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Barroco

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o Características da Poesia Barrocao Francisco Rodrigues Loboo Dom Francisco Manuel de Meloo Antônio José da Silvao Sóror Mariana Alcoforadoo Frei Luis de Sousao Conclusão

•poesia lírica, satírica e épica

•a poesia barroca corresponde mais ao culto da forma, do verso, que da essência, do conteúdo, do sentimento, da emoção lírica

•As poesias barrocas diziam pouco, mas tinham enorme valor estético

•Nasceu em Leiria no ano de  1580, numa família de cristãos-novos•Notava-se na sua escrita uma certa influência da lírica de Camões •Não se sabe se Rodrigues Lobo exerceu cargos públicos•Morreu afogado no rio Tejo durante uma viagem entre Lisboa e Santarém•A sua obra Corte na Aldeia escrita em 1619, é considerada como o primeiro sinal literário do Barroco em Portugal; foi muito importante no que se refere ao desenvolvimento do movimento Barroco na Península

Obras:•Primavera (1601)•O Pastor Peregrino (1608)•Condestabre (1609)•Corte na Aldeia (1619)

 [Coração, olha o que queres]MOTECoração, olha o que queres:Que mulheres, são mulheres...

VOLTASTão tirana e desigualSustentam sempre a vontade,Que a quem lhes quer de verdadeConfessam que querem mal;Se Amor para elas não val,Coração, olha o que queres:Que mulheres, são mulheres...

Se algüa tem afeiçãoHá-de ser a quem lha nega,Porque nenhüa se entregaFora desta condição;Não lhe queiras, coração,E senão, olha o que queres:Que mulheres, são mulheres...

São tais, que é melhor partidoPara obrigá-las e tê-las,Ir sempre fugindo delas,Que andar por elas perdido;E pois o tens conhecido,Coração, que mais lhe queres?Que, em fim, todas as mulheres!

•Nasceu em Lisboa, no ano de 1608, de família nobre•Foi escritor, político e militar•Morreu no ano de 1666

 Obras:•Carta De Guia De Casados (1651)•Obras Morales (1664)•Cartas Familiares (1664)•Obras Métricas (1665)•Auto Do Fidalgo Aprendiz (1676)•Apólogos Dialogais (1721)•D. Teodósio Duque De Bragança E As Segundas Três Musas (1945) 

“Uma das coisas que mais assegurar podem a futura felicidade de casados é a proporção do casamento. A desigualdade no sangue, nas idades, na fazenda, causa contradição; a contradição, discórdia. E eis daqui os trabalhos por onde vêm. Perde-se a paz, e a vida é inferno. Para satisfação dos pais convém muito a proporção do sangue, para o proveito dos filhos, a da fazenda, para o gosto dos casados, a das idades. Não porém que seja preciso uma conformidade, de dia a dia, entre o marido e mulher; mas que não seja excessiva a vantagem de um a outro. Deve ser esta vantagem, quando a haja, sempre a parte do marido em tudo à mulher superior. E quando em tudo sejam iguais, essa é a suma felicidade do casamento.” 

[..] Hei de estranhar por força um dito daquele nosso tão nomeado e tanto para nomear bispo D. Afonso que dizia: “A mulher que mais sabe não passa de saber arrumar uma arca de roupa branca” (…) Sou muito diferente de opinião e creio certo de que há muitas (mulheres) de grande juízo (…). Por isto mesmo me parece que aquela sua agilidade no perceber e discorrer em que nos fazem vantagens é necessário temperá-la com grande cautela. (Carta de Guia aos Casados, cap. XXII ). 

•Nasceu no Rio de Janeiro, em 1705•Filho de uma família cristã-nova que se refugiou no Brasil•Aos oito anos segue para Lisboa com sua mãe, acusada de judaísmo•Foi condenado a abjurar publicamente o judaísmo• Põe-se a escrever para teatro e em 1733 encena sua primeira peça “A vida do grande D. Quixote de la Mancha”•Casa-se em 1737 no mesmo ano foi denunciado é novamente levado as barras da Inquisição em companhia da mulher e da filha •Executado em 1739 em auto-de-fé

Obras:  •Esopiada ou vida de Esopo (1734)•Encantos de Medeia (1735) •Júpiter e Alemena ( 1736)•Labirinto de Creta (1736)•Guerras do Alecrim e da Manjerona (1737)•Precipicio de Faetonte (1738)

 “Semicúpio: Cuidado no bem-me-quer.(...) SonetoPrimas, que na guitarra da constânciaTão iguais retinis no contraponto,Que não há contraprima nesse ponto,Nem nos porpontos noto dissonância. Oh, falsas não sejais nesta jactância;Pois quando atento os números vos conto,Nessa beleza harmônica remontoAo plecto da Felina consonância: Já que primas me sois, sede terceirasDe meu amor, por mais que vos agasteOuvir de um cavalete as frioleiras; Se encordoais de ouvir-me, ó primas, basteDe dar à escaravelha em tais asneiras,Que enfim isto de amor é um lindo traste.”

(Guerras do Alecrim e da Manjerona)

•Nasceu em Beja, 1640•Freira do Convento de Nossa Senhora da Conceição, na sua cidade natal•Em 1663, conhece Chamilly, oficial francês que serviu Portugal durante as guerras da Restauração, e se apaixonam•Faleceu no ano de 1723, em Beja

Obras:•Lettres Portugaises (1669)

"Que há-de ser de mim? Que queres tu que eu faça? Estou tão longe de tudo quanto imaginei! Esperava que me escrevesses de toda a parte por onde passasses e que as tuas cartas fossem longas; que alimentasses a minha paixão com a esperança de voltar a ver-te; que uma inteira confiança na tua fidelidade me desse algum sossego, e ficasse, apesar de tudo, num estado suportável, sem excessivo sofrimento. Tinha até formado uns vagos projectos de fazer todos os esforços que pudesse para me curar, se tivesse a certeza de me haveres esquecido por completo. A tua ausência, alguns impulsos de devoção, o receio de arruinar inteiramente o que me resta de saúde com tanta vigília e tanta aflição, as poucas possibilidades do teu regresso, a frieza dos teus sentimentos e da tua despedida, a tua partida justificada com falsos pretextos, e tantas outras razões, tão boas como inúteis, prometiam ser-me ajuda suficiente, se viesse a precisar dela. Não sendo, afinal, senão eu própria o meu inimigo, não podia suspeitar de toda a minha fraqueza, nem prever todo o sofrimento de agora." (terceira carta)

•Nasceu em Santarém, por volta de 1555•Antes de entrar para a vida religiosa de chamava Manuel de Sousa Coutinho•Faleceu em 1632

Obras:•Vida de Don Frei Bartolomeu dos Mártires (1619)•História de São Domingos (1623)•Particular do Reino (1662)•Conquistas de Portugal (1678)•Anais de D. João III (escrito em 1628, e publicado em 1844)

“A FOME DE 1522Padecia neste tempo o reino de Portugal calamitoso aperto de fome. Porque, quanto mais corria o ano de 22, em que vamos, tanto maior era o trabalho. Crecia a falta, gastando e comendo o povo esse pouco pão, que havia: Castela não podia ajudar, porque a esterilidade do ano de 21 fora igual nela. De França não vinha nada, respeito das guerras que trazia com o imperador. Os pobres do reino acudiam todos a Lisboa, arrastando consigo suas tristes famílias, persuadidos da força da necessidade que poderiam achar remédio onde estavam o rei e os grandes.Mas aconteciam casos lastimosos. Muitos caíam e ficavam mortos e sem sepultura polos caminhos, de fracos e desalentados. Os que chegavam a Lisboa pareciam desenterrados, pálidos nos sembrantes, débiles e sem forças nos membros. Dinheiro não aceitavam de esmola, porque não achavam que comprar com ele: Só pão queriam; e este não havia quem o desse, porque algum que às escondidas se vendia era a quatrocentos e cinquenta reis o alqueire; o centeio a duzentos reis; o milho a cento e cinquenta, que para aquele tempo era como um prodígio. Viu-se que era açoute do Céu, em que, correndo muitos navios às ilhas dos Açores, onde as novidades haviam sido mui floridas, uns se perderam tornando, à vista da barra de Lisboa: outros, forçados de tormenta, alijaram ao mar o trigo; por salvarem as vidas.Foi a origem deste mal não acudir o Céu com água em todo o ano de 21. Estavam os campos tão secos, que, como em outro tempo se despovoou Espanha por lhe faltarem as chuvas ordinárias, parecia que tornava semelhante desaventura. As terras, delgadas, se desfaziam em cinza; as grossas se apertavam e abriam em fendas até o centro. Assi, em geral, nem no Alentejo, nem no Algarve, nem na Estremadura chegaram as searas a formar espiga: em erva secaram e se perderam todas. E em Lisboa se padecia já tanto no Outubro de 21, que aconteceu passarem muitos homens oito dias sem tocar pão, comendo só carnes e fruitas. E por Janeiro e Fevereiro do ano de 22, em que vamos, se averiguou morrerem muitos pobres à pura fome, polas ruas e alpendres de Lisboa.Abalavam estas misérias as entranhas de El-rei. Mandou fazer com tempo grandes diligências pera que decesse de Antre Douro e Minho e da Beira tudo o que se achasse de centeio e milho; e, não contente com isto, que todavia foi de muita importância, despachou navios, à custa de sua fazenda, com letras e dinheiro, que fossem carregar de trigo à França e Frandes.” Os Anais de D. João III, Liv. I, cap. XI

•Conclusão:•As biografias dos autores citados neste trabalho tem carência de dados, pelo contexto histórico que se tinha naquela época;•Muitas obras foram perdidas, mas a importância desses escritores pode ser vistas até hoje;•A poesia barroca não tinha como característica apresentar grande conteúdo, mas sim valor estético.

http://auladeliteraturaportuguesa.blogspot.com.br/2009/06/poesia-barroca.html http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/barroco/arte-barroca-8.php

Livro: “A Literatura Portuguesa”, Massaud Moisés http://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=132

http://furgletrasterceiro.blogspot.com.br/2009/10/coracao-olha-o-que-queres-aluna-emma.html

http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/bitstream/1843/ECAP-7FZRTA/1/as_po_ticas_seiscentistas_e_a_obra_de_dom_francisco_manuel_de_melo.pdf

  http://www.colegioweb.com.br/literatura/a-prosa-barroca.html

http://averodomino.blogspot.com.br/2008/04/soror-mariana-alcoforado.html