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i UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO SISTEMA AUTÔNOMO DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA MONITORAMENTO AMBIENTAL COM MODEM GSM WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA FORTALEZA JUNHO DE 2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

SISTEMA AUTÔNOMO DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA

MONITORAMENTO AMBIENTAL COM MODEM GSM

WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA

FORTALEZA

JUNHO DE 2011

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WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA

SISTEMA AUTÔNOMO DE AQUISIÇÃO DE DADOS PARA

MONITORAMENTO AMBIENTAL COM MODEM GSM

Trabalho Final de Curso submetida à Universidade

Federal do Ceará como parte dos requisitos para ob-

tenção do grau de Graduado em Engenharia Elétrica.

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Silva Thé Pontes.

Fortaleza

Junho de 2011

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“Portanto, qualquer que a si mesmo se exaltar

será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar

será exaltado.”

(Lc. 14.11)

“Na verdade, na verdade vos digo

que quem houve a minha palavra,

e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna,

e não entrará em condenação,

mas passou da morte para a vida.”

(Jo. 5.24)

“Porque eu vos dei o exemplo, para que,

como eu vos fiz, façais vós também.”

(Jo. 13.15)

“Não há esforço que não seja recompensado,

não há sabor de vitória sem o cheiro da conquista,

a simplicidade coopera para o sucesso ...”

(O autor)

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v

Ao meu Senhor Jesus,

Aos meus pais, Wilton e Helena,

As minhas irmãs, Cristiane, Paula e Wiviany,

A minha avó, Maria,

A minha namorada Samara

A todos que contribuíram com esta monografia.

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vi

AGRADECIMENTOS

Primeiramente ao meu Senhor Jesus por sua graça, direção e por ter me mostrado o ver-

dadeiro significado do dom da vida.

Ao Professor Dr. Ricardo Silva Thé Pontes, pela sua orientação e determinação para que

este projeto fosse concluído, também a todo o grupo de Monitoramento Ambiental da Enge-

nharia Elétrica - UFC.

Ao Eng. Thiago Menezes, pela sua grande ajuda e disponibilização do Servidor de ban-

co de dados. Ao Físico Thiago Nogueira, pela assistência prestada e suporte junto à

FUNCEME.

Aos meus colegas de pesquisa, Higor Pontes e José Robério, pela assistência integral

em todos os momentos que precisei. Obrigado pelo grande apoio, extensa paciência, pela

amizade e dedicação.

Aos professores do DEE Sergio Daher, Fernando Antunes, Paulo Carvalho, Carlos Gus-

tavo, Ruth Leão, José Almeida, José Carlos, Otacílio Mota, Laurinda Reis, Arthur Plínio, An-

dré Lima, Demercil de Souza, Luís Henrique.

A meu Pai Wilton, minha mãe Helena, minhas irmãs Cristiane, Paula, Wiviany e minha

avó Maria, que me ajudaram e me incentivaram durante todo o período de graduação. Tam-

bém sou grato pelas noites mal dormidas que tiveram esperando eu chegar em casa durante os

dias de conclusão de projetos da graduação.

A toda minha família que apoiou a minha caminhada, sempre perguntando quando se

formaria o primeiro engenheiro da família.

A minha namorada Samara, pela paciência e compreensão prestadas durante a minha

graduação.

Aos colegas que me ajudaram durante a minha graduação, Ângelo da Silva, Douglas

Aurélio, Kathiane Queiroz, Ronne Michel, Filipe, Wellington Assunção, Carlos Alberto, Die-

go Aguiar, Zairton Segundo, Wiglla, Dalton Honório, Antônio Barbosa, Jéssica, Célio Rogé-

rio, Lincoln, Sérgio Lima, Reginaldo e Gerlandio. A todos os amigos que fiz na faculdade,

que por serem muitos não colocarei os nomes, pois sei que esquecerei alguém.

A todos os jovens do conjunto Expressão de Louvor pelo apoio e pela confiança que

depositam em mim.

A todas as pessoas que por motivo de esquecimento não foram citadas anteriormente,

vou deixando neste espaço minhas sinceras desculpas.

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Almeida, W. J. S. de. “Sistema de aquisição de dados para monitoramento ambiental

com modem GSM”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 2011, 99p.

Este trabalho aborda o desenvolvimento de um sistema de aquisição de dados com

modem GSM capaz de processar os sinais de dois sensores de temperatura, um pluviômetro

de báscula e um anemômetro tipo concha. Em adição, o sistema também provê a leitura da

tensão na bateria do sistema. Os pacotes de dados são armazenados em uma memória

EEPROM e posteriormente são enviados para um banco de dados em um servidor na internet

através de um modem GSM. Este sistema de aquisição inclui bateria, painel solar e controla-

dor de carga. Um dos aspectos importantes do projeto é ser constituído por elementos de bai-

xo custo e de fácil acesso para propiciar viabilidade de venda e ser competitivo no mercado

nacional e internacional.

Palavras-Chave: Aquisição de dados. Sistemas autônomos. Modem GSM.

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viii

Almeida, W. J. S. de. “Sistema de aquisição de dados para monitoramento ambiental

com modem GSM”, Universidade Federal do Ceará – UFC, 2011, 99p.

This paper discusses the development of a data acquisition system with GSM modem

capable of processing the signals from two temperature sensors, a tipping bucket rain gauge

and an anemometer type shell. It also provides the voltage on the system battery. Data packets

are stored in an EEPROM and are then sent to a database on a server Internet through GSM

modem. This acquisition system includes battery, solar panel and charge controller. One im-

portant aspect of the project is to be composed of elements of low cost and easy access to

provide feasibility of sale and be competitive in domestic and international markets.

Keywords: Data acquisition, autonomous systems, GSM modem.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.. ...................................................................................................................................... XIII

LISTA DE TABELAS.. ...................................................................................................................................... XV

ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS ................................................................................................................. XVI

INTRODUÇÃO............ ........................................................................................................................................... 1

CAPÍTULO 2................ .......................................................................................................................................... 4

2.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 4

2.2 - HISTÓRICO DE MEDIÇÃO DE CHUVA ..................................................................................................... 4

2.3 - FORMAÇÃO DAS NUVENS ......................................................................................................................... 5

2.4 - MEDIÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E UNIDADES DE MEDIDA .................................................................... 6

2.5 - PLUVIÔMETROS NORMALIZADOS CONVENCIONAIS ........................................................................ 7

2.5.1 - DESCRIÇÃO GERAL ...................................................................................................................... 7

2.5.2 - ERROS DE MEDIDA DE PRECIPITAÇÃO ................................................................................... 9

2.5.3 - LOCALIZAÇÃO E COLOCAÇÃO DO PLUVIÔMETRO ........................................................... 10

2.5.4 - MÉTODOS DE MEDIÇÃO COM PLUVIÔMETROS DE PROVETA (CONVENCIONAL) ..... 11

2.6 - PLUVIÔMETRO DE BÁSCULA ................................................................................................................. 12

2.6.1 - PLUVIÔMETRO UTILIZADO ..................................................................................................... 13

2.6.2 - ESPECIFICAÇÕES DO PLUVIÔMETRO .................................................................................... 13

2.7 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 13

CAPÍTULO 3.................... .................................................................................................................................... 14

3.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 14

3.2 - TERMISTORES ............................................................................................................................................ 14

3.3 - TERMOPAR ................................................................................................................................................. 15

3.4 - SENSOR DE PRECISÃO DE TEMPERATURA EM GRAUS CELSIUS LM35 ......................................... 16

3.4.1 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DO LM35 ............................................................................ 16

3.4.2 - APLICAÇÕES ................................................................................................................................ 17

3.5 - PRINCÍPIOS DE CONDICIONAMENTO DE SINAIS ANALÓGICOS ..................................................... 17

3.6 - PROJETO EXPERIMENTAL ....................................................................................................................... 19

3.7 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 20

CAPÍTULO 4............... ......................................................................................................................................... 21

4.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 21

4.2 - TIPOS DE VENTO........................................................................................................................................ 21

4.3 - EQUACIONAMENTO ................................................................................................................................. 22

4.4 - MEDIÇÃO DO VENTO ................................................................................................................................ 22

4.5 - INSTALAÇÃO DO ANEMÔMETRO .......................................................................................................... 23

4.6 - SENSOR DE DIREÇÃO E VELOCIDADE DE VENTO MODELO 200-WS-02F ...................................... 24

4.6.1 - ANEMÔMETRO ............................................................................................................................ 25

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4.6.2 - CATA-VENTO ............................................................................................................................... 25

4.6.3 - ESPECIFICAÇÕES DO SENSOR 200-WS-02 ............................................................................. 25

4.6.4 - ANEMÔMETRO ............................................................................................................................ 25

4.6.5 - CATA-VENTO ............................................................................................................................... 26

4.7 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 26

CAPÍTULO 5............... ......................................................................................................................................... 27

5.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 27

5.2 - ENERGIA SOLAR - GENERALIDADES .................................................................................................... 27

5.2.1 - RADIAÇÃO SOLAR SOBRE A TERRA ...................................................................................... 27

5.2.2 - POTENCIAL SOLAR .................................................................................................................... 28

5.2.3 - EFEITO FOTOVOLTAICO ........................................................................................................... 29

5.3 - MÓDULOS FOTOVOLTAICOS .................................................................................................................. 30

5.3.1 - TIPOS DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E TECNOLOGIAS DE FABRICAÇÃO ................. 30

5.3.2 - ASSOCIAÇÃO DE CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ............................................ 31

5.3.3 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS .............................................................................................. 34

5.4 - MÓDULO FOTOVOLTAICO MSX10 ......................................................................................................... 35

5.5 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 36

CAPÍTULO 6............... ......................................................................................................................................... 37

6.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 37

6.2 - CONCEITOS BÁSICOS DE ACUMULADORES ....................................................................................... 37

6.3 - BATERIAS ................................................................................................................................................... 39

6.3.1 - A BATERIA DE CHUMBO-ÁCIDO ............................................................................................. 39

6.3.2 - PROCESSOS DE CARGA E DESCARGA ................................................................................... 40

6.3.3 - AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CARGA .................................................................................... 40

6.3.4 - ASPECTOS DA VIDA ÚTIL ......................................................................................................... 41

6.4 - AUTONOMIA DO SISTEMA ...................................................................................................................... 42

6.5 - BATERIA UTILIZADA................................................................................................................................ 43

6.6 - CONTROLADORES DE CARGA................................................................................................................ 43

6.6.1 - CONTROLADOR DE CARGA – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO .................................... 44

6.6.2 - CONTROLADOR UTILIZADO .................................................................................................... 44

6.6.3 - ESPECICAÇÕES DO SHS-10 ....................................................................................................... 45

6.7 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 45

CAPÍTULO 7................ ........................................................................................................................................ 46

7.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 46

7.2 - MODENS GSM E GPRS ............................................................................................................................... 46

7.3 - ENVIO DE COMANDOS AT ....................................................................................................................... 47

7.4 - MODEM GSM COM DOIS CARTÕES SIM ................................................................................................ 47

7.4.1 - ALIMENTAÇÃO ........................................................................................................................... 48

Page 11: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

xi

7.4.2 - INTERFACE DO CARTÃO SIM .................................................................................................. 49

7.5 - SERVIDOR DE BANCO DE DADOS MYSQL ............................................................................................ 49

7.5.1 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.............................................................................................. 49

7.5.2 - A ESTRUTURA ............................................................................................................................. 49

7.5.3 - O SISTEMA DE PRIVILÉGIOS .................................................................................................... 50

7.6 - O PHP ............................................................................................................................................................ 50

7.7 - ACESSO A BANCO DE DADOS ................................................................................................................. 51

7.8 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 51

CAPÍTULO 8............... ......................................................................................................................................... 52

8.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 52

8.2 - MICROPROCESSADORES E MICROCONTROLADORES ..................................................................... 52

8.2.1 - CONVERSÃO A/D E D/A ............................................................................................................. 53

8.2.2 - PROCESSAMENTO DIGITAL DE SINAIS ................................................................................. 53

8.3 - PRINCIPAIS COMPONENTES DA PLACA DE AQUISIÇÃO DE DADOS .............................................. 54

8.3.1 - MICROCONTROLADOR PIC18F4520 ........................................................................................ 54

8.3.2 - REGULADOR DE TENSÃO LP2985 ........................................................................................... 54

8.3.3 - EEPROM AT24C512 ..................................................................................................................... 55

8.4 - DESCRIÇÃO DO HARDWARE .................................................................................................................. 55

8.4.1 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE DATALOGGER ..................................................................... 57

8.4.2 - MICROCONTROLADOR. ............................................................................................................ 57

8.4.3 - DRIVER PARA ACIONAR O MODEM GSM. ............................................................................. 57

8.4.4 - ENTRADA ANALÓGICA PARA SENSOR DE TEMPERATURA. ........................................... 58

8.4.5 - ALIMENTAÇÃO, SAÍDA E PROGRAMAÇÃO IN-CIRCUIT .................................................... 58

8.4.6 - ENTRADAS PARA INTERRUPÇÕES EXTERNAS. .................................................................. 58

8.4.7 - ENTRADA PARA UM ANEMÔMETRO ..................................................................................... 59

8.4.8 - DRIVER DA MEMÓRIA EEPROM. ............................................................................................. 59

8.5 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 60

CAPÍTULO 9................ ........................................................................................................................................ 61

9.1 - INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................. 61

9.2 - LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO C ...................................................................................................... 61

9.3 - FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO UTILIZADAS ...................................................................................... 62

9.3.1 - COMPILADOR CCS ...................................................................................................................... 62

9.3.2 - PROTEUS 7.4 ................................................................................................................................. 63

9.3.3 - FERRAMENTA DE PROGRAMAÇÃO UNIVERSAL ................................................................ 64

9.4 - SOFTWARE DESENVOLVIDO ................................................................................................................... 64

9.5 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................... 66

CAPÍTULO 10.............. ........................................................................................................................................ 67

10.1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................... 67

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xii

10.2 - RESULTADOS DE TESTES EM CAMPO ................................................................................................ 67

10.3 - COMPARATIVO .............................................................................................................................................. 73

10.4 - ANÁLISE FINANCEIRA ........................................................................................................................... 75

10.4.1 - SISTEMA DESENVOLVIDO ..................................................................................................... 75

10.4.2 - ESTAÇÃO METEOROLÓGICA WS-2812 ................................................................................. 75

10.4.3 - ESTAÇÃO METEREOLÓGICA WS-2316U - WIRELESS ......................................................... 76

10.4.4 - SISTEMA 200-WS-25 COM REAL-TIME E DISPLAY ............................................................... 76

10.4.5 - COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS ...................................... 76

10.5 - CONCLUSÃO ............................................................................................................................................. 76

CONCLUSÕES............ ......................................................................................................................................... 77

TRABALHOS FUTUROS .................................................................................................................................... 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................................. 80

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xiii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Coletores adequados para os pluviômetros (o ângulo mostrado deve ser >

90º) [1]. ........................................................................................................... 8

Figura 2 - (a) Pluviômetro e seus componentes [1]. (b) Pluviômetro e suas partes mais

indispensáveis [1]. .......................................................................................... 8

Figura 3 - (a) Corte longitudinal de um pluviômetro de báscula [9]. (b) Pluviômetro de

báscula TR-525M utilizado no sistema de aquisição de dados [10]. ........... 12

Figura 4 - Termistores PTC e NTC [12]. ...................................................................... 14

Figura 5 - Termopar. ..................................................................................................... 15

Figura 6 - Sensor de temperatura LM35. ...................................................................... 16

Figura 7 - Placa de condicionamento de sinal para dois sensores de temperatura

LM35............................................................................................................20

Figura 8 - Sensor de direção e velocidade de vento modelo 200-WS-02F [20]. .......... 24

Figura 9 - Módulos fotovoltaicos fabricados comercialmente a partir de células de

silício: (a) monocistalino; (b) policristalino; (c) amorfo [21]. ..................... 31

Figura 10 - Conexões de células em série e paralelo [21]. ........................................... 32

Figura 11 - Esquema de ligação dos diodos de bloqueio (escuros) e de passagem

(claros) em um sistema de geração fotovoltaica [21]. .................................. 33

Figura 12 - Circuito elétrico equivalente para células ou geradores fotovoltaicos [21].34

Figura 13 - Características I x V e P x V de uma célula ou módulo fotovoltaico [13]. 34

Figura 14 - Módulo fotovoltaico MSX10. .................................................................... 36

Figura 15 - Evolução da tensão entre os terminais de uma bateria durante um processo

de descarga a corrente constante de 5 A [21]. .............................................. 40

Figura 16 - Percentagem relativa da vida útil de uma bateria em função do aumento da

temperatura [23]. .......................................................................................... 41

Figura 17 - Bateria Haze HSC 12-7. ............................................................................. 43

Figura 18 - Controlador de carga SHS-10. ................................................................... 44

Figura 19 - Modem GSM tato 2 SIM card. .................................................................. 48

Figura 20 - Vista superior da placa de aquisição de dados. .......................................... 56

Figura 21 - Vista inferior da placa de aquisição de dados. ........................................... 56

Figura 22 - Microcontrolador PIC18F4520. ................................................................. 57

Figura 23 - Entrada analógica e alimentação da placa de condicionamento de sinal. .. 58

Figura 24 - Bornes de alimentação, saída e programação in-circuit. ............................ 58

Page 14: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

xiv

Figura 25 - Entrada para o pluviômetro de báscula. ..................................................... 59

Figura 26 - Entrada para o anemômetro tipo concha. ................................................... 59

Figura 27 - Driver da memória EEPRON externa. ....................................................... 59

Figura 28 - Interface do compilador CCS. .................................................................... 62

Figura 29 - Esquemático do sistema de aquisição de dados simulado no PROTEUS. 63

Figura 30 - Fluxograma com a lógica do sistema de aquisição. ................................... 66

Figura 31 - Sistema de aquisição de dados instalado. .................................................. 67

Figura 32 - Relatório final do dia 09/05/2011. ............................................................. 68

Figura 33 - Relatório final do dia 10/05/2011. ............................................................. 69

Figura 34 - Relatório final do dia 11/05/2011. ............................................................. 69

Figura 35 - Gráfico de precipitação diária. ................................................................... 70

Figura 36 - Gráfico de temperaturas. ............................................................................ 70

Figura 37 - Gráfico de velocidade do vento. ................................................................ 71

Figura 38 - Gráfico do ângulo do vento. ....................................................................... 72

Figura 39 - Gráfico da tensão na bateria. ...................................................................... 72

Figura 40 - Gráfico de registro de falhas na conexão. .................................................. 73

Page 15: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

xv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Irradiação solar anual em diferentes latitudes do Brasil [21]. ....................... 28

Tabela 2 - Chuvas diárias registradas no litoral de Fortaleza referentes ao dia

03/06/2011. ..................................................................................................... 74

Tabela 3 - Chuva registrada pelo sistema de aquisição de dados desenvolvido referente

ao dia 03/06/2011. .......................................................................................... 74

Tabela 4 - Orçamento do sistema de aquisição desenvolvido......................................... 75

Tabela 5 - Comparação entre sistemas de aquisição de dados. ....................................... 76

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xvi

ACRÔNIMOS E ABREVIATURAS

Símbolo Significado

A/D Analógico/Digital

API Application Programming Interface

AT Atenção

CA Corrente Alternada

CC Corrente Contínua

CCS Custom Computer Services

D/A Digital/Analógico

DSC Digital Signal Controller

EEPROM Electrically-Erasable Programmable Read-Only Memory

FUNCEME Fundação Cearense de Meteorologia

GND Ground

GPRS General Packet Radio Service

GSM Global System for Mobile Communications

HTML Hyper Text Markup Language

I/O Input/Output

I2C Inter Intergrated Circuit

MCU Microcontroller

Mph Milha por hora

PHP Personal Home Page

PWM Pulse Width Modulation

RAM Random Access Memory

ROM Read Only Memory

RS-232 Recommended Standard 232

RS-485 Recommended Standard 485

SIM Subscriber Identity Module

SMD Surface Mount Device

SMS Short Message Service

SPI Serial Peripheral Interface

SQL Structured Query Language

STC Standard Test Conditions

UART Universal Asynchronous Receiver/Transmitter

UFC Universidade Federal do Ceará

URL Uniform Resource Locator

USB Universal Serial Bus

Vcc Tensão média

WDT Watchdog Timer

Page 17: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

1

INTRODUÇÃO

A obtenção de informação hidrometeorológica de maneira consistente, rápida, segura e

com a precisão necessária é uma condição imprescindível para a boa operação de uma rede de

coleta de dados hidrometeorológicos.

No Brasil, a compra, instalação e manutenção de equipamentos que permitam a coleta

e transmissão destas informações apresentam um custo bastante elevado, já que muitos dos

equipamentos são fabricados no exterior. Esta situação acaba se refletindo no baixo número

de estações automáticas de coleta de dados hidrometeorológicos, o que prejudica o

desenvolvimento de uma série de atividades de vários segmentos da sociedade. Nas atividades

da defesa civil, que precisa conhecer, por exemplo, as condições de chuva em tempo real de

uma dada localidade para que ações de emergência possam ser tomadas. Na área de

agricultura, onde é necessário conhecer o montante de chuva nas últimas 24 horas para poder

estimar o volume de água que precisa ser utilizado na irrigação de certa cultura de modo que

não haja desperdício de água ou perda do potencial de crescimento da cultura, ou na operação

de reservatórios quando da ocorrência de uma cheia [1].

Este trabalho foi motivado pela necessidade de se desenvolver um equipamento eco-

nomicamente viável para a aquisição de dados pluviométricos, anemométricos e térmicos uti-

lizando componentes de baixo custo. A principal aplicação à curto prazo deste sistema visa a

coleta de dados pluviométricos e anemométricos de equipamentos pertencentes à Fundação

Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME) que se encontram instalado em

campo aberto pertencente à Defesa Civil da cidade de Fortaleza. Este também coleta dados

provenientes de uma placa de condicionamento de sinal com sensores de temperatura desen-

volvida na Universidade Federal do Ceará (UFC). A outra aplicação, em médio ou longo pra-

zo é a substituição dos pluviômetros à proveta, ou convencionais, espalhados pelo Estado do

Ceará, os quais apresentam problemas de armazenamento de dados que poderão ser solucio-

nados por meio da utilização de um sistema de pluviografia digital.

Assim, foi desenvolvida uma placa de aquisição de dados confeccionada com compo-

nentes SMD (Componentes de Montagem em Superfície), de modo a reduzir o consumo de

energia utilizado na alimentação do mesmo, tendo em vista que será alimentado com energia

proveniente de uma bateria de 12 Vcc.

Esta placa possui entrada para alimentação em 12 Vcc. A alimentação de todo o siste-

ma é em 12 Vcc, pois os sensores utilizados utilizam este nível de tensão. A tensão da bateria

Page 18: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

2

que alimenta este sistema será monitorada através da leitura de uma entrada analógica desta

placa.

Há disponível uma entrada para a conexão de um pluviômetro de báscula. Dispõe-se

de duas entradas analógicas para leitura de sinal dos sensores de temperatura provenientes de

uma placa de condicionamento de sinal. Há um drive para acionamento e conexão serial com

um modem GSM, que é alimentado com 12 Vcc e se comunica por uma porta serial do tipo

RS232.

Este sistema disponibiliza uma entrada para conexão de um anemômetro, obtendo-se

como saída a velocidade do vento em m/s, disponibiliza também uma entrada analógica para

medir o ângulo do vento em relação ao Norte. Está presente também um drive de memória

EEPROM externo, produzindo uma confiabilidade maior a este.

No capítulo II são abordadas as necessidades, técnicas e metodologias utilizadas para

se realizar medições pluviométricas. É feita a descrição do pluviômetro de báscula utilizado

neste sistema de aquisição de dados.

No capítulo III são apresentadas as necessidades e tecnologias atuais para realização

de medições temperaturas e os princípios de condicionamento de sinais analógicos. É feita a

descrição da placa de condicionamento de sinal utilizada.

No capítulo IV são mostradas as necessidades, técnicas e metodologias utilizadas para

se realizar medições do vento. É feita a descrição do anemômetro utilizado.

No capítulo V é abordada uma revisão geral sobre energia solar e as técnicas de fabri-

cação de células fotovoltaicas. É feita a descrição do módulo fotovoltaico utilizado.

No capítulo VI è apresentada uma revisão geral sobre acumuladores de energia elétrica

e controladores de carga. É apresentado o procedimento para se calcular a autonomia de um

sistema. É feita a descrição da bateria e do controlador de carga utilizados neste sistema.

No capítulo VII é feito o estudo do servidor de banco de dados MySQL, da linguagem

de programação PHP e do princípio de acesso a banco de dados. É descrito o modem GSM

utilizado para a comunicação com o Servidor.

No capitulo VIII inicia-se o estudo do desenvolvimento do hardware proposto, descre-

ve-se a memória externa e o microcontrolador utilizados. São descritos os sensores que pode-

rão ser incorporados ao sistema.

No capítulo IX é feito o estudo do desenvolvimento do software proposto, é abordado

a lógica do firmware desenvolvido. É feita uma introdução à linguagem de programação C, ao

compilador CCS e a ferramenta PROTEUS.

Page 19: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

3

No capítulo X é abordado o desempenho do sistema de aquisição de dados em campo

e a análise financeira do sistema desenvolvido comparando-o com outros sistemas presentes

no mercado.

Ao final do trabalho são apresentadas as conclusões, considerações finais e sugestões

para trabalhos futuros.

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4

CAPÍTULO 2

PLUVIOMETRIA

2.1 - INTRODUÇÃO

A chuva é importante e benéfica para todos, porém, também pode ser muito danosa e

perigosa quando ocorre em excesso. Quando chove forte, o excesso de água pode causar

inundações e deslizamentos de terra. Quando chove pouco, a escassez de água poderá causar

outros desastres, como as estiagens e secas.

Embora existam outros elementos meteorológicos significativos para o estudo de desas-

tres naturais, a chuva, pela sua importância e também facilidade de medição, deve ser um dos

principais elementos de estudo [2].

Os dados de chuvas medidos podem ajudar na previsão do tempo, estabelecimento de

sistemas de alerta, mapeamento de áreas de risco e na construção de obras de engenharia, co-

mo barragens, pontes, estradas, portos, diques, entre outros. Neste capítulo serão abordados as

técnicas de medição de chuvas e os aparelhos que são utilizados para esta medição.

2.2 - HISTÓRICO DE MEDIÇÃO DE CHUVA

As variações dos fenômenos atmosféricos são conhecidas pelo homem desde os tem-

pos mais primitivos. No século V, A.C., os gregos realizavam observações meteorológicas e

no século IV, A.C., eram realizadas medições de chuva na índia. “A torre dos Ventos” em

Atenas, datada do século XI A.C., é a construção meteorológica mais antiga conservada atu-

almente. Entretanto, somente no início do século XIV D.C. teve início a observação sistemáti-

ca desses. [3]

Durante séculos deu-se uma atenção especial a quantidade de chuva precipitada. As

primeiras medições da precipitação pluvial foram realizadas na Índia durante o século IV A.C.

nas regiões em que o abastecimento de água era escasso em certas épocas do ano [3].

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5

2.3 - FORMAÇÃO DAS NUVENS

A umidade do ar é dita relativa, porque se relaciona com a temperatura do ar. Esta re-

lação se dá de forma diretamente proporcional, ou seja, quanto maior a temperatura do ar,

maior sua capacidade de conter umidade. As nuvens se formam pela perda da capacidade do

ar de conter umidade. Isto ocorre quando massas de ar que estão com alta umidade relativa

sofrem resfriamento. Na atmosfera, isto se dá normalmente pela elevação destas massas de ar.

Ao subir, o ar vai se expandindo pela diminuição da pressão atmosférica. Esta expansão

desconcentra calor, resfriando-o. À medida que o ar vai se resfriando, ele vai perdendo a ca-

pacidade de conter umidade, ou seja, sua umidade relativa vai aumentando até chegar a 100%

da sua capacidade. Em seguida, a umidade começa a aparecer sob a forma de pequenas gotí-

culas de água que pairam no ar, levadas pelos ventos. Quando o fenômeno ocorre a certa altu-

ra, chamamos de nuvem, quando está próximo do chão, chamamos de neblina, serração ou

névoa. Se o processo continuar se intensificando, haverá a precipitação da umidade em forma

de chuva [4].

Para que as gotas de água que formam as nuvens cheguem a precipitar-se, é necessário

que estas aumentem de tamanho e que o ar situado abaixo das nuvens, não seja muito quente e

nem muito seco, caso contrário, as gotas de água que iniciam a queda voltam a se evaporar.

As precipitações pluviométricas podem ocorrer tanto da forma mais comum conhecida

como chuva, como em formas mais moderadas como neblinas, garoas ou geadas, ou mais vio-

lentas como acontece nos furacões, precipitações de granizo, nevascas, etc. São três os tipos

de chuvas para a hidrologia: chuvas convectivas, orográficas e frontais [4].

As convectivas são precipitações formadas pela ascensão das massas de ar quente da

superfície, carregadas de vapor d'água. Ao subir o ar sofre resfriamento provocando a conden-

sação do vapor de água presente e, consequentemente, a precipitação. São características deste

tipo de precipitação: a curta duração, alta intensidade, frequentes descargas elétricas e abran-

gência de pequenas áreas [4].

As chuvas orográficas são geralmente provocadas pelo deslocamento de camadas de ar

úmido para cima devido à existência de elevação natural do terreno por longas extensões. Ca-

racterizam-se pela longa duração e baixa intensidade, abrangendo grandes áreas por várias

horas continuamente e sem descargas elétricas [4].

As chuvas frontais originam-se do deslocamento de frentes frias ou quentes contra

frentes contrárias termicamente, são mais fortes que as orográficas abrangendo, porém, como

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6

aquelas, grandes áreas, precipitando-se intermitentemente com breves intervalos de estiagem

e com presença de fortes descargas elétricas [4].

2.4 - MEDIÇÃO DE PRECIPITAÇÃO E UNIDADES DE MEDIDA

O objetivo que se tem ao medir a precipitação é de obter informação precisa sobre a

quantidade e distribuição, no tempo e espaço, desta. A forma mais simples e usual de realizar

esta medição utiliza um medidor de abertura horizontal, circular, de diâmetro conhecido; des-

ta forma se coleta e mede, com intervalos regulares, a quantidade que cai por unidade de área

da abertura do medidor, a qual é igual a quantidade de precipitação por unidade de área dos

arredores.

Existe uma grande variedade de instrumentos de medição das diferentes fases da pre-

cipitação, nas quais os mais importantes medem a quantidade e a intensidade. Existem outros

instrumentos que possuem medidores de tamanho e distribuição de gotas e outros que estabe-

lecem o inicio e o fim da precipitação.

A precipitação geralmente se mede mediante a captação de água em um determinado

tipo de recipiente, convertendo-se depois esta quantidade em outra equivalente, baseado na

profundidade, no tamanho do recipiente e sua forma, variando de forma apreciável de um país

para outro. Em geral a água é captada em um recipiente circular de 12,5 a 30 cm de diâmetro,

exposto a uma altura que varia de 45 a 100 cm em relação à superfície do solo. É suposto que

o recipiente esteja localizado em um local livre de árvores e construções, de forma que estes

não possam vir a impedir a queda livre da chuva [3].

Qualquer método de medida de precipitação deve tratar de obter uma amostra represen-

tativa da verdadeira quantidade que houvera caído sobre uma área na qual a medida pretende

representar. Para tanto, a seleção do lugar, assim como o erro sistemático de medida são im-

portantes.

As unidades de precipitação são medidas lineares. As quantidades diárias de precipita-

ção devem ser lidas com precisão de 0,2 mm e se possível, com a precisão de 0,1 mm; as

quantidades semanais ou mensais devem ser lidas com precisão de 1 mm (pelo menos). As

medidas diárias da precipitação devem ser efetuadas em horas fixas [1] e [5].

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7

2.5 - PLUVIÔMETROS NORMALIZADOS CONVENCIONAIS

O pluviômetro é o instrumento mais frequentemente utilizado para medir a precipita-

ção. Geralmente utiliza-se um recipiente aberto de lados verticais, em forma de cilindro reto.

São utilizados vários tipos e tamanhos de formas de bocas. A quantidade de precipitação cap-

tada num pluviômetro é medida utilizando uma régua graduada, para determinar a profundi-

dade, medindo-se o volume ou pesando o recipiente coletor. Em geral são recipientes cilíndri-

cos graduados que deságuam em um tubo que capta a água da chuva. No final do funil, cos-

tuma-se colocar um par de malhas para evitar a entrada de sujeira.

2.5.1 - DESCRIÇÃO GERAL

Um pluviômetro comum utilizado para realizar leituras diárias possui frequentemente,

a forma de um coletor situado acima de um tubo que dá entrada para um depósito. O tamanho

da boca do coletor não é fator determinante quando se trata de precipitação líquida, mas é ne-

cessário que pelo menos uma área de 200 cm2 caso um outro tipo de precipitação seja espera-

da em quantidade significativa. Sem dúvida o mais conveniente é uma área de 200 a 500 cm2.

Qualquer que seja o tamanho do coletor escolhido, a graduação da proveta ou do vasilhame de

medida, deva estar de acordo com essa área.

Os requisitos mais importantes que um pluviômetro deve reunir são os seguintes:

a) A boca do coletor deve ter uma borda afilada, sendo a vertente interior sempre vertical e a

exterior profundamente chanfrada; o desenho dos pluviômetros utilizados para medir neve

deve ser tal que se diminua ao máximo a possibilidade de obstrução do orifício por acu-

mulação de neve úmida ao redor da boca;

b) A área da boca do pluviômetro deve ser conhecida com precisão de 0,5 % e a construção

deste deve ser tal que esta área permaneça constante durante o uso normal do pluviômetro.

c) O coletor deve ser desenhado de modo que impeça que a chuva salpique para fora, isto

pode ser realizado construindo-se uma parede vertical bastante profunda e a pendente do

tubo suficientemente inclinada (pelo menos 45o). A figura 1 ilustra estas condições;

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8

Figura 1 - Coletores adequados para os pluviômetros (o ângulo mostrado deve ser > 90º) [1].

d) O depósito deve possuir uma entrada estreita, suficientemente protegida da radiação, para

reduzir ao mínimo as perdas de água por evaporação. Os pluviômetros que são utilizados

em lugares onde somente são feitas leituras semanais ou mensais devem ser análogos em

desenho ao tipo para realizar medidas diárias, apenas com um depósito de maior quanti-

dade de armazenamento e construção mais robusta.

Nas figuras 2 (a) e (b) são exibidos um pluviômetro, na qual é formado por um cilin-

dro oco (galvanizado) que em sua parte inferior possuir um depósito interior (vaso medidor)

na qual se mede a quantidade de chuva que caiu. Esta medição pode ser realizada no mesmo

recipiente, por meio de uma proveta graduada. São utilizados vários tamanhos, formas e altura

do pluviômetro, dependendo de cada país. A área da boca do funil é geralmente dez vezes

maior que a área da boca do fim do funil, afim de que cada milímetro de altura real da chuva

seja amplificado em 10 vezes no recipiente medidor, podendo-se realizar medidas com um

décimo de mm de aproximação. Em caso de realizar uma proveta para medição da chuva, a

graduação desta também deverá guardar a relação entre a área do fim do funil e a do receptor

de maneira que se possam realizar leituras em décimos de milímetros de chuva. A precisão é

então de 0,1 mm, para chuvas cuja precipitação é inferior a 0,1 mm são consideradas inapre-

ciáveis. Estas leituras devem ser realizadas a cada 24 horas.

Figura 2 - (a) Pluviômetro e seus componentes [1]. (b) Pluviômetro e suas partes mais indispensáveis [1].

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9

Este instrumento deve ser colocado em lugares abertos e sua boca deve permanecer

horizontal e a 100 cm do solo. Cabe mencionar que existem outros tipos de pluviômetros dife-

rentes, como o pluviômetro de báscula. Normalmente no Brasil costuma-se a realizar medidas

diárias às sete horas da manhã. Em zonas remotas ou longínquas, são utilizados os grandes

pluviômetros de armazenamento, nas quais são coletados e armazenados os dados de precipi-

tação de 30 dias ou mais. Para evitar a evaporação entre leituras, é utilizada uma fina capa de

óleo. O pluviômetro mais utilizado no Brasil possui um diâmetro de 225 mm na boca maior.

Recomenda-se que o pluviômetro esteja protegido por uma cobertura de madeira con-

tra radiações intensas, que podem provocar evaporações em seu interior e alterar as medições

de precipitação. Este instrumento deve ser posto em lugares abertos e sua boa deve permane-

cer de forma horizontal e a 100 cm do solo.

As condições gerais para os pluviômetros citados são: deve-se conhecer com precisão

a área receptora, e esta deverá estar bem afilada para cortar as gotas de chuva, com isto evitar

que as gotas sejam destruídas, impedindo a medição coerente da precipitação. De maneira

semelhante, deve-se ter um recipiente coletor cuja área deverá ser conhecida. Para tomar a

precipitação total em um intervalo de tempo, dever-se-á proteger o pluviômetro para diminuir

a evaporação de água armazenada [1] e [6].

2.5.2 - ERROS DE MEDIDA DE PRECIPITAÇÃO

Os erros sistemáticos e os erros aleatórios são importantes na medida da precipitação.

São várias as fontes que dão origem aos erros sistemáticos. Na maioria dos casos, esses erros

são devidos às acelerações horizontais e verticais médias dos ventos justamente sobre a boca

dos pluviômetros elevados, estas podem vir a impedir que algumas partículas da precipitação

entrem no pluviômetro. Assim, a quantidade de precipitação captada pelo pluviômetro é me-

nor que a quantidade de precipitação incidente. A quantidade de precipitação captada pelo

pluviômetro pode vir a sofrer de erros sistemáticos devido a outros fatores como:

Umedecimento das paredes internas do pluviômetro, do coletor ou do depósito;

Evaporação da água acumulada no depósito;

Respingos de gotas de água precedentes do pluviômetro ou que entram nele;

Neve procedente do ar que entra ou que sai do pluviômetro.

Os erros aleatórios que são produzidos podem ser devido ao uso de medidas impreci-

sas do recipiente graduado, ao derramamento de água quando se remove o recipiente para

Page 26: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

10

medi-lo, da fuga de líquido, seja do interior ou do exterior do pluviômetro, de erros de obser-

vação, ou da deformação ou danos do pluviômetro ou de sua boca, de desvios da posição da

boca com respeito a horizontal, etc.

A importância dos erros aleatórios pode ser reduzida mediante uma verificação fre-

quente e periódica do pluviômetro e dos valores medidos, tomando como natural as medidas

adequadas, para corrigi-las. Por outro lado, as componentes do erro sistemático são inerentes

ao método da medida de precipitação; suas magnitudes variam em função das condições ins-

trumentais e meteorológicas, variando de valores muito pequenos a valores significativos. Por

conseguinte, nem todas as componentes serão levadas em consideração para um determinado

tipo de pluviômetro, estação do ano e região. Por exemplo, a utilização do pluviômetro enter-

rado reduz a perda de precipitação líquida devido à deformação do campo de vento; as perdas

por evaporação podem ser reduzidas colocando óleo no receptor, e dando-se uma forma ao

pluviômetro de maneira tal que:

a) Somente tenha-se exposta uma pequena superfície de água (no coletor);

b) Sua ventilação seja reduzida ao mínimo;

c) A temperatura interna do pluviômetro seja mantida a mais baixa possível.

As perdas por molhagem das paredes interiores podem ser reduzidas por meio do uso

de uma superfície muito lisa, nas paredes interiores do pluviômetro, de modo tal que a água

não fique aderida a elas. Pode-se obter uma redução de perdas por molhagem e evaporação

por meio de uso de pluviômetros cujas paredes são de seção cônica, desde a parte cilíndrica

do coletor até a base do funil. As superfícies internas não devem ser pintadas devido à apari-

ção posterior de superfícies rugosas, que aumentarão as perdas por molhagem, ao passo que à

aplicação de esmalte sob a superfície de um pluviômetro garante resultados satisfatórios. As

superfícies externas podem ser pintadas de branco para reduzir as perdas por evaporação. Os

respingos, tanto dentro quanto fora do pluviômetro podem ser reduzidos mediante de um de-

senho adequado do coletor [7] e [8].

2.5.3 - LOCALIZAÇÃO E COLOCAÇÃO DO PLUVIÔMETRO

O pluviômetro deve ser bem fixado em uma base, seja inferior ou lateral. Quando late-

ral, a superfície coletora deve ser fixada a uns 10 cm abaixo do extremo da base ou do poste,

esse extremo deve possuir um corte de 45o; a face da parte superior é para colocar o pluviô-

metro.

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11

A colocação das estações pluviométricas na zona de interesse, zona onde se quer me-

dir a precipitação é de grande importância, pois o número de pluviômetros e sua posição de-

terminam a precisão com que as medidas representam a quantidade real de precipitação que

houvera caído na zona.

Ao se escolher o local de colocação do pluviômetro, deve-se levar em conta a defor-

mação sistemática, que são geradas por erros sistemáticos, do campo de vento por cima da

boca do pluviômetro, assim como os efeitos que o lugar exerce sob a trajetória do ar.

No geral, a proximidade de qualquer objeto em relação ao pluviômetro não deverá ser

inferior ao dobro da distância de sua altura por cima da boca do pluviômetro. Para cada lugar,

deverá ser estimado um ângulo vertical médio dos obstáculos e deverá também ser feito um

plano de colocação, para que objetos circundantes não influenciem na medição. Devem-se

evitar ladeiras ou os terraços de edifícios.

Como se deseja que a análise dos dados seja feita da maneira mais fácil deve-se utili-

zar o mesmo tipo de pluviômetro e aplicação dos mesmos critérios de colocação, estas parti-

cularidades devem ser levadas em consideração na planificação das redes pluviométricas [7] e

[8].

2.5.4 - MÉTODOS DE MEDIÇÃO COM PLUVIÔMETROS DE PROVETA

(CONVENCIONAL)

Os principais métodos de medição com pluviômetros convencionais são:

a) Medindo a altura de água no recipiente coletor. A leitura real da precipitação é obtida di-

vidindo-se a leitura por 10, já que a proporção das áreas, da de medição e a área de arma-

zenamento é de 1:10. Exemplo: Ao ler-se em um recipiente coletor 115 mm então a preci-

pitação será 11,5 mm. Sempre que possível deve-se utilizar uma medida volumétrica (por

meio de outros recipientes graduados de medição).

b) Medindo o conteúdo volumétrico da quantidade de água coletada. Para medir a precipita-

ção captada em um pluviômetro comum, habitualmente, utiliza-se dois aparatos: uma pro-

veta e uma régua ou estaca graduada. A proveta deve ser de vidro ou plástico transparente

com um coeficiente de expansão térmica adequada e estar claramente marcada para indi-

car o tamanho e tipo de pluviômetro que se deve utilizar. O diâmetro deve ser inferior a

33% do diâmetro do pluviômetro; quanto menor seja o diâmetro relativo, maior será a

precisão de medida.

c) Pesando o conteúdo da área do recipiente coletor. Também é possível medir a precipitação

captada mediante o uso de uma balança precisa. Mede-se o peso total do depósito e seu

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12

conteúdo. Considerando aproximadamente a densidade da água de 1gr/cm3, pesa-se o re-

cipiente de água, de posteriormente, mede-se o peso do recipiente. A diferença é dividida

pela área de captação [7] e [8].

2.6 - PLUVIÔMETRO DE BÁSCULA

Os pluviômetros de proveta espalhados pelo Estado do Ceará sofrem alguns erros de

medição e na aquisição de dados, que poderão ser reduzidos por meio da utilização de um sis-

tema de pluviografia digital [1].

O pluviômetro utilizado neste tipo de sistema é conhecido como pluviômetro de báscula

que está ilustrado na figura 3 (a) e (b). Este instrumento constitui-se, basicamente, de funil de

captação e básculas que enviam sinais elétricos para uma placa de aquisição de dados. Seu

princípio de funcionamento constitui-se de três processos: captação, registro e saída.

Capitação: a água que entra pela boca do pluviômetro e passa pelos funis, superior e infe-

rior.

Registro: cada vez que uma das duas básculas excede a capacidade de receber água e

transborda, elas se movimentam como uma gangorra e emitem sinais elétricos para a placa

de aquisição de dados.

Saída: a parte inferior destes pluviômetros possui tubos laterais por onde escoa a água da

chuva, já registrada pelo equipamento.

Figura 3 - (a) Corte longitudinal de um pluviômetro de báscula [9]. (b) Pluviômetro de báscula TR-525M utili-

zado no sistema de aquisição de dados [10].

Page 29: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

13

2.6.1 - PLUVIÔMETRO UTILIZADO

O pluviômetro TR-525M é um recipiente independente para medir a precipitação. Ele

contém uma parte superior aberta que permite a chuva cair no seu interior, chamado de cole-

tor. A água captada é canalizada para um dispositivo mecânico (caçamba basculante), que

acumula a chuva medida e provoca o fechamento momentâneo de uma chave magnética. Co-

mo a água é coletada, a caçamba basculante enche até o ponto onde temos a sua posição in-

vertida. Esta ação esvazia a báscula em preparação para as demais medições. Água descarre-

gada pela caçamba basculante passa para fora do pluviômetro, sem necessidade de esvazia-

mento [10].

2.6.2 - ESPECIFICAÇÕES DO PLUVIÔMETRO

Resolução......................................................................................................................... 0,1 mm

Precisão....................................................................................................... 1,0% até (50mm / h)

Diâmetro do coletor............................................................................. 245 mm, com borda fina

Profundidade do funil.................................................................................................... 183 mm

Temperatura de operação............................................................................................. 0 - 50 ºC

Temperatura de armazenamento.............................................................................. -40 -a 70 ºC

Limites de umidade..................................................................................................... 0 a 100%

Altura..............................................................................................................................305 mm

2.7 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre as necessidades, técnicas e metodolo-

gias para realizar medições pluviométricas. Foram exibidos os equipamentos atualmente utili-

zados para tais fins e seus princípios de funcionamento. Foram apresentados também, erros de

medida, que influenciam diretamente na coerência e consistência de informação. O pluviôme-

tro convencional pode apresentar erros sistemáticos, e ou, aleatórios em suas medições. Já o

pluviômetro de báscula reduz consideravelmente estes erros sendo necessária pouca manuten-

ção e tem-se a possibilidade de integrá-lo a um sistema de aquisição de dados.

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14

CAPÍTULO 3

SENSORES DE TEMPERATURA

3.1 - INTRODUÇÃO

Existem diversos tipos de sensores de temperatura disponíveis no mercado, que vão

desde os NTC´s, PTC´s e diodos até os mais variados tipos de termopares, dentre outros. Po-

rém, estima-se que talvez nenhum dos citados anteriormente seja de tão simples manuseio e

exija tão poucos aparatos eletrônicos para que funcione quanto o modelo LM35. Neste siste-

ma é utilizado este sensor, um sistema amplificador de sinal e uma interface para realizar a

leitura do sinal amplificado [11].

3.2 - TERMISTORES

Os termistores, que podem ser visualizados na figura 4, são semicondutores sensíveis à

temperatura, cuja função principal é exibir uma mudança grande, previsível e precisa em re-

sistência elétrica quando submetidos a uma variação na temperatura de corpo. Esses dispositi-

vos não são lineares e apresentam uma sensibilidade elevada (em geral, 3% a 5% por ºC) com

faixa de operação típica de -100 ºC a +300ºC.

Figura 4 - Termistores PTC e NTC [12].

NTC’s são termistores de Coeficiente de Temperatura Negativo, ou seja, oferecem

uma diminuição em sua resistência elétrica quando submetido a um aumento de temperatura.

PTC’s são termistores de Coeficiente de Temperatura Positivo, ou seja, oferecem um

aumento em sua resistência elétrica quando submetido a um aumento de temperatura.

Page 31: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

15

Por suas características elétricas, os termistores são utilizados na proteção contra so-

breaquecimento, limitando a corrente elétrica quando determinada temperatura é ultrapassada.

Outra aplicação, no caso a nível industrial, é a medição de temperatura em motores, pois com

ele podemos obter uma variação de uma grandeza elétrica em função da temperatura ao qual

está submetido [13].

Devido à sua característica não linear os termistores não são recomendados para apli-

cações de monitoramento ambiental, pois estes ambientes dificilmente sofrem mudanças rápi-

das de temperatura.

3.3 - TERMOPAR

O Termopar, que pode ser visualizados na figura 5, é um tipo de sensor de temperatura

simples, robusto, barato e de fácil utilização. Este dispositivo gera eletricidade a partir de dife-

renças de temperatura. Dois fios condutores de eletricidade, por exemplo, o cobre e uma liga

de cobre-níquel chamada constatam, quando unidos em uma de suas extremidades, geram

uma tensão elétrica, que pode ser medida na outra extremidade, se existir diferença de tempe-

ratura entre elas. Como a diferença de potencial é proporcional à diferença de temperatura en-

tre suas junções, este princípio, denominado efeito Seebeck, em homenagem ao cientista que o

descreveu, é amplamente utilizado para medir temperatura na indústria, em muitos tipos de

máquinas e equipamentos.

Figura 5 – Termopar.

A temperatura da junção de referência para termopares foi fixada em 0ºC para simpli-

ficar as equações matemáticas usadas que descrevem o comportamento dos termopares. Co-

mo consequência, as tabelas de referência dos termopares pressupõem uma junção de referên-

cia em 0ºC. Para realizar medições corretas o usuário deverá assegurar-se que essa condição

está sendo atendida, seja por meios físicos (banho de gelo) ou por meios eletrônicos (compen-

sação automática realizada pelo instrumento de leitura) [14].

Page 32: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

16

Apesar de sua robustez e seu custo relativamente baixo, ainda não são muito utilizados

em aplicações de monitoramento ambiental, devido à necessidade de se utilizar meio físico ou

eletrônico para a sua calibração.

3.4 - SENSOR DE PRECISÃO DE TEMPERATURA EM GRAUS CELSIUS LM35

3.4.1 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS DO LM35

O sensor LM35, ilusrado na figura 6, é um sensor de precisão que apresenta uma saída

de tensão linear relativa à temperatura em que ele se encontrar no momento em que for ali-

mentado por uma tensão de 4-20 Vcc e GND, tendo em sua saída um sinal de 10 mV para ca-

da grau Celsius de temperatura, deste modo, apresenta uma vantagem com relação aos demais

sensores de temperatura calibrados em Kelvin, não necessitando nenhuma subtração de variá-

veis para que se obtenha uma escala de temperatura em Graus Celsius.

Figura 6 - Sensor de temperatura LM35.

O LM35 não necessita de qualquer calibração externa ou trimming para fornecer com

exatidão, valores de temperatura com variações de ¾ ºC ou até mesmo ¼ ºC dentro da faixa

de temperatura de -55 ºC a 150 ºC. Este sensor possui saída com baixa impedância, tensão

linear e calibração inerente precisa, fazendo com que a interface de leitura seja implementada

sem a necessidade de componentes eletrônicos de valores elevados, barateando o sistema em

função de sua utilização ao invés de se utilizar outro sensor de temperatura. Este sensor pode

ser suprido com alimentação simples ou simétrica, dependendo do que se desejar como sinal

de saída, porém independentemente disso, a saída continuará sendo de 10 mV/ºC. Ele drena

apenas 60 µA para estas alimentações, sendo assim seu auto-aquecimento é de aproximada-

mente 0.1 ºC ao ar livre [15].

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17

3.4.2 - APLICAÇÕES

Por suas características elétricas, o LM35 é utilizado em: termômetros para câmeras

frias e chocadeiras, controle de temperatura de máquinas, proteção para dispositivos industri-

ais (motores, inversores, fontes) e aquisição de dados para pesquisas.

O sensor LM35 pode ser utilizado, da mesma maneira que qualquer outro sensor de

temperatura, colando-o sobre a superfície que se deseja medir a temperatura, sendo que sua

temperatura estará em torno de 0.01ºC abaixo da temperatura da superfície que se encontra

colado, pressupondo que a temperatura da superfície seja a mesma que a temperatura do ar

que se encontra ao redor desde ambiente. Se a temperatura do ar fosse muito mais elevada ou

mais baixa do que a temperatura da superfície, a temperatura real do LM35 estaria em uma

temperatura intermediária entre a temperatura de superfície e a temperatura do ar [15].

A regra descrita acima se aplica especialmente para o encapsulamento do tipo TO-92

de encapsulamento plástico, onde as ligações de cobre são os trajetos térmicos principais para

carregar o calor através do dispositivo, fazendo com que a temperatura fique mais próxima da

temperatura do ar do que da superfície em que se encontra colado. Para amenizar este pro-

blema, deve-se prender a fiação que ligará o LM35 juntamente a superfície de interesse, para

que ambas as partes estejam praticamente sempre na mesma temperatura [11].

O sensor LM35 está disponível em vários tipos de encapsulamentos, devido à grande

possibilidade de aplicações, sendo o mais comum o TO-92, que oferece ótima relação custo

benefício. Por ser o mais barato dos modelos e propiciar a mesma precisão dos demais, este

foi o escolhido para o projeto.

3.5 - PRINCÍPIOS DE CONDICIONAMENTO DE SINAIS ANALÓGICOS

Na conversão analógica a saída condicionada é representada por uma variável analógi-

ca. Mesmo em aplicações envolvendo processamento digital algum tipo de processamento

analógico é requerido antes que a conversão analógica-digital seja feita.

Sensores são elementos específicos que transformam uma determinada variável de in-

teresse (ou faixas de operação dessa variável) em uma grandeza passível de processamento.

Geralmente, a variável de interesse é transformada em uma grandeza elétrica, uma vez que

com os recursos oferecidos pela eletrônica pode-se realizar uma série de processamentos pos-

teriores [16].

Page 34: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

18

Transdutores são sistemas compostos por sensores mais algum dispositivo elétrico,

eletrônico ou eletromecânico. O transdutor é um complemento de um elemento sensor com o

objetivo de tornar possível a medição de determinada grandeza ou até mesmo melhorar as

condições de medição de um sensor [16].

É possível classificar um condicionamento de sinais em vários tipos, os principais são:

1) Mudança no nível - O deslocamento de nível é o método mais simples e mais usado

em condicionamento de sinais. Um exemplo típico é a necessidade de amplificar ou atenuar

um nível de tensão. São utilizados em aplicações que resultam em sinais que variam lenta-

mente com o tempo (baixas frequências), onde amplificadores DC ou de baixas frequências

podem ser utilizados [17].

2) Linearização - Normalmente a dependência que existe entre a entrada e a saída é não

linear e em muitas aplicações o projetista tem pouca escolha sob a característica de saída do

sensor versus variável de processo. Até mesmo aqueles dispositivos que são aproximadamen-

te lineares podem apresentar problemas quando for necessária uma medida precisa de uma

variável. Uma das funções do condicionamento de sinais é a de linearização da resposta do

sensor. A linearização pode se realizada por um amplificador cujo ganho é função do nível de

tensão de entrada [17].

3) Conversão - Frequentemente, o condicionamento de sinais é usado para converter um

tipo de grandeza elétrica em outra. Assim, uma grande quantidade de sensores fornece mu-

dança na resistência quando a variável dinâmica muda. Neste caso, é necessário projetar um

circuito que converte variação de resistência em sinal de corrente ou tensão. Quando a varia-

ção é pequena isto é normalmente feito com um circuito na forma de ponte. Ou através de um

amplificador cujo ganho depende deste resistor, quando a variação for grande [17].

4) Isolação - Em algumas situações é possível que o sinal do sensor contenha uma

tensão de modo comum muito acima do valor máximo tolerável do circuito de condiciona-

mento de sinal. Nesta situação faz-se o uso de amplificadores isolados para interfaciar este

sinal ao circuito de condicionamento e aquisição de sinal [17].

5) Filtragem - Outra forma de condicionamento de sinal consiste em filtragem do si-

nal. Frequentemente, sinais espúrios de considerável intensidade estão presentes em ambiente

industrial, tais como transientes de motores e outros sinais indesejáveis. Em muitas situações

Page 35: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

19

é necessária a utilização de filtros passa altas, passa baixa ou rejeita faixa para eliminar ou

minimizar este sinais indesejáveis. Estes filtros podem ser implementados apenas com ele-

mentos passivos, como resistores, capacitores, indutores, ou filtros ativos, com o uso de am-

plificadores realimentados [17].

6) Casamento de impedância - O casamento de impedância é uma característica impor-

tante na interface entre sistemas, quando a impedância interna do sensor ou a impedância da

linha podem causar erro na medida da variável dinâmica. Neste caso, tanto malhas ativas ou

passivas podem ser empregadas para realizar tal casamento [17].

3.6 - PROJETO EXPERIMENTAL

Nesse projeto o sensor LM35 é utilizado como sensor de temperatura enviando um si-

nal para uma placa de condicionamento de sinal. Em seguida, este sinal amplificado foi apli-

cado a uma porta A/D do microcontrolador utilizado no sistema de aquisição de dados.

Utiliza-se um condicionamento de sinal de mudança no nível de tensão. Um sensor

emissor de sinal, neste caso o LM35, é acoplado a um amplificador operacional que eleva o

seu sinal. O Amplificador Operacional (AMP-OP) utilizado é o LMC64, com ganho de 10x.

O sinal de saída deste AMP-OP é ligado diretamente em uma porta A/D do microcontrolador

onde será feito o tratamento deste sinal analógico.

O sensor é alimentado com tensão +7 Vcc e GND, tendo em sua saída 10 mV/°C. A

saída do sensor é ligada na entrada não inversora do operacional LMC64, que é alimentado

com tensão +12 Vcc e GND.

Os dados de temperaturas coletados e armazenados na placa de aquisição de dados se-

rão enviados para um banco de dados de um servidor na internet através de um modem GSM.

Na figura 7 temos a placa de condicionamento de sinal utilizada no sistema de aquisição de

dados.

Page 36: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

20

Figura 7 - Placa de condicionamento de sinal para dois sensores de temperatura LM35.

3.7 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre termistores, termopares e o sensor de

temperatura LM35. O sensor de temperatura escolhido para este sistema de aquisição de da-

dos foi o LM35, devido a sua característica linear e ao seu custo relativamente baixo. Fora

apresentado os princípios de condicionamento de sinais analógicos. Descreveu-se a placa de

condicionamento de sinal que foi utilizada neste sistema de aquisição.

Page 37: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

21

CAPÍTULO 4

MEDIÇÃO DO VENTO

4.1 - INTRODUÇÃO

Uma das características principais do vento é o seu comportamento intermitente ao

longo do tempo. Cabe aos instrumentos de medição do vento a tarefa de fornecerem, com

maior ou menor precisão, as velocidades alcançadas. Isto é feito em geral através da geração

de um sinal, analógico ou digital, proporcional à velocidade do vento. Neste capítulo será

abordado o instrumento utilizado para medir a velocidade e indicar a direção dos ventos.

4.2 - TIPOS DE VENTO

O vento é caracterizado por deslocamentos de massas de ar causados pela diferença de

aquecimento da Terra pela radiação solar. Assim, o vento pode ser considerado uma forma

indireta de energia solar e representa o resultado da transformação de energia térmica em

energia cinética. Estes deslocamentos podem ser classificados em:

Deslocamentos globais: ocorrem devido ao fato da quantidade de calor que chega à super-

fície terrestre na região equatorial ser maior que a que chega aos polos;

Deslocamentos locais: os mais importantes deslocamentos são do tipo terra-mar, monta-

nha-vale; além da diferença de temperatura, este tipo de deslocamento é bastante influen-

ciado pelo relevo do local.

Para as regiões próximas a linha do equador, como é o caso do estado do Ceará, mere-

ce destaque a importância dos ventos alísios. Estes ventos são constituídos por movimentos de

massas de ar em direção às menores pressões da aquecida faixa equatorial, sendo defletidos

no sentido oposto à rotação da Terra pela ação da força de Coriolis [18].

A região próxima da linha do equador para a qual os ventos alísios convergem é de-

nominada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A posição da ZCIT migra em ciclos

anuais, coincidindo, por exemplo, com o território do Ceará durante os meses de março a

maio; a consequência é a ocorrência da principal estação chuvosa do estado, na qual os ventos

alcançam os mínimos valores do ano. Nos restantes nove meses, a ZCIT se desloca para ou-

Page 38: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

22

tras áreas, resultando em um período seco no estado do Ceará e a ocorrência de ventos com

elevados valores e constâncias [18].

4.3 - EQUACIONAMENTO

A velocidade v do vento em uma altura h qualquer pode ser estimada através de diver-

sas relações, uma delas descreve o perfil da velocidade através de [18], conforme 4.1.

)/ln(

)/ln(*)(

0

0

Zh

Zhvhv

ref

ref (4.1)

Sendo:

refh - altura de referência de medição de velocidade do vento;

refv - velocidade do vento medida na altura de referência;

0Z - rugosidade (altura no qual a velocidade do vento é zero).

Como exemplo de fatores que influenciam a rugosidade da superfície no Ceará pode

ser citado as variações sazonais de vegetação observadas no interior do estado como conse-

quência da alternância das estações chuvosas e secas [18].

Vale ressaltar que além da dependência do tipo do terreno, a velocidade do vento é

também influenciada pela temperatura e pela pressão da atmosfera.

4.4 - MEDIÇÃO DO VENTO

O vento possui comportamento intermitente ao longo do tempo. Os instrumentos de

medição do vento fornecem, com maior ou menor precisão, as velocidades alcançadas. Isto é

feito em geral através da geração de um sinal, analógico ou digital, proporcional à velocidade

do vento.

Anemômetros são instrumentos utilizados para medir a direção e indicar a velocidade

dos ventos. Inspirados nos cata-ventos, eles são calibrados de forma a que o total de voltas

dadas por suas pás corresponda a uma velocidade específica, ou seja, se no túnel de vento em

que é ajustada a corrente de ar sopra a dez quilômetros por hora, e as pás do instrumento gi-

ram cem vezes por minuto, ele é programado para indicar 10 km/h sempre que o anemômetro

atingir 100 rotações por minuto, e assim para as demais velocidades [19].

Page 39: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

23

Os principais aparelhos para a medição de vento são:

Anemômetro de conchas:

Este medidor de velocidade do vento pode ser compreendido como um pequeno rotor

eólico com eixo de rotação vertical; ao eixo são fixados braços que sustentam conchas. Atra-

vés da rotação do eixo pode ser gerada uma tensão proporcional à rotação via tacômetro, ou

podem ser gerados pulsos por rotação que são contados em um determinado intervalo de tem-

po. A principal vantagem deste equipamento é a robustez e o custo, que faz com que este me-

didor seja o mais utilizado em nível mundial.

Na escolha de um anemômetro de conchas existem características e parâmetros físicos

fundamentais que definem o comportamento e a precisão do instrumento, como: comprimento

do braço do rotor, área da concha, inércia do rotor, coeficiente de arrasto da face convexa do

anemômetro, coeficiente de arrasto da face côncava do anemômetro, coeficiente de atrito me-

cânico por intervalo de temperatura, característica de sensibilidade para uma frente de vento

fora do plano horizontal, curva de calibração.

Anemômetro de hélice:

Este medidor é constituído por um rotor eólico de eixo horizontal, no qual a rotação,

quando superado o efeito do atrito do mancal, é linearmente proporcional à velocidade do

vento. O anemômetro de hélice pode ser do tipo leme simples, duplo ou formado por um con-

junto de três hélices posicionadas em eixos ortogonais. A principal vantagem do instrumento

é a possibilidade de medição de vento via leme junto com a medição da velocidade do vento.

A principal desvantagem do anemômetro de hélice com leme simples ou duplo é a instabili-

dade em situações de turbulências para acompanhar as variações da direção do vento [18].

4.5 - INSTALAÇÃO DO ANEMÔMETRO

O melhor local para instalação de um anemômetro é no topo de uma torre de medição,

mas isto nem sempre pode ser praticável ou desejável. Por exemplo, pode-se desejar medir a

velocidade do vento em várias alturas para se determinar a rugosidade. Torres meteorológicas

podem ter construção cilíndrica ou de treliça, de modo que o espaçamento necessário e a po-

sição para a instalação de anemômetros, no topo destas ou sobre travessas horizontais, depen-

derão do tipo de torre.

Existem modernas estações de medição de potencial eólico que possuem acoplado ao

anemômetro, um sistema de armazenamento dos dados para uma central de processamento.

Page 40: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

24

No caso de dados referentes à velocidade do vento, o sistema de armazenamento registra con-

tinuamente os valores e calcula o valor médio durante um período de tempo determinado an-

teriormente pelo usuário, sendo este valor médio armazenado em seguida. Os períodos de

amostragem mais usuais para o cálculo do valor médio são de 10 minutos e 1 hora. Excepcio-

nalmente pode se tornar necessário também o registro dos valores máximos de velocidade do

vento ocorridos em determinado período.

Para visualização das variações ocorridas com a direção dos ventos em determinado

período se faz uso da chamada rosa dos ventos. Para o traçado da rosa dos ventos, os quatro

quadrantes são divididos em geral em 12 setores de 30º, sendo contados no sentido horário a

partir do norte [18].

4.6 - SENSOR DE DIREÇÃO E VELOCIDADE DE VENTO MODELO 200-WS-02F

O sensor de direção e velocidade de vento utilizado no sistema de aquisição é o WS-

200-02F, que pode ser visualizado na figura 8, que é composto de duas partes principais: um

anemômetro para medir a velocidade do vento e um cata-vento para medir a direção do vento

horizontal. O conjunto completo deste sensor foi projetado com o cata-vento montado em ci-

ma do anemômetro para a estabilidade e facilidade de transmissão do sinal. A combinação de

um anemômetro de três conchas e uma unidade de cata-vento utiliza uma configuração em

linha, eliminando a necessidade de uma cruzeta. A transmissão do sinal de saída é realizada

através de cinco condutores e cabo blindado.

Figura 8 - Sensor de direção e velocidade de vento modelo 200-WS-02F [20].

Os anemômetros produzem uma série de pulsos de saída com uma frequência direta-

mente proporcional à velocidade do vento. A direção do vento é medida por um cata-vento

acoplado a um potenciômetro de 20 kOhm [20].

Page 41: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

25

4.6.1 - ANEMÔMETRO

O Anemômetro utiliza três conchas de giro para a velocidade do vento. À medida que

o vento sopra as conchas, a pressão do vento contra o interior desses faz com que eles girem.

Há três ímãs permanentes incorporados no eixo que mantém as conchas. Cada ímã gira pas-

sando por um ponto fixo sobre a base do sensor e ativa uma chave magnética montada na ba-

se. Três fechamentos de chave magnética serão produzidos para cada revolução do conjunto

de conchas. Os contatos do interruptor magnético são normalmente abertos, o contato se fe-

chará cada vez que um ímã passar sobre ele. A proporção de tempo fechado para aberto é,

nominalmente, 1/10 do total período de uma revolução das conchas. Este ciclo de 1/10 pode

mudar um pouco com o tempo de utilização do sensor e com a exposição a temperaturas ex-

tremas.

O anemômetro é classificado para velocidades do vento de até 125 milhas por hora,

aproximadamente 56 m/s, tem uma partida limiar de cerca de uma milha por hora, aproxima-

damente 0,447 m/s, e seu incremento é de 0,55 m/s. O interruptor magnético é classificado

para transportar um máximo de corrente de 10,0 mA com uma tensão aplicada de não mais de

50 volts CA ou CC [20].

4.6.2 - CATA-VENTO

O cata-vento é acoplado a um potenciômetro de 20K ohm, ± 20%. A linearidade do

potenciômetro é de ± 1%. A dissipação de potência máxima deve ser limitada a 1/4 watt. A

resolução é infinita sobre arco de potenciômetro que é de 355º. Existe uma zona sem medição

de aproximadamente 5 graus entre o fim do arco do potenciometro e uma revolução completa

de 360º. As flutuações na direção do vento é medida pelo sensor como a aerodinâmica de con-

tra-peso e a cauda tenta mantê-lo alinhado com o caminho do vento. O movimento do cata-

vento é transferido para o eixo do potenciômetro, causando uma mudança na resistência do

potenciômetro. Conectando os fios do potenciômetro a uma fonte de tensão verifica-se a me-

dição da direção do vento como uma mudança na queda de tensão sobre o potenciômetro [20].

4.6.3 - ESPECIFICAÇÕES DO SENSOR 200-WS-02

4.6.4 - ANEMÔMETRO

Raio da curva.....................................................................................3” para o centro da concha

Limiar de velocidade......................................................................................................1.2 mph

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26

Tipo de transdutor........................................................................................ ativação magnética

Constante de velocidade..........................................................1.25mph = 1pps, 75mph = 60Hz

Faixa de medição........................................................................................... 0-99 mph (típico)

Precisão...............................................................................................................1 mph ou 3%

4.6.5 - CATA-VENTO

Precisão azimutal.............................................................................................................. 3%

Tipo de mancais.............................................................................................................. Bucha

Gap do potenciômetro............................................................................. Aproximadamente 5º

Constante de distância..........................................................................................................1.5’

Razão de amortecimento...................................................................................................... 0.4

Limiar............................................................................................................................ 1.2mph

Faixa de operação.................................................................................. 0 – 360 graus azimutal

Constante de tempo..................................................................................................2 segundos

Tamanho total...................................................................................................... 12”H x 17”W

Cabo.............................................................................................. 40’ – 5 condutores AWG 24

4.7 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre ventos e seus instrumentos de medição

de velocidade e de direção. Descreveu-se o equacionamento para determinar a velocidade do

vento. Foram apresentados os dois principais tipos de anemômetro: tipo concha e tipo hélice.

Descreveu-se o sensor de direção e velocidade do vento que foi utilizado neste sistema de

aquisição de dados que pode medir velocidades de 0,55 a 56 m/s.

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27

CAPÍTULO 5

ENERGIA SOLAR

5.1 - INTRODUÇÃO

O termo energia solar é a designação dada a qualquer tipo de captação de energia lu-

minosa (e, em certo sentido, da energia térmica) proveniente do Sol, e sua posterior transfor-

mação em alguma forma utilizável pelo homem, seja diretamente para aquecimento, ou ainda

como energia elétrica ou mecânica. O aproveitamento da energia solar destinada à produção

direta de eletricidade teve início há pouco mais de 160 anos quando, em 1839, o cientista

francês Edmond Becquerel descobriu o efeito fotovoltaico ao observar, em um experimento

com uma célula eletrolítica (dois eletrodos metálicos dispostos em uma solução condutora),

que a geração de eletricidade aumentava quando a célula era exposta à luz. Neste capítulo será

abordada a conversão de energia solar em energia elétrica, os tipos de células fotovoltaicas e

as configurações dos módulos fotovoltaicos [21].

5.2 - ENERGIA SOLAR - GENERALIDADES

5.2.1 - RADIAÇÃO SOLAR SOBRE A TERRA

A radiação solar se propaga na velocidade da luz, pois é uma radiação do tipo eletro-

magnética. A quantidade de radiação que atinge a superfície terrestre é bastante variável, sen-

do influenciada pela geometria Sol-Terra, por condições climáticas gerais, como a presença

de nuvens, entre outros fatores.

A quantidade de radiação que chega à superfície terrestre é bastante variável. Além

das variações regulares, diária e anual, devidas ao movimento aparente do Sol, variações irre-

gulares são causadas por condições climáticas (nuvens), bem como pela composição geral da

atmosfera. Assim, o projeto de um sistema fotovoltaico requer dados de medições em locais

mais próximos possíveis daquele onde se pretende implantar o sistema [21].

Page 44: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

28

5.2.2 - POTENCIAL SOLAR

O Sol fornece anualmente à Terra 1,5 × 1018

kWh de energia. Corresponde a 10.000

vezes o consumo mundial de energia nesse período. A radiação solar representa uma inesgo-

tável fonte energética, havendo um enorme potencial de sua utilização por meio de sistemas

de captação e conversão em outra forma de energia como térmica e elétrica.

O projeto de um sistema fotovoltaico requer o conhecimento e a cuidadosa utilização

de dados de radiação solar de um determinado lugar em particular. Dados de radiação têm si-

do coletados para muitas localidades no mundo. Essas informações devem ser analisadas e

processadas antes de uma estimativa da disponibilidade da radiação solar para um sistema fo-

tovoltaico. Na tabela 1 apresenta-se a disponibilidade anual do recurso solar em kWh/m2 para

algumas cidades brasileiras, considerando-se a inclinação ótima de captação [21].

Tabela 1 - Irradiação solar anual em diferentes latitudes do Brasil [21].

Verifica-se que a cidade de Fortaleza tem a maior disponibilidade anual do recurso so-

lar entre as capitais brasileiras.

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29

5.2.3 - EFEITO FOTOVOLTAICO

O efeito fotovoltaico é definido como a conversão direta de luz em eletricidade. Os

seus fundamentos baseiam-se na teoria do diodo de junção pn, e os elementos que constituem

o dispositivo conversor são chamados de foto-elementos.

Os materiais semicondutores utilizados na fabricação das células fotovoltaicas são

normalmente pertencentes ao grupo quatro da tabela periódica de elementos. Esses semicon-

dutores possuem a banda de valência completamente preenchida e a banda de condução vazia,

quando puros. Para que o material possua a capacidade de conduzir corrente elétrica, ele passa

pelo processo de dopagem, que pode ser realizado através de dois modos: no primeiro, o ma-

terial dopante é um átomo do grupo cinco (doador) e a ligação ocasionará o aparecimento de

um elétron livre, que poderá se deslocar para a banda de condução, formando o chamado se-

micondutor tipo n. No segundo, a impureza pertence ao grupo três (receptor), o que criará

uma deficiência de elétrons na banda de valência (lacunas). Neste caso, o semicondutor é de-

nominado tipo p. Para obtenção de uma célula fotovoltaica, o semicondutor puro é submetido

a um processo de adição de “impurezas”, inicialmente do tipo receptora e posteriormente do

tipo doadora, formando assim uma junção pn, na qual se baseia o princípio de operação da

célula fotovoltaica.

O silício é o semicondutor mais utilizado em células fotovoltaicas. Seus átomos carac-

terizam-se por possuírem quatro elétrons em sua última camada que se ligam aos vizinhos,

por meio de ligações covalentes, formando uma rede cristalina. Ao adicionarem-se átomos

com cinco elétrons de ligação haverá um elétron em excesso que não participará de nenhuma

ligação e ficará “livre”, ou seja, fracamente ligado ao seu átomo de origem. Isto faz com que,

com pouca energia, este elétron se libere, passando para a banda de condução. Neste caso te-

mos um dopante doador de elétrons e denomina-se dopante n, ou impureza n. Quando forem

introduzidos átomos com apenas três elétrons de ligação haverá falta de um elétron para satis-

fazer as ligações com os átomos de silício da rede. Esta lacuna ocorre com pouca energia e

um elétron de um átomo vizinho pode passar a essa posição, fazendo com que o ela se deslo-

que. Neste caso temos um dopante aceitador de elétrons ou um dopante p.

Se, partindo do silício puro, forem introduzidos átomos de boro (grupo três) em uma

parte e de fósforo (grupo cinco) na outra, será formado uma junção pn. Na formação dessa

junção elétrons livres do lado n passam para o lado p, onde encontram as lacunas que os cap-

turam. Isto faz com que apareça um acúmulo de elétrons no lado p da junção, tornando-o ne-

gativamente carregado e uma redução de elétrons do lado n, que o torna eletricamente positi-

Page 46: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

30

vo. Essa transferência de cargas dá origem a um campo elétrico permanente, que dificulta a

passagem de mais elétrons do lado n para o lado p. O processo alcança um equilíbrio quando

o campo elétrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres remanescentes no lado

n.

Quando uma junção pn é exposta a fótons com energia maior que a da banda proibida,

ocorre a geração de par elétron-lacuna. Se isto acontecer na região onde o campo elétrico é

diferente de zero, as cargas serão aceleradas, gerando assim, uma corrente através da junção;

esse deslocamento de cargas dá origem a uma diferença de potencial chamada de Efeito Fo-

tovoltaico. Se as duas extremidades da junção pn forem conectadas a um circuito externo, ha-

verá uma circulação de elétrons. Porém, somente os fótons com energia suficiente para liber-

tar elétrons, contribuem para o efeito fotovoltaico. Assim, o efeito fotovoltaico só é consoli-

dado pela existência do campo elétrico da junção pn, responsável pela separação das cargas

(par elétron-lacuna) [21].

5.3 - MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

5.3.1 - TIPOS DE CÉLULAS FOTOVOLTAICAS E TECNOLOGIAS DE

FABRICAÇÃO

O dispositivo responsável pela conversão da luz incidente em eletricidade é denomi-

nado de célula fotovoltaica. A maioria dos materiais utilizados na conversão fotovoltaica é

cristalina, sendo caracterizada por terem uma estrutura de átomos que se repete. Os materiais

empregados na sua construção são elementos semicondutores, sendo, em escala comercial, a

maioria fabricada de silício, devido a três fatores principais: o silício não é tóxico, é o segun-

do elemento mais abundante na natureza (o primeiro é o oxigênio), e possui uma tecnologia

consolidada devido à sua utilização predominante no ramo da microeletrônica.

Na produção de células fotovoltaicas o silício pode ser encontrado nas formas: mono-

cristalina, policristalina e amorfa. Existem também novos materiais em estudo, alguns já em

estágio de comercialização, denominadas tecnologias de filme fino, devido às suas caracterís-

ticas construtivas. As tecnologias que utilizam silício são descritas a seguir.

Células de Silício Monocristalino: são atualmente as mais utilizadas comercialmente. As

células de silício monocristalino são desenvolvidas a partir de um único cristal. Comerci-

almente, a eficiência dessas células já atinge valores próximos a 16%. As desvantagens es-

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31

tão relacionadas com o alto custo de produção, devido ao processo construtivo e ao alto

consumo de energia nos processos de fabricação.

Células de Silício Policristalino: são constituídas de diversos cristais em contato entre si,

dispostos de maneira não alinhada. Esse procedimento visa reduzir custos de fabricação,

embora ocorra uma pequena perda de eficiência. Os avanços tecnológicos vêm reduzindo

bastante as diferenças de custo e eficiência entre as células mono e policristalinas, sendo

essas diferenças atualmente pouco perceptíveis.

Células de Silício Amorfo: não apresentam qualquer ordenamento na estrutura dos áto-

mos. Seus custos de material são reduzidos se comparados às células anteriores, porém

apresentam eficiência também reduzida, com o máximo valor comercial atingindo 10%.

A figura 9 ilustra três módulos correspondentes às tecnologias cristalina e amorfa [21].

Figura 9 - Módulos fotovoltaicos fabricados comercialmente a partir de células de silício: (a) monocistalino; (b)

policristalino; (c) amorfo [21].

5.3.2 - ASSOCIAÇÃO DE CÉLULAS E MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

Devido à baixa tensão e corrente de saída de uma célula fotovoltaica, agrupam-se vá-

rias células formando um módulo, para que se obtenham tensões e correntes úteis na prática.

O arranjo das células nos módulos pode ser feito conectando-as em série e/ou em paralelo

como mostrado na figura 10.

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32

Figura 10 - Conexões de células em série e paralelo [21].

Quando se conecta as células em paralelo, somam-se as correntes de cada módulo e a

tensão do módulo é exatamente a tensão da célula. A corrente produzida pelo efeito fotovol-

taico é contínua. Pelas características típicas das células (corrente máxima por volta de 3 A e

tensão muito baixa, em torno de 0,6 V) esse arranjo não é utilizado, exceto em condições mui-

to especiais.

O arranjo em série é a conexão mais comum de células fotovoltaicas, em geral em

números de 30, 33 e 36. Este consiste em agrupar o maior número de células em série, onde se

somam as tensões de cada célula, chegando a um valor final que possibilita a carga de acumu-

ladores (baterias) que funcionam com tensão nominal de 12 V.

Para que toda a corrente de um módulo não seja limitada por uma célula de pior de-

sempenho (o caso de estar encoberta), usa-se um diodo de passagem (bypass), como mostrado

na figura 11. Esse diodo serve como um caminho alternativo para a corrente e limita a dissi-

pação de calor na célula defeituosa. Geralmente, o uso do diodo de passagem é feito em gru-

pos de células, o que reduz o custo, quando comparado ao de se conectar um diodo em cada

célula.

Quando surge uma corrente negativa fluindo pelas células, ou seja, ao invés de gerar

corrente, o módulo passa a receber mais do que produz, poderá causar queda na eficiência das

células e, em caso mais crítico, a célula pode ser danificada, causando assim a perda total do

fluxo de energia do módulo. Para evitar esses problemas, usa-se um diodo de bloqueio impe-

dindo que correntes reversas venham ocorrer caso o módulo seja ligado diretamente a um

acumulador ou bateria. O diodo de bloqueio é conectado entre o gerador ou fileiras que cons-

tituem o gerador fotovoltaico e o banco de baterias, para impedir que os módulos fotovoltai-

cos atuem como carga para as baterias em períodos de indisponibilidade de geração. Impedem

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33

também que módulos operando em condições normais injetem correntes elevadas em um gru-

po de módulos em condições anormais de funcionamento.

A figura 11 apresenta o esquema de ligação dos diodos de bloqueio (escuros) e de pas-

sagem (claros).

Figura 11 - Esquema de ligação dos diodos de bloqueio (escuros) e de passagem (claros) em um sistema de ge-

ração fotovoltaica [21].

Além de compor a associação de células, o módulo tem ainda a função de proteger as

células das intempéries, isolá-las eletricamente de contatos exteriores e fornecer rigidez me-

cânica ao conjunto.

Os módulos podem ser associados em série e/ou paralelo, para obter maiores níveis de

potência, corrente e/ou tensão, dependendo dos valores desejados. Uma associação de módu-

los dá origem a um gerador ou arranjo fotovoltaico.

Quando a ligação é feita em série, a tensão final do arranjo (VT) é igual à soma das

tensões dos módulos e a corrente final do arranjo (IT) é igual à corrente de um único módulo.

As equações 5.1 e 5.2 descrevem esse comportamento.

VT = V1 + V2 + V3 + ... + Vn (5.1)

IT = I1 = I2 = I3 = ... = In (5.2)

Quando a ligação é feita em paralelo, o processo é inverso ao anterior; a corrente final

do arranjo é igual à soma das correntes e a tensão final é igual à tensão de um único módulo.

As equações 5.3 e 5.4 descrevem esse comportamento [21].

VT = V1 = V2 = V3 = ... = Vn (5.4)

IT = I1 + I2 + I3 + ... +In (5.5)

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34

5.3.3 - CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS

Uma das várias maneiras de se representar o circuito equivalente de uma célula fo-

tovoltaica, do ponto de vista elétrico, está mostrado na figura 12. Essa representação pode ser

utilizada para modelar células, módulos ou geradores constituídos de vários módulos. Este

circuito requer que cinco parâmetros sejam conhecidos: a corrente de iluminação, ou foto-

gerada, IL, a corrente de saturação reversa do diodo, ID, a resistência em série, RS, a resistência

em paralelo (ou shunt), (RSh), e, finalmente, um parâmetro de correção de curva, a’ [21].

Figura 12 - Circuito elétrico equivalente para células ou geradores fotovoltaicos [21].

Na condição de temperatura e radiação fixas, a potência de saída é dada pela equação

5.5.

IVP (5.5)

Onde:

V – Tensão de saída;

I – Corrente de saída.

Dentre as características elétricas dos módulos, as mais importantes são: potência, ten-

são e corrente. Para analisá-las de forma mais detalhada, apresenta-se na figura 13 as curvas

características de corrente versus tensão e potência versus tensão, típicas de uma célula ou

módulo fotovoltaico.

Figura 13 - Características I x V e P x V de uma célula ou módulo fotovoltaico [13].

Onde:

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35

Pmp – valor máximo de potência;

Imp – valor de corrente na potência máxima;

Vmp – valor de tensão na potência máxima;

VOC – tensão de circuito aberto;

ISC – corrente de curto circuito.

Observa-se que a corrente é aproximadamente constante até valores imediatamente an-

teriores a Vmp; a partir de onde a corrente de diodo (ID) torna-se significativa. Na condição de

circuito aberto, em aproximadamente 21 V para a maioria dos módulos de 36 células, toda a

corrente de iluminação gerada está passando através do diodo e da resistência em paralelo,

RSh.

As características elétricas dos módulos, fornecidas pelos fabricantes, são baseadas na

condição padrão de testes: irradiância de 1.000 W/m2, temperatura da célula de 25°C e massa

de ar (AM) igual a 1,5. Nessas condições, os valores de corrente de curto-circuito (ISC) e ten-

são de circuito aberto (VOC) são os valores máximos atingíveis quando o módulo opera sem

carga. Sob carga, o valor máximo de potência (Pmp) é obtido pelo produto entre os valores

máximos de corrente e tensão (Imp e Vmp), quando o retângulo formado pelas linhas pontilha-

das da figura 5.6 apresenta área máxima. Idealmente, os geradores fotovoltaicos deveriam

sempre operar no ponto de máxima potência; porém, na prática, eles operam em um ponto

sobre a curva I-V correspondente às características I-V da carga.

Dentre os fatores que influenciam as características da célula, a irradiância e a tempe-

ratura são os mais importantes. Baixos níveis de irradiância reduzem a corrente gerada sem

causar redução considerável à tensão, enquanto que altos valores de temperatura da célula re-

duzem a tensão em maiores proporções do que aumentam a corrente [21].

5.4 - MÓDULO FOTOVOLTAICO MSX10

O módulo fotovoltaico utilizado neste sistema de aquisição é o MSX10, que pode ser

visualizado na figura 14. Ele é projetado para operar com cargas CC, que necessitam de pouca

potência elétrica. O MSX10 gera 10 watts de potência máxima em condições padrão de teste

(STC).

Page 52: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

36

Figura 14 - Módulo fotovoltaico MSX10.

Este módulo pode ser utilizado em diversas aplicações, incluindo telemetria remota,

sistemas de instrumentação, sensores de segurança e sinalização. O MSX10 é composto de 36

células solares de silício policristalino, configurado como duas seqüências de 18 células em

série e já vem de fábrica configurado para fornecer tensões de saída compatível, dependendo

do modelo encomendado, seja o sistema de 6 V ou 12 V [22].

Características elétricas MSX10:

Potência máxima (Pmax).....................................................................................................10 W

Tensão @ Pmax (Vmp).......................................................................................................17,1 V

Corrente @ Pmax (Imp)..................................................................................................... 0,58 A

Pmax mínima garantida...........................................................................................................9 W

Corrente de curto-circuito (Isc)...........................................................................................0,6 A

Tensão de circuito-aberto (VOC)........................................................................................21,1 V

5.5 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre energia e painel solar. Descreveu-se o

efeito fotovoltaico, as tecnologias de fabricação de células fotovoltaicas e tipos de associação

de células e módulos fotovoltaicos. Os fatores que mais influenciam as características da célu-

la são a irradiância e a temperatura. Baixos níveis de irradiância reduzem a corrente gerada

sem causar redução considerável à tensão, enquanto que altos valores de temperatura da célu-

la reduzem a tensão em maiores proporções do que aumentam a corrente. Fora apresentado o

circuito elétrico equivalente para células fotovoltaicas e descreveu-se o módulo fotovoltaico

utilizado neste sistema de aquisição de dados que poderá gerar potência de até 10 W.

Page 53: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

37

CAPÍTULO 6

ACUMULADORES DE ENERGIA ELÉTRICA E

CONTROLADORES DE CARGA

6.1 - INTRODUÇÃO

A natureza das fontes renováveis como solar e eólica é intrinsecamente variável no

tempo, onde depende dos ciclos diários, das estações do ano e das variações aleatórias da at-

mosfera. Devido a essas características, são muitos os momentos em que potência elétrica en-

tregue pela parte renovável difere, por déficit ou por excesso, da demandada para uma deter-

minada aplicação. Denomina-se de sistema de armazenamento a parte do sistema que se en-

carrega de fazer o armazenamento de energia nos momentos em que a produção excede a de-

manda, para utilizá-la em uma situação inversa.

Para sistemas de aquisição de dados remotos é bastante vantajoso incluir no projeto

um controlador de carga e um sistema de energia solar, pois se reduz o custo das reposições

de baterias.

Neste capítulo será abordado o sistema de armazenamento mais utilizado, que é consti-

tuído por acumuladores eletroquímicos (ou baterias) de chumbo-ácido. Também aborda-se o

princípio de funcionamento dos controladores de carga.

6.2 - CONCEITOS BÁSICOS DE ACUMULADORES

Uma bateria é constituída de duas ou mais células conectadas em série. Uma célula bá-

sica é formada por dois eletrodos. Usualmente um é chamado de eletrodo positivo e o outro de

eletrodo negativo.

As baterias são classificadas, quanto à disponibilidade de carga, como primárias (ou

não recarregáveis) e secundárias (ou recarregáveis). Dentre as baterias primárias podem ser

citadas as pilhas não recarregáveis, com relação às baterias secundárias, as baterias automoti-

vas são as mais conhecidas.

A capacidade nominal é o número mais genérico da bateria. É a capacidade de descar-

ga em ampére-hora (Ah) que uma bateria totalmente carregada conserva a 27°C, durante 20

horas, sem que a tensão entre os terminais caia para menos da tensão final de descarga

Page 54: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

38

(10,5V). A capacidade nominal depende significativamente da corrente de descarga e da tem-

peratura.

O regime de carga (ou descarga) de uma bateria é definido como a relação entre a sua

capacidade nominal e o valor da corrente usada para fazer uma carga (ou descarga). Assim, se

a descarga de uma bateria de 120 Ah é realizada com uma corrente de 10A, se diz então que o

regime de descarga utilizado é de 12 horas, o valor da capacidade da bateria é simbolizado

como C12 e a corrente utilizada para a descarga como I12. A energia nominal (Wh) contida em

uma bateria é definida pela tensão nominal da bateria (V) vezes a sua capacidade nominal de

corrente (Ah).

O estado de carga de uma bateria, conhecido como SOC informa a capacidade que po-

de ser descarregada da bateria em certo momento. Um estado de carga de 100% significa que

a bateria está totalmente carregada. A profundidade de descarga (PD) é definida como 0%

quando a bateria está totalmente carregada e 100% quando está totalmente descarregada (PD

= 100% - SOC).

Existem diversos tipos de baterias recarregáveis disponíveis, e suas características va-

riam em função das suas formas construtivas e dos elementos que as compõem. Com relação

ao eletrólito que as compõem, podem ser classificadas basicamente em abertas e seladas.

As baterias abertas são aquelas onde o nível de eletrólito deve ser periodicamente veri-

ficado, devendo trabalhar na horizontal. Nas baterias seladas, o eletrólito é confinado no sepa-

rador ou está sob a forma de gel. São usualmente conhecidas como “livres de manutenção”.

As baterias mais comuns, em relação ao tipo de utilização, são as automotivas, estaci-

onárias, de tração e fotovoltaicas. A seguir são apresentadas as principais características de

cada uma delas:

Automotivas: Projetadas para regimes de carga e descarga rápidos, com elevadas taxas de

corrente e reduzidas profundidades de descarga, da ordem de 30% (partida). Como carac-

terística principal desse tipo de bateria destaca-se a baixa resistência aos ciclos de carga e

descarga;

Estacionárias: Projetadas para permanecerem em flutuação e serem solicitadas ocasional-

mente (backup). Além disso, podem operar com regimes de carga elevados. Dentre as

principais características destacam-se a moderada resistência aos ciclos de carga e descar-

ga e o baixo consumo de água;

Tração: Projetadas para operar com ciclos profundos e frequentes e regimes de descarga

moderados. Suas principais características são: a alta resistência ao ciclo de carga e des-

carga e o alto consumo de água e a manutenção frequentes;

Page 55: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

39

Fotovoltaicas (ou solares): Projetadas para ciclos diários rasos com taxas de descarga re-

duzidas (descargas profundas esporádicas, da ordem de até 80%). Como características

principais destacam-se a resistência aos ciclos de carga e descarga e a pouca manutenção

[21].

6.3 - BATERIAS

Diferentes tipos de baterias recarregáveis estão disponíveis no mercado. A variedade

de baterias é muito grande (Ni-Fe, Ni-Zn, Ni-Cd). As baterias de chumbo-ácido (Pb-ácido) e

níquel-cádmio (Ni-Cd) tornaram-se as mais usuais. O preço das últimas é, para a mesma

quantidade de energia, de quatro ou cinco vezes superior ao das primeiras. Assim, a questão

econômica, associada à disponibilidade do mercado, faz com que a maioria dos acumuladores

utilizados nos sistemas fotovoltaicos, eólicos, ou híbridos, seja constituída por baterias recar-

regáveis de chumbo-ácido [21].

6.3.1 - A BATERIA DE CHUMBO-ÁCIDO

A bateria de chumbo-ácido é constituída, basicamente, por um anodo de dióxido de

chumbo, também chamado de eletrodo positivo, um catodo de chumbo, também chamado de

eletrodo negativo, e um eletrólito de ácido sulfúrico diluído em água.

Durante seu processo de carga, deve ser conectado aos terminais da bateria um gerador

CC, com tensão superior à da bateria, para que haja uma injeção de corrente pelo eletrodo po-

sitivo. O processo é reversível, e a bateria se descarrega quando se conecta aos seus terminais

uma carga elétrica qualquer, com a consequente circulação de corrente no sentido oposto ao

da corrente de carga.

Durante o processo de carregamento, o eletrodo positivo possui um depósito de dióxi-

do de chumbo enquanto que o negativo acumula chumbo. Esse processo acarreta a liberação

de ácido sulfúrico ao eletrólito, aumentando sua concentração. Ao descarregar-se, a reação

química que ocorre faz com que tanto a placa positiva quanto a negativa tenha um depósito de

sulfato de chumbo, absorvendo ácido sulfúrico do eletrólito e, consequentemente, diminuindo

sua concentração [21].

Page 56: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

40

6.3.2 - PROCESSOS DE CARGA E DESCARGA

O processo de carga de uma bateria tem como objetivo principal a extração do ácido

contido nas placas e a liberação destes para o eletrólito.

É conveniente carregar uma bateria com um nível de corrente que não exceda o máxi-

mo dado pelo fabricante (por exemplo, uma bateria de 100 Ah, C20, deve ser carregada com

I20, ou 5 A. O tempo de carga, multiplicado pela corrente de carga deve ser uns 15% maior do

que o número de Ah da bateria, para compensar as perdas durante o processo de carga.

Geralmente o perfil da carga atendida por sistemas autônomos se caracteriza por carga

leve durante o dia e picos durante a noite. Assim, pode-se considerar que essas baterias so-

frem um processo de carga durante o dia e descarga durante a noite, o que implica em ciclos

diários de carga e descarga, o que equivale, em termos de vida útil para as famílias de bateria

anterior (solar), de 2,74 a 3,30 anos, aproximadamente [21].

6.3.3 - AVALIAÇÃO DO ESTADO DE CARGA

O valor da tensão da bateria não representa a melhor indicação do estado de carga ou

da vida útil da mesma. Entretanto, na prática essa é a informação que com facilidade pode ser

utilizada para a avaliação do SOC durante a operação de um sistema autônomo. A figura 15

ilustra a evolução da tensão entre os terminais de uma bateria durante um processo de descar-

ga.

Figura 15 - Evolução da tensão entre os terminais de uma bateria durante um processo de descarga a corrente

constante de 5 A [21].

Page 57: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

41

A tensão de final de descarga está entre os valores de tensão importantes para o gerenci-

amento do SOC. Esse valor, geralmente fornecido pelo fabricante, situa-se sempre próximo

aos 10,5V, para uma bateria de chumbo-ácido de tensão nominal de 12 V, trabalhando a uma

temperatura próxima de 25°C. Entretanto, é importante mencionar que a ocorrência de valores

frequentes de PD iguais ou superiores a 50% (ver figura 15) que equivalem a tensões iguais

ou inferiores a 11,8 V (para uma bateria de chumbo-ácido de tensão nominal de 12 V), impli-

cará na significativa redução da vida útil da bateria. Para estas baterias a PD de 0% corres-

ponde a 12,80 V, PD de 20% corresponde a 12,20 V e PD 100% corresponde a 10,80 V [21].

6.3.4 - ASPECTOS DA VIDA ÚTIL

A vida útil da bateria é, primeiramente, determinada pelo número de dias em que ela

alcança a condição de 100% de carga (que é o ideal) e o número de vezes em que ela atinge a

tensão mínima de descarga (que é a pior condição de operação), e isso está diretamente ligado

ao dimensionamento e às condições de operação.

No caso particular dos sistemas fotovoltaicos, quando adequadamente dimensionados,

as baterias dificilmente são carregadas totalmente, devido ao número limitado de horas de car-

regamento por dia. Assim, o termo carga completa deve ser diferenciado de uma carga com-

pleta real, definida pelo ponto em que toda a matéria ativa é convertida em material carrega-

do, de um SOC solar prático de 100%. Recomenda-se uma carga completa a cada quatro se-

manas [21].

Operando-se com temperaturas ambientes elevadas tem-se uma maior atividade quí-

mica que se traduz em uma redução da vida útil da bateria de chumbo-ácido, como mostra a

figura 16.

Figura 16 - Percentagem relativa da vida útil de uma bateria em função do aumento da temperatura [23].

Page 58: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

42

Observa-se que (ver figura 16) a bateria quando operando a 50°C (25°C acima do es-

pecificado) tem sua vida útil reduzida em torno de 10%, porém para valores maiores de tem-

peratura sua vida útil decai de forma mais rápida.

6.4 - AUTONOMIA DO SISTEMA

Para se obter bancos de baterias mais robustos, deve ser realizada a associação de vá-

rias baterias de menor capacidade em série e/ou paralelo, de modo a se obter o tamanho do

banco desejado. Para a composição do banco de baterias, vários aspectos devem ser conside-

rados, dentre os quais se destacam a escolha adequada da tensão do banco de baterias e o cor-

reto dimensionamento dos cabos usados na transferência de energia da e para a bateria.

Teoricamente, pode-se calcular a autonomia, em termos de tempo, que o banco de ba-

terias proporciona a um sistema, atendendo a uma carga especificada. Para esse cálculo, são

utilizadas as equações 6.1 e 6.2 [21].

BBBBB

CVNE (6.1)

)100/(1CARGADBBA

PPET (6.2)

Onde:

EBB = Energia do banco de baterias (Wh);

VB = Tensão da bateria (V);

CB = Capacidade nominal da bateria (Ah);

NB = Número de baterias do banco;

TA = Tempo de abastecimento (h);

PD = Profundidade de descarga (%);

PCARGA = Potência da carga (W).

Para o cálculo da autonomia do sistema de aquisição de dados os parâmetros utilizados

são apresentados a seguir. Esses cálculos são realizados nas equações 6.3, 6.4 e 6.5.

VB = 12 V;

CB = 7 Ah;

NB = 1;

PD = 80% (de acordo com a figura 6.2 corresponde a tensão de 11,20 V na bateria);

ICARGA = 100 mA (corrente média consumida pelo sistema obtida experimentalmente

para armazenamento de 10 pacotes de dados e envio de todos eles para o banco de dados,

Page 59: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

43

sendo cada pacote feito com média de 20 segundos e mantendo-se o modem desligado duran-

te o processo de armazenamento).

847121BB

E Wh (6.3)

2,11,012CARGABCARGA

IVP W (6.4)

56)2,1100/(18084A

T h (6.5)

Assim este sistema de aquisição de dados tem autonomia média de 56 horas sem ne-

cessidade de outra fonte CC para recarregar a bateria utilizada na alimentação do mesmo.

6.5 - BATERIA UTILIZADA

A bateria utilizada neste sistema de aquisição de dados é a Haze HSC 12-7 (ver figura

6.4) que é do tipo chumbo-ácido selada, suas características são descritas a seguir.

Vida útil de 5 anos;

HSC 12-7 (12 V, 7 Ah);

Energia nominal de 84 Wh;

C10;

Figura 17 - Bateria Haze HSC 12-7.

6.6 - CONTROLADORES DE CARGA

O sistema de condicionamento de potência é constituído por equipamentos cuja função

principal é otimizar o controle geração/consumo visando ao aproveitamento ótimo dos recur-

sos, aliado à qualidade e continuidade na entrega da energia ao sistema.

Os equipamentos eletrônicos que compõem o sistema de condicionamento de potência

são, em geral, controladores de carga, retificadores, seguidores de ponto de máxima potência,

inversores de tensão, entre outros [21].

Page 60: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

44

6.6.1 - CONTROLADOR DE CARGA – PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Este sistema de condicionamento de potência é um equipamento normalmente associ-

ado ao arranjo fotovoltaico em sistemas híbridos. É um dispositivo eletrônico que opera em

corrente contínua, cuja principal função é gerenciar os processos de carga e descarga das bate-

rias. O primeiro no sentido arranjo fotovoltaico-bateria (geração) e o segundo no sentido bate-

ria-carga (consumo).

O controlador de carga deve atuar em um sistema híbrido de modo a evitar que a bate-

ria opere em condições anormais, que contribuem para a redução de sua vida útil. Este atua

desconectando o arranjo fotovoltaico das baterias e interrompendo o fornecimento de energia

à carga, quando o nível de carga da bateria atinge valores pré-estabelecidos (extremos nos ní-

veis de carga plena e profundidade máxima de descarga, respectivamente).

O controle é normalmente desenvolvido através de dois métodos: método liga/desliga

e método de tensão constante.

Os controladores de carga podem também ser diferenciados pela forma como desco-

nectam o arranjo fotovoltaico das baterias.

Método paralelo (shunt) - neste método o chaveamento curto-circuita a geração. Necessita

de um diodo de bloqueio para evitar o surgimento de correntes reversas.

Método série – este método simplesmente interrompe a circulação de corrente no sentido

arranjo fotovoltaico-bateria quando esta última está completamente carregada.

As características mais importantes dos controladores de carga a serem consideradas

na etapa de dimensionamento são a sua capacidade e a sua tensão de operação [21].

6.6.2 - CONTROLADOR UTILIZADO

O Controlador de carga utilizado neste sistema de aquisição é o SHS-10, que está ilus-

trado na figura 18.

Figura 18 - Controlador de carga SHS-10.

Page 61: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

45

Para instalar este controlador de carga devem ser tomadas algumas medidas, tais como

[24]:

Conectar primeiramente a bateria, em seguida o painél solar e por último o carga;

Usar somente bateria de chumbo-ácido;

Usar somente com sistemas de 12 V;

Não se devem exceder as potências nominais de energia solar e carga.

6.6.3 - ESPECICAÇÕES DO SHS-10

Ponto de regulação......................................................................................................14,3 Volts.

Desconexão de baixa tensão....................................................................................... 11,5 Volts.

Reconexão de baixa tensão......................................................................................... 12,6 Volts.

Tipo de carregamento..............................................................................Série PWM 4 Estágios:

Massa, PWM, Reforço e Flutuação - Carregamento com temperatura compensada.

Proteções eletrônicas:

Curto-circuito e corrente excessiva - energia solar e carga;

Inversão de polaridade – painél solar, carga, bateria;

Inversão de corrente à noite;

Limita a alta voltagem para proteger a carga;

Consumo próprio.................................................................................................8 mA (máximo)

Temperatura..........................................................................................................–25°C a +50°C

Umidade................................................................................................100% (não condensante)

Invólucro...............................................................................................................................IP 22

6.7 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre acumuladores de energia, processo de

carga e descarga, avaliação da vida útil, e montagem de banco de baterias. Fora apresentado o

controlador de carga, cuja principal função é gerenciar os processos de carga e descarga das

baterias. Descreveu-se a bateria e o controlador de carga que foram utilizados neste sistema de

aquisição de dados. A autonomia deste sistema é de 56 horas sem necessidade de outra fonte

CC para recarregar a bateria utilizada na alimentação do mesmo.

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46

CAPÍTULO 7

MODEM GSM E BANCO DE DADOS

7.1 - INTRODUÇÃO

Um modem GSM (Sistema Global para Comunicação Móvel) é um modem sem fio

que funciona com uma rede sem fio GSM. Um modem sem fio se comporta como um modem

dial-up (linha comutada ou discada). A principal diferença entre eles é que modem sem fio

envia e recebe dados através de ondas de rádio, enquanto um modem dial-up, envia e recebe

dados através de uma linha de telefone por fio [25].

Neste capítulo serão abordados os comandos que controlam os modens. Também será

realizada uma introdução sobre o servidor de banco de dados MySQL, a linguagem de pro-

gramação PHP e o acesso a banco de dados.

7.2 - MODENS GSM E GPRS

Modem é um dispositivo eletrônico que converte o sinal digital de saída do computa-

dor em formato analógico para a transmissão pela linha telefônica digital, e também converte

o sinal analógico proveniente da linha telefônica em um sinal digital na entrada do computa-

dor [26].

Os modens são controlados por computadores através de comandos AT, ver item 7.3.

Ambos os modens GSM e dial-up possuem um conjunto de comandos AT padrão. Além dos

comandos AT padrão, modems GSM possuem uma gama de outros comandos AT. Estes co-

mandos AT extras são definidos nas normas GSM. Com os comandos AT extras realiza-se as

seguintes atividades: ler, escrever e apagar mensagens SMS; enviar mensagens SMS, controle

da intensidade de sinais; monitoramento de nível de baterias.

Um modem GPRS (Serviço de Rádio de Pacote Geral) é um modem GSM que adicio-

nalmente suporta a tecnologia GPRS para transmissão de dados. GPRS é uma tecnologia de

comutação de pacotes, que é uma extensão do GSM. Uma das principais vantagens do GPRS

sobre o GSM é que o GPRS tem uma velocidade de transmissão de dados superior. Se for uti-

lizado SMS através de GPRS, uma velocidade de transmissão de cerca de 30 mensagens SMS

por minuto pode ser alcançada. Isto é muito mais rápido do que usando o SMS via GSM co-

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47

mum, cuja velocidade de transmissão é cerca de 6 a 10 mensagens SMS por minuto. Um mo-

dem GPRS é necessário para enviar e receber SMS através de GPRS. O envio e recepção de

SMS através de GPRS não são suportáveis por todas as operadoras [25].

7.3 - ENVIO DE COMANDOS AT

Os comandos AT são instruções usadas para controlar um modem. AT é a abreviação

de atenção. Cada linha de comando começa com "AT" ou "at". É por isso que são chamados

de comandos de modem AT. Muitos dos comandos que são usados para controle de modem

com fio dial-up são também suportados por modems GSM/GPRS. Além deste conjunto de

comandos AT comuns, modens GSM/GPRS suportam um conjunto de comandos AT que é

específico para a tecnologia GSM, que está relacionado com comandos de SMS como: AT +

CMGS (enviar SMS), AT + CMSS (enviar mensagem SMS de armazenamento), AT +

CMGL SMS (lista mensagens SMS) e AT + CMGR SMS (ler mensagens SMS) [27].

Os comandos AT utilizados na aplicação TCP/IP implementada no software do siste-

ma de aquisição de dados são descritos a seguir:

AT+CIPSTART – Inicia uma conexão TCP;

AT+CIPSEND – Envia os dados através da conexão TCP;

AT+CSTT – Configura APN (Nome do Ponto de Acesso), nome do usuário e senha;

AT+CIICR – Cria conexão wireless (sem fio) com GPRS;

AT+CIFSR – Obtém endereço IP (endereço que indica o local de um nó em uma rede

local ou pública) local;

AT+CDNSCFG – Configura o DNS (Sistema de Nomes de Domínios)

AT+CDNSORIP – Conecta com endereço IP ou DNS.

7.4 - MODEM GSM COM DOIS CARTÕES SIM

Este modem, que está ilustrado na figura 19, possui o módulo sim340 SIMCOM. Este

módulo pode ser integrado em uma vasta gama de aplicações.

Projetado para o mercado global, sim340 é um modem GSM/GPRS que funciona em

frequências de: GSM 850 MHz, GSM 900 MHz, DCS 1800 MHz e PCS1900 MHz. A inter-

face física para a aplicação móvel é feita através de uma placa de 60 pinos para placa

Page 64: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

48

conector, que fornece todas as interfaces de hardware entre o módulo e as placas dos usuários

exceto a interface de antena RF.

Figura 19 - Modem GSM tato 2 SIM card.

O sim340 é projetado com a técnica de redução de consumo de energia, o consumo de

corrente no modo sleep é de apenas 2,5 mA. O sim340 está integrado com o protocolo

TCP/IP. Comandos AT TCP/IP estendidos são desenvolvidos para os clientes usarem o proto-

colo TCP/IP com facilidade, que é muito útil em aplicações de transferência de dados [28].

O protocolo TCP (Protocolo de Controle de Transmissão) é um serviço orientado à

conexão que provê transferência de dados confiável, controle de fluxo e controle de congesti-

onamento. O IP (Protocolo da Internet) utiliza o modelo de serviço conhecido como serviço

de melhor esforço ou de esforço nenhum [26].

7.4.1 - ALIMENTAÇÃO

A alimentação do modem com módulo sim340 é feita através de uma fonte de 12 Vcc.

Em alguns caso, a ondulação de tensão em uma transmissão de dados pode causar quedas de

tensão, podendo o consumo de corrente a picos típicos de 2 A. Assim, a fonte de alimentação

deve ser capaz de fornecer corrente suficiente de até 2A.

Durante os testes realizados em laboratório com uma fonte CC de bancada constatou-

se que a corrente média consumida pelo sistema quando o modem está ligado é de 200 mA,

quando o modem está desligado a corrente média consumida pelo sistema é de 30 mA. De

acordo com a equação 6.4 e 6.5 quanto menor a corrente média consumida maior será a auto-

nomia do sistema [28].

Page 65: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

49

7.4.2 - INTERFACE DO CARTÃO SIM

Para obter informações no cartão Sim se deve usar comandos AT. A interface do SIM

é alimentado por um regulador interno no módulo com tensão nominal 2.8V. Para configurar

o SIMCARD utiliza-se o comando AT “AT + CSDT” [28].

7.5 - SERVIDOR DE BANCO DE DADOS MYSQL

MySQL é um servidor de banco de dados SQL (Linguagem de Consulta Estrutu-

rada) multiusuário. SQL é a linguagem de banco de dados mais popular no mundo. MySQL

é uma implementação cliente-servidor que consiste de um servidor e diferentes programas

clientes e bibliotecas.

SQL é uma linguagem padronizada que torna fácil o armazenamento e acesso de in-

formações. Por exemplo, pode-se usar SQL para recuperar informações de produtos e arma-

zenar informações de clientes para um site Web.

O servidor MySQL é também rápido e flexível o suficiente para permitir arma-

zenar registro de eventos e figuras nele. As principais vantagens do MySQL são veloci-

dade, robustez e facilidade de uso [29].

7.5.1 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

Manipula um número ilimitado de usuários simultâneos;

Alta velocidade de execução;

Possui APIs C, C++, Eiffel, Java, Perl, PHP, Python e TCL;

Trabalha com diferentes plataformas: Unix, Windows, dentre outros.

Manipula grandes bancos de dados com vastos volumes de informações, na ordem de

50.000.000 registros;

Clientes podem conectar ao servidor MySQL utilizando conexões TCP/IP, Unix sockets

ou sob o Windows NT [29].

7.5.2 - A ESTRUTURA

Um banco de dados é uma hierarquia de estruturas de dados complexas. Em MySQL,

como em muitos outros bancos de dados, o conceito da estrutura que mantém os blo-

cos (ou registros) de informações é chamado de tabela. Estes registros, por sua vez, são cons-

Page 66: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

50

tituídos de objetos menores que podem ser manipulados pelos usuários, conhecidos por tipos

de dados (datatypes). Juntos, um ou mais datatypes, formam um registro (record). Uma hie-

rarquia de banco de dados pode ser considerada como: Banco de dados > Tabela > Registro >

Tipo de dados. Os tipos de dados possuem diversas formas e tamanhos, permitindo ao pro-

gramador criar tabelas específicas de acordo com suas necessidades [29].

7.5.3 - O SISTEMA DE PRIVILÉGIOS

Administrar o servidor MySQL, envolve a manutenção do banco de dados com as

configurações do servidor (máquina, usuários e bancos de dados), ou seja, o sistema

de privilégios. Pela atribuição de um conjunto de privilégios, um usuário em determinado

host (máquina) tem permissão para executar comandos sobre uma base de dados. Estes privi-

légios estabelecem um conjunto de regras no qual o servidor MySQL se baseia, e estas regras

podem ser: permissão para inserir, selecionar, excluir informações de uma tabela, ou criar e

modificar tabelas. Portanto, o sistema de privilégio, se resume em três tabelas principais:

host, user e db tendo como hierarquia, da mais alta para a mais baixa, a ordem apresentada.

A tabela host determina quais os hosts que estão habilitados a acessar o servidor

MySQL.

A tabela user determina os usuários que podem acessar o servidor e suas senhas de

identificação a partir de um host.

A tabela db contém as informações relativas a qual banco de dados um usuário de um

certo host pode acessar [29].

7.6 - O PHP

O PHP, nos dias atuais, é uma das linguagens mais usadas na programação server-side

(linguagens que rodam exclusivamente no servidor web). O PHP possibilita o desenvolvimen-

to de páginas web mais interativas e dinâmicas.

PHP é uma linguagem de script no lado do servidor embutida no HTML (Linguagem

de Marcação de Hipertexto). O código PHP é encapsulado em tags (nome dado aos comandos

HTML) especiais de início e fim que permitem alternar para dentro e fora do modo PHP.

A maior e mais significante característica em PHP é seu suporte a uma faixa muito

ampla de bancos de dados, dentre eles o MySQL. O PHP possui a capacidade de modificar

variáveis passadas de formulários HTML, tornando possível a realização de várias tarefas

Page 67: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

51

como: envio de um e-mail baseado em informações de uma página, impressão de páginas per-

sonalizadas, passagem e armazenamento de informações em um banco de dados [29].

7.7 - ACESSO A BANCO DE DADOS

Para obter o acesso a um banco de dados é necessário ter um banco de dados cadastra-

do e um usuário com acesso a este banco de dados. Vale lembrar que o MySQL não é um

banco de dados, e sim um servidor de dados.

A seguir será apresentado o procedimento padrão para usar servidores de banco de da-

dos com o PHP:

Conectar ao servidor;

Abrir o banco de dados (um servidor SQL pode ter mais de um banco de dados);

Enviar os comandos SQL;

Desconectar do servidor.

O banco de dados utilizado no sistema de aquisição de dados está localizado no se-

guinte servidor:

http://ufc.thiagomenezes.com.br

7.8 - CONCLUSÃO

Neste capítulo fora feita uma revisão geral sobre o modem GSM/GPRS e a utilização

de comandos AT. Descreveu-se o modem GSM utilizado no sistema de aquisição. Também

fora feita uma introdução ao servidor de banco de dados MySQL e a linguagem de programa-

ção PHP. A autonomia deste sistema depende diretamente da gerência na utilização do mo-

dem, quanto mais tempo o modem permanecer desligado maior será a autonomia do sistema.

Page 68: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

52

CAPÍTULO 8

DESCRIÇÃO DO HARDWARE DESENVOLVIDO

8.1 - INTRODUÇÃO

Evidencia-se na literatura atual, em aplicações industriais e de monitoramento ambien-

tal, o uso cada vez mais frequentes de técnicas de controle digital via microprocessadores no

comando e controle de sistemas. Novas técnicas e equipamentos vêm surgindo em todas as

áreas do conhecimento humano. Na Engenharia Elétrica muitos dos admiráveis utensílios, que

facilitam e agilizam a vida, trazem embutidas tecnologias, em que as soluções propostas são

muitas vezes extremamente sofisticadas, tornando-as possivelmente não implementáveis por

métodos clássicos da eletrônica Analógica-Digital, sendo utilizados microprocessadores.

Agora, apresenta-se as principais características do hardware do sistema de aquisição desen-

volvido e descrevem-se seus principais componentes [30].

8.2 - MICROPROCESSADORES E MICROCONTROLADORES

Os microprocessadores, substituiram milhões de transistores nos computadores.

São usados principalmente para processamentos complexos e possuem custo relativamente

alto. Dentre algumas aplicações estão presentes nos microcomputadores pessoais, em a-

parelhos eletrônicos de uso doméstico e nos equipamentos médicos. Este circuito integrado

não consegue fazer nada sozinho, pois são necessários outros dispositivos externos para que

ele se torne útil. Em um microprocessador deve ser acoplado externamente todo componente

necessário para o cumprimento da aplicação.

Os microcontroladores, em geral, possuem todos os periféricos necessários em um ú-

nico chip. Seu tamanho também é muito pequeno, mesmo contendo vários periféricos como:

memórias, barramentos, timer’s, portas de comunicação e conversores de sinal analógico

para digital. Eles possuem desempenho menor que os microprocessadores, mas são ideais

em aplicações que necessitam de menores dimensões, tempo de desenvolvimento e cus-

tos [30].

Page 69: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

53

Este dispositivo é amplamente usado em automação industrial, residencial e predial,

eletrodomésticos, brinquedos eletrônicos, sistemas de monitoramento ambiental e em qual-

quer situação em que seja necessário o controle de um dispositivo de sinais eletrônicos.

8.2.1 - CONVERSÃO A/D E D/A

No item 3.5 já foi mencionado sobre o princípio de condicionamento de sinais analó-

gicos. Neste tópico, serão descritos os conversores A/D e D/A de um microcontrolador.

Em geral, o conversor A/D está presente internamente nos processadores e con-

troladores de sinais digitais e alguns microcontroladores, mas também existem circuitos inte-

grados dedicados a este fim. Basicamente é um bloco que apresenta portas de entrada e saída.

A entrada recebe sinais elétricos de forma contínua e possui uma faixa de tensão de entrada

máxima. Nos microcontroladores que possuem um conversor A/D e operam na faixa de 5 V,

geralmente a faixa de tensão, aceita sinais elétricos entre [0 V a +5 V]. Existe também o con-

versor digital-analógico (D/A), que possui todas as características do conversor A/D, os quais

diferem apenas porque o D/A transforma um sinal digital em um analógico.

Na entrada o sinal é amostrado, a cada intervalo de tempo fixo (determinado pela fre-

qüência de amostragem) e é disponibilizado certo valor que representa o sinal original naquele

momento (quantização). Estas características estão relacionadas à precisão do conversor.

A informação digital é diferente da sua original contínua em dois aspectos fundamen-

tais:

É amostrada porque é baseada em amostragens, ou seja, são realizadas leituras em um in-

tervalo fixo de tempo no sinal contínuo;

É quantizada porque é atribuído um valor proporcional a cada amostra [30].

8.2.2 - PROCESSAMENTO DIGITAL DE SINAIS

O processamento digital de sinais manipula um sinal digitalizado vindo de um sistema

contínuo (analógico) que foi amostrado e quantizado. Após a conversão A/D, um sinal

contínuo passa a ser representado por um conjunto de valores numéricos discretos (digital).

Para que seja processado algum sinal digital, é necessário um sinal físico. Também

chamado de sinal real, pode-se citar a temperatura, a intensidade luminosa, a tensão em

uma bateria e a pressão atmosférica. Esses sinais são capturados por um transdutor que con-

verte tal sinal físico em sinal elétrico. Desta forma pode-se dividir o processamento digital de

sinais nas seguintes etapas: aquisição, amostragem e processamento [30].

Page 70: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

54

8.3 - PRINCIPAIS COMPONENTES DA PLACA DE AQUISIÇÃO DE DADOS

8.3.1 - MICROCONTROLADOR PIC18F4520

O Microcontrolador PIC18F4520 possui 10 bits de conversão A/D, 13 entradas analó-

gicas multiplexadas, três interrupções externas programáveis. Suas principais características

são [31]:

Conjunto de instruções otimizadas para compiladores C;

100.000 de ciclos de gravação em memória de programa Flash;

1.000.000 de ciclos de gravação de dados memória EEPROM;

Retenção de Dados (Flash / EEPROM): até 100 anos;

32 Kbytes de memória flash de programa;

1536 Bytes de memória RAM;

266 Bytes de memória EEPROM;

Registradores de trabalho de 16 bits;

Auto-programável sob controle de software;

Níveis de prioridade para interrupções;

Temporizador Watchdog extendido (WDT);

Suporta programação in-circuit.

Ampla faixa operacional de tensão: 2.0V a 5.5V

Capacidade de drenagem de corrente por pino igual a 25 mA;

Três interrupções externas programáveis;

Módulo Capture melhorado / Compare / PWM (ECCP);

Módulo I2C;

Módulo SPI;

Módulo UART: Suporta RS-232, RS-485 e LIN 1.2;

Conversor A/D de 10 bits de resolução;

Dois comparadores analógicos com multiplexação de entrada.

8.3.2 - REGULADOR DE TENSÃO LP2985

O LP2980 é um regulador de tensão de saída fixa projetado para fornecer correntes de

50 mA. Nos projetos alimentados por baterias o LP2980 oferece ótimo desempenho. Suas

principais caracteristicas são [32]:

Page 71: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

55

Baixa queda de tensão na saída;

Garante 50 mA na corrente de saída;

Capacidade de corrente de pico de 150 mA;

Vasta faixa de tensão de alimentação, até 16 V;

Proteção de sobretemperatura e proteção de sobrecorrente.

8.3.3 - EEPROM AT24C512

A memória EEPROM AT24C512 fornece 524.288 bits eletricamente apagávéis e pro-

gramáveís, organizada em 65.536 palavras de oito bits cada. O dispositivo pode ser conectado

em cascata e permite até quatro dispositivos compartilhando um barramento I2C. O dispositi-

vo é otimizado para uso em muitas aplicações industriais e comerciais, quando baixa potência

e tensão são essenciais. Suas principais características são [33]:

Baixa tensão de operação padrão;

Interface Serial a dois fios;

Protocolo de transferência de dados bidirecional;

Pino de proteção contra escrita por hardware;

Alta Confiabilidade:

- Resistência: 100.000 ciclos de escrita;

- Retenção de Dados: 40 anos.

8.4 - DESCRIÇÃO DO HARDWARE

A placa de aquisição de dados foi confeccionada com componentes SMD (Componen-

tes de Montagem em Superfície), de modo a reduzir o consumo de energia utilizado na ali-

mentação do mesmo, tendo em vista que será alimentado com energia proveniente de baterias.

Será utilizada bateria de 12 Vcc para a alimentação, escolha esta se deve ao fato de possibili-

tar a conexão de sensores que necessitam deste nível de tensão.

Há disponíveis duas entradas para interrupções externas, entradas digitais de nível pul-

sante, onde em uma delas será feita a conexão de um pluviômetro de báscula. Dispõe de duas

entradas analógicas para leitura de sinal dos sensores de temperatura provenientes de uma

placa de condicionamento de sinal. Os sensores de temperatura utilizados foram o LM35. Há

um driver para acionamento e conexão serial com um modem GSM, que é alimentado com 12

Vcc e se comunica por uma porta serial do tipo RS232.

Page 72: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

56

Duas entradas analógicas deste podem ser usadas como tensões de referência, para

sensores que necessitam de níveis de tensão diferente de 0 Vcc a 5 Vcc, ou como entrada ana-

lógica comum. O mesmo disponibiliza uma entrada para conexão de um anemômetro, obten-

do-se como saída a velocidade do vento em m/s e disponibiliza também uma entrada analógi-

ca para medir o ângulo do vento em relação ao norte.

Está presente nesta placa de aquisição de dados um driver de memória EEPROM ex-

terno, produzindo uma confiabilidade maior ao sistema. Esse fica externo a placa de aquisição

e possui uma memória serial EEPROM com comunicação via protocolo I2C.

As Figuras 20 e 21 mostram o hardware da placa de aquisição de dados desenvolvida.

Figura 20 - Vista superior da placa de aquisição de dados.

Figura 21 - Vista inferior da placa de aquisição de dados.

Page 73: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

57

8.4.1 - FONTE DE ALIMENTAÇÃO DE DATALOGGER

A placa de aquisição de dados deve ser alimentada com 12 Vcc (podendo variar de 6 a

13,5 Vcc), através de uma bateria ou outra fonte CC. O regulador de tensão desta placa forne-

ce corrente de até 50 mA e tensão de 5 Vcc na saída. A tensão da bateria é monitorada através

de um circuito divisor de tensão conectada a uma entrada analógica do microcontrolador.

8.4.2 - MICROCONTROLADOR.

Na figura 22 é apresentado o esquemático do microcontrolador PIC18F4520 junta-

mente com seu circuito de reset, cristal oscilador, entrada da tensão de programação e três pi-

nos de I/O disponíveis. Pode-se visualizar também o driver para a programação in-circuit.

Figura 22 - Microcontrolador PIC18F4520.

8.4.3 - DRIVER PARA ACIONAR O MODEM GSM.

A alimentação do modem GSM é feita em 12 Vcc (a mesma tensão de alimentação do

datalogger), através de um driver que tem como entrada o nível lógico de um pino do micro-

controlador 0 ou 5 Vcc, fornecendo GND e 12 Vcc para alimentar o modem.

Page 74: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

58

8.4.4 - ENTRADA ANALÓGICA PARA SENSOR DE TEMPERATURA.

Na figura 23 apresenta-se o esquemático da entrada destinada à conexão de sinais pro-

venientes de dois sensores de temperatura e um pino de I/O livre. Mostra-se também uma en-

trada para alimentar a placa de condicionamento de sinal dos sensores de temperatura. Esta

alimentação é feita em 12 Vcc.

Figura 23 - Entrada analógica e alimentação da placa de condicionamento de sinal.

8.4.5 - ALIMENTAÇÃO, SAÍDA E PROGRAMAÇÃO IN-CIRCUIT

Na figura 24 é apresentado o esquemático de um borne de GND, um borne de 12 Vcc

(VBATT), um borne de 5 Vcc e 1 header de programação in-circuit. Os dois bornes de ali-

mentação e o borne de saída estão disponíveis para alimentar outros sensores que poderão ser

adicionados ao sistema.

Figura 24 - Bornes de alimentação, saída e programação in-circuit.

8.4.6 - ENTRADAS PARA INTERRUPÇÕES EXTERNAS.

Na figura 25 mostra-se o esquemático da entrada de interrupção externa destinada à

conexão do pluviômetro de báscula.

Page 75: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

59

Figura 25 - Entrada para o pluviômetro de báscula.

8.4.7 - ENTRADA PARA UM ANEMÔMETRO

Na figura 26 é ilustrado o esquemático da entrada destinada à conexão do anemômetro

tipo conchas. A entrada disponibiliza GND, 5 Vcc, um pino para medir a velocidade do vento

e outro para indicar a posição em relação ao Norte.

Figura 26 - Entrada para o anemômetro tipo concha.

8.4.8 - DRIVER DA MEMÓRIA EEPROM.

Na figura 27 apresenta-se o esquemático do driver da memória EEPROM externa que

está sendo utilizada como buffer no sistema de aquisição de dados.

Figura 27 - Driver da memória EEPRON externa.

Page 76: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

60

8.5 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre microprocessadores, microcontrolado-

res e conversores A/D e D/A presente nestes. Descreveu-se os principais componentes utiliza-

dos na placa de aquisição de dados, dentre eles, o microcontrolador PIC18F4520. Fora apre-

sentada a placa do hardware do sistema, que possui entrada para dois sensores de temperatura

LM35, um anemômetro e um pluviômetro de báscula. Esta placa é capaz de monitorar a ten-

são na bateria de alimentação, se comunica com um modem GSM para a transmissão dos pa-

cotes dos dados e tem suporte para programação in-circuit.

Page 77: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

61

CAPÍTULO 9

DESCRIÇÃO DO SOFTWARE DESENVOLVIDO E

FERRAMENTAS UTILIZADAS

9.1 - INTRODUÇÃO

O software desenvolvido para este sistema de aquisição de dados é capaz de processar

os sinais de dois sensores de temperatura LM35, indicar velocidade do vento e ângulo em re-

lação ao norte de um anemômetro, contabilizar os pulsos de saída de um pluviômetro de bás-

cula e ler a tensão da bateria do sistema. Neste sistema utilizou-se o microcontrolador

PIC18F4520 que se comunica através do protocolo de comunicação RS232 com um modem

GSM transmitindo os dados adquiridos para um servidor de banco de dados.

No presente capítulo, são descritas as ferramentas de desenvolvimento necessárias pa-

ra a concretização do software do sistema de aquisição de dados. Também é exposta a lógica

de comunicação entre o dispositivo proposto e o banco de dados, para transferência dos da-

dos.

9.2 - LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO C

A linguagem de programação C tem se tornado cada dia mais popular, devido à sua

versatilidade e ao seu poder. Uma das grandes vantagens do C é que ele possui tanto caracte-

rísticas de “alto nível” quanto de “baixo nível”.

Um dos grandes atrativos da linguagem C é o balanço atingido entre características

próximas da arquitetura de computadores e características de linguagens de programação com

alto nível de abstração.

A simplicidade de C não restringe, no entanto, a potencialidade de suas aplicações.

Blocos desempenhando tarefas muito complexas podem ser criados a partir da combinação de

blocos elementares, e este mecanismo de combinação de partes pode se estender por diversos

níveis. Esta habilidade de construir aplicações complexas a partir de elementos simples é um

dos principais atrativos da linguagem. [30]

O sistema desenvolvido utiliza esta linguagem de programação. O compilador utiliza-

do foi o CCS.

Page 78: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

62

9.3 - FERRAMENTAS DE DESENVOLVIMENTO UTILIZADAS

9.3.1 - COMPILADOR CCS

Um compilador é um programa de sistema que traduz um programa descrito em uma

linguagem de alto nível para um programa equivalente em código de máquina para um pro-

cessador. Geralmente, um compilador não produz diretamente o código de máquina, mas sim

um programa em linguagem simbólica (assembly) semanticamente equivalente ao programa

em linguagem de alto nível. O programa em linguagem simbólica é então traduzido para o

programa em linguagem de máquina através de montadores. [34]

Alguns compiladores possuem um pré-processamento. Este pré-processamento é res-

ponsável por modificar o código-fonte conforme necessidades que o compilador identifique

que sejam necessárias, por exemplo, otimização de código. [35]

O compilador CCS oferece uma ferramenta integrada de desenvolvimento e depuração

de aplicações embarcadas em execução no PIC Microchip®, MCUs e DSCs. O centro desse

conjunto de ferramentas de desenvolvimento é o código C otimizando o compilador CCS que

libera os desenvolvedores para concentrar-se na funcionalidade do projeto, em vez de ter de se

tornar um especialista em arquitetura de MCU. A figura 28 ilustra a interface do compilador

CCS com a percentagem de memória RAM (15%) e ROM (46%) utilizada pelo software de-

senvolvido. [36]

Figura 28 - Interface do compilador CCS.

Page 79: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

63

Este compilador fora selecionado por ser bastante acessível, produzir arquivos compi-

lados de tamanho reduzido, e produzir arquivos de debugging compatíveis com a ferramenta

de testes e simulação PROTEUS.

9.3.2 - PROTEUS 7.4

A ferramenta PROTEUS possibilita a simulação de sistemas microprocessados, con-

fecção de simulações complexas e testes de projetos bem semelhantes ao sistema real. Na fi-

gura 29 pode-se visualizar o esquemático do circuito utilizado para simular o sistema de aqui-

sição de dados no PROTEUS.

Figura 29 - Esquemático do sistema de aquisição de dados simulado no PROTEUS.

Page 80: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

64

Com esta ferramenta, fora possível simular e realizar a execução passo a passo de todo

o código que fora desenvolvido, facilitando o desenvolvimento e remoção de erros do código

fonte. Também fora possível realizar os testes de comunicação com modem GSM. Esta fer-

ramenta possibilitou um grande avanço no desenvolvimento do software do sistema de aquisi-

ção de dados.

9.3.3 - FERRAMENTA DE PROGRAMAÇÃO UNIVERSAL

Para realizar a programação do sistema, fora utilizado o programador universal, fabri-

cado pela empresa Wellon®, porém outras ferramentas compatíveis poderiam ser utilizadas,

pelo fato do projeto proposto ter utilizado uma interface de programação In-circuit, que pos-

sibilitou a programação de forma simples e sem a necessidade da remoção do componente do

microprocessador.

Essa característica é importante, pois ao possibilitar a programação in-circuit, a pro-

gramação em massa é simplificada, e a possibilidade de utilização de componentes em mon-

tagem de superfície torna-se bastante atrativa.

9.4 - SOFTWARE DESENVOLVIDO

O software desenvolvido em linguagem C para este sistema de aquisição de dados é

capaz de processar os sinais de dois sensores de temperatura LM35, ler a tensão da bateria do

sistema, contabilizar os pulsos gerados por um pluviômetro de báscula e indicar velocidade do

vento e ângulo em relação ao norte de um anemômetro. O microcontrolador utilizado é o

PIC18F4520 que se comunica através do protocolo de comunicação RS232 com um modem

GSM transmitindo os dados adquiridos para um banco de dados localizado em um servidor de

banco de dados MySQL.

Ao inicializar, o sistema de aquisição de dados realiza as configurações iniciais do mi-

crocontrolador: configura o timer 0 e o timer 1, habilita as interrupções externas e seleciona

as entradas analógicas e digitais. Depois espera-se o tempo de 1 segundo para estabilizar o

sistema.

Depois, realiza-se a rotina de atualização de data e hora do sistema de aquisição de da-

dos, que funciona da seguinte maneira: calcula-se as médias dos sensores analógicos (2 senso-

res de temperatura, o ângulo do anemômetro e a tensão na bateria do sistema de aquisição),

em seguida, liga-se o modem e inicia-se a sua comunicação com o sistema de aquisição. De-

Page 81: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

65

pois se realiza a conexão do modem com a operadora de telefonia previamente escolhida, se a

conexão for realizada com sucesso, acessa-se o servidor do banco de dados atualizando a data

e hora do sistema de aquisição de dados.

Se a tensão na bateria do sistema for menor que 11,20 V não será realizada a transmis-

são de dados, pois este nível de tensão indica uma profundidade de descarga de 80% para a

bateria que está sendo utilizada neste sistema de aquisição. Se a tensão na bateria do sistema

for maior que 11,20 V a transmissão de dados será realizada.

A transmissão é feita da seguinte maneira: realiza-se uma amostra a cada dois segun-

do, a cada 30 amostras realizadas efetua-se uma média de cada variável monitorada criando

um pacote de dados. Cada pacote de dados será armazenado na memória EEPROM externa.

Após o armazenamento do décimo (ou qualquer valor entre um e 8191) pacote, liga-se o mo-

dem e inicia-se a sua comunicação com o sistema de aquisição. Depois se realiza a conexão

do modem com a operadora de telefonia previamente escolhida, se a conexão for realizada

com sucesso, acessa-se o servidor do banco de dados e envia cada pacote de dados armazena-

do na memória EEPROM externa para o banco de dados na internet. Após a transmissão do

décimo pacote a data e a hora do sistema de aquisição de dados são atualizadas pela data e

hora do servidor, em seguida, o modem é desligado.

Caso o sistema não consiga efetuar a transmissão dos dados, inicia-se outro ciclo de

armazenamento de pacotes de dados na memória EEPROM e após armazenamento de mais

dez pacotes de dados, liga-se o modem e inicia-se a sua comunicação com o sistema de aqui-

sição. Depois se realiza novamente a conexão do modem com a operadora de telefonia previ-

amente escolhida, se a conexão for realizada com sucesso, acessa-se o servidor do banco de

dados e envia cada pacote de dados armazenado na memória EEPROM para o banco de dados

na internet. Após a transmissão do décimo pacote o modem é desligado. E assim sucessiva-

mente.

Na figura 30 é apresentado um fluxograma com a lógica contida no sistema de aquisição

de dados desenvolvido.

Page 82: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

66

Figura 30 - Fluxograma com a lógica do sistema de aquisição.

9.5 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita uma revisão geral sobre linguagem de programação C, compi-

lador CCS e a ferramenta PROTEUS. Fora apresentada uma breve explanação sobre lógica

contida no código principal. O software desenvolvido é capaz de se recuperar quando ocorrem

falhas na comunicação do sistema de aquisição com o modem GSM e na comunicação do

modem GSM com o servidor de banco de dados. Cada pacote de dados proveniente dos sen-

sores (anemômetro, pluviômetro e LM35) é armazenado e transmitido de forma confiável.

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67

CAPÍTULO 10

RESULTADOS DE TESTES EM CAMPO E ANÁLISE

FINANCEIRA

10.1 - INTRODUÇÃO

No presente capítulo, é feita a análise do desempenho do sistema de aquisição de da-

dos para os três primeiros dias de testes em campo. São apresentados os gráficos das variáveis

medidas para um dia inteiro de aquisição, além de uma análise financeira do sistema desen-

volvido, comparando-o com outros sistemas presentes no mercado.

10.2 - RESULTADOS DE TESTES EM CAMPO

O sistema de aquisição de dados desenvolvido, que pode ser visualizado na figura 31,

foi instalado na sede da Defesa Civil e Guarda Municipal de Fortaleza, situada na Rua Delmi-

ro de Farias, Nº 1900, Bairro Rodolfo Teófilo, cidade de Fortaleza-CE. O sistema foi instala-

do em campo aberto distante de obstáculos que poderiam afetar as medições de precipitação e

dos ventos. Este fora instalado em 09 de maio de 2011 (segunda-feira) e ligado por volta de

13:00h.

Figura 31 - Sistema de aquisição de dados instalado.

Page 84: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

68

A seguir, são apresentados os relatórios finais (ver figuras 31, 32 e 33) exibidos no

banco de dados para os três primeiros dias em campo.

O sistema realizou aquisições conforme o esperado:

A precipitação horária pode ser visualizada na variável: Pluviometro Hora(mm);

A precipitação diária pode ser visualizada na variável: Pluviometro Dia(mm);

A velocidade do vento pode ser visualizada na variável: Velocidade do Vento (m/s);

O ângulo do vento pode ser visualizado na variável: Angulo do Vento- Norte(º);

A temperatura do sistema de aquisição pode ser visualizada na variável: Temp. do Equip.

(ºC);

A temperatura ambiente pode ser visualizada na variável: Temp. Ambiente(ºC);

A hora do sistema de aquisição pode ser visualizada na variável: Hora do PIC;

A data do sistema de aquisição pode ser visualizada na variável: Data do PIC;

A tensão na bateria do sistema pode ser visualizada na variável: Bateria do PIC;

O número de amostras pode ser visualizado na variável: N;

O número de falhas diárias na conexão com o servidor pode ser visualizada na variável: R;

De com a figura 32 a precipitação na cidade de Fortaleza-CE no dia 09/05/2011 foi de

21,5 mm.

Figura 32 - Relatório final do dia 09/05/2011.

De com a figura 33 a precipitação na cidade de Fortaleza-CE no dia 10/05/2011 foi de

44,7 mm.

Page 85: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

69

Figura 33 - Relatório final do dia 10/05/2011.

De com a figura 34 a precipitação na cidade de Fortaleza-CE no dia 11/05/2011 foi de

13,6 mm.

Figura 34 - Relatório final do dia 11/05/2011.

A seguir, são apresentados os gráficos das variáveis medidas para um dia inteiro de

aquisição (11/05/2011).

Page 86: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

70

Figura 35 - Gráfico de precipitação diária.

Analisando-se a figura 35 percebe-se que houve precipitação nas duas primeiras horas

do dia, em seguida, nenhuma precipitação foi registrada durante o período da manhã e da tar-

de, caracterizada pela não variação do valor da Precipitação. Próximo das 20 horas voltou a

precipitar, totalizando uma chuva de 13,6 mm ao final do dia.

Figura 36 - Gráfico de temperaturas.

Analisando-se a figura 36 percebe-se que durante a madrugada a temperatura do sis-

tema é próxima à temperatura ambiente que é aproximadamente 24 ºC. Durante o período da

manhã até próximo às 16 horas a temperatura ambiente registrada pelo sensor de temperatura

Precipitação em Fortaleza (11/05/2011)

0,02,04,06,08,0

10,012,014,016,0

00

:00

:33

01

:15

:46

02

:30

:40

03

:43

:31

04

:55

:11

06

:09

:11

07

:24

:42

08

:42

:19

10

:19

:08

11

:46

:04

13

:11

:17

14

:39

:40

16

:09

:01

17

:30

:55

18

:48

:07

20

:04

:01

21

:25

:08

22

:37

:33

23

:53

:13

Hora do sistema

Pre

cip

itação

mm

c

Temperatura em Fortaleza (11/05/2011)

05

1015

2025

3035

40

00

:00

:33

01

:15

:46

02

:30

:40

03

:43

:31

04

:55

:11

06

:09

:11

07

:24

:42

08

:42

:19

10

:19

:08

11

:46

:04

13

:11

:17

14

:39

:40

16

:09

:01

17

:30

:55

18

:48

:07

20

:04

:01

21

:25

:08

22

:37

:33

23

:53

:13

Hora do sistema

Te

mp

era

tura

ºC

C

C

Temp. do sistema Temp. ambiente

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71

externo é maior que a temperatura do sistema, chegando a picos de 37º C próximo ao meio-

dia, sendo que as maiores temperaturas registradas para o sistema foram em torno de 31 ºC.

Depois de 16 horas até aproximadamente 20 horas a temperatura do sistema se manteve pró-

xima à temperatura ambiente. Às 20 horas percebe-se que a temperatura ambiente ficou abai-

xo da temperatura do sistema, neste período ocorreu a precipitação noturna. Passada a precipi-

tação noturna, a temperatura ambiente voltou a ser um pouco maior que a temperatura do sis-

tema e ficou em torno de 25 ºC.

Figura 37 - Gráfico de velocidade do vento.

Analisando-se a figura 37 percebe-se o caráter intermitente do vento ao longo do dia.

Durante a maior parte do dia a velocidade do vente registrada ficou entre 0,5 e 2,0 m/s. Al-

guns picos próximos a 3 m/s foram registrados durante a manhã e durante a precipitação no-

turna. Próximo à meia-noite a velocidade média do vento é bastante baixa.

Velocidade do vento em Fortaleza (11/05/2011)

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

00:0

0:3

3

01:1

5:4

6

02:3

0:4

0

03:4

3:3

1

04:5

5:1

1

06:0

9:1

1

07:2

4:4

2

08:4

2:1

9

10:1

9:0

8

11:4

6:0

4

13:1

1:1

7

14:3

9:4

0

16:0

9:0

1

17:3

0:5

5

18:4

8:0

7

20:0

4:0

1

21:2

5:0

8

22:3

7:3

3

23:5

3:1

3

Hora do sistema

Velo

cid

ad

e m

/s m

/s

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72

Figura 38 - Gráfico do ângulo do vento.

Analisando-se a figura 38 percebe-se que durante a maior parte do dia os ventos sopra-

ram com ângulos entre 90º e 225 º. Utilizando-se a rosa-dos-ventos estes ventos situam-se en-

tre as direções Leste (90º) e Sudoeste (225º).

Figura 39 - Gráfico da tensão na bateria.

Analisando-se a figura 39 percebe-se que durante a madrugada até próximo às 7 horas

a tensão na bateria do sistema decresce até próximo de 12 V. A partir das 7 horas até próximo

ás 18 horas a bateria do sistema esta sendo carregada pelo painel solar e próximo ao meio-dia

sua tensão atinge valores máximos em torno de 12,8 V. Após as 18 horas não há energia solar

Ângulo do vento em relação ao Norte em Fortaleza

(11/05/2011)

0

50

100

150

200

2500

0:0

0:3

3

01

:25

:36

02

:40

:59

04

:00

:40

05

:20

:31

06

:36

:31

07

:59

:29

09

:31

:28

11

:15

:00

12

:48

:17

14

:19

:38

15

:50

:29

17

:24

:52

18

:48

:07

20

:10

:30

21

:36

:18

22

:57

:56

23

:59

:46

Hora do sistema

Ân

gu

lo (

º) k

Tensão na bateria do sistema (11/05/2011)

11,6

11,8

12

12,2

12,4

12,6

12,8

00:0

0:3

3

01:1

5:4

6

02:3

0:4

0

03:4

3:3

1

04:5

5:1

1

06:0

9:1

1

07:2

4:4

2

08:4

2:1

9

10:1

9:0

8

11:4

6:0

4

13:1

1:1

7

14:3

9:4

0

16:0

9:0

1

17:3

0:5

5

18:4

8:0

7

20:0

4:0

1

21:2

5:0

8

22:3

7:3

3

23:5

3:1

3

Hora do sistema

Ten

são

V V

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73

suficiente para se obter geração de energia elétrica através do painel solar, assim o controlador

de carga o retira do sistema e a tensão na bateria começa a decrescer novamente, mas não

atinge 11,2 V (tensão para PD de 80%) antes do término do dia. Percebe-se que a tensão no

final do dia é próxima da tensão no inicio do dia que é aproximadamente 12,1 V.

Figura 40 - Gráfico de registro de falhas na conexão.

Analisando-se a figura 40 percebe-se que o período do dia em ocorreu a maior parte

das falhas na conexão foram entre 8 e 16 horas. Vale ressaltar que estas falhas não indicam

perda de dados, pois durante uma falha na conexão os dados estão sendo armazenados na

memória EEPROM externa, mas podem representar os períodos de maior fluxo de dados na

rede. Depois das 22 horas praticamente não ocorreram falhas na conexão e transmissão de da-

dos para o banco de dados.

10.3 - COMPARATIVO

A seguir será apresentada uma comparação entre a medição de chuva obtida pela

FUNCEME (estação Pici) referente ao dia 03/06/2011, ver tabela 2; e a medição de chuva ob-

tida pelo sistema de aquisição de dados desenvolvido também referente ao dia 03/06/2011,

ver tabela 3. A FUNCEME faz o registro de seus dados pluviométricos às 07h00min e para

fazer a comparação utilizou-se o registro das 6h59min (do dia 04/06/2011) do sistema desen-

volvido o qual contém toda a contagem de chuva do dia anterior.

Registro de falhas na conexão (11/05/2011)

0102030405060708090

00:0

0:3

3

01:1

5:4

6

02:3

0:4

0

03:4

3:3

1

04:5

5:1

1

06:0

9:1

1

07:2

4:4

2

08:4

2:1

9

10:1

9:0

8

11:4

6:0

4

13:1

1:1

7

14:3

9:4

0

16:0

9:0

1

17:3

0:5

5

18:4

8:0

7

20:0

4:0

1

21:2

5:0

8

22:3

7:3

3

23:5

3:1

3

Hora do sistema

de f

alh

as n

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74

Tabela 2 - Chuvas diárias registradas no litoral de Fortaleza referentes ao dia 03/06/2011 [37].

Tabela 3 - Chuva registrada pelo sistema de aquisição de dados desenvolvido referente ao dia 03/06/2011.

De acorde com a tabela 2 a chuva registrada na cidade de Fortaleza (estação Pici) pela

FUNCEME foi de 48,0 mm. De acorde com a tabela 3 a chuva registrada na cidade de Forta-

leza (estação Rodolfo Teófilo) pelo sistema desenvolvido foi de 46,3 mm. Os resultados ob-

tidos foram ótimos, pois apesar da distância de aproximadamente 4 km entre os postos de me-

dição os resultados obtidos foram muito próximos. Vale ressaltar que comumente dados de

precipitação pluvial apresentam variação com a distribuição espacial [38].

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75

10.4 - ANÁLISE FINANCEIRA

A seguir será apresentado o orçamento do sistema de aquisição desenvolvido e a com-

paração com estações meteorológicas comerciais.

10.4.1 - SISTEMA DESENVOLVIDO

Na tabela 4 são apresentados os preços dos principais componentes do sistema de

aquisição de dados desenvolvido.

Tabela 4 - Orçamento do sistema de aquisição desenvolvido.

Orçamento do sistema de aquisição

Peça Preço

Placa de aquisição de dados R$ 50,00

Modem GSM R$ 380,00

Cartão SIM R$ 10,00

Bateria R$ 50,00

Tripé R$ 122,00

Caixa Hermética Plástica 474x396x127 R$ 120,00

Painel solar R$ 750,00

Controlador de carga R$ 212,00

TOTAL R$ 1.794,00

O custo total do sistema de aquisição de dados (sem os sensores) é de R$ 1794,00.

10.4.2 - ESTAÇÃO METEOROLÓGICA WS-2812

Esta estação meteorológica contém:

Interface USB e wireless;

Sensor de temperatura;

Sensor de umidade do ar;

Sensor de direção e velocidade do vento;

Sensor de precipitação;

Seu valor é R$ 1.750,00. Acrescentando-se um painel solar e um controlador de carga

seu valor passa a R$ 2.712,00. [39]

Page 92: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

76

10.4.3 - ESTAÇÃO METEREOLÓGICA WS-2316U - WIRELESS

Esta estação meteorológica possui display detalhado da queda de chuva para 1 hora,

24 horas e total, desde o último reset. Seu valor é R$ 1.210,00. Acrescentando-se um painel

solar e um controlador de carga seu valor passa a R$ 2.172,00. [40]

10.4.4 - SISTEMA 200-WS-25 COM REAL-TIME E DISPLAY

O 200-WS-25 Vento Logger com o real-time e display é projetado para monitorar a

velocidade e direção dos ventos. Ele registra a velocidade do vento, ventania, a direção do

vento, data e hora, e a tensão da bateria. Os registros são armazenados em um cartão Secure

Digital (SD ™) até 2GB. Seu valor é R$ 1.420,00. Acrescentando um painel solar e um con-

trolador de carga seu valor passa a R$ 2.382,00. [41]

10.4.5 - COMPARAÇÃO ENTRE SISTEMAS DE AQUISIÇÃO DE DADOS

De acordo com a tabela 5 o sistema de aquisição de dados desenvolvido mostra-se bas-

tante atrativo diante dos outros sistemas de aquisição que foram analisados.

Tabela 5 - Comparação entre sistemas de aquisição de dados.

SISTEMA PREÇO

SISTEMA DESENVOLVIDO R$ 1.794,00

ESTAÇÃO METEOROLÓGICA WS-2812 R$ 2.712,00

ESTAÇÃO METEREOLÓGICA WS-2316U R$ 2.172,00

SISTEMA 200-WS-25 R$ 2.382,00

10.5 - CONCLUSÃO

Neste capítulo foi feita a análise do desempenho do sistema de aquisição de dados em

campo. Detalharam-se os gráficos de precipitação, temperatura, velocidade do vento, direção

do vento, tensão na bateria e falhas na conexão com o servidor. Os resultados obtidos pelos

sensores são satisfatórios, mas será necessário aferi-los com outros sensores para um diagnós-

tico mais preciso. Comparando-se o sistema de aquisição de dados desenvolvido com outros

sistemas presentes no mercado, pode-se afirmar que esse sistema é economicamente atrativo.

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77

CONCLUSÕES

Este trabalho foi realizado com o objetivo de desenvolver um sistema de aquisição de

dados confiável, robusto e com custo atrativo.

Verificou-se que o pluviômetro convencional pode apresentar erros sistemáticos, e ou,

aleatórios em suas medições. Já o pluviômetro de báscula reduz consideravelmente estes erros

sendo necessária pouca manutenção e tem-se a possibilidade de integrá-lo a um sistema autô-

nomo de aquisição de dados.

Devido a sua característica linear e custo relativamente baixo o sensor de temperatura

LM35 mostra-se um instrumento eficiente para medições de temperatura em ambientes exter-

nos. O anemômetro tipo concha é uma ferramenta muito eficiente para medições de velocida-

de e direção do vento. O sistema desenvolvido pode medir velocidade de ventos de até 56

m/s.

Em sistemas autônomos é imprescindível o uso de baterias. O uso destas em paralelo

com painel solar torna o sistema ainda mais confiável. Para um melhor gerenciamento de

energia pode-se acrescentar um controlador de carga ao projeto. A autonomia do sistema de-

senvolvido depende diretamente do gerenciamento no uso do modem GSM, quanto mais tem-

po o modem permanecer desligado maior será a autonomia do sistema. Na ausência do sol, a

autonomia do sistema é de 56 horas.

A placa de aquisição de dados do sistema desenvolvido é capaz de processar os sinais

de dois sensores de temperatura, um pluviômetro de báscula e um anemômetro tipo concha.

Provê também a leitura da tensão na bateria do sistema e a comunicação com um modem

GSM.

O software desenvolvido é capaz de se recuperar quando ocorrem falhas na comunica-

ção do sistema de aquisição com o modem GSM e na comunicação do modem GSM com o

servidor de banco de dados. Assim, pode-se afirmar que cada pacote de dados proveniente dos

sensores (anemômetro, pluviômetro e LM35) é armazenado e transmitido de forma confiável.

Analisando-se o desempenho do sistema em campo verificou-se que os resultados ob-

tidos pelos sensores são satisfatórios, mas será necessário aferi-los com outros sensores para

um diagnóstico mais preciso. Comparando-se o sistema de aquisição de dados desenvolvido

com outros sistemas presentes no mercado, verifica-se que esse é economicamente atrativo.

Diante do exposto acima, pode-se afirmar que o objetivo do trabalho foi alcançado, ou

seja, efetivamente foi desenvolvido um sistema de aquisição de dados para monitoramento

Page 94: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

78

ambiental com modem GSM que pode ser utilizado na substituição de estações meteorológi-

cas de custo elevado, pois o sistema desenvolvido é confiável e financeiramente atrativo.

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79

TRABALHOS FUTUROS

Como trabalhos futuros, pode-se sugerir a substituição da memória atual por um cartão

de memória, que possui capacidade de armazenamento na ordem de Gigabytes, o desenvol-

vimento de um controlador de carga específico para o sistema de aquisição e a implementação

de um RTC (Relógio em Tempo Real) ao sistema de aquisição.

Page 96: WILTON JHONNES SILVA DE ALMEIDA.pdf

80

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