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SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DO CONFINAMENTO
BOVINO DE CORTE: ESTUDO REALIZADO NO MUNICÍPIO DE
ROLIM DE MOURA-RO1
Jaqueline Cristina de Jesus2
RESUMO:O confinamento bovino de corte é uma técnica relativamente nova no Brasil e que possibilita
ganhos em produtividade muito maior que a técnica tradicional de engorda a pasto, pois o confinamento permite
engordar o animal em menos tempo e realizar dois ciclos de engorda em apenas um ano. A presente pesquisa
teve como objetivo geral analisar a sustentabilidade econômica da terminação em confinamento de bovino de
corte no município de Rolim de Moura – Rondônia. Pesquisa descritiva e exploratória, método indutivo e
abordagem qualitativo-quantitativo. Os instrumentos de coleta de dados utilizados foram à pesquisa
bibliográfica, pesquisa documental, observação direta objetiva e entrevista realizada como supervisor e o
assistente técnico do confinamento.Com o estudo foi possível encontrar os principais custos que envolvem um
confinamento e através da análise documental levantar todos os dados necessários para calcular os índices de
sustentabilidade econômica de um sistema de confinamento bovino de corte. Através da análise dos custos totais,
receita bruta, margem bruta, lucro operacional, payback, TIR e VPL foi possível verificar que o confinamento é
economicamente sustentável e é um projeto viável, desde que seja gerido por profissionais qualificados e
equipados com produtos e técnicas de boa qualidade, por esse motivo o confinamento não é um projeto de baixo
custo mas pode proporcionar uma boa lucratividade. Sugere-se que o confinamento tenha um cuidado maior com
a compra dos animais, pois no primeiro giro o quantitativo ficou abaixo da capacidade estática do confinamento
e com isso o resultado final foi afetado negativamente.
PALAVRAS-CHAVE: Confinamento Bovino.Viabilidade Econômica e Financeira. Indicadores
econômicos.
INTRODUÇÃO
A criação de bovinos para corte no Brasil é uma atividade de suma importância, pois
o país detém o maior rebanho comercial e a segunda maior produção de carne bovina do
mundo, e seu potencial de exportação vem aumentando consideravelmente nos últimos anos.
O sistema de confinamento foi criado para ajudar a manter o nível de carne no mercado em
períodos de escassez.
O confinamento de bovinos de corte é caracterizado como um sistema intensivo de
1Artigo apresentado a Fundação Universidade Federal de Rondônia Câmpus Professor Francisco Gonçalves
Quiles como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Administração sob a orientação da Profª
Simone Marçal Quintino. 2Acadêmica do 8 período do curso de Administração: E-mail: [email protected]
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produção, com o objetivo de produzir carne com uma melhor qualidade e em quantidade
superior ao sistema tradicional. Visando o avanço em produtividade e competitividade na
produção de bovinos o confinamento tem se tornado uma técnica alternativa de produção,
alcançando ganhos expressivos e incorporando mais pecuaristas interessados em
desenvolvimento e novas tecnologias.
O presente trabalho tem como finalidade mostrar a importância do confinamento na
produção agropecuária, através de pesquisas com informações sobre sua forma de criação,
suas vantagens e capacidade de retorno, e principalmente avaliar e analisar a sustentabilidade
econômica de um confinamento na prática, pois se trata de um empreendimento que necessita
de um bom investimento e acompanhamento constante para conseguir o retorno esperado.
A pecuária movimenta e alimenta uma grande parte da economia brasileira. De
acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – ABIEC (2013),
no ano de 2010 o Brasil já era um dos maiores produtores e exportadores de carne bovina do
mundo e o estado de Rondônia estava em 10° lugar do ranking com 5,5 % na distribuição do
rebanho bovino no país. E ainda, em 2012 o Brasil alcançou um total de 40,4 milhões de
cabeças abatidas, sendo destas 4,08 milhões de cabeças (cerca de 10%) oriundas de
confinamentos.
A sustentabilidade econômica de confinamento de bovino para Medeiros (2013)
pode apresentar diversos resultados que dependem da situação de algumas variáveis que
compõem os custos e as receitas. Dentre essas variáveis pode-se destacar o preço de venda
dos animais terminados, o preço de aquisição do boi e a taxa de juros. O preço é um fator
determinante para obtenção de ganhos, principalmente neste caso, pois o mercado bovino
apresenta grandes flutuações nos preços de compra e venda, impactando assim diretamente no
resultado.
O confinamento em estudo tem capacidade para 8 mil bovinos por giro, como no ano
são dois giros a capacidade total é de 16 mil animais. Ele tem por finalidade suprir a falta de
animais para abate em frigoríficos da região, sendo que somente na cidade de Rolim de
Moura existem três frigoríficos. Diante do exposto, o estudou buscou responder ao seguinte
questionamento: o sistema de confinamento de bovinos de corte da empresa em estudo
localizada no município de Rolim de Moura é economicamente viável?
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O objetivo geral desta pesquisa foi analisar a sustentabilidade econômica da
terminação em confinamento de bovino de corte no município de Rolim de Moura –
Rondônia, tendo como objetivos específicos: realizar o inventário de todos os materiais,
equipamentos e instalações necessários para o desenvolvimento da atividade de um
confinamento bovino de corte, levantar e calcular os indicadores econômicos para o estudo,
identificar os componentes mais onerosos em um sistema de confinamento de gado de corte,
verificar os custos de produção envolvidos no sistema de confinamento da empresa em estudo
e por fim utilizar as ferramentas gerenciais financeiras VPL, TIR e Payback para realizar a
análise de viabilidade do confinamento.
A pecuária no Brasil tem uma grande importância para economia. Por esse motivo
existem diversas técnicas que estão sendo desenvolvidas para ajudar e melhorar a criação de
bovino. O confinamento é uma dessas técnicas, que vem crescendo e ganhando força entre os
grandes produtores que tem a possibilidade de investir em desenvolvimento. O mercado traz a
necessidade de adequação em todos os ramos de atividades, inclusive na pecuária, onde a
gestão e a tecnologia precisam andar juntas.
O Brasil se tornou um grande exportador de carne bovina, conforme dados
levantados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2013), no último
trimestre de 2013 o país alcançou o recorde de produção e exportação de carne bovina. Esse
mercado está ficando mais atrativo, e consequentemente os investimentos e pesquisas voltados
para essa área aumentam, com a finalidade de fazer com que os ganhos sejam maiores e os
custos mínimos, mas sem deixar de lado a qualidade do produto, que é um fator determinante
na hora da venda, pois os consumidores estão mais exigentes e conscientes de que eles têm
todo poder de decidir qual o melhor produto para o seu consumo.
Para manter o mercado de venda da carne bovina, tanto interna quanto externa, é
importante que o abastecimento não seja afetado. O Brasil não pode continuar tendo a oferta
de carne bovina concentrada somente nos períodos de safra. Esta é uma situação que sempre
ocorreu principalmente pela falta de chuva em algumas épocas do ano. Levando em
consideração essa situação um programa de engorda de bovinos para abate na entressafra
torna-se uma solução.
Com o aumento desse mercado nos últimos anos, a importância deste estudo será de
grande relevância, pois trará informações sobre a criação de boi em confinamento, que é uma
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das maneiras utilizadas para intensificar a produção de carne, é uma técnica que se aplicada
corretamente aumenta a produtividade e diminui o tempo de engorda do animal. Polaquini,
Souza e Gebara (2006) afirmam que os avanços tecnológicos revolucionaram a criação de
bovinos de corte no Brasil, aumentando significativamente a quantidade de animais
confinados e através da elevação do número de abates na safra e entressafra maximizarem os
lucros. O estudo referente ao confinamento na cidade de Rolim de Moura é relevante pelo fato
de ter uma grande concentração de frigoríficos tanto na cidade quanto na região, e por isso
torna-se necessário sempre manter a oferta de boi no mercado, mesmo na época da seca.
A principal contribuição do estudo sobre o confinamento de bovinos é para manter
sempre atualizado as pessoas em geral sobre novas técnicas que surgem para aumentar a
eficiência e a rentabilidade de produção, que no caso em questão refere-se à agropecuária.
Além disso, procura mostrar a importância de uma análise da sustentabilidade econômica na
implantação e no desenvolvimento de um projeto como o de um confinamento, ao qual
demanda um investimento consideravelmente grande, sem saber ao certo qual será o real
retorno e se o projeto é realmente viável.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A fundamentação teórica terá como ponto de partida a finalidade de conceituar
confinamento bovino, bem como suas vantagens e desvantagens. Abordará ainda sobreo
sistema de confinamento bovino e a sustentabilidade e sua relação com a agropecuária
brasileirae rondoniense. E para analisar a sustentabilidade econômica de confinamento será
destacado os conceitos tais como: custos diretos e indiretos, receita bruta, margem bruta, lucro
operacional e os indicadores financeiros: Payback, Valor Presente Líquido e Taxa Interna de
Retorno.
1.1CONFINAMENTO BOVINO
Wedekin, Bueno e Amaral (1991) destacam que o confinamento bovino para corte no
Brasil passou a ter uma expressão significativa a partir de 1980, com um processo de engorda
intensiva de bois. Essa prática serviu como uma alternativa para não diminuir a oferta de
bovinos para abate nos meses de escassez do produto no mercado e para aumentar os ganhos
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de pecuaristas, através de uma melhor possibilidade de capitalização ditadas pelos preços
mais atrativos no período de escassez.
Lima (1994, p. 5) fala sobre o alcance econômico do confinamento:
O animal, nas condições normais de engorda em pasto, leva em torno de 4 anos e
meio para chegar ao peso de abate. Nas regiões secas, esse período pode alcançar até
5 anos e meio. A engorda a pasto, via de regra, ainda é a forma mais econômica de
se produzir carne bovina. Contudo, nas regiões onde existe alta disponibilidade de
grãos e/ou resíduas industriais e, concomitantemente, que dispõem de um mercado
que premia com maior preço a carne de melhor qualidade, a engorda sob
confinamento pode tornar-se uma prática de grande alcance econômico. O
confinamento é a forma de se produzir carne intensivamente em termos de área -
6m2/animal - pois, o princípio desse sistema é evitar o dispêndio de energia na
locomoção. Naturalmente, outros fatores são de capital importância para análise do
pecuarista, como giro mais rápido do capital, menor despesa com juros, maior
disponibilidade de pastagem para os animais de cria e maior desfrute do rebanho,
entre outros.
O confinamento possui a capacidade de fazer com que a engorda e
consequentemente a venda do animal seja mais rápida, fazendo que com isso ocorra um giro
maior de animais confinados e aumento na capacidade produtiva do produtor.
Sainz e Farjalla (2009), tratando de tecnificação trazem o confinamento como sendo
uma ferramenta de incremento de produtividade. Existem no Brasil mais de 1.500
propriedades que utilizam dessa prática. Na maior parte dos casos o confinamento é
estratégico, porém existem confinamentos muito grandes, com capacidade acima de 20 mil
animais.
Prado (2004) define confinamento como uma forma de criação de bovinos em que
lotes de animais são encerrados em piquetes ou currais com áreas restritas, sendo que os
alimentos e a água são fornecidos aos animais no cocho. O confinamento é mais propriamente
utilizado para a terminação de bois, que é a fase da produção que imediatamente antecede o
abate do animal. A qualidade do produto produzido no confinamento é assim dependente das
outras fases da produção. A terminação em confinamento depende de algumas condições
básicas para funcionar. É necessário que ocorra a utilização de alimentos em quantidades
corretas e de qualidade; os animais escolhidos deverão ser de boa qualidade, pois a adoção de
alto nível nutricional para animais que não respondem geneticamente coloca em risco o
sucesso da operação, e deverão ter ainda potencial de ganho e peso; é necessária uma
infraestrutura adequada; e principalmente, um bom gerenciamento para possibilitar melhores
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condições de planejamento e controle das atividades.
Conforme Thiago e Costa (1994), o confinamento pode ser utilizado para manter na
época da seca, ganhos de peso igual ou superior aos obtidos na época das chuvas. Para tanto, é
necessário oferecer aos animais uma alimentação mais equilibrada do que aquela que o animal
obtém no pasto. No caso do Brasil, por se tratar de um país com grande extensão de terras, um
capital disponível e poder aquisitivo relativamente baixo, aparentemente é mais lógico
confinar visando a época da entressafra. A nutrição do animal para Nogueira (2006) merece
uma atenção especial, pois o maior custo de um confinamento é o próprio animal, contudo, o
segundo maior custo é com a alimentação. Todo o processo pode ser prejudicado se o cuidado
e a atenção com a alimentação não ocorrer de forma a satisfazer as necessidades diárias de
consumo do animal. De acordo comAraújo (2005), é formulado uma dieta volumosa
composta por: capins verdes, silagens, fenos e palhadas; e uma dieta concentrada composta
por: torta de algodão, soja, milho, triguilo e farelo de arroz. Na dieta são incluídos também
sais minerais e sal comum.
Como a alimentação é consideravelmente importante no sistema de confinar bovinos,
Cardoso (2000) enfatiza a importância da localização do confinamento em uma região ou área
onde tenha disponível com fartura insumos, principalmente quando o proprietário depende da
aquisição de alimentos de terceiros. Além disso, a localização deve ser em um local onde
exista facilidade para aquisição e venda dos animais.
Quadros (2005), diz que o projeto global para o confinamento bovino deve incluir:
a) centro de manejo dos animais (brete, apartador, balança etc.);
b) área para produção de alimentos (plantio de milho, sorgo, capineiras, etc.);
c) silos e ou salas de feno;
d) área para preparo dos alimentos (galpão com triturador, misturador, balança,
picadeiras, etc.);
e) galpão para máquinas e implementos (trator, carreta, vagão forrageiro, etc.);
f) currais de engorda;
g) para coleta de esterco;
h) estruturas de conservação do solo e da água (curvas de nível, terraços, etc.),
visando a conservação da área e o controle da poluição.
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Todos esses requisitos devem ser levados em consideração, pois se trata de um
projeto que necessitará de um grande investimento para obter os resultados esperados.
1.2VANTAGENSE DESVANTAGENS DA TÉCNICA DO CONFINAMENTO BOVINO
O sistema de confinamento de bovinos como mostra Luchiari Filho (2000), possui
várias vantagens, tais como: a redução da idade de abate dos animais; produção de carne de
melhor qualidade, retorno do capital investido em curto prazo; descanso das áreas de
pastagem durante a seca; elevada produção de esterco; melhor rendimento da carcaça, entre
outras. A terminação de bovinos em confinamento melhora a qualidade e aumenta a
quantidade de marmoreio da carne em relação à criação de animais criados em pastagens
comuns. Cardoso (1991, p.1) entende que
O confinamento de bovinos por proprietários de rebanhos ou fazendeiros traz
consigo as seguintes vantagens: aumento da eficiência produtiva do rebanho, por
meio da redução na idade de abate e melhor aproveitamento do animal produzido e
capital investido nas fases anteriores (cria-recria); uso do gado como mercado para
alimentos e subprodutos da propriedade; (uso da forragem excedente de verão e
liberação de áreas de pastagens para outras categorias durante o período de
confinamento; uso mais eficiente de mão-de-obra, maquinários e insumos; e
flexibilidade de produção se os preços não forem compensadores, pode optar por
não confinar). No Brasil, o confinamento é como regra conduzida durante a época
seca do ano, ou seja, durante o período de entressafra da produção de carne. Os
animais são comercializados no pico da entressafra quando então tendem a alcançar
melhores preços.
Para aumentar ainda mais os ganhos é importante acrescentar no confinamento toda e
qualquer tipo de tecnologia disponível, visando sempre uma melhor obtenção de resultados.
Sob o aspecto econômico, Lopes e Magalhães (2005), ressaltam que com o
confinamento é possível tratar um grande número de animais com bom ganho de peso,
agregando assim valores com baixo custo de mão de obra. Outro ponto a ser destacado é que a
diminuição da idade para abate melhora a qualidade da carne, mas não melhora a
remuneração adicional pela qualidade de produção.
Outra vantagem do confinamento destacada por Silva Filho (2008) é referente à
possibilidade de realizar duas rodadas de animais confinados, pois se pode engordar um lote
no período de maio a julho e em seguida outro lote entre agosto e outubro. Mas além dessas
inúmeras vantagens essa prática possui o custo de produção mais elevado do que a engorda a
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pasto, devido ao alto custo de aquisição de máquinas, mão de obra específica, custo de
alimentação e instalação, em contrapartida se o sistema estiver funcionando de forma correta
o ganho de peso diário dos animais será bem superior ao método tradicional.
O quadro 1, baseado em Thiago e Costa (1994) apresenta alguns fatores importantes
a serem considerados para que seja possível alcançar o sucesso desejado no confinamento:
Quadro 1:Fatores importantes para alcançar sucesso em um confinamento. Custos das instalações Devem ser simples, porém eficientes e práticas.
Preço dos animais
A maior parte dos gastos operacionais de um
confinamento está relacionada com a compra dos
bois, portanto pequena diferença no preço de compra
pode determinar grande redução nos custos do
empreendimento.
Custo da alimentação
Deve ser cuidadosamente planejada, pois gera grande
impacto nos custos do projeto.
Desempenho dos animais
O potencial genético do animal é o principal fator
determinante do peso.
Fonte: Thiago e Costa (1994) adaptado pela autora.
Para ter sucesso na criação de bovinos em confinamento Silva Filho (2008) salienta a
importância que os preços do mercado exercem nos resultados, por esse motivo é preciso
monitorar e procurar minimizar os custos de produção, ficar atento às mudanças que ocorrem
no mercado e trabalhar com o objetivo de um aumento da produção em quilos de peso vivo
por hectare.
Contudo, conforme mostra Cruz (1997) existem algumas desvantagens no uso desta
técnica, tais como: a carne produzida em confinamento tem o custo mais elevado do que
aquela produzida em pasto; instalações de custo mais elevado; produção e estoque baixo de
grãos no país e exige acompanhamento técnico especializado. No confinamento, como em
todos os projetos existem riscos que precisam ser avaliados, e para tanto é necessário o
acompanhamento de profissionais qualificados, para assim diminuir os riscos e obter uma
maximização dos lucros ou minimização dos custos.
1.3 SISTEMA DE CONFINAMENTO BOVINO E A SUSTENTABILIDADE
Barreto e Silva (2009) afirmam que a criação de pastos para a pecuária foi
responsável pela maior parte do desmatamento na Amazônia, e a maioria desse desmatamento
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tem acontecido de forma irregular. Por esse motivo, esse setor tem sido alvo de fiscalização e
campanhas ambientalistas. O Ministério Público Federal juntamente com o IBAMA iniciaram
ações contra fazendas, frigoríficos e confinamentos a fim de evitar a comercialização de gado
oriundo de terras desmatadas ilegalmente. Para comprar ou vender gado é necessário fazer
uma consulta onde mostra e comprova que o gado não é oriundo de terras cadastradas no
Black list do IBAMA nem está inserida na lista de trabalho escravo do Ministério do
Trabalho. Os frigoríficos e confinamentos também se comprometeram, a partir de janeiro de
2010, a só comprar gado de fornecedores que apresentarem o comprovante de solicitação do
Cadastro Ambiental Rural (CAR). A prática de confinar colabora com o fator ambiental, pois
ocorre um processo de racionalização do uso de solo, que evita o desmatamento de grandes
áreas para a formação de pastagens.
A importância de se preservar os recursos naturais para Rodrigues e Marietto (2010)
deve ser percebida pelas organizações, pois junto com a evolução sofrida nos últimos anos, a
degradação do meio ambiente mostrou-se presente e agressiva. A empregabilidade de práticas
socioambientais responsáveis e novas tecnologias ecológicas são fundamentais para preservar
o meio ambiente. A busca pelo desenvolvimento sustentável é vista como um estímulo para
um novo processo de evolução das organizações.
Lanna (2013) apresenta que nas últimas décadas o número de animais confinados
aumentou quatro vezes, mas infelizmente esse aumento acarreta em um grande acúmulo de
dejetos, nutrientes e gases que contribuem para o efeito estufa. Práticas sustentáveis de
manejo, tratamento e reciclagem dos nutrientes dos dejetos ainda são pouco utilizadas por
confinadores.
A preocupação com o meio ambiente tem sido crescente, e segundo Ribeiro et
al.(2007), os resíduos são geralmente utilizados e depositados de forma inadequada. Mas já
existem diversas soluções para esse problema, como mostra Manso e Ferreira (2010), os
resíduos podem ser aproveitados como fertilizantes, a propriedade pode implantar uma lagoa
anaeróbia que é aquela em que não há oxigênio livre na massa líquida, ou uma lagoa
facultativa, que depuram o esgoto através de fermentação anaeróbia.
Um estudo realizado pela Associação dos Criadores de Gado do Mato Grosso
(ACRIMAT, 2010), aponta que no sistema extensivo seriam produzidos 15 quilos de CO2 por
12
quilo de carne produzida, enquanto no confinamento, a produção de dióxido de carbono cai
para 5 quilos por quilo de carne produzida. Portanto, a poluição causada pelo sistema de
confinamento é inferior ao sistema habitual.
1.4CONFINAMENTO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA BRASILEIRA
Para entender melhor a evolução da pecuária no Brasil, o levantamento feito pelo
IBGE em dezembro de 2013, mostra as reais evoluções nos números dos últimos trimestres.
Segundo o levantamento no 3° trimestre de 2013 o Brasil atingiu pela segunda vez
consecutiva o recorde de cabeças abatidas, com um volume total de 8.913 milhões de abate. O
3° trimestre de 2013 também foi o oitavo trimestre consecutivo que apresentou altas na
quantidade de cabeças abatidas, o que faz com que se confirme o bom desempenho da
bovinocultura brasileira.
Ainda conforme o estudo do IBGE (2013), o preço médio da arroba bovina do ano de
2012 para 2013 teve um aumento médio de 12,57%. O desempenho das exportações
brasileiras de carne bovina in natura no 3°trimestre de 2013 foi superior aos obtidos no
semestre anterior e no mesmo período de 2012, tanto em volume quanto em faturamento. Os
principais importadores de carne bovina in natura nesse período foram: Rússia (26,4%), Hong
Kong (18,1%), Egito (13,6%), Venezuela (11,0%), Chile (6,2%), Irã (4,0%), Argélia (2,3%),
Itália (2,2%), Holanda (1,9%) e Filipinas (1,6%).
Em relação ao Rankingde abate de bovinos por estado, no comparativo dos terceiros
trimestres 2013/2012, teve como destaque o Mato Grosso (+284.131 cabeças) que se manteve
na liderança, seguido por Goiás (+152.217 cabeças), Minas Gerais (+110.689 cabeças),
Rondônia (+93.213 cabeças), Pará (+67.341cabeças), São Paulo (+56.437 cabeças), Tocantins
(+43.717 cabeças) e Bahia (+38.043 cabeças) (IBGE, 2013).
Em relação ao crescimento de confinamentos no Brasil, uma pesquisa feita pela
Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON, 2007), apurou que no ano de 2006 foram
confinados 933.967 animais. O aumento foi de 16,52%, quando comparado aos 801.583
animais confinados no ano de 2005, conforme fig. 01.
13
Figura1. Crescimento no número de animais confinados conforme pesquisa da ASSOCON (2007).
Fonte: ASSOCON (2007, p.13)
No âmbito Estadual a distribuição de animais confinados está da seguinte forma: o
estado de Goiás detém o primeiro lugar, com 48,07%, seguido por São Paulo, Mato Grosso,
Mato Grosso do Sul e Minas Gerais (ASSOCON, 2007).
O quadro 2 apresenta um resumo mais atual do levantamento feito pela ASSOCON
no ano de 2012 do quantitativo de gado confinado e confinamentos.
Quadro 2: Resumo do censo realizado pela ASSOCON
Fonte: ASSOCON (2012, p.18)
Entre confinamentos válidos e parados, existe um quantitativo total de 970
confinamentos no Brasil.
14
1.5CONFINAMENTO E A PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA RONDONIENSE
Costa et al.(1996, p. 13) discorrem sobre o aumento do efetivo bovino do estado de
Rondônia, que em um período de 5 anos (1990/1994) aumentou 1.981,303, o que representou
um acréscimo de 115,28%. Alguns fatores como mão de obra cara e escassa, elevados preços
de insumos, ocorrência de pragas e doenças, entre outras fizeram com que ocorresse uma
desestimulaçãodas explorações agrícolas, fazendo com que a pecuária bovina passasse a ser
mais atrativa e rentável.
O sistema predominante na criação de bovinos para corte em Rondônia, conforme
Costa et al.(1996, p. 26) é predominantemente extensivo. Foi verificado que na maioria das
propriedades ocorre um descaso com relação a forma de manejo correto dos rebanhos, fato
este que contribui para um baixo desempenho produtivo, principalmente na época da seca,
onde as pastagens são extremamente afetadas pela falta de chuva. Em relação ao emprego de
tecnologia usada nas propriedades convencionais é possível observar que somente um
pequeno grupo emprega algum tipo de tecnologia para obter elevados índices de rentabilidade
e produtividade.
De acordo com o Censo Demográfico aplicado pelo IBGE(2006), o total de cabeças
no estado de Rondônia era de 8.649.683. A relação de animais por área de pastagem é de 1,7
cabeça/hectare e está muito acima da média nacional que é (0,98), demonstrando o caráter
relativamente intensivo da atividade no Estado. A ASSOCON (2012) realizou um
levantamento sobre a quantidade de confinamentos ativos no Brasil em 2012, evidenciado na
fig.02.
Figura 2:Distribuição da produção de gado confinados em 2012
Fonte: ASSOCON (2012, p.16)
15
A pesquisa realizada mostra que em 2012 o estado de Rondônia estava em sexto
lugar na produção de animais confinados, com um total de 12 confinamentos válidos e ativos.
1.6 SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA DE CONFINAMENTO BOVINO
O conhecimento de todos os custos que envolvem o sistema de confinamento para
Lopes e Magalhães (2005) permite a análise econômica da atividade e assim conhecer com
detalhes os fatores de produção, tais como: terra, capital e trabalho. Sobre o desenvolvimento
sustentável econômico de um confinamento bovino Cardoso (apud MOREIRA et al., 2009, p.
137) destacam o seguinte:
as condições básicas para o desenvolvimento sustentável e lucrativo de um sistema
de engorda em confinamento são: fornecimento adequado de alimentos, em
quantidades e proporções ideais para cada categoria animal confinada;
disponibilidade de animais saudáveis e com potencial genético para ganho de peso;
instalações adequadas; e planejamento gerencial da atividade.
O acompanhamento e o controle de todas as informações referentes ao andamento
das atividades são de suma importância para realizar a análise de custos e receitas e chegar a
um resultado que pode ser positivo ou negativo em relação à obtenção de lucros. Alguns
registros como compra e venda de animais, gastos com alimentação, com sanidade, mão de
obra entre outros são de extrema importância para o levantamento deste resultado
(MOREIRA et al.,2009). Os principais fatores que influenciam no resultado do confinamento
é o valor da arroba do boi gordo na hora da venda e o custo com alimentação que tem grande
impacto sobre o custo total da atividade.
A relação entre o preço da carne ao início e término do processo é um fator que está
ligado ao sucesso. Existem dois fatores que deve ser analisados dentro desse contexto, o fator
custo do novilho magro, pois mostra que quanto maior o custo menor será a margem de lucro
na venda, e o fator custo de ganho na engorda, onde quanto maior o custo, maior será a
diferença entre os novilhos na obtenção de lucros. Esses fatores não quer dizer que o
confinamento será inviável, mas sim que existe uma possibilidade de riscos na obtenção de
lucros(MARTIN, 1987).
Os custos com a alimentação conforme Prado (2004) representa um percentual muito
alto nos custos totais de um confinamento, por esse motivo é necessário o acompanhamento e
16
atenção nesse aspecto, pelo fato de que qualquer perda de eficiência pode representar um alto
custo na engorda dos animais.
Para realizar a análise da sustentabilidade econômica do confinamento em estudo
será utilizado o método conforme demonstra Moreira et al. (2010). Para tal será levado em
consideração o custo total, que é o gasto total do confinamento com fatores de produção. Ele é
composto por custos variáveis e custos fixos. A receita total que é o preço unitário
multiplicado pela quantidade vendida, que no caso será o boi. A margem de Contribuição que
é o quanto resta do preço, o que significa que do valor de venda de um produto são deduzidos
os custos e despesas por ele gerados. O lucro operacional que se refere ao resultado do
confinamento antes das despesas financeiras e por fim a rentabilidade que pode ser
considerada como o grau de êxito econômico obtido pela empresa em relação ao capital nele
investido(MARION, 1998).
A fim de esclarecer sobre as fórmulas e definições dos conceitos financeiros citados,
o quadro 3 foi montado com base em uma tabela elaborada pela Empresa de Assistência e
Extensão Rural do Distrito Federal - EMATER-DF (2010).
Quadro 3:Conceitos Financeiros Custo Total: É o gasto total da empresa com fatores
de produção. Compõe-se de custos variáveis e custos
fixos.
CT= CF + CV
Receita Bruta: É o preço unitário multiplicado pela
quantidade vendida do bem.
RB = Preço x Quantidade
Margem Bruta: É calculada pela subtração da
Receita Total dos Custos variáveis, sendo um dos
melhores indicadores de produtividade se comparar
duas empresas de mesma atividade, aquela que tem
maior margem bruta é a mais produtiva (seja por
eficiência nos processos, ganho de escala, estrutura de
custos, etc...).
MB = RT –CV
Lucro Operacional: O lucro operacional é igual as
receitas totais das operações menos os respectivos
custos totais.
Lucro Operacional = RT – CT
Rentabilidade: É uma medida do retorno de um
investimento. Calcula-se dividindo o lucro obtido pelo
valor do investimento inicial. Pode-se dizer que a
rentabilidade é a quantidade de dinheiro que o
investidor ganha para cada quantia investida.
Lucro
Rentabilidade =
Investimento Inicial
Fonte: EMATER-DF (2010)
Os cálculos dos índices acima citados serão de suma importância para o estudo, pois
somente com eles será possível avaliar se o confinamento é economicamente viável.
17
1.6.1 Período de Payback, Valor Presente Líquido e Taxa Interna de Retorno
Alguns indicadores são de estrema importância para avaliar se determinado
investimento é economicamente viável. No caso do estudo em questão será utilizado o
Payback, o Valor Presente Líquido (VPL) e a Taxa Interna de Retorno (TIR).
Os períodos de Payback é o tempo necessário que a empresa leva para recuperar o
investimento inicial de um projeto, calculado com suas entradas de caixa. Quando se trata de
uma série de entradas mistas de caixa, as entradas anuais precisam ser acumuladas até que o
investimento inicial seja recuperado. Essa técnica possui alguns pontos fracos como não
considerar o valor do dinheiro no tempo, não considerar todos os capitais do fluxo de caixa e
não ser uma medida de rentabilidade do investimento(GITMAN, 2006).
O Valor Presente Líquido é considerado como sendo uma sofisticada técnica de
orçamento de capital, pelo fato de levar em conta o valor do dinheiro no tempo. O VPL é
encontrado quando subtrai-se o investimento inicial de um projeto do valor presente de suas
entradas de caixa, descontadas a uma taxa igual ao custo de capital da empresa.
De acordo com Gitman (2006) a Taxa Interna de Retorno (TIR) talvez seja a técnica
mais utilizada de orçamento, porém seu cálculo manual é mais complexo que o VPL. Trata-se
da taxa de desconto que iguala o VPL de uma oportunidade de investimento a R$ 0.
O quadro 4apresenta as expressões utilizadas para calcular o VPL e a TIR conforme
demonstra Rêgo et al. (2010).
Quadro 4:Fórmulas VPL e TIR
VPL TIR
Fonte:Rêgo et al.(2010) adaptado pela autora.
O VPL analisado do ponto de vista teórico tem a característica de se mostrar mais
seguro em relação a TIR, mas na prática a TIR é mais utilizado do que o VPL (GITMAN,
2006).
18
2 METODOLOGIA
Para analisar a viabilidade econômica do confinamento foi descrito e exposto somente
o que foi levantado no local de pesquisa, sem interferir no levantamento dos dados. O estudo
foi exploratório e descritivo pelo fato de precisar levantar diversas informações e dados para
chegar ao resultado desejado. O método utilizado foi o dedutivo que tem como propósito
principal explicar o conteúdo das premissas apresentadas no decorrer do texto, os argumentos
dedutivos ou estão ou não estão corretos, não existe meio termo. Foi utilizada a pesquisa de
campo com a finalidade de levantar informações e dados no ambiente real em estudo para
confrontar com a teoria descrita (MARCONI; LAKATOS, 1991).
Quanto a abordagem, a pesquisa foi qualitativo e quantitativo, onde traz cálculos que
tem por finalidade mostrar se o confinamento é economicamente viável e, além disso, utilizou
materiais narrativos para auxiliar na pesquisa (MICHEL, 2005).
O estudo em questão teve como ponto de partida a pesquisa bibliográfica, pois
engloba toda bibliografia publicada sobre o estudo, e possui característica de fornecer
diversos dados que exigirá manipulação e procedimentos diferentes, tornando-se assim não
uma repetição do que já foi escrito, mas sim fornece a possibilidade do exame de determinado
tema trazendo conclusões inovadoras(MARCONI; LAKATOS, 1991).
Outra técnica que foi utilizada denomina-se pesquisa documental, que consiste na
análise de documentos que podem ser classificados como de primeira mão onde são aqueles
que não receberam nenhum tratamento analítico, já os de segunda mão passaram por algum
tipo de análise (GIL, 1996).Para a pesquisa documental foi utilizado o DRE (ANEXO A) e
Fluxo de Caixa (ANEXO B) referentes ao exercício de 2013, sendo fornecidos pelo
confinamento, além de relatórios onde consta a relação de máquinas e equipamentos, insumos
utilizados na alimentação, ganho de peso e desempenho e outros gastos relacionados aos
animais. Com a obtenção desses dados foi possível analisar o resultado do confinamento,
através de cálculos onde foram envolvidos os custos, a receita, a margem bruta, o lucro e o
fluxo de caixa para chegar ao valor do retorno de capital investido e assim verificar se ele está
sendo economicamente viável.
Utilizou-se a entrevista semiestruturada (APÊNDICE A) com o supervisor do
19
confinamento e com o assistente técnico com a finalidade de conhecer melhor as atividades
realizadas diariamente e obter o maior número de informações relacionadas à gestão do
confinamento. A entrevista junto com a análise dos documentos e dados forneceu as
ferramentas necessárias para responder o questionamento principal do estudo, que é saber se o
confinamento é realmente viável. A entrevista realizou-se no mês de agosto de 2014.A
entrevista para Michel (2005, p. 42) é considerada como o “encontro entre duas pessoas, a fim
de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional”.
A observação direta objetiva é a obtenção de dados através do contato direto com a
fonte. Michel (2005, p. 39) explica que “nela, os dados são obtidos através do encontro
pessoal ou análise de documentos produzidos por pessoas definidas, pelas suas características,
como elementos de amostra da pesquisa”. A observação direta foi realizada através da análise
dos documentos e registros disponibilizados para a consulta. Tais documentos e anotações
foram de suma importância no estudo, pois sem essas informações seria impossível levantar
tantas variáveis envolvidas em um processo tão grande e complexo como a de um
confinamento. Alguns pontos importantes do confinamento foram observados, tais como: o
desembarcador de boi, os piquetes de chegada, a fábrica de ração, o curral de manejo, a casa
de arreio, os silos de superfície, as lagoas de tratamento, os piquetes de permanência e
corredores entre outros.
Para realizar a análise da sustentabilidade econômica do confinamento em estudo
foram utilizados os seguintes dados: os gastos com energia, telefone, taxas fixas em geral,
depreciação de máquinas, equipamentos e instalações, os gastos com aquisição dos animais,
alimentação, mão de obra, sanidade, medicamentos em geral e o valor adquirido com a venda
dos animais. Após a realização da entrevista, juntamente com os dados coletados dos
documentos foramrealizados os cálculos conforme mostra Barbosa et al.(2009)para encontrar
o custo operacional total (COT), custo total (CT), custo operacional fixo (COF), custo
operacional variável (COV), receita total (RT), margem bruta (MB), lucro operacional (LO),
custo de oportunidade e por fim o retorno do capital investido (RCI). Com a obtenção desses
valores foi possível verificar a real situação do confinamento em estudo, se ele é sustentável
economicamente ou não.
No quadro 5encontram-se as fórmulas utilizadas para calcular os índices de
20
sustentabilidade do confinamento e a definição de cada uma, além de um explicativo de como
cada uma foi utilizada para o cálculo.
Quadro 5: Conceitos Financeiros
Custo Total: É o gasto total da
empresa com fatores de produção.
Compõe-se de custos variáveis e custos
fixos.
CT= CF + CV
Os custos fixos foram levantados
levando em consideração impostos
considerados fixos, depreciação,
remuneração do capital investido e
da terra.Para o cálculo considerou-
se alimentação, sanidade, frete,
comissões, etc.
Receita Bruta: É o preço unitário
multiplicado pela quantidade vendida
do bem.
RB = Preço x Quantidade
A receita bruta foi obtida através
do preço unitário do boi
multiplicado pela quantidade de
compra.
Margem Bruta: É calculada pela
subtração da Receita Total dos Custos
variáveis, sendo um dos melhores
indicadores de produtividade se
comparar duas empresas de mesma
atividade, aquela que tem maior
margem bruta é a mais produtiva (seja
por eficiência nos processos, ganho de
escala, estrutura de custos, etc...).
MB = RT –CV
A margem bruta foi obtida através
da receita com a venda dos animais
e diminuído os gastos com custos
variáveis.
Lucro Operacional: O lucro
operacional é igual as receitas totais
das operações menos os respectivos
custos totais.
Lucro Operacional = RT – CT
Para se obter o lucro operacional
foi utilizada a receita de venda dos
animais e diminuído todos os
custos gastos com a operação.
Rentabilidade: É uma medida do
retorno de um investimento. Calcula-se
dividindo o lucro obtido pelo valor do
investimento inicial. Pode-se dizer que
a rentabilidade é a quantidade de
dinheiro que o investidor ganha para
cada quantia investida.
Rentabilidade =Lucro/
Investimento Inicial
A rentabilidade foi obtida através
do resultado do lucro da operação
e divido pelo investimento inicial
que foi de R$ 20.000.000,00
Payback: é o tempo necessário que a
empresa leva para recuperar o
investimento inicial de um projeto.
Foi calculado através das entradas
anuais de acordo com o fluxo de
caixa do confinamento.
VPL: é encontrado quando se subtrai o
investimento inicial de um projeto do
valor presente de suas entradas de
caixa, descontadas a uma taxa igual ao
custo de capital da empresa.
Utilizou-se uma taxa de 11% a.a
menos o custo do investimento que
é de R$ 20.000.000,00.
TIR: Trata-se da taxa de desconto que
iguala o VPL de uma oportunidade de
investimento a R$ 0.
Foi utilizado o investimento inicial
que é R$ 20.000.000,00 com os
retornos futuros ou saldos de caixa
do confinamento.
Fonte: EMATER, adaptado pela autora (2014)
A pesquisa foi realizada respeitando o anonimato e a privacidade de todos os
envolvidos, tanto da empresa quanto dos participantes da entrevista. Os sujeitos da entrevista
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO C), onde aceitaram
contribuir com este estudo e foi garantido a preservação e anonimato. E ainda, o pesquisador
21
assinou o Termo de Isenção de Responsabilidade (ANEXO D).
Para a análise dos dados do estudo o primeiro passo foi a seleção dos dados, seguido
codificação e classificação. A tabulação, que é a disposição dos dados obtidos em tabelas com
a função de facilitar na verificação das inter-relações entre eles, foi feita de forma manual. A
apresentação dos resultados foi realizada através de planilhas e gráficos desenvolvidos com a
utilização do Word e Excel.
O artigo foi estruturado conforme o Manual de Elaboração do Artigo Científico do
Curso de Administração da Fundação Universidade Federal de Rondônia – UNIR, Câmpus
Professor Francisco Gonçalves Quiles (SILVA, TORRES NETO; QUINTINO, 2010).
3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS
No resultado e análise dos dados será discutido o resultado obtido através dos
cálculos e análises realizados com o auxílio de documentos e planilhas de Excel
disponibilizados, além da DRE e o fluxograma do confinamento. Está presente nesse capítulo
o inventário de máquinas, equipamentos e instalações do confinamento, uma análise das
cidades de onde foram comprados os animais, um modelo de dieta para animais em adaptação
e outra em terminação, valores dos insumos comprados, um quadro com o resultado da
engorda por animal e finalizando a DRE com a qual foi possível realizar os cálculos dos
índices financeiros e econômicos.
3.1CARACTERÍSTICAS DO CONFINAMENTO EM ESTUDO
O confinamento está localizado na cidade de Rolim de Moura – Rondônia. Foi
construído em 2011 e o início das suas atividades foi em 2012. Possui uma área total de
251.672,00 m², sua capacidade é para 8 mil bois por ciclo, onde os mesmos são distribuídos
em 44 piquetes de tamanhos e capacidade de lotação diferentes, sendo oito na linha A com
2.989 m², capacidade para 170 animais, possui um cocho de 49 m, assim, cada animal possui
17,58 m²/UA de curral e 0,29 cm/UA de linha de cocho. Existem nove currais em cada uma
das linhas B, C, D e E, onde cada um possui2.440 m², capacidade para 170 animais. O cocho
têm 40m que distribuídos por animal gera 0,24 cm/UA de linha de cocho por boi e uma área
no curral de 14, 35 m²/UA.
22
Além desses currais existem ainda os de recepção, sendo que o 1, 2, e 3 estão
distribuídos em uma área total de 8470 m², capacidade para 250 animais, um cocho de 77 m
que distribuídos entre os bois gera 0,31 cm/UA de linha de cocho e 33,88 m²/UA de área de
curral por boi. E por fim os currais de recepção 4,5 e 6 possuem uma área de 1.995 m²,
capacidade para 50 animais, um cocho de 21 m que distribuídos entre os animais gera 0,42
cm/UA de linha de cocho por boi e 39,9 m²/UA de área de curral. Além disso, a estrutura
ainda conta com uma balança rodoviária, casa do caseiro, desembarcador de boi, fábrica de
ração, curral de manejo, casa de arreio, 05 silos de superfície, 02 lagoas de tratamento, e 2
reservatórios de água.
Os lotes de animais são montados de acordo com o peso de entrada, num prazo de
dez dias os bois que chegam nesse período são pesados e separados por peso, passou desse
prazo o curral é fechado, e então começa o processo de pesagem novamente para fechar
outros currais com os animais que estão chegando, sempre respeitando um prazo de dez dias,
pois passando disso o animal já estará ganhando peso.
O confinamento trabalha com dois ciclos por ano, cada um com 90 dias
aproximadamente para chegar ao peso ideal de abate que é de no mínimo18 arrobas, que
equivale a 270 quilos. São comprados somente animais machos e de diversas raças, e as
exigências para a compra dos mesmos é que tenham no mínimo 13 arrobas, pois o tempo de
confinamento é de apenas 90 dias, então se o bovino for menor não terá condições de ganhar
5 arrobas nesse período, além disso é observado a estrutura corporal do animal, as suas
condições de saúde e observado o potencial de ganho de peso.
No ano referência que é 2013 o primeiro ciclo iniciou-se em maio com uma compra
de 786 animais, 2.408 em junho e 1.186 em julho totalizando 4.380 cabeças adquiridas no
primeiro ciclo. O segundo teve início em agosto com uma compra de 4.577 cabeças, 1.927 em
setembro e 946 em outubro totalizando assim uma compra de7450 cabeças. A quantidade
total de animais confinados no ano de 2013 foi de 11.840, sendo adquiridos por forma de
compra 2.375 cabeças e 9.465 de parceria.
Esses animais foram comprados em várias cidades do estado de Rondônia, como se
pode observar nas fig. 03 e 04.
23
Figura 3. Cidade de originação do gado do primeiro giro.
Fonte: Própria autora (2014).
Os municípios com o maior quantitativo de venda no primeiro ciclo foram Presidente
Médici com 849 animais, Ji Paraná com 690, Theobroma com 640 e Teixeirópolis com 443
cabeças. Os compradores de gado tiveram uma dificuldade de comprar animais no primeiro
giro devido à oferta no mercado que estava baixa, sendo que o preço médio de compra por
cabeça no primeiro ciclo foi de R$ 1.329,09.
Figura 4. Cidade de originação do gado do segundo giro.
Fonte: Própria autora (2014).
No segundo giro os municípios com maior quantitativo de compra foram São
Francisco do Guaporé com 1.112 cabeças, seguido por Chupinguaia com 1.040, Alto Paraíso
1.000 e Teixeiropolis 965 cabeças. Os compradores adquiriram um quantitativo maior de
animais, mesmo o preço estando mais elevado que no primeiro giro, o preço médio por cabeça
foi de R$ 1.342,69.
Para alcançar o peso ideal de abate, a alimentação é desenvolvida por profissionais
6%5%
16%
8%
15%9%
10%
19%
8%
4% Cacoal
Castanheiras
Ji-Parana
Vale do Paraíso
Theobroma
Vilhena
Taixeirópolis
Presidente Medice
Cujubim
15%
13%
14%
3%
7%
2%4%
13%
1%1%1%1%
4%
3%9%
2%
6%
São Francisco do Guaporé
Teixeirópolis
Chupinguaia
São Miguel do Guaporé
Ariquemes
Santana do Guaporé
Cabixi
Alto Paraiso
Nova Colina
24
qualificados de forma que se adéquem ao período de confinamento e as necessidades de cada
animal. A dieta é diferenciada de um animal que acaba de chegar ao confinamento para outro
que já está há mais tempo.
No início do confinamento, os animais não estão habituados ao alto consumo de
alimentos, por este motivo a dieta deve ser ajustada de acordo com a evolução. Animais que
chegaram ao confinamento até os 21 dias recebem uma dieta com um percentual de volumoso
maior, que são alimentos que possuem alto teor de fibras e baixo valor energético. Os que já
estão na terminação, o volumoso diminuem e aumenta no percentual de concentrado.
Conforme Araújo (2005), uma dieta volumosa é composta por: capins verdes, silagens, fenos
e palhadas; e uma dieta concentrada composta por: torta de algodão, soja, milho, triguilo e
farelo de arroz.
O confinamento possui uma parceria com um fornecedor de núcleo, que é um dos
compostos da dieta dos bovinos, com o fechamento do contrato ficou acordado queo
fornecedor disponibilizaria assistência técnica e as fórmulas para desenvolver a dieta dos
animais. O procedimento de acompanhamento de desempenho é através de análises realizadas
nas fezes, acompanhamento do consumo de alimentos e ganho de peso, além disso, é
realizado visitas periodicamente, e se for detectado que não está alcançando o resultado
esperado o fornecedor troca a fórmula.
A alimentação é fornecida para os animais três vezes por dia, sendo a primeira
realizada as 07h00min, a segunda as 11h00min e a última as 14h00min. O quadro 6apresenta
um exemplo de dieta de adaptação e outra de terminação.
Quadro 6: Modelo das dietas fornecidas no confinamento por animal.
DIETA ADAPTAÇÃO DIETA TERMINAÇÃO
INGREDIENTE MS(%) KG MS (%) INGREDIENTE MS(%) KG MS (%)
SILAGEM DE MILHO 34,00 38,47 SILAGEM DE MILHO 34,00 20,00
TORTA DE ALGODÃO 91,00 10,72 TORTA DE ALGODÃO 91,00 12,00
FARELO DE SOJA 90,00 5,00 PROTEN 99,70 0,46
MILHO GRÃO SECO 88,35 41,89 URÉIA 99,00 0,50
NUCLEO START 98,00 2,94 NUCLEO NUTRON 98,00 2,45
PROTEN 99,70 0,58 MILHO GRÃO SECO 88,40 64,59
URÉIA 98,65 0,40
Fonte: Confinamento, 2013.
25
A compra dos insumos é realizada com muito cuidado, pois segundo Nogueira
(2006) a nutrição do animal merece uma atenção especial, pois o maior custo de um
confinamento é o próprio animal, contudo, o segundo maior custo é com a alimentação. Todo
o processo pode ser prejudicado se o cuidado e a atenção com a alimentação não ocorrer de
forma a satisfazer as necessidades diárias de consumo do animal. Devido ao custo muito alto
para realizar o processo de compra é feito cotações que tem por finalidade comprar com o
menor preço, e sem perder a qualidade. Os insumos adquiridos na região foram apenas a
silagem de milho, o farelo de soja e o milho em grão, o restante foi comprado fora do estado
pelo fato do preço praticado na região ser inviável. O quadro 7 destaca os valores dos insumos
utilizados na formulação das dietas dos animais.
Quadro 7: Valor dos insumos utilizados na formulação da dieta dos animais. PRODUTO VALOR UNITÁRIO R$/KG
UREIA 1,590
NUCLEO 1,140
SILAGEM DE MILHO 0,150
MILHO 0,308
TORTA ALGODAO 0,513
BAGAÇO DE CANA 0,023
FARELO DE SOJA 1,075
PROT N 0,273
NUCLEO START 3,008
TOTAL POR KG 8,080
Fonte: Confinamento (2013).
A rotina diária do confinamento começa com a leitura de cocho, para ver qual foi a
quantidade de alimento que os animais consumiram e quanto será necessário fornecer no dia,
se o cocho estiver limpo é aumentado um determinado percentual em relação ao dia anterior e
o cocho que sobrou é diminuído a quantidade. Em seguida os vaqueiros realizam uma ronda
com a finalidade de encontrar animais com refugo de cocho, doentes e chibungos, se for
detectado algum desses problemas o animal é retirado do cocho e são tomadas as providências
cabíveis.
A quantidade de alimento e água é monitorada constantemente no decorrer do dia. Se
tiver animal que chegou no dia serão recepcionados e processados, nesse momento acontece a
primeira pesagem do animal e em seguida eles passam pelo curral de manejo, onde recebem
as vacinas de vermífugo, carbúnculo e botulismo e em seguida recebem o brinco de
26
identificação. Se tiver alguma venda no dia os animais também serão processados e vendidos.
Ao longo do confinamento os animais só receberão medicamentos se for detectado
algum tipo de doença, como a diarréia, bactérias, fungos, vermes, reticulite e bursite, que são
as mais comuns, no entanto, é raro aparecer algum desses problemas, pois o confinamento
possui um bom manejo e zela pela saúde dos animais, buscando assim sempre o melhor
resultado. Em relação à vacina de aftosa, no confinamento ela não é necessária devido aos
animais já entrarem no confinamento, vacinados nas propriedades de onde foram adquiridos,
essa vacina só será necessária em caso do animal virar o ano, ou seja, o animal chegou em
outubro e por algum motivo não foi morto até o dia 15 de janeiro do ano seguinte ai sim ele
terá que ser vacinado contra aftosa.
Para realizar todas as atividades o confinamento conta com 17 colaboradores sendo
03 vaqueiros, 02 operadores de máquinas, 04 auxiliares de serviços gerais, 01 motorista, 02
auxiliares de portaria, 01 capataz, 01 assistente de originação, 01 assistente administrativo, 01
assistente técnico que é formado em veterinária e 01 Supervisor formado em zootecnia. A
tabela 1apresenta a descrição das máquinas, equipamentos e instalações do confinamento.
Tabela 1: Relação de máquinas, equipamentos e instalações. DESCRIÇÃO VALOR VALOR DEPRECIADO
Caminhão BTR-3632 R$ 280.000,00 R$ 252.000,00
Motor irrigação 1 R$ 1.666,42 R$ 1.155,75
Motor irrigação 2 R$ 1.666,42 R$ 1.155,75
Combustível – Tanque R$ 9.300,00 R$ 9.300,00
Pá-Carregadeira 2421 D R$ 355.000,00 R$ 239.625,00
Trator Massey 4283 R$ 110.000,00 R$ 77.000,00
Trator Massey 7180 R$ 185.000,00 R$ 185.000,00
Balanção Rodoviário R$ 41.570,22 R$ 31.938,09
Sistema Irrigação R$ 45.289,00 R$ 31.702,30
Tronco R$ 19.900,00 R$ 13.930,00
Vagão Casale 20 M³ R$ 132.000,00 R$ 105.600,00
Plaina Traseira R$ 3.000,00 R$ 2.700,00
Vagão Ipacol 20 M³ R$ 163.200,00 R$ 163.200,00
Roçadeira Hidráulica R$ 2.100,00 R$ 1.150,00
Garfo tipo empilhadeira R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Conjunto PCA 1000 Massey R$ 5.000,00 R$ 5.000,00
Pipa 10.000 litros R$ 18.000,00 R$ 18.000,00
Fábrica de ração R$ 227.379,00 R$ 200.093,52
Poço c/ bomba R$ 48.910,00 R$ 43.040,80
Reservatório R$ 18.000,00 R$ 2.160,00
Moega R$ 24.840,00 R$ 19.872,00
Silo R$ 22.600,00 R$ 18.080,00
Casa caseiro R$ 46.800,00 R$ 46.800,00
Total R$ 1.766.221,06 R$ 1.473.503,21
Fonte: Própria autora (2014).
27
O valor do investimento inicial do confinamento foi de R$ 20.000.000,00
conseguidos através de um financiamento bancário, que só foi possível através da
comprovação de renda e análises realizadas dos resultados de outros investimentos de
propriedade dos donos. Com esse valor foi possível construir toda a estrutura e ainda realizar
a compra dos animais utilizados para cobrir os gastos daquele ano inicial. Como já foi citado
anteriormente o investimento em um confinamento bovino é alto, Cruz (1997) cita esse alto
custo como sendo uma desvantagem da prática de confinar.
O confinamento analisado no estudo ainda é novo, esse é o terceiro ano de
funcionamento do mesmo e ao longo desses anos tanto a sua estrutura física quanto o quadro
de funcionários já passaram por algumas mudanças, sempre com o intuito de melhorar o
resultado do processo.
3.2ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS DO CONFINAMENTO
Para a realização do estudo o levantamento de dados documentais foi de suma
importância, pois foi com a obtenção dos mesmo que foi possível calcular os indicadores
econômicos do confinamento. Foi possível observar em campo que o controle e o trabalho
realizado pelo supervisor e o assistente técnico é de suma importância para o resultado do
processo, pois são eles os responsáveis que estão diretamente ligados a captação, realização e
controle de todo processo de produção, desde a compra até o momento do abate do animal e
são eles também os responsáveis de passar os dados para seus superiores.
O quadro 8 traz o resultado da engorda do primeiro ciclo de animais, onde é possível
observar que o total de engorda média foi de 123,02 kg por cabeça. O peso médio de entrada
no confinamento foi 403,57 kg e o de saída 526,59 kg. A média de dias confinados foi de 84
dias. A média de engorda diária foi de 1,3 Kg.
Quadro 8: Resultado de engorda do primeiro ciclo.
Cidade Origem Quantidade
Lote
Peso médio
entrada (kg)
Dias
confinado
Peso médio
saída (kg)
Total engorda
(kg)
Cacoal 90 436,80 83 558,56 121,76
Ji-Parana 140 416,60 88 564,93 148,33
Vale do Paraíso 41 429,51 88 495,56 66,05
Ji-Parana 550 384,23 84 510,01 125,78
Theobroma 640 399,76 89 553,71 153,95
28
Vilhena 404 423,76 88 525,86 102,10
Taixeirópolis 164 384,30 89 490,56 106,26
Presidente Medice 391 391,18 87 511,71 120,53
Vale do Paraíso 298 362,63 90 494,79 132,16
Castanheiras 200 393,30 79 512,92 119,62
Cujubim 360 321,69 75 452,34 130,65
Presidente Medice 124 389,70 83 545,96 156,26
Pimenta Bueno 170 417,90 82 552,28 134,38
Cacoal 195 413,20 81 541,38 128,18
Presidente Medice 334 463,95 73 581,30 117,35
Teixeirópolis 279 428,60 90 533,59 104,99
Total 4380 403,57 84 526,59 123,02
Fonte: Própria autora (2014).
O segundo ciclo de engorda, apesar de ter um quantitativo maior de animais, o
resultado foi menor que o do primeiro ciclo, a média foi de 116,25 kg por cabeça. O peso
médio de entrada no confinamento foi de 389,10 kg e o de saída de 505,35 kg. A média de
dias confinados foi de 89 dias. A média de engorda diária por animal foi de 1,3 Kg. O quadro
9 apresenta os dados deste segundo ciclo.
Quadro 9: Resultado da engorda do segundo ciclo
Cidade Origem Quantidade
Lote
Peso médio
entrada (kg)
Dias
confinado
Peso médio
saída (kg)
Total engorda
(kg)
São Francisco do Guaporé 140 398,64 90 523,52 124,87
São Francisco do Guaporé 360 398,71 73 515,53 116,82
São Francisco do Guaporé 360 428,19 66 522,22 94,02
São Francisco do Guaporé 210 385,90 86 496,22 110,32
Teixeirópolis 162 404,32 82 511,57 107,25
Chupinguaia 1040 377,78 93 530,06 152,28
São Miguel do Guaporé 204 395,49 94 525,92 130,43
Ariquemes 230 391,80 92 532,20 140,41
Ariquemes 325 375,26 92 519,96 144,70
Santana do Guaporé 140 385,00 83 466,58 81,58
Cabixi 300 394,47 94 523,40 128,93
Alto Paraiso 500 408,69 88 545,47 136,78
Alto Paraiso 120 413,25 104 533,46 120,21
Alto Paraiso 380 401,05 101 529,71 128,66
Nova colina 100 387,20 81 497,10 109,90
Taixeirópolis 91 380,80 87 489,27 108,47
Taixeirópolis 120 363,42 81 476,90 113,48
Teixeirópolis 262 407,52 89 497,62 90,10
Santa luzia do oeste 105 356,28 91 490,33 134,05
Vale do Paraíso 40 364,00 114 456,58 92,58
Urupa 70 432,90 85 500,14 67,24
29
Ouro Preto do Oeste 179 426,76 83 511,14 84,38
Ouro Preto do Oeste 131 373,89 75 488,07 114,18
Rolim de Moura 120 461,50 86 571,60 110,10
Ji-Parana 100 388,30 65 499,81 111,51
Ji- Paraná 184 341,46 94 472,69 131,23
Presidente Medici 152 362,30 95 491,61 129,31
Teixeirópolis 330 365,21 91 487,30 122,09
Ji-Parana 111 362,02 88 493,84 131,82
Ji-Parana 284 391,44 93 521,70 130,26
Cacoal 264 363,75 85 491,48 127,73
Cacoal 86 369,07 112 470,14 101,07
São Francisco 42 429,28 90 492,00 62,72
Cacoal 125 369,52 91 496,57 127,05
Rolim de Moura 83 363,40 91 515,63 152,23
Total 7450 389,10 88,71 505,35 116,25
Fonte: Própria autora (2014).
Estes dados vão ao encontro das constatações realizadas por Lopes e Magalhães
(2005), onde eles ressaltam que com o confinamento é possível tratar um grande número de
animais com bom ganho de peso, agregando assim valores com baixo custo de mão de obra. E
ainda comprova a constatação feita por Silva Filho (2008), da possibilidade de realizar duas
rodadas de animais confinados, onde é possível engordar um lote no período de maio a julho e
em seguida outro lote entre agosto e outubro.
A fim de realizar a análise dos indicadores econômicos foi disponibilizado pelo
confinamento o D.R.E. referente ao ano de 2013, que foi o ano base para o estudo, conforme
explicitado no quadro 10.
Quadro 10: D.R.E. confinamento.
D.R.E Confinamento Resultado 1 giro Resultado 2 giro
Prestação de Serviços R$ - R$ -
Venda de Insumos R$ - R$ -
Receita (abate) R$ 2.613.720,00 R$ 19.885.090,00
RECEITA BRUTA R$ 2.613.720,00 R$ 19.885.009,00
CUSTOS VARIÁVEIS -R$ 1.980.800,00 -R$ 18.437.820,00
Entrada de Gado -R$ 4.656.120,00 -R$ 8.397.690,00
Fretes e Comissões s/ entradas de gado -R$ 129.100,00 -R$ 375.390,00
Nutrição -R$ 803.370,00 -R$ 3.852.270,00
Sanidade -R$ 22.240,00 -R$ 30.850,00
Rastreabilidade -R$ 3.120,00 R$ -
Frete de Insumos -R$ 37.350,00 -R$ 106.510,00
Armazenagem -R$ 2.460,00 R$ -
30
Carga e Descarga -R$ 370,00 R$ -
Estoque Inicial -R$ 8.775.080,00 -R$ 45.730.240,00
Estoque Final R$ 12.607.640,00 R$ 42.531.120,00
MARGEM CONTRIBUIÇÃO R$ 632.920,00 R$ 1.447.270,00
CUSTOS FIXOS -R$ 783.580,00 -R$ 668.220,00
Gastos com Pessoal – Confinamento -R$ 213.190,00 -R$ 199.490,00
Despesas Operacionais – Confinamento -R$ 570.390,00 -R$ 468.730,00
EBITDA s/ rateio corporativo -R$ 150.660,00 R$ 779.050,00
Fonte: Confinamento (2013).
Para realizar a análise da sustentabilidade econômica do confinamento em estudo foi
utilizado o método descrito por Moreira et al. (2010), que apresenta como indicadores o custo
total, a receita bruta, a margem de Contribuição, o lucro operacional e a rentabilidade. O
quadro 11 apresenta o resultado calculado.
Quadro 11: Resultado da análise dos indicadores. RESULTADO 1º GIRO 2º GIRO
CT= CF + CV R$ 6.224.741,65 R$ 13.231.636,31
RB = Preço x Quantidade R$ 2.613.715,80 R$ 19.885.086,31
MB = RT –CV -R$ 3.040.421,69 R$ 7.122.378,79
Lucro Operacional = RT – CT -R$ 3.611.025,85 R$ 6.653.450,00
Rentabilidade= Lucro/Inv. Inicial -R$ 0,18 R$ 0,33
Fonte: Própria autora (2014).
O custo total do confinamento no primeiro giro foi menor que o segundo, mas esse
resultado deve-se ao quantitativo de compra de animais que no primeiro giro foi menor que no
segundo, consequentemente os gastos com a aquisição do animal que segundo Nogueira
(2006) é o maior custo de um confinamento foi menor. Já a receita bruta no segundo giro foi
bem maior que no primeiro, também devido ao quantitativo de animais, já que a receita bruta
é o preço unitário multiplicado pela quantidade. A margem bruta no primeiro ciclo foi
negativa devido ao fato de envolver a receita total com os custos variáveis, pois os custos
variáveis foram maiores que a receita, já o resultado do segundo giro foi positiva, pois a
receita foi bem mais elevada.
O lucro operacional no primeiro giro também foi negativo pelo fato de envolver a
31
receita e custos, e como citado anteriormente o resultado é negativo pelo fato dos custos
serem mais elevados que a receita, já o segundo giro ficou positivo, seguindo pela mesma
linha de raciocínio só que nesse caso as receitas do segundo giro foram maiores que os custos,
gerando assim um lucro operacional positivo. A rentabilidade no primeiro giro foi negativa,
pois envolve o lucro e como esse também foi negativo no primeiro ciclo o resultado não é
favorável para o confinamento, no segundo giro o resultado é positivo.
Tanto o payback como a TIR e o VPL são calculados a partir de fluxos de caixa
projetados que tentam retratar as condições econômicas e financeiras do projeto. Os fluxos de
caixa do confinamento foram construídos baseados em estimativas, podendo variar de acordo
com diversas situações que afetam o mercado bovino, principalmente o preço da arroba do
boi, que é muito variável e afeta diretamente o resultado de compra e venda dos animais. O
quadro 12 apresenta o cálculo do fluxo de caixa que foi projetado para calcular os
indicadores.
Quadro 12: Fluxo de caixa projetado
Fonte: Própria autora (2014).
Foi utilizado o valor dos custos e receitas do ano referência como base para o cálculo
do fluxo de caixa e investimento inicial de R$ 20.000.000,00. No cálculo consta ainda uma
depreciação que foi considerada a uma taxa de 10% a.a, 34% de imposto de renda calculados
em cima do ganho de LAIR e uma taxa de desconto de 11% a.a.
Com os referidos dados foi possível calcular o Payback, a TIR e o VPL.O Payback é
de 11,75 anos, o que significa que esse é o tempo necessário para que o lucro líquido
acumulado se iguale ao valor do investimento inicial. A TIR conforme Gitman (2006) é a taxa
necessária para igualar o valor de um investimento com os seus respectivos retornos futuros
ou saldos de caixa, onde a do confinamento foi 5,8% e o VPL também discutido por Gitman
32
(2006) é a fórmula matemático-financeira capaz de determinar o valor presente de
pagamentos futuros descontados a certa taxa de juros, menos o custo do investimento, o
resultado do VPL do confinamento é de R$ 4.169.744,71.Os resultados apontam números que
confirmam a viabilidade do confinamento bovino de corte.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O confinamento bovino é uma técnica utilizada para que os animais ganhem mais
peso em menos tempo. Com essa técnica é possível engordar uma quantidade muito maior de
bois em um espaço restrito, sendo possível realizar até dois ciclos de engorda por ano. O
Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina no mundo, e o confinamento é uma
técnica que pode melhorar ainda mais esse resultado. A maior desvantagem dessa técnica é o
alto investimento que é necessário para montar a estrutura e comprar máquinas e
equipamentos. O estado de Rondônia está em sexto lugar no ranking brasileiro e a tendência é
aumentar os números de animais confinados tanto no estado de Rondônia como no Brasil.
Com os resultados da pesquisa, foi possível observar a viabilidade do confinamento
bovino. Se a compra do gado tivesse sido melhor no primeiro giro consequentemente os
resultados teriam sido mais positivos, pois a compra de um quantitativo baixo prejudicou o
resultado final do confinamento. Outra variante que afeta muito o resultado da venda é a
variação que a arroba do boi sofre constantemente no mercado. Portanto, o confinamento
bovino apresenta-se como uma alternativa de investimento com grande possibilidade de
lucratividade, desde que sua gestão seja realizada com planejamento e controle, pois o
investimento inicial é muito alto, tornando-se assim um investimento de grande risco.
Quanto ao alcance dos objetivos que eram realizar o inventário de todos os materiais,
equipamentos e instalações necessárias para o desenvolvimento da atividade de um
confinamento bovino de corte, levantar e calcular os indicadores econômicos para o estudo,
identificar os componentes mais onerosos em um sistema de confinamento de gado de corte,
verificar os custos de produção envolvidos no sistema de confinamento da empresa em estudo
e utilizar as ferramentas gerenciais financeiras VPL, TIR e Payback para realizar a análise de
viabilidade do confinamento os resultados são considerados positivos, pois foram alcançados.
Verificou-se por meio do inventário dos equipamentos, maquinários e estrutura que o
33
investimento é considerável alto. Com o levantamento dos indicadores foi possível observar
que o resultado do primeiro giro não foi bom, com isso o resultado final do confinamento foi
afetado. Identificou-se que os componentes mais onerosos do confinamento é a compra dos
animais e insumos e, além disso, foi possível identificar outros custos como fretes,
funcionários, sanidade, rastreabilidade entre outros. Com a análise dos indicadores financeiros
e econômicos verificou-se que o confinamento em estudo é economicamente viável, e seu
resultado poderia ser ainda mais positivo se o quantitativo de compra dos animais fosse
compatível com a capacidade da estrutura.
O principal ponto forte da pesquisa é o resultado dos indicadores de sustentabilidade
que mostra como o confinamento bovino pode ser rentável, em 11 anos o investimento de R$
20.000.000,00 que foi realizado irá retornar. O ponto negativo foi observado na compra do
primeiro giro de animais confinados no ano de 2013, que não foi o quantitativo esperado e
com isso afetou o resultado final anual negativamente.
Sugere-se que seja dada uma atenção maior para a aquisição desses animais e vejam
por quais motivos a compra do primeiro giro não foi à esperada. Se o quantitativo de animais
comprados chegar aos 8 mil que é a capacidade máxima o confinamento terá um resultado
muito melhor que o obtido e consequentemente os resultado dos índices irão melhorar e o
payback que no momento é de 11,75 anos pode diminuir.
A principal limitação da pesquisa foi à obtenção dos dados para calcular e analisar os
índices, pois se tratam de documentos confidenciais da empresa contendo seu histórico e
geralmente existe uma resistência em abrir informações desse tipo.
A contribuição principal deste estudo é de fazer com que o tema fique mais
conhecido e acessível, pois por tratar-se de uma técnica relativamente nova existem muitas
dúvidas sobre o assunto, possibilitando assim desenvolver e propagar o conhecimento a
respeito desta técnica.
No decorrer da pesquisa para o presente estudo foi possível perceber que existe
atualmente uma falta de bovinos para compra no mercado. Durante especulações no decorrer
do estudo foi detectada a provável causa desse problema, que se refere à atual falta de
matrizes, tornando assim escasso o quantitativo de animais. Com essa falta de bovinos o
34
mercado passa por oscilações muito grandes e repentinas nos preços. Esse é um tema de suma
importância e com capacidade para tornar-se um ótimo estudo.
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namento.pdf>. Acesso em: 14 Abr. 2014.
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guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. São
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33 RIBEIRO, Glauco Mora et al. Efeito da fonte protéica e do processamento físico do
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Acesso em: 08 Fev. 2014.
37
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econômica na alimentação de bovinos confinados. 2008. Disponível em:
<http://www.academicoo.com/artigo/cana-de-acucar-alternativa-sutentavel-e-economica-na-
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sistemas alternativos. 1994. Disponível em:
http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/cot/COT50.html. Acesso em: 18 Jan. 2014.
38 WEDEKIN, Valéria S. Peetz.; BUENO, Carlos Roberto F.; AMARAL, Ana Maria P.
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ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/tec2-0994.pdf. Acesso em: 17 Fev. 2014.
ANEXO
ANEXO A: D.R.E. 2013
ANEXO B: FLUXO DE CAIXA 2013
ANEXO C: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa
Viabilidade econômico do confinamento bovino de corte: Estudo realizado nomunicípio
de Rolim de Moura – RO, no caso de você concordar em participar, favor assinar ao final do
documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir
de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua
relação com o pesquisador (a) ou com a instituição.
Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do
pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação.
PROGRAMA: Graduação em Administração da UNIR – Fundação Universidade
Federal de Rondônia
PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Jaqueline Cristina de Jesus
ENDEREÇO:Rua Guaporé, nº 3950, Centro, Rolim de Moura/RO
TELEFONE: (069) 8126-0279
OBJETIVOS:
Identificar quais são as técnicas usadas para aumentar a rentabilidade do abate de
bovinos;
Verificar quais são os principais motivos para usar a técnica de confinamento de
gado;
Verificar como o confinamento bovino de corte reduz a escassez da oferta;
Realizar o inventário de todos os materiais, equipamentos e instalações necessários
para o desenvolvimento da atividade de um confinamento bovino de corte;
Levantar e calcular os indicadores econômicos para o estudo;
Identificar os componentes mais onerosos em um sistema de confinamento de gado
de corte;
Verificar os custos de produção envolvidos no sistema de confinamento da empresa
em estudo;
PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: (caso concorde em participar desta pesquisa,
você terá que responder a uma entrevista sobre o confinamento em geral), possuindo vinte e
quatro questões sendo distribuídas em abertas e fechadas. Os dados coletados serão tabulados
e analisados para fechamento do Artigo para Graduação no Curso de Administração da
Universidade Federal de Rondônia.
RISCOS E DESCONFORTOS: a pesquisa não oferece nenhum risco ou prejuízo
ao participante.
BENEFÍCIOS: Informar aos interessados no assunto sobre os aspectos positivos e
negativos de um confinamento bovino e quais os pontos que devem ser observadas para obter
resultados positivos.
CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não haverá nenhum gasto
ou pagamento com sua participação.
CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Garantia de sigilo que assegure a sua
privacidade quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa. Os dados e o seu nome
não serão divulgados.
Assinatura do Participante: ___________________________________________
ANEXO D: TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE:
Eu, Jaqueline Cristina de Jesus, DECLARO, para todos os fins de direito e que se
fizerem necessários que isento completamente a Fundação Universidade Federal de Rondônia
– Campus Professor Francisco Gonçalves Quiles em Cacoal, o orientador e os professores
indicados para comporem o ato de defesa presencial, de toda e qualquer responsabilidade pelo
conteúdo e ideias expressas no presente trabalho de conclusão de curso.
Estou ciente de que poderei responder administrativa, civil e criminalmente em
caso de plágio comprovado.
Cacoal / RO, ____ de _______________ de 20___
___________________________________________
(nome do Acadêmico por extenso e assinatura)
APÊNDICE
APÊNDICE A: ROTEIRO DE ENTREVISTA
Instrumento de coleta de dados sobre viabilidade de confinamento bovino
DADOS DO ENTREVISTADO:
Data de aplicação do formulário: Hora: Endereço: Fone:
E-mail:
1 Gênero: ( ) masculino ( ) feminino
2 Função no confinamento:
3 Idade do entrevistado:
( ) 15 a 25 anos ( ) 26 a 35 anos ( ) 36 a 45 anos ( ) 46 a 60 anos ( ) acima de 60
anos
4 Escolaridade do entrevistado: ( ) analfabeto
( ) Ensino fundamental ( ) completo ( )incompleto
( ) Ensino Médio ( ) completo ( )incompleto
( ) Ensino Superior ( ) completo ( )incompleto
( ) Curso Técnico ( ) completo ( )incompleto Qual: ___________________
( )Outros:__________________________________________________________________
5 Há quantos anos exerce esta atividade: ( ) até 1 ( ) 2 a 5 ( ) 6 a 10 ( ) 11 a 15 ( ) 16 a 20 ( ) acima de 20
anos
6 O entrevistado é o proprietário: ( ) sim ( ) não ( ) funcionário
7 Participa ou já participou de cursos de capacitação:
( ) sim ( ) não Qual:__________________________________ Pretende: ( ) sim ( )
não
CARACTERÍSTICAS DA PROPRIEDADE
8 Área total da propriedade (ha):_________________________________________
9 Quantas pessoas trabalham no confinamento: ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( )4 ( ) 5 ( ) 6 ( ) 7 ( ) 8 ( )9 ( ) acima de 10
ASPECTOS FINANCEIROS
10 Métodos de controle:
( ) planilhas eletrônicas ( ) caderno de anotações ( ) guarda na memória ( ) não faz controle
Outros::_____________________________________________________________________
___________
11 Forma de aquisição dos animais:
( ) compra( ) parceria. ( ) outras:___________________________________
12 Forma de custear o confinamento:
( ) própria ( ) terceiros. Se de terceiros qual
fonte:___________________________________
GERAIS
13 Quanto foi gasto com transporte dos animaisno ano de 2013:_________________
14Quantosanimais morreram antes de serem vendidos no ano de
2013:___________________________
15 Como é feita a dieta dos animais?
16 Como é realizado a escolha dos insumos?
17Existe diferença da dieta dos animais que acabaram de chegar dos mais antigos:
18 Quais são os procedimentos quando os animais chegam no confinamento:
19 Existe alguma exigência em relação a compra dos animais?
20 Qual o ganho de peso médio diário doa animais?
21 Qual é a rotina de um confinamento?
22 Qual a quantidade de funcionários do confinamento?
23 Quais são as maiores preocupações em relação ao confinamento em geral?
24 Qual o custo de um animal confinado hoje?
TERMO DE CONSENTIMENTO:
Eu ___________________________________________________________________, declaro que de livre e
espontânea vontade participei da pesquisa.
Assinatura do participante: _____________________________________________________
Local/data:___________________________________________________________________
Caso não queira identifica-se marque o campo seguinte: ( )
O Pesquisador Responsável por este projeto de artigo é Jaqueline Cristina de Jesus do curso de Graduação em
Administração da UNIR – Universidade Federal de Rondônia Campus Cacoal RO, sob orientação da Prof.ªMs.
Simone Marçal Quintino é de caráter sigiloso. Não serão divulgados nomes de participantes