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Argumentação e retórica

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ARGUMENTAÇÃO

E RETÓRICA

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LÓGICA INFORMAL

• Todos os dias utilizamos o

discurso para levar os nossos

interlocutores a aderir às nossas

opiniões – chamamos a isto

comunicação argumentativa.

• Estamos no domínio da lógica

informal, mais centrada nos

efeitos da comunicação do que

na validade formal dos

argumentos.

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LÓGICA INFORMAL

• Retórica é o domínio da lógica informal que estuda a

arte de falar com eloquência.

• A retórica surgiu na antiga Grécia, ligada à democracia e

em particular à necessidade de preparar os cidadãos para

uma intervenção ativa no Governo da cidade. ―Rector‖

era a palavra grega que significava ―orador‖, o político.

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YOUR TOPIC GOES HERELógica formal ou dedutiva Lógica informal ou não dedutiva

Objetivo: Estudo dos aspetos formais da

argumentação.

Objetivo: Estudo dos aspetos concretos da

argumentação.

Distingue argumentos válidos de inválidos

quanto à forma lógica.

Distingue graus de força dos argumentos.

Válido na linguagem da lógica informal

significa forte. Inválido significa fraco.

Se a forma do argumento é válida, então

premissas verdadeiras justificam e garantem

conclusões verdadeiras.

Um argumento forte com premissas

verdadeiras justifica, mas não garante a

verdade da conclusão.

O estudo da validade prescinde de referências

ao conteúdo das proposições e ao contexto da

argumentação.

O estudo da validade dos argumentos não

prescinde de referências ao conteúdo das

proposições e ao contexto da argumentação.

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DEMONSTRAÇÃO E

ARGUMENTAÇÃO

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DEMONSTRAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO

1. Se o Mar Mediterrâneo for água, é H20. O Mar

Mediterrâneo é água. Logo, é H20.

2. Se os animais não têm deveres, não têm direitos. Os animais

não têm deveres. Logo, não têm direitos.

No argu­mento 1, trata-se de verdades estabelecidas, que

ninguém põe em causa. Mas a primeira premissa do argumento 2

é muitíssimo disputável. Até pode ser verdadeira, mas não é uma

verdade solidamente estabelecida e amplamente reconhecida

como tal.

Aristóteles diria que o primeiro é um raciocínio analítico ou

demonstrativo e o segundo um raciocínio dialético, ou

argumentativo.

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DEMONSTRAÇÃO ARGUMENTAÇÃO

É rígida e aplica-se nas ciências

lógico – dedutivas.

Serve-se de uma linguagem

simbólica e apoia-se na lógica

formal – bivalente.

Parte de proposições

consideradas verdadeiras para

chegar a conclusões igualmente

verdadeiras.

É impessoal e independente do

contexto.

É flexível e utiliza-se nas

ciências sociais e humanas.

Usa a linguagem natural,

informal – polivalente.

Parte de proposições verosímeis

e chega e conclusões prováveis.

É pessoal e contextualizada.

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DEMONSTRAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO

• A argumentação trata de questões éticas, jurídicas ou

politicas.

• Procura-se o mais verosímil ou provável.

• Na ausência de verdade, procura-se a adesão do

interlocutor ou do auditório, tentando persuadir,

convencer (retórica).

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ESTRATÉGIAS

ARGUMENTATIVAS

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ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS

Na sua obra sobre a retórica, Aristóteles distinguiu três

formas de argu­mentação:

• A argumentação baseada no carácter (ethos) do orador;

• A argumentação baseada no estado emocional (pathos)

do auditório;

• A argumentação baseada no argumento (logos)

propriamente dito.

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O ETHOS

• O orador persuade por

intermédio do carácter

moral, do ethos, quando é visto

pelo auditório como alguém que

inspira confiança.

• Para isso, é preciso que o

discurso crie no auditório uma

imagem do orador como pessoa

prudente, virtuosa e

benevolente.

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O ETHOS

«Persuade-se pelo carácter quando o discurso é

proferido de tal maneira que deixa a impressão de

o orador ser digno de fé. Pois acreditamos mais e

bem mais depressa em pessoas honestas, em todas

as coisas em geral, mas sobretudo nas de que não

há conhecimento exato e que deixam margem

para dúvida. É, porém, necessário que esta

confiança seja resultado do discurso e não de uma

opinião prévia sobre o carácter do orador; pois

não se deve considerar sem importância para a

persuasão a probidade do que fala (…), mas

quase se poderia dizer que o carácter é o

principal meio de persuasão.»Aristóteles, Retórica, 1356a

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O PATHOS

• Para ser persuasivo, o orador deve procurar suscitar

sentimentos e emoções no auditório que o predisponham

de forma favorável para a tese que defende.

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O PATHOS

• O apelo à popularidade ou à maioria é uma forma de

argumento que explora sentimentos da audiência para a

fazer adotar o ponto de vista de quem fala.

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O PATHOS

• Os argumentos ad populum não são, com

propriedade, argumentos, mas estratagemas

para despertar e manipular as emoções,

desejos e paixões da maioria das pessoas.

• E, como se sabe, o apelo aos sentimentos é,

em muitos casos, o caminho mais eficaz – e

curto – para persuadir um auditório.

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O PATHOS

• O apelo à piedade (ad misericordiam) acontece quando

alguém argumenta recorrendo a sentimentos de

piedade e de compreensão por parte da audiência de

modo que a conclusão ou afirmação defendida seja

aprovada.

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O LOGOS

• Conjunto de

argumentos

organizados de modo

a persuadir. Hoje

designa o medium

(meio - palavra ou

imagem) que

transmite a

mensagem. Refere a

racionalidade dos

argumentos e o tipo e

a estrutura dos

discursos

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YOUR TOPIC GOES HERE

• Your Subtopic Goes Here

ETHOS PATHOS LOGOS

Centrado na figura do

orador. Este deve ter

caráter, ser virtuoso e

credível, para

conseguir a confiança

do auditório.

O orador não deve ser

arrogante,

apresentando-se como

dono da verdade.

Deve aparecer como

alguém moderado, leal

e responsável.

Centrado no auditório.

Este deve ser

emocionalmente

impressionado e

seduzido.

O auditório tem a

tendência a deixar-se

influenciar não apenas

pelo caráter racional

dos argumentos, mas

também pelos

sentimentos que lhe

são despertados.

Centrado na tese.

Deve ser bem

estruturada, sob o

ponto de vista lógico-

argumentativo, para

ser clara e bem

compreendida.

O orador deve

selecionar argumentos,

antecipar objeções à

tese e procurar

recursos estilísticos.

Existe uma relação estreita entre o logos, o ethos e o pathos, uma vez

que as emoções (pathos) que o discurso (logos) do orador suscita no

auditório têm um papel importante na construção da imagem que este faz

do carácter (ethos) do orador e, desse modo, da sua capacidade de

persuasão.

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EXERCÍCIOS

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EXERCÍCIOS

1. Em que consiste argumentar?

2. O que se pretende ao argumentar?

3. O que é o «auditório»?

4. Demonstrar uma ideia e argumentar a favor de

uma ideia são a mesma coisa ou coisas diferentes?

5. Segundo Aristóteles, quais são as três formas de

argumentação?

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EXERCÍCIOS - CORREÇÃO

1. Em que consiste argumentar?

Argumentar é apresentar argumentos de forma organizada.

2. O que se pretende ao argumentar?

O objetivo é conseguir a adesão do auditório.

3. O que é o «auditório»?

O auditório são as pessoas a quem nos dirigimos. Os meios

para se fazer chegar ao auditório o que pensamos são vários:

falando diretamente com as pessoas, ou através da rádio ou da

televisão (nestes casos, o auditório são as pessoas que nos

escutam), escrevendo (aqui, o auditório é quem nos lê), etc.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

4.

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EXERCÍCIOS - CORREÇÃO

5. Segundo Aristóteles, quais são as três formas de

argumentação?

De acordo com a classificação de Aristóteles, as

três formas de argumentação são as seguintes: a

argumentação baseada no carácter (ethos) do

orador, a argumentação baseada no estado

emocional (pathos) do auditório e a argumentação

baseada no argumento (logos) propriamente dito.

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EXERCÍCIOS - CORREÇÃO

1. Atenção dada ao orador.

2. Evidência naquilo que o orador diz e como diz.

3. Sentimentos provocados nos ouvintes.

4. Estrutura argumentativa segundo um plano adequado.

5. Credibilidade do sujeito que fala.

6. Ponderação, racionalidade e lealdade.

7. Figuras de estilo.

8. Carácter do emissor.

9. Discurso com ritmo.

10. Ênfase posta no auditório.

11. Discurso argumentativo.

12. Público predisposto a emocionar-se.

13. Ser afetado na sensibilidade.

14. O que o orador proclama.

Nas frases seguintes, assinale com E as que se referem ao

Ethos, com P as que se reportam ao Pathos e com L as que

têm a ver com o Logos.

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EXERCÍCIOS- CORREÇÃO

Nas frases seguintes, assinale com E as que se referem ao

Ethos, com P as que se reportam ao Pathos e com L as que

têm a ver com o Logos.

1. Atenção dada ao orador. E

2. Evidência naquilo que o orador diz e como diz. L

3. Sentimentos provocados nos ouvintes. P

4. Estrutura argumentativa segundo um plano adequado. L

5. Credibilidade do sujeito que fala. E

6. Ponderação, racionalidade e lealdade. E

7. Figuras de estilo. L

8. Carácter do emissor. E

9. Discurso com ritmo. L

10. Ênfase posta no auditório. P

11. Discurso argumentativo. L

12. Público predisposto a emocionar-se. P

13. Ser afectado na sensibilidade. P

14. O que o orador proclama. L

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ARGUMENTOS

INFORMAIS

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ARGUMENTOS INFORMAIS

• Os argumentos informais válidos são argumentos em

que a verdade das premissas é razão suficientemente

forte para acreditarmos na verdade da conclusão.

• Ao contrário da lógica formal a lógica informal tem

necessariamente de atender ao conteúdo das premissas.

• Concluímos que um argumento é forte quando

pensamos que muito provavelmente a realidade não vai

negar a conclusão.

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ARGUMENTOS INDUTIVOS

• Nunca nevou em Sevilha.

• Logo, quando este Inverno for a Sevilha, não verei neve.

• Analisemos a premissa: esta diz-nos que, até à data, não caiu neve

em Sevilha, nem uma única vez.

• A conclusão diz-nos que, num futuro próximo, irei a Sevilha e que

não verei neve nessa cidade.

• Como é muito provável que a conclusão seja verdadeira, o

argumento é indutivamente válido, ou seja, forte.

• Generalizações e previsões são tipos de argumentos indutivos.

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ARGUMENTOS INDUTIVOS

GENERALIZAÇÕES

• As generalizações são argumentos em que a conclusão

acerca de um grupo de objetos é estabelecida

observando uma amostra desse grupo de objetos. A

generalização consiste em atribuir a todos os casos

possíveis de certo tipo aquilo que se verificou em alguns

casos desse tipo.

• Exemplo:

• Cada um dos cães que observei até hoje ladrava.

• Logo, todos os cães ladram.

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ARGUMENTOS INDUTIVOS

GENERALIZAÇÕES

• A generalização não garante que a sua conclusão é

verdadeira.

• Como a conclusão é mais geral do que a premissa, a

generalização não pode garantir que um dos casos por

observar não venha a refutar a conclusão.

• O máximo que conseguimos com este tipo de argumento

é legitimidade para tratar a conclusão como sendo muito

provável.

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ARGUMENTOS INDUTIVOS

REGRAS DAS GENERALIZAÇÕES

Regra 1. A amostra deve ser ampla.

Quanto maior for a amostra observada mais forte o argumento será.

Regra 2. A amostra deve ser relevante ou representativa.

Uma amostra relativamente grande pode ser a base de uma

generalização mais fraca do que outra baseada numa amostra menor

que contenha informação mais relevante.

Regra 3. A amostra não deve omitir informação relevante.

Um argumento, mesmo sendo baseado numa amostra ampla e

relevante, será fraco se omitir informação relevante.

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ARGUMENTOS INDUTIVOS

PREVISÕES

As previsões são argumentos em que as premissas se baseiam em

casos passados e a conclusão se refere a casos particulares ainda não

observados.

Exemplo:

Todos os 27 feijões que retirei deste saco são brancos.

Logo, o próximo feijão que retirar deste saco é branco.

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FALÁCIAS INDUTIVAS

FALÁCIA DA GENERALIZAÇÃO PRECIPITADA

Esta falácia ocorre quando uma generalização se baseia

num número muito limitado de casos.

São exemplos de generalização precipitada:

• concluir, após uma experiência amorosa falhada, que

"as mulheres são a nossa desgraça";

• concluir que as bebidas alcoólicas são prejudiciais

porque um familiar morreu devido ao abuso de álcool;

• concluir que a marijuana é saudável por ser usada no

tratamento de algumas doenças;

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FALÁCIAS INDUTIVAS

POST HOC - «DEPOIS DISSO, POR CAUSA DISSO» OU

FALÁCIA DA FALSA CAUSA

Trata-se de um argumento segundo o qual apenas por um facto se

seguir a outro se conclui que o primeiro é causa do segundo. O

exemplo seguinte é um caso extremo desta falácia:

• Tanto quanto observei, as pessoas que se curaram das

constipações não deixaram de beber água durante uma

constipação.

• Logo, beber água cura constipações.

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ARGUMENTOS POR ANALOGIA

O argumento por analogia atribui uma propriedade a um

acontecimento ou objeto por tal propriedade se ter verificado em

algum objeto ou acontecimento semelhante.

Como este cão é muito semelhante ao do Miguel, também deve

morder sem razão aparente.

Neste argumento, usam-se as semelhanças entre o cão do Miguel e o

cão sob observação para justificar a atribuição ao segundo da

propriedade de «morder sem razão aparente», já verificada no

primeiro.

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ARGUMENTOS POR ANALOGIA

Como é frequente em contextos práticos, o argumento

apenas declara que existem semelhanças. Se estas

fossem explicitadas, obtínhamos um argumento com este

aspeto:

• O cão do Miguel é semelhante a este em raça, porte

e olhar nervoso.

• O cão do Miguel morde sem razão aparente.

• Logo, este cão morde sem razão aparente.

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ARGUMENTOS POR ANALOGIA

REGRAS DA ANALOGIA

Regra 1. A amostra deve ser suficiente.

Regra 2. O número de semelhanças deve ser suficiente.

Regra 3. As semelhanças verificadas devem ser

relevantes.

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ARGUMENTO DE APELO À AUTORIDADE

Num argumento de apelo à autoridade declara-se que a

conclusão é verdadeira pelo facto de uma pessoa ou

organização tidas por autoridades no assunto a

declararem verdadeira.

Exemplos:

• Figo recomenda o uso de gás natural.

• Segundo um estudo da ONU a fome aumentou no

mundo.

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REGRAS DO ARGUMENTO DE APELO À AUTORIDADE

Regra 1. As pessoas ou organizações citadas têm de

ser reconhecidos especialistas nas matérias em

questão.

Defender o uso de uma vacina por recomendação da

Organização Mundial de Saúde é justificado. Mas

defender a pena de morte ou o consumo da cerveja

Alpha por recomendação de um famoso futebolista

parece uma clara violação desta regra. A tradição

designou esta falácia por ad verecundiam – apelo a uma

autoridade não qualificada.

Regra 2. Deve haver consenso entre os especialistas

sobre as matérias em questão.

Se não há consenso entre os especialistas, não faz

sentido citar um especialista para provar uma

afirmação.

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EXERCÍCIOS

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EXERCÍCIOS

1. O que são induções?

2. O que distingue a generalização da previsão?

3. Como se avaliam generalizações e previsões?

4. O que é um argumento por analogia?

5. Como se avalia um argumento por analogia?

6. O que é um argumento de autoridade?

7. Como se avalia um argumento de autoridade?

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EXERCÍCIOS- CORREÇÃO

1. O que são induções?

• Induções são argumentos não dedutivos em que, a partir de

alguns casos se infere uma conclusão que se pretende ser

verdadeira para caso(s) do mesmo género. As induções são

de dois tipos: a generalização e a previsão.

2. O que distingue a generalização da previsão?

• O que as distingue é o seguinte: na generalização, parte-se do

que é verdadeiro para um conjunto de casos particulares e

conclui-se que também o é para todos os casos em geral (Ex:

Todos os corvos observados até hoje são pretos; logo, todos

os corvos são pretos); na previsão, parte-se de um conjunto

de casos ocorridos no passado e conclui-se que o mesmo se

verificará no futuro, em relação a um determinado caso

particular (Ex: No passado, o sol nasceu todos os dias;

portanto, o sol vai nascer amanhã).

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EXERCÍCIOS- CORREÇÃO

3. Como se avaliam generalizações e previsões?

• Há duas regras fundamentais a que a generalização e a previsão têm

de obedecer: 1) O número de casos em que se baseiam tem de ser

representativo e 2) não pode haver contra-exemplos. No exemplo

acima apresentado, a generalização é válida, porque respeita as duas

regras. Quando generalizamos a partir de um número não

representativo de casos incorremos na falácia da generalização

precipitada.

• Quanto às previsões, a «prova dos nove» é a confrontação com a

realidade. Antes disso, porém, podemos sempre avaliar se a regra 1)

foi respeitada. Para além disso, é importante verificar se a previsão

não é excessivamente vaga; se tal acontecer, isso pode significar que

a vagueza é intencional, provavelmente com o objetivo de evitar

contra-exemplos demolidores. As «previsões» astrológicas utilizam

abundantemente este «truque» …

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EXERCÍCIOS - CORREÇÃO4. O que é um argumento por analogia?

• Nos argumentos por analogia raciocina-se do seguinte modo: se o que

estamos a comparar é semelhante em alguns aspetos, também o será noutros.

Por exemplo: «Na Natureza tudo funciona de maneira organizada, como

uma máquina. Todas as máquinas foram criadas por alguém. Logo, a

Natureza foi criada por alguém».

5. Como se avalia um argumento por analogia?

Ao avaliarmos um argumento por analogia deveremos perguntar três coisas:

1) As semelhanças apontadas são relevantes para a conclusão?

2) A comparação tem por base um número razoável de semelhanças?

3) Apesar das semelhanças, não haverá diferenças fundamentais

entre o que está a ser comparado?

• No exemplo dado, embora possamos aceitar que são cumpridos os critérios

1) e 2), verificamos que tal não acontece com o critério 3), já que há uma

diferença fundamental, que é a seguinte: enquanto que uma máquina é um

ser artificial (e, portanto, teve de ser criado por alguém) a Natureza é algo de

natural, pelo que é muito discutível concluir-se que teve de ser criada por

alguém. Este argumento por analogia é, por isso, um argumento fraco.

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EXERCÍCIOS- CORREÇÃO

6. O que é um argumento de autoridade?

O argumento de autoridade é um argumento em que a conclusão se apoia no

depoimento de alguém tido como autoridade no assunto. Por exemplo: «Kant

defende que devemos agir sempre por dever. Logo, devemos agir sempre por

dever».

7. Como se avalia um argumento de autoridade?

Um bom argumento de autoridade deve obedecer aos dois critérios

seguintes:

1) O especialista invocado é reconhecido como uma autoridade na

matéria

2) Os especialistas não discordam entre si quanto a esse assunto

Como se pode ver, o exemplo apresentado respeita o critério 1), mas não o

critério 2). Tal sucede quase sempre em Filosofia: uma vez que os especialistas

raramente estão de acordo, os argumentos de autoridade em Filosofia são, em

princípio, maus argumentos. Nestes casos, estamos na presença do apelo

falacioso à autoridade.

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OUTRAS FALÁCIAS

INFORMAIS

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FALÁCIAS INFORMAIS

• Num processo argumentativo é

relativamente frequente um ou

mais dos interlocutores

recorrerem a raciocínios que

escondem vícios e fragilidades

que decorrem, não da forma do

raciocínio, mas do seu

conteúdo, cometendo assim

falácias informais.

• Aquele que for capaz de detetar

esses vícios e de se defender

deles encontrar-se-á numa

posição vantajosa.

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FALSO DILEMA OU FALSA DICOTOMIA

É dado um limitado número de opções (na maioria dos casos

apenas duas), quando de facto há mais. O falso dilema é um uso

ilegítimo do operador "ou". Pôr as questões ou opiniões em termos

de "ou sim ou sopas" gera, com frequência (mas nem sempre), esta

falácia.

Exemplos:

• Ou concordas comigo ou não. (Porque se pode concordar

parcialmente.)

• Reduz-te ao silêncio ou aceita o país que temos. (Porque uma

pessoa tem o direito de denunciar o que entender.)

• Ou votas no Silveira ou será a desgraça nacional. (Porque os

outros candidatos podem não ser assim tão maus.)

• Uma pessoa ou é boa ou é má. (Porque muitas pessoas são

apenas parcialmente boas.)

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DERRAPAGEM OU BOLA DE NEVE

• Neste tipo de argumento, premissas apenas prováveis são

enunciadas como se fossem certas, escondendo assim o facto de que

a conclusão é necessariamente menos provável do que cada uma

das suas premissas.

• Na verdade, a probabilidade de uma série de acontecimentos é

sempre menor do que a probabilidade de cada acontecimento.

Exemplo:

• Se beberes um copo de vinho, vais beber dois.

• Se beberes dois copos de vinho, vais beber três.

• Se beberes três copos de vinho, vais beber quatro.

• Logo, se beberes um copo de vinho, vais tornar-te alcoólico.

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FALÁCIA DA COMPOSIÇÃO

A falácia da composição consiste em atribuir ao todo

propriedades que apenas dizem respeito às partes.

Exemplo 1

• Cada um dos jogadores daquela equipa é muito bom.

Logo, aquela equipa é muito boa.

Exemplo 2

• As células não têm consciência.

• Logo, o cérebro, que é feito de células, não tem

consciência.

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FALÁCIA DA DIVISÃ0

A falácia da divisão consiste em atribuir a uma das

partes propriedades que apenas dizem respeito ao todo.

Exemplo 1

A equipa x é muito boa. O João joga na equipa x.

Logo, o João é muito bom jogador.

Exemplo 2

A Mercedes produz bons carros. O meu carro é um

Mercedes. Logo, o meu carro é muito bom.

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PETIÇÃO DE PRINCÍPIO OU ARGUMENTO CIRCULAR

Um argumento circular consiste em pretender provar

uma conclusão tendo, como premissa, a própria

conclusão. Dito de outra maneira: supõe-se como já

provado ou consensual aquilo que se quer provar.

«A Ford Motor Company produz os melhores

automóveis dos EUA. Sabemos que produzem os

melhores carros porque têm os melhores engenheiros. A

razão pela qual têm os melhores engenheiros é a de

poderem pagar-lhes mais do que os outros produtores.

Obviamente, podem pagar-lhes mais porque produzem

os melhores carros dos EUA.»

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APELO À IGNORÂNCIA (AD IGNORANTIAM)

Esta falácia ocorre quando se argumenta que uma proposição é

verdadeira porque não foi provado que é falsa ou falsa porque não

foi provado que é verdadeira.

Exemplos:

Ninguém provou que Deus existe.

Logo, Deus não existe.

Ninguém provou que Deus não existe.

Logo, Deus existe.

Os extraterrestres existem.

Ninguém provou o contrário.

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CONTRA A PESSOA (AD HOMINEM)

Ataca-se a pessoa que apresentou um argumento e não o

argumento que foi apresentado. Formas mais habituais:

• Ataque ao carácter da pessoa.

• Referem-se circunstâncias relativas à pessoa.

• Invoca-se o facto de a pessoa não praticar o que diz.

Exemplos:

• É natural que concordes com o congelamento dos salários. És

rico.

• Dizes que eu não devo beber, mas tu andas sempre nos

―copos‖...

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PERGUNTA COMPLEXA

Dois tópicos sem relação, ou de relação duvidosa, são

conjugados e tratados como uma única proposição.

Pretende-se que o auditório aceite ou rejeite ambas

quando, de facto, uma pode ser aceitável e a outra não.

Trata-se de um uso abusivo do operador "e".

Exemplos:

Deves apoiar a educação familiar e o Direito, dado

por Deus, de os pais educarem os filhos de acordo

com as suas crenças.

Apoias a liberdade e o direito de andar armado?

Já deixaste de fazer vendas ilegais? (São duas

questões: já cometeste ilegalidades? Já te deixaste

disso?)

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APELO À FORÇA (AD BACULUM)

O auditório é informado das consequências

desagradáveis que se seguirão à discordância com

o autor.

Exemplos:

• É melhor admitires que a nova orientação da

empresa é a melhor — se pretendes manter o

emprego.

• A NAFTA é um erro! E se não votares contra a

NAFTA, então "votamos-te" para fora do

escritório.

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APELO À PIEDADE (AD MISERCORDIAM)

Apela-se ao sentimento de piedade para se conseguir a

aprovação de uma conclusão.

Pede-se a aprovação do auditório na base do estado

lastimoso do Autor.

Exemplos:

• Como pode dizer que eu reprovo? Eu estava mais

perto da positiva e, além disso, estudei 16 horas por

dia.

• Esperamos que aceite as nossas recomendações.

Passámos os últimos três meses a trabalhar

desalmadamente nesse relatório.

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APELO ÀS CONSEQUÊNCIAS (AD CONSEQUENTIAM)

O argumentador, para "mostrar" que um argumento é

falso, aponta consequências desagradáveis que

advirão da sua defesa.

Exemplos:

Não podes aceitar que a teoria da evolução é

verdadeira, porque se fosse verdadeira estaríamos

ao nível dos macacos.

Deve-se acreditar em Deus, porque de outro modo

a vida não teria sentido. (Talvez. Mas também é

possível dizer que, como a vida não tem sentido,

Deus não existe.)

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APELO A PRECONCEITOS

Termos carregados e emotivos são usados para ligar valores morais à

crença na verdade da proposição.

Exemplos:

• Os portugueses bem intencionados estão de acordo em plebiscitar a

pena de morte.

• As pessoas razoáveis concordarão com a nossa política fiscal.

• O primeiro-ministro tem a veleidade de pensar que as novas taxas

de juro ajudarão a diminuir o déficit. (O uso de "tem a veleidade de

pensar" sugere sem argumentos que o primeiro ministro está

enganado.)

• Os burocratas do parlamento resistem às leis de defesa do

património. (Compare-se com: "Os parlamentares rejeitaram a

proposta de lei de defesa do património.")

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APELO AO POVO (AD POPULUM)

Com esta falácia sustenta-se que uma proposição é verdadeira por

ser aceite como verdadeira por algum sector representativo da

população.

Esta falácia é, por vezes, chamada "Apelo à emoção" porque os

apelos emocionais pretendem atingir, muitas vezes, a população

como um todo.

Exemplos:

• Se você fosse bela poderia viver como nós. Compre também

Buty-EZ e torne-se bela. (Aqui apela-se às "pessoas bonitas")

• As sondagens sugerem que os liberais vão ter a maioria no

parlamento, também deves votar neles.

• Toda a gente sabe que a Terra é plana. Então por que razão

insistes nas tuas excêntricas teorias?

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ESPANTALHO OU BONECO DE PALHA

O argumentador, em vez de atacar o melhor argumento

do seu opositor, ataca um argumento diferente, mais

fraco ou tendenciosamente interpretado. Infelizmente é

uma das "técnicas" de argumentação mais usadas.

Exemplos:

• As pessoas que querem legalizar o aborto, querem

prevenção irresponsável da gravidez. Mas nós

queremos uma sexualidade responsável. Logo, o

aborto não deve ser legalizado.

• Devemos manter o recrutamento obrigatório. As

pessoas não querem o fazer o serviço militar porque

não lhes convém. Mas devem reconhecer que há

coisas mais importantes do que a conveniência.

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FALÁCIAS

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EXERCÍCIOS

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EXERCÍCIOS

1. Identifique as falácias cometidas e justifique a sua resposta.

a) Nenhum dos meus netos gosta de Matemática. Creio que na próxima

geração não teremos cientistas.

b) A pena de morte está errada porque não há o direito de tirar a vida a

ninguém.

c) A pena de morte justifica-se para os crimes como o assassínio e o

rapto, porque é legítimo e apropriado que alguém seja condenado à

morte por cometer atos tão repugnantes e desumanos.

d) "Com estas leis sobre o controlo de armas querem tirar-nos as nossas

armas de defesa. É o que querem agora? Mas e depois o que não irão

querer tirar-nos? Em breve, serão as armas de caça e as facas de mato

e sabe-se lá mais o quê! Em breve teremos um Estado policial em

que só o governo opressor possuirá armas. Se lhes damos um

dedo, em breve quererão todo o braço. Em conclusão, ficarmos sem

as nossas armas é nada mais, nada menos do que deixarmos de ser

livres."

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EXERCÍCIOS

e)

f) As sondagens sugerem que os liberais vão ter a maioria no parlamento,

também deves votar neles.

g) Esperamos que aceite as nossas recomendações. Passámos os últimos três

meses a trabalhar desalmadamente nesse relatório.

h) Ou és feliz ou infeliz.

i) Se não arrumares o quarto ficas de castigo!

j) Porque é que eu afirmo que Deus existe? Porque na Bíblia afirma-se que

Deus existe. Ora, a Bíblia é verdadeira, uma vez que quem a escreveu estava

inspirado por Deus. Portanto, Deus existe.

k) As pessoas que querem legalizar o aborto, querem prevenção irresponsável da

gravidez. Mas nós queremos uma sexualidade responsável. Logo, o aborto não

deve ser legalizado.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

a) Nenhum dos meus netos gosta de Matemática. Creio que na

próxima geração não teremos cientistas.

Generalização precipitada baseada num número muito limitado de casos

(netos de uma pessoa). Que os netos de uma pessoa não gostem de

matemática não implica que a geração a que pertencem não se interesse

pela matemática e pelas ciências.

b) A pena de morte está errada porque não há o direito de

tirar a vida a ninguém.

Estabelecer a pena de morte significa que se reconhece o direito legal de

tirar a vida a alguém. Portanto, argumentar "Não há direito de tirar a vida a

ninguém" é provar a conclusão tendo como premissa essa mesma

conclusão, ou seja, considera-se provado o que se pretende provar. É uma

petição de princípio.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

c) A pena de morte justifica-se para os crimes como o

assassínio e o rapto, porque é legítimo e apropriado que

alguém seja condenado à morte por cometer atos tão

repugnantes e desumanos.

A premissa e a conclusão dizem o mesmo por palavras diferentes. Com

efeito, dizer que a pena de morte é "justificável" tem o mesmo sentido

que dizer que é "legítimo e apropriado" aplicá-la. Trata-se de uma

petição de princípio. Aqui, assume-se a conclusão que se pretende

demonstrar, enunciando-a sob forma subtilmente diferente na premissa.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

d) "Com estas leis sobre o controlo de armas querem tirar-nos as nossas

armas de defesa. É o que querem agora? Mas e depois o que não irão

querer tirar-nos? Em breve, serão as armas de caça e as facas de

mato e sabe-se lá mais o quê! Em breve teremos um Estado policial

em que só o governo opressor possuirá armas. Se lhes damos um

dedo, em breve quererão todo o braço. Em conclusão, ficarmos sem

as nossas armas é nada mais, nada menos do que deixarmos de ser

livres."

Falácia da derrapagem ou bola de neve. É evidente que as leis sobre o

controlo de armas não visam acabar com a caça nem instaurar um Estado

policial que atrofie a liberdade dos cidadãos. Há uma grande diferença entre

controlar a proliferação de armas e oprimir os cidadãos. Quem argumenta que

a situação deslizará inevitavelmente para esse extremo está a ser falacioso. Se

seguíssemos a lógica deste pseudo-argumento, quem come uma batata frita

comerá todo o pacote; quem comece a fumar será sempre um fumador.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

e)

f) As sondagens sugerem que os liberais vão ter a maioria no

parlamento, também deves votar neles.

Apelo ao povo (argumentum ad populum). Com esta falácia sustenta-se que

uma proposição é verdadeira (liberais vão vencer) por ser aceite como

verdadeira por algum sector representativo da população (a maioria da

população)

Apelo à piedade (argumentum ad

misercordiam). Pede-se a aprovação do

auditório na base do estado lastimoso do Autor

(Help), isto é, apelando a sentimentos de

piedade ou compaixão.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

g) Esperamos que aceite as nossas recomendações. Passámos

os últimos três meses a trabalhar desalmadamente nesse

relatório.

Apelo à piedade. Apela-se à compaixão e não à razão, isto é, pede-se a

aprovação do auditório na base do estado lastimoso do Autor (trabalhou

desalmadamente).

h) Ou és feliz ou infeliz.

Falsa Dicotomia. São apresentadas apenas duas alternativas mas

de facto há mais, não estar feliz nem infeliz.

i) Se não arrumares o quarto ficas de castigo!

Apelo à força (argumentum ad baculum). Pretende-se persuadir

alguém pela força (ficar de castigo) e não pelos argumentos

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

j) Porque é que eu afirmo que Deus existe? Porque na

Bíblia afirma-se que Deus existe. Ora, a Bíblia é

verdadeira, uma vez que quem a escreveu estava

inspirado por Deus. Portanto, Deus existe.

Petição de princípio. Conclui-se que Deus existe com base na

Bíblia e aceita-se o que é afirmado na Bíblia com o argumento de

que foi escrita por inspiração de Deus. Ou seja: a conclusão

(«Deus existe») já estava aceite à partida. A premissa e a

conclusão dizem o mesmo por palavras diferentes, ou

seja, considera-se provado o que se pretende provar.

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EXERCÍCIOS -CORREÇÃO

k) As pessoas que querem legalizar o aborto, querem prevenção

irresponsável da gravidez. Mas nós queremos uma

sexualidade responsável. Logo, o aborto não deve ser

legalizado.

Falácia do espantalho ou boneco de palha. O “argumentador”, em

vez de atacar o melhor argumento do seu opositor, ataca um

argumento diferente, mais fraco ou tendenciosamente interpretado

(prevenção irresponsável da gravidez). Como é evidente as pessoas

que são a favor do aborto não defendem a prevenção irresponsável

da gravidez.

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FIM