t23, t16 e t13, e dos genótipos precoces p3, p7, p8, p9, p10, p12, p14,

p15, p20, p22, p21, como mais resistentes ao patógeno.

Ao analisarmos o efeito da severidade da doença nos estádios fenológicos em

genótipos precoces e tardios, ficou verificado que o estádio R2 e R4 para incidência dos

primeiros focos em genótipos precoces e R3 e R4 para genótipos de ciclo tardios.

Page 38: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

38

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 43: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

43

ANEXOS

ANEXO 1- DOENÇAS DA SOJA

Doenças fúngicas

Doenças foliares

Crestamento foliar de cercóspora........................ Cercospora kikuchii

Ferrugem americana............................................ Phakopsora meibomiae

Ferrugem-asiática................................................. Phakopsora pachyrhizi

Mancha foliar de altenária.................................... Alternaria sp.

Mancha foliar de ascoquita.................................. Ascochyta sojae

Doenças da haste, vagem e semente

Antracnose................................. Colletotrichum truncatum

Cancro da haste......................... Diaporthe phaseolorum var. meridionalis

................................................... Diaporthe phaseolorum var. caulivora

Mancha púrpura da semente..... Cercospora kikuchii

Seca da haste e da vagem......... Phomopsis spp.

Seca da vagem.......................... Fusarium spp.

Mancha de levedura................... Nematospora corily

Mancha foliar de mirotécio......... Myrothecium roridum

Mancha parda............................ Septoria glycines

Mancha “olho-de-rã”................... Cercospora sojina

Míldio.......................................... Peronospora manshurica

Mancha foliar de filosticta........... Phyllosticta sojicola

Mancha alvo............................... Corynespora cassiicola

Mela ou requeima da soja.......... Rhizoctonia solani AG1

Mofo branco............................... Sclerotinia sclerotiorum

Oídio........................................... Erysiphe diffusa

Doenças radiculares

Podridão de carvão......................................... Macrophomina phaseolina

Podridão parda da haste................................. Cadophora gregata

Podridão de fitóftora........................................ Phytophthora sojae

Page 44: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

44

Podridão radicular de cilindrocládio................ Cylindrocladium clavatum

Tombamento de esclerócio............................. Sclerotium rolfsii

Murcha de esclerócio...................................... Sclerotium rolfsii

Tombamento de rizoctonia............................. Rhizoctonia solani AG1

Morte em reboleira.......................................... Rhizoctonia solani AG1

Podridão da raiz e da base da haste.............. Rhizoctonia solani

Podridão vermelha da raiz (síndrome da

morte súbita - PVR/SDS)................................ Fusarium spp.

Podridão radicular de roselínia....................... Rosellinia sp.

Podridão radicular de corinéspora.................. Corynespora cassiicola

Mancha alvo................................................... Corynespora cassiicola

Mela ou requeima da soja.............................. Rhizoctonia solani AG1

Mofo branco.................................................... Sclerotinia sclerotiorum

Oídio............................................................... Erysiphe diffusa

Doenças bacterianas

Crestamento bacteriano.................Pseudomonas savastanoi pv. glycinea

Pústula bacteriana..........................Xanthomonas axonopodis pv. glycines

Fogo selvagem..................................Pseudomonas syringae pv. tabaci

Doenças causadas por vírus

Mosaico comum da soja..........................VMCS (Soybean mosaic virus)

Queima do broto......................................TSV (Tobacco streak virus)

Mosaico cálico.........................................AMV (Alfalfa mosaic virus)

Necrose da haste....................................CPMMV (Cowpea mild mottle virus)

Doenças causadas por nematóides

Nematóides de galhas.............................................. Meloidogyne incognita

Nematóide de galha................................................. Meloidogyne javanica

Nematóide de galha................................................. Meloidogyne arenaria

Nematóide de cisto da soja...................................... Heterodera glycines

Nematóide reniforme................................................ Rotylenchulus reniformis

Nematóide das lesões radiculares........................... Pratylenchus brachiurus

Page 45: WALLISSE RESENDE RIBEIRO

45

ANEXO 2- PRODUTOS QUÍMICOS REGISTRADOS NO MINISTÉRIO DA

AGRICULTURA

Existem atualmente 90 produtos químicos registrados no Ministério da Agricultura

com 32 ingredientes ativos diferentes para o controle da ferrugem-asiática. Os ingredientes

ativos são: epoxiconazol (triazol) + piraclostrobina (estrobilurina), epoxiconazol (triazol) +

piraclostrobina (estrobilurina), tebuconazol (triazol), ciproconazol (triazol), ciproconazol

(triazol) + Picoxistrobina (estrobilurina), cresoxim-metílico (estrobilurina) + tebuconazol

(triazol), fluquinconazol (triazol), carbendazim (benzimidazol) + flutriafol (triazol),

epoxiconazol (triazol), epoxiconazol (triazol) + cresoxim-metílico (estrobilurina),

propiconazol (triazol), ciproconazol (triazol) + propiconazol (triazol), metconazol (triazol),

flutriafol (triazol) + tiofanato-metílico (benzimidazol), ciproconazol (triazol) + difenoconazol

(triazol), tetraconazol (triazol), ciproconazol (triazol) + trifloxistrobina (estrobilurina), cloreto

de benzalcônio (amônio quaternário), Protioconazol (Triazolinthione) + trifloxistrobina

(estrobilurina), carbendazim (benzimidazol) + cresoxim-metílico (estrobilurina) +

tebuconazol (triazol), tebuconazol (triazol) + trifloxistrobina (estrobilurina), metconazol

(triazol) + piraclostrobina (estrobilurina), Picoxistrobina (estrobilurina), azoxistrobina

(estrobilurina), azoxistrobina (estrobilurina) + ciproconazol (triazol), Protioconazol

(Triazolinthione), carbendazim (benzimidazol) + tebuconazol (triazol), fenarimol (pirimidinil

carbinol), difenoconazol (triazol), miclobutanil (triazol), epoxiconazol (triazol) + tiofanato-

metílico (benzimidazol), flutriafol (triazol), (AGROFIT, 2012).

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