7
A correria do dia-a-dia não permite que muitas pessoas parem para se alimen- tar de forma correta. E morar sozinho aumen- ta os motivos para uma má alimentação, já que não podemos descartar alguns fatores como: preguiça de cozinhar, alimentação com os amigos fora de casa, a escolha por lanches rápidos, o gosto pelas frituras e con- gelados. Mas, mesmo morando sozinho é necessário fazer uma alimentação balanceada com todos os nutrientes que o organismo precisa. Uma alimentação equilibrada deve fornecer vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos, fibras e gorduras na quantidade adequada. Para uma alimentação balanceada é preciso considerar algumas peculiaridades como o sexo da pessoa, idade, atividade de rotina, atividade física e doenças associadas. Como base de orientação para uma alimenta- ção saudável existe a pirâmide alimentar, já que o ideal é que alimentos dos diferentes grupos da pirâmide sejam consumidos regu- larmente. Óleos, gorduras, açúcares e doces não precisam ser eliminados do cardápio, o segredo está na moderação. Com os novos hábitos da população, percebe- se um desequilíbrio na alimentação, já que o consumo de alguns alimentos da pirâmide está caindo enquanto outros estão crescendo. O leite, que está caindo, passa ser um bom exemplo, pois pessoas estão deixando de consumir uma fonte riquíssima de cálcio. Por outro lado houve um aumento no consumo de refrigerantes, bebidas açucaradas e com vários aditivos que não trazem benefícios à saúde. Outro exemplo é a gordura saturada presente em alimentos industrializados e fast foods. O LDL (conhecido colesterol ruim) aumenta com esse tipo de gordura, e pode trazer prejuízos para os vasos sanguíneos e, conseqüentemen- te, problemas de coração. Pessoas que moram sozinhas é comum comer fora de casa, prefira refeições com menos quantidade de gordura e sal. Nos restauran- tes por quilo é possível colocar opções saudá- veis no prato, como hortaliças cruas, cozidas e refogadas, porção de carboidrato (macarrão, arroz branco ou integral, baratas, mandioca, farrinhas, pães), porção de carne (preferencialmente as com menos gorduras) uma porção de leguminosas (feijão, grão de bico, lentilha, soja) e claro, escolher uma fruta como sobremesa. Escolha locais que ofereçam mais alimentos assados ao invés de fritos, carnes magras, com maior oferta de hortaliças, com menor quantidade de queijos gordurosos, evitar adicionar sal e temperos com sódio nos ali- mentos. Ao invés de refrigerantes, opte pelo suco que, mesmo com calorias a mais em relação à versão light, tem as vitaminas e minerais que o refrigerante não tem. Planejamos várias coisas ao longo do dia, da semana e do mês, menos para comer. Inicial- mente é preciso habituar a comer bem. Pro- cure sempre ter em sua geladeira leite, io- gurte, queijos e frutas para o café da manhã. As Artimanhas Para Uma Alimentação Saudável Dia-a-dia O dia para Edson Vasconcelos começa cedo. Acorda as 7 e dividi seu café da manhã em duas partes: toma um achocolatado a caminho do trabalho e prepara uma sopa em sache no microon- das após se organizar na agencia. O jovem estudante de publicidade e propaganda, conta que já se acostumou a fazer as refeições sozinho. Mesmo almoçando em restaurantes por quilo, não se esquece da importância de uma refeição balan- ceada. Em seu prato sempre tem arroz, feijão, carne, batata ou salada. A janta na maioria das vezes acontece na faculdade. A esco- lha sempre é um salgado com refrigerante ou uma pizza quando chega em casa. Quando pergunto o que não pode faltar na geladeira à resposta é rápida, “água e cachaça”. Por Diego al Rodrigues

Revista Pronta

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Page 1: Revista Pronta

A correria do dia-a-dia não permite que

muitas pessoas parem para se alimen-

tar de forma correta. E morar sozinho aumen-

ta os motivos para uma má alimentação, já

que não podemos descartar alguns fatores

como: preguiça de cozinhar, alimentação

com os amigos fora de casa, a escolha por

lanches rápidos, o gosto pelas frituras e con-

gelados. Mas, mesmo morando sozinho é

necessário fazer uma alimentação balanceada

com todos os nutrientes que o organismo

precisa.

Uma alimentação equilibrada deve fornecer

vitaminas, minerais, proteínas, carboidratos,

fibras e gorduras na quantidade adequada.

Para uma alimentação balanceada é preciso

considerar algumas peculiaridades como o

sexo da pessoa, idade, atividade de rotina,

atividade física e doenças associadas.

Como base de orientação para uma alimenta-

ção saudável existe a pirâmide alimentar, já

que o ideal é que alimentos dos diferentes

grupos da pirâmide sejam consumidos regu-

larmente. Óleos, gorduras, açúcares e doces

não precisam ser eliminados do cardápio, o

segredo está na moderação.

Com os novos hábitos da população, percebe-

se um desequilíbrio na alimentação, já que o

consumo de alguns alimentos da pirâmide

está caindo enquanto outros estão crescendo.

O leite, que está caindo, passa ser um bom

exemplo, pois pessoas estão deixando de

consumir uma fonte riquíssima de cálcio. Por

outro lado houve um aumento no consumo de

refrigerantes, bebidas açucaradas e com

vários aditivos que não trazem benefícios à

saúde.

Outro exemplo é a gordura saturada presente

em alimentos industrializados e fast foods. O

LDL (conhecido colesterol ruim) aumenta com

esse tipo de gordura, e pode trazer prejuízos

para os vasos sanguíneos e, conseqüentemen-

te, problemas de coração.

Pessoas que moram sozinhas é comum comer

fora de casa, prefira refeições com menos

quantidade de gordura e sal. Nos restauran-

tes por quilo é possível colocar opções saudá-

veis no prato, como hortaliças cruas, cozidas

e refogadas, porção de carboidrato

(macarrão, arroz branco ou integral, baratas,

mandioca, farrinhas, pães), porção de carne

(preferencialmente as com menos gorduras)

uma porção de leguminosas (feijão, grão de

bico, lentilha, soja) e claro, escolher uma

fruta como sobremesa.

Escolha locais que ofereçam mais alimentos

assados ao invés de fritos, carnes magras,

com maior oferta de hortaliças, com menor

quantidade de queijos gordurosos, evitar

adicionar sal e temperos com sódio nos ali-

mentos. Ao invés de refrigerantes, opte pelo

suco que, mesmo com calorias a mais em

relação à versão light, tem as vitaminas e

minerais que o refrigerante não tem.

Planejamos várias coisas ao longo do dia, da

semana e do mês, menos para comer. Inicial-

mente é preciso habituar a comer bem. Pro-

cure sempre ter em sua geladeira leite, io-

gurte, queijos e frutas para o café da manhã.

As Artimanhas Para Uma Alimentação Saudável

Dia-a-dia

O dia para Edson Vasconcelos começa cedo. Acorda as 7 e dividi

seu café da manhã em duas partes: toma um achocolatado a

caminho do trabalho e prepara uma sopa em sache no microon-

das após se organizar na agencia.

O jovem estudante de publicidade e propaganda, conta que já

se acostumou a fazer as refeições sozinho. Mesmo almoçando

em restaurantes por

quilo, não se esquece da importância de uma refeição balan-

ceada. Em seu prato sempre tem arroz, feijão, carne, batata

ou salada.

A janta na maioria das vezes acontece na faculdade. A esco-

lha sempre é um salgado com refrigerante ou uma pizza

quando chega em casa. Quando pergunto o que não pode

faltar na geladeira à resposta é rápida, “água e cachaça”.

Por Diego al Rodrigues

Page 2: Revista Pronta

Teatro José de Alencar se Prepara Para o Ano 100

E ntre reformas

e reformula-

ções, o Teatro Jose

de Alencar vem na

contagem regressiva

para seu centenário.

Hoje com 99 anos, o

espetáculo para o ano

100 já vem sendo organizado. “Estamos traba-

lhando na perspectiva de um ano de atividade.

É como se diz no Ceará, quando alguém com-

pleta 99 anos, já vai dizendo: „tô nos 100‟‟‟,

conta a gestora, quando fala nas ações para as

comemorações do teatro mais famoso do Cea-

rá.

Aparentemente, o TJA é um pedaço do passa-

do, encravado no centro de Fortaleza. Para o

projeto foram realizados dois concursos públi-

cos, no entanto a obra construída pouco tem

das linhas apresentadas no ano de 1896. A

idéia de construir um teatro jardim foi conce-

bida através do projeto do capitão Bernardo

Jose de Melo. A autorização para a construção

só foi em 1904, ainda na administração de

Nogueira Acioli. Porém, só no dia 06 de junho

de 1908, quando as peças metálicas já se en-

contravam em Fortaleza, é que as obras come-

çaram.

Mesmo se tratando de um marco, a idéia do

centenário continua sendo a mesma do inicio,

multiplicar ações mais do que festejar a data

em específica. Para os gestores a grande vede-

te é o público. Neste sentido, o que vem sendo

trabalhado com o Estado é uma espécie de

ampliação da forma como o TJA vem sendo

vivenciado.

A festa que começou no dia 17 de junho deste

ano, vem remetendo à sede de celebração da

vida do espaço. Da gestão passada ficou a pro-

gramação especial. Já que nos dias 17, todo

mês, a casa abre suas portas para ações que

duram o dia todo e envolve o maior número

possível de espaços da entidade.

A gestão atual acredita que é preciso demarcar

um espaço de atuação do TJA na vida publica e

cultural do Ceará. A prioridade na aplicação de

recursos é investir na formação. Para a direto-

ra do TJA, Izabel Gurgel, o investimento em

formação não implica em menor atenção para

o público. Já que podem ver espetáculos apre-

sentados pelos partici-

pantes que são mes-

tre naquilo que fa-

zem.

Dentre as melhorias e

reformas para 2010

existe a promessa por

parte do Estado de integrar ao teatro à Casa

De Juvenal Galeno, espaço de memórias do

escritor cearense e ponto de concentração de

cordelistas, separado do TJA por cinco imóveis.

O projeto está orçado em R$ 2,15 milhões,

referente às indenizações que serão pagas aos

proprietários. O processo de desapropriação

está em andamento na Procuradoria Geral do

Estado desde fevereiro de 2008, mas sem pre-

visão de conclusão.

Serviço:

Festival do Teatro Brasileiro – Cena Baiana

Direção Teatral com Fernando Guerreiro

15 a 20 de setembro

Terça à sexta 9h às 12h – sábado e domingo

14h às 17h

Por Diego al Rodrigues

Page 3: Revista Pronta

A Arte Por Trás do Pó

E nvolto numa aura de mistério

que inspira mais medo que

respeito, os cemitérios são verdadei-

ros oásis de tranqüilidade nas turbu-

lentas e barulhentas cidades. Tor-

nam-se espaços físicos esquecidos ou

abandonados, geralmente, freqüen-

tados quando da morte de algum

ente querido, ou mesmo no dia de

finados.

Em outras ocasiões, seria impensá-

vel um cemitério para outros fins. No entanto, a

imagem construída do local dos mortos tem sido

desde a antiguidade a de um local intocável.

Os cemitérios em várias partes do mundo são

vistos de uma forma racional e sóbria, longe da

religiosidade popular carregada de preconceitos,

existindo uma nova mentalidade dominante em

muitas sociedades. Abertos à visitação turística,

alguns cemitérios exibem aos visitantes um acer-

vo de obras de arte que museus em muitos países

se orgulhariam de possuir.

Além da beleza gótica da arquitetura, muitos das

necrópoles abrigam grandes nomes da história,

famosos por seus feitos em benefício da socieda-

de, das artes, enfim, figuras que entraram para a

galeria dos ilustres de uma época, marcada por

lutas e heroísmo.

A Revista Menu mostra que Fortaleza possui um

dos mais belos cemitérios do Brasil, onde jazem

personagens que marcaram a história cearense

por seus feitos. Nas lápides há inscrições que

denotam não apenas a data de nascimento e fale-

cimento, mas descreve o epitáfio do que foram

em vida, na morte.

O Cemitério São João Batista, o maior cemitério

particular de Fortaleza foi inaugurado no dia 5 de

abril de 1866 e possui uma área de

95 mil m2. Mas não é apenas o ta-

manho ou os muitos anos que o

torna o mais proeminente cemitério

da cidade. São os personagens his-

tóricos de nosso passado que jazem

nos mausoléus, imponentes pela

beleza da arquitetura.

Alguns dos nomes gravados nas

lápides está o de Carlos Jereissati,

Barão de Studart, Rogaciano Leite,

Padre Mororó, Pessoa Anta entre outros que serão

vistos ao fazer uma visita ao local.

O São João Batista conta com uma impressionante

coleção estatuária, muitas obras foram importa-

das de Portugal e outros países europeus e reve-

lam o apreço que a elite da cidade tinha por uma

"europeização" do seu estilo de vida, e de morte.

Visitar cemitérios em busca de entretenimento

pode parecer um programa de índio, mas quem já

fez passeio turístico garante que não viu fantas-

mas, e sim muita beleza e história moldada e

contada nas frias pedras das lápides.

Pessoas famosas enterradas no São João Batista Guilherme Chambly Studart, o Barão de

Studart, (05 de janeiro de 1856 à 25 de setem-

bro de 1938) foi um e vice-cônsul do Reino Unido no Ceará. Filho de John William Partici-

pou ativamente do movimento abolicionista no

Reino Ceará, como um dos membros da Socie-dade Cearense Libertadora. Discordando dos

meios defendidos por esta, desliga-se para fun-

dar, ao lado de Meton de Alencar, o Centro

Abolicionista 25 de Dezembro, em 1883.

Carlos Jereissati (02 de dezembro de 1917 -

09 de maio de 1963) foi um industrial, empresário,

banqueiro e político brasileiro.

Como político, foi deputado federal e senador pelo

Ceará. É o pai do empresário Carlos Francisco Ri-

beiro Jereissati e do Senador Tasso Jereissati.

Por Gleydiane Freitas

Rogaciano Bezerra Leite (01 de julho de

1920 - 07 de outubro de 1969) Jornalista, advo-

gado, formado em Letras e grande poeta brasi-leiro. Filho de agricultores. Casou-se com Maria

José Ramos Cavalcante, com quem teve os fi-

lhos Rogaciano Filho, Anita Garibaldi, Roberto

Lincoln, Helena Roraima, Rosana Cristina e Ri-

cardo Wagner.

Gonçalo Inácio de Loiola Albuquer-que e Melo (24 de julho de 1774- 30 de abril

de 1825), mais conhecido como Padre Mororó,

um sacerdote, jornalista e revolucionário brasi-

leiro. Ordenou-se sacerdote em 1802 no Semi-

nário de Olinda.Pregou contra a Revolução de 1817, e participou do movimento conhecido

como Confederação do Equador. Era redator e

diretor do primeiro jornal publicado no estado, cuja redação e direção coube ao Padre Moro-

ró.Padre Mororó foi executado no antigo Campo

dos Mártires, hoje chamado Praça dos Mártires

ou Passeio Público.

Page 4: Revista Pronta

Cara ou Coroa

O ito contra um. O suficiente de votos para

derrubar a obrigatoriedade do diploma de

jornalismo para o exercício da profissão. A deci-

são do Supremo Tribunal Federal, na metade do

ano, deixou estudantes, jornalistas e sociedade

com opiniões divididas. De um lado, a qualidade

das informações desse novo jornalismo proposto

pelo Supremo põe em xeque a credibilidade dos

profissionais e veículos. Enquanto que do outro,

escutamos quase que diariamente, que a decisão

abre as portas do jornalismo, inserindo cada vez

mais a sociedade no mercado da informação.

Alegando que apenas jornalistas seriam os únicos

a terem acesso. Mas bem no meio, a indignação

de uma parcela destes profissionais, por entende

ser esta uma ação que enfraquece a categoria

diante do patronato.

Na opinião do ministro Gilmar Mendes, relator da

decisão, durante o julgamento no dia 17 de ju-

nho, uma série de escritores que exerceram a

profissão sem terem diploma e, citando o julga-

mento que revogou a Lei de Imprensa, disse que o

melhor caminho para os veículos de comunicação

é a autorregulamentação.

De acordo com a Elisabeth Rebouças, jornalista há

33 anos, este “foi um ataque vergonhoso. A Justi-

ça escancarou uma situação que era esdrúxula em

normal”. Para ela que é técnica em comunicação

no Governo do Estado, desde 1982, os mais preju-

dicados foram os jornalistas, pois “na medida em

que qualquer pessoa poderá ocupar o espaço que

antes era de um profissional, pelo menos nas

capitais,” resssalta. Rebouças que fez parte da

história de grandes veículos como Jornal Unitário,

Ceará Rádio Clube, Tribuna do Ceará, O Povo,

entre outros e, agora no jornal O Estado como

editora geral e também do caderno Municípios.

O único voto contrário no julgamento foi dado

pelo ministro Marco Aurélio. Ele alegou que a

exigência do diploma existe há 40 anos e acredita

que as técnicas para entrevistar, editar ou repor-

tar são necessárias para a formação do profissio-

nal. "Penso que o jornalista deve ter uma forma-

ção básica que viabilize a atividade profissional

que repercute na vida dos cidadãos em geral",

afirmou.

A jornalista Fátima Medina, membro do Sindjorce

– Sindicato dos Jornalistas no Ceará concorda com

o ministro Marco Aurélio. “A partir do momento

em que a sociedade começa a evoluir as pessoas

tem a necessidade de serem informadas. O jorna-

lismo nasce dessa necessidade social de querer

informar,” pontua. Além disso, “o aspirante a

jornalista encontra na Faculdade o „tripé‟ da

humanização do jornalismo é moldada pela socio-

logia, psicologia e filosofia.”

“Como é que uma pessoa que vem lá de fora [sem

ter passado por uma Faculdade] vai repassar uma

informação sem nenhuma reflexão neste sentido,”

indaga.

Nesta conjuntura do jornalismo brasileiro, agu-

çando o debate sobre a exigência do diploma para

o exercício da profissão que a Revista Menu Onli-

ne, traz os dois lados de uma mesma moeda. Nes-

ta primeira edição, conversamos com o jornalista

Alberto Perdigão, editor-chefe do Bom Dia Ceará,

e fomos buscar o ponto de vista de um estudante

de jornalismo, Amarildo Luciano, que está cursan-

do o 4º semestre pela Faculdade Integrada da

Por Jailson Silva

José Amarildo Luciano da Silva, 26 anos. Missio-nário Redentorista, ordenado diácono no dia 28

de agosto de 2009. Formado em Filosofia em

2004 pelo antigo Centro de Estudos do Compor-

tamento Humano – CENESCH – de Manaus, atual ITEPS. Concludente do Bacharelado em Teologi-

a pela Faculdade Católica de Fortaleza, antigo

Seminário da Prainha e estudante do 4º semes-tre de Comunicação Social com habilitação em

Jornalismo da FGF.

Revista Menu Online. Em sua opinião a decisão

do Supremo Tribunal Federal contribui para

uma sociedade bem informada?

Amarildo Luciano. Por princípio, a sociedade tem direito de informar e de

ser informada. Para tanto, a mesma sociedade capacita profissionais para

exercer essa função indispensável à democracia. O argumento, segundo o qual o que está em jogo é a liberdade de expressão, não nos persuade e

nem justifica a desigualdade entre as profissões. Uma pessoa com informa-

ção é sempre uma fonte de notícias. E ela pode socializá-las através dos meios de comunicação, mas não como jornalista. Ter informação não trans-

forma uma pessoa em jornalista. Transforma-a em fonte ou colunista.

Uma sociedade bem informada depende de profissionais bem qualificados e

comprometidos com a sua vocação.

R.M.O. Qual a sua previsão de mercado com a ausência da obrigatoriedade

do diploma para o exercício da profissão?

A. L. A não obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de

jornalismo favorece algumas empresas de comunicação cujos interesses

estão voltados para si mesmas e não para a sociedade. A sociedade, neste

caso, é apenas o meio que justifica seus fins.

O mercado pode reagir a essa decisão do STF mostrando compromisso social ou simplesmente se servindo dela. Algumas empresas terão a oportunidade

de “fazer a diferença” valorizando a qualificação profissional e oferecendo

um serviço que contribua para uma sociedade bem informada e exigente.

Quando a sociedade experimentar os primeiros resultados dessa decisão, então, abrir-se-á um caminho novo para as empresas que prezarem pela

qualificação profissional. Acredito que o mercado ainda não acabou. Ainda

se pode tirar proveito.

Page 5: Revista Pronta

Por Jailson Silva

R.M.O. Você analisa esta medida como um benefício para os profissio-

nais da imprensa?

A. L. Não podemos olhar para uma decisão desse tamanho e ver ape-nas um lado da questão. Estamos todos diante de uma situação peri-

gosa. A primeira tentação é desistir do compromisso, abdicar da refle-

xão e do comportamento éticos e embarcar na onda “de qualquer

jeito”. Outra postura é se perguntar como se pode reverter a falta de esperança profissional que toma conta do mundo jornalístico. É aqui

que a profissionalização entra. O profissional não pode ceder às ten-

tações do mercado e esquecer-se de si mesmo e da sua vocação ao serviço. Quem souber resistir a essas nuances, encontrar-se-á diante

de um mercado promissor. Isto é se beneficiar de uma situação des-

confortável.

R.M.O. Como você vai conciliar o dia-a-dia de padre e jornalista?

A. L. Nunca olhei para a minha primeira vocação sacerdotal e a voca-ção jornalística como irreconciliáveis. Sempre as vejo como comple-

mentares. O meu ministério sagrado está a serviço do Deus que se

revela em um povo. É servindo ao povo que eu servirei a Deus. A

transcendência se revela na imanência.

Quando tomei a decisão de buscar os conhecimentos jornalísticos, eu pensei em como enriquecer a comunicação do Evangelho. Jesus disse

que “aquilo que ouvis ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telha-

dos” (Mt 10,27b). Hoje o Evangelho (Boa Notícia) corre o risco de não

ser nem notícia e nem nova. É claro que eu espero me servir das téc-nicas jornalísticas para melhor comunicar o que eu acredito. Como

fazer isso? Por meio da oratória, mas também por meio dos meios

modernos de comunicação. O púlpito já não é mais o meio mais eficaz de comunicação de massa. A Igreja precisa de assessores de comuni-

cação e a comunicação precisa de princípios para iluminar uma práti-

ca tantas vezes questionada.

R.M.O. Como o curso vai ajudar nesta sua trajetória?

A. L. Eu estou concluindo pela manhã a graduação em Teologia na Faculdade Católica de Fortaleza, no antigo prédio do Seminário da

Prainha, aqui em Fortaleza, e à noite, na FGF, estou cursando Jorna-

lismo. Os dois cursos estão me levando a viajar em dois mundos dis-

tintos, mas não opostos.

O curso de comunicação está me aproximando de um mundo que é competitivo, que prima pela corrida da resistência em que alguns

vencem e outros perdem.

É bom que eu tenha consciência dessa realidade na qual os jovens estão inseridos para que o meu discurso não se distancie por demais

das suas vidas reais.

Se no meu ministério, no acompanhamento espiritual, eu conseguir

ajudar as pessoas a ler de forma crítica as informações que nos che-

gam, e, com isso, contar com o apoio do Evangelho, creio que minha

trajetória valeu a pena.

R.M.O. Para ser um bom jornalista e necessário ter diploma de Jorna-

lismo?

A. L. Não necessariamente. Antes, precisa-se de paixão e de princí-

pios. Mas é interessante notar que alguns princípios só se aprende enquanto se busca um diploma de graduação. E, como mesmo depois

de graduado, muitos ainda não têm bons princípios, é de se convir

que fora das reflexões que orientam para um fim específico, no caso o Jornalismo, todos ficamos mais vulneráveis e, portanto, mais propen-

sos a não ser um bom jornalista.

Se para o exercício das demais profissões exige-se a obrigatoriedade

do diploma de graduação, a não obrigatoriedade para o Jornalismo

não seria uma maneira de sustentarmos a desigualdade entre as pro-

fissões? Se, perante a constituição, todos os cidadãos são iguais em

direitos e deveres, por que não aplicar essa máxima também às pro-

fissões? Por que todas não são iguais em direitos e deveres?

O jornalista Alberto Perdigão, que tem a res-ponsabilidade matinal de preparar e apresen-

tar o programa Bom Dia Ceará, é formado

pela Universidade Federal do Ceará.

Revista Menu Online. Como o senhor avalia a

suspensão do diploma de jornalismo para o

exercício da profissão?

Alberto Perdigão. Lamento, acho um equívo-

co do STF analisar a questão e uma lástima a decisão que tomou, segundo o relator e presi-

dente daquela corte, ministro Gilmar Mendes.

Não estou muito preocupado com isso, na

medida que os patrões já contratavam profis-

sionais não formados, num leque que vai de estagiários a publicitários.

Estou mais preocupado é na falta de controle do Estado, da sociedade e dos

Governos em relação á concessões de rádio e TV e nas autorizações para a ex-

ploração comerciais de outros meios como jornais portais na internet.

Você já imaginou quantos empresários da comunicação não tem formação supe-

rior, não tem a ficha limpa no Serasa, não tem uma certidão negativa de débito

na Receita, no INSS, não pode tirar uma folha corrida na polícia?

Não são incomuns os casos em que respondem processos trabalhistas, comerci-

al, tributário, previdenciário, na vara de família, até penal.

Estou mais preocupado, também, é com o descontrole em relação à quantidade

e à qualidade dos cursos de jornalismo.

Essas duas questões é que deveriam estar motivando questionamentos no supre-

mo.

R.M.O. Na sua avaliação, os jornalistas foram prejudicados ou beneficiados com

esta decisão?

A. P. Acho que sim, para os poucos que aproveitam a faculdade para se formar,

não para obter um diploma. E que encaram a profissão com sacerdócio.

R.M.O. E o Jornalismo?

A. P. Que jornalismo? Já havia bons jornalistas, e maus jornalistas, meios de

comunicação mais ou menos compromissados, antes dos cursos de jornalismo.

R.M.O. Houve algum benefício para a sociedade a partir desta decisão do Su-

premo?

A. P. Absolutamente nenhum, não era disso que a sociedade estava precisando.

R.M.O. Como os jornalistas recém-formados irão entrar neste mercado?

A. P. Abra o olho. É o mercado que pega os focas. E os usa. Só os que têm ta-

lento e se prepararam, e se atualizam permanente, vão ficando nas posições

que o mercado oferece. O resto, desculpe o termo, vai sendo descartado, com

ou sem diploma.

E você aluno, o que acha desse fato? É a favor ou contra a obrigatoriedade do

diploma para o curso de jornalismo?

Interaja com a Revista Menu Online. Mande um e-mail para revistame-

[email protected]

Já pensou em ter sua opinião publicada aqui? Faça a diferença!

Tome uma atitude.

Page 6: Revista Pronta

Prefeitura de Fortaleza Entrega o Primeiro CUCA

O Cuca da Barra do Ceará - Centro Urbano

de Cultura, Arte, Ciência e Esporte –

recebeu visitantes exigentes na tarde desta quar-

ta-feira. Com olhos admirados e atentos, os dele-

gados do OPCA – Orçamento Participativo Criança

e Adolescente – da Secretaria Executiva Regional

I (SER I) conheceram as dependências do prédio

que atenderá cerca de quatro mil jovens, diaria-

mente, a partir do próximo dia 21, data em que

será inaugurado.

“É enorme”, disse Gabriela de Lima Rocha, de

apenas 10 anos, e que já prepara uma lista dos

cursos que pretende fazer, tão grande quanto o

empreendimento. “Vôlei, natação, teatro, tem

tantos”, afirmou. Mas, apesar de satisfeitos com

o que viram, os delegados do OPCA não esquece-

ram seu papel de fiscalizadores, tendo em vista

que o Cuca se trata de uma demanda do OP,

segmento juventude.

“Que plantas vão ser postas?”, “Qual critério

para seleção dos profissionais?”, “Como será a

segurança?”, “E o tempo de cada curso?”. Estes

foram apenas alguns dos questionamentos feitos

pelas crianças durante a visita que, com papel e

caneta nas mãos, não deixavam passar nada. As

perguntas eram tantas que demandou da guia

que os acompanhava um tempo exclusivamente

para responder todas as dúvidas.

O Cuca da Barra do Ceará, nomeado Cuca Che

Guevara, teve custo de aproximadamente R$ 10

milhões. É equipado com sala da dança, estúdios

de rádio, fotografia e TV, campo para futebol de

areia, teatro para 300 lugares, sala de cine clube

para 75 pessoas, duas ilhas de informática, bibli-

oteca, um laboratório de tecnologias avançadas e

muitas salas para atividades diversas, como aulas

de artes plásticas, educação ambiental e recicla-

gem.

Na praça externa, piscina semiolímpica, anfitea-

tro, pista de esportes radicais e quadra coberta.

A construção, iniciada em junho de 2008, segue

todos os padrões de acessibilidade, inclusive com

um elevador exclusivo para deficientes. Uma das

preocupações do projeto foi não tirar nada do

que fazia parte da vegetação do local, como

coqueiros, palmeiras e pés de jambo.

Por Jailson Silva

Page 7: Revista Pronta

A Revista MENU Online, conta com a participação dos alunos do curso de Comunicação Social - Jornalismo, da Faculdade

Integrada da Grande Fortaleza (FGF).

Antônio Fabio - Elaboração de Pautas

Diego al Rodrigues - Criação e Diagramação

Gleydiane Freitas - Colaborador

Hudson Carneiro - Diagramação

Jailson Silva - Colaborador