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Centro Espírita Obreiros do Caminho Evangelização Infanto-Juvenil “Coletânea de Conteúdos – Volume 4” - Volume 1 - “Porque Evangelizar...?” “A Importância da Evangelização” - Volume 2 - “Recursos Didáticos - Dinâmicas” - Volume 3 -

Apostila como contar historias

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Page 1: Apostila como contar historias

Centro Espírita Obreiros do Caminho

Evangelização Infanto-Juvenil

“Coletânea de Conteúdos – Volume 4”

- Volume 1 -“Porque Evangelizar...?”

“A Importância da Evangelização”

- Volume 2 - “Recursos Didáticos - Dinâmicas”

- Volume 3 - “Arte: Teatro e Música”

- Volume 4 - “Como Contar Histórias”

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Índice dos Tópicos Abordados

- P R E P A R A Ç Ã O -...............................................................................................................................3

- T É C N I C A D E Q U E B R A-G E L O....................................................................................3

- A P R E S E N T A Ç Ã O -......................................................................................................................3

TEXTO PARA REFLEXÃO – EM GRUPO.....................................................................................................4

- I N T R O D U Ç Ã O -................................................................................................................................5

AFINAL O QUE É PRECISO PARA CONTAR A HISTÓRIA?......................................................................................5

- D E S E N V O L V I M E N T O -..........................................................................................................6

LITERATURA......................................................................................................................................................6A LITERATURA NA EVANGELIZAÇÃO.........................................................................................................6A ESCOLHA DA HISTÓRIA.............................................................................................................................6FAIXA ETÁRIA E INTERESSES.....................................................................................................................8ESTRUTURA DA NARRATIVA........................................................................................................................9

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................9ENREDO..........................................................................................................................................................9CLÍMAX............................................................................................................................................................9DESFECHO.....................................................................................................................................................9OBSERVAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA DA NARRATIVA...............................................................10

O CONTADOR DE HISTÓRIAS....................................................................................................................10CUIDADOS QUE CONTRIBUEM PARA O ÊXITO DA NARRAÇÃO......................................................11A ADAPATAÇÃO DE UMA HISTÓRIA INFANTIL......................................................................................11FORMAS DE APRESENTAÇÃO DAS HISTÓRIAS...................................................................................12ATIVIDADES A PARTIR DA HISTÓRIA.......................................................................................................14

- F I N A L I Z A Ç Ã O -.............................................................................................................................15

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- P R E P A R A Ç Ã O -

- Músicas: “Te Ofereço Paz”“Natureza”

- Prece: pelo Coordenador

- T É C N I C A D E Q U E B R A-G E L O

- Apresentação dos participantes: “Quanto mais andarmos juntos”“Eu te vejo”

- O que o participante espera do encontro.

- A P R E S E N T A Ç Ã O -

- Explicação dos objetivos da oficina dentro do Tema: Paz com Jesus

Oficina de Formação de Contadores de Histórias

Oficina: “Como contar Histórias

Duração Prevista: _____ minutos

Descrição Breve: o Através de várias histórias infantis o contador de histórias apresenta

técnicas que possibilitarão ao Evangelizador desenvolver a criatividade, a sociabilidade, a descoberta e a integração do Evangelizando enquanto indivíduo no espaço sócio-cultural.

o Valendo-se do Tema: “Paz com Jesus”, estaremos disponibilizando aos participantes subsídios necessários para uma dinâmica de desenvolvimento prático para as aulas de evangelização tanto na casa espírita como para a prática e vivência do culto do evangelho no lar.

Público Alvo: pessoas ligadas às atividades de Evangelização em geral (evangelizadores, pais, educadores, etc).

No. de Participantes: a ser definido pela organização.

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TEXTO PARA REFLEXÃO – EM GRUPO

Texto: (Barker e Escarpit)

É na infância pré-escolar que se formam as atitudes fundamentais diante do livro.

A criança que toma contato com o livro pela primeira vez ao entrar na escola, costuma associar a leitura com a situação escolar, principalmente se não há leitura no meio familiar.

Se o trabalho escolar é difícil e pouco compensador, a criança pode adquirir aversão a leitura e abandoná-la completamente quando deixar a escola.

É conveniente então que o livro entre para a vida da criança antes da idade escolar e passe a fazer parte de seus brinquedos e atividades cotidianas.

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- I N T R O D U Ç Ã O -

Afinal o que é preciso para contar a história?

Antes: o Processo de escolha;o Ler várias vezes para deixar a história entrar - perceber a emoção da história;o Conversar antes com as crianças para que a história não seja interrompida;o Esquematizar mentalmente ou em um script (roteiro) a introdução, o

desenvolvimento e a conclusão da história.

Durante: o Controlar a voz (modulações, ritmo, altura):

Pronunciar pausadamente as palavras, especialmente as que dão a dinâmica da história. Não esquecer da concordância padrão das palavras.

o Se for o caso, aproveitar momentos para a participação do publico;o Sempre que possível inserir uma música ou adereços.

Depois: o Ouvir as manifestações do público

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- D E S E N V O L V I M E N T O -

LITERATURA

A HISTÓRIA faz parte da cultura de todos os povos.Conhecida como um dos mais eficazes meios de se transmitir

conhecimento, foi largamente utilizada pelo Cristo através de suas Parábolas.Através dela, chega aos corações dos homens: conhecimentos,

condutas e valores que lhe enriquecem a alma. Ao deparar com situações semelhantes, o homem relembra, inconscientemente, a atitude/resposta que ouviu na história, tendendo a repeti-la.

Na Evangelização, o evangelizador tem a responsabilidade de transmitir à criança o conteúdo Evangélico-Doutrinário.

A história entra como ferramenta riquíssima, como condutora dos valores morais cristãos e do conhecimento espírita.

Somos responsáveis pelo conteúdo da história que escolhemos. Saibamos escolher com maturidade e senso crítico aqueles conteúdos que tocarão tão profundamente os corações infantis.

A LITERATURA NA EVANGELIZAÇÃO

Quando alguém se propõe a analisar o papel da literatura na Escola de Evangelização, não pode fazê-lo separadamente. Ela é parte de um sistema. O sistema é ensino-aprendizagem e como tal, não é um fim em si mesma, é apenas um meio, um recurso.

Em primeiro lugar é preciso colocar-se o objetivo maior do trabalho, aquele que será alcançado não apenas em um ano de atividades, mas numa integração de vários anos. Deseja-se que os freqüentadores das Escolas de Evangelização discriminem os princípios básicos da Doutrina Espírita e organizem um sistema de vida à luz desses princípios, com base nos ensinamentos evangélicos. Em outras palavras, preparem-se para a vivência da Doutrina.

Se atingiremos ou não esse objetivo, só o saberemos a partir da observação constante e sistemática de tais evangelizandos, na Escola de Evangelização, no lar, na comunidade e, mais tarde, por aquilo que sua vida nos revelar.

Partindo-se desse objetivo justifica-se o papel da Literatura neste trabalho, sempre de acordo com o interesse do evangelizando.

Eis porque se considera a Literatura apenas um meio, que dependerá do objetivo de cada aula, dos interesses daqueles com quem se trabalha; de suas necessidades; da adequação ao assunto, ao meio ambiente, às condições do evangelizador e dos evangelizandos e de suas experiências.

A ESCOLHA DA HISTÓRIA

Alguns critérios precisam ser usados a fim de se escolher apropriadamente a história que melhor se adeqüe à nossa aula, tais como:

o Levar em consideração o objetivo da aula - Qual o tema da aula? Qual seu objetivo? Apenas com esses dados em mãos escolheremos satisfatoriamente a história.

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A prévia análise nos possibilitará a retirada ou adaptação de detalhes que fujam do objetivo da aula, ou que possam conduzir o evangelizando a conceitos errôneos sob o tema em enfoque.

o Ser totalmente doutrinária - A pureza doutrinária será preservada se cada um de nós se predispuser, em seu campo de ação, a utilizar seu senso crítico.

A história, não obstante bela, pode induzir quem a escuta a conceitos errôneos. A rigidez na análise da história, impedindo-se a divulgação de conceitos doutrinariamente errôneos deve ser considerada como imprescindível pelo contador da história. Pontos dúbios, errôneos devem ser evitados através da adaptação da história.

Se os erros doutrinários não puderem ser retirados sem o comprometimento da própria História, então esta deve ser abandonada, escolhendo-se outra em

seu lugar.

o Levar em consideração as características do evangelizando - A história, para ser bem absorvida, compreendida e explorada deve ser escolhida com base nas características do evangelizando, seu grau de escolaridade, idade, maturidade, grau de alfabetização, motivação pelo tema, além das características sócio-culturais do meio em que vive.

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FAIXA ETÁRIA E INTERESSES

Até 3 anos Histórias de bichinhos, brinquedos, objetos, seres da natureza (humanizados); histórias de crianças.

3 a 6 anos Histórias de repetição e acumulativos (Dona Baratinha, A Formiguinha e a neve); histórias de fadas.

7 anos Histórias de crianças, animais e encantamento, aventuras no ambiente próximo (ambiente familiar comunidade); histórias de fadas.

8 anos Histórias de fadas com enredo mais elaborado; histórias humorísticas.9 anos Histórias de fadas; histórias vinculadas a realidade. 10 anos em diante

Aventuras, narrativas de viagens, explorações, invenções. Fábulas, mitos e lendas.

Se necessário, adaptemos o vocabulário àquele conhecido pelo evangelizando, não abrindo mão de enriquecê-lo.

o Observar o ambiente em que será contada a história - Quantos evangelizandos há? Qual o tamanho da sala? Há áreas livres? Está muito quente ou muito frio? Os evangelizandos estão bem? O prévio trabalho de análise da história poderá ser desperdiçado se, ao a contarmos, não propiciarmos ao evangelizando meios de absorvê-la bem. Se necessário, utilizemos recursos de apoio, tais como gravuras, slides, “cineminha”, colocar os evangelizandos sentadas no chão, levar para baixo de uma árvore, arredar móveis, etc.

OBS: A escolha da história funciona como uma chave mágica e tem importância decisiva no processo narrativo. Chave, não uma varinha de condão. Chave requer habilidade para ser manejada – habilidade que se conquista com empenho e estudo.

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ESTRUTURA DA NARRATIVA

INTRODUÇÃO

É a parte inicial, preparatória. Tem por objetivo localizar o enredo da história no tempo e no espaço,

apresentar os personagens principais e caracterizá-los. Deve ser curta, dar as informações necessárias para facilitar a compreensão

do que se vai escutar. A introdução diz: quando (Era uma vez...), onde (numa floresta distante),

quem (três porquinhos decidiram fazer uma casa para morar). Estabelece o contato inicial entre o narrador e o ouvinte, devendo ser

enunciada com voz clara, pausada, uniforme.

ENREDO

Diz respeito à sucessão dos episódios, os conflitos que surgem e a ação dos personagens.

Esses episódios devem ser apresentados numa seqüência bem ordenada, mantendo-se a expectativa até alcançar o clímax.

CLÍMAX

É o ponto culminante da história. Surge como uma resultante de todos os acontecimentos que formam o

enredo. As variações da voz do contador, com breves e oportunas pausas preparam

o momento culminante.

DESFECHO

É a conclusão da história.

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ENREDO

INTRODUÇÃO DESFECHO

CLÍMAX

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Onde o contador aproveita para rematar os pontos principais da história.

OBSERVAÇÕES SOBRE A ESTRUTURA DA NARRATIVA

É importante ressaltar no enredo o que é essencial e o que são detalhes. O essencial deve ser contado na íntegra e os detalhes podem fluir por conta da criatividade do narrador no momento.

Estudar uma história é também inventar as músicas ou adaptar a letra a músicas conhecidas conforme a sugestão do texto, que são introduzidas no decorrer do enredo ou no seu final.

Quem se propõe a fazê-lo, adquire maior confiança, familiariza-se com os personagens, vivencia emoções que poderá transmitir, fazendo adaptações convenientes e trabalhando cada elemento com a devida técnica.

Adaptar não significa modificar o texto aleatoriamente. As adaptações devem tornar mais espontânea a linguagem escrita e dar um tom harmônico à narrativa como um todo.

O CONTADOR DE HISTÓRIAS

Cuidados ao se escolher uma história:

Conhecer o tema da aula Ter em mente os objetivos que deseja alcançar Analisar a história em seu aspecto moral, doutrinário, recreativo. Conhecer o ambiente, o tempo disponível, a criança, a cultura local.

A preparação do contador:

Saber bem a história Preparar o material ilustrativo Adaptá-la, se necessário, modificando palavras, encurtando-a. Experimentar contar antes a história Explicar às crianças, quando necessário, o significado das palavras chaves à

compreensão Motivá-las para a história

Ao contar a História, o evangelizador precisa:

Conhecer o enredo com toda a segurança Ter confiança em si mesmo Narrar com naturalidade, sem afetação Ser comedido nos gestos Evitar tiques, cacoetes, estribilhos Dispensar atenção a todos Falar com voz agradável Sentir a história

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Utilizar linguagem adequada, correta Seguir a seqüência regular da história Explorar corretamente o membro fantasia, de modo a não criar confusões na

mente infantil, estabelecendo conceitos errôneos

A ficção e a fantasia não devem entrar quando a intenção é usar princípios doutrinários.

CUIDADOS QUE CONTRIBUEM PARA O ÊXITO DA NARRAÇÃO

No começo é interessante cantar com os evangelizandos. Cantar, bater palmas, levantar os braços facilita a concentração dos ouvintes.

A duração da narrativa em si depende da faixa etária e do interesse que suscita: 5 a 10 minutos para os pequeninos, de 15 a 20 minutos para os maiores.

No que se refere às interrupções, as quais não têm a ver com o enredo, o contador, em nenhum caso, interrompe a narrativa. Se foi um adendo, confirma-o com um sorriso, uma palavra, um gesto de assentimento. Caso contrário, fixa o olhar na direção de quem o interrompeu, sorri e com um gesto pede-lhe para aguardar.

Se o narrador mantiver sempre uma atitude calma e tranqüila, sem se impacientar ou irritar-se, mesmo os evangelizandos que não conseguem ficar atentos, breve serão bons ouvintes, pois nada melhor que uma história para desenvolver a capacidade de atenção.

Conversa depois da história. Comentar, ao que parece, prolonga o deleite, conduz a novas leituras da trama, dos personagens, a uma compreensão mais nítida e esclarecedora.

Comentário do ouvinte evidencia o efeito da história contada e oferece condições para avaliar sua maior ou menor repercussão. É nessa fase, inclusive, que o narrador apreende reações dos evangelizandos, aprimorando-se na prática da arte de contar e aperfeiçoando um estilo próprio.

A ADAPATAÇÃO DE UMA HISTÓRIA INFANTIL

Quanto ao conteúdo: Eliminar tudo o que não concorra para aumentar o seu valor Retirar aspectos anti-doutrinários Incluir diálogos ou acontecimentos que facilitem a compreensão do tema

Quanto à extensão: História longa - elimina-se alguns fatos, verificando-se os indispensáveis.

Resumir as explicações preliminares, suprimir digressões (desvios do

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assunto), diminuir os personagens, evidenciando as ações do personagem principal.

História muito curta - amplia-se, obedecendo-se uma seqüência lógica de eventos e eliminando ocorrências que vão de encontro aos princípios doutrinários, mantendo a seqüência lógica dos assuntos.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DAS HISTÓRIAS

Estudar uma história é ainda escolher a melhor forma ou o recurso mais adequado para apresenta-la. Os recursos mais utilizados são:

a simples narrativa; a narrativa com o auxílio do livro; o uso de gravuras, de flanelógrafos, de desenhos; narrativa com interferência do narrador e dos ouvintes.

1- SIMPLES NARRATIVAMais fascinante de todas as formas, a mais antiga, mais tradicional e

autêntica expressão do contador de histórias.Não requer nenhum acessório e se processa por meio da voz do narrador, de

sua postura. Este, por sua vez, com as mãos livres, concentra toda a sua força na expressão corporal. Lendas, fábulas e histórias recolhidas da tradição oral são melhor transmitidas sob a forma de simples narrativa e ainda é a maneira que mais contribui para estimular a criatividade. A utilização de material ilustrativo nos exemplos citados, poderia desviar a atenção do ouvinte, que deve estar fixa no narrador.

2 - COM O LIVRO Há textos que requerem, indispensavelmente, apresentação do livro, pois a

ilustração os complementa. Examinando-se livros onde se destaca a apresentação gráfica e a imagem é tão rica quanto o texto, verifica-se a propriedade do recurso.

Essa apresentação, além de incentivar o gosto pela leitura (mesmo no caso dos ainda não alfabetizados) contribui para resolver a seqüência lógica do pensamento infantil.

Devemos mostrar o livro para as crianças virando lentamente as páginas com a mão direita, enquanto a esquerda sustenta a parte inferior do livro.

Narrar com o livro não é propriamente ler a história. O narrador a conhece, já a estudou e a vai contando com suas próprias palavras, sem titubeios, vacilações ou consultas ao texto, o que prejudicaria a integridade da narrativa.

3 - COM DESENHOS

É um recurso atraente no caso de histórias de poucos personagens e traços rápidos. Pode ser desenhado no quadro de giz ou papel de metro.

Aguça a curiosidade dos ouvintes.

4 - COM GRAVURAS

As gravuras favorecem, sobretudo, as crianças pequenas, permitem que elas observem detalhes e contribuem para a organização do pensamento. Isso lhes

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facilitará mais tarde a identificação da idéia central, fatos principais, fatos secundários, etc.

Antes da narrativa, empilham-se as gravuras em ordem viradas para baixo. À medida que vai contando, o narrador as coloca uma a uma no suporte próprio.

5 - COM O FLANELÓGRAFO

Este recurso é ideal para ser usado nas histórias em que a personagem principal entra e sai de cena, movimenta-se num vai e vem durante o enredo.

Na gravura reproduz-se a cena. No flanelógrafo, cada personagem é colocado, individualmente, ocupando seu lugar no quadro, o que dá a idéia de movimento.

O mais importante nessa técnica é a ação do personagem principal, num movimento constante.

6 - COM INTERFERÊNCIAS DO NARRADOR E DOS OUVINTESSeja qual for a forma de apresentação, pode-se introduzir a interferência, se o

texto a requer ou sugere.A interferência resulta da criatividade do narrador, que a incorpora ao texto

para tornar a narrativa mais atraente. É um excelente recurso quando se trata de público numeroso, em locais abertos, facilitando a concentração dos ouvintes. No entanto, é preciso cuidado para não transforma-la em programa de auditório, pois ela deve surgir em decorrência do enredo e ser mantida em equilíbrio sob o controle do narrador.

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ATIVIDADES A PARTIR DA HISTÓRIA

Há vários tipos de atividades que podem ser desenvolvidas, com base nas sugestões que o enredo oferece.

Dramatização; Pantomima (mímica, gestos); Desenho, recortes, modelagem, dobraduras, cartões, marcadores de livros; Criação de textos orais e escritos (confecção de livros, poemas, quadrinhas,

etc.); Brincadeiras e teatro de bonecos e fantoches; Construção de maquetes.

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- F I N A L I Z A Ç Ã O -

BEM-AVENTURADOS OS MANSOS E PACÍFICOS

Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (S. MATEUS, cap. V, v. 4.)

Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes. Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso que significava homem que não vale nada, e se pronunciava cuspindo e virando para o lado a cabeça. Vai mesmo mais longe, pois que ameaça com o fogo do inferno aquele que disser a seu irmão: És louco.

Evidente se torna que aqui, como em todas as circunstâncias, a intenção agrava ou atenua a falta; mas, em que pode uma simples palavra revestir-se de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação? E que toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade que deve presidir às relações entre os homens e manter entre eles a concórdia e a união; é que constitui um golpe desferido na benevolência recíproca e na fraternidade que entretém o ódio e a animosidade; é enfim, que, depois da humildade para com Deus, a caridade para com o próximo é a lei primeira de todo cristão.

Mas, que queria Jesus dizer por estas palavras: "Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra", tendo recomendado aos homens que renunciassem aos bens deste mundo e havendo-lhes prometido os do céu?

Enquanto aguarda os bens do céu, tem o homem necessidade dos da Terra para viver. Apenas, o que ele lhe recomenda é que não ligue a estes últimos mais importância do que aos primeiros.

Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no céu, porque serão chamados filhos de Deus. Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.

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