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M9_ Unid.1- O fim do sistema internacional da
Guerra Fria e a persistência da dicotomia Norte-Sul
1.2 – Os polos de desenvolvimento económico
O domínio da Tríade Atualmente, distinguimos três polos económicos fundamentais: os
Estados Unidos da América, a União Europeia e a zona da Ásia-
Pacífico.
Neste mapa das principais organizações de comércio livre, é possível verificar, pelas
variantes do PNB e das Exportações, que as três zonas acima apresentadas
constituem as economias mais poderosas do Mundo.
EUA Embora se tenha envolvido nas duas guerras mundiais, este país
colheu mais benefícios que prejuízos. Porquê? Devido à distância que os oceanos Pacífico e Atlântico lhe
imprimiam das frentes de batalha, as vítimas civis foram
praticamente nulas; Os centros industriais não foram destruídos por ataques aéreos, As produções agrícolas não foram prejudicadas por
bombardeamentos ou pelo avanço de exércitos.
Nos anos 80, o mundo assistiu à desagregação do bloco de Leste
e da própria URSS. Com isto, estava aberto o caminho para os
EUA se afirmarem como a única superpotência, permitindo-lhes
orientar o rumo de uma nova ordem internacional.
EUA – prosperidade económica Contexto do desenvolvimento económico dos EUA:
1. Livre iniciativa
Liberalismo Livre concorrência
Livre circulação de mercadorias e capitais
2 . Sociedade da abundância, com aumento da produção e do consumo de bens duradouros.
3 . Afirmação de um novo capitalismo industrial com base na inovação tecnológica.
4 . Medidas neoliberais (adotadas por Reagan e George Bush):
= reduzem-se os encargos com a segurança social.
= atenuam-se as restrições aos despedimentos e à deslocação da mão de
obra excedentária
= utiliza-se a força de trabalho precário e a mão de obra barata ( trabalhos
em part-time e contratos a prazo)
= Aumento da produtividade e a diminuição dos custos de produção através
de grandes investimentos em tecnologia de ponta.
= vulgarização do recurso ao crédito, quer por parte dos produtores, como
dos consumidores.
= valorização do dólar
= relações políticas com países do Golfo Pérsico, de modo a ter acesso ao
petróleo.
= expansão do mercado externo com os países em vias de desenvolvimento(
aproveitamento da mão de obra barate e das matérias primas)
5 . Ação de Bill Clinton ( 1993-2001):
= Fomenta as relações comerciais com o Sudeste Asiático, criando a
APEC ( Cooperação Económica Ásia-Pacífico), que se constitui como um
poderoso bloco económico entre 20 países.
= Criou a NAFTA (Acordo de comércio livre da América do Norte), unindo
economicamente os EUA, o Canadá e o México.
EUA - ciência e tecnologia
O progresso científico e tecnológico contribuiu para o crescimento económico
Manifestações do progresso científico e tecnológico:
= massificação do computador pessoal e criação da Internet.
= criação de grandes parques tecnológicos, ligando a pesquisa científica à inovação técnica
= aparecimento da Microsoft como imagem de marca da prosperidade americana, movimentando elevadas quantias na bolsa de valores.
= fomento do empreendedorismo, criando novos setores económicos e novas riquezas.
EUA – Supremacia militar
Grandes investimentos na indústria aeroespacial, bélica e
eletrónica, procurando garantir a sua supremacia.
Perante alguns tratados que procuram limitar o
armamento não convencional, adotam uma posição de
resistência, não os assinando.
Dão continuidade ao programa da Defesa Estratégica
(“Guerra das Estrelas”) de Ronald Reagan, com o
objetivo de manter o território americano protegido.
Ronald Reagan
Recusam-se a assinar o Protocolo de Quioto que, além das
questões ambientais, procura limitar o desenvolvimento
Rejeitam submeter os seus militares ao Tribunal Penal
Internacional – tribunal a quem é atribuída a competência de
julgar os chamados crimes de guerra ou genocídios.
Desenvolvem intensos programas de inovação tecnológica,
guerra eletrónica, suportada pelas armas poderosas e por uma
vigorosa força aérea. (Nesta guerra contam-se tecnologias como
o GPS, espionagem por satélite, sistemas de orientação de mísseis
balísticos por laser, potentes computadores…)
.
Intervêm militarmente em diversos locais do mundo, quer por iniciativa própria, quer integrando a NATO, afirmando-se assim como os “polícias do mundo”
Porquê?
recusam-se a tolerar qualquer ameaça que ponha em causa os
princípios da ONU. Nesse sentido, assiste-se ao aumento das sanções contra países onde os direitos humanos são violados, onde há repressão política, apoio ao terrorismo ou agressões militares. Também a NATO, que à partida perderia razão de existir com a queda
do Pacto de Varsóvia, viu a sua posição ser reforçada, porque a ela se juntaram os antigos países da união militar soviética.
Os “polícias do mundo”
O ataque na Líbia em 1986, onde se
alegava que Kadafi, o ditador libanês,
apoiava o terrorismo internacional.
Como pretexto, os EUA afirmam que, um
ataque realizado à bomba a uma
discoteca de Berlim, onde as vítimas
foram soldados americanos, é obra do
regime de Kadafi.
Esta operação contou com o apoio do
governo inglês de Margaret Thatcher.
Intervenção militar na guerra do Golfo, em 1991.
Desenvolveu-se a ação contra o Iraque por este ter ocupado o vizinho Kuwait, violando o direito internacional.
George Bush ( presidente dos EUA) justificou esta intervenção da seguinte maneira:
“A agressão ao Golfo Pérsico constitui uma ameaça não só para a segurança de toda uma região mas também para as perspetivas do futuro mundial. Ela ameaça transformar o sonho de uma nova ordem mundial num pesadelo onde reina a amargura e onde a lei da selva substitui o direito internacional. (…) A vitória terá consequências duráveis: o reforço das regras de conduta civilizadas nas relações internacionais, a criação de um precedente em matéria de cooperação internacional.”
Na operação “Devolver a Esperança”, os soldados
americanos foram para a Somália ( 1992-93) para distribuir
alimentos e manter a paz, mas acabaram derrotados pelos
rebeldes somalis.
Intervenção militar na ex-Jugoslávia ( Sérvia), em 1999,
acusada de violar os direitos humanos e exterminar a
população albanesa na província do Kosovo.
Hiperterrorismo
Intervenção na guerra do
Golfo
Reforço da presença dos EUA
no mundo árabe
Apoio ao governo de
Israel na luta contra os
Palestinianos
Violenta reação dos muçulmanos fundamentalistas religiosos:
consideram as intervenções como uma Cruzada do Ocidente
contra o Islão e praticam o terrorismo organizado contra os
interesses americanos e dos seus aliados
11 de Setembro de 2001: ataque ao
World Trade Center a ao Pentágono
O combate ao terrorismo tornou-se a prioridade da política
internacional dos EUA.
O presidente Georges Bush definiu a “ Nova Estratégia de
Segurança Nacional” ( a “ Doutrina Bush”):
Direito de fazer guerra preventiva contra países ou grupos
terroristas que desenvolvam armas de destruição maciça.
Manter a supremacia militar com única superpotência do
planeta
Compromisso de cooperação internacional multilateral no
combate ao terrorismo internacional, mas com a
salvaguarda de que “ agirão unilateralmente, se necessário”
Espalhar a democracia e os direitos humanos por todo o
mundo, especialmente no mundo muçulmano
No âmbito da doutrina Bush:
2001 – invadem o Afeganistão, numa tentativa de capturarem Osama Bin Laden, acusado de organizar os assaltos do 11 de Setembro.
Apesar de não conseguirem a captura, destruíram o governo dos Taliban e promoveram a democratização do país
2003 – invadem o Iraque denunciando a posse de armas de destruição maciça e o apoio ao terrorismo internacional por parte de presidente Sadam Hussein.
Levam a cabo campanhas de denúncia dos programas nucleares da Coreia do Norte e do Irão.
Mantém uma ativa perseguição aos dirigentes dos movimentos terroristas, submetendo-os a julgamento ou executando-os imediatamente ( como aconteceu com Bin Laden em 2011)
A Europa 2ª guerra
mundial
Plano Marshall
Comunidade Económica do
Carvão e do Aço (CECA),
constituída pela França,
Alemanha, Itália, Bélgica,
Holanda e Luxemburgo
1957 – Tratado de Roma, com o objetivo de alargar e aprofundar o mercado
comum, através da união aduaneira dos estados membros
Estava criada a Comunidade Económica Europeia (CEE)
Acordo de Schengen
Espaço sem
restrições à livre
circulação de
pessoas; criação
de uma fronteira
externa única e
abolição dos
controlos
fronteiriços
internos.
Tratado de Amesterdão ( 1997 e entra em vigor em 1999)
Foi criado o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) para
harmonizar os valores do défice da dívida pública e da taxa de
inflação em função dos valores de referência estabelecidos na
União Europeia.
Foi criado o Banco Central Europeu (BCE) e estabelecidos os
critérios para a criação da moeda única - Euro
Tratado de Nice
• Estabelece o Protocolo sobre a Ampliação da União
Europeia, alargando-a aos países do Leste da Europa
• Permite a Europa dos 25 ( alargamento aos antigos
países da “cortina de ferro”
• Constitui a base legal para a Europa dos 27 ( adesão da
Roménia e Bulgária) e da Europa dos 28 ( adesão da
Croácia)
Ásia- Pacífico: espaço económico emergente
Os “ Dragões Asiáticos”
Coreia do Sul
Hong-Kong
Singapura
Taiwan
Os “ Tigres Asiáticos”
Malásia
Tailândia
Indonésia
Filipinas
Coreia do Sul, Singapura
Hong-Kong, Taiwan
A partir dos anos 70 arrancam para
o desenvolvimento económico
assente na produção e exportação
de bens de consumo
Seguem o modelo japonês:
intervenção do estado na
economia; absorvem tecnologias e
capitais estrangeiros; aproveitam a
mão de obra abundante e que
valoriza a disciplina e o trabalho,
mesmo a baixo preço; apostam na
educação e formação.
Tailândia, Malásia,
Indonésia e Filipinas
Emergem da necessidade de
matérias-primas, recursos
naturais(petróleo) e bens
alimentares de que o Japão e o
primeiro grupo de países
emergentes necessitava.
Constituem a ASEAN (
Associação de Nações do
Sudeste Asiático) juntamente
com Singapura, zona de
comércio livre e de cooperação
entre estes países.
A questão de Timor
1512- 1974 – Timor foi colónia portuguesa com muito
pouco interesse para Portugal, dados os seus fracos
recursos económicos
1974 – Nascem os três partidos timorenses:
= UDT ( União Democrática Timorense) – defende que
Timor se tornasse região autónoma de Portugal.
= APODETI ( Associação Popular Democrática
Timorense) – defende a integração de Timor na Indonésia
= FRETILIN ( Frente revolucionária de Timor-Leste
independente) – defende que Timor deveria ser
independente, governado por ideologia de esquerda.
1975:
= confrontos violentos entre os 3 partidos.
= Portugal retira-se da ilha, sem reconhecer a legitimidade de
qualquer dos partidos.
= a Indonésia ocupa Timor- Leste; Portugal protesta; a ONU
condena a invasão (legitimamente Portugal inicia uma intensa
atividade diplomática em prol do direito do povo timorense à
autodeterminação e independência).
1976- 1991( luta armada) :
= genocídio do povo maubere ( timorense) pela Indonésia
= constituição da resistência armada: a FALINTIL ( Forças
Armadas de Libertação e Independência de Timor-Leste),
liderada por Xanana Gusmão; promove a luta armada contra a
Indonésia Xanana Gusmão
1991 – massacre de Santa Cruz : sensibilização da comunidade internacional
para a violação dos Direitos do Homem em Timor
1992 – prisão do líder da resistência timorense, Xanana Gusmão.
1996 – o bispo de Díli, D. Ximenes Belo e o representante da resistência no
exterior, José Ramos Horta recebem o Prémio Nobel da Paz.
1997 – O secretário geral das ONU, Kofi Annan, coloca Timor numa das
prioridades da ONU.
1998 – O ditador Suharto da Indonésia demite-se e o novo presidente Iussuf
Habibie lança reformas democráticas
1999 – Portugal e a Indonésia assinam um acordo para a realização de um
referendo sobre o destino de Timor, supervisionado pela ONU.
= organização de milícias armadas que espalham o terror entre a
população ´timorense.
= a ONU envia uma força de paz multinacional com o objetivo de
pacificar o território
2000 – criação de um governo de transição, supervisionado pela ONU
2002 – Timor-Leste torna-se um estado independente
2006 – nova crise político-militar e nova onda de violência
= ONU destaca nova missão de paz , que se prolongou até 2012
Modernização e abertura da China
1978 – Deng Xiaoping ascende ao poder na China e
promove reformas pró-capitalistas:
= modernização da agricultura
= modernização da indústria
= abertura comercial ao exterior Deng Xiaoping
MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA
Descoletivização das terras, que foram entregues aos camponeses
em regime de arrendamento
Liberdade dos camponeses comercializarem os excedentes agrícolas
e se apropriarem dos lucros
Aumento da produtividade agrícola
MODERNIZAÇÃO DA INDÚSTRIA E ABERTURA COMERCIAL
Substitui-se a indústria pesada pelos produtos de consumo e têxteis
destinados à exportação
Aposta no desenvolvimento do setor manufatureiro.
Investe na alta tecnologia, possuindo um dos maiores parques industriais
do mundo.
Desenvolve a indústria automóvel
Abertura da China aos investimentos estrangeiros
Regime político
socialista
Práticas económicas
capitalistas
Socialismo de Mercado
“ um país, dois sistemas”
Criação de 4 zonas económicas especiais, abertas ao investimento
estrangeiro e com total liberdade de comércio com o exterior.
Criação de 14 cidades portuárias, privilegiando o desenvolvimento
das zonas costeiras.
Relações externas
Estabelece relações diplomáticas com países capitalistas
Formaliza a paz com o Japão ao se integrar no mercado da
Ásia/ Pacífico
Restabelece as relações diplomáticas com os EUA
Passa a fazer parte das grandes instituições económicas e
financeiras internacionais: FMI, Banco Mundial, GATT,
Organização Mundial de Comércio
Liberdade individual não existe
Grandes desigualdades sociais:
= burguesia empresarial poderosa
= próspero operariado urbano
= classes camponesas do interior muito pobres
Aparecimento da inflação
Supressão de mecanismos da segurança social
Grandes manifestações de descontentamento
Repressão brutal contra os manifestantes ( Massacre
de Tiananmen)
Situação política e social