40341004 Dissertacao ControleRuidoIndustrial PGMEC32 Final

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NILSON UBIRAJARA ALMEIDA O CONTROLE DO RUDO AMBIENTAL EM EMPRESAS DA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA CURITIBA 2008 NILSON UBIRAJARA ALMEIDA O CONTROLE DO RUDO AMBIENTAL EM EMPRESAS DA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA DissertaodeMestradoapresentada comorequisitoparaobterottulode MestreemEngenhariaMecnicado cursodemestradoemEngenharia MecnicadaUniversidadeFederaldo Paran,nareadeconcentraoem Mecnica. Orientador:Prof.Dr.JairMendes Marques CURITIBA 2008 TERMO DE APROVAO NILSON UBIRAJARA ALMEIDA O CONTROLE DO RUDO AMBIENTAL EM EMPRESAS DA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA Dissertaoaprovadacomorequisitoparcialobtenodegraudemestreem EngenhariaMecnica,readeAcstica,noProgramadePs-Graduaoem Engenharia Mecnica, Setor de Tecnologia da Universidade Federal do Paran. Banca Examinadora:

Prof. Dr. Alosio Leoni SchmidProf. Dr. Arcanjo Lenzi UFPR UFSC Prof. Dr. Ramn S. Corts ParedesProf. Dr. Jair Mendes Marques UFPR UTP Presidente Curitiba, 01 de outubro de 2008. DEDICATRIA A Deus, pela sabedoria e perseverana, aos meus pais, Ana e Joserino (in memoriam) que me deram a vida e o esprito de luta e minha irm Delourdes (in memoriam), pelo exemplo e dedicao. Aos meus filhos em Deus: Alisson, Bruna, Priscila, Leandro, Jefferson, Rafael, Carlos Alberto, Indianara, Mnica e Ronaldo. Enfim, para minha famlia e meus amigos. AGRADECIMENTOS ApresentepesquisafoielaboradanoprogramadePs-Graduaode EngenhariaMecnicadaUniversidadeFederaldoParan.Ointeresseno desenvolvimento do tema surgiu pelo fato do autor atuar em percias previdencirias, comoEngenheirodeSeguranadoTrabalho,nacomprovaodascondies ambientaisdetrabalho,parafinsdeconcessodeaposentadoriaportempode contribuioematividadeespecial.Emcincoanosdeexperincianestaatividade, verificou-sequeemcercade85%dasperciastcnicasrealizadasexistia incompatibilidadeentreosdadosdorudoambientalapresentadosnosprocessos com os obtidos no levantamento pericial. Acarnciadeestudosdecasosreaisdosimpactossociaisedoscustos econmicospelonocontroledorudoindustrialnafontepoderestarrelacionada com a no-observncia das Normas Regulamentadoras do Ministrio do Trabalho e doEmprego,pelafaltadeumafiscalizaodosrgosatinentesetambmpela inexistncia de uma cultura nacional dos sistemas de gesto da segurana e sade do trabalhador. Comoobjetivoinicialbuscou-seodesenvolvimentode umametodologiade anliseeconmicadoimpactodorudoindustrialnaprodutividadelaboralena sade do trabalhador e sua conseqncia na Previdncia Social. Entendeu-se que o melhormeioparaapersecuodoreferido objetivopassariapelodesenvolvimento da anlise em contexto real. Paraistoconduziu-seaseleodeumestudoparticularqueabrangesse algunssegmentosespecficosdaindstria,taiscomoalimentao,automotivoe manufatura, alm da necessidade de avaliar a existncia de registros do controle do rudoindustrial,oslaudosdeavaliaesdorudoindustrialdasempresas pesquisadaseosprocessosparaconcessodeaposentadoriasporexposioao agente fsico rudo. Paratanto,umperodomnimodeanlisedosltimosdezanosdos ProgramasdePrevenodeRiscosAmbientaisdasempresasestudadaseos processoscontraoInstitutoNacionaldoSeguroSocialparaaconcessode aposentadoriasjuntoaVaranicaPrevidenciriadeCuritiba(JFPR)foram analisados. Almdosresultadosapresentadosaolongodestapesquisa,salientamoso enriquecimentopessoalproporcionadopelocontatodiretoemcontextorealcom trabalhadores,quadrostcnicosegestoresdaseguranadotrabalhonalinhade produo,epeloscontatoscomrgosgovernamentaisresponsveispela concessodebenefciossociais,maisprecisamenteprevidenciriosejudicirios, que este estudo proporcionou. Osobjetivospropostosdeumaformageralforamalcanados,emque pesemalgunscontratemposedificuldadesinerentesaodesenvolvimentodo trabalho de investigao em contexto real. Assim, passo a agradecer a todos aqueles que me auxiliaram a ultrapassar asvriasdificuldadesqueencontreiaolongodestetrabalhodepesquisae investigao, nomeadamente: Eng. SilvanaStumm, pela amizade,encorajamento, apoiodemonstradoe pela inspirao; Dra. Paula Virginia Michelon Toledo, minha mdica, que me encorajou nos momentos de maior fragilidade; minhaamigaEdelizKlaumannquecomsuacapacidadeemdesigne normaseditoriaismeauxiliouemeinstruiuemmuito,naeditoraodesta pesquisa; AomeuamigoDr.AndrPassosquecomseuengajamentonasminhas atividades acadmicas, me deu apoio e suporte tcnico para a persecuo do curso de mestrado; AoEng.LucianoBorgesNogueira,meu amigoquetenhocomoumirmoe lder maior da comunidade, que me apoiou nos momentos mais difceis para persecuo do curso de mestrado; Ao Eng. Mozart Azevedo da Silveira, meu amigo de profisso, e que tambm me auxiliou e dirimiu dvidas; Dra. Karenine Popp, Advogada do Direito Previdencirio, pela colaborao prestada; Eng.SuzanaDamicoFonseca,colegademestrado,pelaamizade, encorajamento,apoiodemonstradoepelapredestinaodecaminharmos juntos; Ao Dr. Marcus Vinicius Dudeque, do Instituto Nacional de Previdncia Social, peladisponibilidadedemonstradaeauxlioemfornecimentosdedados previdencirios; AoDr.RicardoTadaoYnoue,pelaatenoepeloaltograude profissionalismo demonstrado; Ao Dr. Ivan Jos Silveira que tornou realidade esta pesquisa luz dos fatos e restabelecendo a ordem legal; Dra. Luciane Merlin Clve Kravetz, Juza Titular da Vara Previdenciria de Curitiba, pela confiana e crdito ao meu trabalho; Aosfuncionriosdosdepartamentosderecursoshumanos,jurdico, engenhariaeserviodemedicinadotrabalhodasempresaspesquisadas, pela colaborao na coleta de dados das avaliaes diversas; s direes e gerncias das entidades envolvidas, empresas que foram alvo deestudo,peloapoioeaberturaaodesenvolvimentodestetrabalhode investigao; Sra.LauraCristinaCretella,Administradoradoserviodeatendimentodo INSS,GernciaExecutivaemCuritiba,pordisponibilizarasinformaesa respeito dos pagamentos dos benefcios previdencirios em Curitiba; Ao Sr. Heron Furquin, tcnico do seguro social, do servio de atendimento do INSS, Gerncia Executiva em Curitiba, por compilar e disponibilizar os dados de pagamentos dos benefcios previdencirios; Ao Sr. Allens Edison Campos, diretor do ncleo de planejamento, oramento efinanasdaJustiaFederaldoParan,porcompilaredisponibilizaros dadosdepagamentospararealizaodeperciasprevidencirias,em processos ajuizados na JFPR; Ao Prof. Dr. Eduardo Krger, do Programa de Ps-Graduao em Tecnologia PPGTE da Universidade Tecnolgica Federal do Paran UTFPR, que me ouviu, prestigiou e me deu apoio tcnico. Finalmente, a todos que de uma forma mais direta colaboraram na execuo desta dissertao, e que de alguma forma a tornaram possvel. Agradeo de forma particularaomeuorientadorcientfico,ProfessorDr.JairMendesMarques,pelo apoio e confiana. Agradeo tambm a minha co-orientadora Professora Dra. ngela Ribas,peladedicaoeprontoatendimentonasminhashorasdedvidase angstias, alm do auxlio constante e pela amizade. Fico grato pela colaborao e, sobretudoamizade doProf.Dr. WiliamBarbosa.Meusagradecimentos,tambm, quelaspessoasquemeauxiliaramnodesenvolvimentodestadissertaoe empenharamaconfianaecrditoparaqueestasetornasserealidade,desdea etapadeplanejamento,coletadedadosataconcluso.Asquaisalgumasdelas aqui referencio pela inteligncia, dedicao e competncia. Eu acredito que a emoo e a regra devem estar presentes em tudo que fazemos, para lograrmos um xito pleno, porque a soma das duas resulta na esttica, que a marca de seu criador. O Autor. SUMRIO 1INTRODUO ........................................................................................................ 1 2O SOM E O RUDO ................................................................................................ 5 2.1PROPRIEDADES DO SOM .................................................................................. 5 2.2GRANDEZAS E UNIDADES ................................................................................. 8 2.2.1A intensidade do nvel acstico ......................................................................... 9 2.2.2O nvel da potncia sonora (Lw) ..................................................................... 11 2.2.3O nvel da presso sonora (NPS) ................................................................... 13 2.2.4Adio de nveis de rudo ................................................................................ 13 2.2.5Subtrao de nveis sonoros do rudo de fundo ou rudos ambiental ............. 16 2.3A INTENSIDADE ACSTICA EM FUNO DA DISTNCIA DEPROPAGAO .................................................................................................. 18 2.4ATENUAO DO RUDO PARA UMA FONTE SEMI-ESFRICA ..................... 22 2.5NVEL SONORO EQUIVALENTE DE RUDO (eq L)............................................ 22 2.5.1Nvel sonoro equivalente de Rudo contnuo (AeqL ) ........................................ 23 2.6EMISSO E IMISSO SONORA ........................................................................ 24 2.6.1Emisso .......................................................................................................... 24 2.6.2Imisso ............................................................................................................ 24 3O RUDO INDUSTRIAL ........................................................................................ 25 3.1A NATUREZA DO RUDO INDUSTRIAL ............................................................ 25 3.1.1O componente fsico do rudo ......................................................................... 26 3.1.2O componente subjetivo do rudo ................................................................... 27 3.2AS FONTES DO RUDO INDUSTRIAL ............................................................... 29 3.2.1Causas do rudo industrial na fonte ................................................................. 30 3.3OUTROS FATORES DETERMINANTES QUE INFLUENCIAM NASCAUSAS DO RUDO EM AMBIENTE FECHADO .............................................. 33 3.4MEDIDAS PARA CONTROLE DO RUDO INDUSTRIAL ................................... 33 3.4.1Medidas para controle do rudo gerado na fonte. ............................................ 34 3.4.2Medidas para controlar o rudo na propagao entre a fonte e o receptor...... 35 3.5O PLANEJAMENTO DO CONTROLE DO RUDO NA FONTE .......................... 36 3.6CONTROLE DO RUDO NO RECEPTOR .......................................................... 36 3.6.1Medidas coletivas de controle ......................................................................... 37 3.6.2Medidas individuais de controle ...................................................................... 38 3.7MEDIDAS ADICIONAIS PARA O CONTROLE DA EXPOSIO AO RUDO .... 39 3.7.1Participao dos trabalhadores ....................................................................... 39 3.7.2Monitorao regular dos riscos ....................................................................... 40 4O SISTEMA AUDITIVO ........................................................................................ 41 4.1ANATOMIA E FISIOLOGIA DO OUVIDO HUMANO .......................................... 41 4.1.1Orelha externa ................................................................................................ 42 4.1.2Orelha mdia ................................................................................................... 43 4.1.3Orelha interna ................................................................................................. 44 4.2A SENSAO SONORA .................................................................................... 47 4.2.1Limiar da audio ............................................................................................ 47 4.2.2Tom (pitch) sonoro .......................................................................................... 48 4.2.3Nveis sonoros ................................................................................................ 50 4.3PERDAS AUDITIVAS ......................................................................................... 51 4.3.1A Perda Auditiva Induzida por Rudo .............................................................. 53 4.3.2Outras conseqncias do rudo ...................................................................... 55 5NORMAS E LEGISLAES ................................................................................ 57 5.1A NORMA REGULAMENTADORA N 9 (NR-9) ................................................. 57 5.2A NORMA REGULAMENTADORA N 15 (NR-15) ............................................. 62 5.3NORMA DE HIGIENE OCUPACIONAL (NHO 01) ........................................... 64 5.4O INSTITUTO NACIONAL PARA SEGURANA E SADE OCUPACIONAL(NIOSH) E ADMINISTRAO DE SEGURANA E SADE OCUPACIONAL (OSHA) ............................................................................................................... 66 5.5NORMA INTERNACIONAL - ISO 1999, ACSTICA DETERMINAO DAEXPOSIO AO RUDO OCUPACIONAL E AVALIAO DA PERDAAUDITIVA PELO RUDO INDUZIDO. ................................................................. 70 5.6A ORGANIZAO MUNDIAL DE SADE (OMS) ........................................... 70 5.7ENQUADRAMENTO DA EVOLUO DO LIMITE DE TOLERNCIA PARAEXPOSIO AO RUDO, NO PLANO LEGISLATIVO BRASILEIRO. ................ 71 5.8EQUIPAMENTOS PARA AVALIAO DO RUDO INDUSTRIAL ...................... 72 5.9DOCUMENTOS OFICIAIS .................................................................................. 74 5.9.1Formulrio: Atividades com Exposio a Agentes Agressivos -Aposentadoria Especial - modelo DSS-8030 .................................................. 74 5.9.2Perfil Profissiogrfico Previdencirio (PPP) .................................................... 76 6MTODO DA PESQUISA ..................................................................................... 79 6.1CASUSTICA ...................................................................................................... 80 6.1.1A Cidade Industrial de Curitiba CIC.............................................................. 80 6.2MATERIAL E MTODO ...................................................................................... 84 7RESULTADOS E DISCUSSO ............................................................................ 88 7.1RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO 1 ......................................................... 89 7.2RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO 2 ....................................................... 112 7.3ESTUDO DE CASO 3 ....................................................................................... 120 7.4RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO 4 ....................................................... 129 7.5CONSIDERAES FINAIS .............................................................................. 135 CONCLUSO ......................................................................................................... 140 REFERNCIAS ....................................................................................................... 143 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 -RELAO ENTRE A PRESSO SONORA ACSTICA EM PaE O NVEL DE PRESSO SONORA EM dB ....................................... 10 FIGURA 2 -DIAGRAMA PARA SOMAR NVEIS DE INTENSIDADE SONORA ..... 16 FIGURA 3 -DIAGRAMA PARA DETERMINAR O NVEL REAL DE UMAFONTE SONORA EM UM AMBIENTE RUIDOSO ............................... 18 FIGURA 4 -ONDAS ESFRICAS IRRADIADAS POR UMA FONTE PONTUAL .... 19 FIGURA 5 -FONTE SONORA PONTUAL DE POTNCIA ACSTICA W EMCAMPO LIVRE ..................................................................................... 20 FIGURA 6 -CURVAS DE IGUAL NVEL SONORO ................................................ 28 FIGURA 7 -DIAGRAMA DE CORRELAO DE CAUSA E GERADORES DERUDO INDUSTRIAL ........................................................................... 29 FIGURA 8 -CORTE ESQUEMTICO DO APARELHO AUDITIVO......................... 42 FIGURA 9 ORELHA INTERNA .............................................................................. 45 FIGURA 10 - REPRESENTAO DO COMPRIMENTO DA CCLEA ..................... 46 FIGURA 11-GRFICO DA VARIAO DA PRESSO SONORA NO OUVIDOCOM A FREQNCIA ......................................................................... 48 FIGURA 12 - GRFICO QUE MOSTRA A DIFERENA DE FREQNCIA PER- CEPTVEL EM FUNO DE UMA DETERMINA INTENSIDADE ....... 49 FIGURA 13 - GRFICOS COM AS CURVAS EM FONS, PARA NVEIS IGUAISDE RUDO EM INCIDNCIA DE RUDO EM CAMPO LIVREFRONTAL: A) RUDO TONAL; B) RUDO DA FAIXA DE OITAVADE FREQNCIA. MAF O CAMPO MNIMO AUDVEL .................. 51 FIGURA 14 - MEDIDOR DO NVEL DE PRESSO SONORA MINIPA,MODELO MSL-1352C / DIGITAL ......................................................... 87 FIGURA 15 - LAeq OBTIDO NA ATIVIDADE COM FURADEIRA,REQUERENTE 1 ................................................................................. 93 FIGURA16 -LAeq OBTIDO NA ATIVIDADE COM TORNO MECNICO,REQUERENTE 1 ................................................................................. 94 FIGURA 17 - LAeq OBTIDO NA ATIVIDADE COM FRESA, REQUERENTE 1 ........ 94 FIGURA 18 - LAeq OBTIDO NA ATIVIDADE DE LIMPEZA DE PEAS COM ARCOMPRIMIDO, REQUERENTE 1 ........................................................ 95 FIGURA 19 - LAeq OBTIDO NA ATIVIDADE DE TRANSPORTE DE PEAS,REQUERENTE 2 ................................................................................. 97 FIGURA 20 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES ENTRE AS PRATELEIRAS DOALMOXARIFADO, REQUERENTE 2 ................................................... 98 FIGURA 21 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES NO CORREDOR DOALMOXARIFADO, REQUERENTE 2. .................................................. 98 FIGURA 22 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES NO ALMOXARIFADO CENTRAL,REQUERENTE 2 ................................................................................. 99 FIGURA 23 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES EM USINAGEM DURA,DOREQUERENTE 3 ............................................................................... 100 FIGURA 24 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES EM USINAGEM dh, DOREQUERENTE 3 ............................................................................... 101 FIGURA 25 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES EM GALVANIZAO, DOREQUERENTE 3 ............................................................................... 101 FIGURA 26 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADOR DE PRODU- O, QUALIDADE E MULTIFUNCIONAL, REQUERENTE 4 ........... 103 FIGURA 27 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADOR DETRATAMENTO TRMICO, REQUERENTE 5 ................................... 104 FIGURA 28 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADOR DEPRODUO ESPECIALIZADO, REQUERENTE 6 ........................... 106 FIGURA 29 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADORMULTIFUNCIONAL, REQUERENTE 6 .............................................. 106 FIGURA 30 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADORMULTIFUNCIONAL, DO REQUERENTE 7. ....................................... 108 FIGURA 31 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE AUXILIAR DE PRODUOE OPERADOR DE PRODUO III, DO REQUERENTE 7. ............... 108 FIGURA 32 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADOR DEPRODUO I E III, DO REQUERENTE 8 ......................................... 110 FIGURA 33 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADOR ESPECIALI- ZADO E MULTIFUNCIONAL I E II, DO REQUERENTE 8. ................ 110 FIGURA 34 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE OPERADOR GALVNICAI E II, DO REQUERENTE 8 ................................................................ 111 FIGURA 35 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE MONTADOR DEPRODUO, REQUERENTE 1. ........................................................ 116 FIGURA 36 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE MONTADOR UNIVERSAL,REQUERENTE 1. .............................................................................. 116 FIGURA 37 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE CONTROLADOR DEMATERIAL, REQUERENTE 1. .......................................................... 117 FIGURA 38 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE CARPINTEIRO,REQUERENTE 2. .............................................................................. 118 FIGURA 39 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE CONTROLADOR DEMATERIAL, REQUERENTE 2. .......................................................... 119 FIGURA 40 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE MECNICO INDUSTRIAL,REQUERENTE 1. .............................................................................. 124 FIGURA 41 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE ENCARREGADO DEPRODUO DO REQUERENTE 2. .................................................. 126 FIGURA 42 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE AUXILIAR DE PRODUODE BISCOITOS, REQUERENTE 3. FONTE: O Autor. ....................... 127 FIGURA 43 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE AUXILIAR DE PRODUODE TORREFAO DE CAF, REQUERENTE 3. ............................. 128 FIGURA 44 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE SERVENTE,REQUERENTE. ................................................................................. 133 FIGURA 45 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE SERRALHEIRO DOREQUERENTE. ................................................................................. 133 FIGURA 46 - LAeq OBTIDO NAS ATIVIDADES DE ENCARREGADO DEPRODUO DOREQUERENTE 1. ................................................. 134 LISTA DE TABELAS TABELA 1 -NVEL DE POTNCIA MDIA DE VRIOS TIPOS DE FONTESSONORAS ........................................................................................... 12 TABELA 2 -LIMITES DE TOLERNCIA PARA RUDO CONTNUO OUINTERMITENTE ................................................................................... 64 TABELA 3 -LIMITE DE NVEIS DE EXPOSIO AO RUDO OCUPACIONAL ..... 67 TABELA 4 -EVOLUO DA LEGISLAO BRASILEIRA NO PERODO DE1964 AT 2003 .................................................................................... 72 TABELA 5 -DIMENSIONAMENTO DO SESMT DA EMPRESA DO CASO 2 ......... 89 TABELA 6 -VALORES DO NVEL DE PRESSO SONORA,CONFORMEREGISTRADO NOS DOCUMENTOS DSS8030 E PPPDISPONIBILIZADOS AOS REQUERENTES DO CASO 1 ................... 92 TABELA 7 -AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, REQUERENTE 1 DOCASO 1 ................................................................................................ 95 TABELA 8 AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTINUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), NA FUNO DEALMOXARIFE DO REQUERENTE 2 DO CASO 1, PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS ........................................... 99 TABELA 9 -AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 3DO CASO 1 ........................................................................................ 102 TABELA 10 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA AJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 4DO CASO 1 ........................................................................................ 103 TABELA 11 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 5DO CASO 1 ........................................................................................ 105 TABELA 12 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 6DO CASO 1 ........................................................................................ 107 TABELA 13 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 7DO CASO 1. ....................................................................................... 109 TABELA 14 - A AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 8DO CASO 1 ........................................................................................ 111 TABELA 15 - DIMENSIONAMENTO DO SESMT DA EMPRESA DO CASO 2 ....... 112 TABELA 16 - VALORES DO NVEL DE PRESSO SONORA REGISTRADOSNOS DOCUMENTOS DSS8030 DISPONIBILIZADOS AOSREQUERENTES DO CASO 2 ........................................................... 115 TABELA 17 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, REQUERENTE 1 DOCASO 2 .............................................................................................. 117 TABELA 18 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 2DO CASO 2 ........................................................................................ 119 TABELA 19 - DIMENSIONAMENTO DO SESMT DA EMPRESA DO CASO 3. ...... 120 TABELA 20 - VALORES DO NVEL DE PRESSO SONORA REGISTRADOSNOS DOCUMENTOS DSS8030 E PPP DISPONIBILIZADOS AOSREQUERENTES DO CASO 3 ........................................................... 123 TABELA 21 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 1DO CASO 3 ........................................................................................ 124 TABELA 22 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 2DO CASO 3 ........................................................................................ 126 TABELA 23 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 3DO CASO 3 ........................................................................................ 128 TABELA 24 - DIMENSIONAMENTO DO SESMT DA EMPRESA DO CASO 4 ....... 128 TABELA 25 - VALOR DO NVEL DE PRESSO SONORA REGISTRADO NOSDOCUMENTOS DSS8030 DISPONIBILIZADOS AOREQUERENTE DO CASO 4 .............................................................. 132 TABELA 26 - AVALIAO DA EXPOSIO LABORAL AO RUDO CONTNUO,PARA O LIMITE DE TOLERNCIA DE 85 dB(A), PARA UMAJORNADA DE TRABALHO DE 8 HORAS, DO REQUERENTE 1DO CASO 4 ........................................................................................ 134 RESUMO Orudoambientalnasindstrias,nasuaessncia,causadopormquinas, equipamentoseprocessosfabris,almdisto,aconcentraoexcessivade equipamentosruidososemummesmolocaleoucomorganizaodeficientenos espaosdafbricapodemcontribuiraindamaisparaapoluiosonoraindustrial. Medidaspreventivasdevemseradotadasnoambientefabril,poisosdanos potenciais sade humana podem ser atenuados ou eliminados evitando-se que o rudosejaemitidoouqueatinjaostrabalhadoresdeformainsalubre,isto,acima doslimitesdetolernciaespecificadospelasNormaseLegislaovigentes.Para isto, deve-se atuar sobre a fonte de rudo, tornando-a mais silenciosa nos locais de trabalho,isolandoasmaisruidosasdasrestantes,adequandoespaoseoprprio trabalhador,protegendooseuaparelhoauditivocomousodeequipamentosde proteo individual adequados. O respeito legislao vigente e a aplicao correta das Normas que estabelecem critrios e parmetros para avaliao do rudo laboral sofatoresfundamentaisparaeliminarouatenuarosriscossadehumanae tambm evitar os custos acarretados pelo no controle do rudo industrial. O objetivo principaldestetrabalhofoiverificardequemaneiraainobservnciaeaplicao incorretadasNormaseLegislaopodemacarretaremcustosparaoEstadoe Sociedade emgeral. Paraalcan-lo, esta pesquisatevecomo essnciaavaliaros procedimentosecritriosutilizadospelasempresasnocontroledorudoambiental em diferentes segmentos da indstria e compar-los com o disposto nas Normas e Legislaovigentes.Paraatingirosobjetivospropostosforamestudadosquatro casosemIndstriasdegrande,mdioepequenoportedaCidadeIndustrialde Curitiba.OenfoqueestabelecidofoiemnveldaEngenhariadeSeguranado Trabalho, isto , no respeito tcnica e aos limites de tolerncia para a exposio ao rudo laboral estabelecidos em Lei. Os resultados mostraram que as empresas no atendem adequadamente ao estabelecido nas Normas e Leis vigentes, o que resulta em custos para o Estado e Sociedade em geral, em funo de demandas oriundas dostrabalhadores,paraobtenodebenefciosprevidenciriospelaexposioao rudo laboral de diferentes origens e natureza. Palavrachave:RudoAmbiental.ControledoRudoIndustrial.Legislao. Avaliao Sonora. ABSTRACT Theenvironmentalnoiseintheindustries,initsessence,iscausedbymachines, equipmentsandmanufacturingprocesses.Inadditionthat,theextremenoisy equipmentconcentrationinthesameplaceandorwithdeficientplantlayoutmay contribute even further to the industrial noise problem. Preventive measures must be adoptedinthemanufacturingenvironmentsothatthepotentialdamagescanbe attenuatedoreliminatedpreventingthenoisefrombeingemittedorreachingthe workers in an unhealthy way, that means it is above the limits of tolerance specified by the current laws and regulations. To prevent these damages, action must be taken onthenoisesource,gettingquieterworkstations,isolatingthenoisiestofthe remaining,adjustingtheworkspacesandtheworkerhimselfandprotectingthe humanhearingsystemwiththeproperequipmentforindividualprotection.The respect to the current law and the correct application of the regulations that establish criteriaandparametersforevaluationoftheexposuretonoiseatworkarebasic factors to eliminate or to attenuate the risks to the human health and also to prevent thecostscausedfornotcontrollingtheindustrialnoise.Themainobjectiveofthis workwastoverifyhowthenon-observanceandincorrectapplicationofthe regulationsandlegislationsmayincurintoadditionalcoststothestateandthe society in general. To accomplish this, the objective of this research was to evaluate the procedures and criteria used by the companies to control the environmental noise in different segments of industry and to compare with the regulations and legislation. Toreachthepresetobjectives,fourcaseswereconsideredandstudiedinlarge, mediumandsmallsizeindustrieslocatedintheindustrialdistrictinCuritiba.The established approach was set as defined by the Occupational Safety Engineering, by focusing on the technique and the limits of tolerance for established exposition to the labor noise according to the law. The results have shown that the companies do not properly follow the rules and regulations established by the current laws, what results insurpluscoststothestateandsocietyduethelawsuitsinitiated bytheworkersin order to obtain the proper social benefits based on their exposition to the labor noise of different sources and nature. Keywords:EnvironmentalNoise.ControloftheIndustrialNoise.Legislation. Sonorous Evaluation. . RESUMEN Elruidoambientalenlasindustrias,esencialmente,escausadoporlasmquinas, equipamientosylosprocesosdefabricacin,msalldeselaconcentracin ruidosaextremadelequipoenelmismolugaryoconladisposicindeplanta deficientepuedencontribuirinclusomslejosalacontaminacinsonoraindustrial. Lasmedidaspreventivassedebenadoptarenelambientedefabricacin,aspara que los daos potenciales se pueden atenuar o eliminarse es evitando que el ruido sea emitido o alcance a los trabajadores de una manera malsana, es decir, arriba de los lmites de tolerancia especificados por las leyes y las regulaciones actuales. Para haceraspues,la accinesactuarseenla fuentedelruido,consiguiendositios de trabajo msreservados,aislandoel msruidoso delrestos,ajustandolosespacios detrabajoyaltrabajadorensmismoprotegiendosuodosconequipoapropiado paralaproteccinindividual.Elrespectoalaleyactualyelusocorrectodelas regulacionesqueestablecenloscriteriosylosparmetrosparalaevaluacindel ruidoambientaleneltrabajosonfactoresbsicosparaeliminaroparaatenuarlos riesgosalasaludhumanaytambinparaprevenirloscostoscausadosparano controlar el ruido industrial. El objetivo principal de este trabajo fue verificar cmo el incumplimiento y el uso incorrecto de las reglamentos y de las legislaciones pueden incurrirenencostosadicionalesalestadoyalasociedadengeneral.Paralograr esto,laesenciadeestainvestigacinfueevaluarlosprocedimientosyloscriterios utilizadosporlascompaasemelcontroldelruidoambientalendistintos segmentosdelaindustriaycompararcomlasreglamentosylalegislacin.Para alcanzarlosobjetivosdelaprecolocacin,cuatrocasosfueranconsideradosy estudiadosenindustriasgrandes,mediasydepequeoportedeldistritoindustrial en Curitiba. El acercamiento establecido fue fijado segn lo definido por la ingeniera de la seguridad del trabajo centrndose en la tcnica y los lmites de tolerancia para laexposicinestablecidaalruidodetrabajosegnlaley.Losresultadoshan demostradoquelascompaasnosiguencorrectamentelasreglasylas reglamentos establecidas por las leyes actuales, qu resultan en costos al estado y a lasociedaddebidoslospleitosrequeridoporlostrabajadoresparaobtenerlos beneficiossocialesapropiadosbasadosensuexposicinalruidodetrabajode diversas fuentes y naturaleza. Palabrasclaves:RuidoAmbiental.ControldelRuidoIndustrial.Legislacin. Evaluacin Sonora. 11 INTRODUO O rudo ambiental nas indstrias, em sua essncia, causado por mquinas, equipamentoseprocessosfabrisruidosos.Aconcentraoexcessivade equipamentosruidososnummesmolocaloucomorganizaodeficientenos espaosdafbricapodecontribuiraindamaisnapoluiosonoraindustrial.Os efeitosdorudosobreostrabalhadoresfazem-sesentiraonveldoaparelho auditivo,quepodeafetarnosomenteaaudio,mastambmalterarvrias funes fisiolgicas, o sono, a comunicao oral, causar estresse e desconforto que interferemnarealizaodaatividadelaboral.Conseqentementeafetama produtividadedostrabalhadoreseoresultadodaempresa.Medidaspreventivas devemseradotadasnoambientefabril,poisosdanospotenciaissadehumana podem ser atenuados ou eliminados evitando que o rudo seja emitido ou que atinja os trabalhadores na execuo de suas tarefas dentro dos limites tolerveis sade humana.Assim,podeatuar-sesobreafontederudo,tornando-amaissilenciosa, isolandoasmaisruidosasdasrestantes,adequandoespaoseoprprio trabalhador,protegendooseuaparelhoauditivocomousodeequipamentosde proteo individual adequados. Especificamente no caso brasileiro, deve-se aplicar e observaranormaquefixaosnveismximosderudopermitidosparaum determinado perodo: NORMA REGULAMENTADORA 15 (NR-15), ANEXO N 1 e ANEXON2,aprovadapelaLein6.514de22dedezembrode1977e regulamentada pela Portaria n 3.214 de 8 de junho de 1978. Para atender a NR-15 as empresas so obrigadas a cumprir tambm a NORMA REGULAMENTADORA 9(NR-9)PROGRAMADEPREVENODERISCOSAMBIENTAIS(PPRA),que estabeleceaobrigatoriedadedaavaliaoambientalparaverificaraexistnciaou no de agentes insalubres, e a partir deste programa tomar medidas de controle ao agente insalubre, se existente. Existemsegmentosdaindstriaque funcionamcom processos fabrismuito ruidosos. Muitas vezes possvel modific-los de modo a torn-los mais silenciosos, principalmentequandoasfontesprincipaissomquinaseequipamentos, 2particularmente se no esto em boas condies de funcionamento (peas soltas ou gastas,porexemplo).Oidealseriainstalarnafbricamquinasqueproduzissem um mnimo de rudo. No entanto, por vezes isto no vivel, em funo do prprio processofabrilouporquetodososmodeloscomercializadossoexcessivamente ruidososeaindaporqueosmaissilenciosossodemasiadamentecaros.Nestes casos, h que se isolar as partes mais ruidosas da mquina, revestir as superfcies vibrantescommateriaisabsorventes,substituirpeasmetlicasporoutrasde plstico e borracha, por exemplo, e manter o equipamento nas melhores condies de funcionamento.Quandono forpossvelreduzirorudona fonte,deve-seatuar na via de transmisso sobre os locais de trabalho: isolar parcialmente as reas mais ruidosas, cobrindo pavimentos, tetos e paredes ou pendurando painis absorventes de rudo acima das mquinas; optar por reas de trabalho de grandes dimenses e instalarmenosmquinasemcadaespao;alternarreasderudocomreas silenciosas. ParaWellsAstete(1991),sapsterem-seesgotadoasmedidasde proteocoletivamencionadas,enoseterverificadoadiminuiodesejadado rudo,deve-seavanarparaasmedidasdeproteoindividual,ouseja,ousode protetoresauriculares.Osequipamentosdeproteoindividualconsistemem tampes auriculares que podem ser do tipo de insero no canal auditivo ou do tipo "concha", que cobrem toda a orelha. Estapesquisatevecomoessnciaanalisareavaliarorudoindustrial existente em diferentes segmentos da indstria e verificar se as normas esto sendo cumpridasnaavaliaodorudoambiental.Comopropsitodequeesteestudo torne-se um documento capaz de auxiliar as diferentes iniciativas pblica e privadas, naaplicaodasnormaseLeis,poisumproblemalatente,eaprecariedadena observnciaeonocumprimentodasnormaselegislaoemvigorresultamem acidentesdetrabalho,diminuiodaprodutividadenalinhadeproduoemuitas vezesemdemandastrabalhistasdediferentesorigensenatureza,oriundasdas classestrabalhadoras,tendocomoconseqnciaoaumentodoscustosde produoparaosempresriosedaeconomiaparaoEstado.Emsuma,esta pesquisatemcomoobjetivogeralestudaredemonstrardequemaneiraono 3controle dorudoambientalindustrialresultaemcustosparaoEstadoesociedade em geral. Como objetivos especficos estabelecemos: Avaliar o rudo industrial de algumas empresas nos segmentos da indstria de manufatura, alimentcia, e de transformao na Cidade Industrial de Curitiba. Avaliaroscustosqueincidemsobreasociedadecomoumtodo,apartirda anlisedosprocessosprevidenciriosdostrabalhadores,nacomprovao dascondiesambientaisdetrabalho,parafinsdeconcessode aposentadoria por tempo de contribuio em atividade especial. Apartirdaavaliaodosimpactoscausadospropormedidasmitigadoras adequadas para evitar os custos. Paraalcanarmososobjetivospropostos,nodecorrerdestetrabalho apresentadaaprincpio,umarevisobibliogrfica(Captulos2e3)abordando-se vriosaspectosdosomedorudoambientaltaiscomo:orudoindustrialea poluiosonora,osdiferentestiposeclassificaodefontessonoras(rudo),a propagaosonoraemambientesfechados.Abordam-se,tambm,conceitosde acstica,normaselegislao,almdosmtodosparacontrolarapropagaodo rudo industrial. NoCaptulo4abordadoosistemaauditivo,suaanatomiaeseus mecanismos, alm dos efeitos do rudo no organismo humano. NoCaptulo5soabordadasasnormaselegislaesdentrodocontexto dasespecificaesdoscritrios,osparmetroseoLimitedeTolernciapara avaliao do rudo ambiental na exposio laboral. NoCaptulo6abordadaametodologiadapesquisa.Apresenta-seo enquadramentodosambientesemanlise,almdeseremdescritososmtodose 4osmateriaisutilizadosparaodesenvolvimentodotrabalhoealcancedoobjetivo principal estabelecido. NoCaptulo7,so apresentadose discutidososresultadosreferentesaos levantamentosdosambientessonorosnalinhadeproduoapsasavaliaes acsticas,ecomparadososresultadoscomaquelescontidosnosprocessos previdencirios analisados. Porfim,naconclusoapontamososaspectosessenciaisregistradosao longo da execuo deste trabalho e sugerimos novos estudos que podero sanar as dvidas aqui levantadas. 52 O SOM E O RUDO A Organizao Mundial de Sade (OMS, 1980) define que fisicamente o som umdistrbiomecnicoquesepropagapelomovimentodeondasnoareoutros meioselsticosemecnicos,taiscomoaguaeoao.Fisiologicamenteosom uma sensao auditiva provocada por meio destes fenmenos fsicos, embora nem todasasondassonorasprovoquemumasensaoauditiva.Porexemplo,oultra-somtemumafreqnciatoelevadaquenoestimulaasensaodeaudiono serhumano.SegundoHarris(2002)eKinsleretal.(1982),ossonssoflutuaes depressoquesepropagamemummeioelstico,sejaeleslido,lquidoou gasoso.Taisflutuaesdepressosocaracterizadaspormovimentosde compresso e expanso de partculas que se propagam em forma de ondas, a partir do ponto de origem do som. Apropagaodasondassonoraspodeocorrerdeformaharmoniosa, gerandonestecasoumsom,ouincmoda,gerandonestecasoumrudo, dependendo da subjetividade de cada indivduo (OMS, 1980), isto , quando esses diversosmovimentososcilatriossecombinameproduzemummovimento resultante,cujasoscilaessodesarmnicas(HARRIS,2002;KINSLERetal., 1982). 2.1 PROPRIEDADES DO SOM Apropagaodasondassonorasprovocacertosfenmenosdiretamente influenciados pelas caractersticas da onda e do meio material onde ela se propaga, sendoestaaprincipaldiferenaentreasondassonoraseasondaseltricasou ainda as luminosas. Portanto, o som exige um meio material para se propagar, isto foi verificado por Boyle no sc. XVIII, depois de Kircher ter demonstrado que o som no se propaga no vcuo, em 1605 (NEPOMUCENO, 1968). Estes fenmenos so: absoro,reflexo,difrao,transmisso,refrao,tempo dereverberao eefeito Doppler. 6Estes fenmenos tm grande impacto na propagao do som em ambientes fechados, objeto desta pesquisa. absoro: a parte da energia sonora incidente em um meio material que absorvidaouatenuadapelasuperfcieoupelomeio.Afraodosom incidentequeabsorvidadenominadacoeficientedeabsoroe representada pela letra grega alfa (); reflexo:quandoaenergiasonoraincideemumasuperfcietalcomo paredesetetos,partedestaenergiaretornaaomeiodeorigem,parte absorvida pela superfcie como calor, e outra parte transmitida atravs dos elementosdasuperfcie.Afraodaenergiatotalemitidanomeioque refletidadenominadacoeficientedereflexoerepresentadopelaletra grega r (). Desta forma o coeficiente de reflexo dado por: incidente sonora Energiarefletida sonora Energia= transmisso:afraodaenergiasonoraincidentesobreumasuperfcie materialqueseparadoismeiosquetransmitidaatravsdesteelemento. Estafraodenominadocoeficientedetransmissoerepresentadapela letra grega tau ( ); difrao:acapacidadedasondassonorasdedesviarobstculos.Ograu dedifraodosomaoredordeumobstculodependedocomprimentode ondadosom().Sonscomfreqnciasbaixas(comcomprimentodeonda longo)tmmaiorgraudedifraoqueossonscomfreqnciasaltas(com comprimento de onda curto). De acordo com Mehta (1999), a soma da energia sonora refletida, absorvida etransmitidadeveserigualsomadaenergiaincidente,portantoarelaona equao 1 abaixo verdadeira: 7 0 , 1 = + + (1) refrao:umfenmenoqueocorrequandoaondasonorapassadeum meiomaterialparaoutroevariaasuavelocidadedepropagaoeoseu comprimento de onda, porm a sua freqncia se mantm constante. tempodereverberao:otempoemqueaintensidadesonoraemum ambientelevaparacair60dBdovalorexistente,desdeomomentoda extino da excitao da fonte sonora. efeito Doppler: a variao entre a freqncia percebida e a freqncia real dosomemfunodadistnciaemqueseencontraoobservadordafonte sonora,pelomovimento(deafastamentoouaproximao)relativoentrea fonte e o observador. Comrelaoaorudo,aOrganizaoMundialdaSade(OMS,1980), considera-ocomoqualquersomindesejvelquepodeafetardesfavoravelmentea sade e o bem estar humano de indivduos ou populao. DeacordocomAlexandry(1978)eBieseHansen(2003),orudose classifica como rudo contnuo, rudo de impacto e rudo impulsivo. Para Patricio (2005), h outro tipo de som, o de percusso, que se propaga por ondas elsticas a todos os elementos da estrutura de uma edificao, e que por ser um som indesejvel denominaremos aqui de rudo de percusso. rudocontnuo:diz-sequeorudocontnuoquandoemtodotempode observao ocorre uma variao dedB 3 . Isto significa que sua intensidade sonora no varia em proporo diferente de 100 %. rudodeimpacto:diz-sequeorudodeimpactoquandooseutempode duraoformenorqueumsegundoeserepeteemintervalosmaioresque umsegundo.Orudodeimpactonormalmenteproduzidopormeiosno 8explosivos,taiscomoimpactoentremetalcommetalemprocessos industriais. rudoimpulsivo:diz-sequeorudoimpulsivoquandooseutempode duraoformenorqueumsegundoeserepeteemintervalosmaioresque umsegundo.Orudoimpulsivonormalmenteproduzidopelaliberao repentina de energia; por exemplo, detonao de explosivos, tiros com armas de fogo e detonao de fogos de artifcios. rudo de percusso: diz-seque o rudo de percusso quando resultado da excitao direta de um elemento divisrio ou componente da estrutura de umaedificao,epodem,devidorigidezdasligaesexistentesaolongo daestruturapredial,propagar-secomgrandefacilidadeatravsdetodaa malhalimtrofedoespaopredialutilizado,estabelecendoassim,campos sonoroseventualmentedegrandeintensidadeemcompartimentos razoavelmentedistantedolocaldeorigemdaexcitao.Orudode percussopodeserproduzidopelaspassadasdepessoasnopisosuperior deumprdio,pelaquedadeumobjetonopisooubatidasnasparedes divisriasentreosambientesetambmpelavibraocausadapelo funcionamentodeumamquinaindustrialinstaladadiretamentesobreum piso superior ou nas paredes divisrias de um ambiente. ParaefeitodaexposiolaboralaNormaRegulamentadora-15(NR-15), aprovadapelaLein6.514,de22dedezembrode1977eregulamentadapela Portarian3.214,de8dejunhode1978,nofazdiferenciaoentreorudo impulsivo e o rudo de impacto. 2.2 GRANDEZAS E UNIDADES A quantidade fsica associada com o rudo sonoro a intensidade, a qual definidacomoaquantidadedepotnciaemumadeterminadaunidadederea. Como a unidade de potncia o Watt, a unidade da intensidade de som dada por 9Watts por metro quadrado (2/ m W ). A intensidade do som audvel pelo ser humano chamadadelimitedeaudibilidade,cujovalorde 2 12/ 10 m W,eaintensidade sonora que corresponde sensao de dor para o ouvido humano de 102/ m W , a qual foi determinada experimentalmente. Desta forma, o ouvido humano responde a umavastafaixadeintensidadesdesdeomaiselevadosomquecorrespondea 10.000.000.000.000 (1310vezes) maior que o mais fraco som perceptvel. Portanto, a faixadeintensidadeaudvelvariadesde 1210a102/ m W (BIESeHANSEN2003; LPEZ, 1999; MEHTA,1999). 2.2.1 A intensidade do nvel acstico De acordo com Bies e Hansen (2003) e Gerges (1992), como a variao da percepo da intensidade do som pelo ouvido humano elevada, h dificuldade em expressaremnmerosdeordemdegrandezatodiferentenumamesmaescala linear, portanto utiliza-se a escala logartmica (figura 1). Outra razo para se utilizar a escalalogartmicaqueoouvidohumanotemumarespostadotipologartmicae nolinear,enecessitaria 1310 unidadesdedivisoparacobrirtodasasfaixas experimentadas da audio humana (BIES e HANSEN, 2003; LPEZ, 1999). 10 Figura 1 Relao entre a presso sonora acstica em Pa e o nvel de presso sonora em dB.FONTE: Brel & Kjaer (2000). ConformedizemBieseHansen(2003),aescalalogartmicadispeuma maneiraconvenientedecompararapressosonoradeumsomcomoutroepara evitar uma escala muito comprimida, um fator de 10 utilizado, originando o decibel. Onveldeintensidadeacsticadenominadode IL iguala10vezeso logaritmoentreaintensidadeacsticaI eaintensidadeacsticadereferncia oIcujo valor de referencia de 2 12/ 10 m W, ou seja, conforme a equao 2 abaixo: 11) ( log 1010dBIILoI|||

\|= (2) Substituindoovalordaintensidadeacsticadereferncia oI ,cujovalor 2 12/ 10 m W, obtemos a equao 3 abaixo: ) (10log 101210dBILI||

\|= ) ( 120 log 1010dB I LI+ = (3) 2.2.2 O nvel da potncia sonora (Lw) De acordo com Bies e Hansen (2003), Lpez, (1999) e Nepomuceno (1968), apotnciasonoradefinidaemumaescalalogartmicaempregandoonvelde potncia sonora em dB e que dada por: ) ( log 1010dBreferncia de potnciasonora potnciaLw= onde: wL = o nvel de potncia sonora;Potncia sonora (W )= potncia da fonte expressa em Watt; Potncia de referencia (oW )= o valor normatizado de 1 pico Watt. Ento obtemos a equao 4: ) ( log 1010dBWWLow=(4) Levando o valor de referncia na equao 4, temos: 12) (10log 101210dBWLw= , resultando na equao 5 abaixo: ) ( 120 log 1010dB W Lw+ =(5) AindadeacordocomLpez(1999),nosedeveconfundiremnenhuma hiptese o nvel de potncia acstica com o nvel de presso sonora, uma vez que a primeira uma medida de potncia emitida pela fonte, enquanto que a segunda no sdependedafonte,assimcomotambmdadistnciadafonteedas caractersticas do espao que rodeia a fonte. Na tabela 1, encontram-se os valores da potncia acstica de distintas fontes tpicas de rudo em dB. TABELA 1 - NVEL DE POTNCIA MDIA DE VRIOS TIPOS DE FONTES SONORAS FONTE: LPEZ (1999) 132.2.3 O nvel da presso sonora (NPS) Onveldepressosonora( NPS )expressoemdecibels(dB),maiorou menorquearefernciadapressosonora refP ,deacordocomaexpressoda equao 6 abaixo: ) ( log 20 log 20 log 1010 102210dB P PPPNPSrefref = =(6) Onde: NPS= nvel de presso sonora [dB]. P= presso sonora medida [N/m]. refP= presso de referncia, tomada como nvel zero. ParaBieseHansen(2003),Lpez(1999),Gerges(1992)eNepomuceno (1968), o valor da presso de referncia dePa x510 2, substituindo este valor na equao 6, resulta na equao 7 abaixo: ) ( 10 2 log 20 log 20510 10dB x P NPS = ) ( 10 log 100 6 log 2010 10dB P NPS + = )) ( ( 94 log 2010A dB P NPS + =(7) 2.2.4 Adio de nveis de rudo Parasesomarmaisdedoisnveisdeintensidadeoudepressosonora, sejamelessonspurosouno,pode-seutilizaraformaanalticaouoprocesso grfico (BIES e HANSEN, 2003, LPEZ, 1999, GERGES, 1992). 142.2.4.1 Adio atravs do processo analtico A soma analtica encontrada utilizando a partir das equaes 8 e 9 abaixo. Quandosodadosdoisnveisdeintensidadesonora,sejam 11L e 12L o nveltotal TL1 obtido conforme os procedimentos seguintes: ) ( log 10110 1dBIILoI|||

\|=(8) ) ( log 10210 2dBIILoI|||

\|= (9) Aplicando a forma inversa do logaritmo nas expresses acima obtemos: 11 , 0110ILoI I =e 21 , 0210ILoI I =onde : ( ) ) ( 10 102 11 , 0 1 , 02 1dB I I I II IL Lo T+ = + = A intensidade sonora total obtida atravs da equao 10 abaixo: ) ( log 1010dBIILoTIT|||

\|= (10) Substituindo o valor das duas ltimas equaes, temos a expresso para o clculo da intensidade total de rudo, conforme a equao 11, abaixo: ( ) ) ( 10 10 log 102 11 , 0 1 , 010dB LI IL LIT+ = (11) A equao 11 vlida para n diferentes fontes de intensidade sonora. 152.2.4.2 Adio atravs do processo grfico A determinao do valor total da intensidade sonora pode ser simplificada a partirdautilizaodogrficodafigura2,paraistodeveseguiroseguinte procedimento: 1 )calcular a diferena entre os nveis 11Le 12L ; 2 )Ovalorobtidoselevaaoeixodasabscissasesobeatencontrara intersecocomacurvadafigura,emseguidatraa-seumalinha horizontal at o eixo das ordenadas; 3 )O valor encontrado no eixo vertical, se soma ao maior valor dos nveis deintensidadesonora.Seforemsomentedoisnveisestesero resultado total da somatria dos nveis de intensidade sonora; 4 )Casohajaoutrosvaloresdepressosonoraadotarosprocedimentos descritos nos itens 1 a 3. Esteprocessoserepetiratseobterasomadetodososnveis. Normalmentenecessriocombinarnveisdesinais,porexemplo,onvelque resulta de uma combinao de vrias fontes sonoras. Assim como, freqentemente necessrio determinar qual o nvel sonoro de uma determinada fonte mais o rudo de fundo do ambiente, assim como para calcular o nvel de presso sonora total em nveisdebandadeoitava,comoporexemplo(LPEZ,1999,BREL&KJAER, 2000). Nafigura2tambmpode-seobservarqueparaasubtraodenveisde rudocom amesmaintensidade,obtm-se ovalor3dB, hajavistaqueoresultado dadiferenaentreosnveisserzero.Portanto,semprequetivermosduasfontes sonoras com a mesma intensidade de nvel de rudo o valor total ser acrescido em 3 dB, de uma delas. 16 Figura 2 - Diagrama para somar nveis de intensidade sonora.FONTE: Lpez (1999). 2.2.5 Subtrao de nveis sonoros do rudo de fundo ou rudos ambiental Muitasvezesnecessriosubtrairumrudodeoutro.Estasituao bastantecomum,porexemplo,emambienteindustrialquandohnecessidadede subtrair o rudo de fundo, isto , o rudo ambiental gerado por outras fontes que no sejaobjetodaavaliao.Paraseobterorudoproduzidoporumanicae determinada mquina, o rudo de fundo ou ambiental no deve mascarar o sinal de interesse. O mtodo utilizado para se determinar o valor de uma nica fonte similar ao descrito para se obter a adio de nveis de rudo distintos demonstrado no item 2.2.4.Hummtodoanalticoeummtodogrfico,conformedemonstradoa seguir. 2.2.5.1 Subtrao pelo mtodo analtico DeacordocomBieseHansen(2003),Gerges(1992)eLpez(1999),a forma analtica obtida pela expresso da equao 12 abaixo. ( ) ) ( 10 10 log 101 , 0 1 , 010dB Ln n sL Lm =+ (12) 17onde: mL = Rudo de uma nica mquina ou fonte sonora.n sL+= Rudo total do ambiente. nL = Rudo de fundo ou rudo ambiental. 2.2.5.2 Subtrao pelo mtodo grfico. Adeterminaodaintensidadesonoraapartirdoprocessodogrficoda figura 3 mais simples, prtico e rpido. De acordo com Lpez (1999) e Brel Kjaer (2000), para determinar o verdadeiro nvel de uma fonte sonora sL em um ambiente ruidoso com um rudo total do ambiente n sL+, deve seguir o procedimento abaixo: 1 )O nvel total n sL+. 2 )O rudo de fundo ou ambiental nL . 3 )Se encontra a diferena entre os dois nveis n sL+ - nL . Se a diferena menor que 3 dB, no se pode conhecer com preciso o nvel de rudo dafonte,umavezqueorudoambientalmuitoelevado.Seovalor est compreendido entre 3 e 10 dB dever ser feito uma correo. Se a diferenaformaiorque10dBnenhumacorreosernecessriano ambiente, o rudo de fundo desprezvel, portanto pode ser ignorado.4 )Casohajanecessidadedesefazerumacorreonadiferena n sL+- nL , leva-se o valor obtido no eixo das abscissas e sobe at encontrar a curva de referncia, em seguida traa-se uma horizontal at encontrar o eixo das ordenadas. 5 )OValorL obtidosubtraidonveltotal n sL+,sendoestenovovaloro nvel real da fonte sonora. Nafigura3temosogrficoutilizadonesteprocedimentoparaseobtero nvel real da fonte sonora, conforme descrito acima. 18 Figura 3 - Diagrama para determinar o nvel real de uma fonte sonora em um ambiente ruidoso.FONTE: Lpez (1999). 2.3 A INTENSIDADE ACSTICA EM FUNO DA DISTNCIA DE PROPAGAO Conformevistoanteriormente,apropagaodasondassonorasprovoca certos fenmenos diretamente influenciados pelas caractersticas da onda e do meio materialondeelasepropaga.Porm,paraseterumaidiamaissimplesda propagao de uma onda sonora, do ponto de vista terico, a maneira mais simples de demonstrar partir de uma fonte sonora esfrica, conforme a figura 4. Uma fonte destetipoirradiaondasesfricasharmnicasnomeioqueacerca,supondoeste fenmenohomogneoeistropo,aindaqueestetipodefontegeralmentenose empreganaprtica,pormjustificaestudaralgumasdesuaspropriedades,nos porque proporciona uma introduo simples s fontes mais prticas, seno tambm porquemuitasfontesacsticasemumaprimeiraaproximaopodemser consideradasesfricaspulsantessesuasdimensessopequenascomparadas com a longitude de onda do som irradiado. 19 Figura 4 - Ondas esfricas irradiadas por uma fonte pontual.FONTE: Lpez (1999). Levandoistoemconta,seconsiderarmosumafontesonorapontualeem espaolivre,podemosconsiderarmuitas fontesacsticascomoesfricas.Em uma fontedestetipoosomseirradiaigualmenteemtodasasdirees,apartirdeum centroaparenteacertadistnciardafonte(figura5)esedistribuisobreuma superfcieesfricaderaior,eemumpontodeterminadodestasuperfciea intensidade sonora definida pela equao 13 abaixo: ) / (422m WrWSWI= = (13) onde: W= a potncia sonora. S= rea da superfcie esfrica. 20 Figura 5 - Fonte sonora pontual de potncia acstica W em campo livre.FONTE: , (2008). De acordo com Gerges (1992), se empregarmos a relao entre a potncia sonora, o nvel de presso sonora e a presso sonora da equao 13 e tomarmos os logaritmosdecimais,obtemosarelaoesfricadonveldepressosonoraque expressa conforme a equao 14 abaixo, para uma fonte irradiando uniformemente em todas as direes. 4 log 10 log 10 ) / (41log 102 22 = + = r W NPS m WrW NPS ) ( 11 log 20 dB r W NPS =(14) Esta equao representa uma fonte irradiando em todas as direes em um campo livre (campo sonoro sem reflexes). O termor log 20da equao o fator determinante para predizer que a cada dobro de distncia da fonte tem-se 6 dB de atenuao.DeacordocomLpez(1999)esteresultadoconhecidocomoleida divergncia ou lei do inverso ao quadrado da distncia. Porm,aindadeacordocomGerges(1992),deve-seconsideraro coeficientedediretividadedafonte,emfunodequeumafonterealdificilmente irradiadeformaigualemtodasasdirees.ConformeBieseHansen(2003),este coeficienteassumeosvaloresde1parafonteesfrica,de2parafontesemi- 21esfrica,de4parafonteonidirecionalposicionadanaarestadeduassuperfciese de 8 no caso de fonte no vrtice, isto , na interseco de trs superfcies rgidas e infinitas. O coeficiente de diretividade dado pela equao 15 abaixo: Q DI log 10 ) ( = onde: Q = fator de diretividade. IIQ) (=(15) onde: ) ( I = a intensidade na direo e distncia r da fonte. Paraafonteesfricaocoeficientedediretividade Q iguala1,temosa equao 16 abaixo: ) ( 11 log 20 log 10 dB r Q W NPS + =(16) Como o logaritmo de 1 igual a zero, este coeficiente no altera a equao.Arelaoentreonveldepressosonora 1NPS ,emumadistncia 1r eo nvel de presso sonora 2NPSem uma distncia 2r dada pela equao 17 abaixo: 11 log 20 11 log 202 1 2 1+ + = r W r W NPS NPS ) ( , log 20 log 20 log 20122 1 2 1dBrrr r NPS NPS + = (17) 222.4 ATENUAO DO RUDO PARA UMA FONTE SEMI-ESFRICA A fonte de rudo semi-esfrica aquela cuja fonte sonora est fixa no cho. Logo, o efeito da irradiao da energia sonora se refletir num espao semi-infinito, porqueasondassosemi-esfricas,eaenergiadescreverumarea2 / S que corresponde a 22 r . Para este tipo de fonte o fator de diretividade igual a 2. Considerando a rea semi-esfrica e o coeficiente igual a 2 e substituindo na expresso abaixo do nvel de presso sonora, obtemos a equao 18 abaixo: 2 22log 10 2 log 10 ) ( log 10 ) / (21log 10 ) ( log 10 r DI W NPS m WrDI W NPS + = + + = ) ( , 8 log 20 ) ( log 10 dB r DI W NPS + = (18) 2.5 NVEL SONORO EQUIVALENTE DE RUDO (eq L) Onvelsonoroequivalenteumnvelconstantemdioqueequivaleem termos de energia acstica, e definido em termos do tempo de variao do nvel da presso sonora, expresso em decibel (dB) pela equao 19 (SCHULTZ, 1972): ( ) dB dtPt PTo((

=022eq) (T1log 10 L (19) Onde: T = tempo total de integrao. P(t) = presso sonora instantnea. Po = presso sonora de referncia (2 5/ 10 2 m W x). 23Segundo Gerges (1992), o grau de danos que um certo rudo pode provocar audiodependetantodeseunvel,comotambmdoseutempodedurao. Sendo assim, a exposio a um nvel elevado de rudo como 100 dB(A) durante um pequeno perodo, como um minuto, pode no ser prejudicial como a exposio 90 dB(A)duranteumahora.Portanto,aintegraodotempodeexposioaesta variaoderudoobtidaatravsdeumniconvelequivalente(Leq),conformea equao 19. 2.5.1 Nvel sonoro equivalente de Rudo contnuo (AeqL ) De acordo com Bies e Hansen (2003), o nvel equivalente de rudo contnuo temumadefiniosimilaraoeq L ,excetoqueesterepresentaonveldepresso sonora antes de fazer uma mdia de todos os nveis de presso sonora existente em umambiente.Portanto,o AeqL usadoparaprecisarorudoocupacionale ambientaldentrodeumperododetempoT ,epodeserexpressoconformea equao 20 abaixo: )) ( ( 10T1log 10 L010 / ) (AeqA dB dtTt LA((

= (20)

Paraexposioaorudoocupacionalamaiscomumidentificao 8h Aeq,L , que implica na normatizao da exposio a um perodo de 8 horas, mesmo que a exposiointensidadederudosejamaioroumenorqueoperodode8horas. Destaformaaequaoseguinterepresentaaexposioparaoperododesejado, conforme a equao 21: )) ( ( 1081log 10 L010 / ) (Aeq,8hA dB dtTt LA((

=(21) 242.6 EMISSO E IMISSO SONORA 2.6.1 Emisso DeacordocomAberleetal.,(1978)emissosonoraaradiaodeuma fonteindividualdesomqueefetivamenteemitida.Nestecasoosmotores, engrenagens das mquinas e equipamentos industriais. 2.6.2 Imisso De acordo com Aberle et al., (1978) imisso sonora refere-se a recepo do somapartirdeumaoumaisfontessonorasnopontodeobservao,isto,a pressosonoraqueefetivamenterecebidapelosistemaauditivodoreceptor, sendoentoumavariaoentreonveldepressosonoraemitidoporumafonte menos as perdas na transmisso entre a fonte e o receptor. 253 O RUDO INDUSTRIAL DeacordocomaOMS(OMS,1980),aindstriamecanizadageraosmais sriosdosvastosproblemascausadospelorudoindustrial,submetendouma significativafraodapopulaodetrabalhadoresapotenciaisnveisdeperigoa esteagente.Esterudodevidosmquinasdetodosostipos, efreqentemente aumenta com a potncia dos equipamentos. Alm de que, a caracterstica do rudo industrialvariaconsideravelmentedependendodeequipamentosespecficos. Mquinas rotativas e de impactos geram sons que so dominados por componentes transitrios, tais como fluxos de ar de equipamentos, os quais tendem a gerar faixas de sons aleatrios em uma banda larga de freqncias que influenciam na poluio sonoracausadapelorudoindustrial.Osmaioresnveisderudosonormalmente causados pelo fluxo de gases que se movem em alta velocidade (ex.: ventiladores e vlvulasdeliberaodepressodevapores)ouporoperaesenvolvendo impactos(ex.:estamparia,rebitagemebritagem).Nasreasindustriais,orudo normalmenteprovmdeumalargavariedadedefontes,muitasdasquaissode naturezacomplexa.Omecanismodegeraodorudodasmquinas razoavelmentebemcompreendidoeasexignciastcnicasparaumaemissode baixo nvel de rudo em novas maquinarias normalmente podem ser especificadas. A dificuldadeestemsereduzirapoluiosonoraapartirdeequipamentosj existentesnalinhadeproduo,portantoumsrioobstculonamelhoriado ambiente laboral e este foco principal desta pesquisa. 3.1 A NATUREZA DO RUDO INDUSTRIAL DeacordocomRajadeletal.(2006),orudoumdospoluentesmais subestimadosapesardeonipresenteeterumefeitonegativoeacumulativona sade.Naindstriaquaseinevitvelaemissodeelevadosnveisderudo, apesar de que muitos deles podem ser evitados. Existe um nmero no desprezvel de situaes que promovem a gerao de rudos evitveis, por exemplo, sadas de vapores,desgastesedesajustesmecnicos,peassoltaseemgeraldefeitos 26mecnicos que provoquem vibraes excessivas. Todas estas situaes tendero a incrementar o nvel de rudo gerado numa planta industrial ou equipamento. Alexandry(1982)analisaorudoindustrialquantosuanaturezafsicae subjetiva,eapartirdestaanliseestabeleceoembasamentoparajustificar claramenteasnecessidadesdeseucontrolenafonte,umavezqueorudouma conseqncia natural da atividade industrial. Alm de que, o rudo perde tanto fsica esubjetivamenteascaractersticasdeseuselementosgeradores,equese comportacomoumtodonico,eainda,queseusefeitosdependemdanatureza unvoca deste conjunto. 3.1.1 O componente fsico do rudo Quanto natureza fsica, o rudo definido como um fenmeno acstico no peridico sem componentes harmnicos definidos. Para a sua anlise necessrio avaliaroconjuntodetonssimples,tantoempiricamente,pormeiodefiltros,como teoricamenteouporanlisedeFourier.Estaanliseconsistenadecomposiodo rudo em grupos de tons que o geram e pertencentes a um entorno de freqncias pr-determinado,oqualdenominadofaixadefreqncias.Almdeque,h variaodaamplitudedorudoemfunodasuafreqncia,eestavariao denominadaespectro.Considera-se,ento,queosparmetrosdorudosoa amplitudedafreqnciamdiaealarguradafaixadefreqncia(ALEXANDRY, 1978).Etambmconsidera-sequeotomdemaioramplitudeestnocentroda faixadefreqncia,mascomoadistribuiologartmicaemrelaos freqncias,afreqnciacentralamdiageomtrica,edadapelaequao22 abaixo: ) ( ,121Hzfff f =(22) onde : = f a freqncia central. 27=1f a freqncia do limite inferior. =2f a freqncia do limite superior. importante destacar que a quantidade de energia de uma onda sonora no determinadapelafreqnciacentral,maspelaenvolventeintegraldetodoo espectro de freqncia, isto , depende no s da amplitude mxima, mas tambm da largura da faixa de freqncia. Este fator muito importante porque determina o pontocentraldediscussoparadeterminar comoorudoafeta o ouvidohumano e que ser abordado no captulo 3 desta pesquisa. DeacordocomBrelKjaer(2000),ostonsincmodosdeumrudopodem ser gerados por duas maneiras diferentes: freqentemente por mquinas com partes rotativas,taiscomomotor,caixadecmbio,ventiladoresebombas,epor desequilbriosouimpactosquecausamvibraesesotransmitidasatravsdas superfciesaomeioareo,epodemserouvidoscomotons.Tambmpodemser geradores de tons os fluxos pulsantes de lquidos ou gases que so produzidos por processos de combusto ou restries de fluxo. 3.1.2 O componente subjetivo do rudo A subjetividade da percepo do rudo est intrinsecamente relacionada com a percepo sensorial do ser humano, cuja reao produzida no sistema nervoso e est relacionada entre o estmulo e sensao. A partir deste princpio estabeleceu-se aLeideWeber-Fecher:Paraqueseverifiqueumaumentonasensao, necessriaqueaintensidadedoestmulocresanamesmaproporo (ALEXANDRY, 1978). ConformeLpez(1999),aintensidadesubjetivadosomdefinidadeuma forma relativa, comparando a sensao originada por este som com a de outro som dereferncia.Seosdoisproduzemamesmasensaodeintensidadepossvel dizerqueambostmamesmaintensidadesubjetiva.Naprticaseempregam referncias: 1) os sons puros de 1.000 Hz de freqncia e nvel de presso sonora 28ajustvel,e2)asbandasderudobrancocentralizadasem1.000Hz,comuma larguradefaixade100Hzeumnveldepressoajustvel.Quandoumsom comparadocomaprimeiradasrefernciassuaintensidadesubjetivasechama sonoridade.Secomparadacomasegunda,aintensidadesubjetivasechama ruidosidade.Seasonoridadedeumsomduplicada,seduplicaasensaode intensidade experimentada. Afigura6apresentaosnveissonorossenoidaisdefreqnciaf,para produzir a mesma sensao auditiva que um som senoidal de 1000 Hz de freqncia a um dado nvel de intensidade de presso sonora. A relao existente entre o nvel depressosonora,onvelsonoroeafreqnciaforamdeduzidose experimentalmenteporFletchereMunson,comjovensnafaixaetriade18anos, com audio normal. Figura 6 - Curvas de igual nvel sonoro.FONTE: (ISO R 226) apud Lpes (1999). Na figura 6 pode-se notar que a faixa de baixa freqncia onde a audio humana menos sensvel em relao ao nvel de presso sonora. A faixa de maior sensibilidadeencontra-seentre1.000e2.000Hzequenafaixadasaltas 29freqnciasasensibilidadeauditivadiminuiemrelaosfreqncias intermedirias. 3.2 AS FONTES DO RUDO INDUSTRIAL De acordo com Alexandry (1978), com relao ao rudo industrial uma fonte um elemento esttico, a qual produz o rudo por vibrao interna e que o transmite ao meio ambiente exterior por radiao ao ar ou indiretamente atravs de vibraes atodososelementosquearodeia.Portanto,devemserconsideradasasformas pela qual se gera o rudo e as partes da fonte causadora do rudo. Conceitua-se que aformapelaqualsegeraorudodenominadageradoreapartedafonte causadoraacausa.Estesconceitossoimportantesparasedeterminara naturezadocontroledorudoindustrial,isto,atuando-seprimeiramentenas causasdorudonafontegeradora.Somenteumaformadecontroleenvolveos geradores,eestaconsistenasubstituiodafontegeradora,oquepodeser impossvelemfunodequepode-secomprometertecnicamenteaatividade industrialou em funodoscustosseremtoelevadosquepodemcomprometero resultadoeconmicodaempresa.Afigura7mostraodiagramaemblocoscoma correlao de causas e geradores de rudo na atividade industrial. Figura 7 - Diagrama de correlao de causa e geradores de rudo industrial. FONTE: Alexandry (1978). BieseHansen(2003)relacionameabordamosmeiosparaocontrolenas principaisfontesgeradorasderudonaindstria,taiscomo:ventiladores, compressores,torresderesfriamento,bombas,fluxosdefluidos,vlvulasde controles, fluxos de fluidos em tubulaes, caldeiras, turbinas, combusto interna de ATIVIDADE INDUSTRIAL RUDO CAUSAS GERADORES 30motores,fornos,motoreseltricos,geradores,transformadores,engrenagense veculosdetransportes.Aprediodonveldapotnciasonorageradapor equipamentosemquinasindustriaisgeralmentemuitodifcil,primeiramente porqueaspossibilidadesdemecanismosgeraremrudossoextraordinariamente muitaselevadasevariveis,desdeosmaissimplesequipamentosatosmais complexos, alm de que, a grandeza do rudo gerado no meio depende tambm do ambiente onde a fonte est instalada. A partir destas evidncias possvel estimar o nvel de rudo radiado por algumas fontes de rudo aerodinmicas, em termos de um fator de eficincia acstica, como uma frao da potncia total. De qualquer forma, estemtodonopodeseraplicadodemaneiragenricaparaoutrosprocessose mecanismosqueproduzemorudo.Almdisso,nopossvelfazeralguma hiptese simplificada e abrangente em princpios termodinmicos, porque a potncia radiada como som geralmente somente uma pequena parte do saldo da potncia deoperaodeumamquina.Emsuma,maioreficincianonecessariamente significa menor nvel de rudo. 3.2.1 Causas do rudo industrial na fonte Parasetraarumaestratgiaeadotarmedidasparaocontroledorudo industrial,importanteconhecerasdiversascausasdorudoindustrialnasfontes geradoras.Alexandry(1972)objetivamenterelacionaedescreveasprincipais causasdorudonosequipamentosemquinasutilizadasnaindstria,asquais podemserem funodaspartes mecnicas,pneumticas,exploseseimploses, hidrulicas e magnticas. 3.2.1.1 Causas mecnicas Orudoresultadodacausamecnicaoriundodaexcitaocinticadas diversas partes de uma mquina em funo do movimento das peas, quer seja de translao ou rotao ou a combinao destes movimentos, com a interao direta nomnimoentreduaspeas.Acausaatransformaodaenergiacinticaem energiasonoraouenergiapotencialemenergiasonora,epodemcausarrudo 31mecanicamenteaolevaroutraspeasvibrao.Ascausaspodemserdedois tipos: de impacto ou de frico. a) Causa mecnica de impacto Acausamecnicadeimpactoaaplicaoouodesaparecimentobrusco deumaforasobreumapea,causandonestaumesforodedeformao.Estas duas possibilidades so opostas, do ponto de vista fsico, pois a aplicao brusca de umaforaimplicanaquantidadedemovimentocomqueareferidaforaatua,em funodavelocidadedaaplicao,enquantoqueodesaparecimentobruscoda foraaplicadafazsurgiraforaelsticaqueatuarnarecuperaodapea, fazendo com que esta entre em vibrao. O impacto pode ser dinmico ou esttico. Impactodinmico:oproduzidopelochoque,oqualrequerqueapea tenha um curso (uma folga onde a pea pode se mover livremente); e que sua trajetriaformeumngulononulocomapeaqueagolpeia;queapea tenha uma massa definida capaz de produzir uma deformao elstica ou que aforadedeslocamentosejasuficientementegrandeparaacelerarapea, causandoumaquantidadedemovimentosuficientementegrandepara produzir deformao. Impactoesttico:produzidopelasbitaparalisaodeumaforade deformaoerequerqueaforaaplicadasejaretiradaaumavelocidade superior a velocidade da recuperao elstica. SegundoAlexandry(1972),seestasduascondiesdeimpactono coexistiremoimpacto notemimportnciaparafinsdegeraoderudo.Alm de que, o impacto de uma mquina pode ser voluntrio ou involuntrio, o primeiro deve ser observado, para fins de controle do rudo, que o impacto seja controlvel em si, tantonaspeasdecontatocomonoselementosqueocausam,enquantoqueo segundopodeseremfunododefeitocausadopelomalfuncionamentoda mquina em funo de desgaste de peas. 32b) Causa mecnica de frico Africoaforaqueseopeaomovimentorelativodedoiscorpos,e dependedaforaedareadassuperfciesemcontato.Orudomecnicopor frico aumenta pelo grau de rugosidade das superfcies e diminui pela lubrificao. Portanto, o rudo oriundo da frico pode ser em funo da falta de lubrificao. 3.2.1.2 Causas pneumticas resultado da vazo de uma coluna de ar dentro de um duto e pode causar rudosdevidosturbulnciasdoarnoduto.Estasturbulnciasdependemda velocidade e presso da coluna e tambm da forma fsica e da rugosidade do duto. Almdeque,ageometriadosdutossofatoresdeterminantestambm,taiscomo cotovelos,dobras,bifurcaes,aumentoediminuiodageometriadosdutosso determinantes na produo de rudos. 3.2.1.3 Causas exploses e imploses As exploses e imploses so resultantes da mudana sbita da presso de gscontidonumacmara,causandoumatransformaodeenergiapotencialem energia cintica. Diz-se que exploso quando a presso original superior final; caso contrrio chama-se imploso. 3.2.1.4 Causas hidrulicas resultadodavazodeumacolunadeguadentrodeumdutoeque podemcausarrudosdevidoaturbulnciasdestacolunanodutoemfunode moverem-seemregimesturbulentospelapresenadeumagrandequantidadede bolhasdear,quesofremcompresses.Estasbolhas,porsuavez,produzem desequilbrioselsticos,quecausamvariaesnomovimentointernodesuas 33partculas.Estefenmenoobedeceaumaperturbaodosextremosdacolunade gua que causa vibraes gerando o rudo. 3.2.1.5 Causas magnticas Ainduomagnticadevidopassagemdacorrenteeltricano enrolamentodeummotorproduzumavibraonoenrolamentoqueconstituia bobina eltrica. A vibrao proporcional intensidade da corrente eltrica. 3.3 OUTROS FATORES DETERMINANTES QUE INFLUENCIAM NAS CAUSAS DO RUDO EM AMBIENTE FECHADO Gerges (1992) e Bies e Hansen (2003) citam que alm das causas do rudo devemserconsideradasoutrasvariveispresentesemambientesfechados,que influenciam na propagao sonora, como no ambiente industrial, as quais assumem comportamentodeanlisescomplexasnapropagaosonoranoambiente,tais como:aformageomtricadoambiente,aabsoroacstica,reflexesedifraes dasvriasparedes,tetoseelementosinternos,fontessonoras,seusespectrose diretividade, posio das fontes, efeitos das aberturas nos ambientes, etc. 3.4 MEDIDAS PARA CONTROLE DO RUDO INDUSTRIAL DeacordocomaOMS(1980),osnveisderudoindustrialpodemser reduzidosoulimitadospelocontroledaemisso.Aaomaiseficientecontrao rudoexcessivoreduzirorudonafonte.Aindstriadispedetecnologiapara controlarorudoesolucionarmuitodosproblemastpicosquecrescemcomo uso demaquinrios.Geralmenteaaomaiseficazreprojetarousubstituir equipamentosruidosos,pormseistonoforpossvel,umareduosignificativa dosnveisderudopodeserobtidapelamodificaoestruturalemecnicadas 34mquinas,oupelautilizaodeabafadores,isoladoresdevibraese enclausuramento da mquina, Beranek (1971) e Mags (1978) apud OMS (1980). Saliba(2001)especificaqueas medidasparacontrolara emissodorudo so basicamente de trs maneiras distintas: na fonte, na trajetria e no homem. Por hierarquiaasmedidasdecontrolenafonteenatrajetriadeveroserprioritrias quando viveis tcnica e economicamente. 3.4.1 Medidas para controle do rudo gerado na fonte. ConformeafirmamBieseHansen(1999),Gerges(1992),Saliba(2001)e Maia(2002),devem-seseradotadasmedidasdecontrolesemprenafonte, utilizandomquinaseequipamentossilenciosos.Porm,porrazestcnicas, econmicasedeprocessos,nemsemprepossvel.Emfunodisto,parase atenuarexistemmedidasquepodemseradotadas,principalmenteaquelasque visamocontrole dorudogeradoporcausasmecnicas,em funode montagens incorretasdasmquinaseequipamentosnolocalondeestoinstalados.Abaixo estodiscriminadasalgumasdestasmedidasquepodemseradotadasnalinhade produo: Isoladores de vibrao: esta medida adotada para isolar as vibraes da fonte que so transmitidas atravs das superfcies das edificaes onde esto instalados.recomendadaautilizaodeisoladores,blocosdeinrciae materiaisdeamortecimentocomoborracha.Estasmedidasalmde atenderem ao controle do rudo, tambm contribuem para um funcionamento maisadequadodoequipamento,emfunodeevitardesgastesmecnicos pela vibrao das peas e engrenagem.

Enclausuramento:amedidacomumenteutilizadaparaatenuarorudo geradoporequipamentos,taiscomo:motores,compressores,ventiladores, pressurizadoresdegsouvapores.Osdispositivosdeenclausuramento podematuarcomosupressor,atenuadoroucomodesviodorudo, 35redirecionando-o para locais distantes de reas a serem protegidas do rudo. Nautilizaodestamedidadeveserlevadaemcontaaventilaodo equipamentoparanoocorrerosuperaquecimento,evitandoassimque aquele venha a ser danificado. Cmarasatenuadoras:soutilizadasparaatenuarasturbulnciasdoar dentrododutoevibraesdatubulao.Estesrudossocausadospor variaesdasecododutoouporsuarugosidadesuperficialinterna.O maiorrudocausadoporfontespneumticasresidenoescapedogssob presso. A turbulncia decresce pela diminuio da seo dos dutos. Lubrificao das mquinas e equipamentos: os lubrificantes so utilizados para atenuar o rudo de frico entre as partes mecnicas dos equipamentos. Portanto,amanutenopreventivaeperidicadeveserumarotinana indstria,almdeseevitaroscustoscomreparosnasmanutenes corretivas dos equipamentos e custos com a parada da produo. 3.4.2 Medidas para controlar o rudo na propagao entre a fonte e o receptor. Em muitas situaes, quando as medidas de controle do rudo na fonte no soeficazes,emfunodascaractersticasdasfontesgeradorasdorudo,a soluo modificar o caminho da transmisso do rudo ou modificar o caminho entre afontederudoeoreceptor.Paraisto,aprimeiramedidaaseradotada determinar os trajetos de transmisso e classific-los em grau de importncia relativa ao incmodo, a partir desta classificao devemos passar a considerar medidas que visem controlar o rudo na sua trajetria de propagao, as quais so descriminadas a seguir (BIES e HANSEN, 1999): Barreirasacsticas:asbarreiasdevemsercolocadasparaseparara mquina do meio que a rodeia, evitando que o som se propague diretamente at o receptor. Estas barreiras quando tratadas apropriadamente com material absorventepodematenuarosnveisdocampodereverberaodorudo, 36aumentandoaindamaisaabsorototaldorudonolocalondeesto instaladas.Asbarreirassoditascomoumaformadeenclausuramento parcial, por reduzir o som irradiado em uma nica direo. Paredesduplas:estamedidadeveseradotadaquandosedesejaobter grandeperdadetransmissoderudo.Naconstruode paredes duplas as paredesdevemsermecnicaeacusticamenteisoladasumadaoutratanto quantopossvel.Aisolaomecnicapodeserfeitapelamontagemdas paredesemseparadoedesconectadaumadaoutra.Enquantoquea separaoacsticanormalmentefeitapelodistanciamentoentreuma parededaoutra,todistantequantopossvel.Ointervaloentreasparedes deveserpreenchidocommaterialabsorvente,assegurando-sequeestes materiais no formem uma ponte mecnica entre as paredes. Para melhores resultados os painis devero ser isotrpicos. 3.5 O PLANEJAMENTO DO CONTROLE DO RUDO NA FONTE DeacordocomSaliba(2001),afasemaisapropriadaparaocontroledo rudonafontenoplanejamentodasinstalaesindustriais,poispossvel escolherosequipamentoscommenoresnveisdeemissoderudoeplanejare dimensionar o laioute mais adequado. Porm, a adoo destas medidas dever ser cuidadosamenteestudadaeplanejadaparaquenosejamalteradosprincpiosde funcionamento de mquinas e equipamentos. 3.6 CONTROLE DO RUDO NO RECEPTOR Quandoasmedidasdecontroledorudonafonteoutrajetrianosejam possveis, por dificuldades tcnicas e de processos, momentneas ou permanentes, deve-se adotar medidas de proteo para reduzir a exposio do trabalhador. Estas medidaspodemserdecartercoletivoouindividual.Asmedidasdecarter 37individualdevemseradotadasemcasoextremoenuncacomoprimeiraounica medida. 3.6.1 Medidas coletivas de controle SegundoAlexandry(1978),apsteremsidoesgotadassemsucessoas aes para o controle do rudo na fonte, deve-se avanar para uma etapa adicional buscandolimitaraexposiocoletivadostrabalhadoresnolocalondeonvelde rudoelevado.Asmedidasdecontrolecoletivassomaisamplasdoqueas medidasprecedentesparacontrolarorudonafonte.Estasenvolvemolocalde trabalho,medidasdaorganizaoparareduzironmerodostrabalhadores expostos,otempodeexposiodostrabalhadoreseaavaliaodosmeiospela qualaexposioocorre.Somenteapsestaanliseasmedidasseguintespodem ser adotadas: Localdetrabalho:Revestirotetocommaterialabsorvente,restringira entrada de trabalhadores que no desempenham tarefas naquele local. Organizao do trabalho: Utilizar mtodos de trabalho que requeiram menos exposioaorudo,limitarotempodejornadadetrabalhonosambientes ruidosos e limitar o acesso s reas de trabalho ruidosas. Equipamentodetrabalho:Avaliarcomooequipamentodetrabalhoest instaladoeondeseencontra,podefazerumagrandediferenaexposio derudoaostrabalhadores.Qualquermedidadecontroledorudodeveser considerada. Quando as medidas para o controle do rudo criam dificuldades paraqueostrabalhadoresrealizemsuastarefas,asmedidaspodemser modificadas ou removidas, por se mostrarem ineficazes. 383.6.2 Medidas individuais de controle Alexandry(1982)enfticoemconsiderarquesomentequandotodasas medidas para controle e reduo do rudo na fonte tenham sido executadas e ainda assimtenhamsemostradasineficazes,deveselanarmodosequipamentosde proteoindividual,isto,oprotetorauricular(tipoplugouabafador).Oprotetor auricularpodesermuitoeficaz,masdifcildeselecionarotipocorretodeproteo auditivaparadeterminadoslocaisdetrabalhoeasuautilizaocorretaporlongos perodos de tempo, de modo que o trabalhador o mantenha e trabalhe eficazmente. Almdeque,autilizaodoequipamentoproteoindividualpodesetornar incmoda.Portanto,algunspontosdevemserexaminadosnostrabalhadoresao utilizar a proteo auricular: assegurar-se que a proteo auricular escolhida adequada para a faixa de freqnciaeduraodorudo.Sercompatvelcomoutrostiposde equipamentos de proteo utilizados. osempregadosdevemterumaparticipaoativanaescolhadaproteo auditivaapropriadademodoquepossamselecionarasoluomais confortvel. muitostrabalhadores,taiscomooperadoresdeempilhadeiraseoperadores decmara,queutilizamproteoauditivadotipoabafadornecessitamfreqentemente de uma comunicao com cancelamento ativo do rudo, para assegurarumacomunicaodesobstrudaeparaminimizarriscosdo acidente. o protetor auricular dever ser corretamente armazenado e mantido. deve ser dado treinamento ao trabalhador sobre o porqu da necessidade da utilizaodoprotetorauricular,comodeveserusado,ecomoarmazenare mant-lo. . 393.7 MEDIDAS ADICIONAIS PARA O CONTROLE DA EXPOSIO AO RUDO 3.7.1 Participao dos trabalhadores Tregenza (2005) dispe que alm das medidas para o controle do rudo, os trabalhadoresdevemreceberainformaoetreinamentoparaajudar-lhesa compreender e tratar dos riscos de rudo relacionados exposio laboral. Isto deve cobrir: osriscosenfrentados,assimcomo as medidastomadasparaelimin-los ou reduzi-los. osresultadosdaavaliaoderiscoemediesderudo,incluindouma explicao de seu significado. medidas de controle de rudo e de protetores auriculares. porque e como detectar e relatar sinais de danos na audio. os trabalhadores quando nomeados como vigilantes da sade devem saber a finalidade de suas tarefas no ambiente laboral. Consultar as entidades de classe uma exigncia legal, e ajuda a assegurar queostrabalhadoresestocomprometidoscomosprocedimentosdeseguranae sadeesuasmelhorias.Comajudadosseusconhecimentosasseguramque eventuaisriscoseperigossocorretamentereconhecidosesoluesviveisso executadas.Osrepresentantesdostrabalhadorestmumpapelimportanteneste processo.Osempregadosdevemserconsultadosemmedidasdesadeede segurana antes da introduo da tecnologia nova ou dos produtos. 403.7.2 Monitorao regular dos riscos Asempresasdevemverificarregularmenteseasmedidasdecontrole adotadasparaatenuarouneutralizarorudoatendemasnormasesoeficazes. Dependendodograudeexposioaorudo,ostrabalhadorestmdireito assegurados por legislao trabalhista que regulamenta a segurana e medicina do trabalho.Ondeistoocorre,osregistrosindividuaisdasade devemsermantidos e asinformaesdevemserdisponibilizadasaostrabalhadores.Oganhocomo conhecimento da vigilncia de segurana do trabalho deve ser usado para rever os riscosdorudoeasmedidasdecontroledorudo.Finalmente,necessrioimpor verificaesexternasparadeterminarqueasmedidasexecutadasparacontrolaro rudo no local de trabalho esto realmente funcionando. O tipo e a freqncia desta monitoraoerevisodependerodolocaldetrabalhoedanaturezaexatados riscos enfrentados, e a legislao de cada pas pode ter as exigncias especficas a respeito da vigilncia da sade. No caso brasileiro estes critrios so especificados pelaNR-9PPRA,aprovadapelaLein6.514de22dedezembrode1977e regulamentadapelaPortarian3.214de8dejunhode1978doMinistriodo TrabalhoeEmprego,queestabelecequeamonitoraodeveocorrerumavezao ano ou se caso ocorra uma modificao nas condies de trabalho. A fiscalizao aleatria e realizada pela Delegacia Regional do Trabalho.

414 O SISTEMA AUDITIVO Osistemaauditivohumanoaltamentesensvelesuscetveladiversos fatores, alm do rudo, que podem causar danos de modo irreversvel. Dentro deste contexto, neste captulo buscou-se analisar o funcionamento deste rgo, com uma abordagem fsica mostrando sua anatomia delicada e a maneira como ele atua como umtransdutorcapazdecaptarasondassonorasetransform-lasemumsinal eltrico,almdemostraroutrosfatoresquepodemcontribuirnaperdaauditiva, comooprocessonaturaldeenvelhecimentodoserhumano.Comooenfoque estabelecidonestapesquisasedemnveldaEngenhariadeSeguranado Trabalho, isto , no respeito tcnica e aos limites de tolerncia para a exposio ao rudolaboralestabelecidosemLei,osaspectosfisiolgicosaquiabordadosso ilustrativos,semapretensodeadentrarreamdicaoufonoaudiolgica.A relevncia deste captulo para orientar a Engenharia existncia de outros fatores quepodemcontribuirnaperdaauditiva,independentementedaexposioaorudo demodoinsalubre,mastambm,queaointeragircomeste,potencializarosseus efeitossobreaaudio.Destaformaodiagnsticodosdanosauditivostem relevncia somente com a avaliao da Medicina do Trabalho. 4.1 ANATOMIA E FISIOLOGIA DO OUVIDO HUMANO Oouvidohumanoumrgoaltamentesensvelqueatuacomoum transdutor,capazdecaptarondassonorasetransform-lasemsinaleltrico,que atravsdonervoacsticogeranocrebroasensaosonora.Deacordocom Bonaldi(2004),oaparelhoauditivoconstitudoportrspartesdistintas:orelha externa,orelhamdiaeorelhainterna,comopodemosobservarnafigura8,cada uma delas tem uma funo especfica.

42 Figura 8 - Corte esquemtico do aparelho auditivo.FONTE: Costa et al. (1994), apud Azevedo (2005). 4.1.1 Orelha externa Aorelhaexternaincluiaparteexterna(orelha),opavilhoauditivoea membranatimpnica.Esteconjuntoatuacomoaparelhoreceptor.Deacordocom Lpez(1999),asondassonorasincidentesnaparteexternasocaptadase canalizadaspelopavilhoauditivo,cujafunodetransmiti-lasdepoisde reforadas.Oefeitocausadopelopavilhoauditivodereforaraindamaisa pressosonora,medianteasreflexesnatrajetriapelassuasparedes.Este aumentodepressodependedafreqnciadosom.Aformadamembrana timpnica apresenta duas propriedades opostas: um determinado grau de rigidez e a possibilidade de se deformar, porm sem modificao das caractersticas mecnicas e acsticas. Pode-se afirmar que o tmpano est constitudo de tal maneira que pode mudardeforma,passandodacnicacomgeratrizretilneapseudocnicacom geratrizcurvilnea,conservandocertograuderigidez.Apartesuperiordotmpano

43atua como uma dobradia, e quando ocorre a vibrao a parte inferior que registra omximodeamplitude.Estaassimetriaocorreemtodososrgosdaaudio, assimcomoadistorodeamplitudedevidaaopavilhoeaorelevodocanal auditivo,cujascaractersticasdevemserlevadasemconta.Lpez(1999)vaimais almeobservaqueoouvidonoumtransdutorfiel,jqueaportadistores lineares e no lineares que originam sons harmnico e sons subjetivos que tendem a enriquecer a onda sonora. 4.1.2 Orelha mdia A orelha mdia contm trs minsculos ossos enlaados: Martelo, Bigorna e Estribo, que transmitem as vibraes desta membrana at o ouvido interno, portanto esta parte do sistema auditivo atua como transmissor. Lpez (1999) descreve que a transmisso do som se efetua em primeiro lugar atravs destes ossculos que, alm disto, tm uma dupla funo: de adaptao e de proteo. A onda sonora passa de ummeioareoparaummeiolquido,eestapassagemtemumaresistncia especfica,aqualocorreemfunodoprodutodadensidadevolumtricadomeio pela velocidade de fase da onda neste meio. Neste caso a diferena de resistncia acstica grande e o coeficiente de transmisso acstico muito pequeno. A onda sonoraaopassardeummeiogasosoparaomeiolquidosofreperdascausadas pelaimpednciadestemeio,eparacompensarestasperdasaquelacadeiassea atua como um adaptador. Maia (2002) cita que a estrutura da pequena cadeia ossicular e a diferena de rea das membranas timpnica e oval amplificam o sinal acstico em cerca de 22 vezes, e este mecanismo compensa os efeitos da impedncia sonora entre os meios detransmissoareo,sseoelquido,edenominadodecasamentode impedncia. A proteo desempenhada pela cadeia ssea se d em funo de que os msculos do martelo e do estribo reduzem a amplitude das oscilaes e protege oouvidointernocontraossonsintensosdebaixafreqnciaemelhoraaaudio dossonsagudosdiminuindooefeitomascaradodossonsgraves.Osmovimentos dasuperfciedoestribonajanelaovalfazemvariarfreqentementeas

44caractersticasdaondasonoraquesetransmite.Paraondasdealtafreqnciae pequena amplitude, a superfcie do estribo se move como uma porta no vai e vem de uma dobradia, enquanto que para ondas de baixa freqncia e grande amplitude o movimento se realiza ao redor do eixo perpendicular precedente, de tal maneira que a superfcie do estribo se desloca impedindo a passagem destas freqncias, como um processo de admisso em uma tubulao. Apressotimpnicatransmitidasuperfciedotmpanoedoestribona janelaovalfazendooriginarasvibraesnolquidodoouvidointerno,queporsua vezestimulaasclulassensoriais.Portanto,temumagrandeimportnciaa liberdade de movimento da superfcie do estribo. Aos movimentos da janela oval correspondem outros da janela redonda em oposio de fase com os primeiros, em funo da incompressibilidade dos lquidos. Asduasjanelasseencontramsituadasemplanosperpendiculares,quetambm atuacomoumaproteonaturalparaevitarqueaondasonorachegueemfasea estas duas membranas, o que faria a cadeia ssea deixar de funcionar, dando lugar anulaodosefeitosdaondasonora,aindaquepartedocaracol,noouvido interno, funcione como o elemento de transmisso. 4.1.3 Orelha interna Aorelhainternaumacavidadedeformacomplexarepletadelquidos chamadosdeperilinfa(ricoemSdio)eendolinfa(ricoemPotssio),contendoas membranaseterminaisnervosos,pelosquaissedetectamastrocasdepresso analisando-asetransmitindo-asatonervoacstico.DeacordocomMaia(2002), dopontodevistaanatmicoaorelhainternaformadaportrscomponentes:o vestbulo, os canais semicirculares e a cclea. Accleaformadaportrscanaisenrolados,quelhedaformadeum caracol,eestescanaissodenominadosde:escalavestibular,escalamdiae escalatimpnica(figura9).DeacordocomGoelzeretal.(2001),accleatemum

45volumeaproximadode0,2mililitros,enesteespaoseencontrammaisde30.000 clulas capilares que atuam como transdutor de vibrao mecnica para impulsos e 19.000 fibras de nervos que transmitem os impulsos para o crebro e vice-versa. Figura 9 Orelha interna.FONTE: Russo (1993), apud Maia (2002). Lpez (1999) reala que um dos pontos mais interessantes com relao ao mecanismo da audio era conhecer como o ouvido capaz de distinguir e analisar os sons atravs de sua freqncia. Isto foi demonstrado por Helmholtz1 que elaborou umanovateoria,aosuporqueaestruturabasilarpossuaumaestruturafibrosae quecadaumadestasfibraseramindependentesumadaoutra,etensionadosao longo do canal em forma de caracol como as cordas de um piano, fazendo vibrar a escala mdia prxima base, nas freqncias altas, conforme a figura 10. 1Hermann von HelmholtzCientista e filsofo alemo (1821- 1894). Deu importante contribuio para a fisiologia, para a ptica, para a eletrodinmica.

46 Figura 10 - Representao do comprimento da cclea.FONTE: Lpez (1999). PesquisasposteriorestmdemonstradoqueHemholtzestavacorretono aspecto de que era a membrana basilar o rgo que analisava a onda complexa em suas componentes de freqncia, estando a freqncia mais alta localizada na base, no do modo que se refere a sua posio da estrutura fibrosa e da tenso, de cada umadasfibrasdadoquemedianteumexamemicroscpiconoseobservaesta estrutura fibrosa. As propriedades de sintonia da escala mdia se devem mais sua estruturaetenso,sdimenses,massaerigidezdamesma.Existeuma dificuldadenadiscriminaodasdistintasfreqncias,devidoaoelevadograude amortecimentodasondasatravsdoestreitocanaldocaraco