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PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOTERAPIA INTENSIVA
CRITÉRIOS E UTILIZAÇÃO DA MANOBRA DE PEEP-ZEEP
Manaus – 2013
JOSIANE COELHO SILVA DO NASCIMENTO
CRITÉRIOS E UTILIZAÇÃO DA MANOBRA DE PEEP-ZEEP
Resenha apresentada sob orientação do profº Levi
Xavier da Fisiocursos, como requisito para obtenção
de nota para pós-graduação em Terapia Intensiva.
Manaus – 2013
CRITÉRIOS E UTILIZAÇÃO DA MANOBRA DE PEEP-ZEEP
Resenha
Segundo Santos et al (2009), os pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva (VMI)
que lhes fornece um sistema de ventilação e oxigenação com a finalidade de manter uma
adequada ventilação alveolar, restaurar o equilíbrio ácido-básico e reduzir o trabalho
respiratório, acabam apresentando diversos componentes que dificultam a depuração das
secreções pulmonares como inadequada umidificação, altas frações de oxigênio, uso de
sedativos e ou anestésicos, doenças pulmonares basais e a presença de uma via aérea artificial
que dificulta, mecanicamente, a eliminação das secreções na altura da traquéia. A retenção de
secreção contribui para episódios de hipoxemia, atelectasia e pneumonia associada ao
ventilador. No tratamento de pacientes que recebem VMI, a fisioterapia respiratória tem como
objetivo melhorar sua função pulmonar, através da desobstrução brônquica, da expansão das
áreas pulmonares colapsadas, e conseqüentemente equilíbrio da relação ventilação/perfusão.
Alguns estudos demonstraram a eficácia da fisioterapia na resolução de atelectasias e
promoção de higiene brônquica.
As manobras de higiene brônquica objetivam a mobilização e eliminação de secreções
pulmonares. Essas manobras incluem drenagem postural, tapotagem, pressão torácica,
vibrações torácicas, Huffing e a compressão torácica associada a ZEEP ( zero and expiratory
pressure), a qual consiste na elevação da PEEP até um mínimo de 10cmH2O. Um instante
antes de realizar as manobras de vibrocompressão torácica, zera-se a PEEP elevando-a, em
seguida, para seu valor normal. Esta técnica auxilia na mobilização de secreções brônquicas
de pacientes submetidos a VM, mas está contra-indicada na presença de instabilidade
hemodinâmica, de hipertensão intracraniana e fístula broncopleural (COSTA, 2004).
Nesta técnica, ocorre insuflação dos pulmões por meio do aumento da PEEP, seguido de
rápida descompressão pulmonar pela redução abrupta da PEEP até zero cmH20,
acompanhada pela vibrocompressão torácica manual. Teoricamente, ao aumentar a PEEP por
um intervalo mínimo de 30 segundos o gás é redistribuído através da ventilação colateral,
alcançando alvéolos adjacentes previamente colapsados por muco. Essa redistribuição
propicia a reabertura de pequenas vias aéreas descolando o muco aderido à sua parede.
Posteriormente, ao diminuir a PEEP para 0 cmH2O, altera-se o padrão de fluxo expiratório
interferindo no mecanismo de duas fases e potencializando o carreamento das secreções
descoladas (RODRIGUES, 2007).
Na técnica PZ o fluxo inspiratório se mantém inalterado e ocorre elevação significante do
fluxo expiratório no momento da redução da PEEP para zero (ZEEP). Este efeito ocorre,
sobretudo, pela súbita despressurização da via aérea associada à compressão torácica manual,
o que gera aumento do volume corrente exalado em um menor tempo expiratório. É possível
pensar que uma das vantagens desta técnica seja a mimetização da tosse, com a saída rápida
de ar dos pulmões sem a desconexão do ventilador. Esta técnica tem características peculiares
em relação às demais, principalmente pela manutenção da conexão paciente/ventilador, bem
como, o controle preciso das variáveis de fluxos e pressões impostas ao sistema respiratório
durante a execução da técnica (RODRIGUES, 2007).
Referências
Costa, Dirceu. Fisioterapia respiratória básica. São Paulo: Editora Atheneu, 2004.
Rodrigues, M. V. H. Estudo do comportamento hemodinâmico, da troca gasosa, da mecânica respiratória e
da análise do muco brônquico na aplicação de técnicas de remoção de secreção brônquica em pacientes
sob ventilação mecânica. São Paulo, 2007. Disponível em www.cardiopneumo.incor.usp.br/...
Santos, F. R. A.; Júnior, l. c. s.; Júnior, L. A. F.; Veronezi, J. Efeitos da compressão torácica manual versus a
manobra de PEEP-ZEEP na complacência do sistema respiratório e na oxigenação de pacientes
submetidos à ventilação mecânica invasiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(2):155-161. Disponível em
www.scielo.br/pdf/rbti/v21n2/07.