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Curso de 1 Ciclo- Licenciatura em Sociologia2015/2016

A confiana nas instituies em Portugal

Trabalho realizado no mbito da unidade curricular de Anlise de Dados Quantitativos II leccionada pelos Professores Jos Azevedo e Ester Silva

Porto, 16 de dezembro de 2015

Introduo

Este trabalho prtico prope-se a realizar uma anlise acerca da confiana dos portugueses nas Instituies Pblicas, enquadrando os contudos lecionados na disciplina de Anlise de Dados Quantitativos II. Considerando que este um um factor fundamental para o equilbrio dasociedade nas mais diversas realidades: econmica, social, poltica e cultural, o que a literatura vem apontando para uma continuada diminuio da confiana em quem governa, assim como acontece no ensino pblico, na sade e na justia. Portanto nas primeiras pginas deste trabalho iremos apresentar e trabalhar as teorias,permitindo o enquadramento do trabalho emprico, que fomentam estes argumentos, utilizando referencias bibliografias acerca desta temtica no campo da sociologia,uma vez que a sociologia tem trabalhado com alguma profundidade este tema. Criando confronto com a realidade.A escolha deste tema resulta do crescente interesse e estudo desta temtica por parte das cincias sociais e porque est uma questo que levanta srios problemas organizacionais das sociedade. Uma vez que as instituies funcionam como um meio para a satisfao das necessidades da sociedade, logo, se os cidados no confiam nas instituies a estabilidade e sustentabilidade social podem ficar comprometidas, assim como, a interao com e entre as instituies. e questes acerca do papel e competncia das instituies na vida dos portugueses. Considerando assim da mxima importncia o estudo desta temtica e a apresentao de resultados concretos que resultam do confronto com a realidade portuguesa. A partir do segundo captulo este projeto ser desenvolvido a partir de dados fornecidos pela base de dados European Social Survey, de onde nos foi possvel analisar dados estatsticos acerca de diversas variveis que nos permitem estudar a confiana dos portuguesas nas instituies pblicas. Esta analise tem como objetivo o confronto entre a literatura e a realidade portuguesa e para isso este projeto vai aplicar os comandos estatsticos lecionados na disciplina de Analises de Dados Quantitativos II de forma a que seja possvel chegar a algumas concluses explicativas deste fenmeno.De seguida sero definidas as hipteses de trabalho e sua operacionalizao a partir dos indicadores disponveis, seguindo-se a apresentao dos resultados, aps a aplicao das metodologias e interpretao dos resultados e as concluses.

Enquadramento tericoComo j afirmado na introduo, este tema hoje considerado bastante relevante no seio das cincias sociais. A literatura tem acompanhado o crescimento da importncia deste tema em Portugal e as publicaes nesta rea tem vindo a crescer e a ganhar relevncia, uma vez que a confiana nas instituies tem vindo a diminuir ao longo dos anos. Sublinhando a perda de confiana nas instituies polticas portuguesas. necessrio clarificar o que podemos entender por instituio ( () toda a forma ou estrutura social instituda, constituda e sedimentada na sociedade. So os modos de pensar, de sentir e de agir que a pessoa ao nascer j encontra estabelecidos e cuja mudana se faz lentamente e consequentemente com resistncia. As instituies so criadas para atender a necessidades sociais de uma sociedade e servem de instrumento de regulao e controle das actividades da sociedade (Mauss, 1979, cit por Lopes, 2010, p.7).A credibilidade nas instituies um factor fundamental para o equilbrio da sociedade nas mais diversas realidades: econmica, social, poltica e cultural (Fukuyama e Giddens, 1995 e 2002 cit. por Lopes, 2010, p.6). Os portugueses confiam menos nas instituies que os representam , sublinhando a falta de confiana que estes sentem em relao ao sistema jurdico, uma vez que este representa graves problemas de estruturao,levando a que os portugueses acreditem menos na eficcia e justia destas instituies. O mesmo acontece na sade e no ensino, h uma clara falta de confiana nestas instituies pblicas, levando ao crescimento do setor privado. A avaliao que os portugueses fazem do desempenho das instituies coloca de certa forma em causa o papel dessas mesmas. O facto da confiana dos portugueses nas instituies ter vindo a diminuir leva a que a que sustentabilidade social sofra mudanas.Como Parsons defende, as instituies devem ser um meio de satisfao das necessidades sociais,uma vez que as pessoas no so auto-suficientes, necessitam da existncia e do funcionamento destas instituies. Estas como tendo um papel integrador na sociedade sobrevivem da confiana que o individuo lhe confere,legitimando assim o papel destas nas interaes sociais. A confiana fundamental para a participao poltica e formao de associaes secundrias e a literatura tem vindo a defender que a confiana nas instituies baixa. (cit.por Lopes,2010,p.7)Lurdes Lopes indica que () a confiana interpessoal e a satisfao com o desempenhodas instituies so baixas, sendo que, estes dois factores esto positivamente correlacionados com a confiana nas instituies, logo podem ajudar a explicar a baixa confiana nas instituies em Portugal. Adicionalmente, defenderemos que a avaliao que feita da confiana nas instituies polticas se reflecte em todas as outras instituies. Ora, a confiana nos outros e nas instituies e a credibilidade destes so com efeito a chave para o desenvolvimento de um sentimento de segurana. Podemos, pois dizer, que confiamos nas instituies porque temos expectativas quanto a comportamentos habituaisnormativamente orientados, o que permite uma certa previsibilidade do comportamento dosactores nas instituies. ( Lopes,2010,p.9-10).A literatura indica que as instituies em que menos os portugueses confiam,so as instituies polticas, sublinhando que estes confiam mais nas instituies de cariz internacional que nacional. A confiana nos partidos poltico e no governo tem vindo a diminuir, a Assembleia da Repblica vai mantendo o seu grau de importncia e responsabilidade para os portugueses. A reflexo acerca deste tema tem sido vista como importante,uma vez que esta uma realidade que tem que ser vista com preocupao. A democracia representativa , em grande medida, um acto de delegao condicional do poder por parte dos cidados em agentes polticos. Tipicamente, as democracias concedem aos eleitores mecanismos por meio dos quais podem seleccionar esses agentes e controlar o seu comportamento, reduzindo no apenas as probabilidades de que venham a ter preferncias divergentes da maioria dos cidados, como tambm de que venham a usar o poder principalmente para servirem os seus interesses pessoais (Stram, 2000, cit. por Magalhes,2003,p.443). Pedro Magalhes indica que este sentido de descrdito nas instituies polticas surge tambm pela falta de informao do trabalho dos partidos e do governo. H de facto uma relao entre o grau de confiana nos poderes pblicos: Governo, Assembleia da Repblica, Presidncia, Supremo Tribunal de Justia, Tribunal Constitucional e Procuradoria-Geral da Repblica e a absteno. Independentemente do interesse dos indivduos na poltica ou do seu alinhamento ou desalinhamento partidrio, a probabilidade de os eleitores se absterem nas eleies diminui tanto mais quanto maior for o seu nvel de confiana nas instituies polticas.( Lopes,2010,p.15) relevante sublinhar que esta falta de confiana nas instituies uma realidade nas sociedades ocidentais democrticas, estas tm vindo a alterar os seus padres e valores ( tonando-se mais globalizados e dominantes) e por sua vez alteram a sua cultura e tradio poltica. Isto leva a novos modelos de socializao e por sua vez a novas formas de confiana nas instituies que representam o indivduo em vertentes diferentes da sua vida. Torna-se complicado explicar a confiana e a perda da mesma nas instituies, autores ao longo do tempo foram apontando algumas variveis explicativas como: valores e atitudes culturais; desempenho das instituies; e o papel das regras institucionais.Mas o que explica o nvel de confiana que os cidados tm em relao s instituies polticas e jurdicas? A literatura existente apresenta vrias perspectivas. Alguns autores apontam para os processos de socializao como geradores de atitudes e valores polticos que, por sua vez influenciam a confiana dos indivduos. Para Putnam, o declnio da confiana dos cidados nas instituies explicado pela perda de importncia da famlia e dos laos comunitrios. A separao entre os indivduos e as suas famlias e comunidades de origem conduziu a um declnio do capital social, ou seja, das redes, normas e confiana social que facilitam a coordenao e cooperao para benefcio mtuo (Cit. por Magalhes, 2003, p. 445-446). Por sua vez, esta quebra do capital social conduziu a um afastamento face s instituies pblicas e com relevncia face poltica e governao.Putnam procura tambm fazer uma reflexo acerca do papel dos meios de comunicao de massa na socializao e opinio poltica. Chamamos-lhes "mass" media porque abrangem um grande nmero de pessoas. Por vezes so denominados como meios de comunicao de massa. Os mass media so frequentemente associados apenas ao entretenimento e, como tal, so considerados como marginais para a vida da maioria das pessoas. Esta viso , no entanto, parcial: as comunicaes de massa esto presentes em muitos outros aspectos das nossas actividades sociais. Os jornais e a televiso tm uma larga influncia nas nossas experincias e na opinio pblica, no apenas por afectarem as nossas atitudes de vrias formas, mas tambm porque so meios de acesso aos conhecimentos de que dependem muitas das nossas actividades sociais.( Giddens,2001,pg.454), A confiana nas instituies depende da apreciao e do resultado da avaliao do seu comportamento avaliadas no pelo contacto directo mas pela confiana que merecem de pessoas em quem os indivduos confiam, com frequncia atravs da informao fornecida pelos meios de comunicao e no pela confiana individual dos indivduos. Assim, os meios de comunicao ao reportarem recorrentemente escndalos ou procederem denncia de prticas censurveis ou ilegais por parte de agentes, tendem a actuar de modo a que a confiana diminua. Igualmente, se um nmero significativo de diplomas jurdicos for declarado inconstitucional significando que no houve o cuidado de respeitar os limites estabelecidos pela lei fundamental, ou, que houve a inteno deliberada de a ultrapassar pode afectar negativamente a confiana. (Lurdes,2010,p.7) importante analisar o papel dos meios de comunicao na formao da opinio pblica e perceber at que ponto estes so responsveis ou no pela moldagem da opinio. O desenvolvimento dos meios de comunicao social de massas e o entretenimento de massas leva a que a esfera pblica se tome, em grande parte, um logro. A poltica encenada no parlamento e nos meios de comunicao social, ao mesmo tempo que os interesses comerciais triunfam sobre os interesses do pblico. A Opinio Pblica no se forma atravs de uma discusso aberta e racional, mas sim atravs da manipulao e do controlo(...)( Giddens, 2001,p. 456). Putnam afirma que os meios de comunicao expem os cidados a retratos negativos da esfera poltica, mas tambm substituem outras actividades cvicas por formas de lazer privatizadas e individualistas(cit por Magalhes,2003,p.446-447).Por outro lado Ronald Inglehart apresenta outra teoria explicativa da diminuio da confiana que aponta o crescimento econmico, o bem-estar e a expanso dos nveis de instruo como factores que tero levado a mudanas estruturais nas sociedades modernas. O que marca estas sociedades o descrdito de todas as forma de autoridade coletiva e de controlo pessoal ,valorizando uma atitude muito mais individualista, que considera central a posse e o desejo pelo bem estar individual . Esta atitude uma caracterstica das democracias, valorizado o regime democrtico e uma vez que as questes individuais so tidas como mais importantes que as questes coletivas, o individuo passa a acreditar menos nas instituies tradicionais ( levando ao declnio da confiana nas instituies) e valorizando a ao individual.Inglehart apresenta outra teoria explicativa afirmando que no relaciona os valores culturais, mas sim o apoio que o indivduo concebe ao sistema poltico, A ideia de apoio especfico refere-se ao grau de satisfao dos cidados perante o desempenho das instituies polticas, a forma como o governo responde s exigncias sociais e os benefcios e custos que distribui. (Easton, 1965, cit por Magalhes,2003,p.450). A atitude de desiluso para com a atividade das instituies a curto prazo pode levar ao descrdito do papel e atividade das mesmas . Esta socializao poltica levar a uma nova atitude face a estas instituies. Desta forma um dos fatores encarado como explicativo para o aumento ou declnio da confiana nas instituies o desempenho levado a cabo pelas mesmas. Nveis s performance econmica persistentemente baixos, por exemplo, podero minar o apoio ao regime e a sua legitimidade, independentemente das caractersticas institucionais e de outros aspectos a performance poltica desse mesmo regime. (Przeworski et al, 1997,cit por Magalhes,2003, p. 455). Ou seja, as elevadas taxas de desemprego de uma sociedade, de criminalidade e a fraca oferta de qualidade dos servios pblicos de sade e de educao podem ser vistos como falta de desempenho por parte destas instituies e pode levar falta de confiana nas mesmas.Admitindo uma correlao entre a confiana interpessoal e o desempenho das instituies, os indivduos mais satisfeitos com o desempenho das instituies, que mais confiam nos outros, na honestidade dos outros, no altrusmo dos outros, que mais tempo dirio dedicam a notcias ou programas acerca de poltica e assuntos da actualidade atravs da exposio aos media confiam mais nas instituies. Por outro lado, aqueles que tm um maior interesse pela poltica tm tendncia a confiar mais nas instituies.( Lopes,2010,p.9). A confiana resulta da relao entre as pessoa e entre as instituies. Assim a confiana nas instituies est dependente da confiana interpessoal. (...)quando no se confia nos outros dificilmente se constituem laos comuns de conforto, de confiana e de solidariedade. Cada um est fechado no seu mundo, desconfia dos outros e isso inibe qualquer possibilidade de empenhamento. (Bauman, 2005, cit. por Lopes, 2010,p.11). Se o indivduo no consegue confiar nos outros nas relaes mais simples da sua vida diria, dificilmente vai ser capaz de confiar os seus desejos, vontades e necessidades a uma instituio que tenha o papel de o representar e defender. Inglehart defende que a participao poltica depende do nvel de confiana, afirmando a ligao entre os valores culturais e a confiana interpessoal. (Cit por Lopes,p. 11).

Enquadramento empricoA amostra constituda por 2151 indivduos, dos quais 60,4% so do gnero feminino. O intervalo de idades de 82 anos, sendo que o mais novo tem 15 anos anos e o mais velho 97. A mdia situa-se perto dos 53 anos e dos inquiridos possui mais de 68 anos. No que toca ao rendimento lquido que o agregado tem ao seu dispr, mais de metade dos indivduos que fizeram parte da amostra no responderam, por vontade dos prprios ou por desconhecimento. Mesmo assim, daqueles que responderam questo, 58% tm um rendimento familiar inferior a 10.000 euros anuais, o que corresponde a um rendimento mensal inferior a 840 (considerando que o rendimento mensal equivalente ao rendimento anual distribudo ao longo de 12 meses). Tomando por referncia a dimenso mdia dos agregados familiares dos inquiridos (2,45 pessoas), podemos estimar que mais de metade dos indivduos que compe a amostra auferem, mensalmente, um rendimento inferior a 340. Em contrapartida cerca de 5% dos inquiridos fazem parte de agregados familiares que auferem rendimentos superiores a 20.000 euros por ano. Para a maior parte dos agregados, as principais fontes de rendimento so o trabalho assalariado por conta de outrem (49%) e as penses (38%).Do ponto de vista do estado civil, cerca de metade dos inquiridos esto casados ou numa unio de facto e 26% so solteiros. Quanto s habilitaes literrias, verificamos um grande dfice de qualificaes. Apenas 30% possui um nvel de escolaridade superior igual ou superior ao ensino secundrio e 40% possui apenas o 1 ciclo. Em mdia, permaneceram no sistema educativa durante 8 anos completos. No que toca religio, 95% dos inquiridos conseideram-se catlicos (apenas 1762 dos 2151 indivduos responderam).

Fonte: European Social Survey 2012Podemos constatar atravs do Quadro 1 que existe entre os portugueses um sentimento alargado de desconfiana face s instituies. Vemos que as instituies nacionais nas quais depositado um maior grau de confiana so aquelas que esto directamente ligadas justia (Sistema judicial e Polcia. Alis, a nica instituio que possui um nvel de confiana mdio positivo so as foras de segurana (5,37). Quanto s restantes instituies (de carcter poltico) podemos registar outras tendncias. O nvel mdio de confiana face s insituies polticas internacionais (Parlamento Europeu e Naes Unidas) claramente superior ao nvel de confiana revelado em relao s instituies nacionais. Ainda dentro destas, a Assembleia da Repblica alvo de um grau de confiana mais elevado em relao s restantes. As instituies nas quais os inquiridos menos confiam so os partidos e os polticos, com graus de confiana de 1,87 e 1,80 respectivamente. Todas estas tendncias vo de encontro bibliografia anteriormente abordada.

Fonte: European Social Survey 2012Algumas das teorias que abordamos no enquadramento terico, apresentavam como uma das razes para os baixos nveis de confiana nas instituies, os ndices reduzidos de confiana interpessoal. Este poder ser o caso, uma vez que na nossa amostra se verifica que os nveis mdios de confiana nos outros aqui analisados so todos negativos. A confiana na honestidade e altrusmo alheios ronda os 3,6, enquanto que a confiana de que os outros so justos ligeiramente superior, situando-se nos 4,8, numa escala de 0 a 10.Outra varivel que, segundo a literatura, tem influncia na confiana nas instituies a exposio aos meios de comunicao social. Quanto a esta questo, cerca de um tero dos inquiridos v entre 30 minutos e uma hora de notcias na televiso diariamente. Apenas 5% afirma no assisitir a este tipo de formato televisivo.

Fonte: European Social Survey 2012Quanto ao Quadro 3, podemos ver que, mais uma vez, a avaliao que os indivduos fazem em relao s instituies extremamente negativa. A economia e o governo so as duas instituies que apresentam nveis mdios de satisfao mais baixos, com valores a rondar os 2 pontos. No que toca democracia, ao sistema de cuidados de sade pblico e educao, os nveis mdios so mais altos, que. No entanto, nenhuma destas instituies recebe uma avaliao mdia positiva por parte dos inquiridos, o que revelador do sentimento de insatisfao generalizado face s instituies.

Hiptese tericas e operacionalizaoCom base no enquadramento terico e nos dados disponveis, desenvolvemos as seguintes hipteses que iremos testar quanto confiana nas instituies:

1. O nvel de habilitaes literrias influencia positivamente o grau de confiana que os indivduos depositam nas instituies;2. O nvel de confiana interpessoal influencia positivamente o grau de confiana nas instituies;3. A exposio aos meios de comunio influencia positivamente a confiana nas instituies;4. Os nveis de satisfao que os indivduos demonstram em relao s instituies influenciam positivamente o grau de confiana depositado nas instituies.Para testar estas 4 hiptese tericas, operacionalizmos os conceitos da seguinte forma:

Quadro 4. Operacionalizao de conceitos

ConceitoVarivel

Habilitaes literriasNmero de anos de educao a tempo inteiro completos

Exposio aos meios de comunicao socialNmero de horas dispendidos, em mdia, a ver notcias na televiso diariamente

Nvel de confiana nas instituiesConfiana mdia revelada em relao s seguintes instituies: Assembleia da Repblica, sistema judicial, polcia, polticos, partidos polticos, Parlamento Europeu e Naes Unidas (numa escala de 0 a 10)*

Nvel de confiana interpessoalConfiana mdia revelada em relao aos seguintes aspectos: honestidade, altrusmo e justeza dos outros (numa escala de 0 a 10)*

Nvel de satisfao com o desempenho das instituiesSatisfao mdia revelada em relao aos parmetros seguintes: economia, democracia, governo, sade e educao nacionais (numa escala de 0 a 10)*

*Nota: Os inquiridos para os quais no exista uma resposta vlida em qualquer um dos parmetros sero automaticamente eliminados da anlise.

Apresentao de resultados1 hipteseQuadro 5. Coeficiente de correlao entre habilitaes literrias e confiana nas insitutuies

Quadro 5. Coeficiente de correlao entre habilitaes literrias e confiana nas insitutuies

Habilitaes literrias

Confiana nas instituiesPearson Correlation,130

Sig. (2-tailed),000

N1829

Como podemos ver pelo quadro, existe evidncia estatstica que nos permita rejeitar a hiptese nula, a um nvel de significncia inferior a 1%, logo podemos concluir que existe correlao entre as variveis. Vemos que o coeficiente de Pearson igual a 0,13, o que significa que, ainda que a correlao seja fraca, ela de carcter positivo positivo . Neste contexto, a correlao positiva entre as variveis mostra que quanto maiores forem as habilitaes literrias de um indivduo, maior ser o seu grau de confiana face s instituies polticas e judiciais, o que, por sua vez, confirma a hiptese formulada.

2 hipteseNa anlise desta hiptese, no poderemos recorrer ao coeficiente de correlao de Pearson, uma vez que este requer que ambas as variveis sejam de escala, o que no acontece neste caso, pois a varivel exposio aos media meramente de carcter ordinal. Em virtude deste facto, utilizaremos como meio de anlise o coeficiente rho de Spearman. Ao cruzarmos as variveis (ver anexo n1) obtemos um coeficiente rho igual a 0,092, o que quer dizer que embora exista relao e esta seja significativa (p