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Page 1: Jornal Mundo Animal - Junho 2013

Saúde

Denúncia

Cidades

Acqua Mundo

Fiscalização

Envenenamento de gatos volta a ser um problema em Águas de São Pedro. Página 05

Vira-lata abandonado nas ruas de Rio Claro procura um novo lar. Página 06

Será que o aquecimento global prejudica os animais marinhos? Página 07

Campanha antirrábica já vacinou mais de 2 mil animais na zona rural de Piracicaba. Página 13

Divulgação

Após Piracema, fiscalização da Polícia Militar Ambiental continua intensa no rio de PiracicabaNo período de reprodução dos peixes, que ocorre entre os meses de novembro e fevereiro, a pesca é proibida no rio de Piracicaba (SP). Após essa fase, existe uma série de critérios que os amantes da prática devem respeitar. Páginas 08 e 09

Cinthia Milanez

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Jornal Mundo Animal / 02 Reflexão Editorial

Um médico entrou no hospital com pressa depois de ser chamado para uma cirurgia de urgência. Ele respondeu a cha-mada o mais rápido possível, trocou de roupa e foi direto para centro cirúrgico. Ele encontrou o pai do menino indo e vin-do da sala de espera do hospital. Depois de vê-lo, o pai gritou:

- Por que você levou todo esse tempo para vir? Você não sabe que a vida do meu filho está em perigo? Você não tem senso de responsabilidade?

O médico sorriu e disse:- Lamento, eu não estava no hospital e

eu vim o mais rápido que pude depois de receber a ligação. E agora, eu gostaria que você se acalmasse para que eu possa fazer meu trabalho.

- Acalmasse? Se fosse seu filho que es-tivesse nesta sala agora, iria se acalmar? Se o seu próprio filho morresse agora o

As aparências enganam

Nunca julgue qualquer pessoa, porque você nunca sabe como é a vida dela, o que está acontecendo ou o que ela está passando.que você iria fazer? - disse o pai com raiva.

O médico sorriu novamente e respon-deu:

- Eu vou dizer o que disse Jó na Bíblia Sagrada: do pó viemos e ao pó voltare-mos. Bendito seja o nome de Deus. Os médicos não podem prolongar a vida. Vá e interceda por seu filho, vamos fazer o nosso melhor pela graça de Deus.

- Dar conselhos é fácil - murmurou o pai.

A cirurgia levou algumas horas e, logo depois, o médico saiu feliz:

- Graças a Deus! Seu filho está salvo!E, sem esperar a resposta do pai, o mé-

dico saiu correndo.- Se você tem alguma dúvida, pergunte

à enfermeira! - disse o médico.- Por que ele é tão arrogante? Ele não

poderia esperar alguns minutos para que eu pudesse perguntar sobre o estado do meu filho? - comentou o pai, ao ver os en-fermeiros minutos depois que o médico saiu.

A enfermeira respondeu com lágrimas no rosto:

- O filho dele morreu ontem em um acidente de trânsito. Ele estava no enter-ro, quando o hospital o chamou para a ci-rurgia de seu filho. E agora que ele salvou a vida de seu filho, ele saiu correndo para terminar o enterro do filho dele.

Nunca julgue qualquer pessoa, porque você nunca sabe como é a vida dela, o que está acontecendo ou o que ela está pas-sando.

Cesar [email protected]

Rio de lágrimasO rio de Piracicaba (SP) é tão belo e

farto que se tornou mote de uma das melhores canções de Renato Teixeira. Diante disso, o Jornal Mundo Animal trouxe uma reportagem especial sobre o trabalho da Polícia Militar Ambiental em relação à fiscalização e à preserva-ção do rio que é cartão postal de Pira-cicaba (SP). Ele possui 250 km de ex-tensão, com nascente no município de Americana (SP) e com foz no rio Tietê, entre Santa Maria da Serra (SP) e Barra Bonita (SP).

O Jornal Mundo Animal trouxe uma reportagem especial sobre o trabalho da Polícia Militar Ambiental em relação à fiscalização e à preservação do rio que é cartão postal de Piracicaba (SP).

Nossa reportagem de capa traz uma entrevista com o comandante da Polícia Militar Ambiental, Flávio Luiz Terrabuio. Ele afirma que a corporação tem apenas 12 policiais, mas que consegue atender toda a demanda de Piracicaba (SP) e de mais sete municípios limítrofes. Em rela-ção à pesca irregular no rio de Piracicaba (SP), o comandante afirma que a Polícia trabalha de duas maneiras: por meio da denúncia da população e da fiscalização

feita pela corporação.É imprescindível, portanto, o apoio

da população no sentido de denunciar à instituição qualquer situação irregu-lar que envolva o rio por meio do tele-fone: (19) 3421 - 6827. O atendimento ao público é 24h e as denúncias podem ser anônimas. É função de todos nós, ci-dadãos, deixar que nossos filhos, netos e bisnetos tenham o prazer de admirar e de aproveitar os benefícios que essa beleza natural proporciona, não só por meio da música que o imortalizou.

Cinthia [email protected]

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Jornal Mundo Animal / 03

Pet Marketing

Sérgio Lobato - soluções em Pet Marketingwww.sergiolobato.blogspot.com

Marketing não é um bicho de sete ca-beças! Não deixe de buscar entender essa ferramenta de gestão como um grande auxiliar para o dia-a-dia de seu estabeleci-mento. Busque encontrar o caminho para que ela se torne familiar, leia mais, assista a palestras e a workshops, mas, principal-mente, pratique o conceito primordial do marketing como processo, como uma ferra-menta dinâmica. Enumerei abaixo algumas dicas sobre o tema.

1. Marketing não é venda! Ele pro-move a venda, organiza as ferramentas de venda, analisa a qualidade da mesma, trei-na a equipe de venda, mas, em si, ele não é venda, ele é muito mais complexo. A venda é parte integrante de todo o processo de marketing ao qual você começa a se fami-liarizar.

2. Como acabei de dizer, isso é um processo, ou seja, são etapas que vem uma atrás das outras. Não adianta querer colo-car o carro na frente dos bois. Para ter re-sultados de vendas, aumento de clientes ou sucesso empresarial você precisa trabalhar antes, se envolver e se comprometer com dedicação em cada ação dentro do seu es-tabelecimento.

3. O marketing é parte integrante do universo de serviços, ou seja, ele poderá te ajudar a estabelecer padrões em todo

Dicas de marketing para médicos veterinários e lojistas

o atendimento aos seus clientes, orientan-do quais as melhores estratégias para que tudo possa ocorrer da forma mais produti-va possível para ambos. Isso envolve plane-jamento! Não acorde um dia e decida mu-dar tudo na sua clínica ou na sua loja! Não funciona assim! Busque fazer um rascunho de todas as mudanças que você poderá aplicar, como as fará, com qual objetivo e quais os resultados que deseja alcançar.

4. O marketing também não é propa-ganda! A propaganda é uma ferramenta do marketing usada para promover empresas, marcas, produtos, serviços e profissionais que estejam com seus processos ajustados e prontos para atender a essa nova deman-da de clientes trazida pela propaganda es-colhida.

5. O marketing envolve um olhar cuidadoso com as finanças! O dinheiro que circula na sua loja circula pelos processos implementados na sua empresa, ou seja, pelo marketing que gerencia, administra, gere e organiza todo o dia-a-dia dentro da loja, clínica ou pet shop. E decidir o que fa-zer com ele, como aplicar e como gerir es-ses recursos é parte integrante do conceito de marketing.

6. Marketing envolve pessoas! O conceito do marketing como ferramenta pode, às vezes, ser mal compreendido. Po-

rém, é importante que você jamais se es-queça de que o conceito envolve, pelo me-nos, duas pessoas: o prestador de serviços e o consumidor desses serviços. Entender como essa relação pode ser segura, produ-tiva e sustentável é função do marketing.

7. Marketing é interpretação de da-dos! E claro, sem dados não existe estraté-gia segura. Por isso a pesquisa de marketing é tão fundamental. Conhecer seus clientes, seus desejos, seus perfis de compra, suas necessidades mais básicas são a base para que decisões sejam tomadas corretamente.

8. Marketing é incentivo de equipe de trabalho! É o famoso endomarketing, que são as estratégias que você deve criar para obter um ambiente de satisfação e de crescimento para cada membro da sua equipe de trabalho. Afinal, com boas condi-ções de trabalho, a produtividade cresce!

9. Marketing é estratégia! O marke-ting precisa ser visto por você como um auxílio para que você possa fundamentar os passos de sua empresa de forma segu-ra e que você possa ainda planejar passos maiores! O marketing orienta a construção de uma postura profissional mais agressiva e menos reativa.

10. Marketing é visibilidade! O marke-ting é o canal para que sua empresa, sua postura e sua imagem como profissional do

mercado pet encontre espaço para ser ad-mirado, visto e, até mesmo, invejado pela concorrência, mas que ele seja capaz de ser usado de forma que você conquiste a sus-tentabilidade! Afinal, no nevoeiro quem é visto? O farol aceso ou o penhasco?

11. Marketing é organização e méto-do! Sem organizar sua empresa em proces-sos e em departamentos ou, pelo menos, em cargos e funções, você estará comple-tamente fora do rumo, tomando decisões que poderão levar a cenários nada agradá-veis e pouco seguros. A bagunça dentro de uma empresa pet é um dos sinais clássicos de quanto ainda temos de crescer!

12. Marketing é para todos! Faça com que todos da sua equipe se sintam parte dos processos que você irá organizar e im-plementar. Não deixe de buscar em cada um as possíveis dicas que ajudariam no pro-cesso como um todo. O comprometimento da equipe é desejado, mas crie um terreno fértil para isso.

13. Marketing não é o salvador da lavoura, ou seja, depois de ler todas essas dicas, pense que ele é mais uma das ferra-mentas de gestão que está a sua disposição para que você possa gerenciar seu estabe-lecimento pet, levando-o a um patamar de sucesso. Porém, sem trabalho, meu caro, nada feito! Pense nisso!

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Jornal Mundo Animal / 04

Galeria da FamaQuer ver seu bichinho de estimação no Jornal?

Envie uma foto para o e-mail: [email protected]

Da esquerda para a direita: os amigos inseparáveis, Julio, Nicholas e Xico.

Da esquerda para a direita: Baby e Fred sob um edredon quentinho. Que inveja!

Olha a Melinda aí! Ela está feliz da vida porque saiu para um passeio.

Essa é a Branca, com uma expressão de quem quer muito dormir. Que fofura!

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Jornal Mundo Animal / 05Denúncia

Cinthia Milanez“No domingo, dia 14 de abril, nós

achamos três gatinhos mortos. Na terça--feira, foram mais dois, inclusive tinha um gambá morto também. Na quarta--feira, foram mais sete mortos. E tem mais 15 gatos que estão desaparecidos”, conta, indignada, a protetora de animais de Águas de São Pedro (SP), Márcia So-ares. De acordo com ela, os corpos des-ses animais foram encaminhados a uma clínica veterinária de Piracicaba (SP) para a realização de uma necropsia, que deve-rá comprovar que os gatos foram enve-nenados. Entretanto, o resultado desse exame ainda não saiu, fato que torna o envenenamento desses animais apenas uma suspeita.

As voluntárias da Organização Não--Governamental Andarilhos de Patas, de Águas de São Pedro (SP), afirmam que envenenar os gatos não é a melhor so-lução para o controle populacional dos mesmos no município. Elas acrescentam que os bichinhos devem ser castrados.

Envenenamento de gatos volta a ser um problema em Águas de São Pedro

Só no mês de abril, 27 gatos foram mortos sob suspeita de envenenamento em Águas de São Pedro (SP). Animais silvestres que vivem nas reservas do município também são vítimas dessa prática

Diante desse cenário, a instituição firmou uma parceria com a prefeitura da cidade, que deverá fornecer uma verba emer-

gencial para a castração dos gatos de rua. Segundo a presidente da organização, Sil-via Ferrero, o município conta com mais

de 1.000 gatos abandonados. Essa verba emergencial cedida pelo poder público deverá dar suporte para a castração de apenas 10% desses animais. Entretanto, Silvia conta que a prefeitura pretende fazer com que esse auxílio ao órgão seja permanente.

De acordo com a vice-presidente da Andarilhos de Patas, Valquíria Marques, a prática de envenenamento de animais é comum em Águas de São Pedro (SP). “É importante frisar que isso se tornou ba-nal aqui. Infelizmente, é uma cultura da cidade. Entretanto, os responsáveis por essa prática representam uma minoria. A maioria da população daqui é forma-da por pessoas conscientes, que amam a natureza e que a protegem”, explica. Vale ressaltar que maltratar ou abandonar ani-mais é crime, previsto na Lei Federal n° 9.605/98, sob pena de três meses a um ano de reclusão e multa. Caso alguém presencie esse tipo de atitude no muni-cípio, basta fazer uma denúncia anônima pelo telefone: 181.

Da esquerda para a direita: a vice-presidente da Organização Não-Governamental Andarilhos de Patas, Valquíria Marques, a presidente da mesma instituição, Silvia Ferrero, a protetora de animais, Márcia Soares, e a tesoureira da Ong, Carmélia

Rodrigues da Silva.

Cinthia Milanez

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Jornal Mundo Animal / 06 Cidades

Cinthia MilanezMadruga foi encontrado subnutri-

do em um condomínio no município de Rio Claro (SP) por Amanda Mar-ques de Oliveira e Carlos Henrique Biassi, que são casados e vivem no lo-cal. De acordo com eles, o cão era bra-vo e arredio, o que dificultava a apro-ximação de qualquer um que quisesse alimentá-lo. Entretanto, o casal não desistiu tão fácil. Reuniu um grupo de pessoas, que resgatou o animal e o levou a uma clínica veterinária da ci-dade, onde recebeu atendimento, ali-mentação e abrigo por quatro meses. “No dia em que a gente chegou [na clínica], colocou ele em uma baia, ele entrou, se escondeu atrás de uma pa-rede e lá ele ficou. Aí eu resolvi entrar em contato com alguns adestradores para acelerar o processo de socializa-ção do Madruga”, explica Amanda.

Por conta disso, no final de janei-ro, o bichinho passou a viver com o adestrador de cães profissional, Ivan Chitolina, de Piracicaba (SP), que faz um trabalho voluntário junto ao ani-

Vira-lata abandonado nas ruas de Rio Claro procura um novo lar

Após sofrer descaso e maus tratos nas ruas de Rio Claro (SP), o vira-lata Madruga foi resgatado por um casal que vive no município e agora espera por um adotante

mal desde então. O casal conta que já no primeiro mês de adestramento, Madruga apresentou melhora signi-ficativa. “Ele continua um cachorro

que não vai chegar aqui e fazer festa com as pessoas na hora. Mas com o tempo, ele já consegue se acalmar, ele melhorou muito, é outro cachorro”, acrescenta Carlos Henrique. Diante desse cenário, o bichinho espera por um novo lar. Porém, o possível ado-tante deve estar disposto a conquistar a confiança do cão, que sofreu muito nas ruas. “Ele é muito assustado, en-tão, para ele superar isso, ele precisa de uma família que tenha paciência com ele”, afirma Amanda.

De acordo com Ivan Chitolina, Ma-druga já pode ser adotado. O profis-sional informa que os interessados em proporcionar um novo lar ao cão de-vem entrar em contato com ele pelos telefones: (19) 8146 - 7402/ (19) 9981 - 7402/ (19) 9512 - 3818 ou com o ca-sal de Rio Claro (SP) pelos telefones: (19) 3617 - 9110/ (19) 9159 - 4032. Os interessados vão ser entrevistados pelo adestrador e, caso resolvam ficar com o animal, vão receber instruções para que o vira-lata possa se adaptar tranquilamente à nova realidade.

Cinthia Milanez

O vira-lata Madruga ao lado do adestrador de cães, Ivan Chitolina, e do

casal que o resgatou das ruas de Rio Claro (SP), Amanda Marques de Oliveira e Carlos Henrique Biassi.

Fundação de Apoio à

Pesquisa, Ensino e Extensão

promove curso sobre direito

dos animais em Rio Claro

Da redaçãoA Fundação de Apoio à Pesquisa,

Ensino e Extensão (Funep) promove o II Curso de Direito dos Animais, em Rio Claro (SP), nos dias 08, 15 e 22 de junho. O evento, que teve a primeira edição no ano passado, acontece no auditório das Faculdades Claretianas, localizado na avenida Santo Antonio Maria Claret, nº 1.724, na Cidade Cla-ret, em Rio Claro (SP). O curso con-ta com palestras de profissionais da área e será destinado a protetores, voluntários de Organizações Não-Go-vernamentais, médicos veterinários, proprietários de pet shops, agentes públicos, advogados, jornalistas, es-tudantes ou qualquer outro profis-sional que esteja interessado em se aprofundar no tema. As inscrições podem ser feitas pelo site: www.fu-nep.org.br ou pelo e-mail: [email protected].

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Jornal Mundo Animal / 07

Acqua Mundo

O maior aquário da América do Sul - Avenida Miguel Stéfno, nº 2001, Enseada Guarujá (SP) | (13) 3398 - 3000 | (13) 3379 - 2708

Quando falamos em aquecimento glo-bal logo nos vem à mente o derretimento das geleiras e o aumento do nível do mar. Consequentemente, as populações que vivem em ambientes costeiros seriam afe-tadas. Mas o que aconteceria aos animais marinhos? A princípio nada, porque, afinal de contas, eles estão no mar, não é? Mas aí é que vocês se enganam. Muitas coisas podem acontecer com o derretimento das geleiras.

Muito bem, vamos começar com uma explicação bem simples sobre a salinidade da água do mar. Todos sabem que o mar é salgado e que a salinidade pode variar nos oceanos e nos mares, mas, de maneira ge-ral, a salinidade da água do mar é de 35‰, ou seja, trinta e cinco gramas de sais diluí-das em 1000 ml de água doce. Os principais sais - ou íons salinos - encontrados diluídos no mar são: cloreto, sódio, sulfato, magné-sio, cálcio e potássio, sendo mais abundan-tes os dois primeiros, que se transformam em cloreto de sódio - sal de cozinha - após uma combinação química.

O nível de salinidade no planeta é vari-ável: o mar mais salino é o mar Morto, no

Será que o aquecimento global prejudica os animais marinhos?Oriente Médio, e o menos salino é o mar Báltico. Quanto mais salino, mais denso e, portanto, maior a flutuabilidade. O mar Morto é o local de maior salinidade do mundo, com 300 g para cada litro de água, ou seja, 300‰, é tanto que nenhum animal habita suas águas e, por isso, ele é chama-do de morto. Ele ocupa uma área de 1.020 km² em uma região com clima subtropical semiárido, muito seco ao norte e desérti-co ao sul. A alta salinidade do Mar Morto permite a flutuação de um turista. Dificil-mente ele se afogaria, pois não conseguiria mergulhar.

Em contrapartida, a salinidade do mar Báltico é muito menor do que a da água dos oceanos e varia de 10 a 15 g/kg, o que equivale a 15‰. Isso ocorre devido ao abundante escoamento de água doce da terra circundante, que contribui com cerca de um quadragésimo do seu volume total por ano: o volume da bacia é de cerca de 21.000 km³ e o escoamento anual é de cer-ca de 500 km³. As taxas de precipitação e descarga de água doce superam a evapo-ração, causando uma diluição da água do mar. Com essas salinidades variadas, os

animais procuram aquela em que melhor se adaptam. Desse modo, se por algum motivo a salinidade do mar Báltico fosse aumentada em 10 g/kg, ou seja, de 15‰ ele passasse a 25‰, muitos organismos deixariam de existir, da mesma maneira se ocorresse uma diluição da água do mar.

Com o aquecimento global e o derreti-mento de gelo no polo norte, muita água doce é misturada ao oceano e, consequen-temente, a salinidade vai diminuir. A partir dessa diminuição da salinidade, a flutuabi-lidade ou a natação dos animais marinhos pode ser prejudicada. Se o animal estiver acostumado a nadar em um mar muito salgado e mudar de repente para um mar muito menos salgado, ele pode afundar se não conseguir se ajustar à nova salinidade. A flutuabilidade é uma das consequências sobre a vida marinha, mas não podemos nos esquecer do processo de regulação osmótica. Quando ficamos muito tempo no mar ou na piscina, por exemplo, nossas extremidades - dedos dos pés e das mãos - ficam enrugadas. Isso significa que perde-mos água. Mas como isso ocorre?

Uma tendência natural de duas solu-

ções com concentrações diferentes é de entrarem em equilíbrio, ou seja, se de um lado eu tenho uma água muito salgada e do outro lado uma menos salgada, a ten-dência é o sal sair da mais concentrada e passar para a menos concentrada. Mas se por algum motivo esse sal não puder pas-sar, a água então passa do lugar menos concentrado para o mais concentrado com o intuito de equiparar as concentrações.

O conteúdo salino do nosso corpo, na maioria das vezes, é menos salgado do que a água salgada e, desse modo, como o sal não pode entrar em nosso corpo, nós perdemos água para diluir no mar e enru-gamos. Imagine agora um peixe que está acostumado com uma determinada salini-dade e, de repente, essa salinidade dimi-nui. O que você acha que aconteceria com ele? Conseguiram entender algumas das consequências do derretimento das ge-leiras, causado pelo aquecimento global? Vamos repensar em nossos hábitos. Mudar nunca é tarde! Nos próximos artigos, con-tinuaremos a falar das consequências do aquecimento global para os animais mari-nhos. Um abraço e até a próxima!

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Jornal Mundo Animal / 08 Fiscalização

Após Piracema, fiscalização da Polícia Militar Ambiental continua intensa no rio de Piracicaba

No período de reprodução dos peixes, que ocorre entre os meses de novembro e fevereiro, a pesca é proibida no rio de Piracicaba (SP). Após essa fase, existe uma série de critérios que os amantes da prática devem respeitar

Cinthia Milanez

Durante a pesca, o uso de alguns equipamentos em determinados locais do rio de Piracicaba (SP), que não proporcionam chance de defesa aos peixes, é proibido, até mesmo fora da Piracema, ou seja, do período de reprodução desses animais.

Cinthia Milanez Meados do mês de abril. A Polícia Mi-

litar Ambiental de Piracicaba (SP) apre-

endeu mais de 67 kg de peixes, das es-pécies dourado e corimbatá, que foram pescados no salto do rio que é cartão

postal do município. Neste local, a práti-ca é proibida, até mesmo no período em que os peixes não se reproduzem, uma

vez que impede a defesa desses animais. Além disso, dois homens foram pegos, pai e filho, de 63 e 20 anos, respectiva-mente, com tarrafas e duas boias, que seriam utilizadas para a fuga. Eles foram presos e encaminhados à Polícia Civil. De acordo com o comandante da Polícia Militar Ambiental, Flávio Luiz Terrabuio, existe uma série de práticas e equipa-mentos utilizados durante a pesca que é proibida pela legislação, mesmo após a Piracema.

Terrabuio acrescenta que, embora a equipe da Polícia seja reduzida, a insti-tuição consegue atender a demanda de Piracicaba (SP) e de mais sete municípios limítrofes, que são: São Pedro, Águas de São Pedro, Charqueada, Santa Maria da Serra, Rio das Pedras, Mombuca e Salti-nho. Em relação à pesca irregular no rio de Piracicaba (SP), o comandante afirma que a Polícia trabalha de duas maneiras: por meio da denúncia da população e da fiscalização feita pela corporação. “É fei-to um planejamento próprio, os policiais fazem um patrulhamento embarcado no rio. Eles patrulham os leitos do rio e

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Jornal Mundo Animal / 09Fiscalização

Após Piracema, fiscalização da Polícia Militar Ambiental continua intensa no rio de Piracicaba

Cinthia Milanez

O comandante da Polícia Militar Ambiental de Piracicaba (SP), Flávio Luiz Terrabuio, afirma que a equipe de apenas 12 policiais consegue atender a demanda. Ele também conta que a instituição é responsável pelo atendimento de mais oito municípios limítrofes à Piracicaba (SP).

abordam aqueles que estão pescando. A fiscalização, portanto, é feita dessa for-ma”, conta.

O comandante explica que a pesca para subsistência é permitida no rio. En-tretanto, os amantes dessa prática de-

vem respeitar algumas regras. É proibido pescar no salto do rio, pegar peixes em fase de desenvolvimento ou que estejam

em extinção e utilizar alguns equipa-mentos, como as tarrafas, as redes com laçados pequenos, além das varas e dos molinetes, que são materiais inerentes à pesca profissional. “Basicamente a pes-ca artesanal e para a subsistência, ela é permitida, mas dentro de um controle”, informa Terrabuio.

O comandante acrescenta que a fis-calização é fundamental para a preserva-ção do rio. Diante disso, a Polícia Militar Ambiental promove ações de educação em parceria com o Pelotão Ambiental, pertencente à Guarda Civil de Piracicaba (SP), por meio de palestras em escolas e empresas. Terrabuio afirma ainda que a participação da população também é im-portante. Caso alguém presencie a pesca irregular no rio de Piracicaba (SP), deve denunciar à corporação por meio do te-lefone: (19) 3421 - 6827. O atendimento à população é 24h e as denúncias podem ser anônimas. “Nós, como cidadãos, so-mos responsáveis pela preservação do meio ambiente. Nós estamos falando de vida, das futuras gerações. Então, como nós somos poucos policiais, que fiscali-zamos uma área muito grande, nós con-tamos com o apoio da população através de denúncias e da própria fiscalização cidadã”, conclui.

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Jornal Mundo Animal / 10

Patas Brasil Veterinário da Fazenda

Paulo Moreira - médico veterináriowww.facebook.com/CenterVetRc| Center Vet Veterinária : (19) 3533 - 2209

Juliana Scheffauer - médica veterináriawww.facebook.com/CenterVetRc | Center Vet Veterinária : (19) 3533 - 2209

Os bichinhos de estimação e o tempo seco

Quem aguenta este ar seco? Nem os animais! A baixa umidade registrada nes-ta época é um grande sinal de alerta para nós e também para os nossos animais de estimação. Coceira nos olhos, boca seca, dificuldade respiratória e desidratação são alguns dos efeitos sentidos no tempo mais seco.

É nesta hora que a casuística de pa-tologias respiratórias aumenta consi-deravelmente nas clínicas veterinárias. Filhotes, idosos e animais que possuem focinho curto são as maiores vítimas das mudanças da estação. Dependendo do quadro clínico envolvido, muitos animais são internados e submetidos, até mesmo, a sessões de inalação para auxiliar na me-lhora da crise respiratória.

É muito importante lembrar que todo animal com alteração respiratória deve

Filhotes, idosos e animais que possuem focinho curto são as maiores vítimas das mudanças da estação. Dependendo do quadro clínico envolvido, muitos animais são internados e submetidos, até mesmo, a sessões de inalação.

ser avaliado por um médico veterinário, evitando problemas com a automedi-cação do proprietário. É importante ter

um diagnóstico fechado para que seja instituído um tratamento direcionado à causa do problema em questão, já que a inalação, o umedecimento do ambiente e outras medidas são somente cuidados paliativos.

Confira algumas dicas importantes para o período de escassez de chuvas:

1. Para fugir das complicações, não passeie com o animal em horários muito quentes, em especial entre às 10h e às 16 h.

2. Verifique se o esquema de vaci-nação do seu pet está em ordem, pois as doenças que atingem o sistema respirató-rio são mais comuns nesta época do ano e têm seus sintomas agravados pelo tempo seco.

3. Se o focinho do seu pet ficar de-masiadamente seco, utilize um algodão com soro fisiológico e hidrate a região com delicadeza.

4. Caso necessário, faça a limpeza dos olhos com soro fisiológico e procure agendar uma consulta caso perceba anor-malidades, como secreções ou outros si-nais.

5. Seja rigoroso na limpeza do am-biente, evitando o acúmulo de pó. Evite odores fortes, como perfumes, produtos de limpeza, etc.

6. Lembre-se de que fumar ao lado do pet é proibido, pois eles também so-frem como fumantes passivos.

7. Utilize umidificador de ambien-te, ou como alternativa, coloque bacias com água e toalhas úmidas para melhorar a umidade.

8. Diminua a quantidade de exer-cícios físicos e leve sempre água para as caminhadas.

9. Troque a água do bebedouro vá-rias vezes ao dia para mantê-la sempre fresquinha.

Febre aftosa: importante vacinar

A febre aftosa é uma doença alta-mente contagiosa e, por este motivo, se espalha rapidamente por todo o rebanho. Podem ser acometidos bovinos, búfalos, caprinos, ovinos, suínos e animais silves-tres que possuem casco fendido, ou seja, duas unhas.

Entre os principais sinais clínicos da doença estão: febre, aftas na boca, aftas nas tetas e entre as unhas. Os animais do-entes tendem a se isolarem dos demais, babam, mancam, ficam com os pelos do corpo arrepiados e param de comer e de beber. O vírus está presente na saliva, no líquido das aftas, no leite e nas fezes dos animais doentes, sendo que qualquer ob-jeto ou pessoa que tenha contato com es-sas fontes de infecção se torna um meio de transmissão para outros rebanhos. A transmissão para humanos existe, porém

No estado de São Paulo, a vacina contra a febre aftosa ocorre duas vezes ao ano: maio e novembro.

é muito rara.Devido ao seu alto poder de difusão, os

países estabelecem barreiras comerciais às regiões onde ocorre aftosa, causando sérios prejuízos econômicos e sociais. Por este motivo, no Brasil, a vacinação é obri-gatória e o não cumprimento das regras pode trazer sérios prejuízos ao produtor.

Em caso de suspeita da doença, é ne-cessário comunicar imediatamente ao serviço veterinário oficial. Um veterinário credenciado fará inspeção dos animais e tomará as providências necessárias.

Como prevenir?A vacinação é fundamental na erradi-

cação e na prevenção da aftosa. Após a vacina, é comum reações, como queda da produção de leite, apatia, aparecimento de caroço no local da aplicação. Por este motivo, recomenda-se orientação de um médico veterinário sobre as melhores for-mas de prevenir problemas na aplicação.

Quais as orientações para a vacinação do rebanho?

1. Comprar as vacinas somente em lojas registradas.

2. Verificar se as vacinas estão na temperatura correta: entre 2°C e 8°C.

3. Transportar as vacinas em uma caixa térmica com três partes de gelo para uma de vacina.

4. Manter a vacina no gelo até o momento da aplicação.

5. Escolher a hora mais fresca do dia para reunir o gado. Mas lembre-se: só vacine bovinos e búfalos.

6. Manter a seringa e as vacinas na caixa térmica e usar agulhas novas, ade-quadas e limpas.

7. A higiene e a limpeza são funda-mentais para uma boa vacinação. Agite o frasco antes de usar e aplique a dosagem certa em todos os animais: 5 ml.

8. Aplicar a vacina na tábua do pes-coço, podendo ser no músculo ou na pele.

9. Não se esqueça de preencher a declaração de vacinação e entregá-la no serviço veterinário oficial do seu estado junto com a nota fiscal de compra das va-cinas.

10. No estado de São Paulo, a vacina contra a febre aftosa ocorre duas vezes ao ano: maio e novembro. Em maio, todos os animais abaixo de 24 meses são vacinados e em novembro, a vacinação deve ser fei-ta em todo o rebanho, isto é, de maman-do a caducando!

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Jornal Mundo Animal / 11Longevidade

Cães idosos devem ser submetidos a exames preventivos com mais frequênciaQuando a idade chega, os bichinhos de estimação começam a apresentar uma série de problemas, como neoplasias, alterações cardiovasculares e artroses. Diante disso, a necessidade de consultar um médico

veterinário se torna ainda mais frequente

A idade mais avançada em cães varia de acordo com a raça e com o tamanho dos animais. Em média, cães de pequeno e de médio porte já são considerados idosos a

partir dos sete anos. Já em relação aos bichinhos de grande porte, esse número cai para cinco anos.

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Cinthia MilanezAos sete anos, os cães de pequeno

e de médio porte já são considerados idosos. Esse número cai ainda mais em relação aos cães de grande porte, que têm uma idade avançada a partir dos cinco anos. Diante disso, a necessida-de de consultar um médico veterinário se torna ainda mais imprescindível. De acordo com a médica veterinária, Silvia Cristina Chiarinelli Ribeiro Oss, os cães idosos devem consultar um especialista, pelo menos, duas vezes ao ano, para a realização de exames preventivos. “Os animais com a idade mais avançada devem receber um cui-dado maior no sentido de fazer exames preventivos mais periódicos, como exames de sangue, que devem avaliar as funções renal, hepática, dentre ou-tras”, explica.

Silvia conta que os exames preven-

res, as neoplasias e, no caso de animais de médio ou grande porte, os proble-mas articulares. “As articulações, a exemplo do que acontece na medicina humana, vão se desgastando e a gente passa a ver com maior frequência as dores articulares e as dificuldades para caminhar”, acrescenta.

Em relação às vacinas, a médica ve-terinária afirma que os animais idosos devem receber todas elas, exceto se apresentarem algum problema de saú-de. A profissional também recomenda que os cães com idade avançada não devam deixar de fazer exercícios físi-cos, mas seus respectivos proprietá-rios têm de acompanhar o ritmo deles durante um passeio na rua, por exem-plo. Na alimentação, o ideal é fornecer rações específicas para esses animais, mas a mudança de uma ração para ou-tra deve ser gradativa.

tivos mais periódicos permitem que as alterações que os cães venham a apresentar sejam detectadas a tempo

e tratadas. Segundo a especialista, as doenças mais comuns no caso de cães idosos são as alterações cardiovascula-

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Jornal Mundo Animal / 12 Proteção

Socorro de animais em situações de risco deve ser feito pelo Centro de Controle de

Zoonoses, alerta especialistaEm Piracicaba (SP), o Corpo de Bombeiros ainda recebe solicitações de socorro de animais em situações de

risco. Entretanto, esse tipo de atendimento é de inteira responsabilidade do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ)Cinthia Milanez

O médico veterinário do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de Piracicaba (SP), Paulo Lara. De acordo com ele, o socorro de animais em situações de risco é de responsabilidade da instituição. Entretanto, a demanda é tanta que só são atendidos os casos mais graves.

Cinthia MilanezAntes da implantação do Centro de

Controle de Zoonoses (CCZ), em Piracica-ba (SP), o Corpo de Bombeiros também era responsável pelo socorro de animais em situações de risco no município. Diante desse cenário, a instituição ainda recebe solicitações referentes a essas si-tuações. “Tanto que, até hoje, a popula-ção ainda tem esse vínculo com o Corpo de Bombeiros. Muitas vezes, aciona a instituição para recolher animais de rua. As pessoas ainda têm essa concepção de que o Corpo de Bombeiros resgata ani-mais de rua”, explica o médico veteriná-rio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de Piracicaba (SP), Paulo Lara.

Entretanto, Lara afirma que o reco-lhimento de animais por parte do Cen-tro só ocorre após a realização de uma triagem, que delimita os casos mais gra-ves. Isso porque o canil municipal, que é um lar provisório, comporta apenas 80 animais. “Não são todos os animais que a gente consegue abrigar, nós vivemos sempre lotados. Então, nós temos de fazer um recolhimento seletivo”, acres-centa. Por conta dessa limitação, a po-pulação também entra em contato com o Corpo de Bombeiros. Porém, segun-do Lara, os funcionários da corporação já foram orientados para evitarem esse tipo de atendimento.

Além disso, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de Piracicaba (SP), am-pliou o horário de funcionamento com o intuito de evitar que a população entre em contato com o Corpo de Bombeiros

assim que presencie alguma ocorrência envolvendo animais em situações de risco. “Nós começamos a ampliar nosso horário de atendimento. Antes, nós fun-

cionávamos até às 16h, passamos para às 18h e agora funcionamos até às 19h para pegar essa demanda que o Corpo de Bombeiros acabava cobrindo”, con-

ta. Portanto, as solicitações referentes a esse tipo de atendimento no município devem ser feitas por meio do telefone: 156.

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Jornal Mundo Animal / 13Saúde

Campanha antirrábica já vacinou mais de 2 mil animais na zona rural de Piracicaba

A campanha de vacinação contra a raiva é anual e tem duas etapas em Piracicaba (SP). A primeira delas, que abrange a zona rural, começou em abril e termina neste mês. Já a segunda etapa, destinada aos animais

residentes na zona urbana, ocorre sempre entre os meses de setembro e outubroCinthia Milanez

O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), de Piracicaba (SP), promove mais uma vez uma campanha de vacinação contra a raiva no município. A iniciativa é dividida em duas etapas. Entre os meses de abril e junho, são vacinados cães e ga-tos residentes na zona rural. Já nos me-ses de setembro e outubro, é a vez dos animais que vivem na zona urbana. De acordo com a coordenadora do Centro, Eliane de Carvalho Silva, a campanha possui um diferencial desde o ano de 2005. “Todos os anos realizamos a cam-panha na zona urbana e na zona rural. O diferencial é que, desde o ano de 2005, visitamos as propriedades rurais para aplicar a vacina. Adotando a estratégia de ir a cada residência, conseguimos au-mentar a cobertura vacinal”, explica.

Eliane acrescenta que o objetivo da iniciativa é controlar a incidência da do-ença em cães e gatos e, consequente-

mente, no ser humano. A estimativa para a campanha deste ano é vacinar 45.000 animais nas duas etapas. Por enquanto,

foram imunizados 2.554 bichinhos na zona rural, sendo 2.162 cães e 392 ga-tos. No ano passado, foram vacinados

12.134 animais nesta região do municí-pio. A coordenadora do Centro afirma que, na primeira etapa, duas equipes percorrem os bairros diariamente, visi-tando todas as casas. Para aqueles que vivem na zona rural, mas ainda não ti-veram a oportunidade de vacinar seus respectivos animais, basta levá-los até o canil municipal.

A coordenadora do Centro informa ainda que a ausência de um censo po-pulacional de cães e gatos em Piracicaba (SP) não dificulta o trabalho da institui-ção na realização de campanhas como essa. “A falta de censo canino e felino não dificulta nossa campanha, pois te-mos uma estimativa a seguir do Minis-tério da Saúde, que envia as doses da vacina. O Ministério da Saúde trabalha com a estimativa de um cão ou gato para cada sete habitantes. Se a cobertura for baixa, fazemos repasses para vacinar mais animais”, conclui.

A campanha de vacinação contra a raiva em Piracicaba (SP) termina no final do mês. Os residentes da zona rural do município, que ainda não tiveram a oportunidade de

vacinar seus respectivos bichinhos, podem levá-los até o canil municipal.

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Retrato Natural

Luciano Monferrari - observador de [email protected] | www.retratonatural.com.br

Mãe-da-lua: uma ave ou uma lenda?Conta uma famosa lenda boliviana que

na densa mata habitava a bela filha do ca-cique de certa tribo, enamorada por um jovem guerreiro da mesma tribo, a quem amava profundamente. Amava e era ama-da. Ao saber do romance, o pai da meni-na, enfurecido pelo ciúme, usou suas artes mágicas e tomou a decisão de acabar com o namoro da maneira mais trágica: matar o pretendente. Ao sentir o desapareci-mento de seu amado, a jovem índia en-trou na selva para procurá-lo. Enorme foi sua surpresa ao perceber o terrível fato. Em estado de choque, voltou para casa e ameaçou contar tudo à comunidade. O velho pai, furioso, a transformou em uma ave noturna para que ninguém soubesse do acontecido. Porém, a voz da menina passou à ave. Por isso, durante as noites, ela sempre chora a morte de seu amado com um canto triste e melancólico.

No Peru, mais especificamente na Amazônia peruana, o Nyctibius griseus é uma ave arraigada na mitologia dos povos indígenas, onde é conhecido como Ayay-mama, pois seu canto também lembra

uma criança exclamando “ai, ai, mama!”. A lenda peruana conta que um bebê foi abandonado por sua mãe na floresta para evitar que morresse por uma peste que já havia dizimado todo o povo. Ele então se transformou em uma ave, que lamenta por sua mãe todas as noites.

Há muita superstição em torno dessa ave. Algumas pessoas, por desconheci-mento acabam por rejeitá-la com medo de mau agouro ou má sorte. Infelizmente, por esse motivo, muitas solicitam o seu recolhimento pela Polícia Ambiental, que acaba depositando-a em centros de tria-gem.

A mãe-da-lua ou urutau, como tam-bém é conhecida, é uma ave que chama atenção pelo seu comportamento.

Durante o dia, fica paralisada no topo de um tronco, totalmente imóvel e, para os desavisados, passa totalmente desper-cebida pela sua camuflagem.

Mãe-da-lua (Nyctibius griseus) - Mede cerca de 37 centímetros de comprimento, 80 centímetros de envergadura e pesa en-tre 160 e 200 gramas (macho). De cor par-

do-cinzenta, mesclando vários tons destas cores com o branco e o preto (rajado, no popular). Possui uma adaptação única em aves, chamada de olho mágico. São duas fendas na pálpebra superior, as quais per-mitem que fique imóvel por longos perío-dos, observando os arredores, mesmo de olhos fechados.

O conjunto não inspira simpatia, mas surpresa e curiosidade. Uma enorme ca-beça, provida de uma boca de desmedido tamanho, abriga olhos arregalados de íris amarelo-limão.

Alimentação - Alimenta-se de insetos noturnos, em especial de grandes maripo-sas, cupins e besouros, os quais caça em voo.

Reprodução - Põe um ovo, em cavida-des de tocos ou galhos, a poucos metros acima do solo, incubando-o por 33 dias. O filhote permanece no ninho em torno de sete semanas.

Os ninhos são feitos no oco de um tronco, quase sempre no topo. Geralmen-te preferem árvores mortas, cujo cimo apodrecido e cavado aproveita para depor

um ou dois ovos.Hábitos - Comum em bordas de flores-

tas, campos com árvores e cerrados. Ainda que tenham o hábito de pousar em locais abertos, permanecem disfarçadas, sendo facilmente confundidas com um galho.

A maneira com que sabem disfarçar--se torna difícil encontrá-las na mata, daí a denominação indígena urutau (uirá-tau-i = pequeno pássaro fantasma).

Tem o hábito de cantar à noite. Seu canto é forte, longo e muito assustador, o que para muitos traz mau agouro, pois lembra mesmo um fantasma ou algo pa-recido.

Há quem julgue que tais imprecações apavorantes tenham por fim espantar as aves noturnas, especialmente corujas que espreitam os seus ninhos nas trevas.

Nas áreas urbanas, pousam durante a noite nos postes de energia aguardando insetos e mariposas se aproximarem, atra-ídos pela luz.

Distribuição geográfica - Presente em todo o Brasil. Encontrada também da Cos-ta Rica à Bolívia, Argentina e Uruguai.

Fotos: Luciano Monferrari

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