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Go Surfing - Aprendendo a Surfar

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Surf Uhuullll... Vários artigos postados na internet sobre o surf.

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Sumário

AVISO: Este material não é apropriado para quem não gosta de água! SURF

O que é o Surf? História do Surfe História do surfe no Brasil O Surf no sul do Brasil Onde praticar o Surf Quem pode praticar o Surf Atletas de Surf Campeões do WCT de surf Campeãs do WCT de surf Como são as competições de Surf Como se chega à pontuação de uma bateria O que os juízes levam em conta ao dar a nota

O QUE SE DEVE SABER

Conselhos gerais aos amantes da praia Antes de surfar conheça um pouco sobre os fenômenos

da natureza Ventos Lua As marés Fundo do mar determina qualidade das ondas para o surf Entenda as partes das ondas Ondulações Como se formam as ondas A física das ondas

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Arrebentações Ondas em águas rasas: conceitos básicos Leitura das Ondas Decifrando o swell Período do Swell Como analisar as previsões Medida das Ondas Perigos do surfe Noções de segurança Observe as condições Como funcionam as correntezas Os perigos nas correntes de retorno Como funcionam os ataques de tubarão Por que os tubarões atacam Anatomia de um ataque de tubarão Águas perigosas Como evitar ataques de tubarão Como enfrentar um caldo Cuidados que devemos ter com o sol Cuide da saúde antes de surfar Aquecer antes de surfar Como o treinamento físico irá melhorar seu surf 4 Dicas De Como Melhorar seu Surf fora da Água Treinamento para surfistas Saiba os Benefícios dos Exercícios de Equilíbrio para seu

Surf Melhore suas sessões de surf Entre em Forma Como Prender a Respiração por um Longo Tempo

APRENDER A SURFAR

Equipamentos de Surf

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Aprendendo a surfar Como é uma prancha? Segura a prancha Vamos praticar Posição Correta + Ganhar Pontos Os erros do surfista principiante Dicas para você iniciar no surf Suas primeiras ondas Remadas Remar para fora Apanhar Ondas Furar Onda Regras do surf Outras Regras As regras de prioridade Mais regras e recapitulando Respeito no surf Surfista normal, haole circunstancial Etiqueta do Surf: dez regras básicas para o bom convívio

no mar PRANCHAS

Medidas Tabela Peso x Flutuação Conversões Tamanho das Pranchas Tipos de pranchas Rabetas Fundos Bordas Quilhas De encaixe

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Colocando a quilha de encaixe Saiba qual tamanho de quilha correto usar na prancha Dicas para manuseio da prancha Conservando a prancha Cuidando da prancha – Limpeza Dicas de como usar e conservar seu leash Como colocar o leash na prancha? Conserto da prancha

DICAS PARA O SURF

8 dicas para proteger seu carro enquanto você vai surfar Frio e Roupa de Borracha Aprenda a usar a Fita Rack Como Passar Parafina Colar o deck na prancha

MANOBRAS

Joelhinho Ficar de pé Drop Cavada (Botton Turn) Cut back Batida Floater Tubo Tail Slide Aéreo Existem ainda outras manobras no surf que serão descritas

apenas para conhecimento do aluno

DICIONÁRIO DO SURF

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AVISO: Este material não é apropriado para quem não gosta de água!

―Se chegasse a este texto é porque procuras saber mais

sobre a nobre arte de surfar. O teu interesse mostra vontade, por isso já começasse o caminho que te vai levar ao teu objetivo. Nas próximas linhas você vai ficar sabendo como poderemos ajudar a alcançá-lo‖.

O esporte dos reis, criado na Polinésia e refinado no

paraíso das ilhas Havaianas, é agora global, com surfistas a desafiarem as ondas da Austrália até a costa dos EUA, do Havaí até ao Peru, e da África do Sul até Portugal.

Não há nada como estar sozinho em cima de uma prancha, furando uma onda, para nos libertar do stress diário deste mundo de preocupações. E não há outro esporte que exija tão pouco equipamento para praticar, e no entanto dá tanto, a nível de adrenalina, desafio e satisfação.

Que sorte nós temos, na cultura surfistica, de poder viver a abundante vida da experiência oceânica, dando ênfase às diversas possibilidades que temos acedendo a esta fonte da juventude.

O Surf é um esporte que apresenta vários desafios na sua aprendizagem. Fisicamente exigente, muitas vezes frustrante, e necessita de grandes doses de paciência. Mas, pergunta a algum surfista porque é que ele o pratica, e vais obter sempre a mesma resposta: porque é o melhor esporte do mundo.

Surfar pode ser excitante ou relaxante, rápido ou lento, selvagem ou controlado, competitivo ou sereno… é realmente como você quiser, porque a forma como tu surfa só depende de ti.

Cada onda é uma nova possibilidade.

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SURF A palavra surf pode ser encontrada como sendo

arrebentação das ondas, espuma ou som das ondas de arrebentação, ressaca. Mais do que isso, entretanto, o surf é um vício, uma terapia do corpo e da mente que faz com que muitos "amantes das ondas" deixem o trabalho por algumas horas pelo simples prazer de cair no mar. Repleto de gírias, modismos e neologismos, o surf há muitos anos deixou de ser uma simples forma de lazer para se tornar uma mania nacional. Tatuagens, parafina no cabelo, brincos e colarzinhos de hippie, o surf inventa estilos, difunde conceitos e lança moda. Foi a partir dele, por exemplo, que surgiram gírias tão conhecidas como crowd, point e azarar. Até mesmo esportes tão expressivos como o windsurf, o skate e o sandboard (surf nas dunas), surgiram a partir do surf. Surfar hoje em dia é muito mais do que mobilizar centenas de surfistas para correr um campeonato. É criar um estilo próprio de viver e de se vestir. Mas vamos ao que interessa, afinal, tem altas ondas rolando e vocês devem estar loucos para descobrir de onde veio essa tribo tão peculiar.

O que é o Surf?

O surf é o mais praticado de todos os esportes radicais. A

total interação com o mar, o contato com as ondas, a arte de domar a natureza fascinam os surfistas e simpatizantes. Esse é o surf, um esporte praticado pelos Deuses e Reis, que conquistou milhares de adeptos por todo o mundo, criando uma legião de fiéis e apaixonados seguidores.

Para iniciar no surf é necessário apenas uma prancha e muita coragem, para desafiar as ondas. O surf, hoje, deixou de ser apenas um esporte, e é uma filosofia de vida, exercendo grande influência na moda, na música, no cinema. O praticante

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do esporte possui um estilo próprio e pode facilmente ser identificado em qualquer lugar.

Os negócios do esporte atingem uma grande fatia do mercado e por todo o país já existem lojas especializadas que oferecem uma grande variedade de produtos, com todas as novidades do mundo do surf. Se você curte adrenalina, está no caminho certo. O surf chegou para mudar a sua vida.

História do Surfe

A história do surfe data de cerca de mil anos. Uma lenda

conta que o rei do Taiti, por volta do ano 900 DC, navegou até o Havaí surfando. Ele conheceu várias ilhas, mas só foi encontrar boas ondas num local chamado Mokaiwa, na ilha de Kauai. Ele viveu lá por muitos anos e acabou tornando-se o rei da Ilha.

A restrita bibliografia sobre o surf aponta o seu surgimento nas Ilhas Polinésias, através dos povos nativos, em virtude de sua própria cultura de subsistência, a pesca. Constantemente tinham que se atirar ao mar com seus barcos feitos artesanalmente para pescar, e quando voltavam, deslizavam sobre as ondas para chegar mais rápido à terra firme. De acordo com Gutemberg (1989) este ritual acabou se tornando um hábito entre as civilizações daquela região.

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Mais tarde porém, nas ilhas do Hawaii, o surf começou a ser praticado pelos antigos reis hawaianos com pranchas feitas de madeira, extraídas de árvores locais. Os nativos possuíam um ritual religioso para a fabricação das suas pranchas. Uma vez escolhida a árvore, o ritual era iniciado. Colocava-se ao pé do tronco um peixe vermelho chamado kumu e a árvore era cortada. Nas raízes fazia-se um buraco onde, com uma oração, era enterrado o kumu. Em seguida era dado início ao trabalho de modelagem ou shape (forma da prancha); as ferramentas, lascas de pedras e pedaços de coral eram usados até chegar à forma desejada. Com coral granulado (pokakuouna) e um tipo de pedra bem dura (oahi) era iniciado o trabalho de acabamento para eliminar todas as marcas da fase anterior e tentar alisar a superfície o máximo possível. Com a superfície lisa, eram aplicadas as raízes de uma árvore chamada hili, para dar uma cor negra. Outras substâncias eram utilizadas para impermeabilizar a madeira como forma de encerá-la.

No meio da população nativa hawaiana o surf era

intimamente ligado às raízes culturais. Ao realizarem determinadas manifestações religiosas, os nativos deixavam oferendas próximas à base dos coqueiros para crescer um outro coqueiro.

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Esse ritual fazia parte de uma manifestação cultural aborígene hawaiana, expressando agradecimento pelos alimentos fornecidos pelos coqueiros e pelas folhas do pé de coco na construção dos telhados das moradas e para propiciar o surf.

Era um ritual festivo, onde os chefes agradeciam aos deuses as farturas do mar, das ondas e os prazeres de brincar nas suas águas. Alguns indícios apontam 1500 anos atrás como sendo o período em que os polinésios desciam as ondas com pranchas de surf feitas de tábuas de madeirite (compensado dos navios ingleses). Como no Hawai, o surf na Polinésia estava associado às raízes religiosas, culturais e de algum modo, sociais.

As raízes culturais do surf, através do ritualismo, impunham aos nativos uma determinada hierarquia de prática. Aos reis e suas proles era permitido surfar na posição de pé. As pranchas maiores eram denominadas de alla. Tinham sete pés de tamanho e eram mais aperfeiçoadas, pois faziam parte de todo um ritual de confecção e só podiam ser utilizadas pela realeza.

As pranchas menores ou alaia, pranchas mal acabadas, desprezadas pelos chefes, eram destinadas aos nativos ou súditos que estavam mais próximos da família real. O restante da tribo tinha restrições para a sua prática. Já naquela época os aborígenes pertencentes à família real realizavam competições, lutas mortais e outros combates por causa do surf. Praticar o surf era proveito dos mais nobres e destemidos.

Ao chegar ao Havaí, em 1778, o capitão James Cook, viu os nativos se equilibrando sobre troncos de madeira, sobre as ondas. Para o povo que vivia nas Ilhas Polinésias, a atividade que viria a dar origem ao surfe era uma cerimônia religiosa, que foi considerada imoral pelos missionários europeus, que chegaram ao Havaí em 1821.

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Depois disso, o surfe passou por um tempo no ostracismo. Até que um havaiano chamado Duke Kahanamoku ganhou uma medalha de ouro de natação nas olimpíadas de Estocolmo, em 1912. Ao ser questionado sobre a sua forma de treinamento, Duke afirmou que praticava o Heenalu Surf, esporte até então desconhecido. Acredita-se ele foi o responsável pela popularização do esporte em todo o mundo.

Kahanamoku, que recebeu o apelido de Homem-Peixe, migrou para a Califórnia logo após a conquista da medalha, fazendo do Estado americano o maior centro de prática de surfe no mundo. Outro lugar que se encantou com as manobras do havaiano sobre as ondas foi a Austrália, que ele visitou em 1915. Ele foi vítima de um ataque fulminante do coração aos 75 anos de idade, em 1968.

Em muitos países o surf começou a ser praticado regularmente, e por volta dos anos 20 começaram a aparecer os primeiros campeonatos na Califórnia. Bob Simons criou a primeira prancha de fibra em 1949. Em meados de 1950, as

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pranchas passaram a ser comercializadas e na década de 60 o surf tornou-se competitivo e profissionalizante. A partir daí a evolução das fábricas de pranchas, roupas e outros equipamentos destinados ao surf foram constantes. Em 1975, o surf estava sendo reconhecido mundialmente como um esporte ligado diretamente à natureza, ganhando assim um número considerável de praticantes em vários locais onde as condições do mar eram propícias. Foi criada então uma entidade a fim de desenvolver o surf profissional - a IPS (International Profissional Surfers), realizando campeonatos pelos principais pontos de prática de surf. Atualmente quem organiza e realiza o circuito mundial de surf é a ASP (Association of Surfing Professionals).

Este esporte que atrai milhares de adeptos todo ano, já conta com vários serviços especializados, como as condições do surf, transmitidas pelas rádios diariamente. O serviço, além de fornecer as direções do vento e da ondulação (swell), o tamanho das ondas e a temperatura da água, indica qual a praia mais adequada à prática naquele dia. Mesmo se o surfista tiver perdido os horários do boletim das ondas, ele tem disponível, a qualquer hora do dia, o serviço telefônico conhecido como "disque-surf", que fornece os mesmos dados já mencionados e a visibilidade para o mergulho na costa.

Os shapers (fabricantes de prancha) de hoje também utilizam o computador para aperfeiçoar o seu trabalho e dar um melhor acabamento no shape das pranchas. Além disso, a nova mania é conferir os dados das condições de surf via Internet, onde, através de uma mapa, o surfista fica sabendo a direção e o tamanho das ondas em qualquer lugar do mundo.

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História do surfe no Brasil O surfe apareceu pela primeira vez no Brasil em Santos,

SP, na década de 30. Os paulistas Osmar Gonçalves, Silvio Malzoni, João Roberto Suplicy Haffers, o Juá e Thomas Rittscher Júnior são considerados os pioneiros do esporte no Brasil.

Em 1938, baseados numa reportagem publicada na revista

americana Popular Mechanics, de julho de 1937, sobre a construção de uma prancha por um visionário chamado Tom Blake, idealizaram, com a ajuda do engenheiro naval Julio Putz, uma prancha de madeira oca, medindo 3,6m e pesando 80 KG. Dizem que por mais de sete anos Osmar surfou com esse pranchão na praia do Gonzaga, em Santos.

Mais tarde, na década de 40, durante a 2ª Guerra Mundial, o Rio de Janeiro serviu de base para os aliados. Quando os soldados americanos desembarcaram trouxeram em sua bagagem pés de pato, máscaras de mergulhos e pranchas de surfe. Acredita-se que, nessa época, nossas praias começaram a ser utilizadas como local de lazer e entretenimento, e não apenas freqüentadas por pessoas que buscavam em suas águas cuidados para a saúde.

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No entanto, consta que o surfe brasileiro nasceu mesmo na praia do Arpoador. As ondas eram surfadas em pequenas pranchas de madeira, de joelhos ou de bruços, no estilo bodyboard.

Na década seguinte, nos anos 50, o Rio já tinha alguns surfistas como Arduíno Colassanti, Paulo Preguiça e Luiz Bisão para citar alguns. Eles usavam pranchas de madeira e sem quilhas, conhecidas como ―portas de igreja‖ e já surfavam em pé nas pranchas.

A partir dos anos 60 o surfe mundial foi evoluindo. Apareceram as primeiras pranchas de fibra de vidro, mais leves e rápidas.

Em 1964 o surfista australiano Peter Troy, que passou

anos viajando e surfando pelo mundo, chegou ao Brasil, e veio dar pelos lados do Rio de Janeiro. Em Copacabana encontrou-se por acaso com um surfista chamado Russel Coffin que tinha trazido dos EUA uma prancha de fibra de vidro, marca Bing, com 9 pés e 6 polegadas de altura. Pediu-a emprestado para surfar umas ondas nas esquerdas do Arpoador. Ao sair do mar, dezenas de pessoas que apreciavam suas manobras aplaudiram

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entusiasmadas. Sem saber, Peter Troy tinha acabado de plantar uma semente do verdadeiro surfe em terras brasileiras. Segundo alguns, diante de sua performance, o surfe no Brasil pode ser dividido em antes e após a estada do grande surfista australiano pelas praias cariocas. Sua história de vida mescla-se perfeitamente à história do surfe em nosso país.

O então governador do Rio de Janeiro na época, Negrão de Lima, doou uma área na praia do Arpoador para a prática do esporte, reconhecendo, assim, oficialmente o surfe com esporte. Até então, os surfistas eram perseguidos pela polícia e suas pranchas aprendidas, uma vez que surfar era proibido. Surgiram histórias de perseguições, remadas para alto-mar, fugidas heróicas da polícia militar e do exército.

O surfe foi ganhando novos adeptos e desenvolveu-se rapidamente, uma vez que cresceu o interesse por esse esporte. Com a chegada de pranchas estrangeiras trazidas por turistas, o surfe brasileiro ganhou novo impulso e, finalmente em 15 de junho de 1965 foi criada a Confederação Carioca de Surfe.

O Brasil teve seu Peter Troy na figura de Carlos Eduardo Soares, o Penho, considerado por muitos o primeiro surfista verdadeiramente brasileiro. Quem teve o privilégio de conhecê-lo sabe que sua relação com o surfe extrapolou os limites convencionais. Em 1968, foi o primeiro a pisar em terras havaianas, onde disputou importantes campeonatos, além de ter surfado ondas em vários países. Conheceu o pai do surfe tal como o conhecemos hoje, o havaiano Duke Kahanamoku.Ainda em 1968, o Brasil começou a fazer parte da cultura do surfe e acompanhou as transformações pelas quais o esporte passava. As minimodels tornaram-se freqüentes não só nas praias cariocas mais também em outros locais do litoral brasileiro. Nesse contexto, uma outra geração do surfe foi se formando: no Rio, Rico de Souza, Maraca, Marreco, Bocão, Betão, Betinho, Fedora entre outros. Em Santos, os irmãos

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Argento, Cocó, os irmãos Paioli, Cisco, Décio, a família Mansur, Cristhian e John Walters, para citar apenas alguns. No Sul, as famílias Johanpeter e Sefton.

Na década de 70, com a chegada da televisão, o surfe tornou-se um esporte muito conhecido e, a moda era shapear a própria prancha. O tubo era então considerado o ápice do surfe.

Campeonatos surgiram não apenas na praia do Arpoador, RJ, mas também em Saquarema, RJ, Maresias e Ubatuba, SP. Em 1972, o campeonato brasileiro de Ubatuba atraiu surfistas de todo o país e, deu início a uma revolução que introduziria o profissionalismo no surfe brasileiro.

Em 1976, na praia do Arpoador, aconteceu uma etapa do mundial de surfe, o Waimea 5000, vencida pelo carioca Pepe Lopes. Por causa dessa vitória ele foi convidado a participar das provas havaianas, realizadas no final daquele mesmo ano.

Chegou na 6ª colocação do Pipemasters, na praia de Pipeline, competindo com grandes surfistas de renome internacional.

A partir dos anos 80, o esporte começou a atrair investidores, movimentando uma economia considerável. Começava a ganhar destaque em todo o Brasil, com campeonatos pipocando nas praias de norte a sul do país. Marcas de surfwear movimentavam o mercado. Enfim, grandes empresas passaram a investir no esporte. O primeiro campeão brasileiro profissional de surfe foi Paulo Mattos, em 1987. Ele conquistou o título a partir do primeiro circuito nacional realizado pela recém-criada Associação Brasileira de Surf Profissional - ABRASP.

Na década de 90, com o emprego de fibras mais leves e resistentes, o peso das pranchas tornou-se ainda menor, dando mais velocidade aos surfistas e possibilitando grandes manobras.

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Nos primeiros anos da década de 90, o Brasil entrou definitivamente para a elite do surfe mundial com os atletas Flávio Padaratz e Fábio Gouveia que abriram caminho para a entrada de outros surfistas e, colocaram o Brasil entre as potências mundiais do esporte junto aos EUA e Austrália. A primeira escolinha de surfe no Brasil foi criada pelo surfista Rico de Souza em 1997, no RJ.

O surfe do século XXI tem se mostrado criativo e ousado, com manobras incríveis, surfistas cada vez mais bem preparados e ótimos campeonatos. O esporte possui adeptos nos quatro cantos do país e pelo mundo afora. Segundo uma pesquisa encomendada pela Ed. Abril, o Brasil conta atualmente com aproximadamente 2 milhões de surfistas, além de vários admiradores, sendo considerado um dos esportes mais desenvolvidos no país. Mais de 600 empresas movimentam perto de 1,2 bilhões de reais/ano. Repleto de gírias próprias, modismos e neologismos, difunde conceitos, lança moda, além de ter dado origem a outros esportes como o windsurf, o skate e o sandboard – surfe nas dunas. É considerado um dos esportes mais radicais. Os aficionados pelo esporte tem o surfe como um ―vício‖, uma terapia para o corpo e para a mente. Podemos dizer que surfar é também criar um estilo próprio de viver, se vestir e se comunicar.

O Surf no sul do Brasil

Embora a falta de registros bibliográficos referentes ao surf tenha sido o maior entrave na elaboração deste material, dados existentes apontam que os gaúchos foram os primeiros surfistas do sul.

Os pioneiros foram duas famílias de gaúchos que, depois de terem visto reportagens sobre o esporte em revistas

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americanas, por volta de 1965, viajaram e conheceram o surf lá fora. Os gaúchos Johanpeter e Sefton foram provavelmente os primeiros surfistas do sul do país com características típicas: "pegar onda", praia todo final de semana e férias, viagens à procura de novos picos, vida nômade (Gutemberg, 1989).

Os primeiros surfistas da Ilha Na década de 70, algo de novo estava surgindo nas praias

de Florianópolis. Eram surfistas aficcionados com o fato de deslizarem nas ondas. São nomes como Celso Ramos Neto, Niltinho Ramos, Jaime Ramos, Toninho Ramos, Edson Pires, Ricardo Schroeder, os irmãos Correia (Paulo, Geraldo e Eugênio), Alberto Rodrigues (Betinho), Luciano e Eduardo Paulo Colaço que fazem parte da primeira geração de surfistas da Ilha de Santa Catarina.

A primeira geração de surfistas foi puramente amadora, sem gana de ganhar dinheiro com o surf nem largar a faculdade ou a profissão em virtude do esporte. No início, eles não entendiam bem qual era a verdadeira forma de surfar, apenas curtiam aquele momento de deslizar sobre a espuma. Era algo diferente, que os fascinava. Porém, a dificuldade em adquirir novos equipamentos fomentou o intercâmbio entre os surfistas, que deslocavam-se de suas cidades de origem em busca de novidades.

Rio de Janeiro era a meca do surf, e estava dez anos à nossa frente. Era de lá que vinham as primeiras pranchas. E era prá lá que nossos surfistas realizavam as expedições a fim de aprimorar seus conhecimentos sobre o esporte.

Assim aos poucos, a tribo do surf aumentava cada vez mais. Ramon Filomeno, Toló e Buda (já falecidos), Sérgio Pinto, os irmãos Bichinhos (Älvaro e Marcelo Pereira Oliveira), Ricardo Pereira Oliveira (primo dos Bichinhos), Saul Oliveira, Luiz Alberto May (galego May), Alexandre Fontes, Flávio Boabaid, Roberto Perdigão, Roberto Polli, Ronaldo Lobato,

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Ary Pereira Oliveira (Aryzinho), Bertoldo e Marcelo Salles, Tarcísio Sheffer, Edson Coxinha, Fedoca, Gabriel (Tatu), Zinho Correia, Renato Ávilla da Silva foram alguns dos nomes que começaram a se envolver, multiplicando o número de adeptos.

Em 1974 chegava a Florianópolis o lendário surfista carioca Fernando Moniz, popularmente conhecido como Marreco. Foi ele quem impulsionou o surf moderno na Ilha de Santa Catarina. Antes de vir a Florianópolis, entretanto, Marreco passou algum tempo em Itajaí, onde descobriu os "secret points", ou seja, praias inexploradas com condições favoráveis à prática do surf.

Marreco tinha um surf impressionante, de primeira categoria, com manobras fortes e atuais, nunca vistas pelo povo ilhéu. O surf deste carioca era uma verdadeira aula para os surfistas locais. Marreco afirma que, quando chegou a Ilha, não podia disputar os campeonatos de surf pois estava muito adiantado. Não tinha "graça" disputar os campeonatos pois ele era bem melhor que os outros surfistas.

Foi ele quem trouxe algumas das personalidades marcantes do surf do Rio de Janeiro como os irmãos Miudinhos. O estilo de surfar era diferenciado, com pranchas de shape diferente. Alguns surfistas ilhéus chegaram até a encomendar pranchas com eles.

Marreco também ajudou muito nas partes técnicas dos campeonatos que aconteciam. Dentre eles, o primeiro, realizado em 1976 na praia da Joaquina, pelos colunistas Cacau Menezes e Ricardinho Machado, intitulado - Rock, Surf & Brotos, que projetou os surfistas Tarcísio Sheffer, na categoria júnior, e Caxito Douat, na categoria principal.

Esse profissionalismo que estava engatinhando em Florianópolis, começou a surgir juntamente com a segunda

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geração de surfistas, marcada por nomes como Bita Pereira, Roberto Lima, dentre outros.

Com o número de adeptos cada vez maior, o carioca Hupsel passou a confeccionar e vender pranchas na Ilha, embora a qualidade desta prancha deixava a desejar em relação as Piusurfboards. Estas últimas, confeccionadas pelo carioca Paulinho Guinle, foram a grande sensação da época. A comunidade "surfística" de Florianópolis, costumava-se reunir na Piusurfboards, na Barra da Lagoa, onde Paulinho, além de aproveitar para vender suas pranchas, divulgava as últimas notícias do que havia de mais novo no surf.

A Associação Catarinense de Surf (ACS) foi fundada em 1980 com a realização do Circuito Catarinense, totalizando quatro etapas. Em 1987 passou a ser reconhecida como FECASURF (Federação Catarinense de Surf). Outra entidade que influenciou na realização de campeonatos foi a Master Promoções, criada por Flávio Boabaid e Roberto Perdigão.

Onde praticar o Surf

O Brasil oferece boas condições para os surfistas. Devido

a grande extensão de nosso litoral é possível escolher todos os tipos de ondas no país. O melhor pico é, sem dúvida, o arquipélago de Fernando de Noronha. Conhecido como o Havaí brasileiro, o pico atrai turistas de todo o mundo. A combinação de belas paisagens e ondas perfeitas faz de Noronha o sonho de qualquer surfista do Brasil.

Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, a escolha do local depende do nível do atleta. "É claro que todos querem pegar as melhores e maiores ondas, mas muitas vezes elas podem trazer muitos perigos. Portanto comece pelas mais simples no começo".

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O Havaí é o pico mais conhecido do mundo. Devido a toda a tradição do esporte no arquipélago, ele se consagrou como a capital mundial do surf. A praia mais famosa é a de Pipeline. Com ondas perfeitas e muito perigosas, é desafiada somente pelos melhores e mais experientes surfistas.

Já a Indonésia, com sua imensa quantidade de praias desertas com ondas perfeitas é o novo point do surf. As Ilhas isoladas oferecem todos os tipos de ondas, de acordo com o gosto do atleta.

Outros picos muito conhecidos são: México, África do Sul, Austrália, Costa Rica, Estados unidos. Opções são o que não faltam, portanto pegue sua prancha e vá surfar.

Quem pode praticar o Surf

O surf pode ser praticado por qualquer pessoa de qualquer

idade, mas é preciso alguns cuidados para evitar qualquer acidente.

Para o presidente da Federação Paulista de Surf, Silvério Silva, o mais importante é estar com um professor habilitado. "Existem muitas escolinhas por aí, muitas de qualidade duvidosa. Em caso de dúvida pergunte aos alunos, eles sabem

Antes de sair se arriscando nas ondas tire suas dúvidas com algum surfista mais experiente ou procure alguma escola do esporte. Já existem muitas escolinhas do tipo espalhadas pela maioria das praias do País. Para as crianças é essencial que estejam acompanhadas, pois os perigos são maiores.

Outro ponto importante é sempre respeitar os limites. Nunca tente fazer mais do que consegue. Se arriscar em vão poderá trazer sérios problemas.

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Atletas de Surf Para muitos, Kelly Slater é o maior surfista de todos os

tempos. Além de surfar como ninguém, com seu estilo único e suas manobras criativas que mudaram o rumo do surf, o norte-americano, que foi onze vezes campeão mundial (1992, 1994, 1995, 1996, 1997, 1998, 2005, 2006, 2008, 2010, 2011), exerce uma grande influência na maioria dos surfistas.

Outros grandes nomes do surf mundial são Tom Curren, tricampeão do WCT (1985, 1986 e 1990), Mark Richards, tetracampeão consecutivamente (1979, 1980, 1981 e 1982), além de Wayne Bartholomew, campeão em 1978 e atual presidente da Associação dos Surfistas Profissionais.

Na história do WCT de surf, o Brasil conta com nomes como Fábio Gouveia, TecoPadaratz, Guilherme Herdy, Renan Rocha, entre outros, que foram os primeiros a brilharem no mundial, abrindo portas para nomes como Neco Padaratz, Peterson Rosa e Victor Ribas, que em 1999 terminou o WCT na 3ª posição, a melhor colocação de um brasileiro na história.

Entre as mulheres, o destaque é a australiana Layne Beachley, com sete títulos mundiais (1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003 e 2006). As brasileiras Tita Tavares e Jacqueline Silva também já fizeram história ao permanecerem várias temporadas na elite do surf mundial.

O Brasil também se destaca no WQS, o ranking de acesso ao WCT de surf. Já conquistaram o título: Teco Padaratz (1992 e 1999), Victor Ribas (1997), Fábio Gouveia (1998), Armando Daltro (2000), Neco Padaratz (2003 e 2004) e Adriano Souza (2005).

Outras lendas do surf brasileiro são Picuruta Salazar, que tem mais de 150 títulos na carreira, sendo nove brasileiros de longboard, e Rico Souza, que entrou para o Guinness Book ano

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passado por ter surfado durante 11 segundos na maior prancha do mundo (8,05 metros).

Já no Super Surf, o Campeonato Brasileiro de Surf, quem mais conquistou títulos foi tricampeão Peterson Rosa (1994, 1999 e 2000). Em 1987, quem levou foi Paulo Matos. Jojó de Olivença ganhou em 1988 e 1992. Pedro Muller ganhou em 1989 e, Tinguinha Lima levou o título duas vezes: em 1990 e em 1993. Em 1991 e 1995, Ricardo Toledo ganhou.

Joca Júnior conquistou o título em 1996 e, em 1997, quem levou a melhor foi Victor Ribas. Fábio Gouveia ganhou em 1998 e em 2005. Em 2001, Tânio Barreto ganhou e, em 2002 e 2003, quem venceu foi Leonardo Neves. Renato Galvão ganhou em 2004 e em 2006 quem conquistou o troféu foi Jihad Kohdr.

Já no Super Surf feminino, Andréa Lopes foi quem conquistou mais títulos: em 1999, 2001, 2002 e 2006. Em 1997, Deborah Farah ganhou e, no ano seguinte, Brigitte Mayer levou a melhor. Tita Tavares venceu em 2000 e em 2003 e Silvana Lima conquistou o título em 2004 e 2005.

Campeões do WCT de surf

2013- Mick Fanning (AUS) 2012- Joel Parkinson (AUS) 2011 - Kelly Slater (EUA) 2010 - Kelly Slater (EUA) 2009 - Mick Fanning (AUS) 2008 - Kelly Slater (EUA) 2007 - Mick Fanning (AUS) 2006 - Kelly Slater (EUA) 2005 - Kelly Slater (EUA) 2004 - Andy Irons (HAV) 2003 - Andy Irons (HAV)

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2002 - Andy Irons (HAV) 2001 - C.J. Hobgood (EUA) 2000 - Sunny Garcia (HAV) 1999 - Marc Occhilupo (AUS) 1998 - Kelly Slater (EUA) 1997 - Kelly Slater (EUA) 1996 - Kelly Slater (EUA) 1995 - Kelly Slater (EUA) 1994 - Kelly Slater (EUA) 1993 - Dereck Ho (HAV) 1992 - Kelly Slater (EUA) 1991 - Damien Hardman (AUS) 1990 - Tom Curren (EUA) 1989 - Martin Potter (ING) 1988 - Barton Lynch (AUS) 1987 - Damien Hardman (AUS) 1986 - Tom Curren (EUA) 1985 - Tom Curren (EUA) 1984 - Tom Carroll (AUS) 1983 - Tom Carroll (AUS) 1982 - Mark Richards (AUS) 1981 - Mark Richards (AUS) 1980 - Mark Richards (AUS) 1979 - Mark Richards (AUS) 1978 - Wayne Bartholomew (AUS) 1977 - Shaun Tomson (AFS) 1976 - Peter Townend (AUS)

Campeãs do WCT de surf

2013 - Carissa Moore (HAV) 2012 - Stephanie Gilmore (AUS) 2011 - Carissa Moore (HAV)

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2010 - Stephanie Gilmore (AUS) 2009 - Stephanie Gilmore (AUS) 2008 - Stephanie Gilmore (AUS) 2007 - Stephanie Gilmore (AUS) 2006 - Layne Beachley (AUS) 2005 - Chelsea Georgeson (AUS) 2004 - Sofia Mulanovich (PER) 2003 - Layne Beachley (AUS) 2002 - Layne Beachley (AUS) 2001 - Layne Beachley (AUS) 2000 - Layne Beachley (AUS) 1999 - Layne Beachley (AUS) 1998 - Layne Beachley (AUS) 1997 - Lisa Andersen (EUA) 1996 - Lisa Andersen (EUA) 1995 - Lisa Andersen (EUA) 1994 - Lisa Andersen (EUA) 1993 - Pauline Menczer (AUS) 1992 - Wendy Botha (AUS) 1991 - Wendy Botha (AUS) 1990 - Pam Burridge (AUS) 1989 - Wendy Botha (AUS) 1988 - Freida Zamba (EUA) 1987 - Wendy Botha (AFS) 1986 - Freida Zamba (EUA) 1985 - Freida Zamba (EUA) 1984 - Freida Zamba (EUA) 1983 - Kim Mearig (EUA) 1982 - Debbie Beacham (EUA) 1981 - Margo Oberg (HAV) 1980 - Margo Oberg (HAV) 1979 - Lynne Boyer (HAV)

Page 26: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

1978 - Lynne Boyer (HAV) 1977 - Margo Oberg (HAV)

Como são as competições de Surf Algumas competições do surf são disputadas na forma de

eliminatórias. Entram quatro atletas no mar e o melhor se classifica para a próxima bateria. Quem não foi o vencedor poderá disputar a repescagem. Dessa maneira os quatro melhores surfistas disputam a final e aquele que tirar as melhores notas é o campeão.

No WCT três surfistas entram na água com camisetas de lycra de cor diferente: verde, preta e branca. Cada bateria tem duração de meia hora e o surfista pode pegar nesse período até 20 ondas.

Cada onda que o surfista consegue pegar, ele deve executar a manobra que iniciou até o final para que a sua nota seja válida.

As notas são dadas pelos juízes que ficam em cabines separadas, depois são computadas e tira-se a média de acordo com todas as notas.

Vence a bateria o surfista que conquistar as duas melhores ondas, portanto o que vale é a qualidade das manobras e não a quantidade de ondas. Os outros dois surfistas não classificados vão para a repescagem. Nesse primeiro round os surfistas que conquistam a primeira colocação já vão direto para o terceiro round.

Como se chega à pontuação de uma bateria

Os cinco juízes dão uma nota até dez para cada onda

surfada, sendo que a avaliação mais alta e a mais baixa são

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descartadas. Calcula-se a média simples das três notas válidas para determinar a avaliação de cada onda.

Apenas as duas melhores ondas são consideradas na pontuação do surfista na bateria. Chega-se ao valor final com a soma destas duas notas.

Assim, o máximo que um surfista pode alcançar é 20 pontos (teria média 10 nas duas melhores ondas).

O que os juízes levam em conta ao dar a nota

Há uma série de critérios subjetivos que os juízes

consideram, como dificuldade da manobra e a versatilidade do competidor para executar tipos diferentes de movimento.

As condições do mar também influem. Em Teahupoo, por exemplo, as ondas favorecem a execução dos tubos (ver descrição das principais manobras abaixo), o que fez com que essa manobra fosse mais valorizada.

Page 28: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

O QUE SE DEVE SABER O surf é conhecido como o esporte dos deuses. Isso

porque na Polinésia, somente os reis podiam pegar as ondas em pé. Aos súditos restava praticar o surf deitado, uma espécie de bodyboard. Talvez tenha começado aí toda a rivalidade entre os dois esportes.

Cuide bem de sua prancha. Ela é sua maior aliada e se não for tratada bem poderá se deteriorar mais rapidamente.

O melhor mar é o da manhã. Se você quer pegar um mar lisinho e sem muito crowd, o mais indicado é que vá surfar bem cedo. É o melhor horário para a prática do surf.

Não tenha vergonha de procurar uma escola de surf. Além de ter todas as noções básicas você evoluirá muito mais rápido. Ninguém nasce sabendo.

O surf é um esporte que necessita da junção de uma série de fatores favoráveis para que possa ser praticado com qualidade.

A posição geográfica da praia, a direção do vento e influências como maré, correntes e a direção do swell, precisam estar rigorosamente em sintonia para que as linhas de ondas sejam lançadas pelas enormes extensões de praias e bancadas de todo o mundo proporcionando assim uma melhor condição para o surf.

Conselhos gerais aos amantes da praia

Tome banho sempre em zonas vigiadas, nunca numa zona

interdita ou assinalada como perigosa. À entrada da praia, existe uma bandeira que indica se esta

tem vigilância e o respectivo horário. As zonas vigiadas situam-se de cada lado dos postos de

socorro (cerca de 300 a 400 metros).

Page 29: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Informe-se junto dos Nadadores-Salvadores no ponto de vigia e de socorro da praia sobre eventuais perigos :

- As correntes, - As condições meteorológicas, - As temperaturas (água e ar), - Os ventos terrestres, - As marés, - Os horários de vigilância da praia.

A maior parte destas informações figuram num painel

afixado junto do posto de socorro. Antes de tomar banho, confirme a cor da bandeira içada

no alto de um mastro junto do posto de socorro. O que significa :

- Bandeira verde: Permitido tomar banho com vigilância - Bandeira laranja ou amarela : Permitido tomar banho com cuidado mas com vigilância - Bandeira vermelha: Proibido tomar banho - Bandeira rebaixada: Nadadores-salvadores em intervenção, banho não vigiado - Ausência de bandeira: Sem vigilância. O posto de socorro está fechado (ver datas e horas). Aguarde pelo içamento da bandeira de novo antes de tomar banho. Antes de surfar conheça um pouco sobre os fenômenos da

natureza Surf - Pelo fato de depender basicamente da força da

natureza para ser praticado, o surf é um esporte que exige alguns cuidados especiais. O mar deve sempre ser respeitado e

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o surfista precisa conhecer além de seus limites, o mínimo sobre as condições das marés e os fenômenos marítimos. Separamos aqui algumas informações úteis para quem quer se aventurar no mundo do surf sem correr maiores riscos.

Zona de Arrebentação - O cuidado deve ser redobrado

após ultrapassar a zona de arrebentação, onde rolam as ondas, que quebram ao se aproximarem da costa. Isso ocorre em função do atrito da onda com o fundo. A onda quebra na praia quando a sua altura atinge 80% da profundidade.

Em praias rasas, de pouca inclinação, as ondas começam a quebrar a uma grande distância e geralmente são mais cheias. Já nas praias com inclinação moderada as ondas quebram mais perto e geralmente são mais tubulares.

Correntes Marítimas - Ao longo da arrebentação as ondas

dissipam uma energia que é transferida para a formação dessas correntes marítimas, que são movimentos de grande volume de água. Elas podem ser de dois tipos: Longitudinais ou Transversais.

As longitudinais são as correntes paralelas, que ocorrem quando existe um ângulo entre as ondas e a costa. Já a transversal, é muito perigosa aos banhistas, pois é uma corrente de repuxo, de retorno da água em direção ao alto mar. Essa corrente é ideal para a prática do surf, pois formam as valas que permitem uma entrada mais fácil no mar.

Ressurgência - É um fenômeno que consiste no

afloramento de águas profundas e frias (350 metros) à superfície. Trata-se de uma corrente submersa que vem da patagônia, que acontece geralmente nas praias ao leste da ilha de Santa Catarina.

Page 31: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

A ressurgência se dá quando o vento nordeste bate com muita força por algum tempo, empurra as águas superficiais e quentes para fora da costa, dando lugar e chance de ocorrer este fenômeno marinho, que é mais freqüente no verão, quando o vento nordeste predomina. Por isso é fundamental ter roupa de borracha sempre por perto.

Ventos

Para se ter melhor conhecimento sobre ventos e correntes devemos conhecer os pontos cardeais (Norte, Sul, Leste e Oeste). O Sol nasce no Leste e se põe no Oeste, a partir daí saberemos que nome daremos ao vento e quais suas influências no mar.

No surf basicamente existem 3 tipos de ventos: o vento maral, o vento terral e o vento lateral.

- O vento maral é aquele que vem do mar em direção a

praia. Esse vento atrapalha a prática do surf, pois ele "bate" na parte de trás da onda empurrando-a e fazendo com que ela se feche antes da hora;

- O vento terral sopra da praia em direção ao mar bate de

frente nas ondas segurando-as fazendo com que fiquem "de pé" por mais tempo;

- O vento lateral é quando sopra paralelo à praia e pode

melhorar ou piorar a formação das ondas. Isso vai depender de sua intensidade e do posicionamento geográfico da praia.

Um vento quente, geralmente aliza o mar e torna as ondas

cavadas. Geralmente um vento frio, mexe com o mar e pode acontecer grandes ondulações ou frente fria.

Page 32: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Lua

As variações da lua influem diretamente nas marés, luas fortes (lua cheia e nova) significam marés com muitas variações (muito alta e muito baixa).

Luas fracas (minguante e crescente) significam poucas variações de marés.

As mudanças das luas também podem influir no tamanho e formação das ondas.

As marés

A variação das marés é resultado da atração gravitacional

que a Lua exerce sobre a Terra, do movimento de rotação da Terra e de Translação da Lua. Devido a esses movimentos existem momentos, durante o dia, em que a Lua fica mais próxima de certos pontos Terra. Quanto mais próxima a Lua estiver da Terra maior será sua atração gravitacional, fazendo com o volume de água do mar daquele ponto da Terra aumente; fenômeno conhecido como maré alta ou cheia. Conseqüentemente outros pontos do planeta ficam com menor concentração de água resultando na maré baixa ou cheia.

As marés são criadas pela força gravitacional que a lua e o sol exercem sobre a terra. Devido a esta força, e à do movimento de rotação da terra, temos duas marés cheias em cada 24 horas.

Com a maré alta as ondas costumam ficar mais cheias quebrando próxima à praia. Já quando a maré está baixa as ondas ficam mais cavadas e quebram mais longe da praia. Existem praias em que as ondas ficam melhores com a maré alta e praias que as ondas que ficam melhores com a maré baixa. Em praias com fundo de pedra ou coral, conhecer os horários das marés alta e da maré baixa é uma questão de

Page 33: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

segurança. Nestas praias ondas costumam quebrar em lugares mais rasos e quando a maré está baixa há menor volume de água sobre pedras ou coral aumentando em muito o risco do surfista se chocar contra o fundo.

De uma maneira geral, a melhor maré para surfar é meia maré a encher sendo que, por vezes o surf de melhor qualidade, limita-se a um par de horas na meia maré. É muito útil ao surfista ter uma tabela das marés das praias que habitualmente surfa, para assim planear qual a melhor hora para a surfada!

Há um ditado antigo que diz,

―Lua nova, lua cheia, preia-mar ás duas e meia‖ Em períodos de Lua Nova ou Cheia, as marés são vivas e

há uma preia-mar ao inicio da tarde. Nos quartos de lua, as marés são ―mortas‖ e há uma baixa mar ao principio da tarde! Fundo do mar determina qualidade das ondas para o surf

Surf - Um dos itens mais fundamentais para a prática do

surf é a composição dos fundos do mar. Eles influenciam na qualidade da formação das ondas e o conhecimento deles por parte dos surfistas garante um melhor desempenho nas manobras e pode evitar muitos acidentes. Existem os fundos de areia, de pedra e os recifes de coral, sendo que cada um é encontrado em regiões específicas do Brasil e do mundo.

Fundo de Areia - É formado por bancos de areia que se

modificam de acordo com as correntes e ventos. São cercados por valas, que ajudam ou não na boa formação das ondas, quando estas estão com pouca força. Essas valas são buracos ou correntes onde a água empurrada pelas ondulações para a praia, retorna ao oceano, ficando entre dois bancos de areia.

Page 34: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Elas são excelentes para os surfistas, pois os ajuda a chegarem com mais facilidade no fundo, porém são prejudiciais aos banhistas, causando inúmeros afogamentos devido a sua força. Podem ser encontrados na Barra da Tijuca (RJ), Hossegor (França) e Puerto Escondido (México), entre outros

Fundo de Pedra - Surgem perto de encostas que se

originam no mar. São fundos constantes que dependem exclusivamente de uma boa ondulação, vinda na direção certa. Em certos lugares, mesmo longe das encostas, existem acúmulos de pedras no meio das praias que também fazem ondas de boa formação. Podem ser encontrados em Rincon Point (Califórnia) e na praia da Silveira (SC

Recifes de Coral - Este tipo de fundo pode ser classificado

de duas formas: os que se formam longe das praias e o que se forma a partir da praia. Nos recifes de corais que se formam longe das praias, as ondulações encontram paredes de recifes, fazendo com que as ondas quebrem longe da praia e acabem nos canais (valas). Elas dependem de um conjunto de fatores para que se tornem realmente boas. Picos como Pipeline (Havaí) e Serrambi (PE) são exemplos desse tipo de formação.

Já o fundo de coral que se forma a partir da praia ou de fundos muito rasos, formando pequenas ilhotas, que pela proximidade entre um arquipélago e outro, qualquer tipo de ondulação e vento proporciona ondas em picos que muitas vezes só podem ser alcançadas por barcos. A atenção deve ser redobrada com a variação das marés, pois, em caso dela baixar, pois quando expostos, os corais que são muito afiados ficam perigosos podendo causar graves ferimentos.

Page 35: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Entenda as partes das ondas Para você não ficar perdido nos nomes das partes de ondas, entenda tudo na ilustração.

Crista ou Lip: É o topo da onda, ou a espessura dela. É

onda são executadas manobras como o floater, por exemplo. Tubo: O tubo, ou barrel, é o lugar preferido da maioria

dos surfistas, uma das manobras mais emocionantes. Mas nem toda onda é tubular.

Parede: Parede seria a ladeira ou a decida da onda. É

onde são executadas a maioria das manobras do surf. Quando a onda ―abre parede‖, significa que ela não quebrou inteira e é uma onda surfável.

Base: Base ou botton é a parte mais baixa da onda. É

muito comum o drop começar na crista e terminar na base da

Page 36: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

onda, onde o surfista faz a cavada e posiciona-se para as próximas manobras.

Ondulações

Fator determinante para a ocorrência de boas ondas,

pequenas ou grandes, já que é ela que junto à bancada do pico forma a diversão de qualquer surfista, deixando por diversas vezes momentos inesquecíveis em nossa mente.

O conjunto de direções de swell que conseguem chegar até a sua praia é chamado de janela de swell.

Cada praia ou pico de surf tem a sua própria janela de swell, por exemplo, a praia de Maresias, no litoral norte de São Paulo, é limitada a Leste pela Ilhabela.

As ondulações são formadas por ventos muito fortes vindos de tempestades ou ciclones que acontecem em alto mar muito longe da costa. Esses ventos fortes que sopram sobre o mar formam ondulações, quando essas ondulações chegam perto da costa elas encontram águas mais rasas e acabam formando as ondas. Saber a direção da ondulação é essencial para se escolher a praia que você irá surfar, pois cada praia tem um posicionamento geográfico diferente. Algumas são viradas para o sul, outras para o leste e etc. Se você estiver em uma praia que for "virada" para o sul e a ondulação estiver vindo de Norte nenhuma onda entrará na praia.

Como se formam as ondas As ondas que quebram numa praia são geradas pelo

vento no oceano. Como é que o vento faz essa ―mágica‖ de produzir ondas na água?

A superfície da água é, na verdade, a interface de separação entre dois fluidos de densidades bem diferentes: um

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líquido – a água – e um gás – o ar. O problema a resolver é: dado um certo movimento (vento) no fluido superior (ar), o que vai acontecer no fluido de baixo (água)? Trata-se de um problema clássico de Mecânica dos Fluidos.

De uma forma bastante simplificada, podemos imaginar que o vento atuando sobre a água vai ocasionar dois efeitos: (1) produzir ondas na superfície e (2) ―empurrar‖ a água induzindo correntes. Vamos nos concentrar no primeiro efeito.

O vento é um escoamento bastante irregular do ar. Se fizermos medições precisas do vento próximo à superfície do mar verificaremos que a velocidade do ar a uma certa altura, digamos 10m, da superfície não é constante mas apresenta variações rápidas e aleatórias em torno de um valor médio mais estável.

Escoamentos com essas características são chamados turbulentos em Mecânica dos Fluidos. O mesmo comportamento ocorre com a pressão do ar que apresenta pulsos variáveis sobre a superfície da água.

Vamos pensar sobre o que acontece quando o vento começa a soprar sobre um mar completamente sem ondas. O processo de geração de ondas na superfície da água ocorre em 2 estágios.

PRIMEIRO ESTÁGIO: Inicialmente, o movimento

turbulento do ar começa a perturbar o equilíbrio da água pela ação dos pulsos de pressão sobre a superfície. Um pulso de pressão num determinado ponto força a água para baixo, porém se a superfície abaixa num ponto ela tem de subir em outro (pelo princípio da continuidade da massa) e a superfície começa a ―balançar‖. O resultado é o aparecimento de ―marolinhas‖ na superfície da água, ou seja, ondinhas de pequena altura e comprimento curto. (Lembrando: o comprimento de uma onda é a distância entre duas cristas

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consecutivas e não tem nada a ver com a extensão que a crista da onda tem). Comprimentos curto implicam em períodos igualmente curtos uma vez que o comprimento e o período das ondas estão relacionados entre si. Assim, a medida que o vento continua a atuar sobre a água, tanto a altura quanto o período das ondas vão aumentando.

Dois aspectos importantes devem ser ressaltados nesse ponto:

(1) A energia das ondas é proporcional a sua altura (na verdade, ao quadrado da altura), assim, quanto maior a onda for, mais energia ela terá. Portanto, o crescimento da altura das ondas implica numa transferência de energia do ar para a água.

(2) A velocidade de propagação das ondas no oceano profundo é proporcional ao seu período, portanto, o aumento do período enquanto o mar cresce implica num aumento de velocidade das ondas.

Ilustração do Primeiro Estágio de Geração

Nesse estágio inicial, as ondas existentes ainda são

demasiadamente pequenas (e lentas) para afetar significativamente o vento. Para todos os efeitos, o vento

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―acha‖ que está apenas passando sobre uma superfície ―rugosa‖. Entretanto, a partir de um certo momento, as ondas já começam a ficar grandes o suficiente para ―atrapalhar‖ o vento e aí tem início o segundo estágio da geração.

SEGUNDO ESTÁGIO: Nesse estágio as ondas já

estão grandes o suficientes para afetar o vento, ou seja, agora o vento já não ―acha‖ mais que está passando apenas por uma superfície rugosa, agora ele encontra altos (cristas) e baixos (cavados) que perturbam bastante sua passagem. Por exemplo, se surgir uma crista mais alta no caminho, o vento vai ter de contorná-la para poder passar. É possível até que o escoamento de ar sobre essa crista cause um ―descolamento‖ do jato de ar produzindo um vórtice (redemoinho) na face da onda o qual vai causar uma diferença de pressão entre a parte traseira e dianteira da onda: é como se o vento agora tivesse de ―empurrar‖ a onda para poder passar! Assim, nesse estágio de crescimento do mar, começa a haver um acoplamento entre o vento e as ondas resultando num grande aumento de eficiência do mecanismo de geração de ondas pelo vento e o mar começa a crescer bem mais rapidamente. Novamente, esse crescimento envolve os dois aspectos mencionados acima: crescimento tanto da altura quanto do período das ondas.

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Ilustração do Segundo Estágio de Geração Os conceitos acima, que são apenas uma parte da

história, dão uma idéia da complexidade do processo de geração de ondas pelo vento. Na verdade, essa complexidade se traduz no aspecto ―bagunçado‖ que as ondas tem em alto mar durante uma tempestade onde se vêem ondas super irregulares, vindas de diferentes direções... ondas nada parecidas com as ondas ―perfeitas‖ que sonhamos e que desenhamos tantas vezes no caderno da escola.

Vamos pensar um pouco sobre quais devem ser os ingredientes necessários para que o vento produza um mar realmente grande.

Certamente a velocidade do vento é um fator importante pelo simples fato de que a quantidade de energia disponível na atmosfera é proporcional a intensidade da corrente de ar. Assim, o primeiro ingrediente para que o mar fique grande é que haja ventos ―fortes‖ sobre o oceano... mas não é só isso.

Devemos atentar para o fato de que o processo de transferência de energia do vento para o mar na forma de ondas vai demandar tempo e espaço. Em outras palavras, para que um certo vento seja capaz de gerar um mar realmente grande é necessário que o vento, além de ―forte‖, atue sobre uma área de oceano grande o ―suficiente‖ e por um tempo longo o ―suficiente‖ para que ele consiga transferir sua energia para o mar. A área de oceano sobre a qual o vento atua é denominada pista. Logo, um vento forte atuando numa pista pequena não vai conseguir gerar ondas muito grandes.

Page 41: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Figura ilustrativa dos principais aspectos envolvidos na geração

de ondas pelo vento

Qual seria a ordem de grandeza da velocidade, da pista e da duração do vento para que este consiga gerar ondas grandes? Para termos uma idéia dos valores, no inicio de Junho de 2006 houve uma ressaca super intensa na costa brasileira (alguém lembra dela?) resultado de uma grande ―tempestade‖ (na verdade, um ciclone extratropical) que passou sobre o Atlântico Sul. No ―coração‖ da tempestade, havia ventos de cerca de 100 km/h, a pista do vento foi superior a 1000 km e a tempestade ficou ―bombando‖ sobre o mar por quase 2 dias! Esse evento ilustra bem a ordem de grandeza dos valores em questão. Veja o resultado de um estudo que fizemos sobre esse evento na figura abaixo.

Page 42: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

A figura da esquerda mostra o vento sobre o Atlântico Sul

causado pelo Ciclone Extra-Tropical que gerou a ondulação do início de Junho de 2006. A região em vermelho tem ventos na

faixa de 100 km/h.

A figura da direita é o campo de Altura Significativa das ondas calculado pelo modelo de geração WW3 que funciona no

LaHiMar. No centro da zona de geração a altura significativa chegou a 15 m!

Portanto, já temos três fatores básicos que influenciam a

geração das ondas pelo vento: a velocidade, a pista e a duração do vento sobre o mar. Porém, o exemplo acima serve também para chamar a atenção para mais um item importante dessa equação. Normalmente, episódios de ventos fortes (―tempestades‖) resultam da passagem de um centro de baixa

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pressão atmosférica ou, no jargão meteorológico um ―ciclone‖, que pode ser interpretado como um grande redemoinho de ar. [OBS.: Os famosos furacões que assolam a região do Caribe, Cuba, Flórida, etc, são uma modalidade de ciclone chamado de tropical (por ter origem nos trópicos). Felizmente, não há ciclones tropicais no Atlântico Sul, mas os ciclones extratropicais - que tem origem em latitudes mais altas que os trópicos - são freqüentes por aqui.].

Assim, se analisarmos o que acontece na atmosfera quando um ciclone desses está passando, vemos que a tempestade, ela própria, desloca-se com uma certa velocidade. Na verdade, há duas velocidades em jogo aqui: uma é a velocidade dos ventos em cima da água e a outra é a velocidade de deslocamento da tempestade, a qual vai determinar como a pista de vento vai se mover sobre o oceano.

Portanto, uma tempestade que se desloque rapidamente vai ter sua capacidade de geração de ondas prejudicada pois a pista vai estar se movendo muito rápido e as ondas que estavam sendo geradas vão sendo ―abandonadas‖ enquanto o vento vai gerar ondas em outro local.

Assim, o quarto ingrediente é a velocidade de deslocamento da tempestade. A situação mais drástica ocorre quando a tempestade se move lentamente ou até fica estacionária no meio do oceano. Nesse caso, teríamos a combinação fatal: um vento forte com direção mais ou menos fixa soprando durante um tempo longo numa pista grande que mantém aproximadamente sua posição.

Para finalizar, é importante ressaltar uma propriedade muito importante das ondas: uma vez geradas, as ondas criam vida própria e são capazes de ―viajar‖ – ou, mais precisamente, se propagar - pelo oceano transportando a energia que o vento lhes passou. Imaginemos então a seguinte situação: uma tempestade se formou num local longínquo do oceano, gerou

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suas ondas e depois se esvaneceu (ou, simplesmente moveu-se para outro local). O que vai acontecer com as ondas formadas nessa tempestade ? Ora, elas vão fazer o que sempre fazem: vão se propagar pelo oceano transportando a energia que a tempestade transferiu para o mar!

Sob esse ponto de vista, é costume classificar as ondas do mar em dois grupos, Vagas e Ondulações:

(1) Vaga (em inglês ―sea‖, a mesma palavra usada para mar) é o termo usado para as ondas encontradas dentro da chamada Zona de Geração e que, portanto, estão sendo atuadas diretamente pelo vento e recebendo energia do mesmo.

(2) Ondulação (em inglês ―swell‖) é o nome dado para as ondas que já saíram da Zona de Geração e que estão simplesmente se propagando pelo oceano. [Na Marinha, costuma-se usar a palavra marulho em lugar de ondulação]

Essa idéia de classificar as ondas como vagas e ondulações permite introduzir um novo conceito nessa história: a idade das ondas! As vagas seriam ondas ―jovens‖, que nasceram há pouco tempo, enquanto as ondulações seriam ondas mais ―velhas‖ que não tem mais relação com o vento e que podem estar viajando já há muitos dias, se o oceano for grande o suficiente para tal!

Na verdade, as ondas ―perfeitas‖ que povoam os sonhos dos surfistas, com aquelas cristas longas e séries bem formadas - como se tivessem sido feitas por uma máquina! - são ondulações ―velhas‖, geradas por alguma tempestade longínqua e que cruzaram alguns milhares de km de oceano para chegar a praia e arrebentar.

Page 45: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

A física das ondas Parte do esporte surfe é a busca por ondas grandes e

interessantes que sejam divertidas para surfar. Essas ondas podem ser enormes, como a Mavericks próxima à costa de São Francisco, que pode chegar a até 15 metros. Outra famosa onda para surfe, a Banzai Pipeline, quebra sobre um recife próximo à costa de Oahu, Havaí. É uma das muitas ondas de mergulho que cria um espaço semelhante a um tubo, ou a um túnel, onde os surfistas podem ficar dentro. Algumas dessas ondas são tão grandes que os nadadores não conseguem nadar nelas com segurança. Chegar a essas ondas envolve esquiar com reboque, ou percorrer a onda sendo rebocado por um jet ski.

Não importa se a onda é grande ou se seu formato é interessante; o fato é que ela se forma devido a dois fatores básicos:

- A interação entre vento e água - A interação entre água e terra A terceira influência é a maré. Muitos fatores diferentes

contribuem para as marés da Terra, mas a atração da gravidade da Lua na Terra é a maior. Existem também outros fatores que podem contribuir para a formação de tsunamis e outros tipos raros de ondas, mas o vento, a água e a terra fazem a maior parte do trabalho quando se trata das ondas usadas para surfar. Para entender como são formadas, é útil conhecer alguns fatos básicos sobre as ondas do oceano. As ondas são essencialmente energia que se move através da matéria. Se você observar a seção transversal de uma onda idealizada do oceano, percebe que ela se assemelha a uma onda transversal. A parede da onda move-se para cima e para baixo, que é perpendicular da

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esquerda para a direita, direção para a qual a própria onda se move.

Mas as ondas do oceano são um pouco mais complicadas

do que as ondas transversais comuns. Elas são ondas progressivas orbitais. As moléculas de água que formam a onda movem-se em círculos, ou órbitas, à medida que a onda avança. Você pode visualizar esse movimento lembrando-se das partículas próximas à parede das ondas. Se a onda está passando na sua frente da esquerda para a direita, as partículas movem-se em círculo no sentido horário. Elas movimentam a onda para cima, através de sua crista, e para baixo, na sua depressão.

As ondas orbitais do oceano começam quando o vento

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sopra no mar aberto. Um vento leve não produz tanto efeito - ele forma ondulações na água que se espalham da mesma forma que as ondulações em uma lagoa ou um tanque de peixes. Mas quanto mais forte for o vento, mais ele fará pressão contra a água. Ele transfere a energia à água à medida que ela forma picos e capas brancas na superfície da água. Essa região de capas brancas é confusa e a água pode mover-se rapidamente em direções aleatórias. Os picos agitados dão ao vento mais área de superfície na qual ele pode se prender, o que faz o vento forçar a água para dentro de capas ainda maiores.

A altura e o formato das capas brancas originam-se de três fatores principais:

- O tempo que o vento soprou sobre a água a força com

que soprou - A área de superfície do oceano que o vento afetou, ou

o alcance Um vento muito forte que sopra por um longo período

sobre uma vasta extensão do oceano levará a grandes capas brancas espumosas. Elas, conseqüentemente, tornam-se ondas grandes, motivo pelo qual as condições de surfe geralmente ficam boas após uma tempestade no mar. Os dados de satélite usados para rastrear ventos superficiais do espaço ajudam os meteorologistas informarem o local onde o surfe será excelente, com base nos padrões de tempo no oceano.

Arrebentações Já que esses picos mudam de acordo com o vento, eles

gastam parte de sua energia com os movimentos. Isso faz com que os picos fiquem mais suaves em ondas compridas cilíndricas. As ondas compridas chocam-se umas contra as

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outras, e algumas delas unem-se através da interferência construtiva. As ondas cilíndricas maiores começam a mover-se quase na mesma direção que o vento corrente que originalmente criou as cristas espumosas da onda.

As ondas compridas transformam-se em arrebentações

quando atingem águas mais rasas. Isso pode ocorrer no contorno da costa, em um ponto

que se estende no oceano ou quando as ondas passam por um obstáculo, como um banco de areia ou um recife. Aqui vai o que acontece quando a onda atinge a água que está na metade da profundidade de seu comprimento:

- As ondas compridas tornam-se mais lentas à medida

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que a água abaixo delas fica mais rasa. Como resultado, as ondas ficam mais próximas, semelhante a uma fila de carros, que ficam mais próximos se o carro da frente diminui a velocidade;

- O ponto principal da onda comprida fica cada vez

mais vertical à medida que diminui a velocidade, enquanto o ponto de arrasto continua parecendo uma inclinação cilíndrica;

- As ondas ficam maiores quando a superfície é sólida sob elas e a energia das ondas empurra a água para cima.

Conseqüentemente, a onda forma crista, ou quebra - o

retorno rápido da onda derruba a parte frontal mais lenta da onda. O contorno exato do fundo do mar possui uma diferença dramática de como as ondas quebram. Se a margem inclinar-se levemente para cima, a onda cairá suavemente quando formar a crista. Uma inclinação exagerada pode fazer com que as ondas quebrem repentina e dramaticamente.

As ondas com crista podem percorrer milhares de quilômetros até chegarem à margem e tornarem-se apropriadas para o surfe. Elas têm uma quantidade enorme de força. Por essas e outras razões, podem ser perigosas até mesmo para surfistas experientes. A seguir, trataremos da segurança do surfe e dos perigos inerentes ao oceano.

Ventos que se dirigem à praia e ventos que se dirigem à terra. Além de criar as ondas no mar aberto, o vento pode ter um efeito dramático sobre o surfe na praia. Um vento maral, ou um vento que sopra em direção à terra, pode fazer com que as ondas quebrem em uma espuma agitada que os surfistas não conseguem controlar. Um vento terral, por outro lado, sopra em direção às ondas. Quando o vento terral é suave, geralmente considera-se que o tempo estará bom para a prática do surfe.

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Ondas em águas rasas: conceitos básicos Em águas mais rasas, a característica das ondas de ter

uma parte da sua altura acima do nível médio (crista) e outra abaixo desse nível (cavado) fica alterada. Como certamente toda a galera do surf já percebeu, próximo a arrebentação, a onda fica quase que totalmente acima do nível médio e apenas uma pequena parte do cavado (algumas vezes) ainda é perceptível a olho nu.

É como se o fundo do mar próximo a praia "empurrasse" a onda para cima forçando o cavado a se aproximar do nível médio e forçando a crista a subir. Em algumas praias - como no pico de Teahoopo no Taiti - algumas ondas quebram com um remanescente do cavado ainda considerável dando a impressão de que há uma depressão na frente da crista.

Um complicador extra é que, nos últimos metros antes do ponto de arrebentação, as ondas sofrem transformações bem rápidas na sua forma (logo, na sua altura) e, portanto, uma medição precisa da altura duma certa onda próximo ao ponto de arrebentação dependeria de quando exatamente se deseja fazer a medida. Normalmente, quando a galera do surf se refere a "altura" duma onda está subentendido que é a altura no momento do início da arrebentação. A princípio, se nós conseguíssemos registrar a posição da superfície do mar próximo ao ponto de arrebentação das ondas (sem destruir o ondógrafo no processo...), a mesma definição de altura usada em alto mar poderia ser usada no raso e o problema estaria resolvido. Não sendo possível fazer tal medição, tem-se que recorrer a outros meios menos precisos - como, por exemplo, estimativas visuais - e, é aí que surgem as controvérsias... Por exemplo, a declividade da "face" da onda no início da arrebentação pode dificultar a estimativa da sua altura. No caso

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duma onda "gorda", com arrebentação "deslizante", pode ficar difícil avaliar onde exatamente termina a "face" da onda para se estimar sua altura. Já no caso duma onda "tubular" a altura no início da arrebentação é mais facilmente avaliada, pois fica mais fácil enxergar o fim da "face" da onda. Surgem assim, no meio da galera do surf, métodos bastante curiosos como, medir a altura da onda por trás (?), confundir a altura (que deve ser medida na vertical) com o comprimento (inclinado) da "face" da onda ou, ainda, usar "escalas" engraçadas do tipo "metros bem servidos" ou "pés havaianos" - parece que 3 "pés havaianos" corresponderiam a uns 5 ou 6 "pés brasileiros"... - , etc... Todo esse folclore perde o sentido se aplicarmos ao instante do início da arrebentação a definição científica da altura duma onda que é : a diferença de nível entre sua crista e seu cavado.

Outro aspecto importante - e que causa certa confusão na galera - refere-se à questão da unidade de comprimento usada para expressar a altura das ondas. Dois sistemas de unidades são utilizados no mundo: o sistema métrico e o sistema inglês (que usa jardas, pés e polegadas). Primeiramente, deve-se observar que a altura das ondas (ou das pessoas ou de qualquer coisa...) não pode ser alterada pelo sistema de unidades que se escolhe: 1 metro corresponde a 3,28 pés, portanto, uma onda de 1 metro terá 3,28 pés de altura esteja ela no Havaí, na Califórnia, na Austrália ou no Brasil. Por questões históricas, a galera do surf, no Brasil e em outros países, prefere usar o sistema inglês e medir ondas e (pranchas!) em pés (e polegadas!). A princípio não há nada errado com isso a não ser o fato de que estamos todos indo contra a tendência internacional que é de eliminar o sistema inglês em favor do sistema métrico. No meio científico, por exemplo, o sistema inglês já foi completamente banido! O motivo principal é que o sistema métrico é decimal (1 metro tem 10 decímetros, 100 centímetros e 1000 milímetros) enquanto o inglês não é (1 jarda tem 3 pés e 1 pé tem 12 polegadas). Um sistema

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decimal é mais fácil de entender e trabalhar. O segundo motivo é que, exceto nos países de língua inglesa, todo o resto do mundo usa o sistema métrico e, por isso,

este é o sistema internacional. Na verdade, os Estados Unidos tem se esforçado para implantar o sistema métrico, mas isso não é uma tarefa fácil pois a resistência do público é grande. No projeto PIC ("Programa de Informação Costeira - on line"), nós utilizamos o sistema métrico e, por isso, as alturas das ondas são sempre expressas em metros.

Finalizando, devemos chamar a atenção para o fato que a nossa bóia medidora de ondas está localizada a 35 km da costa e em 80 m de profundidade, portanto, as condições de mar medidas por ela referem-se, praticamente, a condições de alto mar. Para chegarem à praia as ondas ainda tem que se propagar por sobre a chamada plataforma continental que é uma parte do fundo do mar relativamente rasa que margeia os continentes. Nessa passagem as ondas são afetadas pelo fundo sofrendo o efeito de vários fenômenos físicos que transformam as características que elas tinham originalmente em alto mar. Um dos principais fenômenos é a refração a qual é capaz de redirecionar a energia transportada pelas ondas criando zonas de focalização, onde as ondas são amplificadas, e desfocalização, onde elas são diminuídas. Assim, através do fenômeno da refração, o relevo submarino da plataforma continental vai efetivamente modelar as ondas oceânicas no trecho final da sua viagem até a praia. Portanto, a "tradução" das condições de onda medidas em alto mar para condições numa determinada praia só pode ser feita a partir do estudo dessas transformações. Este estudo já está sendo feito no Laboratório de Hidráulica Marítima da UFSC e, em breve, estaremos disponibilizando informações sobre condições de onda em águas mais rasas ao longo da costa de Santa Catarina. Explicações mais detalhadas sobre a refração (e outros

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fenômenos) serão tema dum próximo texto, por enquanto, é importante apenas salientar que a intensidade do efeito da refração sobre as ondas depende diretamente do seu período (e não da sua altura!); em outras palavras, ondas de período longo serão muito mais afetadas pela refração do que ondas de período curto. Portanto, conforme mencionamos anteriormente o período das ondas é um dado de fundamental importância para se entender o que acontece com as ondas na sua viagem até a praia.

Leitura das Ondas

O surfista deve saber identificar se a onda é uma

"esquerda" ou uma "direita". Esquerda: quando você estiver olhando de frente para

onda e ela quebrar da esquerda para direita essa onda é uma esquerda

Direita: ao contrário, ou seja, quando você estiver de

frente pra ela e ela quebrar da direita para esquerda essa onda será uma "direita".

Decifrando o swell

Quando o assunto é a previsão, sempre pinta os ―gurus do

surf‖, que sempre acham que sabem tudo de direção e swell, por diversas vi vários surfistas se sentido meio constrangido por não saber interpretar os famosos mapas de previsão.

De onde o vento ou o swell vêm. Na comunidade marítima, direções são sempre definidas como a direção de onde o swell ou o vento estão vindo, não pela direção para onde estão indo. Graus usados são realmente graus, com o

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norte a 0 ou 360º (a partir daí contando no sentido horário), leste a 90º, sul a 180º e oeste a 270º. Nordeste pode estar em qualquer lugar entre 0 e 90º, sudeste entre 90 e 180º, sudoeste entre 180 e 270º e noroeste entre 270 e 360º.

Período do Swell

A variável tri-dimensional mais negligenciada. A maioria

dos surfistas olha para as ondas de uma perspectiva bi-dimensional: tamanho da onda e direção. Mas as ondas precisam ser analisadas de uma perspectiva tri-dimensional, que também inclui o período do swell. Essa variável é o fator X. É a variável que determina o fazer ou o quebrar e tem um papel enorme no tamanho do swell. Isso por que: 1. Definhamento de ondas e a viagem. Quanto mais longo o período do swell, maior a energia que o vento transferiu para o oceano. Swells de períodos longos são capazes de segurar mais energia conforme viajam grandes distâncias cruzando o oceano. Swells de período curto (menos de 14 segundos entre as cristas das ondas) declinam conforme viajam pelo oceano e, portanto, são mais suscetíveis à diminuir por ventos opostos ou mares. Swells de período longo (maior do que 14 segundos) viajam com mais energia por baixo da superfície do oceano e há menos baixa, para que eles possam passar facilmente por ventos opostos e mares sem se afetar muito. 2. Conservando energia. Swells viajam como um grupo se ondas ou ―em séries‖. Conforme o swell caminha, a onda da frente da série diminui de velocidade e cai para a última do grupo enquanto as outras ondas seguem em frente para conseguir essa posição. Aí a próxima onda na frente vai para trás e outra toma sua posição – como um cinto transportador

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que também segue em frente. É uma processo um pouco similar à técnica usada por corredores de bicicletas ou carros e possibilita que a séria conserve sua energia enquanto viaja grandes distâncias através do oceano. Trabalhando juntos para manter a energia. 3. Velocidade da onda. A velocidade do swell ou da série pode ser calculada multiplicando o período do swell [lembrando: tempo entre as cristas] por 1,5. Por exemplo, um swell ou série com um período de 20 segundos viaja a 30 nós nas águas profundas. Um swell com um período de 10 segundos viaja a 15 nós. As ondas individualmente na verdade se movem duas vezes mais rápido do que a série ou o swell, logo a velocidade de uma onda isolada pode ser calculada multiplicando o período do swell por três. Então uma onda sozinha, com um período de 20 segundos, viaja a 60 nós pelas profundezas. De novo, pense na série como o cinto transportador que se move sempre à frente. 4. Precursores. Ondas de períodos longos se movem mais rapidamente do que ondas de período curto, então elas chegaram primeiro. As precursoras são as primeiras ondas do swell que viajam mais rápido do seu corpo principal. Geralmente, essas antecedentes são pulsos de energia com períodos de 18 a 20 segundos ou mais. O pico de energia de uma série geralmente alcança 15 a 17 segundos. O período do swell constantemente cai durante seu ciclo de vida conforme ele vai chegando à costa. Quanto maior a distância percorrida, maior a separação na chegada entre as ondas precursoras e o cume do swell. Freqüentemente essas primeiras ondas a chegarem medirão apenas alguns centímetros mas poderão ser medidas pelas bóias e outros instrumentos oceanográficos sensíveis, algumas vezes você pode senti-las como um impacto

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leve no quebra-mar ou outras pedras. Surfistas com o olho afiado podem senti-las como um movimento do oceano com uma ondulação e correnteza extra. Mesmo com apenas alguns centímetros, essas antecedentes constituem grande quantidade de energia. LOLA usa dados da bóia em tempo real para separar essas ondas minúsculas do resto do swell, para conseguir identificar os primeiros sinais de um novo swell – antes que possamos vê-lo na praia. 5. Período do swell e profundidade do oceano. A profundeza na qual as ondas começam a sentir o fundo do oceano é metade do comprimento entre as cristas das ondas. Esse comprimento e o período do swell estão diretamente relacionados, logo podemos usar o período do swell para determinar a profundidade exata na qual as ondas começarão a sentir o fundo. A fórmula é simples: pegue o número de segundo entre os swells, eleve-o ao quadrado e aí multiplique por 2,56. O resultado é igual à profundidade em que as ondas começam a sentir o fundo do mar. Um swell de 20 segundos começará a senti-lo a 1,024' de água (20 X 20 = 400. E 400 X 2,56 = 1,024 pés). Em algumas áreas ao longo da Califórnia, isso acontece a quase 18 km da costa. Uma onda de 18 segundos sente o fundo a 829' de profundidade, uma de 16 segundos a 656', uma de 14 segundos a 502', uma de 12 segundo a 367', uma de 10 segundos a 256', uma de oito segundos a 164', uma de seis segundo a 92 pés e assim por diante. Como percebido acima, ondas de períodos longos são bem mais afetadas pelo fundo do mar do que as de período curto. Por essa razão, chamamos os swells de período longo de swell de chão (geralmente 12 segundos ou mais). Chamamos swells de período curto de swells de vento (11 segundos ou menos) porque eles são sempre gerados por ventos locais e geralmente não podem viajar mais do que algumas centenas de quilômetros antes de se

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dissiparem. Swells de chão de longo período (especialmente 16 segundos ou mais) tem a habilidade de assentar muito mais num pico de surf, algumas vezes 180º, enquanto swells de vento de períodos curtos não tem tanta capacidade porque só sentem o fundo quando é tarde demais. 6. Banco de areia. Quando as ondas se aproximam de águas rasas perto da costa, seu eixo mais baixo começa a se arrastar pelo fundo do oceano e o atrito diminui sua velocidade. A energia da onda abaixo da superfície do mar é empurrada para cima, causando o aumento do tamanho das ondas. Quanto maior o período do swell, mais energia há embaixo d'água. Isso significa que ondas de períodos longos crescem muito mais do que as de período curto. Uma onda de 3 pés, com um período de 20 segundos, pode se tornar uma onda que quebrará com 15 pés (mais do que cinco vezes seu tamanho por baixo da água dependendo da batometria do chão do oceano).

Conforme as ondas passam por águas rasas, elas se tornam íngremes e instáveis quanto mais energia é empurrada para cima, por fim alcançando um ponto em que as ondas quebram nas profundezas com 1,3 de sua altura. Uma onda de 6 pés quebra em 8 pés de água. Uma onda de 20 pés quebra em 26 pés de água. Uma onda que viaja por um fundo gradativamente raso se esfarelará facilmente, quebrando devagar. Enquanto uma onda que viaja por um fundo que de repente se inclina, como um recife, resultará em uma onda mais rápida e cavada. Conforme as ondas caminham para águas rasas, a velocidade e seu espaçamento diminuem (as ondas ficam mais devagar e mais próximas), mas o período do swell continua o mesmo. 7. Refração. Ondas focam a maioria de sua energia em águas rasas. Quando uma onda arrasta sua parte inferior por um

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fundo irregular, a porção da onda que se arrasta por águas rasas diminui de velocidade enquanto a porção que passa por águas mais profundas se mantém. A parte da onda que estava sobre águas profundas começa a se assentar ou curvar em direção às águas rasas – basicamente como as ondas curvam ou inclinam perto de pontos como Rincon ou Malibu. Esse processo é chamado refração. Gargantas de águas profundas podem aumentar significativamente o tamanho das ondas conforme a porção do swell se move mais rapidamente pela parte funda e se curva e se converge com a porção do swell sobre águas rasas.

Isso multiplica a energia nessa parte da onda, causando seu crescimento conforme ela se aproxima da costa. O efeito de um ponto profundo perto da praia é freqüentemente o motivo pelo qual vemos ondas enormes ao longo de um trecho de uma praia, enquanto talvez apenas a alguns metros as ondas são consideradas menores. Isso acontece em picos como Black e El Porto ao sul da Califórnia, e Mavericks ao norte. Lembre-se, quanto mais longo o período do swell, mais as ondas serão afetadas pela batometria do fundo do mar, mais elas se assentaram ao pico e mais as ondas crescerão em águas profundas.

Como analisar as previsões

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Qualquer surfista que queira estar nas melhores ondas cada vez que entra um swell, precisa obrigatoriamente de saber "ler" as previsões de forma a saber quando e onde irão quebrar as melhores ondas.

Hoje encontra-se pela Internet variadíssimos sites que disponibilizam essa informação com bastante precisão. O problema é que para quem vê um site de previsões pela primeira vez, como o Wind Guru por exemplo, não percebe muito bem o que significam aquela quantidade industrial de setas e números que estão por lá.

Assim sendo, e usando como exemplo o WindGuru, há 5 informações importantes a ter em conta:

Velocidade do vento: É a velocidade com que o vento sopra. Direção do vento: É a direção de onde sopra o vento. Ondulação: É o tamanho da ondulação ou swell. Direção da vaga: É direção de onde vem a ondulação. Período da vaga: É a distancia medida em segundos entre duas vagas.

A velocidade do vento vem descrita em Kms ou Nós

(opcional no site), quanto mais baixo for o numero, menos vento se prevê. Normalmente, quanto menos vento, melhor para o surf.

A direção do vento vem assinalada com uma seta, que

indica de onde vem o vento. Para perceber isto é só imaginar que estamos a ver um mapa de Portugal visto de cima sem esquecer a Rosa dos Ventos. O melhor vento é o que sopra de terra para o mar. Se estivermos na Costa de Caparica, a seta indicará ou seja o vento vem de Leste, o melhor vento para esta praia.

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A ondulação está descrita em Metros ou Feet (opcional no site) e representa o tamanho das vagas antes de chegarem à praia e se transformarem em ondas.

A direção da ondulação vem assinalada com uma seta.

Se a ondulação for pequena, por exemplo 1m, é aconselhável procurar praias que fiquem mesmo de frente para a direção da ondulação. Se a seta indicar significa que vem de Oeste. A Costa de Caparica é um exemplo de uma praia virada para Oeste. Se a ondulação for grande, por exemplo 3 ou 4m, é necessário procurar praias que estejam viradas noutras direções ou mais protegidas da entrada direta da ondulação.

O período da vaga é medido em segundos. É dos dados

mais importantes na leitura das previsões. Quanto mais alto o numero que assinala o período, melhor as condições para o surf. Um período muito baixo, por exemplo 5 ou 6 segundos, significa que a ondulação não tem energia ou força suficiente para produzir ondas de qualidade. Um período de 11 a 15 segundos significa que cada onda vem bem separada da outra, logo com mais consistência, energia e boa formação.

"Lidas" as previsões e escolhida a praia que receba o melhor vento e ondulação , é só procurar o spot com os melhores fundos, estar lá à hora certa da maré para faturar umas ondas!

Medida das Ondas

1 pés = 30,48 centímetros > 0,30 metros 2 pés = 60,96 centímetros > 0,61 metros 3 pés = 91,44 centímetros > 0,91 metros 4 pés = 121,92 centímetros > 1,22 metros 5 pés = 152,40 centímetros > 1,52 metros

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6 pés = 182,88 centímetros > 1,83 metros 7 pés = 213,36 centímetros > 2,13 metros 8 pés = 243,84 centímetros > 2,44 metros 9 pés = 274,32 centímetros > 2,74 metros 10 pés = 304,80 centímetros > 3,05 metros 11 pés = 335,28 centímetros > 3,35 metros 12 pés = 365,76 centímetros > 3,66 metros 13 pés = 396,24 centímetros > 3,96 metros 14 pés = 426,72 centímetros > 4,27 metros 15 pés = 457,20 centímetros > 4,57 metros

Perigos do surfe

Ondas fortes e altas que quebram completamente estão no

coração do surfe. Contudo, as qualidades que tornam essas ondas fascinantes também podem torná-las perigosas. As ondas começam a quebrar quando atingem a água que está 1,3 vezes a sua altura. Em outras palavras, mesmo que a onda pareça estar longe da margem, a água sob ela não é muito profunda. Além disso, como muitas ondas quebram sobre os recifes de corais, a superfície sob a água pode ser pontiaguda e recortada. Os surfistas que caem ou se soltam da prancha podem atingir com força obstáculos submersos ou a superfície dura debaixo d'água.

A própria água também pode ser perigosa. A água que atinge a margem deve voltar ao mar e, em condições adequadas, essa água em retirada pode formar uma ressaca do mar. Ressaca do mar é o movimento rápido da corrente em direção ao mar aberto. Os nadadores que são surpreendidos por uma ressaca podem ser arrastados para tão longe que não conseguem nadar de volta, ou que ficam exaustos lutando contra a corrente. A maioria dos especialistas recomenda que as pessoas nadem paralelamente à margem para escaparem do puxão de uma ressaca.

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Conforme as áreas de surfe vão ficando mais lotadas, os surfistas também correm um grande risco de baterem uns nos outros. Essa é uma das razões que fazem surfistas responsáveis seguirem um código de etiqueta, que determina quem tem o direito de passagem em uma onda. Embora essas orientações possam variar de acordo com a praia, geralmente o surfista mais próximo da quebra das ondas tem o direito de passagem. Se um surfista já está em pé em uma onda, ele tem prioridade sobre os demais.

Mesmo que todos os surfistas em uma área estejam seguindo as orientações, ainda existe a possibilidade de colisão. Isso é particularmente verdade se o surfista cair fora da prancha e perdê-la. Além disso, os surfistas podem ir de encontro com entulho e lixo que flutuam na água. Esse é um dos motivos que fizeram os surfistas criarem organizações, como o Surfers Against Sewage, pela luta de uma água mais limpa.

Outro perigo comum do surfe são os animais selvagens naturais do oceano. Algumas pessoas associam os ataques de tubarão ao surfe, mas esses ataques são relativamente raros. Contudo, os tubarões realmente vivem próximos de muitas áreas populares de surfe, e fica fácil o tubarão confundir um surfista com um de seus alimentos. Os surfistas também podem encontrar água-viva, raia e outros animais marinhos que podem morder ou ferroar.

Noções de segurança

- Não surfar perto dos banhistas; - Não surfar logo após as refeições; - Utilizar sempre protetor solar; - Utilizar sempre o leash; - Respeitar os surfistas locais;

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- Ter conhecimento prévio sobre a praia que você vai surfar, conhecer as correntes os possíveis canais e o fundo. Se possível conversar com locais; - Se você não for experiente nunca surfe perto de pedras, piers e plataformas; - De preferência não surfe sozinho, principalmente quando as ondas estiverem grandes.

Observe as condições

Por ser um esporte que não depende somente da vontade do surfista, existem vários fatores externos que precisam se conjugar para que se possa praticá-lo. Nem sempre o mar e/ou o vento apresentam condições favoráveis a pratica do surf na praia mais próxima de sua casa ou seu pico predileto.

De acordo com o posicionamentos geográfico das praias, as influências dos ventos, marés, correntes e a direção do swell, variam muito, portanto, você deve conhecê-los bem para ir ao local certo e fazer um bom surf. O nome dos ventos e das correntes é dado de acordo com a origem dos mesmos. Ex.: Vento que nasce no leste chama-se vento leste.

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Um dos maiores erros que a maioria dos surfistas de nível intermédio comete é não observarem as condições convenientemente antes de entrarem na água. Entram onde está o crowd porque é ai que as ondas supostamente estão. Mas só isso não chega para saber onde é que vão quebrar as melhores ondas. Passam horas na água com poucas ondas surfadas e atribuem a culpa disso a outros fatores quando a maioria das vezes é por não saberem onde as ondas estão.

Do tempo que um surfista despende com o surf, seja a escolher ou a namorar pranchas, fatos, a ver previsões na net, filmes ou outra coisa qualquer, observar as condições durante 10 a 15 minutos antes de cada surfada é sem duvida o tempo mais precioso que um surfista pode despender. Enquanto põem wax na prancha, mudam as quilhas, vejam o mar.

Mas então o que é que devem procurar quando observam as condições?

Ficam aqui algumas dicas para faturarem mais ondas no pico:

1 - Verem onde está o melhor pico e marcarem um ponto de referencia em terra (bar da praia, chapéu de sol, carros etc) que permita, quando estiverem na água, alinharem-se com essa referencia. Assim, se depois de apanharem uma onda o mar flatar por uns minutos, ou andarem um pouco perdidos, vão saber para onde remar e esperar pelo próximo set. 2 - Definirem a melhor forma de acesso ao pico, seja para entrar seja para regressar ao pico após cada onda surfada. Isto vai fazer com que cheguem mais depressa lá fora e com isso mais ondas podem apanhar. É da máxima importância saberem onde estão os canais. São eles que vos impedem de levar uma carga de porrada!

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3 - No pico escolhido, quais são as melhores ondas. Se a zona de outside ou de inside ou ambas, se esquerdas ou se direitas. Que ondas proporcionam o maior numero ou qualidade de manobras. Vejam o que é que os melhores surfistas apanham e em que zona do pico é que esperam pelas ondas. 4 - Não andem feitos baratas tontas de um lado para outro. Há surfistas que ao verem uma elevaçãozinha de nada a dar ao lado deles noutro pico, vão logo para lá. Mantenham-se no pico de acordo com o plano que traçaram de inicio. Só se deixar de dar ondas ou a qualidade do pico inicial piorar é que devem procurar outro. E para isso vão à areia ver onde está e como está esse pico alternativo, recomeçando o processo do inicio. 5 - Se as ondas estiverem com algum tamanho, mesmo que seja na vossa praia favorita que conhecem bem, percam esses 10 a 15 minutos a ver como estão as condições. As ondas dizem-nos tudo o que precisamos de saber. Só temos de perceber a mensagem. Para isso precisamos de tempo para a ler!

Como funcionam as correntezas

As correntezas são responsáveis por cerca de 150 mortes

por ano nos Estados Unidos. Na Flórida, matam mais pessoas por ano do que tempestades, furacões e tornados juntos. Elas são a preocupação número um dos salva-vidas nas praias: cerca de 80% de todos os resgates nas praias são relacionados às correntezas. Apesar das estatísticas alarmantes, muitos nadadores não sabem absolutamente nada sobre as correntezas e não fazem idéia do que fazer para sobreviver quando pegos em uma delas. Neste artigo, veremos o que causa as correntezas, como você pode reconhecê-las e o que fazer se uma delas te arrastar para o mar aberto.

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Uma correnteza é uma corrente de água forte e estreita que corre na perpendicular em relação à praia e em direção ao mar aberto. Essas correntes podem ter de 61 a 762 m de comprimento, mas geralmente não medem mais do que 9 m de largura. As correntezas se movem em uma boa velocidade, geralmente 8 km/h ou mais.

Essas correntes geralmente são chamadas de maré alta, mas esse nome não é apropriado. As marés são a subida e a descida dos níveis de água no oceano. São primariamente causadas pela força gravitacional da lua, e mudam de maneira gradual e previsível todos os dias. As correntezas são causadas pelo formato do contorno da costa e podem ser repentinas e imprevisíveis.

As correntezas também podem ser chamadas de "ressaca", outro termo incorreto. Ressaca é a descrição de uma corrente de água que puxa você para o fundo do mar. As correntezas se movem pela superfície da água, puxando você diretamente para o mar aberto, mas não para debaixo da superfície da água. Porém, uma correnteza pode te derrubar em água rasa, e se você ficar agitado e desorientado, pode acabar sendo puxado em direção ao chão. Mas se relaxar seu corpo, a corrente provavelmente vai te manter na superfície.

As correntezas são assustadoras porque te pegam desprevenido: em um momento você está flutuando perto da rebentação, e no outro você está sendo sugado para o mar aberto em alta velocidade. Elas ocorrem em todos os tipos de clima e em uma grande variedade de praias. Ao contrário das ondas violentas, que quebram, provavelmente você não vai notar uma correnteza até que esteja no meio dela.

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As correntezas são ocorrências irregulares, mas nascem nas ondas do mar comuns, corriqueiras. Em seu nível mais básico, é possível pensar nas ondas do mar como oscilações da água que se movimentam. Uma força externa (geralmente o vento) impulsiona o mar, dilatando a água, que então se move para frente na superfície do oceano. A energia da onda, que pode aumentar com a pressão adicional do vento, é passada de molécula para molécula na água. A água em si não se move, a energia sim.

Por fim, algumas ondas encontram a terra. Em áreas com a costa rochosa, a onda "arrebenta" conforme se inclina. Em uma praia de areia com uma leve inclinação, a onda simplesmente sobe o aclive. O aclive da praia suga toda a energia da onda, e a água por fim desce de volta para o mar - em outras palavras, a água encontra seu próprio nível outra vez.

Geralmente, esse fluxo vazante de água se move com força mínima. O leve declive da praia esparrama a força sobre uma grande distância, então ele não é forte em um ponto específico.

E como é mais fraca do que a força oposta das ondas que chegam, o fluxo vazante geralmente não carregam uma pessoa para o mar aberto.

A correnteza acontece quando o fluxo vazante se concentra em um determinado lugar, em um determinado momento. Há várias coisas que podem causar isso, mas a mais comum é uma ruptura em um banco de areia. Bancos de areia são elevações compridas e estreitas de areia acumulada na parte externa da costa. Eles são formados pelo movimento das ondas e das marés.

Quando um grande banco de areia se forma, ele produz um tipo de bacia ao redor da costa. As ondas se movem para cima do banco de areia com força suficiente para empurrar a água para dentro da bacia, mas a vazante encontra dificuldade

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para passar por cima do banco e voltar para o oceano. É parecido com uma banheira com o ralo fechado: assim como a água na banheira é puxada para baixo pela gravidade mas é bloqueada pela tampa do ralo, a onda vazante é puxada para fora pelo oceano (e pela gravidade), mas não sai do lugar por causa do banco de areia.

Em alguns casos, a pressão para trás da água vazante é forte o bastante para passar por parte do banco de areia. Em outros casos, a água flui em sentido paralelo à praia até encontrar um ponto mais baixo no banco de areia. Nos dois casos, a água que se acumulou na bacia sai rapidamente em direção ao mar aberto quando encontra uma passagem, da mesma maneira que a água da banheira sai quando você tira a tampa do ralo.

A correnteza resultante suga a água da bacia e cospe para fora do outro lado do banco de areia. Como as ondas continuam jogando mais água entre o banco de areia e a praia, a correnteza pode continuar por vários minutos, ou até mesmo horas. Algumas correntezas são breves, mas outras fazem parte de uma determinada área.

Geralmente, a parte mais forte de uma correnteza é a linha direta entre a borda da água e a abertura no banco de areia, mas a corrente puxa água de qualquer lado da bacia. Assim, uma correnteza pode puxar você de lado, em sentido paralelo à praia, antes de puxá-lo para fora, para longe da praia.

Quando a onda vazante passa pela abertura no banco de areia e encontra a água que está no mesmo nível que o seu, sua pressão imediatamente diminui. Em geral, o desenho que o fluxo de água faz é o de um cogumelo.

Dependendo da gravidade, você pode até chegar a ver uma correnteza da praia. Correntezas fortes rompem ondas e levantam a areia do fundo do mar. Quando você estiver na praia, preste atenção em faixas estreitas e turvas no mar onde

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não houver ondas rebentando. Se você for pego por uma correnteza, é fundamental não

entrar em desespero. O primeiro instinto pode ser nadar contra a corrente, de volta à água rasa. Na maioria dos casos, mesmo que seja um exímio nadador, só vai ficar exausto. A corrente é muito forte para bater de frente.

Ao invés disso, nade de lado, paralelo à praia (veja a ilustração abaixo). Assim você vai conseguir sair da corrente estreita, e voltar nadando para a praia com a ajuda das ondas. Se for muito difícil nadar de lado enquanto você estiver sendo puxado pela água, não faça nada e espere que a corrente o carregue para fora do banco de areia. A água será bem mais calma fora do banco de areia, e você conseguirá se livrar da correnteza antes de voltar para dentro dele.

As pessoas se afogam quando se agitam na água ou gastam toda a energia nadando. Para sobreviver a uma correnteza, ou a qualquer problema na água, é preciso manter a calma e conservar a energia. Se você achar que não vai conseguir nadar de volta para a praia, passe da correnteza e mantenha a cabeça fora da água. Peça ajuda, faça sinal para as pessoas na praia, e se nada funcionar, espere até as ondas te levarem de volta.

Se você estiver na praia e vir uma pessoa presa em uma correnteza, peça ajuda para um salva-vidas ou para a polícia. Não entre na água e saia nadando até a pessoa. É muito arriscado nadar no mar aberto sozinho, a menos que você tenha um bote, uma prancha de bodyboarding ou um equipamento salva-vidas.

A maneira mais eficiente de combater correntezas é seguir algumas regras de segurança básicas para a natação: nunca entre sozinho no mar, e se não for um nadador forte, fique em águas rasas (apesar de que até mesmo as águas rasas podem ser perigosas). O ideal é que você nade somente nas áreas onde há um salva-vidas ou nadador experiente na praia

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que possa tomar conta de você. Se planeja ir para a praia, é uma boa idéia aprender tudo o

que puder sobre correntezas. Afinal, elas são a causa número um das mortes nas praias.

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Os perigos nas correntes de retorno Todo surfista gosta de observar o mar.

O conhecimento dos processos que acontecem no mar podem nos auxiliar nos momentos de surf, por isso quero mostrar um pouco sobre as correntes de retorno.

As correntes de retorno, ou rip currents, são definidas como o refluxo do volume de água que retorna para o mar em virtude da força gravitacional e podem alcançar velocidade superior a 3m/s. Para se ter idéia, esta velocidade é muito superior ao recorde olímpico de Cesar Cielo, que nadou a aproximadamente 2,3m/s!

As correntes deste tipo ocorrem em todos os tipos de praia, variando com a topografia do fundo, a altura e período das ondas, a proximidade da arrebentação com a linha de costa, a intensidade de correntes laterais e ainda, a existência de lajes de pedra ou coral próximos à linha de arrebentação. Algumas correntes de retorno dissipam muito próximo à praia, enquanto outras podem continuar por centenas de metros.

Figura 1. Falso aspecto de calmaria pode identificar a corrente

de retorno (Fonte: reprodução Facebook).

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Algumas características que podem auxiliar na identificação das rip currents são:

– Junção de duas ondas provindas de sentidos opostos;

– Formação de ondas mais cavadas durante a maré baixa;

– Ocupação de uma faixa maior de areia, devido ao maior

volume de água, provocando uma sinuosidade ao longo da praia (boca da vala);

– Escavações na areia, formando cúspides praiais em frente às valas.

É importante notar que as ondas não quebram sobre o canal submerso formado por esse fenômeno, portanto as áreas tem falso aspecto de calmaria (figura 1), maior profundidade, coloração da água mais escura (figura 2) e geralmente são localizadas entre dois bancos de areia (onde as ondas quebram com maior freqüência e tamanho).

Figura 2. Nesta foto aérea de uma praia australiana, a corrente que leva para o alto-mar fica evidente devido à coloração mais

escura da água. Reparem que a corrente perde intensidade alguns metros após a zona de arrebentação (Fonte:

ripcurrentsymposium.com)

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Figura 3. Partes da corrente de retorno. (Fonte:

surfebrasil.com.br) Três partes principais podem ser identificadas nas

correntes de retorno (figura 3): – Boca: início da corrente de retorno ou valas. É alimentada pelas correntes laterais; – Pescoço: parte central da corrente; – Cabeça: onde a corrente se dissipa, normalmente atrás da arrebentação;

As correntes de retorno podem ser classificadas da

seguinte forma:

– Fixas: Localizadas em cantos de pedra como costões, molhes e piers, permanecem na mesma área por vários meses ou anos, pois fundo e condições físicas nesses locais sofrem poucas

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mudanças. São formadas pela convergência de correntes laterais para o canto de pedra ou pela ocorrência de grandes ondas que elevam rapidamente o nível de água.

– Permanentes: ocorrem em determinados pontos das praias rasas, intermediárias e de tombo. Uma vez estabelecidas, podem durar vários dias ou meses, dependendo da movimentação de areia. São formadas por sulcos profundos escavados na areia, condições favoráveis para o retorno das águas no sentido do mar.

– Temporárias: ocorrem em determinados pontos das praias rasas, intermediárias e de tombo. Apresentam sulcos pouco profundos, sem estabilidade e duram apenas algumas horas. Este tempo irá depender da movimentação de areia pelas correntes laterais. As ondas que se rompem colocam a areia em suspensão, facilitando o transporte dos grãos e desaparecimento dos sulcos.

– Instantâneas: ocorrem logo após grandes séries de ondas se aproximarem da praia, trazendo um grande volume de massa líquida, formando um refluxo de água que retorna para o oceano. Não existe a formação de sulcos no fundo, desaparecendo rapidamente. São bastante comuns nas praias de tombo devido à inclinação, e intermediárias em virtude da proximidade das ondas em relação à praia.

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Figura 4. Como proceder em caso de corrente de retorno

(fonte: corpo de bombeiros militar do estado de Santa Catarina).

Para os banhistas, as correntes de retorno representam um

risco real, sendo responsáveis pela grande maioria dos afogamentos registrados em praias. Em praias mais movimentadas e urbanizadas, os locais das correntes de retorno são sinalizados pelos guarda-vidas com bandeiras vermelhas ou placas. A figura 4, desenvolvida pelo corpo de bombeiros militar do estado de Santa Catarina, ilustra a corrente de retorno, suas áreas de escape e orienta os banhistas como proceder caso entre em um local de risco.

Para nós, surfistas, as correntes de retorno são utilizadas como facilitadores para passar a arrebentação. Saber identificá-las pode realmente nos ajudar a chegar ou voltar para o outside.

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Além disso, é importante conhecê-las para orientar ou até mesmo auxiliar no resgate de banhistas.

Como funcionam os ataques de tubarão

Os tubarões são, talvez, as criaturas que mais aterrorizam

as pessoas em todo o mundo. Sua temível aparência, tamanho grande e seu ambiente hostil se combinam para fazê-los parecer como os protagonistas de um pesadelo. A violência súbita de um ataque de tubarão é realmente uma experiência aterrorizante para a vítima. Mas os tubarões são, de fato, monstros assustadores que têm preferência por carne humana?

Um grande tubarão-branco

Neste artigo, descobriremos por que os tubarões atacam,

como atacam e que tipos de tubarão atacam pessoas com mais freqüência. Também veremos algumas maneiras de evitar ataques de tubarão.

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Por que os tubarões atacam Em 90% dos incidentes com tubarões, o que ocorre é um erro. Os

tubarões acham que somos alguma coisa que não somos. - Gary Adkison, mergulhador ("Sharkbite! - "Mordida de tubarão! Sobrevivendo ao grande branco")

Ainda que os ataques de tubarão possam parecer cruéis e

brutais, é importante lembrar que eles não são criaturas do mal que caçam humanos constantemente. Eles são animais que obedecem seus instintos, como todos os outros. Como predadores no topo da cadeira alimentar do oceano, os tubarões são projetados para caçar e comer grandes quantidades de carne. A dieta de um tubarão consiste em outras criaturas do mar, principalmente peixes, tartarugas marinhas, baleias, leões-marinhos e focas. Os seres humanos não estão no cardápio dos tubarões. De fato, os humanos não fornecem carne com gordura suficiente para os tubarões, que precisam de muita energia para movimentar seus corpos grandes e musculosos.

Se os tubarões não têm interesse em comer os humanos, por que eles nos atacam? A primeira dica vem de um padrão que a maioria dos tubarões segue. Na maioria dos ataques registrados, o tubarão morde a vítima, pára por alguns segundos (possivelmente arrastando a vítima pela água e sob a superfície), e depois a solta. É muito raro um tubarão fazer repetidos ataques e realmente comer uma vítima humana. O que acontece é que o tubarão confunde um ser humano com alguma coisa que ele geralmente come. Depois que ele sente o gosto, percebe que aquela não é a comida com a qual está acostumado e solta a pessoa.

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Para um tubarão, um surfista batendo os braços sobre uma prancha de surfe pode parecer muito com uma presa usual

A confusão do tubarão é mais fácil de compreender se

enxergarmos as coisas sob o ponto de vista do animal. Muitas vítimas de ataque são surfistas ou pessoas andando de boogie boards. Um tubarão nadando embaixo d água vê grosseiramente um formato oval com braços e pernas pendentes remando ao longo da superfície. Isto cria uma grande semelhança com um leão- marinho (a principal presa dos grandes tubarões-brancos) ou uma tartaruga marinha (uma comida comum para os tubarões-tigres).

Os ataques também ocorreram com freqüência quando humanos pescavam com arpões em águas oceânicas. Os tubarões são atraídos por sinais enviados por peixes mortos: o cheiro do sangue na água e os impulsos elétricos emitidos à medida que o peixe luta. Os tubarões detectam estes sinais com suas ampolas de Lorenzini, um conjunto de "detectores" sob a pele no nariz do tubarão. As ampolas são células eletricamente sensíveis que se conectam à superfície da pele por meio de pequenos tubos. Assim que o tubarão chega ao local, ele pode se tornar agitado e agressivo na presença de tanta

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comida. Um tubarão faminto e excitado pode facilmente confundir um ser humano com sua presa usual.

Porém, não há nenhuma evidência que indique que os tubarões jamais "desenvolveram um gosto por carne humana". Mesmo se uma série de ataques ocorre em uma área, provavelmente diferentes tubarões são responsáveis por isso, porque eles tendem a viajar grandes distâncias em um único dia. Isto significa que o tubarão que fez o primeiro ataque provavelmente está a centenas de quilômetros de distância do local onde o segundo ataque ocorreu. Varrendo a área com barcos de pesca e matando tubarões horas depois de um ataque, é pouco provável conseguir capturar o tubarão específico responsável pelo ataque.

Existem casos nos quais os tubarões parecem atacar motivados pela agressão e não pela fome. Sabe-se muito pouco sobre o comportamento dos tubarões, mas acredita-se que algumas espécies, incluindo os grandes tubarões-brancos, exibem comportamento dominante sobre outros tubarões. Este comportamento pode assumir a forma de "socos" com o nariz, ou mordidas que não ferem muito a resistente pele de um tubarão.

Um tubarão-dormedor fotografado na costa da Austrália

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Às vezes, o tubarão ataca porque está respondendo a uma agressão humana. Os tubarões-dormedores, por exemplo, geralmente são peixes calmos que permanecem parados no fundo do oceano. Por alguma razão, isto faz com que alguns mergulhadores achem uma boa idéia puxar suas caudas. Tubarões-dormedores irritados ensinaram muitos mergulhadores a não tocá-los. Por esta razão, as estatísticas de ataques de tubarão são divididas entre ataques provocados e não-provocados.

Anatomia de um ataque de tubarão

Uma característica dos tubarões é que eles têm olhos sem vida, olhos negros como os de uma boneca. Quando ele se aproxima de você, nem parece estar vivo, até ele te morder e aqueles olhos negros se revirarem e ficarem brancos... - Quint, "Jaws" ("Mandíbulas")

Raramente há algum aviso. O surfista ou nadador

movimenta os braços sem ter idéia do que está prestes a acontecer. O primeiro sinal é um impacto enorme e súbito, quando o tubarão se lança em direção à vítima. Os grandes tubarões-brancos são conhecidos por atacar leões- marinhos ao ponto de saltarem completamente para fora d água com a presa em suas mandíbulas. No livro "Shark Attacks" ("Ataques de tubarão"), a salva-vidas grávida Dawn Schaumann relembra quando foi atacada, a cerca de 100 metros da costa da Flórida, em 1993:

"Um tubarão me mordeu com tanta força que pareceu um

enorme caminhão", disse ela. "Meu primeiro pensamento foi: minha hora chegou".

O surfista Kenny Doudt foi atacado por um tubarão

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branco na costa de Oregon, em 1979. Ele descreve o ataque em seu livro, "Surfing With the Great White Shark" ("Surfando com o grande tubarão-branco"): "Eu ouvi um ronco abafado quando as imensas mandíbulas do tubarão se cravaram em minhas costas, pressionando a prancha contra o meu peito. O tubarão me puxou um metro sob a água, mas não conseguiu me manter lá embaixo devido à flutuação da prancha de surfe. Senti uma enorme pressão no meu peito e ouvi as costelas se quebrando e a parte interna da prancha sendo mastigada".

Um grande tubarão-branco tentou fazer uma refeição com

Kenny Doudt e sua prancha de surfe

O ataque aconteceu como se o tubarão estivesse se alimentando normalmente.

Os tubarões brancos atacam os leões-marinhos por baixo, com uma única mordida potente, arrastando a presa para dentro da água. Depois, eles permitem que a presa debilitada flutue na água e sangre até morrer para depois de alguns minutos retornarem para terminar sua refeição. No caso de

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Doudt, o tubarão não conseguiu realizar sua mordida inicial por causa da prancha, mas continuou tentando por cerca de 20 segundos. "Eu me senti completamente indefeso, quando o meu corpo inteiro foi erguido bem acima da água, depois jogado de volta para baixo da superfície", ele recorda.

Posteriormente, o tubarão soltou Doudt. Apesar de ter temido um ataque subseqüente enquanto nadava na costa, o tubarão se afastou e não atacou novamente. O tubarão deve ter percebido que um surfista e uma prancha não seriam uma boa refeição. Os tubarões-brancos são muito exigentes com o que comem: se recusam a comer coisas que não sejam suas presas usuais depois de uma mordida inicial.

Porém, existem muitas espécies de tubarão e cada uma tem suas características específicas. Os ataques de tubarão em águas marinhas profundas geralmente não são ataques do tipo atacar-e-correr. Nos casos em que as vítimas freqüentemente são sobreviventes de navios afundados ou quedas de avião, os tubarões circulam o cenário. Eles então golpeiam as vítimas das extremidades do grupo ou aqueles que já estão feridos, antes de atacarem com mordidas.

Sobreviventes do USS Indianápolis seguindo para um hospital

após seu resgate

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Um dos mais famosos ataques de tubarão foi o ocorrido com o USS Indianápolis, afundado por torpedos japoneses no Oceano Pacífico, em 1945. Foram necessários muitos dias para que as equipes de resgate chegassem até o navio. Quando a equipe de resgate da Marinha chegou, somente 317, dos mais de quase mil sobreviventes do naufrágio inicial, ainda estavam vivos. Os tubarões-tigres foram responsáveis pela maioria das mortes.

Um tubarão-tigre

O tubarão-touro também é conhecido por seu atípico

comportamento de ataque. Ele tem esse nome em parte devido à persistência de seu ataque circulando-o, atacando-o novamente e repetindo o padrão. Uma garota de 14 anos que recentemente foi atacada por um tubarão na costa da Flórida foi vítima de um tubarão-touro que não soltou sua perna mesmo quando alguém chegou para ajudá-la. Ele continuou circulando e atacando, e até avançou na pessoa do resgate.

Um ataque de tubarão pode ter conseqüências trágicas em uma pessoa. Em alguns casos, a mordida inicial é poderosa o

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suficiente para arrancar um membro completamente. O cirurgião que operou um surfista adolescente na Austrália descreveu a perda da perna do rapaz como se tivesse sido "cortada com guilhotina". Os tubarões podem gerar mais de 40 toneladas de pressão por centímetro quadrado, medida na ponta de um dente. As espécies grandes podem ter mandíbulas muito mais potentes.

A mordida de um grande tubarão-branco fez um corte que vai do ombro até o quadril no pescador Rodney Fox que, na oportunidade, estava com um arpão. O ataque ocorreu em 1963, perto de Adelaide, Austrália. Fox sobreviveu, apesar de ter levado 462 pontos e ter sido submetido a uma cirurgia reparadora com duração de quatro horas.

Porém, as vítimas de ataque de tubarão não morrem do súbito ferimento traumático. Elas geralmente sangram até morrer. Até a vítima ser levada à praia, passam-se alguns minutos e até a equipe de emergência chegar, perde-se mais tempo. A diferença entre a vida e a morte geralmente é ter alguém no local que saiba como deter a perda de sangue, e nessa hora, cada segundo é importante. No caso de um garoto que foi atacado, em 2005, na costa de Cape San Blas, Flórida, um médico e uma enfermeira em férias pressionaram uma artéria em sua perna, o que o ajudou a sobreviver.

Estranhamente, um dos perigos potenciais de se nadar no oceano também pode ajudar as vítimas de ataque de tubarão a sobreviver. Quando alguém é atacado em águas frias, a temperatura de seu corpo pode baixar muito. Essa queda na temperatura diminui as funções do corpo, incluindo a perda de sangue. Isto pode ajudar a vítima a sobreviver por períodos mais longos.

Depois que a vítima recebe o atendimento de emergência, há um outro perigo: a infecção. As bocas dos tubarões e a água do oceano não são limpas. Uma mordida de tubarão

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inevitavelmente deixa bactérias nocivas na ferida, o que pode ser tão mortal quanto a própria mordida. Felizmente, os antibióticos modernos ajudam a proteger as vítimas dessas infecções.

*Mito número 1 sobre os tubarões: eles são assassinos. Filmes como "Tubarão" e relatos históricos sobre ataques

(como aqueles em Nova Jersey em 1916) deram vazão ao mito do tubarão assassino. Este é aquele que decide se realmente gosta de comer seres humanos. Ele exibe um comportamento atípico, aparece fora de sua região habitual e faz ataques adicionais na mesma área durante vários dias.

É impossível afirmar que não existe absolutamente nenhum tubarão assassino: tubarões individuais podem exibir comportamentos estranhos, possivelmente porque estão doentes ou machucados. Diferentes condições do oceano podem enviar tubarões para além de seu alcance enquanto eles perseguem espécies que são suas presas.

*Mito número 2 sobre os tubarões: eles são violentas

máquinas comedoras. Os filmes de Hollywood e as notícias de jornal deram aos

tubarões uma reputação de criaturas violentas, sem cérebro, que agem como mísseis aquáticos: eles simplesmente nadam até atacar um alvo e depois comê-lo. Existem duas razões para este mito:

1. Os tubarões-tigres parecem comer de tudo e há várias

histórias sobre objetos estranhos encontrados em seus estômagos;

2. Na verdade, não sabemos muito sobre os tubarões. Eles

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são extremamente difíceis de serem estudados e freqüentemente os únicos comportamentos que testemunhamos são suas refeições na superfície.

Simplesmente porque não conhecemos os complexos

comportamentos dos tubarões, não significa que eles não existam. Por exemplo, sabemos que algumas espécies têm hierarquias sociais complexas, que eles diferenciam presas de não presas e também usam diferentes estratégias de ataque para cada tipo de presa.

Águas perigosas

Considera-se que o maior perigo quanto aos tubarões sejam os mares

tropicais quentes, [porém] existem registros de ataques de tubarão a pessoas em mares de águas frias, em altas altitudes, como o do pescador em Wick, ao norte da Escócia, que foi mordido no braço. - Rodney Steel, "Sharks of the World" ("Tubarões do mundo")

As três espécies de tubarão mais perigosas e agressivas

são: os grandes tubarões-brancos, os tubarões-tigres e os tubarões-touros. Estas espécies são as mais mortais por várias razões:

- São grandes o suficiente para que os serem humanos lhes

pareçam presas; - São tão poderosos que a sua mordida inicial pode causar

um ferimento fatal; - Estão no topo da cadeia alimentar, o que significa que

eles instintivamente não têm medo de nada; Porém, outras espécies de tubarão não são completamente

inocentes. Os tubarões-areias, os tubarões-martelos, e os

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tubarões-makos também são responsáveis por alguns ataques, enquanto 1/3 dos ataques de tubarão ocorre com espécies menos conhecidas, como os tubarões-de-pontas-negras, os tubarões-dormentes e vários tubarões de recife. No geral, o tubarão-touro pode ser a espécie mais perigosa devido aos seus padrões agressivos de ataque e ao seu hábitat preferido: águas costeiras rasas.

Estatisticamente, existem entre 30 e 50 ataques de tubarão não provocados relatados no mundo todo anualmente, dos quais 5 a 10 são fatais. A Flórida é a região dos Estados Unidos onde acontecem mais ataques. Desde 1990, os números variam de 10 a 37 por ano. Os Estados Unidos lideram a lista de ataques no mundo inteiro [ref - em inglês].

A grande maioria dos ataques ocorre a poucos metros da costa porque é aí que a maioria das pessoas fica no oceano. O número de ataques no mundo inteiro tem crescido nos últimos anos por um motivo similar: mais pessoas estão passando suas férias em praias e participando de atividades no mar. Não há indicação de que os tubarões estejam se tornando mais agressivos.

A proteção governamental de mamíferos aquáticos promoveu o aumento das populações de focas, leões-marinhos e lontras-marinhas na costa oeste dos Estados Unidos. Todos esses animais são presas para os grandes tubarões-brancos. Como resultado, as áreas costeiras próximas a São Francisco têm maior número de grandes tubarões-brancos. Não houve um aumento em ataques destes tubarões nessas áreas porque geralmente as pessoas não nadam quando sabem que eles estão por perto.

Ainda que os ataques de tubarão geralmente se concentrem em determinadas áreas, os tubarões viajam grandes distâncias e freqüentemente extrapolam seus alcances habituais. Particularmente, os grandes tubarões-brancos não têm

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problemas com água fria, mas os tubarões são reconhecidos por sua habilidade de tolerar água doce e já foram encontrados nadando em rios a centenas de quilômetros do oceano. Porém, eles geralmente preferem um clima tropical.

Os ataques de 1916, em Nova Jersey Em 1916, uma série de cinco ataques de tubarão começou

na costa de Nova Jersey. O primeiro ataque foi subestimado pelos locais e pela mídia como um acidente. Alguns dias depois, um segundo ataque chamou a atenção do país inteiro e acabou com a indústria de turismo local. Mas os ataques mais chocantes ainda estavam por vir.

Pouco depois do segundo ataque, um enorme tubarão foi visto nadando contra a correnteza no canal Matawan, seguindo em direção ao oceano através da água escura da maré. O relato foi recebido com ceticismo até que um grupo de garotos que estava nadando no riacho, a 18 km do oceano, foi atacado. Um dos garotos foi parcialmente comido e um adulto que mergulhou para tentar resgatá-lo também foi morto, outro garoto perdeu a perna em um ataque quando o tubarão retornou correnteza abaixo.

Na subseqüente onda antitubarão, centenas de tubarões foram caçados e mortos. Posteriormente, um tubarão declarado como um grande tubarão-branco foi pego com restos humanos em seu estômago. Porém, este relato foi contestado. Os ataques no canal de Matawan têm mais probabilidade de terem sido cometidos por um tubarão-touro. Este foi um caso verdadeiro de tubarão assassino? Possivelmente. Porém, é igualmente possível que os ataques no oceano tenham sido cometidos por um tubarão diferente do tubarão do canal de Matawan e que a cronologia dos cinco ataques tenha sido uma coincidência.

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Como evitar ataques de tubarão

Não é comum um tubarão entrar em uma área costeira repleta de pessoas para selecionar uma vítima. Por outro lado, com freqüência a vítima é a pessoa que foi subitamente deixada sozinha e mais afastada da praia que os outros. - David H. Baldridge, "Shark Attack" ("Ataque de tubarão")

Todo verão, a cobertura da mídia norte-americana chama

muita atenção para os ataques de tubarão. Um resultado de toda esta atenção é que tendemos a perceber a ameaça maior do que ela realmente é. A mesma coisa acontece com os acidentes de avião. Estatisticamente, dirigir um carro é muito mais fatal do que voar. Entretanto, os acidentes de avião são relativamente pouco freqüentes e terrivelmente catastróficos. Eles acabam em todos os noticiários e as imagens permanecem em nossas mentes por um longo tempo. Como resultado, tendemos a superestimar os perigos de voar.

Quando os noticiários e os cientistas oferecem estatísticas reais, elas às vezes podem estar equivocadas. Por exemplo, freqüentemente ouvimos a notícia de que você tem muito mais

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chances de ser atingido por um raio do que de ser atacado por um tubarão. Esta estatística se baseia no número de incidentes por ano. Porém, qualquer pessoa pode ser atingida por um raio quando uma tempestade se aproxima. Suas chances de ser atacado por um tubarão são zero se você mora no Kansas e não passa as férias na praia. Se você surfa todos os dias na costa da Flórida, a probabilidade de um tubarão atacar você é muito maior.

Isto não quer dizer que qualquer um que entre na água deva ficar aterrorizado com os tubarões, mas as pessoas que nadam e surfam no oceano precisam conhecer os perigos que os animais selvagens podem representar. Conhecer os fatores de risco para ataques de tubarões pode ajudá-lo a reduzir bastante as suas chances de se tornar uma vítima.

Aqui estão algumas diretrizes gerais:

- Não nade ao amanhecer ou ao anoitecer: os tubarões

estão se alimentando ativamente nestes períodos. A visibilidade na água é menor, o que pode levar a mordidas equivocadas;

- Não nade em água turva: novamente, a pouca visibilidade aumenta as chances de um tubarão confundir você com uma presa;

- Não nade com cortes abertos: mesmo uma pequena quantidade de sangue na água pode atrair tubarões a quilômetros de distância. Alguns especialistas recomendam que mulheres menstruadas também evitem nadar no oceano;

- Evite bancos de areia, montes marinhos e declives: a vida selvagem marinha tende a se reunir nestas áreas, incluindo muitos peixes que são presas naturais do tubarão. Geralmente os tubarões não estão muito longe;

- Não vista cores contrastantes: trajes de banho com cores contrastantes ou brilhantes podem confundir os tubarões.

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Mesmo marcas de bronzeado contrastantes são consideradas estimulantes para mordidas equivocadas;

- Não use jóias brilhantes: o sol refletido em um relógio ou colar pode chamar a atenção de um tubarão;

- Não nade quando uma presa natural do tubarão estiver presente em grande número: se você estiver nadando perto de mamíferos marinhos ou outras espécies que são presas de tubarão;

- Não se debata na água: faça movimentos suaves e calmos. Bater braços e pernas de maneira agitada lembra um peixe ferido para um tubarão. O nado "cachorrinho" também pode atrair tubarões;

- Não pense que você está seguro simplesmente porque a água é rasa: os ataques de tubarão podem ocorrer em águas com menos de 1 metro. Apesar de normalmente a atividade dos tubarões ser maior a algumas centenas de metros da costa, fique alerta se você estiver em águas rasas;

- Não deixe iscas de tubarão na água: grandes quantidades de peixe ou sangue de animal atrairão tubarões famintos. Se você estiver pescando enquanto permanece no oceano, mantenha sua isca fora da água até usá-la e não pare em um local por muito tempo;

- Não nade se houver tubarões na água: esta é a maneira mais óbvia de evitar tubarões. Se souber que eles estão por perto, fique fora da água.

Estas dicas não são infalíveis. Existem inúmeras

circunstâncias nas quais os tubarões atacaram desafiando todos os padrões de ataque. A melhor dica é estar alerta e sempre nadar, mergulhar ou surfar com um parceiro. Alguns ataques não podem ser evitados, mas ter alguém por perto para pedir ajuda pode salvar a sua vida.

Se o pior acontecer e você se vir sendo atacado por um

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tubarão, o que deve fazer? Se possível, lute. Apesar de sua ferocidade, os tubarões tendem a ser covardes. Eles não gostam de presas que possam machucá-los. Esmurrar, chutar, esfaquear e até mesmo dar cabeçadas são todas maneiras pelas quais vítimas de ataque conseguiram se livrar dos tubarões. Os olhos são particularmente sensíveis. Este tipo de resposta parece ajudar o tubarão a perceber que o que ele acabou de morder não é sua presa habitual.

Como enfrentar um caldo

Já diziam os melhores surfistas, se você não agüenta o

caldo não entre pois um caldo você vai tomar. Quando cair proteja-se, pegue todo ar possível na queda, procure não perder a noção de onde é o fundo e onde é a superfície, mantenha a calma, evite ficar se debatendo e tentando subir desesperadamente espere a onda passar sem gastar energia e fôlego, preste muita atenção nos outros surfistas, nunca desista.

Prepare-se para tomar caldos, eles são desagradáveis, mas inevitáveis. Com o tempo, você vai evitá-los melhor, mas, por enquanto, siga estes passos básicos para minimizar os riscos de acidente quando isso acontecer:

- Mantenha a calma. Um caldo pode ser perigoso, mas se

você manter a cabeça no lugar geralmente há nada a temer. Pense e aja com clareza.

- Pule da prancha. A maioria das lesões acontece porque a prancha bate no surfista. Lembre-se sempre de saltar de um lado para o outro assim que você sentir o caldo chegando, em vez de para a frente ou para trás.

- Não mergulhe. Sempre existe a possibilidade da água ser rasa e ferir a sua cabeça.

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- Use a parte inferior do seu corpo para manter o controle. A posição mais segura voltar de um caldo é a de "canhão", com seus membros dobrados e os glúteos em direção à água.

- Deixe-se afundar. As ondas são potentes, mas elas tem menos força abaixo da superfície.Deixe seu corpo afundar por um segundo ou dois, e muitas vezes você vai se recuperar do caldo.

- Volte para a superfície lentamente. Nade para cima com cuidado e sinta o que está em frente para evitar que a prancha acerte você.

- Abra os olhos por um instante e olhe para cima se você puder, para garantir que a prancha esteja diretamente acima de você.

- Volte para a prancha. Assim que você voltar para a superfície, use a pulseira e nade de volta para a prancha para evitar que ela se debata na água, o que pode causar sérios danos a você e aos outros. Flutue, descanse de barriga para baixo e controle a prancha.

- Quando você subir novamente na prancha, mantenha a calma e relaxe antes de fazer qualquer outra coisa.

Cuidados que devemos ter com o sol

O sol para nós surfistas é muito bom, mas devemos tomar alguns cuidados com a nossa pele, pois ficamos expostos 3 vezes mais quando estamos surfando, vejamos o que devemos fazer tanto dentro d água como fora:

Passar protetor solar caso fique na areia fator 20 dependendo da pele, agora na hora do surf no mínimo fator 30 ou 50 no rosto, orelha, pescoço, mãos, pés, pernas e no corpo, não se esqueça de passar também um protetor labial.

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Usar de preferência uma camiseta de Lycra manga curta ou comprido na hora do surf isto protege nos horários mais quentes.

Na areia levar sempre um guarda sol, usar um boné e óculos escuro para proteger contra os raios UV.

Após 1 hora de surf passar novamente protetor solar, pois com a água do mar o suor tende a sair muito mais rápido.

Beba muito água e suco e faça refeições bem leve antes de surfar.

Com isso você fica livre daquelas queimaduras depois do surf e se protege de envelhecimento precoce e até mesmo de um câncer de pele...tome estes cuidados e um bom surf.

Cuide da saúde antes de surfar Surf - Se você é daqueles surfistas que não resiste a cair na

água em dias clássicos, excelentes para o surf, que tem sol e ondas perfeitas e tubulares, ou ainda se é um guerreiro que encara frio, chuva, enfim um fanático pelo esporte, deve prestar atenção em algumas dicas importantes para não comprometer sua saúde. Assim, você poderá aproveitar mais tempo deitado em sua prancha remando atrás de boas ondas, do que deitado em uma cama de hospital.

Preparo físico - Condicionamento é essencial para

qualquer surfista. No caso de competidores, deve ser feito um trabalho de preparação física sob a orientação de um profissional de Educação Física especializado em surf. É necessário realizar os treinamentos diários, sempre com disposição e seriedade e respeitando os horários.

Esta é a única forma de se garantir uma boa condição física e melhorar a performance nas competições. Já os "freesurfers" que não queiram ou possam obter ajuda

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profissional, podem fazer exercícios físicos como correr, nadar e pedalar, aumentando o ritmo gradativamente até chegar a pelo menos uma hora por dia de cada modalidade. Aquecimento e alongamento antes do surf e relaxamento após aproveitar as ondas são importantes para aumentar a flexibilidade do corpo e garantir um resultado mais satisfatório.

Alimentação - Uma boa alimentação é parte fundamental

da preparação do surfista para obter um desempenho ideal. A alimentação, alem de ser a nossa "gasolina", também tem influencia no nosso estado de disposição mental. O cuidado com o que se come não pode ser apenas antes dos treinos.

O nosso corpo tem de estar treinado para ter reservas de energia e isso só se consegue se o cuidado com a alimentação for diário.

As refeições devem ser repartidas em 5 vezes por dia; pequeno almoço, lanche a meio da manha, almoço, lanche a meio da tarde e jantar.

O segredo para uma boa alimentação é apostar em alimentos variados, carne, peixe, legumes de varias cores, frutas, sumos, batidos, cereais, pão, leite e iogurtes.

A água é provavelmente o melhor amigo dos desportistas, antes e depois dos treinos. Devemos beber varias vezes ao dia, totalizando 1L por dia.

No entanto, a ultima refeição antes do treino oferece uma oportunidade final para repor os níveis de energia. Se a refeição antes do treino for o pequeno almoço, e for uma hora antes de entrar na água, deve ser feito à base de alimentos de rápida digestão.

Exemplo para um bom pequeno almoço de rápida digestão: - Batidos ou sumos naturais

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- Torradas ou pão branco com doce ou manteiga - Frutas maduras - Barra de cereais Exemplo para um bom pequeno almoço de digestão mais lenta, se for duas horas ou mais horas antes do treino: - Cereais com leite - Torradas de pão integral com mel - Sanduíches com queijo, mel ou marmelada - Frutas - Bolachas integrais Se por outro lado, a ultima refeição antes do treino for o almoço, deve ser 3 a 4h antes do treino.

Peixe ou carne com massas, batatas ou arroz, legumes saladas e no fim uma sobremesa são o ideal para ter energia durante a tarde. Fritos, gorduras e bebidas com gás tipo Coca-Colas, nem vê-los antes dos treinos! A gordura retarda a digestão, fazendo o surfista sentir-se desconfortável.

Depois dos treinos, é importantíssimo ir bebendo água à temperatura ambiente, em pequenas quantidades de 15 em 15m ao longo de uma hora.

Comer uns snacks ou fruta (lanche da manha ou da tarde) também ajuda a repor a energia perdida até chegar à próxima refeição!

As refeições precisam ser feitas em horários certos, um hábito que ajuda a manter a saúde, já que a prática do surf estimula o apetite pelo alto consumo de calorias. Por isso, elas devem ser repostas da forma mais saudável possível e a alimentação precisa estar adequada ao clima local.

Aos competidores é recomendado o acompanhamento de um nutricionista, devido às viagens que causam variações na

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alimentação e no clima. Mas a regra geral vale para todos: equilibrar a ingestão de proteínas, vitaminas, carboidratos e sais minerais. Gorduras, sal e açúcar branco devem ser evitados.

Treinamento sem alimentação adequada é sinônimo de baixo rendimento. Comer bem é um dos maiores prazeres da vida, o problema é que nem sempre todos os tipos de alimentos combinam com o esporte.

Fazer uma alimentação balanceada, preparar a comida e combinar os ingredientes não são tarefas complicadas, mas requerem atenção especial. Já dizia o ditado popular ?Você é o que come?. O surfe exige energia, a energia vem dos alimentos, então vamos aprender a ingeri-los corretamente.

Nos dias de surf intenso o surfista deve ingerir de 4 a 5 mil calorias por dia. Tentaremos passar uma noção básica de como obter as energias que os alimentos nos proporcionam, mas lembre-se: a prescrição alimentar é individual. O ideal é que cada um consulte um especialista e realize uma dieta específica.

- Por que não é legal surfar em jejum? Quando dormimos, a velocidade com que nosso

organismo funciona (taxa metabólica) diminui, pois estamos em repouso. Entretanto, ao acordarmos imediatamente exigimos um aumento da taxa metabólica.

Numa situação de exercício, no caso o surf, serão necessárias mais calorias para sustentar a movimentação habitual mais a exigida pelo esporte. Sem alimento no organismo, vamos ?consumir? nossa própria massa muscular para gerar energia, processo conhecido como catabolismo ? e que deve ser evitado.

Muitas pessoas não conseguem comer nada quando acordam - um péssimo hábito que com o tempo afeta o sistema

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imunológico. Começamos a ficar fracos, gripados e assim por diante. Não podemos esquecer que a massa muscular é que alimenta o sistema imunológico, ou seja, os músculos são providos de aminoácidos de cadeia ramificada e glutamina, além de outros elementos.

A glutamina é o aminoácido responsável pela nossa imunidade. Quando essa reserva cai e não é reposta devidamente através dos alimentos, começamos a consumir o próprio músculo, por isso é importante evitar cair na água em jejum.

- O que comer antes de surfar? O certo seria fazer um bom desjejum com frutas, pão, leite

e queijo, mas acordar ainda de noite, passar a parafina na prancha e cair na água é uma das melhores sensações da vida e na maioria das vezes não damos importância ao que comer antes. Então, a dica é a seguinte:

Ao acordar logo cedo, por volta das 6 horas da manhã, tente ingerir uma combinação de frutas picadas numa tigela com cereais, leite de vaca ou soja e suco de frutas.

Pode-se usar também uma mistura de suco de fruta e água de coco, se tiver muito quente, adicionando uma colher de café nivelada de sal mais uma colher de sopa de açúcar. Esta proporção é para 500ml deste mix de suco com água de coco.

Além desta bebida pode-se também comer banana amassada com aveia e mel e queijo (branco ou coalho) com pão. Lembrem-se de que estarão surfando em média duas horas, por isso esta refeição é muito importante.

09h30 min. - café da manhã - essa refeição é fundamental

para o bom desempenho durante o dia.

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- 1 copo de suco de fruta ou vitamina de frutas com laranja. - 1 sanduíche de presunto e queijo branco com pão integral, com uma passada de requeijão. - 1 tigela de cereal granola com 1 copo de leite de soja ou leite de vaca desnatado. - 1 banana amassada com aveia e uma colher de mel.

13h00 – almoço

- Salada mista, alface, tomate, pepino, agrião, beterraba, temperada com limão e azeite de oliva. - 2 colheres de arroz integral - 150 gramas de File de frango ou peixe de preferência grelhado. - 1 fatia de torrada com leve passada na manteiga.

16h00 min.? lanche

- Salada de frutas com uma bola de sorvete a gosto ou uma fruta com iogurte de mel e aveia.

20h00 min. – jantar

- Macarrão com molho de tomate ou 2 colheres de arroz e 2 de feijão. - File de peixe grelhado ou bife de carne bovina magra grelhada. - Salada a gosto. - Suco de frutas ou sobremesa a gosto.

10h00? chá digestivo - verde, camomila, erva cidreira. Além do esforço físico requerido pela própria atividade, a

radiação solar acelera a perda de água, levando o surfista à

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hipohidratação ou até mesmo à desidratação. É importante beber água à vontade (1 copo de 250ml no mínimo a cada hora) nas 24 horas que antecedem o dia do surf.

Descanso - O desgaste físico, orgânico e psicológico

causado por um dia de surf é muito alto. No caso de uma competição esse desgaste aumenta ainda mais. Um rigoroso horário de descanso de no mínimo 8 horas diárias para repor as energias é fundamental. É ideal também se acostumar a dormir e acordar cedo.

Preparo Psicológico - O surf nunca deve ser empecilho

para outras atividades do cotidiano, muito menos atrapalhar os estudos. A organização é necessária para conciliar as atividades e garantir uma boa formação para o futuro, onde o surfista inteligente se sobressai por analisar as situações de maneira mais coesa.

Mesmo os competidores que pretendem seguir carreira profissional, devem se precaver, pois, um campeão não se faz somente de preparo técnico e físico, educação é fundamental neste processo. A vida útil de um atleta é curta e nem sempre é compensadora profissionalmente. Por isso seja realista e aproveite para tirar o máximo proveito do estudo.

Aquecer antes de surfar

O aquecimento antes da prática do surf, como em

qualquer modalidade desportiva, é extremamente indispensável; sua realização é a maneira de enviar um aviso prévio às estruturas musculares alertando que elas estão prestes a serem utilizadas. O fato de o surf ser um esporte acíclico, onde em todo momento o praticante está realizando movimentos diferentes e vigorosos, recrutando diversos músculos há,

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conseqüentemente, uma sobrecarga de trabalho nos grupos musculares, em especial os dos membros superiores, inferiores e os do tronco. Tal desgaste é resultado do acúmulo de lactato (ácido lático) devido ao desgaste das fibras musculares, levando o atleta a uma exaustão acelerada e, conseqüentemente a perda do tônus, que é a força muscular ativa, favorecendo o rompimento de fibras musculares provenientes dos choques regularmente ocorridos na prática de esportes vigorosos, como é o caso do surf.

É inegável a importância de um treinamento específico qualificado para os surfistas competidores, fato que não é novidade alguma para um grande número de atletas que adquiriram a alta profissionalização nos grandes centros surfísticos mundiais como EUA e Austrália, onde o acompanhamento qualificado é oferecido aos atletas desde cedo, quando esses mostram os primeiros indícios de talento para o surf competitivo.

Realizando o aquecimento antes de entrar na água o surfista minimiza a velocidade do acúmulo de lactato devido ao aumento da circulação sangüínea favorecendo uma melhor vascularização nos músculos com uma maior oferta de oxigênio. O aquecimento a ser realizado antes da prática do surf consiste basicamente em exercícios de alongamento (ver ilustrações em anexo) com duração de 15 a 25 segundos em cada posição, mantendo-se o ritmo respiratório lento e coordenado visando oxigenar ao máximo os músculos a serem alongados minimizando, também, o risco de lesões articulares devido à ativação do reflexo miotático. Após os alongamentos o atleta deverá realizar um trote (corrida lenta) de aproximadamente 6 minutos para aumentar o ritmo cardíaco e conseqüentemente a circulação sangüínea.

Seguindo esses simples conselhos o atleta estará se prevenindo de adquirir lesões indesejáveis aumentando, assim,

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o nível de sua performance física e técnica, pois suas estruturas musculares e ligamentares estarão mais resistentes e prontas para serem ativadas com o máximo de agilidade e equilíbrio respondendo com mais precisão e segurança aos comandos neuromusculares.

Alguns estudos realizados, e descritos por Lawrence

E. Armstrong, têm como objetivo apurar qual o tipo de aquecimento mais eficaz em atividades outdoor que sejam praticadas com forte exposição ao frio, como é o caso do surf.

A performance dos atletas pode ser afetada negativamente se houver descidas na temperatura do corpo, o que é provável que aconteça nos dias em que a temperatura do

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ar e água estão muito baixas, levando o atleta a ficar esgotado mais cedo.

Como o aquecimento antes de entrar na água tem como função principal preparar os músculos, o sistema cardiovascular e prevenir lesões, é importante perceber que tipo de aquecimento deverá ser realizado antes de uma surfada em dias de água e ar frios, de forma a prepara/habituar o corpo a reagir de forma positiva a essas adversidades.

O estudo revela que o tipo de aquecimento mais adequado seja o de media intensidade e longa duração. Isto significa: - Aquecer durante mais tempo tipo 15m em vez de 10m, mas sem grandes esforços. - Correr uma distancia maior, mas mais devagar, passo mais lento. - Mais repetições das series de exercícios de aquecimento mas com menor intensidade.

A maioria dos surfistas estão cientes da necessidade da boa flexibilidade, mas o que a maioria não entende é a peça que falta na equação: A Mobilidade.

Flexibilidade refere-se à amplitude de movimento passivo como alcançada através de alongamento estático. Isto é importante para músculos excessivamente ativos, mas isso não significa que as articulações em torno são estáveis e preparadas para os movimentos dinâmicos do surf. Muitas vezes apenas o aumento na flexibilidade passiva é uma lesão à espera de acontecer. O que os surfistas precisam mais que a flexibilidade passiva, é a mobilidade.

No surf, mobilidade refere-se a capacidade de mover as articulações em posições flexíveis, mas também ao mesmo tempo com força estável nessas posições. E esta pode ser

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aumentada através de exercícios de mobilidade específicos que geralmente são incorporadas à sua rotina de treinamentos fora da água e de aquecimento.

O que é singular no alongamento é que ele tem provado, também, ser muito eficaz na prevenção de lesões. Há, inclusive, uma correlação músculos contraídos e a origem de lesões. Quando o alongamento é feito de acordo, os riscos de sofrer lesões, como, por exemplo, torceduras, luxações e inflamação nos músculos e tendões, são consideravelmente reduzidas.

A flexibilidade e a mobilidade esta diretamente ligada ao rendimento. Uma boa flexibilidade significa melhores condições de respostas nas manobras. Uma flexibilidade maior faz com que a força muscular seja mais efetiva durante um período maior, possibilitando uma maior velocidade de movimento. Sabe-se, também, que para o treinamento de força, é melhor maior flexibilidade.

Em 1951, H. E. Billig demonstrou que músculos alongados podem realizar contrações mais fortes. A técnica usada para tensão muscular (isometria) foi mostrada como sendo um dos melhores métodos para desenvolver força, em comparação com outros métodos de trabalho muscular.

O treinamento da flexibilidade em combinação com trabalhos de mobilidade, também aumenta o metabolismo dos músculos, tendões e tecidos adjacentes mais sensíveis. Isto é beneficio para o trabalho muscular, podendo diminuir o perigo de dores após as sessões de surf. Já foi demonstrado que a sensibilidade dos músculos (e outras dores relacionadas com atividade física) é reduzida ou desaparece quando são incluídos, no treinamento, exercícios de alongamento.

Em resumo, a maior flexibilidade conseguida através do alongamento melhora o desempenho – força, velocidade e precisão.

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Como o treinamento físico irá melhorar seu surf

Você sabe que o seu condicionamento físico esta relacionado diretamente ao tipo de prancha de surf que será desenvolvida pelo seu shaper? Isso mesmo, irá influenciar no tamanho, largura, espessura, distribuição de flutuação da prancha e colocação de quilhas, por isso é muito importante mesmo sendo surfista somente de final de semana ter uma atividade física que ajude e melhore seu desempenho na hora do surf.

Então não tem jeito temos que nos manter em forma o tempo todo se possível, mesmo quando estamos longe da praia ou até mesmo na praia nos dias sem ondas. Segue aqui algumas dicas do que podemos fazer para se manter em forma.

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- Treinamento Aeróbico Esse é um treinamento muito importante para o surf,

aumentando a resistência cardio pulmonar do surfista que irá exigir muito na remada ou até mesmo se for pego por uma série de ondas irá precisar e muito de pulmão. O ideal é praticar 03 vezes por semana uma corrida de no mínimo 1 hora começando devagar depois aumentando o ritmo, jogar squash, artes marciais. Antes de praticar esses esportes é sempre indicado fazer uma avaliação física junto a um profissional e checar se esta apto a fazer esporte com um médico.

- Treinamento Natação A natação para o surf é um excelente esporte pois é

trabalhado todos os músculos do corpo além do seu fôlego, aos poucos vá treinando tiros de 100, 200 e 300 metros e longa distância e treinamento de apneia tentando ficar o maior tempo possível debaixo da água, isso irá ajudar muito nos dias bons de surf.

- Treinamento Musculação Muito importante para o fortalecimento de alguns

músculos que são usados constantemente no surf como: pernas, braços, costas, lombar e abdômen. O ideal é fazer séries maiores com pouca carga de peso para aumentar a força e resistência, muito importante também alongar antes do exercício e depois pois precisamos ter o corpo forte e bem maleável na manobras com a prancha.

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- Treinamento de Repetição

Sabemos que tudo isso citado acima é de inteira importância para o seu desenvolvimento no surf, além claro da prancha correta que também irá ajudá-lo bastante e o numero de horas dentro da água e quantidade de ondas a ser surfada independente de estar o tempo frio, quente, ondas ruins ou boas. O que leva a perfeição no esporte é a dedicação e repetição então dedique-se sempre tanto dentro da água como fora.

4 Dicas De Como Melhorar seu Surf fora da Água

Aumente a resistência nas remadas e seu desempenho dentro da água através do desenvolvimento dos sistemas aeróbios e anaeróbicos

O surf tem uma característica mista tanto aeróbia quanto anaeróbia, utilizando-se destas duas vias metabólicas.

Explicando melhor, estas vias metabólicas são formas de produção de energia para o nosso corpo, no surf a via aeróbia se manifesta no trabalho de longa duração como na remada (resistência), a via anaeróbia se manifesta no trabalho de curta duração como ato de se erguer ficando em pé num só movimento, nas manobras, na partida repentina em busca da onda, etc. (explosão).

Abaixo segue algumas dicas para se preparar fora da água quando estiver longe do mar:

1 - Em um treinamento especifico para o surf use uma

combinação de ambos sistemas de energia aeróbico (com oxigênio) e anaeróbio (sem oxigênio).

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2 - Para melhorar sua aptidão cardiovascular para o surf, o surfista precisa desses dois sistemas de energia simultaneamente, portanto sempre procure treinar com intervalos ativos, ou seja, faça sempre entre uma serie e outra de exercícios algum exercício aeróbio como pedalar ou pular corda.

3 - Um erro comum, é acreditar que se está se preparando

para surfar e aumentando sua resistência dentro da água apenas fazendo horas de corrida. Um trabalho interrupto de corrida certamente vai aumentar sua resistência á fadiga, mas não será um trabalho especifico alterne este trabalho com series de flexões, por exemplo, e terá maior resultado dentro da água.

4 - Surfistas precisam fazer é um treinamento

intercalado usando períodos específicos de alternância de estímulos (como acontece dentro da água), eexercícios específicos que vão aumentar tanto a sua resistência nas remadasquanto melhorar seu condicionamento geral para todas as manobras.

Treinamento para surfistas

Se você é praticante de surf e só prática a modalidade aos

fins de semana já deve ter percebido o como é difícil para seu corpo suportar o esforço. Mesmo que você seja praticante de algum outro esporte como musculação, corrida, etc. por ser um estímulo totalmente diferente seu corpo acaba sempre ficando dolorido. Vamos entender como complementar seu treinamento para melhorar sua performance no surf.

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Equilíbrio:

Normalmente bem desenvolvida em praticantes antigos de surf, mas se você não pratica com tanta freqüência ou se é novo no esporte, vale a pena investir em treinamento de equilíbrio. Sugiro uma progressão, começando com exercícios como agachamento em pranchar frontais, depois laterais e por último em um bosu invertido ou prancha de rolinho.

Força explosiva: Uma habilidade pouco explorada é a de levantar

rapidamente da prancha, para isso não é necessário nenhum exercício muito complexo. Variações do Burpee, atendem perfeitamente a essa demanda e podem ser realizado em séries de poucos movimentos para desenvolver velocidade, ou em séries de muitas repetições para desenvolver a capacidade cardiovascular.

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Resistência muscular de membros superiores: Esse é normalmente o fator limitante. O atleta precisa de

força para empurrar a prancha para passar por baixo das ondas e força para remar, tudo isso com uma certa velocidade e precisão.

Para desenvolver essa capacidade temos que entender que estamos lidando com alguns movimentos complexo, mas se pudéssemos simplificar diríamos que as principais musculaturas envolvidas são o tríceps, ombros e peitoral, e no segundo movimento o latíssimos dorsal e peitoral.

Podemos então interpretar de acordo com as dificuldades de cada atleta o que ele precisa enfatizar se é força máxima ou resistência. Nesse exemplo utilizaremos um trabalho circuitado para auxiliar tanto na resistência muscular como na cardiovascular.

-Supino Fechado (12-15repetições) -Barra Fixa Aberta (máx) -Burpee (12-15repetições) -Flexão de braço (12-15repetições) -Pulldown (12-15repetições) -Burpee (12-15repetições)

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Esse é um exemplo de circuito que você pode realizar no final do seu treinamento de musculação (caso você treine o corpo todo na mesma sessão), ou você pode adaptar a escolha de exercícios a sua divisão de grupamento musculares.

Saiba os Benefícios dos Exercícios de Equilíbrio para seu

Surf

Surf e equilíbrio são amigos inseparáveis, qualquer

treinamento de equilíbrio antes de sua sessão de surf vai ajudá-lo a ter uma melhor performance dentro da água, seja no seu programa de treinamento ou até mesmo no seu aquecimento antes de ir para o mar.

Você pode usar o bosu (como na figura, acima) ou bolas de pilates, pranchas de equilíbrio, ou até mesmo uma rocha com a superfície redonda ou qualquer coisa que você tenha disponível poderá ajudá-lo. Você poderá usar como, por exemplo, um colchonete enrolado para criar uma superfície de desequilíbrio.

Exercícios de força e equilíbrio, como por exemplo, agachamento com rotação de tronco em uma plataforma instável, vai treinar o seu equilíbrio, os músculos das pernas e

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também os músculos do seu centro de gravidade conhecido como CORE, fundamentais para o surf.

Melhore suas sessões de surf

Confiança e repetição de movimentos são fundamentais

para evoluir no surf. Como tudo depende muito das condições do mar, o treinamento acaba sendo um tanto inconstante. Sabendo disso, é preciso usar a consciência nas manobras. Tudo é uma questão de foco no movimento que será feito.

1) Em uma sessão de surf, treine com intensidade

manobras específicas e pratique repetidamente os movimentos que quiser dominar. Realize uma queda de 30 a 40 minutos de surf intenso, seguido por uns 15 de descanso para reidratação, na praia. Nesse tempo, pratique algum trabalho específico, como alongamento. Repita esta série 3 vezes. Esta é uma das maneiras mais rápidas de melhorar o ritmo do surf. Obrigue-se a executar o seu melhor em cada onda.

2) Conheça os seus pontos fortes e fracos. No surf, é

sempre bom usar seus pontos fortes. Porém, muitos surfistas esquecem de focar na melhoria de suas fraquezas. Como está o seu posicionamento? Já tentou dar um aéreo? Surfa bem em ondas pequenas? Surfa bem em ondas grandes? O que você nunca tentou? Todos os surfistas têm um talento especial para melhorar e, trabalhando da forma correta, a evolução é certa.

3) A remada é a chave para o surf firme e com ritmo. Cada

vez que for surfar, nestes 30 – 40 minutos, foque no ritmo das remadas. Reme firme e tenha empenho em cada onda, mesmo nas que podem fechar. Isso só não é aconselhável se o surf estiver pesado e enorme. Este método o obriga a ―sair da zona

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de impacto‖, treinando o seu sistema cardiovascular e desenvolvendo velocidade e potência de remo. Quanto mais rápida, mais eficiente será a remada, o que significa que voltar para o outside em menos tempo permite uma melhor seleção de ondas e posicionamento.

4) Diversifique nos esportes. Corrida, artes marciais,

treinamento funcional e skate, por exemplo, podem ajudar na evolução do surf e melhorar o seu desempenho. Todas essas atividades podem ser boas alternativas em dias flat. Como também permitem um bom grau de inovação, muitos desses esportes podem dar novas idéias de movimentos para o surf.

5) O surf tem tudo a ver com movimento. É tudo uma

questão de consciência corporal. Quanto mais consciente você está do seu desempenho e movimentos, maior a probabilidade de obter sucesso nas manobras. Então, esteja atento ao escolher boas ondas. Quando você pensa sobre isso, seu corpo responde melhor para obter um movimento perfeito, de forma consistente, em toda a linha.

6) Arriscar nas manobras é o que dá a prática. Se você cair,

comece de novo. Volte e aceite mais um desafio. Isto, combinado com uma mudança de mentalidade sobre o que fazer da próxima vez, vai aprimorar todos os complementos para a sua sessão de surf e torná-lo um melhor surfista.

7) Melhore o seu sistema cardiovascular combinando

estabilidade e flexibilidade através das articulações do seu corpo. Encontrar um treinador que entende e ensina todos os componentes do surf faz toda a diferença em treinos específicos fora da água.

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Isso o deixará melhor para entrar na água e tornará o seu corpo mais confiante no surf. Esteja preparado para quando o swell entrar!

Entre em Forma

1. Antes de iniciar a aula de alongamento na academia, pedale 20 minutos e faça 200 abdominais em diferentes ângulos, aumentando a intensidade dos exercícios gradativamente. 2. No início e no final de cada sessão de surf, corra devagar por oito minutos e alongue as costas, pernas, virilha, ombros braços e pescoço. Faça duas séries de 30 segundos cada exercício. 3. Após o ultimo surf do dia, faça um trabalho para recuperar as energias. Alongue os músculos e mergulhe na beira da água para relaxar. Se você puder, vá a uma sauna, faça basicamente três séries de 7 minutos. 4. Beba de dois a três litros de água por dia. 5. Procure não fazer esporte de estomago vazio, tenha sempre energia para gastar. 6. Caso você sinta alguma fisgada no músculo, entorse ou distensão, saia da água e ponha gelo no local durante 15 a 20 minutos. Repita o procedimento por 24 horas. Caso a dor persista, procure um médico. Não tome remédio por conta própria. 7. Se depois de algumas horas surfando, você sentir que a musculatura esta ficando fraca e tensa, não vacile: saia do mar, se alimente e descanse.

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8. Procure fazer massagens, como a shiatsu, duas vezes por mês. 9. Escolha bem os alimentos. Prefira uma dieta rica em fibras, mesclando grãos, frutas, legumes e verduras. Evite frituras, carnes vermelhas e refrigerantes. 10. Durma no mínimo 8 horas por dia. 11. Desenvolva e mantenha a sua força e flexibilidade. Faça sessões de musculação duas vezes por semana em dias alternados (precisa-se ter no mínimo 13 anos).

Como Prender a Respiração por um Longo Tempo Método 1 de 3: Treinando Técnicas para Prender a

Respiração 1 - Pratique a respiração profunda. Antes de prender a respiração, inale e exale lentamente do

fundo de seu diafragma. Ao fazer isso, você eliminará o ar de baixa qualidade dos seus pulmões. Passe cinco segundos respirando; segure a respiração por um segundo antes de expirar por dez. Continue a respirar profundamente por dois minutos, e certifique-se de, ao exalar, eliminar todo fragmento de ar de seu corpo.

Enquanto exalar, erga a língua e pressione-a contra os

dentes. Isso forma uma válvula que lhe ajuda a controlar a liberação de ar. Sua respiração deve emitir um chiado ao ser liberada.

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A respiração profunda permite que seu corpo tome oxigênio excessivo, que será armazenado nas células do sangue. Isso lhe ajuda a segurar a respiração, pois seu corpo poderá usar o oxigênio armazenado para continuar funcionando, mesmo com a falta de ar.

2 - Elimine o CO2 de seus pulmões. Ao prender a respiração, a pressão que você sente no

pulmão não é causada pela necessidade de respirar – ela é causada pelo acúmulo de CO2 que luta para ser liberado. O acúmulo de CO2 se torna gradativamente mais doloroso com o tempo. Para minimizar esse acúmulo, é necessário eliminar qualquer CO2 pré-existente de seus pulmões antes de prender a respiração. Para fazer isso:

Exale com força, jogando para fora a maior quantidade

de ar possível. Encha as bochechas enquanto faz isso, e imagine-se tentando soprar um barquinho de papel num riacho.

Ao exalar completamente, inale rapidamente e repita. Tente manter seu corpo imóvel enquanto faz isso, para evitar gastar qualquer oxigênio armazenado pelo passo anterior.

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3 - Respire e prenda a respiração por um minuto e

trinta segundos. Esse é um teste prático que permitirá que seu corpo se

ajuste à sensação de ficar sem ar. Use um cronômetro para contar os 90 segundos, mas não tente prender a respiração por mais tempo.

Ao inalar, não respire ao ponto de se sentir quase

explodindo; isso cria tensão em seu corpo e faz com que você gaste mais energia. Em vez disso, preencha 8-85% de sua capacidade respiratória para continuar a ter espaço para relaxar.

Assim que os 90 segundos acabarem, exale rapidamente para eliminar o ar usado pelos pulmões. Em seguida, respire três vezes, inalando e exalando completamente. Isso é conhecido como semi-eliminação.

4 - Repita o processo de respiração profunda e

eliminação de ar.

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Em seguida, prenda a respiração por dois minutos e trinta segundos. Assim que o teste prático de 90 segundos acabar, repita os exercícios de respiração e eliminação de ar. Faça cada exercício por um minuto e trinta segundos.

Assim que acabar, respire fundo e prenda a respiração

por dois minutos e trinta segundos marcados no cronômetro. Não tente prender a respiração por mais tempo que isso.

Assim que o tempo acabar, exale para liberar o ar usado e dê três respiradas de semi-eliminação. Depois, treine a respiração profunda por dois minutos e use um minuto e meio para eliminar o ar. Agora, você está pronto para prender a respiração pelo maior tempo possível.

5 - Jogue água gelada em seu rosto. Nesse ponto, você pode decidir jogar água gelada no rosto

antes de tentar prender a respiração. Observou-se que colocar o rosto de uma pessoa em contato com a água gelada ativa a bradicardia, ou a desaceleração do ritmo cardíaco, que é a primeira fase do reflexo mamaliano de mergulho. Entretanto, esse passo é puramente opcional.

Você não precisa colocar toda a sua cabeça debaixo da

água. Apenas atire um pouco de água gelada em seu rosto antes de prender a respiração, ou use um pano molhado e frio.

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Não use um pacote de gelo. O mesmo estudo sugere que o choque provocado por algo muito gelado ativa outros reflexos. Certifique-se de que a água esteja numa temperatura de, aproximadamente, 21°C. O resto do corpo deve permanecer numa posição relaxada.

6 - Respire fundo e prenda a respiração pelo maior tempo possível.

Assuma uma posição sentada confortável e respire fundo,

enchendo seus pulmões até atingir 80-85% da capacidade total deles. Prenda a respiração pelo maior tempo possível, ficando completamente parado para evitar o desperdício desnecessário de energia e de oxigênio. Normalmente, é melhor pedir para que alguém cronometre seu progresso – ao não olhar constantemente o relógio, o tempo passará mais rapidamente e você acabará sentindo que conseguirá prender a respiração por um período maior.

Prender a respiração por longos períodos de tempo pode

ser doloroso, sendo que normalmente é necessário encontrar um meio de se distrair caso você deseje atingir seu objetivo. Uma técnica popular de distração é dizer mentalmente todas as letras do alfabeto, pensando num amigo, celebridade ou figura histórica cujo nome comece com cada uma das letras. David Blaine, o famoso mágico que estabeleceu o recorde mundial de

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respiração debaixo d’água (17 minutos e 4.4 segundos) é um defensor dessa técnica.

Não prenda ar em suas bochechas. Esse método é feito para criar uma reserva de ar, que exige a ―liberação‖ de oxigênio dos pulmões, transferindo-o para as bochechas. Isso é conhecido como ―respiração circular‖ e pode ser de difícil domínio, normalmente fazendo com que o atleta perca ambas as reservas de ar. Portanto, é melhor evitar esse método por enquanto.

7 - Relaxe todos os músculos de seu corpo. É vital relaxar completamente e liberar qualquer tensão de

seu corpo enquanto prende a respiração. Feche os olhos e foque na liberação da tensão contida em cada parte do corpo, começando com os pés e elevando lentamente a onda de relaxamento até alcançar o pescoço e a cabeça. Ao fazer isso, é possível diminuir seu ritmo cardíaco significativamente e melhorar sua habilidade de prender a respiração.

Concentre-se em algo que seja relaxante para você.

Quando você não puder se concentrar mais, distraia-se fazendo algo com as mãos – conte até 99 com os dedos, por exemplo.

Tente não se mover durante o processo. Ao se mover, você desperdiça oxigênio e isso diminuirá sua capacidade de prender a respiração. Fique parado.

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8 - Exale lentamente, quando não puder prender mais sua respiração, evite exalar todo o ar de seus pulmões loucamente.

Primeiro, exale cerca de 20% do ar. Em seguida, inale

novamente para que o oxigênio chegue às áreas mais críticas rapidamente. Em seguida, exale e inale completamente.

9 - Repita esses passos de 3 a 4 vezes por sessão. Não é recomendado fazer isso por um tempo maior que

esse, pois isso poderia danificar seus pulmões e seu corpo. Experimente uma sessão pela manhã e outra durante a noite. Continue praticando e, antes de perceber, você conseguirá prender a respiração por vários minutos.

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Método 2 de 3: Otimizando Sua Capacidade Respiratória

1 - Faça exercícios para aumentar sua capacidade

respiratória. Ainda que não haja maneira de aumentar o tamanho dos

pulmões, é possível aumentar a quantidade de ar que eles suportam. Também é possível melhorar a capacidade de absorção de oxigênio deles. Em particular, uma rotina rigorosa de exercícios pode ajudá-lo a fortalecer os pulmões e a maximizar a capacidade de armazenamento de ar.

Faça muitos exercícios de resistência. Incorporar

exercícios intensos de resistência em sua rotina semanal pode ser bastante útil para seus pulmões. Correr, pular corda, fazer aeróbica e nadar são ótimas formas de exercícios cardiovasculares que fazem o sangue correr e os pulmões trabalharem duro para fornecer ao corpo o oxigênio necessário para seu funcionamento normal. Tente fazer exercícios intensos com explosões em 30 minutos, levando seu corpo ao limite, para alcançar os melhores resultados.

Exercite-se na água. O exercício na água (natação, aeróbica aquática, treino de força debaixo da água) também é uma forma de aumentar a resistência. A água fornece um elemento de resistência que exige que o corpo trabalhe duro

Page 123: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

para completar cada tarefa. Como resultado, os pulmões precisam trabalhar mais firmemente para fornecer oxigênio ao corpo, fazendo com que a capacidade respiratória dos mesmos aumentem significativamente com o tempo.

Exercite-se em lugares altos. Em alturas maiores, há menos oxigênio no ar, o que significa que seus pulmões têm de trabalhar mais pesado para fornecer oxigênio ao corpo. Essa é uma excelente forma de fortalecer os pulmões, mas você precisa tomar cuidado para não trabalhar muito duro – o que poderia lhe fazer sofrer de enjôo de altitude.

2 - Perca peso. Qualquer bagagem extra reduz a eficiência do oxigênio

utilizado pelo seu corpo, pois há um maior índice de massa muscular requer seu oxigênio. Como resultado, muitos prendedores de respiração competitivos tentarão perder qualquer peso adicional semanas antes da competição.

Essa perda de peso deve ser atingida através de maneiras

saudáveis – por exercícios e dietas equilibradas. O enfraquecimento do corpo causado pela dieta-relâmpago afetará negativamente suas habilidades.

O mágico David Blaine perdeu mais de 15 quilos antes de tentar bater o recorde mundial de tempo passado sem respirar debaixo d’água. Ele fez isso para que seu volume

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pulmonar estivesse melhor preparado para seu volume corporal.

3 - Pare de fumar. O fato de o cigarro afetar negativamente sua força

pulmonar e sua capacidade respiratória é amplamente conhecido. Largar o cigarro aumentará consideravelmente sua habilidade pulmonar de liberar dióxido de carbono e de absorver oxigênio, mesmo dentro de algumas semanas. Portanto, se você estiver tentando fortalecer os pulmões e aumentar a capacidade dos mesmos, parar de fumar é, indubitavelmente, a primeira coisa a ser feita.

Você também deve evitar a fumaça de segunda-mão

sempre que possível, pois inalar a fumaça do cigarro de outra pessoa pode afetar negativamente seus pulmões.

Page 125: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

4 - Toque instrumentos de sopro. Esses instrumentos exigem muita capacidade respiratória,

sendo ótimos para melhorar a força pulmonar e sua habilidade de controle respiratório. Além disso, tocar um instrumento é algo fantástico, que pode fornecer imensa satisfação pessoal.

A flauta, o clarinete, o oboé e o saxofone são ótimas

opções em se tratando de instrumentos de sopro. O trompete, o trombone e a tuba são excelentes opções entre os instrumentos de latão.

Caso você tenha uma boa voz, cantar é outra maneira musical de aumentar a potência pulmonar. Cantar exige imenso controle respiratório, sendo uma atividade complementar excelente para prendedores de respiração profissionais.

Método 3 de 3: Tomando as Medidas de Segurança

Necessárias 1 - Sempre pratique com um parceiro. É altamente aconselhável praticar com um parceiro. O

motivo principal é: o parceiro pode garantir sua segurança caso você desmaie (o que é bastante comum durante sessões de treinamento para o teste de limites), impedindo-lhe de se machucar e tomando conta de seu corpo enquanto seus

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sentidos vão voltando. Além disso, um parceiro pode ajudá-lo a cronometrar suas sessões de treinamento, notificando-lhe a cada intervalo de 30 segundos.

2 - Pratique sentado, e não deitado. Para melhor praticar essa técnica, sente-se em boa postura

num lugar confortável, como sofá ou poltrona. Isso permitirá que você desperdice níveis mínimos de energia enquanto prende a respiração. Não é recomendável se deitar durante o processo, pois você pode acabar se engasgando com a língua caso desmaie.

3 - Não atente fazer isso debaixo da água, a não ser

que um profissional esteja por perto. Ainda que o propósito de prender a respiração por mais

tempo normalmente esteja ligado ao fundo da água, você jamais deve praticar sozinho com o corpo submerso. Como mencionado anteriormente, é bastante comum pessoas

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desmaiarem ou perderem a consciência enquanto prendem a respiração por períodos prolongados de tempo. Se isso acontecer debaixo da água, você pode se afogar.

Até mesmo praticar com um parceiro pode ser perigoso,

pois um olho pouco treinado pode não conseguir captar a diferença entre alguém prendendo a respiração e alguém que desmaiou.

Se você decidir praticar com um parceiro, certifique-se de decidir com ele um sinal manual que pode ser dado em intervalos regulares para comunicar seu estado.

Dicas

- Respire profundamente antes de ficar sem ar por um

longo período de tempo.

- Tente não pensar em prender a respiração. Se você

pensar em coisas agradáveis, ficará menos preocupado com seu

desejo de respirar.

- Não faça movimentos desnecessários. Isso usará seu

oxigênio e lhe impedirá de prender a respiração.

Page 128: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Avisos

- Enquanto estiver submerso, jamais prenda a respiração

enquanto subir caso esteja utilizando um aparelho de ar

pressurizado (Como um SCUBA). A expansão do ar

pressurizado durante a subida poderia rasgar seus pulmões.

- Jamais hiperventile! A hiperventilação possui muitos

efeitos indesejáveis, o mais perigoso sendo aquele que faz seu

corpo pensar que possui mais oxigênio que o normal, fazendo-

lhe desmaiar sem qualquer aviso. Você morrerá caso isso

aconteça enquanto você estiver submerso e sem um parceiro.

- Se você sentir dor no peito, exale e respire normalmente.

(A não ser que você esteja debaixo da água. Estando debaixo da

água, exale e comece a subir de acordo com as instruções de

seu profissional).

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APRENDER A SURFAR Basicamente o surf consiste em descer uma onda

equilibrado em cima de uma prancha. A princípio parece fácil, mas é necessário que o surfista tenha uma série de conhecimentos que antecede o domínio das sábias posições que permitem "pegar a onda".

A primeira condição para ser um bom surfista é saber observar o mar. Ver onde a onda quebra (arrebentação), qual é a direção da água, como está o vento. Antes de mais nada, o bom surfista é um observador cuidadoso do mar e um real conhecedor de ventos e marés.

Ao deitar numa prancha não se deve ficar nem muito à frente (isso provocaria o afundamento do bico) e nem muito atrás (que provocaria o contrário). A sensibilidade de cada um dá a melhor posição. Depois é só remar na direção das ondas. Bastam algumas remadas para entender as variações de direção e iniciar a intimidade fundamental com o instrumento.

O equilíbrio é um fator determinante na prática do surf. O importante no equilíbrio ao ficar de pé na prancha é a base. A posição dos pés é que vai dar esta base. Um bom método de aprender a ficar de pé é treinar fora da água, em cima da prancha na areia, ou mesmo num risco desenhado na areia. A destruição do risco, na prancha, resultaria no desequilíbrio.

Com as mãos colocadas na borda, como se fosse fazer uma flexão abdominal, você deve levantar-se rapidamente, com os pés fixos no mesmo lugar, isto é, com o pé de apoio atrás. Este pé de apoio deve ficar transversal à prancha. O pé da frente, que permite a manobra, fica em cima da longarina, ou seja, da linha do meio da prancha. O local correto de ficar de pé está um pouco atrás do ponto médio de flutuação da prancha (no lugar onde o peito estava apoiado na posição deitado).

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Para quem está iniciando o mais indicado é "pegar" para o lado em que se possa ficar de frente para a onda (front-side), ou seja, quem coloca o pé direito na frente fica front-side em ondas para a esquerda. Já aqueles que colocam o pé esquerdo na frente, ficam front-side em ondas para a direita. Este é o princípio básico do equilíbrio, que deverá possibilitar todas as manobras na onda.

Mas quando o surfista está de costas para a onda, costuma-se dizer que ele está back-side para o lado que a onda quebra.

Aprenda a surfar, o primeiro ano é o pior, pela quantidade de "vacas‖ (caldos) que você vai tomar, mas não desmotive, nada na vida é fácil. E respeite os mais experientes, procure ficar em locais mais rasos e que não tenham correnteza, priorize ir a praia com um colega que já surfe ou em uma escolinha de surf (são milhares espalhadas por todo o mundo).

Equipamentos de Surf

A prancha é o elo entre o surfista e o mar. Uma boa

prancha é essencial para quem quer ter um bom desempenho. Ela tem que estar adaptada ao tamanho e as características físicas do atleta.

O desenvolvimento do material utilizado nas pranchas foi tão grande, que as velhas (de madeira), foram substituídas por modernas placas de poliuretano.

Além das conhecidas pranchinhas, mais velozes e utilizada pelos principais surfistas, existem as Fun e LongBoards.

A FunBoard é uma intermediária entre a pranchinha e o Long. Já as LongBoards são as mais clássicas e trazem consigo o peso e a responsabilidade de toda a história do surf.

Page 131: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Para completar a lista de materiais necessários para a prática do surf, tem o leash, a parafina e o neoprene.

O leash é a famosa cordinha. Ela é geralmente amarrada junto ao calcanhar e prende o atleta a prancha. Verifique sempre se o leash está bem preso, pois caso se solte você terá muito trabalho para pegar a prancha novamente.

A parafina que é feita do mesmo material da vela é passada na prancha e tem como objetivo segurar os pés do surfista durante a onda. Não exagere na hora da parafina e sempre lembre de utilizar o raspador.

O neoprene é a roupa de borracha utilizada principalmente no inverno ou em mares frios. Se você quer surfar por mais tempo então não esqueça do neoprene. Apesar de prender um pouco o movimento do atleta ele é essencial nas épocas mais frias do ano.

Aprendendo a surfar Aprender a surfar "é muito difícil", "nunca vou conseguir

pôr-me de pé em cima da prancha", "demora muito tempo a aprender..." Mas, alguma vez na vida tentaste? Com a prancha certa e as dicas adequadas, vais colocar-te de pé no primeiro dia e apanhar rapidamente as primeiras ondas. É, como em tudo na

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vida, uma questão de treinar e ser persistente! Ninguém melhor para te ensinar do que a surfista francesa Eles Garrigue, uma das prós que ensinam as miúdas do circuito Rip Curl a surfar, um evento que passa por vários países da Europa, inclusivamente Portugal...ora vê...

Como é uma prancha?

1. Nose 2. Centro (ponto de largura máxima da prancha) 3. Tail 4. Quilhas ou Finos (permitem controlar a prancha) 5. Cantos (bordas da prancha) 6. Rail

Page 133: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

7. Chop ou Leash (é a fita de segurança que o mantém preso à prancha)

Há diferentes tipos de prancha. A escolha da tábua

adequada é muito importante para a aprendizagem e evolução do surfista. Resumidamente, aquilo que interfere na escolha da prancha é o peso e a altura do surfista, o seu nível e o tipo de ondas onde é mais habitual surfar. Pede ajuda numa loja da especialidade.

Segura a prancha

A primeira impressão é a que fica. Se queres ser surfista,

tens que transportar a prancha com estilo. Não se segura de qualquer maneira, existem três maneiras diferentes de a transportar de maneira cômoda. Vê...

1.

Coloca a prancha debaixo do braço, junto às axilas e ao

tronco, segurando o chop com a mão do mesmo lado. Agarra-a no meio para que esteja equilibrada, assim não se inclinará nem para a frente nem para trás.

Page 134: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

2.

Se o teu braço não for suficientemente comprido para

chegar ao final da prancha da maneira anterior, coloca-a na horizontal, segurando-a na mesma ao meio e com a borda apoiada na cintura.

3.

Assim se transportam as pranchas muito grandes,

centradas na cabeça e apoiadas pelas mãos de ambos os lados.

Page 135: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Vamos praticar É fundamental surfar com uma posição adequada, tanto

deitado, ao princípio, como de pé, quando apanhares a primeira onda. De início, é impossível treinar esta postura no mar ondulado, pelo que terás que ser, antes de mais, um surfista de areia (não confundir com surfista da banheira!)

1. Deita-te na prancha

De certeza que vais passar a maioria do tempo deitada em

cima da prancha: é preciso chegar junto das ondas a remar e até que chegue o momento em que te colocarás de pé para apanhar a onda. Mas, mesmo deitada, ir numa posição adequada é fundamental, porque essa posição vai ajudar-te a levantar mais rapidamente e adotar uma postura de pé mais correta. Deita-te na prancha apoiando o estômago a meio. Tens que estar centrada em relação à prancha, tanto na vertical como na horizontal. Estômago, ancas, coxas e joelhos estão apoiados na prancha, fazendo pressão sobre ela, o peito está levantado e o olhar em frente. As pernas estão juntas e ligeiramente levantadas. As mãos seguram os cantos à altura do peito.

Page 136: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

2. Rema até à onda

Mantém o peito levantado, o olhar em frente e rema como

se estivesses a nadar crol. Para remar com eficiência e com potência, lança o braço esticado para a frente, a mão tem que entrar na água pela frente do nose da prancha, com os dedos juntos; no retorno arrasta a água com a palma da mão voltada para trás. O braço vai até à altura da coxa. Enquanto lanças um braço para a frente, puxa o outro para trás.

3. Em pé Para te levantares e em poucos segundos, é preciso

coordenar diferentes movimentos.

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Apóia as mãos na prancha, é muito importante que as coloques à altura do peito. Os cotovelos devem estar flexionados e junto às costas.

Estica os braços e arqueia o corpo, afastando o estômago

e as coxas da prancha, preparando-te para colocar na prancha a perna que vais levar atrás.

Levanta a cintura pélvica e nesse momento coloca a perna

de trás na prancha. Não apóie os joelhos.

Page 138: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Sobe rapidamente a outra perna. Coloca-a entre os teus braços, no centro da prancha. Agora fica de cócoras, com as mãos ainda apoiadas na prancha.

o último passo: levanta-te, flexionando as pernas para

manter o equilíbrio e amparar a descida na onda. As pernas devem estar mais afastadas do que a largura das ancas para garantir maior estabilidade. Os braços ajudam a manter o equilíbrio. Estica um braço para a frente e coloca o braço contrário perpendicular ao corpo.

4. E agora virar!

Page 139: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Para virar, só tens que girar o ombro ligeiramente na direção para onde queres ir. Vai ajudar se apontares com o braço na direção para onde pretendes virar.

Posição Correta + Ganhar Pontos

Esta é a posição correta para se estar de pé numa prancha

de surf. Queres saber como ganhar pontos? Toma nota! - Se caíres protege rapidamente a cabeça com os braços. A

prancha, por estar presa, pode fazer efeito de ricochete e acertar-te.

- Nunca deixes a prancha ficar entre ti e a onda pela mesma razão, leva-a sempre de lado ou atrás.

- Deixa uma distância de segurança em relação aos outros surfistas. Nunca te coloques atrás de outro surfista no seu percurso entre a onda e a praia.

Page 140: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Os erros do surfista principiante

Deitar-se na parte da frente da prancha. Equilibrar o peso

é fundamental. O centro de gravidade tem que se apoiar no centro da prancha. Se descaíres um pouco para a ponta, irás afundá-la e não conseguirás remar da mesma maneira.

Ao levantar-se, apoiar as mãos à frente ou atrás do sítio do

peito. À frente, não te vais conseguir apoiar bem na prancha e dar impulso para te levantares. Atrás não há espaço suficiente. Deves apoiar à altura do peito.

Page 141: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Apoiar os cotovelos na prancha ou apoiar os joelhos ao colocar-se de pé.

Quando estiveres de pé, já a surfar, não coloques os pés

demasiado juntos. Perdes o equilíbrio. As pernas têm que estar mais afastadas do que a largura das ancas, e flexionadas.

Inclinar o tronco para a frente ou para trás. O corpo deve

manter-se em linha, perpendicular à prancha e no centro da mesma.

Page 142: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Dicas para você iniciar no surf Com um pranchão. Com certeza, essa escolha é a melhor

possível. Por ser grande e largo, o longboard tem mais flutuação e, por conseqüência, mais estabilidade para você ficar em pé. Ele vai servir tanto agora, no aprendizado, como no futuro, quando você estiver dominando bem a técnica. Afinal, ele faz as manobras clássicas, como a caminhada pela prancha, além de batidas e rasgadas radicais como as da pranchinha. Tenha tranqüilidade. Quando você menos esperar, já estará descendo umas ondas. Abaixo, você terá mais algumas dicas que o ajudarão a surfar mais rápido.

Escolha um dia sem ondas e tente achar o seu ponto de equilíbrio na prancha. Deite nela e dê umas remadas. Coloque o seu peito no longboard, não deixe muito o "bico" para frente, e também não o afunde muito.

Remada errada, muito à frente da

prancha

Remada Certa, com total

equilíbrio da prancha

Remada errada, muito à atrás da

prancha

Sempre reme de pernas fechadas, isso ajuda no

direcionamento da prancha. Deslize os braços bem rente a borda como se estivesse nadando. Uma boa remada vai dar uma maior segurança na hora de entrar no mar e nas ondas,

Page 143: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

pois a velocidade que a prancha adquire com ela é fundamental. Sinta conforto ao remar, se alguma coisa não se ajustar,mude um pouco.

No mesmo dia, você vai treinar o "drop". Coloque a sua prancha na areia, cuidado com pedras e conchas, para não danificá-la. Deite-se, simule a remada e fique de pé. O pé de trás deve ficar bem próximo ao copinho (onde a cordinha é amarrada), o da frente seguindo a linha do ombro. Lembre-se: nada no surfe é forçado, então, a sua base na prancha deve ser natural. Não se agache muito e nem fique duro igual a um "Robocop", relaxe. A base na parte de trás da prancha serve para facilitar as manobras e dar direcionamento ao longboard.

Escolha um dia com ondas menores e mais cheias,

conheça os seus limites. Antes de entrar no mar, observe-as. Geralmente, elas quebram mais para um lado, esquerda ou direita. Em situação de mar pequeno, você tem três maneiras de furar a onda. Logo na entrada, vêm àquelas espuminhas. Essas,

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nós passamos com mais facilidade e velocidade. Reme e passe por cima levantando um pouco o peito (segure nas bordas e levante o peito).

Se a espuma for um pouquinho maior, você pode sentar no long, levantar o bico e, no momento em que a espuma passar embaixo da prancha, você deita nela impulsionando o corpo para frente.

A maneira mais comum é segurar na borda (perto do bico) e virar com a prancha ¨de cabeça para baixo¨.

O bico deve estar apontado em direção a onda. Ganhe

velocidade e faça o rolamento completo ou tartaruga, onde você ficará embaixo da sua prancha e ela com as quilhas para cima; a onda passará por cima de vocês, depois você volta a posição de remada novamente. Quanto maior a onda, mais próximo ao bico você deve segurar. Tudo isso, pode ser treinado num dia sem ondas. Saiba que, existem outras maneiras de furar uma onda, mas por enquanto, estas podem lhe servir.

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Observar a maneira que a onda quebra é muito importante. Saiba o lado que ela está quebrando. Nunca dê as costas para a onda. Mesmo na remada, você tem que estar olhando para a parede da onda, assim, você vai saber se ela vai fechar ou abrir, e ainda, o momento de ficar de pé. Antes de pegar a onda, verifique se não há pessoas na sua frente, e não entre na onda de outras pessoas, pode ser perigoso. Na remada, você já posiciona a prancha para o lado que a onda estiver abrindo, mas sutilmente. Mas para sua segurança, nunca esqueça de apertar bem a cordinha ou "Leash"! Comece na beirinha, na espuminha mesmo, água pela cintura; não fique constrangido, ninguém nasceu sabendo!

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Depois, que ir se acostumando a ficar de pé na beira; você

vai mais lá fora e vai sentindo a velocidade das ondas maiores, tente ficar de pé antes dela quebrar aí é só dropar. Sempre olhe a parte crítica da onda e se concentre naquilo que você quer fazer nela.

Page 147: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Espero que essas dicas ajudem você que deseja começar a

praticar o surf, mas lembre-se que nada melhor que procurar uma das diversas escolinhas de surf espalhadas por todo Brasil, que possuem instrutores qualificados para lhe dar a devida atenção e informações que você possa precisar. Agora, se você estiver realmente empolgado, procure assistir surfistas mais experientes, isso fará com que você evolua mais rapidamente.

Suas primeiras ondas

Você agora está pronto para começar suas primeiras ondas. Chegar ao fundo (outside) é a grande tensão do iniciante mas também a primeira conquista. Existem algumas táticas para facilitar a chegada ao fundo, é necessário que o praticante saiba nadar.

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Aproveitar-se para passar por baixo da onda é a maneira mais eficaz de varar a arrebentação.

Não se desespere, na hora em que aquele pico armar na sua frente.Um movimento simples que requer apenas treinamento, pode salvar sua pele.

Segure firme na borda da prancha, afunde o bico dela e, com o seu pé ou joelho na rabeta empurre em direção baixo/frente.

Use o peso do corpo para mergulhar junto com a prancha o máximo que conseguir, enquanto a onda passa por cima de você.

Continue submerso até que a onda passe por cima de você, caso contrário o repuxo da crista pode trazê-lo de volta (o que no começo é normal). É importante que você dê o joelhinho no tempo certo.

Afundando muito antes você voltará à superfície antes de atravessa-lá por inteiro. Afundando muito próximo da onda a espuma vai pegá-lo ainda no meio do caminho e você será arrastado.

Se o mar estiver "grande" ou casca grossa esqueça tudo isso e abandone a prancha, mergulhe lá no fundo, mas certifique que a sua cordinha é boa para não quebrar e você perder a prancha.

Remadas

Um dos fatores mais importantes para surfar bem é

aprender a remar corretamente numa prancha. Uma remada eficiente faz com que o surfista apanhe muitas ondas, enquanto uma remada frágil faz com que o surfista desperdice muito tempo e energia e não apanhe ondas. Em baixo estão algumas dicas para melhorares o teu surf através de um bom desempenho na remada.

Page 149: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Os iniciados têm freqüentemente dificuldades em remar devido à deficiente posição do corpo deitado em cima da prancha. Se estiveres demasiado posicionado atrás na prancha o ―nose‖ desta levantará e terás dificuldade em ter velocidade e isto vai atrasar-te. Se estiveres demasiado à frente o ―nose‖ irá embicar na água e cairás. Lembra-te que a tua prancha estará num correto equilíbrio e controlada quando o ―nose‖ está a 5 ou 6 centímetros fora de água. Quanto mais na horizontal estiver a prancha em contacto com a água, melhor esta deslizará.

Tenta sentir-te confortável na prancha, centra-te nela e olha atentamente para o ―nose‖ quando começas a remar. Rema com um braço de cada vez. Estica o braço para fora e dedos esticados e juntos e coloca a mão dentro de água suavemente. Traz o braço para baixo através da água, tendo a certeza que completaste a remada no final. Mantém os olhos focados no ―nose‖ da prancha para ter a certeza que a prancha está direita na água e que tu estás direcionado para a praia. Isto irá ajudar-te a apanhar o ângulo correto da onda.

Quando estás a remar da praia para as ondas, dispende o tempo que necessitares e não tenhas pressa. Depende das condições de surf mas a primeira remada da praia para as ondas poderá ser difícil e ficarás cansado rapidamente. Poderás ter que remar bastante durante algum tempo, por isso vai com calma, não gastes todas as energias. A dificuldade em remar da praia para as ondas tem a ver com as condições do surf que se apresentam e de como te relacionas com essas mesmas condições, e não tanto a ver com a rapidez com que tu consegues remar.

Quando tentas apanhar a espuma de uma onda ou se avançaste para o ―outside‖ e queres apanhar uma onda sem estar quebrada, em ambos os casos deves remar rapidamente para apanhá-la. As últimas oito ou nove remadas devem ser

Page 150: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

realizadas com o máximo de força e com um movimento correto. Através da remada deves dar velocidade à prancha enquanto a onda vem por detrás. Deverás permanecer perpendicular à onda

Remar para fora

Quando a altura das ondas está um metro ou mais, será um problema para chegar ao ―outside‖, a não ser que estejas a surfar num spot com um bom canal (zona onde não há rebentação). O sucesso não tem a ver com a rapidez da tua remada mas sim com a maneira como conheces a praia e a onda onde te encontras (correntes etc) e com a maneira como ultrapassas as espumas das ondas.

Quando estamos a remar para fora devemos considerar as espumas das ondas o nosso inimigo. Sempre que possível tu deverás passar por cima da espuma ou mergulhar por baixo. O problema é que uma vez que és iniciado com certeza que estás a surfar com uma prancha grande, e pranchas grandes não mergulham facilmente debaixo das ondas.

Quando te deparares com uma espuma vai direito a ela o mais perpendicular possível, pois se a onda te bate na parte lateral do corpo e da prancha poderá perturbar-te e recuarás ainda mais. Caminha o mais possível pelo mar adentro, saltando por cima das ondas e agarrando com força a prancha para esta não te fugir das mãos. Quando estiveres com a água pelo peito espera por um período calmo. Quando te aperceberes que não vêm ondas deita-te na prancha e começa a remar para fora.

Quando uma pequena onda de espuma vem ao teu encontro, agarra os rails da prancha e estica os braços. Tenta que a tua cabeça e ombros fiquem acima da espuma. Deste modo a espuma passa entre a prancha e o teu peito. Este método funciona perfeitamente até as ondas ficarem maiores.

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As ondas grandes são bem mais poderosas e toda essa força está na espuma da onda, por isso terás de passar por baixo para evitá-la. Antes de a onda chegar ti deves virar a prancha ao contrário e ficar debaixo da desta. Agarra os rails com força, mantém a prancha junto à parte superior do corpo/tronco e espera até que a onda passe por ti. Quando a onda passar, volta à posição de remada e continua até chegares ao ―outside‖.

Se achares que as ondas são mais poderosas do que julgavas e não tens controlo na prancha, então não deverás continuar. Fica no inside e trabalha as tuas capacidades para ficares mais experiente.

Apanhar Ondas

A espuma da onda é onde os iniciados começam a sua iniciação ao surf. Deverás dispender tempo suficiente na espuma para aprenderes a colocar-te de pé na prancha e posicionares-te idealmente nela. As espumas empurram a prancha e isto permite aos iniciados o tempo necessário para se colocarem de pé.

Mais tarde, depois descobrires como te colocar de pé na espuma, podes remar mais para o ―outside‖ e experimentar o ―take-off‖ em ondas que ainda não quebraram. A onda verde é de longe mais desafiante devido à sua inclinação. Só deves tentar a onda verde depois de teres tido sucesso nas espumas.

Quando apanhas espumas tenta ser seletivo. Tu queres uma onda que tenha força suficiente para te levar a uma boa distância. Escolhe ondas que te pareçam organizadas e que se movimentem ordenadas em direção à praia.

Quando caminhas para fora segura a prancha perto do nose com a maior parte da prancha atrás de ti. Tenta sempre segurar a prancha apontada para a frente, perpendicular à onda,.

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Do mesmo modo quando apanhas a onda deverás ter a prancha sempre perpendicular a esta. Evita que a tua prancha fique na posição lateral em relação à onda/ espuma, pois esta poderá atirar a prancha para cima de ti. Caminha para o ―outside‖ com a água até à cintura e verifica se tens tempo suficiente para virar a prancha. Se sim, levanta a tua prancha segurando-a no meio usando as duas mãos e aponta direito à praia.

As três coisas que são importantes para apanhar as espumas são: a prancha e a espuma devem estar perpendiculares uma em relação à outra. O corpo deve estar centrado na prancha. A prancha deverá ter velocidade em direção à praia quando a espuma te apanha. Assim à medida que a onda se aproxima de ti, coloca a prancha em direção à praia e quando a onda está a cerca de 5 metros de ti, salta para a prancha e começa a remar. À medida que começas a remar a tua prancha deve estar perpendicular em relação à espuma e direita. Se a prancha estiver de lado em relação à espuma, o impacto desta faz com que percas o controle e provavelmente caias. Deverás também manter o teu corpo centrado corretamente. Se quando a onda te alcança estiveres demasiado para a frente na prancha, irás embicar. Se estiveres demasiado para trás terás mais dificuldade em apanhar a onda.

Precisarás de 7 ou 8 remadas para ganhar velocidade suficiente para apanhar a onda. À medida que a espuma se aproxima de ti e te chega aos pés, pára de remar e agarra com força os ―rails‖ da prancha ao nível do peito. Quando a onda te alcança, agarra a prancha com força. Irás então sentir a onda a agarrar-te e impulsionar-te para a frente. Agora é quando deves levantar-te, posicionando- te no meio da prancha.

Sincronização e coordenação de movimentos em relação à onda são cruciais e a tua taxa de sucesso aumenta à medida que a tua sincronização e coordenação melhoram. Normalmente os iniciados demoram cerca de três a cinco dias para aprender o

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―take-off‖ e a descobrir o equilíbrio na prancha nas espumas, antes de estarem preparados para remar para fora e surfar as ondas no verde, ou seja, sem estarem quebradas.

Quando a altura das ondas está um metro ou mais, será um problema para chegar ao ―outside‖, a não ser que estejas a surfar num spot com um bom canal (zona onde não há rebentação). O sucesso não tem a ver com a rapidez da tua remada mas sim com a maneira como conheces a praia e a onda onde te encontras (correntes etc) e com a maneira como ultrapassas as espumas das ondas.

Quando estamos a remar para fora devemos considerar as espumas das ondas o nosso inimigo. Sempre que possível tu deverás passar por cima da espuma ou mergulhar por baixo. O problema é que uma vez que és iniciado com certeza que estás a surfar com uma prancha grande, e pranchas grandes não mergulham facilmente debaixo das ondas.

Quando te deparares com uma espuma vai direito a ela o mais perpendicular possível, pois se a onda te bate na parte lateral do corpo e da prancha poderá perturbar-te e recuarás ainda mais.

Caminha o mais possível pelo mar adentro, saltando por cima das ondas e agarrando com força a prancha para esta não te fugir das mãos. Quando estiveres com a água pelo peito espera por um período calmo. Quando te aperceberes que não vêm ondas deita-te na prancha e começa a remar para fora. Quando uma pequena onda de espuma vem ao teu encontro, agarra os rails da prancha e estica os braços. Tenta que a tua cabeça e ombros fiquem acima da espuma. Deste modo a espuma passa entre a prancha e o teu peito. Este método funciona perfeitamente até as ondas ficarem maiores.

As ondas grandes são bem mais poderosas e toda essa força está na espuma da onda, por isso terás de passar por baixo para evitá-la. Antes de a onda chegar ti deves virar a

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prancha ao contrário e ficar debaixo da desta. Agarra os rails com força, mantém a prancha junto à parte superior do corpo/tronco e espera até que a onda passe por ti.

Quando a onda passar, volta à posição de remada e continua até chegares ao ―outside‖.

Se achares que as ondas são mais poderosas do que julgavas e não tens controlo na prancha, então não deverás continuar. Fica no inside e trabalha as tuas capacidades para ficares mais experiente.

Furar Onda

Quando se compra a primeira prancha, ou pega uma

prancha emprestada de alguém para começar a surfar a primeira coisa de que pensa é: Será que eu vou conseguir ficar em pé na prancha? E se atira no mar. Pouco tempo depois sai da água sem nem ter conseguido entrar, botando os bofes pra fora morto de cansado sem falar na vergonha de nem ter conseguido entrar.

Bom, para começar as condições mínimas para entrar no mar são: saber nadar (é não vai querer se afogar? Né? Ou vai?) e ter uma condição física razoável (para quando entrar ter o mínimo de energia para pegar a onda, pelo menos uma);

Reme em direção da onda o mais reto possível (não ta querendo que ela te derrube?);

Quando chegar a um metro, um metro e meio no máximo dois metros segure a prancha nas bordas e empurre o máximo possível para o fundo, o mais fundo possível, detalhe coloque o joelho ou os pés na prancha, para que ela afunde por inteiro (é porque se tu só afundar o bico da prancha vai ficar com o bundão para cima e a onda vai te derrubar do mesmo jeito), o legal é dar uma treinada em um local sem ondas

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primeiro, o bico pode ficar um pouco para cima, mas só um pouco, se não a onda te derruba;

Outro detalhe muito importante, observe bem onde a onda esta quebrando para que quando chegar próximo dela saiba se tem que remar um pouco mais rápido ou mesmo ter que dar uma parada (não vai querer que ela quebre em cima de ti? Ou vai? De certeza que tu não vai conseguir segurar a tua prancha quando ela quebra nas tuas costas, ou pior, na tua cabeça);

Continuando, se a onda quebrar de pois de tu ter afundado, beleza é só seguir em frente lépido e faceiro, mas se ela quebrar na tua frete, afunde do mesmo jeito (é a melhor escolha pode acreditar), vai sentir uma turbulência (dependendo do tamanho da onda uma grande turbulência), mas agüente firme e procure manter a prancha nivelada;

Quando sentir que a onda passou é hora de voltar para cima (é não vai querer ficar lá em baixo), para isso, levante o bico da prancha um pouco, uns 45 graus, e já vá encostando o peito na prancha pra voltar a remar.

E só, acho fácil? Então vá pra água e teste se vai funcionar, se não funcionar volte aqui e me diz o que deu errado.

Ah! Esta maneira de furar a onda serve também para o bodyboard com a diferença de que só vai poder utilizar o joelho para afundar a prancha e não o pé e quando estiver lá no fundo já pode começar a usar as nadadeiras para sair mais à frente.

Regras do surf

Álcool: Surfar depois de ter bebido não é boa idéia. Deixe

a bebida para o final do dia, para depois da surfada e aí pode celebrar e contar a toda a gente as ondas fantásticas que apanhou.

Page 156: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Cuidado: Tenha cuidado com os outros surfistas e

banhistas, faça atenção às condições de surf e onde está a surfar.

Zona de Conforto: Deve surfar ondas em que se sente

confortável. Não perca a cabeça! Fitness: Tenha a certeza que está em condições físicas para

surfar. É importante que consiga nadar até a costa no caso de perder a prancha depois de uma sessão de 3 metros de swell.

Diversão: Surfar é divertido, pense nisso quando estiver lá fora nas ondas!

Pegar ou largar: Saiba quando deve agarrar na sua prancha

ou quando deve livrar-se dela. Para passar a rebentação nunca deve largar a prancha. Atingirá o line up mais depressa. Há menos probabilidade de se magoar se nunca largar a prancha, mesmo se for apanhado pela rebentação.

Prioridade: Certifique-se que não está a apanhar uma onda

onde está alguém com prioridade. Lembre-se que quem está mais perto do pico da onda tem prioridade. Se vir alguém já na onda, então ela já tem ―dono‖, deve esperar pela próxima.

Prática: Se quer melhorar a sua técnica é importante que

vá surfar o mais possível. Ninguém consegue evoluir em casa a ver T.V.

Respeito: Respeite os locais se está de visita à praia.

Lembre-se que é um convidado e que as ondas devem ser partilhadas.

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Correnteza: Tenha cuidado com as correntezas. Pode não conseguir ir para terra se apanhar um. Por isso é bom que o saiba reconhecer e não entre em pânico, deve remar para fora da correnteza e não contra, até conseguir sair de lá.

Protetor solar: Use sempre um bom protetor solar à prova

de água. Vai saber a sua importância se estiver a surfar durante algumas horas sem ele. E quando vai surfar sem fato, deve usar uma lycra para sua proteção.

Companhia: Deve ir surfar com pelo menos uma pessoa,

não só porque será muito mais divertido se estiver acompanhado e a partilhar ondas, como no caso de necessidade tem alguém para o ajudar.

Condições de surf: Certifique-se que vai entrar num sítio

seguro. Se vai surfar num sítio que não conhece é bom aconselhar-se com um local. Estude o lugar onde vai surfar enquanto faz o aquecimento, por exemplo.

Aquecimento: Faça sempre um aquecimento e

alongamentos, mesmo que rápidos. Vão reduzir o riscos de lesões musculares e câimbras enquanto estiver a surfar. Também é um tempo que serve para checar os agueiros ou o melhor spot para apanhar a onda.

Outras Regras

- Respeite o Sol. Evitar o sol das 11:90 as 16:00 hs - Não entre na água logo após fazer uma refeição. Espere pelo menos 3 horas antes de entrar na água. - Procure entrar na água sempre próximo ao posto de salva-vidas.

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- Evite banhos noturnos, são perigosos e muitas vezes fatais. - Não mergulhe de cabeça em locais que você não tenha certeza da segurança. - Com as crianças, atenção redobrada. - Se cair em uma corrente de retorno, nade paralelo a praia e saia do mar. - Muito cuidado ao tentar salvar alguém. Existem técnicas adequadas para isso, e uma pessoa inabilitada para o salvamento pode acabar se afogando também. - Evite nadar em águas profundas ou com muita correnteza. - Evite entradas bruscas na água após longa exposição ao sol. O risco de choque térmico e desmaio são grandes e podem ser fatais. - Evite nadar longe da costa. Ao nadar para muito longe as pessoas podem ficar cansadas e ficar sem forças para voltar, correndo assim o risco do músculo prender ou ainda ter uma hipotermia, colocando em risco a vida. - O ditado é antigo, se você não sabe nadar, não entre no mar. Mesmo com o auxílio de bóias, pranchas, etc. - As placas e bandeiras de advertência indicam locais perigosos no mar. Evite nadar nesses locais. - Mantenha-se afastado dos costões e das pedras: além do risco de escorregar ou ser derrubado pelas ondas, nesses locais as correntes sempre são mais fortes. - Crianças e adolescente devem ser alertados sobre os riscos das águas, antes de começar o passeio. - Nas praias onde tem ataques de tubarão, atenção triplicada e siga todas as regras e instruções para não virar comida de tubarão. Em caso de ataque, ligue para o corpo de bombeiros ou chame um salva-vidas. Se possível, leve-a até o hospital. - Não hesite em pedir socorro quando estiver em perigo. - Nunca tome banhos sozinhos em praias desertas. - Evite tomar banho nas áreas freqüentadas pelos surfistas.

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- Não corte a frente dos outros surfistas (a famosa rabeada). - Reme em direção a onda, e não em direção ao surfista. - Evite os acidentes com outros surfistas ou banhistas. - Sempre proteja a cabeça sempre que rodar com a prancha. - Se vai surfar algum pico mais isolado, sempre deixe avisado para onde você foi. - Respeite a regra básica do surf: 1 surfista por onda. - Não largue a prancha quando for dar um joelhinho.

As regras de prioridade Apesar de o surf ser um desporto livre existem regras de

prioridade na água por forma a evitar os acidentes e respeitar as ondas de cada um. A regra mais importante é a de saber-viver e da cortesia.

Regra n°1

Não pratique surf na zona de banhos situada entre as

bandeiras. Regra n°2

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O surfista em verde mais no pico (o que se encontra mais perto da quebra da onda) tem prioridade sobre o surfista em vermelho durante toda a duração da onda.

Regra n°3

Numa onda que rebenta na esquerda e na direita para o

exterior. Os dois surfistas têm prioridade. Comunique aos outros surfistas que vai apanhar uma onda (indique qual o lado de onde vai partir).

Regra n°4

Numa onda que rebenta na esquerda e na direita para o

interior. Nenhum dos 2 surfistas tem prioridade, saia da onda o mais rapidamente possível antes da colisão.

Conselho: Se acabou de perder uma oportunidade sem se ter dado

conta, então saia da onda o mais rapidamente possível. Encontrará facilmente estas regras de prioridades nos painéis de acesso à praia ou nas escolas de surf.

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Mais regras e recapitulando

Compartilhar as ondas pode ser tarefa mais complexa do que parece. Para garantir a segurança e harmonia entre surfistas, é fundamental saber dividir o espaço e respeitar algumas regras básicas. Saber de quem é a prioridade e como agir quando há outros surfistas no pico são requisitos fundamentais para evitar colisões e atritos.

Para o diretor do Instituto Brasileiro de Surf (Ibrasurf), Alexandre Zeni, como há um crescimento no número de surfistas no mar, saber esperar a onda e respeitar os outros é essencial.

— Como o surfe é praticado em um ambiente aberto, democrático e livre, que é o mar, é fundamental que as pessoas respeitem algumas regras básicas para tornar a prática melhor para todos.

Frederico Leite, presidente da Federação Catarinense de Surf (Fecasurf), acrescenta que os surfistas devem priorizar a educação e o bom senso, acima de tudo.

O surfista Guga Arruda, que começou a praticar o esporte ainda criança na praia de Canasvieiras, no Norte da Ilha de Santa Catarina, ressalta alguns itens importantes:

— O retorno para o fundo do mar deve ser feito pelo canal, onde a onda é mais fraca, ou por trás, onde fica a espuma, nunca pelo caminho da onda para não atrapalhar quem está surfando — avalia.

Embora as regras sejam válidas para surfistas locais e visitantes, quem está em uma praia desconhecida deve ter alguns cuidados extras, mas nada que educação e respeito não resolvam na maioria dos casos. Guga é um exemplo disso.

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O surfista de Florianópolis já esteve em 11 temporadas no Havaí, famoso pelo localismo, prática na qual nativos impõem resistência aos visitantes. Ele conta que em uma ocasião chegou em Teahupoo, no Taiti, lugar com uma das melhores ondas do mundo, e os nativos estavam na água. O surfista então remou até um deles, para cumprimentar e perguntar se poderia surfar com eles.

— Peguei as melhores ondas da minha vida e iniciei boas amizades. Quem viaja sabe que em todos os lugares do mundo tem localismo, e a preferência é sempre dos locais, ainda assim a pessoa de fora pode conquistar o seu espaço no line up com respeito e educação — garante.

Arruda acredita que em Santa Catarina os surfistas estão começando a se acostumar com a quantidade de gente na água e seguindo as regras básicas de educação, a harmonia é possível. Para o diretor do Ibrasurf, todas pessoas querem pegar ondas em outras praias e serem bem-recebidas. Para isso, quando for a um local pela primeira vez, seja simpático: o ideal é esperar, sem remar direto para o pico, e na hora que entrar no mar, cumprimente as pessoas que estão na água.

Respeito no surf

No mar, algumas vezes perdermos a referência de quem somos de verdade. Uma disputa de onda pode nos tornar seres estranhos até a nós mesmos. Em outras, enquanto remamos para o outside de cabeça feita com a última onda, vemos dois ou três quase se debatendo para descer a onda da série. Quando nos colocamos de fora podemos ter essa visão mais ampla. Com um pouco de consciência podemos nos colocar no lugar de quem observamos.

Respeito e paciência são grandes virtudes. No mar muitas vezes estamos envoltos por dezenas de pessoas que como nós

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aguardam a série entrar. Somos Um e ao mesmo tempo temos que ser o Todo se quisermos estar em equilíbrio e sinergia com o mar, assim sempre estaremos bem posicionados e não haverá necessidade de disputar na remada uma onda. Essa busca pela sutileza nessa intensidade que é o surf, pode ser comparado com o tão almejado caminho do meio para os budistas.

Esse discernimento não pode ser visto em todos, mesmo porque, entre uma série e outra, podemos observar que muitos estão se adaptando ainda a esse universo do surf, e não tem a noção de posicionamento e mesmo respeito com as ―normas‖ estabelecidas pela maioria. E sim, os que sabem e conhecem devem ajudar e auxiliar para que possamos manter um clima leve e de respeito no mar.

Todos que surfam amam o mar e tem muito respeito pela natureza. Abrir mão de uma disputa de onda em respeito ao próximo e ao seu melhor posicionamento deixa claro a intenção de manter o outside um lugar mais calmo e de alegria, afinal é o que todos que estão ali buscam, aproveitar o mar e a natureza em paz, esperando que os demais estejam na mesma vibração.

Para muitos, lidar com essa situação não é fácil. O localismo muitas vezes fala mais alto. Mas o respeito, creio eu, seja um sentimento muito maior que o fato de alguém se sentir melhor e dono de algo que não pertence a ninguém e ao mesmo tempo, pertence a todo mundo. Temos que deixar de lado o sentimento de posse e ter coragem de aceitar que no surf e em todas as áreas em que estamos atuando somos todos iguais.

Ser um agente ativo nesse discernimento entre as escolhas que

fazemos no Surf, pelo simples fato de querer ver bem o próximo, e ter coragem de agir nessa direção, é o respeito que esperamos encontrar no mar. É o mais puro sentimento de amor ao universo do surf. Que o respeito e o surf prevaleçam!

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Surfista normal, haole circunstancial

A dura realidade é que em algum momento da sua vida de

surfista você se tornará um haole. Simplesmente porque é impossível se envolver com o surf e não sair por aí em busca da onda perfeita.

Nessa estrada sem fim, um dia você vai chegar naquela praia de ondas maravilhosas pela primeira vez. Ao remar para o pico você não estará apenas realizando seus sonhos. Você também estará se transformando num haole.

Não esquente a cabeça nem sinta-se ofendido. Esse problema tem solução. Ser haole não é ser obrigatoriamente mané. O surfista que conhece suas habilidades e limitações e sabe se comportar com respeito na água pode surfar muitos picos diferentes por aí afora sem ser importunado.

Infelizmente muitos haoles não conhecem os princípios éticos e morais da vida em comunidade e do surf no crowd. Para piorar a situação nos mares do mundo, muitos locais

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também ignoram ou deliberadamente fingem ignorar essas regras de boa convivência.

O cara que se acha local, grita com todo mundo e ameaça quem não é da área não é melhor do que o surfista que chega num pico onde não conhece ninguém e rema em todas as ondas da série. São ambos bobocas.

Haole é palavra de origem havaiana que significa homem branco. No Brasil, chamar alguém de haole é feio. Esse emprego da expressão é relativamente recente por aqui. Coisa dos anos 80. Antes dessa época não havia surfistas que pudessem se dizer locais na maioria dos picos nacionais hoje dominados pelo crowd.

Lembro bem, parece que foi ontem, do tempo em que não havia no Rio de Janeiro sequer um surfista que pudesse se dizer local da Prainha, hoje uma das ondas mais famosas e cobiçadas do Brasil.

Você não é do Rio e quer surfar na Prainha? Você tem esse direito. Você tem direito de surfar qualquer onda do mundo. Mas se você se comportar mal tenha a certeza que os muitos locais da Prainha vão fazer esse seu direito se evaporar completamente. Essa é a sina dos haole-manés.

Depois de rodar muito por aí, posso afirmar que só conheço uma maneira de chegar bem num pico novo: respeitando os locais. Eles são parte da realidade e não adianta desejar que eles não existissem. Pense que esses caras devotam seus dias àquela onda, sabem mais sobre ela do que qualquer recém-chegado. É justo que tenham algum tipo de prerrogativa no mar. Se você chegou agora, vá com calma.

Não quero defender que nós, haoles circunstanciais, devamos nos comportar como freiras. Seria ingenuidade minha. Há situações extremas no surf que exigem atitude de batalha. Nenhuma freira surfista pegaria uma onda da série num dia bom em, por exemplo, Pipeline. Pegar uma onda boa, da série,

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em Pipeline, requer muita malícia e talvez um pouco de maldade.

Se todos temos nossos dias de haole, só nos resta utilizar a inteligência e o bom senso para diminuir os dissabores dessa situação delicada. Com habilidade, paciência, perseverança e, acima de tudo, respeito, talvez você nunca venha a ser considerado um haole-mané. Já é um bom começo para um surf saudável e feliz. Etiqueta do Surf: dez regras básicas para o bom convívio

no mar

Saber como se comportar no mar é uma questão de boa

conduta, de bom senso e, principalmente, respeito. É a melhor maneira de evitar os maldizeres, xingamentos, broncas, gritos ou até mesmo, nos casos mais sem noção, de ganhar aquele belo pontapé ao sair do mar.

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Com a crescente popularidade do esporte, está cada vez maior o número de pessoas na água e infelizmente as boas maneiras no surf muitas vezes acabam esquecidas – ou talvez nem conhecidas – e, assim, pegar onda pode se tornar mais perigoso e estressante do que deveria ser.

Escrevemos uma pequena lista de dez "regras" de etiqueta, porém de enorme importância, à serem memorizadas por novatos e relembradas pelos já veteranos no mar.

Regra 1: O "direito" à onda A pessoa que está mais próxima do pico/peak (onde

quebra) tem a preferência na onda. Você está remando para a direita e o surfista a sua

esquerda também, se a onda quebra mais próximo da outra pessoa, a onda é dela. Caso a onda quebre entre vocês, os dois podem pegá-la em direções opostas.

Vários surfistas experientes andam quebrando essa regra, o que é uma falta de respeito com todos os outros companheiros no mar que estão esperando corretamente sua vez de dropar.

Uma exceção para esta primeira regra é no caso da existência de um "lineup" – uma fila – algo muito comum em point breaks. Nesse caso, independente do posicionamento, o surfista "da vez" tem a preferência da onda.

Regra 2: Don’t Drop In / Não entre na onda do coleguinha

Se alguém esta entrando/pegando a onda, nem pense em

ter a cara-de-pau de tentar entrar nela também. Pode haver uma colisão, ou, entre uma manobra e outra, você pode sair ferido.

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Olhe para os dois lados antes de dropar, igual ao que se faz antes de atravessar a rua, e não rabeie ninguém que já estiver na onda. Se você dropar na frente de alguém sem querer e perceber, saia da onda.

Regra 3: The Paddling Rules / Na hora de remar

No caminho de volta, depois de pegar uma onda, não

reme em direção ao centro do lineup (onde as pessoas estão surfando). A não ser que queria ser vaiado ou atropelado, reme pelo canal onde as ondas não estão quebrando - por fora das ondas, não através do meio delas.

Quando estiver remando para fora (com a intenção de sair da água), não fique na frente de alguém que esteja pegando a onda a menos que vocês estejam muito distantes. Você deve ir depois da pessoa que dropou. Você vai apreciar isso na próxima vez que você mesmo estiver pegando uma onda.

O surfista na onda tem prioridade. Se você se encontrar remando em oposição a uma onda com um surfista na sua direção, reme sempre em direção à espuma, se afastando da face limpa da onda, para a qual o surfista se dirige. Não tente atravessar a rota dele! Isto pode significar que você terá de lutar contra a espuma, mas é melhor do que ser atingido por um surfista em alta velocidade. Fique sempre atento ao que está acontecendo ao seu redor.

Se você não é experiente, evite sair remando para fora no meio de um lineup lotado.

Regra 4: Não abandone sua prancha!

Se você se deparar com uma onda na arrebentação, não

largue a prancha e mergulhe sozinho. Dê um "joelhinho" ou "tartaruga", e na pior das hipóteses, agarre sua bóia.

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Isso é importante, especialmente quando o mar estiver lotado, sempre tente manter controle e contato com a sua prancha. Elas são grandes e pesadas, se você deixá-la sair voando por aí, ela vai, eventualmente, acertar alguém.

Regra 5: Don’t Snake / Não seja um devorador de onda

Ou seja, não fique se reposicionando para ter o ―direito à

onda‖ sobre o surfista vizinho. Sendo um local ou não, mesmo que você consiga pegar

todas as ondas e dar um show, espere sua vez. "Snakes" são extremamente irritantes – além de fazer com que os outros surfistas não tenham mais respeito por você. Isso também se aplica muito aos longboarders, kayakers, e stand up paddlers.

Regra 6: Conheça seus limites

Conheça seus limites e não entre em condições de mar

fortes demais para você. Observar o mar durante alguns minutos antes de entrar é uma prática muito saudável e pode evitar vários problemas. Sem idéias "suicidas" com fim de impressionar as mulheres.

Surfistas iniciantes devem ficar no inside (mais próximo da praia), até saberem que já tem a habilidade suficiente para surfar no outside.

Regra 7: Tente conhecer um pouco a natureza

Ao surfar, você vai lidar com elementos da natureza cuja

interferência sobre o mar é total: a direção do vento, a formação de ondas, valas, correntezas, direção de ondulação, os animais entre outros. É fundamental que o surfista tenha conhecimento desses conceitos. Pode evitar que muita coisa dê

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errado, e até proporcionar o conhecimento para saber onde estão as melhores ondas!

Regra 8: Give respect to gain respect / Respeito gera respeito Respeite os outros, para ser respeitado. Siga essa simples

"etiqueta" e seja educado com os desconhecidos ao seu redor. Eles lhe retribuirão a gentileza.

Os moradores que vivem em áreas residenciais perto da praia também merecem o seu respeito. Quando ainda estiver em terra, não dirija de forma imprudente. Evite a famosa "farofa" na praia, isso é: som alto na areia, brigas, lixo, falta de educação, e coisas do tipo – todos nós conhecemos bem.

Regra 9: Cuide bem da praia!

Não a suje, simples assim. Coloque o seu lixo no lixo e, se

puder, o que encontrar largado pela areia e mar – mesmo que não seja seu. Em caso de ausência de lixeiras na praia, leve-o com você, tenha bom senso e educação.

Regra 10: If you mess up / Se você quebrar alguma das regras

Ninguém realmente declama no surf as regras de etiqueta,

mas se você falhar e dropar ou atrapalhar acidentalmente a onda de alguém, uma desculpa rápida é apreciada – e ajuda a reduzir a tensão nos lineups. Você não tem que rastejar aos pés de ninguém... bem, a menos que você tenha feito algo realmente horrível. Honestamente, avacalhar a onda de alguém e simplesmente ignorar o ocorrido, é ridículo e pura falta de educação.

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PRANCHAS

Sem que vire uma explicação muito técnica vamos passar

algumas noções teóricas sobre o início da vida de surfista e quais pranchas devemos escolher para começar a surfar e desmistificar algumas coisas que já viraram lugar comum entre os surfistas. Têm-se como verdade absoluta que quanto maior a prancha mais fácil de se aprender a ficar em pé. Tudo bem que seja assim até ficarmos em pé e descermos reto na espuma, o que pode até acontecer no primeiro dia, pois isso depende muito de cada um. Não existe critério de tempo para se ficar em pé. Depende da formação do mar onde você está aprendendo, se ela facilita ou dificulta a aprendizagem, se está

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só ou acompanhado de um professor, e como foi dito antes depende também da prancha que se está usando. Ficando em pé, vamos querer botar no corte (surfar na parede da onda), mexer a prancha, fazer algum movimento, e é nessa hora que descobrimos que a prancha que compramos só serve mesmo para ir reto na espuma.

Se estamos usando a prancha de uma escolinha, tudo bem, pois temos a possibilidade de ir trocando, testando alguns modelos disponíveis até nos identificarmos com alguma. É importante que você converse com o professor à respeito disso e de qualquer outra dificuldade que tenha, mesmo até algum avanço próprio seu, pois muitas vezes o professor não consegue ver tudo de todos os alunos. Quando estiver com dificuldade, fale, mas quando tiver alguma melhora, fale também para que ele fique atento e trabalhe em cima dessa melhora. Vou dar um exemplo: imagine que você se deu bem com um funboard, já na sua quarta aula, depois de ter usado o long com certa dificuldade nas três primeiras, sendo que o fun foi parar na sua mão por um critério simples de distribuição de pranchas antes de começar o treino dentro d'água. O professor precisa saber que você se deu melhor com o funboard para que, enquanto você está aprendendo os fundamentos do surf, ele mantenha essa prancha contigo até você se firmar um pouco mais. O que quero dizer é que se houver uma troca de pranchas muito constante no início, o aluno vai demorar mais a aprender, pois ele terá que se adaptar a um tipo diferente de prancha à cada aula, atrasando seu aprendizado básico.

É importante dizer que um surfista tem que ter experiência com vários tipos de pranchas para ser completo, porém nunca no início. Mesmo não querendo, os surfistas já sofrem com as constantes variações do mar, sendo necessário uma adaptação todo dia às condições que se apresentam, pois mesmo se estando no mesmo local do dia anterior dificilmente

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a formação das ondas será a mesma. Na maioria de nosso litoral, principalmente onde há uma areia muito fina, o fundo onde quebram as ondas sofre constante modificação alterando assim o modo que as ondas se formam e quebram em direção à praia. Então, se ficarmos trocando de equipamento toda hora, isso vai atrapalhar muito no início.

Recomendamos para aqueles que querem começar a surfar que procurem uma escola de surf legalizada. O surf tem um aspecto problemático que é o seguinte: como é um esporte relativamente novo e até pouco tempo não existia sequer alguma didática de estudo, algo que se pudesse pegar pelo menos para ler à respeito, muitas pessoas que são apenas surfistas, que sabem como pegar ondas de todos os tipos, se propõem a passar todo tipo de informação e ―ensinamentos‖ possíveis aos que têm menos ou nenhuma experiência. Desde a prancha ideal e até como fabricá-la e, agora com o boom das escolas de surf, também a ensinar a surfar.

Já uma escola legalizada deve ter pessoas que fizeram cursos de instrutor e profissionais de educação física que gerem programas de desenvolvimento físico específicos para o surf. Trabalhos com a musculatura envolvida no esporte, trabalhos cardiorrespiratórios, alongamentos para uma maior flexibilidade, e até como ajudar outra pessoa em dificuldade a sair do mar; esse para alunos com um pouco mais de experiência. Procure pessoas que estejam envolvidas no dia a dia com essas tarefas e não aquelas que, por oportunidade de fazer um dinheiro extra, se apresentam como ―instrutores de surf‖. Economizar nessa hora pode ser um verdadeiro desastre para sua saúde, pois quem não é legalizado normalmente cobra mais barato, já que não tem uma estrutura montada e por isso vai ter um custo muito menor na hora de exercer a atividade. Sendo despreparado para algum contratempo ou até mesmo algum acidente, será a sua integridade física que estará em jogo.

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Por isso não vale a pena economizar. Tome a coisa como séria e você estará mais protegido sempre.

Os conselhos de educação física estão se mobilizando para tornar cada vez mais profissionais os envolvidos com o esporte e assim fazendo que a segurança aumente e o aprendizado melhore cada vez mais.

Voltando à prancha ideal: com relação à escola de surf você terá a opção de testar alguns modelos e, à partir da identificação com alguns deles, converse com o professor para que ele mantenha esses equipamentos ao seu alcance nos seus horários de aula. À medida que você desenvolva mais confiança, aí poderá testar outros sem que isso atrapalhe seu início.

Se você tem condições de ir à praia por conta própria e quer adquirir seu próprio equipamento para desenvolver mais rápido, a dica é a seguinte: depois de já ter identificado o modelo que te facilita, procure algum fabricante conhecido ou uma loja que tenha alguém com experiência em pranchas que possa te ajudar na compra. Nas lojas, em sua maioria, não encontramos quem entenda de pranchas, mas já existem aquelas que contratam pelo menos um vendedor que seja surfista há algum tempo e tenha uma noção. Infelizmente com o esquema de ―vez‖, onde cada vendedor tem a sua vez de atender o cliente, e a pressão de bater cotas de venda, nem sempre se é atendido pela pessoa ideal, principalmente no quesito pranchas de surf.

Não estamos aqui condenando os métodos dos lojistas, e me perdoem os que são nossos amigos, mas às vezes nos perguntamos aqui se as pranchas não seriam vendidas com mais facilidade se houvesse uma pessoa na loja que tivesse um maior entendimento sobre o assunto e fosse acionada toda vez que um cliente procurasse pela prancha, já que todo mundo sabe

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hoje em dia, leigo ou não, que a prancha é individual. O que serve para um, não serve para o outro.

Sabemos que já existe esse tipo de profissional em algumas lojas e também que esse assunto é uma questão de custos, pois manter alguém só para isso, dependendo de sua estrutura, talvez não seja muito fácil. Então vamos desmistificar, e dar algumas sugestões de como trabalhar o produto prancha de surf dentro de uma loja, querendo com isso não só informar as pessoas que estão iniciando no esporte e também àqueles que têm pretensão de começar um trabalho comercial nessa área.

Medidas

O tamanho da prancha está diretamente ligado à altura do surfista e ao tamanho de onda a ser surfada.

ALTURA PESO PRANCHA

1,30 35 kg 5’6"

1,35 40 kg 5’7"

1,40 45 kg 5’8"

1,45 50 kg 5’9"

1,50 55 kg 5’10"

1,55 60 kg 5’11"

1,60 65 kg 6’0"

1,65 70 kg 6’1"

1,70 75 kg 6’2"

1,75 80 kg 6’3"

1,80 85 kg 6’4"

1,85 90 kg 6’5"

1,90 95 kg 6’6"

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Tabela Peso x Flutuação

PESO FLUTUAÇÃO

60 Kg 2, 0/0 "

65 Kg 2, 1/8 "

70 Kg 2, 1/4 "

75 Kg 2, 3/8 "

80 Kg 2, 1/2 "

Conversões

1 pé = 30,48 cm 1 polegada = 2,54 cm

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Tamanho das Pranchas

PÉS 5’5" 5’6" 5’7" 5’8" 5’9" 5’10" 5’11"

METROS 1,652 1,677 1,702 1,727 1,753 1,778 1,804

PÉS 6’0" 6’1" 6’2" 6’3" 6’4" 6’5" 6’6"

METROS 1,829 1,855 1,88 1,905 1,931 1,956 1,982

PÉS 6’7" 6’8" 6’9" 6’10" 6’11"

METROS 2,007 2,032 2,058 2,083 2,108

PÉS 7’0" 7’1" 7’2" 7’3" 7’4" 7’5" 7’6"

METROS 2,134 2,159 2,185 2,21 2,235 2,261 2,286

PÉS 7’7" 7’8" 7’9" 7’10" 7’11"

METROS 2,312 2,337 2,363 2,388 2,414

PÉS 8’0" 8’1" 8’2" 8’3" 8’4" 8’5"

METROS 2,439 2,464 2,489 2,515 2,541 2,566

PÉS 9’0" 9’1" 9’2" 9’3" 9’4" 9’5" 9’6"

METROS 2,743 2,768 2,793 2,818 2,843 2,868 2,893

PÉS 9’7" 9’8" 9’9"

METROS 2,918 2,943 2,968

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Tipos de pranchas

Pranchão Progressivo Tamanhos: 9'0'' a 9'8'’

Esse modelo foi desenvolvido para

longboarders que gostam de atacar mais as ondas fazendo manobras radicais mas também sem abrir mão do surfe clássico. Pranchão Clássico Tamanhos: 9'0'' a 10'0'’

Esse modelo possui menos curva de rocker, mais largura e bordas 50/50%. Ideal para o surf clássico e manobras como ―hangten‖ e ―hangfive‖. Mini Pranchão Tamanhos: 8'4'' a 8'9'’

Este modelo possui as mesmas

características do longboard, porém em proporções menores possibilitando assim maior agilidade.

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Funboard Tamanhos: 7'0'' a 7'8'’

Excelente opção para aqueles que não

estão a fim de disputar muito na remada com o crowd.

Um pouco mais maleável que os pranchões, modelo muito versátil, excelente para se divertir com ótimo desempenho e manobrabilidade, é também uma opção para quem está disposto a aprender a surfar.

Híbrida/Surfácil Tamanhos: 6'6'' a 7'6'’

Prancha com um design mais largo e arredondado em sua composição, proporcionando facilidade na remada e boa manobrabilidade. Ótima para surfistas grandes e pessoas que querem bom desempenho nas ondas após certo tempo longe do esporte ou ainda àqueles que estão iniciando, por ser um modelo que propicia maior controle e estabilidade.

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Tow-in Tamanhos: 5'8’' a 6'2’’

A prancha para tow-in possui um shape atualizado e testado nas condições mais extremas; e com sua dupla laminação reforçada garante durabilidade e força quando necessário. Possui regulagens de alça para goofy e regular footers.

Ondas Grandes Tamanhos: 6'11'' a 7'6'’

São normalmente as pranchas que mais

impressionam. As linhas longas mexem com os sonhos de todo surfista que gosta das grandes e fortes ondulações. São pranchas estáveis, feitas para curvas fortes, grandes velocidades e precisão.

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Ondas Médias Tamanhos: 6'6'' a 6'10'’

É o design mais recomendado como segunda prancha do quiver de quem está disposto a não deixar passar nenhum swell médio ou grande sem um bom surf. São também pranchas seguras, mas possibilitam manobras fortes. Modelo desenvolvido para dias de ondas de maior pressão e tamanho, outline segue as linhas do modelo ―Ondas Pequenas‖ mas em proporções maiores.

Ondas Pequenas Tamanhos: 5'10'' a 6'5'’

Praticamente 80% das pranchas

fabricadas no mundo são deste design, por ser super versátil em quase todas as condições de ondas pequenas e médias. Tem como características ser leve e própria para manobras radicais no crítico da onda.

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Merrequeira Tamanhos: 5'10'' a 6'2'’

A merrequeira é normalmente usada para manobras radicais em condições de ondas muito pequenas. É por isso que esta prancha confere design mais largo de bico, meio e rabeta, com um pouco mais de espessura. Ajuda muito nos dias fracos, a superar o crowd.

Popozuda Tamanhos: 5'10'' a 6'0'’

Idealizada para condições de ondas muito pequenas e cheias, a popozuda tem dimensões de largura e flutuação que proporcionam uma remada rápida, confere ótima remada e entrada de onda, excelente para iniciantes. Com pouca curva de rocker, a Popozuda é uma prancha veloz que cria possibilidade de diversão em qualquer marola.

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Biquilha Retrô Tamanhos: 5'10'' a 6'2'’

É uma prancha essencialmente

desenvolvida com linhas retro anos 70, com inovações de curvas e fundos, é pura diversão e excelente modelo para compor o quiver. Biquilhas são pranchas com características de surfe diferente, pois é uma prancha que facilita muito a troca de borda, bem fácil de manobrar e bastante divertida principalmente em ondas pequenas.

Infantil Tamanhos: 5'2'' a 5'9'’

Estes modelos foram desenvolvidos

com um estilo short board e mini longboard para crianças que estão em fase de iniciação no surf. Estas pranchas têm características de boa flutuação e estabilidade, mantendo seus extremos arredondados para evitar acidentes.

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Rabetas

Round Pin

Tem como objetivo manter a prancha

com uma curva firme e segura, ideal para ondas grandes e fortes.

RoundRound

Ideal para pranchas pequenas e

médias. Excelente opção para manobras mais redondas.

Squash

Ideal para quem gosta de velocidade e

manobras fortes e longas. É a mais popular e que melhor se adapta ao surf hot dog, pois funciona em todos os tipos de prancha, sendo que sofre

adaptações de acordo com o tamanho e da onda a ser surfada. Diamond

Tem basicamente o mesmo

funcionamento de uma rabeta Squash: velocidade associada a manobras fortes e longas e surf hot dog.

Page 186: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Também sofre adaptações de acordo com o tamanho do surfista e da onda a ser surfada.

Swallow

Proporciona manobras com uma linha quebrada e funciona em todos os tipos de prancha. Passa por algumas adaptações de acordo com o tamanho e a onda a ser surfada.

SwallowFish

Outra rabeta que torna a linha de

surf mais quebrada e radical. Também funciona em todos os tipos de prancha.

RoundSwallow

Tem características muito parecidas

com a Swallow e SwallowFish, sendo muito difícil distingui-las na água. Proporciona manobras com uma linha um pouco mais quebrada.

Mesmas características das duas: funciona em todos os tipos de prancha passando somente por algumas adaptações de acordo com o tamanho e a onda a ser surfada.

Page 187: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Round Squash

Com as características para um surfe de velocidade associado a manobras fortes e longas, a Round Squash é a mais popular entre os diversos modelos de rabeta e assim como a Squash e a Diamond a que

melhor se adapta ao surfe de ondas pequenas e médias. Funciona em todos os tipos de prancha passando somente por algumas adaptações de acordo com o tamanho e a onda a ser surfada.

Fundos

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Canaleta 2 AV

As Canaletas 2 AV, assim como a "Flecha Dupla" são utilizadas no meio da prancha e possui em características semelhantes, proporcionam maior velocidade e projeção, sem perder a manobrabilidade.

Canaletas Turbo

As canaletas turbo (2, 4 ou 6)

são utilizadas no final da rabeta. Auxiliam na retomada da velocidade no final das manobras, deixando a prancha mais firme e direcional.

Page 189: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Concave

Bem aplicado em pranchas estreitas para ondas rápidas, deixa a prancha mais direcional, proporcionando velocidade extra. Muda muito de característica dependendo aonde é aplicado: no fundo inteiro (fullconcave), só no meio (concave) ou só na rabeta (tailconcave).

Duplo Concave

Dois pequenos côncavos, um de cada lado da longarina (paralelos), iniciando no meio do shape e alongando-se até o final da rabeta. Pode ser combinado com todos os tipos de fundo. Deixa a rabeta um pouco mais solta.

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Flat O fundo por inteiro, de borda

a borda, é reto. Este tipo de fundo é o mais básico e o que menos interfere na performance da

prancha, adaptando-se facilmente a qualquer tipo de prancha.

Flecha Dupla

A Flecha Dupla, assim como as "Canaletas 2 AV" são utilizadas no meio da prancha e possuem características semelhantes, proporcionam maior velocidade e projeção, sem perder a manobrabilidade.

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Flecha Dupla Concave A "Flecha Dupla Concave" assim

como a "Flecha Dupla Mista" é utilizada no meio da prancha, proporcionam maior velocidade e projeção, deixando a prancha mais estável, no entanto, são soltas durante as manobras devido aos concaves.

Flecha Dupla Mista

A "Flecha Dupla Mista" assim como a "Flecha Dupla Concave" é utilizada no meio da prancha, proporcionam maior velocidade e projeção, deixando a prancha mais estável, no entanto, são soltas durante as manobras devido aos concaves.

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FullConcave Bem aplicado em pranchas

estreitas para ondas rápidas, deixa a prancha mais direcional, proporcionando velocidade extra. Muda muito de característica dependendo aonde é aplicado: no fundo inteiro (fullconcave), só no meio (concave) ou só na rabeta (tailconcave).

Vee

Normalmente usado entre as

quilhas, auxilia na troca das bordas rapidamente. Faz uma boa combinação com meios flats.

Page 193: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Bordas Volume de Bordas: Alta

As bordas em geral se dividem em três dimensões, baixa, média e alta. De acordo com a onda que será surfada, características da prancha e o gosto do surfista; será definida a

borda que se encaixa melhor a cada design. Média

As bordas em geral se dividem em três dimensões, baixa, média e alta. De acordo com a onda que será surfada, características da prancha e o gosto do surfista; será definida a

borda que se encaixa melhor a cada design. Baixa

As bordas em geral se dividem em três dimensões, baixa, média e alta. De acordo com a onda que será surfada, características da

prancha e o gosto do surfista; será definida a borda que se encaixa melhor a cada design.

Tipos de Bordas No Fundo: Dura

São bordas com um contorno inferior menos arredondado, quinado, possibilita mais velocidade em algumas ocasiões mas também

Page 194: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

deixam a prancha mais dura e de difícil controle em ondas mexidas.

Suave

São bordas com um contorno inferior

mais arredondado, macio, deixando a prancha mais solta nas curvas. As vezes pode

comprometer a velocidade e a tração da prancha nas paredes da onda.

50x50

É o perfil de borda mais utilizado em

Pranchões Clássicos, devido as grandes dimensões dessas pranchas esse tipo de borda

é fundamental para um bom controle.

Chanfrada

Esse tipo de borda de baixo é muito utilizado em Pranchões e FunBoards. Possibilita um ganho de velocidade e mantém

o controle nas áreas críticas da onda.

Edge É a quina que fica no ponto onde o

contorno da borda de baixo encontra o fundo da prancha. Pode ser utilizado em qualquer tipo de borda, dura ou suave, alta ou baixa.

Para uma boa velocidade é essencial utilizar no último um terço da prancha (área das quilhas).

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Quilhas Quilhas mais compridas: a prancha fica menos maleável e

com mais velocidade. Quilhas mais curtas: a prancha fica mais ágil e maleável e

com menos velocidade. Out line: Quilha com a ponta mais larga: prancha com

maior velocidade e menor maleabilidade. Quilha com a ponta mais fina: prancha com maior

maleabilidade e menor projeção. Foil: Quanto mais larga a quilha mais atrito terá com a

água e mais lenta a prancha ficará, a quilha deve ser fina e bem rígida.

De encaixe

A quilha de encaixe é bastante prática. As removíveis são

boas para quem costuma viajar bastante, pois as pranchas ficam melhor posicionadas dentro da capa de viagem.

Além disso a quilha de encaixe permite que você escolha o modelo que melhor se adapta ao tipo de onda e ao tipo de mar.

Para colocá-la: Certifique-se que os parafusos do suporte da quilha estejam folgados suficientemente para que a quilha seja encaixada. Encaixe as quilhas colocando a parte convexa para a parte de trás da prancha e gire o parafuso no sentido horário para que seja fixada no suporte.

Este parafuso irá prender a quilha no suporte. Tenha cuidado ao girá-lo para que não espane o parafuso.

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Colocando a quilha de encaixe A quilha de encaixe é bastante prática. Ela pode ser

retirada da prancha quando você for fazer uma SurfTrip (*viagem para surfar), por exemplo, e assim as pranchas ficam melhor posicionadas dentro da capa de viagem. Além disso a quilha de encaixe permite que você escolha o modelo que melhor se adapta ao tipo de onda e ao tipo de surf que deseja fazer

Passo 01) Certifique-se que os parafusos do suporte da

quilha estejam folgados suficientemente para que a quilha seja encaixada.

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Passo 02) Encaixe as quilhas colocando a parte convexa

para a parte de trás da prancha, conforme a figura acima e gire o parafuso no sentido horário para que a seja fixada no suporte. Este parafuso irá prender a quilha no suporte. Tenha cuidado ao girá-lo para que não seja luído. Repita este passo para todas as outras quilhas e certifique-se que não estejam folgadas.

Obs.: Caso você não retire a quilha freqüentemente, é necessário

verificar se a quilha está fixa adequadamente na prancha sem apresentar folgas toda vez que você for pegar umas ondas. Pois devido as forças de ação em que a quilha é submetida é natural que os parafusos folguem com o tempo. Podendo até chegar em um ponto em que a quilha caia da prancha.

Faça o mesmo para as outras quilhas sempre verificando

se elas não estão folgadas. Confira se os parafusos estão justos e

Page 198: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

se as quilhas não possuem folgas, pois a pressão da onda pode soltar os parafusos.

Saiba qual tamanho de quilha correto usar na prancha

As quilhas é um item de extrema importância que esta ligado diretamente na performance da prancha, pois é ela que irá dar maior velocidade ou projeção para a prancha, deixando mais solta quando se precisa ou mais segura em ondas mais potentes. Saiba como escolher corretamente suas quilhas:

Quilhas maiores: - Se você um surfista mais alto ou mais pesado escolha

quilhas maiores e com base maiores e mais em pé com pouca curva a quilha, irá deixar a prancha com mais segurança nas curvas e no drop deixando uma prancha bem estável.

- Pranchas com mais área de rabeta e mais curva o ideal

são quilhas com um pouco mais de área na base - Para deixar a prancha mais solta pode escolher uma

quilha mais rígida com pouco flex e com mais curva em seu designer

Page 199: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Quilhas menores: - Usado muito para surfistas mais leves e menores ou para

aqueles que querem deixar a prancha mais solta aquela prancha que parece estar mais dura na troca de borda

- Prancha com mais curva de fundo as quilhas tem que ter

menos área na base da quilha. - Pranchas com rabetas mais estreitas também o ideal é

usar quilhas menores. - Para que a prancha fica mais solta pode ser usado quilhas

mais flexíveis e um pouco mais em pé - Pranchas com maior flutuação, mais bordas e com

canaletas usar sempre quilhas menores também

Dicas para manuseio da prancha O melhor meio de se segurar e conduzir a prancha é botá-

la em baixo de um dos braços com ele esticado e a mão segurando a borda de baixo (a outra borda vai ficar + ou - perto de sua axila) com a parte de cima da prancha virada para fora e o bico para frente. Com isso as quilhas ficarão para dentro e para trás do seu corpo, evitando assim que você atinja algo ou alguém com as partes mais perigosas da prancha (o bico e as quilhas).

Nunca deixe a prancha em pé, a não ser que você esteja segurando. Também para guardá-la, não deixe nesta posição, a não ser que ninguém mais chegue perto dela, que esteja encostada pelo menos em um dos lados, de preferência num canto onde quase ninguém tenha acesso ou freqüente, nem para

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limpar o ambiente. Cachorros, empregadas domésticas e crianças pequenas sempre longe das pranchas. As empregadas e as crianças não sabem como manuseá-las e os cães adoram passar por cima e mordê-las. O ideal mesmo é só você mexer na sua prancha porém não deixe o lugar onde você guarda ela virar um chiqueiro. Ajude a pessoa que vai limpar retirando sua prancha antes e, após a limpeza, se responsabilize de colocá-la no lugar.

Não deixe em varandas pois elas estão sujeitas a ventos fortes e ao sol, que na hora que você for guardar pode não estar batendo mas com o passar do dia pode alcançá-la e vai fritá-la. E imagine chegar em casa e sua prancha ter ido dar um passeio por conta própria do alto de sua varanda até o térreo do teu prédio ou aterrizado na cabeça do teu vizinho. Nada bom!

Guarde-a longe de produtos químicos que não só podem danificá-la como também podem sobrar para você ao pegá-la para ir surfar. As garagens são muito escolhidas para isso portanto fique atento para que a prancha não esteja perto desses produtos que são muito guardados nesses locais.

Uma capa sempre será ótima opção de conservação porém os conselhos acima servem também para ela (a capa) pois você vai manuseá-la e portanto precisa estar limpa. Lave-a de vez em quando e você estará economizando. Do contrário o produto, por melhor que seja, não vai durar por muito tempo pois a água do mar, como se sabe, destrói tudo com sua alta salinidade e grande quantidade de micro-organismos que morrem ao serem retirados do seu meio, com vasta proliferação de fungos e bactérias. Existem dois tipos básicos de capa de prancha: a toalhinha, que como o próprio nome já diz, é de um tecido atoalhado (mais grossa = mais resistente, e a mais fina e portanto mais frágil, com menos duração) e a de plástico bolha por dentro e um tecido plástico metalizado por fora. Essa capa é mais resistente porém ela é muito vendida como refletiva (que

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impede a passagem dos raios solares) sendo que infelizmente a maioria não é. Mesmo assim ela é bem melhor que a outra pois seu conjunto de materiais dá mais proteção a sua prancha. Dependendo do tipo de prancha, as capas podem vir com plásticos bolha de 4 ou 6 mm. Normalmente para pranchinhas com 4mm e fun e long com 6mm se forem de boa marca. Nada impede de você se deparar com capas p/ long de 4mm com um plástico de fora de baixa qualidade, mas essas capas são fáceis de identificar por serem todas molengas. Portanto uma boa capa, seja para pranchas pequenas ou grandes, é de um material sólido, muitas vezes até um pouco pesado, material esse que você sente sua firmeza ao pegá-lo.

Essas capas com plástico bolha têm um fecho zíper para fechá-la que deve ser de plástico ou nylon, nunca de ferro, por questões óbvias de ferrugem, porém mesmo sendo de algum material que não enferruja tem-se que evitar que o fecho em toda sua extensão não fique sujo com a água do mar e muito menos com areia. Deve-se retirar qualquer sujeira da prancha e secá-la do excesso de água do mar antes de colocá-la na capa. Lembre-se que a capa serve para o transporte e a proteção de sua prancha e se você coloca sua prancha toda imunda dentro da capa, com o tempo dá-se o efeito contrário.

A sujeira misturada com a água do mar e mais a areia vão passar a causar danos à seu equipamento, perdendo-se assim sua função principal.

Devemos lavar as capas de vez em quando, tanto a toalhinha quanto a outra, e deixá-las secando à sombra, evitando o sol direto. Quanto à capa de plástico bolha deixe o zíper aberto para que ela seque por dentro evitando o aparecimento de mofo, mesmo que você não tenha lavado a capa. Ao chegar em casa depois do surf, deixe sempre um pouco do zíper aberto para que haja um mínimo de ventilação.

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Nunca deixe abafado, todo fechado e assim você não terá grandes problemas de limpeza com seu equipamento.

A capa de viagem, como o nome já diz, destina-se para aqueles que vão empreender uma ou mais viagens. Elas são feitas de lona de boa qualidade, plástico bolha e tecidos plásticos idem. E não poderia ser diferente porque ninguém quer chegar no lugar tão esperado depois de horas e horas de viagem e encontrar seu equipamento todo avariado sem a menor possibilidade de se ir surfar.

Não é difícil, em viagens mais longas, acontecer alguma coisa, algum teco ou até uma quilha quebrada, devido as pessoas que trabalham no setor de bagagens serem despreparadas para o serviço e colocarem tudo de qualquer maneira, sem critério nenhum. Portanto não vale a pena economizar com o equipamento. Tenha em mente que, quando for fazer uma viagem de surf, nela esta incluído o custo de seu equipamento chegar inteiro no seu destino. Quando estamos de viagem normalmente não temos muito tempo a perder, principalmente com reparos no equipamento, que costumam ser muito caros fora de casa e podem demorar para ficarem prontos. Lembre-se que somos considerados turistas longe de casa e nesses lugares conhecidos e visitados por suas ondas costumam ter os preços dos serviços bem salgados.

Conservando a prancha Sabemos que uma prancha não é um material barato,

imagine se não cuidarmos com todo carinho. Então aqui vão algumas dicas importantes para que possa cuidar melhor do seu valioso equipamento:

(1) Usar sempre uma capa para proteger sua prancha tanto

do sol como contra eventuais pancadas;

Page 203: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

(2) Não deixe nunca sua prancha exposta pôr muito tempo ao sol, pois além de amarelar mais rápido pode aparecer bolhas no glass;

(3) Em hipótese alguma deixar a prancha com capa escura ou clara dentro do carro todo fechado debaixo de um sol muito forte, pois poderá ter danos irreparáveis como regressão do bloco e bolhas;

(4) Depois de um dia de surf lavar sempre a prancha e o leash;

(5) Se usar parafina trocar quando estiver muito suja ou escurecida e quando for passar uma nova coloque sempre uma boa camada de parafina isto irá proteger o deck (parte de cima) da prancha contra amassões;

(6) Qualquer quebrado ou trinco, vedar imediatamente com silvertape (fita adesiva prateada) para que não infiltre água e levar o mais rápido possível em uma oficina especializada para fazer os reparos;

(7) Evite colocar uma prancha encima da outra se estiver com parafina, pois pode grudar no fundo e alterar o desempenho e fluidez nas ondas;

(8) Após um dia de surf, lave sua prancha o leash e tudo mais que possa ter usado no surf com água doce;

(9) Nunca deixe sua cordinha amarrada entre as quilhas da prancha, retire sempre no crepe do protetor de rabeta. Um protetor de rabeta (leash) sempre evita possíveis acidentes com sua prancha;

(10) Confira mais de uma vez se sua prancha está bem presa ao rack do carro, caso contrário algum "sortudo" pode achá-la em alguma estrada;

(11) Caso faça viagens de avião cole adesivos com a inscrição "frágil" para sua maior segurança;

(12) Preste atenção ao surfar para evitar choques e acidentes com os outros surfistas;

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(13) Nunca deixe para amanhã o remendo de hoje, conserte os quebrados da prancha o mais rápido possível.

Cuidando da prancha – Limpeza

A limpeza de uma prancha é fundamental para a sua conservação. A água do mar possui propriedades corrosivas em relação a prancha. Ao sair do mar, após pegar as ondas, lave a prancha com água doce para que o sal seja retirado da prancha. Evite guardar a prancha com sal, pois com um tempo este mesmo sal irá corroer a fibra de vidro, fazendo microfuros,

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abrindo assim uma porta de entrada de água para o poliuretano e conseqüentemente diminuindo a resistência e durabilidade do mesmo.

Dicas de como usar e conservar seu leash

Aqui vão algumas dicas importantes para que faça o uso

correto do Leash de sua prancha de surf, os cuidados que deve ter com esse acessório para durar por mais tempo e saber qual o tamanho e espessura ideal de leash para cada tipo de onda a ser surfada. 1- O leash de prancha não é um equipamento para segurança como muitos pensam ele é um acessório que foi desenvolvido para recuperar a prancha rápido quando houver uma queda na onda na hora do surf. 2 - O leash da prancha não substitui a capacidade de saber nadar é preciso que o surfista tenha noções básicas e conhecimento do mar e saiba nadar pois sua segurança e de sua responsabilidade na duvida não entre no mar para surfar. 3 - Caso sua prancha seja de quilhas fixas deixe mais arredondado os cantos vivos para evitar de cortar o leash quando estiver surfando e verifique constantemente se não há boqueiras. 4 - Não prenda suas pranchas com o leash no rack do carro isso poderá danificar a qualidade do produto. 5 - Não encostar o leash em nenhum tipo de solventes, gasolina ou afins isso irá comprometer ao extremo a uretano do leash.

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6 - Ao cair da prancha puxe somente o leash depois do tranco da onda. 7 - Lavar com água doce e detergente neutro seu leash e lubrificar as partes metálicas (giradores) com óleo de máquina deixando sempre em perfeitas condições de uso. 8 - Evitar deixar o leash enrolado por muito tempo na prancha pois ele acaba depois com o tempo se enrolando quando for surfar tendo que toda hora desenrolar na água. 9 - Para sua segurança evite usar leash velhos e detonados e procure sempre verificar e renovar seus leashes regularmente.

Tamanhos e especificações técnicas dos leashes de prancha

Leash 6' Comp Pro lite - Espessura 5'5 mm - Ideal para ondas pequenas de até 1 m Leash 6' Free Surf Pro lite - Espessura 7' mm - Ideal para ondas média de até 2 m Leash 8' Survivor Pro lite - Espessura 7' mm - Ideal Funboard e Gun em onda médias e pesadas 2 m Leash 9' Pro-long - Espessura 7' mm - Ideal Long, Funboard e Gun em onda médias e pesadas 2 m

Como colocar o leash na prancha?

O leash é um item fundamental de segurança. É uma

cordinha de poliuretano que serve para impedir que a prancha

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se distancie muito do surfista. Desta maneira quando o surfista não estiver sobre a prancha, o leash garante que a prancha estará próxima ao surfista. Quando maior ou mais fortes forem as ondas é deverá ser usado um leash com um diâmetro maior do leash para que resista a força das ondas e não venha a romper.

Passo 01) Passe a ponta desta cordinha conforme a figura

acima por dentro do copinho da prancha. (*Copinho = local para prender leash. Existem outros modelos e são chamados com nomes diferentes)

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Passo 02) Dê um nó conforme a figura acima. Estique a

cordinha segurando no nó para que o mesmo esteja bem firme. Obs.: Este tipo de nó é o mais adequado para ser utilizado nesta

situação, pois quanto maior for a força que for solicitado mais firme tenderá de ficar.

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Passo 03) Agora coloque o protetor de rabeta para que o

leash não machuque as bordas da prancha.

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Passo 04) Finalmente prende-se o leash no tornozelo.

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Conserto da prancha Material Necessário: - Resina de Poliéster Cristal - Catalisador, para acelerar a secagem da resina -Monômero de estireno para diluir a resina se estiver engrossando - Parafina em pó - Lixa Ferro nº 100 - Lixa d'água nº 320 e nº 500 - Fita crepe - Recortes de Manta (tecido) - Recipiente para misturar a resina - Palito para misturar -(ideal picolé) - Pedaço de pano para limpeza - Solvente Preparando a resina: - Prepare a resina em um recipiente com, 25 ml de resina e 5 gotas de catalisador, misture até o catalisador sumir. - Seja rápido, pois a resina endurecerá em 15 minutos, e você pode ter desperdício de material. - Coloque um pouco de resina no lugar a ser remendado, aplique o tecido e em seguida bote mais resina até o tecido desaparecer. - Deixe secar, quanto mais tempo mais resistente o conserto fica. Começando o conserto:

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- Limpe bem a área a ser trabalhada, seca, sem areia e livre cola de fita tape. - Lixe bem com a lixa ferro grossa arranhando bastante sobre e em volta da área a ser consertada. - Em volta da área do conserto cole fita crepe para não escorrer resina e delimitar a área. - Recorte o tecido dois dedos a mais de cada lado do reparo. - Se o conserto for buraco no fundo, faça uma papa de tecido desfiado com resina para completar a área que será remendada. Acabamento final - Lixe agora com a nº 320 até a resina recém aplicada no conserto, ficar nivelada com a prancha. - Dissolva uma colher de sopa de parafina em pó em 100ml de monômero. - Dê o banho final com a mistura, deixe secar e lixe com a lixa d'água fina - nº 500 até deixar o acabamento perfeito.

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DICAS PARA O SURF Algumas dicas para facilitar sua vida na hora de ir surfar: Chaves: Você carrega a chave do carro com você para o

mar? Primeiramente, cuidado, pois ela pode te machucar e você pode perdê-la. Tente deixá-la em algum quiosque de confiança na praia. Agora, se você leva a chave com você, uma dica para que ela não enferruje é lambuzá-la com um pouco de saliva antes de colocá-la no contato.

Cordinha do leash: É possível que você já tenha

esquecido, ou até mesmo perdido a cordinha que amarra o leash no copinho. Por isso, sempre tenha mais do que uma em mãos. Não tente utilizar um pedaço do cadarço do seu tênis pois esse tipo de cadarço se solta depois de alguns minutos de surf.

O truque da sacola plástica: O inverno tem suas

vantagens (altas ondas) e desvantagens (roupa de borracha). Um truque para ajudar a colocar a roupa de borracha é colocar uma sacola de plástico no pé para que a roupa deslize muito mais fácil. A roupa vai entrar fácil.

Lava-pés: Sempre leve uma garrafa com água no carro

para lavar seus pés e não sujar todo o interior do carro. Parafina que não quer sair: A parafina foi feita para

grudar. Por isso acaba grudando até onde você não quer. Como nos seus shorts, bermudas e roupas de borracha. E essa parafina não sai na máquina de lavar. Tente colocar uma folha de jornal por cima da parte com parafina e passe um ferro sobre esta parte. Não deixa o ferro por muito tempo. Só o

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suficiente para que a parafina passe para o jornal.

8 dicas para proteger seu carro enquanto você vai surfar 1. Estacionamentos Procure deixar seu carro em estacionamentos, Quinze,

vinte ou vinte cinco Reais, pode parecer caro, mas é infinitamente menos do que o prejuízo que um arrombador de carros pode lhe causar.

Mesmo parando em estacionamentos, veja as dicas que daremos a seguir, pois já se viu alguns roubos ocorridos em estacionamentos e o pior, as vezes causado por gatunos surfistas que ficam de olho onde você esconde sua chave.

2. Parando na rua Se sua opção for deixar na rua mesmo, procure parar em

locais que não proporcione pontos cegos, neles o ladrão trabalha sem ser visto.

Outra dica é parar em frente ao comercio local ou guaritas, pode ser na frente de uma banca de jornal, lanchonete, guaritas de condomínio, etc.

Fazer amizade com estas pessoas é um bom negócio. Muitas vezes os arrombadores ficam inibidos de atuar na frente desses locais.

3. Chamando atenção pro seu carro Pode parecer besteira, mas os gatunos procuram carros

que estejam recheados de coisas, um carro de uma família normal, provavelmente estará vazio, pois desceram tudo pra praia, levaram carteira e celular, o seu não!

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Provavelmente tem muita coisa boa lá dentro: quilhas,

chave de quilhas, mochila, carteira, celular, rack de fita, bermuda, toalha, um verdadeiro banquete.

Como o gatuno identifica que é um carro de surfista, provavelmente por adesivos de surfe, nem todos os carros tem rack, muitos levam dentro ou tem rack de fita, então não abuse de adesivos de surfe no seu carro, pelo bem do seu equipamento e patrimônio, não coloque nenhum adesivo.

4.Guardadores Guardador de carro, aquela praga que te força a contratar

um serviço que você não quer, afinal a rua é pública.

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Em alguns casos melhor pagar o que o mesmo pede, mesmo que com uma boa pechinchada, esse pode ser o alvará pra não ter o seu carro zuado ou até mesmo arrombado. Pague pra não ter problema. Ruim com eles, pior sem eles.

5. Chegue trocado Normalmente quem não foi pra um bate e volta e tem

casa numa praia vizinha já chega trocado, esse carro chamará menos a atenção do gatuno, que vai preferir um carro recheado de celulares, carteiras, capas de prancha, mochilas e outras coisas.

Por isso se você foi pro bate e volta ou esta com o carro cheio de coisas, pare em algum lugar antes e se troque, tire a prancha da capa, acondicione tudo no porta malas, assim quando você chegar no pico descerá do carro, trancará e água.

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Tenha uma certeza, o gatuno já estará a espreita escolhendo suas vítimas.

6. Despistando o Gatuno O ladrão procura sempre arrombar o carro que ele tem

―certeza‖ que está recheado de coisas, por isso para ele não imaginar que seu porta luvas está lotado de carteiras e celulares, uma dica é deixar ele vazio e aberto.

Outra coisa que chama muita atenção é deixar o banco de

trás lotado de capas, mochilas e toalhas, isso é uma tentação pro larápio.

Se planeje e deixe tudo guardado no porta mala. 7. Leve a chave com você Se não tiver um local seguro pra deixar suas chaves, tipo

namorada, amigo que não pega onda ou um comerciante amigo, sempre a melhor opção é levar a chave com você pra água.

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Existem alguns recursos que facilitam isso:

1. Elástico no bolso da bermuda, feito pra prender sua chave.

2. Bolso no leash, alguns modelos tem um pequeno bolso com velcro pra guardar a chave, normalmente só cabe se for pequena.

3. Bolso e elástico no Wetsuit, a maioria dos modelos possuem uma dessas duas alternativas.

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Uma dica importante é caso sua chave seja eletrônica, levar a chave reserva, normalmente ela é do modelo simples. Alguns modelos de chave eletrônica podem ser desmontados, nesse caso você entra com ela no mar sem problemas.

8. Escondendo a chave do carro Não esconda a sua chave em locais óbvios, o local mais

manjado pros gatunos é na roda, ali naquele espacinho da mola… Procure sempre ter em seu carro sacolas de mercado, elas facilitam o serviço, ao embalar a sua chave, ela fica melhor pra esconder em parte do carro com mais profundidade e facilita na retirada.

Hoje em dia existem formas mais modernas de travar sua chave, um deles é o SurfLock, em formato de cadeado e com abertura por segredo, com ele você pode travar sua chave e prende-lo na parte interna da roda.

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Outro item é uma trava para colocação em engates, com o mesmo conceito do SurfLock ele é aberto por senha de combinação de números.

Escondendo a chave na praia, coloque em uma sacola plástica e enterre.

Tome três cuidados:

1. Certifique se que ninguém veja o local onde você está enterrando 2. Não esquecer o local onde enterrou, use um bom ponto de referencia. 3. Fique atento na variação da maré, enterre em local seguro.

Frio e Roupa de Borracha

Frio na água: nossas reações orgânicas, chamadas reações

bioquímicas, geram calor, principalmente nos órgãos mais importantes: cérebro, coração, fígado, pulmões e músculos. Para que esses órgãos ñ esquentem sem parar, o que tornaria o bom funcionamento, e portanto a vida, inviável, o sangue retira o calor em excesso desses órgãos através de uma circulação + profunda e se encaminha para a superfície através da circulação periférica (+ próxima da pele) onde em contato com o ar vai

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resfriá-lo e assim, num processo ininterrupto, manter a temperatura do corpo regulada e portanto estável.

Depois de um tempo dentro da água, que tem a capacidade de resfriar nosso corpo trinta vezes mais que o ar, esse mecanismo natural de controle de temperatura ñ é mais suficiente para manter o equilíbrio e sem conseguir compensar o rápido calor perdido nos órgãos internos começa a dar sinais de que algo ñ vai bem. O cérebro irá te avisar que está na hora de se aquecer. No primeiro momento você terá a própria sensação de frio, porém a medida que continuamos dentro d’água, ou por que o mar está bom ou porque queremos treinar mais e etc, o cérebro irá mandar que os músculos se mecham para gerarem calor. Os arrepios de frio e depois a tremedeira generalizada são sinais suficientes para que procuremos nos aquecer e provavelmente a melhor maneira é saindo da água. A tremedeira, que faz com que percamos parcial ou totalmente o sincronismo de nossos movimentos nos impede de continuarmos, no nosso caso, a surfar indefinidamente, o que é bom, pois se assim fosse, talvez surfássemos até prejudicarmos a saúde sem que percebêssemos o que estava acontecendo.

Portanto temos que ficar atentos aos sinais do nosso corpo. Por um mecanismo de sobrevivência ele vai estar sempre nos alertando de situações indesejáveis e até perigosas. Porém não é necessário desesperar. Como essas situações também variam de pessoa para pessoa, sendo uns mais friorentos que outros, temos algumas técnicas e a tecnologia a nosso favor para aumentarmos nossa resistência ao frio dentro d’água e aproveitarmos um pouco mais o surf.

Através de estudos científicos e experiências de pessoas aventureiras (alpinistas, mergulhadores, exploradores etc) sabe-se que o corpo tem a capacidade de se adaptar, dentro de certos limites, à condições adversas de alguns ambientes e seus climas mais radicais. Por exemplo: uma criança nascida numa família

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de gerações de pescadores têm em seus genes informações à respeito do sol do dia-a-dia vivenciado em longos períodos de pesca no mar, que lhe dão uma maior proteção e/ou resistência que outra pessoa que tenha esse contato com o sol ocasionalmente. Outra é uma pessoa que nasceu no Alasca e vive lá, por exemplo. Ela terá maior resistência ao frio não só por ser local mas também por conter em seus genes as tais informações naturais que vão permitir que ela viva melhor adaptada.

Portanto para aumentar nossa resistência ao frio e ficarmos mais tempo dentro d’água surfando aqui vai a dica: TOMAR BANHO FRIO! Vou explicar: não precisa ser sempre, toda vez que vai tomar banho. Mas é preciso que seja feito de vez em quando. Por ex, no dia anterior ao surf.

Se tem surf marcado para o dia seguinte procure tomar um banho frio num horário qualquer que seja bom para você sem atrapalhá-lo. Mas tem q ser frio mesmo. No início você vai achar horrível, vai ficar dando pulinhos dentro do box, molhando as mãos e depois os pés, horas para se molhar todo. Com a prática, aos poucos , o corpo vai se acostumando (adaptando) à essas temperaturas e vai ficando cada vez mais fácil tomar esses banhos.

Bom até p/ os dias de frente fria ou inverno pois não sentiremos tanto frio quanto antes. Outro macete é tomar uma ducha fria antes de ir surfar. Banho quente antes do surf, nunca. A ducha fria prepara seu corpo para uma eventual água mais fria que possa ocorrer dependendo da praia escolhida.

De acordo com esses estudos chega-se à conclusão que o que parece lógico, na realidade não é tanto assim quando se fala de corpo humano. Tome por ex, à noite na hora de dormir. Se estiver muito quente e você for tomar banho frio para se refrescar e deitar, esqueça, não vai funcionar. A não ser que você durma no ar condicionado. Aí é até recomendável que não

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se faça uso de banho quente pois você pode pegar um resfriado. Por que com o ar refrigerado você está resfriando o ambiente e seu corpo mais uma vez vai trocar temperatura com o meio através da pele. Temos que fazer o corpo entender que está mais quente ou mais frio que realmente está. Portanto lembre-se sempre de aumentar sua resistência seja em que clima for. Ex: com o frio do banho o corpo vai entender que a temperatura do lado de fora está fria e vai acionar um mecanismo que irá esquentar o corpo. Então quando você acabar de tomar o banho, seu corpo estará esquentando de dentro para fora e você vai sentir mais calor ainda. Mesmo desagradável, é assim que funciona. Sem nunca usar temperaturas extremas (tipo banho escaldante), faça um teste e veja se sua capacidade de resistência não melhorou. Para a prática de esportes náuticos a resistência ao frio é mais importante que ao calor.

Ao voltar para casa depois de qualquer atividade no mar recomendamos um banho quente (nunca pelando) para relaxar a musculatura. Relaxando você estará também ajustando sua temperatura corporal de costume (temperatura basal), e iniciando o processo de descanso. Descansar é fundamental. Nesse momento, é mais importante que um grande prato de comida. Procure se alimentar com leveza toda vez que estiver cansado, pois dispendemos muita energia na digestão. Não tem sentido gastar muita energia para repor energia. Quando a comida for pesada (tipo muita proteína e carboidratos) é só comer um pouco menos e ir descansar. O cansaço só cura com descanso, como a fome só se resolve comendo. Como em nossa sociedade temos muitos problemas por comermos errado e demais (+ demais que errado), recomendamos uma pequena diminuição na quantidade de comida. Ao terminar o descanso você poderá se concentrar, e curtir, uma refeição ao seu gosto. Isto serve para nosso dia-a-dia, não só para o esporte. Gostaria

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de deixar bem claro que não aconselhamos a ausência de comida em hipótese nenhuma. A percepção aqui é para um hábito + saudável, não para a supressão de alimentos tão essenciais à nossa saúde.

Voltando ao frio também temos várias opções de vestimentas de proteção. Os materiais mais usados são a lycra e o neoprene. Esses materiais nos protegem das águas geladas, em dias de calor,principalmente no verão, e de temperaturas frias trazidas normalmente pelas frentes vindas do sul do país, mais comuns no inverno. Repare que quando a frente fria chega, muitas vezes trazendo ondulações mais pesadas (mais fortes), a água fica quente. Há uma troca de forças (energia) entre o mar e a terra que gera um equilíbrio ambiental. Quando estiver muito calor a água do mar vai estar gelada, ou pelo menos, fria. Se estiver um tempo ruim, frio, bom para um casaco, a água vai estar quente. Porém nessas ocasiões usamos a roupa de neoprene, ou borracha como se fala mais comumente, por causa da temperatura fora da água que também estaremos expostos durante o surf.

Vamos usar os nomes lycra e neoprene para mais dicas que possam ajudar, porém essas roupas estão muito desenvolvidas hoje em dia juntando vários outros materiais diferentes com nomes às vezes complicados e que ficaria muito difícil escolher uma roupa adequada à cada um e suas necessidades através de todos esses nomes.

A lycra por si só tem pouca ou nenhuma utilidade para o frio ou a água gelada. Ela é mais eficaz quando usada para proteger dos raios solares, evitando aquelas desagradáveis queimaduras de sol. Ela serve também para que fiquemos protegidos do vento (ñ ventania), porém se o vento vier com frio a lycra não vai segurar. Porque o que faz uma roupa melhor ou pior para o frio é a capacidade do material empregado na sua fabricação de reter o calor que sai do nosso corpo gerado pelas

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reações orgânicas conforme vimos antes. Sem que esse material diminua muito drasticamente nossos movimentos (nos deixem ―presos‖), é sua capacidade de manter o calor do nosso próprio corpo o mais próximo da pele sem que haja muita dispersão é que vai determinar sua eficácia. Por essa razão é que as roupas de surf têm que estar coladas ao corpo sem que nos apertem (incomodem) e/ou nos tirem maleabilidade (flexibilidade). Quando estão grandes (frouxas), além de não cumprirem sua função de aquecimento também irão atrapalhá-lo nos movimentos normais que o surf exige. Sua agilidade estará comprometida e você ainda vai sentir frio.

Fique atento para um detalhe: a maioria das roupas amolecem dentro d’água, dando uma pequena alargadinha, porém não muito. Se, ao experimentar uma roupa nova, ela ficar justa, lembre-se que ela vai ceder um pouco quando estiver molhada dando talvez a possibilidade de ficar ideal na hora do surf. Mas isso não serve nunca para ―apertos‖. Se a roupa estiver apertada, mesmo que apenas em uma parte (tipo nos braços), opte por experimentar mais algumas peças porque quando a roupa estiver apertada ela vai machucá-lo (tipo assaduras) também, além de limitar seus movimentos.

Nesses casos a melhor opção é ficar com a roupa que mais confortável ficou no corpo e deixar mais frouxa (também pouca coisa) a parte que não está cem por cento. Ou até não comprá-la e ver se em outro lugar você encontra. É muito ruim quando gastamos dinheiro com algo que não usamos. Poderia ter servido bem à outra pessoa e não teríamos gasto aquele dinheiro à toa.

Muitas vezes temos que vender primeiro a roupa para aí sim comprar a correta, e às vezes isso demora. Enquanto isso ficamos sentindo frio.

Portanto tenha paciência ao escolher sua roupa para proteção do frio. A roupa de borracha é um dos acessórios

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mais comuns no surfe, mas existem outros itens úteis para você praticar com mais prazer e conforto

Marcas famosas de roupas de borracha e outros acessórios incluem Quiksilver, O'Neill, Billabong, Jetpilot, Rip Curl, BodyGlove, Roxy e Hurley.

A roupa deve ter a espessura apropriada à temperatura da água. Uma roupa 3/2 tem espessura de 3 mm no peito e de 2 mm nos membros. Uma roupa 4/3 é recomendada para águas muito frias.

Quanto a espessura, no Brasil normalmente são usados neoprenes de 2, 3 ou 4 mm. Quando se diz que um wetsuit é 3/2, quer dizer que ele foi confeccionado com neoprenes de 3 e 2 mm. hoje no mercado wetsuits selados ou seja não possuem costuras, extremamente funcionais pois a quantidade de água absorvida é mínima.

Abaixo vamos descrever as roupas mais comuns que existem no mercado de surfwear:

- A neolycra tem partes de neoprene normalmente no

peito e costas e lycra nas mangas, gola e laterais (da axila à cintura). O neoprene é fino (0,5 ou 1mm), normalmente são apenas camisas, mangas curtas ou longas. É uma peça superior à lycra pura porém com pouco poder de aquecimento devido tanto às partes de lycra quanto à pouca espessura do neoprene. É melhor para vento do que para água gelada.

- Existe uma camisa de manga comprida muito boa para a

maioria dos dias de surf aqui na região sudeste que é toda de neoprene fino (no máximo 1,5mm de espessura) muito maleável e com um preço mais em conta. Apenas sua gola é de lycra. Resiste bem à temperatura e águas frias (ñ geladas) e se você quiser ter de reserva uma bermuda neolycra ou até toda de

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neoprene para botar debaixo da bermuda normal será uma ótima idéia para aumentar a proteção contra o frio.

- Shortjonh: manga curta e o manga longa são as opções preferidas entre os surfistas por atenderem bem ao quesito proteção ao frio. Repare que quando nos referimos à qualquer modelo ―short‖ ele irá até um pouco acima do joelho e ―long‖ sempre até um pouco acima dos pés.

Por terem um design anatômico seguindo os contornos do corpo e terem na sua matéria prima muita elasticidade, essas roupas de borracha permitem que o surfista fique bem aquecido e não perca sua mobilidade corporal podendo assim aproveitar ao máximo seu momento de surf.

Um shortjohn tem mangas e bainhas curtas. Tem a espessura de 2 mm de neoprene e é apropriado para águas mais quentes, como 20°C.

- Longjohn: se a temperatura da água é de 18°C, um

longjohn é necessário. Ele tem espessuras de 4/3 e 5/3. Para temperaturas abaixo de 15,5°C, você deve escolher uma longjohn 5/3. Quanto mais grosso, menos flexível ele será.

Dica: os acabamentos das mangas, dos shorts e das pernas dos longjonhs são menores em diâmetro que o resto da roupa para que não entre água nem a roupa fique subindo com os movimentos feitos ao surfar e se você tiver dificuldade para pô-la recomendamos a utilização de um saco plástico nas mãos ou nos pés, da seguinte maneira: envolva a mão ou o pé que vai entrar na roupa com o saco plástico e vista a roupa assim repetindo o movimento com a outra mão ou pé. Quando você estiver experimentando a roupa numa loja você pode pedir ao funcionário que te arrume o saco plástico, quando ele mesmo já não traz.

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Lembre-se sempre de lavar todo o equipamento quando chegar do surf, apenas com água doce, tipo de molho no tanque enquanto você toma seu banho e almoça. Logo depois você já pode tirar e deixar secar, de preferência ao ar livre, nunca usando pregadores pois eles vão marcar a roupa e com o tempo também danificá-las. Deixe-as soltas na corda de secar ou de preferência com um cabide anatômico sempre do lado avesso e à sombra. Não é bom deixar as roupas muito tempo de molho mesmo só em água doce pois elas ficam muito moles, o que atrapalha na hora de usar.

Com uso contínuo e intenso, o material da roupa de borracha cria um "reservatório" de oleosidade do corpo, parafina, e sujeira, e vale a pena lavá-los. Para isso você precisa de um balde com água quente misturada com uma pequena dose de detergente lava-louças. É possível encontrar em algumas surf-shops um fluído específico para lavar o wetsuit, mas o bom e velho detergente já é suficiente. Sabonete líquido (shower gel) também serve. Mexa em círculos, a água quente (não fervendo) e o detergente irão retirar a oleosidade e a parafina em alguns minutos. Retire a roupa do balde, troque por água fresca e enxágüe novamente até que o detergente saia completamente, antes de pendurá-lo para secar.

Existem também luvas e botas e até toucas de neoprene que é para condições extremas, o que não é muito nosso caso aqui no Brasil. Quanto às luvas e botas, elas tiram muito da sensibilidade dos pés e mãos e geralmente são evitadas pela maioria dos surfistas e a touca não é muito fácil de achar, sendo mais comum nas lojas do sul no do país onde costuma ser mais frio.

Por sermos um país de proporções continentais encontramos extremos em relação ao clima e também à água dessas regiões. Por exemplo, no nordeste temos temperaturas muito mais quentes pela sua proximidade com o meio do

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planeta terra (linha do equador), com a maioria das frentes frias que vêm do sul sequer chegando perto, se dissipando e perdendo força bem antes, lá pelo ES ou sul da Bahia, quando chegam a tanto. Pela localização nos trópicos, o nordeste do Brasil sofre menos variações climáticas e suas águas são mais quentes, portanto é comum os surfistas estarem só de bermudas com poucas vezes sendo necessário o uso de uma roupa de frio.

Já no sul do país é muito difícil um surfista não ter pelo menos uma roupa de neoprene. Simplesmente não dá para agüentar o frio que faz, até com uma certa freqüência, nessa região. Sua localização fica no caminho das frentes frias que, ao contrário do que muitos pensam, não se dá só no inverno e sim durante grande parte do ano.

Por ser inicialmente um esporte praticado por homens, essas roupas por muitos anos foram projetadas para os mesmos tendo as mulheres muitas dificuldades de acharem algo que se pudesse usar.

Porém esse é um problema superado, pois já se encontra no mercado um grande número de roupas de borracha feitas especialmente para elas, incluindo bermudas e maiôs, estes com e sem mangas. Essas roupas têm um design anatômico próprio do sexo feminino, feitos para acompanhar os movimentos das meninas, que sem dúvida são diferentes, carregados de suas características, como força muscular diferenciada, elasticidade e graça.

NÃO FAÇA:

- Não deixe sua roupa de borracha sem lavar com água doce por muito tempo; - Não abandone a roupa no porta-malas de seu carro por semanas como uma bola fedorenta e encharcada;

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- Não use sabão em pó para lavá-lo; - Não use a secadora de roupas; - Nunca deixe-o estendido no sol por mais de uma hora;

Aprenda a usar a Fita Rack

Vale lembrar que a fita rack colocada de mau jeito pode danificar a prancha, um pano ou pedaço de papelão na borda da prancha, ajuda a evitar esses incidentes.

Centralize o rack em cima do carro, quilhas para trás e fundo para cima, não coloque as pranchas muito na frente, aperte bem a fita ou extensor para não afrouxar, se for fita ponha para dentro da porta e de um nó, cheque de tempos em tempos as pranchas no mais dirija com cuidado e boa trip.

Nunca amarre as pranchas com pressa, mais que seis pranchas no rack oferecerão muita resistência ao vento, nunca coloque as pranchas com as quilhas para baixo pois a força do

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vento pode soltar a fita. Como Passar Parafina

Método 1 de 3: Getting Started

Passar parafina em uma prancha de surf é fundamental,

pois confere ao surfista controle e tração. Sem ela, o surfista pode escorregar da prancha com muito mais facilidade. Assim, aplicar a parafina corretamente pode fazer na hora de dropar uma onda e não tomar um caldo. Fazer isso é relativamente simples e sem grandes rodeios. Neste artigo você vai aprender a preparar uma base apropriada e passar o raspador.

1 - Escolha a parafina certa. Existem dois tipos de parafina de surf: a basecoat (de

base) e a topcoat (de temperatura). Você vai precisar de ambas, dependendo da temperatura da água em que pretende surfar. Aqui vão algumas breves instruções sobre como escolher a parafina para a temperatura adequada:

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Parafina tropical: se a temperatura da água onde você

está surfando for superior a 23ºC, a praia apresenta fileiras de palmeiras e você não precisa usar um traje especial, é provável que essa seja a parafina apropriada para a sua prancha.

Parafina de água quente: para águas com temperaturas entre 20 e 23ºC.

Parafina de água fria: se a temperatura da água em que você está surfando está entre 15,5 e 20ºC e você pode usar trajes sem mangas, o melhor talvez seja usar a parafina de água fria na sua prancha.

Parafina de água gelada: se a temperatura da água em que você está surfando está entre 10 e 15,5ºC e você não pode dispensar o traje completo para surfar, a sua parafina é mesmo a de temperatura gelada.

2 - Raspe resquícios de parafina da prancha. Se sua prancha for novinha, pule esta etapa. Caso ela não

seja nova ou tenha sobre ela uma camada de parafina velha, você deve removê-la para que a prancha esteja limpa e livre de quaisquer danos, sujeiras, areia e poeira.

Deixe a prancha exposta ao sol para amolecer a parafina

velha e facilitar sua remoção. Depois de mole, raspe e remova a parafina usada com a

parte lisa do pente de parafina ou com qualquer outro objeto plástico com uma superfície dura, como um cartão de crédito velho. Não use objetos metálicos: eles danificam prancha. Outra possibilidade, que pode facilitar sua vida, é um removedor de parafina, encontrado em qualquer loja de surf.

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3 - Limpe a prancha. Há diversas maneiras de fazer isso. A primeira delas é com

querosene seguida de álcool metílico. Em vez de querosene e álcool, você pode experimentar óleo de cozinha e depois esfregar com sabão. É menos prejudicial à prancha, à sua pele e ao meio ambiente.

Nunca use acetona para remover parafina. A acetona

pode acabar removendo a pintura e a camada superficial da prancha, caso ela não tenha nada por cima – o que é comum nesse tipo de prancha.

Page 234: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Método 2 de 3: Aplicando a parafina de base

1 - Passe a parafina de base. Se você estiver usando um longboard, passe parafina por

toda a parte de cima da prancha, da rabeta ao bico, de lado a lado. Se estiver usando um shortboard, também passe parafina desde o logo na parte da frente até a outra ponta (isto é, dois terços da prancha), de lado a lado.

Tudo bem se você não usar uma parafina de base, mas

ela não vai durar por muito tempo. Se a prancha não tiver a parafina de base apropriada, a parafina de temperatura não vai pegar na prancha, deixando uma parte dela exposta e permitindo que você caia ou escorregue.

Sua base deve permanecer na prancha até que você passe uma nova base de parafina. A parafina de temperatura se liga à base.

Page 235: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

2 - Use uma das várias técnicas de aplicação de parafina de base.

Os surfistas costumam usar diferentes técnicas para que a

base grude na prancha – às vezes em combinação com outros produtos, às vezes de forma isolada:

Padrão em círculos: esfregue a parafina na prancha em

pequenos círculos, movendo para cima e para baixo até formar umas saliências.

Padrão em linha reta: esfregue a parafina em linha reta, para cima e para baixo, rente à superfície.

Padrão hachurado: esfregue a parafina na diagonal e depois de maneira perpendicular à primeira esfregada, formando um padrão hachurado.

Pia de cozinha: esfregue a parafina em qualquer direção, usando qualquer um dos padrões mencionados anteriormente ou crie o seu próprio padrão.

Page 236: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

3 - Passe a parafina de base até formar uma saliência.

Use a ponta da parafina, não a parte lisa. A segunda

camada de parafina (a de temperatura) vai aderir a essas pequenas saliências. Dependendo do tamanho da prancha, será preciso usar um bastão inteiro de parafina, talvez até dois, para obter uma base adequada.

Método 3 de 3: Aplicando a segunda camada e

fazendo os últimos ajustes 1 - Passe a parafina de temperatura. Cubra com parafina toda a área da base. Esfregue a ponta

da parafina em pequenos círculos, entre 7,6 e 15,2 cm, ou use alguma das técnicas listadas anteriormente.

Na dúvida, experimente usar uma cor diferente da usada

na base. Se a parafina de base e a de temperatura forem da mesma cor, vai ser mais complicado identificar onde foram passadas. Se isso acontecer, passe-a em um único sentido.

Page 237: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

2 - Raspe a parafina. Passe o pente sobre a parafina na prancha. Passe-o em

linhas diagonais hachuradas para deixar a superfície mais áspera e facilitar seu controle. Certifique-se de passar por toda a prancha.

Use o pente para cada vez que surfar caso não tenha

aplicado uma nova camada de parafina de temperatura. Pode acontecer de a parafina ficar lisa e perder um pouco da tração. Se não quiser aplicar uma nova camada sobre a base, use os dentes do pente e faça um padrão hachurado com linhas diagonais.

Page 238: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

3 - Borrife água fria sobre a prancha. Com isso, a parafina vai endurecer e grudar melhor na

prancha. Agora você está oficialmente pronto para surfar.

Dicas: Remova e aplique uma nova base de três em três meses.

Se a base tiver perdido a aderência em menos de três meses, remova-a e passe uma nova camada na prancha.

Passar um pouco de parafina morna nas mãos antes de surfar vai ajudá-lo a ter mais controle.

Certas parafinas pegam melhor quando se usa movimentos retos em vez de movimentos circulares.

Aplique uma nova camada de parafina de temperatura a cada vez que for surfar.

Use a parafina adequada à temperatura. Avisos:

Não passe parafina na parte de baixo da prancha Não passe parafina em partes danificadas da prancha

Page 239: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Tenha cuidado ao manusear solventes, como querosene e álcool metílico.

Como Remover a Parafina de uma Prancha de Surfe

Após alguns meses de surfe, a parafina antiga na sua prancha de surfe vai ficar suja e menos aderente. Para trazer de volta a sensação de uma prancha nova, você pode limpar a parafina velha da sua prancha.

1 - Amacie a parafina para facilitar a remoção. Você pode amaciar usando qualquer uma das várias

técnicas: Coloque a sua prancha na luz direta do sol por alguns

minutos. Em um dia quente, a parafina vai se tornar brilhosa e ligeiramente pegajosa em alguns minutos, tornando mais fácil de raspar.

Se o dia não estive ensolarado, coloque um pouco de água quente em cima da prancha.

Page 240: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Use o ar quente de um secador de cabelos na potência baixa em um local logo antes de você raspar.

Não faça nada. Se você não tem tempo ou as ferramentas para amolecer a parafina, você ainda assim pode se livrar da parafina antiga. Isso vai fazer com que a raspagem seja muito mais difícil e um pouco menos eficaz.

2 - Comece raspando a prancha com o lado não

serrado do pente de parafina, cartão de crédito antigo ou qualquer outro aparato semelhante.

Page 241: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

3 - Continue raspando até que toda a parafina seja removida da prancha.

Existem alguns produtos disponíveis que você espalha

em cima da prancha depois de remover a cera. Isso vai ajudar a remover aqueles restos de parafina. Óleo derretido de coco obtém o mesmo efeito. Se esfregado com um pedaço de cobertor de lã, o resto da parafina pode ser usado como adubo.

4 - Role a bola de parafina na prancha para retirar os

pedaços de parafina que permanecem em alguns pontos. Descarte a bola de parafina de forma responsável. Dicas: Retirar a parafina antiga da sua prancha antes de embalá-la

para viagem é especialmente importante se você tem parafina para água fria e pretende viajar para um local de águas quentes. Parafina para água fria vai derreter na água ou na sua bolsa de pranchas.

Page 242: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Avisos: Faça isso na rua. Pedaços de parafina podem parar em

qualquer lugar e é difícil de remover de carpetes e móveis. Materiais Necessários: Um pente de parafina, cartão de crédito antigo ou

qualquer objeto em formato semelhante.

Colar o deck na prancha

Antes de colá-los na prancha, é extremamente necessário limpá-la bem (mesmo se for nova). Se tiver parafina, primeiro tire tudo com um raspador e para remover todos os resíduos (gordura, resto de parafina, pó etc.) o procedimento correto depende do acabamento da prancha:

- Polida (removedor, água e sabão e pano seco) - Sand (removedor, lixa d água 360/400 e pano seco) - Speed finish (removedor, lixa d água apenas na área da

aplicação e pano seco) Obs: A lixa pode ser substituída por Bombril com detergente.

Page 243: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Para não correr o risco de grudar o deck em lugar errado, é recomendado, também, que seja feita uma demarcação prévia à lápis após definir o posicionamento adequado.

Depois de colado na prancha, deve se esperar no mínimo 12 horas antes de surfar e para garantir ainda mais a cura da cola, logo a pós a aplicação do deck, aperte bem para evitar bolhas de ar e exponha a prancha ao sol por 15 min. e depois deixe-a resfriar.

Page 244: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

MANOBRAS Depois de algum tempo praticando o surfe começamos a

sentir uma necessidade de diferenciar e evoluir nossa performance sobre a prancha. Para isso existem diferentes recursos e manobras que nos auxiliarão a chegar ao fundo rapidamente e passar as diferentes sessões da onda, aproveitando ao máximo sua extensão. Atualmente, já estamos num estágio onde os surfistas inventam algumas manobras, fazendo com que muitas vezes surfar uma onda se torne um show à parte.

Neste item, trataremos de algumas manobras básicas que poderão ser usadas por qualquer surfista de acordo com sua habilidade e equilíbrio. Porém, a entrada no mar normalmente deverá ser feita pelas valas e canais onde as ondas não quebram e podemos ser ajudados pela correnteza. Algumas vezes isso não é possível e no caminho para o pico somos pegos por séries maiores que quebram mais ao fundo e fecham o canal. Quando acontece esse tipo de situação devemos estar bem preparados e utilizar recursos disponíveis para que tudo se resolva da melhor maneira possível.

Joelhinho:

O joelhinho é uma forma semelhante à que certas aves

marinhas utilizam para furar uma onda por baixo da espuma. Quando vemos uma espuma vindo em nosso sentido devemos remar forte em sua direção, inspirar fundo, prender a respiração

Page 245: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

e mergulhar com a prancha, afundando primeiro o bico com as mãos e depois a rabeta com os joelhos ou os pés, o mais fundo possível até sentirmos que a pressão da espuma já diminuiu.

Neste ponto utilizamos a força exercida pelos braços no bico e direcionamos a prancha para a superfície. Por ser uma bóia, a prancha se projetará para a superfície e então já estaremos deitados sobre ela novamente. Em alguns casos, quando a onda é muito grande, costuma-se simplesmente largar a prancha e mergulhar fundo, esperando a turbulência da onda passar. Porém, esta técnica deve ser usada apenas em situações extremas, pois a prancha nas mãos é uma segurança de que você retornará rapidamente à superfície e também para não atingir outros surfistas que estejam vindo atrás, já que uma prancha perdida na área de surfe pode ocasionar sérios acidentes.

Para progredir no meio líquido e chegar ao outside (local onde quebram as ondas) o surfista deverá gastar algum tempo e energia executando a remada. A remada ocorre na posição deitada com a barriga para baixo sobre a prancha, quando o surfista utilizará os mesmos movimentos do nado crawl, com os braços entrando alternadamente na água e fazendo a puxada, que resultará em seu deslocamento. Para uma remada de qualidade o surfista deverá achar o exato ponto de equilíbrio de seu corpo sobre a prancha, não deitando muito para frente (afundando o bico) nem muito para trás (deixando o bico muito levantado), para então ter maior estabilidade e consistência no decorrer da remada.

Com a remada e o joelhinho estaremos prontos para entrar na água e nos posicionarmos para descer uma onda. Enquanto esperamos as ondas, normalmente ficamos sentados na prancha. Isso acontece para uma melhor visualização da entrada das séries e descanso para as costas da posição curvada de remada.

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Ficar de pé:

Frontside

Backside

Ao vermos uma série ao fundo devemos nos posicionar

rapidamente para que possamos entrar na onda antes de ela quebrar.

Dessa forma, devemos sair da posição sentada e deitar na prancha, remando o mais forte possível até que a prancha comece a ser carregada pela própria força da onda. Quando sentir que já entrou na onda o surfista deverá ficar em pé, colocando os braços nas bordas e empurrando seu peso sobre a prancha (como uma flexão de braços), até ficar com os braços esticados e num movimento único, colocar os pés em coma da prancha, tentando manter o equilíbrio. Já de pé, o surfista deve ajustar seu posicionamento para que seu pé dianteiro fique por baixo da linha do tórax.

A longarina da prancha serve como ponto de referência, onde o pé dianteiro deve se posicionar a aproximadamente 900 dessa linha e os joelhos devem manter-se flexionados para uma maior estabilidade.

Na hora de subir na prancha existem surfistas que posicionam o pé esquerdo à frente, chamados de regular, e outros, o pé direito, conhecidos como goofy. Estas posições

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variam de pessoa para pessoa dependendo da adaptação e habilidade motora de cada um.

Drop:

É a primeira manobra que será executada pelo surfista. Consiste em descer a parede da onda, com o surfista em

pé sobre a prancha sendo arrastado pela força da onda. O drop pode ser reto, quando o surfista desce até a base

da onda para em seguida executar a cavada (forma normalmente utilizada pelos iniciantes para adaptar-se à força da onda) ou lateral, quando o surfista já inicia o drop cortando a onda, entrando de lado com a remada e aproveitando mais rapidamente a parede.

Para as manobras valem algumas dicas: Utilize os braços para definir o movimento que será

realizado (imagine que existe uma prancha em suas mãos); Trabalhe com seu peso corporal para as manobras saírem

mais fortes e fluídas; Trabalhe sempre com os joelhos flexionados para maior

estabilidade e equilíbrio; Tente definir as diferentes pressões que devem ser feitas

no pé dianteiro e traseiro em cada momento da manobra; Tenha sempre um ponto de referência na onda, observe

sempre onde você colocará a prancha no próximo momento; Controle físico e emocional são fundamentais para que

você consiga realizar uma manobra com sucesso; Simule as manobras na areia para Ter mais noção na hora

que estiver dentro d'água;

Page 248: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

Caso tenha dificuldades, não desanime e continue praticando. Uma vez aprendida, a manobra nunca mais será esquecida.

Cavada (Botton Turn):

A cavada é a curva feita na base da onda, quando o

surfista define para que lado irá desenvolver suas manobras.

1. Pegue a onda e num único movimento fique em pé na

prancha e aponte-a para baixo, flexionando o corpo e as pernas. 2. Depois do drop utilize a velocidade da prancha para

empurrar para baixo o lado de dentro da borda ajustando sua posição.

3. Pronto para a virada, empurre fortemente o interior da borda e jogue com o peso do seu corpo projetando a prancha para o lado. Olhe sempre para um ponto imaginário na onda onde você fará a próxima manobra.

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4. Quando a prancha estiver apontada para cima, tire a pressão da borda interna e aplique agora a pressão na borda externa, reestabilizando a prancha.

Cut back:

Para realizar um bom cut back o surfista deverá definir o

ponto exato de início e término do movimento, para não ser apanhado pela onda no meio da manobra.

Normalmente o cut back é realizado na parte gorda da onda, para o surfista retornar com rapidez à parte mais crítica. A técnica do cut back envolve fases de backside e frontside, além de uma boa noção de tempo e espaço.

5. Depois de uma cavada, aponte a prancha o mais alto

que puder na crista da onda, a fim de conseguir mais espaço para execução, aplicando força na borda externa da prancha e invertendo seu sentido.

6. Inicia-se o movimento de backside, observe o ponto que fará a troca de borda, com a prancha apontada para a praia.

7. Empurre a borda externa com o pé traseiro, virando a prancha em direção à espuma da onda.

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8. Antes da espuma chegar na prancha, faça a transferência de força da borda externa para a interna da prancha, virando a prancha na sessão oca da onda e fazendo com que volte a posição inicial de frontside.

Batida:

As batidas são manobras bastante utilizadas no surfe, e valem bons pontos nos campeonatos, de acordo com o power e a radicalidade com que são executadas.

Essas manobras podem ser feitas no lip da onda ou numa junção de espumas. Uma boa batida é realizada com bastante pressão e tirando ao máximo a prancha da onda. Para isso acontecer deve-se utilizar o impulso da cavada como forma de aumentar a velocidade e projeção.

9. Faça uma boa cavada, empurrando para baixo o deck da

prancha com o pé traseiro, guiando a prancha em curva para

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cima e definindo um ponto para o impacto com a crista da onda.

10. Quando a prancha estiver orientada para cima do lip, o peso do corpo deverá ser transferido para a borda exterior.

11. Nessa fase, o surfista deverá empurrar o deck com força, com o pé traseiro, enquanto que o pé dianteiro conduz a prancha em curva para baixo.

12. Nesse ponto procure olhar para baixo definindo onde será a aterrissagem e o início da próxima cavada.

Floater:

Essa manobra é utilizada para passarmos uma sessão da onda que irá quebrar na nossa frente. Devemos passar por cima da espuma como se estivéssemos flutuando sobre ela até atingirmos a face aberta da onda.

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13. Observe se a sessão irá fechar à sua frente e realize os mesmos movimentos de cavada e subida ao lip da batida.

14. Ao chegar na crista da onda mantenha a prancha por cima dela, deslizando sobre a onda e observando o ponto de retorno. Neste momento a pressão do pé dianteiro deve ser maior.

15. Quando sentir que a velocidade está sendo perdida é hora de retornar à base da onda. Para isso, faça pressão no pé traseiro e posicione a prancha em direção à praia.

16. Realizando corretamente você irá voltar à base junto com o lip da onda, já se preparando para a próxima manobra.

Tubo:

O tubo é para a maioria dos surfistas a melhor manobra

que uma onda pode proporcionar. Ele acontece quando uma sessão mais oca da onda é projetada para frente e o surfista

Page 253: Go Surfing - Aprendendo a Surfar

consegue se encaixar dentro do buraco formado, passando a sessão.

17. Depois do drop o surfista deverá estar atento para

perceber se a onda proporcionará o tubo. Caso isso aconteça deverá fazer uma virada mais atrasada pressionando o pé traseiro com mais pressão, de modo que a onda se forme por cima dele.

18. Ajustar a posição no meio da parede, freando a prancha com pressão no pé traseiro e, se preciso, com a mão na parede, deixando o lip passar sobre si

19. À medida que o tubo começa a rodar, ajuste sua posição na prancha, agora com os pés mais à frente, visando ganhar velocidade para a saída. Sempre estar atento para a colocação dentro do tubo.

20. Quando perceber que já não está mais dentro do tubo, retome o pensamento já na próxima manobra, ou comemore o sucesso de mais um tubo seco.

Tail Slide:

Consiste em descarregar a rabeta durante uma rasgada, fazendo com que a prancha inverta a direção de forma mais radical. Não é preciso muita velocidade, basta empurrar o pé de trás rapidamente para conseguir derrapar. Se estiver com muita velocidade é só trocar de borda.

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Aéreo:

Quanto mais velocidade melhor. A idéia para voltar é forçares a impulsão com o próprio corpo, dando uma aliviada no pé de frente e forçando atrás. Na hora de desceres alivia-se atrás e deixa cair.

As manobras aqui descritas e seqüenciadas auxiliarão o

aluno no seu estudo e mais rápido aprendizado, mas é importante lembrar que somente com a prática e o treinamento em longo prazo é que poderemos observar algum resultado.

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Existem ainda outras manobras no surf que serão descritas apenas para conhecimento do aluno:

Rasgada (snap): Manobra que deriva da batida e feita

com uma mudança forte de direção antes de atingirmos o lip da onda.

360º: realizado como se fôssemos dar uma batida, porém é completada pelo lado contrário, ou seja, pelo lado da espuma e não pela face da onda. O surfista dá um giro completo sobre a onda.

Lay Back: feita como uma rasgada, essa manobra é tão radical e veloz na inversão de direção que devemos apoiar com a mão de trás na água, trazendo a prancha para junto de si, recuperando o equilíbrio e retomando a direção da onda.

Tirada (Kick Out): quando estamos surfando a onda e percebemos que ela irá fechar, tentamos empurrar a prancha na direção do lip para sairmos por cima da onda.

Viragens - A importância da pressão no pé de trás Não há viragem com velocidade, power e flow em que

não seja feita pressão no pé de trás. Vejamos o exemplo de um cutback também. Um dos

pontos chave no Cutback é a torção ou rodagem do tronco para direcionar a prancha no sentido inverso, ou seja, primeiro roda-se o corpo, depois a prancha. Outro ponto chave no Cutback é a pressão que é feita ao mesmo tempo no pé de trás, pois é essa pressão que vai determinar a velocidade, o power e o flow da viragem.

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Um ponto chave feito sem o outro resulta num Cutback sem flow ou "engasgado".

A pressão no pé de trás é realizada de com a perna flexionada e com o peso do surfista apoiado no calcanhar de forma a por o rail na água. Ao longo da curva que vai virando a prancha para trás, o rail vai sempre na água, exceto na re-entrada na espuma, que é com o flat da prancha.

Um dos erros comuns é o surfista começar a fazer pressão/peso no pé de trás, mas a meio da curva levanta-se, ficando a manobra incompleta ou sem efeito. A pressão deve ser mantida com a perna flexionada até a prancha estar virada para trás.

Uma forma excelente de treinar este movimento é praticar com o skate, onde se consegue simular o movimento de forma muito aproximada!

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DICIONÁRIO DO SURF 360 ou 3 meia: Manobra em que o surfista executa uma volta completa em torno de si mesmo e continua na mesma direção. A ABRASP: Associação Brasileira de Surf Profissional. Aéreo: Manobra em que o surfista e a prancha saem da onda e voltam a entrar nela em seguida. Air Brush: Pintura que é feita na prancha. Aloha: Saudação havaiana. Amarelar: Estar com medo. Amarradão: Estar muito contente ou estar a fim de alguma coisa. ASP: Association of Surfing Profissionals. A ASP foi criada em 1983, e desde então, até hoje, é o órgão que governa o surf mundial. Arrebentação: Distância que vai das ondas até a área onde arrebentam as ondas. ARS: Manobra inventada pelo australiano Eppo, que consiste em dar no ar um rolo seguido de um 360o. B Backside: Quando se surfa de costas para a onda. Back Wash: Quando duas ondas, uma direita e outra esquerda, se encontram. Badaró: Surfista que conversa com as ondas. Balde: Cair da prancha. Bate-volta: Largar tudo para pegar onda. Bater um fio: Telefonar. Batida: Veja "off-the-lip".

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Beach Break: Tipo de fundo; quando as ondas partem sobre um fundo de areia. Big Rider: Surfista de ondas grandes. Bodysurf: Dropar nas ondas com o corpo. Bodyboard: Modalidade do surfe em que se usa uma prancha menor, na qual se surfa deitado. Bottom: Parte de baixo das pranchas. Bottom turn: É a curva que se faz na base da onda, logo após o drop. Bowl: Parte tubular da onda, quando ela já está redonda. Brother: Amigo. Buraco: Onda cuja parede se torna rapidamente muito vertical. C Cabrero: Nervoso. Cabuloso: Quando o mar está meio perigoso. Caldo: Cair na hora de manobrar ou descer a onda. Canal: Local onde as ondas não quebram. Cantoneira: A onda que entra no canto. Casca Gossa: Ser determinado, não ter medo de nada. Cavada: Fazer uma curva na base da onda em direção a crista. Mesmo que bottom turn. CBS: Confederação Brasileira de Surf Profissional. Quebra-coco: Lugar onde quebra onda. Chaço: Prancha velha e muito deteriorada. Chop: O mesmo que "cordinha" ou "leash". Prende a prancha ao surfista. Classe A: Algo muito legal. Clean: Dia de ondas perfeitas. Colocar Pilha (Pilhar): Incentivar algo. Crowd: multidão, quando se tem muita gente dentro d água. Cut Back: curva efetuada para voltar atrás na onda em direção

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à espuma. D Deck: Parte de cima da prancha ou antiderrapante de borracha. Direita: Onda que, vista da praia, parte para o lado esquerdo, a designação é dada pela perspectiva do praticante, ou seja, do mar para terra. Drop: Ato de descer a onda; vem antes do Bottom-turn. Drop in: Descer a onda na frente de outro surfista. Duck Dive: Modo de passar por baixo das ondas sem ser arrastado até á beira. E Embarrerar: Algo que está atrapalhando. Entubar: Quando a crista da onda encobre o surfista. Esquerda: Onda que, vista da praia, parte para o lado direito. Expression Session: Campeonato que elege a melhor manobra dos surfistas competidores. F Ficar boiando: Ficar perdido. Fins: Quilhas. Flat: Mar liso e sem ondas. Floater: Manobra no qual o surfista chega flutuar por cima da crista da onda, quando a onda está quase quebrando. Free Surfer: Quem surfa sem compromisso, apenas pôr prazer. Friaca: Muito frio. Front Side: Surfar de frente para onda. Funboard: Pranchas que derivam do longboard, mas são menores, em torno de 7 pés. É uma boa opção para iniciantes,

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ou para dias de crowd, porque você consegue remar e entrar na onda antes de quem está usando uma prancha pequena. G Glass: Condições sem vento, quando o mar adquire um aspecto liso e espelhado. Glass: Condições sem vento, quando o mar adquire um aspecto liso e espelhado. Goofy: Surfista que pisa com o pé direito na frente. Grab Rail: Manobra que o surfista coloca a mão na borda da prancha para pegar um tubo de back side. Gringo: Estrangeiro Grommett: Surfista novo, de +/= 10 a 12 anos de idade. Gun: Prancha grande. Apesar do tamanho, esse modelo havaiano tem menos área de contato com a água do que o longboard. Tem bastante mobilidade e é bastante manobrável. Indicada para ondas grandes. H Haole: Surfista que não é do local onde está surfando. Hot Dog; Prancha para surfar ondas pequenas. Hardcore: Stuação extrema; atitude ou manobra muito radical. I Inside: Zona mais próxima da praia, fica a meio caminho entre a areia e o outside. ISA: International Surfing Asociation.

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J Joelhinho: Técnica usa para poder furar a onda. John: Roupa de neoprene(borracha) para proteger do frio. Pode ser Long(veste pernas e braços inteiros), ou Short(tipo camiseta e bermuda). Junção: Quando as espumas de uma direita e de uma esquerda se encontram. K Kaô: Papo furado. L Larica: Matar a fome depois de surfar. Leashs: O mesmo que streap ou cordinha. Leque: Água que sai debaixo da prancha quando o atleta curva com força. Line Up: Zona do outside onde as ondas quebram. Lip: Crista da onda, parte mais alta da onda. Localismo: Responsável por muitas brigas e confusões dentro da água, nas disputas pelas ondas. Muitos dos surfistas locais, querem ter preferencia nas ondas. Long John: Roupa de neoprene (borracha) para proteger do frio (modelo para o corpo inteiro). Longboard: São pranchas grandes, a partir de 9". Até a década de 70, eram as mais usadas. Atualmente, são as preferidas dos surfistas das antigas, iniciantes e surfistas que curter um surf mais clássico. Lupa: Óculos de sol .

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M Mahalo: Obrigado(em havaiano). Maral: Vento que vem do mar para terra, este vento atrapalha as ondas. Maria Parafina: Mulher que gosta de ficar com surfistas. Marola: Onda pequena. Maroleiro: Surfista que gosta de ondas pequenas. Mexidão: Mar mexido. Merreca: Onda pequena. Merrequeiro: Surfista de ondas pequenas. Morra: Onda enorme, assustadora. N Nose: Bico (parte superior) da prancha. O Off-the-lip: Manobra na qual o atleta parte em direção ao lip da onda, batendo neste e voltando para a base da onda. Off Shore: Quando o vento sopra de terra para o mar; terral. On Shore: Quando o vento sopra do mar para terra. Outside: Área do mar por trás da arrebentação, zona de segurança. Outline: Linhas gerais da forma da prancha. P Pés: Medida que equivalem a 30,48 cm. Os americanos costumam medir as ondas usando pés. Pico: Local onde a onda começa a partir. Plug: Bloco de polioretano utilizado para fabricação da

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prancha. Point: local onde parte sempre uma onda. Point-Break: Tipo de onda que parte sempre no mesmo lugar. Polegada: Medida também utizada na medição de uma prancha equivale a 2,54 cm. Pranchinha: Mesmo que Shortambémoard. São as preferidas dos surfistas tops e de amadores que gostam de velocidade e muitas manobras. Mais usadas para ondas pequenas. Prego: Quem surfa mal. Pró: Surfista profissional, ou amador que surfa muito bem. R Rabear: Quando um surfista atrapalha o outro que já está na onda. Rasgada: Manobra redonda no Lip. Rail: Parte da prancha que vai da parte superior e inferior das partes laterais, responsável pela tração na onda. Reef Break: Tipo de onda que quebra sobre um fundo de rocha ou coral. Regular: Surfista que pisa com o pé esquerdo na frente. S Salão: Tubo espaçoso. Secret Point: Lugar secreto onde quebram ótimas ondas. Seção: As diversas partes de uma onda. Set: Grupo ou conjunto de ondas. Também conhecido como série. Shape: Formato da prancha. Shaper: Profissional especializado em fabricar pranchas. Short John: Roupa de neoprene(borracha) para proteger do frio. Modelo com mangas e pernas curtas.

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Soltinho na Vala: Surfando muito bem ou azarando todas as minas da noite. Storm: Mar mexido e confuso, geralmente devido ao vento forte. Swell: A chegada de ondulação à costa. T Tail: Rabeta da prancha. Tail Slide: Manobra em que o surfista derrapa a rabeta da prancha. Pode ser conjugada com outras manobras: Ex.: Aerial 360 com Tail Slide. Tem altas: Boas ondas. Teplante: Régua de Curva usado para riscar o outline de uma prancha. Terral: Quando venta da praia para o mar. Excelente vento, pois deixa as ondas mais alinhadas e lisas. Toco: Prancha muito velha. Trip: Viagem de surf , geralmente para um lugar com altas ondas. Tube Rider: Surfista bom de pegar tubo. Tubo: Manobra em que o surfista fica dentro da onda. V Vaca: Mesmo que Wipe Out. Tombo, queda. Vala: Onda pequena, mas que dá condições de surf. W Wax: Antiderrapante à base de parafina, que é aplicado no deck para evitar que o surfista escorregue. WCT: World Championship Tour, é a 1ª divisão do Circuito

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Mundial de Surf. Wide Point: É o ponto mais largo da prancha. Pode estar localizado tanto para cima como para baixo do meio da prancha. Influencia diretamente no design e desempenho, de acordo com o posicionamento do surfista na prancha. Wipe Out: Mesma coisa que tombo ou vaca. WLT: World Longboard Tour. É a 1ª divisão do Circuito Mundial de Longboard. WPS: World Professionals Surfers. É a organização dos surfistas profissionais. WQS: World Qualifing Series. É a 2ª divisão do Circuito Mundial de Surf.

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