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Apresentação para décimo primeiro ano, aula 48

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Durante um ano, viajou pela Europa. Finalmente, instala-se em Lisboa, no Ramalhete, cheio de projectos, entre os quais o de montar um laboratório. Por influência de Vilaça, estabelece consultório no Rossio.

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Carlos surpreendeu os amigos da família, ao preferir Medicina a Direito. Em Coimbra, esteve instalado no que se chamaria depois «Paço de Celas» (onde, por vezes, se hospedava o avô). Amigo de João da Ega, tem vida boémia, interessa-se pelas vanguardas literárias e artísticas, mais do que estuda. Tem namoros de ocasião (primeiro, uma mulher casada; depois, uma concubina).

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O consultório estava mobilado mais como uma rica residência do que como gabinete ao serviço da medicina. Tudo aí convocava Carlos para a dispersão, para o ócio. Por outro lado, a vida no Rossio e a ausência de doentes que o procurassem não despertavam o recém-licenciado para o trabalho.

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objecto «acção» que pratica

o seu gabinete dormia

as três janelas bebiam a luz

as poltronas estendiam os seus braços

o teclado branco ria e esperava

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Qual é o tempo verbal predominante em todo o texto? Imperfeito do Indicativo. (Transcreve três formas verbais dessas: dormia; faziam; bebiam.) Que efeito produz o uso desse tempo (que tem que ver com o seu valor aspectual; e que é coerente com o clima que se pretende transmitir no resto do relato)? Confere a cada acção uma ideia de repetição, de hábito, de monotonia.

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Também relacionado com o valor aspectual, surge bastante uma forma nominal do verbo, o gerúndio, de que Eça, segundo os seus detractores, abusaria: escorregando, vadiando, penetrando, resvalando, fumando, murmurando.

O gerúndio tem o valor (aspecto-temporal) de simultaneidade e continuidade, que acaba por acentuar a monotonia vivida durante o dia de trabalho de Carlos.

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Quem era o «John» referido na linha 14? João da Ega.

Quem era o «avô» (l. 18)? Afonso da Maia.

Quem era «a besta d[o] Cohen» (19)? Jacob Cohen, banqueiro.

«a besta da Cohen» (19)? Raquel Cohen.

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João da Ega era ateu, rebelde, «satânico». (E, aliás, gostava de alardear o que em si fosse radical, iconoclasta.) De ascendência vagamente fidalga, tinha uma parente rica que o sustentava mas o preferia longe. É um irreverente, loquaz e irónico, que gosta de exibir os seus projectos excêntricos, sendo quase sempre o centro das atenções dos círculos em que se movimentava.

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jaquetão = casaco

sobrecasaca = casaco comprido

dolente = triste

plácido = sereno

cocotte = mulher elegante e de costumes fáceis

pilhéria = chiste, piada

trigueiro = moreno

quebranto = fraqueza, prostração

nédio = anafado, gordo

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Nas ll. 20-24 há discurso indirecto livre, o que podemos reconhecer por, não havendo travessões ou outra delimitação que isolasse o discurso do narrador e a fala da personagem, aparecerem marcas típicas da oralidade reportada directamente (o ponto de exclamação,

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a expressão «que diabo», até as reticências) mas, por outro lado, os tempos dos verbos estarem adaptados como se faria no discurso indirecto (introduzido por «disse» ou por algum outro verbo dicendi no pretérito perfeito).

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— Então, que diabo, os rapazes quiseram!... Mas eu, realmente, não posso apresentar um cavalo decente, com as minhas cores, senão daqui a quatro anos. De resto, não apuro cavalos para esta melancolia de Belém. Não imaginem os amigos que (eu) sou tão patriota: o meu fim é ir a Espanha, bater os cavalos do Caldillo... — explicou o visconde de Darque.

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Não posso senão daqui a quatro anos.

posso apenas advérbio

Se não queres, tudo bem. conj. condicional + «não»

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Tempos

quiseram (Pretérito Perfeito) | tinham querido (Pretérito Mais-que-perfeito [Composto])

posso (Presente do Indicativo) | podia (Imperfeito do Indicativo)

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apuro (Presente do Indicativo) | apurava (Imperfeito do Indicativo)

não imaginem (Imperativo negativo / Presente do Conjuntivo) | não imaginassem (Imperfeito do Conjuntivo)

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sou (Presente do Indicativo) | era (Imperfeito do Indicativo)

é (Presente do Indicativo) | era (Imperfeito do Indicativo)

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Pessoa

posso, apuro, sou (1.ª) | podia, apurava, era (3.ª)

quiseram, imaginem, era (3.ª) | tinham querido, imaginassem, era (3.ª)

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minhas (1.ª) | suas (3.ª)

meu (1.ª) | seu (3.ª)

esta (1.ª) | aquela (3.ª)

[d]aqui (1.ª) | [d]ali (3.ª)

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Em «vestidos sérios» (l. 43) e «fila muda» (l. 40) há a figura de estilo que designamos «hipálage», já que o adjectivo, no fundo, não se reporta aos objectos que qualifica («vestidos» e «fila») mas antes às senhoras a quem aqueles objectos «pertenciam».

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(Em «Os olhos de Carlos procuravam, inquietamente e sem esperança» (59-60) há processo similar: o advérbio aplica-se a acção praticada pelos olhos, mas reporta-se a Carlos.)

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Surgem vários diminutivos com valor depreciativo (ou ridicularizador): «as duas irmãs do Taveira, magrinhas, loirinhas» (48); «vestidas de xadrezinho» (49); «um canteirinho de camélias meladas» (61); «uma duvidazinha» (31).

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Quanto a «gentleman» (16), «cocottes» (26), «High Life» (50), até por estarem em itálico, são identificáveis como estrangeirismos.

(Já «chique» ou «champanhe» devem ser considerados como empréstimos, porque, apesar da origem estrangeira, estão já bastante integrados no português.)

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encolheu os ombros, cerrou os olhos, como um homem que se sacrifica (19-20)

Restritiva

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Carlos fora falar à sua velha amiga D. Maria da Cunha[,] que, havia momentos, o chamava com o olhar, com o leque, com o seu sorriso de boa mamã (63-65)

Explicativa

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Era a única senhora que ousara descer do retiro ajanelado da tribuna (65-66)

Restritiva

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Tinha consigo uma parenta que apresentou a Carlos (71-72)

Restritiva (mas podia ser Explicativa, desde que houvesse vírgula)

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[A parenta] era uma senhora espanhola, que seria bonita se não fossem as olheiras negras (72-72)

Explicativa (mas não era impossível ser Restritiva, se não houvesse vírgula)

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TPC

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