animaçaõ idoso

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    UNIVERSIDADE DE LISBOA

    FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CINCIAS DA EDUCAO

    TRABALHO DE PROJECTO

    PRTICAS DE ANIMAO DE IDOSOS

    Sabina da silva

    CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DE

    MESTRE EM CINCIAS DA EDUCAO

    rea de Especializao em Formao de Adultos

    2009

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    UNIVERSIDADE DE LISBOA

    FACULDADE DE PSICOLOGIA E DE CINCIAS DA EDUCAO

    TRABALHO DE PROJECTO

    PRTICAS DE ANIMAO DE IDOSOS

    Sabina da silva

    Trabalho de Projecto Orientado pela Prof. Doutora

    Natlia Alves

    CICLO DE ESTUDOS CONDUCENTE AO GRAU DEMESTRE EM CINCIAS DA EDUCAO

    rea de Especializao em Formao de Adultos

    2009

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    Deixemo-nos de batota. O sentido da vida est em causa no futuro

    que nos espera. No sabemos quem somos, se ignoramos quemseremos: reconheamo-nos neste homem ou nesta mulher idosa

    (Beauvoir, 1979, cit. Por Costa, 2003, p.22)

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    RESUMO

    Com o crescente aumento da populao idosa em Portugal, e no Mundo,aumenta tambm o nmero de instituies que acolhem idosos. Com o aumento do

    nmero de instituies, aumenta tambm a qualidade das suas condies, que comeam

    a ter em conta a importncia das prticas de animao como melhoria da qualidade de

    vida dos idosos, e deste modo comeam a integr-las na sua prtica quotidiana.

    O Trabalho de Projecto de Interveno apresentado tem como finalidade a

    concepo de um Projecto de Prticas de Animao de Idosos. O referido projecto

    apresenta diferentes temas que integram vrias actividades de animao. A elaboraodo referido projecto teve como base a realidade do Centro de Dia da Instituio Lees

    de Portugal. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas Coordenadora do Centro

    de Dia, bem como Animadora, e realizaram-se questionrios aos utentes. Da anlise

    dos dados foram identificados os diferentes problemas da instituio. Com o projecto

    pretendo minimizar os problemas identificados, e deste modo contribuir para a melhoria

    da qualidade de vida dos utentes do centro.

    Os resultados esperados com este projecto so aumentar a visibilidade do centrode dia, e deste modo aumentar o nmero de utentes do centro de dia e

    consequentemente aumentar tambm as verbas financeiras; e proporcionar actividades

    que vo ao encontro do interesse dos utentes, que so o alvo de todo o projecto, e assim

    aumentar a sua motivao em participar nas actividades.

    PALAVRAS-CHAVE: IDOSOS; ENVELHECIMENTO SAUDVEL; CENTRO DE DIA;

    ANIMAO;ACTIVIDADES.

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    ABSTRACT

    With the crescent increase of the senior population in Portugal, and in the World,it also increases the number of institutions that host senior people. With the increasing

    number of institutions, it also increases the quality of their conditions, and they begin to

    take into account the importance of the animation practices as improvement of the

    quality of the seniors' life, and this way they begin to integrate them into their daily

    practice.

    The Project Work Intervention presented aims to design a project of Practices of

    Animation of Senior. This project presents different themes that integrate severalanimation activities. The development of the project was based on the reality of the

    Center of the Institution Lees de Portugal. Interviews were conducted semi-

    structured to the Coordinator of the Center, as well as to the Animator, and held

    questionnaires to users. Data analysis identified the different problems of the institution.

    With the project plan, I intend to minimize the identified problems and this way to

    contribute for the improvement of the quality of life of the users of the center.

    The expected outcomes of this project are to increase the visibility of the center,and increase the number of users of the center in the daytime and consequently to also

    increase the financial budgets; and providing activities that meet the interests of the

    users, which are the target of the whole project, and increase their motivation to

    participate in the activities.

    WORD-KEY:SENIOR;HEALTHY AGING;CENTER;ANIMATION;ACTIVITIES.

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    INTRODUO

    Um dos triunfos mais significativos do sculo XX foi o aumento da esperana

    mdia de vida da populao. A populao idosa ocupa cada vez mais um papelfundamental na estrutura demogrfica mundial, verificando-se uma inverso das

    pirmides etrias na generalidade dos pases desenvolvidos. A terceira idade consiste

    numa fase dominada por enormes transformaes a nvel fsico, psquico, e apesar do

    envelhecimento ser um processo natural, depende em grande parte dos comportamentos

    e hbitos de vida do indivduo. Neste sentido, a animao um dos mais importantes

    contributos para um envelhecimento saudvel. Porm, segundo Simes (2006), o

    envelhecimento da populao tende a ser encarada muito mais como uma ameaa do

    que, propriamente, como um desafio, isto , como uma dificuldade, por certo, mas

    tambm como uma oportunidade de progresso.

    Com o aumento da populao idosa, e com a diminuio do tempo disponvel

    por parte das famlias para cuidar dos seus idosos, torna-se essencial criar no s infra-

    estruturas mas tambm actividades que promovam o bem-estar fsico, social,

    psicolgico e espiritual de toda a populao snior.

    O presente projecto de Prticas de Animao de Idosos foi desenvolvido com

    base na realidade do Centro de Dia da Instituio Lees de Portugal Associao de

    Solidariedade Sportinguista, IPSS. Com este projecto pretendo criar actividades de

    animao que proporcionem aos idosos o bem-estar, tornando-os indivduos mais

    activos, quebrando o isolamento que muitas vezes surge associado ao envelhecimento, e

    elaborar um plano de actividades estruturado e organizado de forma a ser uma mais

    valia para a instituio e fundamentalmente para os idosos.

    Para a concepo deste projecto irei realizar inicialmente um trabalho

    investigatrio junto das pessoas que trabalham directamente com idosos, e irei tambm

    realizar um questionrio aos idosos que se encontram na instituio.

    O presente trabalho apresenta a seguinte estrutura: Introduo, o

    Enquadramento Geral do projecto, que integra as Necessidades de Interveno, a

    Definio e Enquadramento Terico da Problemticacom os sub-pontosEducao de

    Adultos e Animao Sociocultural, Envelhecimento em Portugal - Situao

    Demogrfica, O Idoso na Sociedade Contempornea, O Idoso e a sua Famlia e

    Animao para Pessoa Idosas; em seguida feita a Caracterizao da Instituio

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    Lees de Portugal, com os sub-pontos Contextualizao Histrica da Instituio

    "Lees de Portugal", Centro de Dia dos Lees de Portugal, Organizao do Centro de

    Dia, e Actividades, Iniciativas e Parcerias; feita ainda a Identificao e

    Caracterizao do Grupo-Alvo, Identificao das Condies para o xito do projecto,

    Definio do mbito Temporal e os Resultados Esperados. No Captulo II Projecto

    feita a Apresentao do Diagnstico com a Anlise Descritiva aos Questionrios aos

    Utentes do Centro de Dia, Anlise Descritiva Entrevista Directora/Coordenado do

    Centro de Dia e Anlise Descritiva da Entrevista Animadora do Centro de Dia .

    Inerente a este Captulo feito ainda a Identificao e Definio dos Problemas,

    definidas as Finalidades do Projecto, os Objectivos Gerais do Projecto, os Objectivos

    Especficos do Projecto e a Apresentao das Estratgias a Utilizar. O Captulo III

    deste trabalho diz respeito ao Plano de Actividades com a Identificao e

    Calendarizao da Actividades a Desenvolver e as Actividades do Projecto. No

    Captulo IV feito a Plano de Avaliao do projecto e no Captulo V feito o

    Oramento Global do projecto. Por fim, salienta-se a Concluso Reflexiva onde

    realizada uma reflexo sobre todo o processo de construo do projecto, seguindo-se a

    Bibliografia.

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    CAPTULO I ENQUADRAMENTO GERAL DO PROJECTO

    1NECESSIDADE DA INTERVENO

    Perante o envelhecimento progressivo da populao, a sociedade civil e o Estado

    tm vindo a organizar-se e a criar condies para acolher um nmero crescente deidosos. Da surge a emergncia das respostas sociais institucionalizadas, locais

    privilegiados para a animao de idosos.

    O termo envelhecimento activo foi adoptado pela Organizao Mundial de

    Sade, no final dos anos 90, e pretende transmitir uma mensagem mais abrangente do

    que a designao envelhecimento saudvel, reconhecendo que, para alm dos

    cuidados a nvel da sade, existem outros factores que afectam o modo como os

    indivduos e as populaes envelhecem (Jacob, 2007). De acordo com Jacob (2007), oprincipal objectivo do envelhecimento activo aumentar a expectativa de uma vida

    saudvel e de qualidade de vida. Aplica-se tanto a indivduos como a grupos

    populacionais e possibilita que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar

    fsico, social e mental ao longo do curso da vida e integra a participao activa das

    pessoas idosas nas questes econmicas, culturais, espirituais, cvicas e na definio das

    polticas sociais.

    A nvel individual, o envelhecimento activo pode ser entendido como o conjunto

    de atitudes e aces que podemos ter no sentido de prevenir ou adiar as dificuldades

    associadas ao envelhecimento. As alteraes fsicas e intelectuais que ocorrem com o

    envelhecimento variam de pessoa para pessoa e dependem das caractersticas genticas

    e hbitos tidos durante a vida. relevante salientar ainda a importncia de uma

    alimentao saudvel, a prtica adequada de exerccio fsico, uma boa hidratao,

    repouso e exposio moderada ao sol, no esquecendo as consultas de rotina ao mdico

    de famlia. O bem-estar psquico e intelectual (memria, raciocnio, boa disposio) fundamentais no envelhecimento activo e saudvel tambm protegem e promovem

    com cuidados permanentes: leitura regular, participao activa na discusso dos

    assuntos do quotidiano, realizao de jogos que estimulam raciocnio, manuteno de

    actividades dentro e fora de casa (passeios, visitas, voluntariado), participao em

    tarefas de grupo ou eventos de associativismo, entre outros. Mas o investimento

    individual da pessoa idosa (e respectivas famlias), carece obviamente de polticas e

    infrastruturas comunitrias (Meireles, 2008).

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    crucial nos dias de hoje consciencializar as pessoas para a importncia do

    envelhecimento activo, e fazer com que percebam o seu potencial para o bem-estar

    fsico, social e mental ao longo da sua vida. A animao est nos dias que correm no

    centro das prioridades de todas as estruturas de acolhimento de pessoas idosas, que

    tomaram conscincia da sua importncia enquanto elemento determinante da qualidade

    de vida em estabelecimentos e que se integra no projecto de vida de uma instituio,

    preservando a autonomia dos residentes.

    Tomando como ponto de partida a importncia que tm as actividades de

    animao para o aumento da qualidade de vida a nvel fsico, social, psicolgico,

    cognitivo e espiritual das pessoas idosas, decidi conceber um projecto de interveno na

    rea das Prticas de Animao de Idosos, no Centro de Dia dos Lees de Portugal.

    cada vez mais necessrio fazer com que as instituies que acolhem idosos tenham um

    plano estruturado de animao. A instituio Lees de Portugal tem um plano de

    actividades anual que integra o Centro de Dia, sendo que o prprio centro de dia possui

    o seu plano de actividades que construdo mensalmente. Apesar de ter um plano de

    actividades no possui at ao momento um projecto de animao. Deste modo, propus

    Coordenadora do Centro de Dia a concepo de um projecto de interveno

    direccionado exclusivamente para os utentes do centro. A Coordenadora considerou a

    ideia uma mais valia para o centro na medida em que no momento so sentidas algumas

    dificuldades que podero ser colmatadas com a implementao de um projecto de

    interveno na rea especifica da animao de idosos, assente no diagnstico da

    realidade do centro de dia.

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    a animao, nvel que corresponde a todas as situaes potencialmente educativas,

    mesmo que no conscientes, nem intencionais, por parte dos destinatrios,

    correspondendo a situaes pouco ou nada estruturadas e organizadas. No posso deixar

    de referir como exemplo uma situao real que ocorreu no centro de dia, e que me foi

    descrita pela animadora como sendo uma situao bastante curiosa e interessante,

    quando um dos utentes do centro de dia analfabeto, por curiosidade e na brincadeira

    pede animadora para lhe ensinar a escrever o seu nome no computador. Aps alguns

    dias o idoso aprende realmente a escrever o seu nome no computador. O que de

    destacar nesta situao que de uma forma nada estruturada, e nada consciente, se deu

    um fenmeno educativo.

    Tendo em conta o exemplo anterior, a animao no pode ser encarada apenas

    como um fenmeno ldico de ocupao dos tempos livres. A animao deve ser

    entendida como um conjunto de processos que permite potenciar e articular, em termos

    educativos, as situaes sociais quotidianamente vividas. O tipo de animao que ser

    evidenciado ao longo deste ponto a animao de idosos, porm, antes de abordar

    especificamente esse tema irei, em primeiro lugar, falar do Envelhecimento em

    Portugal.

    2.2.ENVELHECIMENTO EM PORTUGALSITUAO DEMOGRFICA

    O aumento crescente da populao idosa um dos aspectos mais evidentes da

    sociedade portuguesa actual. Dados recentes mostram que entre 1941 e 2001, houve um

    crescimento da populao com idade igual ou superior a 65 anos, tendo passado de

    cerca de 505 600 para 1 735 500 indivduos. Ainda segundo estes dados, tudo indica

    que a populao idosa atinja cerca de 2 027 000 indivduos em 2020, representando

    19,2 % do total nacional (Paul e Fonseca, 2005)

    Dentro de aproximadamente 15 anos, um em cada cinco portugueses ter 65 oumais anos e, em meados de sculo XXI essa relao ser praticamente de um para cada

    trs portugueses. Estes dados, conjugados com uma taxa de fertilidade baixa e com o

    previsvel aumento da esperana mdia de vida (mais de seis anos, em mdia, at 2050),

    resulta num progressivo envelhecimento da populao portuguesa, prevendo-se que em

    2025 existam 173 pessoas com mais de 65 anos de idade para cada 100 com menos de

    15, e em 2050 esse nmero suba para 243 pessoas idosas para cada 100 jovens

    (Cardoso, 2008). Entre os diferentes factores que contribuem para o aumento crescente

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    da populao idosa, destacam-se a reduo da natalidade, e a reduo da morbidez e da

    mortalidade (Zimerman, 2000). Porm, importante referir que no existem idosos a

    mais, existem sim crianas e jovens a menos, pois o aumento da populao idosa no se

    deve propriamente ao aumento da durao mdia de vida, mas ao no equilbrio

    verificado na base da pirmide (ocupada pelos mais novos), que como j foi referido

    anteriormente, tem diminudo drasticamente. Deste modo, no se vo renovar as

    geraes e cada vez maior o nmero de bitos em relao ao dos nascimentos, sendo

    necessrio mais caixes do que beros(Oliveira, 2008, p.16).

    Este crescente aumento da populao idosa e a actual valorizao social da

    velhice ou do ser-se idoso, so considerados, por alguns como um fardo pesado para a

    sociedade, na medida em que tem que disponibilizar verbas e condies adequadas a

    algum que se tornou improdutivo (Bize e Vallier, 1995, citado por Cardoso, 2008).

    fundamental mudar esta perspectiva to fomentada na nossa sociedade, e comear a

    encarar os idosos como indivduos capazes de progredir e adquirir novas aprendizagens,

    pois alguns estudos evidenciam que os idosos, assim como qualquer outro grupo etrio,

    conservam a sua capacidade para aprender (Simes, 1999).

    2.3.OIDOSO NA SOCIEDADE CONTEMPORNEA

    A sociedade contempornea rege-se por valores materiais o que implica ter

    como principal objectivo a rentabilizao da produo em que se privilegiam apenas os

    indivduos activos. Este aspecto pode exercer efeitos depressivos nas pessoas o que leva

    a situaes stressantes, geradoras de doenas e que de algum modo podero diminuir

    a capacidade produtiva da pessoa mais fragilizada.

    Como o idoso se encontra retirado da esfera do trabalho produtivo, deixando de

    exercer funes que inactivam a reciclagem e a aquisio de novos conhecimentos, no

    difcil prever que nestas circunstncias ele tenda ao isolamento, e ao isolar-se assumacada vez mais uma situao de dependncia. importante mudar esta perspectiva e

    consciencializar a sociedade que os idosos podero ser muito teis se soubermos

    aproveitar as suas capacidades.

    Este afastamento do idoso do trabalho encontra explicao no contexto da

    cultura ocidental, onde dominante um modelo de desenvolvimento, assente

    fundamentalmente sobre os mitos do crescimento econmico e do produtivismo, do

    qual resulta uma viso redutora do homem e da sociedade, que se encontra dividido

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    entre membros activos e membros inactivos. (Martins, s/d). Por outras palavras, toda a

    populao que j no economicamente activa, que apenas produz despesa , de certo

    modo, posta de parte pois j no contribui de forma positiva para o desenvolvimento do

    pas. Esta perspectiva negativa e desmotivante, na medida em que os prprios idosos

    interiorizam que j no tm capacidade para serem socialmente teis, nem para adquirir

    novos conhecimentos, e quando so confrontados com novas situaes no esto

    motivados para as enfrentar. Este aspecto visvel no Centro de Dia Lees de Portugal

    na medida em que os utentes se encontram pouco motivados para participar em novas

    actividades, mencionando que j no tm idade para essas modernices.

    De acordo com o Ministro da Solidariedade Social, no Seminrio Envelhecer:

    um Direito em Construo (1998), esto a dar-se grandes transformaes estruturais

    na sociedade portuguesa: transformaes demogrficas, econmicas, sociais e

    culturais, de que o envelhecimento um efeito e ao mesmo tempo um factor. Trata-se de

    um fenmeno global, que afecta no s os idosos, mas tambm as famlias, todos os

    meios e estratos sociais, nalguns dos quais com particular gravidade, colidindo com a

    capacidade das famlias em responder a esse desafio. um fenmeno social que a

    todos diz respeito. Deste modo, importante criar condies para que toda a

    populao idosa possa usufruir dos apoios mnimos necessrios, espaos fsicos,

    alimentao, sade, actividades, para que deste modo possam viver de uma forma digna

    at ao fim das suas vidas.

    Em resposta a este problema social de velhice, est a consolidar-se um campo de

    produo e gesto de bens especficos para os idosos e que tende a generalizar-se e a

    oferecer produtos diversificados. Embora os apoios sociais e financeiros dirigidos aos

    idosos se continuem a revelar insuficientes no nosso pas, importante salientar

    algumas formas de equipamentos disponveis:

    LAR DE IDOSOS equipamentos colectivos de alojamento permanente outemporrio, destinados a fornecer respostas a idosos que se encontram em risco,

    com perda de independncia e/ou autonomia;

    LARES PARA CIDADOS DEPENDENTES residenciais a idosos que apresentam

    um maior grau de dependncia;

    CENTROS DE DIA instituies que do apoio atravs da prestao de servios

    dirigidos a idosos da comunidade, cujo principal objectivo desenvolver

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    actividades que proporcionem a manuteno dos idosos no seu meio scio-

    familiar;

    CENTRO DE CONVVIO instituies a nvel local, que pretendem apoiar o

    desenvolvimento de um conjunto de actividades scio-recreativas e culturais

    destinadas aos idosos de uma determinada comunidade.

    (Martins, s/d)

    Nos ltimos tempos, apesar das respostas sociais nem sempre corresponderem

    ao desejvel, a verdade que se vai notando uma crescente preocupao em

    implementar respostas inovadoras, destacando-se recentemente:

    OSERVIO DE APOIO DOMICILIRIO prestao de servios, por ajudantes e/ou

    familiares no domiclio dos utentes, quando estes, por motivo de doena ou

    outro tipo de dependncia, sejam incapazes de assegurar temporria ou

    permanentemente a satisfao das suas necessidades bsicas e/ ou realizar as

    suas actividades dirias.

    ACOLHIMENTO FAMILIAR consiste no apoio dado por famlias idneas que

    acolhem temporariamente idosos, quando estes no tm famlia natural ou tendo-

    a no renem condies a nvel econmico, fsico e at psicolgico que

    proporcionem um bom desempenho das funes bsicas dos idosos.

    AS COLNIAS DE FRIAS E O TURISMO SNIOR so ofertas sociais que

    comportam um conjunto de actividades que pretendem satisfazer as necessidades

    de lazer e quebrar a rotina, proporcionando ao idoso um equilbrio fsico,

    emocional e social.

    OTERMALISMOpermite aos idosos em frias tratamentos naturais, reduzindo

    deste modo o consumo de medicamentos. Possibilita tambm a deslocao

    temporria da sua residncia habitual, permitindo deste modo o contacto comum meio social diferente, promovendo a troca de experincias, que quebram ou

    reduzem o frequente isolamento social.

    (Martins, s/d)

    Apesar destes diferentes apoios aos idosos, a famlia dever ser sempre o ncleo

    no qual o idoso se deve sentir o mais seguro e o mais apoiado possvel.

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    2.4.OIDOSO E A SUA FAMLIA

    A famlia sem duvida uma clula fundamental e lugar privilegiado de trocas

    intergeracionais. a que as geraes de encontram, se inter-ajudam e se completam de

    forma intensa. Porm, na nossa sociedade onde a esperana de vida est a ser ampliada,

    as relaes familiares apresentam novos desafios. (Martins, s/d).

    Desde sempre as famlias so reconhecidas como o principal contexto para a

    promoo e manuteno da independncia e da sade dos seus membros, sendo a

    principal entidade prestadora de cuidados em situaes de dependncia dos seus

    familiares e a instituio fundamental onde se desenrola a vida das pessoas, se

    expressam e satisfazem a maioria dos seus direitos, obrigaes e necessidades, desde o

    nascimento at morte. No entanto, a famlia de hoje no a mesma de ontem, pois se

    pensarmos as famlias de antigamente desempenhavam papis mais rgidos, mais

    demarcados, mais estveis e definidos, com um maior grau de hierarquizao, enquanto

    que a famlia de hoje mais dinmica e flexvel, com uma hierarquia menor e papis

    que mudam com mais facilidade (Zimerman, 2000), aspectos que influenciam na

    prestao de cuidados dos seus idosos.

    Ao peso da responsabilidade dos cuidados familiares e de sade, acrescem as

    exigncias de outro tipo de papis profissionais e sociais, facto que faz com que a

    disponibilidade que existia em tempos para cuidar dos mais idosos, esteja actualmente a

    desvanecer. No meio rural muitos so os idosos que se encontram sozinhos, porque os

    seus familiares se deslocaram para as grandes cidades por questes profissionais.

    Mesmo em meio urbano, encontramos um nmero crescente de idosos a viver sozinhos,

    pois os seus familiares no tm disponibilidade para cuidar deles, para no falarmos

    tambm da falta de condies financeiras de muitas famlias. Este aspecto tambm

    visvel no Centro de Dia em anlise, como se pode constatar na anlise dos

    questionrios emAnexo XIII, onde 5 dos 16 utentes vivem sozinhos.Este aspecto leva a que seja necessrio criar condies para dar apoio a idosos

    que j no esto em condies para estarem sozinhos nas suas casas, e que por

    diferentes razes no tm o apoio das suas famlias. No entanto, importante referir que

    desejvel que desde que estejam asseguradas as condies bsicas a nvel de higiene,

    sade, alimentao, etc., o idoso dever permanecer no seu domiclio, na perspectiva do

    modelo denominado de intimidade distncia, permitindo conjugar autonomia e

    cooperao entre os membros da famlia. (Paul e Fonseca, 2005).

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    Quando existem condies que no permitem que o idoso esteja em sua casa

    sozinho, ou quando os prprios idosos j no se sentem bem sozinhos, o Centro de Dia

    poder ser uma das instituies qual recorrer na medida em que o idoso est

    acompanhado durante o dia, mas tambm no deixou a sua casa. O Centro de Dia Lees

    de Portugal exemplo disso e, como refere a Coordenadora, no um Centro tpico,

    pois possibilita aos seus utentes frequentar o Centro apenas quando sua vontade faz-

    lo. Ao contrrio da maioria dos Centro de Dia em Portugal, o Centro de Dia em anlise

    no tem uma mensalidade fixa que obrigue os utentes a frequent-lo todos os dias, pois

    os utentes pagam apenas os dias que vo ao centro. A filosofia do Centro de Dia Lees

    de Portugal permite que os utentes se sintam mais autnomos e independentes pois so

    eles que gerem os seus horrios, os seus dias e s participam nas actividades

    desenvolvidas se estiverem realmente interessados em realiz-las pelo que no sentem a

    ida ao centro de dia como uma obrigao.

    Apesar dos diferentes apoios criados para assegurar que os idosos tenham o

    mnimo de condies para viver, a verdade que necessrio criar actividades a nvel

    da animao social, para quebrar a reduo da capacidade de concentrao e reaco,

    diminuio da auto-estima, apatia, desmotivao, solido e isolamento social,

    consequncias da diminuio das actividades fsicas e psicologias dos idosos.

    2.5ANIMAO PARA PESSOAS IDOSAS

    Como j foi referido anteriormente, um dos aspectos sociais mais importante nos

    ltimos tempos o envelhecimento da populao. Este aumento da populao idosa

    leva criao de apoios sociais especficos, pois nos tempos que correm a famlia que

    em tempos era quem cuidava dos seus velhos, actualmente no tem disponibilidade

    para deles cuidar.

    Apesar dos apoios sociais no nosso pas ainda serem escassos, j existemdiferentes instituies que acolhem idosos. O problema que se coloca que a sua

    maioria limita-se a dar os cuidados mnimos, como alimentao e higiene, colocando de

    parte actividades de carcter social que ajudam a que o idoso no se torne um indivduo

    completamente inactivo. Na maioria das instituies que acolhem idosos, a vida dos

    gerontes bastante pobre no que respeita a acontecimentos de vida, pelo que uma das

    funes dos funcionrios que trabalham nessas instituies deveria passar pela

    elaborao e realizao de projectos de interveno com o objectivo de melhorar a

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    qualidade de vida dos idosos institucionalizados. Estas so algumas das principais

    razes que me levaram a considerar que a concepo de um projecto de Prti cas de

    Animao de Idosos, ser bastante pertinente nos tempos que correm, pois estudos

    recentes na rea da psicologia do envelhecimento e do idoso mostram que o

    desenvolvimento de actividades com os idosos permite a melhoria na sua qualidade de

    vida sendo tambm, na minha perspectiva, uma forma de valorizar a formao ao longo

    da vida.

    A animao sociocultural, cujo conceito nasceu na Europa nos anos 60, pode ser

    encarada como uma interveno dialctica dos indivduos e dos grupos com o meio e

    sobre si mesmos, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida (Jacob, 2007).

    Ao analisar o processo de Animao, deparamo-nos com um vasto leque de formas

    distintas de caracterizar este conceito. A animao pode ser entendida como aco,

    interveno, actuao, sendo portanto o que o agente faz. Por outro lado, temos

    animao como actividadeou prtica social, nesta perspectiva no ser tanto o que o

    agente faz exclusivamente, mas o que promove: uma actividade ou uma prtica social

    desenvolvida, conjuntamente, pelo agente e pelos destinatrios. A animao pode ainda

    ser compreendida como um mtodo, maneira de proceder, uma tcnica, um meio ou

    instrumento, ou tambm como metodologia ou tecnologia; animao como processo,

    neste caso no seria exactamente o que o agente faz, em determinadas actividades, mas

    uma espcie de sucesso evolutiva ou progressiva de acontecimentos; a animao como

    programa, projecto, salientando-se aqui o trabalho de concepo das actividades, dos

    processos, das aces; animao como funo social, neste caso, seria uma tarefa que

    deveria estar presente em qualquer comunidade ou sociedade e animao como factor,

    sendo que nesta caso se salienta o carcter operativo da animao, encarado como

    qualquer coisa que gera, produz, d lugar, causa, motiva resultados ou processos (Trilla,

    2007). De acordo com o que foi referido anteriormente, verifica-se que a animao deidosos apresenta um conjunto vasto de caractersticas, existindo tambm diferentes tipos

    de animao, destacando-se neste projecto a animao de idosos.

    As alteraes biolgicas inerentes ao processo de envelhecimento provocam

    uma progressiva diminuio das capacidades fsicas da pessoa idosa. De acordo com

    Lus Jacob (2007), o idoso vai alterar os seus hbitos e rotinas dirias, substituindo-as

    por actividades que lhe exigem um menor grau de actividade. A animao um

    processo que tem como finalidade facilitar o acesso a uma vida mais activa e mais

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    criativa, melhoria nas relaes e na comunidade de que se faz parte, desenvolvendo a

    personalidade do indivduo e a sua autonomia. No caso especifico da populao idosa,

    como refere Tabourne (1992), citado por Lus Jacob (2007, p.31), A educao para o

    lazer entre os idosos tem por objectivo facilitar o desenvolvimento de um estilo de vida

    que aumente a sua qualidade de vida. Estudos recentes evidenciam que realizar

    actividades intelectualmente estimulantes reduz, em 47 %, a possibilidade dos idosos

    desenvolverem a doena de Alzheimer (Cardoso, 2008).

    A Animao para pessoas idosas tem como objectivo ajudar o idoso a encarar o

    seu envelhecimento como um processo natural, de forma positiva e adequada, e a

    reconhecer a necessidade da manuteno das actividades fsicas e mentais. De acordo

    com Lus Jacob (2007), podemos dividir a animao de idosos em sete partes:

    - Animao Fsica ou Motora consiste em exerccios de motricidade,

    coordenao e mobilidade de forma a manter ou melhorar os ndices de

    dependncia do idoso;

    - Animao Cognitiva ou Mental so actividades de natureza

    intelectual e sensorial que tem como principal objectivo manter o crebro

    e o sistema nervoso de snior activo;

    - Animao atravs da Expresso Plstica consistem em actividades

    manuais e de expresso artstica (Exemplo: teatro);

    - Animao atravs da expresso e da comunicao so actividades

    que pressupem o aumento das capacidades de comunicao;

    - Animao promotora do desenvolvimento pessoal e social - so

    actividades que pressupem o aumento das capacidades de

    relacionamento;

    - Animao Ldica o divertimentoper si;

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    - Animao Comunitria integram todas as aces que criem e

    dinamizem as relaes interpessoais e sociais dos idosos com a

    comunidade envolvente.

    Ao nvel da animao para pessoas idosas, podem-se desenvolver diversos tipos

    de actividades, como exerccio fsico ligeiro, sesses de leitura de contos e poemas,

    visionamento de filmes, sesses de discusso de temas propostos, actividades de

    trabalhos manuais como corte e colagem, bordados, rendas e tapearias, ajuda na

    cozinha, passeios, visitas a museus, idas ao teatro, passeios ao ar livre, entre muitas

    outras actividades. Apesar de se verificar uma diversidade de respostas dadas pelos

    idosos, quando questionados sobre qual a actividade que mais gostam de realizar, como

    trabalhos manuais, jogos (domino), passeios, actividades fsicas, etc., o que na realidade

    se verifica que na prtica quando lhes apresentada uma nova proposta de actividade

    a maioria no est motivada para a realizar. Este aspecto deve-se ao facto de se tratar de

    um grupo bastante heterogneo, sendo que cada utente tem os seus prprios interesses e

    deste modo torna-se complicado, mas no impossvel, encontrar actividades do interesse

    de todos.

    Tendo em conta os aspectos referidos anteriormente considero que uma boa

    animao deve promover a inovao e novas descobertas, valorizar a formao ao longo

    da vida, proporcionar uma vida mais harmoniosa, atractiva e dinmica com a

    participao e envolvimento do idoso, incrementar a ocupao adequada do tempo livre

    para evitar que o tempo de cio seja alienante, passivo e despersonalizador, rentabilizar

    os servios e recursos comunitrios para melhorar a qualidade de vida do idoso, e

    valorizar as capacidades, competncias, saberes e cultura do idoso, aumentando a suaauto-estima e autoconfiana (Jacob, 2002). Em suma, podem ser desenvolvidos os mais

    variados tipos de actividades com a populao idosa, porm, importa salientar que

    necessrio ter em conta os interesses e motivaes dos idosos, bem como as suas

    histrias de vida. Por fim, importa destacar que o principal objectivo da Animao de

    Idosos consiste na promoo do bem-estar fsico, social, psicolgico e espiritual

    (Cardoso, 2008).

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    Tendo como base estes diferentes aspectos, surge ento o projecto de Prti cas de

    Animao de Idosos, que ser apresentado em seguida.

    3CARACTERIZAO DA INSTITUIO LEES DE PORTUGAL3.1.CONTEXTUALIZAO HISTRIA DA INSTITUIO LEES DE PORTUGAL

    A Associao de Solidariedade Sportinguista Lees de Portugal, IPSS, foi

    fundada em 1984 por um grupo de scios do Sporting e, em 1997 foi reconhecida como

    Instituio Particular de Solidariedade Social e Pessoa Colectiva de Utilidade Pblica.

    O principal objectivo desta Associao a promoo de vrias aces sociais em

    benefcio dos scios Sportinguistas e suas famlias.

    Sem sede at 1997, o Grupo de Solidariedade Sportinguista tem vindo ao longodos anos a desenvolver diversas actividades e a dar vrias respostas sociais, como se

    pode constatar pelos estatutos (Anexo I). As actividades desenvolvidas pela Instituio

    so a nvel da atribuio de Bolsas de Estudo aos scios mais jovens do Sporting;

    realizao de pelo menos um passeio anual, um almoo de Natal, e realizao de

    espectculos de beneficncia para recolha de fundos para a prpria instituio.

    O esforo dos Lees de Portugal tem sido reconhecido pelas vrias direces

    do Sporting Clube de Portugal (SCP), reconhecimento que em 1997 foi concretizado

    com a disponibilizao de uma sala para servir de sede. Em 2004, com o apoio do SCP,

    os Lees de Portugal criam o Centro de Dia.

    3.2. CENTRO DE DIA LEES DE PORTUGAL

    Uma das principais valncias dos Lees de Portugal o Centro de Dia, destinado

    aos scios reformados, que podem usufruir das mais variadas actividades a preos

    adequados aos seus rendimentos. As instalaes encontram-se sediadas no Estdio Jos

    de Alvalade, actual estdio Alvalade XXI. Este espao de convvio apresenta um

    conjunto de servios e actividades diversificadas promovidas pela instituio que com a

    integrao de uma Animadora Sociocultural, as diversas actividades desenvolvidas

    tornaram-se regulares e frequentes, e incluem:

    Ginstica Teraputica;

    Ateliers de trabalhos manuais;

    Passeios mensais por Lisboa e arredores;

    Variadas festas em colaborao com a Junta de Freguesia do Lumiar;

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    As reas anteriormente apresentadas esto dotadas de uma srie de recursos

    materiais como televiso, computadores, diversos jogos e outros equipamentos que

    auxiliam os profissionais no desempenho das suas funes e permitem aos utentes

    usufruir das mais variadas actividades.

    Como j referi anteriormente, a Directora Tcnica/ Assistente Social, acumula

    algumas funes administrativas, tendo sua responsabilidade todas as respostas sociais

    e actividades regulares referidas no organograma da Instituio (Anexo II).

    3.4.ACTIVIDADES,INICIATIVAS E PARCERIAS

    As actividades so programadas tendo em conta o grupo de utentes, no

    descorando algumas necessidades especficas de alguns utentes em particular, como o

    caso dos semi-autnomos.

    O Plano de Actividades (Anexo IV), programado mensalmente, muito embora

    existam actividades que so transversais ao longo do ano. As actividades so

    direccionadas para vrias vertentes de animao socio-cultural, como se pode verificar

    pelo quadro seguinte:

    ACTIVIDADES OBJECTIVOS

    EXPRESSO PLSTICA Desenvolver a criatividade, preciso

    manual e coordenao psicomotora;

    Possibilitar que o utente se possa exprimir

    atravs das artes plsticas e trabalhos

    manuais.

    PROJECTO TOCA A MEXER Desenvolver actividades de coordenao

    motora e mental.

    CULTURAIS Proporcionar visitas a museus exposies,

    jardins pblicos.

    INTERINSTITUCIONAIS

    PARTICIPAO DAS ACTIVIDADES DA JUNTA

    DE FREGUESIA

    PASSEIOS E ALMOOS CONVVIOS

    Desenvolver as relaes interpessoais e de

    convvio;

    Proporcionar experiencias novas.

    NO MBITO DO PROJECTO TEAM, Envolvimento interpessoal, aprendizagem

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    PARTICIPAO NOS ATELIERS EM CONJUNTO

    COM OUTRAS INSTITUIES.

    de novos saberes.

    PALESTRAS,CONFERNCIAS E SESSES DE

    ESCLARECIMENTO

    Promover a participao activa na

    sociedade.

    de salientar que o Centro de Dia desenvolve relaes institucionais com a

    Junta de Freguesia do Lumiar que se traduzem no envolvimento e participao nas

    iniciativas que esta promove. A relao com a Junta de Freguesia envolve tambm a

    obteno de subsdios financeiros pontuais para a concretizao de algumas actividades

    ou satisfazer necessidades materiais.

    O Centro de Dia tem tambm relaes interinstitucionais com a Unio Distrital

    das Instituies Particulares de Solidariedade Social (UDIPSS Lisboa), que se

    manifestam no acesso a meios de satisfao de necessidades eventuais de uma ou mais

    reas especficas de apoio, como por exemplo: apoio jurdico, gesto de recursos

    humanos e aces de formao para dirigentes e trabalhadores do Centro.

    O relacionamento com o Sporting Clube de Portugal (SCP), clube desportivo de

    base associativa, sob cuja gide o Centro foi criado e existe, assegurado atravs da

    Directora Tcnica de Centro e da Direco da Instituio.

    4IDENTIFICAO E CARACTERIZAO DO GRUPO-ALVO

    Como j foi referido anteriormente, o Centro de Dia tem as suas instalaes no

    Estdio Alvalade XXI, na freguesia do Lumiar.

    O Centro de Dia no tem uma rea de abrangncia geogrfica especfica, sendo a

    sua nica limitao a mobilidade dos utentes, uma vez que estes tm que se deslocar

    pelos seus prprios meios at ao Centro. Uma grande parte dos utentes reside em

    Lisboa, havendo no entanto alguns que residem nos conselhos limtrofes.

    De acordo com a anlise dos dados recolhidos junto dos utentes a partir dos

    questionrios realizados (Anexo XIII), bem como pela anlise da informao fornecida

    pela animadora e pela directora do centro de dia, verifica-se que actualmente o Centro

    de Dia conta com 16 utentes, 10 do sexo masculino e 6 do sexo feminino.

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    As idades dos utentes variam dos 50 aos 88 anos de idade, sendo o grupo etrio dos 65

    aos 74 anos aquele que integra um maior nmero de utentes.

    Quanto ao estado civil, dos 16 utentes 9 so casados/as; 3 so solteiros/as, 3 so

    vivos/as e 1 utente divorciado/a. Verifica-se ainda que a maioria dos utentes,

    respectivamente 11, tm filhos.

    Dos utentes casados, 7 residem com o cnjuge, 1 encontra-se a viver sozinho

    porque a sua esposa se encontra internada num lar por motivos de sade, 1 reside com a

    10

    6

    Masculino

    Feminino

    3

    8

    32

    0

    5

    10

    50-64 65-74 75-84 85-90

    50-64

    65-74

    75-84

    85-90

    3

    9

    13

    11

    5

    Solteiro/a

    Casado/a

    Divorciado/a / Separado/a

    Vivo/a

    Com Filhos/as

    Sem Filhos/as

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    filha por estar separado de pessoas e bens h alguns anos, mas no legalmente

    divorciado. Apenas 1 dos utentes vivo reside com a filha. Os restantes utentes vivem

    sozinhos.

    A populao do Centro de Dia bastante heterognea em relao s profisses

    anteriormente exercidas, sendo que 6 desempenhavam funes agrcolas e 4 foram

    funcionrios pblicos.

    PROFISSO QUE DESEMPENHAVA

    NVEL ESCOLAR

    A Nvel escolar, como se pode constatar pela anlise dos grficos abaixo,

    verifica-se que 9 utentes tm o Ensino Primrio (4 Ano). Apenas um dos utentes nunca

    frequentou a escola.

    NVEL ESCOLAR

    6

    4

    1

    1

    1

    1 1 1

    Agricultores

    Funcionrio Pblico

    Comerciante

    Costureira

    Gerente de Fbrica

    Electricista

    Escriturario

    Contabilista

    12

    9

    1

    3

    Nunca frequentou a escola

    Frequentou mas no completou oEnsino Primrio

    Ensino Primrio (4 Ano)

    Ensino Preparatrio (6 Ano)

    Ensino Secundrio Unificado (9Ano)

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    Pela anlise das entrevistas animadora e Directora do Centro de Dia, como

    pela anlise dos questionrios, bem como pelas conversas informais que tive com os

    utentes posso inferir que o facto de a maioria dos utentes ter comeado a trabalhar ainda

    muito novo e de alguns se terem deslocado das suas terras no interior para Lisboa em

    busca de uma oportunidade melhor, f-los identificarem-se uns com os outros, sendo

    essa temtica muitas vezes tema de conversa, trocas de experincias, vivncias e

    recordaes. evidente que o facto de serem todos adeptos do Sporting Clube de

    Portugal (SCP) outro dos pontos em comum entre os utentes.

    No que diz respeito situao na sade, os utentes apesar de na sua maioria

    serem ainda bastantes activos, apresentam um ou mais problemas de sade, sendo os

    mais problemticos a Demncia de Alzheimer diagnosticada em 2 utentes e sequelas

    de Acidente Vascular Cerebral (AVC), que afectam 2 utentes.

    As necessidades sociais identificadas na populao-alvo, a partir de informaes

    fornecidas pela Coordenadora do Centro de Dia, que acumula o cargo de Assistente

    social, prendem-se essencialmente com a solido, que simultaneamente origem e

    consequncia da dificuldade de relacionamento face s incapacidades acarretadas pela

    doena e pela inevitvel degradao do avanar da idade, criando o sentimento de

    isolamento que sentem perante a sociedade. As respostas encontradas pela Direco do

    Centro de Dia para combater tais necessidades e servir uma estratgia de quebra da

    solido e socializao passaram, para alm de todos os servios bsicos oferecidos pelo

    Centro de Dia e de todas as respostas de servio social prestadas pela Directora Tcnica/

    Assistente Social, pela contratao de uma animadora sociocultural.

    5IDENTIFICAO DAS CONDIES PARA O XITO DO PROJECTO

    Ao elaborar o presente projecto tive em conta quais as condies para o seu

    xito. Iniciei este processo reunindo com a Coordenadora do Centro de Dia e com a

    Animadora e apresentando o respectivo projecto. Constatei que os temas apresentados

    na reunio corresponderam com algumas ideias que ambas as tcnicas tm tido ao longo

    dos anos, e que realmente este projecto, de acordo com as tcnicas, apresentava todas as

    condies para ser uma mais valia para o centro de dia. importante salientar ainda que

    a animadora mostrou interesse em integrar no plano de actividades mensal algumas das

    actividades deste projecto, para iniciar no prximo ms de Outubro de 2009.

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    O facto de se tratar de um projecto construdo com base nos problemas

    identificados e nos interesses dos utentes, que so o cerne deste projecto, tambm

    constitui uma condio para o seu xito.

    6DEFINIO DO MBITO TEMPORAL

    No que diz respeito ao mbito temporal deste projecto, pretendo que este tenha a

    durao de um ano, tendo inicio em Janeiro e termo em Dezembro do ano de 2010. No

    Captulo III do relatrio ser apresentado o plano de actividades com os diferentes

    temas bem como as vrias actividades inerentes a cada tema, assim como a

    calendarizao das actividades.

    7RESULTADOS ESPERADOS

    Neste projecto os resultados que se espera obter, de uma forma global, so

    aumentar o nmero de idosos no centro de dia, aumentar a motivao dos idosos para

    participar nas actividades desenvolvidas no centro, e aumentar as verbas financeiras do

    centro de forma a melhorar e diversificar as actividades de animao.

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    CAPTULO II PROJECTO

    1APRESENTAO DO DIAGNSTICO

    A metodologia de interveno de projecto pressupe o conhecimento da

    realidade, para que no se elabore um projecto inadequado e irreal. Porm, oconhecimento das dinmicas sobre as quais se pretende intervir um problema

    complexo que exige saber terico e metodolgico com alguma profundidade. O

    diagnstico assim um processo essencial, na medida em que possibilita a identificao

    dos diferentes nveis de problemas sobre os quais se torna necessrio aprofundar e

    inovar (Guerra, 2002).

    O processo de diagnstico utiliza diferentes tcnicas de recolha e anlise dos

    dados. Para o diagnstico da presente realidade foram utilizadas como tcnicas derecolha de dados a entrevista semi-estruturada, para obter informaes junto da

    Coordenadora do Centro de Dia dos Lees de Portugal (ANEXO VI), e junto da

    Animadora do Centro de Dia (ANEXO X), o questionrio que foi aplicado aos 15

    utentes do centro (ANEXO XIII), e a pesquisa documental com o objectivo de

    fundamentar e enquadrar teoricamente todo o projecto de interveno.

    Segundo Bogdan e Biklen (1994), a entrevista pode ser usada de duas formas.

    Pode ser uma estratgia para a recolha de dados ou pode ser usada em conjunto com

    outros instrumentos de recolha de dados como a observao, a anlise documental bem

    como o questionrio, entre outras tcnicas. A entrevista realizada Coordenadora do

    Centro de Dia teve como finalidade recolher dados sobre as prticas desenvolvidas na

    Instituio Lees de Portugal e no Centro de Dia, caracterizar a populao de idosos que

    frequenta o Centro de Dia, bem como identificar as actividades que os idosos mais

    gostam de realizar. A entrevista Animadora do Centro de Dia; semelhana da

    entrevista da Coordenadora, tinha tambm a finalidade de identificar as actividades

    desenvolvidas no centro de dia e quais as que os idosos mais gostam de desenvolver,

    bem como caracterizar a prtica de um animador/a de idosos.

    Relativamente tcnica do questionrio, trata-se de um instrumento que permite

    levantar informaes s quais se deve responder sem a interferncia do

    investigador/avaliador. Os 16 questionrios realizados aos idosos tinham como

    finalidade compreender se estes consideram as actividades desenvolvidas na instituio

    pertinentes para a melhoria da sua qualidade de vida, e quais so os tipos de actividades

    que mais gostam de realizar, aspectos que foram cruciais para a concepo das

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    diferentes actividades do projecto, para que este v de encontro aos interesses da

    populao alvo do projecto.

    Depois de recolhidos os dados, eles foram analisados e interpretados com base

    na tcnica de anlise de contedo e anlise documental. Por norma, nas investigaes na

    rea das Cincias Sociais, para a anlise criteriosa dos seus resultados recorre-se

    anlise de contedo. Segundo Estrela (1990) citando Berelson (s/d) esta tcnica permite

    a descrio objectiva, sistemtica e quantitativa do contedo manifesto da

    comunicao. Bardin (2007), considera que a anlise de contedo se apresenta como

    uma tcnica temtica, quantitativa e transversal, uma vez que permite recortar uma

    ideia, em qualquer momento da entrevista, em funo do tema em que se insere. A

    tcnica de anlise de contedo na verdade uma tcnica bastante til porque permite a

    anlise de entrevistas, questionrios e das observaes.

    Na presente investigao os dados que resultaram da anlise de contedo

    realizada, a partir do contedo da entrevista e dos questionrios, foram tratados segundo

    um sistema de categorias que foi definido previamente. A Anlise Documental

    possibilita a indexao da informao recolhida por diferentes temas ou tpicos, os

    quais so seleccionados pelo investigador.

    Seguidamente sero apresentados, de forma descritiva, a anlise dos dados

    recolhidos atravs das tcnicas de entrevista e de questionrio.

    1.1 OS/AS UTENTES DO CENTRO DE DIA DOS LEES DE

    PORTUGAL

    Com a anlise aos Questionrios aos Utentes do Centro de Dia dos Lees de

    Portugal, pretendo fundamentalmente identificar de que forma tomaram os utentes

    conhecimento do Centro de dia, o que os/as levou a frequent-lo, se tm por hbito

    participar nas actividades que a so desenvolvidas, e se sim quais so as actividades emque participam, e se no porque no participam nas actividades, o que os/as leva a

    participar nas actividades, quais so as actividades que mais gostam de realizar, e qual

    aquela que gostariam de realizar no centro, e que no momento ainda no se realiza.

    Apesar de o centro de dia contar com 16 idosos, foram feitos questionrios a 15 pois

    um/a dos/as utentes que sofre de doena de Alzheimer encontra-se numa fase bastante

    avanada da doena que no permitiu a realizao do questionrio.

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    A populao idosa de uma categoria social bastante vulnervel precariedade

    econmica por usufrurem de reformas e penses muito baixas, viverem na maioria dos

    casos em habitaes degradadas e por terem grandes despesas com a sade. Outros

    factores que contribuem para a fragilidade social das pessoas idosas so a dificuldade de

    comunicao com as geraes mais jovens, o isolamento em relao famlia, a perda

    de autonomia fsica e funcional e as dificuldades na adaptao s novas tecnologias.

    Sendo a Segurana Social (Ministrio do Trabalho e da Solidariedade), a

    instituio oficial da proteco social da sociedade Portuguesa, compete aos Centros

    Regionais de Segurana Social assegurar a nvel regional, a concesso de prestaes

    da Segurana Social e a presena de modalidades de aco social previstas na lei e nos

    regulamentos (Lei Orgnica da Segurana Social Silva, 2001). Os Centros de Dia

    so um dos diversos servios prestados s pessoas idosos.

    O que evidenciam os estudos sobre a populao idosa que a grande maioria

    vive sozinha em suas casas. No caso especifico do centro de dia em anlise, 6 dos 15

    idosos vivem com o marido/ esposa, e 5 vivem sozinhos, como se pode confirmar

    pelo grfico.

    Quando questionados sobre como tomaram conhecimento do Centro de Dia dos Lees

    de Portugal 5 dos 15 idosos referem que foi atravs do Jornal do Sporting e 4

    tomaram conhecimento do centro a partir de Amigos.

    5

    1 1

    6

    2

    02468

    Sozinho Filho/a Neto/a Marido/

    Esposa

    Outros

    1 3

    42

    5

    1 1

    0246

    Intern

    et

    Amig

    os

    Jornal

    do

    Sporti

    Scio

    do

    Sporti

    Internet Familiares Amigos

    Scio dos Lees de Portugal Jornal do Sporting Comunicao SocialScio do Sporting

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    30

    O facto de os idosos viverem sozinhos em suas casas uma das principais razes

    que os leva a vir para o Centro de Dia. Como se pode verificar pela anlise do grfico

    abaixo, 7 dos 15 idosos referem que o que os levou a vir para o centro foi pelo

    convvio com outras pessoas. Outras das principais razes que levaram os idosos a

    frequentar o centro so o facto de estarem sozinhos em casa Porque estou sozinho em

    casae para me obrigar a sair de casa,motivo que est relacionado com o facto de

    viverem sozinhos.

    A participao em actividades de animao representam um conjunto de passos

    fundamentais para a melhoria da qualidade de vida dos idosos, na medida em que

    facilitam o acesso a uma vida mais activa e mais criativa, melhoria nas relaes e na

    comunicao com os outros, para uma melhor participao na vida da comunidade de

    que se fazem parte, desenvolvendo a autonomia pessoal.

    Quanto questionei os idosos sobre se costumam participar nas actividadesdesenvolvidas no Centro, a maioria refere que participa nas actividades, como se pode

    verificar pelo grfico abaixo.

    10

    1

    3

    Sim

    No

    s vezes

    3

    71

    3

    1 1"Para me obrigar a sair de casa"

    "Pelo convvio com outras pessoas"

    " uma forma de ter apoio"

    "Porque estou sozinho em casa"

    "Gostei das instalaes e da gerncia"

    "Foi uma questo econmica"

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    31

    Como o Centro de Dia desenvolve um conjunto variado de actividades,

    questionei os idosos sobre quais aquelas em que costumam participar. O que obtive foi

    um conjunto distinto de respostas, sendo que as que mais se evidenciam foi Trabalhos

    Manuais, Jogos (Domino), Ginstica e Passeios.

    fundamental que as pessoas idosas participem em actividades de animao,

    contudo, no o simples facto de participarem em actividades de lazer que garante a

    promoo do bem-estar dos idosos. necessrio considerar a qualidade e o significado

    que as actividades tm para os mesmos (Simes, Lima, Vieira, Ferreira, Oliveira,

    Alcoforado, Neto, Ruiz, Cardoso, Felizardo, Sousa; 2006).

    Deste modo, questionei os idosos sobre que tipos de actividades mais gostam de

    realizar no Centro de Dia. Tambm nesta questo obtive um conjunto variado de

    respostas, destacando-se os Passeios, o Jogo do Domin as Actividades Fsicas

    (Ginstica)e os Trabalhos Manuais.

    Por fim, pedi que me apresentassem as actividades que gostariam de realizar no

    Centro de Dia, e que ainda no se realizam. Mais uma vez obtive um conjunto variado

    3

    6

    4

    4

    2 1 1

    Ginstica

    Trabalhos Manuais

    Todas as actividades

    Jogos (Dmino)

    Passeios

    Leitura

    Conversar

    3

    5

    3

    2

    3Trabalhos Manuais

    Passeios

    Actividades Fsicas (Ginstica)

    "Todas as actividades em grupo"

    Leitura

    Jogos (Dmino)

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    de respostas, destacando-se as actividades de Informtica os Passeios e

    Actividades Fsicas.

    Da anlise realizada aos questionrios, posso inferir que os utentes do Centro de

    Dia apresentam opinies distintas, dado que evidencia a heterogeneidade do pblico do

    Centro, bem como a extrema heterogeneidade da populao idosa. Na concepo do

    projecto de interveno foi tido em conta esta variedade de respostas dadas, pois

    objectivo do projecto que as actividades a desenvolver vo de encontro ao interesse dos

    idosos.

    1.2 O CENTRO DE DIA DOS LEES DE PORTUGAL

    Como o Centro de Dia se integra na Instituio Lees de Portugal, iniciei a

    entrevista Directora do Centro pela Caracterizao Geral dos Lees de Portugal, para

    deste modo proceder ao devido enquadramento do Centro de Dia.

    Os Lees de Portugal Grupo de Solidariedade Sportinguista nasceu em 1984por iniciativa de Moiss Ayash, Joo Padro, Viana Rodrigues, Olinda Arajo, Helena

    Dias Ferreira, Gilda Dias e Isabel Marques, com o objectivo de apoiar os sportinguistas

    mais necessitados e os mais jovens. Em 1997, uma vez comprovada e reconhecida a sua

    utilidade pblica, os Lees de Portugal foram reconhecidos oficialmente como

    Instituio Particular de Solidariedade Social (IPSS), passando a adoptar a designao

    actual: Lees de Portugal - Associao de Solidariedade Sportinguista, IPSS. a nica

    2

    2

    211

    1

    1

    1 1

    Informtica

    Passeios

    Actividade Fsica

    Actividades de Relaxamento

    "Gostava de fazer divulgao para trazermais utentes para o centro"Teatro

    Jornais Dirios/ Desportivos

    Jogar as cartas

    Coro

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    instituio de solidariedade dirigida a scios de um clube desportivo na Europa e talvez

    mesmo no mundo, contando actualmente com cerca de 700 associados (s/a, 2008).

    De acordo com a Coordenadora do Centro de Dia, as actividades desenvolvidas

    pelos Lees de Portugal so anuais, e so as seguintes: as Assembleias-gerais, a

    atribuio das bolsas de estudo, apoiar os scios com dificuldades, os passeios que

    podero ser entre um a dois por ano e o almoo de Natal. As valncias da Instituio

    Lees de Portugal so o Centro de Dia e futuramente o Servio de Apoio Domicilirio.

    No que diz respeito ao Centro de Dia em concreto, segundo a directora trata-se

    de um centro atpico na medida em que no existe uma mensalidade fixa () ns

    descontamos os dias em que as pessoas no vem, que uma coisa que no habitual

    nos centros de dia (); Aqui no, as pessoas s pagam de acordo com o dia que vem

    (). As vantagens de ser utente no Centro de Dia dos Lees de Portugal, para alm de

    no haver uma mensalidade fixa, o que nos tempos que correm de facto uma mais

    valia para muitos idosos, podem almoar no centro de dia quando quiserem e tambm

    podem participar nas diferentes actividades desenvolvidas no centro.

    Relativamente s infra-estruturas, a coordenadora refere que de acordo com as

    suas instalaes que possuem, e segundo a Segurana Social, tm capacidade para 60

    utentes. Porm, o que foi acordado formalmente com a Segurana Social que o Centro

    teria uma lotao para 45 utentes A verdade que ns assinados um acordo com a SS

    em que temos uma capacidade de 45, e no temos 45 () , sendo que o nmero real de

    utentes no Centro de Dia de 16 utentes. No que diz respeito ao horrio de

    funcionamento do centro, o mesmo foi definido de acordo com a frequncia dos utentes

    ao centro, nomeadamente das 10:00h s 17:30h.

    Segundo alguns estudos realizados por Gerontlogos, as diferenas individuais

    aumentam significativamente com a idade, o que quer dizer que as pessoas idosas so

    ainda mais diferentes entre si, do que so os outros adultos, ou as crianas e jovens(Simes, 2006). Rousseau citado por Simes, (2006), menciona que no se conhecem

    os idosos; e para lidar com eles necessrio comear por conhec-los, pois seguro

    que ns no os conhecemos. Segundo a Coordenadora, a populao do Centro de Dia

    muito heterognea, constituda por utentes autnomos, semi-autonomos e dependentes,

    e ainda com baixos nveis de escolaridade. Grande parte dos utentes mora fora da

    freguesia do Lumiar, e nem todos so scios do Sporting, mas so todos scios dos

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    Lees de Portugal. Apesar de nem todos os utentes serem scios do Sporting, a verdade

    que o Sporting a caracterstica que tm em comum.

    Como a populao idosa caracterizada por ser uma populao com

    caractersticas muito especficas, como a idade avanada, as dificuldades fsicas, as

    doenas, etc., fundamental haver cooperao e um bom trabalho de equipa entre os

    tcnicos que trabalham no centro de dia. A Coordenadora refere que as funcionrias so

    bastante versteis () porque ns somos versteis (), pois as tarefas desenvolvidas

    num centro de dia assim o exigem () alis o centro de dia exige versatilidade

    (); () a animadora tambm muito verstil ().

    O Centro de Dia dos Lees de Portugal tem condies bastante vantajosas para

    os utentes, para alm das excelentes infra-estruturas, aspecto referido por utentes de

    outros centros de dia que visitam o dos Lees de Portugal. Porm, apesar de segundo a

    Coordenadora ser feita a divulgao do centro de dia atravs de mailing, de diferentes

    meios de comunicao social e atravs do prprio Sporting Clube de Portugal durante

    os jogos de futebol, o que se verifica um reduzido nmero de utentes no centro de dia,

    como se pode confirmar pela capacidade de lotao do centro (45), e pelo nmero real

    de utentes que o integram (16). Este aspecto segundo a coordenadora pode ficar-se a

    dever ao facto de () ainda h muitas pessoas que preferem estar em casa (),

    porque consideram o centro de dia uma instituio para pessoas que j perderam a sua

    autonomia ou parte dela.

    Os autores que estudam o processo de envelhecimento tm apresentado

    diferentes tipos de actividades de interveno com pessoas mais velhas. De acordo com

    Jacob (2007), as actividades possveis de desenvolver junto do pblico idoso podem ser

    de natureza fsica ou motora, cognitiva ou mental, expresso plstica, expresso e

    comunicao, promotoras de desenvolvimento pessoal e social, ldica e comunitria.

    No Centro de Dia dos Lees de Portugal as actividades desenvolvidas regularmente so:os trabalhos manuais todos os dias depois do almoo, a leitura do Jornal do Sporting

    todas as teras-feiras, as aulas de movimento s teras e quintas-feiras, e os aniversrios

    dos utentes que fazem anos ao longo do ms festejados nas ltimas teras-feiras de cada

    ms. As actividades desenvolvidas so geridas de acordo com a disponibilidade e

    vontade dos utentes e so actividades adaptadas aos utentes () todo adaptado aos

    utentes (). Os idosos participam nas actividades tendo em conta os objectivos das

    actividades, na medida em que quando se desenvolve uma actividade que tem como

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    finalidade a angariao de fundos para o centro de dia, por exemplo, todos os utentes

    participam. Exemplo disso foram os trabalhos manuais realizados, como pinturas,

    elaborao de porta-retratos, etc., para angariar fundos para o centro, sendo que todos os

    utentes, inclusive os utentes do sexo masculino, que so por norma mais reticentes a

    este tipo de actividades, tambm colaboram. Ainda relativamente s actividades a

    Coordenadora do Centro refere que a participao dos utentes nas actividades

    fundamental pois contribui para estimular a nvel cognitivo e fsico. Porm o que se

    verifica que os utentes encontram-se pouco motivados para participar nas actividades

    fsicas () mas desistimos porque eles de facto so muito preguiosos (); ()

    porque eles pem na cabea que j no conseguem mudar e no fazem nada para

    mudar (), apesar de contraditoriamente, referirem que as actividades que mais

    gostariam de desenvolver serem as actividades fsicas. As actividades que os utentes

    mais gostam de desenvolver, segundo a Coordenadora so os trabalhos manuais e os

    jogos, concretamente o domin. As actividades que a Coordenadora espera futuramente

    desenvolver no Centro so a Informtica, actividade que alguns utentes referem como

    sendo uma das actividades que gostavam de desenvolver no centro.

    Apesar de muitas vezes as actividades terem que se desenvolver de acordo com a

    motivao dos utentes, fundamental construir um plano de actividades para que os

    utentes conheam as actividades que se pretende desenvolver. O plano de actividades do

    centro de dia elaborado mensalmente, havendo um folheto que dado a todos os

    utentes, para que estes tomem conhecimento das actividades que sero desenvolvidas no

    Centro durante o ms. Segundo a Coordenadora, como o Centro de Dia uma das

    valncias da Instituio dos Lees de Portugal, tambm integra o plano de actividades

    da Instituio que construda anualmente.

    Relativamente s principais dificuldades identificadas pela Coordenadora,

    destacam-se as de natureza financeira () dificuldade financeira (), a qual estdirectamente relacionada com outra dificuldade identificada pela Coordenadora, que o

    nmero reduzido de utentes no centro A falta de utentes (), e a falta de motivao

    dos utentes em participar nas actividades () esta parte da motivao e da

    participao deles a maior dificuldade que ns temos aqui (). Estas so as

    principais dificuldades apontadas pela Coordenadora, as quais pretendo minimizar com

    a elaborao do presente projecto.

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    Por fim, a Coordenadora falou ainda das parcerias que ocorrem entre o Centro

    de Dia e outras entidades. Existem parcerias com a Junta de Freguesia do Lumiar, em

    que os utentes do Centro participam nas vrias actividades desenvolvidas pela Junta,

    como passeios, festas, o piquenique do Dia Internacional do Idoso e participaram

    tambm num workshop de dana. Estas parcerias so, segundo a Coordenadora, uma

    mais valia no s para os utentes, porque interagem com outras pessoas; como para o

    Centro de Dia pois contribui para minimizar alguns custos inerentes s actividades, que

    em parceria so suportados por ambos () esta a minha perspectiva com as

    parcerias, uma mais valia, uma rentabilizao de recursos, ajuda a dar qualidade s

    actividades e a possibilitar mais coisas aos utentes ().

    1.3O/A ANIMADOR/A DE IDOSOS

    Com o reconhecimento da importncia de realizar actividades de animao junto

    da populao idosa, vem-se verificando que a maioria das instituies que acolhem

    idosos integram na sua equipa pelo menos um/a animador/a. Segundo a Associao

    Nacional de Animadores Socioculturais ANASC, o animador socio-cultural todo

    aquele que, sendo possuidor de uma formao adequada, capaz de elaborar e/ou

    executar um plano de interveno, numa comunidade, instituio ou organismo,

    utilizando tcnicas culturais, sociais, educativas, desportivas, recreativas e ldicas

    (ANASC, 2002). Quanto formao acadmica da animadora do centro de dia dos

    Lees de Portugal, esta possui formao tcnica de Animao Socio-cultural, e

    encontra-se no momento a tirar a Licenciatura em Animao Socio-cultural. Para alm

    desta formao acadmica especfica para a rea da animao, tambm possui formao

    profissional, mais concretamente o curso de ingls, o curso de tcnica de documentao

    e o curso de dactilografia.

    O percurso profissional da Animadora do centro de dia bastante diversificado eno passou especificamente pela rea da animao de idosos. A experincia profissional

    que possui, passou fundamentalmente pela educao de infncia a minha experincia

    era com midos, sendo que tambm exerceu actividade profissional na rea das

    relaes pblicas, trabalhou tambm como lojista e tambm desempenhou funes num

    ATL sempre com crianas. Deste modo o tipo de pblico com que trabalhou foi

    essencialmente crianas e apenas recentemente a populao idosa.

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    recursos financeiros. Tambm o facto de se tratar de um grupo muito heterogneo, o

    nmero reduzido de utentes e ter que despender mais tempo com os utentes

    dependentes, so identificadas como as dificuldades/problemas com que a animadora se

    depara no exerccio da sua funo. A animadora menciona algumas solues para

    colmatar estas dificuldades, como a realizao de actividades que possam integrar todos

    os idosos (autnomos, semi-autonomos, dependentes); conversando com os idosos

    sobre o que mais gostaram ou menos gostaram nas actividades, ou sobre quais as

    actividades que mais gostam de desenvolver ou gostariam de desenvolver; e criar

    actividades que permitam que os idosos se sintam mais teis torn-los mais teis,

    sentirem-se mais vivos.

    No que diz respeito ao interesse dos idosos pelas actividades, segundo a

    animadora, as actividades que os idosos mais gostam de desenvolver so os passeios

    fora do centro gostam de sair uma das actividades preferidas deles, portanto tanto

    fazer passeios aqui em Lisboa de metro de autocarro, portanto as actividades que

    mais gostam so realmente os passeios; gostam especialmente das actividades que

    envolvem lanche ir aos pastis de Belm uma coisa que eles adoram. Outra das

    actividades que a animadora considera que os idosos gostam de desenvolver conversar

    eles gostam imenso de conversar; e por fim a animadora identifica ainda a Ginstica

    como sendo uma das actividades que os idosos mais gostam de realizar.

    Como j foi referido, os idosos encontram-se por vezes pouco motivados para

    realizar actividades que so propostas pela animadora, sendo que para eles as

    actividades tm que ter um objectivo concreto fazer as actividades de Natal que tem

    um objectivo muito especifico que vender, para depois voltar a investir dinheiro na

    compra de mais materiais, ou mesmo pagar e entrada no museu.

    Verifica-se que a actividade de animador, especificamente de idosos, requer um

    conjunto de caractersticas especficas, que s sero adquiridas com a prtica diria.O/A animador/a muitas vezes o confidente, o conselheiro, o amigo e com o decorrer

    do tempo, a pessoa que est mais prximo do idoso. Os/As animadores/as so muitas

    vezes as pessoas que esto mais disponveis e presentes na vida do idoso e que lhes do

    ateno e afecto (Jacob, 2007).

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    2IDENTIFICAO E DEFINIO DOS PROBLEMAS

    A identificao dos problemas ou necessidades so, por norma, a fase de

    arranque de um projecto de interveno. com base na anlise do diagnstico da

    situao, concretamente a anlise das entrevistas Coordenadora do centro de dia e Animadora, dos questionrios aos utentes, bem como das conversas informais com os

    intervenientes mencionados anteriormente, e a recolha exaustiva de documentao

    terica, que foram definidos os problemas apresentados em seguida.

    PROBLEMAS RELACIONADOS

    COM O CENTRO DE DIA CAUSAS PROVVEIS

    POTENCIALIDADES PRESENTES

    NA SITUAO (RECURSOS)

    Nmero reduzido de utentes

    no Centro de Dia dos Lees

    de Portugal;

    As pessoas no conhecem o

    Centro de Dia;

    Falta de Divulgao do

    Centro de Dia comunidade

    envolvente;

    Os utentes terem que ser

    scios do Lees de Portugal.

    Centro de Dia com boas

    condies a nvel de infra-

    estruturas, espao, materiais,

    etc, para receber mais utentes;

    As condies oferecidas aos

    utentes so vantajosas a nvel

    econmico, pois s pagam os

    dias que vo ao centro de dia;

    Recursos humanos

    qualificados.

    Centro de Dia com verbas

    reduzidas;

    Directamente relacionado

    com o nmero reduzido de

    utentes;

    Apoios reduzidos por parte

    do Estado, s IPSS.

    Existncia de parcerias com

    outras instituies, para

    minimizar os custos;

    Integrar um maior nmero

    de voluntrios (3 a 4);

    Aproveitar os materiais

    disponibilizados pela

    animadora;

    Aproveitar as capacidades

    de cada utente.

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    PROBLEMAS RELACIONADOS

    COM O GRUPO-ALVO

    CAUSAS PROVVEIS POTENCIALIDADES PRESENTES

    NA SITUAO (RECURSOS)

    Falta de Motivao por

    parte dos utentes do Centro

    de Dia em participar nas

    actividades.

    O facto de se tratar de um

    grupo heterogneo, com

    interesses e nveis culturais

    diferentes;

    O nmero reduzido de

    utentes no centro;

    So realizadas poucas

    actividades;

    Os utentes dependentes

    levam a que haja menos

    tempo disponvel para estar a

    desenvolver actividades.

    Utentes interessados em

    participar em actividades do

    seu interesse;

    Envolver os utentes na

    definio das actividades;

    Envolver os utentes na

    angariao de mais utentes

    para o centro de dia.

    Nmero reduzido de utentes

    Verifica-se um nmero cada

    vez maior de utentes

    residentes a frequentar o

    centro com menorassiduidade;

    Como o nmero reduzido de

    utentes e de utentes efectivos

    a frequentar o centro com

    menor frequncia leva

    diminuio das verbas, e

    consequentemente diminui o

    oramento na compra de

    materiais para as actividades;

    O nmero reduzido de

    actividades devido falta de

    verbas leva desmotivao

    dos utentes em participar nas

    actividades existentes.

    Aumentar o nmero de

    utentes e a frequncia dos

    utentes efectivos no centro de

    dia; Aumentar as verbas do

    centro de dia, nem que seja

    apenas a nvel do oramento

    para a compra de material

    para o desenvolvimento das

    actividades;

    Dinamizar actividades que

    estejam directamente

    relacionadas com os interesses

    dos utentes.

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    42

    importante referir, que os problemas identificados so a base de todo o

    projecto de interveno, na medida em que um dos principais intuitos do presente

    projecto colmatar estes problemas.

    Em seguida sero definidas as finalidades, os objectivos gerais e especficos, e

    as estratgias do presente projecto.

    3FINALIDADES DO PROJECTO

    De acordo com Guerra (2002), as finalidades indicam a inteno de um projecto

    e a contribuio que estas podem trazer aos problemas e s situaes que se torna

    necessrio alterar. Com base nesta perspectiva, as finalidades deste projecto so:

    - Promover actividades que desenvolvam o bem-estar fsico, social, psicolgico

    e espiritual dos utentes do Centro de Dia dos Lees de Portugal;

    - Desenvolver actividades que divulguem o Centro de Dia dos Lees de Portugal

    junto da populao.

    4OBJECTIVOS GERAIS DO PROJECTO

    Depois de definidas as grandes finalidades do projecto, so apresentados os

    objectivos gerais, que descrevem as grandes linhas de trabalho a seguir, expressos em

    termos operacionais, sendo que deste modo no permitem saber se foram ou no

    atingidos (Guerra, 2002). Os objectivos gerais deste projecto de interveno so:

    - Estimular a participao dos utentes nas actividades desenvolvidas no centro;

    - Consciencializar os utentes para a importncia de participar nas actividades;

    - Conceber actividades do interesse dos utentes;

    - Permitir a interaco entre geraes (entre os utentes e crianas);

    - Divulgar o Centro de Dia dos Lees de Portugal;

    - Aumentar o nmero de utentes no Centro de Dia.

    5OBJECTIVOS ESPECFICOS DO PROJECTO

    Os objectivos especficos devem ser formulados de forma clara e precisa, na

    medida em que exprimem os resultados que se espera atingir. A definio destes

    objectivos no devem conter ambiguidades; sempre que possvel devem estar

    quantificados e devem ser qualitativos ou quantitativos (Guerra, 2002). Tendo em conta

    esta perspectiva os objectivos especficos deste projecto so:

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    _______________________________________________________________________

    43

    - Aumentar o nmero de utentes para cerca de 45 utentes inscritos no centro de

    dia, at ao ano de 2010;

    - Fazer com que 50% dos utentes do centro de dia participem nas actividades

    desenvolvidas;

    - Contribuir, a partir das actividades deste projecto, para o aumento da verba

    financeira do centro para cerca de 10% at ao final do ano de 2010;

    - Permitir que todos os utentes inscritos no centro, excepto aqueles que por

    motivos de sade no tenham capacidades, adquiram competncias bsicas ao

    nvel informtico at ao final do ano de 2010;

    - Fazer com que 50% dos scios do Sporting Clube de Portugal (SCP), tomem

    conhecimento da existncia do centro de dia dos Lees de Portugal.

    6APRESENTAO DAS ESTRATGIAS A UTILIZAR

    Depois de formulados os objectivos do projecto, necessrio identificar o que

    fazer para os atingir, isto , identificar quais as melhores estratgias para atingir os

    objectivos definidos. As estratgias devem ser encaradas como as grandes orientaes

    metodolgicas do projecto.

    A definio das estratgias segundo Guerra (2002), obedece a uma lgica

    diferente da sistematizao analtica das etapas da metodologia de projecto. Trata-se de

    um processo indutivo, e nesse sentido bastante intuitivo, na medida em que o real

    demasiado complexo, pois envolve uma multiplicidade de parmetros que so inerentes

    ao real e deste modo h dificuldade em medir o seu peso e em prospectivar/ prever a sua

    evoluo, dada a mudana constante dos meios sociais.

    Quando estamos a analisar situaes reais do quotidiano, no caso em concreto a

    realidade de um Centro de Dia, inevitvel haver uma anlise subjectiva na apreciao

    das situaes e dos valores com que se julga o presente e se prospectiva o futuro. Esta

    anlise subjectiva dos factos no pode ser encarada como uma recusa dos mtodos

    formais de anlise metdica dos problemas e da tomada racional de decises, esta deve

    ser vista como uma necessidade de organizar, colectivamente, a subjectividade inerente

    complexidade do conhecimento e interveno no domnio do social.

    Os critrios que foram tidos em conta para a definio das estratgicas, que

    sero apresentadas em seguida, tiveram em conta os utentes do centro de dia, pois todas

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    as actividades visam a participao activa destes e o envolvimento da Direco dos

    Lees de Portugal e do SCP no apoio ao desenvolvimento das actividades.

    Iniciar o projecto de interveno pela apresentao do projecto Direco

    dos Lees de Portugal e Direco do Sporting Clube de Portugal (SCP), e

    solicitar apoios a nvel financeiro e material para a execuo das vrias

    actividades;

    Envolver os utentes do Centro de Dia em todo o processo de definio e

    dinamizao das actividades, para que estes se sintam integrados nas actividades

    e desta forma participem activamente no seu desenvolvimento;

    Dar a conhecer o Centro de Dia dos Lees de Portugal a toda a comunidade

    envolvente, de modo a que os indivduos interessados se possam inscrever como

    utentes do Centro de Dia, e deste modo aumentar o nmero de utentes do centro;

    Vender alguns dos produtos resultantes das actividades e assim aumentar o

    oramento do centro.

    O que se pretende com as estratgias apresentadas para este projecto colmatar

    os problemas identificados na anlise do diagnstico.

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    CAPTULO III PLANO DE ACTIVIDADES

    Para definir o plano de actividades foi necessrio ter em conta a anlise do

    diagnstico, a identificao e definio dos problemas/necessidades, os objectivos e

    estratgias do projecto. Em seguida sero descritos os diferentes temas do projecto queintegram as respectivas actividades, tarefas e etapas, e no ponto 2 apresentada a

    calendarizao com a identificao das diferentes actividades a desenvolver.

    1.ACTIVIDADES DO PROJECTO

    Seguidamente sero apresentadas as actividades inerentes ao projecto. O

    projecto possui cinco temas, sendo que cada tema integra as diferentes actividades.

    TTEEMMAAII::VVIISSIITTAAAAOOCCEENNTTRROODDEEDDIIAADDOOSSLLEEEESSDDEE

    PPOORRTTUUGGAALLEEAAOOSSPPOORRTTIINNGGCCLLUUBBEEDDEEPPOORRTTUUGGAALL

    ((SSCCPP))

    DESCRIO GLOBAL DO TEMA

    Pretende-se dar a conhecer comunidade envolvente o Centro de Dia dos Lees de Portugal, e destemodo contribuir para o aumento do nmero de utentes, e consequentemente aumentar as verbas do

    Centro de Dia, dois dos principais problemas identificados.

    Para isso ir-se-o desenvolver vrias actividades que culminam na visita ao estdio Alvalade XXI e ao

    Centro de Dia dos Lees de Portugal.

    A visita ao Estdio do SCP uma estratgia para incentivar a visitar tambm o centro de dia.

    1. Etapa -Reunir com os utentes do Centro de dia com o intuito de apresentar de forma global o

    tema e perceber as opinies.2. Etapa -Reunir com a direco do Centro de Dia para apresentar o tema bem como as diferentes

    actividades que se pretende desenvolver, e solicitar apoio material ou monetrio para a realizao das

    actividades.

    3. Etapa -Reunio com a direco do Sporting Clube de Portugal para apresentar o tema das

    diferentes actividades, e solicitar apoio material ou monetrios para a realizao das actividades.

    4. Etapa - Definio das Actividades

    ACTIVIDADE 1Descrio Construo do folheto de Divulgao da Visita ao Centro de Dia e ao SCP.

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    Metodologia

    Elaborar em power point uma breve apresentao do centro de dia com o seguinte

    contedo: origem do centro; caractersticas gerais; actividades desenvolvidas, o

    que necessrio para se inscrever no centro de dia, bem como os benefcios de ser

    utente. Aps a apresentao ser relatada pelos utentes a sua experincia como

    utentes do centro de dia. Esta apresentao ser visualizada no final da visita ao

    centro de dia.

    Recursos

    HumanosTcnica do Projecto; Animadora; e Auxiliar.

    Recursos

    MateriaisComputador.

    ACTIVIDADE 4

    Descrio Construo de um folheto com uma breve apresentao do centro de dia.

    Objectivos

    Especficos

    Construir um folheto com as caractersticas gerais do centro de dia e descrever o

    que necessrio para ser utente do centro de dia e quais o benefcios;

    Entregar aos participantes no final da apresentao do centro.

    Metodologia

    Elaborao em Computador num documento Word de um folheto em tamanho A4,

    em que conste: as caractersticas gerais do centro de dia; actividades realizadas no

    centro; fotos do centro de dia e das actividades realizadas; o que necessrio para

    se tornar utente do centro de dia e os benefcios de ser utente.

    Recursos

    HumanosTcnica do Projecto; Animadora; Auxiliar e Coordenadora do centro de dia.

    Recursos

    MateriaisComputador; papel A4 (branco); impressora; tinteiros.

    ACTIVIDADE 5Descrio Visita ao Sporting Clube de Portugal (SCP) e ao Centro de Dia

    Objectivos

    Especficos

    Ter cerca de 25 participantes na visita ao SCP e ao centro de dia;

    Fazer uma visita guiada por um dos utente do centro de dia, ao estdio Alvalade

    XXI;

    Fazer uma visita guiada ao centro de dia pela animadora do centro;

    Visualizar a apresentao em power point do centro de dia.

    Metodologia

    Definir como ponto de encontro o centro de dia dos Lees de Portugal, e quando

    todos os participantes estiverem reunidos dar inicio a visita pelo estdio do SCP. O

    guia da visita conduzir os participantes pelo estdio, e no final encaminhar os

    participantes novamente para o centro de dia. A visita ao estdio ser

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    acompanhada tambm pela animadora e pela coordenadora. Ao chegar ao centro

    de dia a animadora ser a guia da visita aos diferentes espaos do centro de dia.

    Quando o centro de dia estiver apresentado os participantes tero cadeiras e sofs

    disponveis na sala do centro de dia para se poder proceder visualizao da

    apresentao do centro de dia. No final da apresentao alguns dos utentes do

    centro iro relatar a sua experiencia como utentes, e ser tambm entregue o

    folheto de apresentao do centro de dia.

    Re