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CADERNO DE ESTUDO
EXECUÇÃO E CONTROLE ORÇAMENTÁRIO E FINANCEIRO
2 | Página
FICHA CATALOGRÁFICA
I59 Instituto Brasileiro de Administração Municipal
Cadernodeestudo:execuçãoecontroleorçamentárioefinanceiro./IBAM.–RiodeJaneiro:IBAM,2016.
40p.:il.color.
(SérieProgramadequalificaçãogestãoambiental)
IncluiReferências
1.Finançaspúblicas.2.Orçamento.I.InstitutoBrasileirodeAdministraçãoMunicipal.II.Título.III.Série.
CDU336.1
3 | Página2 | Página
INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL – IBAM
Superintendência Geral PauloTimm
Coordenação Geral do PQGA TerezaCristinaBarwickBaratta
Coordenação da Capacitação HélioBeirozImbrosiodaSilvaMagnesGraelSilveiraMaynarddoLagoSuzanadosSantosBarbosaTitoRicardodeAlmeidaTortori
Supervisão Pedagógica AnnaMariaFontesRibeiroDoraApelbaum
Consultoria Técnica OctáviodaCostaGomesNeto
Conteudistas AndreaPitanguydeRomaniHélioBeirozImbrosiodaSilvaIaraFerrugemVelasquesIaraVerocaiJeanMarcWeinbergSassonJoãoVicenteLagüénsJúlioCésarGonçalvesdaSilvaKarin Schipper SegalaLeeneMarquesdeOliveiraLuisMauroSampaioMagalhãesMarcosFlávioR.GonçalvesNatháliadaSilvaBragaPaula BernasconiRosanValterFernandes
Desenho Instrucional AfrentSoluções
Normalização Bibliográfica Cinthia Pestana
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Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................7
1. INTRODUÇÃO ..........................................................................91.1. Alterações à Lei Orçamentária Anual - LOA ....................................................... 9
1.1.1 Emendas Orçamentárias .................................................................................... 10
1.2 Mecanismos Retificadores do Orçamento ......................................................... 11
1.2.1 Crédito Adicionais................................................................................................ 11
1.3. Contingenciamento ............................................................................................... 14
2. EXECUÇÃO DA DESPESA PÚBLICA: EMPENHO, LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO .................................................16
2.1 Empenho ................................................................................................................... 16
2.1.1 Empenho Ordinário .............................................................................................. 17
2.1.2 Empenho por Estimativa .................................................................................... 17
2.1.3 Empenho Global ................................................................................................... 17
2.2. Liquidação .............................................................................................................. 19
2.3 Pagamento ............................................................................................................... 20
2.4 Restos a Pagar ....................................................................................................... 20
2.4.1 Restos a pagar processados ............................................................................ 21
2.4.2 Restos a pagar não processados .................................................................... 21
2.5 Despesas de Exercícios Anteriores .................................................................... 22
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3. EXECUÇÃO DA RECEITA PÚBLICA: LANÇAMENTO, RECOLHIMENTO E ARRECADAÇÃO .......................................253.1. Previsão ................................................................................................................... 26
3.2. Lançamento .......................................................................................................... 26
3.2.1 Lançamento Direto ou de Ofício ........................................................................ 27
3.2.2. Lançamento por Declaração (ou Misto) ....................................................... 27
3.2.3 Lançamento por Homologação ........................................................................ 27
3.3 Arrecadação ........................................................................................................... 27
3.4 Recolhimento .......................................................................................................... 27
4. TIPOS E INSTRUMENTOS DE CONTROLE ........................294.1. Controle Externo..................................................................................................... 30
4.1.1 Tribunal de Contas da União – TCU .................................................................. 32
4.2. Controle Interno ..................................................................................................... 33
4.3 Controle social......................................................................................................... 34
4.3.1 Calendário da Participação ............................................................................... 35
4.3.2 Transparência Orçamentária ............................................................................. 35
4.3.4 Balanços e balancetes ....................................................................................... 36
4.3.5 Orçamento Participativo - OP ............................................................................ 37
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................38
REFERÊNCIAS .............................................................................39
BIBLIOGRAFIA ............................................................................40
Execução e Controle Orçamentário e Financeiro
7 | Página
APRESENTAÇÃO
A gestão pública prescinde de habilidadesnemsemprefáceisdeseremadquiridasene-cessita da atualização permanente de seusfuncionários. Entretanto, o cenário da ad-ministração pública municipal é carente deapoio à capacitação continuada de seus qua-drosfuncionais.Estecursobuscaresponderaessademanda.
Nestesentido,abordaremoselementos-chaveparaacompreensãonãosódopontodevistatécnico, dos dispositivos legais,mas tambémos aspectos políticos, daquilo que se colocacomo o diálogo permanente da gestão públi-ca.Oembateentreasexigênciasdalegislaçãoeas limitaçõescomasquaisgestoreseato-res sociais deparam quando tentam transpor ações e políticas públicas para o arcabouçolegalquelhedárespaldoepermiteofluxofi-nanceiro necessário para a implementação das políticaspúblicas.
Neste Curso sobre Execução e ControleOrçamentário e Financeiro busca-se comoobjetivo geral compreender os instrumentosformais para o acompanhamento, controle eexecuçãodosorçamentospúblicosmunicipais.Conhecendoosatoresenvolvidos,asetapas-chavedosprocessosdearrecadaçãoegastodos recursospúblicos, e apresentaçãodedi-ferentes tipos emecanismos de controle dosrecursosorçamentários.
Portanto,estecursoenvolveexposiçõessobrequaisosdispositivoslegaisquepermitemmo-dificaçõesà LeiOrçamentáriaAnual, sobreaexecuçãodasdespesaseda receitapública,assimcomoosdiferentestiposdecontroleso-breoorçamentopúblico.Emresumo,pode-seinformarao/àparticipantequeoconteúdoper-mitirá conhecer:
1.Alteraçõesàleideorçamentoecréditosadicionais.
2. Execução da despesa pública:empenho,liquidaçãoepagamento.
3.Execuçãodareceitapública:lança-mento,recolhimentoearrecadação.
4.Tiposeinstrumentosdecontrole.
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Alterações à lei orçamentária anual - LOA
1.
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1. INTRODUÇÃO
ALeiOrçamentáriaAnual–LOAtambéméco-nhecidapororçamento.Éuma leianualeseconstitui em instrumento de planejamento econtroledosgastospúblicosacadaano.Elaapresenta de forma detalhada a composiçãodareceitadoMunicípioecomoestáprevistaaexecuçãodasdespesas.
Portanto, o conteúdo deste curso é rela-cionado à Lei Orçamentária Anual – LOA, ouseja,aoacompanhamentodaexecuçãodareceitaedadespesaprevistosnessaLei,queapresenta os recursos e aponta a finalidadedadaaodinheiropúblico.
Na LOA temos o detalhamento, na forma delei, das políticas públicas que serão executa-das emdeterminado ano.Na LOA, as açõesgovernamentais estão detalhadas com seusobjetivos,responsáveiseomontantederecur-sosdestinadosparacadaaçãogovernamental.Estedetalhamentopermiteoseuacompanha-mentodurantetodooano.
Importante destacar, que a LOA é resultadodo planejamento financeiro municipal, que contemplamaisduas leis:OPlanoPlurianualeaLDO.OPPAéum instrumentodeplane-jamentocomvigênciaquedequatroanoseaLDO,queéumaleianual,que“pinça”doPPAas prioridades da gestão municipal a cada ano, materializando-asnaLOA.
1.1. Alterações à Lei Orçamentária Anual - LOA
Existemalgumasmaneiraspelasquaisoorça-mentopodeseralterado.Essasalteraçõespo-dem acontecer no momento em que ainda é a propostadelei,ouatémesmodepoisdeaprova-dapeloLegislativoesancionadopeloExecutivo.
Alterar o orçamento, enquanto este se consti-tuiapenasemumaproposta(projetodelei)naformade apresentação de emendas legislati-vas,éoprocedimentomaiscomum,seguindoostrâmitesnormaisdocicloorçamentário.EstamudançaéprerrogativadoLegislativo.
A lei orçamentária, depois de aprovada, não
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deveriasermodificada,anãoseremcasosex-cepcionais.Mas,oqueocorrenapráticaéumabusodosdispositivosdeflexibilizaçãodestalei.
O bom senso diz que qualquer lei deve termecanismos institucionais para sua alteração, mesmodepoisdeaprovada.Paraasleisorça-mentáriascompeteomesmoraciocínio.Adife-rençaficapelaespecificidadequeaprópriaLeiOrçamentáriaAnual-LOAapresenta.Umavezqueéprodutodetantoesforço,detantaavalia-ção, estudo e negociação, porque o orçamento é, ainda assim, um instrumento tão pouco res-peitado,umavezqueasmudançasduranteoanosãotãofrequentes?
ALeiOrçamentáriaAnual(LOA)éumaleiquedeve nortear as ações do poder público du-rante todo um ano, mas antes de se tornar lei ela é exaustivamente elaborada pelo PoderExecutivo e cuidadosamente analisada peloPoderLegislativo.Deveria serestávele, por-tanto,poucomodificada,econfiável,paradu-rartodoaqueleanosemmaioresalterações.
OsmotivosquelevamoExecutivoacriarcon-dições para modificar a LOA são essencial-mentepolíticos.Umanoestálongedeserumprazomuitolongoparaseprogramarosgastospúblicos,eatítulodecomparaçãoosEstadosUnidospossuemumorçamentomuitasvezesmaiorqueobrasileiro,eoelaboramcomvali-dadeparadoisanos.
ModificaroorçamentoapósoexaustivotrabalhorealizadopeloLegislativoepelaprópriasocieda-defereasinstituiçõesdemocráticasqueassegu-ramoequilíbriodemocráticodoprocessoorça-mentário,expressãododiálogoentreosdiversosatoreseinteressesquecompõemasociedade.
1.1.1 Emendas Orçamentárias
Existemalgunsconstrangimentosàliberdadedeemendaroorçamento.Omelhorcaminhoparase entender como o orçamento pode ser modi-ficadoéconhecendoondenãosepodealterar.
Nestemomento,passaremosanos referiràs
alteraçõesdoorçamentocomoemendas,poisessaéa formaquepodemosparticipar juntoaoPoderLegislativo,demodoatermosnossospleitos atendidos, ou ao menos concorrendo comosdemais,democraticamente.
Apropostadeorçamento(projetode lei),queéelaboradapeloExecutivo,quandochegaaoLegislativojávemfechada,querdizer,nãohárecursosexcedentesousimplesmentedisponí-veisparaqueoslegisladoresouatémesmoapopulaçãopossapropormudanças.
Comotodososrecursosjátêmumadestinaçãocerta, qualquer proposta deverá indicar a ori-gemdosrecursosparaserviabilizada,eessesrecursos serão, necessariamente, de outro pro-jetoouatividadequejáfaçapartedoorçamen-to.Sendoissoinevitável,devemossaberdistin-guirdeondeNÃOpodemosproporalterações.
Como em qualquer orçamento, há despesas quesão inadiáveis, comoamaioria dasdes-pesascorrentes,eoutrasnem tanto.Asdes-pesasdepessoaleserviçodadívidanãopo-demserinterrompidosouteresvaziadosseusrecursos, pois se constituem de compromissos assumidospeloEstado,sendosuainterrupçãoumdesperdícioousimplesmenteinviável.
Poroutrolado,temososinvestimentoseasin-versõesfinanceiras,quesãodespesasquepo-demseradiadase,quemuitasvezes,sãoresul-tadodeacordospolíticose/oufrutodaescolhadeprioridades.Pode-setrazercomoexemploaconstrução de uma praça ou a compra do pré-dioondefuncionaumadeterminadarepartiçãogovernamentalequeatualmenteestáalugada.Estas despesas podem ser adiadas e teremseusrecursosdestinadosparaoutrosfins.
Quandoexcluímosdoorçamentoasdespesasque não podem ser adiadas ou postergadas - ou seja, nãopodemser objeto deemenda,principalmente as despesas correntes - os re-cursos que sobram são, comparativamente,beminferioresaototaldoorçamento.
Pense no orçamento doméstico, que não pode deixar as despesas de alimentação ou as
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contasdeluzegásdelado,umavezqueelassão despesas correntes.Contudo,vocêpodeadiaracompradeumabicicletanova,apinturada casa ou a troca do carro, que seriam, com-parativamente,asdespesas de capital.
As emendas orçamentárias, mesmo sendo muito inferior ao esperado, constituem umaquantiasubstancial,suficienteparafazercomque os parlamentares se articulem e apresen-tem emendas para seus redutos eleitorais, o que habilita qualquer cidadão ou movimentosocialafazeromesmo.
Aalteraçãodoorçamento(projetodelei)atra-vés de emendas só pode ser feita quando oprojetode leiorçamentáriaseencontratrami-tandonoPoderLegislativo.Paraisso,éimpor-tante que se acompanhe esse processo, pois geralmente o tempo que ele fica disponívelparaseremendadoémuitopequeno.
1.2 Mecanismos Retificadores do Orçamento
Mesmodepoisdeaprovada,aLOApodeseralterada. Conforme dito, a Lei OrçamentáriaAnualéresultadodeumprocessodeplaneja-mentoqueincorporaasintençõeseprioridadesdasociedade.Entretanto,duranteaexecuçãodaLeiOrçamentáriaAnual,podemocorrersitu-açõesquenãoestavaminicialmenteprevistasnafasedesuaelaboração.Paraatendersitu-ações deste tipo foram criados instrumentosquepossibilitamretificaroOrçamentoduranteasuaexecução.Essesmecanismosretificado-res são conhecidos como Créditos Adicionais, eprevistosnaLeinº4.320/64.
Conheça a Lei nº 4320/64 que criouNormas Gerais de Direito Financeiropara a elaboração e controle dos or-çamentos e balanços da União, dosEstados, dos Municípios e do DistritoFederal. Disponível em: http://www12.senado.gov.br/orcamento/documentos/legislacao/lei-no-4320/at_download/file
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1.2.1 Crédito Adicionais
SegundoaLei4.320/64,oscréditos adicionais são “as autorizações de despesas não com-putadas ou insuficientemente dotadas na Lei Orçamentária”.Ousodessesmecanismosdealte-ração do orçamento é recorrente, principalmente, porfrutodeincorreçõesnaprevisãonecessáriadegastosparadeterminadasrubricas.Outrofatorquepodelevaraprefeituraafazerusodessemecanis-moéquandoaarrecadaçãoforrealizadaemníveissuperioresasuaprevisão,quandoforpoliticamen-telucrativoreforçaralgumprojetoouatividadedeseuinteresse,ounocasodecalamidadepública.
Para atender a essas despesas, a Lei nº4.320/64prevêosCréditosAdicionais,quepo-demserdetrêsespécies:
•Suplementares;
•Especiais;e
•Extraordinários.
Assim,areferidaleinosseusartigos40e41defineque:
Art.40-Sãocréditosadicionaisasautorizaçõesdedespesanãocom-putadasouinsuficientementedota-dasnaLeideOrçamento.
Art.41-Oscréditosadicionaisclas-sificam-seem:
I - suplementares, os destinados a reforçodedotaçãoorçamentária;
II - especiais, os destinados a des-pesasparaasquaisnãohajadota-çãoorçamentáriaespecífica;
III - extraordinários, os destinados adespesasurgenteseimprevistas,em caso de guerra, comoção intes-tinaoucalamidadepública.
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ALeinº4320/64,atravésdeseusartigosdenú-mero45e46,tambémestabeleceumasériedecondições,regrasecasosdeexcepcionalidadecomoformaderegulamentarosprocedimentosparaaaberturadosCréditosAdicionais, con-formetranscritoaseguir:
Art.45-Oscréditosadicionais te-rão vigência adstrita ao exercíciofinanceiro em que forem abertos,salvoexpressadisposiçãolegalemcontrário, quanto aos especiais e extraordinários.
Art.46-Oatoqueabrircréditoadi-cional indicará a importância, a es-pécie domesmoea classificaçãodadespesa,atéondeforpossível.
§ 1º - Nenhum investimento cujaexecução ultrapasse um exercí-cio financeiro poderá ser iniciadosemprévia inclusão no plano plu-rianual, ou sem lei que autorizea inclusão, sob pena de crime deresponsabilidade.
§ 2º -Os créditos especiais e ex-traordinários terão vigência noexercício financeiro emque foremautorizados,salvoseoatodeauto-rizaçãoforpromulgadonosúltimosquatro meses daquele exercício,casoemque,reabertosnoslimitesde seus saldos, serão incorporados aoorçamentodoexercíciofinancei-rosubsequente.
§3º-Aaberturadecréditoextraor-dinário somente será admitida para atenderadespesasimprevisíveiseurgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calami-dadepública,observadoodispostonoart.62.
§4ºÉpermitidaavinculaçãodere-ceitas próprias geradas pelos impos-tosaquesereferemosartigos155
e 156, e dos recursos de que tratam osartigos157,158,159,I,aeb,eII,para prestação de garantia ou contra garantia à União e para pagamentos dedébitosparacomesta.
I) Créditos Suplementares
Sãodestinadosao reforçodedotaçõesorça-mentáriascomoobjetivodeaumentaromon-tantede recursosdeumdeterminadoprojetoouatividade.
Muitos Créditos Suplementares são o que cha-mamos de Janelas Orçamentárias.Esseter-moéusadoparasefazerreferênciaarubricascomvaloresmuitopequenosnoorçamento.
A regulamentação para os créditos adicionais suplementares está prevista na Lei 4320/64,emseusartigos42e43.
Art.42-Oscréditossuplementarese especiais serão autorizados porleieabertospordecretoexecutivo.
Art.43-Aaberturadoscréditossu-plementares e especiais depende da existência de recursos disponí-veisparaocorreràdespesaeseráprecedidadeexposiçãojustificativa.
Quandooorçamentoéelaborado,assume-sequetodasasrubricaspossuemumaestimativaderecursoscompatívelcomanecessidadededespesas para viabilizá-la. Por exemplo, nin-guém pensaria em alocar menos recursos para a manutenção de um hospital, ou para pagar osservidores,poisambossecaracterizamporseremdespesasinflexíveiseobrigatórias.
Por outro lado, porque preveríamos recursosinsuficientesparaaconstruçãodeumaponteouumprogramadeurbanizaçãodacidade?
Seumaprevisãoequivocada foi feita,aso-lução será remanejar recursos dentre as
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demais rubricas do orçamento para supriraquela que “pede por socorro”. As vezesissoacontecedetalformaqueváriosoutrosprogramasdoorçamentosãoesvaziadosdeseusrecursos.
Portanto,a janelaorçamentária,propriamen-te dita, é um artifício político para esconderprogramas prioritários cujas despesas nãodeveriamchamaraatenção,ouumaaçãodoEstado que será negociada durante o ano.São rubricas comquantidade irrisória de re-cursos, que são dispostas no orçamento para garantir a existência da rubrica. Cabe, parasua implementação, um determinado aporte derecursoscapazdetorná-laviável,emfun-çãodasnegociaçõespolíticasqueacontece-remduranteaexecuçãodoorçamento.Esseaportederecursoséconcretizadoatravésdecréditossuplementares.
É importantenãoconfundiresseartifíciocomrubricasquesimplesmentenãoforamprioriza-dasenãopossuemrecursos.Adiferençaentreelas é política, porque a rigor ambas seriamidentificadas apenas pelo montante irrisóriofrenteàsuanecessidade.
II) Créditos Especiais
São destinados às despesas para as quais nãohouvedotaçãoorçamentáriaespecífica,como a criação de um projeto ou atividadedepoisqueoorçamentojáfoiaprovadoeseencontraemexecução.Deformasimilaraoscréditos suplementares, os créditos espe-ciais devem ser autorizados por lei e aber-tospordecreto.Aautorização,deumaformageral, pode constar na própria lei que criou oprogramaqueseráfinanciadopelocréditoespecial.
Aaberturadoscréditossuplementareseespe-ciaisdependedaexistênciaderecursosdispo-níveisparaocorreradespesaeseráprecedidade exposição justificativa. São consideradosrecursos para abertura dos créditos suple-mentares e especiais, desde que não compro-metidos,conformeoart.43daLeiFederalnº4.320/64.
I - o superávit financeiro apuradoembalanço patrimonial do exercí-cioanterior;
II-osprovenientesdeexcessodearrecadação(saldopositivodasdi-ferenças acumuladas mês a mêsentre a arrecadação prevista e arealizada);
III - os resultantes de anulação par-cialoutotaldedotaçõesorçamen-tárias ou de créditos adicionais, au-torizadosemLei;
IV - o produto de operações decréditoautorizadas,em formaquejuridicamente possibilite ao poderexecutivorealizá-las.
III) Créditos Extraotrdinários
São destinados às despesas urgentes e impre-vistas,emcasodeguerra,comoçãooucala-midadepública.ParaaaberturadeumcréditoextraordinárionãoénecessáriaaautorizaçãodoPoderLegislativo,masapenasdecomuni-caçãoimediataaestePoder.Ouseja,oscré-ditos extraordinários são abertos por decretodoPoderExecutivo, quedeles dará imediatoconhecimentoaoPoderLegislativo,conformedispõeaLeinº4.320/64.
Noentanto,aConstituiçãoFederal,emseuar-tigo167,parágrafo3º,disciplinaqueaabertu-ra de crédito extraordinário somente será ad-mitidaparaatenderdespesas imprevisíveiseurgentes, tais como as decorrentes de guerra, comoçãointernaoucalamidadepública.
NocasodaUnião,aaberturadecréditosex-traordinários é realizada pormeio demedidaprovisória.OsestadosouMunicípiosquenãopreveemnaconstituiçãoestadual,ounaleior-gânicamunicipal,oinstitutodamedidaprovisó-riaparaaberturadecréditoextraordinário,esteserárealizadoatravésdedecretodoExecutivo.
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1.3. Contingenciamento
OcontingenciamentoéumrecursoqueoPoderExecutivolançamãosemprequedesejalimitara capacidade de gasto dos seus secretários, ouquandorealmenteseencontraemdificulda-desfinanceiras.
No segundo caso, quando as receitas come-çam a frustrar desproporcionalmente as pre-visõesdearrecadação, o chefe doExecutivotoma a decisão drástica de contingenciar o or-çamento comomedida preventiva para evitarumaparalisaçãodamáquinapúblicaporfaltadepagamentodepessoal,porexemplo.
Poroutrolado,Municípioscomsaúdefinancei-ra perfeita tambémseutilizamdeste artifício,oumesmogovernosqueacabaramdecome-çarseusanosfiscais,oqueéumcontrassen-so,umavezqueseoanofiscalacabadeco-meçar,ejásefaznecessáriocontingenciarasdespesas,podemosdeduzirqueoorçamento,provavelmente,devetersidomalelaborado.
Leiaoartigo “Horaéde “apertarocin-to” e contingenciar gastos” deMauricioConti,quediscorresobreousoindiscri-minadodasaçõesdecontingenciamen-to de despesas pelo Governo Federal,seu impactonamídiaeaafirmaçãodeque tal prática está “institucionalizadopela administração pública brasileira”.Disponível em:<http://www.conjur.com.br/2014-mar-11/contas-vista-hora-aper-tar-cinto-contingenciar-gastos>
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Execução da despesa pública: empenho, liquidação e pagamento
2.
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2. EXECUÇÃO DA DESPESA PÚBLICA: EMPENHO, LIQUIDAÇÃO E PAGAMENTO Nesta unidade apresentaremos os diferentesestágios pertinentes à execução da despesa orçamentária, assim como o marco legal, es-tabelecidoatravésdaLei4.320/64,queregula-mentataisdispositivos.
ConformedispostonaLeinº4320/64,existemtrêsdiferentesestágiosnoprocessodeexecu-çãodasdespesaspúblicas,esãoeles:
• Empenho;
• Liquidação;e
• Pagamento.
Apresentaremos cada um destes estágios ou fases,easparticularidadesdecadaum.
2.1 Empenho
Éoprimeiroestágiodadespesa.Éoatoema-nado da autoridade competente que cria para o PoderPúblicoaobrigaçãodepagamento,pen-denteounão,deimplementodecondição(art.58daLei4.320/64).
Para a administração pública, o empenho seconstitui do principal instrumento para o acom-panhamento e controle da execução orçamen-tária. Quando uma despesa é empenhada épossível enquadrá-la no crédito orçamentárioadequadoededuzi-ladosaldodadotaçãodoreferido crédito.Alémdisto, oEmpenhoé defundamental importância no que se refere àrelação contratual entreopoderpúblicoeosseusfornecedores,vistoquerepresentaaga-rantia de que existe o crédito necessário para a liquidaçãodeumadívidaassumida.Empenharuma despesa consiste na emissão de uma NotadeEmpenho.
Oprocessodeempenhodeumadespesaestádivididoem:
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• Autorização
• Emissão
• Assinatura
• Controleinterno
• Contabilização
Aseguirtrataremossobreasdiferentesmoda-lidadesdeempenho.
2.1.1 Empenho Ordinário
Modalidade que se destina atender a despesa commontante previamente conhecido e cujopagamento deva ocorrer de uma só vez. Ouseja,utilizadoquandoseconheceprecisamen-teovalordobemouserviçoaseradquirido,e com o pagamento sendo efetuado de umaúnicavez.
Exemplo: compra de material de consumo ou permanente.
Empenho Ordinário
Paraentendermelhorsobrecompradematerial de consumo ou permanente, trazemososeguinteexemplo:
Em uma escola pública, o material deconsumoseria todoomaterial utilizadonas atividades pedagógicas e adminis-trativasdaescola:Giz,papelofício,car-tolinas, tesouras, cola, canetasetc. Jáo material permanente são os computa-dores,impressorasouumfreezerparaacozinhadaescola.
Exemplo
Conheça a Portaria n° 448/2002 doGoverno Federal, que regulamenta adefinição de Material de Consumo eEquipamento e Material Permanenteparaacontabilidadepública.
Disponível em: http://www3.tesouro.fa-zenda.gov.br/legislacao/download/con-tabilidade/Port_448_2002.pdf.
Saiba Mais!
2.1.2 Empenho por Estimativa
Modalidade destinada a atender despesa de valornãoquantificávelduranteoexercício.Ouseja, o empenho por estimativa será emitidoquando não se puder determinar o montante exatodadespesa.
Exemplo: Despesas com energia, água, tele-foneetc.
2.1.3 Empenho Global
Modalidade destinada a atender despesas contratuais cujo montante é previamente co-nhecidoeaserliquidada.Épagadeformapar-celadaduranteoexercíciofinanceiro.
Exemplo:contratosdeprestaçãodeserviços,alugueletc.
ALeinº4.320/64estabeleceumasériedecondições,regrasecasosdeexcep-cionalidade a serem seguidas quando do empenhodadespesa.
Saiba Mais!
Condições,regrasecasosdeexcepcionalida-de a serem seguidos quando do empenho de despesa,segundoaLeinº4.320/64
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Art.24-Évedadaarealizaçãodedespesasemprévioempenho.
Parágrafo único: Em caso de ur-gênciacaracterizadana legislaçãoemvigor,admitir-se-áqueoatodoempenhosejacontemporâneoàre-alizaçãodadespesa.
Art.25-Oempenhoimportadedu-zirseuvalordedotaçãoadequadaàdespesaa realizar, por forçadocompromissoassumido.
Art. 26 - O empenho não poderáexceder o saldodisponível dedo-tação orçamentária, nem o crono-grama de pagamento o limite de saques fixado, evidenciados pelacontabilidade,cujosregistrosserãoacessíveisàsrespectivasunidadesgestorasemtempooportuno.
Parágrafo único: Exclusivamenteparaefeitodecontroledaprograma-çãofinanceira,aunidadegestorade-veráestimaroprazodovencimentodaobrigaçãodepagamentoobjetodoempenho,tendoemvistaoprazofixadoparaofornecimentodebens,execuçãodaobraouprestaçãodoserviço, e o normalmente utilizadoparaliquidaçãodadespesa.
Art. 27 - As despesas relativas acontratos, convênios, acordos ouajustes de vigência plurianual se-rão empenhadas em cada exercí-ciofinanceiropelaparteneleaserexecutada.
Art. 28 - A redução ou cancela-mento no exercício financeiro, decompromisso que caracterizou oempenho, implicará sua anulação parcialoutotal,revertendoaimpor-tânciacorrespondenteàrespectivadotação, pela qual ficará automa-ticamente desonerado o limite de saquesdaunidadegestora.
Art. 29 -Para cadaempenho seráextraídoumdocumentodenomina-do "nota de empenho" que indicará o nomedocredor,aespecificaçãoeaimportânciadadespesa,bemcomoos demais dados necessários ao controledaexecuçãoorçamentária.
Art. 35 - O empenho de despesanão liquidada será considerado anuladoem31dedezembro,paratodososfins,salvoquando:
I-vigenteoprazoparacumprimen-todaobrigaçãoassumidapelocre-dor,neleestabelecida;
II-vencidooprazodequetrataoitemanterior,masestejaemcursosa liquidação da despesa, ou seja,de interesse da Administração exi-girocumprimentodaobrigaçãoas-sumidapelocredor;
III - se destinar a atender transfe-rências a instituições públicas ouprivadas;
IV-corresponderacompromissosassumidosnoexterior.
Art. 59 - O empenho da despesanão poderá exceder o limite dos créditosconcedidos.
Art.60-Évedadaarealizaçãodedespesasemprévioempenho.
§ 1º - Em casos especiais previs-tos na legislação específica serádispensada a emissão da nota de empenho.
Art.61-Paracadaempenhoseráextraídoumdocumentodenomina-do "nota de empenho" que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa, bemcomo a dedução desta do saldo da dotaçãoprópria.
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Quadro Resumo – Modalidades de Empenho
EMPENHO ORDINÁRIO
Despesa com montan-tepreviamenteconhe-cidoecujopagamentodevaocorrerdeumasóvez.
EMPENHO POR ESTIMATIVA
Despesadevalornãoquantificávelduranteoexercício.
EMPENHO GLOBAL
Despesa contratu-alcujomontanteépreviamenteconhe-cidoepagodeformaparcelada.
2.2. Liquidação
Éoestágiodaexecuçãodadespesaquecon-siste na verificação do direito adquirido pelocredor, tendo por base os documentos com-probatóriosdorespectivocrédito.Emseguida,é necessária a apuraçãodaorigemedoob-jetodopagamento,assimcomoaimportânciaaserpagaeaquemdeveserpaga,afimdequeaobrigaçãoseextinga.A liquidação teráporbaseocontrato,oajusteouacordo,anotadeempenhoeoscomprovantesdeentregadomaterialoudaprestaçãodoserviço.
Sendo assim, o processo de liquidação de uma determinadadespesaocorreseguindoumflu-xodeterminado.Primeiro,érealizadooexamedoprocessooudoexpedienterelativoaodirei-todocredor,emquedeverãoestardemonstra-dososvaloresbrutoelíquidoapagar.Emse-guida, a apuração do direito adquirido, a partir daanálisedosdocumentoscomprobatórios,aunidadegestoraprovidenciaráo imediatopa-gamentodadespesa.Portanto,noprocessodeexecução das despesas públicas, não existepagamento de uma determinada despesa, sem suadevidaliquidação.
Oprocessodeliquidaçãodadespesadivide-se em:
• Recebimento da mercadoria oudosserviços;
• Inspeçãoeliberação;
• Laudodemedição;
• Atestadodeprestaçãodeserviço;
• Requisiçãodepagamento;
• Controleinterno;
• Autorizaçãodepagamento;
• Cheque.
Veja as disposições presentes nos ar-tigos 62 e 63 da Lei nº 4.320/64 sobrea liquidaçãodadespesa.AtenteparaarelaçãoentrePagamentoeLiquidaçãoenosprocedimentosadotadosparaaveri-ficaçãodascondiçõesnecessáriasparaaLiquidaçãodeumadeterminadades-pesa.Conformetranscrito.
Art. 62 - O pagamento da despesa sóserá efetuado quando ordenado apóssuaregularliquidação.
Art. 63 -A liquidação da despesa con-siste na verificação do direito adquiridopelo credor tendopor baseos títulosedocumentoscomprobatóriosdorespecti-vocrédito.Decretonº4.049/2001
§1º-Essaverificaçãotemporfimapurar:
I -aorigemeoobjetodoquesedevepagar;
II-aimportânciaexataapagar;
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III-aquemsedevepagaraimportância,paraextinguiraobrigação.
§2º -A liquidaçãodadespesapor for-necimentosfeitosouserviçosprestadosteráporbase:
I-ocontrato,ajusteouacordorespectivo;
II-anotadeempenho;
III-oscomprovantesdaentregadema-terialoudaprestaçãoefetivadoserviço.
2.3 Pagamento
Terceiroeúltimoestágiodaexecuçãodades-pesa, consiste na entrega do numerário ao credor doEstado, extinguindo-seo débito ouobrigação.Portanto,representaafasefinaldoprocessodadespesapública.Eopagamentosomentepoderáserefetuadoquandoordena-do,apóssuaregularliquidação.
Oprocessodepagamentodeumadespesadi-vide-seem:
• Liquidaçãodaobrigação;
• Quitaçãodocredor;
• Contabilização.
Veja as disposições presentes na Lei4.320/64sobreopagamentodeumade-terminadadespesa.Conformetranscrito:
Art.64-Aordemdepagamentoéodespa-cho exarado por autoridade competente, determinandoqueadespesasejapaga.
Parágrafoúnico:Aordemdepagamento
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só poderá ser exarada em documen-tos processados pelos serviços decontabilidade.
Art.65-Opagamentodadespesaseráefetuado por tesouraria ou pagadoriaregularmente instituídos por estabe-lecimentos bancários credenciados e,em casos excepcionais, por meio de adiantamento.
Quadro Resumo – Estágios de Execução da Despesa
EMPENHO
Primeiro estágio da despesa.Éoatoemanado da auto-ridade competente que cria para o Poder Públicoaobrigaçãodepagamento.
LIQUIDAÇÃO
Consistenaverifica-ção do direito adquiri-do pelo credor, tendo porbaseosdocumen-toscomprobatóriosdocrédito.
PAGAMENTO
Terceiroeúltimoes-tágio da execução da despesa e consiste na entrega do numerário aocredordoEstado,extinguindo-seodébi-toouobrigação.
2.4 Restos a Pagar
São as despesas empenhadas que não são pa-gasatéadatade31dedezembrodoanoaoqual pertencem, com a necessidade da distinção entre as despesas processadas das não proces-sadas.Ainscriçãodedeterminadocompromisso
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emRestosaPagarcorrespondeaumareceitaextraorçamentárianoBalançoFinanceiro.
Restos a Pagar é uma dotação orçamentáriaquetemporobjetivodarcondiçõesparaoem-penho de despesas resultantes de compromis-sosgeradosemexercíciosjáencerrados.Parataltipodedespesas,deveserobservadaacon-diçãodequeoorçamentodoexercícioemqueforamoriginadaspossuasaldosuficienteparaatendê-las,eainda,queestasnãotenhamsidoprocessadasàépoca.Podemsertantodespe-sascorrentesquantodespesasdecapital.
AinscriçãoemRestosaPagarocorrenoencer-ramentodoexercíciofinanceiro,pormeiodosregistros contábeis pertinentes. Os Restos aPagar,quesãoclassificadosemProcessadoseNãoProcessados,constituemdívidaflutuan-te,devendoserregistradosporexercícioeporcredor, distinguindo-se as despesas processa-dasdasnãoprocessadas.
2.4.1 Restos a pagar processados
São referentesadespesas regularmenteem-penhadas e liquidadas, estando o processo prontoparapagamento.Nestecaso,odireitodocredorélíquidoecerto.
Podemos dar como exemplo uma obraquejáfoiconcluídaeentregue.Nocaso,areformadeumapraça.Aobrafoiexe-cutada conforme o previsto, a despesafoiempenhadaeliquidadae,emtermosorçamentários, considerada realizada.Faltando apenas o pagamento propria-mente dito, que ficou para o exercíciofinanceiroseguinte.
Exemplos
2.4.2 Restos a pagar não processados
São as despesas regularmente empenha-das, mas não liquidadas. Neste caso, possi-velmente, se tratadeumserviçoquenão foi
prestado, ou uma determinada mercadoria que nãofoientregue,ouatémesmo,umaobranãoexecutada.
A prescrição dos Restos a Pagar ocorre emcinco anos, contados a partir da data de ins-crição,salvointerrupçõesdecorrentesdeatosjudiciais.AbaixadosRestosaPagarocorrenoâmbitoadministrativo,combaseemprazode-finidoemnormaregulamentarouquandoveri-ficadoanãoentregadomaterial,anãopresta-çãodoserviçoouanãoexecuçãodaobra.
Os parâmetros legais para os procedimentosrelacionados à definição de Restos a PagarestãodefinidosnaLei4.320/64enoDecreto93.872/86,conformetranscritos:
Lei 4.320/64
Artigo 36 -Consideram-seRestosa Pagar as despesas empenhadas, mas não pagas até o dia 31 de de-zembro,distinguindo-seasproces-sadasdasnãoprocessadas.
Parágrafoúnico:Osempenhosquesorvemacontadecréditoscomvi-gênciaplurianual,quenãotenhamsido liquidados, só serão computa-doscomoRestosaPagarnoúltimoanodevigênciadocrédito.
Decreto 93.872/86:
Artigo 67 -Considerem-seRestosa Pagar as despesas empenhadas enãopagasaté31dedezembro,distinguindo-se as despesas pro-cessadas das não processadas.(Leinº4.320/64,art.36)
§1ºEntendem-seporprocessadase não processadas, respectiva-mente, as despesas liquidadas e asnãoliquidadas,naformaprevis-tanestedecreto.
§2ºOregistrodosRestosaPagar
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far-se-áporexercícioeporcredor.
Artigo 68 - A inscrição de despesas como restos a pagar no encerra-mento do exercício financeiro deemissãodaNotadeEmpenhode-pende da observância das condi-ções estabelecidas neste Decretopara empenho e liquidação da despesa.
Artigo 69 - Após o cancelamento da inscriçãodadespesacomoRestosa Pagar, o pagamento que vier aser reclamado poderá ser atendi-do à conta de dotação destinada a despesasdeexercíciosanteriores.
Artigo 70 - Prescreve em cincoanosadívidapassiva relativaaosRestosaPagar.
A regulamentação de Restos a Pagar estátambémdispostanaLeideResponsabilidadeFiscal (LRF), queemseuartigo42estabele-ceaproibiçãoaos titularesdopoderexecuti-vodecontrair,nosdoisúltimosquadrimestresdo mandato, obrigação de despesa que nãopossa ser cumprida integralmente dentro dele, ouqueestabeleçaparcelasaserempagasnoexercícioseguintesemquesejaobservadaadisponibilidadedecaixaparatanto.
2.5 Despesas de Exercícios Anteriores
São as dívidas resultantes de compromissosgerados em exercícios financeiros anterioresàquelesemqueocorreremospagamentos.
DespesasdeExercíciosAnterioreséumado-taçãoorçamentáriaquecontemplaasdívidasde exercícios encerrados, devidamente reco-nhecidas pelas autoridades competentes e que serãoquitadasnoexercíciofinanceiroseguin-te. Tais dívidas podem ser de três diferentesnaturezas,esãoelas:
• Despesas de exercícios encer-rados, para as quais o orçamen-to respectivo consignava créditopróprio, com saldo suficiente paraatendê-las,equenãotenhamsidoprocessadasnaépocaprópria;
Umexemplodedespesasdeexercíciosencerradosseriaocasodeumfornece-dor,queaofinaldoexercício,pormoti-vosdiversos,nãorealizaaprestaçãodoserviçoacordadoounãorealizaaentre-gadedeterminadoproduto.
Exemplo
• Despesas de Restos a Pagarcomprescriçãointerrompida;
Situação em que o gestor mantém o em-penhomesmocomoserviçoouprodutoacordado não é entregue e o inscreveemRestosaPagar.Casoo fornecedornãoimplementeaprestaçãoqueseobri-gou durante todo o transcorrer do exer-cício seguinte, o gestor público poderácancelarovalorinscrito.Seassimocor-rer,ovalorquevieraserreclamadonofuturo pelo fornecedor também poderáser reempenhado à conta de Despesas deExercíciosAnteriores.
Exemplo
• Compromissos reconhecidospela autoridade competente, após oencerramentodoexercício.
Podemos dar como exemplo, a situação emqueumservidorpúblicocomumfilho
Exemplo
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nascido em dezembro de determinadoano e que procede com a solicitação do pedido do benefício do salário-famíliaem janeirodoanoseguinte.Para reali-zaropagamentodeumadespesarela-tivaaomêsdedezembro,épreciso,pri-meiramente,reconhecê-la,eemseguidaproceder com o empenho para a conta de Despesas de ExercíciosAnteriores.
Os parâmetros legais para os procedimen-tos relacionadosàdefiniçãodeDespesasdeExercíciosAnterioresestãoestabelecidosatra-vésdosartigos37daLei4.320/64eoartigo22doDecreto93.872/86aseguir:
Lei 4.320/64:
Artigo 37 - As despesas de exer-cícios encerrados, para as quaiso orçamento respectivo consigna-vacréditopróprio, comsaldosufi-cienteparaatendê-las,quenãosetenham processado na época pró-pria,bemcomoosRestosaPagarcom prescrição interrompida e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício cor-respondente, poderão ser pagos à contadedotaçãoespecíficaconsig-nada no orçamento, discriminada porelementos,obedecida,semprequepossível,aordemcronológica.
Decreto 93.872/86:
Artigo. 22 -As despesas de exer-cíciosencerrados,paraasquaisoorçamento respectivo consignavacréditoprópriocomsaldosuficien-teparaatendê-las,quenãose te-nham processado na época pró-pria,bemcomoosRestosaPagarcom prescrição interrompida, e os compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício cor-respondente, poderão ser pagos à conta de dotação destinada a
atender despesas de exercíciosanteriores, respeitada a categoria econômicaprópria(leinº4.320/64,art.37).
§1ºO reconhecimentodaobriga-ção de pagamento, de que trata esteartigo,cabeàautoridadecom-petenteparaempenharadespesa.
§ 2º Para os efeitos deste artigo,considera-se:
a) despesas que não se tenhamprocessado na época própria, aquelas cujo empenho tenha sidoconsiderado insubsistente e anu-ladonoencerramentodoexercíciocorrespondente, mas que, dentro doprazoestabelecido,ocredorte-nhacumpridosuaobrigação;
b) restos a pagar com prescriçãointerrompida, a despesa cuja ins-crição como restos a pagar tenha sidocancelada,masaindavigenteodireitodocredor;
c) compromissos reconhecidosapósoencerramentodoexercício,a obrigação de pagamento criadaemvirtudedelei,massomentere-conhecido o direito do reclamante apósoencerramentodoexercíciocorrespondente.
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Execução da receita pública: lançamento, recolhimento e arrecadação
3.
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3. EXECUÇÃO DA RECEITA PÚBLICA: LANÇAMENTO, RECOLHIMENTO E ARRECADAÇÃOA execução da receita se constitui, comparati-vamente,dematériademaiorsimplicidadedequeaexecuçãodadespesa.Amaiorsimplici-dade do processo de execução da receita de-corredesuapróprianatureza,easdiferençasem relação à despesa podem ser vistas portrêsdiferentesaspectos:
• Centralização/descentralização;
• Previsão/fixação;e
• Regimedecaixa/competência.
Primeiramente, temos que, enquanto a des-pesa é executada de forma amplamente
descentralizada,atravésdediferentesunidadesexecutoras, a receita é executada de modo al-tamentecentralizado.Sãoexceçõesasreceitasdedeterminadosfundoseaquelasreceitasdire-tamente arrecadadas por entidades detentoras de autonomia administrativa e financeira. Emtodososníveisdegovernoaexecuçãodamaiorparteda receitapúblicaéde responsabilidadedoórgãofazendário-MinistériodaFazendaoudeFinançaseseusequivalentesnosdemaisní-veisdegoverno:secretariasoudepartamentos-quecumpremopapeldeErárioouTesouro.
A segunda diferença entre as execuções dareceita e despesa está no caráter normativocumprido por uma e por outra na lei orçamen-tária.Nocaso,temosporumladoanaturezameramenteestimativadosvaloresda receita,enquantoqueadespesaéfixada(autorizada)na lei orçamentária. Isto porque, segundo anormaorçamentáriapraticadanoBrasil,ovalorconstante em cada item da receita orçamen-táriaconstitui-seemmeraprevisão,podendo,como resultadodaexecução, ficaraquémouultrapassarovalorestimado.
Por fim, temos a terceira diferença, que está
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relacionadaao regimedecontabilizaçãoado-tadoparaareceitaedespesa,visandoàapu-ração dos resultados do exercício.NoBrasil,adota-se regime contábil misto, ou seja, decaixaparaasreceitasedecompetênciaparaasdespesas.Dessemodo,sãocontabilizadascomo receitas do exercício apenas aquelasque foramnelearrecadadas,ouseja,asqueefetivamentederamentradajuntoaoErário.
Outrofatoquetambémprecisaserobservadodiz respeitoàmultiplicidadedas receitasor-çamentárias - tributos,contribuições, rendaspatrimoniaisedeserviços,operaçõesdecre-dito etc. - de variada natureza jurídica, quenão permite que elas cumpram estágios de execução formalmente padronizados, comoocorrenadespesa.
Entretanto, podemos considerar que, comoamaior parte da receita orçamentária é oriunda da cobrança de tributos e contribuições, cujodisciplinamento corre por conta de legislação específica,admite-se,nesteâmbito,aexistên-cia de quatro etapas para a execução das re-ceitas.Sãoelas:previsão,lançamento,arreca-daçãoerecolhimento.
Écomumqueosórgãosfazendáriosestabele-çam“umcalendáriofiscal”atravésdoqualoscontribuintessãoorientadossobreosdiferen-tes prazos de recolhimento dos diversos im-postosetaxasemcadaníveldegoverno.Alémdesuautilidadeparaocontribuinte,ocalendá-riopermiteorganizarofluxodasreceitaspúbli-cas, compatibilizando-secomaProgramaçãoFinanceiradeDesembolso.
3.1. Previsão
Éaestimativadoqueseesperaarrecadardu-ranteoexercício.Efetuaraprevisãosignificaplanejareestimaraarrecadaçãodasreceitasque constará na proposta orçamentária. Issodeveserfeitodeacordocomasnormastécni-caselegais,econsiderandotambémosefeitosdalegislação,davariaçãodepreços,docres-cimentoeconômicooudequalqueroutrofatorrelevante.Conformeasdisposiçõesconstantes
naLeideResponsabilidadeFiscal-LRF,con-formeseuartigo12,aquitranscrito:
Art. 12 - As previsões de receitaobservarão as normas técnicas elegais,considerarãoosefeitosdasalteraçõesna legislação,davaria-ção do índice de preços, do cres-cimento econômico ou de qualquer outrofatorrelevante,eserãoacom-panhadasdedemonstrativodesuaevoluçãonosúltimostrêsanos,daprojeção para os dois seguintesàqueleaquesereferirem,edame-todologia de cálculo e premissas utilizadas.
Ametodologiaadotadaparaaprojeçãodere-ceitas objetiva compreender o comportamen-to da arrecadação de determinada receita em exercíciosanteriores,afimdeprojetá-laparaoperíodosubsequente.Oresultadoprojetadolevaráemcontaocomportamentodasériehis-tóricadearrecadaçãoedeinformaçõesforne-cidas pelos órgãos orçamentários ou unidades arrecadadoras.Aprevisãodereceitaséaeta-paqueantecedeafixaçãodomontantededes-pesasqueiráconstarnasleisdeorçamento.
3.2. Lançamento
Éa etapa da identificação do devedor ou dapessoadocontribuinte.Seria,portanto,oatopeloqualseverificaaprocedênciadocréditofiscal,apessoaquelheédevedora,einscreveodébitodesta.
OCódigo Tributário Nacional (CNT), por suavez,defineo lançamentodasreceitastributá-riascomosendooprocedimentoadministrativotendenteaverificaraocorrênciadofatogeradordaobrigaçãocorrespondente,amatériatribu-tável,ocálculodomontantedevidoeaidenti-ficaçãodorespectivosujeitopassivo.Portanto,paraqueaadministraçãoefetueolançamentode um determinado imposto é necessário de-terminarqualamatériatributável(fatogerador,
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basedecálculoealíquota),calcularoimpostoeidentificarosujeito.
Para conhecer mais sobre o CódigoTributárioNacional(CNT),acesseolinkaseguir: http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/496301/000958177.pdf?sequence=1
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Existem três diferentes modalidades de lança-mento.Apresentaremosacaracterizaçãodecadaumadelas,seguidasdeumexemploprático.
3.2.1 Lançamento Direto ou de Ofício
Éamodalidadeemqueolançamentoéefetu-ado unilateralmente pela administração, sem a intervençãodocontribuinte.Portanto, compe-teaoFisco,queverificaaocorrênciado fatogerador,apurarovalordotributo,identificarocontribuinteeemitirodocumentodecobrançaqueéenviadoaocontribuinte.
ImpostoPredialTerritorialUrbano-IPTU
Exemplo
3.2.2. Lançamento por Declaração (ou Misto)
Éamodalidadeemqueolançamentoéefetu-adopelaadministraçãocomacolaboraçãodoprópriocontribuinteoudeumaterceirapessoaobrigadaporleiaprestarinformaçõessobreamatériadefatoindispensávelàsuaefetivação.Nessecaso,acobrançadoimpostoocorreporiniciativadoFisco, tendocomobasedeclara-çãoprestadapelocontribuinteouterceiros.
ImpostodeRenda-IRouImpostosobreaPropriedadeTerritorialRural-ITR
Exemplo
3.2.3 Lançamento por Homologação
Modalidadeemqueo lançamentoéefetuadopelo próprio contribuinte e apenas posterior-mente a exatidão do pagamento é verificadapelopoderpúblico,eassimhomologada.
Impostosobreserviços–ISS
Exemplo
3.3 Arrecadação
É a etapa em que o contribuinte recolhe aoagentefinanceiro(arrecadador)odébitodevi-doàFazendaPública.Portanto,correspondeàentregados recursosdevidosaoTesourope-los contribuintes oudevedores, pormeio dosagentesarrecadadoresouinstituiçõesfinancei-rasautorizadas.
Aarrecadaçãoocorrepelorecebimentodostri-butos,dasmultasedosdemaiscréditosdevi-dosaoTesouro,utilizando-sedosagentesdearrecadação públicos e privados. Os valoresarrecadadosporestesagentesficamdisponí-veisparaoTesouro,emobediênciaaoprincí-piolegaldaunidadedeTesouraria.
3.4 Recolhimento
Éaetapaemqueoagentefinanceiro(arreca-dador)repassaovalorarrecadadoaoTesouroNacional, Estadual, Distrital ou Municipal.Consiste na transferência dos valores arre-cadados à conta específica do Tesouro, res-ponsável pela administração e controle daarrecadação e pela programação financeira,observando-se o princípio da unidade de te-sourariaoudecaixa,conformedeterminaoar-tigo56daLeinº4.320/64,conformetranscrito:
Art.56-Orecolhimentodetodasasreceitasdar-se-áemestritaobservân-ciaaoprincípiodeunidadedetesou-raria,vedadaqualquerfragmentaçãoparacriaçãodecaixasespeciais.
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Tipos e instrumentos de controle
4.
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4. TIPOS E INSTRUMENTOS DE CONTROLEO controle da execução orçamentária podeser realizado tanto pelos órgãos de ControleInterno e Externo, quanto pela Sociedade.AConstituiçãobrasileiraestabelecemecanismosparacontroleinternoeexternodasfinançasedoorçamentopúblico.
Ocontroleédenominadointernoquandoexer-cido por um outro órgão da mesma administra-çãooupoderpúblico,caracterizando-secomouma autotutela permanente para a garantia da legitimidadedascontas.
O controle externo é, por excelência, exercidopeloTribunaldeContas-daUnião,doEstadoe,emalgunscasos,doMunicípio–cujafunçãoéexatamenteessa.OMinistérioPúblicoeoPoderLegislativotambémtêmentresuasatribuiçõesadecontrolaraprobidadeadministrativanomanejododinheiropúblico.OPoderJudiciáriodispõedemecanismos para o controle orçamentário, mas exerceessecontroleapenasquandoacionado.
Asbaseslegaisparaosprocedimentosditadospara o controle da execução orçamentária es-tãodispostasnaLei4320/64enoartigo70daConstituiçãoFederal.Deacordocomoartigo75dareferidalei,ocontroledaexecuçãoorça-mentária compreenderá:
• alegalidadedosatosdequere-sultem a arrecadação da receita ou a realização da despesa, o nasci-mento ou a extinção de direitos e obrigações;
• a fidelidade funcional dos agen-tesdaadministraçãoresponsáveisporbensevalorespúblicos;
• o cumprimento do programa detrabalho,expressoemtermosmo-netárioseemtermosderealizaçãodeobraseprestaçãodeserviços.
ALei 4.320/64 tambémestabelecedois tiposde controle para o acompanhamento da exe-cução orçamentária: interno e externo, que são
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regulamentadosatravésdosartigos76até82damesmaLei,eserãoapresentadosnopróxi-motópico.
ConheçaointeiroteordaLein°4.320,de17demarçode1964,quecriouNormasGeraisdeDireitoFinanceiroparaelabora-çãoecontroledosorçamentosebalançosdaUnião,dosEstados,dosMunicípiosedoDistritoFederal,acessandoolinkdis-ponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>.
Saiba Mais!
AConstituiçãoFederalde1988tambémesta-beleceosparâmetroslegaisreferentesaocon-trole das contas públicas, conforme definidoem seu artigo 70:
Art.70 -Afiscalizaçãocontábil, fi-nanceira, orçamentária, operacio-nal e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, le-gitimidade, economicidade, apli-caçãodassubvençõese renúnciade receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediantecontrole externo, e pelo sistema de controleinternodecadaPoder.
Parágrafo único: Prestará contas qualquerpessoa física ou entidade pública que utilize,arrecade, guarde, gerencie ou administre di-nheiros,bensevalorespúblicosoupelosquaisa União responda, ou que, em nome desta, as-sumaobrigaçõesdenaturezapecuniária.
AindaqueotextodaConstituiçãoFederales-tabeleçaosprocedimentosaseremadotadospela União, esta é uma norma geral, confor-meestabelecidonoartigo24damesmaCartaMagna,quenomeiaumasériedecompetênciasquedevemserobservadaspelosdemaisentesdaFederação.Talentendimentotambémére-forçadopeloartigo31damesmaConstituição
Federal,conformetranscrito:
Art.31-AfiscalizaçãodoMunicípioseráexercidapeloPoderLegislativoMunicipal, mediante controle exter-no, e pelos sistemas de controle in-ternodoPoderExecutivoMunicipal,naformadalei.
§1ºOcontroleexternodaCâmaraMunicipal será exercido com o au-xílio dos Tribunais de Contas dosEstados, ou doMunicípio, ou dosConselhos,ouTribunaisdeContasdosMunicípios,ondehouver.
§2ºOparecerprévio,emitidopeloórgãocompetentesobreascontasque o Prefeito deve anualmenteprestar, só deixará de prevalecerpor decisão de dois terços dos membrosdaCâmaraMunicipal.
§3ºAscontasdosMunicípiosfica-rão, durante sessenta dias, anual-mente, à disposição de qualquer contribuinte,paraexameeaprecia-ção, o qual poderá questionar-lhes alegitimidade,nostermosdalei.
§ 4º É vedada a criação deTribunais,ConselhosouórgãosdeContasMunicipais.
4.1. Controle Externo
Ocontroleexternotemcomoobjetivoverificaralegalidadedascontaspúblicas.ÉexercidopeloPoderLegislativo,comoauxíliodoTribunaldeContas.
A Constituição Federal estabelece em seuartigo 71 que “o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União”. Emseguida, nomesmoartigo, descreveascompetênciasdoTribunaldeContas.Jáoar-tigodenúmero73estabeleceacomposição
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a ser adotada pelo órgão fiscalizador e ospré-requisitos para o cargo deConselheiro.Noartigo75,otextodaleidiscorresobreosprocedimentos ditados no nível Federal, noque se refere “à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios” são estendidos para os demais entesdafederação.
Osmarcos legais relativosaosobjetivos,atri-buiçõeseestruturadoControleExterno tam-bémestãopresentesnaLei4320/64,conformedisposto nos artigos 81 e 82, que compõemocapítuloIII–DoControleExterno,doTítuloVIII–DoControledaExecuçãoOrçamentária,transcritoabaixo:
Art.81-Ocontroledaexecuçãoor-çamentária,peloPoderLegislativo,terá por objetivo verificar a probi-dade da administração, a guarda e legalempregodosdinheirospú-blicos e o cumprimento da Lei deOrçamento.
Art. 82 -OPoderExecutivo, anu-almente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo estabeleci-do nas Constituições ou nas LeisOrgânicasdosMunicípios.
§1ºAscontasdoPoderExecutivoserão submetidas ao PoderLegislativo, com parecer préviodo Tribunal de Contas ou órgãoequivalente.
§ 2º Quando no Município nãohouver Tribunal de Contas ou ór-gão equivalente, a Câmara deVereadores poderá designar peri-toscontadoresparaverificaremascontasdoprefeitoesobreelasemi-tiremparecer.
ALei4320/64colocacomoquestõescentrais
aseremobservadasnosprocedimentosado-tados para o controle externo os aspectos legais ligados à arrecadação e aplicação dos recursos públicos, assim como o res-peitoaoslimitesfinanceirosconsignadosnoorçamento.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, que esta-belecenormasdefinançaspúblicas voltadasparaaresponsabilidadenagestãofiscal,pro-põeumnovopadrãonoqueserefereaocon-troledagestãodosrecursospúblicos.Nessanovavisão,responsabilizaoPoderLegislativo,diretamenteoucomoauxíliodostribunaisdecontas, e o sistema de controle interno de cada Poder(ouseja,umaatuaçãoconjuntadosdi-ferentes tiposdecontrole)defiscalizaremdeforma direcionada para avaliar a eficiência eeficáciadagestãopública,nocumprimentodemetasena responsabilidadefiscalparacomascontaspúblicas.
Conheça o artigo 59 da LRF que es-tabelece normas de finanças públicasvoltadas para a responsabilidade nagestão fiscal, responsabilizando PoderLegislativo e os Órgãos de ControleExterno e Interno pela fiscalização daeficiência e eficácia da gestão pública,no cumprimento de metas e na respon-sabilidade fiscal para com as contaspúblicas.Disponívelem:http://www.jus-brasil.com.br/topicos/11235750/artigo-59-lc-n-101-de-04-de-maio-de-2000
Saiba Mais!
Entretanto,asatividadesdecontroleefisca-lizaçãonãosãosimplesdeseremrealizadas.Exigem tempoeconhecimento técnicoapu-rado,epossuemdiferentesespecificidades.Talcenáriorequerqueoexercíciodocontro-ledascontaspúblicaspeloPoderLegislativoprescinda de suporte e auxilio técnico espe-cializado.AConstituiçãoreconheceessare-alidadeeestabelecequeocontroleexternodevaserexercidocomoauxíliodetribunaisdecontas.
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4.1.1 Tribunal de Contas da União – TCU
OTribunaldeContasdaUnião(TCU)éumtri-bunaladministrativo.Julgaascontasdeadmi-nistradorespúblicosedemaisresponsáveispordinheiros,bensevalorespúblicosfederais,bemcomo as contas de qualquer pessoa que der
causaaperda,extravioououtrairregularidadedequeresulteprejuízoaoerário.Talcompetên-cia administrativo-judicante, entre outras, estáprevistanoart.71daConstituiçãobrasileira.
Emseguida,elaboramosumquadroinformati-vocomasprincipaisinformaçõessobreoTCU.
Quadro Explicativo - Tribunal de Contas da União - TCU
Atribuições• Julgamentodecontas;• AuxiliaraoCongressoNacional;• Fiscalizaçãodeatosecontratos.
Jurisdição Todooterritórionacional
Organização• SedenoDistritoFederal;• Compostodenoveministros,trêsauditoreserepresentaçãodoMinistérioPúblico.
MinistrosAescolhadosministroséfeitapelopresidentedaRepúblicaseguin-doregrasespecíficasenecessitandodaaprovaçãodosnomespeloSenadoFederal.
AuditoresContacomtrêsauditoresnomeadospelopresidentedaRepública,den-treoscidadãosquesatisfaçamosrequisitosexigidosparaocargodeministrodoTribunaldeContasdaUnião,medianteconcursopúblico.
Ministério Público
ArepresentaçãodoMinistérioPúblicojuntoaoTCUécompostadeumprocurador-geral,trêssubprocuradores-geraisequatroprocuradores,nomeadospelopresidentedaRepública,dentrebrasileirosbacharéisemDireito.
Câmaras
Composto por duas Câmaras, cada uma, composta por quatro mi-nistros,queaintegrarãopeloprazodedoisanos.Oauditoratua,emcaráterpermanente,juntoàCâmaraparaaqualfordesignadopelopresidentedoTribunal.
ComissõesComissõespermanentesetemporáriascolaboramnodesempenhodasatribuiçõesdoTCU.SãopermanentesasComissõesdeRegimentoeadeJurisprudência.
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Para saber mais sobre o Tribunal deContas da União e suas competên-cias acesse o Portal do TCU no link<http://portal.tcu.gov.br/institucional/conheca-o-tcu/competencias/>
Saiba Mais!
4.2. Controle Interno
Ocontrole interno temcomoobjetivogarantirque todo o processamento da receita e da des-pesarespeiteasleisexistentes.Éumtipodecontrole que é exercido pelos órgãos do pró-prioPoderPúblico,comoórgãosdeauditoriainternaoucontabilidade.
AConstituiçãoFederalemseuartigodenú-mero74enumeraasfinalidadesdoControleInternoeditaqueoLegislativo,oExecutivoeoJudiciáriodevamatuardeformaintegra-da em suas ações. Conforme em seguidatranscrito:
Art. 74 - Os Poderes Legislativo,ExecutivoeJudiciáriomanterão,deformaintegrada,sistemadecontro-leinternocomafinalidadede:
I -avaliarocumprimentodasme-tasprevistasnoplanoplurianual,aexecuçãodosprogramasdegover-noedosorçamentosdaUnião;
II-comprovaralegalidadeeavaliaros resultados, quanto à eficácia eeficiência,dagestãoorçamentária,financeiraepatrimonialnosórgãose entidades da administração fe-deral, bem como da aplicação derecursospúblicosporentidadesdedireitoprivado;
III - exercer o controle das opera-çõesdecrédito,avaisegarantias,bem como dos direitos e haveresdaUnião.
ConformevimosnotópicoControleExterno,oartigo 75daConstituiçãoFederal estendeosprocedimentosditadosnonívelFederalparaosdemaisentesdafederação.Osmarcoslegaisrelativosaosobjetivos,atribuiçõeseestruturadoControleExterno tambémestãopresentesnaLei4320/64,conformeestabelecidonosar-tigos76a80,quecompõemocapítuloII–DoControle Interno,doTítuloVIII –DoControledaExecuçãoOrçamentária,transcritoabaixo:
Art.76-OPoderExecutivoexerce-ráostrêstiposdecontroleaqueserefereoartigo75,semprejuízodasatribuições do Tribunal de Contasouórgãoequivalente.
Art.77 -Averificaçãoda legalida-de dos atos de execução orçamen-tária será prévia, concomitante esubsequente.
Art.78-Alémdaprestaçãoouto-mada de contas anual, quando ins-tituídaemlei,ouporfimdegestão,poderá haver, a qualquer tempo,levantamento, prestação ou toma-da de contas de todos os responsá-veisporbensouvalorespúblicos.
Art.79-Aoórgãoincumbidodaela-boraçãodapropostaorçamentáriaou a outro indicado na legislação, caberá o controle estabelecido noincisoIIIdoartigo75.
Parágrafoúnico:Essecontrolefar-se-á, quando for o caso, em ter-mos de unidades de medida, pre-viamente estabelecidos para cadaatividade.
Art.80-Competeaosserviçosdecontabilidadeouórgãosequivalen-tes verificar a exata observânciados limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orça-mentária,dentrodosistemaqueforinstituídoparaessefim.
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Comovimos,notópicoControleExterno,aLeideResponsabilidadeFiscal trouxenovidadesao fixar as competências do organismo res-ponsávelpelocontroleinterno,alémdeincen-tivaraatuaçãoconjuntadoscontrolesinternoseexternos.
Outra mudança vinda com a Lei deResponsabilidadeFiscaléque,aocontráriodoqueocorriaanteriormente,quandoaên-fasedocontroleinternoestavaestritamenteligada ao cumprimento dos aspectos legais do gasto público, agora novos dispositivostrouxeram inovações no campo do contro-le interno. No caso, falamos da disposiçãoqueestabelececomoumadasfinalidadesdocontroleaavaliaçãodosresultadosdasges-tões orçamentária, financeira e patrimonial,segundoosconceitosdeeficiênciaeeficá-cia.Como formadepromoveraarticulaçãoentreoscontroles,aLRFdetermina (artigo74,parágrafo1°)que:“osresponsáveispelocontrole interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contasda União, sob pena de responsabilidadesolidaria”.
Em muitos Municípios os procedimen-tosestabelecidosnessesartigosdaLRFnãosãocumpridos.Por issomesmo,éimportante que o cidadão esteja cientedeseusdireitosedasobrigaçõesgover-namentaisparacobrarmaiortransparên-ciadoPoderPúblico.
Atenção!
4.3 Controle social
Denominamos de Controle Social as açõesrealizadaspelasociedadecivilequesãovol-tadasparaocontroledaspolíticaspúblicas.Noque se refere especificamente aoacom-panhamento do processo orçamentário, este deveserrealizadodesdesuaelaboraçãoatéo acompanhamento e monitoramento da sua execução.
Ocontrolesocialpodeserrealizadoporinter-médiodeorganizaçõessociaisepelocidadãodeformageral.Oacompanhamentoeomoni-toramento do orçamento é a maneira mais tra-dicionalde realizarocontrolesocialsobreosatosdoPoderExecutivo.Entretanto,ocontrolesocialdoorçamentonãodeveficarrestritoso-mente aos momentos de execução orçamentá-ria;ocontrolesocialdeveserexercidoemtodooprocessoorçamentário.
Portanto,ocontrolesocialdoorçamentodeveseriniciadoquandodaelaboraçãodapropos-ta de orçamento. É necessário estabelecerum foco e concentrar esforços no processoquecontemplaaelaboraçãoeexecuçãodaLeiOrçamentáriaAnual.Mas,aparticipaçãoda sociedade civil pode se dar também noacompanhamento do processo de definiçãodeprioridadesqueoPlanoPlurianual(PPA)e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)carregam.
A participação nas políticas públicas é direi-tode todocidadão.Mas,nãoadiantaapenasquerer participar; é importante saber em quemomento participar. O Orçamento Público éelaboradopeloExecutivoeenviadoparaole-gislativoparamodificaçãoeaprovação,ede-poisdevolvidoparaoExecutivoparasanção.IdentifiquequalomomentoemqueodiálogodeveserestabelecidocomoExecutivoeemquemomentooLegislativoéointerlocutorcomoqualsedevenegociar.
Apresentamos o Calendário da Participação, que mostra os diferentes momentos do cicloorçamentário, os prazos e os atores respon-sáveis pela elaboração da Lei de DiretrizesOrçamentárias - LDO e da Lei OrçamentáriaAnual – LOA. Veja em que momento osLegisladores podem modificar o orçamento.Conheça qual o período em que esta é umaprerrogativaapenasdoExecutivo.
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4.3.2 Transparência Orçamentária
Para o controle orçamentário, o acesso aos da-dosorçamentárioséumacondiçãofundamen-tal. A Lei de Responsabilidade Fiscal buscaregulamentarestedireitodocidadão.Atravésde seus artigos 48 e 48-A, estabelece quequalquer cidadãodeva ter acessoaosdados
orçamentários,inclusiveatravésdemeiosele-trônicos. Além disto, os principais aspectosestabelecidos nesses artigos dizem respeitoà definição dos instrumentos de transparên-cia fiscal, ao incentivo à participação popularno processo orçamentário e à adoção de um sistemadeadministraçãofinanceiraecontroledosgastospúblicos.
4.3.1 Calendário da Participação
LDO LOA
JANEIROExecutivoElaborasuapropostadeorçamento
ExecutivoElaborasuapropostadeorçamento.Nesteperíodoqueocorremasexpe-riênciasdeorçamentoparticipativoou de consulta à população de suas demandas, para inclusão na proposta doGoverno.
FEVEREIRO
MARÇO
ABRIL15ExecutivomandaprojetoparaLegislativo
MAIO
LegislativoVereadoresdiscutemaqualidadedapropostafeitapeloExecutivo,abremprazosparaemendasemodificações.
JUNHO30Legislativodevolveprojetomodificadoparaaprovação
JULHO
AGOSTO31ExecutivomandaprojetoparaLegislativo
SETEMBROLegislativoVereadoresdiscutemaqualidadedapropostafeitapeloExecutivo,abremprazosparaemendasemodificações.
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
15Legislativodevolveprojetomodificadoparaaprovação
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Osartigos48e48-Apodemserconheci-dosnaíntegraatravésdaleituradotex-todaLeicomplementarnº101,de4demaiode2000−LeideResponsabilidadeFiscal – que estabelece normas de fi-nançaspúblicasvoltadasparaarespon-sabilidade na gestão fiscal e dá outrasprovidências. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp101.htm>.
Saiba Mais!
Posteriormente,atravésdaLeiComplementar131/2009, outros artigos são acrescidos aotextodaLRF,demodoaregulamentarospro-cedimentosquedevemserobservadosnapu-blicaçãodosdadosorçamentárioseosprazosparasuadivulgaçãonapráticapara todososMunicípiosbrasileiros.Conformetranscrito:
Art.73-A-Qualquercidadão,parti-dopolítico,associaçãoousindica-to é parte legítimaparadenunciaraorespectivoTribunaldeContaseao órgão competente do Ministério Público o descumprimento dasprescrições estabelecidas nestaLeiComplementar.
Art.73-B-Ficamestabelecidososseguintes prazos para o cumpri-mento das determinações dispos-tasnosincisosIIeIIIdoparágrafoúnicodoart.48edoart.48-A:
I – 1 (um) ano para a União, osEstados, o Distrito Federal e osMunicípios com mais de 100.000(cemmil)habitantes;
II–2(dois)anosparaosMunicípiosque tenham entre 50.000 (cin-quenta mil) e 100.000 (cem mil)habitantes;
III – 4 (quatro) anos para osMunicípiosquetenhamaté50.000(cinquentamil)habitantes.
Parágrafoúnico:Osprazosestabe-lecidos neste artigo serão contados a partir da data de publicação daleicomplementarqueintroduziuosdispositivosreferidosnocaputdes-teartigo.
Art.73-C-Onãoatendimento,atéoencerramentodosprazosprevis-tosnoart.73-B,dasdeterminaçõescontidas nos incisos II e III do pará-grafoúnicodoart.48enoart.48-AsujeitaoenteàsançãoprevistanoincisoIdo§3odoart.23.
OPortaldaTransparênciaéumainiciativadaControladoria-GeraldaUnião (CGU),O objetivo é aumentar a transparênciadagestãopública,permitindoqueocida-dãoacompanhecomoodinheiropúblicoestásendoutilizadoeajudeafiscalizar.Pormeiodasconsultasépossívelobterdadossobre:gastosdiretosdoGovernoFederal; transferências de recursos aEstados e Municípios; convênios compessoasfísicas,jurídicasouentesgover-namentais;previsãoearrecadaçãodere-ceitas.AcesseoPortaldaTransparênciadoGovernoFederalnolink<http://www.portaltransparencia.gov.br/>.
Saiba Mais!
4.3.4 Balanços e balancetes
Antes da possibilidade de divulgação dosdados orçamentários por meios eletrônicos, os balanços e balancetes se constituíam domelhor instrumento para o acompanhamento da execução orçamentária. Mas, como boaparte dos Municípios ainda não divulga deforma transparente sua realidade orçamen-tária, os balanços e balancetes, em algunscenários,aindasãoaúnicaformadedarvisi-bilidadeàexecuçãoorçamentária.Sendoas-sim, o controle da execução dos orçamentos públicos, nesse caso, só pode ser realizado
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posteriormente. Mas nem sempre é preci-so esperar um ano para que isso aconteça.SegundoaConstituiçãoFederal,emseuarti-go165,parágrafo3º,osgovernantesdeverãopublicar,até30diasapósoencerramentodecada bimestre, relatório resumido da execu-çãoorçamentária.
Tais relatórios, chamados de balancetes,inexistentes em vários Municípios, são umagrande ferramenta de acompanhamento dasdespesasorçamentárias.Atravésdesteinstru-mentopode-seaveriguarseforamintroduzidasmudanças na lei orçamentária fora do prazo.Estas alterações, uma vez aprovadas peloPoder Legislativo, e geralmente são, e semqualqueratenção,tornam-seperfeitamentele-gais, apesar de politicamente orientadas e cui-dadosamente escolhidas para acontecer foradaatençãodopúblico.
Os balanços são, simplificando bastante otema,oresultadodetodososbalancetesela-boradosduranteoano,ousenãoexistissemosbalancetesobalançoseriaoresultadofinaldoorçamentoparaumdeterminadoperíodo.
Politicamentepodemosafirmarqueobalançoéo retrato da correlaçãode forçasda socie-dade,apontandoaquelesqueforamprivilegia-dosatravésdoatendimentooudoacessoaosrecursos públicos. Se o orçamento já é essemesmo retratoemummomentobemespecí-fico,nocasodeproposiçãodeumorçamentoobalançoseráoresultadodesseconflitoentreosdiversosinteressesqueseconfrontaramdu-ranteoano.
4.3.5 Orçamento Participativo - OP
Asideiasqueotermoorçamentoparticipativodesperta são variadas. Mas, primeiramente,devemos dizer que oOP é uma prerrogativadegoverno,queconsisteemumametodologiadeelaboraçãodoorçamentocomumasériedeconsultas à população, que decide geralmen-te sobreumapequenaparceladoorçamentoquais serãoasprioridadesque receberão re-cursosdopoderpúblico.
Éumaexperiênciadeparticipaçãosocialado-tadaem inúmerosMunicípiosdoBrasil,eatémesmo em nível estadual apresenta diferen-tesmodelosemtermosdeformadeconsulta,montantederecursosemobilizaçãodasocie-dadecivil.
OOrçamentoParticipativoéumainicia-tivadecadagoverno,quedecideimple-mentar, ou não, um processo de escuta dapopulaçãoparaadefiniçãodaspriori-dadesorçamentárias.
Atenção!
ParaqueseuMunicípio tenhaumaexperiên-cia de Orçamento Participativo é necessárioquesejaelaboradaumalei−quenaturalmentedeve ser aprovada pelo Legislativo e sancio-nada pelo Poder Executivo − estabelecendoo modelo do processo participativo que serárealizado.
OOPéumprocessoquecontémetapas, re-graseautoresvariados.AprincipalcontribuiçãodoOP à sociedade, inclusive nosMunicípiosondenãoháestaprática,édedivulgarepo-pularizaroorçamentopúblicoesinalizarparaapossibilidadedeintervençãoeparticipaçãodasociedadecivilnasdecisõessobreaspolíticaspúblicasmunicipais.
As experiências de orçamento parti-cipativo apresentam particularidadese modelos de participação distintos.Entretanto, podemos apontar, de formageral, que são etapas fundamentais deumprocessodeOP:
• Mobilizaçãodapopulação;• Eleiçãoderepresentantes;• Levantamentodedemandas;• Definiçãodeprioridades;• Acompanhamento da execução dasdemandas;• Prestaçãodecontas.
Atenção!
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CONSIDERAÇÕES FINAISAcreditamos que este curso de Execução eControleOrçamentárioeFinanceiropossatercontribuído para o fortalecimento institucionaldosMunicípios e a consequente qualificaçãodagestãoambientaldaspolíticasvoltadasparaomeioambientenaperspectivadodesenvolvi-mentosustentável.Paratanto,buscamospos-sibilitarsuacompreensãosobreosinstrumen-tosformaisparaoacompanhamento,controlee execução dos orçamentos públicosmunici-pais, assim como o reconhecimento dos atores envolvidosedasetapas-chavesdosprocessosdearrecadaçãoegastodosrecursospúblicos.
Trouxemos tambémosdiferentes tiposeme-canismos de controle dos recursos orçamen-tários, apresentando para você a natureza,formato e atribuições pertinentes ao controleinterno e externo do processo de acompanha-mentodaexecuçãoorçamentária.
Mostramos ainda que além dos dispositivosinstitucionaisdecontroleasociedadecivileocidadãocomumpodemacompanhareavaliaroorçamentopúblicoatravésdoquechamamosdecontrolesocial.Nessesentido,destacamosqueoefetivoaprimoramentodagestãopúblicae do uso mais racional e democrático dos re-cursosdoEstadoéresponsabilidadedegover-nosedasociedade.
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REFERÊNCIASBRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>.Acessoem:20set2015.
________.Lei de Responsabilidade Fiscal. (Lei Complementar nº. 101/2000), Disponívelem: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm>.Acessoem:10set2015.
________. Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de DireitoFinanceiroparaelaboraçãoecontrôledosor-çamentosebalançosdaUnião,dosEstados,dosMunicípiosedoDistritoFederal.Disponívelem: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320.htm>.Acessoem:10set2015.
________.Decreto 93.872/86. Dispõe sobreaunificaçãodosrecursosdecaixadoTesouroNacional,atualizaeconsolidaalegislaçãoper-tinente e dá outras providências. Disponívelem: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/de-creto/d93872.htm>.Acessoem:10set2015.
________.Lei complementar Nº 131, de 27 de maio de 2009.AcrescentadispositivosàLeiComplementarnº101,de4demaiode2000,que estabelece normas de finanças públicasvoltadas para a responsabilidade na gestãofiscal e dá outras providências, a fim de de-terminaradisponibilização,emtemporeal,deinformações pormenorizadas sobre a execu-ção orçamentária e financeira da União, dosEstados,doDistritoFederaledosMunicípios.Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp131.htm>. Acesso em:10set2015.
________. Orçamento Brasil. Cartilha do Orçamento da Câmara dos Deputados. Disponívelem:<http://www2.camara.leg.br/ati-vidade-legislativa/orcamentobrasil/cidadao/en-tenda/cartilha/cartilha.pdf/view>. Acesso em:12set2015.
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CIDADE – Centro de Assessoria e EstudosUrbanos. Desdobrando o Orçamento Municipal. Disponível em <http://www.ong-cidade.org/site/arquivos/biblioteca/edicao_02.pdf> Acesso em: 12 set de 2015
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BIBLIOGRAFIABAHIA.Manual de Instrução aos Conceitos Orçamentários. Secretaria de Planejamentodo Governo da Bahia. 2012. Disponível em:http://www.portalfiplan.ba.gov.br/sites/default/files/manualdeintroducaoaosconceitosorca-mentarios-06.06.2012.pdf. Acesso em: 15 deOutubrode2015.
BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças.19ªed.RiodeJaneiro:Forense,2015.
BRASIL.Olho Vivo no Dinheiro Público. Um guia para o cidadão garantir os seus direi-tos. Cartilha da Controladoria Geral da União (CGU). Disponível em:< http://www.cgu.gov.br/Publicacoes/controle-social/arquivos/cartil-lhaolhovivo_baixa_v2.pdf>.Acessoem:10set2015.
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