Sérgio Buarque de Holanda
RAÍZES DO BRASIL
Apresentação
Leonara Margotto Tartaglia
Nasceu em São Paulo em 1902 e faleceu em 1982.
Lecionou em várias escolas superiores e, em 1956 tornou-se
catedrático de Hsitória da Civilização Brasileira na Faculdade
de Filosofia da Universidade de São Paulo.
Outras obras: Cobra de vidro (1944);Caminhos e fronteiras
(1956); Visão do paraíso (1958); Livro dos prefácios (1996); O
espírito e a letra (1996).
O AUTOR
O livro Raízes do Brasil (1936) destaca-se no tempo entre
duas outras grandes obras: Casa Grande e Senzala (1933) e
Formação do Brasil Contemporâneo (1942).
Considerado de “escrita historiográfica e de modo de criação
ensaística e investigativa” .
Construído sobre uma “metodologia dos contrários, o autor
explora conceitos polares” .
CONTEXTUALIZAÇÃO
A visão de um determinado aspecto da realidade
histórica é obtida pelo enfoque simultâneo dos dois:
um suscita o outro, ambos se interpenetram e o
resultado possui uma grande força de
esclarecimento.
Beneficia-se do critério metodológico de Max Weber
alterando a pluralidade de tipos para focalizar em
pares.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Trata os pares de maneira dinâmica e sua interação
no processo histórico.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Capítulo I: Fronteiras da Europa – região
ibérica: Espanha e Portugal. Colonização da
América – diferenças resultantes dos dois
países.
Capítulo II – Trabalho & Aventura – tipologia
básica do livro: o trabalhador e o aventureiro.
Capítulo III – Herança rural – marca da vida
rural na formação da sociedade brasileira.
O LIVRO
Capítulo IV: O semeador e o ladrilhador – a
importância da cidade como instrumento de
dominação e da circunstância de ter sido fundada
nesse sentido.
Capítulo V – O homem cordial – características que
nos são próprias: relações familiares, de simpatia
em detrimento da impessoalidade do estado:
patrimonialismo e burocracia.
Capítulo VI – Novos tempos – consequências do que
foi explorado anteriormente: sociabilidade aparente,
individualismo, ausência do verdadeiro espírito
democrático.
O LIVRO
A tentativa de implantação da cultura européia em extenso
território é o fato dominante e mais rico em conseqüências nas
origens da sociedade brasileira. Influência na nossa formação.
O índice de valor de um homem infere-se da extensão em que
não precise depender dos demais, em que não necessite de
ninguém, em que se baste. Cada qual é filho de si mesmo, de
seu esforço próprio, de suas virtudes.
Os elementos anárquicos sempre frutificaram aqui facilmente.
As iniciativas, mesmo quando se quiseram construtivas, foram
continuamente no sentido de separar os homens, não de os
unir.
CAP. I - FRONTEIRAS DA EUROPA
Não tem sentido uma nostalgia de um passado
hipoteticamente mais ordenado. “as épocas realmente vivas
nunca foram tradicionalistas por deliberação.” (p. 33).
“A falta de coesão em nossa vida social não representa,
assim, um fenômeno moderno” . (p.33)
CAP. I - FRONTEIRAS DA EUROPA
Toda hierarquia nunca chegou a importar de fato entre nós.
Ela fundamenta-se, necessariamente, em privilégios. (p.35)
Nas nações ibéricas o princípio unificador foi sempre
representado pelos governos que nos tempos modernos,
encontrou uma das suas formas características nas ditaduras
militares.
CAP. I - FRONTEIRAS DA EUROPA
As teorias negadoras do livre-arbítrio foram sempre
encaradas com desconfiança e antipatia pelos espanhóis e
portugueses. Mérito e responsabilidade individuais tinham
pleno reconhecimento. (p. 37)
Ócio ao negócio – ideal: vida de grande senhor, exclusiva de
qualquer esforço ou preocupação.
CAP. I - FRONTEIRAS DA EUROPA
“Moral do trabalho” – a vontade de mandar e a disposição para
cumprir ordens são igualmente peculiares: ditadura, o Santo
Ofício, anarquia e desordem. Jesuítas.
Nem o contato e a mistura com raças indígenas ou adventícias
fizeram-nos tão diferentes dos nossos avós de além-mar como
às vezes gostaríamos.
CAP. I - FRONTEIRAS DA EUROPA
A exploração dos trópicos não se processou por um
empreendimento metódico e racional – emanou de uma
vontade construtora e enérgica: fez-se antes com desleixo e
certo abandono.
Homem aventureiro – o ponto de chegada, o final são
relevantes. Seu ideal é colher o fruto sem plantar a árvore. (p.
44)
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
Homem trabalhador – enxerga primeiro a dificuldade a
vencer, não o triunfo a alcançar. Seu campo visual é
naturalmente restrito. (p. 44)
Não há uma oposição entre os dois tipos. Esses dois conceitos
ajudam a situar e a melhor ordenar nosso conhecimento dos
homens e dos conjuntos sociais. (p. 45)
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
O gosto da aventura teve influência decisiva em nossa vida
nacional. Foi o elemento orquestrador por excelência
favoreceu a mobilidade social, estimulou os homens a
enfrentar resistências da natureza e criou-lhes as condições
adequadas para as conquistas.
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
Não foi uma civilização tipicamente agrícola o que os
portugueses instauraram aqui. (p. 49)
“O princípio que, desde os tempos mais remotos da
colonização, norteara a criação da riqueza no país, não
cessou de valer um só momento para a produção agrária.
Todos queriam extrair do solo excessivos benefícios sem
grandes sacrifícios” . (p. 52)
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
Havia a ausência completa, entre eles, de qualquer orgulho de
raça. Essa modalidade de seu caráter explica-se muito pelo
fato de serem os portugueses, em parte, um povo de
mestiços, por ostentarem um contingente maior de sangue
negro. (p. 53)
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
a tendência da população pendia para um abandono de todas
as barreiras sociais, políticas e econômicas entre brancos e
homens de cor, livres e escravos. (p. 54-55)
A desonra (labéu) era mais associada aos trabalhos vis a que
obrigava a escravidão e que não infamava apenas quem os
praticava, mas igualmente seus descendentes. (p. 55-56)
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
Pernambuco com a entrada dos holandeses distinguia-se do
restante do país com palácios, parques, institutos científicos
e culturais, organismos políticos e administrativos, a sede do
governo. (p. 63)
Estimulava, mesmo que de modo prematuro, a divisão entre o
engenho e a cidade. (p. 63-64)
CAP. II - TRABALHO & AVENTURA
Toda a estrutura de nossa sociedade colonial teve sua base
fora dos meios urbanos. Se não foi uma civilização agrícola o
que os portugueses instauraram no Brasil, foi, sem dúvida,
uma civilização de raízes rurais.
Monarquia – fazendeiros e suas famílias controlavam a
política e a estabilidade das instituições.
CAP. III - HERANÇA RURAL
1851 – 1855 – diversas reformas o que levou à liquidação
mais ou menos rápida de nossa velha herança rural e
colonial (fim do comércio escravo). (p. 74)
extinção de um comércio que constituíra a origem de algumas
das maiores fortunas brasileiras do tempo deveria deixar em
disponibilidade os capitais até então comprometidos na
importação de negros. (p. 76)
CAP. III - HERANÇA RURAL
Das cinzas do tráfico negreiro iria surgir uma era de aparato
sem precedentes em nossa história comercial (p. 77).
A ânsia de enriquecimento, favorecida pelas excessivas
facilidades de crédito, contaminou logo todas as classes e foi
uma das características notáveis desse período de
“prosperidade” . (p. 77)
CAP. III - HERANÇA RURAL
Evidenciavam-se dois mundos distintos que se hostilizavam: o
racional ao tradicional, o cosmopolita ao regional ou
paroquial (p. 78).
A instabilidade das novas fortunas, vinha dar boas razões a
esses nostálgicos do Brasil rural e patriarcal.
1864 – Lei 22/08/1860 – arrocho no crédito. Crise comercial
de 1864.
CAP. III - HERANÇA RURAL
Força da família patriarcal - um indivíduo filiado a
determinado partido político assumiu compromissos que não
pode romper pertence a um círculo de idéias que a ascensão
da burguesia urbana tenderia a depreciar cada vez mais.
as facções são constituídas à semelhança das famílias de
estilo patriarcal, onde os vínculos biológicos e afetivos hão de
preponderar sobre as demais considerações. Os membros se
acham associados por sentimentos e deveres, nunca por
interesses e idéias. (p. 79-80)
CAP. III - HERANÇA RURAL
O engenho constituía um organismo completo e, que tanto
possível, se bastava a si mesmo. (p. 80).
O grupo familiar mantém-se imune de qualquer restrição ou
abalo. A entidade privada precede sempre, neles a entidade
pública. O princípio da autoridade é indisputável.
Predominavam, em toda vida social, sentimentos próprios à
comunidade doméstica, naturalmente particularista e
antipolítica, uma invasão do público pelo privado, do Estado
pela família. (p. 81-82)
CAP. III - HERANÇA RURAL
Com o declínio da velha lavoura e a quase concomitante
ascensão dos centros urbanos, os senhores rurais principiam
a perder sua posição privilegiada. Outras ocupações
reclamam agora igual eminência, ocupações citadinas, como
a atividade política, a burocracia, as profissões liberais.
CAP. III - HERANÇA RURAL
O trabalho mental, que não suja as mãos e não fatiga o corpo,
pode constituir ocupação de antigos senhores de escravos e
dos seus herdeiros. Amor à frase sonora, à erudição
ostentosa. Inteligência há de ser ornamento, não instrumento
de conhecimento e de ação. (p. 84)
CAP. III - HERANÇA RURAL
Com o crescimento dos núcleos urbanos, o processo de
absorção das populações rurais encontra aqui menores
resistências do que nos países europeus.
Ao menos em sua etapa inicial, esse processo correspondeu a
um desenvolvimento da situação de dependência em que se
achavam as cidades em face dos domínios agrários. Na
ausência de uma burguesia urbana independente, os
candidatos às funções criadas recrutam-se entre indivíduos
da massa dos antigos senhores rurais, portadores de
mentalidade e tendência dessa classe. (p. 86-87)
CAP. III - HERANÇA RURAL
Ainda durante a segunda metade do século XVIII persistia
bem nítido tudo o que caracteriza a nossa vida colonial desde
os seus primeiros tempos.
O predomínio esmagador do ruralismo, foi antes um
fenômeno típico do esforço dos nossos colonizadores do que
uma imposição do meio. (p. 90-91)
CAP. III - HERANÇA RURAL
Para muitas nações conquistadoras, a construção de cidades
foi o mais decisivo instrumento de dominação que
conheceram. A experiência tem demonstrado que este
recurso, entre todos, é o mais duradouro e eficiente.
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
A colonização espanhola caracterizou-se pelo que faltou à
portuguesa: aplicação insistente em assegurar o predomínio
militar, econômico e político da metrópole sobre as terras
conquistadas, mediante a criação de grandes núcleos de
povoação estáveis e bem ordenados. (p. 95)
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
A colonização portuguesa foi litorânea e tropical; a
castelhana foge deliberadamente da marinha, preferindo as
terras do interior e os planaltos. Só em caso de haver bons
portos é que se poderiam instalar povoações novas ao longo
da orla marítima e somente aquelas indispensáveis para se
facilitar a entrada, o comércio e a defesa da terra.
Já os portugueses criavam todas as dificuldades às entradas
adentro, receosos de que com isso se despovoasse a marinha.
(p. 100)
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
No terceiro séc. do domínio português é que temos um afluxo
maior de emigrantes para além da faixa litorânea, com o
descobrimento do ouro das Gerais.
O descobrimento das minas, sobretudo de diamantes foi o
que determinou finalmente Portugal a pôr um pouco mais de
ordem em sua colônia com o objetivo de desfrutarem, sem
maior trabalho, dos benefícios. Para tal se utilizou a tirania.
(p. 102)
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
No Brasil, a exploração litorânea praticada pelos portugueses
encontrou mais uma facilidade no fato de se achar a costa
habitada de uma única família de indígenas, que de norte a
sul falava um mesmo idioma. (p. 105)
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
A obra realizada no Brasil pelos portugueses teve um caráter
mais acentuado de feitorização do que de colonização. Não
convinha que aqui se fizessem grande obras, ao menos
quando não produzissem imediatos benefícios. Nada que
acarretasse maiores despesas ou resultasse em prejuízo para
a metrópole.
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
Foi admitida aqui a livre entrada de estrangeiros que se
dispusessem a vir trabalhar.
A cidade que os portugueses construíram na América não é
planejada, não chega a contradizer o quadro da natureza, e
seu formato se adequam à paisagem.
A expansão dos portugueses no mundo representou sobretudo
obra de prudência, de juízo discreto.
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
Como corporação, a Igreja podia ser aliada a até cúmplice fiel
do poder civil ; como indivíduos, porém, os religiosos lhe
foram constantemente contrários. As constantes intromissões
das autoridades nas coisas da igreja tendiam a provocar no
clero uma atitude de latente revolta contra as administrações.
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
Os maus padres nunca representaram exceções em nosso
meio colonial. E os que pretendessem reagir contra o
relaxamento geral dificilmente encontrariam meios para
tanto.
CAP. IV O SEMEADOR E O LADRILHADOR
O Estado não é uma ampliação do círculo familiar nem uma
integração de certos agrupamentos, de certas vontades
particulares, de que a família é o melhor exemplo. Entre o
círculo familiar e o Estado existe uma descontinuidade e até
uma oposição. Pertencem a ordens diferentes em essência.
(p. 141)
CAP. V – O HOMEM CORDIAL
o moderno sistema industrial que suprimiu a atmosfera de
intimidade que reinava entre empregadores e empregados e
estimou os antagonismos de classe. Para o empregador
moderno o empregado transforma-se em simples número: a
relação humana desapareceu. (p. 142)
CAP. V – O HOMEM CORDIAL
No Brasil, onde imperou o tipo primitivo de família patriarcal,
o desenvolvimento da urbanização ia acarretar um
desequilíbrio social, cujos efeitos permanecem.
Aqueles que foram formados por tal ambiente familiar
patriarcal tinham dificuldade de compreender a diferenças
entre o público e o privado. (p. 145)
CAP. V – O HOMEM CORDIAL
Para o funcionário “patrimonial” a gestão política se
apresenta como assunto de interesse particular, o que não
deveria acontecer no verdadeiro Estado burocrático. Neste
velho estado de coisas, a escolha das pessoas para exercer
função pública se dá mediante confiança pessoal e não
segundo critérios de capacidade. (p. 146)
CAP. V – O HOMEM CORDIAL
O homem cordial – superficial, intimista, familiar, sem coesão
social, avesso ao ritual, pouco polido, não suporta viver
consigo, “vive nos outros” .
CAP. V – O HOMEM CORDIAL
Nossa conduta denuncia um apego singular aos valores da
personalidade configurada pelo recinto doméstico. Cada
indivíduo afirma-se ante os seus semelhantes indiferente à lei
geral, onde esta lei contrarie suas afinidades emotivas.
Só raramente nos aplicamos de corpo e alma a um objeto
exterior a nós mesmos. (p. 155)
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
No trabalho não buscamos senão a própria satisfação, ele
tem o seu fim em nós mesmos e não na obra.
Prestígio das profissões liberais. No vício do bacharelismo
ostenta-se nossa tendência para exaltar a personalidade
individual como valor próprio. (p. 155-157)
P. 156 – “O funcionário...” – 2º parágrafo.
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
O sucesso do positivismo entre nós explica-se por esse
repouso que permite ao espírito as definições do sistema de
Comte.
O liberalismo democrático jamais se naturalizou entre nós. Só
assimilamos esses princípios até onde coincidiram com a
negação de autoridade confirmando nosso horror às
hierarquias e permitindo tratar com familiaridade os
governantes. (p. 158-159)
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
A democracia entre nós sempre foi um mal entendido.
Aristocracia rural e semifeudal importou-a e tratou de
acomodá-la aos seus direitos e privilégios.
Os movimentos aparentemente reformadores no Brasil
partiram, quase sempre, de cima para baixo, quase sempre de
surpresa. O povo recebeu-os com displicência ou hostilidade.
Não emanavam de uma maturidade plena do povo que ficou
indiferente a tudo. (p. 160)
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
1808 – vinda da família real portuguesa. Começou a
patentear-se a distância entre o elemento “consciente” e a
massa brasileira. Transição do convívio no campo para as
cidades provavelmente estimulou crise em nossos homens.
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
Quanta inútil retórica se tem esperdiçado para provar que
todos os nossos males ficariam resolvidos se estivessem
amplamente difundidas as escolas primárias e o
conhecimento do ABC. A simples alfabetização em massa não
constitui talvez um benefício sem par. Desacompanhada de
outros elementos fundamentais da educação, que a
completem, não tem nenhum valor. (p. 165-166)
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
Nossa República foi além do Império. Neste, o principio do
Poder Moderador corrompeu-se bem cedo, graças à
inexperiência do povo, servindo de base para nossa
monarquia tutelar, compreensível onde dominava um sistema
agrário patriarcal. A divisão política em dois partidos, menos
representativos de idéias do que de pessoas e famílias,
satisfazia nossa necessidade fundamental de solidariedade e
luta. O Parlamento tinha uma função a cumprir dentro do
quadro da vida nacional, dando a imagem visível dessa
solidariedade e luta.(p. 167)
CAP. VI – NOVOS TEMPOS
Abolição, Proclamação da República e outros acontecimentos
estabelecem uma revolução lenta, sem grande alarde.
Novo sistema com centro de gravidade não mais nos domínios
rurais e sim nos centros urbanos; cai também entre nós a
influência dos portugueses.
Definhamento das condições que estimularam a formação de
uma aristocracia rural poderosa.
CAP. VII – NOSSA REVOLUÇÃO
O domínio agrário deixa, aos poucos, de ser uma baronia,
para se aproximar, em muitos dos seus aspectos, de um
centro de exploração industrial. (p. 175)
P. 178 – 2º parágrafo.
O racionalismo excedeu os seus limites somente quando, ao
erigir em regra suprema os conceitos assim arquitetados,
separou-os irremediavelmente da vida e criou com eles um
sistema lógico, homogêneo, a-histórico. (179)
CAP. VII – NOSSA REVOLUÇÃO
P. 180 – revolução. Velha ordem colonial e patriarcal.
P. 181 – “A sociedade foi mal formada...”.
CAP. VII – NOSSA REVOLUÇÃO
As constituições feitas para não serem cumpridas, as leis
existentes para serem violadas, tudo em proveito de
indivíduos e oligarquias, são fenômeno corrente em toda a
história da América do Sul. É em vão que os políticos
imaginam interessar-se mais pelos princípios do que pelos
homens: seus próprios atos representam o desmentido
flagrante dessa pretensão. (p. 182)
CAP. VII – NOSSA REVOLUÇÃO
É frequente imaginarmos prezar os princípios democráticos e
liberais quando, em realidade, lutamos por um personalismo
ou contra outro. (p. 184)
Não faltam exemplos de ditadores que realizam atos de
autoridade perfeitamente arbirtrários e julgam, sem embargo,
fazer obra democrática. (p. 186)
CAP. VII – NOSSA REVOLUÇÃO
O Estado, criatura espiritual, opõe-se à ordem natural e a
transcende. (p. 188)
CAP. VII – NOSSA REVOLUÇÃO
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil . 26ed. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
REFERÊNCIA