Upload
others
View
6
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
A influência do controlo parental no comportamento alimentar das crianças
The influence of parental control in feeding behaviour of children
Autor
António Cordeiro
Orientado por: Dr.ª Tânia Franco
Trabalho de Investigação
Porto, 2010
i
Agradecimentos
A todas as pessoas que permitiram e contribuíram para a realização deste
trabalho.
À minha orientadora, Nutricionista Dr.ª Tânia Franco, pelo precioso apoio na
orientação deste trabalho, bem como, pelo elevado sentido de rigor, competência
e exigência sempre presentes nas valiosas sugestões.
Ao Professor Victor Viana, uma palavra especial de apreço, pelas fundamentais
orientações.
ii
Índice
Agradecimentos ............................................................................................... i
Lista de Abreviaturas………………………………………………………………..iii
Resumo em Português e Abstract ...................................................................iv
Palavras-Chave em Português e Keywords ....................................................vi
Introdução........................................................................................................ 1
Objectivos........................................................................................................ 6
Métodos........................................................................................................... 6
Resultados..................................................................................................... 11
Discussão ...................................................................................................... 20
Conclusão………………….………………………………………………………. 28
Limitações do estudo…….………………………………………………………...29
Referências Bibliográficas ............................................................................ .31
Índice de Anexos ........................................................................................... 37
iii
Lista de Abreviaturas
CDC – Centers for Disease Control and Prevention
CFQ – Questionário Alimentar para Crianças
EB1/JI - Escola básica do 1ºciclo e Jardim de Infância
IMC – Índice de Massa Corporal
OMS – Organização Mundial de Saúde
SPSS – Statistical Package for Social Sciences
iv
Resumo em Português
Introdução
Uma alimentação equilibrada é essencial para o correcto crescimento e
desenvolvimento das crianças, em que os pais e a família exercem uma enorme
influência na adaptação de hábitos alimentares. Hoje, sabe-se que os hábitos
alimentares saudáveis adquiridos na infância reflectem-se na idade adulta. Neste
sentido, a mãe, através das suas atitudes e escolhas alimentares interfere nos
hábitos e comportamentos das crianças.
O objectivo principal deste trabalho foi avaliar a influência do controlo parental na
alimentação dos seus filhos.
Métodos
Participaram neste estudo 102 crianças entre os 7 e os 12 anos de idade que
frequentavam três escolas do EB1/JI do Porto. Desta amostra, 53,9% eram
raparigas. As crianças foram medidas e pesadas, tendo sido calculado
posteriormente o z-scores do. IMC Os valores do peso e estatura da mãe foram
fornecidos pela própria, calculando-se posteriormente o IMC da mãe. A mãe
respondeu a dois questionários: o CFQ e outro que avaliava características sócio
demográficas do agregado familiar, bem como particularidades das refeições da
criança. As crianças responderam a dois questionários: um questionário semi-
quantitativo de frequência alimentar para avaliar a frequência do consumo de
alguns alimentos e outro que pretendia avaliar as preferências alimentares das
crianças.
v
Resultados/conclusão
Constatou-se uma relação negativa estatisticamente significativa, entre as
habilitações literárias da mãe e z-scores do IMC das crianças do género
masculino.
Verificou-se uma relação entre o IMC da mãe e o peso das crianças (z-scores do
IMC), tendo sido esta relação mais acentuada no género masculino.
As atitudes parentais de controlo, como a percepção na responsabilidade da
alimentação, a percepção do excesso de peso da mãe, a percepção do excesso
de peso da criança, as preocupações com o excesso de peso da criança, a
restrição, a pressão para comer exercida pela mãe e a monitorização podem ter
alguma influência nos hábitos alimentares e no peso das crianças.
Abstract
Introduction
A balanced diet is essential for children’s proper growth and development, in
which the parents and family have a big influence in the child’s eating habits, and it
is known that the habits acquired in childhood will reflect in the child’s adulthood.
In this sense the mother, through her attitudes and food choices of nourishment,
interferes in the child’s eating habits and food behaviour of her children.
The main objective of this study was to evaluate the parent’s attitudes regarding
the control over their children’s nourishment.
Methods
Three primary schools in Porto took part in this study and 102 children aged
between 7 and 12 in which 53.9% were girls. The children were weighed and
measured with their body mass index (BMI) (z-scores of BMI) calculated
beforehand, and also the BMI of the mother through the weight and height values
vi
given. Two questionnaires were answered by the mother, the Child Feeding
Questionnaire (CFQ) and an inquiry based on her socio-economic status and her
child-feeding habits. Afterwards two questionnaires were answered by the
children, the first being a semiquantitative food frequency questionnaire and the
other regarding the children’s food preferences.
Results/conclusions
There is a significant negative statistical relation between the mother’s academic
qualifications and the z-scores of BMI of children of the male sex. There is a
significant statistical relation between the mother’s BMI and the weight (z-scores of
BMI) of her children’s in which this relation is more expressive in children of the
male sex.
Attitudes of parental feeding control such as feeding responsibility, perception of
mother weight, and their perception of infant’s overweight, the worries with
overweight of their children, the restriction, the mother’s pressure over children to
eat, monitoring eating were observed and may have influence on the children
weight and eating habits.
Palavras-Chave em Português
Comportamento Alimentar Controlo Parental Crianças
Keywords
Food Behaviour Parental control Children’s
1
Introdução
É um dado adquirido que os comportamentos e os hábitos do indivíduo são
determinantes na promoção e defesa da própria saúde. Nesse sentido, uma
alimentação inadequada está hoje associada às doenças que maior morbilidade e
mortalidade apresentam, especialmente no Mundo desenvolvido (1, 2).
Durante a infância, uma alimentação equilibrada, tendo em conta as
recomendações para a idade, é especialmente importante para o crescimento
somático, incluindo o desenvolvimento neurológico e funcionamento dos
diferentes sistemas do organismo (1). Hoje sabe-se, que os hábitos alimentares
adquiridos na infância, tendem a persistir na idade adulta. Assim, há que ter em
conta que, os hábitos disfuncionais instituídos na infância mais dificilmente serão
alterados quando as crianças se tornarem adultos, pelo que é aconselhável que o
processo de aprendizagem e de modelação de comportamentos saudáveis se
inicie nos primeiros anos de vida (2).
Uma das possíveis consequências de uma alimentação desequilibrada nos mais
jovens é a obesidade infantil, que torna as crianças mais predispostas a tornarem-
se adultos obesos (3-5), com todas as co-morbilidades associadas (6),
nomeadamente pressão arterial elevada, hiperinsilunemia, doenças
cardiovasculares, dislipidemia, esteatose hepática e problemas ortopédicos,
assim como dificuldades de ordem psicossocial (ex: baixa auto estima e
depressão) (7). Para além disso, quando os pais são obesos, a predisposição para
que os filhos se tornem igualmente obesos é muito maior.
Esta transmissão intergeneracional da obesidade, é realçada pelos factores
genéticos (8) mas também por factores e modelos comportamentais,
2
característicos do ambiente familiar, para o desenvolvimento da patologia (9).
Como ambiente familiar entende-se o contexto sociocultural e afectivo da família,
(9, 10) onde as práticas alimentares dos pais são tidas como modelo no que
respeita ao desenvolvimento das preferências e selecções alimentares (8,9), na
regulação da ingestão energética (9) e nos níveis de actividade física das crianças
(11), pelo que o ambiente familiar exerce uma influência incontornável no
comportamento alimentar (8,9) com reflexo no estatuto de peso das crianças (12).
A mãe, mais do que o pai, exerce influência no comportamento alimentar da
criança. Através das suas próprias escolhas ajuda a determinar as preferências
alimentares (13), o comportamento alimentar (14), a qualidade da dieta (15) , a
ingestão energética (16) e o estatuto de peso da criança (17), sendo esta influência
provavelmente maior nas filhas (15, 18). A influência da mãe pode ser explicada pelo
facto de passar mais tempo com a criança do que o pai, nomeadamente na hora
da refeição. É ela que, na maior parte dos casos, toma a decisão em relação à
alimentação. De algum modo, estes aspectos poderão explicar a maior influência
da mãe no comportamento alimentar das crianças (9). Por outro lado a acção mãe,
pode condicionar consumo de determinados alimentos nos filhos, o seu maior
nível educacional foi relacionado positivamente com o consumo de fruta, vegetais
(19) e alimentos pré-confeccionados nas crianças, enquanto as crianças de mães
com menor formação consumiam snacks (20) e bebidas açucaradas (21). O controlo
parental da mãe mais restritivo foi relacionado com uma menor ingestão de doces
da criança, controlando deste modo a ingestão destes alimentos (22).
No entanto, existem outros factores socioeconómicos que contribuem para a
modelação de comportamentos alimentares na infância, como por exemplo, os
meios de comunicação social, a disponibilidade de alimentos (23) e a
3
acessibilidade de alimentos saudáveis (24) , conhecimento de hábitos alimentares
saudáveis (25), as condições sócio-demográficas, a educação (26) e a cultura (27).
Por exemplo, pais com maior nível de informação tendem a apresentar melhores
práticas alimentares, a envolver-se em comportamentos protectores de saúde e,
normalmente, fazem mais opções promotoras de saúde para os seus filhos (25).
A rede social da criança, pode de algum modo influenciar os seus
comportamentos alimentares (18, 28), através da pressão dos colegas, se estes
tiverem comportamentos alimentares saudáveis, a criança terá tendência de
seguir os mesmos comportamentos. Para além deste factor, o género e a idade
da criança são factores que determinam o seu consumo alimentar e
consequentemente condicionam o seu comportamento alimentar (29, 30).
As preferências alimentares das crianças são determinadas por vários factores,
entre os quais, os psicológicos e sociais (14) , o inato, o ambiental, o prazer e por
fim o sabor (aprendido) associado aos alimentos (9). Nas crianças, existe uma
predisposição genética para determinados sabores, tais como a doce e a salgado
(31), assim como uma preferência para alimentos de elevada densidade
energética, e pelo contrário, aversão pelo sabor amargo ou azedo (31). Um estudo
Inglês realizado em crianças e adolescentes entre os quatro e os dezasseis anos,
realça algumas da preferências alimentares referidas, ou seja, verificou-se que os
alimentos gordos e açucarados foram os mais preferidos, enquanto o consumo de
vegetais foi reduzido, observando-se poucas diferenças entre o género e a idade
(32).
Para além da predisposição genética, as crianças gostam do que é familiar e
comem preferencialmente alimentos de que mais gostam, neste sentido, o
desenvolvimento das preferências começa, na infância, através da experiência
4
com os alimentos habitualmente utilizados no lar (33-35). Está demonstrado, e é
dado como adquirido, que as preferências por um alimento aumentam com o
número de exposições repetidas ao mesmo, e em função do seu consumo num
contexto emocional positivo (23, 36, 37).
Para além da influência do modelo dos pais e dos irmãos, as atitudes parentais de
controlo da ingestão alimentar da criança (38) e a realização da refeição em grupo
com os colegas de escola (39, 40), influenciam as preferências e os hábitos
alimentares das crianças, por outro lado, verificaram que quando a refeição é
realizada em família, o consumo de alimentos saudáveis (fruta e vegetais) é
superior, estando o consumo alimentar das crianças relacionado positivamente
com a ingestão alimentar dos pais (25, 41).
Uma das formas de os pais influenciarem de modo determinante o estilo e o
comportamento alimentar das crianças, é através das atitudes de controlo da
ingestão alimentar dos filhos, particularmente a pressão para comer alimentos
"saudáveis", a restrição ou exclusão de produtos considerados prejudiciais para a
saúde e a monitorização (descrita como vigilância ou controlo subtil e discreto) da
alimentação da criança (42).
Um estudo transversal realizado concluiu, que a percentagem de massa gorda
dos respectivos filhos, relaciona-se positivamente com a “pressão para comer”
exercida pela mãe (43). Por sua vez um estudo longitudinal, verificou ainda uma
associação positiva entre a “pressão para comer” exercida pela mãe com a
elevada ingestão de gordura e o IMC das filhas (44). Contudo, a relação entre esta
atitude e o estatuto de peso não é consensual (44, 45). De qualquer modo, não
parecem restar dúvidas que a mãe desempenha um papel importante na
5
habilidade de regular a ingestão alimentar, de acordo com a sinalização interna da
fome e da saciedade (39).
O controlo restritivo na alimentação das crianças por parte dos pais (mais elevado
no género feminino) (46), tem sido apontado como um factor preponderante no
aumento de peso, dado que esta atitude pode perturbar a capacidade de
aprendizagem do mecanismo de regulação do apetite, pois nestas circunstâncias
a criança deixa de reagir aos índices internos de fome ou de saciedade, o que
condiciona a sua resposta à saciedade, sendo por isso o controlo restritivo
apontado como uma das prováveis causas comportamentais da obesidade (44, 45).
Um outro factor que influencia o comportamento alimentar das crianças é a
ingestão alimentar emocional (ex. stress, ansiedade e depressão) (47), esta
ingestão irá constituir um modelo alimentar que os filhos irão imitar dos pais. A
ingestão emocional como está associada à perda de controlo da ingestão e do
apetite, traduz-se em ingestão excessiva, e, por conseguinte em excesso de peso
e desordem alimentar na criança (47).
A prevalência de excesso de peso e obesidade aumentaram globalmente, entre
crianças, adolescentes e adultos (48), tendo a obesidade infantil registado
igualmente um aumento dramático (49). Em Portugal, de acordo com um estudo
realizado em 2007, 30% das crianças entre os 6 e os 10 anos de idade têm
excesso de peso e/ou obesidade (50).
Perante estas evidências, torna-se profundamente necessário conhecer os
factores de influência do controlo parental e os seus mecanismos que contribuem
para o excesso de peso ou obesidade infantil. Este conhecimento contribuirá para
o planeamento de programas multidisciplinares de intervenção ao nível da
educação para a saúde, com o objectivo de promover hábitos alimentares
6
saudáveis e de actividade física. A intervenção deverá focalizar-se na família
(pais, avós, etc.), na comunidade e na escola, para que seja possível prevenir de
forma eficaz a já denominada "epidemia do século XXI" (51).
Objectivos
Esta investigação teve como objectivo geral:
Avaliar a influência do controlo parental na alimentação dos filhos.
Foram objectivos específicos:
1. Avaliar a relação entre o IMC e as habilitações literárias da mãe e o z -
scores do IMC das crianças;
2. Avaliar a relação entre as frequências de consumo de alimentos e as
preferências alimentares das crianças;
3. Classificar as atitudes das mães relativamente à alimentação dos filhos;
4. Determinar a relação entre atitudes da mãe e o consumo de determinados
alimentos pelos filhos.
Métodos
1- Participantes
Foram convidados a integrar o estudo os alunos a frequentar os 3º e 4º anos de
três escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico do Porto (EB1/JI das Flores, EB1/JI da
Lomba e EB1/JI do Covelo) (n=249), após obtenção da aprovação dos
respectivos Agrupamentos de Escolas. Posteriormente, obteve-se autorização
das referidas escolas. As mães foram convidadas a participar mediante a entrega,
por intermédio das crianças, de um pedido escrito de autorização (anexo A),
7
tendo este sido acompanhado por dois questionários destinados a serem
preenchidos pelas mesmas. Obtiveram-se 124 (49,8%) autorizações escritas,
para que as crianças fossem medidas e pesadas, e posteriormente, elas
responderam a um questionário alimentar. Contudo, a amostra final era
constituída por 102 (40,9%) crianças, dado que 22 delas, no dia da avaliação
antropométrica, faltaram ou já se encontravam de férias.
2- Avaliação antropométrica
O peso e a estatura das crianças foram avaliados com os participantes descalços
e em roupa interior, tendo este procedimento sido efectuado com base em
técnicas e metodologias internacionalmente aceites (52).
Determinou-se a estatura com recurso a um estadiómetro “Seca” (sensibilidade
de 0,5 cm) e a avaliação do peso foi realizada utilizando a balança “Shoenhle”
(sensibilidade de 100g). Posteriormente, o IMC (IMC = Kg/m2) e as crianças foram
classificadas de acordo com o valor de distribuição em percentis, para o género e
idade, de acordo com as recomendações do CDC. Tendo em conta os percentis
do CDC, as crianças foram distribuídas em quatro categorias: baixo peso (<
percentil 5), peso normal (≥ 5 até ao percentil ≤ 85 ), excesso de peso ( >85 até ≤
percentil 95) e obesidade (> percentil 95)(53).
3- Inquéritos
3.1- Mães
A informação, a preencher pelas mães, foi obtida através de dois questionários, o
CFQ (anexo B) e outro que avaliava características sócio-demográficas do
agregado familiar, bem como dados relativos à alimentação da criança (anexo C).
O CFQ (54, 55), composto inicialmente por 31 questões, pretendia avaliar sete
dimensões do comportamento alimentar (a questão número 13 foi retirada, uma
vez que não se adequava à idade das crianças em estudo).
8
A primeira dimensão, “percepção na responsabilidade da alimentação da criança”
consistia em três questões, avaliava a noção da mãe na responsabilidade da
alimentação; a segunda dimensão, “percepção do excesso de peso da mãe”,
consistia em quatro questões, pretendia uma avaliação do seu historial de peso; a
terceira dimensão “percepção do excesso de peso da criança” consistia em seis
questões e avaliava a percepção da mãe relativamente ao historial de peso da
sua criança, a quarta dimensão “preocupação da mãe relativamente ao excesso
de peso da criança” composta por três questões, avaliava a preocupação da mãe
quanto ao risco de a criança vir a ter excesso de peso. As outras três dimensões
pretendiam avaliavar as atitudes e práticas das mães quanto ao controlo da
alimentação dos seus filhos, das quais faziam parte a quinta dimensão
“monitorização” constituído por três questões, avaliava a supervisão da mãe em
relação à alimentação da criança (ex: ”Eu preciso de ter a certeza de que a minha
criança não come demasiados alimentos com elevado teor de gordura”); a sexta
dimensão “restrição” consistia em oito questões, avaliava o poder de restrição
alimentar da mãe relativamente à criança (ex: “Eu mantenho propositadamente
alguns alimentos fora do alcance da minha criança”.); e a sétima dimensão
“pressão para comer”, consistia em quatro questões e avaliava a pressão
maternal exercida para com a criança (ex: “A minha criança deverá comer sempre
toda a comida que tem no prato”). Todas as questões utilizaram uma escala de
pontuação de um a cinco, cada um destes pontos foi avaliado por uma palavra ou
expressão adequado à dimensão do questionário. No entanto, convém referir que
não existe uma escala de medição para este questionário.
Por sua vez, o segundo questionário, pretendia recolher informações do pai e da
mãe, nomeadamente, data de nascimento, peso, altura, situação face ao
9
emprego, estado civil e habilitações literárias, e, informações da criança, tal como
a data de nascimento, género, peso, altura, composição do agregado familiar,
frequência semanal de almoço na cantina, entre outras. No entanto, a informação
recolhida do pai e questões relativas à alimentação dos filhos não foram
consideradas na análise.
Na análise deste estudo, avaliou-se o IMC e as habilitações literárias da mãe,
enquanto na criança, considerou-se a idade, o género, o IMC e o z-scores do
IMC.
No presente estudo, apenas se considerou o IMC da mãe, tendo sido definidas
duas categorias definidas do IMC: IMC < 25,0 (baixo peso e peso normal) e IMC ≥
25 Kg/m2 (excesso de peso e obesidade), de acordo com Organização Mundial de
Saúde (56).
Com base na informação recolhida, as habilitações literárias das mães das
crianças foram classificadas em 4 categorias: 1º ao 6º ano, 7º ao 9º ano, 10º ao
12º ano e habilitações superiores ao 12ºano de escolaridade.
3.2- Crianças
Dois questionários foram preenchidos pelas crianças na escola, um deles
consistia num questionário semi-quantitativo de frequência alimentar (anexo D),
constituído por 23 itens alimentares e sete categorias de frequência de consumo
(nunca ou menos de uma vez por mês, 1 a 3 vezes por mês, 1 a 2 vezes por
semana, 3 a 4 vezes por semana, 1 vez por dia e 2 ou mais vezes por dia). O
outro (anexo D) tinha como objectivo avaliar as preferências alimentares e era
composto pelos mesmos itens alimentares e dividido em cinco categorias de
preferências alimentares (não gosto, gosto pouco, gosto, gosto muito e adoro) (57,
58).
10
4- Análise Estatística
Na análise estatística foi utilizado o programa SPSS versão 16.0. Foi utilizado o
coeficiente de correlação de Spearman (r), para avaliar o grau de relação entre
pares de variáveis ordinais e entre variáveis ordinais e cardinais (frequências e
preferências alimentares; dimensões do CFQ e o IMC da mãe e os z-scores do
IMC da criança e as sete dimensões do CFQ e as frequências e preferências
alimentares). Para o estabelecimento de correlações entre pares de variáveis
cardinais com distribuição normal (IMC da mãe (habilitações literárias mãe) e os
z-scores do IMC das crianças), foi utilizado o coeficiente de correlação de
Pearson (r).
Na análise, designou-se correlação fraca quando (r) pertencia ao intervalo
[0,25;0,5[ e correlação moderada (59) quando (r) correspondia ao intervalo
[0,5;0,75[. Posteriormente foram escolhidos os valores de p<0,05, para cada
alimento estatisticamente significativo nas frequências, preferências e
frequências/preferências alimentares. Para além destes intervalos, existem outros
intervalos para o valor de (r), que não foram considerados neste estudo,
correspondendo uma correlação muito fraca ao intervalo [0,0;0,25[ , uma
correlação forte ao intervalo [0,75;0,9[ e uma correlação muito forte ao intervalo
[0,9;1[ .
Realizou-se uma regressão linear para prever o valor de uma variável a partir de
outras, sendo apresentados os valores de correlação parcial (β).
Rejeitou-se a hipótese nula, quando o nível de significância crítico para a sua
rejeição foi inferior a 0,05, tendo sido aplicável a todos os testes.
11
Resultados
As principais características das crianças estão representadas na tabela 1, sendo
de realçar a maior representatividade do género feminino, bem como uma
prevalência de 32,3% de excesso de peso ou obesidade na amostra total de
crianças (40,4% no género masculino (n=19) e 25,4% no género feminino (n=14)
Duas mães (1,9%) não forneceram informação relativa à data de nascimento da
criança, pelo que não foi possível a sua classificação.
A média de idade das crianças era de 9,5 anos (mínimo 7 e máximo 12 anos).
No que diz respeito às características das mães (tabela 2), 22 (21,6%) tinham
habilitações literárias entre 10º e o 12º ano, 45 (44,1%) destas apresentavam
excesso de peso ou obesidade e 68 (66,7%) eram casadas. A média de idade das
mães era de 38,0 anos.
Participantes
(n=102) Atributo
n (%) Idade (anos) 7 8 9 10 11 12 Sem informação Ano de escolaridade 3º ano 4º ano Género Feminino Masculino Classificação do IMC Baixo peso Peso normal Excesso de peso Obesidade Sem informação
1 (0,9) 7 (6,9)
45 (44,2) 44 (43,2) 2 (1,9) 1 (0,9) 2 (1,9)
55 (53,9) 47 (46,1) 55 (53,9) 47(46,1) Masculino Feminino
0 (0,0) 2 (3,6) 28 (59,6) 37 (67,3) 8 (17,0) 7 (12,7) 11 (23,4) 7 (12,7) 0 (0,0) 2 (3,6)
Tabela 1: Características das crianças participantes
12
Tabela 2: Características das mães das crianças
Por outro lado, a maioria das crianças vivia com os pais, irmãos ou avós, sendo o
agregado familiar constituído em média, por quatro pessoas.
1- Resultados das correlações
Quando realizada uma correlação entre as categorias de peso das crianças (z-
scores do IMC) e as habilitações literárias da mãe, observou-se uma relação
negativa estatisticamente significativa (p=0,03) nos rapazes (tabela 3).
Através da observação da tabela 3 e da figura 1, verificou-se uma relação positiva
estatisticamente significativa entre o IMC das mães e o z scores do IMC das
crianças, ou seja, quando maior o IMC das mães, maior será o peso (z-scores do
IMC) nas crianças do género masculino (p=0,019) e feminino (p=0,040), sendo
esta relação mais forte nos rapazes.
Tabela 3: Resultado das correlações entre o IMC da mãe e as habilitações literárias da mãe com
o z-scores de ambos os géneros
Habilitações Literárias das mães Mãe n (%)
1º ao 6º ano 31 (30,4)
7º ao 9º ano 24 (23,5)
10º ao 12º ano 22 (21,6)
>12º ano 17 (16,7)
Sem informação 8 (7,8)
Classificação do IMC (Kg/m2)
< 25 53 (52,0)
≥ 25 45 (44,1)
Sem informação 4 (3,9)
IMC Mãe Habilitações literárias da mãe
(anos de escolaridade) Variável
r p r P
Género masculino (z-scores do IMC) 0,354 0,019 - 0,329 0,031
Género feminino (z-scores do IMC) 0,290 0,040 - 0,024 0,869
13
Figura 1:Representação do IMC da mãe e o z-scores do IMC das crianças
2- Hábitos alimentares das crianças
A caracterização dos hábitos alimentares das crianças, foi analisada com base
nas respostas obtidas nos questionários de frequência de consumo e preferências
alimentares (anexo D). Na tabela 4 estão definidas as correlações fracas e
moderadas de frequência de consumo alimentar que se destacaram, de acordo
com os critérios considerados. Das várias possibilidades de observação de
resultados desta tabela, constatou-se que as crianças que comem
frequentemente gelados, ingerem também com frequência refrigerantes,
salgadinhos e junk-food, sendo de destacar a correlação positiva moderada dos
rebuçados com os gelados.
O grupo de alimentos (açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, etc) para o qual
não se registou uma correlação estatisticamente significativa com nenhum grupo
14
alimentar, foi retirado da tabela 4 de correlação de frequências alimentares de
consumo.
Alimentos Correlação Fraca Correlação Moderada 1-Gelados, chocolate, bolos, pastéis, etc. Refrigerantes, salgadinhos, e junk-food. Rebuçados.
2-Rebuçados, pastilhas, gomas Refrigerantes, salgadinhos, junk-food, leite e manteiga. Gelados
4-Refrigerantes (ice-tea, coca-cola, sumol, etc.) Gelados, rebuçados e salgadinhos.
5-Néctares de fruta embalados (compal, etc.) Feijão.
6-Salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, doritos, cheetos, etc.)
Gelados, rebuçados, refrigerantes, cereais de pequeno-almoço e manteiga.
Junk- food.
7-Junk-food (hambúrguer, pizza, croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, chamuças, etc.)
Gelados e rebuçados. Salgadinhos.
8-Carne Peixe, ovo, iogurte, leite, queijo, pão,
batata, arroz, massa, manteiga, hortícolas e fruta.
9-Peixe Carne, ovo, iogurte, leite, queijo, pão, batata, arroz, massa, feijão, sopa e
hortícolas.
10-Ovo Carne, peixe, batata, arroz, massa e manteiga.
11-Leite Carne, rebuçados, iogurte, queijo, pão, arroz, manteiga, sopa, hortícolas e fruta.
12-Iogurte Carne, peixe, leite, queijo, pão, arroz, feijão, sopa e hortícolas.
Fruta.
13-Queijo Carne, peixe, iogurte, leite, pão, arroz, manteiga e feijão.
14-Cereais de pequeno-almoço (ex: chocapic, cheerios, estrelitas, nestum, nesquick, etc.)
Salgadinhos e hortícolas.
15-Pão Carne, iogurte, leite, queijo, batata, arroz e hortícolas.
Massa e fruta.
16-Batata Carne, ovo, pão, massa e manteiga. Arroz.
17-Arroz Pão, queijo, leite, iogurte, ovo, peixe, manteiga, sopa, hortícolas, fruta e carne. Massa e batata.
18-Massa Carne, peixe, ovo, leite, batata, manteiga, hortícolas e fruta.
Pão e arroz.
19-Manteiga ou margarina Rebuçados, salgadinhos, carne, ovo, leite, queijo, pão, batata, arroz e massa.
20-Feijão, grão, ervilhas ou favas Néctares, peixe, iogurte, queijo e hortícolas.
21-Sopa Peixe, iogurte, leite, pão, arroz e hortícolas.
Fruta.
22-Produtos hortícolas ou saladas Carne, peixe, iogurte, leite, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz, massa,
sopa, feijão e fruta.
23-Fruta Carne, leite, arroz, massa e hortícolas. Iogurte, pão e sopa.
Tabela 4: Correlação das frequências alimentares de consumo
Na tabela 5, estão presentes as principais correlações das preferências
alimentares de consumo.
15
Alimentos Correlação Fraca Correlação Moderada 1-Gelados, chocolate, bolos, pastéis, etc. Rebuçados, refrigerantes, salgadinhos e junk-food.
2-Rebuçados, pastilhas, gomas
Gelados, açúcar, refrigerantes e junk-food. (sopa*)
Salgadinhos.
3-Açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, etc. Néctares.
4-Refrigerantes (ice-tea, coca-cola, sumol, etc.) Gelados e rebuçados. Salgadinhos e junk-
food. 5-Néctares de fruta embalados (compal, etc.) Açúcar, ovo, iogurte, leite, pão, arroz e massa.
6-Salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, doritos, cheetos, etc.)
Gelados. (sopa*)
Rebuçados, refrigerantes e junk-
food. 7-Junk-food (hambúrguer, pizza, croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, chamuças, etc.)
Gelados e rebuçados. Refrigerantes e salgadinhos.
8-Carne Peixe, ovo, iogurte, batata, pão, batata, arroz, massa, manteiga e sopa.
9-Peixe Carne, ovo, iogurte, queijo, pão, arroz, massa, feijão, sopa e hortícolas.
10-Ovo Néctares, carne, peixe, cereais de pequeno-almoço, leite, pão, batata, arroz, massa e fruta.
11-Leite Néctares, ovo, iogurte, pão, arroz, massa, sopa, hortícolas e fruta.
12-Iogurte Néctares, carne, peixe, leite, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz, massa, sopa e fruta.
13-Queijo Peixe, arroz e feijão. 14-Cereais de pequeno-almoço (ex: chocapic, cheerios, estrelitas, nestum, nesquick, etc.)
Ovo, iogurte, pão, batata, arroz, massa e fruta.
15-Pão Néctares, carne, peixe, ovo, iogurte, leite, cereais de pequeno-almoço, batata, arroz, massa, sopa e fruta.
16-Batata Carne, ovo, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz e massa.
17-Arroz Néctares, carne, peixe, ovo, iogurte, leite, queijo,
cerais de pequeno-almoço, pão, batata, manteiga, sopa, hortícolas e fruta.
Massa.
18-Massa Néctares, carne, peixe, ovo, iogurte, leite, cereais de
pequeno-almoço, pão, batata, feijão, hortícolas e fruta.
Arroz.
19-Manteiga ou margarina Carne e arroz. 20-Feijão, grão, ervilhas ou favas Peixe, queijo, massa, sopa, hortícolas e fruta.
21-Sopa Carne, peixe, iogurte, leite, pão, arroz, feijão e
hortícolas. (rebuçados e salgadinhos*)
Fruta.
22-Produtos hortícolas ou saladas Peixe, leite, arroz, massa, feijão, sopa e fruta.
23-Fruta Ovo, iogurte, leite, cereais de pequeno-almoço, pão, arroz, massa e hortícolas.
Sopa.
Legenda: * Correlação negativa
Tabela 5: Correlação das preferências alimentares de consumo
16
Da tabela 5, relativa às preferências alimentares, destacam-se várias correlações
positivas moderadas e correlações negativas fracas. Verificou-se que, quem gosta
do grupo dos rebuçados preferiu gelados, açúcar, refrigerantes e junk-food. Por
outro lado, constatou-se que, quem prefere consumir alimento do grupo dos
rebuçados e dos salgadinhos, não gosta de consumir sopa.
Na tabela 6, estão presentes as correlações entre as frequências e as
preferências alimentares de consumo, ou seja, verificou-se que, quem ingere
frequentemente gelados prefere refrigerantes, gelados e não gosta de leite.
Alimentos Correlação Fraca Correlação Moderada
1-Gelados, chocolate, bolos, pastéis, etc.
Refrigerantes e gelados. (Leite*)
2-Rebuçados, pastilhas, gomas Refrigerantes, gelados, rebuçados e junk-food.
3-Açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, etc. Açúcar.
4-Refrigerantes (ice-tea, coca-cola, sumol, etc.)
Refrigerantes, gelados, salgadinhos e junk-food.
5-Néctares de fruta embalados (compal, etc.) Néctares.
6-Salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, doritos, cheetos, etc.)
Gelados, refrigerantes, salgadinhos e junk-food.
7-Junk-food (hambúrguer, pizza, croquetes, rissóis, bolinhos de bacalhau, chamuças, etc.)
Junk-food.
8-Carne Batata. 9-Peixe Peixe, pão e feijão. 10-Ovo Batata e ovo. 11-Leite Néctares e leite. 12-Iogurte Fruta, sopa, iogurte e pão. 13-Queijo Queijo. 14-Cereais de pequeno-almoço (ex: chocapic, cheerios, estrelitas, nestum, nesquick, etc.)
Cereais de pequeno-almoço.
15-Pão Fruta, arroz e pão. 16-Batata Pão e batata. 17-Arroz Arroz. 18-Massa Pão. 19-Manteiga ou margarina Manteiga. 20-Feijão, grão, ervilhas ou favas Feijão. 21-Sopa Iogurte, sopa e fruta. 22-Produtos hortícolas ou saladas Hortícolas. 23-Fruta Fruta, sopa, pão e iogurte.
Legenda: * Correlação negativa
Tabela 6: Correlação entre frequências e preferências alimentares de consumo
17
3- Questionário alimentar para crianças (CFQ)
Este questionário foi dividido em sete dimensões (subescalas) referidas
anteriormente. Na tabela 7, estão representados os resultados médios e os
respectivos desvios padrão relativos a cada dimensão.
As mães, revelaram na percepção na “responsabilidade da alimentação da
criança” (4,26 ± 0,73) a média mais elevada das sete dimensões, a segunda
média mais elevada foi a “monitorização” (3,97 ± 0,97), enquanto a terceira média
mais elevada foi a “pressão para comer” (3,55 ± 1,11).
Relativamente à restrição (3,33 ± 0,77), as mães apresentaram a quarta
dimensão mais elevada, por outro lado, as mães revelaram não ser demasiadas
preocupadas com a “preocupação com o excesso de peso da criança” (3,23 ±
1,37), isto comparativamente com as outras dimensões, apresentando esta
dimensão a quinta média mais elevada.
As duas médias mais baixas das sete dimensões do CFQ foram respectivamente,
“percepção de excesso de peso da mãe” (3,04, ± 0,35 ) e “percepção de excesso
de peso da criança” (2,96 ± 0,28).
Tabela 7: Resultados da média e desvio padrão das 7 dimensões do CFQ
Nas tabelas 8 e 9, estão representados os resultados da relação entre as sete
dimensões e o consumo alimentar (frequências de consumo e preferências
Dimensões do CFQ Média Desvio padrão
1-Percepção na responsabilidade da alimentação 4,26 0,73
2-Percepção do excesso de peso da mãe 3,04 0,35
3-Percepção do excesso de peso da criança 2,96 0,28
4-Preocupação da mãe relativamente ao excesso de peso da criança 3,23 1,37
5-Restrição 3,33 0,77
6-Pressão para comer 3,55 1,11
7-Monitorização 3,97 0,97
18
alimentares), relativamente às correlações estatisticamente significativas. Os
seis itens de alimentos utilizados nesta correlação foram: os gelados,
rebuçados, açúcar, refrigerantes, salgadinhos e junk-food, dado que eram os
que estavam presentes no CFQ. Na tabela 8, foram excluídas quatro
dimensões (“monitorização”, “pressão para comer”, “percepção na
responsabilidade da alimentação” e “percepção do excesso peso da mãe”),
enquanto na tabela 9, apenas se considerou uma dimensão, a monitorização.
De acordo com os resultados obtidos, constatou-se que as mães das crianças
tinham uma atitude mais restritiva, nos (as) filhos/as consumiam
frequentemente menos açúcar, compota, geleia, mel, marmelada, entre outros
alimentos.
Percepção do
excesso de peso
da criança
Preocupação da
mãe relativamente
ao excesso de
peso da criança
Restrição Alimentos
p r p r p r
Açúcar -- -- -- -- 0,004 -0,295
Refrigerantes 0,044 0,205 0,019 0,237 -- --
Tabela 8: Correlação entre as atitudes da mãe e as frequências alimentares de consumo
Monitorização Alimento
p r
Gelados 0,027 -0,225
Tabela 9: Correlação entre as atitudes da mãe e as preferências alimentares de consumo
4- Modelo de regressão
Calculou-se um modelo de regressão linear para prever o z-scores do IMC das
crianças, por géneros, a partir das sete dimensões do CFQ.
4.1- Género feminino
Existiu relação positiva entre as dimensões “percepção do excesso de peso da
criança” (p<0,001) e “preocupação do excesso de peso” (p=0,010) e o z-scores do
19
IMC da criança (tabela 10). Por outro lado, relativamente à “pressão para comer”
constatou-se uma relação negativa estatisticamente significativa com o z-scores
do IMC (p<0,001) (tabela 10). Este modelo explica cerca de 62% da variância do
z-scores do IMC da criança.
Variável Β p
Percepção do excesso de peso da criança
Preocupação com o excesso de peso da criança
Pressão para comer
0,484
0,282
-0,401
<0,001
0,010
<0,001
Tabela 10: Modelo de regressão linear no género feminino, variável dependente z-scores do IMC da criança
4.2- Género masculino
Na tabela 11, observou-se uma relação positiva estatisticamente significativa
entre a “percepção do excesso de peso da criança” por parte da mãe (p=0,022) e
o z-scores do IMC da criança. Por outro lado, observa-se uma relação
estatisticamente significativa entre a “preocupação com o excesso de peso
criança” e o z scores do IMC da criança (p<0,001). Este modelo explica cerca de
35% da variância do z-scores do IMC da criança.
Variável Β p
Percepção do excesso de peso da criança
Preocupação com o excesso de peso da criança
0,304
0,531
0,022
<0,001
Tabela 11: Modelo de regressão linear no género masculino, variável dependente z-scores do IMC da criança
Discussão
A prevalência de excesso de peso e obesidade no presente estudo foi de 32,3%,
resultado que reflecte os valores encontrados numa amostra de crianças
portuguesas com idades compreendidas entre 7 e os 9 anos de idade (60).
20
1- Relação entre as habilitações literárias da mãe e o z-scores do IMC da criança
Estudos realizados, revelaram existir uma relação entre o nível sócio cultural da
família ou da mãe e o estatuto de peso dos filhos (26, 61-63). Geralmente, a relação
entre as variáveis socioculturais das mães e o z-scores do IMC dos filhos, verifica-
se de modo mais forte entre a mãe e a filha (64, 65).
No presente estudo, encontrou-se uma relação negativa estatisticamente
significativa entre as habilitações literárias da mãe (indicador do seu nível sócio
cultural) (63) e o z-scores do IMC do rapaz. Ou seja, esta relação negativa, revelou
que quando menor a habilitação literária da mãe, maior será o z-scores do IMC
dos filhos.
1.1- Relação entre o IMC da mãe e o z-scores do IMC dos (as) filhos (as)
No que diz respeito ao IMC da mãe e o IMC (z-scores do IMC) dos filhos
(traduzido em z-scores de IMC), verificou-se uma relação positiva entre estas
duas variáveis, o que reproduz largamente o que se encontra descrito na
bibliografia encontrada (9, 15, 66-68), tendendo esta relação a diminuir com a idade
(68). No entanto, apesar dos resultados demonstrarem que esta relação é mais
forte nos filhos, tal como num estudo encontrado (69), realça-se que, em geral, esta
dependência positiva é mais significativa entre o IMC das mães e o IMC das filhas
(67, 68).
2- Correlações entre as frequências de consumo alimentar das crianças
Quando analisadas as correlações existentes nas frequências de consumo
alimentar, verificou-se que, quem consume frequentemente gelados também
ingere rebuçados, as crianças que comem salgadinhos também ingerem junk-
food e as crianças que comem habitualmente iogurte consumem frequentemente
21
fruta. Estas frequências de consumo são um reflexo da predisposição para o
gosto a doce, salgado, “unami” (monosódio glutamato), para alimentos de elevada
densidade energética (70) e para a familiaridade alimentar (33), ou seja, estes
elementos ajudam a determinar o consumo alimentar. Por outro lado, também se
observou uma relação de frequência de consumo entre o doce (ex: refrigerantes,
rebuçados), o salgado (ex: salgadinho) e os alimentos densamente energéticos
(ex: junk food). Apesar das diferenças culturais, de género e idade, existem
preferências alimentares comuns (pizzas, chocolates, bolos) nas crianças (71).
2.1- Correlações entre as preferências alimentares das crianças
Relativamente às preferências alimentares, constatou-se que, quem prefere
rebuçados aprecia, gelados, açúcar, refrigerantes, junk-food e salgadinhos.
Observou-se que, quem gosta de salgadinhos, aprecia gelados, rebuçados,
refrigerantes e junk-food, as crianças que gostam de junk-food, apreciam gelados,
rebuçados, refrigerantes e salgadinhos. A preferência alimentar das crianças está
relacionada com o sabor dos alimentos, o que de alguma forma condiciona a sua
aceitação (72).
Por outro lado, constatou-se uma correlação negativa estatisticamente
significativa entre o gostar de rebuçados, salgadinhos e o não gostar de sopa, (ou
seja, as crianças que gostam destes dois alimentos, não gostam de sopa) sendo
esta associação o reflexo de uma tendência das crianças não gostarem de
vegetais (70). Contudo, a sopa reúne um conjunto de alimentos de baixa densidade
energética, uma característica que eventualmente pode influenciar a preferência
alimentar por parte das crianças, porque geralmente estas gostam de alimentos
de elevada densidade energética. No entanto, esta relação negativa poderá ser
explicada por falta de exposição ao sabor (textura, cheiro, aparência e cor) destes
22
alimentos. Face ao exposto, é fundamental fomentar a introdução de alimentos
novos em idades precoces, porque desta forma será possível reduzir as hipóteses
de rejeição, potenciar a aceitação alimentar e promover hábitos alimentares
saudáveis (33). Um estudo realizado em 564 mães de crianças entre os dois e seis
anos de idade, conclui que a introdução precoce de alimentos (fruta e vegetais),
se traduz numa elevada frequência de consumo destes alimentos (33, 73) ou seja, é
provável que as preferências formadas em idade prematura tendem a persistir na
idade adulta (74).
Foi possível verificar também, relativamente às preferências alimentares que
existe uma relação entre o gostar de massa e gostar de arroz, preferências estas
também descritas num estudo realizado em crianças e jovens espanhóis entre os
dois e os vinte e quatro anos de idade (75) e que quem gosta de sopa, aprecia
igualmente o consumo de fruta.
2.2- Correlações entre as frequências de consumo e as preferências alimentares
das crianças
Assim, de acordo com os resultados obtidos no estudo, as frequências de
consumo alimentar associaram-se às preferências alimentares, o que também se
verificou num estudo realizado em crianças com quatro anos de idade (76). Nas
crianças, verificou-se uma correlação negativa entre a frequência alimentar do
grupo dos gelados e não gostar de leite. Esta questão, poderá eventualmente ser
explicada pelo sabor do leite ser diferente do adocicado sabor dos refrigerantes e
gelados, influenciando deste modo a sua preferência (31).
Observa-se neste trabalho, que as preferências alimentares das crianças
determinam a frequência com que determinados grupos de alimentos são
23
consumidos, tal como em dois estudos realizados (75, 77), influenciando deste modo
o comportamento alimentar das crianças.
Constatou-se uma relação entre estas variáveis (frequência de consumo e
preferência alimentar) e alimentos comuns num grupo da Roda dos Alimentos,
nomeadamente nos cereais e derivados (ex: pão, massa, arroz e batata).
3- Atitudes de controlo de parental das mães relativamente à alimentação das
crianças
No que se refere às atitudes de controlo das mães, verificou-se que nas mães em
estudo, são mais fortes as atitudes de “monitorização”, “pressão para comer” e
“percepção na responsabilidade da alimentação da criança”, dado que
apresentaram valores médios mais altos. Nesse sentido, de acordo com a
bibliografia consultada, a “monitorização” e a “pressão para comer” poderão estar
relacionadas com o estilo autoritário das mães (78, 79), isto porque estas atitudes de
controlo parental são respectivamente, a segunda e a terceira dimensões com
valores médios mais altos, comparativamente às sete dimensões do CFQ.
A importância destas atitudes de controlo parental e as razões que levam à sua
análise, é porque estas têm impacto nos hábitos alimentares dos filhos, e,
posteriormente no seu peso, constituindo um dos muitos factores de ordem
ambiental determinantes na obesidade infantil (80).
De facto, os determinantes do peso do rapaz e da rapariga parecem ser
diferentes como comprovam os modelos representados.
4- Relação entre as três atitudes das mães e o z-scores do IMC dos filhos
A relação entre as sete atitudes de controlo da mãe foi estudada, para ambos os
géneros, utilizando como variável dependente o z-scores do IMC das crianças,
24
com o objectivo de observar o papel de controlo materno no estatuto de peso do
seu (sua) filho (a).
4.1- Relação entre o z-scores do IMC das filhas e as três atitudes das mães
Conclui-se que os determinantes do estatuto de peso das filhas (z-scores do IMC)
foram pela ordem de significância, “percepção do excesso de peso da criança”,
“pressão para comer” e “preocupação com o excesso de peso da criança”, sendo
que a relação encontrada entre o z-scores do IMC da criança e “pressão para
comer” foi inversamente negativa. Esta última relação reflecte o empenho que a
mãe tem para que as filhas comam tudo o que está no prato, ou comam alimentos
saudáveis (ex: sopa, fruta, etc). Apesar desta preocupação activa por parte das
mães para que a criança coma saudavelmente, o que está descrito é que a
criança não come com este tipo de atitude (“pressão para comer”). Por exemplo,
quando as crianças são pressionadas com a seguinte frase: “Tu tens de acabar
de comer a sopa”, estas emitem mais comentários negativos, ingerem uma menor
quantidade e diminuem a preferência pela sopa (25). Os resultados traduziram o
seguinte, as filhas que apresentam estatuto de peso mais baixo, levarão as mães
a exercer maior “pressão para comer”, estando estes resultados descritos na
bibliografia (81-83). Implicitamente aquelas crianças com excesso de peso ou
obesidade terão mães que exercem menor pressão (84, 85).
De acordo com a teoria (86), esperava-se que as atitudes de restrição da mãe
(exclusão de alimentos pouco saudáveis e diminuição das quantidades ingeridas)
se relacionassem com o peso das crianças, o que não se verificou. Esta questão
poderá ser explicada, pelo facto de as mães não serem muito restritivas, isto
comparativamente com os valores médios apresentados.
25
Se os resultados sugerem uma influência do que classificamos como variáveis
independentes, (“percepção do excesso de peso”, “pressão para comer” e
“preocupação com o excesso de peso da criança”) na relação com o estatuto de
peso da criança, um estudo realizado demonstrou que conforme o peso da
criança aumenta, também é maior a preocupação dos pais com o seu próprio
peso (87), ou seja, o peso das crianças não só é influenciado pelas várias variáveis
de controlo maternal, mas pode também influenciar o peso da mãe.
4.2- Relação entre o z-scores do IMC dos filhos e as duas atitudes das mães
Os determinantes do z-scores do IMC dos filhos foram pela ordem de
significância, “preocupação com o excesso de peso da criança” e “percepção do
excesso de peso da criança”, sendo esta relação positiva em ambos os casos, ou
seja, quando maior o z-scores do IMC dos meninos, maior a “preocupação e a
percepção da mãe para com o excesso de peso da criança”. Nas mães em
estudo, a preocupação da mãe quanto ao peso do seu filho, apresentava valores
médios um pouco superiores à percepção do excesso de peso, o que poderá ser
explicado pelo facto de amostra em estudo, a prevalência de meninos com
excesso de peso ou obesidade ser relativamente elevada (40,4%), e daí as
preocupações serem mais fortes do que as percepções com o excesso de peso.
Um estudo realizado, verificou que quanto maior a massa gorda da criança, maior
será a “preocupação materna com o excesso de peso da criança” (44). De acordo
com a pesquisa realizada, uma maior preocupação com o excesso de peso da
criança poderá traduzir-se num controlo exercido sobre a alimentação do seu
filho, criando uma maior dificuldade na regulação da sua ingestão energética (88).
Por outro lado, convém referir que as atitudes de controlo alimentar parental
(“preocupação com o excesso de peso”, “percepção do excesso de peso” e
26
“restrição”) estão relacionadas com um estatuto social económico (89, 90),
afectando deste modo as atitudes da mãe.
O aumento de peso das crianças é directamente proporcional à preocupação da
mãe com as questões do peso da criança e, neste sentido, uma vez que os
meninos apresentam uma elevada prevalência de excesso de peso ou obesidade,
é de esperar que as mães se preocupem. A relação directamente proporcional
entre o peso da criança e a preocupação da mãe, foi encontrada em trabalhos
realizados (91, 92).
Por outro lado, uma maior “percepção do excesso de peso da criança” pela mãe
poderá favorecer a restrição alimentar, excluindo o acesso a determinados
alimentos e diminuindo as quantidades, podendo ter implicações positivas ou
negativas no estatuto de peso (87, 90) e no comportamento alimentar dos meninos
(88). Um estudo realizado, suporta o resultado obtido nesta dimensão, ou seja,
quanto maior o peso da criança, mais alta a percepção do excesso de peso da
criança (93).
Constatou-se que a “percepção do excesso de peso da criança”, apresenta a
média mais baixa de todas as sete dimensões avaliadas, o que de acordo com
um estudo de revisão realizado, poderá ser atribuído ao facto de mais metade dos
pais não reconhecem os filhos como tendo excesso de peso (94), negligenciando o
seu verdadeiro estatuto de peso.
Convém referir que, de acordo com estudos realizados, um maior peso da mãe
pode levar a que esta controle menos (89, 95) ou mais a alimentação (84) da criança
comparativamente ao controlo por parte daquelas que apresentam um peso
normal, contudo esta ideia não é ainda totalmente consistente.
27
Ambas as atitudes de controlo parental (“preocupação” e “percepção do excesso
de peso”) estão relacionadas.
5- Relação entre as três atitudes de controlo parental das mães presentes no
CFQ e a frequência de consumo alimentar das crianças
Na relação entre as sete atitudes de controlo parental do CFQ e a frequência de
consumo alimentar das crianças, observou-se que existe uma correlação
estatisticamente significativa entre a frequência de consumo de refrigerantes e a
preocupação da mãe relativamente ao excesso de peso da criança. Esta
preocupação, poderá ser atribuída à elevada prevalência de excesso de peso e
obesidade na amostra em estudo.
Por outro lado, constatou-se que, as mães das crianças tinham um controlo
parental mais restritivo (“restrição alimentar” foi a quarta média mais elevada das
sete dimensões do CFQ), os filhos consumiam frequentemente menos açúcar,
compota, geleia, mel, marmelada, entre outros alimentos, a restrição alimentar
imposta pela mãe, poderá ser explicada pela preocupação com o eventual
excesso de peso da criança (96).
A frequência de consumo de refrigerantes foi directamente proporcional à
percepção da mãe relativamente ao excesso de peso da criança, ou seja, o
consumo desta bebida, que é das mais preferidas pelas crianças (97), poderá ter
impacto no seu estatuto de peso (98, 99) e influenciar deste modo esta atitude
materna. Nesse sentido, de acordo com um estudo realizado, esta relação (peso
da criança e a “percepção do excesso de peso da criança” através da mãe)
poderá provavelmente ser explicada pelo estatuto de peso da criança, ou seja,
quanto maior o peso, maior será a percepção do peso da criança por parte da
mãe (100).
28
5.1- Relação entre a atitude de controlo parental das mães presentes no CFQ e
as preferências de consumo alimentar das crianças
Na relação entre as sete dimensões do CFQ e as preferências de consumo
alimentar das crianças, verificou-se inversamente a relação da “monitorização”
com o gosto por gelados. A explicação para esta relação inversa, poderá ser
atribuída a uma maior apetência natural pelo doce (gelado), o que faz com que
haja eventualmente uma maior preferência da criança. Nesse sentido,
conhecendo a mãe esta preferência alimentar, poderá potenciar a “monitorização”
por parte da mãe (foi o segundo valor médio mais elevado da tabela das sete
dimensões consideradas), podendo esta atitude de controlo parental diminuir de
esta preferência alimentar, criando deste modo uma relação inversa entre as
variáveis. Esta atitude de controlo parental (“monitorização”), poderá reflectir-se
numa diminuição de peso, bem como numa menor ingestão de alimentos pouco
saudáveis e por outro lado uma maior ingestão de alimentos saudáveis, por parte
da criança (90, 101, 102).
Conclusão
Conclui-se que existe uma relação negativa estatisticamente significativa, entre o
nível de habilitações literárias da mãe e o z-scores do IMC das crianças do
género masculino.
Verificou-se uma relação estatisticamente mais significativa, entre o peso da mãe
(IMC) e o z-scores do IMC das crianças do género masculino.
29
Em relação às frequências de consumo e às preferências alimentares das
crianças, o gosto por um determinado alimento está associado à sua frequência
de consumo.
Das sete dimensões do CFQ, as atitudes de controlo parental das mães que
determinaram o z-scores do IMC da criança, no género feminino foram
“percepção do excesso de peso da criança”, “pressão para comer” e
“preocupação com o excesso de peso da criança”, e no género masculino foram
“preocupação com o excesso de peso da criança” e “percepção do excesso de
peso da criança”, ou seja, os rapazes e as raparigas são afectados por modelos
diferentes. No presente estudo, as três atitudes de controlo parental das mães
mais fortes, foram a “percepção na responsabilidade da alimentação”,
“monitorização” e “pressão para comer”, dado que tinham valores médios mais
altos, o que revela sentido de responsabilidade na alimentação da criança, e
possivelmente algumas mães com uma atitude autoritária, contudo, são
necessários mais estudos para apurar com maior certeza a relação entre as
dimensões do CFQ e o estilo autoritário das mães.
As atitudes de controlo exercidas pela mãe poderão ter alguma ligação com a
frequência e a preferência por um determinado alimento.
Limitações do estudo
As mães indicaram o seu peso e estatura, apesar deste procedimento ser
frequentemente utilizado, tem implicações porque habitualmente se verifica uma
subestimativa do peso, especialmente quando as mães têm excesso de peso ou
obesidade, e uma sobrestimativa do peso quando estas têm baixo peso, por
30
estes factos, é possível que os dados da mãe não traduzam a realidade do
estatuto de peso (103, 104). A estatura, é também frequentemente sobrestimada,
não traduzindo a realidade da altura, dado que nestas circunstâncias é comum
referirem uma altura superior à que têm na realidade (103, 104).
O questionário de frequência de consumo e preferência alimentar não foi objecto
de um pré-teste, e, neste sentido, não foi possível aferir se as crianças
consideravam os hortícolas na sopa.
O momento em que o estudo foi realizado, não foi o mais adequado (última
semana de aulas), o que contribuiu para uma menor participação e pode ter
condicionado os resultados do presente estudo.
Na análise do questionário de frequência de consumo e preferência alimentar,
não foram consideradas respectivamente as sete categorias de consumo e as
cinco categorias de gosto, porque a análise realizada foi de acordo com
correlações, o que não permitiu apurar, com precisão, a tendência de consumo e
a preferência alimentar.
A amostra por conveniência presente neste estudo, dada a sua reduzida
dimensão, não pode ser extrapolada porque não traduz a realidade da população
Portuguesa.
31
Referências Bibliográficas
1. Silva AC, Gomes Pedro J. Nutrição Pediátrica: princípios básicos. Clínica Universitária de Pediatria - Hospital Santa Maria ed. Lisboa: Aires; 2005. p. 7-11. 2. Kelder SH, Perry CL, Klepp KI, Lytle LL. Longitudinal tracking of adolescent smoking, physical activity and food choice behaviours. Am J Clin Nutr. 1994; 84(7):1121-26. 3. Wright CM, Parker L, Lamont D, Craft AW. Implications of childhood obesity for adult health: findings from thousand families cohort study. BMJ. 2001; 323(7324):1280-4. 4. Power C, Lake JK, Cole TJ. Measurement and long-term health risks of child and adolescent fatness. Int J Obes Relat Metab Disord. 1997; 21(7):507-26. 5. Klish WJ. Childhood obesity. Pediatr Rev. 1998; 19(9):312-5. 6. Tounian P, Aggourd Y, Dubern B, Varille V, Guy Grand B, Sidi D, et al. Presence of increase stiffness of the common carotid artery endothelial dysfunction in severly obese children: a prospective study. Lancet. 2001; 358:1400-04. 7. Dietz WH. Health consequences of obesity in youth: childhood predictors of adult disease. Pediatrics. 1998; 101(3):518-25. 8. Perusse L, Bouchard C. Role of genetic factors in childhood obesity and in susceptibility to dietary variations. Ann Med. 1999; 31(1):19-25. 9. Scaglioni S, Salvioni M, Galimberti C. Influence of parental attitudes in the development of children eating behaviour. Br J Nutr. 2008; 99(1):22-5. 10. Patrick H, Nicklas TA. A review of family and social determinants of children's eating patterns and diet quality. J Am Coll Nutr. 2005; 24(2):83-92. 11. Arredondo EM, Elder JP, Ayala GX, Campbell N, Baquero B, Duerksen S. Is parenting style related to children's healthy eating and physical activity in Latino families? Health Educ Res. 2006; (21(6)):862-71 12. Birch LL, Fisher JA. Appetite and eating behavior in children. Pediatr Clin North Am. 1995; 42(4):931-53. 13. Skinner JD, Carruth BR, Wendy B, Ziegler PJ. Children's food preferences: a longitudinal analysis. J Am Diet Assoc. 2002; 102(11):1638-47. 14. Viana. V. Psicologia, saúde e nutrição: Contributo para o estudo do comportamento alimentar. Análise psicológica 2002; 4 (xx):611-24. 15. Brown R, Ogden J. Children's eating attitudes and behaviour: a study of the modelling and control theories of parental influence. Health Educ Res. 2004; 19(3):261-71. 16. Birch LL. Psychological influences on the children diet. J Nut. 1998; 128(2):407-10. 17. Birch LL, Fisher JO. Mothers child feeding pratices influence daughters eating and weight. Am J Clin Nutr. 2000; 71:1054-61. 18. Mahan LK, Sylvia ES. Krause´s Food, Nutrition and Diet Therapy. 11 th. ed. Philadelphia: W.B. Saunders; 2004. p. 259-83. 19. Vereecken C, Keukelier E, Maes L. Influence of mother's educational level on food parenting practices and food habits of young children. Appetite. 2004; 43(1):93-103. 20. Navia B, Ortega RM, Requejo AM, Perea JM, Lopez-Sobaler AM, Faci M. Influence of maternal education on food consumption and energy and nutrient
32
intake in a group of pre-school children from Madrid. Int J Vitam Nutr Res. 2003; 73(6):439-45. 21. Elfhag K, Tynelius P, Rasmussen F. Sugar-sweetened and artificially sweetened soft drinks in association to restrained, external and emotional eating. Physiol Behav. 2007; 91(2-3):191-5. 22. Elfhag K, Tholin S, Rasmussen F. Consumption of fruit, vegetables, sweets and soft drinks are associated with psychological dimensions of eating behaviour in parents and their 12-year-old children. Public Health Nutr. 2008; 11(9):914-23. 23. Birch LL, Marlin DW. I don't like it; I never tried it: effects of exposure on two-year-old children's food preferences. Appetite. 1982; 3(4):353-60. 24. Baranowski T, Cullen K, Baranowski J. Psychosocial correlates of dietary intake: advancing dietary intervention. Annu Rev Nutr. 1999; 19:17-40. 25. Gibson EL, Wardle J, Watts CJ. Fruit and vegetable consumption, nutritional knowledge and beliefs in mothers and children. Appetite. 1998; 31(2):205-28. 26. Parizkova J. Impact of education on food behaviour, body composition and physical fitness in children. Br J Nutr. 2008; 99(1):26-32. 27. Banis HT, Varni JW, Wallander JL, Korsch BM, Jay SM, Adler R, et al. Psychological and social adjustment of obese children and their families. Child Care Health Dev. 1988; 14:153-73. 28. Golan M, Crow S. Parents are key players in the prevention and treatment of weight-related problems. Nutr Rev. 2004; 62(1):39-50. 29. Vereecken C, Bobelijn K, Maes L. School food policy at primary and secondary schools in Belgium-Flanders: does it influence young people's food habits? Eur J Clin Nutr. 2005; 59(2):271-7. 30. Vereecken CA, Inchley J, Subramanian SV, Hublet A, Maes L. The relative influence of individual and contextual socio-economic status on consumption of fruit and soft drinks among adolescents in Europe. Eur J Public Health. 2005; 15(3):224-32. 31. Cooke L. The development and modification of children´s eating habits. Br Nutr Found. 2004; 29:31-35. 32. Cooke LJ, Wardle J. Age and gender differences in children's food preferences. Br J Nutr. 2005; 93(5):741-6. 33. Cooke L. The importance of exposure for healthy eating in childhood: a review [Review]. J Hum Nutr Diet. 2007; 20(4):294-301. 34. Torres SJ, Nowson CA. Relationship between stress, eating behavior, and obesity. Nutrition. Nutrition. 2007 23(11-12):887-94. 35. Viana V, Candeias L, Rego C, Silva D. Comportamento alimentar em crianças e controlo parental: uma revisão bibliográfica. Revista Alimentação Humana. 2009. 9-16. 36. Sullivan SA, Birch LL. Pass the sugar, pass the salt: experience dictates preference. Developmental Psychology. 1990; 56(4):546-55. 37. Sullivan SA, Birch LL. Infant dietary experience and acceptance of solid foods. Pediatrics. 1994; 93(2):271-7. 38. Klesges RC, Stein RJ, Eck LH, Isbell TR, Klesges LM. Parental influence on food selection in young children and its relationships to childhood obesity. Am J Clin Nutr. 1991; 53(4):859-64. 39. Lau RR, Quadrel MJ, Hartman KA. Development and change of young adults' preventive health beliefs and behavior: influence from parents and peers. J Health Soc Behav. 1990; 31(3):240-59.
33
40. Birch LL. Effects of peer model´s food choices and eating behaviors on preschoolers food preferences. Child Development. 1980; 51:489-96. 41. Fisher JO, Mitchel DC, Smiciklas WH, Birch LL. Parental influences on young girls' fruit and vegetable, micronutrient, and fat intakes. J Am Diet Assoc. 2002; 102(1):58-64. 42. Spruijt-Metz D, Lindquist CH, Birch LL, Fisher JO, Goran MI. Relation between mothers' child-feeding practices and children's adiposity. Am J Clin Nutr. 2005; 49(4):236-45. 43. Lee Y, Birch LL. Diet quality, nutrient intake, weight status, and feeding environments of girls meeting or exceeding the American Academy of Pediatrics recommendations for total dietary fat. Minerva Pediatr. 2002; 54(3):179-86. 44. Spruij-Metz D, Li C, Cohen E, Birch L, Goran M. Longitudinal influence of mother´s child feeding pratices on adiposty in children. J Pediatrics 2006; 148:314-20. 45. Matheson DM, Robinson TN, Varady A, Killen JD. Do Mexican American mother´s food related parenting practices influence their children´s weight and dietary intake? . J Am Diet Assoc. 2006; 106:1861-65. 46. French SA, Perry CL, Leon GR, Fulkerson JA. Changes in psychological variables and health behaviors by dieting status over a three-year period in a cohort of adolescent females. J Adolesc Health. 1995; 16(6):438-47. 47. Blissett J, Haycraft E, Farrow C. Inducing preschool children's emotional eating: relations with parental feeding practices. Am J Clin Nutr. 2010; 92(2):359-65. 48. World Health Organization. Preventing and managing the global epidemic. Obesity report of WHO consultation on obesity, June 3-5, program of nutrition, family and reproductive health. Geneva, Switzerland. WHO; 1998. [citado em: 2009 Julh 09]. 49. Chinn S, Rona RJ. Prevalence and trends in overweight and obesity in three cross sectional studies of British Children, 1974-94. BMJ. 2001; 322(7277):24-6. 50. Moreira P. Overweight and obesity in Portuguese children and adolescents. Journal of Public Health. 2007; 15 (3):155-61. 51. Bluford DA, Sherry B, Scanlon KS. Interventions to prevent or treat obesity in preschool children: a review of evaluated programs. Obesity (Silver Spring). 2007; 15(6):1356-72. 52. Jellife DB JE. Community Assessment: Direct Assessment of Nutrition Status. Oxford University Press. 1989; 53. Ogden CL, Kuczmarski RJ, Flegal KM, Mei Z, Guo S, Wei R, et al. Centers for Disease Control and Prevention 2000 growth charts for the United States: Improvements to the 1977 National Center for Health Statistics version. Pediatrics. 2002; 109(1):45-60. 54. Viana V. Tradução e adaptação do "Child Feeding Questionnaire" (CFQ). Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FCNAUP); 2008. 55. Birch LL, Fisher JO, Grimm-Thomas K, Markey CN, Sawyer R, Johnson SL. Confirmatory factor analysis of the Child Feeding Questionnaire: a measure of parental attitudes, beliefs and practices about child feeding and obesity proneness. Appetite. 2001; 36(3):201-10.
34
56. World Health Organization. Global data base on body mass index. Geneva, Switzerland: WHO; 2006. [citado em: 2009 Julh 09]. Disponível em: http://apps.who.int/bmi/index.jsp?introPage=intro_3.html 57. Roumelioti M, Leotsinidis M. Relative validity of a semiquantitative food frequency questionnaire designed for schoolchildren in western Greece. Nutr J. 2009; 8:1-8. 58. Collucci A, Philippi S, Slater B. Desenvolvimento de um questionário de frequência alimentar para avaliação do consumo alimentar de crianças de 2 a 5 anos de idade. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2004; 7(4):393-401. 59. Finney DJ. Statistics for biologists. . London: Chapman and Hall; 1980. 60. Padez C, Fernandes T, Mourão I, Moreira P, Rosado V. Prevalence of overweight and obesity in 7-9-y old Portuguese children. Trends in body mass index from 1972 to 2002. American Journal of Human Biology. 2004; 16: :670-78. 61. Lien N, Kumar BN, Holmboe-Ottesen G, Klepp KI, Wandel M. Assessing social differences in overweight among 15- to 16-year-old ethnic Norwegians from Oslo by register data and adolescent self-reported measures of socio-economic status. Int J Obes (Lond). 2007; 31(1):30-8. 62. Manios Y, Costarelli V, Kolotourou M, Kondakis K, Tzavara C, Moschonis G. Prevalence of obesity in preschool Greek children, in relation to parental characteristics and region of residence. BMC Public Health. 2007; 7:178. 63. Lamerz A, Kuepper-Nybelen J, Wehle C, Bruning N, Trost-Brinkhues G, Brenner H, et al. Social class, parental education, and obesity prevalence in a study of six-year-old children in Germany. Int J Obes (Lond). 2005; 29(4):373-80. 64. Koupil I, Toivanen P. Social and early-life determinants of overweight and obesity in 18-year-old Swedish men. Int J Obes (Lond). 2008; 32(1):73-81. 65. Baughcum AE, Chamberlin LA, Deeks CM, Powers SW, Whitaker RC. Maternal perceptions of overweight preschool children. Pediatrics. 2000; 106(6):1380-6. 66. Johannsen DL, Johannsen NM, Specker BL. Influence of parents' eating behaviors and child feeding practices on children's weight status. Obesity (Silver Spring). 2006; 14(3):431-9. 67. Danielzik S, Langnase K, Mast M, Spethmann C, Muller MJ. Impact of parental BMI on the manifestation of overweight 5-7 year old children. Eur J Nutr. 2002; 41(3):132-8. 68. Olvera N, Sharma S, Suminski R, Rodriguez A, Power T. BMI tracking in Mexican American children in relation to maternal BMI. Ethn Dis. 2007; 17(4):707-13. 69. Fogelholm M, Nuutinen O, Pasanen M, Myohanen E, Saatela T. Parent-child relationship of physical activity patterns and obesity. Int J Obes Relat Metab Disord. 1999; 23(12):1262-8. 70. Wardle J, Cooke L. Genetic and environmental determinants of children's food preferences. Br J Nutr. 2008; 99(1):15-21. 71. Bellisle F, Rolland-Cachera MF. Three consecutive (1993, 1995, 1997) surveys of food intake, nutritional attitudes and knowledge, and lifestyle in 1000 French children, aged 9-11 years. J Hum Nutr Diet. 2007; 20(3):241-51. 72. Harris G. Development of taste and food preferences in children. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2008; 11(3):315-9. 73. Cooke LJ, Wardle J, Gibson EL, Sapochnick M, Sheihan A, Lawson M. Demografic, familial and trait predictors of fruit and vegetable consumption by pre-school children. Publi Health Nutr. 2004; 7(2):251-52.
35
74. Wardle J, Herrera ML, Cooke L, Gibson EL. Modifying children's food preferences: the effects of exposure and reward on acceptance of an unfamiliar vegetable. Eur J Clin Nutr. 2003; 57(2):341-8. 75. Perez-Rodrigo C, Ribas L, Serra-Majem L, Aranceta J. Food preferences of Spanish children and young people: the enKid study. Eur J Clin Nutr. 2003; 57(1):45-8. 76. Simons-Morton BG, Baranowski T, Parcel GS, O'Hara NM, Matteson RC. Children's frequency of consumption of foods high in fat and sodium. Am J Prev Med. 1990; 6(4):218-27. 77. Drewnowski A, Hann C. Food preferences and reported frequencies of food consumption as predictors of current diet in young women. Am J Clin Nutr. 1999; 70:28-36. 78. Eneli IU, Crum PA, Tylka TL. The trust model: a different feeding paradigm for managing childhood obesity. Obesity (Silver Spring). 2008; 16(10):2197-204. 79. Hughes SO, Power TG, Orlet Fisher J, Mueller S, Nicklas TA. Revisiting a neglected construct: parenting styles in a child-feeding context. Appetite. 2005; 44(1):83-92. 80. Robinson NT, Kiernan M, Matheson DM, Haydel KF. Is parental control over children’s eating associated with childhood obesity? results from a population-based sample of third graders. Obesity Research. 2001; 9(5):306-12. 81. Powers SW, Chamberlin LA, van Schaick KB, Sherman SN, Whitaker RC. Maternal feeding strategies, child eating behaviors, and child BMI in low-income African-American preschoolers. Obesity (Silver Spring). 2006; 14(11):2026-33. 82. Spruijt-Metz D, Lindquist CH, Birch LL, Fisher JO, Goran MI, . Relation between mothers' child-feeding practices and children's adiposity. American Journal of Clinical Nutrition 2002; 75 No. 3: 2002. 83. Faith MS, Berkowitz RI, Stallings VA, Kerns J, Storey M, Stunkard AJ. Parental feeding attitudes and styles and child body mass index: prospective analysis of a gene-environment interaction. Pediatrics. 2004; 114(4):429-36. 84. Blissett J, Haycraft E. Are parenting style and controlling feeding practices related? Appetite. 2008; 50(2-3):477-85. 85. Brann LS, Skinner JD. More controlling child-feeding practices are found among parents of boys with an average body mass index compared with parents of boys with a high body mass index. J Am Diet Assoc. 2005; 105(9):1411-6. 86. Fisher JO, Birch LL. Restricting access to foods and children's eating. Appetite. 1999; 32(3):405-19. 87. Geng G, Zhu Z, Suzuki K, Tanaka T, Ando D, Sato M, et al. Confirmatory factor analysis of the Child Feeding Questionnaire (CFQ) in Japanese elementary school children. Appetite. 2009; 52(1):8-14. 88. Fisher JO, Birch LL. Eating in the absence of hunger and overweight in girls from 5 to 7 y of age. Am J Clin Nutr. 2002; 76(1):226-31. 89. Orrell-Valente JK, Hill LG, Brechwald WA, Dodge KA, Pettit GS, Bates JE. "Just three more bites": An observational analysis of parents socialization of children's eating at mealtime. Appetite. 2007; 48:37-45. 90. Ogden J, Reynolds R, Smith A. Expanding the concept of parental control: a role for overt and covert control in children's snacking behaviour? Appetite. 2006; 47(1):100-6. 91. Mulder C, Kain J, Uauy R, Seidell JC. Maternal attitudes an child feeding pratices: relationship with the BMI of Chilean children. Nutr J. 2009; 37(13):1-8.
36
92. Spruijt-Metz D, Lindquist CH, Birch LL, Fisher JO, Goran MI. Relation between mother´s child feeding pratices and children´s adiposity. Am J Clin Nutr. 2002; 75(3):581-6. 93. Kasemsup R, Reicks M. The relationship between maternal child-feeding practices and overweight in Hmong preschool children. Ethn Dis. 2006; 16(1):187-93. 94. Parry LL, Netuveli G, Parry J, Saxena S. A systematic review of parental perception of overweight status in children. J Ambul Care Manage. 2008; 31(3):253-68. 95. Wardle J, Sanderson S, Guthrie CA, Rapoport L, Plomin R. Parental feeding style and the intergenerational transmission of obesity risk. Obes Res. 2002; 10:453-62. 96. May AL, Donohue M, Scanlon KS, Sherry B, Dalenius K, Faulkner P, et al. Child feeding strategies are associated with maternal concern about children becoming overweight, but not children´s weight status. J Am Diet Assoc. 2007; 107(7):1167-75. 97. Huybrechts I, Matthys C, Vereecken C, Maes L, Temme EH, Van Oyen H, et al. Food intakes by preschool children in Flanders compared with dietary guidelines. Int J Environ Res Public Health. 2008; 5(4):243-57. 98. Vartanian LR, Schwartz MB, Brownell KD. Effects of soft drink consumption on nutrition and health: a systematic review and meta-analysis. Am J Public Health. 2007; 97(4):667-75. 99. Ludwig DS, Peterson KE, Gortmaker SL. Relation between consumption of sugar-sweetened drinks and childhood obesity: a prospective, observational analysis. Lancet. 2001; 357:505-8. 100. Montgomery C, Jackson DM, Kelly LA, Reilly JJ. Parental feeding style, energy intake and weight status in young Scottish children. Br J Nutr. 2006; 96(6):1149-53. 101. Campbell K, Crawford D, Ball K. Family environment and dietary behaviors likely to promote fatness in 5-6 year-old children. Int J Obes. 2006; 30:1272-80. 102. Kröller K, Warschburger P. The association between maternal feeding style and food intake of children with a higher risk for overweight. Appetite. 2008; 51:166-72. 103. Kuskowska-Wolk A, Karlsson P, Stolt M, Rossner S. The predictive validity of body mass index based on self-reported weight and height. Int J Obes. 1989; 13(4):441-53. 104. Palta M, Prineas RJ, Berman R, Hannan P. Comparison of self-reported and measured height and weight. Am J Epidemiol. 1982; 115(2):223-30.
37
Anexos
Índice de Anexos
Anexo A Carta de autorização para a realização do estudo……………………….1
Anexo B Questionário CFQ…………………………………………………………… 5
Anexo C Inquérito de dados sócio demográficos e dados relativos à alimentação
da criança …..…………………………………………………………………………...13
Anexo D Questionário de frequência de consumo e preferência alimentar……..17
1
Anexo A
Carta de autorização para a realização do estudo
2
3
Exma. Sra.
O estagiário de Ciências da Nutrição da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade
do Porto, propõe-se realizar um estudo em crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico com o objectivo de avaliar
os efeitos das atitudes das mães na alimentação dos seus filhos.
Este assunto assume hoje uma grande importância, dada a grande prevalência de problemas que decorrem
das práticas alimentares, entre estes a obesidade.
Nesse sentido pedimos a colaboração de V. Ex.ª nesta investigação, dado que se procederá à avaliação da
altura e peso do seu filho e, no caso de ele frequentar o 3º ou 4º ano de escolaridade, ser-lhe-á ainda
aplicado um inquérito alimentar. As mães responderão a quatro breves inquéritos, sendo solicitado também
o preenchimento de alguns dados relativos ao pai (inquérito número I). Todos os dados recolhidos neste
estudo terão a sua confidencialidade assegurada.
No final do estudo, será realizada uma pequena apresentação, dirigida aos pais, com os principais
resultados obtidos.
Em anexo, seguem os inquéritos para as mães, cujo preenchimento não demorará mais do que 15 minutos.
Depois de preenchidos, pedimos que os introduza no envelope e o entregue ao seu filho(a) para que este o
devolva na escola juntamente com o destacável que se segue.
Desde já o meu muito obrigado pela sua colaboração,
O estagiário de Ciências da Nutrição
________________________
(António Cordeiro)
(Destacar e devolver na escola)
Se concorda participar neste estudo, por favor identifique o seu filho e assine em baixo.
A mãe do aluno ______________________________________, do ____º ano e da turma ____, aceita
participar na realização do trabalho de investigação designado “Controlo Parental na Alimentação das
Crianças”.
Assinatura: ____________________________________________________ Data: ___ / ___ / ______
4
5
Anexo B
Questionário CFQ
6
7
INQUÉRITO III
Questionário Alimentar para Crianças (CFQ)
Um Instrumento para Avaliar o Controlo Parental na Alimentação das Crianças
Leann L. Birch, Ph.D. Susan L. Johnson, Ph.D.
Karen Grimm-Thomas Jennifer O. Fisher, Ph.D.
The Pennsylvania State University
Tradução e adaptação Victor Viana, Ph.D.
Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da
Universidade do Porto
2008
8
INSTRUÇÕES: Usando a escala em baixo, assinale, para cada questão, o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho que está no nosso estudo.
nunca
raramente
por vezes
muitas vezes
sempre
1. Quando a sua criança está em casa quantas vezes é responsável por alimentá-la?
1
2
3
4
5
2. Quantas vezes é responsável por decidir qual o tamanho da porção de comida da sua criança?
1
2
3
4
5
3. Quantas vezes é responsável por decidir se a sua criança comeu os alimentos adequados?
1
2
3
4
5
Usando a escala em baixo indique como classificaria o seu próprio peso em cada um de quatro períodos de tempo apresentados em baixo (por favor circule apenas um número para cada período).
bai
xo p
eso
ac
entu
ado
bai
xo p
eso
na
méd
ia
exce
sso
de
pes
o
exce
sso
de
pes
o
acen
tuad
o
4. A sua infância (dos 5 aos 10 anos)
1
2
3
4
5
5. A sua adolescência
1
2
3
4
5
6. Os seus 20 anos
1
2
3
4
5
7. Actualmente
1
2
3
4
5
9
INSTRUÇÕES: Usando a escala em baixo, assinale como classificaria o peso da sua criança em cada um dos períodos de tempo apresentados em baixo (por favor circule apenas um número para cada período de tempo).
bai
xo p
eso
ac
entu
ado
b
aixo
pes
o
n
a m
édia
exce
sso
de
pes
o
exce
sso
de
pes
o
acen
tuad
o
8. A sua criança durante o primeiro ano de vida
1
2
3
4
5
9. A sua criança na infância (1aos 3 anos)
1
2
3
4
5
10. A sua criança no Jardim-de-infância (dos 3 aos 4 anos)
1
2
3
4
5
11. A sua criança da pré-escola até ao 2º ano
1
2
3
4
5
12. A sua criança do 3º até ao 4º ano (se aplicável)
1
2
3
4
5
Usando a escala em baixo, por favor indique para cada questão o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho(a) que está no nosso estudo.
tota
lmen
te
des
pre
ocu
pad
a
ligei
ram
ente
d
esp
reo
cup
ada
n
eutr
o
ligei
ram
ente
p
reo
cup
ada
P
reo
cup
ada
14. Até que ponto a preocupa que a sua criança coma demais quando não está perto de si?
1
2
3
4
5
15. Até que ponto a preocupa que a sua criança tenha que fazer dieta para manter um peso desejável?
1
2
3
4
5
16. Até que ponto a preocupa que a sua criança fique com excesso de peso?
1
2
3
4
5
10
INSTRUÇÕES:
Usando a escala em baixo, por favor indique para cada questão o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho(a) que está no nosso estudo.
dis
cord
o
dis
cord
o
ligei
ram
ente
neu
tro
con
cord
o
ligei
ram
ente
Co
nco
rdo
17. Eu preciso de ter a certeza de que a minha criança não come demasiados doces (rebuçados, gelados, bolos ou pastéis).
1
2
3
4
5
18. Eu preciso de ter a certeza de que a minha criança não come demasiados alimentos com elevado teor de gordura.
1
2
3
4
5
19. Eu preciso de ter a certeza de que a minha criança não come demasiados alimentos preferidos.
1
2
3
4
5
20. Eu mantenho propositadamente alguns alimentos fora do alcance da minha criança.
1
2
3
4
5
21. Eu ofereço doces (rebuçados, gelados, bolos ou pastéis) à minha criança como recompensa por bom comportamento.
1
2
3
4
5
22. Eu ofereço à minha criança os seus alimentos preferidos em troca de bom comportamento.
1
2
3
4
5
23. Se eu não guiasse ou regulasse a ingestão da minha criança, ela comeria demasiada "comida de plástico".
1
2
3
4
5
24. Se eu não guiasse ou regulasse a ingestão da minha criança, ela comeria demasiados alimentos preferidos.
1
2
3
4
5
25. A minha criança deverá comer sempre toda a comida que tem no prato.
1
2
3
4
5
26. Tenho que ter cuidado especial para ter a certeza que a minha criança come o suficiente.
1
2
3
4
5
27. Se a minha criança diz "eu não tenho fome", eu tento que ela coma mesmo assim.
1
2
3
4
5
28. Se eu não guiasse ou regulasse a ingestão da minha criança, ela comeria muito menos do que deveria.
1
2
3
4
5
11
INSTRUÇÕES: Usando a escala em baixo, por favor indique para cada questão o número que melhor corresponde à sua resposta. Por favor responda apenas acerca do seu filho(a) que está no nosso estudo.
nunca
raramente
por
vezes
muitas vezes
sempre
29. Quantas vezes está atenta aos doces (rebuçados, gelados, bolos ou pastéis) que a sua criança come?
1
2
3
4
5
30. Quantas vezes está atenta aos salgadinhos (batatas fritas, aperitivos, Doritos, Cheetos, etc.) que a sua criança come?
1
2
3
4
5
31. Quantas vezes está atenta aos alimentos com elevado teor de gordura que a sua criança come?
1
2
3
4
5
12
13
Anexo C
Inquérito de dados sócio demográficos e dados relativos à alimentação da criança
14
15
Inquérito
Dados relativos à Mãe 1. Data de nascimento ___ / ___ / _____ (dia) (1) (ano)
2. Peso actual □□□,□ Kg
3. Altura actual □,□□ m
4. Situação actual face ao emprego: (1) Empregado □ (2) Desempregado □
4.1 Se está empregada, indique a sua profissão actual: ______________________________.
4.2. Se está desempregada, indique qual a sua última profissão: _______________________.
5. Estado Civil: (1) Solteiro □ (2) Casado □ (3) Outro □ Qual? ______________.
6. Número de telefone para contacto: _______________
7. Habilitações literárias: (assinale o último ano/nível de escolaridade frequentado)
1º ano □ 4º ano □ 7º ano □ 10º ano □ Bacharelato □ Outro □_____________
2º ano □ 5º ano □ 8º ano □ 11º ano □ Licenciatura □
3º ano □ 6º ano □ 9º ano □ 12º ano □ Mestrado □
Dados relativos ao Pai 1. Data de nascimento ___ / ___ / _____ (dia) (1) (ano)
2. Peso actual □□□,□ Kg
3. Altura actual □,□□ m
4. Situação actual face ao emprego: (1) Empregado □ (2) Desempregado □
4.1 Se está empregado, indique a sua profissão actual: ______________________________.
4.2 Se está desempregado, indique qual a sua última profissão: _______________________.
5. Habilitações literárias: (assinale o último ano/nível de escolaridade frequentado)
1º ano □ 4º ano □ 7º ano □ 10º ano □ Bacharelato □ Outro □____________.
2º ano □ 5º ano □ 8º ano □ 11º ano □ Licenciatura □
3º ano □ 6º ano □ 9º ano □ 12º ano □ Mestrado □
Código □□□□□
Mãe
1.__/__/____
2. __________
3. __________
4. __________
4.1. ________
4.2. ________
5. __________
6. __________
7. __________
16
Dados relativos à Criança
1. Género: (1) Masculino □ (2) Feminino □
2. Data de nascimento: ____ / ____ / ______ (dia) (1) (ano)
3. Sabe a altura do seu filho (a)? (1) Sim □ (2) Não □
3.1 Se respondeu sim, diga quanto mede □, □□ m
4. Sabe o peso do seu filho (a)? (1) Sim □ (2) Não □
4.1 Se respondeu sim, diga quanto pesa □□□,□ kg
5. Com quem vive?
(1) Mãe □ (2) Pai □ (3) Irmão (s) □ (4) Avó (ô) □
(5) Outra (s) pessoa (s) □ Quem? ___________________________. 6. Qual é o número de pessoas que compõem o agregado familiar (incluindo a criança)?
Número: ___________.
7. Habitualmente, quantas vezes por semana o seu filho almoça na cantina escolar?
1 □ 2 □ 3 □ 4 □ 5 □
7.1 Se o seu filho almoça na cantina, conhece a ementa do almoço do seu filho?
(1) Sim □ (2) Não □
8. O seu filho toma habitualmente o pequeno-almoço?
(1) Sim □ (2) Não □ (3) Às vezes □
8.1 Se respondeu sim, onde toma o pequeno-almoço? (1) Casa □ (2) Escola □
(3) Café / Padaria / Pastelaria □ (4) Outro local □ Qual? ___________________. 9. O seu filho costuma ter companhia ao pequeno - almoço?
(1) Sim □ (2) Não □ (3) Às vezes □ 10. O seu filho leva para a escola o lanche preparado em casa?
(1) Sim □ (2) Não □ (3) Às vezes □ 11. Das refeições realizadas em casa, quem é o principal responsável pela sua confecção?
(1) Mãe □ (2) Pai □ (3) Filho (a) □ (4) Avó (ô) □
(5) Outro □ Quem? ______________________.
Criança
1. __________
2. __/__/____
3. __________
3.1 _________
4. __________
4.1._________
5. __________
6. __________
7. __________
17
Anexo D
Questionário de frequência de consumo e preferência alimentar
18
19
20