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Universidade Federal de SergipeCCBS
Departamento de MorfologiaDisciplina: Microbiologia MedicaProf: Dr. Alexandre Luna Cândido
PICORNAVÍRUS
ROTEIRO DE APRESENTAÇÃO
Introdução a família e propriedades gerais
Patogenia da infecção viralSinais e sintomas clínicosMateriais de coleta para
diagnostico virológico e molecular
Técnicas de diagnostico utilizadas
HISTÓRICO A poliomielite é uma
doença conhecida desde a pré-história.
Sugerida pela representação de um jovem egípcio com sequela típica.
As primeiras descrições foram feitas por volta de 1800 (casos de paralisia e febre).
A descrição médica foi feita em 1840 por Jacob Heine.
Em 1908 Karl Landsteine e Popper identificaram o poliovírus como agente agressor.
Comprovando a natureza infecciosa da poliomielite.
Em 1949 Enders, Weller e Robbins- propagado em tecido não-neural.
Surgimento: VIP (Jonas Salk) e VOP (Albert Sabim).
INTRODUÇÃO
É uma doença infecciosa aguda, que em sua forma grave afeta o SNC.
Afinidade pelos neurônios motores na medula espinhal e no encéfalo.
PROPRIEDADES GERAIS
Causada = poliovírus
Família = Picornaviridae
Gênero = Enterovírus
PICORNAVÍRUS
Vírus pequenos (PICO) de RNA;Uma das maiores famílias de
vírus;Capsídeo não envelopado;Icosaédrico;Genoma ssRNA (+) fita simples;
PICORNAVÍRUS
Os principais picornavírus são:Rhinovírus; Hepatovírus; Cardiovírus; AphthovírusEnterovírus
ENTEROVÍRUS
Enterovirus A B C DForma esferoidalDiâmetro de 25 a 30 nmSem envoltório lipídicoCapsídeo icosaédrico 60 protômeros ou capsômerosPolipeptídios (VP1, VP2, VP3 e VP4)Eixo 3’ e 5’;Cânion (depressão);
Transmissão via oral-fecal;Trato respiratório superior,
orofaringe e trato intestinal;Replicação iniciada na mucosa e
no tecido linfoide das tonsilas e faringe.
Segunda replicação medula e partes do cérebro;
Potencial citolítico tem grande disseminação (exceto hepatite A);
Boca Intestino SNC
São um das causas mais comum de doenças respiratórias.
Principal resposta imune: anticorpos;
Eliminado através das fezes;Incubação de 7 a 12 dias, mas
pode variar de 2 a 30 dias.
ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO GENOMA
30% ácido nucléico e 70% proteína.Filamento de RNA simples e positiva.7,2 a 8,4 KB de nucleotídeos.RNAmLigado por VPg ( proteína de vírion
ligada ao genoma).VPg não é encontrada no RNAm e sim
nas cadeias nascentes de RNA replicativo intermediário e nas fitas negativas.
VPg
Presente no RNA RI e fitas -
5’ replicação e tradução.
3’ controle da síntese RNA viral.
RNA +
VPg é um iniciador para a síntese do rna do vírus da poliomielite.
PROPRIEDADES FÍSICAS E QUÍMICAS
Estáveis em pH 3 a 9 Inativados por: Formaldeído a 0,3 % ; Ácido
clorídrico a 0,1 N; Cloro residual 0,3 A 0,5 ppm; luz ultravioleta e dessecação.
Depende: [vírus], pH, material orgânico e tempo.
Resistentes: Álcool a 70%, lisol, compostos de amônio, éter e clorofórmio.
São termolábeis. Destruídos a exposição de 42 C.
Presença de MG Pouca inativação após 1h a 50 C Estáveis por ano a temperatura -20 C e -70 C
EPIDEMIOLOGIA
Reservatório natural:Disseminação: contato, oral-
fecal, gotículas ou aerossóis, água e alimentos contaminados.
• Níveis mais altos no verão e outono
Clima quente
Precárias Condições
Infecção ultrapassa
50%
MUNDO 1950 temida no EUA 58.000 casos em 1952 Probabilidade: grupos religiosos e
imigrantes ilegais. 1960 redução de casos que passou de 5 a 10
\100.000 habitantes para 0,5 \ 100.000 Ha. Vacina reduziu de 2500 para 465 casos.
BRASIL 1930 1 surto. 1953 -746 casos
SERGIPE 1946: Primeiro caso 1979 a 1989: 159 casos Dos 75 municípios, 43 apresentaram casos
90 % casos menores de 5 anos 80% indivíduos não vacinadosApós a vacina: 122 casosRedução de 95% Último caso de infecção pelo
poliovírus1986 incidência no Nordeste selvagem ocorreu em 1989, na
cidade de Souza/PB1994 considerada erradicada
Patogenia
Processo de desenvolvimento de uma doença.
Penetração Disseminação Replicação Lesão Doença.
PICORNAVÍRUS
Biossíntese Viral Ocorre no citoplasma.
A primeira etapa da infecção é a fixação do vírion a receptores específicos
A descoberta da natureza desses receptores
Receptores para os picornavírius.
Para certos Coxsackievírus A e B, echovírus e enterovírus 70.
Para os vírus da poliomielite(PVR - poliovirus receptor).
o capsídeo precisa se dissociar para liberar o RNA para o citoplasma.
Resulta em partículas que contém o RNA viral sem a proteína VP4 interna do capsídeo.
Biossíntese Viral
O RNA de polaridade +, sem a VPg, que foi clivada por uma fosfodiesterase, é traduzido pelos ribossomas da célula hospedeira.
As clivagens são feitas, principalmente, por três proteinases, 2A, 3C e 3CD.
RNA polimerase-RNA dependente e as proteínas acessórias necessárias para a replicação do genoma e do RNAm.
REPLICAÇÃOSíntese da fita complementar negativa,
através da transcrição do RNA, pela RNA polimerase-RNA dependente.
A síntese de fitas positivas é 30 a 70 vezes maior que das fitas negativas.
Encapsidação.P1 protômeros imaturos(VP0,VP3 e
VP1) pentâmeros provírus.
REPLICAÇÃO• Fitas (+) de RNA recém-formadas + provírus
para formar a partícula viral completa. • VP0 clivada em VP2 e VP4.• genoma é amplificado para 100.000 cópias
por célula.• Ciclo de 5 a 10 horas.
Enterovírus
Transmissão: via oro-fecal.
Penetração: orofaringe, mucosa intestinal ou vias aéreas superiores e infectam o tecido linfático subjacente.
Replicação dos enterovírus:
Tropismo tecidual (reconhecimento do receptor expresso):
Poliovírus: nas células do corno anterior da medula espinhal, gânglios da raiz dorsal, neurônios motores, cél. musculares esqueléticas e cél. linfóides.
Coxsackievírus e echovírus: presentes nas células do SNC, coração, pulmão, pâncreas, mucosas e outros tecidos.
Poliovírus• O vírus atravessa a barreira hematoencefálica
e tem acesso ao cérebro através da infecção do músculo esquelético até os nervos que inervam o cérebro.
RinovírusSão incapazes de replicar no trato
gastrointestinal.Início da Infecção: apenas uma partícula viral
infecciosa.pico da doença: as secreções nasais
apresentam concentrações de 500 a 1000 vírions infecciosos por ml.
Rinovírus
O vírus penetra através do nariz, boca ou olhos e inicia a infecção das vias aéreas superiores, incluindo a garganta.
Rinovírus
• citocinas (inflamação) pode promover a disseminação do vírus ao aumentar a expressão do receptores virais ICAM-1.
Rinovírus
bradicinina e histamina, causando rinorreia.O interferon pode limitar a evolução da
infecção e contribuir para os sintomas.
ENTEROVÍRUS
POLIOVÍRUS COXSACKIEVÍRUS ECHOVÍRUS
ENTEROVÍRUS: porta de dentrada Trato alimentar.
Infecções assintomáticas.
Sorotipo 1
S1
S2
S3
S4
S5
S6
Síndrome
St1
St2
St3
St4
St5
St6
As infecções por Enterovírus dependem de... Sorotipo viral A dose infectante O tropismo tecidual A porta de entrada Idade, sexo Estado de saúde do paciente
antes da infecção Gravidez
Muitos picornavírus provocam doenças em seres humanos, que vão desde a paralisia grave até meningite asséptica, pleurodinia, miocardite, lesões cutâneas vesiculares e exantematosas, lesões mucocutâneas, doenças respiratórias, conjuntivite e doença generalizada grave de lactentes.
Vários Vírus...
Meningite viralExantemaDiarreiaPericardite e MiocarditeResfriado comum
POLIOVÍRUSSorotipos 1-3
POLIOMIELITE = Paralisia Infantil
Via fecal-oral (onde já começa a multiplicação)
Corrente sanguínea Cérebro SN Neurônios motores
Paralisia Flácida Centros Nervosos dos músculos
respiratórios e da deglutição Morte.
TIPOS Infecção Subclínica ou abortiva: Desconforto geral ou ansiedade
(mal-estar) Dor de cabeça Garganta vermelha Leve febre Dor de garganta Vômitos 72h
╬ Poliomielite não-paralítica
Dor nas costas Diarreia Cansaço
excessivo Dor de cabeça Irritabilidade Dor nas pernas Febre moderada Rigidez
muscular Vômitos
Sensibilidade muscular e espasmos
Dor e rigidez no pescoço
Dor ou rigidez nas costas, braços, pernas e abdome
Erupções na pele ou lesões doloridas
╬ Poliomielite Paralítica Febre Sensações anormais Sensação de inchaço
no abdome Dificuldade de
respiração Constipação Dificuldade em
começar a urinar Babar Dor de cabeça Contrações ou
espasmos musculares na batata da perna, pescoço ou costas
Dor muscular
Manifesta-se rapidamente
A localização depende de que parte da medula espinhal é afetada
Piora até chegar à paralisia
Sensibilidade ao toque um leve toque pode ser
doloroso Rigidez no pescoço e
nas costas Dificuldade de
deglutição
Irritabilidade ou perda do controle do humor
Síndrome pós-pólio
Desordem neurológica Perda das funções musculares NÃO reativação do vírus A enfermidade foi incluída no
Catálogo Internacional de Doenças (CID 2010), graças a um trabalho desenvolvido por pesquisadores brasileiros na Unifesp.
Fraqueza muscular progressiva nos membros atingidos ou não pela doença;
Cansaço excessivo;
Dores musculares e nas articulações;
Cãibras; Dor de cabeça;
Hipersensibilidade ao frio;
Distúrbios do sono;
Problemas respiratórios;
Ansiedade Dificuldade de
deglutição e para controlar os esfíncteres;
Depressão
Meningite Viral Os sintomas se assemelham aos das
gripes e resfriados. Acomete principalmente as crianças,
que têm febre, dor de cabeça, um pouco de rigidez da nuca, inapetência e ficam irritadas.
Doença Febril Indiferenciada.
Coxsackievírus Sorotipos 1-24
HERPANGINA Lesões vesiculosas e ulcerativas na
boca das crianças, afetando o paladar (língua), a faringe, as amídalas, etc
Febre alta, vômitos, diarréia, dor de garganta e muita babação.
Duração dos sintomas de 2 a 7 dias.
Faringite nodular ou linfática
Exantema
Doença mão-pé-boca.
Pneumonite Resfriado comum Hepatite Diarreia Infantil Conjuntivite
Aguda
Mialgia Epidêmica ou Pleurodinia
Paralisia Infecção sistêmica
grave em crianças Meningoencefalite Pericardite/
Miocardite Pneumonia
ECHOVÍRUSSorotipos 1-33
Síndrome de Guillain-Barré
Distúrbios hepáticos
POLIRRADICULONEUROPATIA IDIOPÁTICA AGUDA
DIAGNÓSTICO
Clínico e epidemiológico Laboratorial
DIAGNÓSTICO
DETECÇÃO Amostras de fezes ou swab retal Swab de garganta Culturas celulares
DIAGNÓSTICO
IDENTIFICAÇÃO E TIPAGEM Teste de soroneutralização Hibridação molecular Método do PCR Sequenciamento nucleotídico Provas sorológicas
Enterovírus
• Tratamento: o Uso de pleconaril no início da infecção. A
droga inibe a penetração do vírus na célula.o Redução da dor e do espasmo muscularo Manutenção da respiração e hidrataçãoo Exercícios
Enterovírus
• Prevenção: Vacinas: pólio inativa (IPV) e pólio oral do
vírus vivo atenuado (OPV)
Vacina pólio oral
Vantagens • Eficaz• Imunidade duradoura• Facilidade de
administração• Não é necessário fazer
reforços• Indução da resposta de
anticorpos nas secreções• Imunização indireta
Desvantagens • Risco da poliomielite
associado à vacina• Disseminação da vacina
para os contatos• Não é segura para
imunodeficientes
Vacina pólio inativada
Vantagens • Eficaz• Estabilidade para
transporte e armazenamento
• Seguro para imunodeficientes
Desvantagens • Não estimula
produção de anticorpo secretor
• É necessário fazer reforço
• Doloroso
Rinovírus
• Tratamento: Drogas antivirais não costumam ser utilizadas
• Prevenção: Vacinas Cuidados de higiene
CONCLUSÃO• As sérias sequelas deixadas pela infecção Enterovírus
(principalmente os poliovírus) afetam não só estado físico do paciente, mas também o estado emocional.
• Causam certa inapetência e invalidez.
• A pólio já é erradicada no Brasil e nos países desenvolvidos, porém ainda é realidade em alguns países.
• Para erradicar a doença é fundamental que todos da população tenham acesso à vacina, o que ainda não é possível nestes países.
Referências• http://www.scielo.br/pdf/anp/v52n2/12.pdf• http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pd
f/gve_7ed_web_atual_poliomielite.pdf• http://
icb.ufmg.info/mic/diaadia/wp-content/uploads/2012/10/130402-Poliomielite1.pdf
• http://www.medicinanet.com.br/conteudos/acp-medicine/5171/infeccoes_virais_entericas_%E2%80%93_nino_khetsuriani_umesh_d_parashar.htm
GRATOS PELA ATENÇÃO!!!