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Abril 2011 RESISTANCE 1ª Edição Abril 2011

Resistance

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Nova revista feita por alunos do departamento de física da universidade de coimbra

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Abril 2011RESISTANCE1ª Edição Abril 2011

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“To improve is to change; to be perfect is to change often.”Winston Churchill

O Departamento de Física é um poço de capacidade, criatividade e empreendedorismo. Tendo isso em conta, três amigos tiveram o sonho de criar um jornal de alunos, ex-alunos e professores com a qualidade e periodicidade que todos nós merecemos. Com isso em vista gostaríamos do teu con-tributo, envia-nos as tuas sugestões e críticas para o nosso endereço electrónico ou facebook para podermos evoluir no caminho certo.

Editorial

Provavelmente a cara-cterística mais impor-tante deste indíviduo extraordinário é a sua propensão para o de-sporto. Practicante das mais variadas modali-dades atinge a mestria em todas sendo de-scendente de pessoas de alta importância nesta área. Isto reflecte--se num trabalho de equipa acima da média e numa ética de trabalho exce-lente. De não desprezar também o vasto con-hecimento em cinema, música, arte, literatura e política. Este viajante nato já escreveu para o Anti-matéria e con-tinuará a fazê-lo na Resistance. Está neste momento encarregue da gestão interna da equipa e está integrado na parte criativa. É o extremista do grupo.

Foi em 1990, na vila de Óbidos que nasceu Joana Faria. Desde cedo foi reconhecida a sua facilidade de criar relações quer pessoais quer de trabalho. Isto conferiu-lhe o lugar de relações publicas na revista.Com extensa experiên-cia na júnior empresa “jeKnowledge” usa agora muitos dos con-hecimentos recolhidos na criação da Resist-ance. Ela é, normalmente, a voz da razão e é fulcral aquando das reuniões criativas para reunir as opiniões num consenso. Com três irmãos mais novos e umas manhãs de sexta tipicamente complicadas depois de umas Quintas diver-tidas. É a menina do grupo.

Vindo directamente do Olho do Concelho de Cantanhede temos o nosso Editor-chefe e designer da nova revista Resistance.Pedro Silva é, provav-elmente, o aluno mais emblemático do Depar-tamento de Física quer seja pela sua barriga, pelos calções amarelos ou por uma jovialidade característica.Membro frequente do NEDF e sócio-funda-dor da Jeknowledge lidera agora este pro-jecto porque já estava a ficar farto de passar as noites a jogar World of Warcraft.Caso tenhas a infeli-cidade de não o con-heceres poderás fazê-lo numa Quinta-feira qualquer. É o nosso GRANDE chefe.

Último, mas não menos importante, temos João Borba, 22 anos, tenta estudar Engenharia Biomédica nos tempos livres e é natural do meio do Oceano Atlân-tico. Tem como sonho meter toda a gente do Departamento a falar com sotaque, e viu na Resistance uma boa oportunidade. Quer aprender InDesign, mas o contentor com as novas tecnologias ainda não chegou aos Açores.Especialista em música, tem como função a coordenação da secção da Cultura. Adepto de bom futebol e de tardes bem passadas na espla-nada, é um sonhador na esperança que o seu Sporting possa vir a ser Campeão nos próximos 100 anos. É o Açoreano do grupo.

Frederico Borges Pedro Silva João BorbaJoana Faria

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Índice

Dentro do dep...

3_(R)editorial. Rafael Jegundo4_Jade Spring meeting. David Bento5_”Erasmus”. Nino Hatter6_(Entrevista).Mariana Neto Costa7_”Depois de Coimbra”. Marcos Cordeiro9_A Educação. Maria José B.M. de Almeida10_Curso de exploração espacial. Natacha Leite

Viagens...

11_”Estado fundamental”-São Pedro do Sul-Luis Antunes13_”Estado Excitado” - Jamaica -Ana Telma Santos14_Feira do chocolate. Ângela Dinis

Cultura...

15_”24 frames por segundo”.17_”78 rpm”.19_”Live” - Gogol Bordello, Katy Perry, Roger Waters22_”A game (re)view” - Red Dead Redemption27_”Notícias”29_”Mãe, afinal sei cozinhar”. Ana Mafalda Sanches Teixeira

Opiniões...

21_Pearl Jam.Nuno Ferreira23_Teoria da Sorte. Carlos Henriques29_Crónicas.

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Faltam 2h19 min para o deadline de entrega do meu artigo para o Resistance. Já fiz três tentativas, todas elas sem qualquer brilho. Não só devo um artigo ao Pedro, como também algumas horas de sono à cama, pelo que honestamente sinto pouca criatividade e vividez para grandes lides literárias.Contudo existem iniciativas que valem a pena, e só se tornam realidade quando as pessoas se sac-rificam um pouco. Não quero com isto dizer que me estou a sacrificar. Talvez, mas isso seria pouco relevante para o caso, e até hipócrita para com o discurso proactivo que tantas vezes apresento, em tom reactivo ao desânimo e inêrcia.O que é realmente aqui importante é que mais uma vez, uma equipa de alunos do departamento de físi-ca trabalhou inúmeras horas para vos presentear com este belo folhetim. Digo isto com conheci-mento de causa, mas sobretudo com muito apreço. Ao ver a equipa desta edição a trabalhar senti no ar o entusiasmo e a vontade que havia pela B13 nos tempos em que eu próprio participei neste esforço (e que tanto falta nestes tempos). Mais do que o

número de páginas ou qualidade do papel existem valores intangíveis nalguns trabalhos. Tal como quando se diz que a comida foi cozinhada com amor, esta revista está preenchida de emoções.Isso nota-se no brio com que o trabalho é feito, e na insistência quase traumática com os partici-pantes para a entrega atempada dos artigos. Mais que isso, nota-se uma visão altruista e de serviço, havendo uma estratégia para a Resistance de lon-go-prazo, transcendendo a encruzilhada vida das pessoas.Aprecio também ver confirmado que no nosso de-partamento existem comunicadores eficazes e por vezes extraordinários, que dedicam o seu tempo para nos transmitir a sua opinião informada e sus-tentada sobre vários tópicos.Egoísta seria de mim deitar fora o convite de voltar a escrever para estas belas folhas. Toma lá o artigo e não me chateies mais Pedro (excepto para falar-mos do site para a revista ;)Naturalmente que assim, e usando isto para in-spiração, o artigo que era dificil, ficou fácil.

(R)editorialtexto_Rafael Jegundo

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Nos dias 24, 25, 26 e 27 de Fevereiro estive em Bruxelas, Bélgica, no JADE Spring Meeting – en-contro de Júnior Empresas de toda a Europa.Acontece que em Portugal existem duas federações de Júnior Empresas derivadas de algumas divergên-cias ocorridas há alguns anos, a FJEP (Federação de Júnior Empresas de Portugal) e a JADE Portugal, sendo que este foi o primeiro evento da confeder-ação europeia em que os dois movimentos nacionais puderam estar presente e cultivar sinergias.Com o cinzento instalado da cidade, conseguiram-se altos níveis de interactividade e de networking como nunca tive oportunidade de presenciar em nenhum outro evento.

O programa do evento foi muito focado em work-shops e actividades sociais, tendo-se conseguido ex-periências e convivências bastante enriquecedoras. De salientar a troca de conhecimento com membros de Júnior Empresas de toda a Europa o que pos-sibilitou mostrar, não só o que se faz de melhor na jeKnowledge, como em todas as Universidades por-tuguesas.No meio de todo o programa, ainda houve espaço para visitar e conhecer esta cidade, que possui marcos históricos e arquitectónicos verdadeira-mente notáveis. O Palácio da Justiça ou a Grand-Place são talvez os que mais se evidenciam na capi-tal europeia.

JADE Spring Meeting Bruxelastexto_David Bento

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Olá, o meu nome é Nino, sou alemão e desde Setembro estou a estudar física na Universidade de Coimbra.Mas porque escolhi Portugal? Porquê Coimbra?Para um alemão, Portugal já é um pouco exótico para fazer Erasmus e poucas pessoas na Alemanha conhecem verdadeiramente este país. A maioria vai para França ou Espanha. Além disso queria apren-der uma língua estrangeira falada na América do sul, mas não espanhol. Pois a escolha foi português e onde se pode aprender uma língua melhor se não fosse num país em que se fala a língua. Uma vez, quando contei a um certo amigo que ia para Portugal estudar ele perguntou-me se já sabia falar espanhol. Oops!!Cheguei no fim de Agosto. Coimbra estava um deserto, quente e sem estudantes, pois as aulas ainda

não tinham começado para todos os cursos. Só uma multidão doutros Erasmus tentando arranjar quartos e lugares nos poucos cursos de português.Encontrar um quarto não era tão fácil para mim

porque queria viver com portugueses e não com es-trangeiros, pois queria conhecer a cultura e melhorar o meu conhecimento da língua. Com a ajuda do meu Buddy (“programa de Buddy”, tipo um português que ajuda a arranjar estas coisas para um estrangeiro) eventualmente encontrei uma casa com outros físi-cos. Tive sorte já que assim conheci muitas pessoas logo no início que até sejam físicos. Ter uma base em comum faz a vida mais fácil.Sinceramente, estudar em Coimbra parece mais leve do que na Alemanha, pelo menos comparando com Berlim onde estudo. Às vezes tão leve que se pode esquecer o verdadeiro significado da palavra estudar, porque o ambiente no departamento é muito

agradável. Os professores são simpáticos e até dizem “Olá” no corredor. Claro que vem do tamanho dos cursos cá, que são pequenos. Eu antes não conhecia aulas com menos do que 20 alunos. Claro, um grande ponto a favor por Coimbra é a história da cidade e da universidade com a tradição dela. Todos os estudantes da universidade são unidos pela tradição da praxe. Ora não liga a todos, mas mostra pelo menos que ser estudante aqui não é só estudar em casa ou na biblioteca mas também viver em conjunto. Eu por exemplo via os meus estudos antes de Coimbra em estudar e passar todas as cadei-ras. Cada um tem que balançar os vários aspectos da vida.A minha experiência em Coimbra mostrou e vai continuar a mostrar-me outros aspectos da vida aca-démica. Espero bem que vocês todos façam parte!

A minha experiência em Coimbratexto_Nino Hatter

...ser estudante aqui não é só estudar em casa ou na biblioteca mas também viver em conjunto.

Erasmus

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1. Como surgiu o interesse de fazer o estágio de Verão?O interesse pelo Estágio de Verão surgiu na procura de alargar o leque de experiências académi-cas e aproveitar as oportunidades que a Faculdade nos proporciona enquanto estudantes. Além disso, sempre existiu em mim uma sen-sação irrequieta de pôr em prática os conhecimentos aprendidos e partir para o “mundo do trabalho”.

2. Podes dizer-nos, resumida-mente, no que consistiu o teu es-tágio e com quem trabalhaste?O Estágio foi realizado em conjun-to com uma amiga do mesmo cur-so, Rute Cardoso, no HPP Hospital da Boavista, no Porto, no departa-mento de Medicina Molecular.

Como responsabilidades, compro-metemo-nos a projectar a planta de um novo serviço de Medicina Mo-lecular com todas as precauções e regras que este implica, assim como, desenvolver uma aplicação para cálculo automático da espes-sura das barreiras de protecção que constituem as várias secções do serviço. Estas barreiras são uma protecção contra os níveis de ra-diação manipulados diariamente no decorrer da actividade de um serviço de Medicina Molecular.

3. O que achaste da experiên-cia? Valeu a pena?Foi uma experiência muito en-riquecedora a nível pessoal e profissional. Gostei muito e, sim, valeu muito a pena.

4. Que conselhos e reco-mendações podes dar a quem estivesse interessado em fazer estágio de Verão este ano?Aconselho, a quem conseguir, que realize um estágio de Verão ou outra experiência semelhante para que se apercebam dos factores e exigência que envolvem o “mundo do trabalho”. Desta forma, podem antecipar comportamentos e pos-turas que terão que adoptar quando terminarem o curso e assumirem um posto de colaboradores em alguma empresa (por exemplo). Além disso, nestes Estágios apren-dem-se sempre coisas novas, es-tabelecem-se conhecimentos com pessoas que podem ser vantajosos no futuro e, temos a hipótese de desempenhar tarefas diferentes das habituais do mundo académico.

Mariana Neto CostaEstágio de Verãotexto_João Borba

Did you know :www.learnsomethingeverday.co.uk

Entrevista

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O início da vida profissional sig-nifica, na maior parte dos casos, o fim da vida puramente académica. A “viagem” entre estes dois mun-dos geralmente não é imediata, nem fácil. É sobre esta “viagem” que o presente artigo incide, a tran-sição Universidade – Mercado de Trabalho, em particular a minha “viagem”.Contextualizando, eu cursei En-genharia Física na Universidade de Coimbra entre 2004 e 2010, tendo terminado o Mestrado em Instru-mentação já no final de Setembro de 2010. Em Fevereiro de 2011, ingressei na Eneida como PDE, Product Developement Engineer.Quando concluí o curso, a primeira coisa que fiz foi gozar uns mereci-dos dias de férias, o que aconselho a todos os futuros recém-licencia-dos/ mestrados. Restabelecidas as forças, ataquei o mercado de tra-balho de todas as formas possíveis. Inscrevi-me no centro de emprego e em sites de oferta de emprego, enviei currículos para as mais di-versas empresas, visitei empresas

onde tinha contactos e respondi a vários anúncios. No entanto, as re-spostas tardavam (algumas ainda nem chegaram) e quando chega-vam eram sempre pouco animado-ras. Os meus horários alteram-se e as rotinas passaram a ser andar de um lado para o outro à procura de emprego.Farto de procurar trabalho e já a considerar ir para as obras para ganhar independência financei-ra dos meus pais, decidi ir até à Figueira da Foz e falar com um familiar que possui uma empresa

metalomecânica nessa cidade. Fui acolhido nessa empresa e comecei a trabalhar a meio de Outubro de 2010 com diversas funções. Desde apoio logístico à gerência, apoio ao departamento de qualidade, re-sponsável de compras até fiel de armazém, fiz um pouco de tudo.Apesar de já me encontrar a trabal-har, continuei a procurar trabalho por sentir que podia encontrar algo mais enquadrado na minha área de formação, mas principalmente porque queria sentir que tinha tra-balho por mérito e não por cunha.

Nesta fase, as minhas rotinas alter-am-se radicalmente, e as primeiras coisas que deixaram de fazer parte do meu dia-a-dia foram as noites boémias de Coimbra, as tardes na esplanada e o “tempo”. É verdade, o tempo começa a faltar, trabalhar das 9 às 18h/19h “rouba-nos” mui-to tempo, sem contar com 1h de viagem para cada lado. De repente, o dia ficou mais pequeno, das 24h, despendia 9/10 no trabalho e 2 a deslocar-me. Já só sobravam 12 horas para mim, e ainda tinha de dormir, continuar a procurar tra-

balho, jantar, e tratar das minhas coisas. A mudança não foi fácil, mas ao fim de trabalhar um mês já fazia parte.Mudou o ano, e eu continuava a trabalhar na Figueira, cada vez mais convencido que iria ficar al-gum tempo por ali. Já conhecia todas as pessoas, já tinha alguma responsabilidade no que fazia e já conhecia os cantos à casa e ao negócio. No entanto, o novo ano trouxe-me uma vida nova, ou mel-hor um emprego novo.

DA UC AO IPNtexto_Marcos Cordeiro

O que posso dizer sobre a transição Universi-dade – Mercado de Trabalho é que esta exige esforço e sacrifícios para alterar as nossas rotinas...

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Estávamos a meio de Janeiro, quando após um dia de trabalho, por volta das 20h, me ligam de um número que não conhecia. Atendi, e do outro lado identificaram-se e perguntaram se ainda estava in-teressado em ingressar na Eneida. Eu disse que sim, e marcámos uma entrevista para dia 27 de Janeiro. Entretanto, sou chamado para out-ra entrevista que propôs um desa-fio original aos participantes: es-crever uma dissertação sobre bife tártaro. Bem achei aquilo estranho, mas lá resolvi escrever a minha dissertação. Nunca tendo provado esta crua iguaria não sabia o que escrever, decidi então confeccio-

nar o dito bife e provar para saber o que escrever. Essa dissertação “apurou-me” para uma segunda entrevista a 25 de Janeiro. Con-tudo, não fui o seleccionado para a vaga.Chegou o dia 27 de Janeiro e lá fui eu à entrevista na Eneida. Chego à hora combinada e mal começa-mos a conversar percebi que não se tratava de uma entrevista, mas de uma proposta de trabalho. Afi-

nal, o gerente da empresa já tinha reunido informações acerca de mim, uma vez que desenvolvi em parceria com a Eneida o meu pro-jecto de final de curso. Aceitei sem hesitar e comecei a trabalhar logo a 31 de Janeiro para começar bem a semana. Desde então, trabalho como PDE e dedico muito tempo à empresa para conseguir atingir os objectivos propostos e se pos-sível superá-los. Hoje gosto mais do meu trabalho do que quando estava a trabalhar na Figueira, mas sempre encarei ambos com bastante vontade e seriedade.O que posso dizer sobre a tran-sição Universidade – Mercado de

Trabalho é que esta exige esforço e sacrifícios para alterar as nossas rotinas, bem como paciência, força de vontade e entrega para encon-trar emprego. O importante é não desistir e encarar todos os desafios com seriedade, até quando vos pe-direm dissertações estranhas em entrevistas.Aconselho todos os estudantes a pensar nisto, principalmente todos os que se encontrem em fase final,

porque quando forem procurar trabalho a única parte do vosso curso relevante para o futuro em-pregador é o vosso projecto final de curso. Depois claro, devem ter um bom currículo para se difer-enciarem dos diversos concor-rentes. Não sou a melhor pessoa como exemplo, contudo cá vai: dediquem-se mais a melhorar o vosso currículo do que a deambu-lar pela Praça da República todos os dias. Invistam mais dinheiro em formação e menos em destruição. E já agora, deixo outro conselho: quando terminarem o curso não se armem em “doutores”, procurem trabalho e dediquem-se a ele. Re-speitem os colegas de trabalho e aprendam com eles, mesmo que sejam pessoas sem formação supe-rior. Aprendi muito com os serral-heiros, torneiros, fresadores e sol-dadores quando estive na empresa metalomecânica. E quer acreditem quer não, muitas dessas coisas já me deram jeito no meu actual tra-balho como engenheiro de desen-volvimento

Saudações Académicas,

Marcos Cordeiro, antigo aluno de Engenharia Física

O importante é não desistir e encarar todos os desafios com seriedade, até quando vos pedirem dissertações estranhas em entrevistas.

learnsomethingeveryday :www.learnsomethingeverday.co.uk

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O que faz um investigador? O que faz um engen-heiro? O que faz um físico?Investigam comportamentos de sistemas em diversas condições… Tentam compreender a razão das con-sequências de determinadas causas… Desenvolvem e propõem modelos gerais, que permitem abordar, e resolver, uma infinidade de problemas… Aproveitam a compreensão que têm de determinados comporta-mentos para potenciar consequências úteis e diminuir efeitos não desejados… E estudam… estudam ao longo de toda a sua vida… E podem fazer doutora-mentos…O que faz um professor de física?Desenvolve competências, po-tencia comportamentos adequa-dos, induz atitudes, resolve prob-lemas… de pessoas… Ou seja, ensina. Procura, todos os dias, a melhor maneira de conseguir in-fluenciar o maior número de alu-nos… Prepara as actividades lec-tivas, os conteúdos, os modos de desenvolver as competências de-sejadas, as metodologias diver-sas para “inculturar” os alunos nas teorias científicas e nas suas aplicações, ilustra como deve ser o comportamento de um cientista perante as dificuldades que se lhe apre-sentam, desenvolve estratégias de motivação dos alu-nos para os manter activos durante a aula… Depois reflecte sobre as suas aulas, toma nota das soluções que encontrou para melhor explicar um determinado assunto a um aluno, regista como conseguiu que um aluno ultrapassasse uma qualquer dificuldade…Lê. Lê muito e fala com colegas, para trocarem infor-mações sobre situações que um dia podem acontecer a todos, anotar soluções e problemas sobre os quais há que pensar…E também deve aprofundar sempre os seus conheci-mentos. Faz formações contínuas, mantendo o con-tacto com os seus professores da universidade, pede esclarecimentos, discute acontecimentos, directa ou

indirectamente também os informa sobre a melhor maneira de prepararem os futuros professores… Aplica, em sala de aula, metodologias diferentes de ensinar um determinado assunto. Prepara-as cuida-dosamente, tenta controlar variáveis, para poder ser capaz de atribuir os resultados a cada uma das in-fluências, e experimenta. Actua. Organiza, cuidadosa-mente, instrumentos de medida dos resultados. Mede esses resultados… sempre em termos de aprendiza-gens dos alunos… Muitas vezes faz duas medições, antes e depois da experiência, para melhor julgar das alterações provocadas. Compara com aprendizagens

conseguidas em turmas nas quais as aulas seguiram as metodolo-gias plasmadas nas Orientações Curriculares… Discute os resul-tados. Publica-os e defende-os. E estuda… E pode fazer um douto-ramento… Claro que tem de ter preocupações éticas. Os alunos não são parafusos, que se ficarem mal feitos se deitam fora. É um dever do professor que os seus alunos aprendam em cada ano lectivo o que é recomendado nas orientações do Ministério. Mas

há, nessas mesmas orientações, uma grande “flexibi-lidade curricular”. Portanto, um professor, que domi-na muito bem os assuntos que deve ensinar, que tem perfeitamente consciência do que são os seus alunos e conhece diferentes modos de aprender – porque alunos diferentes, com experiências e vivências difer-entes, aprendem de modos diferentes – tem o direito, e o dever, de ser criativo. Finalmente, o professor faz parte da Escola onde ensina. O aluno, muitas vezes com pouco apoio familiar, procura na escola um am-biente acolhedor e que o auxilie nas suas dificuldades. O professor deve contribuir para que a escola seja um lugar onde os alunos se sentem bem. Um lugar que também é deles. Um lugar que lhes ensina a vivência em sociedade. Essa também é uma das missões do professor.

A importância de ser professor…

Maria José B.M. de Almeida

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Dentro em breve em Portugal, vão ser necessários mais professores de Ciências Físico-Químicas. (Em muitos países europeus já há uma grande falta de pro-fessores de Física.) Porquê? Porque há poucas pes-soas a estudar Física ou Química e muito poucas delas seguem cursos de formação de professores. Nos últi-

mos 5 anos devem ter-se formado menos de 50 novos professores em todo o País. Muitos mais se refor-maram. Com o alargamento da escolaridade obrig-atória ao 12º ano, dentro de 3 anos muitos mais serão necessários. Outras influências poderão haver, mas as perspectivas apontam para uma falta de professores de Física-Química para muito brevemente. Todos os colegas que acabaram o Mestrado no passado ano lec-tivo, e mesmo os que o acabaram em Janeiro de 2011,

já se encontram empregados. Não haverá muitas out-ras profissões que possam dizer a mesma coisa. Já tivemos em Portugal uma situação de grande ne-cessidade de professores, nos finais dos anos 70, iní-cios dos anos 80 do século XX, devido ao aumento brusco do número de alunos nos Ensinos Básico e Se-cundário. Como se resolveu o problema? A qualquer pessoa foi possível ir dar aulas. Mesmo quem ainda não tivesse completado o curso geral dos liceus… En-traram enólogos e farmacêuticos para ensinar física nos liceus e silvicultores para ensinar matemática… Essa entrada massiva de docentes foi há cerca de 40 anos. Aproxima-se – ou já lá estamos? – a saída desses docentes, por limite de idade… Não será uma boa escolha, para quem gosta de Física e de Química, seguir um curso que o habilita para ser professor desta área bidisciplinar?

Maria José BM de Almeida

Os alunos não são parafusos, que se ficarem mal feitos se deitam fora.

Há 50 anos atrás o homem aban-donava pela primeira vez o seu planeta mãe: a 12 de Abril de 1961 Yuri Gagarin protagonizou o primeiro voo espacial tripulado. Que tipo de tecnologia está impli-cada para se conseguir levar um homem ao espaço? Que poten-cialidades isso nos pode oferecer? Não deixa de me surpreender que sempre que envio uma sms ela seja recebida pelo destinatário correcto em poucos segundos, como é que isto se tornou possível?É neste contexto que a SAC (Secção de Astronomia, Astrofísi-ca e Astronáutica da AAC) consi-derou a Exploração Espacial como um bom tema para o curso deste

semestre, que se encontra agora a decorrer no Departamento de Física todas as Segundas-feiras à noite, leccionado pelo formador José Matos. As sessões possuem um carácter de divulgação e têm como público-alvo todos os curi-osos sobre o assunto, o que con-fere a cada sessão um ambiente descontraído e motivador.Nas aulas anteriores foi-nos apre-sentado o desenvolvimento da conquista espacial desde que a Guerra Fria a despoletou e, entre outros assuntos, respondemos a questões pertinentes sobre a vida em imponderabilidade: Como vão os astronautas à casa de banho? O que comem? Quais os custos da

imponderabilidade para o organis-mo e como implementar gravidade artificial? Também descobrimos como seguir a carreira de astro-nauta, os perigos de uma missão fora da nave, a evolução dos fatos ao longo deste meio século e dis-cutimos em pormenor o turismo espacial.O formador tem-nos mostrado várias referências bibliográfi-cas para cada tópico e eu estou a aguardar, especialmente, a sessão em que vamos experimentar a comida usada nas missões! Este curso continuará até Maio e po-dem encontrar mais detalhes sobre este e outros projectos da SAC em http://sac-aac.blogspot.com.

Curso de Exploração Espacialtexto_Natacha Leite

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São Pedro do Sul é um concelho do distrito de Viseu, com uma área de 48,68km2 distribuídos por 19 freguesias. Situado em pleno coração da Beira Alta e da

Região de Dão-Lafões, S. Pedro do Sul é um belo representante desta região: a vitela à moda de Lafões ou o vinho Dão são disso exemplo. No entanto, São Pedro do Sul tem mais atributos além da sua bela gastronomia. As suas termas por exemplo: Fundadas há mais de dois mil anos, as termas

de São Pedro do Sul já viram passar pelas suas águas desde Romanos ao próprio rei D. Afonso Henriques, que aqui recuperou de uma fractura na perna sofrida na

Batalha de Bada-joz. Obviamente que o tempo tratou de mod-ernizar a técnica e os equipamentos, mas ainda hoje são visíveis as ruínas do primei-ro balneário. Além do carácter medicinal das suas águas, as termas oferecem aos seus visi-tantes condições excelentes para

serem visitadas seja qual for a circunstância: uma paisagem única, uma excelente rede de hotéis (incluindo uma pousada da juventude), actividades durante o ano todo, proximidade com S. Pedro do Sul (fica a cerca de 3km) e todos os serviços necessários. Apesar de serem o ex libris do

concelho, as Termas estão longe de esgotarem tudo aquilo que S. Pedro do Sul tem para oferecer. A contrastar com a área mais urbana formada pelas Termas e pela cidade de S. Pedro do Sul, há toda uma área mais rural, que vai desde as aldeias mais per-iféricas até aquelas escondidas no meio das Serras. A serra de S. Macário, a Serra da Arada e a Serra da Gralheira proporcionam ao concelho cenários únicos, onde o exemplo perfeito pode ser encontrado na Aldeia da Pena: esta aldeia tem cerca de 10 casas e meia dúzia de habitantes. Os carros estão proibidos de entrar na aldeia e para chegar até esta é necessário descer toda a serra de S. Macário, pois a aldeia fica no sopé. De referir que toda a aldeia é construída em xisto, dando-lhe um ar rústico e intemporal. No entanto, não lhe falta um bar/café (maioritariamente para servir os turistas) e uma loja para comprar as recordações. Visita obrigatória. O Bioparque de São Pedro do Sul, situado em Carvalhais, é outro dos pontos de passagem obrigatórios.

Estado estacionário

texto_Luis Antunes

São Pedro do Sul“A simpatia das gentes, o encanto paisagístico, a qualidade hoteleira, a boa gastronomia e a fama das suas águas termais fazem da ‘Sintra da Beira’ um local obrigatório de romagem turística e/ou curativa”.

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Neste parque pode faz-er diversas actividades, todas elas em contacto com a Natureza, tais como Slide, Rappel, Btt ou Escalada. No final, pode ir refrescar-se nas piscinas, cuja água vem directamente da Serra da Arada. Para terminar, não pode-ria deixar de falar no Festival Andanças. Este é um festival inter-nacional de músicas e danças populares, onde todos os anos, em Agosto, diver-sas pessoas de todas as idades se

reúnem durante uma semana para partilharem culturas e experiên-cias. É este intercâmbio de cul-

turas, aliado ao grande sentido ecológico, que torna o festival único. Por exemplo, os copos plásticos estão abo-lidos neste festival, sendo substituídos por um copo individual de alumínio que deve acompanhar o partici-pante durante toda a ex-tensão do festival. Tudo com o objectivo de se poupar recursos. Alta-mente recomendado, nem que seja apenas

para ir durante um dia/noite para conhecer.

Envia o teu artigo, sugestões e críticas para:[email protected]

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Antes de conhecer a Jamaica, ao ouvir falar deste País, só me lem-brava de cinco coisas: marijuana, reggae, rastafari, Bob Marley e

praia.“No problem!”. É a frase que impera na boca do povo Jamai-cano, e que cedo começa a ser usual no nosso vocabulário tam-bém. Começamos a invejar a sua maneira de ser, a sua paz e despreocupação. Para eles, nada é grave, nada é um problema, tudo tem solução. A segunda frase de ordem na Jamaica, como seria de esperar, é “Do you want mari-juana?”. Pelas ruas somos ime-diatamente confrontados com esta pergunta, vinda na maior parte das vezes de alguém com os olhos bastante vermelhos e “vidra-dos”, de quem está habituado a consumir desde manhã até à noite. Nem a polícia se safa deste espírito… O cúmulo é eles fecharem as estradas para permitirem que os aviões transportadores de droga, que provêm da Colômbia, possam aterrar. No entanto, teorica-

mente, é proibido consumir droga em locais públicos. O único sítio onde isto é permitido é na casa de Bob Marley. Está claro que isto não os impede de o fazerem onde quer que seja.Jamaica tem uma natureza belís-sima, marcada pelas praias para-disíacas (que até são cenários de filmes internacionais), pela veg-etação, pelas montanhas eleva-das, as quais originam cascatas fantásticas. O normal é vermos fruta em qualquer lado, pronta a colher para alimentação. O normal

é vermos pessoas descalças, rotas, com rastas e, no caso dos homens, com uma barba imensa por fazer, além de “no problem!”. Eles não se preocupam com o que os outros irão pensar, pois estão em paz com eles mesmos. O normal é vermos pessoas a acenar-nos, sem nos conhecerem, e dizerem o tão característico “Ya man!”.

O estilo de música da Jamaica é o reggae. Ouve-se por todo o lado músicas deste género. Bob Marley, o ícone nacional, toca por todo o lado. Eu, que até então não gostava particularmente deste estilo, passei a gostar.O povo orgulha-se de tudo o que é jamaicano… A equipa de futebol local, os “Reggae Boyz”, apenas se conseguiram qualificar uma vez para o Campeonato do Mundo. No entanto, “há que ter calma e não perder a esperança”, dizem os apoiantes.

Ao regressar é que notamos bastante o contraste. Voltamos habituados a andar “nas calmas”, com tempo para tudo, e custa regressar à rotina. Temos de um lado um povo despreocupado, “na paz”; e do outro lado um povo stressado, sempre “a correr” e de mal com a vida… só dá vontade de lá voltar!

Estado excitado

Eles não se preocupam com o que os outros irão pensar, pois estão em paz com eles mesmos.

texto_Ana Telma Santos

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Doce e divertido, o Festival Internacional de Choco-late decorreu em Óbidos entre 17 de Março e 3 Abril.A pouco mais de hora e meia de Coimbra encontra-se, no distrito de Leiria, a bela vila de Óbidos. São mais de 200 mil curiosos que, todos os anos, entram mu-ralhas adentro para visitar este que é o maior evento organizado pelo município.Foi assim que, gulosa assumida, rumei ao Centro Sul para testemunhar as bonitas montras de bolos e bombons nas quais Óbidos se transforma durante este período. Por 7€ tive direito a entrar no Festival, a três chocolatinhos, a um mapa da vila e também a um liv-ro de receitas. Ainda não havia entrado no Festival e já me sentia encantada por todo aquele espírito medieval envolto pelas muralhas do castelo, onde já pairava um cheir-inho a chocolate e se provava alguma doçaria junta-mente com a famosa Ginja de Óbidos. A animação maravilhosa que nos guiava até à entrada fez de mim a Alice: desde chupa-chupas coloridos e cogumelos gigantes plantados na relva, a montras em chocolate

elaboradas por várias pastelarias portuguesas.Um pouco mais à frente, a exposição magnífica de esculturas em chocolate, sob o tema “Património Histórico de Óbidos” era o ponto central do festival, e deslumbrei-me com todas aquelas belas reproduções minuciosas dos monumentos da vila, votando na que mais gostei no final.

Dentro do Festival, para além dos espaços destinados a jogos tradicionais e da casinha de chocolate, exis-tiam diversas zonas reservadas a algumas empresas do mundo do chocolate que expunham e vendiam os seus melhores produtos. Espetadas de fruta banhadas em chocolate, crepes de chocolate, gelados de choco-late, fondue de chocolate, bo-los de choco-late, pastéis de nata de choco-late, …! Choc-olate branco, chocolate pre-to, chocolate de leite! Que indecisão! Por ser o que me pareceu mais fora do comum, optei por mimar-me com o pastel de nata de chocolate e surpreendi-me com a delícia! Recomendo. Para além do apelo intenso ao pecado, o Festival con-tava ainda com actividades diárias que incluíam uma passagem de modelos com chocolate, body painting, cursos de chocolataria e até concursos de receitas.Para todos os amantes de chocolate, ou até para aque-les que apenas gostam de admirar talento original perante uma vista tão bela como a desta vila, o Fes-tival de Chocolate é, sem dúvida, passagem obrig-atória. Recomendo a todos que, tal como eu, para o ano o visitem a uma sexta-feira à tarde, evitando desse modo a confusão habitual do fim-de-semana. Com alguma sorte, terão os gelados, os queques e as fatias de bolos andantes só para vocês, o que junta-mente com a sua boa disposição, proporciona foto-grafias engraçadas para mais tarde recordar. Para além do Festival Internacional do Chocolate, a bonita vila de Óbidos organiza ainda outros eventos ao longo do ano, nomeadamente o Mercado Medi-eval (de 7 a 24 de Julho 2011) e a Vila Natal (de 9 de Dezembro 2011 a 1 de Janeiro 2012). A não perder.

IX Festival Internacionalde Chocolate

texto_Ângela Dinis

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16 Frames por segundo

“Black Swan”A primeira sensação que tive quando os créditos finais do Black Swan apareceram foi, “tenho de ver isto outra vez”. É um filme recheado com imensas camadas de simbolismo, metáforas psico-sexuais, e temáticas camufladas pela espectacular representação de Natalie Portman e a cin-ematografia esplendida de Matthew Liba-tique.O “Cisne Negro” é um arriscado thriller psicológico no mundo do ballet, que tem tanto de arriscado como de brilhante. A câmara de filmar dança com os intérpret-es, o que aliado á perfeita banda-sonora, faz com que sejamos completamente ab-sorvidos pela trama, e até transmitir a alu-cinação e angústia psicótica de Nina con-seguindo-nos cativar como muito poucos filmes. Uma obra-prima do compositor Clint Mansell.A história é uma remodelação da obra de Tchaikovsky o “lago dos cisnes”. Mas a base para este filme é Natalie Port-man, com uma interpretação magnifica, completamente merecedora do oscar. Ela

não só interpreta as sequências de dança como a lenta descida de Nina para a insan-idade e loucura, onde demonstra de uma óptima maneira a decadência psicológica da personagem principal. A dualidade de personalidade torna este papel num dos melhores interpretados por Portman, a sua suavidade e inocência contrastam com a sua entrada no lado negro. Tal como a interpretação de Portman, o filme é tecnicamente magnífico enquan-to abraça a gloriosa loucura, numa in-esquecível experiência que requer múltip-las visualizações para entrarmos no negro e demente universo de Nina.Sexualidade feminina, obsessão, com-pulsão e quebra de identidade, moldam este brutal thriller que dança suavemente entre o real e o surreal.O realizador Darren Aronofsky consegue aqui uma obra acerca de sacrifícios em busca da perfeição, a dualidade entre os processos de criação e destruição. Esta obra tornou-se a sua consolidação após os poucos conhecidos “ The Fountain” e “Requiem for a Dream” fazendo dele um realizador de referência.

Depois do sucesso de Slumdog Million-aire, Danny Boyle apresenta agora 127 Horas. Um filme baseado na história real de Aron Ralston interpretado por James Franco. Para quem não conhece a história, o aventureiro Aron viaja até aos Canyons onde acaba por ficar com o braço preso numa enorme rocha, no meio de uma fen-da. Apesar de o filme passar-se praticamente todo no mesmo cenário, o que poderia ser algo cansativo e muito monótono, a per-

sonagem vai relembrado momentos da sua vida tornando-se, nas mãos de Danny Boyle e na grande interpretação de James Franco, uma experiência memorável que representa momentos da vida complica-dos, e que pode servir como motivação para os vencermos.Não sendo um filme tão bom quanto Slum-dog Millionaire conseguiu ser nomeado para 6 Óscares. Contudo não chegou a ganhar nenhum, sendo talvez o mais mere-cido o de melhor actor principal.

“127 Horas”

texto_João Nogueira

texto_Joana Melo

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16 Frames por segundo

“Season of the Witch”

Season of the Witch é um filme que retrata a Idade Média, na altura da “Caça ás Bruxas” por parte da Igreja. O filme baseia-se na história de dois Cruzados, Behmen (Nico-las Cage) e Felson (Ron Perlman), que de-sertam das Cruzadas por acharem que estas não passavam de um pretexto para con-quistar terras e matar pessoas inocentes. O filme começa com ambos a participarem

em várias guerras sem nunca se cortarem ou magoarem ou algo do género, o que prova desde já uma força divina sobre eles. Ao desertarem são considerados inimigos da igreja e partem para o norte da Europa onde encontram várias vilas e aldeias completamente dizimadas pela peste. Até que chegam a uma cidade na qual são apanhados e lhes é oferecida a hipótese de se salvarem ao levarem a “su-posta” bruxa para um mosteiro onde “su-postamente” existe a cura para a peste. O filme desenrola-se a partir desta viagem, tendo estes que enfrentar vários perigos ao longo dela.É um filme “sem sal”, onde é possível en-contrar a pior actuação de Nicolas Cage nos últimos anos.

“The Fighter ”Filme realizado por David O. Russel, com a participação de Mark Wahlberg, que in-terpreta o papel principal como “Irish” Micky Ward. Conta ainda com a partici-pação de Christian Bale e Melissa Leo, no qual o primeiro interpreta o irmão de Micky, Dicky Ecklund, e a segunda tem o papel de mão de Micky, Alice Ward. Estes últimos têm um papel preponderante no desenrolar da história e na qualidade do filme em si e assim, justificaram os pré-mios de Melhor Actor Secundário e Mel-hor Actriz Secundária com os quais foram galardoados pela Academia.

O filme desenrola-se sobre uma relação de Micky com uma bartender, Charlene Fleming (Amy Adams), que o apoia in-condicionalmente a subir na sua carreira. É uma história que se desenrola em vários planos, dos quais os mais importantes são o de Micky, como lutador de boxe, e o de seu irmão como viciado em crack que luta para ultrapassar e ajudar o seu irmão a con-seguir o que ele nunca conseguiu. Este filme é um “must” para qualquer pessoa que goste de cinema e de um argu-mento extremamente bem escrito. Mostra um homem a lutar por aquilo que quer e que para o conseguir é preciso muitas vez-es tomar decisões difíceis que podem não agradar a todos. Tem ainda a luta contra o vício que como mostra pode ser ultrapas-sada.

FilipeCamarneiro

JoanaMelo

JoãoNogueira

“Black Swan” “127 Horas”“Season ofthe Witch”

“The Fighter”

texto_Filipe Camarneiro

texto_Filipe Camarneiro

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Como eles próprios o descrevem, o álbum captura a sonoridade clássica dos R.E.M. “Oh My Heart” e “Walk It Back” são as baladas com profundidade e textura que mais sobressaem; “Uberlin” tem aquela distinta marca da banda que nos faz pensar que já ouvimos algo parecido; “Mine Smell Like Honey” é o adivinhado single de pop rock, apesar do título infeliz. Mas desta vez os R.E.M. trouxeram também convidados conhecidos, onde se destacam Eddie Ved-der (Pearl Jam) e Peaches, respectivamente em “It Happened Today” e em “Alligator_Aviator_Autopi-lot_Antimatter”.A banda anunciou que não vai promover o disco ao vivo o que, olhando para a sua discografia, não parece descabido. Afinal de contas, estamos a falar de uma carreira recheada de álbuns, singles, videoclipes e tournés ao longo de 30 anos. Vale ainda a pena refer-ir que todos os temas de “Collapse Into Now” irão dar origem a curtas-metragens de diferentes autores (como o próprio Michael Stipe mas também James Franco, por exemplo).Ouvindo todo o álbum a sensação global é de que, sendo um clássico, algo de novo não fazia mal a nin-guém. Mas funciona, o som compacto, a voz carac-terística e melancólica, e todas as características de uma banda com um longo percurso e com um estilo que já nos é muito familiar.

Recentemente, Esperanza Spalding ficou conhecida por arrecadar o prémio de “Best New Artist” na úl-tima cerimónia dos Grammy Awards, ao lado de no-meações como a de Justin Bieber. Mas isto diz muito pouco de uma artista multi-instrumentalista de jazz, a primeira neste género musical a ganhar tal prémio.Esperanza é uma cantora e contrabaixista norte-amer-icana, de 26 anos, que conta já com 3 álbuns a solo e uma invejável experiência de tournées e colaborações com grandes nomes do jazz contemporâneo.Em “Chamber Music Society”, o seu mais recente ál-bum a solo, experimenta uma espécie de fusão do jazz com música de câmara. Há temas que sobressaem pela força e conteúdo, como por exemplo “What a Friend” ou “Knowledge of Good and Evil”. Destaco um dos duetos com a cantora Gretchen Parlato, com a qual faz uma interpretação de “Inútil Paisagem”, uma bossa nova de Tom Jobim. Duas vozes e um contra-baixo criam talvez o momento mais especial do ál-bum. Improvisação, groove, melodias e harmonias inter-essantes, tudo o que se pode esperar de um álbum de jazz. Com arranjos de cordas a combinação não parece muito natural a princípio, mas logo se trans-forma num álbum rico em sonoridade que não é difícil de ouvir.

78 rotações por minuto

R.E.M

Collapse Into Now

Esperanza Spalding

Chamber music society

78 rotações por minuto

texto_Inês Ochoa

texto_Inês Ochoa

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78 rotações por minuto

O regresso do duo indie/garage-rock composto por Alison Moss-hart e Jamie Hince aos álbuns é sempre de saudar. Com os três álbuns anteriores aclamados pela crítica, Blood Pressures volta a

ter nos ombros uma pressão acrescida. Logicamente, e tendo em conta o que foi o álbum anterior “Midnight Boom”, esperava-se um trabalho ainda mais polido, mas sempre volátil, energético e com pós de sensuali-dade. No entanto, este álbum marca, em parte, um inesperado (ou seria esperado?) regresso aos primeiros dois registos (“Keep On Your Mean Side” e “No Wow”), apesar das faixas iniciais “The Future Starts Slow” e “Satellite” (esta última é para ouvir com o volume no máximo) não transparecerem essa ideia e possuírem claros vestígios do último álbum. Já quando começamos a ouvir “The Heart Is a Beating Drum”, “Damned If She Do” e “DNA”, parece certo esse retornar a um som mais agressivo e menos produzido. Pelo meio ainda há tempo para uma balada – cliché, mas surpreendentemente guiada pelo piano (“The Last Goodbye”) e para um regresso ao velho western em “You Don’t Own The Road” e “Pots and Pans”.Blood Pressures demonstra também um facto. Os The Kills ainda estão para fornecer à indústria musical um mau álbum. Com o estatuto cada vez mais cimentado, sem deixar de lado as origens e a adrenalina fora dos valores de referência, os The Kills fornecem mais um excelente LP, e estão de parabéns por isso. Para quando em Portugal?

The Kills Blood Pressures

Apesar de não ser um álbum propriamente recente, vale a pena falar de “Congratulations”, segundo álbum da banda norte-amer-icana MGMT.Como muito se falou quando este álbum saiu, não há nenhuma faixa vocacionada ou até acessível à rádio, nada imediato e eficaz como “Kids” ou “Time to Pretend”. No entanto, se calhar é mesmo por isso que o som é tão viciante. As músicas são complexas e parecem evoluir e revelar sempre pormenores novos. Há uma combinação de instrumentos e sintetizadores, e uma abundância de melodias irresistíveis, tal como frequentes desafios aos arranjos convencionais na construção das músicas. De destacar: “Siberian Breaks”, o épico de 12 minutos que mais parece uma colagem de várias faixas; “Someone’s Missing” com uma excelente transição de am-bientes por trás da letra repetitiva; o menos interessante instrumental “Lady Dada’s Nightmare” que se torna no mínimo perturbador quando entram os gritos…No entanto, não é de todo representativo falar de apenas algumas das faixas: o álbum parece só fazer sentido como um todo. Parece ter vida própria e é por isso se deve ouvir e voltar a ouvir, para dar lugar à descoberta gradual. Para quem estiver interessado, a banda volta ao estúdio já no mês de Abril, para começar o seu terceiro ál-bum.

MGMTCongratulations

texto_Inês Ochoa

texto_João Borba

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Pela terceira vez em Portugal, no pas-sado dia 7 de Março, decorreu a actuação da banda Gogol Bordello no Campo Pequeno, em Lisboa.O concerto iniciou-se

por volta das 21h com a banda Sul-americana Che Sudaka que deixaram os lisboetas no ponto, para receber de braços abertos a banda liderada por um sempre enérgico Eugene Hütz que trouxe consigo o seu punk cigano. O mundo dos Gogol Bordello é assim, multicul-tural, cheio de referências mais ou menos assumidas, que se pressentem em temas frenéticos como “Not a Crime” - que apresentado quase no início levou a plateia ao delírio ou “Wonderlust King”, que levou à

loucura generalizada logo a seguir.A banda optou por um alinhamento que teve como pontos altos, canções como “American Wedding”, “Break the Spell”, “When Universes Collide”. “Let’s not forget it’s the Carnival Time”.Já perto do fim do corpo principal do espectáculo, ouvem-se “Pala Tute” e “Start Wearing Purple”, provavelmente os dois maiores sucessos dos Gogol Bordello. “Sun Is On My Side” foi novo momento de acalmia, mas o final seria de arromba com um “Alcohol” cantado a plenos pulmões e um festim alargado com a ajuda dos Che Sudaka todos em palco também. Com este concerto o público foi levado ao rubro e como conclusão final da noite,” Reis dos ciganos fizeram lisboetas suar até à última gota com o seu punk mascarado de carnaval em noite fria e com muita chuva.”

Live

Gogol Bordello“Reis dos ciganos fizeram lisboetas suar até à última gota com o seu punk mascarado de carnaval em noite fria e com muita chuva.”

Katy Perry voltou ao palco do Campo Pequeno no mês passado abrindo a sua digressão mundial “Cali-fornia Dreams”. A artista encheu os olhos dos fãs com as músicas que percorrem os ouvidos dos jo-vens. Uma mistura de Alice no Pais das Maravilhas com um mundo das nuvens, preencheu o palco e os ecrãs do Campo Pequeno que contaram uma história onde a cantora Norte-americana era protagonista. Antes do próprio concerto começar o público vibrou com o Dj Skeet Skeet, que fez soar os últimos hits de verão. Após um momento de pausa depois da sua ac-tuação, os olhos do público foram postos nos ecrãs: Katy passeava pelas ruas quando encontra uma loja

de cupcakes. A artista não resiste e entra, mas para sua surpresa para além de encontrar o doce dese-jado encontra também o rapaz dos seus sonhos. Aí a cantora entra em palco cantando “Tennage Dream”. A partir daí a história nos ecrãs, que rodou sempre a volta da busca do gato da artista (Kitty Purry), desenvolve-se, intercalada com os seus inúmeros êxitos: “Hot n Cold”; “Firework”; “California Girls”; “U r so Gay”; “I Kissed a Girl”; etc. A cantora não pôs limites ao seu vestuário, visto que trocou de roupa inúmeras vezes, até mesmo em palco. O concerto desenrolou-se ao longo de 1h30, houve tempo para uma actuação independente das personagens secundárias, e também para a artista interpretar uma parte do tema “Only Girl in the World”, com o objectivo de dar os Parabéns à can-tora Rihanna.Por fim, Katy Perry levou alguns sortudos especta-dores das primeiras filas consigo para os bastidores. Estes ao subirem ao palco deliraram com a proximi-dade com a cantora, não tendo medidas na forma como a receberam.

Katy Perry

texto_Carolina Carrilho

texto_Inês Corveira

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Live

Um conceito criado há mais de três décadas, ‘The Wall’ aborda o gradual distanciamento social de ‘Pink’, personagem fictícia criada por Roger Waters. Símbolo de um ser humano atormentado por experiências marcantes e trauma-tizantes (como a morte do pai em guerra), Pink cria uma barreira metafórica que o isola (senti)men-talmente do resto da realidade. No final do álbum, é-nos narrada a destruição deste ‘muro’ e as razões que estão por detrás deste desmo-ronamento.A adaptação do álbum a concerto foi (na minha opinião) espectacu-lar. Visualmente, o concerto foi es-pantoso: para além da construção progressiva (e consequente destru-ição, no final) de um muro gi-gante em palco, tivemos direito ao aparecimento de várias perso-nagens que levaram à loucura de Pink - nomeadamente figuras insu-

fláveis da sua mãe sobreprotectora e do seu professor tirânico - e de uns momentos iniciais de fogo-de-artifício.O muro, construído tijolo a tijolo em pleno concerto, serviu de ecrã durante quase a totalidade do es-pectáculo, acompanhando as vári-as faixas e dando um toque visual

à letra de Waters. Apesar do palco estar equipado com um ecrã próp-rio (bem ao estilo de Pink Floyd), o muro acrescentou bastante à componente visual do concerto.A nível musical, Waters também não nos desiludiu, r e p r e s e n t a n d o cada faixa com rigor e empenho; aliás, o objectivo foi modificar o mínimo possível o conceito musical da exibição origi-nal.Na canção ‘Moth-er’, Waters pegou numa filmagem de um concerto an-tigo de Pink Floyd e cantou consigo próprio, fazendo, assim, um dueto com um Roger bem mais novo, iluminado no

muro. Executado com uma sensib-ilidade inigualável, para mim essa foi a melhor faixa da noite. Refiro também o excelente desempenho do guitarrista de solo - brilhou em todas as músicas - assim como o resto da banda presente.O concerto levou-nos para além da vida de Pink, fazendo referência

a diversos assuntos actuais rela-cionados com o estado político do mundo. No intervalo, após a con-strução total do muro, foi projecta-do sobre este um conjunto de foto-

grafias de vítimas de guerra, com uma breve descrição da respectiva fatalidade sofrida por cada um.Desde aviões a colidir com o palco, ícone do terror da guerra, passando por crianças da Cova da Moura a gritarem que não precisam de uma educação opressora, a Waters ves-tido de fascista a saudar o público e a ‘fuzilar’ todos os presentes, considero este concerto como o melhor a que já fui, sem sombra de dúvida. Com a reforma especulada para depois desta excursão, este senhor conseguiu recriar algo que não vai ser esquecido tão depressa.Ficou o apelo da luta ao capital-ismo e à abominação da guerra.

Roger WatersAo Vivo em Lisboa - 21 e 22 de Março, 2011

Waters vestido de fascista a saudar o público e a ‘fuzilar’ todos os presentes, considero este concerto como o melhor a que já fui, sem sombra de dúvida.

texto_Bruno Agatão

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Os Pearl Jam (PJ) são uma banda de rock estadun-idense oriunda de Seattle, formada no ano de 1990. Aproveitando o balanço do movimento grunge main-stream iniciado por bandas como Nirvana, Stone Temple Pilots, Soundgarden, etc... os PJ lançaram em 1991 o seu primeiro e mais aclamado album Ten.O rasgo de sucesso que os acolheu junto com o crescimento da indústria músico-televisiva levou a que a banda fosse altamente criticada por suposta-mente se estarem a aproveitar do crescendo do rock alternativo para lucrarem monetariamente.Em 1993, o realizador do vídeo da música Jeremy foi forçado a editá-lo por forma a não mostrar a per-sonagem principal a enfiar um revólver na boca. O vídeo foi recebido de forma extremamente contro-versa devido ao final dúbio: Jeremy dá um tiro nele próprio ou nos colegas de turma? As políticas de re-strição de imagens violentas da MTV acabavam de causar uma ferida que só sararia cinco anos depois. De facto, entre 1993 e 2002 os PJ apenas lançaram um vídeo, animado, de uma das suas músicas, fican-do assim registado um dos mais conhecidos protestos no mundo da música . Este inevitavelmente acabaria por prejudicar os próprios PJ pois impediria-os de receber o mais que merecido reconhecimento pela qualidade da música produzida ao longo dos anos.Quem conhece a música dos PJ, e não falo neces-sariamente apenas de fãs, sabe que esta banda, e isto apesar de quaisquer controvérsias e demais, fez

acima de tudo boa música desde o seu nascimento. E fê-lo nos anos 90. Não só, mas principalmente nos anos 90. A questão que penso que se deve por é se é um acaso que esta época nos tenha brindado com algum do melhor rock da história do rock. Claro que muitos argumentarão que os anos 70 e 80 é que foram o grande boom da música rock e que os anos 90 nunca estiveram sequer perto daquilo que os anteriores produziram e portanto para vocês, ap-enas uma pequena lista: Rage Against the Machine, REM, Smashing Pumpkins, The Pixies, Alice in Chains, Red Hot Chilli Peppers, Foo Fighters, Dave Matthews Band... e permitam-me ir mais longe com bandas que não são de rock: 2Pac, Notorious B.I.G.,

The Fugees, Fat Boy Slim, Snoop Dogg, Wu-Tang Clan, Prodigy...Quando é que acabou toda esta maré de genialidade e passámos para as Britneys, Rihannas, Jessicas Simpsons, Miley Cyrus, Katy Perrys e Lady Gagas. Certo, estou a exagerar, não acabou, ainda há bandas boas, mas não são tão imponentes como as que citei no parágrafo acima e nem perto nem de longe têm a mesma dimensão

PEARL JAM

O presságio de uma década?

PJ trouxeram-nos obviamente apenas uma pequena gota no mar de hits de que me consigo lembrar.

texto_Nuno Ferreira

Opiniões

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Embora não seja o mais recente a cair nas prateleiras, escolhi falar deste jogo uma vez que foi recentemente eleito como Jogo do Ano de 2010 na Game Developers Conference, o último dos muitos prémios que este jogo tem vindo a acumular.Vais jogar com John Marston, um ex-fora-da-lei pert-encente aos Estados Unidos do ano de 1911 e que é enviado para o “Oeste Selvagem” pelo governo, que o “incentivou” (por ameaça à família) a capturar o seu ex-parceiro/amigo Bill Williamson - vivo ou morto - e a impor a ordem no território. Esta época é bastante retratada em vários filmes Western, dos quais, inclusi-vamente, o próprio do jogo retira alguns clichés.Os comandos, depois das primeiras missões tutoriais, são bastante acessíveis e naturais: passado pouco tem-po já vais saber fazer habilidades dignas de um cowboy de Hollywood. Nomeadamente, quando fazes os típi-cos duelos de revólver consegues, com alguma perícia, disparar na mão do atirador e desarma-lo sem o ter de matar. Esta perícia exímia é facilitada pela mecânica de jogo chamada “dead eye”, na qual consegues abrandar o tempo durante alguns segundos e colocar os alvos onde queres disparar.Quanto à história, Red Dead Redemption (rdr) atinge um ponto alto em grande parte devido às personagens e à sua interpretação. São elas próprias que nos fazem, por momentos, crer que o mundo em que se inserem é real e através disso conseguem envolver-se nesse mun-do. É de mencionar ainda a sua banda sonora do jogo, que ajuda na emersão no mesmo. Digna de referência é a track vencedora dos Video Game Awards (VGA) “Far Away” que o jogador ouve quando entra no Mé-xico pela primeira vez.À semelhança de outros jogos da Rockstar, este é um jogo do tipo “sandbox”, ou seja, a progressão não é lin-ear e és livre de explorar o mundo como preferires. De facto, apesar da sua história, este é um jogo onde facil-mente te afastas da tua missão. Existem imensas activi-dades em que te podes envolver, nomeadamente jogos de azar, duelos, bounties (onde podes levar à justiça um bandido - vivo ou morto), entre outras. O jogo gera, também, aleatoriamente e muito constantemente en-contros com estranhos que te pedem ajuda em diversas situações. Para além disto tudo, o mundo é populado por toda uma vida animal selvagem que podes abat-

er para vender peles ou carne, ou simplesmente para “salvares a tua pele”. Falando no cavalo, sendo com ele que percorres as vastas paisagens, poderás domar os que quiseres e encontrares com um mini-jogo estilo rodeo.É, ainda, com o cavalo que se encontram muitos dos bugs de que sofre este jogo, já que o cavalo pode ser “burro” o suficiente para ir para o meio de uma troca de tiros, ir sozinho para dentro de um rio ou cair de um penhasco, levando à sua morte!Outra mecânica de jogo é o sistema policial, que mel-horou bastante desde o GTA. Aqui, quando cometes um crime recebes um bounty e fi-cas procurado pela polícia lo-cal. Mesmo que consigas fugir da polícia este persiste e vai a u m e n t a n d o quanto mais crimes cometes. Quanto maior for a soma de dinheiro, mais caçadores de prémios te procuram e tentam apanhar. Poderás livrar-te do bounty se cum-prires a tua sentença na cadeia ou se pagares para lim-par o teu nome.Dependendo do tempo que dedicas a outras actividades fora das missões do plot principal, o jogo pode entreter-te entre 20 a 40 horas. Se quiseres passar mais tempo neste mundo podes completar os vários tipos de activi-dades, desafios e, ainda, ingressar no multiplayer que, apesar de, quando comparado com outros jogos ac-tuais, não ser o melhor nem o mais refinado, é bastante divertido.Resumindo, este é um jogo que, definitivamente, vale a pena jogar e acabar. A história épica, as personagens e o próprio cenário fazem-te crer que pertences àquele mundo e levam-te a regressar a ele. Se possuis uma PS3 ou Xbox 360 arranja imediatamente este jogo, já galardoado por muitos sites e prémios internacionais como o jogo do ano de 2010 e começa a aventura que sempre quiseste ter no Velho Oeste!

A gamer (re)viewtexto_Bruno Galhardo

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Abril 2011 RESISTANCE23

Num chuvoso dia, estava Cambra do Vale dormindo à sombra de uma Pereira quando lhe caiu uma pêra na cabeça. Imediatamente enunciou o 1º Postulado da “teoria da sorte”.

Entretanto, Cambra do Vale acordou e apercebeu-se que além de ter sofrido um derrame cerebral, espantosamente a pêra encontrava-se perfeitamente equilibrada na sua cabeça, confirmando o primeiro postulado. Diz-nos a mecânica quântica que o mundo rege-se por uma complexa sucessão de fenómenos aleatóri-os, e é nesta hipótese que se fundamenta a Teoria da Sorte. Devido à dificuldade a nível matemático, o 1º postulado não será aqui formalmente demonstrado, no entanto o carácter empírico permite-nos gozar de

uma certa liberdade de dedução prática. Pensa comigo, seja “X” uma cadeira qualquer durante o teu curso onde tens “Y” avaliações, se definires uma densidade de probabilidades, e raci-ocinando de forma discreta, a probabilidade “P” de obteres uma boa nota numa avaliação de “X” é maior quanto menor for “1/Y”. A este acontecimento chamamos de “factor sorte”.

Estás frustrado porque nunca digeriste a matéria e a nota da laboratorial é uma porcaria?Não compreendes as séries de Fourier, chumbaste nas frequências e o exame aproxima-se?Ainda não tiraste o pó do Chang, o gato comeu-te os apontamentos e o recurso é amanhã?

Não desesperes, pois isto é um bom sinal…

“TEORIA DA SORTE”Foram grandes referências históricas como Laplace, Einstein e Heisenberg que construíram os alicerces desta polémica teoria, cujos pilares são suportados pelo princípio da incerteza, pelas probabilidades Bayesi-anas e pela Teoria do Caos. Para compreendermos um pouco melhor do que se trata vou aqui apresentar um antepasto histórico que, embora não tenha sido provado se é facto ou lenda, elucida bem a base da teoria.

ANTEPASTO HISTÓRICO

É o que diz uma nova e controversa teoria que está a revolucionar a comunidade científica e que irá mudar para sempre a maneira como defrontas o dia-a-dia académico. Seu nome :

“existe uma probabilidade de obteres o re-sultado máximo numa avaliação mesmo sem teres qualquer conhecimento da matéria à priori do evento avaliativo”.

1º Postulado

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Como é perceptível trata-se de uma probabilidade ínfima, e após acontecer uma vez, inserindo o “fac-tor sorte” nas equações, a probabilidade de ressur-gir este evento tornasse mais reduzida. Todavia, o princípio da relatividade de Einstein diz-nos que a velocidade da luz é independente do referencial de inércia, sendo assim se considerarmos o observa-dor num referencial onde “X” são muitas cadeiras, “1/Y” será menor e portanto “P” maior, ou seja “c” é independente do referencial mas o mesmo não acontece com “P”.Se o “factor sorte” ocorrer várias vezes isso vai

encurtar cada vez mais a probabilidade de voltares a ter uma boa pontuação. No entanto não desanimes, pois o paradoxo do “mijado” (pessoa sortuda) levou ao nascimento do 2º Postulado:

Recentemente, dados recolhidos no LHC vêm con-trariar as previsões teóricas da Teoria da Sorte, o que tem levado vários pioneiros nesta área a adoptarem abordagens alternativas. Os entusiastas da Teoria das Cordas julgam ser crucial considerar a existência de universos paralelos para justificar a migração entre

universos do “factor sorte”. Outra corrente filosófica mais conservadora usa um modelo matemático diferente, no qual é inserido o “coeficiente fado” na função densidade de proba-bilidades, sendo posteriormente normalizada. Este coeficiente pode ser ilustrado por um campo de es-calares definido no tecido espaço-tempo, e depende de vários factores como a fase da lua, as manchas solares, a ressonância de Schulma, entre outros ainda desconhecidos. Todos estes fenómenos interferem activamente na rede neurológica da cada um, au-mentando ou diminuído a probabilidade de surgir na tua cabeça, a partir do nada, a resposta certa a uma determinada pergunta do exame. Por isso é impor-tante escolheres o melhor dia e o melhor local. Para terminar, deixa-me referir o “corolário do batoteiro”.

Este afirma que se previamente fores conhecedor das perguntas do exame a “função da sorte” vai colapsar e deixarás de ter probabilidades, para passares a ter certezas de que vais tirar um 20, portanto não adian-ta fazeres isso, a Teoria da Sorte deixa de ter efeito.Em suma, se tiveste um acidente, ficaste paralítico e não pudeste ir às aulas, o teu pai morreu e não tens dinheiro para os livros, ninguém te “curte” e não te dão apontamentos, agradece a Deus pois isto é o chamado “factor hiper-azar” e ao ser introduzido nas equações aumenta 666π vezes a probabilidade de um subsequente “factor sorte”.

“Factor sorte”

“existe uma probabilidade calculável de uma pessoa ser portadora do “factor sorte” repetidamente, todavia ainda não pode ser calculada pois apoia-se no conhecimento exacto da actual população mundial (6,7 biliões), nos que já morreram e nos que ainda hão-de nascer.”

2º Postulado

Corolário do batoteiro

Dr. Cambra do Vale

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Foi com este pensamento que certo dia per-corri as ruas de Coimbra, a cidade dos es-tudantes, e realmente observei o que me ro-deava: umas palavras de protesto aqui, um movimento contra o “regime” ali, mas nada que de facto pudesse marcar realmente a diferença. Os estudantes estavam parados...Sim, apesar de tudo o que vemos nos dias de hoje, como grandes manifestações em Lis-boa ou as cada vez mais frequentes reuniões de associações estudantis, a verdade é que os estudantes estão parados!Se realmente perdermos um tempo a olhar para o que nos rodeia é isso que vamos ver, um conformismo cada vez maior, que ap-enas aumenta de dia para dia. A mentalidade revolucionária que outrora caracterizou os estudantes de Coimbra tem vindo a desa-parecer ao longo dos anos e a inércia está a tornar-se uma constante na vida de cada estudante.

O estudante de hoje já só sai à rua quando tem a corda ao pescoço e mesmo assim mui-tos de nós continuam a viver na ilusão de que esse pequeno gesto nesta imensidão que é a sociedade actual vai servir para mudar o rumo da corrente. No entanto, esse ínfimo gesto não provoca mais distúrbios do que uma pedra que cai a um rio. Aquilo a que nos devemos propor, como alunos duma das universidades mais prestigiadas da Europa, é a lutar, não de forma pontual mas sim de uma forma contínua, fazer disso o nosso es-tilo de vida e assim dar o exemplo a todos os outros que estão apenas à espera de quem os guie neste tempo de desespero para o es-tudante do ensino superior.Esta é uma responsabilidade enorme a car-regar por alguém que apenas está a estudar, mas se não o fizermos quem o fará por nós? Hoje somos nós que lutamos por um futuro melhor, mas amanhã poderá já não haver um futuro pelo qual valerá a pena lutar

Nos dias de hoje o que vemos quando olhamos em nosso redor?

Crónica

O estudante de hoje já só sai à rua quando tem a corda ao pescoço

texto_Fernando Couto

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No primeiro, a guerra civil da Líbia e o terramoto do Japão são dois minutos na televisão; a crise, é culpa da classe política que coloca portagens, fecha hospitais e centros de saúde, congela pensões, reduz ordenados e obriga a um ensino superior público pago.No outro, a distância entre Coimbra e Tripoli (capital da Líbia) é inferior à dis-tância a Berlim (2125km e 2254km respectivamente); a terceira maior economia do mundo está no quinto nível do estado emergência nucle-ar (o mais alto desde Cher-nobyl); o défice português foi de 8,6% (1,3% superior ao esperado); os juros da dívida soberana a 3 anos já passaram os 9%; o serviço nacional de saúde é um bu-raco financeiro e a Estradas de Portugal está em falência técnica.Depois de anos a viver no primeiro mundo, já é altura de começarmos a crescer e ver que o Mundo é mais complexo. Que enquanto meio mundo ainda luta e

morre para ter direito a vo-tar, Portugal insulta-os com uma abstenção de 53%. Nós, que nascemos depois de 1974, sempre vivemos habituados ao direito de voto, à liberdade, a todos os direitos e a deveres nen-huns. Mas foram esses di-reitos que meteram Portugal nesta crise. Os subsídios de desemprego

e as bolsas, todos somos a favor deles, certo? Agora, como é possível termos fá-bricas têxteis com falta de empregados e falta de mão-de-obra na agricultura quan-do temos 11% de desempre-go no país? Como é possível exigirmos mais bolsas quando vemos pessoas a viajarem nas féri-as, e a beberem copos todas as semanas com o dinheiro das bolsas? Não se esqueçam que são o

s impostos dos nossos pais a pagarem essas regalias.Não acredito no karma, mas gosto de pensar que todos aqueles que usam e abusam do estado, no futuro com uma fiscalização fiscal mais apertada, ainda irão devolv-er o dinheiro estatal que é de todos nós.Enquanto a Geração à Rasca do Mundo está a pensar no

futuro, no Magrabe a lutar pela liberdade, no Japão a reconstruir um país em ruí-nas, a Alemanha a pagar im-postos para pagarem os sub-sídios portugueses. A nossa Geração à Rasca está agar-rada ao passado.Ou crescemos ou caímos.Nota: Aquando da leitura deverão notar que Portugal está com juros da divida su-periores aos que mencionei. É o resultado das nossas acções...

Crónica

Olhar para o futuro ou viver no passado

Que enquanto cidadãos ainda lutam e morrem para ter direito a votar, Portugal insulta-os com uma abstenção de 53%.

“Podemos ver o mundo em dois mundos distintos”texto_Frederico Borges

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Imediatamente após o terramoto (14:46), um sis-tema automático “desligou” os reactores e iniciou o processo de arrefecimento usando o sistema de segurança (geradores diesel). Alguns minutos depois (15:05) o tsunami criado pelo terramoto chega à cen-tral nuclear de Fukushima onde danifica o sistema de arrefecimento.Desprovida de formas de arrefecer os reactores, é uma questão de tempo até estes derreterem e liber-tarem radiação para a atmosfera.Pelas 15:36 as câmaras de vigilância registam uma fortíssima explosão no reactor 1. Tratava-se de uma explosão devido à acumulação de hidrogénio no interior do edifício proveniente da hidrólise da água que ocorre às elevadas temperaturas que se fazem sentir junto do núcleo.

Coincidências e acasos

Apenas os reactores 1, 2 e 3 estavam em funciona-mento aquando do terramoto, os outros (4, 5 e 6) estavam em manutenção.O reactor nº1 da central foi inaugurado em 1971

e esperava-se que fosse desactivado em 2011, no entanto em Fevereiro de 2011 decidiu-se prolongar esse prazo em cerca de 10 anos. Ironia do destino este reactor foi o primeiro a explodir. Estava planea-do o início da construção de mais dois reactores em Fukushima para o ano de 2012.

Coragem dos anónimos

Após o início de um incêndio no reactor 4 no dia 15 de Março, 750 dos 800 trabalhadores foram evacu-ados. Os restantes 50 permaneceram na central continuando o esforço para arrefecer os reactores lançando água para as piscinas de arrefecimento. A imprensa internacional apelidou-os de “Fuku-shima 50” (Os 50 de Fukushima) chegando mesma a aclamá-los como “Heróis do Japão”. Ainda nesse dia, bombeiros, forças de segurança e emprega-dos da TEPCO (empresa dona do reactor nuclear) juntaram-se aos originais 50 num esforço conjunto para estabilizar a situação dos reactores e evitar a libertação de radiação.No dia 24 durante trabalhos na cave da sala das turbinas do reactor 3 para instalar cabos eléctricos, dois trabalhadores foram expostos a água radioactiva sofrendo “uma contaminação significativa na pele das pernas”. Após exames médicos, calculou-se um nível de exposição dos pacientes entre 2 a 5Sv. Para pôr este valor em perspectiva o limite regulamentar para trabalhadores de uma central nuclear é 20mSv/ano mas no caso da emergência de Fukushima o val-or foi elevado para 250mSv/ano. Estes trabalhadores não estavam a usar botas protectoras uma vez que o manual de segurança da sua empresa “não previa um cenário em que os seus trabalhadores estivessem a trabalhar em água radioactiva numa central nuclear.”

Incidentes nucleares em Fukushima

Notícias

texto_Henrique Miranda em 02/04/2011

“Central nuclear no Japão sofre explosão” era o título que se podia ler no jornal Público na manhã de Sábado dia 12/03/2011. No dia anterior o Japão foi abalado por um sismo de magnitude 9.0 na escala de Richter e o conseguente tsunami danificou os geradores de reserva o que aliado à falha de electricidade da rede provocou um blackout na central de Fukushima I.

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Breves

Uma taxa de iodo radioativo 3.355 vezes superior à norma legal foi medida na água do mar recolhida 300 metros a Sul da central nuclear acidentada de Fukushima, nordeste do Japão, revelou a agência de imprensa Jiji.

O secretário da Defesa dos Esta-dos Unidos, Robert Gates, disse que as forças armadas leais ao líder líbio Muammar Kadhafi estarão a colocar corpos de civis nas zonas bombardeadas pelas forças da coligação internac-ional.

Os preços do petróleo atingiram novos máximos tanto em Nova Iorque como em Londres, onde o barril de crude ultrapassou os 120 dólares pela primeira vez desde agosto de 2008.

O défice orçamental fechou o ano passado nos 8,6% do produto interno bruto (PIB). O número ultrapassou a meta do Governo de 7,3% porque foi contabilizado o buraco do BPN (1800 milhões - 1% do PIB), a garantia ao BPP (450 milhões - 0,3%) e incluiu a Refer e os metros de Lisboa e Porto (793 milhões - 0,5%).

Os juros da dívida portuguesa a 3 anos no mercado secundário acabam de passar a barreira dos 9%. Neste momento, os juros portugueses em duas maturi-dades - 3 e 5 anos - estão acima de 9%.

O número de mortos causados pelo sismo e tsunami de 11 de março no Japão foi hoje el-evado para 12.157, bem como o número de desaparecidos, que atinge as 15.496 pessoas.

FC Porto ganhou ao Benfica no Estádio da Luz (2-1) e chegou ao 25.º título de campeão. Pela segunda vez na sua história, faz a festa na casa do rival.

A demissão de Sócrates foi aceite dia 23 de Março, após o PEC 4 ter sido chumbado no parlamento com votos contra de toda a oposição.

O mundo em imagens

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TEMPO DE PREPARAÇÃO15 minutosTEMPO DE COZEDURA45/50 minutosCUSTO APROXIMADO€3,00CALORIASse estás a fazer um bolo de chocolate é porque não te interessa

-400g de açúcar branco; -125g de chocolate em pó; -350g de farinha (sem fermento); -1 caneca de leite; -7 ovos; -1 dl de óleo; -1 colher de fermento em pó;

-1/2 lata de leite condensado;

Pré aquece o forno a 220º C. Numa taça junta os ovos com o açúcar e bate até ficar uma massa espumosa. De seguida, junta a farinha e o chocolate com o fermento em pó. Adiciona o leite até ficar uma massa homogénea e depois óleo. Unta uma forma com manteiga e farinha para levar ao forno durante 45/50 minutos a 200 graus. Numa panela à parte, junta o leite condensado com chocolate em pó q.b. e mexe bastante para não quei-mar. Depois do bolo estar pronto cobre-o com o molho ainda quente.Sugestão extra: Coloca no topo do bolo morangos lavados aos pedaços. Et voilá!

Mãe, afinal sei cozinhar!

Bolo de chocolateAfinal fazer um bolo de chocolate não é assim tão complicado!Fica uma pequena sugestão para os tempos livres.

Ana Mafalda Sanches Teixeira

Bom apetite!

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Obrigado por terem tornado isto possível

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Voltamos em Junho!

Ring of Fire Official Rules: 1. First to set up the game, clear off a table and set a cup in the middle with the deck of cards placed around the cup in a circle. 2. Now get a group of friends to gather around the table, each person having a cup/bottle of juice to them-selves. 3. Before you start the game you must know what each card stands for:

A- Waterfall – Everyone must keep drinking until the person who picked the card stops. So who knows how long you will be going for! 2 – You can choose someone to drink 3 – You must drink 4 – All girls drink 5 – When you put your thumb on the table everyone must follow and whomever is last must drink. you are the thumb master till someone else picks a five. 6 – All guys drink 7 – Point your finger in the sky, whoever is last must drink 8 – Choose someone to drink with you 9 – Pick a word such a dog and the person next to you must rhyme with dog, like log, and it goes to the next person and the next, in a circle, until someone messes up and he or she will have to drink 10- Categories- Pick a category such a football and you go in a circle and everyone has to say a word that fits with football such as: touchdown, field goal, USC. Whoever messes up, drinks. Jack- Make a Rule – You can make up any rule that everyone has to follow, such as you can only drink with your right hand. Everyone (including you) must follow this rule for the whole entire game and if you disobey you must drink. Queen- Questions – Go around in a circle and you have to keep asking questions to each other. Doesn’t matter what the question is, as long as its a question. Whoever messes up and does not say a question, drinks. King- Pour!- You must pour a little of your drink into the cup that is in the middle of the table. Whom-ever picks up the LAST king must drink the whole cup, which could be filled with different drinks, so who knows how bad it could taste! 4. Now that you know the rules. One person starts off by picking up a card, and whatever the card may be, follow the rule. Go in a circle and keep picking a card till the last King is picked!

Leia com moderação