Revista ÁREA - Maio 2014

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Engenharia, Arquitetura e Agronomia

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Certificação do INCRARequisitos para avaliação da terra. Pág. 19

Ano 01 - Nº 02 - Maio 2014

REVISTA DA SOCIEDADE DE ENGENHARIA, ARQUITETURA E AGRONOMIA DO ALTO IRANI

Técnica e economicamente viável além de ecologicamente correto. Pág. 12

7 898947 63589 7

EDIÇÃO DE LANÇAMENTO R$10,00

AGRONOMIA

ARQUITETURA

CONCRETO DE PÓ DE BRITA

Publicação:

Ligth Steel Frame uma solução rápida e barata. Pág. 18

PALAVRA DO PRESIDENTEPrezado (a) Associado (a),

É com muita satisfação que estamos nos repor-tando a você. A SEAI está sempre buscando melhor atender as necessidades de nossos associados, represen-tando-os com ética e responsabilidade, perante a sociedade local e regional, buscando os inte-resses comuns do Sistema Profissional.Acabamos de lançar a Revista ÁREA, a nossa Re-vista! Um sonho antigo dos profissionais e uma grande conquista de todos os associados, uma revista técnica com uma linguagem simples, fei-ta por nós associados, com a intensão pura e simples de divulgar as questões técnicas profis-sionais, que envolvem a engenharia, a arquitetu-ra e a agronomia. Estamos inseridos em diversos segmentos da sociedade, com dedicação representamos você profissional em todos os Conselhos Municipais de interesse da Engenharia e Agronomia, bem como no CREA-SC.Oferecendo toda a estrutura do nosso espaço físico, necessário para o atendimento profissio-nal junto ao CREA-SC, fomos além, buscando convênios com diversos profissionais da área da saúde e comércio, onde além do atendimento oferecem preços diferenciados aos nossos As-

sociados. Em 2014 realizaremos cursos em parceria com o CREA- SC, através dos recursos advindos do PEC (Programa de Educação Continuada), onde estaremos atingindo todas as modalidades pro-fissionais que fazem parte da nossa Associação. Além de estarmos preparando a já tradicional comemoração para encerramento do ano, com data prevista para 06 de Dezembro de 2014. Para dar continuidade ao bom andamento da Associação, bem como, cumprir com nossos compromissos e manter nossa entidade cada vez mais ativa e presente na sociedade, esta-mos lhe enviando em anexo o boleto bancário da nossa anuidade, que pode ser recolhido até o dia 30/05/2014 em qualquer agência bancária ou casa lotérica.Esperamos poder contar com sua compreensão e apoio, para fazermos a nossa Entidade cada dia melhor.

Um grande abraço,

Engenheiro Agrônomo Juliano TonialPresidente da SEAI

UTILIDADE

cONVÊNIOS SEAIPOLIcLÍNIcA cENTER MEDDr.º Mário Augusto Marques, Clínico GeralDr.ª Flávia R. Cedrez, Pediatra

cLÍNIcA MATERNO INFANTILDr.º Luciano De Bortoli, PediatraDr.ª Iara De Bortoli, Ginecologista

PRÓ cARDIO – cLÍNIcA DE cARDIOLOGIADrº André Augusto Martins, Cardiologista Drº Giuliano Faccini, Cardiologista Drº Leonardo Fábio Carelli, Cardiologista Drº Rafael Augusto Favero, CardilogistaDrª Débora R. Siqueira, Endócrina

cLÍNIcA DE FISITERAPIA AccADROLLI – FISIOcENTERDrª Georgea Accadrolli Stähelin, Fisioterapeuta

POSTO ALTOS DA AVENIDA

cAUDURO SEGUROSRicardo Luiz Cauduro

RESTAURANTE O cOSTELÃO

DIRETORIA GESTÃO 2013 / 2014

Eng. Agrônomo Juliano Tonial - PresidenteEng. Mecânico Alemberg LescanoDantas - Vice-presidenteEng. Mecânico cristiano Ferronato - 1º TesoureiroAng. Agrônomo Airton Alberton - 2º TesoureiroEng. civil Elisandro Antonio Gasparini - 1º SecretárioArquiteto Wallace José chillemi - 2º SecretárioEng. Agrônomo Volmir Frandoloso - Diretor de Ativ. Tec. e CulturaisEng. civil charles Luiz Rabaiolli - Diretor de Ativ. SociaisEng. Produção Mateus Zanella - Diretor de Ativ. EsportivasAng. Agrônomo Arlindo Nava - Conselho FiscalEng. civil Alessandro Winckler - Conselho FiscalEng. Agrônomo Luiz Mario Badotti - Conselho FiscalEng. Operação e Fabricação Mecânica Sergio Luiz Zanella - Conselheiro junto ao CREA/SC

cOTAÇÕES - SANTA cATARINA FONTE cEPEA - 1 MAIO 2014

SOJA (60Kg) ............................... R$ 62,83MILHO (60Kg) .......................... R$ 24,11TRIGO ....................................... R$ 41,23FARELO DE SOJA SAcA 50Kg .... R$ 59,00FEIJÃO PRETO (60Kg) .............. R$ 128,00FEIJÃO cARIOcA (60Kg) .......... R$ 73,00SUÍNO VIVO Kg ........................ R$ 2,90SUÍNO cARcAÇA Kg ................ R$ 5,18

INDIcADORES

EXPEDIENTE

Os artigos e opiniões aqui veiculados são de responsabilidade dos seus autores e não expressam necessariamente a opinião da Revista Área e de seus diretores. As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos seus autores.

REVISTA ÁREA

Sociedade de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Alto Irani - SEAICNPJ 03.113.186/0001-83 - Inscrição Estadual: IsentaRua Selistre de Campos, 124 - Sala 02 – Centro - Xanxerê-SCTelefone (49) 3433-9216 - www.seai.com.brEditora / Jornalista ResponsávelNileiza Durand(49) 8835-1684 - vsdcomunicacao@yahoo.com.br Marketing / ComercialVSD Marketing e Comunicação(49) 8825-0721 – vsdconsultoria@yahoo.com.brDiagramaçãoJoão Pedro Vasconcelos (JP)(49) 8839-7235 - falajotape@gmail.comTiragem: 2.000 exemplaresDistribuição: Municipios do Alto Irnai

• ENGENHARIA • ARQUITETURA • AGRONOMIA • 06

Feagro-Sc é uma realidade.

A Federação dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina-FEAGRO-SC, fruto da transfor-mação da AEASC (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Santa Catarina) para uma federa-ção é uma realidade.Acabamos de conseguir sua regularização defi-nitiva junto a todos as instâncias legais que se fazia necessário, assim a partir de dezembro 2013 a FEAGRO-SC é a sucessora natural, legal e em definitivo da tradicional AEASC.A ideia da construção de uma nova organiza-ção representativa dos Engenheiros Agrônomos no estado, como entidade federativa, tendo as Associações Regionais de Engenheiros Agrôno-mos como filiadas, iniciou a cerca de 10 anos, sendo assunto obrigatório nas programações e discussões dos eventos regionais e estaduais da categoria ao longo deste período, na busca da melhor alterativa, entre as diversas opções orga-nizativas levantadas e defendidas.Focada neste objetivo, a diretoria da AEASC que tomou posse em abril 2012, elegeu como meta central da gestão, desencadear e centralizar to-das as forças na concretização desta missão, de-sejo maior da categoria, sendo inclusive uma das deliberações aprovadas no 7º CEEA - Congresso Estadual de Engenheiros Agrônomos, realizado em julho 2011.Assim, após muitos estudos técnicos, pareceres jurídicos, contribuições de um grupo especial de trabalho, muitas conversações, negociações, dialogo e articulações, envolvendo todas as lide-ranças estaduais e regionais da categoria, com a realização de 15 encontros macrorregionais re-alizados ao longo de 2012 nos principais polos

geopolíticos e de maior representação de Enge-nheiros Agrônomos no estado, três seminários estaduais ampliados, além de duas Assembleias gerais especificas para debater e deliberar sobre o assunto, bem como as associações regionais em todo estado realizando suas assembleias ge-rais, aprovando as reformas para adequação e compatibilização estatutária ao normativos da legislação vigente e ao estatuto da FEAGRO-SC e sua filiação a federação, conseguimos no ini-cio de novembro 2013 vencer esse grande de-safio e encaminhar o processo para o registro definitivo, o qual foi aprovado em 18 de novem-bro 2013, tornando assim a FEAGRO legalmente uma realidade de fato e de direito Em Assembleia Geral realizada em 03 de dezem-bro 2013, antecedendo abertura do 1º Fórum Estadual de liderança da Agronomia, aconteceu a aprovação do relatório de atividades do exer-cício 2013 e a prestação contas com demonstra-tivo das receitas e despesas da AEASC até 30 de novembro de 2013 com encerramento das suas atividades e a passagem dos ativos, passivos e patrimônio para a FEAGRO-SC, pois registre-se que não fechamos a tradicional AEASC, mas a transformamos em uma federação, passando o patrimônios, receitas, despesas e todo o seu acervo histórico de serviços realizados para a nova entidade a partir de dezembro 2013, ocor-rendo nesta assembleia a posse oficial estatutá-ria da sua primeira Diretoria Executiva e Conse-lho Fiscal.Também em 03 de dezembro de 2013, na aber-tura oficial do 1º Fórum Estadual das Lideranças da Agronomia, aconteceu a posse pública desta

DIVERSOS

Diretoria, em caráter provisório, resultante da translocação do mandato dos membros da dire-toria da AEASC para os cargos correspondentes da FEAGRO-SC, atendendo artigo 46 do Estatuto da Federação, com duração até abril 2015, quan-do então deverá ser eleita a Diretoria Executiva e Conselho Fiscal com mandato regular de 03 anos. Na primeira Reunião Ordinária do Conse-lho Deliberativo, realizada nos dias 20 e 21 de março, na cidade de São Joaquim, aconteceu a última etapa de regularização da Federação, com a posse do seu primeiro Conselho Delibe-rativo constituído pelos presidentes das Asso-ciações Regionais de Engenheiros Agrônomos filiadas e os membros da Diretoria Executiva da FEAGRO-SC. O Conselho Deliberativo, conforme estabelece o Art. 11º do Estatuto da entidade, é o órgão máximo de deliberação da Federação.Com a nova estrutura organizacional e repre-sentativa da categoria, as 11 atuais Associações Regionais de Engenheiros agrônomos no estado filiadas a Federação, e as que futuramente fo-rem criadas, ficam responsáveis pelas ativida-des locais e regionais de representação politica e técnica, de atualização profissional, congraça-mento entre os colegas e familiares, entre ou-tras ações locais na área de suas jurisdição.Para a nova entidade federativa, a FEAGRO-SC, caberá a responsabilidade da representação política, das atividades técnicas, realização de eventos de âmbito estadual, defesa dos espaços, das atribuições profissionais e dos interesses da categoria em nível estadual, além de estimular a unidade, a articulação, integração e o apoio as entidades regionais filiadas, além de buscar o fortalecimento do relacionamento e possíveis ações conjuntas de interesse da categoria os desenvolvimento do estado com as entidades estaduais coirmãs, SEAGRO-SC, UNEAGESC-SC e CREA-SC-SC, bem como em nível nacional estrei-tar o relacionamento com a Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil-CONFAEAB e junto as entidades de classe estaduais dos

demais estados, em especial da região Sul; as-sim como estimular a categoria para, com suas atribuições acadêmicas e de aperfeiçoamento, competência e responsabilidade profissional, dar sua importante contribuição a população catarinense para o desenvolvimento com sus-tentabilidade ambiental.Nesse importante momento registramos um agradecimento especial a todos aqueles que acreditaram, estimularam, apoiaram e se envol-veram diretamente nesse esforço, dedicação e comprometimento para viabilizarmos a consti-tuição da nova entidade. Na certeza de que, com a ajuda de todos, teremos uma Federação forte, independente, ágil, integradora e representativa dos engenheiros agrônomos, além de uma en-tidade organizativa da categoria moderna, atu-alizada aos tempos atuais, perfeitamente inte-grada e fortalecendo a atuação das associações regionais filiadas e a valorização dos engenhei-ros agrônomos e a representatividade da cate-goria do estado. O compromisso maior desta primeira Diretoria Executiva será consolidar a estruturação administrativa e funcional da FE-AGRO-SC no estado, junto à categoria, associa-ções filiadas, lideranças político administrativas, empresariais, representativas dos agricultores e da sociedade catarinense, bem como, estimular os colegas das macrorregiões com potencial de profissionais onde ainda existem os tradicionais núcleos, para também fazerem sua transforma-ção em associações regionais, cobrindo assim todo o estado, com a nova formatação organi-zacional e representativa da categoria. A meta é avançar progressivamente das 11 atuais asso-ciações regionais para um total no estado na or-dem de até 18 associações.Neste desafio precisamos e contamos com a ajuda, colaboração e o engajamento de todos.

Um forte abraçoEng Agr. Raul ZucattoPresidente FEAGRO-SC

No mês de março completou o segundo ano da implementação da Portaria Nº 313 de 27/03/2012 – NR 35 Trabalho em Altura, que trata de todas as responsabilidades, tanto do empregador e do empregado, no desenvolvimento de atividades com risco envolvendo quedas de diferentes ní-veis.A constatação é que as normas somente estão sendo aplicadas no que se refere aos treina-mentos, pois tem mais importância um papel informando que o trabalhador está apto a de-senvolver tal tarefa designada pelo empregador, que a prevenção ou implementação de medidas preventivas capazes de evitar acidentes deste gênero. Dessa forma abre-se um questionamento: será que as empresas sabem exatamente do passivo que estão se submetendo, pois quando um tra-

balhador sofre algum tipo de acidente envolven-do quedas de diferentes níveis, a organização poderá ser responsabilizada e investigada para verificar qual foi a natureza que levou a ocorrên-cia e vitimou o funcionário. Vale lembrar que não somente a empresa pode ser responsabilizada pela ocorrência, mas também todos os possíveis responsáveis entre eles, gerentes, supervisores, encarregados e outros prepostos, ou seja, todos aqueles que ocupam cargos de chefias, até mes-mo os multiplicadores que ministram os trei-namentos podem ser responsabilizados. Entre estes estão inseridos os profissionais do SESMT.Seguem alguns critérios de abordagem que de-vem ser analisados por um profissional da área, a fim de prevenir condições inseguras e evitar a ocorrência de acidentes envolvendo queda de trabalhadores:

• ENGENHARIA • ARQUITETURA • AGRONOMIA • 08

ENGENHARIA

O risco do trabalho nas alturasEngenheiro em Segurança do Trabalho Engenheiro AmbientalJocelio Osório Pilantil CasemiroCREA/SC 85865-2

Ponto de AncoragemO ponto de ancoragem é um dispositivo que deve ser im-plementado pelo empregador. É o ponto onde o trabalhador irá ancorar o seu equipamento de proteção individual (cinto de segurança acoplado ao talabar-te) com a finalidade de evitar quedas de diferentes níveis. O sistema de ancoragem deve ser dimensionado por profissional habilitado, pois para o corre-to dimensionamento deve se levar em conta a grandeza de cálculos de força e carga, que terão a finalidade de suportar uma carga de no mínimo 1.500 kgf. Na prática quase nada des-se conceito está sendo desen-volvido de forma a garantir a integridade física dos trabalha-dores.Fator de QuedaO fator de queda é a posição onde será fixado o talabarte, relacionado ao ponto de anco-ragem do trabalhador. O mais seguro e correto é realizar a ancoragem a cima da cabeça, o que dará ao usuário maior se-gurança em caso de queda de

altura. A figura ilustra a forma correta de como deve ser reali-zada a ancoragem por um trabalhador. AndaimesOutro fator é que du-rante os treinamentos realizados, não estão levando em conta os diferentes tipos de andaimes: simples-mente apoiados, fa-chadeiros, suspensos e os em balaços, que fazem parte das ati-vidades realizadas em altura. Para se evitar ocor-rências indesejadas durante a montagem de qualquer um desses equipamentos, deve-se solicitar o manual de monta-gem, bem como o projeto e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) do profissional qualificado e habilitado que o projetou.CapacitaçãoA capacitação dos funcioná-rios deve ser realizada por profissional com comprovada proficiência, ou seja, este deve

possuir conhecimento teórico e prático. Após implementa-ção da NR-35, identificou-se que muitos profissionais des-qualificados estão realizando capacitação sem ao menos ter o conhecimento prático e sem respeitar carga horaria míni-ma de oito horas, o que não é o suficiente para capacitar um trabalhador e o tornar capaz de ter noções para realizar a atividade e de como proceder em caso de uma emergência e até mesmo de um resgate em altura.

Fica uma recomendação aos empregadores, quanto a necessidade de capacitar seus trabalha-dores em qualquer área: procurem instituições que possam proporcionar uma capacitação ade-quada de forma atender as NORMAS REGULA-MENTADORAS DO MTE (Ministério do Trabalho em Emprego), e em caso de ser um profissional liberal, solicitem a Anotação de Responsabilida-de Técnica (ART), e assim oferecer à empresa a garantia de que seus trabalhadores receberam capacitação de forma a proporcionar condições

de desenvolverem atividades de forma segura.Por fim, vale a pena reforçar que oferecer so-mente a capacitação não é suficiente, o forneci-mento de equipamentos de proteção, seja um EPI ou sistema de proteção coletiva, atrelados à fiscalização das atividades realizadas por funcio-nários ou empresas terceirizadas, proporcionará maior segurança aos empregados, que irão re-alizar uma atividade segura, e evitará danos es-téticos, materiais e até mesmo transtornos nas esferas civil, criminal e trabalhista.

• ENGENHARIA • ARQUITETURA • AGRONOMIA •10

ENGENHARIA

Os consumidores das empre-sas de Transportador-Reven-dedor-Retalhista (TRR) são dos mais diversos setores: indús-trias, comércio, transporte, prestadores de serviço, hos-pitais, geradores de energia, órgãos públicos e agricultura, tendo participação de 12% no mercado consumidor nacional de óleo diesel. Isso represen-ta em expressivo volume co-mercializado pelas empresas TRR e uma significativa parti-

Engenheiro Civil e de Segurança no TrabalhoCharles Luiz RabaiolliCREA-SC 061483-0

Legislação fecha o cerco para os tanques de combustível de uso privado

ENGENHARIA

cipação no mercado nacio-nal de combustíveis, porém essa atividade é regrada por diversas normas e órgãos fiscalizadores que além mo-nitorar a questão ambiental fiscaliza a segurança da ins-talação. A nova NR-20 vem para somar com outras le-gislações, a exemplo da Ins-trução Normativa n° 22 do Corpo de Bombeiros de San-ta Catarina, que foi norteada pela NBR-17505. Estas nor-

mas trazem critérios técnicos para uso desse tipo de armaze-namento de combustível. A NR-20 classifica e diferencia no grau de exigência pela capacidade armazenada. De forma simplifi-cada temos duas formas de clas-sificação uma para tanques que armazenam de 1m3 até 10m3 e um acréscimo de exigências para capacidades maiores de 10m3. Vamos citar algumas medidas que devem ser adotadas seguin-

do as legislações atuais:

1. Os tanques devem ser insta-lados dentro de bacia de con-tenção;

2. Filtros e bombas devem ficar fora da bacia de contenção;

3. Outros produtos, como ga-ses industriais e gases inflamá-veis GLP, devem ficar a distân-cias mínimas de segurança;

4. Caso não haja controle de drenagem da bacia de conten-ção, o tanque deve ter cobertu-ra para desviar a agua da chu-va;

5. Havendo mais de um tan-que, deve haver afastamento mínimo dos demais;

6. Os vents devem ser projeta-dos para ficar a uma altura de no mínimo 3,5mts do piso;

7. Todos os tanques e equipa-mentos devem estar eletrica-mente ligados a terra;

8. Todos os equipamentos e componentes elétricos para manusear líquidos inflamáveis deverão ser a prova de explo-são (do tipo blindado);

9. Para se efetuar o transva-zamento de um tanque para outro, ou entre um tanque e o carro tanque, obrigatoriamen-te os dois deverão estar aterra-dos, ou seja, ligados ao mesmo potencial, para descarregar a energia estática;

10. A caixa de separação de-

verá ser interligada à rede de drenagem, obedecidas às nor-mas especificas para tratamen-to e neutralização de efluentes contaminados por produtos químicos adotados conforme legislação ambiental local;

11. Instalar placas de adver-tência, proibição e sinalização em quantidade suficiente para perfeita visualização periférica;

12. Instalar unidades extinto-ras de 8kg de pó químico;

13. Os tanques obrigatoria-mente devem ser metálicos, com placas de identificação do fabricante e demais informa-ções técnicas;

14. As instalações devem ser aprovadas nos órgãos compe-tentes de segurança pública (Corpo de Bombeiros) e am-biental (Fatma);

15. Os funcionários devem possuir treinamento conforme prescreve a NR-20.

Para concluir podemos dizer que está na hora desse seg-mento sair da clandestinida-de e se tornar um exemplo de gestão de segurança. Essa me-lhoria continuada deve partir das empresas revendedoras, fazendo com que seus clientes trabalhem dentro da lei, evitan-do assim todas as correspon-sabilidades jurídicas cabíveis.

Engenheiro Civil Victor Hugo Lodi, M.Sc.CREA-SC 17673-2

Viabilidade técnica e econômica do uso de areia de britagem em concreto de cimento portland em chapecó-Sc

ENGENHARIA

O esgotamento das jazidas de areia natural próximas dos grandes centros de consumo, a contaminação das fontes de material pela poluição e as po-líticas de proteção ambiental fazem com que a obtenção de agregados miúdos para utili-zação na construção civil, par-ticularmente na produção de concretos convencionais, seja impulsionada na direção de novas opções. A carência de jazidas de areia natural é cada vez maior em muitas regiões do Brasil e do mundo. No oeste de Santa Catarina, por exemplo, se busca areia natural a distâncias maiores de 200 Km.A areia de rocha, historicamen-te, era um material pouco dese-jável devido sua elevada aspe-reza e pela ocorrência de silte e argila prejudicando a aderência entre o agregado e a pasta de cimento, elevando a demanda de água de trabalhabilidade dos concretos e o atrito interno das partículas sólidas da mistura. Como conseqüência, ocorre um elevado consumo de cimento nos concretos, para atingirem um mesmo nível de resistência à compressão, quando se utiliza

areia de britagem em substitui-ção à natural.Além disso, o concreto resultan-te pode ser um material mais caro e mais áspero, mais difícil de ser trabalhado na obra, ao ser bombeado, ao ser acabado, etc. Estas desvantagens podem ser combatidas pela introdu-ção, na massa de concreto, de aditivos plastificantes e reduto-res de água.Uma alternativa para resolução deste problema seria a utiliza-ção de areia de britagem. Sen-do um resíduo da britagem de rochas da produção de agrega-dos graúdos, seu uso minimiza o impacto ambiental pois, se ficar armazenado no pátio das pedreiras sua dispersão pelo vento e pela água contaminam o ambiente. Além disso, muitas vezes precisa ser remanejado por problemas operacionais de-mandando tempo e recursos.A uniformidade da areia de bri-tagem, quando comparada com a da areia natural, e a maior fa-cilidade de obtenção, são suas principais vantagens de utiliza-ção. Entretanto, a sua distribui-ção granulométrica, presença de quantidades elevadas de pó

e principalmente a forma angu-losa e muitas vezes lamelar de suas partículas, que depende do tipo de rocha e britador uti-lizados, podem influenciar nas propriedades do concreto fres-co e endurecido.Entre 2004 e 2006, realizamos um estudo experimental objeti-vando a produção de concretos convencionais, com emprego de duas areias de britagem de rocha basáltica, uma com grãos arredondados, 16,7% de mate-rial pulverulento denominada “Areia A”, e outra com grãos la-melares, 11,1% de material pul-verulento, chamada “Areia B”, em substituição parcial a uma areia natural de uso corrente na região de Chapecó-SC, bus-cando a confecção de concretos mais resistentes e econômicos.O melhor desempenho em to-dos os aspectos analisados nesse estudo foi a mistura com 65% de areia de britagem tipo A (grãos arredondados) em subs-tituição volumétrica à areia na-tural. Constatou-se que o teor de material pulverulento e a forma dos grãos existente nas areias de britagem influenciam fortemente as características do concreto no estado fresco, acarretando uma grande varia-ção dos consumos de cimento das misturas para uma mesma resistência à compressão.

Metodologia utilizada

Apresentação e análise dos resultadosAnalisando os resultados dos ensaios de caracterização física dos agregados miúdos, pode-se verificar que a areia natural possui granulometria na zona utilizável da NBR7211 (2005).

As areias de britagem tipo A e B são semelhantes, entretanto a do tipo A possui uma fração muito fina passante na peneira 0,15 mm, enquanto a do tipo B está muito grossa na região in-termediária, entre as peneiras 0,6 mm e 1,2 mm, em função

disso, os dois tipos de areia de britagem estão fora dos limites de norma. As diferenças en-tre as quantidades de material pulverulento entre as areia de britagem justifica a pequena diferença entre as suas curvas granulométricas. Apesar de la-vadas, a areia de britagem tipo A apresentou teor de material pulverulento de 16,70 % , ultra-passando os limites de norma fixados em 12% para concre-tos convencionais e 10% para concretos sujeitos ao desgaste superficial. A areia de britagem tipo B apresentou teor de ma-terial pulverulento de 11,09%. Analisando os resultados dos ensaios de caracterização física dos agregados graúdos, pode--se verificar que o agregado graúdo possui granulometria na zona utilizável da NBR7211 (2005), na faixa 9,5/25mm. Com relação à massa unitária e in-chamento das areias de brita-gem, conforme pode ser veri-ficado na tabela 1, para cada 1000 litros areia, depois de efe-tuada a secagem e retirado o inchamento das areias, a areia de britagem do tipo A apresen-ta um volume de material seco maior (9.4%), sendo esta uma significativa vantagem econô-mica. Com relação à forma dos grãos, a areia de britagem do tipo A, de grãos mais arredon-dados, apresentou coeficiente de forma CF = 0,195, enquan-to a areia de britagem do tipo B, com grãos mais lamelares, o coeficiente encontrado foi de

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CF=0,126. Como não existe um critério normalizado para clas-sificação de agregados miúdos quanto à forma, adotou-se o critério da AFNOR XP P18-540 (1997) para agregado graúdo, que define que o coeficiente de forma deverá ser maior ou igual a 0,2. Para agregados mi-údos, não existem na literatura estudos que definam valores limites.

Ensaios em ArgamassasO estudo realizado em ar-gamassas visou determinar a proporção ideal entre as areias de britagem e natural.

O critério para essa escolha foi prioritariamente a consis-tência medida pelo ensaio de flow table, no qual se fixou a relação água/cimento (quanto maior o flow, mais trabalhável seria a argamassa, conduzindo a uma potencial de economia de cimento no concreto com ela produzido). Paralelamente determinou-se o teor de ar in-corporado, a resistência e mó-dulo de elasticidade das arga-massas que também serviram de subsídio para a escolha do teor ideal das areias. No estu-do, a substituição das areias se deu em volume através do conhecimento de suas massas específicas. Ainda, se propor-ções distintas da ótima possu-íssem um desempenho ligeira-

mente inferior, optava-se por misturas que contivessem a maior quantidade de areia de britagem.Como os agregados miúdos compostos possuem massas específicas ligeira-mente distintas, é aconselhá-vel que se realize uma corre-ção da curva granulométrica da composição levando em conta essa diferença. Na fi-gura 3 são apresentadas as curvas granulométricas das mesclas contemplando essa correção. As indicações apre-sentadas na legenda das respectivas figuras corres-pondem as proporções volu-

métricas entre os agregados miúdos.Obteve-se a porcentagem de ar incorporado das argamas-sas diminuindo-se da unida-de o valor da relação entre a massa específica real e a massa específica teórica.Com relação a areia de brita-gem tipo A, observou-se que a faixa de proporção ideal, com respeito ao flow, foi em torno de 50% de substituição. Se for levada em conta a resistência à compressão, o melhor teor de substituição foi o de 75%, que levou a uma resistência de 41,76MPa. Esse melhor desempenho pode ser credi-tado principalmente ao bai-xo teor de ar incorporado na mistura (próximo a zero). As-

sim sendo, o teor escolhido para a dosagem de concreto foi o de 65% pois, além do bom desem-penho técnico, seria o melhor sob o ponto de vista econômico.Com relação a areia de britagem tipo B, observou-se que a faixa de proporção ideal, com respeito ao flow, foi entre 25% e 50% de substituição. Ao analisarmos os resultados da resistência à com-pressão, o melhor teor de subs-tituição foi o de 50%, que levou a uma resistência de 34,28MPa. Entretanto os valores de resis-tência obtidos com as outras substituições ficaram muito pró-ximos, sendo esta aproximação

de valores creditada ao teor de ar incorporado nas misturas ter se aproximado de um valor mé-dio de 5%. Assim sendo, o teor escolhido para a dosagem de concreto também foi o de 65%, pelas mesmas razões já apresen-tadas acima.Vale aqui ressaltar que as com-posições escolhidas se enqua-draram nos limites granulomé-tricos da NBR 7211 (2005).Em relação ao módulo de elas-ticidade, notou-se que a substi-tuição da areia natural por areia de britagem basáltica ocasionou uma diminuição, que foi mais significativa para a areia B.Estranhamente, a maior densi-dade da areia de britagem tipo B não proporcionou módulos de elasticidade mais elevados.

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Foto 3 - Preparação corpos de prova

Foto 4 - Ensaio Módulo de Elasticidade

Ensaios em concretoNeste item, são apresentados os resultados do estudo de do-sagem dos concretos empre-gando areia natural e as areias de britagem A e B em substi-tuição parcial. Inicialmente, durante o estudo para a deter-minação do teor ideal de arga-massa, adotou-se a proporção

75% das areias de britagem e 25% de areia natural, conside-rados os mais promissores sob o ponto de vista econômico e de resistência, determinados no estudo em argamassa. Ob-servou-se que essa proporção não conduzia a bons resulta-dos de trabalhabilidade, pois os concretos apresentavam baixa

coesão. Por tentativas, nessa fase do estudo de dosagem, foi sendo acrescentada areia natural à mistura e chegou-se a uma proporção otimizada no concreto de 65% de areias de britagem e 35% de areia natu-ral. Esses valores poderiam ter sido um pouco mais refinados, pois a areia B conduzia a mis-turas com menor coesão do que as da areia A, mas consi-derou-se mais adequado man-ter as duas proporções iguais para facilitar as comparações realizadas posteriormente. Re-alizado um comparativo entre os módulos de elasticidade dos concretos elaborados, repetiu--se a tendência já verificada no estudo das argamassas, onde a substituição parcial da areia natural pela areia de britagem tipo A apresentou maior módu-lo de elasticidade em relação a do tipo B.Os valores de módulo de elas-ticidade calculados segun-do equação prevista na NBR 6118:03 (Eci) aproximam-se bastante daqueles obtidos experimentalmente. Para os traços 1:3,5 e 1:5,0, estas dife-renças foram inferiores a 5%. No entanto, para os concretos confeccionados com o traço 1:6,5, todos os valores expe-rimentais foram superiores aos calculados e as diferenças chegaram a 12,1%, em relação ao valor experimental, para a composição 65%AB e 35%AN.

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Verificou-se também que nem sempre existe linearidade entre a resistência a compressão e o módulo de elasticidade, o que não confirma as prerrogativas da norma NBR 6118 (2003). A seguir, a figura 4 apresenta os dados originadas dos estudos de dosagem da composição de melhor eficiência. Surpre-endentemente, os resultados

obtidos para a resistência a compressão dos corpos de pro-va foram muito elevados para o tipo de cimento empregado, no caso CP II – Z.O consumo de água para um mesmo traço apresentou cor-respondência com o coeficiente de forma, não repetindo a ten-dência da argamassa, isto pode ser atribuído ao fato dos grãos

lamelares produzirem um atrito maior com os grãos de brita do concreto, como pode ser verifi-cado na Tabela 2. Considerando um desvio padrão de 5,5 MPa, conforme recomendações nor-mativas paraconcreto mistura-do em obra e obedecendo as diretrizes da NBR 6118 (2003) de resistência e durabilidade, foram realizadas algumas com-parações entre os concretos estudados. Essas comparações foram realizadas de dados ob-tidos por meio das equações de ajuste das curvas de dosagem decada concreto. Para uma mesma relação água/cimen-to, o concreto realizado com a composição de areia natural mais a areia de britagem tipo A apresentou valores de resis-tência à compressão bem supe-riores aos demais, repetindo a tendência encontrada no estu-do de argamassas, como apre-sentado na Tabela 3. Com relação ao consumo de cimento por metro cúbico de concreto, a composição de areia de areia natural com areia de britagem do tipo A, também foi a que apresentou melhor desempenho, seguida pelo con-creto com 100% de areia natu-ral. Para concretos de maiores resistências observou-se um aumento no consumo de ci-mento, ficando o concreto de resistência 30 MPa o de maior viabilidade econômica. Assim, fica confirmada a viabi-lidade técnica e econômica da substituição da areia natural pela areia de britagem, entre-tanto a areia de britagem do tipo A apresentou melhores resultados em termos técnicos e econômicos, conforme pode ser avaliado na tabela 4, que apresenta um comparativo de custos considerando os pre-ços dos insumos da região de Chapecó-SC. Utilizando-se uma relação água cimento a/c = 0,65 para atender o critério de du-rabilidade da NBR 6118 (2003)

ENGENHARIA

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para aquela região, ter-se-iam os custos de materiais para con-fecção de 1m³ de concreto tam-bém apresentados na Tabela 4. O aumento de resistência nos concretos estudados ocasionou um aumento no custo final. Para atender as recomendações da NBR 12655 (1996), a resistên-cia do concreto (fck) , deverá ser maior de 25 MPa para o caso de concreto virado em obra, a ta-bela 5 apresenta o comparativo de custos final para os concre-tos analisados na ocasião. Convém salientar que para a areia de britagem do tipo B, o determinante para a utilização foi a resistência, pois com a re-lação água cimento a/c = 0,65

Quadro de Tabelas

não se atingiu o fck de 25 MPa. Finalmente, verifica-se que na substituição de areia natural por areia britagem do tipo A, em concretos usinados, pode-rão ser utilizados valores de resistência à compressão (fck) maiores, potencializando a ca-pacidade de resistência do con-creto, o que ocasionará uma diminuição na quantidade de armaduras no concreto arma-do e diminuição de custo final. No caso de concreto virado em obra, para seguir as exigências de norma, praticamente des-caracteriza-se a vantagem eco-nômica da utilização da areia de britagem, o que evidencia o a influência corporativista das

concreteiras na elaboração das normas técnicas.

Conclusões

A substituição parcial de areias de britagem pela areia natural, como agregado miúdo na con-fecção de concretos e argamas-sas, reduz a demanda de areia natural e, em decorrência dimi-nui a degradação das áreas de exploração; A utilização de areias de brita-gem do tipo A, de origem ba-sáltica, em substituição parcial à areia natural, permite a ela-boração de concretos conven-cionais mais resistentes e mais econômicos.

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Steel Framing é um sistema de construção em quadros de aço leve. Geralmente se refere a um edifício com uma técnica estrutural de aço e colunas verticais, horizontais e vigas, cons-truídas em uma grade retangular em forma de gaiola para apoiar o chão, teto e paredes de um edifício, que são todas associadas ao quadro. O desenvolvimento desta técnica foi feita para a construção desde uma simples casa térrea a um arranha-céu. A palavra Steel indica a matéria prima usada na estrutura: o aço. A inclusão de Light, ou leve, indica que os elementos em aço são de baixo peso uma vez que são produzidos a partir de chapa de aço com espessura reduzida. Também para focar essa característica, muitas publicações usam o termo Light Gauge (gauge é uma unidade de medida, agora quase em desu-so, que define a espessura das chapas de metal). Outros designam o aço por Cold Formed Steel, ou seja, aço moldado ou enformado a frio, como referência ao processo de moldagem da chapa através de processos mecânicos à temperatura ambiente, tal como a quinagem ou a perfilagem.O termo Light também lembra que não é neces-sário utilizar equipamentos e maquinaria pesada na construção. Também ressalta a flexibilidade, dado que permite qualquer tipo de acabamento exterior e interior. Além disso, o próprio peso do edifício é baixo, não só porque a sua estrutura é leve, mas também por que o Light Steel Framing é especialmente vocacionado para edifícios de pouca altura, geralmente edifíios residenciais de até dois ou três pisos em contraste com as es-truturas pesadas de grandes prédios de aparta-mentos. Apesar de serem usados elementos em aço leve galvanizado para fins não estruturais em edifícios de maiores dimensões. Também se emprega a palavra Light para lembrar a fa-cilidade com que os materiais são aplicados em obras de reabilitação de edifícios antigos cujas estruturas, embora pesadas, possuem baixa re-sistência sísmica. Framing é a palavra usada na língua inglesa para definir um esqueleto estrutu-

ral composto por diversos elementos individuais ligados entre si, passando estes a funcionar em conjunto, para dar forma e suportar o edifício e o seu conteúdo. A palavra também se refere aos processos usados para interligar os referi-dos elementos estruturais, sejam em madeira, ferro ou aço galvanizado. De difícil tradução em português (o termo mais aproximado seria cai-xilharia), tem-se optado por dizer estruturas. As-sim, Light Steel Framing poderá traduzir-se por Estruturas em Aço Leve. AplicaçãoAs construções utilizando Steel Framing são co-muns na Europa, o sistema que usa esse mate-rial permitiu erguer 370m² em seis meses. Mu-ros de arrimo e fundações simples apoiam esta casa nos arredores de São Paulo. Com esse mo-delo construtivo e as tecnologias disponíveis no mercado nacional, as casas populares podem ser construídas em sério em menos de 10 dias, um prazo impossível de ser cumprido em uma construção convencional. A rapidez na entrega, aliada à qualidade e durabilidade da moradia, é uma solução eficaz para reduzir o déficit habi-tacional, um dos grandes desafios aos governos das três esferas – municipal, estadual e federal. ImportantePara construir uma casa no sistema Steel Fra-ming o terreno deverá estar preparado para receber uma fundação tipo radier ou com uma laje pronta para receber paredes. O telhado também faz parte do sistema. Pode ter a mesma configuração da estrutura em madeira, porém utilizando perfis de aço leve galvanizado. Nas construções utilizando o sistema Steel Framing os acabamentos e fachadas de uma casa são os mesmos usados na construção tradicional. Como utiliza o aço na estrutura de sua constru-ção tem durabilidade de mais de cem anos. O custo na utilização do Steel Framing é bem com-petitivo e mais vantajoso quando se trata de tempo de obra, custo financeiro, antecipação de uso e receita, entre outros.

Ligth Steel Framing, agilidade e controle orçamentário na construção

ARQUITETURA

ArquitetaKarine Milani

Avaliação de Propriedades Rurais

AGRONOMIA

Engenheiro AgrônomoEspecialista em Geotecnia e Avaliação de Propriedades RuraisJacir CoratoCREA-SC 14.418-8

CoautoraFormanda em Agronomia pela UFRGSJulia Cristina Corato

A avaliação de propriedades rurais tem como principal objetivo identificar o valor da terra nua (VTN), ou seja, o valor dos bens sobre ela não é levado em consideração, conforme o INCRA determina através da IN 08/93 em seu anexo II, item 4.1: “Considera-se terra nua a terra com suas acessões naturais, nos termos dos artigos 43, inciso I, e 64 do Código Civil. Entende-se portanto, por acessões naturais tudo o que se encontra incorporado à terra sem a intervenção do proprietário”.Para realização de laudo técnico é necessário seguir as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT, 2005, a Norma Brasi-leira-NBR 14.635-1, Avaliação de bens parte 1 - procedimentos gerais e a NBR 14.635-3, 2004, Avaliação de bens parte 3 – Imóveis rurais - que preveem todas as diretrizes para que o órgão solicitador aceite o laudo técnico. Os requerimentos podem partir: do INCRA, para desapropriação de uma área; da Receita Fede-ral do Brasil, para avaliação para imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR); de uma pe-tição judicial, para fins de penhor; de demanda de proprietários, para avaliação de venda futu-ra; entre outros.

Requisitos para avaliaçãoNo envolvimento de vários profissionais o laudo torna-se multidisciplinar da engenharia, porém, preferencialmente, o profissional habilitado a realizar a avaliação é um engenheiro das agrá-rias, pelo conhecimento específico em itens im-prescindíveis no relatório técnico. O registro no CREA do Estado atuante é obrigatório, para a emissão da ART (Anotação de Responsabilidade Técnica). Porém, é indispensável que o profis-sional aprofunde o conhecimento nas normas da ABNT - NBR que regem o documento, para não ficar exposto a erros na determinação dos indicadores agronômicos e nos cálculos tornan-do o laudo conclusivo, com o VTN confiável. O engenheiro avaliador basear-se-á em três pila-res: no diagnóstico da propriedade - levando em consideração a topografia, classe textual, classificação do solo e acesso a propriedade; na qualidade das amostras - similaridade com o imóvel avaliando dentro de uma mesma mi-crorregião, levando em consideração o tipo de solo, clima e logística de mercado; e por fim, no número de amostras - importante para obter o máximo de amostras válidas na realização dos testes estáticos que permitirão a confiabilidade

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dos dados. As amostras obrigatoriamente são de órgãos respeitados e idôneos, como: Prefei-turas Municipais, tabelas de ITBI; cartório de re-gistro de imóveis, com matrículas atualizadas, onde está o valor da comercialização do imó-vel; e imobiliárias com contratos de compra e venda; entre outras. Todos os dados coletados devem ter a mesma analogia ao imóvel avalia-do. Para confiabilidade dos dados é necessário realizar as visitas no imóvel avaliado, fazendo o registro fotográfico, com imagens represen-tativas, para o embasamento visual do laudo (figura 1), tirar amostras de solo, abrir trinchei-ras para classificar o solo, fazer o caminhamen-

to na área, estudar a topografia e fazer o mapa representativo da propriedade (figu-ra 2). Além disso, é indispensável conhecer as mesmas características nas amostras e avaliar pessoalmente as propriedades, para trazer confiabilidade na comparação com o imóvel avaliado.Para realização de uma avaliação verdadeira é necessária a utiliza-ção de métodos estatísticos para chegar a um valor coerente, dentre eles: método de avaliação expedita, método de renda, mé-todo involutivo e o método comparativo direto de dados de mercado, que é o mais utilizado e indicado para cálculo de VTN,

Figura 1: registro fotográfico da propriedade

Figura 2: Mapa da propriedade

pois compara os imóveis amostrados com o avaliado. A homogeneização dos dados é reali-zada através de índices agronômicos para cada amostra, sendo eles: a capacidade de uso do solo e acesso a propriedade (Conforme a tabela abaixo). Porém, o valor das amostras deve ser corrigido com o variável tempo e não com índi-ces cambiais.Grau de fundamentação É de suma importância seguir todos os passos e os requisitos da norma, pois o grau de fun-damentação é um parâmetro a ser analisado quanto à confiabilidade do laudo de avaliação, para evitar futuras contestações judiciais. Este artifício é obtido através da conformidade de itens determinados pela NBR 14.653, com pon-tuações diferentes, que ao somarem-se atingi-rão tal escala, variando de I até III. Quanto maior o grau de fundamentação, mais verossímil tor-

na-se o laudo. ConclusãoO laudo final precisa ser coerente, adequado para cada caso, ou seja, cada um é único e pre-cisa ser estudado com cautela, pois um erro co-metido pode levar à perda da credibilidade do engenheiro avaliador. O conhecimento técnico e cientifico é um caminho longo, porém intrans-ponível para a qualidade da avaliação de uma propriedade rural. A realização de uma avaliação é uma tarefa ár-dua, entretanto, satisfatória, pois envolve mui-tos conhecimentos que devem ser compilados em um único relatório. O campo de trabalho está aberto e poucos pro-fissionais envolvidos, porém é necessária infor-mação científica e em várias áreas da engenha-ria, necessitando de um investimento complexo em ciências agrárias.

Tabela 1: Tabela de índices agronômicos

A institucionalização do crédito rural se deu pela Lei nº 4829 de 05 de novembro de 1965, com o objetivo de estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusive para armaze-namento, beneficiamento e industrialização dos produtos agropecuários, quando efetuados por cooperativas ou produtor na sua propriedade rural; favorecer o custeio oportuno e adequa-do da produção e a comercialização de produ-tos agropecuários; possibilitar o fortalecimento econômico dos produtos rurais, notadamente pequenos e médios e incentivar a introdução de métodos racionais de promoção visando ao au-mento da produtividade e a melhoria do padrão de vida das populações rurais e à adequada de-fesa do solo.Para alcançar o objetivo, a lei criou algumas mo-dalidades de operações de crédito, das quais destacamos: Crédito Rural Corrente, para pro-dutores de capacidade técnica e econômica reconhecidas; e Crédito Rural Orientado, com

assistência técnica prestada pelo financiador, di-retamente ou através de entidades especializa-das em extensão rural, com o objetivo de elevar os níveis de produtividade e melhorar o padrão de vida do produtor e sua família.O Crédito Rural Corrente passou a ser o Crédito Rural de Balcão Atual, mais utilizado por ser com recurso subsidiado, sem sequer atentar se o to-mador de crédito é possuidor de capacidade téc-nica para aplicar o recurso na atividade propos-ta, seja custeio, investimento, armazenamento ou comercialização, podendo ainda registrar o instrumento de crédito junto à instituição fi-nanceira, de acordo com o Provimento Nº 08 de 2005 da Corregedoria de Santa Catarina, decla-rando que a operação não necessita de projeto.Entretanto, para validar a operação de crédito é necessário pelo menos um orçamento ana-lítico, que tem como objetivo avaliar e calcular os gastos para a realização da atividade, seja de custeio, investimento ou outra atividade afim.

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crédito Rural para elevar níveis de produtividade e melhorar a vida dos produtoresEngenheiro AgrônomoJosé Carlos Paiva FilhoCREA-SC 005397-3

AGRONOMIAAGRONOMIA

Portanto está caracterizada uma atividade téc-nica nesta operação, o que exige a participação direta de um profissional com habilitação.O Crédito Rural Orientado deveria ser, então, a opção certa, pois é o crédito com assistência téc-nica e todo o suporte ao tomador, para a correta aplicação do recurso financeiro.Entretanto, o que se percebe é um verdadeiro descaso com a liberação e utilização de recur-sos, que deveria ter o acompanhamento de en-tidades especializadas em extensão rural, afim, efetivamente, de elevar os níveis de produtivi-dade e melhorar o padrão de vida do produtor e de sua família. Hoje, na maioria das vezes, o que está acontecendo é que os projetos estão sendo executados por entidades que dizem re-presentar os produtores rurais, mas que não atendem o exigido na no Art. 59 da Lei Nº 5.194 de 24/12/66, que exige das entidades e profis-sionais o registro junto aos Conselhos Regionais de classe.Desta forma, o que encontramos são projetos realizados por pessoas leigas, treinadas para atender as exigências das instituições de crédi-to, com a conivência de alguns profissionais da área atuando como despachantes de crédito ru-ral, sem nunca ter elaborado um projeto técnico, fazendo com que o crédito rural, e mais uma vez os recursos subsidiados, não alcancem na pleni-

tude o objetivo proposto . Um exemplo claro foi a forma de contratação dos recursos da Resolução do Banco Central nº 4.112 de 10 de julho de 2012, que determina no item II que haja um projeto técnico que reco-mende qual a finalidade da aplicação do recur-so, porém o que presenciamos são projetos sen-do elaborados via despachante de crédito, que resultaram na má aplicação dos recursos, pois um dos grandes objetivos da aplicação destes recursos era para prática de uso, manejo e con-versação do solo e da água, no período agrícola 13/14 , mas que com apenas 30 dias de estiagem constatou-se que o desastre já foi o mesmo.Diante disso, constata-se a necessidade da con-tratação de profissional habilitado e capacitado para a elaboração dos projetos afim de serem utilizados para a liberação do crédito e o acom-panhamento da aplicação dos recursos como previsto na legislação vigente, tornando o agro-negócio muito mais competitivo, com produtivi-dade melhor e padrão de vida do produtor rural mais elevado. Nota-se a necessidade do Conselho Monetário Nacional fazer valer a sua atribuição, uma vez que lhe cabe dentro da lei disciplinar o crédito rural ou até a Procuradoria da Justiça Federal, por se tratar de recursos subsidiados, investigar como nosso dinheiro está sendo tratado.