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Estatística II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁINSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

FACULDADE DE ECONOMIA

Prof. Dr. Ricardo Bruno Nascimento dos Santos

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VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - IntroduçãoDefinição: Uma função X definida pelo espaço amostral e

assumindo valores num intervalo de ´números reais, é dita uma variável aleatória contínua.

A principal característica de uma v.a. contínua é que, sendo resultado de uma mensuração, o seu valor pode ser pensado como pertencendo a um intervalo ao redor do valor efetivamente observado (sempre nosso valor efetivamente observado será a média).

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Podemos então destacar as diferenças da v.a. discreta e contínua como sendo:

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

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Exemplos de v.a. contínuas: - Tempo de resposta de um sistema computacional- Tempo de vida de uma máquina- Resistência de um material- Oscilação diária em um índice na bolsa de valores

Além destas podemos também destacar:

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

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De forma semelhante àquela desenvolvida para variáveis discretas, precisamos estabelecer para as contínuas a atribuição de probabilidades às suas diversas realizações que, neste caso, podem assumir um número infinito de valores diferentes. Abordamos esta questão através do próximo exemplo.

Exemplo: Estudos anteriores revelam a existência de um grande lençol de água no subsolo de uma grande região. No entanto, sua profundidade ainda não foi determinada, sabendo-se apenas que o lençol pode estar situado em qualquer ponto, entre 20 e 100 metros.

Vamos supor que escolhemos, ao acaso, um ponto nessa região e dispomos de uma sonda que, ao fazer a perfuração, detecta com precisão à profundidade do reservatório de água. Denotamos por X a variável aleatória representando a profundidade.

Notemos que, apesar de X poder ser qualquer número entre 20 e 100 metros, o instrumento, com que trabalhamos, pode não ser tão preciso como gostaríamos. Por exemplo, uma profundidade de 32,571 metros poderia ser medida por 32,6 metros.

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

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Vamos assumir que temos um instrumento ideal que não faz aproximações. Nessas condições, podemos supor a sonda acoplada a um instrumento indicador da profundidade e um dispositivo que, quando a sonda encontrar água, provoque a imediata interrupção da perfuração.

Uma vez não que temos informações adicionais a respeito da profundidade do lençol, é razoável assumirmos que a sonda pode parar em qualquer ponto entre 20 e 100 metros, sem que tenhamos motivos para privilegiar essa ou aquela profundidade. Assim, consideraremos todos os pontos como igualmente prováveis. Se utilizarmos a mesma idéia de atribuir a cada possível ponto uma probabilidade, teremos uma dificuldade extra, pois eles pertencem a um intervalo de [20; 100], em que existem infinitos números reais.

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

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Assim, se cada um deles tiver, individualmente, probabilidade maior que 0, a soma das probabilidades será igual a infinito e não 1, como requer a definição da função de probabilidades. Em geral, em situações como esta, não é interessante considerar um único valor para a variável aleatória, mas intervalos de valores na atribuição de probabilidades. Neste caso, sabemos que o espaço amostral corresponde ao intervalo [20; 100] e as profundidades são igualmente prováveis.

Suponha por um momento, que dividimos o espaço amostral em 8 intervalos de comprimento 10. Logo, é razoável atribuir aos intervalos a probabilidade 1/8, correspondendo à relação entre o comprimento de cada um deles e o comprimento do espaço amostral. Isto é, 10 para 80 ou 1/8.

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - IntroduçãoAssim, como dividimos em 8 faixas de igual comprimento e sem intersecção entre elas, teremos os intervalos [20; 30), [30; 40), ..., [90; 100] todos com a mesma probabilidade de 1/8, pois todos tem o mesmo tamanho.

Para construirmos um histograma, podemos supor que 1/8 é a frequência relativa da ocorrência de cada um dos intervalos. As ordenadas do gráfico são as densidades, calculadas de modo que a área de cada retângulo seja a frequência relativa (probabilidade) do intervalo.

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

Note que, dada as características do problema, a divisão em 8 intervalos produziu o mesmo valor de densidade de 1/80 pra todos eles. Se dividirmos o intervalo [20; 100] em 16 faixas iguais, utilizando o mesmo argumento anterior, temos que os intervalos [20; 25), [25; 30), ..., [95; 100] terão todos a mesma probabilidade 1/16. O histograma correspondente será:

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

O histograma mostra que apesar de termos diferentes intervalos, a densidade permanece a mesma, igual a 1/80.

Podemos continuar esse procedimento aumentando cada vez mais a quantidade de faixas, com a consequente diminuição de suas amplitudes de tal forma que, em uma situação teórica com infinitos intervalos, temos o seguinte histograma:

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - Introdução

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - IntroduçãoEstamos agora em condições de caracterizar, completamente a atribuição de probabilidade para o caso contínuo. Ela será definida pela área abaixo de uma função positiva, denominada de função de densidade de probabilidade (fdp). Observe que a densidade em si não é uma probabilidade, mas uma função matemática que nos auxilia na atribuição de probabilidades. Assim, para a variável aleatória contínua X representando a profundidade do lençol de água, a fdp f é dada por:

.100200

;1002080/1)(

xouxparaxpara

xf

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS

I.2.1 - IntroduçãoTendo em vista que, nesse exemplo a função de densidade é bastante simples, a probabilidade de que a profundidade do lençol esteja em um dado intervalo pode ser calculada com o uso de área de figuras planas. Assim, para obter a probabilidade de uma profundidade entre 25 e 29, calculamos a área do retângulo:

e, portanto, P(25 ≤ X < 29) = 804

8014

801)2529(

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.2 – A função de densidade probabilidade (fdp)Dizemos que f(x) é uma função contínua de probabilidade ou

função de densidade de probabilidade para uma variável aleatória contínua X, se satisfaz duas condições:

i) , para todo ii) A área definida por f(x) é igual a 1.Com auxílio do cálculo diferencial e integral, podemos

caracterizar a condição ii) através de

Da mesma forma, para calcular probabilidades, temos que para , , a integral indica a área sob f(x) definida pelo intervalo [a; b].

.1)( dxxf

b

adxxfbXaP ;)()(

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.2 – A função de densidade probabilidade (fdp)Note que, pela forma como a atribuímos as probabilidades no caso

contínuo, teremos área zero sob qualquer valor individual, isto é, P(X = k) = 0 para qualquer k. Portanto, em se tratando de variáveis aleatórias contínuas, a probabilidade de ocorrência de um valor isolado é sempre zero e, consequentemente, as probabilidades calculadas sobre os intervalos [a; b], [a; b), (a; b] e (a; b) são as mesmas, para qualquer valor de a e b.

Exemplo: Num teste intelectual com alunos de um colégio Y, o tempo para realização de uma bateria de questões de raciocínio lógico é medido e anotado para ser comparado com um modelo teórico. Este teste é utilizado para identificar o desenvolvimento da capacidade de raciocínio lógico e auxiliar a aplicação de medidas corretivas. O modelo teórico considera T, tempo de teste em minutos, como uma variável aleatória contínua com função de densidade de probabilidade dada por:

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O gráfico da fdp é apresentado a seguir (construiremos ele no software R). Deve ser notado que, pela definição de f(x), ela se anula para t < 8 ou t >15.

Vamos verificar agora se a função f(t) satisfaz a definição de densidade. Para calcular P(9 < T 12), vamos obter a área sob f(t) no intervalo (9; 12]:

contráriocaso

tse

tset

tf

0

1510203

;108)4(401

)(

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.2 – A função de densidade probabilidade (fdp)

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Assim P(9< T 12) = 7/16 valor esse obtido pela soma do trapézio definido no intervalo (9, 10) com o retângulo determinado pelo intervalo [10,12] (veja a figura).

6 8 10 12 14 16 18

0.00

0.05

0.10

0.15

t

f(t)

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.2 – A função de densidade probabilidade (fdp)

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Através do uso de integral, essa mesma probabilidade seria calculada da seguinte forma:

12 10 12

9 9 10

10 12210 12

9 10109

(9 12) ( ) ( ) ( )

1 3 1 3( 4) 440 20 40 2 20

11 6 7 0,437580 20 16

P T f t dt f t dt f t dt

tt dt dt t t

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.2 – A função de densidade probabilidade (fdp)

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.3 – Valor Médio de uma Variável Aleatória ContínuaO valor esperado ou média da variável aleatória contínua X, com

fdp dada por , é dada pela expressão:

Já a sua variância é dada por:

Como no caso discreto, a variância é a medida de dispersão mais utilizada na prática. Aqui podemos, também, utilizar a expressão alternativa , com sendo calculada como:

.)()( dxxxfXE

.)()( 22 dxxfx

.)()( 22 dxxfxXE

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O desvio padrão é a raiz quadrada da variância e, como já mencionado anteriormente, tem a mesma unidade de medida da variável original, o que facilita a interpretação dos seus valores.

Vamos a um exemplo:Investidores estudaram uma certa carteira de ações e

estabeleceram um modelo teórico para a variável R, rendimento das ações (em mil R$). Suponha que R é uma variável aleatória contínua com a seguinte função de densidade:

Vamos aplicar no Software R

1 1 , 0 20( ) 40 10

0,

r se rf r

caso contrário

I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.3 – Valor Médio de uma Variável Aleatória Contínua

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.3 – Medidas de Posição para Variáveis Aleatórias Contínuas

Vamos determinar a média e a variância de R. Temos,

Para variância, calculamos primeiro E(R2):

Assim:

Portanto o desvio padrão será: Qual seria a probabilidade de conseguirem um rendimento entre 8

e 10 mil? Vamos fazer no R

20 203 220

00 0

1 1 1 20 351 5 $ .40 10 400 3 40 2 3 3

r r rr dr R mil

20 204 3202 2

00 0

1 1 1 200 500( ) 1 100 $ .40 10 400 4 40 3 3 3

r r rE R r dc R mil

22 2 2 2500 35 275( ) $30,56 mil

3 3 9E R R

30,56 $5,53 milR R

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

A distribuição normal é uma das mais essenciais e importantes distribuições da estatística, conhecida também como Distribuição de Gauss ou Gaussiana. Foi primeiramente introduzida pelo matemático Abraham de Moivre.

Além de descrever uma série de fenômenos físicos e financeiros, possui grande uso na estatística inferencial. É inteiramente descrita por seus parâmetros de média e desvio padrão, ou seja, conhecendo-se estes consegue-se determinar qualquer probabilidade em uma distribuição Normal.

Um interessante uso da Distribuição Normal é que ela serve de aproximação para o cálculo de outras distribuições quando o número de observações fica grande. Essa importante propriedade provém do Teorema do Limite Central que diz que "toda soma de variáveis aleatórias independentes de média finita e variância limitada é aproximadamente Normal, desde que o número de termos da soma seja suficientemente grande" (Ou seja, que a amostra seja maior que 30 observações).

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Diz-se que X tem Distribuição Normal com média e variância 2 se sua função de densidade de probabilidade (fdp) é:

E(X) = Var(X) = 2

Pode-se ainda verificar que os parâmetros e 2 representam, respectivamente, a média e a variância da distribuição. A demonstração requer algumas manipulações de integral. O que não vai ser demonstrado aqui. Assim quando indicarmos que X ~ N (; 2), segue imediatamente que E(X) = e Var(X) = 2.

xexf

x

iX 2

2

2)(

21)(

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Graficamente a curva normal comporta-se da seguinte maneira:

30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000

0e+0

01e

-05

2e-0

53e

-05

4e-0

5

Distribuição Nomal(60.000,8.300)

x

f(x)

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Algumas propriedades da densidade da Normal podem ser, facilmente, observadas de seu gráfico:

fX(xi) é simétrica em relação à ;fX(xi) 0 quando x ;o valor máximo de fX(xi) se dá para x = e são pontos de inflexão

de f(xi)Quando temos e , temos uma distribuição padrão ou reduzida, ou

brevemente N(0,1). Para essa a função de densidade reduz-se a

2

21( ) ( )2

z

z if z z e x

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Assim, o gráfico da normal padrão pode ser representado por:

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Vamos partir de um exemplo prático:Vamos trabalhar com uma série dos fundos de investimentos da

Petrobrás gerenciado pelo Bando do Brasil. Observou-se que o comportamento dos fundos entre 02/01/2012 a 13/03/2012 tiveram um comportamento muito aproximado a uma curva normal como pode ser observado no gráfico abaixo:

A média ficou em torno de R$ 7,27 a cota do fundo e o desvio padrão foi de R$ 0,295.

Vamos construir a fdp desta variável aleatória no software R.Os limites de intervalo serão R$ 6 e R$ 8,25

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

No cálculo de probabilidades para variáveis contínuas, devemos resolver a integral da fdp no intervalo de interesse, isto é,

P(a X b) =

Entretanto, a integral acima só pode ser resolvida de modo aproximado e por métodos numéricos. Por essa razão, as probabilidades para o modelo Normal são calculadas com auxílio de software estatísticos ou por tabelas.

A partir do exemplo anterior, vamos visualizar algumas possibilidades e informações probabilísticas que podem ser tiradas a partir da curva da normal criada para o fundo de ações da Petrobrás.

2

2( )

212

xb

a

e

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Cálculo da probabilidade de um modelo Normal usando o RLevando em consideração as informações do exemplo anterior,

pergunta-se:a) Qual a probabilidade de obtermos lucro se na época do resgaste o

valor da ação for de R$ 7,18.Para realizar tal tarefa vamos usar o comando pnormal que faz o cálculo da probabilidade. Além disso, vamos fazer também a representação gráfica na curva da normal.

b) Qual deveria ser o preço máximo (em R$) para que o investidor tenha uma probabilidade de lucro pequena, de cerca de 10%?Vamos verificar essa possibilidade com o auxílio do R.

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Aplicações da v.a. reduzida.A transformação da normal para a sua correspondente reduzida

z~N(0,1). Para determinar a probabilidade de X [a,b], procedemos com o seguinte cálculo:

P(a X b) = P(a - X - b - ) =

e, portanto, quaisquer que sejam os valores de e , utilizamos a Normal Padrão para obter probabilidades com a distribuição Normal.

bZaPbXaP

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Os valores para P(0 Z z), z>0 são apresentados na seguinte tabela.

Com a simetria da densidade Normal podemos calcular valores de probabilidades em outros intervalos. Note que a simetria também implica que a probabilidade de estar acima (ou abaixo) de zero é 0,5. Como probabilidade é sempre um número entre 0 e 1, a tabela contém apenas a parte decimal.

Por exemplo, para X~N(2,9), teremos:

Agora como foi localizado o valor 0,3413 na tabela normal?

3413,0)10(925

92

922)52(

ZPXPXP

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Para obter P(0 X 2), usamos a assimetria da Normal:

Podemos ainda calcular as probabilidades de intervalos com extremos negativos, utilizando os correspondentes intervalos na parte positiva. Um outro recurso importante no uso da tabela é a utilização do complementar. Por exemplo,

0 2 2 2 2 2(0 2) ( 0) (0 )3 39 9(0 0,6666) 0,2486

P X P Z P Z P Z

P Z

3707,01293,05,03105,03

13

23)3(

ZPZPZPXP

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

A tabela também pode ser utilizada no sentido inverso, isto é, dado uma certa probabilidade, desejamos obter o valor que a originou. Por exemplo, quanto vale c tal que P(0 Z c) = 0,4? Procurando no corpo da tabela, a probabilidade que mais se aproxima de 0,4 é 0,3997; correspondendo a 1,28 que será o valor de c.

Suponha, agora, que queremos encontrar d tal que P(Z > d) = 0,8. Observamos que d precisa ser negativo, pois a probabilidade desejada é maior que ½, que é o valor de P(Z > 0). Assim, o intervalo (0; d) precisa ter probabilidade 0,3. Pela simetria da Normal, o intervalo (-d, 0) também tem probabilidade 0,3. Da tabela, segue que –d = 0,84 e portanto d = -0,84.

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.4 – O modelo de distribuição Normal

Vamos finalizar essa seção utilizando o exemplo anterior para o fundo de ações da Petrobrás/BB.a) Qual a probabilidade de obtermos lucro se na época do resgaste o

valor da ação for de R$ 7,18?

b) Qual deveria ser o preço máximo (em R$) para que o investidor tenha uma probabilidade de lucro pequena, de cerca de 10%?

Assim, precisamos obter um valor em R$ tal que: P(X < R$) = 0,1. Então,

7,27 7,18 7,27( 7,18) ( 0,31) 0,5 0,1179 0,38210, 295 0,295

XP X P P Z

7,27 $ 7,27 $ 7,27( ) 0,10,295 0,295 0,295

X R RP P Z

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.5 – A distribuição t de student

A distribuição t de Student é importante no que se refere a inferências sobre médias populacionais.

Diz-se que uma variável aleatória contínua T tem distribuição t de Student se sua função de densidade é dada por:

Essa expressão, certamente, é assustadora! Mas eis uma boa notícia: não precisaremos dela para calcular probabilidades! No entanto, é interessante notar duas características básicas dessa expressão: o argumento t da função aparece elevado ao quadrado e fT depende apenas do número de graus de liberdade da qui-quadrado e, portanto, o parâmetro desta distribuição é, também, o número de graus de liberdade.

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.5 – A distribuição t de student

Em termos de média e variância a distribuição t de Student, (com v graus de liberdade) que será indicada por t(v), será:

Quanto maior o valor de v mais t aproxima-se de uma normal N~(0,1), isso pode ser verificado no gráfico abaixo:

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.5 – A distribuição t de student

Assim como no caso da normal, seria necessária uma tabela para cada valor de v. Os programas computacionais de estatística calculam probabilidades associadas a qualquer distribuição t. Mas nos livros didáticos é comum apresentar uma tabela da distribuição t que envolve os valores críticos, ou seja, valores que deixam determinada probabilidade acima deles. Mais precisamente, o valor crítico da t(v) associado à probabilidade α é o valor tv;α tal que

Para encontrar o valor tabelado basta pegarmos o grau de liberdade v e compararmos com a nossa probabilidade de cometer o erro tipo I (isso será visto mais adiante).

Suponha que tenhamos v=6 e queiramos um erro de 5% para uma distribuição uni caudal, então teríamos:

Tabela Bicaudal

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.6 – A distribuição Qui-Quadrado

A distribuição qui-quadrado é um caso específico da distribuição Gama.

Como definição temos:Uma variável aleatória contínua Y tem distribuição qui-quadrado

com v graus de liberdade (denotada por ) se sua função densidade for dada por:

A média e variância para a qui-quadrado são:E(Y)=v Var(Y)=2v

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.6 – A distribuição Qui-Quadrado

Graficamente a distribuição qui-quadrado se comporta da seguinte forma:

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.6 – A distribuição Qui-Quadrado

Usando a tabela qui-quadrado para v=10, observe que P(Y>2,558)=0,99; ao passo que P(Y>18,307)=0,05.

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.6 – A distribuição F de Snedecor

Sejam U e V duas v.a. independentes, cada uma com distribuição qui-quadrado, com v1 e v2 graus de liberdade, respectivamente. Então, a v.a.

Tem densidade dada por:

Diremos que W tem distribuição F de Snedecor, com e graus de liberdade, e usaremos a notação W~F(, . Podemos mostrar que:

1

2

U vWV v

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.6 – A distribuição F de Snedecor

O gráfico típico de uma distribuição F varia conforme seu grau de

liberdade como pode ser verificado abaixo:

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I.2 – VARIÁVEIS ALEATÓRIAS CONTÍNUAS I.2.6 – A distribuição F de Snedecor

Vamos considerar que nossa distribuição F tenha comportamento de média e variância com a seguinte característica W~F(5,7). Consultando a Tabela F teremos: P(F > 3,97) = 0,05, ou P (F 3,97) = 0,95.

Agora se quisermos encontrar:0,05 = P{F(5,7) < f0}=P{1/F(7,5) < f0}=P{F(7,5) > 1/ f0},Procurando na Tabela F, para F(7,5), obtemos 1/ f0=4,88 e,

portanto, f0=0,205.