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A OIT: origens, funcionamento e actividade Organização Internacional do Trabalho

A OIT: origens, funcionamento e actividade · 2019-09-12 · A OIT é uma das organizações multilaterais que melhor tem conseguido cumprir o seu mandato. A experiência adquirida

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A OIT: origens, funcionamento e actividade

Organização Internacional do Trabalho

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Índice1 História e estrutura da OIT1.1 A história da OIT: o trabalho não é uma

mercadoria1.2 A estrutura tripartida da OIT1.3 Prioridades para o novo milénio: o programa e

o orçamento da OIT1.4 Trabalho digno – a chave do

progresso social

2 Normas internacionais do trabalho e princípios e direitos fundamentais no trabalho

2.1 A Declaração da OIT relativa aos princípios e direitos fundamentais no trabalho

2.2 Normas internacionais do trabalho2.3 Eliminação do trabalho infantil

3 Acesso a um emprego e remuneração dignos3.1 Estratégias para o emprego3.2 Desenvolvimento de competências3.3 Criação de emprego e desenvolvimento das

empresas3.4 Recuperação e reconstrução3.5 Promoção das questões de género e da

igualdade de género3.6 Empresas multinacionais

4 Protecção social para todos4.1 Melhorar a cobertura e a eficácia dos sistemas

de segurança social4.2 Protecção dos trabalhadores: condições e

ambiente de trabalho

5 Reforçar o tripartismo e o diálogo social5.1 Reforçar o diálogo social5.2 Actividades dos empregadores na OIT5.3 Actividades dos trabalhadores na OIT5.4 Actividades sectoriais: aproximar a OIT do

mundo do trabalho

6 Actividades Regionais da OIT6.1 Empregos em África6.2 Resposta da OIT à crise financeira na Ásia:

reforçar a capacidade dos mandantes para apromoção do trabalho digno

6.3 Países da América: uma luta pela qualidadedo emprego, melhor distribuição dorendimento e protecção social

6.4 Estados Árabes: melhorar as políticas deemprego, o diálogo social e a protecção social

6.5 Europa e Ásia Central: por um melhorequilíbrio entre desenvolvimento económico e progresso social nos países em transição

7 Um centro de excelência para a formação, ainvestigação e as publicações

7.1 Publicações do BIT7.2 Estatísticas sobre o emprego7.3 Biblioteca 7.4 Instituto Internacional de Estudos do Trabalho7.5 Centro de Formação Internacional em Turim

8 Escritórios Regionais da OIT

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A OIT é uma das organizações multilaterais que melhor tem conseguido cumpriro seu mandato. A experiência adquirida ao longo das oito décadas de existênciada OIT demonstra que o seu sucesso se deve, em grande parte, à suacapacidade de renovação, evolução e adaptação. Criada num momento deesperança, ainda que efémero, sobreviveu à Grande Depressão e à SegundaGuerra Mundial.

Fundada em 1919 pelos países industrializados a fim de dar resposta aos seusproblemas, a OIT rapidamente encontrou uma forma criativa de se adaptar aodrástico aumento do número dos seus membros nas duas décadas posteriores àSegunda Guerra Mundial. Durante o período da Guerra Fria, a organizaçãomanteve a sua universalidade, reafirmando, sem compromissos, os seus valoresfundamentais. O fim da Guerra Fria e a aceleração do processo de globalizaçãoforçaram a Organização a reformular, mais uma vez, a sua missão, os seusprogramas e os seus métodos de trabalho.

História e estruturada OIT

Sede da OIT, em Genebra

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As origens da OITOrganização de carácter universal, a OIT tem assuas origens na matriz social da Europa e daAmérica do Norte do século XIX. Estas regiõesassistiram ao nascimento da Revolução Industrial,que gerou um extraordinário desenvolvimentoeconómico, muitas vezes à custa de umsofrimento humano intolerável e graves problemassociais. A ideia de uma legislação internacional dotrabalho surgiu logo no início do século XIX emresposta às preocupações de ordem moral eeconómica associadas ao custo humano daRevolução Industrial. Alguns industriais notáveis,entre os quais Robert Owen e Daniel Le Grand,apoiaram a ideia de uma legislação progressistano domínio social e laboral. No final do século XIX,os sindicatos começaram a desempenhar umpapel decisivo nos países industrializados,reivindicando direitos democráticos e condiçõesde vida dignas para os trabalhadores.

Argumentos humanitários, políticos e económicosa favor da definição de normas internacionais dotrabalho levaram à criação da OIT.O argumento inicial era de natureza humanitária.As condições a que se encontravam sujeitos ostrabalhadores, cada vez mais numerosos eexplorados sem qualquer consideração pela suasaúde, pela sua vida familiar ou pelo seudesenvolvimento, eram cada vez mais intoleráveis.Esta preocupação encontra-se claramenteexpressa no Preâmbulo da Constituição da OIT,segundo o qual “existem condições de trabalhoque implicam para um grande número de pessoasa injustiça, a miséria e privações...”.

O segundo argumento era de natureza política. Seas suas condições de vida e de trabalho nãomelhorassem, os trabalhadores, em número cadavez maior devido ao processo de industrialização,

criariam certamente distúrbios sociais, podendomesmo fomentar a revolução. O Preâmbulo daConstituição refere que a injustiça gera um tal“descontentamento que a paz e a harmoniauniversais são colocadas em perigo.” O terceiro argumento estava relacionado comaspectos económicos. Em virtude dos inevitáveisefeitos de uma reforma social sobre os custos deprodução, qualquer sector económico ou país quetentasse implementá-la ficaria em desvantagemface aos seus concorrentes. No Preâmbuloafirma-se que “a não adopção por uma nação deum regime de trabalho realmente humano é umobstáculo para os esforços das outras nações quedesejam melhorar a condição dos trabalhadoresnos seus próprios países.”

Estes argumentos foram consagrados noPreâmbulo da Constituição de 1919, que começacom a seguinte afirmação: “só se pode fundaruma paz universal e duradoura com base najustiça social.” Aprofundados na Declaração deFiladélfia, adoptada em 1944, estes ideaiscontinuam a ser mais importantes do que nuncana actual época de globalização e constituemainda a base ideológica da OIT.

As origens da OIT traduzem-se em quase umséculo de debates intelectuais e iniciativas depersonalidades notáveis, associações privadas,governos e movimentos sociais e políticos. Nasúltimas décadas do século XIX, em todo o mundoindustrializado, aumentaram as pressões daopinião pública no sentido da adopção de umaregulamentação internacional no domínio dotrabalho. Um dos resultados mais importantesdeste processo intelectual foi a criação daAssociação Internacional para a Protecção Legaldos Trabalhadores, em 1901, em Basileia. A nívelnacional, as leis sociais progressistas adoptadas

pelo Governo alemão nas duas últimas décadasdo século XIX contribuíram igualmente parafomentar a adopção de uma legislação destinadaa proteger os trabalhadores.

Em 1905-06, a Suíça organizou váriasconferências técnicas e diplomáticas em Berna,que resultaram na adopção das duas primeirasconvenções internacionais do trabalho, uma queregulamentava o trabalho nocturno das mulherese outra que visava a eliminação do uso de fósforobranco no fabrico de fósforos.

Durante a Primeira Guerra Mundial, os sindicatosorganizaram várias reuniões internacionaisdestinadas a apoiar a iniciativa lançada pornotáveis líderes de sindicatos e dos trabalhadorescom o objectivo de incluir no futuro tratado de pazum capítulo social que estabelecesse normasmínimas de trabalho a nível internacional e acriação de um Bureau Internacional do Trabalho.Estes líderes consideravam ainda que ostrabalhadores deveriam ser recompensados pelossacrifícios suportados durante a guerra. A Constituição da OIT foi redigida entre Janeiro eAbril de 1919 pela Comissão da LegislaçãoInternacional do Trabalho, constituída peloTratado de Versalhes. Esta Comissão eracomposta por representantes de nove países(Bélgica, Cuba, Checoslováquia, Estados Unidos,França, Itália, Japão, Polónia e Reino Unido),sendo presidida por Samuel Gompers, presidenteda Federação Americana do Trabalho (AmericanFederation of Labour, AFL). Esta Comissão deuorigem a uma organização tripartida, a única dogénero, cujos órgãos executivos são compostospor representantes de governos, empregadores etrabalhadores. A Constituição da OIT foi integradano Tratado de Versalhes, correspondendo à ParteXIII. Os autores do texto inglês, que a Comissão

A história da OIT: o trabalho não é uma mercadoria

A primeira Conferência Internacionaldo Trabalho realizou-se emWashington, em Outubro-Novembrode 1919. Foram então adoptadasseis convenções e seisrecomendações (incluindo aConvenção n.º 1 sobre a duração dotrabalho).

1.1

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A Declaração de Filadélfia

Em 1944, a Conferência Internacional doTrabalho, reunida em Filadélfia, nos EstadosUnidos, adoptou a Declaração de Filadélfia,que redefinia os objectivos e a finalidade daOrganização.

A Declaração consagra os seguintes princípios:

• O trabalho não é uma mercadoria.• A liberdade de expressão e de associação é

uma condição indispensável para umprogresso constante.

• A pobreza, onde quer que exista, constituium perigo para a prosperidade de todos.

• Todos os seres humanos, qualquer que seja asua raça, a sua crença ou o seu sexo, têm odireito de efectuar o seu progresso material eo seu desenvolvimento espiritual emliberdade e com dignidade, com segurançaeconómica e com oportunidades iguais.

utilizou como modelo, foram Harold Butler eEdward Phelan, futuros directores da OIT. A Organização demarcou-se, logo desde o início,do resto da Sociedade das Nações, a antecessorada Organização das Nações Unidas entre as duasguerras mundiais. Enquanto a Sociedade dasNações sentiu sérias dificuldades para seconsolidar, a OIT desenvolveu-se rapidamente,graças à extraordinária competência do seuprimeiro Director, Albert Thomas, ao empenho doseu Secretariado no estabelecimento de umdiálogo interactivo com os ministros do Trabalhodos Paises Membros e ao dinamismo daConferência Internacional do Trabalho. Entre1919 e 1920, foram adoptadas nove convençõese dez recomendações.

A OIT até à II Guerra MundialDurante os primeiros quarenta anos da suaexistência, a OIT dedicou parte significativa dosseus esforços à elaboração de normasinternacionais do trabalho e à garantia da suaaplicação. No período de vinte anos decorridoentre 1919 e 1939, foram adoptadas 67convenções e 66 recomendações.

Inicialmente, as normas visavam sobretudo ascondições de trabalho: a primeira convenção,adoptada em 1919, regulamentava a duração dotrabalho, tendo estabelecido o famoso dia detrabalho de oito horas e a semana de trabalho de48 horas.

Em 1926, a Conferência Internacional do Trabalhocriou um inovador sistema de controlo deaplicação das normas, que ainda existeactualmente. Foi criada para o efeito umacomissão de peritos composta por juristasindependentes, cuja missão consistia em examinaros relatórios apresentados pelos governos sobre aaplicação das convenções por eles já ratificadas.Todos os anos, a Comissão apresentava o seupróprio relatório à Conferência. Desde então, o seumandato passou igualmente a abranger osrelatórios sobre convenções não ratificadas erecomendações. Em 1932, após um mandato de treze anos duranteo qual assegurou uma forte presença da OIT emtodo o mundo, Albert Thomas faleceu. O seusucessor, Harold Butler, foi rapidamenteconfrontado com os problemas de desempregomassivo causados pela Grande Depressão.

Durante este período, representantes dostrabalhadores e dos empregadores debateramideias antagónicas sobre o tema da redução daduração do trabalho, sem resultados significativos.Em 1934, sob a presidência de Franklin D.Roosevelt, os Estados Unidos, que não pertenciamà Sociedade das Nações, tornaram se membros daOIT.

Em Agosto de 1940, a situação da Suíça, no centrode uma Europa em guerra, levou o novo Director,John Winant, a deslocar provisoriamente aOrganização para Montreal, no Canadá.

Em 1944, os delegados à ConferênciaInternacional do Trabalho adoptaram a Declaraçãode Filadélfia que, em anexo à Constituição,constitui ainda hoje a Carta dos Fins e Objectivosda OIT. Esta Declaração antecipou e serviu demodelo à Carta das Nações Unidas e à DeclaraçãoUniversal dos Direitos do Homem.

Da cooperação técnica a uma parceria activaO fim da Segunda Guerra Mundial marcou o iníciode uma nova era para a OIT. A eleição doamericano David Morse para o cargo de Director-Geral da OIT, em 1948, coincidiu com o reforço daactividade da Organização no domínio das normasdo trabalho e com o lançamento do seu programade cooperação técnica.

As convenções adoptadas após a Segunda GuerraMundial centravam-se sobretudo nos direitoshumanos (liberdade sindical, eliminação dotrabalho forçado e da discriminação), bem comoem questões mais técnicas relacionadas com otrabalho. Em 1948, foi adoptada a importanteConvenção (n.º 87) sobre a liberdade sindical, quereconhecia formalmente o direito dostrabalhadores e dos empregadores se associaremde forma livre e independente. Posteriormente, foicriado um comité especial tripartido, o Comité daLiberdade Sindical, com o objectivo de promover aplena aplicação deste direito fundamental nomundo do trabalho. Este Comité tratou de mais de2 000 casos ao longo das últimas cinco décadas.

Edward J. Phelan, Director do BIT,assina a Declaração de Filadélfiaem 17 de Maio de 1944 numareunião especial com o PresidenteRoosevelt na Casa Branca. Estáacompanhado pelo Secretário deEstado Cordell Hull, por WalterNash, presidente da Conferênciade Filadélfia, pela Secretária deEstado do Trabalho FrancesPerkins e por Lindsay Rogers,Director-Adjunto do BIT.

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Juan Somavia, Director-Geral

O Bureau Internacional do Trabalho é dirigidopor um Director-Geral designado pelo Conselhode Administração. Desde 1919, a direcção doBIT1 tem sido sucessivamente assegurada por:

Albert Thomas, francês (1919-1932)

Harold Butler, britânico (1932-1938)

John Winant, norte-americano (1939-1941)

Edward Phelan, irlandês (1941-1948)

David Morse, norte-americano (1948-1970)

Wilfred Jenks, britânico (1970-1973)

Francis Blanchard, francês (1973-1989)

Michel Hansenne, belga (1989-1999)

e por

Juan Somavia, chileno, desde Março de 1999

1 O BIT (Bureau International du Travail) é o Secretariado

da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Em

alguns países de língua oficial portuguesa optou-se por

traduzir "bureau" por "escritório". N.T.

Durante os vinte e dois anos do mandato de DavidMorse, o número de países membros duplicou, aOrganização assumiu o seu carácter universal, ospaíses industrializados tornaram-se uma minoriaface aos países em desenvolvimento, o valor doorçamento aumentou cinco vezes e o número defuncionários quadruplicou.

Em 1969, ano em que comemorou o seu 50.ºaniversário, a OIT foi distinguida com o PrémioNobel da Paz. Durante a entrega deste prestigiadoprémio, o presidente do Comité do Prémio Nobelafirmou que “a OIT teve uma influência duradourasobre a legislação de todos os países”, sendo ainda“uma das raras criações institucionais de que araça humana se pode orgulhar”. Em 1970, WilfredJenks, um dos autores da Declaração de Filadélfiae um dos principais arquitectos do procedimentoespecial de exame das queixas de violação daliberdade sindical, foi eleito para o cargo deDirector-Geral.

Entre 1974 e 1989, o Director-Geral FrancisBlanchard conseguiu evitar que a OIT fossegravemente afectada pela crise desencadeadacom a saída temporária dos Estados Unidos daOrganização (entre 1977 e 1980). A OITdesempenhou um papel fundamental naemancipação da Polónia do domínio comunista,apoiando incondicionalmente a legitimidade dosindicato Solidarnosc com fundamento no respeitopela Convenção n.º 87 sobre a liberdade sindical,que a Polónia tinha ratificado em 1957.

A Francis Blanchard sucedeu o belga MichelHansenne, o primeiro Director-Geral do períodoque se seguiu à Guerra Fria. Ao abrigo da Política

de Parceria Activa, Michel Hansenne lançou a OITnuma via de maior descentralização das suasactividades e dos seus recursos, que até entãoestavam centralizados em Genebra. A Declaraçãoda OIT relativa aos princípios e direitosfundamentais no trabalho, adoptada pelaConferência Internacional do Trabalho em Junhode 1988, assinalou a reafirmação universal daobrigação, imposta a todos os países membros daOrganização de respeitar, promover e aplicar osprincípios relativos aos direitos fundamentaisobjecto de algumas convenções da OIT, ainda quenão as tivessem ratificado. Estes direitosabrangem, nomeadamente, a liberdade deassociação (ou liberdade sindical), oreconhecimento efectivo do direito de negociaçãocolectiva, a eliminação de todas as formas detrabalho forçado ou obrigatório, a abolição efectivado trabalho infantil e a eliminação dadiscriminação em matéria de emprego e deprofissão. Por outro lado, a Declaração reconheceque a OIT tem o dever de ajudar os seus membrosa atingir estes objectivos. Em Março de 1999, o novo Director-Geral da OIT, ochileno Juan Somavia, subscreveu o consensointernacional sobre a promoção do conceito desociedades abertas e economias abertas, desdeque “gere benefícios reais para o homem comum epara a sua família”. O Sr. Somavia tem procurado“modernizar e orientar a estrutura tripartida com oobjectivo de impor os valores da OIT no novocontexto mundial”. É o primeiro representante dohemisfério sul a dirigir a Organização.

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A estrutura tripartida da OIT

A sede da OIT em Genebra,Suíça

1.2

Cooperação entre os empregadores, ostrabalhadores e os governosA OIT constituiu, desde sempre, um fórum ondeos governos e os parceiros sociais dos seus 177países membros podem discutir livre eabertamente as suas experiências e compararpolíticas nacionais. Graças à sua estruturatripartida, a OIT é a única organização mundial emque os representantes dos empregadores e dostrabalhadores participam na definição daspolíticas e dos programas em pé de igualdade comos governos.

A OIT incentiva igualmente o tripartismo no seiodos países membros através da promoção de umdiálogo social entre os sindicatos e osempregadores, com vista à formulação e, emcertos casos, à implementação de políticasnacionais em vários domínios, nomeadamente nodomínio social e económico. Cada país membrotem o direito de se fazer representar naConferência Internacional do Trabalho por quatrodelegados: dois em representação do Governo,um em representação dos trabalhadores e outrodos empregadores. Cada um destes delegadospode intervir e votar com toda a independência.

A Conferência Internacional do Trabalho reúne-setodos os anos, em Junho, em Genebra. Osdelegados são acompanhados por consultorestécnicos. Para além dos delegados dos governos,os ministros do Trabalho de cada país membrotambém participam e intervêm geralmente naConferência. Os delegados dos empregadores edos trabalhadores podem expressar livremente asua opinião e votar independentemente dosrespectivos governos. Podem perfeitamente votarcontra os representantes dos respectivosgovernos, bem como uns contra os outros.

A Conferência constitui um fórum para o debate anível internacional sobre questões laborais,problemas sociais e normas internacionais dotrabalho, definindo ainda as políticas gerais daOrganização. De dois em dois anos, a Conferênciaadopta o programa de trabalho e o orçamentobienais da OIT, sendo este financiado pelos paísesmembros.

Entre as sessões anuais da Conferência, otrabalho da OIT é orientado pelo Conselho deAdministração, composto por 28 representantesdos governos, 14 representantes dostrabalhadores e 14 representantes dosempregadores. Este órgão executivo da OIT reúne-se três vezes por ano em Genebra. Toma decisõessobre as medidas necessárias para implementar apolítica da OIT, elabora o projecto do programa detrabalho e do orçamento que é posteriormentesubmetido à aprovação da Conferência e elege oDirector-Geral.

Os dez países com maior importância a nívelindustrial (Alemanha, Brasil, China, EstadosUnidos, Federação Russa, França, Índia, Itália,Japão e Reino Unido) são membros permanentesdo Conselho. Os representantes dos outros paísesmembros são eleitos pelos delegados do Governoà Conferência de três em três anos, tendo emconta a distribuição geográfica. Os empregadorese os trabalhadores elegem os seus própriosrepresentantes em colégios eleitorais distintos. O Bureau Internacional do Trabalho, localizado emGenebra, é o secretariado permanente daOrganização Internacional do Trabalho, a sua sedede operações, centro de investigação e editora.Uma rede de escritórios regionais, locais e decorrespondência asseguram a descentralizaçãoda administração e da gestão. Sob a liderança deum Director-Geral, eleito por um mandato

renovável de cinco anos, o Bureau emprega cercade 2 500 funcionários e peritos, que se repartementre a sede de Genebra e os mais de 40escritórios espalhados pelo mundo.

Os países membros da OIT organizamregularmente reuniões regionais para analisaremassuntos de especial interesse para as regiões emcausa. O Conselho de Administração e o BureauInternacional do Trabalho são coadjuvados nassuas tarefas por comités tripartidos querepresentam os principais sectores económicos,bem como por comissões de peritos em diversasmatérias como, por exemplo, a formaçãoprofissional, o desenvolvimento dos quadrosdirigentes, a segurança e saúde no trabalho, asrelações de trabalho, a educação dostrabalhadores e problemas específicos dedeterminadas categorias de trabalhadores(jovens, mulheres, deficientes, etc.).

Desde o início, a OIT tem prestado especialatenção ao sector marítimo, um sector que, pornatureza, possui um âmbito internacional. Atravésda Comissão Marítima Conjunta e de sessõesmarítimas especiais da Conferência Internacionaldo Trabalho, a Organização adoptou um vastonúmero de convenções e recomendaçõesrelacionadas com questões que afectam osmarítimos.

Para mais informações sobre a ConferênciaInternacional do Trabalho e o Conselho deAdministração, é favor contactar: Serviço de Relações Oficiais (Official Relations Branch)Telefone: +4122/799-7552Fax: +4122/799-8944E-mail: [email protected]

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A OIT na história social1818Durante o Congresso da SantaAliança em Aachen, na Alemanha, oindustrial inglês Robert Owen apela àadopção de medidas destinadas aproteger os trabalhadores e à criaçãode uma comissão social.

1831-1834Duas revoltas sucessivas dos“canuts” das fábricas de seda deLyon são violentamente reprimidas.

1838-1859O industrial francês Daniel Le Grandretoma as ideias de Owen.

1864Fundação da Primeira Internacionalem Londres.

1866No seu primeiro congresso, aInternacional reivindica a adopção deuma legislação internacional dotrabalho.

1867Publicação do primeiro volume daobra de Karl Marx “O Capital”.

1883-1891Adopção da primeira legislaçãosocial europeia na Alemanha.

1886Em Chicago, 350 000 trabalhadoresentram em greve, exigindo um dia detrabalho de oito horas - estemovimento é violentamentereprimido (“Revolta de Haymarket”).

1889Fundação da Segunda Internacionalem Paris.

1890Os representantes de 14 paísesreúnem-se em Berlim e formulamrecomendações que irão influenciara legislação do trabalho a nívelnacional.

1900A Conferência de Paris cria umaassociação internacional para aprotecção dos trabalhadores.

1906A Conferência de Berna adopta duasconvenções internacionais, uma quevisa a redução da utilização defósforo branco, uma substânciatóxica, no fabrico de fósforos e aoutra que visa a proibição do trabalhonocturno das mulheres.

1914O início da guerra na Europa impede aadopção de novas convenções.

1919Fundação da OIT. A primeiraConferência Internacional doTrabalho adopta seis convenções, aprimeira das quais limita a duraçãodo trabalho a 8 horas por dia e 48horas por semana. Albert Thomastorna-se o primeiro Director da OIT.

1925Adopção de convenções erecomendações sobre segurançasocial.

1927Primeira sessão da Comissão dePeritos para a Aplicação dasConvenções.

1930Adopção de uma nova convençãoque visa a abolição progressiva dotrabalho forçado e obrigatório.

1944A Declaração de Filadélfia reafirmaos objectivos fundamentais daOrganização.

1946A OIT torna-se a primeira instituiçãoespecializada do sistema das NaçõesUnidas.

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1948Eleição de David Morse para o cargode Director-Geral da OIT; adopção daConvenção n.º 87 sobre a liberdadesindical; lançamento de programasde emergência para promover oemprego na Europa, na Ásia e naAmérica Latina.

1950O Programa Alargado de AssistênciaTécnica das Nações Unidas confereum novo impulso à cooperação comos países em desenvolvimento.

1951Adopção da Convenção n.º 100relativa à igualdade de remuneraçãoentre mão-de-obra masculina e mão-de-obra feminina em trabalho devalor igual. O Conselho deAdministração, em colaboração como ECOSOC, cria uma comissão e umcomité para analisarem as queixasde violação da liberdade sindical.

1952Adopção da Convenção n.º 102relativa à segurança social (normamínima) pela ConferênciaInternacional do Trabalho.

1957Adopção da Convenção n.º 105sobre a abolição do trabalho forçado.

1958Adopção da Convenção n.º 111sobre a discriminação em matéria deemprego e profissão.

1960A OIT cria o Instituto Internacional deEstudos Laborais.

1966Inauguração do Centro Internacionalde Formação da OIT, em Turim.

1969A OIT é distinguida com o PrémioNobel da Paz.

1974-1989Desenvolvimento em grande escaladas actividades de cooperaçãotécnica sob a liderança do Director-Geral do BIT, Francis Blanchard.

1989Os representantes do sindicatoSolidarnosc utilizam asrecomendações de uma comissão daOIT nas suas negociações com oGoverno polaco. Michel Hansenne éeleito Director-Geral da OIT.

1991A OIT adopta uma nova estratégia deluta contra o trabalho infantil(Programa IPEC).

1992A Conferência Internacional doTrabalho aprova a nova política deparceria activa – é criada a primeiraequipa multidisciplinar emBudapeste.

1998A Conferência adopta a Declaraçãoda OIT relativa aos princípios edireitos fundamentais no trabalho:liberdade de associação (ouliberdade sindical), abolição dotrabalho infantil, eliminação dotrabalho forçado e da discriminação.

1999O chileno Juan Somavia torna-se oprimeiro Director-Geral do BITproveniente de um país do hemisfériosul. A Conferência adopta uma novaconvenção sobre a proibição e aeliminação imediata das pioresformas de trabalho infantil.

2002A Convenção n.º 182, que apela àadopção de medidas imediatasdestinadas a abolir as piores formasde trabalho infantil, é ratificada pormais de 100 países. Trata-se daconvenção da OIT que maisrapidamente foi ratificada. Criação daComissão Mundial sobre a DimensãoSocial da Globalização.

A OIT é distinguida com oPrémio Nobel da Paz em 1969.

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Países membros da OITAfeganistãoÁfrica do SulAlbâniaAlemanhaAngolaAntígua e

BarbudaArábia SauditaArgéliaArgentinaArméniaAustráliaÁustriaAzerbaijãoBaamasBangladecheBarbadosBarémBélgicaBelizeBenimBielorrússiaBolíviaBósnia e

HerzegovinaBotsuanaBrasilBulgáriaBurquina FasoBurundiCabo VerdeCamarõesCambojaCanadáCatarCazaquistãoChadeChileChinaChipre

ColômbiaComoresCongoCongo, República

Democrática doCoreia,

República daCosta do MarfimCosta RicaCroáciaCubaDinamarcaDjiboutiDomínicaEgiptoEl SalvadorEmirados Árabes

UnidosEquadorEritreiaEslováquiaEslovéniaEspanhaEstados UnidosEstóniaEtiópiaFederação RussaFijiFilipinasFinlândiaFrançaGabãoGâmbiaGanaGeórgiaGranadaGréciaGuatemalaGuianaGuiné

Guiné EquatorialGuiné-BissauHaitiHondurasHungriaIémenIlhas SalomãoÍndia IndonésiaIrão, República

Islâmica doIraqueIrlandaIslândiaIsraelItáliaJamaicaJapãoJordâniaKoweitLaos, República

DemocráticaPopular do

LesotoLetóniaLíbanoLibériaLíbia, Jamahira

ÁrabeLituâniaLuxemburgoMacedónia,

antiga Repúblicajugoslava

MadagáscarMalásiaMalaviMaliMaltaMarrocos

MauríciaMauritâniaMéxicoMianmarMoçambiqueMoldávia,

República daMongóliaNamíbiaNepalNicaráguaNígerNigériaNoruegaNova ZelândiaOmãPaíses BaixosPanamáPapuásia Nova

GuinéPaquistãoParaguaiPeruPolóniaPortugalQuéniaQuiribatiQuirguizistãoReino UnidoRepública

Centro AfricanaRepública ChecaRepública

DominicanaRoméniaRuandaSanta LúciaSão Cristóvão

e NevisSão Marino

São Tomé ePríncipe

São Vicente eGranadinos

SeichelesSenegalSerra LeoaSérvia e

MontenegroSingapuraSíria, República

ÁrabeSomáliaSri LancaSuazilândiaSudãoSuéciaSuíçaSurinameTailândiaTajiquistãoTanzânia,

República Unida Timor-Leste,

RepúblicaDemocrática de

TogoTrindade e TobagoTunísiaTurquemenistãoTurquiaUcrâniaUgandaUruguaiUzbequistãoVanuatuVenezuelaVietnameZâmbiaZimbabué

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O programa e o orçamento bienais da OITpassaram a ser elaborados em função de quatroobjectivos estratégicos:

• Promover e aplicar as normas do trabalho, bemcomo os princípios e direitos fundamentais notrabalho

• Criar mais oportunidades para mulheres ehomens obterem um emprego e um rendimentodignos

• Melhorar a cobertura e a eficácia da protecçãosocial para todos

• Reforçar o tripartismo e o diálogo social

11

Programas focais

A cada um destes objectivos estratégicoscorrespondem vários programas focaisinternacionais (“InFocus”) de granderelevância e visibilidade, que assumem umcarácter prioritário. Estes programas focaisagrupam e integram várias actividades paraoptimizar o seu impacto e cobertura.

Os programas focais associados aos quatroobjectivos estratégicos são:

• Promoção da Declaração• Eliminação do trabalho infantil• Resposta para a crise e a reconstrução• Competências, conhecimento e

empregabilidade• Promoção do emprego através do

desenvolvimento das pequenas empresas• Segurança e saúde no trabalho e o ambiente• Saúde e segurança no trabalho e o ambiente• Diálogo social, legislação do trabalho e

administração do trabalho

1.3

Prioridades para o novo milénio: o programa e o orçamento da OIT

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“Actualmente, o principal objectivo da OIT consiste em promover oportunidadespara que mulheres e homens possam ter acesso a um trabalho digno e produtivo,em condições de liberdade, equidade e dignidade.” – Juan Somavia, Director-Geral da OIT

Trabalho digno3 – a chave doprogresso social

O conceito de trabalho digno resume asaspirações do ser humano no domínioprofissional e abrange vários elementos:oportunidades para realizar um trabalhoprodutivo com uma remuneração equitativa;segurança no local de trabalho e protecçãosocial para as famílias; melhoresperspectivas de desenvolvimento pessoal eintegração social; liberdade para expressaras suas preocupações; organização eparticipação nas decisões que afectam assuas vidas; e igualdade de oportunidades ede tratamento para todas as mulheres ehomens.

O trabalho digno deveria estar no centro dasestratégias globais, nacionais e locais quevisam o progresso económico e social.Desempenha um papel fundamental nosesforços de redução da pobreza e constituium meio de alcançar um desenvolvimentoequitativo, inclusivo e sustentável. A OITprocura promover o trabalho digno atravésdas suas actividades no domínio doemprego, da protecção social, das normasdo trabalho, dos princípios e direitos

fundamentais no trabalho e do diálogosocial.

Em cada um destes domínios, em todo omundo as pessoas deparam-se com défices,lacunas e exclusões sob a forma dedesemprego e subemprego, empregos debaixa qualidade e improdutivos, falta desegurança no trabalho e na remuneração,violação dos seus direitos, desigualdadesentre os sexos, exploração de trabalhadoresmigrantes, falta de representação e deexpressão, protecção e solidariedadeinsuficientes face à doença, às deficiências eao envelhecimento. Os programas da OITvisam identificar soluções para estesproblemas.

A prossecução do objectivo de garantir umtrabalho digno para todos implica umatomada de acção a nível global, que passapela mobilização dos principaisintervenientes do sistema multilateral e daeconomia global sobre esta matéria. A nívelnacional, os programas integrados de cadapaís no domínio do trabalho digno,

elaborados pelos mandantes2 da OIT,definem as prioridades e os objectivos noquadro dos programas de desenvolvimentonacional. A OIT, em parceira com outrosintervenientes no seio da família das NaçõesUnidas e fora desta organização, contribui,graças aos seus conhecimentosespecializados e principais instrumentos deacção, para a elaboração e implementaçãodestes programas, para a criação deinstituições encarregadas da sua execução epara a avaliação dos progressos alcançados.

A promoção do trabalho digno é umaresponsabilidade partilhada pelosmandantes da OIT e pelo BureauInternacional do Trabalho. Na estruturatripartida da OIT, a agenda do trabalho dignoabrange as necessidades e perspectivas dosgovernos, das organizações deempregadores e de trabalhadores quecompõem a Organização, mobilizando assuas energias e recursos e proporcionandouma plataforma para a criação de umconsenso sobre as políticas sociais eeconómicas.

12

1.4

2 Mandantes, do inglês Constituents , referindo-se à composição tripartida da OIT – governos, organizações de empregadores e de trabalhadores. N.T.3 A expressão "Trabalho Digno", utilisada em Portugal, dá lugar, em alguns países de língua oficial portuguesa, à expressão "Trabalho decente". N.T.

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Normas internacionais dotrabalho e princípios e direitosfundamentais no trabalho

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A Declaração da OITrelativa aos princípios e direitosfundamentais no trabalho

2.1

Em Junho de 1998, a Conferência Internacional doTrabalho adoptou a Declaração da OIT relativa aosprincípios e direitos fundamentais no trabalho,reafirmando o compromisso assumido pelos 176 paísesmembros da Organização de respeitar os princípiosrelativos a quatro categorias de direitos fundamentais notrabalho, bem como de promover e assegurar a suaaplicação universal.

A Declaração foi adoptada em resposta àspreocupações da comunidade internacional em relaçãoao processo de globalização e às consequências sociaisda liberalização do comércio. A Cimeira Mundial dasNações Unidas para o Desenvolvimento Social(Copenhaga, 1995) sublinhou a importância do papeldas normas internacionais do trabalho para odesenvolvimento social. A Conferência Ministerial daOrganização Mundial do Comércio (OMC), realizada emSingapura (1996), reafirmou o empenho dos EstadosMembros na promoção de normas fundamentais detrabalho reconhecidas internacionalmente e identificoua OIT como o órgão competente para elaborar estasnormas, rejeitando simultaneamente a utilização destasnormas para fins proteccionistas.

A Declaração da OIT relativa aos princípios e direitosfundamentais no trabalho e respectivoacompanhamentoAtravés da Declaração da OIT, os países membros daOrganização reafirmaram o seu compromisso de“respeitar, promover e realizar, de boa fé” os princípiosrelativos aos direitos fundamentais no trabalho, ou seja,a liberdade de associação e o reconhecimento efectivodo direito de negociação colectiva, a eliminação detodas as formas de trabalho forçado ou obrigatório, aabolição efectiva do trabalho infantil e a eliminação dadiscriminação em matéria de emprego e de profissão.

Esta Declaração relativa aos direitos fundamentais notrabalho sublinha que todos os Estados-Membros têm aobrigação de respeitar os princípios fundamentais nela

consagrados, quer tenham ou não ratificado asconvenções da OIT correspondentes.

A Declaração reconhece ainda a obrigação daOrganização “de ajudar os seus membros a alcançaresses objectivos, em resposta às necessidades queestabeleceram e expressaram”, utilizando todos os seusrecursos, incluindo a mobilização de recursos externos eincentivando o apoio de outras organizaçõesinternacionais.

A Declaração “sublinha que as normas do trabalho nãopoderão ser usadas para fins comerciais proteccionistase que nada na presente Declaração e no seuacompanhamento poderá ser invocado ou utilizado paratal fim; além disso, a vantagem comparativa de qualquerpaís não poderá ser de qualquer modo posta em causacom base na presente Declaração e no seuacompanhamento”.

A Conferência Internacional do Trabalho estabeleceu ummecanismo de acompanhamento da Declaração, queconsta de um anexo à própria Declaração. A primeiraparte do acompanhamento consiste numa revisão anualdos esforços desenvolvidos pelos países que ainda nãotenham ratificado uma ou mais das convençõesrelacionadas com as quatro categorias de direitosfundamentais, a realizar uma vez por ano de acordo comos procedimentos estabelecidos pelo Conselho deAdministração.

A segunda parte prevê a apresentação de um relatórioglobal anual sobre uma das quatro categorias de direitosfundamentais. Cada domínio é examinado, abrangendoa situação tanto nos países que ratificaram asconvenções em causa como nos países que ainda nãoas ratificaram. O primeiro relatório global referente ao ano2000 centrava-se na liberdade de associação e noreconhecimento efectivo do direito de negociaçãocolectiva. Os relatórios posteriores cobrem, ou planeiamcobrir, a eliminação do trabalho forçado, a abolição

efectiva do trabalho infantil e a eliminação dadiscriminação em matéria de emprego.

O acompanhamento da Declaração pretende promoveros princípios e direitos nela enunciados e facilitar o fluxode informação sobre as necessidades com elesrelacionadas em matéria de desenvolvimento económicoe social. Desta forma, contribui para a elaboração,implementação e avaliação de programas específicos decooperação técnica.

A cooperação técnica no acompanhamento daDeclaração da OIT relativa aos princípios e direitosfundamentais no trabalhoA cooperação técnica constitui um instrumentoessencial para a aplicação prática dos princípios edireitos fundamentais no trabalho, permitindo, destaforma, que o progresso social acompanhe o crescimentoeconómico. Lançado em 1999, o Programa Focal sobrea Promoção da Declaração deu origem a novos tipos deprojectos de cooperação técnica, participandoigualmente na identificação, concepção e financiamentodos mesmos. Estes projectos de cooperação técnica sãofinanciados, em grande parte, através de fundosbilaterais e são geridos com a ajuda dos serviços técnicoscompetentes disponibilizados pelo Bureau, tanto na suasede como no terreno. A assistência prestada no âmbitodestes projectos abrange desde o aconselhamento sobrereformas legislativas e formação de funcionários doGoverno ao reforço da capacidade dos parceirostripartidos (ou seja, Governos e organizações deempregadores e trabalhadores). Quase todos osprojectos contemplam questões relacionadas com odesenvolvimento e a igualdade entre mulheres ehomens, e envolvem uma cooperação tripartida.

Progama Focal

Promoção da DeclaraçãoEste programa tem um triplo objectivo: • Divulgar a Declaração nos vários países,

regiões e a nível internacional. • Aprofundar o conhecimento sobre a forma

como estes princípios e direitosfundamentais reforçam o desenvolvimento,a democracia e a igualdade e contribuempara a emancipação de todas as mulheres ehomens.

• Promover políticas que apliquem estesprincípios e direitos na prática, tendo emconta as condições de desenvolvimento decada país.

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Normas internacionais do trabalho

2.2

Se a reclamação for considerada admissível peloConselho da Administração da OIT, este nomeia umcomité tripartido para examinar a questão. Este comitéapresenta posteriormente um relatório ao Conselho deAdministração com as suas conclusões erecomendações.

Além disso, qualquer país membro pode apresentaruma queixa junto do Bureau Internacional do Trabalhocontra qualquer outro país membro que, em suaopinião, não tenha assegurado, de forma satisfatória, aaplicação de uma convenção que ambos tenhamratificado. Neste caso, o Conselho de Administraçãopode criar uma Comissão de Inquérito para analisar aquestão e apresentar um relatório sobre o assunto. Esteprocesso pode ser igualmente iniciado oficiosamentepelo próprio Conselho de Administração ou noseguimento de uma queixa apresentada por umdelegado à Conferência Internacional do Trabalho. Senecessário, a Comissão de Inquérito formularecomendações sobre as medidas a adoptar. Se osgovernos não aceitarem estas recomendações, podemsubmeter o caso ao Tribunal Internacional de Justiça.

Liberdade sindical: mecanismos de controloespeciaisEm 1950, a OIT estabeleceu um procedimento especialno domínio da liberdade sindical, baseado nas queixasapresentadas por governos ou pelas organizações deempregadores ou de trabalhadores contra um paísmembro, mesmo que este não tenha ratificado asconvenções em causa. Este procedimento é possívelporque, ao aderirem à OIT, os países membroscomprometem-se a respeitar o princípio da liberdade deassociação consagrado na própria Constituição daOrganização. O mecanismo estabelecido neste domíniocomporta dois órgãos distintos.

Em que consistem estas normas? As normas fundamentais do trabalho expressas naDeclaração da OIT relativa aos princípios e direitosfundamentais no trabalho representam apenas umaparte da actividade normativa da Organização. Desde1919, graças à sua estrutura tripartida que reúne osGovernos dos países membros e organizações deempregadores e trabalhadores, a OIT desenvolveu umsistema de normas internacionais que abrange todas asmatérias relacionadas com o trabalho.

Estas normas assumem a forma de convenções erecomendações internacionais sobre o trabalho. Asconvenções da OIT são tratados internacionais sujeitosa ratificação pelos Estados Membros da Organização.As recomendações são instrumentos não vinculativos –tratando muitas vezes dos mesmos assuntos que asconvenções – que definem a orientação das políticas eacções nacionais. Tanto as convenções como asrecomendações pretendem ter um impacto real sobreas condições e as práticas de trabalho em todo omundo.

No final de Junho de 2003, a OIT tinha adoptado maisde 180 convenções e mais de 190 recomendaçõessobre um vasto leque de matérias: liberdade sindical enegociação colectiva, igualdade de tratamento e deoportunidades, abolição do trabalho forçado e dotrabalho infantil, promoção do emprego e formaçãoprofissional, segurança social, condições de trabalho,administração do trabalho e inspecção do trabalho,prevenção de acidentes de trabalho, protecção damaternidade e protecção de trabalhadores migrantes ede outras categorias de trabalhadores, tais comomarítimos, enfermeiros e trabalhadores agrícolas. Até àdata, foram registadas mais de 7 000 ratificações.

As normas internacionais do trabalho influenciamconsideravelmente a legislação, as políticas e asdecisões judiciais adoptadas a nível nacional, bem

como as disposições das convenções colectivas detrabalho. Independentemente de um país ter ou nãoratificado uma determinada convenção, as normasfornecem orientações sobre o funcionamento dasinstituições e mecanismos nacionais no domínio dotrabalho, bem como sobre a adopção de boas práticasem matéria de trabalho e de emprego. Por conseguinte,as normas internacionais do trabalho têm um impactosobre a legislação e as práticas nacionais que ultrapassalargamente a simples adaptação da legislação àsobrigações impostas por uma convenção ratificada.

Mecanismos de controlo da OITA aplicação das normas internacionais do trabalho éobjecto de um permanente controlo por parte da OIT.Cada país membro é obrigado a apresentarperiodicamente um relatório sobre as medidasadoptadas, no plano jurídico e na prática, com vista aaplicar cada uma das convenções por si ratificadas.Simultaneamente, deverá enviar cópias deste relatórioàs organizações de empregadores e de trabalhadores,que têm também o direito de apresentar informações.Os relatórios dos governos são inicialmente examinadospela Comissão de Peritos para a Aplicação dasConvenções e Recomendações, um órgão constituídopor vinte personalidades eminentes nos campos jurídicoe social, que são independentes dos respectivosgovernos e nomeadas a título pessoal. A Comissãoapresenta um relatório anual à ConferênciaInternacional do Trabalho, que é atentamenteexaminado pela Comissão da Conferência para aAplicação das Convenções e Recomendações, umórgão tripartido constituído por representantes dosgovernos, dos empregadores e dos trabalhadores.

Paralelamente a estes mecanismos de controloregulares, as organizações de empregadores e detrabalhadores podem instaurar processos contenciosos,designados “reclamações”, contra um país membrocom fundamento na não aplicação de uma convençãopor este ratificada.

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Convenções fundamentais da OIT

N.º 29 Convenção sobre o trabalho forçado, 1930Exige a supressão do trabalho forçado ou obrigatório, sob todas as suas formas. Encontram-se previstasalgumas excepções, tais como o serviço militar, o trabalho de pessoas condenadas em tribunal sobvigilância adequada, casos de força maior como situações de guerra, incêndios e tremores de terra.

N.º 87 Convenção sobre a liberdade sindical e protecção do direito sindical, 1948Garante a todos os trabalhadores e empregadores o direito de, sem autorização prévia, constituíremorganizações da sua escolha e de nelas se filiarem e estabelece um conjunto de garantias para o livrefuncionamento dessas organizações sem interferência das autoridades públicas.

N.º 98 Convenção sobre o direito de organização e de negociação colectiva, 1949Prevê a protecção contra actos de discriminação anti-sindical e a protecção das organizações detrabalhadores e de empregadores contra actos de ingerência de umas em relação às outras, bem comomedidas destinadas a promover a negociação colectiva.

N.º 100 Convenção relativa à igualdade de remuneração, 1951Apela à igualdade de remuneração entre homens e mulheres por um trabalho de igual valor.

N.º 105 Convenção sobre a abolição do trabalho forçado, 1957Proíbe o recurso a qualquer forma de trabalho forçado ou obrigatório como medida de coerção ou deeducação política, sanção pela expressão de opiniões políticas ou ideológicas, método de mobilização damão-de-obra, medida disciplinar do trabalho, punição pela participação em greves ou medida dediscriminação.

N.º 111 Convenção sobre a discriminação (emprego e profissão), 1958Apela à adopção de uma política nacional destinada a eliminar a discriminação no acesso ao emprego,nas condições de formação e de trabalho, com fundamento na raça, cor, sexo, religião, opinião política,ascendência nacional ou origem social, bem como a promover a igualdade de oportunidades e detratamento em matéria de emprego e de profissão.

N.º 138 Convenção sobre a idade mínima de admissão ao emprego, 1973Visa a abolição do trabalho infantil, estipulando que a idade mínima de admissão ao emprego nãopoderá ser inferior à idade de conclusão da escolaridade obrigatória.

N.º 182 Convenção sobre as piores formas de trabalho das crianças, 1999Exige a adopção de medidas imediatas e eficazes para assegurar a proibição e a eliminação das pioresformas de trabalho das crianças, nomeadamente a escravatura e práticas análogas, recrutamentoforçado de crianças com vista à sua utilização em conflitos armados, utilização de crianças para fins deprostituição, produção de material pornográfico e qualquer actividade ilícita, bem como trabalhos quesejam susceptíveis de prejudicar a saúde, a segurança ou a moralidade das crianças.

Direitos das populações aborígenes e tribais

A Convenção n.º 169 da OIT sobre aspopulações aborígenes e tribais, de 1989,juntamente com a convenção anterior sobreesta matéria (n.º 107, de 1957) são as duasúnicas convenções internacionais que sedestinam a proteger este grupotradicionalmente desfavorecido e vulnerável. Oobjectivo da acção da OIT neste domínio é aadopção, por parte dos países membros, depolíticas e programas destinados a reduzir apobreza das populações aborígenes, melhoraro seu acesso ao desenvolvimento, melhorar assuas condições de emprego e reforçar a suacapacidade de negociação e de organização.

Para mais informações, é favor contactar: Serviço da Igualdade e do Emprego Telefone: +4122/799-7115Fax: +4122/799-6344E-mail: [email protected]

O primeiro é a Comissão de Investigação e deConciliação, que exige a aprovação dos governosinteressados. O procedimento seguido por estaComissão é semelhante ao da Comissão deInquérito e os seus relatórios são publicados. Até àdata, foram constituídas seis comissões destanatureza.

O segundo órgão é o Comité da Liberdade Sindical.Este comité tripartido é nomeado pelo Conselho deAdministração de entre os seus próprios membros.Desde a sua criação, o Comité da LiberdadeSindical examinou mais de 2 150 processosrelativos a vários aspectos da liberdade sindical,nomeadamente a detenção e desaparecimento desindicalistas, interferência nas actividadessindicais, legislação não conforme com osprincípios da liberdade sindical, etc. Este comitéreúne-se anualmente em Março, Maio e Novembro.

Para mais informações sobre as normasinternacionais do trabalho e a Declaração da OIT, éfavor contactar: Departamento das Normas Internacionais doTrabalhoTelefone: +4122/799-7155Fax: +4122/799-6771E-mail: [email protected] Sobre a Declaração Fax: +4122/799-6561E-mail: [email protected]

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Eliminação do trabalho infantil

2.3

Actualmente, quase 250 milhões de crianças emtodo o mundo trabalham, muitas delas a tempointeiro. Estas crianças não vão à escola e têmpouco ou nenhum tempo para brincar. Muitasdelas não recebem uma alimentação ou cuidadosadequados. Em resumo, é-lhes recusada aoportunidade de viverem a sua infância. Para amaioria delas, amanhã será um dia de trabalhoigual ao de hoje, tal como depois de amanhã e odia seguinte.

Dez milhões de crianças são vítimas das pioresformas de trabalho infantil.

• Trabalham em ambientes de risco, onde estãoexpostas a substâncias tóxicas, a maquinariaperigosa ou a ambientes com temperaturasexcessivamente elevadas.

• São utilizadas em actividades ilícitas, como otráfego de estupefacientes, a prostituição ou aprodução de material pornográfico.

• São vítimas das redes de tráfego de crianças ouforçadas a trabalhar em condições deescravatura.

• São forçadas a participar em conflitos armados.

O trabalho infantil é a forma mais comum deexploração de crianças em todo o mundo. Naprimeira década deste novo século, a luta contra otrabalho infantil deverá figurar entre as principaisprioridades da humanidade.

As experiências acumuladas por um númerocrescente de países na década de 90 constituemum bom ponto de partida. Foi durante estadécada que a comunidade internacional tomouverdadeiramente consciência da situação relativaao trabalho infantil, tomada de consciência essaque se deve, sobretudo, ao crescente apoio daopinião pública aos direitos das crianças e à

A OIT dispõe de um sólido programa decooperação técnica para apoiar a vontade políticados países membros.

O Programa IPECO Programa Internacional para a Eliminação doTrabalho Infantil (IPEC) tem evoluído juntamentecom o movimento político contra o trabalhoinfantil. Lançado em 1992 graças aos fundosdisponibilizados por um Governo, que servirampara financiar seis programas nacionais, o IPECgere actualmente projectos de dimensão cada vezmaior em 80 países e conta com o apoio de maisde 30 países doadores.

O IPEC visa eliminar o trabalho infantil em todo omundo e, sobretudo, erradicar as piores formas detrabalho o mais rapidamente possível. Paraalcançar este objectivo, dispõe de vários meios deacção: programas nacionais destinados apromover reformas políticas e a pôr em práticamedidas concretas para acabar com o trabalhoinfantil, e a organização de campanhasinternacionais e nacionais que visam alterar oscomportamentos sociais e promover a ratificaçãoe efectiva aplicação das convenções da OIT sobreo trabalho infantil. Estas actividades sãocomplementadas por uma investigaçãoaprofundada, aconselhamento jurídico, análise dedados, análise de políticas e avaliação deprogramas no terreno e a nível regional einternacional.

crescente preocupação manifestada com aadopção de normas do trabalho equitativas e agarantia de um trabalho digno para a populaçãoadulta no quadro de uma economia global.

Há apenas uma década, os dados disponíveissobre as causas e os efeitos do trabalho infantileram muito escassos. Neste domínio,escasseavam os projectos implementados noterreno e o processo de reforma das políticas elegislação nacionais era lento. Muitos países comgraves problemas a nível de trabalho infantilrecusavam-se a admitir a sua existência.

Apoio internacional massivo às convenções daOIT sobre o trabalho infantilDesde então, as atitudes face ao trabalho infantil,especialmente nas suas piores formas, mudaramradicalmente. Esta mudança reflectiu-se de formanítida nas manifestações de apoio político a nívelinternacional à erradicação da exploração dascrianças, tal como demonstra a taxa de ratificaçãoda Convenção n.º 182 da OIT, que exige aadopção de medidas imediatas destinadas aeliminar as piores formas de trabalho infantil.

Esta Convenção foi já ratificada por mais de 130países, uma clara maioria dos membros da OIT, oque constitui um verdadeiro record na história daOIT. O crescente apoio à Convenção n.º 130 sobrea idade mínima de admissão ao emprego (1973),já ratificada por mais de 120 países, confirma asensibilização da comunidade internacional parao problema do trabalho infantil. No seu conjunto,as ratificações destas duas convenções sãoindicadores claros e quantificáveis da vontade,expressa por um número cada vez maior de paísesde eleger como uma das prioridades da agenda daacção internacional a eliminação do trabalhoinfantil.

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Países que participam no IPEC (países que assinaram um Memorando deEntendimento):

Desde 1992: Brasil, Índia, Indonésia, Quénia,Tailândia, Turquia

Desde 1994: Bangladeche, Filipinas, Nepal,Paquistão, Tanzânia

Desde 1996: Argentina, Bolívia, Chile, CostaRica, Egipto, El Salvador, Guatemala,Nicarágua, Panamá, Peru, Sri Lanca,Venezuela

Desde 1997: África do Sul, Benim, Camboja,Equador, Honduras, República Dominicana,Senegal

Desde 1998: Madagáscar, Mali, Paraguai,Uganda

Desde 1999: Albânia, Burquina Faso, Haiti,Mongólia

Desde 2000: Gana, Iémen, Jamaica, Jordânia,Laos, Líbano, Marrocos, Níger, Nigéria,Roménia, Togo, Zâmbia

Desde 2002: Colômbia, Ucrânia

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Doadores do Programa IPEC

Desde 1991: Alemanha

Desde 1992: Bélgica

Desde 1995: Austrália, Espanha, EstadosUnidos, França, Noruega

Desde 1996: Canadá, Dinamarca, Itália,Luxemburgo, Países Baixos, Reino Unido

Desde 1997: Comissão Europeia, Iniciativa dosParceiros Sociais Italianos, Suíça

Desde 1998: Áustria, Confederação deSindicatos Japoneses (RENGO), Finlândia,Japão, Polónia

Desde 1999: Comunidad Autónoma deMadrid, Suécia

Desde 2000: Ayuntamiento de Alcalá deHenares, Hungria

Desde 2001: Nova Zelândia

Desde 2002: Cocoa Global Issues Group(CGIG), Eliminating Child Labour in TobaccoFoundation (ECLT), Federação Internacional deFutebol (FIFA), República da Coreia

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Para o IPEC, não basta retirar as crianças do localde trabalho. A OIT e as suas organizaçõesparceiras estão empenhadas em proporcionar aum número cada vez maior de crianças quedeixaram de trabalhar a oportunidade de seinstruírem, de se reinserirem na sociedade e deterem acesso a uma alimentação e a cuidados desaúde adequados. O IPEC procura ainda evitarque as crianças em risco se tornem vítimas dotrabalho infantil, propondo às respectivas famíliasum emprego ou fontes de rendimento alternativas.

A abordagem do IPEC a este problema baseia-selargamente na criação de parcerias com todos ossectores relevantes da sociedade. O IPEC colaboraactualmente com milhares de parceiros em todo omundo, desde governos nacionais a organismoslocais, de empresas multinacionais e associaçõespatronais a pequenas empresas, de federaçõessindicais internacionais a sindicatos locais e deorganizações internacionais, especialmente aUNICEF e o Banco Mundial, a instituições decaridade rurais. Todos eles estão empenhados naluta contra o trabalho infantil.

A tendência mais promissora para a próximadécada reside no desejo expresso por algunspaíses de eliminar totalmente, num prazoestipulado, todas as manifestações das pioresformas de trabalho infantil. Por este motivo, a OITdesenvolveu programas de duração limitada comvista a erradicar as piores formas de trabalhoinfantil num prazo máximo de dez anos.

Trata-se de um projecto ambicioso, que se baseianum forte compromisso político por parte dosgovernos envolvidos. Esta iniciativa está

estreitamente ligada à redução da pobreza e aoacesso universal ao ensino básico. O seu sucessodepende da criação de parcerias inovadoras comos empregadores, os trabalhadores e a sociedadecivil. Implica ainda a adopção de medidas deresposta rápida destinadas a prevenir as pioresformas de trabalho infantil, bem como a retirar ascrianças do mundo do trabalho e a facilitar a suaintegração na sociedade. Além disso, proporcionafontes alternativas de rendimento para as suasfamílias.

Estes desenvolvimentos constituem um motivo deesperança. Porém, os desafios associados aotrabalho infantil no mundo actual são enormes eainda se verificam abusos intoleráveis. Por estemotivo, o programa da OIT para a eliminação dotrabalho infantil lançou uma campanha a favor daratificação universal das Convenções n.os 182 e138 e, relativamente aos países que já asratificaram, a favor de uma maior integração dosseus princípios na legislação, políticas eprioridades nacionais.

Para mais informações sobre o trabalho infantil, éfavor contactar: Programa Internacional para a Eliminação doTrabalho Infantil (IPEC)Telefone: +4122/799-8181Fax: +4122/799-8771E-mail: [email protected]

Países associados ao Programa IPEC(países associados ao Programa IPEC atravésda sua participação em diversas actividadesnacionais, regionais ou inter-regionais)

África: Burundi, Camarões, Congo, RepúblicaDemocrática do Congo, Costa do Marfim,Etiópia, Gabão, Malavi, Namíbia, Ruanda,Zimbabué

Estados Árabes: Síria, Cisjordânia e Gaza

Ásia: China, Vietname

Europa: Bulgária, Cazaquistão, Estónia,Federação Russa, Geórgia, Moldávia,Quirguizistão

América Latina e Caraíbas: Baamas,Barbados, Belize, Colômbia, Guiana, México,Suriname, Trindade e Tobago, Uruguai

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Acesso a um empregoe remuneração dignos

O número de trabalhadores em situação de desemprego e de subemprego é maiselevado do que nunca e continua a aumentar em consequência da crise que, nonovo milénio, levou a um abrandamento do crescimento das principais economiasmundiais, não havendo perspectivas de melhoria da situação num futuro próximo.Em 2002, cerca de mil milhões de trabalhadores – um terço da força de trabalhodo terceiro mundo – encontravam-se em situação de desemprego ou desubemprego. Destes trabalhadores, cerca de 180 milhões encontravam-seefectivamente à procura de emprego ou disponíveis para trabalhar.

A OIT tem um papel específico a desempenhar na mitigação dos efeitos sociaisadversos da crise económica mundial. Embora a criação de emprego seja já aprincipal prioridade política em todo o mundo, deve tornar-se também aprincipal prioridade económica. Sem um emprego produtivo, os objectivos deum nível de vida digno, desenvolvimento social e económico e realizaçãopessoal não passam de ilusões.

Para além das suas medidas e actividadesdirectas, a OIT participa igualmente, enquantoprincipal organização no domínio do emprego, emvários projectos em colaboração com instituiçõesfinanceiras internacionais e outros organismos dasNações Unidas.

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Estratégias para o emprego

3.1

A promoção do emprego é um dos objectivosprioritários da OIT. A Organização realiza váriosestudos e contribui para o diálogo global sobre aeficácia das estratégias para o emprego; por outrolado, os seus serviços consultivos e actividades decooperação técnica constituem um importanteinstrumento de apoio à criação de emprego dequalidade a nível nacional.

Invocando a necessidade de adoptar medidasurgentes em resposta à crise mundial de emprego, oFórum Global sobre o Emprego, realizado pelo BITem Novembro de 2001, lançou um programa comdez tópicos, destinado a inverter a tendência deaumento do desemprego e da pobreza causado pelarecessão mundial e pelos ataques terroristas de 11de Setembro. A Agenda Global para o Emprego,adoptada por cerca de 700 líderes do mundopolítico e económico presentes no Fórum, procuramitigar os efeitos do extraordinário abrandamentoda economia mundial, que ameaça lançar cerca de24 milhões de pessoas no desemprego e muitasmais numa situação de pobreza.

Tendo em vista a criação de emprego e a reduçãoda pobreza, a Agenda Global para o Empregoprocura colocar o emprego no centro das políticaseconómicas e sociais através da dinamização dosprincipais factores do crescimento económico, taiscomo o comércio, a inovação tecnológica e oespírito de iniciativa empresarial, bem como dagestão destes factores através de políticasmacroeconómicas e relativas ao mercado detrabalho. A Agenda proporcionará um quadro quepermitirá à OIT estabelecer parcerias no seio dosistema multilateral e colaborar com governos eparceiros sociais, a nível regional e nacional, a fimde promover a criação de emprego produtivo.

O Relatório sobre o Emprego no Mundo é aprincipal publicação da OIT no domínio do

emprego. O relatório de 2001 concluiu que, nãoobstante a revolução a que se assiste no domíniodas tecnologias da comunicação, é cada vez maioro número de trabalhadores que não consegueencontrar emprego. Muitos têm dificuldade emobter acesso aos novos recursos tecnológicosnecessários para assegurar a produtividade numaeconomia global cada vez mais digitalizada. Orelatório concluiu ainda que as diferençasexistentes entre países ricos e países pobres aonível da velocidade da difusão das novastecnologias de informação e da comunicação (TIC)estão a gerar um “fosso digital” cada vez maisacentuado. O relatório refere que, se este problemanão for solucionado rapidamente, as aspirações demilhões de trabalhadores em dezenas de paísesem desenvolvimento em matéria de empregocairão por terra e o seu potencial produtivo não sepoderá concretizar.

Os Indicadores-Chave do Mercado de Trabalho(KILM, Key Indicators of the Labour Market), outroinstrumento de referência com um âmbito muitoabrangente, permitem explicar e analisar dadossobre os mercados de trabalho de todo o mundo.Recolhendo uma grande quantidade deinformações de fontes internacionais de dados edos serviços estatísticos regionais e nacionais, oKILM analisa 18 indicadores-chave do mercado detrabalho, permitindo aos investigadoresestabelecer uma comparação entre os diferentespaíses e as diferentes áreas geográficas de cadaregião ao longo do tempo.

Para mais informações, é favor contactar: Departamento da Estratégia para o EmpregoTelefone: +4122/799-6434Fax: +4122/799-7678E-mail: [email protected]

Pobreza e estratégias de investimento

O potencial de criação de emprego associadoao desenvolvimento de infra-estruturas é muitovasto, mas nem sempre é concretizado. Aconstrução de aeroportos, auto-estradas epontes de grandes dimensões, muitas vezes acargo de empresas estrangeiras, exige umaabordagem essencialmente baseada nosequipamentos, mas, relativamente às infra-estruturas locais, existem outras alternativasbaseadas principalmente numa utilizaçãointensiva de mão-de-obra, que jádemonstraram a sua eficácia e apresentamgrandes vantagens.

O Programa de Investimento Intensivo noEmprego (EIIP) ajudou mais de 40 paísesmembros da OIT a criar um empregosustentável através de projectos de infra-estruturas e programas de grande dimensão. Aestratégia operacional visa melhorar o acessodas empresas que promovem uma utilizaçãointensiva da mão-de-obra aos concursospúblicos. Simultaneamente, conjuga a criaçãode emprego com condições de trabalhodignas.

A abordagem do EIIP envolve tecnologias queoptimizam a utilização da mão-de-obra,garantindo simultaneamente a rentabilidade e aqualidade. Através dos sistemas locais deorganização, de planeamento participativo e decontratação, esta abordagem proporcionaemprego e um meio de expressão para ostrabalhadores. Além disso, permite lutar contraa pobreza a longo prazo, graças a investimentosque criam postos de trabalho e serviços básicos,tais como estradas, redes de distribuição deágua e sanitárias, sistemas de esgotos,alojamento, escolas e centros de saúde.

Para mais informações, é favor contactar:ILO EMP/INVESTTelefone: +4122/799-6546Fax: +4122/799-8422E-mail: [email protected]: www.ilo.org/eiip

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Desenvolvimento de competênciasPrograma Focal

Investimento no conhecimento, nascompetências e na empregabilidadeNa maioria dos países, o investimento dossectores público e privado no desenvolvimentode recursos humanos ainda é insuficiente. OPrograma Focal sobre o Investimento noConhecimento, nas Competências e naEmpregabilidade visa identificar formas deaumentar o investimento no desenvolvimentode recursos humanos, de modo a apoiar ocrescimento do emprego. Este programadedica especial atenção às necessidades deformação de grupos de trabalhadores maisvulneráveis, nomeadamente aqueles que seinserem no sector informal.

3.2

Programa Focal sobre as Competência, oConhecimento e a EmpregabilidadeA educação e a formação são essenciais paraassegurar um desenvolvimento económico e socialsustentável. O investimento nas competências e naempregabilidade dos trabalhadores contribui paramelhorar a produtividade e a competitividade, bemcomo para atingir os objectivos de equidade einclusão social.

O Programa Focal da OIT sobre as Competências,o Conhecimento e a Empregabilidade (IFP/SKILLS)procura fomentar o investimento nodesenvolvimento de competências e na formação,de modo a proporcionar a homens e mulheres umacesso mais alargado e equitativo a um trabalhoprodutivo e digno.

Através da sensibilização, do desenvolvimento deconhecimentos e dos serviços que presta aosmandantes da OIT, este programa contribui paramelhorar as políticas e programas de formação emtodo o mundo, especialmente as estratégias deformação que facilitam a integração de gruposeventualmente mais desfavorecidos no mercadode trabalho.

23

Áreas-chave do Programa IFP/SKILLS• Identificação de novas abordagens à formação e

desenvolvimento de recursos humanos (projectode revisão da Recomendação sobreDesenvolvimento de Recursos Humanos, 1975[N.º 150]).

• Promoção de políticas de emprego e deformação de jovens (comunicações destinadas àRede de Emprego para Jovens daONU/OIT/Banco Mundial).

• Promoção de melhores políticas e programas deformação no sector informal (preparação para adiscussão geral sobre o emprego e odesenvolvimento de recursos humanos no sectorinformal durante a 90.ª sessão da ConferênciaInternacional do Trabalho).

• Desenvolvimento de estratégias para aintegração de pessoas portadoras de deficiênciano mercado de trabalho (elaboração de umCódigo de Boas Práticas sobre a gestão dadeficiência no local de trabalho).

• Prestação de serviços de consultoria técnicacom vista à melhoria das políticas e programasde formação.

• Reforço do papel dos serviços de empregopúblicos e privados no domínio da orientação erecrutamento profissional.

• Aperfeiçoamento das políticas dedesenvolvimento de competências destinadas atrabalhadores mais idosos (comunicaçõesdestinadas à Segunda Assembleia Mundialsobre o Envelhecimento, Madrid, Abril de 2002).

Para mais informações, é favor contactar: Programa Focal Sobre as Competências, oConhecimento e a Empregabilidade (IFP/SKILLS) Telefone: +4122/799-7512Fax: +4122/799-6310E-mail: [email protected]: www.ilo.org/employment/skills

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Criação de emprego edesenvolvimento das empresas

3.3

O crescimento sustentado das empresas éessencial para a criação de emprego. Por estemotivo, a OIT procura promover a criação deempregos sustentáveis e dignos em todo o tipo deempresas, especialmente nas pequenas empresasou nas empresas de tipo familiar, bem como amodernização das microempresas do sectorinformal, que são actualmente a maior fonte decriação de emprego a nível mundial.

Gestão e cidadania empresarialA OIT contribui para o desenvolvimento desistemas de apoio e competências de gestão quepermitem às empresas aumentar a suaprodutividade e competitividade, bem comopromover a boa cidadania empresarial. Para oefeito, ajuda os parceiros sociais e as empresas aencontrarem o melhor caminho para atingirem umnível máximo de produtividade e competitividade,uma abordagem que implica uma acção tripartida,multissectorial e a nível da empresa. A OITincentiva igualmente a ponderação de factoressociais na reestruturação das empresas.

Tendo em conta que a sociedade espera que sejamcriadas cada vez mais empresas, a OITimplementa acções destinadas a ajudá-las aaplicar um sistema de gestão holística,denominado “Gestão Totalmente Responsável”(TRM, Total Responsibility Management), comvista a dar resposta a vários problemaseconómicos, ambientais e sociais.

As empresas são encorajadas a encarar as normasinternacionais do trabalho como uma boa práticade gestão. A OIT proporciona igualmente formaçãoem gestão e assistência técnica às empresas paraoptimizar o seu capital humano e social.

A OIT é uma das principais instituições que apoia oPacto Global (Global Compact), que constitui uma

plataforma para a sensibilização e formação dasempresas. As empresas que participam nesteprograma são encorajadas a adoptar e a incorporarvários “princípios universais” na sua visãoestratégica e nas suas práticas quotidianas, bemcomo a partilhar as suas experiências. Quatro dosnove princípios universais do Pacto Globalbaseiam-se na Declaração da OIT relativa aosprincípios e direitos fundamentais no trabalho.

CooperativasNo sistema das Nações Unidas, a OIT éresponsável pelo programa mais vasto e maisdiversificado para a promoção das cooperativas.Por todo o mundo, cooperativas viáveis eautónomas de produtores, consumidores,trabalhadores e empresários deram provas do seuenorme potencial para criar e consolidaroportunidades de emprego, reforçar ascapacidades das pessoas, proporcionar protecçãosocial e reduzir a pobreza.

O programa de assistência técnica da OIT para odesenvolvimento cooperativo visa essencialmentea orientação da acção governamental no planopolítico e jurídico, o reforço das capacidadesatravés do desenvolvimento dos recursoshumanos, a redução da pobreza através demecanismos alternativos de prestação de serviçosbaseados na auto-ajuda, abrangendo ainda umprograma regional especificamente destinado àspopulações aborígenes e tribais.

A nova Recomendação sobre a Promoção dasCooperativas (discutida na ConferênciaInternacional do Trabalho de Junho de 2002)deverá constituir a base conceptual dasactividades de cooperação técnica da OIT nestedomínio.

Programa Focal

Desenvolvimento das pequenas empresasAs actividades da OIT destinadas a apoiar aspequenas empresas são implementadasatravés do Programa Focal de Promoção doEmprego através do Desenvolvimento dasPequenas Empresas. Este programa visaaumentar as oportunidades de emprego empequenas empresas e microempresas atravésdo apoio a iniciativas destinadas a alargar o seuacesso a serviços de apoio rentáveis e a criarum ambiente legal e regulamentar favorável.Dedica também especial atenção à melhoria daqualidade do emprego nas pequenas empresase a formas de assegurar a integração dequestões de género nas estratégias dedesenvolvimento das pequenas empresas. Oprograma promove ainda a criação de redes e arepresentação de pequenas empresas, a fim deassegurar a sua influência nas decisõespolíticas e económicas que as afectam.

Este programa focal ajuda os países membros aaplicarem as disposições da Recomendaçãosobre a criação de emprego nas pequenas emédias empresas, adoptada pela ConferênciaInternacional do Trabalho em 1998. Através dametodologia designada por “Start and ImproveYour Business” (“Comece e desenvolva o seunegócio”), partilha a experiência da OIT nodomínio da criação e implementação deprogramas de desenvolvimento de pequenasempresas em áreas como a formação eminiciativa empresarial.

Para mais informações, é favor contactar: Programa Focal de Promoção do Empregoatravés do Desenvolvimento das PequenasEmpresasTelefone: +4122/799-6862Fax: +4122/799-7978E-mail: [email protected]

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Desenvolvimento económico localO desenvolvimento económico local (DEL) é umprocesso participativo que fomenta o diálogo sociale as parcerias entre o sector público e privadonuma determinada área geográfica. O DEL permiteque os intervenientes locais definam e apliquem,em conjunto, uma estratégia de desenvolvimentoque explora todos os recursos e capacidades locaise aproveita da melhor forma as vantagenscomparativas da região.

Gerido pelo Serviço de Cooperativas, o ProgramaDEL implementa projectos de assistência técnicaem várias regiões do mundo, abrangendo a criaçãode agências de desenvolvimento económico localque prestam diversos serviços de apoio àscomunidades locais, nomeadamente no domíniofinanceiro. A abordagem de DEL tem sidoparticularmente eficaz em situações de pós-crise.

25

Os instrumentos e as instituições financeirascontribuem para a criação de emprego e para adiminuição da vulnerabilidade dos trabalhadorescom baixos rendimentos, complementando aspolíticas a favor do mercado de trabalho. A Agendado Trabalho Digno reconhece o impacto do sectorfinanceiro na justiça social. Como tal, defende acriação de alianças com instituições financeiras,especialmente aquelas que conciliam os objectivosfinanceiros com os objectivos sociais.

Um bom exemplo desta cooperação é omicrocrédito, uma estratégia que visa proporcionaraos trabalhadores com baixos rendimentos e àsrespectivas famílias a possibilidade de poupar, desubscrever seguros e de obter empréstimos, a fimde melhorar a sua segurança financeira e de fazerface às contingências.

O Programa de Finanças Sociais presta serviços aosmandantes da OIT nos quatro domínios seguintes:

1.Integração das políticas financeiras e sociaismediante:

• o estabelecimento de parcerias com bancoscentrais;

• o lançamento de projectos de microcréditobaseados no “swap” de dívidas;

• a análise dos custos e benefícios sociais daspolíticas do sector financeiro.

2.Criação de um ambiente favorável ao investimentoe ao emprego mediante:

• a optimização do desempenho dos fundos degarantia e de outros mecanismos de partilha dorisco entre pequenas e médias empresas (PME) eos bancos;

• a simplificação dos procedimentosadministrativos associados aos direitos depropriedade e aos actos de registo e dos

procedimentos judiciais em matéria deinsolvência das empresas;

• o reforço de capacidade das sociedades degarantia mútua (SGM), a fim de ajudar um maiornúmero de artesãos.

3.Redução da vulnerabilidade dos pobresmediante:

• a associação das transferências monetárias detrabalhadores migrantes a projectos demicrocrédito e investimentos produtivos;

• o combate à servidão por dívidas graças a fontesalternativas de empréstimos de emergência;

• o depósito de subsídios familiares e de outrasprestações sociais em contas poupança geridaspor uma rede nacional de bancos locais.

4.Reforço da capacidade dos parceiros sociais parainformar, aconselhar e ajudar os seus mandatáriosmediante:

• sistemas de retenção de parte do salário paraefeitos de reembolso de créditos ao consumo e àhabitação;

• a protecção dos trabalhadores contra oendividamento;

• a criação de bancos populares; • a participação dos trabalhadores no capital social

da empresa; • fundos de garantia salarial; • fundos de pensões e investimento responsável em

termos sociais.

Para mais informações, é favor contactar: Programa de Finanças SociaisTelefone: +4122/799-6070Fax: +4122/799-6896E-mail: [email protected]: www.ilo.org/socialfinance

O financiamento social tendo em vistagarantir um trabalho digno

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Recuperação e reconstrução

3.4

As crises têm efeitos devastadores sobre associedades, especialmente nos países pobres evulneráveis. Os conflitos armados, as catástrofesnaturais, as recessões económicas e financeiras eas transições de regimes políticos e sociaiscomplexas destroem a infra-estrutura sócio-económica, os próprios meios de produção, osrecursos humanos e naturais e um vasto númerode postos de trabalho. Face à magnitude emultiplicação destas tragédias humanas, a OIT temum papel específico a desempenhar.

O Programa Focal sobre uma Resposta para aCrise e a Reconstrução (IFP/Crisis) é a resposta daOIT a esta situação, que se agrava de dia para dia.Este programa procura eliminar os efeitos adversosque as crises têm sobre as oportunidades deacesso a um trabalho digno, conjugando para taldiversos meios ao seu dispor, tais como odesenvolvimento de conhecimentos, a definiçãode orientações técnicas e políticas, acções desensibilização, reforço de capacidades eintervenções de resposta rápida no terreno. Osseus principais objectivos consistem em facilitar orestabelecimento do acesso a meios desubsistência e a reintegração sócio-económica dosdiversos grupos afectados pela crise, promover areconstrução e o desenvolvimento dos respectivospaíses e reduzir a frequência e os efeitos adversosde futuras crises.

Para mais informações, é favor contactar:Departamento de Recuperação e ReconstruçãoTelefone: +4122/799-6892Fax: +4122/799-6489E-mail: [email protected]

Este programa focal adopta uma abordagem única,baseada na rapidez e flexibilidade da resposta àcrise e num trabalho integrado/multidisciplinarespecialmente adaptado ao contexto das situaçõesde emergência. O programa é implementado noâmbito de uma estreita colaboração estratégicacom outras agências e instituições internacionais,regionais e nacionais, inseridas ou não no sistemadas Nações Unidas, bem como com os meios decomunicação social. Faz igualmente apelo a umarede de pontos focais nos departamentos técnicosda OIT e a especialistas externos, o que permitedar uma resposta rápida e especificamenteadaptada às crises.

Programa Focal

Resposta para a crise e a reconstruçãoEste programa visa dar resposta às situaçõesque surgem no rescaldo de crises causadaspor fenómenos naturais ou pela acçãohumana, tais como a guerra, más colheitas,flutuações macroeconómicas ou catástrofesclimáticas. A manutenção dos níveis derendimento nestas circunstâncias exigegeralmente um conjunto de programasadaptados às necessidades de diferentesgrupos alvo. Para assegurar a reconstrução egarantir o rendimento, estas intervenções,normalmente de curta duração, devem estarassociadas a investimentos a longo prazo nacapacidade de produção, um domínio no quala OIT adquiriu uma sólida experiência técnica.

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Promoção das questões de género e daigualdade de género

3.5

Igualdade de género A igualdade de género é um elemento central daAgenda da OIT para um Trabalho Digno para Todasas Mulheres e Homens e, juntamente com odesenvolvimento, constitui uma das duas matériastransversais comuns aos quatro objectivosestratégicos desta agenda. A igualdade de géneroé igualmente um objectivo comum às políticasassociadas ao programa e orçamento da OIT para2004-05. A abordagem da OIT neste domínioconsiste em integrar as questões de género emtodas as suas políticas e programas. Tal abrangeintervenções específicas baseadas na análise dasnecessidades em matéria de igualdade, quepoderão visar apenas mulheres ou apenashomens, bem como os dois grupos em conjunto.

O Departamento para a Igualdade de Género, quereporta directamente ao Director-Geral do BIT, tempor missão promover a igualdade entre mulheres ehomens no mundo do trabalho. Desta forma, esteDepartamento desempenha um papel deconsultor, catalisador, promotor e comunicador emmatéria de integração da perspectiva de género emtodas as políticas, programas e actividades da OIT.Este trabalho abrange a coordenação daimplementação do Plano de Acção da OIT sobre aIgualdade de Género e a Integração das Questõesde Género.

Actualmente, as actividades deste Departamentoincluem o acompanhamento e a elaboração derelatórios sobre as acções desenvolvidas com vistaà prossecução do objectivo comum a todas aspolíticas da Organização em matéria de igualdadede género, a supervisão da auditoria sobre asquestões de género realizada a nível do BIT, oapoio à rede de igualdade de género da OIT e agestão da página da OIT na Internet “Gender

Equality Tool”, que visa a partilha de informações ea melhoria dos conhecimentos nesta área.

No âmbito das suas funções, este Departamentocontribui ainda para a criação de mecanismosinstitucionais para a integração da perspectiva degénero no planeamento, execução,acompanhamento e avaliação do trabalho de todosos sectores, departamentos, programas e serviçoslocais da OIT. O Departamento presta igualmenteaconselhamento relativamente aos programas desensibilização e de reforço de capacidadesdestinados aos funcionários da OIT. Além disso,promove iniciativas que visam o desenvolvimentode orientações sobre questões de género, bemcomo de indicadores e instrumentos de análise eplaneamento neste domínio. Por último, aconselhaos mandantes da OIT em matérias relacionadascom a igualdade de género e a integração dasquestões de género.

Para mais informações, é favor contactar: Departamento para a Igualdade de GéneroTelefone: +4122/799-6730Fax: +4122/799-6388E-mail: [email protected]: www.ilo.org/gender

Mais e melhores empregos para as mulheres

O Programa Internacional para garantir Mais eMelhores Empregos para as Mulheres insere-senas estratégias da OIT para a igualdade degénero, a erradicação da pobreza e odesenvolvimento sustentável. O objectivo desteprograma consiste em aumentar asoportunidades de emprego para as mulheres,melhorando simultaneamente as suascondições de emprego e eliminando adiscriminação entre mulheres e homens nolocal de trabalho. O programa centra-seessencialmente nas necessidades dasmulheres em situação mais vulnerável eeconomicamente desfavorecidas e pretendedemonstrar que a emancipação económica dasmulheres também beneficia as suas famílias, acomunidade e a sociedade em geral.

Implementado tanto a nível internacional comonacional, o programa promove umaabordagem integrada baseada no reforço decapacidades, na análise de políticas, nasensibilização e em intervenções práticasespecíficas, que permite lidar com váriosproblemas interrelacionados que as mulheresenfrentam dentro e fora do local de trabalho.Visa ainda sensibilizar a opinião pública paraquestões como as responsabilidadesfamiliares, a protecção da maternidade e oassédio sexual. Outro dos seus objectivos éaumentar a participação das mulheres nosprocessos de decisão e em funções de gestão,nomeadamente incentivando o seu espírito deiniciativa empresarial, pois é neste domínioque parecem subsistir as desigualdades maispersistentes. A maioria das mulheres continuaa ser vítima de segregação profissional e rarassão aquelas que conseguem ultrapassar abarreira invisível que as separa dos cargos dechefia e dos quadros técnicos superiores.

Para mais informações, é favor contactar: Departamento de Promoção da Igualdade deGéneroTelefone: +4122/799-6090Fax: +4122/799-7657E-mail: [email protected]

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Empresas multinacionais

3.6

Hoje em dia, é cada vez mais óbvio que oinvestimento directo das empresas multinacionaispode contribuir significativamente para odesenvolvimento através da transferência detecnologias e de métodos de gestão sofisticados,bem como do reforço da capacidade dos paísesem desenvolvimento e em fase de transição paraproduzir bens e serviços que cumpram as normasde qualidade internacionais. Actualmente, cercade 50 000 empresas multinacionais e as suas 450000 filiais empregam mais de 200 milhões depessoas em todo o mundo. O seu impacto faz-sesentir em praticamente todos os aspectos daindústria, do comércio, dos serviços e do mundodos negócios. Por conseguinte, os métodos degestão utilizados pelas empresas multinacionaistêm repercussões sobre o mundo do trabalho anível internacional.

Em 1977, o Conselho de Administração do BITadoptou a Declaração de princípios tripartida sobreas empresas multinacionais e a política social, afim de orientar e inspirar a conduta das empresasmultinacionais, bem como as suas relações com osgovernos e as organizações de empregadores etrabalhadores dos países onde se encontramestabelecidas. Os princípios consagrados naDeclaração traduzem um conjunto de boaspráticas e políticas em domínios como o emprego,a formação, as condições de trabalho, a segurançae saúde no trabalho e as relações profissionais. Noâmbito das suas actividades de acompanhamento,a OIT realiza inquéritos periódicos com vista arecolher informações junto dos Estados Membrossobre a forma como os princípios enunciados naDeclaração estão a ser aplicados. Por outro lado, aDeclaração é regularmente revista para assegurara sua actualidade.

Para mais informações, é favor contactar: Programa das Empresas MultinacionaisTelefone: +4122/799-7458Fax: +4122/799-6354E-mail: [email protected]: www.ilo.org/multi

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Protecção social para todos

A Declaração de Filadélfia (1944) e algumas normas internacionais do trabalhoreconhecem que o acesso a um nível adequado de protecção social é um direitofundamental universal. No entanto, em muitos países, a realidade está aindabem longe dos ideais da Declaração. A OIT faz tudo o que está ao seu alcancepara permitir que os países alarguem a protecção social a todos os grupos dasociedade e melhorem as condições de trabalho e a segurança dostrabalhadores.

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Se a tendência dos últimos anos se mantiver, umaparte significativa da população economicamenteactiva passará a trabalhar no sector informal, ondenecessitará de sistemas de protecção social quefuncionem como uma rede de segurança. Por outrolado, cada vez mais pessoas poderão ter uma vidaprofissional flexível, mudar de estatuto profissionalcom maior frequência, adquirir periodicamentemais competências e interromper o seu percursoprofissional em várias etapas das suas vidas.Perante este cenário, o desafio que se coloca aosdecisores políticos e às organizações deempregadores e trabalhadores consiste emconjugar flexibilidade e segurança social naspolíticas nacionais.

Reforma e desenvolvimento de sistemas desegurança socialA OIT criou três programas de acçãointerdependentes destinados a desenvolver ossistemas de segurança social a nível mundial, quetêm respectivamente por objectivo:

• reformar e desenvolver os sistemas desegurança social;

• melhorar a administração, gestão efuncionamento dos regimes de segurança social;

• criar redes de segurança através da assistênciasocial, da prevenção da pobreza e doalargamento da protecção social.

A OIT desenvolveu um quadro para a criação,reforma e alargamento de regimes de segurançasocial sustentáveis. As actividades da Organizaçãoneste domínio visam ajudar os países membros amelhorar e a alargar a protecção queproporcionam a todos os cidadãos face a um vastoleque de contingências: rendimento mínimogarantido, cuidados de saúde, doença, velhice einvalidez, desemprego, acidentes de trabalho,maternidade, responsabilidades familiares emorte.

Para mais informações, é favor contactar: Serviço de Políticas e Desenvolvimento daSegurança Social Telefone: +4122/799-6635Fax: +4122/799-7962E-mail: [email protected]

Melhorar a cobertura e a eficácia dos sistemas de segurança social

Programa Focal

Segurança económica e social no século XXIA palavra-chave da última década era“insegurança”. Nos países emdesenvolvimento, a grande maioria dapopulação vive num clima de insegurançapermanente, mas, mesmo nos paísesindustrializados, muitas pessoas sentem-seansiosas e apreensivas em relação ao seufuturo na sociedade e no mundo do trabalho. AOIT procura identificar as causas destainsegurança e opções políticas que permitaminverter a situação, prestando especial atençãoaos regimes de segurança social nos países ecomunidades de baixos rendimentos e àsnecessidades específicas das mulheres.

4.1

Mais de metade da população mundial nãobeneficia de qualquer tipo de protecção socialoficial. Em muitos países, os sistemas tradicionaisde protecção social não funcionam como deveriamfuncionar. Esta insegurança gera um sentimentode receio, empobrecimento e comportamentossocialmente irresponsáveis, impedindo as pessoasde realizar o seu potencial como trabalhadores ecomo membros da sociedade.

A segurança económica e social no século XXIO Programa da OIT sobre a Segurança Económica eSocial no século XXI reconhece que, embora umasegurança excessiva possa conduzir à passividade,um nível adequado de segurança económica esocial é fundamental para garantir um trabalhoprodutivo e a dignidade humana na economiaglobal do futuro. Este programa procura darresposta a cinco perguntas:

1.Por que razão os indivíduos e os grupos sociaisnão dispõem de uma protecção social adequada?

2. De que forma podem regimes inovadores desegurança social introduzidos nos paísesmembros complementar ou substituir ossistemas tradicionais há muito estabelecidos?

3.De que forma se pode melhorar a administraçãoe a cobertura dos programas de protecção social?

4.Quais são os elementos que compõem asegurança social?

5.De que forma se pode conciliar as necessidadesde flexibilidade do mercado de trabalho com umaprotecção social adequada?

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Programa Focal

Saúde e Segurança no Trabalho e o AmbienteO Programa SafeWork pretende sensibilizar acomunidade internacional para o número e asconsequências dos acidentes de trabalho edas lesões e doenças profissionais. Para alémde promover o objectivo de protecção básicapara todos os trabalhadores em conformidadecom as normas internacionais do trabalho,reforça a capacidade dos países membros e daindústria para conceberem e implementarempolíticas e programas de prevenção eprotecção eficazes, especialmente no querespeita às profissões de risco.

Protecção dos trabalhadores: condições e ambiente de trabalho

4.2

Segurança e produtividade através da protecçãodos trabalhadores e da sua saúdeOs acidentes de trabalho e as doenças profissionaisconstituem ainda um problema grave tanto nospaíses desenvolvidos como nos países emdesenvolvimento. Segundo as estimativas da OIT,todos os anos ocorrem 270 milhões de acidentes detrabalho, dos quais mais de 335 000 resultam namorte das vítimas. Por outro lado, as doençasprofissionais causam um sofrimento perfeitamenteevitável, sendo registados mais de 160 milhões decasos por ano. Tomando em consideração o númerototal de acidentes de trabalho e doenças profissionais,estima-se que ocorram 2 milhões de mortes por anoimputáveis ao trabalho em todo o mundo. Porém, éprovável que este número fique aquém da realidade.

Não obstante esta situação, a comunidadeinternacional parece estar pouco sensibilizada para agravidade do problema. A falta de conhecimentos ede informação, especialmente nos países emdesenvolvimento e “em transição”, dificulta aadopção de medidas adequadas.

A acção da OIT no domínio da segurança e saúde notrabalho assenta numa dupla abordagem. Emprimeiro lugar, procura criar alianças e parceriasatravés do lançamento de actividades piloto que osgovernos, os parceiros sociais e outros grupos podemutilizar nas suas campanhas de sensibilização. Emsegundo lugar, o programa da OIT apoia as acçõesnacionais através de assistência técnica directacentrada essencialmente nas profissões de risco. Estaassistência abrange o desenvolvimento deinstrumentos de gestão, bem como serviços deacompanhamento e de informação destinados aprevenir os acidentes de trabalho e as doençasprofissionais e a proteger a saúde e o bem-estar dostrabalhadores, assim como o ambiente.

O Centro Internacional de Informação sobreSegurança, Higiene e Saúde no TrabalhoO Centro Internacional de Informação sobreSegurança, Higiene e Saúde no Trabalho (CIS) éum serviço internacional dedicado à recolha edivulgação de informação sobre a prevenção deacidentes de trabalho e doenças profissionais. OCentro é assistido na sua tarefa por mais de 120instituições nacionais espalhadas pelo mundo.

O CIS publica também a Enciclopédia deSegurança e Saúde no Trabalho do BIT. Estapublicação, cuja 4.ª edição (1998) compreende maisde 1 000 artigos, constitui uma fonte fidedigna deinformação, a nível mundial, sobre todos os aspectosda segurança e saúde no trabalho.

Condições de trabalhoA qualidade das condições de trabalho éfundamental para assegurar um crescimentosustentável a longo prazo, um bom nível de vida e a

harmonia social. As principais actividades da OITneste domínio abrangem:

Protecção da maternidade:Muitas mulheres são vítimas de discriminação noemprego, tanto pelo facto de serem mulheres comodevido a questões relacionadas com a maternidade.Consequentemente, a protecção da maternidade notrabalho constitui um elemento essencial da luta afavor da igualdade entre trabalhadores etrabalhadoras e da protecção das mulheres ecrianças. A OIT desempenhou um papel pioneironeste domínio, dado que, logo em 1919, ano da suafundação, adoptou a Convenção (nº3) sobre aprotecção da maternidade. Ao inscrever a protecçãoda maternidade na agenda da ConferênciaInternacional do Trabalho de 1999, o Conselho deAdministração indicou que considerava ter chegado omomento de elaborar novas normas internacionaisnesta matéria. Tendo em conta os desenvolvimentosverificados nos últimos cinquenta anos, a Conferênciaadoptou, em 2000, uma nova Convenção (nº 183)sobre a protecção da maternidade, mais consentâneacom o contexto actual.

Violência no trabalho:A OIT realizou vários estudos sobre a violência notrabalho enquanto problema mundial e sobre autilização de dados pessoais sobre os trabalhadores.O Código de Conduta da OIT sobre a protecção dosdados pessoais dos trabalhadores, assim como aConvenção (nº 156) sobre trabalhadores comresponsabilidades familiares, de 1981, e aRecomendação (nº 165), de 1981, estabelecemorientações importantes nesta matéria. Paraassegurar um crescimento sustentável a longo prazo,um bom nível de vida e a harmonia social, éfundamental estabelecer condições de trabalhosadequadas no respeito pela dignidade dostrabalhadores e pelo princípio da igualdade.

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Protecção dos trabalhadores migrantes

Cerca de 90 milhões de pessoas vivem etrabalham fora dos seus países de origem e, emdeterminadas regiões, este número está aaumentar rapidamente devido ao agravamentodas disparidades em matéria de rendimento ede oportunidades de emprego. Os mecanismosde gestão dos fluxos migratórios que serevelaram eficazes no passado, tais como acelebração de acordos bilaterais, não permitemdar uma resposta satisfatória à situação actual.Actualmente, grande parte da migração éorganizada por agentes comerciais com finslucrativos e ocorre em condições declandestinidade.

O objectivo da OIT neste domínio consiste emproteger os direitos e liberdades fundamentaisdos trabalhadores migrantes. As mulheresmigrantes são objecto de uma atençãoespecial, dado que, muitas vezes, exercemprofissões pouco qualificadas em sectores quenão se encontram abrangidos pela legislaçãonacional do trabalho e estão expostas a váriasformas de exploração. As actividades da OITneste domínio englobam a promoção dasconvenções sobre trabalhadores migrantes, oaconselhamento dos países de origem e dospaíses de acolhimento em matéria de políticade migração, a avaliação do impacto daglobalização sobre as novas formas demigração, bem como a implementação deprogramas de cooperação técnica destinados areduzir as pressões migratórias e a canalizar aspoupanças dos trabalhadores migrantes para oinvestimento e o emprego. Em Abril de 1997, aReunião Tripartida de Peritos sobre as FuturasActividades da OIT no Domínio da Migraçãorecomendou um conjunto de orientaçõesdestinadas a garantir a adopção de umalegislação nacional adequada e a proteger ostrabalhadores recrutados por agentes privados.

Para mais informações, é favor contactar: Serviço de Migração InternacionalTelefone: +4122/799-6667Fax: +4122/799-8836E-mail: [email protected]

Produtividade e um Melhor Local de Trabalho”),conhecida por WISE (Work Improvements in SmallEnterprises).

Para mais informações, é favor contactar: Serviço das Condições de TrabalhoTelefone: +4122/799-6754 Fax: +4122/799-8451 E-mail: [email protected]

Inspecção do trabalhoA OIT ajuda os países membros a criarem serviçosde inspecção do trabalho eficientes e eficazes, demodo a garantir o cumprimento das leis deprotecção dos trabalhadores. A OIT promoveigualmente a participação de empregadores etrabalhadores nas actividades daqueles serviços econtribui para reforçar as ligações existentes entreas inspecções do trabalho e os órgãoscompetentes em matéria de prevenção deacidentes de trabalho e doenças profissionais. Oobjectivo desta actividade consiste em combater otrabalho clandestino e prevenir as violações aodireito do trabalho em domínios como as relaçõesprofissionais, as condições gerais de trabalho, aluta contra o trabalho infantil, a segurança e saúdeno trabalho, entre outros.

Para mais informações, é favor contactar:Programa Focal sobre a Saúde e Segurança noTrabalho e o Ambiente (Safework)Telefone: + 4122/799-6715Fax: +4122/799-6878E-mail: [email protected]

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Mudanças no trabalho: A OIT realizou diversos estudos sobre mudançasno horário de trabalho, na organização do trabalho,nos padrões de emprego e de trabalho (incluindoos efeitos da globalização), a informalização dotrabalho e a evolução tecnológica, a fim dedeterminar se estas mudanças podem contribuirpara melhorar as condições de trabalho ou se, pelocontrário, constituem uma ameaça aos princípiosda justiça, da dignidade e da igualdade detratamento no trabalho, à segurança de emprego ede rendimento e à saúde e segurança dostrabalhadores.

Melhoria das condições de trabalho nas pequenasempresas:Muitos países atribuem um papel importante àspequenas empresas industriais nos seusprogramas de desenvolvimento económico esocial. Estas empresas apresentam um potencialconsiderável para a criação de emprego, para aformação de trabalhadores qualificados capazesde dar resposta às necessidades do crescimentoindustrial, bem como para a promoção da indústriaem zonas rurais. Uma das características daspequenas empresas industriais que passageralmente despercebida reside no facto de sermuitas vezes nestas empresas que o trabalho émais difícil, as taxas de acidentes são maiselevadas e as condições de trabalho menosfavoráveis. A experiência da OIT neste domíniodemonstrou que é possível adoptar medidassimples, eficazes e económicas para aumentar aprodutividade, melhorando simultaneamente ascondições de trabalho. Foram elaborados manuaisdestinados a empresários e formadores com basena metodologia de formação designada “HigherProductivity and a Better Place to Work” (“Maior

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A luta contra o abuso de substâncias tóxicas

Actualmente, existem mais de 50 milhões depessoas toxicodependentes em todo o mundoe entre 12 e 15% dos adultos consomemquantidades de álcool que constituem umperigo para si próprios e para os outros. Oabuso de drogas e de álcool no local detrabalho constitui uma das causas deacidentes, absentismo, roubo, baixaprodutividade e perda de emprego. O Códigode Práticas sobre o Álcool e Drogas nosLocais de Tabalho (1995) constitui a pedraangular do programa da OIT sobre o abuso desubstâncias tóxicas e os seus conceitosfundamentais foram incorporados naDeclaração de Princípios Orientadores sobre aRedução da Procura, aprovada porunanimidade em Junho de 1998 pela 20.ªsessão especial da Assembleia Geral dasNações Unidas. Ao longo dos últimos anos, aOIT tem dedicado especial atenção àprevenção primária, contribuindo, destaforma, para reforçar o papel e a participaçãodos seus mandantes no apoio às actividadesrealizadas no seio das empresas. Estaabordagem coincidiu com a constatação deque os programas implementados no local detrabalho são eficazes não só para ostrabalhadores e para as empresas, mastambém como meio de lutar contra osproblemas de consumo de drogas e álcool aonível da comunidade e do país.

Para mais informações, é favor contactar: Programa Focal sobre Saúde e Segurança noTrabalho e o Ambiente (Safework)Telefone: +4122/799-6715Fax: +4122/799-6878E-mail: [email protected]

O Programa da OIT sobre VIH/SIDA e o Mundo do TrabalhoPelo menos 23 milhões de trabalhadores comidades compreendidas entre os 15 e os 49 anosestão infectados com o VIH. A SIDA constitui umaameaça aos direitos fundamentais dostrabalhadores e neutraliza os esforçosdesenvolvidos no sentido de proporcionar a todasas mulheres e homens um trabalho digno eprodutivo. Está a dizimar a força de trabalho e areduzir a viabilidade das empresas. Esta epidemiatambém ataca os grupos mais vulneráveis dasociedade, nomeadamente mulheres e crianças,agravando os problemas existentes, tais como afalta de protecção social, as desigualdades degénero e o trabalho infantil.

A resposta da OIT ao VIH/SIDAO Programa da OIT sobre VIH/SIDA e o Mundo doTrabalho (ILO/AIDS), lançado em Novembro de2000, aproveita os pontos fortes e as estruturas jáexistentes da Organização para, em colaboraçãocom os seus três grupos de mandantes, combatera discriminação e minimizar o impacto social eeconómico da doença. As suas principais áreas deintervenção são a promoção e a sensibilização, aorientação de políticas e definição de normas, eainda o reforço da capacidade dos parceirossociais através da cooperação técnica.

O Código de Conduta sobre VIH/SIDA e o Mundodo Trabalho adoptado pela OIT é um documentoverdadeiramente inovador. Para além deestabelecer os princípios de conduta no local detrabalho, fornece orientações para a elaboração depolíticas a nível da empresa, da comunidade e àescala nacional, apresentando ainda sugestões

sobre respostas concretas ao problema doVIH/SIDA no local de trabalho. Trata-se de umdocumento consensual, versátil, que proporcionauma base para o diálogo social sobre uma questãocomplexa e delicada.

Os objectivos do programa estão a ser integradosnos planos de trabalho de todos os sectoresrelevantes da OIT, nomeadamente a segurançasocial, a segurança e saúde no trabalho, aigualdade de género e o trabalho infantil. As suasactividades abrangem a elaboração de manuais deformação e de material de comunicaçãodestinados a facilitar a aplicação do Código, bemcomo o apoio à reforma da legislação do trabalhoem vários países a fim de dar resposta aosproblemas relacionados com o VIH/SIDA. Foilançado um programa de cooperação técnica eforam implementados diversos projectos paradiferentes países de África, da Ásia, da AméricaLatina e da Europa Oriental.

A OIT é uma das oito organizações que co-financiao Programa Conjunto das Nações Unidas sobre oVIH/SIDA (ONUSIDA).

Para mais informações, é favor contactar: Programa da OIT sobre VIH/SIDA e o Mundo do TrabalhoTelefone: +4122/799-6486Fax: +4122/799-6349E-mail: [email protected]: www.ilo.org/aids

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“A SIDA e o VIH não poupam nenhuma camada da sociedade;pelo contrário, têm um profundo impacto sobre os trabalhadores eas suas famílias, as empresas, os empregadores e as economiasnacionais”, afirmou Juan Somavia, Director-Geral do BIT. O Sr. Somavia entrega o Código de Conduta da OIT sobre o VIH/SIDAe o Mundo do Trabalho ao Secretário-Geral das Nações Unidas, KofiAnnan.

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Reforçar o tripartismo e o diálogo social

Só será possível garantir condições de emprego equitativas, um trabalho digno eum desenvolvimento económico e social para benefício de todos se forempreendida uma acção concertada e consensual por parte dos trabalhadores,empregadores e governos.

“Reforçar o tripartismo e o diálogo social” é um dos quatro objectivosestratégicos da OIT, que visa concentrar e reforçar o apoio da Organização aopapel e actividades desempenhados pelos seus três grupos de mandantes,sobretudo a sua capacidade de promover o recurso ao diálogo social e de neleparticipar.

A OIT ajuda os governos e as organizações de empregadores e de trabalhadoresa estabelecerem relações de trabalho harmoniosas, a adaptarem a legislação dotrabalho às novas necessidades económicas e sociais e a melhorarem aadministração do trabalho.

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Para mais informações, é favor contactar:Programa Focal sobre Diálogo Social, Legislaçãodo Trabalho e Administração do TrabalhoTelefone: +4122/799-7035Fax: +4122/799-8749E-mail: [email protected]: www.ilo.org/ifpdial

Reforçar o diálogo social

5.1

Este programa promove ainda uma administraçãodo trabalho eficaz, capaz de dar resposta àsmudanças económicas e sociais e de contribuirdecisivamente para o desenvolvimento nacional epara a melhoria das condições de trabalho.

A OIT ajuda os seus Estados Membros a formular edesenvolver a sua legislação e administração dotrabalho.

O Programa Focal sobre Diálogo Social, Legislaçãodo Trabalho e Administração do Trabalho coloca àdisposição dos ministros do Trabalho e de outrosorganismos governamentais competentes umpacote de serviços único que os ajuda a facilitar oprocesso de diálogo social e a melhorar a suaparticipação no mesmo. Este programa fornece-lhes igualmente vários meios de apoio com vista ainfluenciar a política económica e social.

O processo de reforma da legislação do trabalho étambém abordado, dado constituir um elementofundamental da promoção do tripartismo e dodiálogo social.

O Programa Focal sobre Diálogo Social, Legislaçãodo Trabalho e Administração do Trabalho(IFP/DIALOGUE) visa promover o diálogo socialcomo um fim em si mesmo e como um meio deacção essencial para a concretização de todos osobjectivos estratégicos da OIT. Este programaencoraja igualmente os três grupos de mandantesda Organização a recorrerem ao diálogo social atodos os níveis.

O objectivo deste programa consiste em reforçar eutilizar os quadros legais, as instituições, osmecanismos e os processos do diálogo social, bemcomo as respectivas instituições nos paísesmembros da OIT.

Uma das suas prioridades é a identificação defactores e de boas práticas susceptíveis demelhorar a imagem e a eficácia dos mandantes,bem como de reforçar a sua representatividade. Oprograma lançou uma campanha de sensibilizaçãodestinada a promover o recurso ao diálogo social eapresenta exemplos concretos do diálogo socialem acção.

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A OIT ajuda os governos e asorganizações de empregadorese de trabalhadores aestabelecerem relaçõesharmoniosas, a adaptarem alegislação do trabalho às novasnecessidades económicas esociais, bem como amelhorarem a administraçãodo trabalho.

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membros. Este Bureau gere um programa deassistência destinado às organizações deempregadores dos países em desenvolvimento,dos países em transição para uma economia demercado e dos países que emergem de umasituação de conflito, mediante um planeamentoestratégico e a promoção de um verdadeiro diálogopara identificar as suas prioridades. Este programaajuda as organizações de empregadores a criaremserviços úteis para as empresas, o que contribuipara aumentar o número dos seus membros e,consequentemente, reforça a sua capacidade parafomentar um clima económico favorável aocrescimento das empresas.

As organizações de empregadores, um dos trêsmandantes da OIT, mantem uma relação especialcom a Organização. O Bureau para as actividadesdos Empregadores é responsável pela manutençãoe desenvolvimento dessa relação. Este Bureaumantém um contacto permanente com asorganizações de empregadores em todos os paísesmembros e presta-lhes apoio no âmbito das suasrelações com a OIT.

Para mais informações, é favor contactar:Bureau para as Actividades dos EmpregadoresTelefone: +4122/799-7748Fax: +4122/799-8949E-mail: [email protected]

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Actividades dos empregadores na OIT

5.2

O sucesso das empresas é um elementofundamental de qualquer estratégia destinada acriar emprego e a melhorar o nível de vida daspopulações. As organizações de empregadoresdesempenham um papel decisivo na criação deum ambiente favorável à competitividade e àsustentabilidade das empresas, susceptível decontribuir para o desenvolvimento económico,bem como de prestar serviços destinados aorientar as estratégias de empresas individuais e amelhorar o seu desempenho. As organizações deempregadores são um elemento-chave dequalquer processo de diálogo social, que podeajudar a garantir uma formulação adequada eeficaz dos objectivos sociais e económicosnacionais e o seu apoio pela comunidadeempresarial que elas representam.

Por outro lado, as organizações de empregadoresconstituem, tanto a nível nacional comointernacional, o meio mais eficaz e económico paraas empresas acederem a informação sobre umvasto leque de questões económicas, laborais esociais. Graças à sua capacidade de informação ede representação, estas organizações podemajudar uma empresa a compreender e ainfluenciar o sector em que actua e a aproveitar asoportunidades que se lhe apresentam, expandindoo seu negócio, aumentando os seus investimentose reforçando a sua competitividade num mundocada vez mais globalizado.

O Bureau para as Actividades dos Empregadoresdo BIT colabora com as organizações deempregadores no sentido de lhes proporcionar osmeios para apoiarem eficazmente os seus

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Actividades dos trabalhadores na OIT

5.3

Os sindicatos livres são instituições democráticasgeridas pelos trabalhadores com o fim dedefenderem os seus direitos enquantotrabalhadores e cidadãos. Embora muitos paísesainda não reconheçam o direito sindical, omovimento sindical internacional é a maior e amais representativa organização do mundobaseada no princípio da adesão voluntária. Namaioria dos países democráticos, os sindicatos sãoinstituições fundamentais da sociedade civil.

Num mundo cada vez mais globalizado, aconcretização dos objectivos estabelecidos nodomínio laboral, tais como trabalho digno,segurança no trabalho, remuneração adequada,protecção social de base, igualdade de género edistribuição equitativa do rendimento, exige umamelhor governanção à escala global e umaaplicação universal das normas internacionais dotrabalho.

Desde a sua criação, os sindicatos consideraramsempre a OIT como uma instituição fundamentalpara a promoção dos direitos dos trabalhadoresatravés do diálogo social e da definição de normasa nível internacional.

O Bureau para as Actividades dos Trabalhadoresassegura a ligação entre a OIT e um dos seus trêsprincipais parceiros: o movimento sindicalinternacional. Por um lado, permite que ossindicatos tenham acesso a todos os recursos doBIT e, por outro, colabora com as organizações detrabalhadores a nível nacional e internacional,ajudando-as a representar, de forma eficaz, osinteresses dos trabalhadores e das suas famílias.Este Bureau implementou diversos programas deapoio aos sindicatos, nomeadamente nasseguintes áreas:

• Defesa dos direitos fundamentais no trabalho; • Reforço da capacidade de educação e formação;• Sindicalização dos trabalhadores; • Desenvolvimento de políticas sociais e de

emprego destinadas a promover a justiça social eo crescimento sustentável; e

• Promoção das normas internacionais dotrabalho.

No seio do Bureau Internacional do Trabalho, oBureau para as Actividades dos Trabalhadores vê-se também como um prestador de serviços queajuda e incentiva outros departamentos aestabelecer uma cooperação produtiva com omovimento sindical.

Para mais informações, é favor contactar: Bureau para as Actividades dos Trabalhadores Telefone: +4122/799-7021Fax: +4122/799-6570E-mail: [email protected]

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Actividades sectoriais: aproximar a OIT do mundo do trabalho

5.4

Independentemente da forma como asseguram a suasubsistência, seja numa sala de aula ou numafábrica, numa obra de construção ou num banco,numa mina ou numa exploração agrícola, todas aspessoas trabalham num sector económico comcaracterísticas técnicas, económicas e sociaisespecíficas. Muitas questões laborais têm umanatureza especificamente sectorial e mesmoquestões de ordem geral, tais como a globalização, odesenvolvimento sustentável, o VIH/SIDA e aigualdade de género, podem assumir diferentesformas em função do contexto sectorial.

As actividades sectoriais da OIT visam reforçar acapacidade dos trabalhadores de sectoresespecíficos para lidar, de forma equitativa e eficaz,com questões relacionadas com a sua vidaprofissional. As reuniões sectoriais tripartidasrealizadas regularmente a nível internacionalconstituem há muito um importante fórum para odiálogo social sobre questões sociais e relacionadascom o trabalho em sectores específicos. Este diálogoabriu caminho para a adopção de medidas práticasdestinadas a resolver estas questões a nível nacional.Desta forma, a adopção de uma abordagem maisespecífica e mais centrada neste tipo de actividadesdesenvolvidas pelos mandantes, em colaboraçãocom outras unidades da OIT a nível da sede e a nívellocal, permitirá reforçar e acelerar o processo deconcretização do objectivo de garantir um trabalhodigno. Por seu lado, as reuniões sectoriais serãotambém mais centradas em resultados práticos, taiscomo a elaboração de orientações ou códigos deconduta.

A realização de reuniões sectoriais, e aimplementação de programas de acção sectoriaiscontribuirão, em conjunto, para melhorar acooperação, a flexibilidade e a eficácia da abordagemno tratamento da dimensão sectorial da Agenda doTrabalho Digno.

Todos os relatórios das reuniões sectoriais maisrecentes e vários documentos de trabalho relativos asectores específicos estão disponíveis no website daOIT.

Actividades marítimas O objectivo global das actividades da OIT para osector marítimo consiste em fomentar o progressosocial e económico a nível das pescas, dos portos edo transporte marítimo e fluvial, especialmente noque respeita às condições de trabalho e de vida dostrabalhadores destes sectores.

Durante a sua 29.ª sessão, a Comissão MarítimaConjunta (Janeiro de 2001), depois de analisar asmudanças ocorridas no sector marítimo, anuncioua adopção de um novo acordo, o Acordo deGenebra, destinado a melhorar a segurança e ascondições de trabalho naquele sector. Este acordoprevê a consolidação dos actuais instrumentos daOIT para o sector marítimo numa nova convenção-quadro. A nova convenção proposta pela ComissãoConjunta proporcionaria à OIT um “pilar social”para o sector marítimo, complementando asnormas da Organização Marítima Internacional(OMI) actualmente em vigor em matéria desegurança e ambiente. O Conselho deAdministração apelou à realização de uma sessãomarítima da Conferência Internacional do Trabalhodurante 2005, com o objectivo de finalizar aconvenção. Os Estados Membros que ratificaram eaplicam as normas marítimas em vigor,nomeadamente a Convenção (nº 147) sobreMarinha Mercante (Normas Mínimas), de 1976, edo respectivo Protocolo, de 1996, estarão emmelhores condições para ratificar a novaconvenção.

Em Junho de 2003, a OIT adoptou a Convenção (nº 185) sobre os Documentos de Identificação dosMarítimos e, em Março de 2004, o Conselho de

Administração adoptou normas sobre o tratamentodos dados biométricos com base nas minutas, a fimde permitir que os Estados Membros aplicassem aconvenção. A Convenção (nº 185) visa proteger osdireitos dos marítimos, facilitar o comérciointernacional e dar resposta às necessidadesnacionais em matéria de segurança.

Nos portos, a crescente automatização dasactividades de movimentação de cargas, asmedidas de ajustamento estrutural e a privatizaçãoderam origem a novos problemas, nomeadamentea redução da mão-de-obra. Para além de fornecerorientações sobre as consequências sociais daprivatização dos portos, a OIT desenvolveu oPrograma de Formação para TrabalhadoresPortuários (PFTP) que visa melhorar ascompetências, as condições de trabalho e oestatuto profissional dos trabalhadores portuários,bem como aumentar a eficiência e a produtividadedos portos, tanto nos países desenvolvidos comonos países em desenvolvimento.

Em Março de 2004, o Conselho de Administraçãoda OIT aprovou dois novos instrumentos : aColectânea de Directrizes Práticas sobre aSegurança e Saúde nos Portos e, a Colectânea deDirectizes Práticas sobre a Segurança nos Portos.

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Actividades industriais A OIT organiza regularmente reuniões tripartidassobre os dez sectores associados à exploração derecursos naturais, à agricultura, à indústriatransformadora e à construção, onde foramabordadas questões como a globalização, odesenvolvimento sustentável, as relações detrabalho, a aprendizagem ao longo da vida, oemprego, a formação, a organização do trabalho e asegurança e saúde no trabalho. Algumas destasreuniões resultaram na elaboração de códigos deconduta e orientações sobre a segurança e saúde notrabalho e a inspecção do trabalho em diferentessectores. Outras conduziram à realização deworkshops regionais e nacionais, à criação deserviços de consultoria técnica, à publicação denewsletters e à elaboração de documentos detrabalho sobre temas como, por exemplo, asrelações de trabalho, os horários de trabalho, ainspecção do trabalho, emprego e pobreza, trabalhono domicílio e igualdade de género nos diferentessectores económicos. Os programas de acçãoimplementados nos sectores agrícola, daconstrução e têxteis e vestuário facilitarão a adopçãode medidas específicas a nível nacional destinadasa melhorar as condições de trabalho nessessectores.

Para mais informações, é favor contactar: Departamento de Actividades SectoriaisTelefone: +4122/799-7513Fax: +4122/799-7296E-mail: [email protected]: www.ilo.org/sector

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Sector dos serviços

O sector dos serviços transformou-se naprincipal fonte de emprego em muitos países.Uma grande parte dos postos de trabalhocriados nos últimos anos ocorreu nos sectoresonde é exigido um uso intensivo deconhecimentos. Em todo o mundo, os governosvêem-se confrontados com um duplo desafio:por um lado, devem diversificar e melhorar aqualidade dos serviços públicos prestados àpopulação (incluindo no sector da educação);por outro, devem abrir alguns sectores públicosà iniciativa privada, dotando-os de um estatuto“misto”, ou seja, com componentes públicos eprivados. Efectivamente, as fronteiras entreserviços públicos e privados são cada vezmenos nítidas, especialmente no sector dasaúde, dos transportes, dos serviços básicos,dos serviços postais e das telecomunicações.

No sector privado, o comércio, os serviçosfinanceiros e os prestados por profissionaisliberais, a hotelaria, a restauração e o turismo, acomunicação social, a cultura e os serviçosgráficos estão expostos a uma concorrênciacada vez mais feroz resultante da globalizaçãodos mercados, da desregulamentação, daliberalização, das fusões e aquisições e dosrápidos progressos tecnológicos, como adigitalização. Face a estas mudanças, o diálogosocial assume uma importância redobradanestes sectores.

As reuniões sectoriais recentemente realizadassobre o sector dos serviços abordaram osseguintes temas: a violência nos serviços, oimpacto das fusões e aquisições sobre oemprego, o impacto da crise no sector dahotelaria e do turismo e os desafios que secolocam aos serviços municipais, aos serviçospúblicos básicos e aos serviços públicos deemergência. Recentemente, foram lançadosnovos programas de acção dedicadosespecificamente a estas questões.

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Actividades Regionais da OIT

A acção da OIT no terreno compreende quer actividades previstas noorçamento da Organização, quer outras financiadas por outras fontes, em totalligação com os mandantes tripartidos aos níveis regional, sub-regional enacional, para disponibilizar serviços nos dominios das normas de trabalho edos princípios e direitos fundamentais no trabalho, emprego, protecção social ediálogo social.

A rede de Escritórios e de especialistas técnicos apoia o trabalho da OIT napromoção da Agenda do Trabalho Digno como parte integrante das políticas dedesenvolvimento nacional.

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Empregos em África

6.1

Sucessivos anos de crise deixaram uma herançade elevados níveis de desemprego, associados abaixos salários e à conflitualidade social. Cerca demetade da população na África Subsariana viveactualmente abaixo do limiar de pobreza.

Com a introdução contínua de reformaseconómicas e a resolução de conflitos em África,tem vindo a ser progressivamente criado umcontexto favorável para a recuperação. Umrelatório recente da OIT/PNUD - Jobs for Africa(Empregos para África) refere que muitos paísesna região podem romper com a herança depobreza, e que a recuperação emergente poderáser vista como uma “rampa de lançamento seforem introduzidas e desenvolvidas as políticasadequadas”.

No entanto, o problema da pobreza em África estáestreitamente relacionado com a incoerência daspolíticas e a descoordenação de estratégias e deprogramas, com a repercussão de políticas poucoclaras sobre oportunidades de emprego e sistemasde protecção social. As políticas até agoradesenvolvidas, não proporcionaram as condiçõespara um emprego produtivo, e não incentivaram asua criação, de forma a proporcionar rendimentosadequados para os indivíduos e para as famílias,assim como a sua segurança económica e social.Desse modo, a criação de emprego produtivo deveser encarado como uman das políticasmacroeconómicas e da agenda para odesenvolvimento em geral.

Enquanto porta-estandarte das acções da OITdestinadas a combater o crescente desemprego, osubemprego e a pobreza em África, o ProgramaEmpregos em África pretende melhorar acapacidade dos nossos mandantes e de outrosagentes para influenciarem a política económica eo desenvolvimento do investimento público eprivado, no sentido de assegurar de modo maiseficiente a promoção do emprego produtivo e aredução da pobreza.

Este objectivo tem sido prosseguido com a defesada implementação de políticas que favoreçam ospobres, num ambiente que fomente aprodutividade e a eficiência, aumentando assim ocrescimento e a competitividade da economia efacilite o desenvolvimento das competências e damobilidade da força de trabalho. Estes esforçosincidiram também nas condições de igualdade noemprego em função do género, estratégias eprogramas de pobreza para a criação de mais emelhores empregos, a promoção da iniciativaempresarial e o desenvolvimento e a protecção(contra a HIV/SIDA) de recursos humanos emdiversos países africanos.

Para obter mais informações, é favor contactar:Escritório Regional da OIT para África em AbidjanTelefone: +225/2031-8900 Fax: +225/2021-2880 E-mail: [email protected]

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Resposta da OIT à crise financeira na Ásia: reforçar a capacidade dos mandantes para a promoção do trabalho digno

6.2

Uma grande parte da população asiática continuaa sofrer as consequências da crise financeira dosultimos 10 anos, especialmente no leste e sudesteasiático.Os países do sul asiático com economias menosabertas, embora menos afectados pela crise,continuam a enfrentar o tenebroso desafio decombater a pobreza e o desemprego. Quanto aospaíses em transição continuam a enfrentar gravesproblemas ligados à reforma do mercado detrabalho, e têm de dar prioridade ao apoio aostrabalhadores deslocados. Ao mesmo tempo, ostrabalhadores e os empregadores tendem a aceitarcondições de trabalho menos favoráveis einseguras, por razões de sobrevivência. As vítimasdos acidentes de trabalho e as suas famíliasencontram-se também em risco de cair napobreza.

Os Estados das pequenas ilhas do Pacíficoenfrentam um problema de economias de escala,donde resulta a necessidade primordial dedesenvolver os seus recursos humanos ediversificar a base da sua economia.

Embora existam actualmente sinais encorajadoresde que os mercados financeiros e monetáriosestabilizaram, nem tudo está resolvido. A criselevou ao reconhecimento da necessidade decorrigir os sistemas económico e social anteriores àcrise.

A resposta da OIT à crise e a outras situaçõesocorridas na Ásia, onde estão concentrados quasedois terços da pobreza mundial, foi apresentada na13.ª Reunião Regional Asiática, em 2001. Com asconclusões dessa reunião a servirem de guia, a OITirá trabalhar com os mandantes para pôr emprática a Agenda do Trabalho Digno a nívelnacional – lutando para garantir que o trabalhodigno seja parte integrante das prioridades e dosprogramas nacionais de combate à pobreza. A OITirá concentrar a sua atenção na defesa de políticaseconómicas que criem emprego produtivo,alargando a cobertura da segurança social àmaioria dos trabalhadores actualmente excluídosna economia informal/desregulamentada,centrando ainda a sua acção no reforço dotripartismo e do diálogo social. Outros objectivosconsistem em incrementar as suas actividades noterreno, nomeadamente em benefício de gruposvulneráveis, em apoiar programas relacionadoscom o trabalho em obras públicas, e em garantircondições de trabalho dignas.

Uma nova visão comum de reforma estáactualmente a emergir, visão essa que reconhece aimportância da democracia como garante dosdireitos humanos fundamentais (incluindo os

princípios e os direitos fundamentais no trabalho) eo valor do diálogo social. Nesta fase, deverá serdada elevada prioridade ao reforço dos sistemas deprotecção social. Poderão ser adoptadas medidastais como a introdução de programas de protecçãosocial para os desempregados, incluindo segurosde desemprego quando se justifique, oalargamento das estruturas de assistência socialde modo a abranger as pessoas em situação depobreza extrema, centrando-se especialmente nasnecessidades básicas, como os cuidados desaúde, a introdução de uma infra-estrutura básicae o enquadramento legal para a segurança socialem países em que esta não existe, e odesenvolvimento de acções concretas paramelhorar a segurança, a saúde e as condições detrabalho de modo a evitar acidentes e doençasprofissionais.

Paralelamente à colaboração tradicionalmentedesenvolvida no âmbito das Nações Unidas, a OITtem vindo a estabelecer parcerias com doadoresbilaterais, bem como com o Banco Mundial e oBanco de Desenvolvimento Asiático, tendo esteúltimo reforçado recentemente a sua colaboraçãocom a OIT através de programas técnicos eestratégias conjuntas e através também daelaboração de um Memorando de Entendimento(Maio de 2002).

Para obter mais informações, é favor contactar:Escritório Regional da OIT para a Ásia e oPacífico em BangkokTelefone: +662/288-1234 Fax: +662/288-3062 E-mail: [email protected]

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46

Países da América: uma luta pela qualidade do emprego, melhor distribuição do rendimento e protecção social

6.3

Em 2003, o desemprego mostrava uma tendênciade uma ligeira diminuição na América Latina, deacordo com um relatório regional da OIT(Panorama Laboral). A OIT estima que odesemprego no continente irá atingir 10,5%, emcomparação com os 10,9% registados em 2002.Esta tendência foi impulsionada por uma taxa decrescimento positiva, ainda que modesta, daeconomia.

Os esforços de integração sub-regionalcontinuaram a ser desenvolvidos no sentido deconsolidar a NAFTA, MERCOSUR e CARICOM,além de outras iniciativas de integração. Nestecontexto de crescente abertura económica, osprogramas da OIT visam, como principal objectivo,assegurar que o desenvolvimento económico sejaacompanhado pelo progresso social.

A OIT colabora com países membros que tenhamprogramas concebidos não apenas para combatero desemprego, mas também para melhorar aqualidade do emprego. Os países membros sãoincentivados a desenvolver um quadro jurídico einstitucional que facilite a insercão detrabalhadores do sector informal na economiamoderna. É necessário realizar progressos tambémno envolvimento de organizações representativasde empregadores e de trabalhadores nas reformaseconómicas e decisões políticas relacionadas coma integração regional e a globalização.

A região atravessa actualmente uma segunda vagade reformas laborais, no âmbito da qual estão a serrealizados esforços para evitar os resultadosindesejáveis e as deficiências observadas nospaíses pioneiros, bem como para melhorar osresultados alcançados pelos mesmos.

A OIT procura garantir que estas reformasincorporem alterações políticas para a promoçãode direitos laborais fundamentais, do emprego e daprotecção social para todos, e reforcem também odiálogo social.

Para mais informações, é favor contactar:Escritório Regional da OIT para a América Latinae as Caraíbas em LimaTelefone: +511/215-0300 Fax: +511/421-5292 E-mail: [email protected]

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Estados Árabes: melhorar as políticas de emprego, o diálogo social e a protecção social

6.4

emprego, o tripartismo e o diálogo social, bemcomo de melhorar a administração do trabalhopara que possam abordar de forma mais eficaz osproblemas relacionados com a criação deemprego, a legislação laboral e a protecção dostrabalhadores, incluindo os trabalhadoresmigrantes.

A Autoridade da Palestina e os seus parceirossociais beneficiam de um programa especial deassistência técnica para a criação de instituiçõesresponsáveis pelo mercado de trabalho.

Para mais informações, é favor contactar:Escritório Regional da OIT para os EstadosÁrabes em BeiruteTelefone: +9611/752-400 Fax: +9611/752-405 E-mail: [email protected]

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Os Estados Árabes com baixos rendimentosregistam elevadas taxas de desemprego e desubemprego, de pobreza e de baixos níveis deprotecção social, acentuados pelo rápidocrescimento da população e pelo abrandamentodas suas economias. Os países com rendimentomais elevado têm sido capazes de manter elevadospadrões de vida, principalmente através dosrendimentos provenientes da exportação dopetróleo e de outros recursos naturais. No entanto,a descida do preço do petróleo e a diminuição dasreservas financeiras colocaram uma pressão semprecedentes sobre as economias dos países doConselho de Cooperação do Golfo (GCC - GulfCooperation Council), que se vêem confrontadoscom o aumento do desemprego interno,especialmente entre os jovens.

A cooperação técnica da OIT nos Estados Árabesaumentou consideravelmente depois dareabertura do Escritório Regional da OIT para osEstados Árabes em Beirute (Líbano), em Maio de1995 – após uma ausência de mais de 12 anos.Em todos os países da região existe umanecessidade urgente de promover políticas de

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Todos os países europeus estão confrontados comos novos desafios que resultam da globalização. Assuas medidas de resposta a estes desafios devemcentrar-se na melhoria da eficiência económica eda coesão social. Para os países em transição daEuropa Central e Oriental, a criação de umaeconomia de mercado social e o desenvolvimentode uma maior estabilidade macroeconómica,abrangendo a privatização de bens públicos,continuam a constituir objectivos prioritários.

A maioria dos países da Europa Central desejaaderir à União Europeia, o que reforça anecessidade de desenvolver politicas de justiçasocial e o progresso social obrigatórios nosrespectivos processos de adesão. Uma dasprioridades da OIT é ajudar estes países aadaptarem a sua legislação e práticas nacionaisaos princípios da OIT, assegurando que as normascorrespondem às exigências de política social dosmembros da União Europeia e do Conselho da

Europa. No sudeste europeu, a OIT está apromover uma iniciativa de coesão social para ospaíses subscritores do Pacto de Estabilidade.

Nos países da antiga União Soviética, o sucessoalcançado no reforço das suas democracias serácrucial para a consolidação do processo detransição politica, económica e social na sub-região. Na Europa Ocidental, a OIT atribui maiorimportância à promoção do conhecimento e doapoio ao trabalho da Organização, bem como àmanutenção do diálogo político e à cooperação nosassuntos laborais na Europa.

Para mais informações, é favor contactar:Escritório Regional da OIT para a Europa Telefone: +4122/799-6666 Fax: +4122/799-6061 E-mail: [email protected]

Europa e Ásia Central: por um melhor equilíbrio entre desenvolvimento económico e progresso social nos países em transição

6.5

Prioridades para as actividades da OIT nospaíses em transição da Europa e da ÁsiaCentral

• A reestruturação dos mercados de trabalholocal e o desenvolvimento de pequenasempresas

• A reforma da legislação do trabalho combase nas normas internacionais do trabalho

• A reforma e o alargamento de sistemas desegurança social

• A criação e o reforço dos serviços deadministração do trabalho

• A promoção e o reforço de organizações deempregadores e de trabalhadoresindependentes

• O desenvolvimento do tripartismo• A protecção da segurança e saúde dos

trabalhadores

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Um centro de excelência para a formação, a investigação e aspublicações

A OIT é o centro de recursos do mundo mais importante para todos aqueles queprocuram informação, análises e orientações sobre o mundo do trabalho. Ainvestigação acompanha e reforça todas as acções práticas da Organização,sendo a OIT universalmente considerada como uma fonte credível deinformação estatística.

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Publicações do BIT

7.1

O Bureau Internacional do Trabalho publica osresultados de investigações relacionadas com asmudanças operadas no trabalho e no emprego,uma informação preciosa não só para os decisorespolíticos, como também para outros agentes. Sãoainda publicados manuais técnicos, códigos deconduta e manuais de formação.

Os temas abrangidos incluem o desenvolvimentoempresarial, a segurança social, questõesrelacionadas com a igualdade de género, amigração internacional, as relações de trabalho, alegislação laboral, o trabalho infantil, a segurança esaúde no trabalho e os direitos dos trabalhadores.O emprego na economia global e na sociedade deinformação é um tema primordial. São abordadosos problemas com que se debatem ostrabalhadores e empregadores nas economias emdesenvolvimento, em transição e industrializadas,tendo por finalidade contribuir para o objectivo daOIT em garantir um “trabalho digno” para todos.

O World Employment Report (Relatório sobre oEmprego no Mundo) verdadeira obra dereferência, proporciona informação actualizada eanálises sobre as principais tendências no mundodo trabalho. A quarta edição da Enciclopédia deSaúde e Segurança no Trabalho da OIT, publicadaem quatro volumes (também disponível em CD-ROM) reflecte os últimos desenvolvimentos dainvestigação nesta área e contém dados do mundointeiro.

O BIT publica também informação estatística,legislativa e bibliográfica, quer em papel quer emsuporte electrónico interactivo. O Yearbook ofLabour Statistics (Anuário de Estatísticas doTrabalho) contém dados referentes ao mundointeiro, sendo uma das fontes chave da informaçãoestatística em matéria de trabalho e emprego (para

mais informações, ver 7.2 - “Estatísticas deEmprego"). A publicação Key Indicators of theLabour Market (KILM) (Indicadores Chave doMercado de Trabalho) oferece uma análise dosdados do Anuário e de outros documentos dereferência internacional, encontrando-sedisponível on-line, em versão impressa e em CD-ROM.

A International Labour Review (RevistaInternacional do Trabalho) – a principal publicaçãodo BIT, publicada trimestralmente em inglês,francês e espanhol – apresenta análises à actualpolítica sobre emprego e assuntos laborais. O BITpublica ainda trimestralmente Labour Education(Educação Laboral) em inglês, francês e espanhol,e a revista World of Work (Mundo do Trabalho) em14 línguas, dirigida aos mandantes da OIT e atodos os que se interessam sobre a evolução domercado de trabalho.

Para mais informações, visite a nossa página em:www.ilo.org/publns

ou escreva para:

Serviço de PublicaçõesInternational Labour Office 4, route des Morillons CH-1211 Geneva 22Suiça Fax: +4122/799-6938 E-mail: [email protected]

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Estatísticas sobre o emprego

7.2

No seio do sistema das Nações Unidas, o Bureaude Estatísticas do BIT é o centro nevrálgico dasestatísticas do mercado de trabalho. As actividadesdo Bureau recaem sobre três áreasinterrelacionadas:

• Recolha e divulgação de estatísticas sobre otrabalho

• Desenvolvimento de orientações para a recolhaeficaz de estatísticas sobre o trabalho, válidas,fiáveis e comparáveis

• Assistência técnica às autoridades nacionaisresponsáveis pelas estatísticas do trabalho

O Yearbook of Labour Statistics (Anuário deEstatísticas do trabalho), um estudo abrangentedos dados anuais de todas as regiões do mundo,cobre a população activa, o emprego e odesemprego, a duração do trabalho e os preços noconsumidor, os acidentes laborais, greves elockouts. Cada edição do Anuário é acompanhadapor um volume da série Sources and Methods:Labour Statistics (um guia técnico para sériespublicadas no Anuário e no Boletim de Estatísticasdo Trabalho). O Anuário existe também sob a formade base de dados (LABORSTA). Outras bases dedados da OIT referem-se a estimativas eprojecções sobre a população activa, salários eduração do trabalho, rendimento familiar esindicalização.

O Bulletin of Labour Statistics (Boletim deEstatísticas do Trabalho), publicadotrimestralmente com suplementos actualizadosdos meses intercalares, contém dados mensais etrimestrais sobre emprego, desemprego, duraçãodo trabalho, salários e preços no consumidor. Umsuplemento especial anual, com o título

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“Estatísticas sobre salários, duração do trabalho epreços da alimentação” apresenta os resultados do“Inquérito de Outubro do BIT”, realizadoanualmente.

Todos os pedidos de informação estatística destasbases de dados deverão ser dirigidos a:ILO Bureau of StatisticsCH-1211 Geneva 22Fax: +4122/799-6957 E-mail: [email protected]

Site: http://www.ilo.org/stat

A base de dados pode ser consultada emhttp://laborsta.ilo.org

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Instituto Internacional deEstudos do Trabalho

7.4

O Instituto Internacional de Estudos do Trabalho da OIT, sedeadoem Genebra, promove a investigação e a discussão públicasobre os assuntos emergentes do interesse da OIT e dos seusmandantes – trabalho, negócios e governação.

O assunto estruturante dos programas do Instituto é o conceito de“trabalho digno”. Os programas do Instituto procuram contribuir parao desenvolvimento dos fundamentos teóricos e empíricos do trabalhodigno e alcançar um entendimento mais alargado dos instrumentospolíticos necessários para a sua implementação prática.

O Instituto oferece três recursos principais:

• Um fórum global sobre política social, permitindo aos governos,às empresas e aos trabalhadores comunicarem informalmentecom a comunidade académica e outros fazedores de opinião.

• Programas e redes internacionais de investigação queproporcionam o contacto de académicos com as empresas, ostrabalhadores e os governos, no sentido de aprofundar assuntospolíticos emergentes com potencial relevância para a OIT econtribuir para a formulação de políticas.

• Programas de formação para apoiar os sindicatos, as organizaçõesde empregadores, e as administrações do trabalho nodesenvolvimento das suas capacidades institucionais para ainvestigação, a análise e a formulação de políticas económicas esociais.

As actividades do Instituto incluem: a investigação, fóruns depolítica social, palestras, cursos e seminários, programas internos,um programa de visitas de estudo, o programa Phelan Fellowship epublicações. Organiza ainda uma Conferência sobre a PolíticaSocial, patrocinada pelos fundos do Prémio Nobel da Paz atribuídoà OIT em 1969, que se realiza, rotativamente, nas principaisuniversidades do mundo.

Para mais informações, é favor contactar:Instituto Internacional de Estudos do Trabalho Telefone: +4122/799-6128 Fax: +4122/799-8542 E-mail: [email protected]

Biblioteca

7.3

A Biblioteca do BIT oferece um conjunto de serviços e produtosinformativos que facilitam a investigação no mundo do trabalho.Disponibiliza e conserva uma colecção extensa e multilingue defontes de informação em suporte electrónico e em papel,incluindo livros, jornais, diplomas legislativos nacionais epublicações estatísticas. Dispõe de mais de 40.000 publicaçõesdo BIT.

A Biblioteca é responsável pela Labordoc, uma base de dadosunica disponível na Internet, que referencia um conjunto depublicações do mundo inteiro, incluindo artigos de revistas,sobre todos os aspectos relacionados com trabalho e asubsistência sustentada, bem como sobre aspectos laboraisrelacionados com o desenvolvimento económico e social e osdireitos do homem. É ainda disponibilizado um número cada vezmaior de links para publicações on-line. A Labordoc é a fonteoficial das publicações do BIT.

A Biblioteca é o centro coordenador de uma rede de centros deinformação existentes na Sede do BIT e no terreno. A Bibliotecaoferece ainda serviços de consulta de informação, publica oThesaurus e a Taxonomia da OIT e desenvolve projectos e cursosde formação sobre informação laboral.

Os pedidos de serviços da biblioteca deverão ser dirigidos a:ILO LibraryTelefone: +4122/799-8682 Fax: +4122/799-6515 E-mail: [email protected]

Site da Biblioteca: www.ilo.org/inform

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7.5

Sendo a qualificação dos recursos humanosfundamental para a conquista do trabalho digno, aOIT instalou em 1965 a sua unidade de formaçãoem Turim, para apoiar o desenvolvimentoeconómico e social dos países através daformação.

Trabalhando em estreita parceria com entidadesde formação nacionais e regionais, o Centrocontribui para a disseminação dos princípios epolíticas da OIT, e para o reforço da capacidadedas instituições nacionais para implementaremprogramas relevantes, em consonância com osseus objectivos estratégicos. Procura recolher,agrupar e disseminar as melhores ideias, práticas eexperiências – da OIT e não só – relativas aosprincípios fundamentais e aos direitos laborais, àsoportunidades de emprego e de rendimento parahomens e mulheres, à protecção social para todos,ao tripartismo e ao diálogo social, assim como àgestão do processo de desenvolvimento.

As suas amplas instalações residenciais oferecemuma vasta gama de oportunidades de formação ede aprendizagem através de cursos padronizados,acções de formação personalizadas, projectos deformação abrangentes, serviços de consultoria eelaboração e produção de materiais de formação.O seu leque de serviços é bastante diversificado,podendo o Centro ser incumbido da concepção eexecução global de um projecto plurianual quecompreenda diversas componentes, daimplementação de determinada componente doprojecto ou da organização de uma únicaactividade de formação.

Os participantes são representantes dosmandantes tripartidos da OIT e das suas entidadesparceiras. Normalmente são, decisores, gestores

intermédios e de topo de empresas públicas eprivadas, directores de instituições e sistemas deformação profissional, responsáveis deorganizações patronais e de trabalhadores,funcionários da administração pública e parceirosnacionais responsáveis pela política social, pelapromoção das mulheres e pelo desenvolvimento egestão de recursos humanos.

Até hoje, cem mil mulheres e homens de 170países já usufruíram dos serviços do Centro. Onúmero anual de actividades ultrapassa os 300programas e projectos. O número anual departicipantes nas actividades de formaçãoultrapassa os 8.000.

Cerca de metade das actividades é realizada nasinstalações do Centro e a outra metade no terreno.O seu alcance tem vindo a ser alargado de umaforma consistente através de programas de ensinoà distância via Internet.

Os cursos de formação propostos pelo Centro sãopersonalizados e adaptados às necessidadesespecíficas dos países em desenvolvimento e em

transição de África, América, Estados Árabes, Ásiae Pacífico e Europa. Os cursos são realizados nalíngua do participante (árabe, chinês, inglês,francês, português, russo, espanhol). Estasactividades de formação personalizada sãointegradas em programas ou projectos de âmbitonacional, contribuindo assim para os esforços dedesenvolvimento global do país beneficiário.

Para mais informações, é favor contactar:Centro de Formação Internacional em Turim Telefone: +390116936111 Fax: +390116638842 E-mail: [email protected]

CINTERFORO Centro Inter-Americano de Investigação eDocumentação sobre Formação Profissional(CINTERFOR) em Montevideu, Uruguai, é o pontocentral de uma rede de entidades de formaçãoprofissional que abrange a América Latina, asCaraíbas e Espanha.

Para mais informações, é favor contactar:CINTERFOR/OITTelefone: +5982/902-0557 Fax: +5982/902-1305 E-mail: [email protected]

Centro de Formação Internacional em Turim

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Escritórios Regionais da OIT

Escritório Regional da OIT para a América Latinae as Caraíbas, em Lima (AMÉRICA)

Telefone +511/215-0300 +511/221-2565

Fax +511/421-5292 +511/442-2531: Director Regional +511/421-5286: MDT

E-mail [email protected]

Escritório Regional da OIT para a Europa e a ÁsiaCentral, em Genebra (EUROPA)

Telefone+4122/799-6650: Director Regional +4122/799-6111: Central+4122/799-6666

Fax+4122/799-6061 +4122/798-8685

[email protected]

Escritório Regional da OIT para África, em Abidjan (ÁFRICA)

Telefone+22520/31-8900: Central+22520/31-8902: Director Regional

Fax+22520/21-2880 +22520/21-2240: Director Regional +22520/21-7149: DRD/REG.PROG +22520/21-7151: PERS

[email protected]

Escritório Regional da OIT para a Ásia e oPacífico, em Banguecoque (ÁSIA)

Telefone+662/288-1710: Director Regional +662/288-1785: Vice Director Regional +662/288-1234: Operador da CESPAP

Fax+662/288-3062 +662/288-3056

[email protected]

Escritório Regional da OIT para os EstadosÁrabes, em Beirute (ESTADOS ÁRABES)

Telefone+9611/75-2400 +9611/75-2404

Fax+9611/75-2405 +9611/75-2404

[email protected]

OIT

4, route des Morillons CH-1211 Geneva 22Suiça

Telefone+4122/799-6111

Fax+4122/798-8685

Sitewww.ilo.org

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Bureau Internacional do Trabalho

Departamento de Comunicação

4, route des Morillons

CH-1211 Geneva 22

Suiça

Telefone: +4122/799-7912

Fax: +4122/799-8577

E-mail: [email protected]

www.ilo.org/communication

ISB

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