64
;- Y ;- Y i$ ILI . . . ... GRAFICA Tcrnp Semana nacional . .. ........ O PAIS Início de novo ano escolar........ Missão cumprida: Combatentes das FPLM trazem bandeira do internacionalismo Tivemos apoio do Povo do Zimbabwe. - Entrevista com Fernando Mandango, comandante das FPLIW. Os soldados cumpriram amissão com elevado moral combativo. Entrevista com Domingos Mofate Msunza. (a partir da página ................... 10) hianica: Britânicos dificultam regresso de refugiados ..............18 Conservar e valorizar as nossas conquistas ..................... 26 Primeiro ano lectivo da década de oitenta: Exortação do Conselho de Ministros ........ ............. 32 Temas sociais II --Mães solteiras ou divorciadas. Quem sustenta os filhos? .................. . .......................... 36 Passa por Maputo ,primeiro voo à Antárctida ... ............ ..... 38 INTERNACIONAL Levar o fogo a casa do inimigo e golpeá-lo no interior do Sahara ......40 Irão: Das actividades da CIA-á ocupação da embaixada ..............45 Noticiário africano .... .... ...... . ..... 49 Rodósia: Imagens da vida da colónia.. . .... 50 Cartas dos leitores . . .... .... . .... 53 Matemática: uma ciência neutra ......... .. . 6 Poesia temática . .... . .8.. .. .......... .. ..... 58 Palavras cruzadas .......................... .... ........ 64 Bíbliozeca do N.O Cota II semana nacional

;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

  • Upload
    lydung

  • View
    217

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

;- Y

;- Y i$ILI. . . ...

GRAFICATcrnp

Semana nacional . .. ........O PAISInício de novo ano escolar........Missão cumprida:Combatentes das FPLM trazembandeira do internacionalismoTivemos apoio do Povo do Zimbabwe. - Entrevista com Fernando Mandango,comandante dasFPLIW.Os soldados cumpriram amissão com elevado moral combativo. Entrevista comDomingos MofateMsunza.(a partir da página ................... 10)hianica: Britânicos dificultam regresso de refugiados ..............18Conservar e valorizar as nossas conquistas ..................... 26Primeiro ano lectivo da década de oitenta: Exortação do Conselho deMinistros ........ ............. 32Temas sociais II --Mães solteiras ou divorciadas. Quem sustenta osfilhos? .................. . .......................... 36Passa por Maputo ,primeiro voo à Antárctida ... ............ ..... 38INTERNACIONALLevar o fogo a casa do inimigo e golpeá-lo no interior do Sahara ......40 Irão: Dasactividades da CIA-á ocupação da embaixada ..............45Noticiário africano .... .... ...... . ..... 49Rodósia: Imagens da vida da colónia.. . .... 50Cartas dos leitores . . .... .... . .... 53Matemática: uma ciência neutra ......... .. . 6Poesia temática . .... . .8.. .. .......... .. ..... 58Palavras cruzadas .......................... .... ........ 64Bíbliozeca do N.OCotaI I

semana nacional

Page 2: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

REUNIAO PREPARATÓRIA DE CIMEIRA DE CHEFES DE ESTADONo prosseguimento da ofensiva contra os sabotadores da economia do país, foramdetidos no ,Chimoio, província de Manica, Alexandre Jaime Zefanias,responsável provincial da Policia de Investigação Cri. minàl e AlexandreFernandes, responsável provincial da APIE. Ao primeiro pesa a acusação de terordenado a destruição pelo fogo de diversos artigos existentes num armazémdaquela estrutura, entre eles documentos e: ficheiros, enquanto que o responsávelda APIE é incompetente, irresponsável e praticava o amiguismo e o compadrio.Ainda na província de Manica, foram detidos Adolfo Clarão, gerente doSupermercado da Textáfrica, Domingos Jequisse Tomé, responsável daComercialização A g r ã r i a e Francisco José Guivé, responsável provincial daENCATEX. As suas detenções devem-seao facto de a delegação de alto nível, chefiada pelo Ministro João Baptista Cosme,ter constatado vários produtos armazenados e deteriorados, entre os quais 7931toneladas de feij o manteiga 15 toneladas de arroz com casca, oito toneladas detrigo e 29 caixas de leite.Notícias provenientes d e Nampula indicam que foi detido o Presidente doConselho Executivo daquela cidade, de nome Aurélio Monteiro dos Santos, porsuspeita de desviar bens do Estado. Investigações feitas após a sua detenção,revelam que, entre outras coisas, possuía um armazém ilegal em Nova Chaves,localidade próxima da cidade de Nampula,Ainda naquela cidade foram encontrados 250 camiões da marca IFA, arrumadosnum armazém do Governo provincialdesde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns daCompanhia João Ferreira dos Santos e da Comercialização Agrária, foramencontrados 1000 sacos. de açúcar e 2 mil toneladas de amendoim,respectivamente.Quanto à ofensiva em Cabo Delgado, iniciada no dia 13 de Fevereiro sob adirecção do Ministro Teodato Hunguana, constatou-se que houve tentativas defazer «desaparecer» produtos deteriorados, os quais se encontravam armazenadoshá muito tempo, tendo inclusive alguns deles sido enterrados.Por outro lado, sabe-se que a COGROPA em Nampula, que tem aresponsabilidade de abastecer Cabo Delgado de certos produtos, estes, quando láchegam é frequente estarem deteriorados ou destruidos.eGRUPOS DE VIGILÂNCIA REÚNEM-SE EM MAPUTO«Terminámos o ano de 1979, por isso, convocãmos esta reunião para analisarmoso trabalho realizado por todos nós. É difícil alcançarmos aquilo que pretendemossem analisar o que queremos e o que fizemos.» - afirmaria um elemento doServiço Nacional de Segurança Popular, numa reunião que teve, no pas-, sado dia16 de Fevereiro do ano em curso, na Sede Provincial dos Grupos de Vigilânciaem Maputo, com os membros dos G.V. dos bairrosdo Grande Maputo.Naquela reunião foi apresentado um relatório que analisa as actividades realizadasno ano transacto bem como apreUm aspecto da abertura da reunião ministerial, nomomen. senta, de uma maneira geral, a to em que o chefe da delegação

Page 3: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

moçambicana, Jacinto Veloso, usava da palavra para saudar as delegações de An-actividade inimiga detectadagol. Cabo Verde, Guiné Bissau, e S. Tomé e Prfncipe no Grande Maputo. Nanossa próxima edição contámos incluir um artigo sobre este importante encontroIRRESPONSAVEIS DETIDOS NAS PROVINCIASTEMPO N. 489- pág. 2Em relação a este último ponto o relatório a dado passo refere que as acçõescontra-revolucionárias traduziram-se em actos de terrorismo, assassinatos decivis, incêndios de instalações e residências de civis, assaltos aosestabelecimentos comerciais, subversão ideológica e actos de provocação com afinalidade de provocar um clima de insegurança. Esta acção visava também acriação de um clima de confusão e desconfiança-da população em relação à Direcção do Partido e Governo, pois atacavaabertamente os nossos dirigentes e deturpava as decisões superiores, tais como, oServiço Militar Obrigatório, e os princípios organizativos, como sejam, a criaçãode aldeias comunais, cooperativas e machambas estatais.Também foi referida a acção desencadeada pela igreja visando deturpar asorientações do Partido e Estado.Ainda na mesma reunião. foram analisados os desvios de alguns membros dosGV em relação às tarefas que devtm ser desenvolvidas por eles. Sobre isto, oorientador da reunião disse: «Temos conhecimento através de várias estruturas daconfusão feita por alguns membros dos GV. Temos casos concretos de deturpaçãode tarefas. AlgunsTEMPO N." 489--pág. Z

o eclipse. Na Beira foi perfeitamente visível enorme curiosidade popular. Na foto,obtida colega Kok Nam. que na altura se encontracidade, vê-se um grupo decuriosos que obol através de um plástico (por sinal o primeiro que encontraram..)Depois das orienta ções do Presidente Samrnar Machel na visita ài Maborcomeçaram a aparecer pneus no mercado após a desburocratização da sua venda,0 camião que se vê na gravýura foi surpreendido pela nossa reportagem nomom1ento ema 'que se preparava ,ara jazer a descarga n1um dos.ý.estabelecimenitos de MaputoTEMPO N.' 489- pág.MABOR FABRICA PNEUS PARA TRACTOR* Primeiros exemplares oferecidos ao Presidente Sqmora MachelaçOs tractores ajudam-nos a liquidar a fome, a nudez, quando aliados àInteligência do homem, à sua força de trabalho e ã vontade de vencer, no nossocaso, o subdesenvolvimento.» - Disse o Presidente do Partido FRELIMO ePresidente da República Popular de Moçambique quando, num acto simbólico,recebeu os dois primeiros pneus de tractor de fabrico nacional, produzidos pelosoperárlos da «Mabor de Moçambique» unidade industrial situada no quilómetro15 da Estrada Nacional n.° 1.Um dos responsáveis da referida empresa, dirigindo-se ao Chefe de Estadomoçambicano afirmou que a produção de pneus para tractores traduzia a vontade

Page 4: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

dos trabalhadores, que desenvolvem esforços em fazer da sua empresa, umafábrica-modelo.

Quatro vagões de carga tombaam e três descarrilaram, quando se verificou umacidente ferroviário na linha de Maputo a Ressano Garcia, próximo da Moamba,no .passado dia 13. O acidente causou elevados prejuízos económicos e materiaise a via esteve interrompida durante 24.00 holas. Técnicos e mais de cemtrabalhadores da empresa CIFM-Sul estiveram envolvidos na sua desobstrução,enouanto os peritos se oreocupavam em apurar as causas do xidente. O comboiotransportava crómio fino, viajando no sentido ascendente. Na foto, uma imagemdo acidente15 MIL TONELADAS DE TRIGO ESPERADAS EM MOÇAMBIQUEfl esperada em Moçambique, em princípios de Abril, uma remessa de 15 000toneladas de trigo proveniente do Reino Unido, parte da ajuda alimentar queaquele pais tem vindo a fornecer à RPM desde 1977. O resultado da venda dotrigo será canalido para financiamento de projectos de construção de estradas nasprovíncias de Gaza e Cabo Delgado, com o apoio britânico.Para formalizar esta última oferta, foi assinado no passado dia 29 de Janeiro, emMaputo, um acordo entre os dois países, representados respectivamente por A.S.Papa: opoulos, embaixador britânico em Moçambique, e Marcelo Andrade, daComissão Nacional do Plano.Com esta última remessa serão atingidas as 47 500 toneladas, total da ajudaalimentar fornecida pelo Reino Unido à RPM desde 1977.Uma nova etapa começou no dia 19 de Fevereiro do cor. de produção, outrostrabalhadores das empresas vizirente ano em todo o Pais. Trata-se do início daSegun- nhas. Depois.da leitura ãda-rensagem dos trabalhadores da CampanhaNacional de Alfabetização e de Educação usou da palavra o GovernadorProvincial que falou da de Adultos. Para assinalar este acontecimento em Mapu-importância da alfabetização na sociedade sacialista, to. teve lugar uma reunia ona Fábrica de Descasque de tendo feito referência à última Campanha, afirmandoCastanha (Cajuca). A reunião foi presidida pelo Primei, que «houve sucessosmas, também deficiências». Reco.ro Secretário do Partido FRELIMO e Governador da mendou em seguida aosparticipantes, em especial aos Província, José Moiane. que se fazia acompanharde ou- alfabetizadores, que apreendessem dos erros do passado.tros Membros do Partido e Governo Provinciais. Nele tendo feito uma exortaçãoà prática da emulação socia.particíparam, além dos trabalhadores daquela unidade lista na alfabetização'11 MPO 1.' 4i9-pág. 4SEGUNDA CAMPANHA NACIONAL DE ALFABETIZAÇÃO

SELECCIONADAS COOPERATIVAS-PILOTOPartindo de uma iniciativa do Gabinete de Organização e Desenvolvimento dasCooperativas Agrárias (GODCA), foram seleccionadas 40 cooperativas-piloto emtodo o País. Esta medida enquadra-se no ãmbito dos trabalhos de selecção deCooperativas-Piloto, cuja primeira fase terminou recentemente abrangendo um

Page 5: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

total de mais de cinco mil membros, com uma área cultivada de cerca de 2 000hectares.O objectivo da iniciativa é a selecção de uma cooperativa-piloto em cada um dos110 distritos do País, de forma a que elas se tornem centros difuisores deexperiências no ramo, de técnicas agrícolas, tracção animal e de métodos degestão.As prioridades selectivas são para as cooperativas intègradas em aldeiascomunais em formação, nas quais todosos aldeões participam, aquelas em que participam apenas parte dos aldeões e,finalmente, as cooperativas existentes fora das aldeias comunais. Foram tambémdefinidas acções de apoio imediato às cooperativas, nomeadamente o apoiomaterial, em animais e alfaias para a tracção animal, equipamento de rega,animais para reforçar ou introduzir a produção pecuária e outros equipamentos,tais como, descaroladores de milho. Constatou-se também que só a afectaçãodirecta de quadros às cooperativas-piloto poderá permitir um aproveitamento totaldos recursos materiais e uma formação contínua dos cooperativistas.Assim, serão afectados a cada cooperativa-piloto u m quadro básico deAgricultura, um de Pecuária e um outro de Planificação, Gestão e OrganizaçãoCooperativa.RECENSEAMENTO:CRIADAS CONDIÇÕESPARA ARRANQUEA generalização da mobilização popular para o recenseamento foi uma, dasorientações emanadas da Reunião Central do Recenseamento da População queterminou os seus trabalhos na passada quarta-feira, na capital do País.O encontro constatou que «apesar das dificuldades materiais existentes, estãocriadas as condições para o desenvolvimento dos trabalhos ao nível provincial,distrital e de cidade.»A reunião teve a duração de três dias destinados a analisar os trabalhospreparatórios do Recenseamento Geral da População já desenvolvidos em cadaprovíncia.Procedeu-se também ao estudo dos documentos-base do trabalho a ser realizado,nomeadamente o Boletim de Recenseamento, aprovado na última r união doConselho Coordenador, O programa de trabalho do Recenseamento foiigualmente objecto de análise.LIGAÇÕES AÉREASMOÇAMBIQUE-FRANÇAA partir de 4 de Março próximo serão restabelecidas as ligações aéreas entreMoçambique e a França.A DETA Linhas Aéreas de Moçambiqu,em associação com a UTA, companhia aérea francesa, são os instrumentosatravés dos quais estas ligações serão efectuadas, estando previsto que haverávoos para as capitais dos dois países uma vez por semana.QUESTÕES DO TRABALHOSÃO TEMA DE REUNIÃO

Page 6: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Esta a decorrer em Maputo desde o passado dia 19 uma reunião das estruturascentrais e provinciais do Ministério do Trabalho, que deverá prolongar-se até aopróximo dia 29. A sessão de abertura foi presidida pelo titular da referida pasta,Alberto Cassimo, que apontou como aspectos centrais a serem abordadosquestões relacionadas com a organização, direcção e planificação das acções adesencadear no presente ano, salientando que a primeira prioridade será aorganização da força de trabalho, questão fundamental para o desenvolvimento doPaís.Constituem também temas de análise o balanço dos recursos laborais disponíveise sua correcta afectação à produção, a intensificação da formação profissional dostrabalhadores e a criação dos princípios básicos do sistema nacional de segurançasocial. A realização destas tarefas, segundo salientou o Ministro do Trabalho,«implicará profundo e permanente estudo e organização, e exigirá completaresponsabilidade e total engajamento de todos nós e de cada umindividualmente».Em próximas edições contamos referir-nos mais em pormenor aos trabalhos destaimportante reunião.1J. O 1 ti -.-pag.~

INICIO DE Novo ANO FIEI"Responsaveis do Partido e do-orientaram reumões de aberturaCerca das 15 horas do passado dia 18 de Fevereiro populaçõescrcunvizinha. às escolas secundárias e primárias juntaram-se a alunos,professores, funcionários e encarregados de educação para assinalarem,festivamente, o início do ano lectivo escolar de 1980.Em aiguma. escola do Grande Maputo os encontros para a ofic oov:cal OvOano escolar foram orientados por membros -o Comit6 Político Permanente doC.C. do Partido FRELIMO e por membros do Conselho de Ministros daRepública Popular de Moçambique.A ida aos estabelecimentos de ensino de destacados dirigentes do Partido e Estadomostra a importância atribuída às escolas dos vários níveis e, principalmente, a<problemas que af"ctam a juventude estudantil.TEP :4" -- pág,E essa preocupação torna-se clara se nos recordamos de que o presente anolectivo é diferente de outros. Começou o ano de 1980. Começou a década de 80, adécada da luta contra o subdesenvolvimento.Consequentemente, c r e s c e a responsabilidade social do aluno pois neleconvergem todas as perspectivas de desenvolvimento político, social -eeconómico que queremos ver materializadas em Moçambique.,Moçambique.

Por ocasião da abertura oficial do ano lectivo de 1980, o membro do ComitéPolítico Permanente do CC do Partido FRELIMO e Ministro da Defesa Nacional,Alberto Chipande, orientou uma Assembleia Geral na Escola Secundária JosinaMachel em Maputo.

Page 7: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Um grupo cultural constituído por trabalhadores dos Transportes PúblicosUrbanos (TPU) interpretou alguns números de «Makwayela», antes que osresponsáveis presentes usassem da palavra. As suas canções e danças, conformediria posteriormente o Ministro da Defesa, constituíram só por si um discurso. Assuas canções constituíram um discurso porque falaram da ofensiva política eorganizacional em todas as frentes. E é precisamente duma ofensiva política eorganizacional o que as nossas escolas estão neste momento a precisar.O responsável da Escola Secundária Josina Machel foi quem abriu asintervenções naquele encontro, proferindo um discurso no qual fez uma análisecritica do que foi o ano lectivo de 1979 naquela escola. As manifestações deindisciplina, renitência e, mais grave ainda, o baixo nível político, continuam apersistir nalguns alu-nos. Este não é só o caso da Escola Secundária Josina Machel. Há também aagravante de nesta escola não existir ainda a célula da Organização da JuventudeMoçambicana, facto que dificulta o enquadramento dos jovens de uma formaeducativa, salutar e saudável.Aliás, a indisciplina manifestada por certos estudantes é bem conhecida poraqueles motoristas e cobradores dos Transportes Públicos Urbanos que, apesar detudo, para ali se deslocaram para cantar e dançar para os alunos que também sãoseus filhos. São eles que diariamente se debatem com estudantes: com passesescolares roubados ou falsificados; são eles que se debatem com a falta derespeito que alguns estudantes demonstram perante o trabalhador.Numa passagem do discurso do responsável da Escola Secundária Josina Machelrefere-se que no ano lectivo de 1979 houve tentativas de desviar os alunos da suatarefa essencial, a tarefa de estudar. Houve tentativas de introdução de narcóticose até de recrutamento de alunos para o exterior do País.Como encontrar solução para estes problemas?«A falta de domínio de determinada matéria inao aeve constituir problema quesó diga respeito ao aluno e ao pro.Íessor em causa. Isto tem que constituir matéria de debate para todos os alunos epara todos os profçssores, de forma a combatermos a individualização deconhecimentos». - disse o membro do Comité Político Permanente e Ministro daDefesa Nacional, Alberto Chipan.de, na reunião realizada na Escola SecundáriaJosina MachelA resposta está na procura de uma melhor forma de enquadramento do jovem aque o Ministro da Defesa se referiu posteriormente.A inoperância ou insuficiência de funcionamento das estruturas da escola, sãoalgumas das questões apontadas no discurso do responsável da Escola SecundáriaJosina Machel como mentoras da desorganização e consequente baixo nível deconhecimentos político e pedagógico dos alunos.Nas tarefas que a Escola Secundária Josina Machel se propõe levar a cabo duranteo presente ano lectivo consta a criação de instrumentos para a elevação daconsciência política dos jovens. Aqui a OJM deverá assumir um papel devanguarda do processo, de modo a interiorizar os princípios do PartidoFRELIMO. De uma maneira geral a escola guiar-se-á através de Tarefas Gerais

Page 8: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Obrigatórias definidas pelo Ministério da Educação e Cultura para o ano lectivode 1980.LIGAÇÃO ENTRE A ESCOLAE A COMUNIDADE«Através do discurso proferido pelo Direõtor da Escola consegui-TEMPO N." 48- pág. 7

mos ver, como num termómetro, as subidas e descidas da Escola SecundáriaJosinta Machel» - assim começou a intervenção de Alberto Chipancde, .ueassociando o início do ano lectivo com o inicio da década contra osubdesenvolvimento, disse que tal vitória não pode ser alcançada enquanto nãopudermos dominar os conhecimentos científicos.«Quando iniciamos a luta jádizíamos que era necessário combater o obscurantismo e a ignorância paraedificarmos uma nova vida no nosso país. Por isso o valor da educação está nacontinuidade dessa luta.» - diria ainda o Ministro Alberto Chipande.Recordando que para o triunfodas tarefas que a Educação se propõe realizar no presente ano lectivo é necessárioactuar tomando em conta a exortação feita pelo Conselho de Ministros aos alunos,professores, pais e encarregados de educação, aquele responsável adiantoualgumas propostas para a solução de alguns dos problemas prementes com queaquela escola se debate, propostas que podem muito bem aplicar-se noutrasinstituições de ensino e não só nesta ecola: «As tarefas traçadas para este anoNas escolas do Grande Maputo" as reuniões que assinalaram o inicio do anolectivo de 1980 foram orientadas por altos responsáveis do Partido e do Governo.Na foto, o membro do Comité Político Permanente e Director do SNASP, JacintoVeloso. quando se diriaia aos alunos orofessores, pais, encarregados de educaçãoe população circun. vizinha, vresentes na Escola Comercial deMaputonão podem ir além sem que exista uma estrutura organizada e sólida. Osencarregados de educação, devem, nos seus locais de residência, Ofganizarem-sede modo a poderem acompanhar o andamento dos alunos que têm à suaresponsabilidade. Devem participar nas reuniões da escola, mas, para não semarginarem, devem primeiro reunir-se ao nível de bairro para poderem vir aqui ediscutir os problemas dos seus alunos em conjunto com os professores.»«A indisciplina de cada aluno»prosseguiu - deve ser analisada por todos osalunos; a falta de domínio por determinada matéria, a matemática por exemplo,não deve constituir problema que só diga respeito ao aluno e professor eêp causa.Isso tem que constituir matéria de debate de todos os alunos, e de todos osprofessores por forma a combatermos a individualização de conhecimentos.»PRINCIPIO DE PRESTAÇÃODE CONTAS TAMBÉM NASESCOLASPara unia melhor organização a partir da base Alberto Chipande enalteceu oprincípio da prestação de contas como sendo a prá-TEMPO N." 489-pág. 8

Page 9: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Um aspecto dos participantes à Assembleia Geral realizada na Escola Secundd.ria Josina Machel«0 valor da Educação está na continuidade da Luta» contra o analaoes.o.Ignorància e obscurantismo, combate iniciado hd 16 anos - referiu-se o Minis. troda Defesa, Alberto Chipandetica através da qual será possfvel solucionar vários problemas que se venham averificar durante o ano lectivo. Aliás, esta necessidade foi também vincada- ~lnistro da Educação e Cultura que orientou um encontro idêntico na EscolaSecundária Noroeste-2.<A partir de hoje não haverá mais reuniões para discutir a indisciplina - diria omembço de, Comité Central e Governa<o, do Banco de Moçambique, SérgioVieira ao dirigir-se aos alunOs de "uma das Escolas Secundárias do GrandeMaputo, reunidos por ocasião do inicio do ano lectivo- «os indisciplinados punem-se»- acrescentou ainda.A Escola Secundária Francisco Manyanga, na qual a reunião de abertura foiorientada pelo Secretãrio para o Trabalho Ideológico do Partido FRELIMO eMinistro da Informação, Jorge Rebelo, deve-se tomar numa escola-modelo deorganizaçíêò e disciplina. Neste sentido, aquele responsável adiantou que a SedeProvincial do Partido em Maputo prontificou-se já a trabalhar em conjunto com adirecção, alunos, professores e funcionários da escola.Outros -dirigentes do Partido FRELIMO e do Estado orientaram idênticasreuniões em várias escolas do Grande Maputo. Assim, o membro 4o ComitéPolítico Permanente, Jcinto Veloso, esteve reunido com os trabalhadores daEscola Comercial de Maputo.Por seu lado, José õscar Monteiro, Ministro de Estado na Presidência, AlbertoCassimo, Ministro do TrabalhÔ, Hélder Martins, Ministro da SAúde, SalomãoMunguambe, Ministro do Comércio Externo e José Moiane, Governador doMaputo, orientaram -muniSes nas Escolas Secundárias de Lhanguene, daMaxawuene, EstreLi Vermelha, Escola Secundária da Matola e na EscolaPrimária «A Luta Continua», respectivamente.Chamamos a atenção para a exortação do Conselho de Ministros aos alunos,professoras, pais e encarregado" de educação inclusa nesta revista a partir dapágina 32.TEMPO N. 489- pg 9

Missao cumpriMano!ZimhahweAs onzetrinta, o Sol aquecia fortemente sobro »smontan volta de Fort Victoria, c140 distsa ehrae meia de voo de Maputo, no interior da R>d dialãem baixo, no campo de aviação, mais de duascentenas de soldados das. FPLM, chegados há pouco tempo de um local deacomodação, das forças da Frente Patriótica, aguardavam a vez de regressarem aMoçambique.

Page 10: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

- Ainda me custa a acreditar que vou regressar aMaputo; sinto-me muito feliz em poder voltar, depois de cumprir a missão,disseme um combatente, antesdo embátque.Pouco depois, pelas 12.30 horas, o enorme avião número, 218 da força arebritânica, ostentando junto às portas uma grande cruz branca que o identificavacomo parte das unidades de suervisão do cess -fogo, levantava voo da cidade deFort Vieorla, transportando a bordo o grupo mais numeroso de vo.Junt41rios da RPM que lutaram pela; liberdade do Povo, do Zimbabwe: Elessão o'símbolo do internaciona.lismo do Povo Moçambicanou.COMBATENTES DAS FPLMZEM BANDEiRAE INTERNACiONALISOTEMPON. S~é 0

TEMPO N.' 489 pàg. 11§ : , i« ' i ! ' . . f ;ii i

Foi no dia 15 de Fevereiro - data que, a partir deste ano, passa para a história doPovo moçambicano, da sua prática internacionalista. Mais de trezentosvoluntários cumpriram, a importante missão internacionalista de «apoiar o Povodo Zimbabwe na sua justa luta contra a opressão colonial, a humilhação e oracismo».O Partido FRELIMO e o Estado tinha-lhes dado também as tarefas de neutralizaras bases de lançamento de acções de subversão, de destruição dos bens do Povo,de massacres das populações e de «defender á nossa Independência, soberania eintegridade territorial9.Tudo começou em 1978, depois de um comício dirigido pelo Presidente SamoraMachel: .0 inimigo veio atacar-nos na nossa ca~ disse que vinha perseguir oszimbabweanos. Nós dissemos: vamos perseguir o ladrão que nos invade a eDissemos:lan Smith convida-nos para participar na luta no Zimbabwe ao atacar Moçambique. Aceitamos o convite. Recordam-se?»Ao citar este facto, num comício recente o dirigente máximo da RevoluçãoMoçambicana anunciou que muitos comba. tantes das FPLM se tinham oferecidopara ir lutar ao lado do Povo do Zimbabwe, entre os quais muitos voluntários daguexrilha.O REGRESSO DOS COMBATENTESINTRNACIONALISTASSão estes combatentes que acabam de regressar ao Pais, na sequência dos acordosde Londres. ONo Monumento aos Heróis Moçambicanos o Comandante dos combatentesinternaciona.lista depôs uma coroa de flores

Page 11: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

primeiro grupo de noventa soldados proveniente de Buffalo Range, na Rodéia doSul, chegou ao aeroporto de Mavalane às 8.15 horas daquela sexta-feira. Discretae modestamente, como a companhia que regressa à base, após uma missão derotina, os internacionalistas traziam apenas a sua mochila, um e outro o seupequeno aparelho com que escutavam as notícias danossa Rádio e a música.Vinham frescos e ágeis, os recém-chegados, apesar de a maior parte ter passadomais de dezoito meses na guerra, no interior da Rodésia do Sul. No seu aspectoexterior- barba por fazer, cabelo comprido e despenteado - estavam ainda patentes ossinais das duras privações e sacrifícios porque passaram. Neles, enfim a imagemdo guerrilheiro: determinado, dis, ciplinado, combativo,....Foram estes combatentes que a população de" Maputo teve a oportuni-dade de saudar, no dia seguinte, quando desfilaram pelas principais avenidas dacapital. No sábado, ao fim da manhã, milhares de pessoas concentraram-se noAeroporto de Mavalane, onde principiou a cerimonia e nas avenidas dos Acordosde Lusaca, da Guerra Popular, Eduardo Mondiane, Julius Nyerere e MaoTsetung.Junto à placa de aterragem onde estava montado um estrado para os membros dadirecção do Partido FRELIMO e do Estado, pessoas provenientes de diversosbairros empunhavam dísticos alusivos, cantavam e dançavam.-Este mometo--dsse uma senhora-lembra-me a ocasião em que chegaram osprimeiros solda, dos da FRELIMO à então Lourenço Marques, pouco antes de oGoverno de Transição ter tomado posse. São os nossos fil os que regressam comoheróis do campo daýahah, campo de honra, onde lutaram pela liberdade.Neste sentido falava também a mensagem lida pelo comandante ido Batalhão doscombatentes internacionalistas, Matias Tomé Upinde, que, em dada passagem,afirmava: Sentimo-nos honrades em ter participado na luta de libertação do Povodo Zimbabwe.A reportagem da Rádio Moçambique transmitiu em directo a cerimónia realizadano Aeroporto de Mavalane, onde se destacou a ihensagem de saudação daDirecção máxima do Partido e do Estado.Através, de. vós, soldados das FPLM - disse o Presidente Samora Machel -queremos saudar todos aqueles que contribuíram com o esforço, o seu sacrico e oseu san, gue para que, do Rovuma ao Maputo, possamos dizer a Africa e aomundo: missão cumprida!(... )Vocês são umaTEMPO N. 489 -pág. 12

u ireszaenre zamora macne conversa animaaamen7e com um dos combatentes,durante a reccpção que lhes foi oferecida pela direcção máxima do Partido e doEstado, noClube Militarparte da grande força que é a coragem, a deternao de todo o nosso Povo, dasFPLM e de todas. as forças de Defesa e 'Segurança.CONFRATERNIZAÇÃO

Page 12: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

No Clube Militar realizou-se, ao princípio da noite, a confraternização entre oscombatentes internacionalistas e a direcção do Partido FRELIMO, do Estado edas Organizações Democráticas de Massas.Estes combatentes internacionalistas - disse na ocasião o Ministro da DefesaNacional, Alberto Joaquim Chipande - souberam honrar o nome da RepúblicaPopular de Moçambique, oferecendo-se voluntariamente para participar na luta-do Povo do Zimbabwe.A maioria voltou à Páfria, trazendo consigo a chama da vitória, a bandeira dointernacionalismo. Eles souberam valoiizar as tradições heróicas da luta armadade liberht nacional, elevando-as a um ponto mais alto, à dimensão dointernacionalismo.A guerra do Zimbabwe terminou. Neste momento, o Povo mQçambicano temnovas tarefas. Ás FPLM, em particular, cabe uma parte importante na presenteofensiva desencadeada paia marcar o início da luta contra o subdesenvolvimento.Vocês - disse, durante um improviso, o Comand a n t e-em-Chefe d a s FPLM -chegam no momento oportuno. Temos Inimigos Internos que querem impedir quea RPM seja o apoio seguro da luta de libertação dos povos. As vossas armas vãofazer a higiene mental, vão purificar as ideias incorreeas. sA participação dos combatentes intern'acionalistas na luta de libertação do Povodo Zimbabwe foi caracterízada pelo Presidente Samora Machel como:uma Escola.«Vocês foram ao Zimbabwe para atacar, destruir o racismo, estabelecer aigualdade entre os homens, a Justiça, para que todos os homens sejam iguais(....) Agora as lições têm de ser aulicadas aos reacionrios Internos. O s. crificlodaqueles qu e tombaram não pode serinútil. Essa experiência tem de ser aplicada em Moçambique e vocês são a forçade vanguarda, guiados pelos princípios da FRELIMO.»A vossa misão - disse a terminar é delicada: educar a juventude para não secorromper; serem humildes, modestos, mas trabalhadores.O FANTASMA AINDA VIVEO fantasma da guerra ainda é visível no interior ido Zimbabwe. Viio-lo ainda emBuffalo Range- base militar rodesianaTEMPO N.' 489-, pág- 13

l ocalizada a uns 40 ou 50 licópteros de -assalto esta quilómetros da fronteira vamestacionados por decom a República Popular trás de uma sebe, não deMoçambique. Dai se muito longe de onde o desdobravam as forças de avião emque viajávamos agressão contra o nosso se imcbilizara. País; urdiam-se planos eA maior parte do pespartiam os aviões para soai do aeroporto - disatacar alvoscivis e eco- seme um interlocute nómitos, principalmente é militar ou paramilitar,na Província de Gaza. pronto a combater logoAinda que tenhamos que receba as order do estado ali (de passagem comandorodesiano. Eles para Fort Victoria no continuam " preparar-se passado dia 15)sentimo- para a guerra, dizem, ca-nos naquela base, como so as eleições nãosejam

Page 13: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

-se estivéssemos na boco. favoráveis aos racistas. itlu leão. A maior parteBuffalo Range, segundas pesscas que vimos - do me informaram, é civis emilitares - do também uma das bases campo de aviação ao edi- militae- onde seenconficio da própria aerogarc, tram estacionadas tropas circulavam armadas. He-sul-africanas, em viola-ção flagrante dos acordos de Lancaster House, e desobedecendo às i:ecisões doConselho de Segurança das Nações Unidas.Desta zona até Fort Victoria os combatentes das FPLM, ao lado das forças daFrente Patriótica, também realizaram operações de grande enverg, dura durante aguerra. São aliás muitos os lugares, no interior da Rodésia, onde se desenrolarambatalhas que passarão à história pela sua importância decisiva para a derrota doregime de Smith/Muzorew a. Enquanto esperávamos o momento de embarque,em Fort Victoria, os s( dados descreveram-n< alguns dos combates qi travaramem locais ta como, Que-Que, Belingx-E Sadza, Insinza, entre oi tros. Em algumasdessa ocasiões os combatentE internacionalistas, em c( ordenação com as força daFrente Patriótica, in puseram, ao inimigo dei rotas pesadas como aqu( las nue,dentro de Mc çambique, esse mesmo ixi migo conheceu, recentE mente em Mapaie Ma vonde.- Não vou esquecer disse-me o comandant Fernando Mandango o primeirocombate quETIVEMOS Timo O ApNo Do POVO n0ZiIMMWEFernado Mandango, comandante das FPLM regressAde missão interna4enalistaFernand-o andango é um dos combatentcz das unidades de combatentes dasFPLM que acabam de cumprir uma missão internacionalista no Zimbabwe.Nascido na província de Sofala, o seu nome de guerra era John Christmas. Jovemaindn tem apenas 24 anos engajou-se nas FPLM em 1974 e operava, comoComandante de Companhia, no Mapai.1[£ fuungu : «As nossas rela-ões to com a população como com os 'batentes daZANU foram excelentes»- Como .é que foi parar ao Zimbabwe a qual foi a missão recebFda?FERNANDO MANDANGO - Fui um dos voluntários para cumprir a missãocombativa no interior do Zimbabwe, quando o Partido viu a necessidade dedesenvolvermos a guerra para aquele território. Fiquei muito satisfeito quando medeixaram lá ir.A nossa missão era: 1 - Perseguir o grupo do traidor André - bandidos armados ea soldo do inimigo. 2 - Cumprir.o nosso dever internacionalista de apoiar a luta delibertação do Povo do Zimbabwe. 3 - Defender a soberania e as conquistas daRevolução moçambicana e devolver para o interior do Zimbabwe a guerra que oinimigo tinha transferido, para Moçambique.- Quantos faziam parte do seu grupo?F.M.- Nós, que avançámos primeiro, éramos cinco. Atrás de nós vieram outrasunidades.Pode mencionar algumas operações em que partc;pou?F.M. - Desde 1978 até 1980, realizámos várias operações. Logo após a nossachegada, abatemos cinco helicópteros na zona de Matibi Mission, em Belingwe.

Page 14: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

TEMPO W, 489 -- pág- 14

ados das FPLM quando aguardavam o transporte aéreo de regresRo a Moçam.deles vê-se parte dos autocarros que os transportaram desde Buh-ra a Forttive em Matibi Mission, Be~e, em 13.de Março de 1979. Nós, das FPLM, éramos28, e onze combatentes da ZANU. Conseguimos abater nessa zona quatrohelicópteros, um avião de reconhecimento e matámos mais de 45 rodesianos. Foium combate duro que nem eu nem os meus camaradas havemos de esquecer.Um outro episódio da guerra é contado pelo comandante Domingos MofateMsunza, nestes termos: Em 6 de Novembro de 1979, dirigi uma ope-- Fizemos descarrilar três comboios na zona de Somaburo, na linha férrea que saide Gwelo a Bulawayo. E mais três na zona de Insinza, entre Changane eBulawayo.Em Chabane, abatemos dois helicópteros.- Que tipo de relações tinham com os combatentes da ZANU e a populações nointerior?F.M. - Durante as operações, tivemos uma boa coordenação tanto com aspopulações como com os combatentes da ZANU.Em primeiro lugar, quando chegámos, não dizíamos que éramos moçambicanos.Foram, os próprios camaradas da ZANU que explicaram às populações quem nóséramos.O povo recebia-nos muito bem: Não houve um só dia em que lavássemos a roupapor nós próprios, ou cozinhássemos nós próprios. Não houve um só dia quetivéssemos de fazer patrulhas nas montanhas, pois quem as faziam ali eramcrianças zimbabweanas.O tratamento, a alimentação, eram-nos garantidos pela população. Por isso digoque as nossas relações eram excelentes.Quanto aos combatentes das ZANLA. nós coordenávamos com eles as nossasoperações. Em. cada qrupo de sete camaradas nossos, levávamos doiszimbabweanos; onde se encontravam a operar combatentes das FPLM. haviapequenos grupos das forças da ZANU.- Como é que os rodesianos souberam da vos3a presenca no interior doZimbabwa?F.M. - Em primeiro lugar, eles receberam informações de que havia guerrilheirosque não falavam a lín nua do Zimbabwe, mas não sabiam que éramos daFRELIMO. Depois de realizarmos algumas operações, souberam-no através dasinformações que lhes davam agentes do inimigo infiltrados no seio da população.- - Como se processou o regresso a Moçambique? ]F.M, - Após a assinatura dos'acordos de Londres, houve aquele discurso doCamarada Presidente, em que anunciou ao mundo que nós estávamos lá. Nósrecebemos entretanto a ordem de que a missão estava terminada e a maior partedas forças que eu comandava dirigiram-se ao quartel de Chilesi, um dos locais deacomodação das forças da Frente Patriótica. Outros 21 camaradas encontravam-secomigo na cidade de Fort Victoria, à espera de orientações, até ao dia 15, quandoregressámos a Maputo.- Como vê a situação actual no Zimbabwe?

Page 15: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

F.M. ý- Deixámos o Povo do Zimbabwe em preparativos para as eleições arealizar de 27 a 29 de Fevereiro. Como eu tive a oportunidade de observar, aFrente Patriótica vai ganhar as eleições devido ao apoio.que goza da população.Mas tenho uma observação em relação à actuação das forças de segurançarodesianas. Houve uma ordem do cessar-fogo. Foi dito que as forças da FrentePatriótica deveriam concentrar-se em determinados locais, assim como as forçasrodesianas. Os combatentes cumpriram, mas pelo menos parte das forças desegurança rodesianas, até agora, estão a movimentar-se nos bairros nas cidades eem todos os locais onde durante a guerra nem sequer podiam chegar. Portantoestão a violar os acordos de Londres.Em segundo lugar, as forças «auxiliares» de Muzorewa também estão amovimentar-se em todas as zonas e a exercer intimidações sobre o Povo. Estassão as únicas forças que batem e ameaçam o Povo, como eu tive oportunidade dever. Este é um problema sério que eu deixei lá.TEMPO N.' 489 - pág. 15

OS SOLDADOS CUMPRIRAM A MISSÃOCOm ELEVADO MORAL COMBATIVODomisgos Mofate Msunza, combatente interacío=lísta-Em geral, os soldados das FPLM mostra vara flexibilidade, alto moral ecombatividade quando cumpriam a missão no Zimbabwe. Isto demonstra não só onível dos nossos camaradas, mas também que o faziam como voluntários.Domingos Mofate Msunza - quem assim nos. declara - é um comandante dasFPLM que acaba de regressar de missão internacionalista no interior doZimbabwe. Usava o pseudónimo de Tiritese Muhondo, quando actuava comoComandante-Adjunto de Companhia no interior do Zimbabwe, onde seencontrava desde Janeiro de 1979. Nascido na Província de Tete, em 1953engajou-se nas FPLM em 1962. Excertos das suas declarações:-Desde que, em Novembro de 1978, o CoMité Político Permanente tomou adecisão de que deveríamos põr fim às agressões cohtra o nosso País e osmoçambicanos decidiram aceitar sacrifícios para apoiarem a luta do Povo doZimbabwe, alguns de nós iniciámos voluntariamente uma preparação física ecombativa e, depois em Janeiro de 1979, avançámos para o Zimbabwe.Nós chegámos lá no tempo de preparação das eleições fantoches que sedestinavam a levar Muzorewa ao poder. Assim, apoiámos os com batentes daZANU, cuja missão era, naquela altura, boicotar as eleições.Domingos MoiateMsunza: «Ossoldados sob o meucomandodemonstraram umelevado ioralcombativo»Operávamos divididos em vários grupos: Um avançou em direcção a FortVictória, com a misSão de destruir a linha férrea, assim como certas pontes que aise encontravam. Além disto, os nossos soldados tinham de cumprir outras missões

Page 16: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Imprevistas, quando necessário, por exemplo, atacar «farmas» que serviam deacampamento ao inimigo.Outro grupo avançou para Tchata, ao'pé de Impondolo, a fim de realizar tambémali acções de sabotagem. Um terceiro grupo avançou em direcção a Mutare.ra~io de ataque a um quartel rodesiano, onde estava estacionada uma com panhiareforçada. Nós, éramos vinte e oito ao todo.. A operação apenas demorou 45minutos. Entre os ocupantes do quartel ninguém escapou.Foi preciso virem tropas de outro quartel, responer ao fogo, já durante o nossoreeue.' Nta altura um «basuqueirou nosso tomou a medid de mau. dar umroquete, tendo atingido quinze uboers».Cada um dos comba-,Combatentes das FPLM transportam um com panheí. ro ferido por uma minapara o avião que os ,trouxe de regresso-ao Pais.

- Depois das eleições tínhamos novos planos. Continuar a avançar até ao coraçãodo Inimigo. Tivemos imensas dificuldades, as estradas ficavam bloqueadas masnós tínhamos 4e «furar» os obstáculos até chegar ao destino.Por exemplo, em certa altura, avançámos em direcção a Gwelo. Durante amarcha, conseguiflos chegar a Mhondolo onde fica uma base inimiga mas nãoaíançámos para Gwelo porque o inimigo acabava de lançar uma grande ofensivacontra nós após ter tomado conhecimento de que havia tropas da FRELIMO.Também sofremos um bombardeamento onde um dos nossos camaradas sesacrificou e perdemos o rádio de transmissões.- Um episódio da guerra? Foi no dia 6 4e Agosto de 1979. Dirigi uma emboscadamuito grande contra uma coluna inimiga, onde conseguimos queimar doze carrosque iam da Fortaleza para Ivortar. No dia 20 do mesmo mês, fizemos um assMtoa uma base inin4ga que ficou completamente destruída, muita coisa que lá seencontrava demos ao povo.- As nossas relações com as populações, assim como com os combatentes daZANU eram boas, calorosas. Trabalhávamos juntos. Dentro de cada secção nossa,levávamos sempre camaradas das ZANLA. Além de participarem nos combates,eles é que mobilizavam o Povo para nos apoiar e esconder-nos, em caso denecessidade.- Nunca tive dificuldades no comando dos soldados. Não havia, neste aspecto,dificuldades para o cumprimento da missão. MI dávamos uma ordem decomando, os soldados saíam a cumpri-la com vontade e com elevado moralcombativo.tentes tem uma :história para nos contar, por exemplo, como apredeu a falarShona, Ndebele ou outra das linguas do Zimbabwe; o apoio recebido do Povo doZimbabwe e, em particular, o respeito que impunham aos raistas, os combatentesda FRELIMO.Quando recebemos a ordem de que a missão es-tava terminada - disse- o Comandante Fernando Mandango - nós logocumprimos porque era uma orden. Mas o moral, o espírito combativo e a determ~o dos nossos soldados eram ainda elevados e estávamos prontos para continuar láat6 ver o que é que o inimigo vai fazer durnte as próximas eleições.

Page 17: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Missão cumprida: Os combatente' internaeionalistas embarcam num aviãobritânico de regresso à PátriaO comportamento negativo do exército rodesiano e dos «auxiliares» deMuzorewa, é motivo para preocupações em relação às eleições livres edemocráticas que se pretendem, conforme evidenciado pelos internacionalistas:Eles não estão em lugares de acomodação, conforme dizem Os acordos deLondres. As forças rodesianas estão amovimentar-se para todas as zonas e os mauxiliares» de Muzorewa andam amaltratar o Povo- disse-me um combatente.Vimos também entre os soldados alguma, provas de que a paz ainda não éefectiva no Zimbabwe. Um dos combatentesque entrevistámos, ainda em Fort Victoria, teve de ser transportado para o aviãopor dois companheiros. A perna estava «gessada por ter sido fers da recentemente.Foi uma mina, disseHandrate Mabun3, que rebentou quando seguíamos de autocarro para o local deacomodação dos «combatentes da ZANU». As forças 11é segur~ rodesianascontinuam a fazer multas provocacóes para tentarem impedir a independência doPovo do Zimbabwe, mas mio o eonseguirão. O Povo do Zimbabwe vai vencer !Texto e entrevistas de:Arlindó LpésFotos de Naíta t1,sene,José »ía.doe Domingos LuisTEMPO- N.' 489 - pág. 17II -

IMITANICOSDIFICULTAMQuando a claridade do dia começa a desaparecer já o grupo de refugiadoszimbabweanos que na manhã seguinte irá regrýessar à Rodésia se encontra no<'Ponto, de Assembleia» do campo de Doerói, situado na Província de Manica. Eenquanto aguardam a chegada dos autocarros que os ,irão transportar até àfronteira moçambicana de Machipanda, formamum grande circulo, dançam,entoam canções.-,As fo gueiras que em breve irão iluminar e aquecer. na noite escura e fresca,completam o cenário daquela cerimónia que se i epete todos os dias naquelaspoucas horas em que as vozes dos refugiados falam de opressão e de sofrimento,de alegria e esperança no futuro. E também deý agrtdeeimento quando entoam emshona o seu «Obrigado Samora, obrigado Nyerren.'Lá na Rodésia de Smith, eram camponeses, operários da construção civil,mecânicos, enfermeiros, estudantes. Também eram vítimas da repressão doexército, do regime ilegal. Por isso tiveram que fugir, hoje uns, amanhã outros,todos os dias alguns, ao longo demeses que já sornam anos.TEMPO N.' 489 -n pá 1

Page 18: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

rw - =v"1

DE" IERIGIIIDSEm grupos de sessenta. os refugiados pisam os tUtim.os metros de terramoçambicana. Mais adiante, aguardam-nosos autocarros rodesianos que os irão transportar até TorontoHoje, só em Doerói são cerca de 65 000 os zimbabweanos. Perderam a profissão,ganharam o direito a não serem espancados e presos por apoiarem os «terroristas»e a viverem em liberdade.Durante meses e anos, viveram da solidariedade do Povo moçambicano, da aju-da internacional, do seu próprio trabalho na produção agrícola. Deixaram de seroperários, mecânicos, enfermeiros, estudantes e camponeses para seremsimplesmente refugiados. E é esta qualidade, este estatuto, esta vivência que lhesestá marcada no rosto de sofrimento e poucas vezes lhesdeixa esboçar um sorriso de alegria, este aspecto que se vê na 'roupa que lhescobre o corpo ou nas pequenas sacolas e trouxas que transportam consigo.AS DUAS IMAGENSAs expressões de alegria manifestadas colectivamen-te através de danças e canções no «,Ponto de Assembleia» e as imagens daquelesrostos carregados de sofrimento e de preocupações, estão' separadas apenas poralgumas horas. As mesmas pessoas, no mesmo local, têm manifestaçõescompletamente diferentes apenasTEMPO N. 489pg. 19

com um pequeno intervalo, sem que nisso haja qualquer contradição.A alegria de regressar àPátria, ao desejo de abraçar mães, pais, filhos e irmãos que lhes deu ânimo e forçapara suportarem a vida dura de refugiado sobrepõem-se à dúvida, ao receio àincerteza, até. Incerteza, receio e dúvida que assentam numa realidade bemconcreta e por isso mesmo preocupante. É que a estrutura do regime rebelde deSmith edificada a partir de Na fronteira de Machipanda. 1964 e que depois doAcor- Funcionários moçambicanos tr do de Londres foi herdada daspelos britânicos como potênoERCADE SEIS MILREPATRIADOSEM ONZE DIASDevido as dificuldades levantadas pelas autoridades britânicas da Rodésia não foipossível proceder ao repatriamento de mil refugiados diariamente comoinicialmente estava acordado. Aquele número foi bastante reduzido pelo que entreos dias 4 oe 14 de Fevereiro anenas tinham regressado6 069 refugiados.Por dias, o movimento registado na fronteira de Machipanda, foi o seguinte:Dia Homens Mulheres Crianças TOTAL4 172 216 138 2265 273 277 186 7366 209 228 311 748

Page 19: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

7 388 125 162 6758 486 11 - 4979 508 - - 5811 433 118 84 63512 506 44 35 58518 569 1 1 57114 566 13 9 588TOTAIS 4110 1033 926 6069QNOTA - No dia rzpida.10, domingo, a operaçãofoi inter-as lormalidades leqais são cumpridas em menos de i n ,abalham em colaboraçãocom a eqý(ipa do Alto Comis Nações Unidas para os Refugiadoscia colonial, permanece intacta. E o agente que ontem interrogava, passava buscasàs casas, perseguia e assassinava, é o mesmo que hoje irá receber os refugiadosmal eles cheguem à Rodésia, interrogá-los, revistá-los dos pés à cabeça, ob7secado pela ideia de encontrar «terroristas» que levem armas.Os métodos agora utiliza. dos na recepção dos refugiados, são os mesmos queforam praticados pelo regime ilegal de Smith, ou talvez piores.Um funcionário dos Assuntos Sociais do governo rodesiano que diariamente sedesloca à fronteira de Machipanda para acompanhar o trabalho de repatria-' mentodos refugiados, não desmente tal situação. Pelo contrário, confirma-a quando dizque «as pessoas são as mesmas e as mentalidades não mudaram», ao mes. motempo que acrescenta não concordar com o tipo de procedimento, procurandocom esta tomada de posição demarcar-se da actuação das autoridades britânicas.Atitude semelhante' é a tomada pelo sargento Ralp Sleith, encarregue da ligacãocom as autoridades mo-çambicanas, quando afirma que pertence «apenas à Força da Commonweaith enão tenho nada a ver com o governo rodesiano.FUGIR A REPRES$A0Os refugiados que se encontram em Doerói, assim como milhares de outros nosdemais campos têm todos eles um aspecto co' mum: fugiram à repressão praticadapelo regime do Smith, fugiram depois de serem espancados e acusados deapoiarem os «terroristas».Uma rápida visita ao Campo de Doerói, acompanhados pelo Comandante doCampo, por um funcionário do Núcleo de Apoio aos Re. fugiados e Movimentosde Libertação e por elementos da equipa do Alto Coriissariado das Nações Unidaspara os Refugiados que sé encontram em Chimoio a proceder à operação de re.patriamento, permito-nos constatar esta realidade,O diálogo com o ref giados nem sempre é fácil: Eles não se escusam a falar masevitam entrar em pormenores talvez com receio de amanhã ou no outro dia,quando voltarem à Riodésia, serem novamente maltratadós.TEMPO HN. 489 - pág. 20M

Page 20: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Um estudante, de nome Caponde, fugiu para o nosso País em Junho de 1978. Eleé da região de Umtáli e conseguiu atingir a frontei4 ra moçambicana donde foilevado para o local onde viveu até agora. Ele fugiu à guerra, tal como Chicande,um operário da construção civil. «Os boers» andavam so a bater e a matar apopulação. Por isso resolvi fugir.Também Tapa, operador de máquinas da construção civil, abandonou oZimbabwe pelo mesmo motivo. «Eles espancaram-me porque diziam que euapoiava os «terroristas». Interrogado sobre se efectivamente apoiava osguerrilheiros da Frente PatriátiHomens, mulheres, criancas, famílias inteiras;regressam à Rodésia. o governo britânico tem procurado impedir a ca, diz que«não apoiava entrada de um maior número de refugiados antes das elei- pdrquenão çs conhecia". ções na tentativa de evitar o seu voto a favor da ZANU-FPMas, acrescenta, «a qual-quer pessoa que passe pela minha casa eu posso dar dormida ou alimentação..Mais expansiva, Anniemor Juchania, que se enýontra em Moçambique desde1976 diz que é simpatizante da ZANU-FP de Robert Mugabe. Ela é enfermeira emecânica de viaturas. Estudou já em Moçambique e espera regressar em breve aoZimbabwe para trabalhar como enfermeira e desenvolver trabalho politico.DE DOERO1 A MACHIPANDAO «Ponto de Assembleia, é o local do Campo de Doerói onde diariamente seconcentram os refugiados que nessa noite partem de regresso ao seu País..É alique os dez autocarros, deslocados de Maputo para efectua-Ld longe, ficaram a mulher. os filhos, talvez os netos. Tam. A ansiedade doregresso, um estranho olhar debém a terra que os colonos ocuparamThMPO N.i" 4

rem este trabalho, os vão recolhdr. É também ali que cada refugiado preencheuma declaração distribuída pelo Alto Comissariado para os Refugiados.Neste documento, que éum compromisso que cada refugiado assume, ele indica a sua identidade, lugar denascimento, endereço antes da fuga, o lugar para onde pretende ir no seu regresso,assim como o nome das pessoas que o acompanham, caso estas tenham menos de18 anos. Contudo, o repatriamento é voluntário, pois ninguém é obrigado aregressar à Rodésia do Sul.Todo este trabalho de recenseamento foi feito nos primeiros dias pela brigada doAlto Comissariado das Nações Unidas'para os Refugiados que se encontra aactuar em Moçambique.Contudo, depois de treinados, passou a ser feito por funcionários da ZANU.FP edo Núcleo de Apoio aos Refugiados e Movimentos de Libertação do nosso País.0. o que representa uma importante colaboração à brigada daquele Organismo daONU.É depois de cumpridaesta formalidade que às primeiras horas de cada dia os autocarros partem emdirecção a Machipanda.

Page 21: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Através de um sistema de rádio, é mantido o contacto entre cada uma das viaturase o posto de comando móvel que comanda o andamento.controla a marcha e transmite orientações para que a coluna se mantenha unida.Depois de desembarca.rem em Machipanda, as formalidades a cumprir são simples. Funcionáriosmoçambicanos e da Brigada 1 do Alto Comissariado das t Nações Unidas paraos Re- c fugiados recolhem os docu- p mentos preenchidos e m Doerói° Emmenos de uma r hora todos os refugiados es- a, os r-fcnfmoombs transportando cerca ,ada seguem em direcção a Machipandatão despachados, aguardando o embarque nos autocarros rodesianos que os levaráaté ao Centro de Recepção de Toronto, a cerca de 30 quilómetros de Umtál;Sobife o andamento do trabalho de repatriamento, um dos elementos da brigadado Alto Comissariado Ias Nações Unidas para os Refugiados que se encontra* trabalhar do lado moçamicano informou que não em havido qualquer dificulladee que há capacidade*ara aumentar o número de essoas a repatriar diarianente, podendo chegar-se osmil setr dificuldade.Contudo, nessa ocasião e contrariando o anteriormente acordado, as autoridadesbritânicas da Rodésia apenas aceitavam o repatriamento de cerca de 550 pessoaspor dia, alegando dificuldades várias, principalmente a falta de transportes por osautocarros destacados para este efeito terem de fazer carreiras urbanas em Umtáliao princípio de cada manhã.Um funcionário do Núcleo de Apoio aos Refugiados, destacado de Maputo oaraapoiar a operação, confirma que existe do lado moçambicano capacidade pa-ra repatriar diariamente maior número de pessoas.'Em alguns dias, os 550 foram ultrapassados, principalmente quando vão muitasmulheres que levam consiígo os filhos.Importa, no entanto, exclarecer que as dificuldades levantadas pelo lado rodesianofazem parte do seu plano para impedir a entrada de um maior número de votantesantes da realização das eleições. Eles sabem por quem votariam os refugiados e,por isso, fazem tudo para que o seu número não cresça até á altura das eleições.O «MEDO»DOS RODES1ANOSDevido às dificuldades levantadas pelas autoridades britânicas nestas questõesrelacionadas com o repatriamento iniciado no dia 4, teve lugar no dia 13 umareunião em Machipanda, entre as duas partes envolvidas no processo.A delegação moçambica na era chefiada por Alberto Sithole, director do Núcleode Apoio aos Refugiados e Movimentos de'Libertação, e a britânica por EdwardChaplin, representante do Governador Soames. Participou, também E. Q. Blavo,representante em Moçambique do Alto Comissariado d a s Nações Unidas paraos Refugiados, assim como Brian Beecroff, director dos Assuntos Sociaisrodesianos, além das equipas daquele organismo das Nações Unidas que de um eoutro lado da fronteira trabalham na operação de repatriamento.Nesta reunião viria a ser acordado que o número de refugiados' a repatriardiariamente passasse p a r a 650, incluindo o domingo, dia em que a operação erainterrompida por as autõri-

Page 22: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

TEMPO N,'8 LR- pãg. 122

dades britânicas da Rodésia alegarem que a empresa transportadora era privada ese recusava a fazer o serviço naquele dia da semana' Foi igualmente decididoque o repatriamento seria interrompido entre 24 de Fevereiro e 3,de Março, de- Jvido à realização das elei, ções na Rodésia.No ffi.al da reunião, o Director do Núcleo de Apoio aos Refugiados eMovimentos de Libertação, Alberto Sithole, fez o ponto da situação, começandopor afirmar:ktNós tínhamos pensado em fazer uma operação por dia de mil refugiados, ouatravés dos Caminhos de Ferro ou através de Machipanda até Umtáli, masmostraram-se rogados alegando que nos campos de trânsito não havia condiçõessanitárias, de água, e outros problemas. Quando se abriu o novo Centro deToronto então já havia essas condições e nós podíamos começar com a operaçã3no dia 4.»Depois de esclarecer que nesse dia foram enviados 527 refugiados mas que osrodesianos acharam que era muito, dado que as condições de segurança naRodésia não permitia tal número, e que. nos dias seguintes foi enviado umnúmero de acordo com «as nossas possibilidades", ,o mesmo informadoracrescentou que <neles suspeitim muito dos jovens que vêm de Moçambique. Oproblema deles é esse, e não por o número ser superior àquilo que vinha sendoenviado.É com base nessa suspeita que todas as pessoas entre os 17/18 anos e os 35 anossão investigados pela polícia de segurança, numa tentativa para descobrir se sãoguerrilheiros, o que tem vindo a atrasar oTEMPO N.' 489-- pág 23

REPATRAETDOS REIGIADOSCUSTA MAIS DE 700 MIL COETIPovo moçambicano contribuicom 288 mil contos através do Banco de Solidariedade,O custo da operação de repatriamento dos refugiados zimbabweanos que seencontram em Moçambique, Zâmbia e Botswana, foi calculado pelo AltoComissariado das Nações Unidas para os Refugiados em vinte e dois milhões dedólares, ou sejam cerca de 724 mil contos (1 dólar=3250í)). Porém, até aomomento, aquela organização especialzada das Nações Unidas, sob os auspíciosde quemenvio dessas pessoas para os seus locais de origem. A este tipo de manobras osrodesianos aliaram um outro que foi o de não aceitze rem o repatriamento porcomboio, alegando que c refugiados podiam fug quando o comboio atravessE asmontanhas em marcdA dtí'cinlina e colaboração dos refugiados tem facilitado o trabalho derepatriamento., Agora, do lado de lM da fronteira, eles irão ser interrogados erevistados pelas autoridades britânicas

Page 23: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

lenta. Sobre esta questão o mesmo informador viria a esclarecer que Osrodesianos têm dito isso mas que o seu problema é que se o comboio chegar atéUmtáli as famílias dos refugiados os venham receber na estação dos caminhos deferro o que poderá originar grandes manifestações. Outra questão discutida eacordada na mesma reunião foi a do processo de contagem dos refugiados, dadoque as autoridades britânicas contavam bebés como crianças e qualquer criançaque andasse sózinha como adulta, enquanto do lado moçambicano a contagem erafeita por votantes. Foi acordado que bebés e crianças devem ser contados para sesaber quantas, pessoas entram mas que também deve existir a classificação deadultos para haver conhecimento de quantas pessoas com idade de votar entramno Zimbabwe.* De referir ainda que inicialmente tinham sido propostos três pontos para orepatriamento dos refugiados. Além de Machipanda, o único a funcionar, osoutros dois foram EspungaberaTEMPO N. 48- pág. 24

decorre a opera de repatriamento, apenas. conSseguiu da omunidadeinternacional um apoio de .16 milhões de dólares.Esta soma está muito aquém das necessidades que uma operação de talenvergadura acarreta, pois só no que se refere a Moçambique as autoridades donosso Pais estimaram serem precisos 17 milhões de dólares para permitir oregresso dos zimbabweanos que se encontram no nosso Pais para a sua Pátria.Dada a reduzida soma obtida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para osRefugiados, em relação ao montante necessário, apenas foram atribuidos aMoçambique oito milhões de dólares. Isto implica que os restantes nove milhões,(cerca de 288 mil contos) necessàrios para o conjunto da operação constituammais um contributo do Povo moçambicano através do Banco de Solidariedade.A repatriação dos refugiados é voluntdria. No docu que cada um assina sãomencionados dados pess( seu endereço antes da fuga e o local para onde deýDuas geraçoes, dois passados diferentes. A mãe fugiuopressão, para dar liberdade ao filhotambém na Provindia de Manica, para os refugiados que estão em Sofala e Gaza,e Changara, na Província de Tete, para os zimbabweanos que se encontram nestaregião. Esta proposta foi rejeitada pelas autoridades britânicas com a alegação deque em Espungabera as pontes estão destruidas pelos efeitos da guerra e que emChangara as vias estão minadas, pelo que tanto por um como pelo à outro localnão se pode realizar o tráfego rodoviário.Perante esta situação, viria a ser acordado que o repatriamento seria feito, apenaspela fronteira de Machipanda. Assim, até ao momento têm sido repatriadosapenas refugiados que se encontram em Doerói. Quanto aosý que se encontramem Tete, a sua vinda pa<a MachilNnda implica a criação de todo um conjunto de infra-estruturas especiais para o transporte, alojamento no percurso, alientação e assistência sawtária.TEXito de Luís David Fotos de Kok NmTEMPO N 489 - pág. 251i ¸ / ¸ i i 7 ! i I i !i! ! ! ! i !!!! i i

Page 24: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

CONSERVARj E VALORiZARd AS NOSSASCONQUISTAS ,A pontualidade 6 o A segredo da vitóriam Tornar agradáveisos locas de trabalo oA conservação e a valorização das nossas conquistas, o combate contra a falta depontualidade e a criação de condições para tornar agradável os locais de trabalho,são a tónica das visitas que o Chefe de Estado efectuou na semana passada, noprosseguimento da ofensiva generalizada contra os sabotadores da economia daNaçao.Até a altura em que efectuamos o presente texto, o Presidente da Repúblicavisitou alguns hospitais e fábricas da cidade de Maputo, entre eles o HospitalGeral de Mavalane eo Hospital José Macamo, bem como as fábricas «UFA» e«tMABOR».Se caminharmos atentos pelas ruaã das nossas cidades e vilas, praias e centrosturísticos, etc., constataremos na maior parte dos casos a existência de umasituação de abandono.As paredes das casa9 carecem de pintura, vidros, etc., para não falar dadeterioração das infraes. truturas no seu interior. Aquilo que foram lindos jardinsde relvados e flores em volta dessas ca.sas, hoje são plantações de milho,mandioca e outros vegetais de forma desorganizada e sem razão de ser. Em certosespaços vagos, entre uns e outros edifícios há capim alto e lixo amontoado, paraTEMPO r]i.' 489- pág. 26

Presidente Samora Machel co?-de Mavalane. Aquela unidaalém de cemitérios de carros e outra sucata. As praias, a exemplo do que nosúltimos dias tem acontecido no Maputo, estão cheias de algap mal cheirosas eoutra sujidade nas margens, que fazem com que o banhista perca a vontade de sedeitar na areia e dificulte o seu acesso aos mergulhos que pretenda dar nas águasdo mar.Outra coisa que muito aborrece ao cidadão nacional e mesmo ao visitante, são as«barreiras» que têm sido montadas em frente de edifícios ministeriais, postos depolícia, residências oficiais, etc. Não que essas «barreiras» não tenhamnecessidade de existir, têm mas frequentes vezes estão de forma desagradável, ouseja, com bocados de arame ou fios de electricidade, tambores e outros objectoscolocados sem estética nenhuma.Não há embelezamento, não há conservação.Ao visitar alguns hospitais e fábricas de Maputo, o Presidente Samora Machelchamou a atenção para esta situação. 0 Hospital Geral de Mavalane tem o aspectode estar a ser destruído. Não parece uma casa de saúde, parece daquelas casassinistras, dificeis de descrever. A diferença é que todos os dias fica cheia dedoentes que têm

Page 25: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

com alguns doentes no Hospital Geral ilar, tinha um aspecto de abandonoo direito de ser atendidos num lugar limpo.No Hospital José Macamo, aquilo que foi relvado bonito e bem tratado, onde osdoentes podiam ,descansar à vontade, hoje é capim seco com caminhos em todasas direcções. Ao entrar para o edifício principal daquela unidade hospitalar, oPresidente da República manifestou o seu repúdio ao pisar num tapete rotocolocado logo à entrada e que se destina a limpar a poeira dos sapatos.O Chefe de Estado ordenou aos elementos do protocolo que o acompanhavampara que retirassem imediatamente aquele tapete e fos-TEMPO N., 489 - pag 27

Presidente da República tatou a falta de pontualidam certos sectores de produNafoto, o Chefe de Estado trando o relógio a enfermeilo Hospital Geral de Mavaquechegaram atrasados. k pontualidade é o segredo itória» - disse o Presidente oraMachel.arranjar outro novo, em sua :tuição. Efectivamente, quanPresidente terminou avisita e hospital, já lá se encontrava io tapete.ida no mesmo hospital, o CheEstado critiuou a incorrecta ação das infra-estruturasde ução ali existeàtes, nomeadae o campo de citrinos que se tra na retaguarda docom, os'currais de porcos e as caas de coelhos.TORNAR AGR&DAVEL OS LOCAIS DE TRABALHONas fábricas TEXLOM e Cimentos.da Matola, o Presidente Samora Machelconstatou a falta de beleza e arejo. Tanto para o visitante como para ostrabalhadores daquelas unidades de produção, o local não é agradável. Faz muitocalor e não se respira ar puro.Ao, contrário do que se passa na MABOR, não há árvores plantadas em volta dasinstalações fabris, nem jardins tratados e ornamentação. A.este propósito, oPresidente da República recomendou a arborização dos espaços livres daquelasunidades de produção, a plantação de relvados e a colocação de bancos pararepouso. Disse ainda que se for preciso solicitassem. a colabora§ção de uInapaisagista.No Centro de Saúde do Xipamanine o Chefe de Estado conversou com algunsdoentes que lhe deram a conhecer os bons serviços que os funciondrios daquelaunidade hos.pitalar lhes prestamN. 489-pág. 28

CM'MEDOÃO SE CONSTRÓIDurante várias horas o :Presidente Samora Machel percorreu as instalações dafábrica de calçados «UFA». Notou que os trabalhadores são qualificados, mashavia qualquer coisa que não estava a correr bem. Conversou com o responsávelda Comissão Administrativa, procurou conhecer as dificulades da empresa, masas respostas foram evasivas. Ã salda do Presidente o mesmo responsável chegou aqueixar-se da falta de dis cipliha e cumprimento das orientações dos chefes, porparte dos trabalhadores. Tudo isto para caflfar os verdadeiros problemas

Page 26: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

,te saiu e os trabalhaítavam contentes com rquê?'Presidente a falar com lá fora dá fábrica e s vários problemas que a constatar aolongo sta s.E quando abor-dou a questão dos ladrões que foram detectados em diversas unidades deprodução, uma mulher, trabalhadora da UFA, levantou a voz e disse: «Aquitambém há ladrões, Senhor Presidente. Hoje não vamos tomar o nosso chá se oSenhor Presidente não nos ouvir. Ainda ontem houve roubo de mais de vinte e talcontos».«Aqui na UFA»?, perguntou o Presidente (SIM!). E o Presidente desceu do«Jeep» e entrou novamente na fábrica. Em poucos segundos os trabalhadoresorganizaram o local das reuniões e quando todos já estavam acomodadoscomeçou a chuva de denúncias. Entre eles, uma mulher diria: «Quando eu quisdizer a verdade, o responsável da Comissão Administrativa disse que eu nãopodia dizer nada porque são assuntos em iue se encontram envolvidos elementosdas estruturas. Intimidaram-me e ameaçaram-me de prisão e eu tinha medo. Mashoje, Senhor Presidente, eu vou dizer a verdade c depois se eles quiserem, que meprendam mas já não tenho medo».Na fábrica de calçado UFA,. o Presidente constatou a boa qualfiícação dosoperários. Todavia, a corrupã< zada ao nível da administração não permitia quc ostrabalhos decorressem de uma forma mais correcta TEMPO N.'osrsosvisd m'sUF faime-saii edar saifçe osrblao res E aaqeo su co,io- fose o nhcd, oadoperá

«Hoje não vamos tomar o nosso chá se o sen'.or Presidente não nos ouvir. Aindaontem houve um roubo de mais de vinte e tal contos» - Esta denúncia, feita poruma opcrdrid da UFA quando o Cheíe de Estado jd se encontrava fora da fábrica,fez com que o Presidente voltasse à UFA ereunisse com os trabalhadores, conforme a foto documentaNa realidade, os responsáveis da- res, desde os chefes aos subordiquela empresafaziam e desfaziam, nados, não são pontuais. sem dar satisfações aos trabalha-No Hospital Geral de Mavalane, dores. E para que os seus actos centenas depessoas ficam à espera não fossem conhecidos fora da fá- que os enfermeiros osatendam à brica, intimidavam os operários. hora tabelada, mas estes ,chegamMas o fim das acções daqueles sa- comodamente atrasados. Demoram botadorestinha chegado naquele outro tanto a vestir-se e a contar dia, graças à coragemdemonstra- os seus feitos da noite anterior, dá, em particular, pelos operáriospara depois, ainda mais lentamen. da empresa. te, irem atendendo opúblico. NoDada a gravidade das denúncias dia em que o Presidente lá chegou* Presidente da República ordenou todos ficaram atrapalhados, sem a prisãoimediata dos três respon- saber se deviam entrar pela porta sáveis'!da ComissãoAdministrati- da frente ou pela porta do lado, va, mais a Secretária da OMM, para

Page 27: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

assinar o livro de ponto. AI. bem como, a sua demissão dos car- guns chegaramaté a mentir, apagos que vinham ocupando. recendo do interior como sejá láestivessem há muito tempo. E óA PONTUALIDADE Presidente chamava-os, mostrava.A 0 SETREDODAE V-lhes o relógio e perguntava queOSEGREDO DA VITORIA horas eram e porque tinham chegadoatrasados. Uns ficavam de bo-'-'u-aiLe dois dias seguidos o Presidente da República chegou às 6 horas e 45minutos à entrada de duas unidades de produção que ini. ciam os seus trabalhos àssete horas da manhã, tendo constatado que a maior parte dos trabalhado-ca aberta, sem resposta e outros argumentavam coisas não convincentes.Antes de abandonar o hospital, o Chefe de Estado dialogou com alguns doentesque esperavam lá fora, tendo-s% inteirado de várias anomalias no funcionamentoda-Responsável da Comissão Administrativa da UFA. Foi detido juntamente com osseus colaboradores directos, por prática de roubos e outras irregu. laridades emnome das estruturasN. 489 - pág. 30

quela unidade hospitalar. Entre eles, uma mulher diria que para além de osenfermeiros e outros trabalhadores chegarem atrasados, atendem as pessoas muitodevagar e param para tomar refrescos. Sentindo-se atingido, um responsável dosserviços administrativos quis mandar calar aquela mulher e chegou até arepreendê-la depois de o Presidente ter entrado para a sua Viatura.BRIO PROFISSIONALAo visitar o Hospital do Chamanculo e o Centro de Saúdeido Xipamanine, o Presidente Samora Machel elogiou o brio profissionaldemonstrado por certos enfermeiros e especialistas.No Xipamanine, criticou a forma como um funcionário do sector de Triagem seapresenta e atende o público (um ex-barbeiro a.quem o Presidente aconselhou aabrir uma barbearia), depois elogiou o bem comportamento, a compostura e o brioDrofissional apresent21dos pela médica responsável, o enfermeiro-chefe e outrasenfermeiras, tendo feito notar que isso acontece pelo facto de o enfermeiro-chefeser um dos antigos trabalhadores do serviço de Saúde que, conhece as normas e ominimo de exigência necessário para qualquer trabalhador daquele sector.LIBERALIZADAVENDA DE PNEUSFoi anunciado no passado fim-de-semana, que a venda de pneus iriamimediatamente ser liberalizada na sequência da visita presideàcial à MABOR.Com efeito, foi detectada a situação da incorrecta comercialização dos pneustendo sido formado uma comissão para estudar e as.sunto.Os três únicos vendedores depneus (Pendray e Sousa, Coclbuto e Mecanagro) não possuem capacidadesuficiente para abastecer o Pais deste importante acesrio passando, assim, ospneus a er vendFdos pelos vendedores traditioNo Chamanculo, a comitiva

Page 28: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

presidencial encontrou uma enfermeira-chefe exemplar, que conhece bem ohospital embora esteja nele há pouco tempo.Em todos os sectores daquele hospital, há limpeza, hã higiene, e os chefes dosmesmos mantêm a disciplina e a ordem.<)ONTRA A BUROCRACIAExemplo flagrante de burocra«Dê-me pessoas para eu em3inar,SenhorPresidente»diz o velho especialistadeEstomatologia doHospitaldo Chamanculo, respondendo Pumaobservação feita pelo Presidenteem relação à sua especialidade e àidade que tem.Do lado esquerdodo Chefe deEstado, vêem.se aenfermeira-chefe (de óculos) e amédicaresponsávelnais, como as garagens e estações de serviço, entro outros.Para o Norte do País deverá seguir, de imediato, uma importante remessa depneus conforme foi igualmente anunciado.Recorde-se que a produção nacional é suficiente para abastecer todo o nossomercado em oneus,cia, é o que acontece com a forma como é escoado a prcdução de pneus da fábrica«MABOR».Ao visitar as instalações daquela excelente unidade fabril, o Presidente SamoraMachel foi conduzido logo à sua chegada ao armazém do produto acabado. Ali,cerca de 15 mil pneus de tamanhos e tipos diferentes estão armazenados à esperade despachos e outras diligências burocráticas. Informaram ao Presidente que porvezes chegam a ter 25 mil pneus (cerca de 70 a 80 mil contos) imobilizadospermanentemente.Todavia, as viaturas circulam pelas estradas com pneus «carecas», o que constituium perigo. Isto para não falar das viaturas que estão imobilizr das por falta depneus. O que torna esta situação ainda mais absurda, é o facto de no ano passadoterem sido importados 50 mil pneus, -quando os de fabrico nacional encontravam-se em armazém.«Antigamente até se vendiam pneus nas lojas» - recordou o Presidente SamoraMachel. Mas agora, é preciso fazer requerimento à Comissão Coordenadora dosTransportes Rodoviários para se obterem pneus.Texto de Narciso CastanheiraFotos de Naita Ussene

Page 29: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

TEMPO N.<' 489- pg. 31

PRIMR. ANO LECTIVO DA ECADI DE OITENTA: EXOITACRO DOCONSELHO OPor ocasião da aberturi do ano letvo o Conselho de Ministros lançou umaexortação aos alunos, professores, pais e encarregados de educação.Com o projecto do Partido de fazer da década de oitenta a década de luta contra osubdesenvolvimento o papel social e político do estudante torna-se mais sensível.Para que as escolas possam fornecer ao pais quadros qualifi. cados é, antes demais, necessário liquidar com os problemas que afectam a maioria das nossasescolas, problemas decorrentes do funcionamento das estruturas da subsistênciade velhos esquemas mentais na juventude, da apatia e mesmo desinteresse comque muitos alunos vão às aulas, do desleixo dos pais e educadores que nãoacompanham o andamento das aulas dos filhos ou educandos e da Incúria emesmo Incapacidade política de alguns professores.É neste contexto que se circunscreve a exortação do Conselho de Ministros e quefoi secundada pelo envio de altos responsáveis do Partido A Ef"do às escolas paraa abertura oficial do ano lectivo.Transcrevemos na integra a referida exortação:ALUNOS, PROFlSSORES, PAIS E ENCARREDADOS DE EDUCAÇOIniciamos um. novo ano lectivo. Este ano começa com à década de 80, a décadadavitória sobre, o subdesenvolvimento.Nos quatro anos que passaram desde a Independência Nacional desencadeámos aofensiva da Reconstrução Nacional do nosso País, definindo e concretizando oPoder Popular através da estruturaçáo do Partido e da eleição das Assembleias doPovo. Estamos a criar condições para que es. benefícios sociais da saúde eeducação, se estendam a todo o Povo e estamos também a recuperar a capacidade.de nossa economia de: forma a alimentar, vestir e alojair um número cada vezmaior de moçambicanos.Ao realizarmos estes objectivos continuamos a luta iniciada com a criação daFRELIMO em 1962. Ao consolidarmos as -nossas conquistas valorizamos osacrifício dos heróis que tombaram no'«Nos centros internatos os alunos devem ter diariamentehoras para estudo orientado pelos professores»'combate libertador e, nos últimos anos, na defesa da nessa integridade' nacional,na defesa das nossas fronteiras.A década que se inicia coloca a todos es moçambicanos o desafio dodesenvolvimento económico. A vitória nesta- luta é fundamental porque é.'ela quedará conteúdo concreto e definitivo às vitórias alcançadas com a Independência eo estabelecimento da Democracia Popular no nosso País. festa década teremosque acabar definitivamente cem a fome, a nudez, a doéça e o analfabetismo.Lutámos para ser livres e senhore do nso destino. Lutámos para'sermos livres evivermos melhor. Mas criar uma vida melhor exige sacrifício de todos nós. Exigenão apenas que ponhamos toda a nossa capacidade ao serviço do desenvolvimentodo país, mas, sobretudo, que desenvolvamos essa capacidade, que a elevemos

Page 30: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

científica* e tecnicamente de forma a responder )s grandes tarefas da batalhaeconómica.O desenvolvimento, o socialismo não ,se constroem com analfabetismo, comignorância, com preguiça, indisciplina, incompetência e liberalismo. Sem odomínio da ciéncia e da técnica. 1 Foram já defirdos pelo Partid. e pelo Governoos grandesempreendimentos que, nos sectores da agricultura, indústria, transporte econstrução devem ser realizados -na década de 80.O esforço que deverá ser desenvolvido nos sectores económicos para ofortalecimento da nossa economia requer.que, no sector da Educação travemosuma luta árdua pa.ra elevar o: nível científico e técnico dos jovens. Estes, aocomplebrem os diveisós níveis de formação devem estar aptos, através. :doestudo, dií,s plina e sentid de resonsabilidade, a responder às exigências .cada vez.maiores que lhes .serão feitas. Para consolidar a!.Inde. pendência e garantir oprogresso científico,, técnico e .econimicoTEMPO N. 489 - pág. 32j~i

MINISTROS«Nas aulas, os alunos devem estar sempre atenmtos às explicações do professor,devem apresentar as suas dúvidas,participar activamente quando o professor interrogar»é' necessário que, os aiuns assumam o estudo 'e a disciplim como suas armas nocombale contrao-subdesenvolvimentoALUNOSEstudar é uma exigênci4 do desenvolvimento'. do nosso Pais, é uma condiçãopara o nosso crescimento. Estudar é uma tarefa que.vos é atribuida:pelo Partido epelo Governo.Nos quatro anos que decorreram desdè .a Intependncia.grandes sacricíos fcram feitos pelo nosso Povo para salários aos professores queleccionaram nas nosas escolas, para se comprar material escolar para os alunos ese garantir as condifies materiais dos centros internatos. O trabalho dos operáriose dos camponeses produziu a riqueza com que pagamos as des, pesas necessáriaspara mantermos as escolas abertas e termos aumentádo o dobro da frequência. Osimpostos de todos os trabalhadores permitem-nos a manutenção e conservaçáodas escolas.Foi com o sangue derramado pelos melhores filhos da nossaPátria que conquistámos o direito de frequentar as escolas, £ com o fruto dotrabalho das classes trabalhadoras do nosso Pais que «cnsolidamos essa conquistae a garantimos a um número cadavez maior de crianças ,! jovens.Esta é a razão I»rque dizemos que um aluno que falta àescola está a tirar o lugar a um outro que queria estudar e ainda não teve lugar,que quando um aluno não respeita os bens, da escola e destrói e material, está adestruir os bens do Povo, que foram produzidos com o suor e sacrifício dostrabalhadores.

Page 31: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Nesta década que vamos iniciar queremos que os nossosalunos demonstrem que são dignos de frequentar a escol, que merecem erespeitam o sacrifício que o Povo moçambicano fazpära poderem estudar.Alunosl Vamos frabalhar arduamente para cumprir as tarefasque vos são confiadas pelo Partido e pelo Governo:- Todos os alunes devem ir às aulas cumprindo rigoros.mente o horário da Escola;- Os alunos devem organizar o tempo do dia para estudar. Devem estudar naescola, ou tempos livres, nos grupos dasturmas e devem estudar em casa todos os dias,- Nas aulas, os alunos devem estar sempre alentos. k,explicações 'do professor, devem apresentar as suas- dfvidas,participar activamente quando o profess.r interrogar.'- Os alunos que têm mais conhecimentos numa disciplina devem organizar-se nogrupo e na turma para. apoiar aqueles que têm mais dificuldades.-Os alunos devem ler os seus apontamentos em casa,. devem estudar peloslivros e pedir ajuda aos familiares mais. velhos que os possam apoiar.- Nos centros internatos os aluos devem ter. diariamente horas paraestúdo.-órientado pelo professores., SDevem recapitular no fim 'da ,semàna .a matériaque foi etddada :para' terem sempre' presente 'a matéria leccionada nas aulas.,- Sempr, que tiverem -possibilidades os!alunos devm ir* ..,bibllotecas, onde devem consultar lios aprofndar s s-eúS'coónhecimentos.ara' aprofunda cOs. alunos devem distribuir o seu -tempo ao- longo d, dia, de forma, a teremtempo para o estudo em' casa e também para o descanso e divertimento.TEMPO N." 489 - pág. 33

Os alunos .devem informar os pais e encarregados de ação dos resultados eclassificações obtidcs em cada exew56 com o estudo poderão dominar a ciência ea técnica e nar definitivamente o obscurantismo,.a preguiça, o indivimo, a.incompetência. 56 com o 51 si Uarão traba)res cmpetentes e assim garantir -wida ~ a de 80 alcania vitória sobre o subdesenvolvimento.Foi.vos confiada -pelo Estado a formaç o e educaçio dos*: s do Povo. Centenas demilhar de zianças.'e jovens estão issa. responsabilidade, e de- vós depende, emgrande parte, irma como eles encaram a eponsabilidade de estudar e 'rir a'formação política, científica e técnica-que .s toínará Ios; exemplares, homens emulheres dedicados> ao serviço >ov. e à causa da construção do Socialismo. É naEscola que se forja o Homem Novo, o homem da socie-ýí socialista. Devemospýrtanto estender às escolas a-ofensiva ncadeada no início da década por SuaExcelência o Presi: da República Popular de Moçambique, Samora Machel. unoslutar contra a indisciplina, o desleixo, cs desvios dos a destruição dos materiais edos edificios e salas de aulas,, !mos, garantir rna nossa escola a limoeza, a higtene, h .cuidado suanamentação. Devemos fazer das nossas escolas lugares s odeapeteça estar e trabalhar, e'studando. Aos proIessores compete jamýím Iavar umduro.,,comba1Ó"

Page 32: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

-seapýrfeiç;ar, paa melhorari os seus oétòdos de: ensino, reso; .para elevar. aquatiade .o ehSino.nas nossas ccolas. E necessário que em todas as esWolas osprofessoresse orga-; par.a cumprir as' seguintes tarefas:--Devem le.- um pr«9rãa.de,,,estuóo para 'sp apereiçqjpet ielhorarem os seus:coRectimenfes plhtfcos.e científicos; Na Spiciar ãoactivamente nas reúniõesýprojrami,das :e!eo pedagógica e nas reuniões de aperfeiç;õamenio.-,Devem estudar individüalmente consultando o material e i;ros de que dispõem,procurando aprofundar cada vez mais wus conhecimentos.-Devem preparar diariamente ,ãs lições, elàborareri o plano cada aula ecumprirem:no integrelmeilte. Os professores com mais preparaçio e experiênciadevem ar os colegas com menos experiência de ensino-.ou que iam maisdificuldades científicas e pedaoógicas.Devem estabelecer tarefas de estudo para os alunos reain em casa e devemcontrolar o cumprimento dessas tarefasÍ.-Deve constituir preocupação permanente dos professoconhecer ' situação doaproveitamento de cada aluno e rça-se por recuperar os alunos que tenhammaiores dificul--Os professores devem corrigir as provas dos alunos com seriedade e rigor deforma a que a avaliação corresponda realmente as capacidades e conhecimentosadquiridos pelos alunos, aos esforços por eles desenvolvidos e de acordo com oconteúdo dos programas,--Os professqrqs deem cumprir rigorosamenfe o seu. %oráSde trebaihoestabaeleao - ela óIa.ýOs pýofessores deverão comunicai periodicamente aos pais as intorflnc6c e.o ,ndimento escolar dos filhos e devefo juhftwen' com e pais est d a fornas deapoiar-e ontro Ar o estu o 'dos aluiios em casa.O.esforço diàriode constante de cadaý,pfôfessor -vai náeilir ulIra.ssar àsdificuldades encontradas e ià necessariamente assegurar a melhoria da qualidadedo ensino.PAIS5 E --NCARREGADOS DE IDUCAÇÃOA* educação e formação dos vossos filhos realiza-se tanto em casa como naescola. A família e a escola devem portanto realizar«Nesta década que vamos iniciar queremos que os nos alunos demonstreI que sãodignos de frequentar a esc que merecem e respeitam o sacrifício que o Povo moç£bicano faz para poderem estudar»

uma acção conjunta e coordenada para que ai críançás e os jovens possamverificar 'e compreender qcie existe uma relação permanente entre aquilo que ospais e os professores esperam deles. A família e a escolí estão unidas por umobjectivo comum:, fazer dos alunos jovens estudiosos, disciplinados erespeitadores dos vaIres ea nossa sociedade.Deve ser uma tarefa p«manente dos pais e educadoresacompanhar a vida dos flihos na -escola, em casa, nos divertimentos, de forma apoderem responder em cada momento pela sua fu n;ão de edu cadores.

Page 33: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

É um deve- dos país e educadores reunir os seus esforços aos da escola nocombate decisivo que vamos travar nesta década:-t preciso que os pais conheçam o horãrio de aulas dos filhos e se preoCupem porsaber se os seus filhos. vão à escola e não faltam às aulas.- Diariamente os pais devem exigir que os filhos estudem em cwsa e controlar seo estudo programado foi realizado. Para isso os' pais devem conceder aos filhos otempo necessário pa:a rever e recapitular as lições e realizar os.trabailhos de casa.Os paús e educadores que ',enham possibilidades devem em casa ajudar osfjihos nos seus estudos. Devem estimular os. irmaos ma;s velhos que estudam aapoiar os maEis novos.- Qs pais e educadores têm a responsabilidade de ir à escola participar nasreuniões dos encarregados de educacão e infermar-se junto do professor doaproveitamento e comportameno dos seus filhos ou educandos.-Devem exigir que os filhos e educandos lhes comuniquem as clasifcações e osresultados das, provas que realizam na escola.- Os pais e educadores devem colaborar com os professores na busca dasmelhores soluções para só ultrapassar as difículdades que os filhos manifestam noestudo das matérias, em casa e na escola.Os pais e -educadores devem preocuoar-se com-os comportamentos e as maneirasdos seus filhos, tanto em casa como na escola. Recordamos que é.em casa que serealiza a parte mais imporante na aquisição e interiorizaçiio das normas gerais deboa conduta.É uma exigência da nossa. Revoluçío que os pais e educadores assumamcoLcientemente esta responsabilidade sem a qual. o trabalho que se.realiza nasescolas nio poderá ter os frutos que desejamos,ALUS. PROFESSORES, PAISE INCÁ1RAIE#OS D[ EDUCAÇÃOTanto nps c0iitrs de-ptpuçâo como nas escolas, os trabaIjaor os inos e posross' s têm tarefas e metas a cumprir e afin . Os grandes projectos dedesenvolvimento que vamos iniciar na Qova década 'aumeniam.o grau dQexigênicia emtodos ,os.aspeýtoSl da via do osso País Temos dé_exigij reudJdis&'pli a, dom etênci:..'orgIbização .Nas escolas, cada aluno,; cada professor, cada. grupo, cadaturma têm de real!zar o máximo do seu esforço rara garantir um alto nível. deaprove.tamento escolar, uma qu alidade de ensinocada vez mais elevada.Vamos organizar nas nossas,. escolas a Emulação Socialistapara que o melhor aluno,o melhor professor, o melhor grupo,a melhor turma sejam premiados.Vamos organizar com entusiasmo uma grande mobilizaçãonas escolas para que desde o primeiro dia.de aulas se desencadeie uma ofensivaenérgica para cumprir.astaefas, que o Partido e o GoVerno traçaram para osalunos, professores, púaiseducadores no iniciar ,desta década.Os-heróis na batalha contra o subdesenvolvimento sLgirão

Page 34: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

também nas escolas - será o aluno que estudar com entusiasmo e dedicação para -obter melhor aproveitamento; será o professor que com persistência e energia lutapor se aperfeiçoai e melhorar os seus métodos de ensno e conseguir assim que osseusalunos obtenham o melhor rendimento escolar.No fim de cada rimestre na escota, na comunidade, devemser apresentados os melhores professores, os melhores alunos, os melhoresgrupos, as meihores turmas, e os seus nomes devem se afixados no quadro dehonra da escola e nos Jornais do Povo da comunidade ou bairro. No fim do anoesc lar devem ser assinalados as escolas. no distrito, na provlncia, que mais seengajaram na luta pela melhoria do nível de ensino, pelo melhor aproveitamentoescolar, pelo maior engajamento dos professores.Devem ser estudadas as maneiras de se atribuírem prémios moraise materiais ao! melheres alunos e professo«esMas estejamos conscientes e preparados para lutar contraaqueles q.e pretenderão alra oar estes princípios e farão todos os.possíveis pordesorganizar, fomentar a indisciplina e a corrupçao nas nossas escolas. Devemosestar v.iilantes o lutar por osreeducar e puAir quando necesário.ALUNOS, PROFW ES, PAJI EICARESMAOS DE EDUCAÇÃOAvancemos :com entusiasmo- e. dedica* rumo à vitória sobre osubdesenvolvimento.Valorizemos.os. sacrificios copsentidos pelo nosso Povo para conquistar, aIndependOncia e a Liberdade em que vivemos.Estudemos para podPrmos dómir a ,i*icia e a' Tcnica, estudemes para roduzirmelhor e.veinc a balha do desenvolVimento.Faç, amos do nosso Pais, um País desenvolvido, um País modem, um Pais doSeiaalio avançado.A LUTA CONTINUA!év .

Temas sociais (li)MUEMSUSTENTAOSFILHOS?. -'Quando um homem e uma mulher (quer estejaum a viver maritalmente querestejam ligados pelo casamento oficial, entram em contradições a vitima numeroum, são os filhos. Pelo menos é o que se pode deduzir dos factos que colhi numamanhã no Tribuinal de Menores, lugar onde vão convergir muitas dos questõesrelacionadas com problemas deste tipo. A conclusão é extensiva também. a filhosnascidos de homem e mulher que não vivem juntos.Em geral, os problemas ali apresentados dizem respeito é recusa de alguns paisassumirem a responsabilidade de sustentarem ou registarem os filhos.

Page 35: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

«Eu vim cá ao Tribunal de Me, nores porque o pai das craça não as quer sustentarnem reg tarD - afirmou uma mãe comi o seu filho mais pequeno ao colo, Iaapresentar queixa contra o homem de quem está separada neste momento.Processos jurídicos deste género são às centenas e proliferam naquela instituiçãoeneãminhadas'pelas mães separadas dos pais dOs seus filhos e com o objectivo dechamar à responsabilidade o ai das crianças.Isto tudo resulta de que há con fusão em muitas pessoas. A tendência é misturar oconflito qjúe separa um homem e uma mulher da responsabilidade que cada um.tem em relação aos filhos. Dai, que tenha assistido na manhã emTEMPO N.' 489- pg* 36

que estive nó Tribunal a muitos pais a responderem ao curador que «eu nãosustento os meus filhos porque a minha mulher já não vive comigo».Também é frequente o caso dos homens que dizem que «eu não registo estacriança porque não reconheço que seja minha criança embora a mãe diga que sim.Quando conheci esta senhora ela andava com muitos homens.»-foi desta formaque um respondeu ao Tribunal de Menores no dia em que lá estive.Em relação a casos destes o Tilbunal não obriga ninguém a aceitar a paternalidademas rêcomenda às duas pessoas em questão e mais a criança para irem aoHospital fazerem análise crossomática. Através destas análises é possível provarcom uma certa segurança a legitimidade ou falsidade da recusa.OS MEUS FILHOS NAO PODEM E3TUDAREstava sentada à espera quecomeçasse o trabalho do Tribunal que só tem lugar três vezes por semana. Umacamponesa, cujo marido a abandonou há quatro anos e vive na cidade com outramulher revelou: «Vim da Moamba no comboio da Manhã. O meu marido deixou-me há quatro anos com quatro filhos:e veio viver na cidade. Não quer saber dosfilhos que já deviam estar na escola. Mas porque não estão registados não vão àescola. Por isso vimao Tri bunal para ver se o chamam para registar os seus filhose sustentlosOutra mãe, ao lado dela, animada pela conversa, disse: «Também estou aqui,porque o meu marido náo quer sustentar a criança que eu tive com ele e recusa-sea registá-la.» Uma outra acrescenta: «Eu tenho o meu primeiro filho que já vaiatingir dez anos. Ele não estuda, porque não está registado. O seu pai recusa-se afazê-lo. Como quero que o meu filho estude resolvi amarrar a capulana e vim atéaqui.Estas atitudes revelam que aos poucos, a mulher assume os direitos dos seusfilhos que a Declaração dos Direitos da Criança em Moçambique, aprovada pela5. Sessão da Assembleia Popular, consagra.Durante a semana, são centenas as pessoas que afluem àquele Tribunal na suagrande maioria mulheres domésticas, que não têm recursos para sustentarminimamente os seus filhos. Qual é o papel do Tribunal perante esses problemas?Daquilo que assisti durante a apresentação de queixas constatei que o Tribunalchama sempre o pai dessa criança ou crianças e obriga-o a sustentar o seu filhoporque é um dever que ele tem, inýdependentemente dos problemas que os paispossam ter. Por isso, quando há recusa por parte do pai em dar pensão mensal que

Page 36: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

garan ta a alimentação às crianças, ai o Tribunal contacta os serviços e desconta-se uma determinada quantia de acordo com o vencimento.Ofélia TembeTEMPO N." 489 - pág. 37

PASSA POR MAPUTI PRIMEIRO VOO SOi À ANTARCTIDAA União Soviética acaba de realizar, a título experimental, o seu primeiro vooexpedicionário às terras do Pólo Sul.-Depois de consecutivas expedições soviéticas por barco às terras da Antárctida, oquadrimotor a hélices «IL 18 D» da companhia aérea soviética «Aeroflot» foi oprimeiro avião soviético a aterrar no passado dia 14 de Fevereiro em soloantárctico testando assim as pistas de neve endurecidas, recentementeconstruídas na estação soviética de Malhadzojnia na costa nordestina daAntárctida.O quadrimotor soviético teve que percorrer no seu voo experimental entreMoscovo e Malhadzojnia, cerca de 16 mil quilómetros num total de vinte e seishoras transportando no seu bojo uma equipa de técnicos do Ministério -daAeronáutica Civil da União Soviética e cientistas do Comité de Estado Soviéticopara a Hidrometeorologia e Poluição. Como escalas, teve Odessa, ainda na UniãoSoviética, curta escala técnica no Cairo, no Egipto, escala prolongada em Aden,no lémene do Sul, e por fim escala em Maputo antes da sua aterragem emMalhadzojnia. De Aden para Maputo havia percorrido cerca de 5 mil quilómetrosem 8 horas de voo.Afirmaria no passado dia 11 em Maputo à sua chega-da a bordo do ,IL 18D» da Aeroflot o Vice-Ministro da Aeronáutica Civil daUnião Soviética senhor Gurki que se -a aterragem no dia 14 em Malhadzojniacorresse bem, (o que parece ter sucedido segundo informações mais recentes) aUnião Soviética pediria ao governo de Moçambique que autorizasse a escala emMaputo aos. voos expedicionários reguiares que a partir daqui se realizarem.Antárctida é o nome dado ao continente formado pelagrande extensão de terra que cirunda o Pólo Sul, Coberta por uma camada degelo, cuja expessura atinge os dois mil e quinhentos metros, e açoitada pelosgélidos ventos do seu clima frígido, a Antárctida nunca foi habitada pelo homematé muito recentemente quando certos países se começaram a interessar pelaexploraçãodas suas águas e subsolo.Nos finais do século passado e princípios deste, os Estados Unidos, tal comooutros países do chamadomundo industrializado, c meçaram a enviar expei ções de exploradores costas daAntárctida à melhança do que já havia feito para as terras do F lo Norte. A partirda segu da metade deste sécul uma intensa actividade exploração se centrou Etorno do Pólo, Sul, com instalação de várias esi ções piermanentes perte centes adiferentes paiscPara além de reunir ccdições óptimas pela limi dez da sua ionosfera e fá

Page 37: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

9TICO:distinção dos agentes bio-térmicos d# sua atmosfera para o estudo da climatolo.gia terrestre, a Antárctida, que é apontada como o maior refrigerador terrestre (sea camada de gelo que a cobre fundisse o nível dos Oceanos do Mundo subiria em60 metros e Maputo talvez ficasse completamente imersa), contém riquezasparticulares que motivam toda essa actividade de exploração. A conhecidaexisténcia de rica vida animal nas suas águas é agora suplantada pela recentedescoberta de importntes recursos minerais no seu sub-solo, entre as quais a de carvão de pedra, ferro, para além de dados de que dispõetambém de ouro, prata e .níquel. Mais recentes são as descobertas de lençóis depetróleo e gás natural.Nas declarações prestadas por Eugénio Tolstikov, Vice-Presidente do Comité deEstado da União Soviética para a Hidrometeorologia e Poluição, no passado dia11 em Maputo, este afirma a _dado passo que uemboraa exploração dos Jaigo minerais não seja ainda eco. nomicamente rentável prevêpara daqui a cinco anos o início da exploração de petróleo e gás natural daAntárctida».Eugénio Tolstikov afirmaria ainda que tal como este primeiro voo expedicionáriopor parte da União Soviética, uma série de acontecimentos de exploraçãocientífica da Antárctida assinalará a passagem do Anogada do quadrimotor soviético <dl 18 D» o primeiro avião soviético a aterrar naÂntdrc., a Map.to sua última escala antes de Malhadzoinia. Na joto ao centro vê-se o Vice. nistro da Aviação Civil da União Soviética, ladeado à esquerda peloEmbaixador da SS em Maputo e or um Iunciondrio do Ministério dos NegóciosEstrangeiros de Mo.çambique à direitaÀ esquerda: Eugénio Tolstikov Vice-Presiden.te do Comité de Estado da União Soviética para a Hidrometeorologia e Poluiçãoe o senhor Gurki Vice-Ministro da Aviação da União Soviética à direita prestandodeclarações à imprensa à suã chegada a MaputoInternacional da Geofísica. Entre esses acontecimentos figura a recente assinaturade um Acordo sobre expioração científica da Antárctida entre os 13 paísesenvolvidos: os Estados Unidos, a França, Inglaterra, Japão, Bélgica, UniãoSoviética, Polónia, Chile, Argentina e África do Sul. Segundo esse acordo estãoproibidos ensaios militares no continente antárctico, a reivindicação de pretensõesterritoriais (que já haviam sido feitas anteriormente por sete países entre os quaiso Chile e a Argentina) e assente a troca de informações científicas entre os paísesempenhados.Respondendo à nossa pargunta dequal seria a participação da República Sul-Africana nas explorações como membro signatário de um acordo coassinado pelaUnião Soviética, Eugénio Tolstikov afirmou que «,a participação sul-africanaapenas se resumia a um número muito pequeno de estações estacionáriaslocalizadas na península ocidental contra a existência de pelo menos seis estaçõespermanentes soviéticas espalhadas por todo o centinente.nJosíé BaptistaTEMPO N., 489- pág. 39

Page 38: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

.Atacado o centro de MarrecosDois ataques levados a cabo pelo Exército de Libertação doSahara Ocidental chamam a atenção para una maneira de fazeras coisas e de levar a cabo uma luta de libertação.A luta no Sahara que as particularidades da situação tornamdificil de realizar tem sido, na prática, um exemplo. O processo que, já há muitotempo, se assemelha a uma espiral ascendente deixa ver por detrás das coisas umpartido consciente da sua realidade, um povo heróico que quer voltat a ocupar oseu lugar na história que lhe tentam negar e que sempre recusou-se a deixar e umexército organizado, capaz e que tem vindo a semear o Sahara que já é umarepública independente proclamada a 27 de Fevereiro de 1976.Pensar o Sahara hoje obriga a tirar o chapéu a uma diplomacianunca longe do campo de batalha que a ilumina e lhe dá o compasso e o tom.Calar as metralhadoras para obrigar o lnimigp a repensar e começar a disparar denovo porque ele não quer negociar honestamente é um feito. A POLISARIO fê-loem relação à Mauritânia somando assim mais uma vitória no processo delibertaçãO do seu país.Actualmente a luta armada iniciada já há 7 anos ganha novoimpeto, enquanto Marrocos desencadeia novas operações e procuranovos apoios em Paris e em Washington.Os ataques ao centro mineiro de Bou Craa e a uma cidade noAgadir marroquino são analisados num artigo de Yussuf Adam tomando emconsideração os novos desenvol~entos na região do Magrebe no momento em queos Estados Unidos fornecem um novo pacote económico e militar a Marrocos e aFrança intervémna Tunísia.TEMPO N. 489 -. pg. 40

Na primeira semana de Janeiro a Frente POLISARIO levou a cabo uma operaçãomilitar no interior de Marrocos. A cidade de Akka, no centro de Marrocos, naprovíncia de Agadir, foi atacada.No ataque, os marroquinos perderam o contrôle da cidade durante uma hora.Foram destruidas as instalações militares, apreendidas armas, presos soldados emortosum grande número de militares do Rei Hassan II.Foi a primeira vez que os saharianos penetraram tão profundamente no interior deMarrocos. O objectivo, para além de levar o fogo a casa do agressor, era fazer oPovo de Marrocos consciente de que há uma guerra, há um povo que sofre porquereivindica os seus direitos legítimos.Num pais em que uma propaganda maciça, uma repressão agudá e uma acçãolevada a cabo por 'partidos ditos de esquerda, incluindo o partido comunista,criam uma anestesia na maior parte da população. O ataque pretendia criar asensação de que «há quem sofra enquanto vocês dormem».Sob o ponto de vista militar, a estratégia é bem talhada: levar a

Page 39: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

A~8ea de fabrio: 0~te.americano em Marrocos. Intenslfca-se o envolvimento doimperialismo perante a inca.acidade do regime real de deter a guerrlha da FrentePOLISARIOEntrevista com Obeid LuchaaObeid Luchaa, 6 o representante da Frente POLISARIO para a África Austral e,na entrevista que se segue, fala-nos dos ataques eitos pela vanguarda do Povosahariano no interior de Marrocos bem como do apoio que os EUA têm vindo afornecer ao regime do rei.P - A Frente POLISARIO atacou Akka?R -Os nossos ataques no interior de Marrocos datam do início da luta armada.Com o andar do tempo eles têm vindo a atingir proporções cada vez maiores.Atacámos Akka na província de Agadir, na parte central de Marrocos, paramostrar ao rei de Marrocos e à opinião internacional que para resolver o problemado Sahara é preciso ter em conta a nova realidade: Existe um povo e ele é capazde impor uma solução militar na região, apesar das armas que Marrocos vaireceber dos Estados Unidos da América.1980 vai ser um ano decisivo para nós em todos os domínios, seja no militar sejano diplomático. No domínio militar vamos tentar destruir o que resta do aparelhomilitar marroquino no interior do Sahara e no diplomático estamos a ver comnoptimismo a nossa entrada na OUA.TEMPO N." 489 - pág 41

guerra a casa do inimigo e obrigá-lo a dispersar.O ataque a Akka vai obrigar os Amarroquinos a terem que pensar numa outra fórmula para dispor o seu aparelhomilitar. Para além P taV de manter a dominação no interior cio Sahara onde apresença militar dmarroquina se circunscreve a uma 4 linha de posições à volta de El Aioun e nonoroeste do país, os marroquinos vão passar a ter que se preocupar com o própriointe.- mie vrior do seu pais.Esta tendência na actuação mi. do ,litar sahariana a continuar vai m obrigar Marrocos, ou melhor, 0 exércitomarroquino a transformar-se num exército sem retaguarda que o interior do seupróprio país devia ser.MANTER A PRESSAO SOBRE O INIMIGOO ataque levado a cabo, nos fins de Janeiro, contra a estação n.- 6 de Bou Craa éuma outra face da mesma moeda: a estratégia mili- e tar da POLISARIO que emJa- d neiro de 1979 desencadeou a ofensiva Hourai Boumediènne.O inimigo é constantementegolpeado no interior do Sahara qque ocupa e explora e no interiorP - Marrocos tem vindo a publicar comunicados de vitórias suas?R - Em Março de 1979 Marrocos concluiu que a política que vinha seguindo eraerrada. Ignorar os combates era errado sob o ponto de vista da informação.

Page 40: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

A partir de Março, Marrocos começou a publicar comunicados falsos com oobjectivo de desviar a atenção da comunidade internacional e sobre osverdiadeiros resultados que vão ser depois publicados por nós.O objectivo é duplo: desviar a atenção da comunidade internacional e esvaziar osnossos comuni-4 cados do seu conteúdo.P - Os EUA prometeram uma maior ajuda militar a Marrocos?R - O, que se pode dizer é que Hassan II é um aliado tradicional dos americanos.Os americanos sempre estiveram atrás e Hassan II de uma formacamuflada mas, mostravam uma neutralidade hipócrita. Era a França que fazia opapel de policia na região.As armas americanas vão ser um estimulante para o exército marroquino. O reivai usá-las para para aumentar a moral das suas tropas. ..Para nós essa ajuda é natural. É o patrão que vem ajudar o seu lacaio. Vaiprolongar a guerra e quanto mais prolongada for a guerra mais fortes se tornarãoas forças, anti-imperialistas da região, as forças pró-populares as forças amantesda paz. Os americanos sabem, a CIA sabe, sabem os funcionários doDepartamento de Estado que a guerra no Sahara está perdida para Marrocos.P - Andrew Young vai visitar a região?R - Andrew Young vai deslocar-se à região vai visitar Argel talvez tenhaencontros connosco. Isto é um exercício de equilíbrio. Por um lado dão armas aMarrocos, e por outro, tentam acalmar-nos. Para nós as palavras, para Hassan IIas armas. A França fazia o mesmo connosco.TEMPO N. 489-pág 42

,« rTence 'ULIAJIO usam as bombas não eXplodidas da aviação marroquina paraoperaçõe de guerrilhado seu próprio país que, em prin cipio," devia ser a sua retaguarda segura.O ataque levado a cabo contra o posto n." 6 de Bou Craa implicou a destruiçãocompleta do posto de um sistema de radar e de equipamento electrónico. Diversomaterial foi capturado.As posições marroquinas no interior do Sahara, que ocupar uma linha que vaidesde El Aioun passando por Bou Craa envolvendo menos de uma dezena deoutras posições principalmente no noroeste, são mantidas sob pressão constantepelo fogo das unidades militares saharianas.A linha dos postos militares marroquinos, dos quais um grande número já subtrado à acção do inimigo está planeada para manter em funcionamento a mineraçãodeTEMPO N.' 489 -- páç. 43T

fosfatos e a sua saída, pelo mar.Os ataques no interior gastam psicológica e materialmente o ini- migo. O soldadomarroquino quase que já não sai das suas bases nem para socorrer um outro posto.Milhares de armas e outro tipo de material capturado é o somatório das operaçõesque fazem parte do quotidiano do exército sahariano.Y.A.

Page 41: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Tancue destruído num ataque guerilheiro. Para Marrocos é como se nada seIGREJA E A FRUNTI POLISAONo início de Janeiro realizou-se a convite da Frente 4. Durante a visita os integrPOLISARIO a visita ao Sahara Ocidental d uma delega- testemunhas da dureza ede dificulc S volvo actualmente a vida do Povo sEção de 21 pessoas. integrando destcados representantes aitunlmande a ida" a existência d grandes necessidaide diferentes instituições e órgãos de comunicação da Igre- alertam seriamente aconsciência d ja Católica espanhola. A delegçõo composta por 24 e- modoparticular a do Povo espanhol mentes visitou os diferentes campos de refugiados eas lacos, se sentem ainda ligados os s suas várias institUiçes.feliz e surpreendente opção políticaespanhol ao assinar com Marrocos eO primeiro fruto desta viagem foi a elaboração dum Tripartido em Madrid (14 de.ovem comunicado conjunto, que a seguir publicamos e que foi divulgado peloComité Português de A pio LíSARIO. necessidades destacam-se pela urg1. Representantes de diferentes institu ç es e meios po visitante: a escassez deequipa de comunicaçãoda Igreja do Estado espanhol, assim gico, de produtosfarmacêuticos, d produtos alimentares e vestuário emo diversos jornalistas da imprensa diária religiosa, num ridade em que sedesenvolve a vida total de 24 pessoas, visitaram durante os dias 6 a 10 domutaneamont no exílio e em pé de Janeiro diversos organismos e instituições(campos der- .smente o m pfugiados, escolas, hospitais, etc.) da República Ãrabe 5. Os componentes dogrulçS ãh .. ..sua condição de crentes o de meni Sabariana Democrática (RASD) emresposta a um convite igreja e de organismos de ajuda hui da Frente POLIARIO,realmnt obrigados a denunciar ai2. Os componentes deste grupo agr#ecem à Frente situação de extrema dureza emqu POLISARIO este convite que lhes ;oi formulado e ao Pov o sabariano ahospitalidade e as atenções que lhes dispensa- o o rano, hu mar do dosorganismos humanitários e do,rem, bem como as facilidades que lhes concederam parao expressam com factosreais a u cumprimento da sua tarefa informativa, para com o Povosahariano. Do m3. No decurso da visita os membros do grupo tive- toda a firmeza ao Governoespanhi ram a oportunidade de constatar a existência de elevados tica a respeitoda Rapública Ãrab valores humanos e morais no Povo salariano e nos seus di- ca(RASD) e que rectifique quan rigentes, tendo-lhes chamadO especialmente aatenção a que tão precipitada como antiden sua consciência de povo, a fImaza daua aspiração à os- ao assinar o Acordo Tripartdo d berania e á independêncianacional, a digidade o osnt- versa situação em que se encon do patriótico cemque optaram pela vida colectiva no exílio, sahariano. a sua elevada moral devitória, derivada da justeza de sua causa, a capacidade de organização atendendo àsituação Madrid, 11 de Jan

Page 42: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

precária em que se encontram e à sua vontade de paz Francisco JavierMartínezé de fratouidade co t"od s pee. DE FE Y SECULARIDADTEMPO N. 489 -pág. 44antes do grupo foram lado em que se desen. hariano e constatarae dos;necessidades, que o todos os povos e de I, ao qual, e por tantos aharianos apesarda initomada pelo Governo a Mauritânia o Acordo bro de 1975). Entre as ncia, naopinião do grumonto médico e cirúrl material escolar, de m geral dada a preca-,do Povo sahariano, s1-. guerra.o comprometidos pela bros de instituições da manitária sentem-se monte aopinião pública a e se vê forçado a viver reja Católica e solicitar s partidospolíticos que ajuda o solidariedade esmo modo pedem com ol que reveja a suapolí e Sahariana Democrátto antes o erro histórico rocraticamente cometeu oLadrid, causa da adtr actualmente o Povoeiro de 1980 Cortes, do INSTITUTC

IRÃODAS ACTIVIDi[ES DA CIA A OCUPACÃO DA EMBAIXADAAs marcantes particularidades da revolução que no Irão destronou o Xá e levou aopoder o Imã Khomeiny têm dado origem às mais divergentes interpretações dosfonómenps politicos o sociais que se vivem hoje no país que foi a antiga Pérsia.Para uns trata-se claramente de um levantamento religioso puramentetradicionalista, para outros de uma revolucão progressista anti-imperialista.Contudo a euforia e a emoção que o Povo iraniano continua a viver nas ruas dassuas cidades, não é ao mesmo tempo nem tão politizada nem tão desprovida demensagens políticas quanto a, maior parte das interpreteçõeq publicadas naimprensa inter. nacional tm vindo a exprimir. É deveras evidonte que o movimen.to desencadeado nelo Imã Khomeiny e seus seguidores está carregad deNos dias a seguir à ocupação estudantil, populares assomam às portas daEmbaixada americana TEMPO N: 489 - pág. 45

um poder religioso deveras potente e aliás expresso. Acontece mesmo que algunsdos precnitos religiosos que acompanham certas interpretações Chiitas do Alcorãoque Khomeiny professa se revelam como manifesta. ções de radicalismo ancestralem relação a aspectos da conduta da mulher por exemplo, chegando por vezes apoder ser considerados como marcas de profunda reacção ao movimento dalibertação da mulher. Contudo não parece que no contexto do mundo árabe onde amulher é altamente oprimida, a mulher iraniana soja das mais indefesas, já que dequalquer das maneiras com os sem ,,xador» ela está nas ruas, ela aparece nasimagens de maior mobilização de massas participando, activamente nasmanifestações políticas e religiosas coise que não acontece na maior parte dospaíses islámicos onde a mulher continua a ser indiscutivelmente objecto de trazerpor casa.VIOLAÇÃO A LEI INTERNACIONALDe qualquer das maneiras a decisiva batalha contra o imperialismo yanque noInterior do Irão declarada pelo movimento iraniano, já ultrapassou não só «os

Page 43: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

limites do religioso,, como inclusivamente o da «defesa contra a penetraçãocultural estrangeira» e que parecia aos primeiros passos do movimento o limitemáximo do seu radicalismo antiocidental. A ocupação da Embaixada dos EstadosUnidos em Teerão por parte dos estudantes que fazem parte da guarda Pasdaremdo movimento de Khomeiny provocou pela perspectiva em que se revestiu de«violação do Preceito básico de mimunidade diplomátican estabelecido pela Cartadas Nações Unidas, uma reacção ofensiva em muitos países e, reservada nalgunspaíses 'governados por movimentos anti-imperialistas.É evidente que para maior parte dos países do chamado umumndo ocidentalindustrializado, a ocupação da embaixada americana surgiu como uma evidenteameaça à liberdade do acção das suas representações diplomáticas,. liberdade essaaliás defendida por um princípio diplomático aceite por todos os países membrosda ONU.Para os países cujos Estados te encontram na mãe de movimentos ah-ti-imperialistas, o forte argumento das <actividades de espionagem» que osamericanos desencadeavam no Irão a partir da sua Embaixada e, apresentadopelos estudantes ocupantes, não justificava tontudo a atitude tão pouco táctica emtermos diplomáticos de ocupar a Embaixada em lugar de por outros métodosprover o envolvimento da representação diplomática americana em actividades deespionagem.Como resultado do inaceitável precedente aberto pelos estudantes ira. nianos queocuparam a Embaixada dos EUA, uma verdade é que aos olhos do mundo aacusação por eles lançada aos Estados Unidos de desenvolverem actividades deespionagem altamente comprometedoras no seu país, passou a ser vista como umestéril argumento d fanatismo e houve muito pouco quem a partir daí se preo.cupasso em querer comprová-lo. De qualquer das maneiras, s a ocupação daEmbaixada é uma violação a um dos principies da Carta das Nações Unidas, o daimunidade diplomá-O quinhão das multinacionais americanas no Irão: 3,8 biliões de dólares de dutosexjortados da América para o Irão, 700 milhõcs de dólares em inve mentosdirectos, 2,6 biliões de dólares de vendas em materiat de guerra. 41 americanosresidindo no pais mais de S0 companhias amcricanas téw- ábrno Irão. O mobil especial das actividades da CIATEMPO N." 489 - pág. 46M

o lactor ret:guio es&a presen&e e7a q u iuuv&u#i . tação dos nacionalistasiranianos. Nesta foto, nos pri mciros dias da ocupação da Embaixada americana,os estudantes ocupantes foram constantemente visitadospelo sacerdote que aqui se vê em -rimeiro planotica, o engajamento de representações diplomáticas em actividades de espionageme agitação política no pais hospedeiro também o é, no princípio de não-ingerêncianos assuntos internos de qualquer pais».E para comprovar as actividades de espionagem dos funcionários diplomáticosnorte-americanos em Teerão, os estudantes da guarda Pasdaram publicaram umlivro que contém diversos documentos comprovativos dessas mesmas

Page 44: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

actividades. Contudo esse livro ainda não teve saída nos meios da imprensaocidental. Porquê? Não conterá pontos comprovativos dessa esp*onagem?AS PROVAS DA ESPIONAGEMQuando Saunders o «Subsecretário de Estado norteamericano para os assuntos doMédio-Oriente> por Intermédio daquela célebre chamada telefónica que ligouTeerão a Washington durante três horas no dia do cerco à Embaixada soube que oedifício central da representação diplomática estava prestes a ser tomado,autorizou a destruição dos documentos ultra-secretos na posse do pessoal da Em-Os estudantes iranianos ãada Americana em Teei do documentos sobre as das pelaCIA no seu pái capa aqui reproduzimosbaixada. Contudo grande parte dos documentos em questão não se encontravamno edifício onde estavam confinados os funcionários na altura da <ordem deSaunders»,,enquanto que por outro lado não haia tempo para te destruir toda umapilha de documentos que embora não sendo «ultra. também eram secrotos.Do documento «367u datado de Janeiro de 1975 a partir do Departamento deEstado norte-americano e onde se contém o plano secreto de pressão o contrôlesobre o governo do Xá, passando por telegramas secretos de Washington para aEmbaixada em Teerão já datados de 77 e versando pormenores de emergência doprograma, até a relatórios de nomeação de-agentes especiais> para a represen. tação diplomática mesmo depois da queda doXá sem esquecer comunicacões sobre diligências para a concessão de asilo não sóao Xá mas também a homens de negócios iranianos que pretendiam tambémtransferir alguns valores investidos, até um novo programa de actuação e pressãopara um Irão p6s-revolução, descobertos pelos estudantes. Publicados nesse livreprova de longe o envolvimento- dos di-que lideraram a ocupação da E? ,ão acabam de editar um livro co actividades deespionagem dcsem Is através daquela Embaixada eplomatas americanos em Teerã actividades de espionagem.Chega-se portanto à conclu que antes dos estudantes iran com o apoio doConselho Reva nário iraniano terem violado a das Nações Unidas ao ocuparEmbaixada americana, já há mui nham os Estados Unidos, atravêi se mesmaEmbaixada, violado a ta das Nações Unidas com as dados de espionagem bemevid em que se envolveram.Claro que uma violação prece não justifica uma segunda vie por parte da vítimacomo se re a actuação dos ingénuos estgd Iranianos. Contudo, para se comi deresta emotiva reacção popuai tra a grande potência yanque, hi atender não só isactividades naquele pais, mas tambm à nt do poder que desencadeou a n ção-AS ORIGENS DA REVOLUÇÃOPara quem se ,1 "oueo da situação Iro naos últimosTEMPO N.'

Dois dos documentos secretos descobertos na Embaixada Americana em Teerãrícano de vressío ao governo do Xd de modo a transform-d.lo em representante-Oriente. A direita, um telegrama secreto da Embaixada Americana para a Se.,hington falando na necessidade de considerar a versatilidadc daquele plano. Erespectivamente. Contudo, outros documentos, como fichas de agentes secretos

Page 45: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

foram encontrados e estão incluidos no livro publicado pelos'dificil prever, senão comprovar ,mesmo a actuação da CIA em vários domíniosda vida social e política do país persa. Aliás, como é prática corrente, a CIAfunciona sempre ao nível da defesa dos interesses das multinacionais norte-americanas em qualquer que seja o pais em -que elas tenham largos e revelantespotenciais de capi. tal investidos. E no Irão, a presença dessas multinacionais eravincadamente manifesta.Para um grande sector do público norte-americano, bem como de vários paísesocidentais em geral, a tepentina e ostensiva reacção popular contra os EUAsurgiu-lhes como uma surpresa de velhaca ingratidãq: aLogo os iranianos quetanto por cá andavam a estudar, dum país onde os homens de negóciosamericanos tanto investiram, levando tanta tecnologia e bem-estar em troca depetróleo tão bem pago,? Para alguns norte-americanos, tal como para todos oscolonialistas, a actividade das multinacionais no Irão não constituía senão umbeneficio para o pais, ,<porque com elas tra-ziam o progresso». Não importava a dependência ~tcológica, a invasão cultural, orebentar das velhas tradições que acompanhavam a cultura nacional que em lugarde lograr avanços era pura e simplesmente substituída pela cultura de consumoocidental, o degradar da vida no campo, a repressão pública desencadeada pela«Savak» do Xá que nunca teria atingido níveis de sofisticação tão elevados se nãofosse o apoio efectivo da CIA, nem tão pouco a destruição da própria pequenaburguesia iraniana (a bureguesia Bazar), que ia vendo os mercados das suaspequenas casas comerciais a serem ueurpados pelas grandes multinadonaisamericanas e os seus postos da trabalho como profissionais, ocupados porexperientes e competentes técnicos estrangeiros.Ao lado do Xá e das multinacionais nortemericanas guardadas pela CIA atravésda Embaixada, e no só, restava apenas uma reduzida aristocracio nacional queculturalmente já nada tinha a ver com o Povo Iraniano.o: à esquerda, o plano secreto amedos interesses americanos no Médiocretaria deEstado dos EUA em Waçstes documentos datam de 1975 e 77 documentos pós-revolução também estudantesA própria religião nacional, que na. maior parte dos países sob governosreaccionários, como é o caso da Arábia Saudita do rei Khaleb, está ao' lado dopoder e da aristocracia, éu contrava-se no caso do Irão do Xá em plena oposiçãoactiva pela defesa das tradições culturais ligadas às quais se encontram osprincípios em que se fundamenta a prática do Corão.Num país de profundas tradições religiosas em que não só o campesinato masmesmo o próprio operário é crente e praticante, e em que a iqreja se opõe aopoder institucionalizado em, nome do credo nacional, é evidente que não vaicaber aos movimentos políticos da oposição, por muito que oles se encontremrepresentados no meio dos sectores operários e intelctuais politizados, a tarefa demobilizar o levantamento de massas.Para além de um movimento de massas para o derrube da ditadura, pare além deum golpe de estado com coasequências sociais, passa a ser um levantamentoreligioso com consequênclas políticas.TEMPO N.~ 489 - pág. 48

Page 46: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

REEXAI4I- 14S-IEM NILITAR CõOPEIU'ZCN RELAIONSUI, 20 ENSUREEZ S U! T 2 T ;, COSzX ST ' Wi2 ?URLC 15w "-92.-ENCOURAGE GOI T0 ACCE? INCRA8E REBONSIBILITT vMaDEVEI0PENT OF INPROVED NILITARY NNA~GENENT, PLA ING, ANDINTERNAL STA1FING.TECMIIE WITH TH ULTINATE DEPENDENCEOBJECTIVE OF ELINATNGAAff~ OU US 14LITARYADVICE AND ASSISTANCE.-- MAINTAIN U OVERILI TI RZeIns Au'I"ccESS TO IKANIMA PORTS vORNAVAL SHIP1.IV. : ,'TENANCE O I1511ALNCED POSTURE IN REGIONAL AFFAIRS.-- ENCOURAGE ,THE CONTINUATION OF IRM<S ALANCO8 APPKOACUTO ARAB-ISRAELI AFFAIRE AND ITS 8 ORT OR OUR ID~1E EASTPEACE NEGOTIATIONS.-- ENCOURAGE, THE MAINTENANCE OF A MOS1TIVE IRMNIANRELATIONSHIP WITH ISRAEL, INCLIUDING Ail GIL UP1LT LINK.-- MAINTAIN IRAN'S O PPOSITIO1 TO 'PAISTAN REPROCESSING.-- SUPPORT IRAN'O COOPEDATUGN WIT2 BAUDI ARABIA, OHAN, ANDOTHER ARABIAR PENZNSULK 21AT8'ON PERSIA GU RELEVANTSECURITY, XEEPING INFOED ON ,Sffl X SECURITr DEV£ELPMENTBIN IRA wKÊX* AND IRAN'S OTUER REGIONAL NEIGHBORS.ENCOURAGE--iEDcS N' A CONTINUATION 0F RUEPONSIDLE IRNIAl,COOPERATION WITH AFGHANISTAN, PAXISTAR, 1.50 ZNDIA IH BOH0PLITICkL AND ECONOMIC SPRERES.luHBSS 2i1 5K . ÉEII: ACTZION socaSTAIL MumeI-* .O. 11652, 0S8ANlO?, MMOK, nI% a, /77 8 T&1 22112?i to) p BUAIE 29548Bê 1. lE NoTE 11211 APPRCALON0EIlUm1 8 r80012o11KMCM2 91A=~EII 01 0011. AND 0~r10018 S6DD NO? E 13F IXEP KD OR IU6TR. NU NAVE 1511D III C 10 . SEI MAU. ORTE lu aE e.IN 1L .55 0 NU 3 I .1 1.1 AREH OC ZALIICALLY ACASsVAIM.A AM A80 OUM1 C1NTRA CONCERSTA" AMO IxRESTS, R , . 02 MODIVt NDZW!eI' THI S TKIUEN T~ *588111 RODOUNT RECENIELOE1 ALI TLT 1.iD I20C9GETINS 0 VIA'- OUR00551<1 ^0 DAÚS111 OIJEcIXVE 00011 10 IE. TINfiE 10110146 A101.1 mrEiAIEEN IR1 1116 1011? IEO 'IR 16111 D.2. "GI TEXT. Z. A 8USTAIesD VOLIICAL/ ONICEELTICHZP BUILT UP1N IrCqO&1T C1IOESCR. AD NOTUALREEPECI.Dc.JNI O/ jCI9/77,J/SW . CM: JCNIK1o11/<w

Noticiário africanoAFRICA DO SUL: CORRIDA

Page 47: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

AO ARMAMENTOO jornal sul-africano «Sunday Times» afirmou numa sua recente edição que doano passado para o-corrente o orçamento militar do país excedeu em mais. deduzentos milhões de dólares o montante previamente estipulado. Este incremèntobélico das forças armadas «boers», que ultrapassa mesmo as metas fiscaisprevistas, surge do apoio em armamento oferecido por inúmeros paísescapitalistas ocidentais à Africa do Sul como acontece com os Estados Unidos cujogoverno foi recentemente denunciado pelo Comité especial Contra o Apartheiddas Nações Unidas por violação ao embargo de armas decretado pelo Conselho deSegurança da ONU.NAMiBIA:CRESCE ACTIVIDADE GUERRILHEIRA«Jammie Geldemhuys» comandante das forças sul-africanas estacionadas naNamíbia, afirmou recentemente quando o explodir de uma mina na estrada deKaokoland provocou a mor-Guerrilheiros do SWAPO. hraçoarmado do Povo namnbjute de 4 pessoas, que os guerrilheiros da SWAPO haviam intensificado as suasacções no nordeste do territó-Prem Chand comandante das forças da ONU para a Namibia acaba entretanto dechegar a Windhoek após ter visitado a Zâmbia e Angola.QUÉNIA:APOIOAS .cEMERGÊNCIAS» DOS EUAO presidente queniano Arap Moi negou no passado dia 13 em Bona onTde seencontrava em visita oficial, que o seu governo tenha autorizado aoPRESIDENTE UGANDÊS DEMITE MINISTROGodfrey Binaisa, actual presidente do Uganda, acaba de demitir na noite dopassado dia 9 do corrente, o seu Ministro do Interior Paul Niwanga, ao mesmotempo em que mandava nbertar o director 'do jornal «Uganda Ti-mes» que havia sido preso pouco antes por ordem de Mwanga. O ex-ministro foi,por sua vez, colocado por Binaisa como Embaixador do Uganda nas NaçõesUnidas. A substituir Paul Mwangá encontra-se neste momento o Ministro doTrabalho, até que seja procedida a nova. nomeação ministerial.Recentenente o Ministério do Interior ugandês havia iniciado uma campanha deintimidação, contra diversos órgãos, d.ç informação, que acusava de terem"veiculado informações erradas sobre a morte de três soldados tanzanianos.UM NOVO GOVERNONO BENIMAcaba de ser anunciada a constituição do novo governo constitucional aprovadopela Assembleia Popular Revolucionária do Benim. O novo governo terá, oitoministérios, ficando o ministério. da defesa nacional a cargo do Presidente daRepública, Mathieu Kerekou.KAOLZA DE ARRIAGANO PAISDO APARTHEID

Page 48: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Chegou no passado dia 12'do corrente à cidade sul-africana de Joanesburgo,Kaúiza de Arriaga o general português de ultradireita fascista que serviu emMoçambique o deposto governo fascista dos ditadores Salazar e Caetano como,Comandante-em-Chefe das tropas coloniais portuguesas.Kaúlza chega à Africa do Sul para uma visita oficial de 10 dias,'como Presidentedo «MIRN» partido político da ultradireita fascista portuguesa a convite dasautoridades sul-africanas para um «especial contacto» com a comunidade deemigrantes e colonos portuguses fugidos de Moçambique e Angola.TlIIPO N. 489-pãg. 49

Rodésia:imagens da vidada ColóniaFinda a eleição unipartidária dos seus vinte colonos com lugar fixo no Parlamentodo Zimbabwe, o Governo britânico acaba de muitoifleumatica. mente se opor auma visita de trabalhos do Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas àsua última colónia africana, a Rodésia. Muito à maneira dos governos fascistas dotempo do colonialismo portaguês, o governo britânico proibiu ainda a vinda deuma delegação de observadores da OUA às ,eleições livres da Rodésia»',indigitada pela última sessão do Conselho de Ministros da Organização daUnidade Africana.Ao mesmo tempo em que a nivel internacional o gabinete de descolonizaçãobritânico vai desafivelando esta drástica face, no interior da «Rodésia do Sul emtransição para a Indopendência-i insólitos acontecimentos vão tomando lugar:cerca de três mil soldados, usando uniformes do exército rodesiano, mas falandoAfrikander e recusando-se a revelar a sua proveniência, entram no territórioenquanto um membro do Comité Central da ZANU (FP) é detido no aeroporto deSalisbúria, a sua bagagem de mão aberta e uma carta do Presidente Ro. bertMugabe para o governo da República Popular de Moçambique violada efotocopiada pela polícia aduaneira das forças rebeldes rodesianas.Torna-se progressivamente claro o envolvimento do alto comissariado britânicona Rodésia chefiado por Lord Soamos nestas manobras atentatórias dos Acordosde Londres.Fotos deALVES GOMES . .. ..TEMPO N.~ 489- pág. 50

Entre dols velhos senhores da Frente Rødesiam, lan Smith fala.na si?,t campanhaeleitoral para os vinte lugares, do Parlamento rodeslano exclusivamente p a r a"'brancos.Aspecto da 'assistýncia da campanha elcitoral as.6 para brancos» do partido delan Smifh.salda da campanha eleltoral do senhor > Smith, celebrada nuina sala coniureservadøs direitos de admissiLo», a finica segnramýa døs derreados colonosresta ainda na esDingarda om +rA»spori,», ø dedicado sóldadø sul-airicano.Salisbilria hoje: um pouco de «far-west»,

Page 49: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

onde, contudo, as pistolas, nos coldres e os fuz1s contrastain com o facto de ossenhores seus portad ores, (ao, contrårio dos råstkos e legendårlos cowbovs),.serem tAo delicados. Ou se-rå que é avenas fogo de vista, da moda lanjýåda pelosamigos sul-africanos?TEIMPO N. 489 - Påg. 51

. dos leitoresMILJCIAS PREPOTENTESMoro nas Mahotas (Laulane) e apanho normalmente a carreira n.° 29 dos TPU aqual embora*regular, tem servido as populaçoes que saem da Aldeia dos Pescadores para aBaixa via Mahotas e vice-versa.No dia 8/1/80, aconteceu um caso lamentável. Estávamos à espera do autocarroque nos iria levar aos nossos locais de trabalho e nisto aparece um em sentidocontrário. Como estava muita gente na paragem fizemos ligações. Qual não foi omeu espan to! Quando chegámos ao contrôle da Costa do Sol, dois miliciasentram para o autocarro, um dos passageiros sugere que: «seria bom que saíssemdo autocarro para o mesmo arrancar porque estamos a atrasar e já são 6,35 algunsde nós aqui entram às 7 horas e outros às 7,30. «Vejamos a resposta do milícia»:«se não queres atrasar compras um carro só para ti». E o passageiros sem maldadenas suas palavras disse: «o carro que comprei é este em que estou». OsMilíciassairam do autocarro e nós pensávamos que eles tinham compreendido.De regresso, já em direcção à Baixa, o autocarro pára no mesmo local para seproceder à habitual revista dos BIs mas desta vez quando os milícias entrarampara o autocarro, já não eram os BIs que eles queriam mas sim aquele senhor queestava a falar com eles e pedem ao mesmo para os acompanhar. Como ele serecusasse a sair do autocarro eles ameaçaram de o mesmo não poder arrancar dali.O passageiro fez-lhes ver que tinha de entrar ao serviço às 7,30 e naquela álturaeram 6.50. Nem com isso aceitaram e foram até ao ponto de dizer que se fossenecessário eles dariam uma guia para ele se apresentar no serviço ao que opassageiro respondeu dizendo que não era da guia que necessitava mas sim dechegar a tempo ao serviço. Mesmo assim não quiseram compreender aspreocupações daquele, trabalhador e mandaram-no descer. É de salientar que unsdias depois, encontrei-me com o referido trabalhador o qual me disse que otinham deixado ir no mesmo dia mas já tarde. Embora tenha apanhado outroTEMPO N." 489-pág. 52PÃO MEIO-INTEGRAL EM NAMPULAQuero-me referir sobre a maneira como o pão está a ser feito na cidade deNampula. Ora, como é do conhecimento de todos, o pão passou a ser fabricadomeio integral.O pão verdadeiramente meio integral, diga-se de passagem não é mau. Masquando se procura imitar o meio-integral 'que não chega a sê-lo, aí então torna-seintragável. O que acontece em Nampula é exactamente isso. Faz«se um pãoescuro com péssimo aspecto, mal cheiroso, duro como a pedra, azedo, e diz-seque aquilo é o chamado pão meio-integral. Mentira! De maneira alguma o pão

Page 50: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

meio-integral é azedo. O que quero deixar claro é que o pão em Nampula épéssimo e não está a ser preparado como devia ser.Felisberto Mandovelaautocarro não conseguiu cumprir com o horário estabelecido no seu local detrabalho. Segundo o mesmo, a intenção deles era de o fazer atrasar para ter juízo enão voltar a discutir porque o povo é que os escolheu.Pergunto eu: foi o povo que os ensinou a maltratar as pessoas? Foi o Povo que osinstruiu e distribuíu guias para eles passarem a pessoas que se atrasam por culpadeles? Penso que não. Eles servem-se do povo para criar um ambiente deinsegurança social no próprio povo. Eu considero a estes, não milícias mas simsabotadores da Produção e por consequêncr»,in sabotadores da economianacional,Não me estou a referir aos milícias em geral, mas sim àcueles dois e a outros queprocedem do mesmo modo que aqueles. Queria apelar por meio desta, à entidaderesponsável pelos milícias para que eduque aqueles milícias no sentido desaberem respeitar o povo que os escolheu.Henrique Virinute Mazivila Maputo

SAPATOS NOVOS PARA QUATRO DIASFoi r ecisamente no dia, 12/ /12/79 que eu saí do meu local de residência comdestino à cidade de Maputo a fim de ir fazer compras de sapatos ie outros artigos.Quando lá cheguei tive que esperar pela abertura das cantinas e lojas. Após aabertura destas, fiz compras de algumas coisas de que necessitava.Depois destas dirigi-me às sapatarias onde não encontrava sapatos ao meu gosto.Por último dirigi-me directamente à sapataria Beruth que se encontra na Av.Eduardo Mondlane, 1930 Maputo, onde encontrei sapatos que mais ou menosgostava, desconhecendo que eram sapatos muito mal cos'dos. Até não estavamcosidos, mas sim estavam colados.Mas quando eu vi estes sapatos pensei que estivessem cosidos com linha. Entãoeu perguntei o preço. Disseram-me que era 1200$00; e mais uma vez indaguei aoempregado se podia experimentar calçados.Este disse que poderia experimentar. Então eu experimentei e vi que me serviam.Então, o tal senhor disse que poderia dirigir-me ao balcão onde se encontrava unasenhora para pagar os tais sapatos.Quando cheguei ao balcão logo vi o seguinte aviso: Não admitimos nenhumadevolução nesta sapataria. Obrigado.A tal senhora que se encontrava na sapataria embrulhou os sapatos e cobrou-meos 1200$00. Então saí da sapataria. Entretanto eu escrevo esta carta à revista«Tempo» porquePATA R 1Aeu quando comprei os sapatos só os usei 4 dias e ficaram totalmente descolados.Portanto a minha intenção ao escrever esta carta é de criticar esta sapataria tantocomo outras que têm os mesmos hábitos da sapataria Beruth: Um trabalho queexplora o povo. Eu penso que os nossos dirigentes têm falado sobre todos sectoresde trabalho.Jorge Gulamo Manasse

Page 51: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Elemento das FPLMBoane - MaputoPRIVILÉGIOS NA COMPRA DA «TEMPO»Nunca vi uma coisa igual! Foi precisamente no dia 4 de Fevereiro de 1980 quedirigi-me com o meu amigo Abdul Cadir para a cantina do senhor Massimandoloque fica no distrito de Honioíne na Província de Inhambane, a fim de irmoscomprar uma revista «Tempo» que tinha como titulo «Mugabe em Salisbúria>.Quando chegámos perguntámos ao proprietário da loja se haviam «Tempos» ounão, e ele respondeu-nos que sim, havia, mas o vendedor tinha saído com todos os«Tempos» para ir vender lá fora.Nisto salmos da loja. Aos 7 passos vimos o homem com revistas que andava avender e corremos atrás dele.Quando chegámos junto dele eu disse que queria compraruma revista «Tempo» e ele respondeu-me assim: Primeiro vou vender aos meusamigos só depois de restarem é que posso vender a ti. E eu perguntei-lhe afinal asrevistas são privilégios para somente os teus amigos? E quem não é teu amigo nãopode comprar? Ele disse-me que só vendia «Tempos» para quem jurou morrercom o «Tempo» nas mãos. Mais outra vez perguntei: Quem são esses? Elerespondeu-me que pode andar atrás de mim se quiserem dialogar comigo nemsequer um «Tempo» não apanhará e disse-me que depois de acabar de vender aosamigos dele queria levar o resto dos «Tempos» e mandá-los para a Maxixe. Eurespondi ao homem quetambém queria jurar morrercom o «Tempo» nas mãos como aqueles,, e perguntei ao homem como é quepodia fazer. Ele só virou as costas e foi-se embora e não chegou de me respondermais.Agora eu pergunto: afinal há uma classe na compra da revista «Tempo»? Estarácerto aquilo que o homem respondeu?Nós que não jurámos no momento em que juraram aqueles, não temos direito dereceber revistas?Afinal onde é que nós havemos de ler aquilo que se passa no nosso pais uma vezque não temos Rádios?Agradeço muito saber se é ele que tinha razão ou se era eu.André Sabino Joí. VossaHomoíne - InhambaneT.... TEMPO N." 489-. pág. 53

1~ROMOS DE XAI-XAIFoi no dia 20 de Novembro de 1979, que fui para o Xai-Xai a fim de irmatricular-me na escola. Quando saí da escola fui directamente à terminal daROMOS. Quando lá cheguei encontrei o cobrador a vender bilhetes da carreiraque era para sair às 12 ho-, ras ou 13 horas.Comprámos os bilhetes eram já 10 horas e ficámos até às 11,30 horas altura emque o motorista levou o carro para o sitio onde estavam sentados os passageiros a

Page 52: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

fim de fazer o carregamento dar bagagens. Depois do carregamento o motoristaviu que o carro não estava bom e disse aos mecânicos para arranjarem a avariaque o carro tinha. Mas estes não se interessaram. Estivemos ali até às 16 horasquando o carro devia sair às 12 ou 13 horas apcçar da pressão que o cobrador e omotorista faziam sobre os mecniccs. Estes em vez de arranjarem o carro estavama dancar makuayela.Senhores mecânicos, será que todas as pessoas que estavam ali a sofrer de fome,não são nada para vocês? Senhores mecânicos da ROMOS em Xai-Xai, oliberalismo não é bom!...Para terminar apelo às estru luras da ROMOS em Xai-Xai para oue tomemmed'las severa. contra estes preguiçosos e indisciplinados e para pôr termo a estadesa.-trosa situação.Joaquim F. SimbineCOMO FORAM AS DUAS GUERRAS MUNDIAIS?Por uma preocupação de aumento de conhecimentos políticos, achei melhorescrever para os leitores da «Tempo» pedindo um esclarecimento correcto sobre aI e a IIGuerras Mundiais.Através de amigos tenho recebido explicação da II mas não muito clara. Comosurgiu esta guerra? Que povos participaram nessa luta? Quem saiu vitorioso?Quantos anos levou? De quando a quando? Para a segunda guerra mundial, tenhoouvido falar de que o dirigente máximo dessa guerra era um senhor chamadoHitler, um alemão. Esta, tendo abrangido a França, Polónia e União Soviética. Odirigente Hitler, quando ouviu que os Russos estavam ao seu encontro, disse ao -eu colega: «Eu mato-me e depois queima-me para eles não enterrarem o meucadáver. E fizeram-lhe a sua vontade.Mas aqui a explicação não está completa. Por isso apelo a todos os leitores da«Tempo» que me esclareçam melhor da 1.1 guerra mun lial, não se esquecendotambém de falar sobre a Segunda Guerra Mundial.Cá aguardo a vossa contribuição.Tania TaniaCabo DelgadoN.R. - Tanto a primeira como a segunda guerra mundial (que grandementeinfluenciaram a vida política e económica do mundo na primeira metade desteséculo) sê revelaram como a eclosão de grandes conflitos no seio doimperialismo, conflitos entre impérios.Em Junho do ano de 1914, um incidente de rua, o assassinato do arquiduqueherdeiro do Império Austro-Húngaro (Império europeu que na altura incluía aAustria, Hungria, Checoslováquia e grande parte do norte da Jugoslávia) emSarajevo capital da então Sérvia que hoje se encontra englobada na RepúblicaFederativa da Jugoslávia, desencadeia o eclodir de uma guerra que vai opor osgrandes impérios europeus de altura - a Alemanha, o Imério Austro-Hincqaro e oImpério Otomano (que com base na actual Turquia ocupava toda a penínsulaarába o que incluía as actuais Síria, Jordânia, Palestina, Líbano, Iraque ArábiaSaudita, entre outros) a grande parte dos países europeus.Mais tarde juntaram-se à frente dos aliados europeus (França Inglaterra, Bélgica.Rússia entre outros) a Itália, a Roménia, o Japão e os Estados Unidos. O

Page 53: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

resultado-depois de 4 anos de intensos combates em terra e no mar que seestenderam de 1914 a 1918, foi a derrota da alianca Alemã - A.stro.imqara eOtomana com a nn«terior destruição do Império Otomano que passou a restringir-seCOPO DE ÁGUA Só AO ALMOÇOFoi no dia 10-1-80. Regressa- saber se a carreira tinha che- parecia brasas, ecom a garva eu, de férias. Tinha ido pas- gado Disseram-me para aguar- gantaseca fui para o restauransar as férias em Lichinga e no dar porque era a únicacarreira e que se encontra em cima no regresso passei pela província queembarcava os passageiros 1.o andar na estação e pedide Sofala, a fim de apanhar a de Chimoio/Beira/Chimoio pe- água.carreira da «ROMOC» que par- Jo que também não podia cor- E oempregado respondeu:te às 13.00 horas para o Chi- tar os bilhetes porque a car- ~Só sai água comalmomoio, província de Manica on- reira ainda não chegara. Isto ço!... deresido, compreendi. Agora pergunto: num lugarCheguei às 12 horas à esta- Como tinha sede com aquele público como é naestação dação da «ROMOC» e procurei calor insuportável, que mais «ROMOC»,com muita gente àTEMPO N.' 489 - pág- 54Iij

à actual Turquia, e o absoluto desaparecimento do Império Austro-Húngaro quese desmembrou no que é hoje a Austria, Hunria, Checoslováquia, Jugoslávia eBulqária.Em: Africa a 1 .1 guerra mundial trouxe-nos a entregadas então colónias alemãs ao Império britânico como foi o caso da Tanzania e daNamíbia.Em 19 18 a Rússia assiste à Revolução Bolchevíque com a capitulação do Czar ea instituição do primeiro estado socialista da humanidade, a União ds RepúblicasSoCialistas Soviéticas.A Segunda Guerra Mundial surge com o desencadear de sítuações políticasrelativamente diferentes e que se reflectem no aparecimento em força da ideologiafascista na Europa. Na Alemanha, o Partido Nacional-Socialista liderado porAdolfò Hitler que acreditava na superioridade da raça ariana sobre todas as outrasraças do mundo, proclama a ideologia Nazi e a conquista do Mundo inteiro. NaItália, o Partido Fascista de Mussolini no poder alia-se à Alemanha de Hitler parapartilhar a Europa. OÓ Japão imperial que quer estender o seu podero sobre todoo Oriente também se alia a Hitler. O primeiro pais a ser ocupado pelo exércitoalemão é a Áustria mas logo a seguir surge em cadeia a ocupação da Polónia e degrande parte dos restantes países europeus que se haviam aliado contra a invasãoalemã e que incluíam a Inglaterra, a França, a Bélgica, a Noruega, a Polónia,Dinamarca, Bélgica entre outros. A Rússia da União Soviética que havia primeiro

Page 54: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

assinado um acordo de paz com Hitler vê contudo o seu território invadido pelasambiciosas tropas alemãs.O exército da Alemanha nazi chegou a ocupar quase toda a Europa com aexcepção da Inglaterra, do sul da França, da Rússia a Oeste de Moscovo, e daEspanha, Suécia, Turquia, Suíça e Portugal que se declararam neutros. A entradados Estados Unidos no conflito, a contra-ofensiva do exército vermelho cia UniãoSoviética e o reforço da capacidade militar dos ingleses vai permitir aos aliadosdestruir o poderio militar dos Nazis alemães, trazer a capitulação de Mussolini naItália e a destruição do Império Japonês.A entrada dos exércitos aliados em Berlim, capital alemã, Hitler não foiencontrado, e, a descoberta de alguns corpos Carbnnizado- na sua sede leva defacto a crer que, tal como o leitor diz, o líder nazi tenha pedido para sercarbonizado depois c&. se suicidar antes da entrada dos exércitos aliados emBerlim.A Segunda Grande-Guerra desenrolou-se de 1938 a1945.PÃOA QUATRO ESCUDOSNos dias 31/12/79 e 1/1/80 Passei os festeios do Ano Novo na localidade deMuvituri distrito de Pemba Província de Cabo Delgado.Pelas 21 horas do dia 1/1/80 entrei na Padaria sita nesta localidade, onde pedi queme vendessem três pães.Deram-me três pães e paguei por uma nota de cinquenta escudos tendo recebido38$00 de troco. Fiquei bastante admirado pensando que aquele jovem empregadotinha-se enganado nos trocos. Perguntei quanto custava cnda pão? Em respostadisse 4$00 cada, portanto, três pães são 12$.Uma ve:z mais perguntei as razões de ve der a esse preco! Este jovem disk: queestes pães são da O.J.M. e não desta Padaria, visto que pretendemos angariarfundos para esta Organização, portanto se o companheiro não quiser comprarpode deixar.Por esta razão queria contribuir para essa Organização de Massas da localidade deMuvifuri que não poderia vender ao público no mesmo balcão onde se costumacomprar a 2$50 e não 4$00 cada.Poderia construir pequenas barracas com palha de coqueiro organizando assimfeiras, rifas e outras coisas que possam angariar fundos e não revender pães a4$00 cada enquanto que a população compra no mesmo balcão da Padaria a'2$50cada pão!-.André SaldeCabo Delgadoespera da carreira, senhoras com crianças que não resistem à sede como nós osadultos, como ficam essas pessoas? - A meu ver estas atitudes condeno-as, emparticular o servente do balcão que estava de serviço no dia 10-1-80 noreStaurante da estação da <ROMOC».Miguel Finish KunumaElemento das FPLM ManicaARBITROS DE SOCAS,Foi precisamente no dia 23/ campo munidos de equipamento

Page 55: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

/12/79 que tive a oportunl',ade não próprio, isto é, calças, camide assirtir ao jogode futebol cn- sas, socas etc. tre a Farpol e as FPLM cm Chi- Eu pergunto:Qual é a nossamocio, organização no niovo tipo de, desInfelizmente amigosleitores fi- porto?quei muito admirado por ter vis- Pacio PjIeSto c;3 três árbitros entrarem noTEMO, 489 - páêg55

...-....~ r ~ i~.n.....;;;S;n;ifl:Sfl$i$.;.ga~.Sg._____________________________________MATEMÁTICA: UMA CIfNCIA NIIEUTRA?.. . . .. ........... ...........Não pretendo discutir se dois e dois são quatro tanto no socialismo como nocapitalismo.Dois e dois são quatro em toda a parte do mundo em todos os sistemas sociais.Mas se a esta soma de quatro se acrescenta a palavra «Mirage» ou se lheacrescenta a palavra «saco de batata», então já pretendo discutir se isso é Igualtanto no capitalismo como no socialismo.A mm não me teria dado vantagem alguma ter aprendido que dois e dois sãoquatro se eu não precisasse de utilizar esse número na minha vida real. É assim: amatemática só me interessa porque dela preciso para a minha vida real. E a minhavida tem um sentido político e social diferente da vida de um capitalista. Resumo:eu utilizo o número quatro num sentido e o dono da General Motors utiliza essenúmero com um sentido radicalmente diferente.Mais concretamente. A Matemática que nos foi ensinada no tempo colonialinculcava, subtilmente, a ideia, da exploração. A actual matemática que se ensinanas escolas, inculca, a ideia da libertação. Com a diferença de o fazer elaramente.Porque nós afirmamos claramente que a Matemática é uma ciência e como ciênciaestá ao serviço de uma classe.Agarro no livro de Matemática colo. inial e leio o seguinte problema:«Indicar o conjunto de províncias Portuguesas em Africa«Com dados extraídos doAnuário Estatístico das Províncias Ultramarinas, relativo a 1970, sobre avelocidade do vento, constrói um gráfico de barras, em papel milimétrico»«Na compra de uma colecção de selos do ultramar, gastou-se....uTraduz matematicamente a frase: Lourenço Marques é uma cidade portuguesa...Como s vê aqui, claramente, o conceito de colonialismo e a sua defesa &R*sistematicamente focados para que se tornem naturais e se radi. queminconscientemente na mente das crianças provocando-lhes a alienação política.Aqui o «sagrado principio de Portugal pluricontintal. aparecedlaramente expresso na Matemática.Continuemos as citações e vamos ver çomo a utilização colonial-capitalista daMatemática se estendem à alienação cultural, através da introdução de conceitosdesenraizados da nossa realidade:«0 conjunto das cidades do distrito de Santarém....a

Page 56: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

«0 conjunto de rios de Portugal ....«o conjunto das cidades portuguesas do continente....«0 conjunto dos reisportugueses da 2." Dinastia...»,A rotunda de Castelo do Queijo, no Porto...'.«A densidade populacional média, de alguns distritos portugueses...«Um aviãovai de Usboa à Ilha da Madeira.....Mas não só. Essa outra actividade que a burguesia. Insiste também nadater a ver com a política, porto, é também tema i para o moçambicano no nial daMatemática. CitiFazer um gráfico sobra nato Nacional de Futebol são em Portugal....,»«Na volta a PortugE «lota.. .Bem, isto são apenas grantes. Porque o fundo ou seja, a ideia da propr da,característica essenc talismo, da exploração c terra o dos prédios, era culcadaatravés dos inún mas colocados aos alunc piOs? Aí vão!«Em Lourenço Marque! lio tem uma casa alugada nos que lhe pagam me renda de4 000$00, 4 30i e t 200$00.«Com a aplicação da distributiva, determina o s to anual...»"Numa fazenda angola nheiro se apurou no neg&'Mário vendeu um prn teria custado 349( 385000$00....,«Um indivíduo compro e uma propriedade...."«Com viste ao empar< propriedade rústica agru terrenos.... Quantos hec novapropriedade do soaÉ citedo inúmeras vez propriedade privada doi das terras que se vai a anos,inculcando a mes nos.São também numeroi pios de problemas com carácter individualista (abanjamento), de dinheiro>dosaç o colompeoDivibicis fiaýlema, priva, capita da m inroblexem. AbiIquiliíte a 000$Sdadeuo die lhe,pma >rédio'te da se 3DM a I?ia da ios e :> dos'alaexemas de lo esmi que10 $]

corre em abundância, de prémios-po. cuniários a estudantes (espírito de rivalidadepara alcançar dinheiro de juros e lucros, com vista a fixar na mente um

Page 57: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

determinado modo de penser). A burguesia insiste que Matemática nada tem a vercom política mas eu continuo a citar:«Júlio obteve um prémio escolar em ílinheiro ....«Um comercianto europeu comprou e vendeu com um lucro de, 120/o».,«Vários indivíduos fizeram um nogócio...."A verdade é que a política em matemática colonial se estendia também àdiscriminação entre homens e mulheres:«Numa fábrica trabalham 25 homens o 15 mulheres... qual é a diária de cadahomem e de cada mulher?»> (A resposta é de 30 e 20 escudos respectivamente).«Numa fábrica, os homens ganham 45$00, as mulheres 30$00 e os aprendizes,15$00 diários....,,Claro, faltavam os pobres esses coitados! É necessário, portanto, desenvolverconceitos de moralidade burquesa e nem a Matemática escapa:«Uma quantia de 400$00 deve ser distribuída em partes iguais por 'uma certaquantidade de pobres....<Um certo número de amigos re. solveu ajudar um pobre dando-lhe 720S00 porano..«0 benfeitor resolveu distribuir uma certa quantia por uns tantos pobres...,Sem, cheqa de citações. Já nem ¥ale apena falar das clínicas privadas, das festasluxuosas etc. etc.O que citamos chega para demonsýrar como, ao ensinar-se «inocentemente, aMatemática aos alunos, cono através de números que integramideias, se instalava na cabeça das pessoas, os supremos valores burguese, a suaideologia. E é um facto que, inconscientemente ou não, os professoros iam aolongo dos anos, formando a mentalidade dos alunos neste tipo de pensamentos. Adeformação se transformava em natural convicção quando as crianças atingissema idade adulta.E os professores dificilmente podiam negar este processo ou ser a sua negação.Passava-se quase independentemente da sua vontade, e o facto de a sua educaçãoser em geral burguesa, dificultava uma compreensão científica do processo.H!STORICAMENTE A MATEMÂTICA....Claro, tínhamos de falar em histó ria. Porque, não é surpresa que a Matemáticativesse a função que acima descrevemos porque ela não estava isolada de umsistema. A Matemática nunca, teve uma dinâmica de desenvolvimento isolada dasociedade em que o seu uso e ensino se insere.Pois bem: historicamente, a matemÍtica é tão antiga como a sociedade. primitiva.Surqe. quando o homem ne. cessita de dividir os produtos da caça, pesca erecolecção pelos membros da sua horda e tribo. Era, contudo, muito elementarnessa época..las sociedades de exploração que se seguiram, a matemática evolui muito mas écom o aparecimento da burguesia e a revolução industrial que este ciência sofreum rande impulso. E a época em que a inovação científica obriga a matemática acrescer paralelamente de modo a dar resposta às solicitações dos cientistas, físi-coes, químicos, banqueiros e industri. ais.Cá, claro, também utilizaram a matemática. A «neutra» ciência foi uti. lizadadesde os tempos em que Vasco da Gama fazia contas relacionadas com a suaviagem a Moçambique.

Page 58: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

Não muito mais tarde, os escravos eram números matemáticos para se. remtrocados quan#.,> levados para as américas ou para as roças de São Tomé.UMA CIINCIA AO NOSSO SERVIÇOComo dissemos já, proclamamos abertamente, que a Matemática, enquantociência está ao serviço duma classe o que evolui mais ou munos rapidamente emfunção das solicitações que a sociedade lhe faz.Porque o Moçambique colonizado era utilizado para um determinado fim que édesnecessário repetir, o uso da matemática era restringido a esse fim. Falamos douso prático. E dizemo-lo porque o facto de terem existido muitos alunos que«detestavam» a matemática, resultava exactamente do fac to de a aprenderem emrelação a conceitos e para fins que nada tinham a ver com a realidade dessesmesmos alunos. Com efeito,- a «determinação matemática do conjunto de rios dePortugal, não tinha qualquer interesse prático o que dific'.iltava aos alunos acompreensão do conceito de «conjunto matemático-.Dai que a utilização da matemática no nosso país independente, crie as condiçõespara o seu desenvolvimente cabal.Tomemos para terminar um exemplo: Imaginemos que um engenheiro recebeatarefa de projectar a reconsttução duma ponte que foi destruída pelo exércitoracista rodesiano e que eíiste um problema q.ua ele não consegue resolver porquelhe falta um determinado dado matemático. Tendo a consciência da necessidadepolítica, social e económica da reconstrução dessa ponte ele sente necessidade deresolver aquele problema matemático. Inventará um novo sistema utilizandonovos dados matemáticos.É um eremplo apenas. No quotidia. no uma coisa é corta: É impossível determinarqualquer valor produtivo sem conhecimentos. Sem matemática.Carlos VilaresTEMPO N." 489 - pág. 57

Poesia temática (1)o -amor o um tear...Um homem e uma mulher: duas realidades físicas e morais que se juntam nasmais diversas circunstâncias. Na dor e na alegria, na guerra e na paz, no prazer eno dissabor.0 amnQr é, como diz um dos poetas aqui incluido, um tear. Um tear onde setecem as mais variadas experiências.Em todas as épocas, poetas de todos os continentes, canções de todos os povos,tentaram traduzir por palavras o AMOR. Aqui incluímos poesia de alg uns poetasmoçambicanos que trilham a mesma senda milenar. Simultaneamente com apresente colectânea, iniciamos a publicação de poemas subordinados a um mesmotema central e a que damos o nome de «Poesia Temática».AMARAmar é um prazer, se nós amamos Alguém que pode amar-nos e nos ama. Amaré um prazer, se por .nós chama Continuamente alguém que nós chamamos.Então a vida Inteira a rir levamos, o mesmo fogo ardente nos Inflama, E os ideaisda vida, o bem, a fama, mãos dadas pelo mundo procuramos.

Page 59: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

No encapelado mar desta existência, o amor é compulsiva Indulgência A culpaoriginal de nossos pais.Que resta ao homem, suprimido o amor? Buscar a morte p'ra fugir a dor, Tristeza,Indiferença - e nada mais.Rui de Noronha (1) In «Na noite grávida de punhais»TEMPO N. 489- pág. 58

POEMAOs bons fazedores de certos sonhostambém estão superiormente autorizados em Africa a escalar todas as mais belasmontanhas azuis do Mundo no deslumbrante itinerário de sumaúma dos femininosombros asfaltados de beijos masculinos como deve ser.Ou então na congénita loucura como poetas lúcidos eles aplicampremeditadamente um golpe-de-mão neste pesadelo.E ao deflagrar do grande paiol sabotado onde não houve só palavras nemunicamente só beijos o que é de facto poesia liberta a liberdade e fica maisAMORIJosé Cravirinha(Inédito) ' 1969MEU AMORPara sempre há agora em cada vela um barco nocturno com festa a bordo umgrande tumulto azul no coração do marpara sempre sei agora mudar no teu olhar a luz das estações acolher húmidas asasaos teus cabelos quando já Imóveis nossas mãos marginam a fadigapara sempre sei como um contorno se salva das ruínas da noite Quando openúltimo beijo coincide com o perímetro da cidade.para sempre agora o sol se ergue do horizonte ainda escurecendo a tua nuca aolado e o despertar do mundo se confunde no sonho com o rumor da tua respiraçío.Sebastião Alba1973In «O ritmo ,do presságio»TEMPO N." 489- p

AMORÉs o tear em que fabrico\a vida...Teodomiro Leite de Vasconcelos(Inédito) 1977CANÇõES1há nos teus olhos a tristeza de um rosto alagado de demora um silêncio deamora,« e a cor nos lábios por florir há um rio de Ir sanguetragicomer de riso o mangue2quando a água vier inocente brincar em tua grutasiincio maior que o silêncioquando o grito interior vibrar no sangue esquecimento3

Page 60: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

repousa amor que sobre o vento alastra o som e a água breve (estas ruas partemcolimando o corpo) sementela instanteo InfinitoLuis C. Patraquim (Inédito) 1978SEREMOS DOISNão me olhes assim Não é a ti que eu amo. Meu coração há muito se perdeu nosolhos e braços daquela a quem amo. Não me sorrias assim. Nada tenho para tedar. Meus sentimentos há muito se fundiram num mesmo sentimento com amulher que eu amo. Ela dá-me força e. vida coragem a vontade. Dá o mesmo aoutro homem para na terra sermos dois.Albino Magaia 1978 (Inédito)TEMPO N. 4a9- pâg. 60

Biblioteca doN.oCota11PARA TIConstruir um poemaalicerçado na lirica de um violino estereofinizado, era para mim a anarquizaçãodos meus sentimentos frágeis, transparentes.Afinal tudo é tão fácilL.. Conjugar o pensamento com o amor Perguntar: «o amor,afinal, é isto?» Habituarmo-nos ás pessoas, sofrermos com elasrirmo-nos com elase adivinharmos pelo jeito do seu pestanejar, o seu pensamento, o seu humor dehoje e amanhã? Sim, amar é precisamente isto. Adivinharmos o futuro,precavermo-nos dos humores, beijarmos a madrugada dos pensamentosperpetuarmos situações, sorrisos, a paciência e os braços. Ninguém, ou poucos,conservam as madrugadas dentro de si.Ninguém abre a persiana do apartamento para, à aurora, ver o sol romper abarreira das florestas de cimento porque, à priori, a achamos inquebrantável. Paranós, só as coisas naturais são destrutíveis, transponíveéis, inúteis, por Issoquebráveis. Mas eu digo que é natural estar aqui e agora a amar numa folha depapel. «Como se isso fosse possível», dirão É tanto possível que o meu amor vaiamarelecer esta folha conservando-a na intimidade, como ansiosa de gerar o meusemen noites após noites de paixão. Por isso nas cálidas manhãs de domingo onosso apartamento cheira a amor As coisas Inquebrantáveis têm e rigidez e ovigor do amor natural Por isso nós conservamos as primeiras madrugadas nasdiscussões, nos beijos, na felicidade, nos hábitos e, sei lá, nos feitiosTornamo-nos translúcidos e deixamos passar a luz e o calor do primeiro raio solar(afinal é esse primeiro raio que faz despertar o dia) porque nos banha o amornatural. Quer queiram, quer não, cheiramos o amor porque somps a eternamadrugada. Santana Afonso(Inédito) 1978TEMPO N." 489- pág. 61

Page 61: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

NOIVADOQuando se debruça da última estrela sobre o poço comunal onde foi localobrigatório para imposto de sede nas areias os seus lábios não cantamsimplesmente murmuram o canto em reminiscência tão recente como se fossenecessário que o sol acreditasse na verdade absoluta da juventude e não precisa deamparo a turgidez dos selos não precisa de outra luz a luz dos seus olhos nem deoutro perfume que o das flores começadas seus cabelos crespos e todaviaum rumorejado quase tranquilo alvoroço acontece e da profundeza das águasdescobertas sobe o pressentimento de um bafo que se aproxima e lhe faz erguer obusto e a cabeça aceitando a volúpia da manhã recém-nascida. Não é um faladochamamento ou um aviso que venha do além onde as origens se confundem quepela milésima vez angustiaria o coração se no lugar dela estivesse a jovem que foisua Vovó em desigual despertar sem água e ao som da corrida de cavalosmontados pelo Invasor. E no entanto é também um tropel mas suave e manso queassim a sobressalta musicado com o trinar de um pássaro visitando o mesmocaminho familiar e complacente. Ar.am-lhe os selos á coincidência do tropel e dotrinado confronta-se a luz dos olhos com a do sol esvoaça dos cabelos uma pétalade perfume e surge a confirmação.Poderia ser land-rover camioneta camião motorizada transportes que sem horáriocirculam pela rua principal e pelas outras de solo compactizado perpendiculares ecurvas em lógica e funcional simetria da aldeia e da machamba uma só unidade.Mas o que chega é apenas a carroça puxada por um burro e carregada de sacos demilho colhido comum. Guiardo-a e saltando com um sorriso livre e solene aqueleque o seu intimo desejo escolheu dias antes para companheiro de sempre. Opássaro desvia de súbito a, direcção do Inquieto voo pera o concreto destino dumcampo lavrado e semeado. A mão forte vinda espontânea e tímida estende.se nogesto que parece de tempo sem conta ao alongado consentimento da carícia na suamão. À vista distante de um tractor iniciando a programada tarefa um dilacerarcomo de primeiro parto da terra a que os dois pertencem no sentido contacto osune pela inadiável felicidade das palavras.Orlando Mendes(Inédito) 1979TEMPO N 489 - pág. 62

CONFIDÉNCIADiz o meu nome pronuncia.ocomo se as sílabas queimassem em teus lábios sopra-o com a suavidade de umaconfidência para que o escuro apeteça, para que se desatem os teus cabelos, paraque aconteça. Porque eu cresço para ti sou eu, dentro de ti, que bebe a última gotae te conduzo para um lugar sem tempo nem contorno. ýPorque apenas para osteus olhos sou gesto e cor e dentro de ti me recolho ferido exausto dos combatesem que a mim mesmo me venci. Porque a minha mão Infatigável procura oInterior e o avesso da aparência porque o tempo em que vivo morre de ser onteme é urgente inventar outra maneira de navegar outro rumo, outro pulsar para daresperança aos portos que aguardam pensativos. No húmido centro da noite diz o

Page 62: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

meu nome como se eu te fosse estranho como se fosse intruso para que eu mesmome desconheça e me sobressalte quando, suavemente, pronunciares o meu nome.Mia Couto(Inéd;to) 13-8-79(1) NOTARui de Noronha nasceu na (então) Lourenço Marqúes em 1909, tendo morrido em1943. Os seus poemas foram publicados dispersos no «Brado Africano» e numvolume intitulado «sonetos», numa edição da ex-Imprensa Central Minerva deLourenço Marques. Mário de Andrade, o organizador da antologia temáticadenominada «Na noite grávida de punhais» (livro que reúne poemas deMoçambique, Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde e São Tomé) refere-se ao poetacomo podendo ser considerado, juntamente com Costa Alegre (de São Tomé) dospercusores da literatura africana dos referidos países no domínio poético. Eacrescenta: «Rui de Noronha exprime, timidamente, nos anos trinta, os conflitossuscitados pela sociedade em que se desenrolou a sua existência. Sensível aoespectáculo daxpressão mas isolado na sua démarche (processo), prisioneiro do-seu misticismo, o poeta viveu o drama da sua impossível realização enquanto queassimilado. Traduz em tom brando de lamentação con templativa, a dor que lhecausava a vida das massas africanas, mas professa claramente a resignação. Ruide Noronha apela, à sua maneira para a libertação africana mas esteve, contudo,longe de lançar as bases de uma completa identificação com o seu povo.»TEMPO N." 489- pág. 63*1

PROBLEMA N. 27HORIZONTAIS - 1 - Seguiremos; também; símbolo 1 químico de oxigénio(gás). 2 - Concurso; recusa; artigo* pronome (plural). 3 - Irregularidade; entre nós. 4 - 2 Artigo (plural); unhas deave de rapina. 5 - Pronome pessoal; malicioso. 6 -t Consoantes de nega; que nãoé ajudado; apropriar-se fraudulosamente de. 7 - Conheci; 4 existes; elevado. 8 -Seguias viagem para; pais racista (sigla); mofar. 9 - Mas; para mim. 10 -Multidão de pessoas que formam uma nação; gosta muito. 11 - Aquele que naRPM simboliza a unidade nacional e representa a nação no plano interno einternacional; ,dá existência. 12 7- Suavidade (fig.); harmonia de conjunto.1 2 3 4 5 6 7 8 9101112VERTICAIS - 1- Marca dum camião muito usado naRPM; convido. 2 - Dor do nariz; no caso de. 3 - Em- 9 presa que segura os bensmóveis e imóveis na RPM; fá- 10 brica de parquetos e assentamentos, na cidadede Maputo.4 - Símbolo químico de selénio; o mesmo que maior (in- 1 vert.). 5 - Burrosselvagens; mãe do pai. 6 - Sala gran- 12 de; espécie de boi selvagem (invert.). 7 -Dotaras com oiro; o mesmo que a. 8 - Planta anual, da família das as- radamente ecom prazer. I 1- Basta!; partida (sem a teráceas. 9 - Taberna imunda (sem a últimaconsoante); última vogal). 12 - Estar fortemente unido; país, nome antigo da

Page 63: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

primeira nota musical; dois mil e quatroentos romanos. 10 - Forma do verbo ser;comera demo- Colaboração de Pinto MonteiroPRINCIPIODE PASCAL...- homem então o teu filho perdeu o ano? É verdade....-Como foi isso?- Foi simples. Perguntaram.lhe qual é o principio de Pascal, e ele respondeu que éum P....Colaboração de DomingosMalendje - MaputoMAOS E MÃES...-Dê-me 5 píos se faz favor.-Não se diz pãos mas sim pães. As palavras que terminam em cão» fazem o pluralem «ães», entendeu?-Sim.- Não precisa de um cesto para pô-los?-Não é preciso. Tenho aqui as minhas mães - respondeu o cliente mostrando asmãos.Colaboração de Obadias Muchanga MaputoTOSSE NOS OLHOS- ó compadre anda muito desaparecido.-Tenho andado doente. Imagine que há duas semanas atrás, tive uma constipaçio etosse que até atacou-me os olhos.- Poça! Isso deve ser ,oloroso estar a tossir pelos olhos.1 2 3 4 56 7 8 9101112 1 Fe1r V AL 145C.1p2u I c e < $5d5 46:HOO1~c.-.S2.G SIColaboração de Abdul Remane Maputo~ ~ ~ ~ ~~1 e - -- i-' -í-,IDUM

rREWTE mPo RMOD EL.ou 0 CRTRiFt1 DE \IEPDA .DE ESPACO. AcG-oRAÅNUr4CIAý IN4A -TEMPOÅAO ALCAt.cE krDE TOVOS. ýN05,50~ PM5 ^I fU L l C i PÄ D£ 4 PurEAJTENDE COMO vm INVaS-rtmEN4TO PAR O BT r.R.r KÄNDEs- kuc.Ro. L F- ALAARAN Ti A D^A PIBIsoCAo DOS e tP54O0DU T05 pf. el 7o ýs5E F1 V l C9o'ö ApelOc09rgONR14@

w ,-u~ARTESANATO~ÂT ~

Page 64: ;- Y - psimg.jstor.orgpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff.document.ahmtem... · desde os anos 78 e 79, por burocracia e falta de organização. Nos armazéns da ... com

~uummIguuIumIIIpupgIIgIgIuIIIIIggggIIIggggIflhggggII~XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX\\Iloja - galeriaRua Joa.quim Lapa, 62 - Maputo