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Bueno, Cassio Scarpinella€¦ · 3.1 Morte ou perda da capacidade processual de qualquer das partes ... Fase Postulatória 1. Para começar 2. Petição inicial 2.1 O juízo a que

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  • ISBN978-85-472-0473-0

    Bueno,CassioScarpinellaManualdedireitoprocessualcivil:inteiramenteestruturadoluzdonovoCPC,deacordocomaLein.13.256,de4-2-2016/CassioScarpinellaBueno.2.ed.rev.,atual.eampl.SoPaulo:Saraiva,2016.Bibliografia.1.Processocivil2.ProcessocivilBrasil3.ProcessocivilLegislaoBrasilI.Ttulo.CDU347.9(81)

    ndicesparacatlogosistemtico:

    1.Brasil:Direitoprocessualcivil347.9(81)

    2.Brasil:Processocivil347.9(81)

    DireoeditorialLuizRobertoCuriaGernciaeditorialThasdeCamargoRodriguesAssistnciaeditorialDanielPavaniNaveiraCoordenaogeralClarissaBoraschiMaria

    PreparaodeoriginaisMariaIzabelBarreirosBitencourtBressaneAnaCristinaGarcia(coords.)

    ProjetogrficoClaudirenedeMouraSantosSilvaArte,diagramaoerevisoKnow-HowEditorial

    ConversoparaE-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvadorServioseditoriaisElaineCristinadaSilva|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro

    CapaAeroComunicao

    Datadefechamentodaedio:12-2-2016

    Dvidas?

    Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito

    Nenhumaparte desta publicao poder ser reproduzida por qualquermeio ou forma sem a prvia

    http://www.editorasaraiva.com.br/direito
  • autorizaodaEditoraSaraiva.AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.

  • AbreviaturaseSiglas

    Prlogo

    Notaprvia2edio

    Captulo1-ConsideraesPropeduticas

    ConsideraesPropeduticas

    1.Oobjetododireitoprocessualcivilouoqueestudaodireitoprocessualcivil?

    2.Omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil

    2.1Princpiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil

    2.1.1Acessojustia

    2.1.2Devidoprocessolegal(devidoprocessoconstitucional)

    2.1.3Contraditrio(cooperao)

    2.1.4Ampladefesa

    2.1.5Juiznatural

    2.1.6Imparcialidade

    2.1.7Duplograudejurisdio

    2.1.8ColegialidadenosTribunais

    2.1.9ReservadoPlenrioparadeclararainconstitucionalidadedeleiouatonormativo

    2.1.10Isonomia

    2.1.11Publicidade

    2.1.12Motivao

    2.1.13Vedaodasprovasilcitasouobtidaspormeiosilcitos

    2.1.14Assistnciajurdicaintegralegratuita

    2.1.15Duraorazoveldoprocesso(eficinciaprocessual)

  • 2.1.16Efetividadedoprocesso(efetividadedodireitopeloenoprocesso)

    2.1.17Princpios-sntese

    2.2Organizaojudiciria

    2.3FunesessenciaisJustia

    2.3.1Magistratura

    2.3.2MinistrioPblico

    2.3.3Advocacia

    2.3.4Defensoriapblica

    2.4Procedimentosjurisdicionaisconstitucionalmentediferenciados

    2.5Reflexo

    3.Institutosfundamentaisdodireitoprocessualcivil

    3.1Jurisdio

    3.2Ao

    3.3Processo

    3.4Defesa

    4.Oneoconcretismo

    4.1Tutelajurisdicional

    4.1.1Cogniojurisdicional

    4.2Procedimento

    5.Convite

    ResumodoCaptulo1

    Captulo2-NormasProcessuaisCivis

    NormasProcessuaisCivis

    1.Paracomear

    2.Normasfundamentaisdoprocessocivil

    2.1Omodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil

    2.2Oprincpiodainrciadajurisdio

    2.3Acessojustiaemeiosalternativosdesoluodeconflitos

  • 2.4Princpiodaeficinciaprocessual

    2.5Aboa-fobjetiva

    2.6Princpiodacooperao(modelocooperativodeprocesso)

    2.7Princpiodaisonomia(paridadedearmas)

    2.8Hermenuticadodireitoprocessualcivil

    2.9Princpiodocontraditrio

    2.10Aindaemaisocontraditrio:vedaodasdecises-surpresa

    2.11Princpiosdapublicidadeedafundamentao

    2.12Ordemcronolgicadeconcluso

    3.Aplicaodasnormasprocessuais

    ResumodoCaptulo2

    Captulo3-FunoJurisdicional

    FunoJurisdicional

    1.Paracomear

    2.Jurisdio

    3.Ao

    3.1Legitimaoextraordinria

    3.2Aindasobreointeressedeagir

    4.Limitesdajurisdionacional

    5.Cooperaointernacional

    5.1Disposiesgerais

    5.2Auxliodireto

    5.3Cartarogatria

    5.4Disposiescomuns

    6.Competncia

    6.1Disposiesgerais

    6.2Modificaodacompetncia

    6.3Incompetncia

  • 7.Cooperaonacional

    ResumodoCaptulo3

    Captulo4-SujeitosdoProcesso

    SujeitosdoProcesso

    1.Paracomear

    2.Parteseprocuradores

    2.1Capacidadedeestaremjuzoecapacidadeprocessual(legitimaoprocessual)

    2.2Deveres

    2.3Responsabilidadedaspartespordanoprocessual

    2.4Despesas,honorriosadvocatciosemultas

    2.5GratuidadedaJustia

    2.6Dosprocuradores(advocaciaprivada)

    2.7Sucessodaspartesedosprocuradores

    3.Litisconsrcio

    3.1Regimedolitisconsrcio

    4.Intervenodeterceiros

    4.1Assistncia

    4.1.1Assistnciasimpleseassistncialitisconsorcial

    4.1.2Atuaodoassistente

    4.1.3Justiadadeciso(eficciadainterveno)

    4.2Denunciaodalide

    4.2.1Posiododenunciado

    4.2.2Julgamentodadenunciaoeverbasdesucumbncia

    4.3Chamamentoaoprocesso

    4.3.1Sentenadeprocedncia

    4.4Incidentededesconsideraodapersonalidadejurdica

    4.5Amicuscuriae

    5.JuizeauxiliaresdaJustia

  • 5.1Deveres-podereseresponsabilidadedojuiz

    5.2Impedimentoesuspeio

    5.3AuxiliaresdaJustia

    5.3.1Escrivo,chefedesecretariaeoficialdejustia

    5.3.2Perito

    5.3.3Depositrioeadministrador

    5.3.4Intrpreteetradutor

    5.3.5Conciliadoresemediadoresjudiciais

    6.MinistrioPblico

    7.Advocaciapblica

    8.DefensoriaPblica

    ResumodoCaptulo4

    Captulo5-AtosProcessuais

    AtosProcessuais

    1.Paracomear

    2.Forma,tempoelugardosatosprocessuais

    3.Formadosatosprocessuais

    3.1Prticaeletrnicadeatosprocessuais

    3.2Atosdaspartes

    3.3Pronunciamentosdojuiz

    3.4Atosdoescrivooudochefedesecretaria

    3.5Negciosprocessuais

    3.6Calendrioprocessual

    4.Tempodosatosprocessuais

    5.Lugardosatosprocessuais

    6.Prazos

    6.1Contagemefluncia

    6.2Verificaoepenalidades

  • 7.Comunicaodosatosprocessuais

    7.1Citao

    7.1.1Modalidadesdecitao

    7.2Cartas

    7.3Intimaes

    8.Nulidades

    9.Distribuioeregistro

    10.Valordacausa

    ResumodoCaptulo5

    Captulo6-TutelaProvisria

    TutelaProvisria

    1.Paracomear

    2.Nomenclaturaempregada

    3.Tutelaprovisriaesuasespcies

    4.Disposiesgerais

    4.1Competncia

    4.2Deverdemotivao

    4.3Duraodatutelaprovisria

    4.4Dever-podergeraldeasseguramento(cautela)edesatisfao(antecipao)

    4.5Tutelaprovisriarequeridaemcarterincidental

    4.6Recorribilidadedasinterlocutriasrelativasatutelaprovisria

    5.Tuteladeurgncia

    5.1Pressupostos

    5.2Cauo

    5.3Concessoliminaroumedianteaudinciadejustificao

    5.4Quandohouverirreversibilidade

    5.5Efetivaodatutelaprovisriadeurgnciadenaturezacautelar

    5.6Responsabilidadepelaprestaodatuteladeurgncia

  • 6.Tutelaantecipadarequeridaemcarterantecedente

    6.1Petioinicial

    6.2Seconcedidaatutelaantecipadaantecedente

    6.3Senoconcedidaatutelaantecipadaantecedente

    6.4Senohouveraditamentodapetioinicial

    6.5Estabilizaodatutelaprovisria

    6.5.1Dinmicadaestabilizao

    7.Tutelacautelarrequeridaemcarterantecedente

    7.1Citaodoruesuasatitudes

    7.2Apresentaodopedidoprincipal

    7.3Durao

    7.4Indeferimentodatutelacautelarepedidoprincipal

    8.Tuteladaevidncia

    9.Restriestutelaprovisria

    ResumodoCaptulo6

    Captulo7-Formao,SuspensoeExtinodoProcesso

    Formao,SuspensoeExtinodoProcesso

    1.Paracomear

    2.Formaodoprocesso

    3.Suspensodoprocesso

    3.1Morteouperdadacapacidadeprocessualdequalquerdaspartes,deseurepresentantelegaloudeseuprocurador

    3.2Convenodaspartes

    3.3Arguiodeimpedimentooususpeio

    3.4Admissodeincidentederesoluodedemandasrepetitivas

    3.5Relaesexternascomadecisodemrito

    3.5.1Relaoentreprocessoscivilepenal

    3.6Foramaior

  • 3.7Tribunalmartimo

    3.8OutroscasosprevistosnoCPC

    4.Extinodoprocesso

    4.1Extinodoprocessoeprviosaneamento

    ResumodoCaptulo7

    Captulo8-FasePostulatria

    FasePostulatria

    1.Paracomear

    2.Petioinicial

    2.1Ojuzoaquedirigida

    2.2Qualificaodaspartes

    2.3Ofatoeosfundamentosjurdicosdopedido

    2.4Opedidocomassuasespecificaes

    2.5Ovalordacausa

    2.6Asprovascomqueoautorpretendedemonstraraverdadedosfatosalegados

    2.7Aopodoautorpelarealizaoounodeaudinciadeconciliaooudemediao

    2.8Outrasexigncias

    3.Juzodeadmissibilidadedapetioinicial

    3.1Juzodeadmissibilidadepositivo

    3.2Juzodeadmissibilidadeneutro

    3.3Juzodeadmissibilidadenegativo

    3.3.1Indeferimentodapetioinicial

    3.3.2Improcedncialiminardopedido

    4.Audinciadeconciliaooudemediao

    4.1Norealizao

    4.2Dinmica

    5.Contestao,reconveno,reveliaeoutroscomportamentosdoru

    5.1Contestao

  • 5.1.1Prazo

    5.1.2Preliminares

    5.1.2.1Inexistnciaounulidadedacitao

    5.1.2.2Incompetnciaabsolutaerelativa

    5.1.2.3Incorreodovalordacausa

    5.1.2.4Inpciadapetioinicial

    5.1.2.5Perempo

    5.1.2.6Litispendnciaecoisajulgada

    5.1.2.7Conexo

    5.1.2.8Incapacidadedaparte,defeitoderepresentaooufaltadeautorizao

    5.1.2.9Convenodearbitragem

    5.1.2.10Ausnciadelegitimidadeoudeinteresseprocessual

    5.1.2.11Faltadecauooudeoutraprestaoquealeiexigecomopreliminar

    5.1.2.12Indevidaconcessodobenefciodegratuidadedejustia

    5.1.3Defesasdemrito

    5.2Reconveno

    5.3Revelia

    5.4Outroscomportamentosdoru

    ResumodoCaptulo7

    Captulo9-FaseOrdinatria

    FaseOrdinatria

    1.Paracomear

    2.Providnciaspreliminares

    3.Julgamentoconformeoestadodoprocesso

    3.1Extinodoprocesso

    3.1.1Extinosemresoluodemrito

    3.1.2Extinocomresoluodemrito

    3.1.3Extinoparcial

  • 3.2Julgamentoantecipadodomrito

    3.3Julgamentoantecipadoparcialdomrito

    3.4Saneamentoeorganizaodoprocesso

    3.4.1Esclarecimentoseajustesnadecisodesaneamentoeorganizao

    3.4.2Delimitaoconsensualdasquestesdefatoededireito

    3.4.3Audinciadesaneamento(saneamentocooperativo)

    3.4.4Provatestemunhal

    3.4.5Provapericial

    ResumodoCaptulo9

    Captulo10-FaseInstrutria

    FaseInstrutria

    1.Paracomear

    2.Audinciadeinstruoejulgamento

    2.1Aberturaeadiamentodaaudincia

    2.2Instruoedebates

    2.3Julgamento

    3.Direitoprobatrio

    3.1Disposiesgerais

    3.2Princpios

    3.3nusdaprova

    3.4Objetodaprova

    3.5Dinmicadaprova

    4.Produoantecipadadaprova

    5.Atanotarial

    6.Depoimentopessoal

    6.1Produododepoimento

    7.Confisso

    7.1Espcieseregimejurdico

  • 8.Exibiodedocumentooucoisa

    8.1Exibiorequeridaemfacedapartecontrria

    8.2Exibiorequeridaemfacedeterceiro

    8.3Exibiodeterminadadeofcio

    9.Provadocumental

    9.1Foraprobantedosdocumentos

    9.2Arguiodefalsidade

    9.3Produodaprovadocumental

    10.Documentoseletrnicos

    11.Provatestemunhal

    11.1Admissibilidadeevalordaprovatestemunhal

    11.2Produodaprovatestemunhal

    12.Provapericial

    12.1Perito,assistentestcnicoseatospreparatriosdapercia

    12.2Produodaprovapericial

    12.3Avaliaodapercia

    12.4Perciaconsensual

    13.Inspeojudicial

    ResumodoCaptulo10

    Captulo11-FaseDecisria

    FaseDecisria

    1.Paracomear

    2.Sentena

    2.1Sentenasterminativas

    2.1.1Indeferimentodapetioinicial

    2.1.2Paralisaoeabandonodoprocesso

    2.1.3Ausnciadepressupostosprocessuaisdeexistnciaoudevalidade.Presenadepressupostosprocessuaisnegativos

  • 2.1.4Irregularidadenoexercciododireitodeao

    2.1.5Desistncia

    2.1.6Intransmissibilidadedodireito

    2.1.7Outroscasos

    2.1.8Atuaooficiosadojuiz

    2.1.9Peculiaridaderecursal

    2.1.10Reproposituradademanda

    2.2Sentenasdefinitivas

    2.2.1Acolhimentoourejeiodopedido

    2.2.2Decadnciaouprescrio

    2.2.3Homologaodeatosdispositivosouautocompositivos

    2.2.4Possibilidadedejulgamentodemrito

    2.3Elementosdasentena.Deverdefundamentao

    2.4Vinculaodasentenaao(s)pedido(s)

    2.5Fatosnovos

    2.6Princpiodainvariabilidadedasentena

    3.Hipotecajudiciria

    4.Remessanecessria

    5.Julgamentodasaesrelativassprestaesdefazer,denofazeredeentregarcoisa

    5.1Prestaesdefazerounofazer

    5.2Prestaesdeentregadecoisa

    5.3Conversoemperdasedanos

    6.Sentenaeemissodedeclaraodevontade

    7.Coisajulgada

    7.1Coisajulgadaformalecoisajulgadamaterial

    7.2Limitesobjetivos

    7.2.1Coisajulgadaequestesprejudiciais.Ainsubsistnciadaaodeclaratriaincidental

    7.3Limitessubjetivos

  • 7.4Limitestemporais

    7.5Precluso

    ResumodoCaptulo11

    Captulo12-Liquidao

    Liquidao

    1.Paracomear

    2.Liquidaoparcial

    3.Limitescognitivosdaliquidao

    4.Liquidaoporarbitramento

    5.Liquidaopeloprocedimentocomum

    6.Quandosetratardeclculosaritmticos

    7.Liquidaoprovisria

    ResumodoCaptulo12

    Captulo13-CumprimentodeSentena

    CumprimentodeSentena

    1.Paracomear

    2.Disposiesgerais

    2.1Iniciativadoexequente.Intimaodapartecontrria

    2.2Ttulosexecutivosjudiciais

    2.2.1Decisoquereconheceexigibilidadeobrigacional

    2.2.2Decisohomologatriadeautocomposiojudicial

    2.2.3Decisohomologatriadeautocomposioextrajudicial

    2.2.4Formalecertidodepartilha

    2.2.5CrditodeauxiliardaJustia

    2.2.6Sentenapenalcondenatriatransitadaemjulgado

    2.2.7Sentenaarbitral

    2.2.8Sentenaedecisointerlocutriaestrangeiras

  • 2.2.9Citaoparainciodaetapadecumprimento

    2.3Competncia

    2.4Protestodadecisotransitadaemjulgado.Negativaodoexecutado

    3.Cumprimentoprovisrio

    3.1Conceitoeespcies

    3.2Regimedocumprimentoprovisrio

    3.2.1Impugnao

    3.2.2Incidnciademultanocasodenopagamento

    3.2.3Honorriosdeadvogado

    3.2.4Retornoaoestadoanterior

    3.2.5Execuoprovisriaettuloexecutivoextrajudicial

    3.3Dispensadacauo

    3.3.1Manutenodacauo

    3.3.2Prestaodacauo

    3.4Documentaoparaocumprimentoprovisrio

    3.4.1Momentodeformulaodorequerimento

    3.5Outrasmodalidadesobrigacionais

    4.Cumprimentodefinitivodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodepagarquantiacerta

    4.1Flunciadoprazoparapagamento

    4.2Orequerimentoparainciodaetapadecumprimento.Demonstrativodiscriminadoeatualizadodocrdito

    4.3Impugnao

    4.3.1Matriasarguveisnaimpugnao

    4.3.1.1Faltaounulidadedacitao

    4.3.1.2Ilegitimidadedeparte

    4.3.1.3Inexequibilidadedottuloouinexigibilidadedaobrigao

    4.3.1.4Penhoraincorretaouavaliaoerrnea

    4.3.1.5Excessodeexecuooucumulaoindevidadeexecues

  • 4.3.1.6Incompetnciaabsolutaourelativadojuzodaexecuo

    4.3.1.7Causasmodificativasouextintivasdaobrigao

    4.3.2Suspeioeimpedimento

    4.3.3Efeitosuspensivo

    4.3.4Procedimentodaimpugnao

    4.3.5Manifestaesdoexecutadoapsaimpugnao.Exceeseobjeesdepr-executividade

    4.4Iniciativadoru

    4.5Atipicidadedosmeiosexecutivos

    5.Cumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodeprestaralimentos

    5.1Outrastcnicasexecutivas

    5.2Tiposdealimentostutelados

    5.3Constituiodecapital

    6.CumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodepagarquantiacertapelaFazendaPblica

    6.1Impugnao

    6.1.1Efeitosuspensivo

    6.2Pagamentoporprecatrioourequisiodepequenovalor

    7.Cumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodefazer,denofazeroudeentregarcoisa

    7.1Cumprimentodasentenaemsetratandodeobrigaesdefazeroudenofazer

    7.1.1Tutelaespecficaeresultadoprticoequivalente

    7.1.2Tcnicasexecutivas

    7.1.2.1Especialmenteamulta

    7.2Cumprimentodasentenaquereconheaaexigibilidadedeobrigaodeentregarcoisa

    ResumodoCaptulo13

    Captulo14-ProcedimentosEspeciais

  • ProcedimentosEspeciais

    1.Paracomear

    1.1Umtemacomvariaes

    1.2Primeiravisodosprocedimentosespeciais

    1.3Anomenclaturaempregada

    2.Aodeconsignaoempagamento

    3.Aodeexigircontas

    4.Aespossessrias

    5.Aodedivisoededemarcaodeterrasparticulares

    6.Aodedissoluoparcialdesociedade

    7.Inventrioepartilha

    8.Embargosdeterceiro

    9.Oposio

    10.Habilitao

    11.Aesdefamlia

    12.Aomonitria

    13.Homologaodopenhorlegal

    14.Regulaodeavariagrossa

    15.Restauraodeautos

    16.Jurisdiovoluntria

    16.1Disposiesgerais

    16.2Notificaoeinterpelao

    16.3Alienaojudicial

    16.4Divrcioeseparaoconsensuais,aextinoconsensualdeunioestveleaalteraodoregimedebensdomatrimnio

    16.5Testamentosecodicilos

    16.6Heranajacente

    16.7Bensdosausentes

    16.8Coisasvagas

  • 16.9Interdio

    16.10Disposiescomunstutelaecuratela

    16.11Organizaoefiscalizaodasfundaes

    16.12Ratificaodosprotestosmartimosedosprocessostestemunhveisformadosabordo

    ResumodoCaptulo14

    Captulo15-ProcessodeExecuo

    ProcessodeExecuo

    1.Paracomear

    2.Disposiesgeraisdaexecuo

    2.1Partes

    2.2Competncia

    2.3Ttuloexecutivo

    2.3.1Letradecmbio,notapromissria,duplicata,debntureecheque

    2.3.2Escriturapblicaououtrodocumentopblicoassinadopelodevedor

    2.3.3Documentoparticularassinadopelodevedoreporduastestemunhas

    2.3.4InstrumentodetransaoreferendadopeloMinistrioPblico,pelaDefensoriaPblica,pelaAdvocaciaPblica,pelosadvogadosdostransatoresouporconciliadoroumediadorcredenciadoportribunal

    2.3.5Contratogarantidoporhipoteca,penhor,anticreseououtrodireitorealdegarantiaeaquelegarantidoporcauo

    2.3.6Contratodesegurodevidaemcasodemorte

    2.3.7Crditodecorrentedeforoelaudmio

    2.3.8Crditodealugueldeimveleencargosacessrios

    2.3.9CertidodedvidaativadaFazendaPblicadaUnio,dosEstados,doDistritoFederaledosMunicpios,correspondenteaoscrditosinscritosnaformadalei

    2.3.10Crditoreferentescontribuiesordinriasouextraordinriasdecondomnioedilcio

    2.3.11Certidoexpedidaporserventianotarialouderegistrorelativaavaloresdeemolumentosedemaisdespesasdevidaspelosatosporelapraticados,fixadosnastabelas

  • estabelecidasemlei

    2.3.12Demaisttulosaosquaisaleiatribuirforaexecutiva

    2.3.13Ttulosexecutivosextrajudiciaisestrangeiros

    2.3.14Ttuloexecutivoeprocessodeconhecimento

    2.4Responsabilidadepatrimonial

    2.5Fraudeexecuo

    3.Diversasespciesdeexecuo

    3.1Petioinicial

    3.2Execuoparaentregadecoisa

    3.2.1Coisacerta

    3.2.2Coisaincerta

    3.3Execuodasobrigaesdefazeroudenofazer

    3.3.1Obrigaesdefazer

    3.3.2Obrigaesdenofazer

    3.4Execuoporquantiacerta

    3.4.1Citaoearresto

    3.4.2Certidocomprobatriadaadmissodaexecuo

    3.4.3Penhora,depsitoeavaliao

    3.4.3.1Documentaodapenhora,registroedepsito

    3.4.3.2Lugardarealizaodapenhora

    3.4.3.3Modificaesdapenhora

    3.4.3.4Modalidadesdepenhora

    3.4.3.4.1Penhoradedinheiroemdepsitoouemaplicaofinanceira

    3.4.3.4.2Penhoradecrditos

    3.4.3.4.3Penhoradequotasouaesdesociedadespersonificadas

    3.4.3.4.4Penhoradeempresa,deoutrosestabelecimentosedesemoventes

    3.4.3.4.5Penhoradepercentualdefaturamentodeempresa

    3.4.3.4.6Penhoradefrutoserendimentosdecoisamvelouimvel

  • 3.4.3.5Avaliao

    3.4.4Expropriao

    3.4.4.1Adjudicao

    3.4.4.2Alienao

    3.4.4.2.1Alienaoporiniciativaparticular

    3.4.4.2.2Alienaoemleilojudicial

    3.4.5Satisfaodocrdito

    3.4.5.1Levantamentopeloexequente

    3.4.5.2Concursosingulardecredores

    3.4.6ExecuocontraaFazendaPblica

    3.4.7Execuodealimentos

    4.Embargosexecuo

    4.1Prazo

    4.2Fundamentos

    4.3Rejeioliminar

    4.4Efeitosuspensivo

    4.5Procedimentoejulgamento

    4.6Moratria

    5.Suspensoeextinodoprocessodeexecuo

    5.1Suspenso

    5.2Extino

    ResumodoCaptulo15

    Captulo16-ProcessosnosTribunais

    ProcessosnosTribunais

    1.Paracomear

    2.Disposiesgerais

    2.1Direitojurisprudencial

    2.2Julgamentodecasosrepetitivos

  • 3.OrdemdosprocessosnosTribunais

    3.1Deveres-poderesdorelator

    3.2Preparativosparaojulgamento

    3.3Sustentaooral

    3.4Dinmicaedocumentaodosjulgamentos

    3.5Prolongamentodojulgamentonoscasosdejulgamentopormaioria

    4.Incidentedeassunodecompetncia

    4.1Pressupostosefinalidade

    4.2Competncia

    4.3Legitimidadeeinstaurao

    4.4Consequnciasdojulgamento

    5.Incidentedearguiodeinconstitucionalidade

    5.1Dispensa

    5.2Instruo

    5.3Julgamentoeconsequncias

    6.Conflitodecompetncia

    6.1Instauraoelegitimidade

    6.2Contraditrioeinstruo

    6.3Atitudesdorelator

    6.4Julgamentocolegiadoeconsequncias

    7.Homologaodedecisoestrangeiraeexequatur

    7.1Abrangncia

    7.2Homologaodemedidasdeurgncia

    7.3Elementosparaahomologao

    7.4Procedimento

    7.5Cumprimento

    8.Aorescisria

    8.1Hiptesesdecabimento

  • 8.1.1Aaoanulatria

    8.2Legitimidade

    8.3Petioinicial

    8.4Tutelaprovisria

    8.5Procedimento

    8.6Julgamento

    8.7Prazo

    9.Incidentederesoluodedemandasrepetitivas

    9.1Feioepressupostosdeadmissibilidade

    9.2Legitimados

    9.3Ofciooupetiodeinstaurao

    9.4Admissibilidade

    9.5Atitudesdorelator

    9.5.1Suspensodosprocessos

    9.5.1.1EspecialmenteasuspensorequeridaaoSTJouaoSTF

    9.5.2Instruo

    9.6Julgamento

    9.6.1Abrangncia

    9.6.2Consequncias

    9.6.3Divulgao

    9.6.4Prazo

    9.7Revisodatese

    9.8Recursoextraordinrioerecursoespecial

    10.Reclamao

    10.1Naturezajurdica

    10.2Hiptesesdecabimento

    10.3Competncia,legitimidadeepetioinicial

    10.4Atitudesdorelatoreprocedimento

  • 10.5Julgamentoesuasconsequncias

    ResumodoCaptulo16

    Captulo17-Recursos

    Recursos

    1.Paracomear

    2.Elementosdeumateoriageraldosrecursos

    2.1Definio

    2.2Classificao

    2.3Princpios

    2.4Juzodeadmissibilidadeejuzodemrito

    2.5Efeitos

    3.Disposiesgerais

    3.1Cabimento

    3.2Eficciaimediataeefeitosuspensivo

    3.3Legitimidade

    3.4Recursoadesivo

    3.5Atosdispositivosrelativosaorecurso

    3.6Tempestividade

    3.7Recursodelitisconsorte

    3.8Preparo

    3.9Efeitosubstitutivo

    3.10Baixadeautos

    4.Apelao

    4.1Petiodeinterposio

    4.1.1Questesnovas

    4.2Efeitosuspensivo

    4.2.1Atribuioopejudicisdoefeitosuspensivo

    4.3Efeitodevolutivoetranslativo

  • 4.4NoTribunal

    5.Agravodeinstrumento

    5.1Petiodeinterposio

    5.1.1Formaodoinstrumento

    5.2Apresentaonaprimeirainstncia

    5.3NoTribunal

    6.Agravointerno

    6.1Petiodeinterposio

    6.2Julgamento

    7.Embargosdedeclarao

    7.1Prazo

    7.2Processamento

    7.3Efeitosuspensivo

    7.4Julgamento

    7.5Efeitomodificativo

    7.6Multa

    7.7Embargosdedeclaraoeprequestionamento

    8.Recursoordinrio

    8.1Aplicaodadisciplinadaapelaoedoagravodeinstrumento

    9.Recursoextraordinrioerecursoespecial

    9.1Petiodeinterposio

    9.2Efeitosuspensivo

    9.3Demonstraodarepercussogeral

    9.4Contrarrazes

    9.5Interposiosimultnea

    9.6Reenvio

    9.7Julgamento

    9.8Recursosextraordinrioeespecialrepetitivos

  • 9.8.1Identificaodaocorrnciaderecursosmltiplosesuaseleo

    9.8.2SuspensodosprocessosdeterminadapeloTJouTRF

    9.8.3Decisodeafetao

    9.8.4SuspensodosprocessosdeterminadapelosTribunaisSuperiores

    9.8.4.1Suspensonocasodoincidentederesoluodedemandarepetitiva

    9.8.5Preparaoparajulgamento

    9.8.6Julgamentoeconsequncias

    9.8.6.1NoSTFenoSTJ

    9.8.6.2NosTJs,nosTRFsenaprimeirainstncia

    9.8.7Manutenodoacrdorecorrido

    9.8.8Julgamentodeoutrasquestesperanteotribunaldeorigem

    10.Agravoemrecursoespecialeemrecursoextraordinrio

    11.Embargosdedivergncia

    11.1Demonstraodadivergncia

    11.2Processamento

    ResumodoCaptulo17

    Eplogo

    Vocabulrio

    deDireitoProcessualCivil

    Bibliografia

    Sites**

  • CassioScarpinellaBuenoAdvogadoformadopelaFaculdadedeDireitoda

    PontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo(PUCSP),instituionaqualobteve

    os ttulos de Mestre (1996), Doutor (1998) e Livre-docente (2005) em Direito

    ProcessualCivil,todoscomanotamxima,eondeexerceasfunesdeProfessor-

    doutor de Direito Processual Civil nos cursos de Graduao, Especializao,

    Mestrado eDoutorado.VisitingScholar daColumbiaUniversity (NovaYork) no

    anoacadmicode2000/2001.Vice-PresidentedoInstitutoBrasileirodeDireito

    Processual (IBDP), e membro do Instituto Iberoamericano de Direito Processual

    (IIDP)edaAssociaoInternacionaldeDireitoProcessual(IAPL).

    Integrou a Comisso Revisora do Anteprojeto do novo Cdigo de Processo

    CivilnoSenadoFederaleparticipoudosEncontrosdeTrabalhodeJuristassobreo

    mesmoProjetonombitodaCmaradosDeputados.

    autor de 21 livros, dentre os quais destacam-se os seguintes, todos

    publicados pela Editora Saraiva: (1)Curso sistematizado de direito processual

    civil(em7volumes);(2)NovoCdigodeProcessoCivilanotado;(3)Projetosde

    novoCdigodeProcessoCivilcomparadoseanotados:SenadoFederal (PLSn.

    166/2010) e Cmara dosDeputados (PL n. 8.046/2010); e (4)Amicus curiae no

    processocivilbrasileiro:umterceiroenigmtico.

    Escreveu mais de 60 livros em coautoria e mais de 70 artigos cientficos,

    alguns publicados em revistas estrangeiras. Desenvolve intensa atividade

    acadmica em todo o territrio nacional, como palestrante e conferencista, bem

    comonosprincipaisEncontrosdeProcessualistasdoexterior.

  • Numa lindamanh de sol, fomos ns trs passear na praia; fomos plantar sementes para,

    juntos,colhermososnossossonhos.Ouvindoamsicadomaredoventoesobaluzdosol,

    pensamosnonomedele,quejestavaconosco,toprotegidoetoaconchegado,dentrodela.

    Tenhocertezadequeelesabe,desdeaqueledia,quefoiasuairmzinhaquemoescolheu.E

    foi,porisso,pornadamais,queseuprimeirosorrisofoiparaela.

    DedicoesteManualaele,onossoqueridoMateus.Seunome,diferentementedoquedizem

    sobrenomes,significatantoedemaneiratoprofunda,tonossa,onossoser.Anstrs,s

    nosrestaagradecer,emuito,esempre...

    Aprendianotentarconvencerningum.Otrabalhodeconvencerumafaltaderespeito,

    umatentativadecolonizaodooutro.

    JosSaramago

  • ADCTAtodasDisposiesConstitucionaisTransitrias(daConstituioFederal)

    art.artigo

    CADEConselhoAdministrativodeDefesaEconmica

    CCCdigoCivil(Lein.10.406,de10dejaneirode2002)

    CComCdigoComercial(Lein.556,de25dejunhode1850)

    CFConstituioFederal

    CLTConsolidaodasLeisdoTrabalho(Decreto-Lein.5.452,de1demaiode1943)

    CNJConselhoNacionaldeJustia

    CNPJCadastroNacionaldePessoasJurdicas

    coord.coordenadores

    CPCdigoPenal(Decreto-Lein.2.848,de7dedezembrode1940)

    CPCCdigodeProcessoCivil

    CPCde1939CdigodeProcessoCivilde1939(Decreto-Lein.1.608,de18desetembrode1939)

    CPCde1973CdigodeProcessoCivilde1973(Lein.5.869,de11dejaneirode1973)

    CPCde2015CdigodeProcessoCivilde2015(Lein.13.105,de16demarode2015)

    CPFCadastrodePessoasFsicas

    CPPCdigodeProcessoPenal(Decreto-Lein.3.689,de3deoutubrode1941)

    CTNCdigoTributrioNacional(Lein.5.172,de25deoutubrode1966)

    CVMComissodeValoresMobilirios

    DJeDiriodaJustiaEletrnico

    ECEmendaConstitucional

  • INPIInstitutoNacionaldaPropriedadeIndustrial

    j.julgado

    LCLeiComplementar

    m.v.maioriadevotos

    Min.Ministro(a)

    OABOrdemdosAdvogadosdoBrasil

    org.organizadores

    PUCSPPontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo

    RERecursoExtraordinrio

    REspRecursoEspecial

    RISTFRegimentoInternodoSupremoTribunalFederal

    RISTJRegimentoInternodoSuperiorTribunaldeJustia

    ss.seguintes

    STFSupremoTribunalFederal

    STJSuperiorTribunaldeJustia

    TJTribunaldeJustiadosEstadose/oudoDistritoFederaleTerritrios

    TJsTribunaisdeJustiadosEstadose/oudoDistritoFederaleTerritrios

    TRFTribunalRegionalFederal

    TRFsTribunaisRegionaisFederais

    un.unnime

    USPUniversidadedeSoPaulo

    v.ver

    vol.volume

  • AelaboraodeumManualdedireitoprocessualcivildeveu-sefundamentalmenteaquatrofatores.

    Oprimeiro relaciona-sesconstantessolicitaesdealunos,nososdagraduao,paraqueeu

    escrevesse algo mais condensado do que meu Curso sistematizado de direito processual civil,

    preservando,contudo,asmesmasideiasepremissastericasquel,comovagarquesetevolumesme

    permitem,desenvolvo.Que,emsuma,escrevessealgoqueseparecessemaiscomaexperinciaqueeles

    tmemsaladeaulaquandoexponhoaquelasideiasdoquecomaleituradotextorespectivo.

    Osegundofoiumpedidodemeuseditoresedaspessoasque,indispensveisaoprocessoeditorial,

    sempre me deram todo o suporte necessrio para que meus livros-solo, como os chamo, viessem a

    pbliconosltimosdezessete anos.DesdequandoconcluioCursosistematizado, oDr.AntonioLuiz

    ToledoPinto, ento frentedoEditorial JurdicodaSaraiva, e, logoaps,oDr.LuizRobertoCuria,

    Diretor do Editorial Direito & Concursos, e, mais recentemente, a Thas de Camargo Rodrigues e o

    DanielPavaniNaveira,tambmdomesmoEditorial,e,desdesempre,oLuizLopesCarneiroFacchini,

    responsvelpelasvendasuniversitrias,sempresugeriramqueeu,aexemplodeoutrosautoresdacasa,

    tivesse tambmumManual para ofertar ao leitor interessado outra forma,mais breve, de conhecer e

    estudarodireitoprocessualcivil.

    OterceirofoioCPCde2015.Nessecaso,odesafiodeescreverumManualfoi,antesdetudo,uma

    maneiradeeuprprioestudarmaisdetidamenteonovoCdigo,preparando-meparaasinmerasaulas,

    detodososnveiseemtodososlugaresquevenhotendooprivilgiodeministrar.comoseescrever

    esteManualfosseummododeaprenderapensarerefletirsobreaqueleCdigo.Comosempre,estudei

    simulando aulas, escrevendo, ditando emeditando a respeito do objeto de estudo. Isso aprendi desde

    muitocedocomminhame,entoservi-medestametodologia.

    Oquartoeltimofatortambmrelaciona-seaoCPCde2015.Emumsentidomaisretrospectivoque

    oanterior,esteManualquerrefletirtodaaexperinciaque,desdeosprimeirosmovimentosemdireo

    ao que hoje a Lei n. 13.105/2015, acumulei. E no foi pouca: tive o privilgio de participar da

    ComissoTcnicadeapoioelaboraodorelatrio-geralnoSenadoFederalno2semestrede2010,

    ao ladodo saudosoMinistroAthosGusmoCarneiro, doDesembargador eProfessorDorivalRenato

  • PavanedoProfessorLuizHenriqueVolpeCamargo, sobabatutadoSenadorValterPereira,doMato

    GrossodoSul;elaborei,aoladodeoutrostrsDiretoresdoInstitutoBrasileirodeDireitoProcessual,a

    ProfessoraAdaPellegriniGrinover,oProfessorCarlosAlbertoCarmonaeoProfessorPauloHenrique

    dos Santos Lucon, umSubstitutivo ao Projeto aprovado no Senado, relatando-o (ao qual, alis, tanto

    deve a verso final doCPCde 2015); e participei de inmeras reunies de trabalho e discusses ao

    longo dos trabalhos na Cmara dos Deputados, a convite do Relator Geral do Projeto naquela casa,

    DeputadoFederalPauloTeixeira,deSoPaulo.

    Masnos.Nosltimosanos,ministreiincontveisaulasnaFaculdadedeDireitodaPUCSP,tendo

    especificamentecomoobjetoosProjetosdoSenadoedaCmarae,maisrecentemente,oprpriotexto

    aprovado do novo Cdigo (uma das disciplinas optativas ofertadas aos 9 e 10 semestres mais

    concorridas entre os alunos); ofertei, ao lado da Professora Teresa Arruda Alvim Wambier, uma

    disciplina no Doutorado querendo investigar o direito jurisprudencial do CPC de 2015, tudo sem

    prejuzodascentenasdeoportunidadesque,emtodooBrasil,tiveparatratar,discutir,analisarecriticar

    osProjetos,participandodosmaisvariadoseventos,congressosefrunsdediscusso.

    SobreosProjetos,alis,nopossodeixardemencionar,aindaparailustrarestequartofator,olivro

    queescrevisobreeles,comparandoodoSenadocomodaCmarainiciativaqueviabiliza,alis,uma

    discussosriasobreoslimitesdoprocessolegislativoeaversofinaldoCPCde2015,pouqussimo

    comum,emboraindispensvel,e,comoCdigojpromulgado,olanamentodomeuNovoCdigode

    ProcessoCivilanotado,querecebeugenerosssimaacolhidadopblicoleitor.

    Asntesedessesquatrofatoresoqueoprezadoleitortememsuasmos.

    NesteManualqueroexporodireitoprocessualciviltendocomopanodefundoprincipalmente,mas

    nos,oCPCde2015.Eexp-lodaformamaisdireta,simplesefidedignapossvel.Umvolumes,

    bem direto, para que todos ns possamos compreender, com a leitura rpida de uma escrita a mais

    didticapossvel,odireitoprocessualcivilextradodoenoCPCde2015.Quaseumaboa conversa

    sobreodireitoprocessualcivil,tendooCPCde2015comorefernciaobrigatria.

    Noapenas e exclusivamente sobreoCPCde2015, evidentequeno.H elementos alheios ao

    Cdigo (e a qualquer outra lei ordinria) que devem ser levados em conta pelo processualista civil,

    mesmoquandoapropostaaexposiodemaneirasimplesdesuamatria.oprprioart.1doCPC

    de 2015 que o evidencia, ao remeter seu intrprete necessidade de o processo civil ser ordenado,

    disciplinado e interpretado, conforme os valores fundamentais estabelecidos na Constituio da

    RepblicaFederativadoBrasil.E,muitoantesdeleoudaideiadeumnovoCdigo,comooquefoi

  • promulgadopelaLein.13.105,de16demarode2015,oqueleveiquaseduascentenasdepginaspara

    expordesdea1ediodovolume1domeuCursosistematizadodedireitoprocessualcivil.Trata-se,

    digo de vez, semprejuzo do que voumeocupar a respeito ao longoda exposio nesteManual, do

    modelo constitucional de direito processual civil.No s de suaconstatao,mas e em idntica

    importnciadesuaaplicao,desuacolocaoemprtica.

    Nessesentido,esteManual,emlargaescala,partedeondeomeuCursosistematizadochegou,em

    suassucessivaseconstantesediesereediesdesdequandoseusprimeirosvolumesforamlanados,

    em2007.Elequernosfixarumanovaformadepensarodireitoprocessualcivil,mastambmeem

    idnticamedidaampliar,demonstrare testaressanovaformadepensar.Alis,almdoacolhimento

    expresso pelo art. 1 do CPC de 2015, do j mencionado modelo constitucional, no me parece

    desnecessrioconstatarque,emlargaslinhas,eleobservaamesmasequnciaedistribuiodematrias

    que lancei nos diversos volumes do meu Curso sistematizado, enfatizando, assim que penso, a

    necessidadedecumprimentooudaexecuo dodireito aplicvel espcie, isto , prestandoa tutela

    jurisdicionaldevida.Umaposturaquebemseharmonizacomoquedenominoneoconcretismo.

    Assim,emtermosbemdiretos,masnomenosexatos,esteManualquerexplicarodireitoprocessual

    civil e o CPC de 2015 a partir das premissas tericas que apresento, em carter verdadeiramente

    introdutrio, noCaptulo1.Tudoparaviabilizar aoprezado leitor, pormeiode sua leitura e reflexo

    sobresuaslies,ideiasepropostashumexpressoconvitequeformulonofimdaqueleCaptulopara

    tanto,conheceroCPCde2015eentend-loparabemaplicarodireitoprocessualcivil.Bemaplic-lo,

    permito-me frisar, porque o bom processualista supera ou pelo menos cria condio de superar os

    problemasprocessuais (nooscria), e isso, de forma assumida e aberta, para viabilizar a escorreita

    prestaodatutelajurisdicional,razodeserdetudoaquiloqueestudamos.****

    EsteManualescritoemprimeirapessoa,tantoquantoestePrlogo.Aescolhaestsubliminarmente

    justificadanosfatoresquemelevaramsuaelaborao:eleretratabasicamenteminhaexperinciacomo

    professor emsalade aula.Principalmente,masno s, nas aulasqueministro, em todososnveisdo

    ensinosuperior,commuitoorgulho,hmaisdevinteanosnaFaculdadedeDireitodaPUCSP.

    Tambmentendoqueousodaprimeirapessoapermiteaconstruodeumverdadeirodilogocomo

    leitor,sempreprezado,eque,assimespero,tornealeituratoatrativaquantoprazerosaaescrita.

    A exposio ao longo desteManual a mais linear possvel. A sucesso de Captulos observa,

    conscientemente, a ordem escolhida pelo CPC de 2015, exceo do primeiro, vocacionado

  • apresentao das consideraes propeduticas, e que quer fornecer ao prezado leitor elementos para

    desenvolverumavisocrticaeprpriadodireitoprocessualcivilcomoumtodoedoCPCde2015em

    particular, levando em conta, inclusive, e nem poderia ser diferente, variadas questes relativas ao

    processolegislativoqueculminaramnapromulgaodaLein.13.105,de16demarode2015.Sempre,

    contudo, ofertando ao leitor, diante das incontveis perplexidades do novo CPC, as alternativas e as

    opesqueseapresentamcomoasmaisadequadas.

    Aps a apresentao de toda a matria, que culmina no eplogo, trago um breve vocabulrio de

    direito processual civil, que quer auxiliar o prezado leitor a inteirar-se da terminologia tcnica da

    disciplina,umverdadeirodialeto,oprocessuals,inseridononomenossofisticadojuridiqus.

    Ao final, a bibliografia quer apresentar diversas alternativas de leitura e de pesquisa ao prezado

    leitorpara,querendo,aprofundareprosseguirnosseusestudos.

    AssimcomoocorreueaindaocorrecomomeuCursosistematizadodireitoprocessualcivil,crticas

    esugestessosempremuitobem-vindas.Incentivoseelogiostambm.Elaseeles,aomenosparamim,

    mostram que o caminho, ainda quando certo, pode ser sempre aprimorado; se errado, corrigido. O

    prezadoleitorpodemeescrever,paraestesfins,[email protected].

    oquebastaparanodesvirtuarafunodeumprlogo.

    Uma boa leitura, prezado leitor, na esperana, de que este Manual possa comunicar-se

    suficientementebeme, com isso, realizar seupapel, estabelecendoumaverdadeiraponte entre aquele

    que o escreve e quem o l: uma ponte que quer fornecer elementos para a compreenso do direito

    processual civil em um contexto normativo e valorativo expressamente reconhecido e direcionado ao

    atingimentodesuafinalidade.Qual?Aconcretizaododireitomaterialpeloprocessoenoprocesso.

    mailto:[email protected]
  • Fazendo coro aoque escrevonoprembuloda2 ediodomeuNovoCdigodeProcessoCivil

    anotado,a2ediodesteManualdedireitoprocessualcivil,emvolumenico,justifica-sedepoisde

    umagenerosssimaacolhidadopblico leitor,deprofessoresedealunosdosmaisdiversos locaisdo

    Brasil.

    A2ediovemrevista,atualizadaeampliada,inclusivecomosacrscimosedesenvolvimentosque

    sejustificaramemrazodeleisqueentraramemvigorapsofechamentoda1edio.Soelas:Lein.

    13.129,de26demaiode2015(quealtera,parcialmente,aleidearbitragem);Lein.13.140,de26de

    junhode2015(quetratadamediao);Lein.13.146,de6dejulhode2015(queinstituioEstatutoda

    PessoacomDeficincia)eLein.13.151,de28dejulhode2015(quemodifica,emparte,oregimede

    fundaesnoCdigoCivil).

    Masnos.

    OadventodaLein.13.256/2016,quealteroudiversosdispositivosdoCPCde2015aindadurante

    sua vacatio legis, justificou a reelaborao de diversas passagens deste trabalho, considerando as

    profundas (e nem sempre sistemticas, muito pelo contrrio, alis) modificaes que aquele diploma

    legislativotrouxe,sobretudo,masnos,paraorecursoespecialeparaorecursoextraordinrio.

    Considerando o carter eminentemente didtico do trabalho, entendi oportuno introduzir, nesta 2

    edio,quadros-resumoaotrminodecadaumdosCaptulos.Elescorrespondem,comasmodificaes

    que se fizeram necessrias, ao material de apoio que me acompanhou nas muitas dezenas de

    oportunidadesquetiveparaexporonovoCPCdenorteasul,deoestealestedoBrasilaolongode2015

    e,atmesmo,noexterior.Damesmaformaqueelesmeforam(emesoe,tenhocerteza,aindasero)

    utilssimos no apaixonantemister de apresentar (e problematizar e sistematizar) oCPC de 2015 para

    todososinteressadosquetiveoprivilgiodeencontraremtodasaquelasdiversssimaseenriquecedoras

    oportunidades,tenhocertezadequeelesseromuitobemrecebidospelopblicoleitor,pelosestudiosos

    epelosestudantesemgeralparacompreendermaisadequadamenteanovasistemticaprocessual.

    A forma de escrita da 1 edio, enaltecendo o dilogo constante com o prezado leitor, est

    preservadae,assimespero,aperfeioadaemdiversostrechos.Tudoparapensar,criticamente,oCPCde

  • 2015, longe da passividade e da acriticidade que tanto caracteriza a doutrina que quer ter carter

    didtico. Aquelas caractersticas, estou absolutamente convencido disto, so atributos totalmente

    diversoseque,nosseusdevidoslugaresesteumdelesprecisamsercombinadosparaqueo(bom)

    contedochegue(daformamaisacessvelpossvel)aoleitor.

    EsteManualquer,portanto,nosdescrever,mas, tambm,proporumaviso (neoconcretista)de

    todoofenmenoprocessualcivil.Comoescrevialhures,oqueprecisamosconstruiroCPCde2015

    problematizando-o, testando-o,pensando-o, sempre de forma crtica. Nada de frases de efeito e de

    soluesapriorsticasqueenganampelasimplicidadeesoperigosasporqueconvidamanorefletir,a

    nopensar...

    Istoescrito,passoaosagradecimentos.

    Em primeiro lugar, aos meus carssimos amigos e assistentes (litisconsorciais, como sempre

    afirmo)DanielBrajalVeigaeRicardoCollucci,quevmmeacompanhandonosltimosanosfrentedas

    minhas turmas de direito processual civil daPUCSP, comoparte das exigncias dos crditos dePs-

    graduao, meu sincero agradecimento pela ateno, pelos comentrios e pela oportunidade de

    convivnciaacadmica.

    Em segundo lugar, s minhas alunas e aos meus alunos da PUCSP que tanto me honram e me

    honraram, ainda mais em 2015, quando me elegeram seu paraninfo. A elas e a eles agradeo

    sensibilizadonapessoadaLasNemeCuryAugustoRezende,brilhantealunaeminhaauxiliardeensino

    durante boa parte de seu curso de bacharelado. A todas as alunas e a todos os alunos, meu muito

    obrigado;elaseeles,que,tenhocerteza,sabempensarodireito(muitoalmdodireitoprocessualcivil,

    alis),construindo-o, noo repetindo.Dentre os alunos que se formaramem2015, agradeo tambm

    nominalmenteaoJooCarlosMagalhes,meuauxiliardeensinoaolongode2015,quemeauxiliouna

    confernciadasprovasduranteaproduoeditorialdosoriginaisdesteManual.

    Emterceirolugar,atodosaquelesque,diretaouindiretamente,emsaladeaulaouforadela,pore-

    mailoupelasredessociaiscontriburamparaoresultadofinal,queagoravemapblico.Emespecial,

    aosqueridosamigoseProfessoresAndrPaganideSousa,EliasMarquesdeMedeirosNeto,Fabiano

    Carvalho, Fernando da FonsecaGajardoni, Franco Junior, HeitorVitorMendona Sica, JulioMuller,

    LeonardodeFariaBeraldo,LucianoViannaArajo,MarceloBoncio,MariaCarolinaBeraldo,Maurcio

    Cunha,OlavodeOliveiraNeto,RodrigoBarioni,StellaEconomidesMaciel,VitorMoreiradaFonseca,

    WelderQueirozdosSantoseWilliamSantosFerreira,deixoregistrado,peranteoprezadopblicoleitor,

    meumuitoobrigadopelasconversas,crticas,opinies,sugestesequestionamentossobreotrabalho.

  • Porfim,masnomenosimportante,aosmeusEditoresdaSaraiva,emespecialThasdeCamargo

    RodrigueseaoDanielPavaniNaveira,pelotratamentoexemplarecuidadosocomestetrabalhodesdeo

    primeiromomento.

    Queessa2edio,revista,atualizadaeampliada,possa terareceptividadedaprimeiraequeela

    desempenhepapelidnticoaodoquefezquandodeseulanamento:auxiliaroestudanteeoestudiosodo

    direito processual civil a compreender a instigante disciplina do direito processual civil, levando em

    consideraooCPCde2015comoumtodosistemticoconstrudoapartirdavisoneoconcretistado

    direitoprocessualciviledomodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil.

    CassioScarpinellaBueno

    Fevereirode2016

  • ConsideraesPropeduticas

    1.OOBJETODODIREITOPROCESSUALCIVILOUOQUEESTUDAODIREITOPROCESSUALCIVIL?

    Asprimeirasperguntasa seremrespondidasporumManualdedireitoprocessualcivil so saber

    paraqueserveodireitoprocessualcivil,oqueele,oqueeleestuda,qualoseuobjetivo,qualasua

    utilidade;enfim,questescomoestaseoutrasaelascorrelatas.

    OdireitoprocessualciviloramododireitoquesevoltaaestudaraformadeoPoderJudicirio

    (Estado-juiz) exercer a sua atividade-fim, isto , prestar a tutela jurisdicional a partir do conflito de

    interesse (potencial ou j existente) que exista entre duas ou mais pessoas. Como vedada que as

    pessoas envolvidas nesse conflito imponham umas s outras dada soluo, elas devem dirigir-se ao

    Judicirioparatanto.Essecaminhodeida(aoJudicirio),depermanncia(noJudicirio)edechegada

    (peloJudicirio)soluodoconflitoesuaconcretizaoprticaimpositivaseforocasooque

    ocupaoestudanteeoestudiosododireitoprocessualcivil.

    Trata-se, por isso, de ramo do direito pblico, porque se volta, em primeiro plano, ao estudo da

    prpriaatuaodoEstado(oexercciodesuafunojurisdicional).Eestaanlisemereceserfeitatanto

    naperspectivaorganizacional,ouseja,daestruturadoPoderJudicirionoBrasil,comonaperspectiva

    funcional,isto,comoeledeveatuarparaatingiraquelafinalidade.

    Aindacorretodizerqueodireitoprocessualcivilvaiumpoucomaislonge.Eletambmabrangeo

    estudodeoutrosmeiosderesoluodeconflitos,quenoaquelesqueenvolvemaatuao(tpica)do

    PoderJudicirio.Sooschamadosmeiosalternativosdesoluodeconflitos,quebuscamasoluo

    de conflitos pela aplicao do direito espcie por outros meios, que no a prestao da tutela

    jurisdicionalpeloEstado-juizcomtodasassuastradicionaiscaractersticas,aprincipaldelase,paraos

    finsparacpertinentes,acoercitividade, isto,a imposiodoresultadoparaumadaspartes.Nesse

  • contexto,temascomoaconciliao,amediaoeaarbitragemmerecemtambmserestudadosnombito

    dodireitoprocessualcivil.Comoosespecialistasdessesmeiosalternativosbuscamidentificarmeios

    mais ou menos apropriados para soluo dos diversos conflitos, variando as tcnicas consoante a

    vicissitudedoconflito,ou,atmesmo,combinando-as,parecesermaiscorretotratardelescomomeios

    adequadosparasoluodeconflitos.

    O CPC de 2015, a propsito, expresso ao estatuir nos trs pargrafos de seu art. 3,

    respectivamente,quepermitidaaarbitragemnaformadalei,queoEstadopromover,sempreque

    possvel, a soluo consensual de conflitos e que a conciliao, a mediao e outros mtodos de

    soluoconsensualde conflitosdevero ser estimuladospor juzes, advogados, defensorespblicos e

    membrosdoMinistrioPblico,inclusivenocursodoprocessojudicial.OCPCde2015vaialmao

    trazereestaumaimportantenovidadequandocomparadocomoCPCde1973disciplinaextensa

    sobre a conciliao e a mediao, modificando profundamente, e por causa delas, a estrutura do

    procedimentocomum.

    No obstante estas consideraes sobre a importncia e a relevncia que os meios alternativos

    (entenda-se:adequados)desoluodeconflitotmassumido,inclusivenombitodoCPCde2015,no

    errado terpresentequeamaiorpartedaqueleCdigoe,consequentemente,deum trabalhoquequer

    explicar o direito processual civil e este o objetivo desteManual, prezado leitor dedica-se ao

    estudotradicionaldaprestaoda tutela jurisdicionalpela imposiododireitoaplicvelespcie

    peloEstado-juiz.Noporoutrarazoqueoart.4doCPCde2015prescrevequeAspartestmo

    direitodeobteremprazorazovelasoluointegraldomrito,includaaatividadesatisfativa.

    Odispositivomereceserentendidonaatualidade:foi-seotempoemqueodireitoprocessualcivil

    podia se dedicarmais qui, exclusivamente ao conhecimento do direito aplicvel ao caso pelo

    magistrado. To importante quanto conhecer o direito a ser aplicado ao caso criar condies

    concretas de aplic-lo ou, para empregar a nomenclatura do CPC de 2015, de cumprir a deciso,

    satisfazendoodireitotalqualconhecidoeissoaindaquecontraavontadedaspartes.

    Essacombinaodeconhecerecumprir,nosentidodesatisfazer,quejustificaoprecitadoart.4

    doCPC de 2015 juris-dio e juris-satisfao (v. n. 3.1, infra) e, superiormente, a prpria

    noodeacessoJustiaprevistanoincisoXXXVdoart.5daCF.TambmarazodeoCPCde

    2015valer-sedaexpressoprocessodeconhecimentoedocumprimentodesentena(LivroIdaParte

    Especial) no lugar do consagradssimo, preservada pelo CPC de 1973 mesmo depois das profundas

    Reformaspelasquaispassounosseusltimosvintesanosdeexistncia(ejsobagidedaConstituio

  • de1988),processodeconhecimento,que,noporacaso,emfunodasconvicesedasideologias

    sobreodireitoprocessualcivildapoca,ocupavapraticamenteametadedosartigosdoCPCde1973,

    isto,todooseuLivroI.

    Sim,prezadoleitor,foi-seotempoemqueoestudododireitoprocessualcivilpoderiaselimitarou,

    quandomenos,concentrarseusmaioresesforosetemponochamadoprocessodeconhecimento,isto

    , na anlise dos atos processuais produzidos desde a petio inicial at o proferimento da sentena,

    quicomalgumaindagaosobreosrecursoscabveisdasdecisesproferidasnaqueleinterregno,com

    especialdestaqueaorecursointerponveldaprpriasentena,aapelao,orecursoporexcelncia.

    HojeeoCPCde2015sconfirmaessatendnciadoutrinria, toimportantequantooestudo

    daquelesatosedoprocedimentoqueosuneoestudodosatos relativosaocumprimento doque foi

    decididoembuscadasatisfaododireito,talqualreconhecido.Tambmfundamentalestudarosatos

    quevisamasseguraro resultadotildoquevier a serou foidecidido,naperspectiva, atmesmo,de

    anteciparoinstanteemqueasatisfaododireitoseralcanada.Jnodehojequeoprocessode

    sentena (o processo de conhecimento) no pode mais ser o foco da ateno, consciente ou

    inconsciente, do estudo do direito processual civil. Sentena no (e, bem entendida, nunca foi)

    sinnimo de satisfao do direito.Os efeitos colaterais dessa compreenso limitada e anacrnica so

    terrveis e emnada, absolutamentenada, contribuemparaummais efetivo acesso Justiano sentido

    amploquecolocoemrelevo.

    Tanto mais pertinente o que acabei de evidenciar, porque h diversas situaes e o direito

    brasileiro especialmente repleto delas em que o conhecimento do direito aplicvel espcie

    independe de prvia atuao do magistrado. So os chamados ttulos executivos extrajudiciais,

    documentosque,deacordocomalei, tmeficciasimilaraoconhecimentojudicialdodireito,sque

    soelaboradosentreasprpriaspartes,noplanomaterial.Nosignificaqueojuiznopossareveroque

    consta do ttulo at mesmo reconhecendo o contrrio, que a dvida nele retratada j est paga, por

    exemplo.Oqueocorre,nessescasos,queo focodaatuao jurisdicional,dadaapressuposio do

    direito suficientemente reconhecido no ttulo executivo extrajudicial, d-se mais com a satisfao

    daquele direito do que com o seu reconhecimento. o que o CPC de 2015 chama de processo de

    execuo,cujadisciplinaencontra-senoLivroIIdaParteEspecial.

    No por razo diversa, alis, que o CPC de 2015 inova inclusive na distribuio dasmatrias

    quandocomparadocomoCPCde1973.Otratodocumprimentodesentenaedoprocessodeexecuo

    antes dos recursos e, de forma mais ampla, da ordem dos processos nos Tribunais demonstrao

  • inequvocadoalcancequeoart.4mereceter.

    2.OMODELOCONSTITUCIONALDODIREITOPROCESSUALCIVIL

    Sendoodireitoprocessualcivilumramododireitopblico,porque,emltimaanlise,voltadoao

    estudo da atividade-fim do Poder Judicirio, o exerccio da funo jurisdicional, evidencia-se a

    indispensabilidadedeseuestudodar-seapartirdaCF.elaenoasleisquemoldamoser(ou

    melhor,odever-ser)doEstadobrasileiro.

    Aafirmaorevelamuitosobreomtodoaserempregadoparaoestudododireitoprocessualcivil.

    EstudardireitoprocessualcivilapartirdaCF,antesde tudo,extrair tudooqueelacontmsobreo

    direitoprocessualcivil.Todasasnormasconstitucionaisdedireitoprocessualcivilquecriamomodelo

    de organizao e de atuao do Estado-juiz. Criam no sentido de impor o modelo no apenas um,

    qualquerum,masomodeloasernecessariamenteobservadopelointrpreteepeloaplicadordodireito

    processual civil.Trata-se,destarte,deuma imposioconstitucional.Asnormasconstitucionais, todas

    elas,devemseracatadasinclusivenoquedizrespeitoestruturaodoEstado-juizedaformadesua

    atuaoparaoatingimentodesuasfinalidades,oque,alis,eloquentementedesignado,noporacaso

    peloincisoLIVdoart.5daprpriaCF,comodevidoprocessolegal.Seotextoconstitucionaltivesse

    substitudooadjetivolegalporconstitucional,poucomaisserianecessrioaacrescentar.

    Observaromodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil,destarte,noumaescolhaterica

    oufilosfica.Noumacorrentedepensamentoquedependadaadesodesteoudaqueleautor,destaou

    daqueladoutrinadora.Comotodaboanormaconstitucional,suaobservncia impositiva,sobpenade

    inconstitucionalidade.

    Nestesentido,pormaisparadoxalquepossaparecer,inequivocamenteincuooart.1doCPCde

    2015,quandoprescreveque:Oprocessocivilserordenado,disciplinadoeinterpretadoconformeos

    valores e as normas fundamentais estabelecidos pelaConstituio daRepblicaFederativa doBrasil,

    observando-se as disposies desteCdigo. Incuo porque, em estreita harmonia com o que vim de

    escrever, no h escolha entre o direito processual civil ser ou no ordenado, disciplinado e

    interpretado de acordo com a Constituio. Ele ser sempre compreendido como dever-ser, no

    sentidoprescritivodaexpressoordenado,disciplinadoeinterpretadodeacordocomaConstituio,

    queiramos ou no. esta uma das formas de ver o queKonradHesse chama de fora normativa da

    Constituio.

  • Apesar da observao relativa inocuidade daquela previso legislativa repito, ela decorre

    diretamente da Constituio, sendo despicienda sua repetio pela lei infraconstitucional ,

    irrecusvel queo art. 1 doCPCde 2015 pertinente para fins didticos, para que, a todo o tempo,

    lembremo-nos,todos,estudantes,estudiososeaplicadoresdodireitoprocessualcivil(e,evidentemente,

    doprprioCdigo),queeledeveserinterpretado,antesdetudo,apartirdaprpriaCF;queelespode

    vincularseusdestinatriosnaexatamedidaemquetenhaobservadoeobserveomodeloconstitucional.

    Oprezadoleitorperceber,emdiversaspassagensdesteManual,queoprprioCPCde2015que,com

    alguma frequncia, se esquece e se afasta do modelo constitucional. Havendo conflito entre norma

    constitucionalenormalegal,mesmoquedoCPC,oquedeveprevalecer?,perguntaroprezadoleitor.

    A resposta a busca pela possvel compatibilizao entre ambas. Sendo alcanada esta

    compatibilizao, aplica-se a lei devidamente conformada ao modelo constitucional, verdadeiro

    processo de filtragem constitucional. Se no, deve prevalecer a CF sobre a disposio

    infraconstitucional,que,irremediavelmente,inconstitucional.

    Feitas essas consideraes prvias, hora de apresentar o modelo constitucional do direito

    processualcivilbrasileiro.Ainiciativaquerextrair,daCF,todasasnormas(regraseprincpios,porque

    ambostminegvelcarternormativo)queela trazcomrelaoaodireitoprocessualcivil.Comoso

    variadssimasestasnormas,entendoquebastantetilapresent-las,parafinsdidticos,divididasem

    quatrogrupos:osprincpiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil,aorganizaojudiciria,as

    funesessenciaisJustiaeosprocedimentosjurisdicionaisconstitucionalmentediferenciados.

    Mais do que enumerar os princpios constitucionais do direito processual civil, impe analisar,

    desdeadoutrinadodireitoconstitucionalachamadanovahermenutica,seuadequadomtodode

    utilizao,levandoemconta,notadamente,o1doart.5daCF.

    O outro grupo componente do modelo constitucional do direito processual civil o relativo

    estruturaeorganizaodoPoderJudiciriobrasileiro,federaleestadual.TodaelaestnaCF,eno

    podeserdesconhecidapornenhumalei.

    O terceiro grupo a compor o modelo constitucional do direito processual civil o das funes

    essenciaisJustia.aCFquemasdescreveeasdisciplinademaneiramaisoumenosexaustiva:oque

    amagistratura,comoelaseestruturaequemeoquefazomagistrado;oqueoMinistrioPblico,

    comoeleseestruturaeoquefazemosseusmembros;oqueaadvocacia,pblicaouprivada,eoque

    fazemosseusmembros;porfim,masnomenosimportante,oqueaDefensoriaPblica,comoelase

    estrutura,eoquefazemosseusmembros.TodasessasinterrogaessoextradasdaCFeapartirdela

  • quesuasrespostasmerecemserperseguidas.

    ,porfim,aCFquedisciplinaporvezes,atcomminudnciatpicadeumaleiaformapelaqual

    o Judicirio deve ser provocado para resolver as mais variadas questes. Desse quarto grupo do

    modelo constitucional do direito processual civil, fazem parte os procedimentos jurisdicionais

    constitucionalmentediferenciados.oquesedcomatutela jurisdicionaldas liberdadespblicas

    (mandado de segurana, habeas corpus etc.), com o controle de constitucionalidade (concentrado e

    difuso), com as smulas vinculantes do STF, com a reclamao e com a prpria execuo contra a

    FazendaPblica.

    Convido-o,prezadoleitor,avisitaraCFparavisualizarasnormasdecadaumdessesgrupos.Por

    ora,bastanteasuanotciaeasuaadequadacontextualizao.Anecessriaaplicaodecadaumadelas

    paraconformarasleisinfraconstitucionaisemgeraleprincipalmenteoprprioCPCde2015quele

    modelotarefaqualmevoltoaolongodetodoesteManual.

    2.1Princpiosconstitucionaisdodireitoprocessualcivil

    Oprimeirogrupoqueexponhoacercadomodeloconstitucionalsoosprincpiosconstitucionaisdo

    direito processual civil. Eles ocupam-se especificamente com a conformao do prprio processo,

    assim entendido o mtodo de exerccio da funo jurisdicional. So eles que fornecem as diretrizes

    mnimas, embora fundamentais, de como deve se dar o prprio comportamento do Estado-juiz. Eles

    prescrevem,destarte,omododeser(maisprecisamente,dedever-ser)doprocessonaperspectiva

    constitucional.

    Senohouvesseleiprocessualcivilnenhuma,omnimoessencialaserobservadonaconstruode

    tais leis e, mais genericamente, de um Cdigo de Processo Civil, qualquer que fosse ele, em terras

    brasileirasaomenos,deveria ser extradodiretamentedaCF.Aafirmao tantomaispertinentepor

    causadeumapeculiaridadedonossodireito:o1doart.5daCFdispensaanecessidadedequalquer

    lei para que todos os direitos e garantias, explcitos ou implcitos, nele previstos e amaioria dos

    princpiosaquireferidossoextradosdaqueledispositivosejamobservados.

    Os princpios que reputo essenciais para a compreenso desse mnimo essencial do direito

    processualcivilsoosseguintes.

    2.1.1Acessojustia

  • Oprimeiro dos princpios constitucionais do processo civil que deve ser exposto o usualmente

    chamadodeacessojustiaetemcomosinnimosacessoordemjurdicajusta,inafastabilidade

    dajurisdioouinafastabilidadedocontrolejurisdicional.

    Ele quer significar o grau de abertura imposto pela CF para o direito processual civil. Grau de

    aberturanosentidodeseramplamentedesejvel,noplanoconstitucional,oacessoaoPoderJudicirio.

    oquesel,comtodasasletras,doincisoXXXVdoart.5daCF:Aleinoexcluirdaapreciao

    doPoderJudiciriolesoouamea aadireito.

    A compreenso de que nenhuma lei excluir ameaa ou leso a direito da apreciao do Poder

    Judiciriodeve ser entendidano sentidodequequalquer formade pretenso, isto , afirmaode

    direito pode ser levada ao Poder Judicirio para soluo.Uma vez provocado, o Estado-juiz tem o

    deverdefornecerquelequebateussuasportasumaresposta,mesmoquesejanegativa,nosentidode

    que no h direito nenhum a ser tutelado ou, bem menos do que isso, uma resposta que diga ao

    interessadoquenohcondiesmnimasdesaberseexiste,ouno,direitoasertutelado,isto,que

    no h condies mnimas de exerccio da prpria funo jurisdicional, o que poder ocorrer por

    diversasrazes,inclusiveporfaltaromnimoindispensvelparaoqueaprpriaCFexigecomodevido

    processolegal.

    OincisoXXXVdoart.5daCFexpressoquantoaqualquerameaaoulesoadireitonopoder

    serafastadadoPoderJudicirio.Odispositivo impe,por issomesmo,queodireitoprocessualcivil

    estruture-se, desde a CF, em duas grandes frentes. Uma voltada reparao de leses ocorridas no

    passado,umapropostaretrospectivada funo jurisdicional,eoutra,voltadaparao futuro,umaviso

    prospectiva do processo, destinada a evitar a consumao de quaisquer leses a direito, dizer, a

    emissodeumaformadetutelajurisdicionalqueimunizequaisquerameaasindependentementedeelas

    converterem-se em leses. Independentemente, at mesmo, de elas gerarem quaisquer danos. Basta,

    quandoaameaaoforodaspreocupaesdaatuaojurisdicional,quehajaumasituaoantijurdica.

    SeaCFimpequealeinoretiredoPoderJudicirioaapreciaodequalquerameaaoulesoa

    direito,nohcomonegarquequalquer leie,commaiorvigorainda,qualquerato infralegalque

    pretenda subtrair da apreciao do Poder Judicirio ameaa ou leso a direito irremediavelmente

    inconstitucional.Comooexercciododireitodeaoconsagradonestedispositivoimpeamanifestao

    doEstado-juizecomoestaatuaotemqueseradequada(devida)paraoutorgaratutelajurisdicionaltal

    qual requerida, no h como admitir que a lei possa pretenderminimizar o processo e as tcnicas

    processuaisadotadasouadotveisporeleparaexerccioescorreitodafunojurisdicional,sobpenade,

  • indiretamente, minimizar-se a amplitude do inciso XXXV do art. 5 da CF e, por isso mesmo, ser

    irremediavelmenteinconstitucional.

    O dispositivo tambm permite interpretao no sentido de que o acesso ao Estado-juiz nele

    asseguradonoimpede,muitopelocontrrio,queoEstado, inclusiveoJudicirio,busquee,maisque

    isso,incentiveabuscadeoutrosmecanismosdesoluodeconflitos,aindaquenojurisdicionais.Uma

    coisanegar,oqueabsolutamentecorreto,quenenhumalesoouameaaadireitopossaserafastada

    doPoderJudicirio.Outra,absolutamenteincorreta,entenderquesomenteoJudicirioeoexerccioda

    funo jurisdicional podem resolver conflitos, como se fosse esta uma competncia exclusiva sua.

    incorreta essa compreenso totalizante do Poder Judicirio e, por isso mesmo, que o estudo dos

    chamados meios alternativos (no sentido de no jurisdicionais e no estatais) to importante,

    inclusiveparaaformaodoestudanteedoestudiosododireitoprocessualcivilcomoquisfrisar,no

    poracaso,desdeon.1,supra.

    Assim,evitaroacessojustiacorretonosentidodesebuscar(e,atmesmo,incentivar,comofaz

    oCPCde 2015) a soluo de conflitos por outrosmtodos.Nunca, no entanto, no sentido de afastar,

    impedindo ou obstaculizando, o acesso soluo jurisdicional estatal quando malogradas aquelas

    tentativasou,simplesmente,porqueosinteressadosporelanoseinteressam.

    2.1.2Devidoprocessolegal(devidoprocessoconstitucional)

    Seoprincpiodoacessojustiarepresenta,fundamentalmente,aideiadequeoJudicirioest

    aberto,desdeoplanoconstitucional,aquaisquersituaesdeameaasoulesesadireito,oprincpio

    do devido processo legal volta-se, basicamente, a indicar as condies mnimas em que o

    desenvolvimentodoprocesso,isto,omtododeatuaodoEstado-juizparalidarcomaafirmaode

    umasituaodeameaaoulesoadireito,devesedar.

    EleexpressonoincisoLIVdoart.5daCF:ningumserprivadodaliberdadeoudeseusbens

    semodevidoprocessolegal.

    Trata-se de conformar o mtodo de manifestao de atuao do Estado-juiz a um padro de

    adequaoaosvaloresqueaprpriaCFimpeatuaodoEstadoeemconformidadecomaquiloque,

    dadasascaractersticasdoEstadobrasileiro,esperamaquelesquesedirigemaoPoderJudicirioobter

    delecomo resposta.umprincpio,destarte,deconformaodaatuaodoEstadoaumespecial (e

    preconcebido)modelodeagir.

  • Oprocessodeveserdevidoporque,emumEstadoDemocrticodeDireito,nobastaqueoEstado

    atue de qualquer forma, mas deve atuar de acordo com regras preestabelecidas e que assegurem,

    amplamente, que os interessados na soluo da questo levada ao Judicirio exeram todas as

    possibilidadesdeataqueededefesaquelhepareamnecessrias,isto,departicipao.Oprincpio

    dodevidoprocesso legal, nesse contexto, deve ser entendidocomooprincpio regenteda atuaodo

    Estado-juiz, desde o momento em que ele provocado at o instante em que o mesmo Estado-juiz,

    reconhecendoodireitolesionadoouameaado,criecondiesconcretasdesuareparaoouimunizao

    correspondente.

    Pelasrazesapresentadasnopargrafoanterior,oprincpiododevidoprocessolegalconsiderado

    por boa parte da doutrina como um princpio-sntese ou princpio de encerramento de todos os

    valores ou concepes do que se entende como um processo justo e adequado, isto , como

    representativosuficientedetodososdemaisindicadospelaprpriaCFe,emgeral,desenvolvidospela

    doutrinaepelajurisprudncia.OptouaConstituiobrasileira,noentanto,pordistinguirexpressamente

    diversoscomponentesdodevidoprocessolegalpeloquefundamentalseuexamemaisdetalhado.Trata-

    se de uma explcita opopoltica do direito brasileiro quanto previso expressa de uma srie de

    princpiosdoprocessocivil,aindaqueelespossam,emcadacasoconcreto,terincidnciaconjunta.A

    CF,ao indicar,expressamente,qualocontedomnimodo devidoprocesso legal que ela prpria

    garanteexplicitamente,nopermitequequalquerintrpreteouaplicadordodireitoreduzaoseualcance

    esuaamplitudesemqueissoincidaemflagrante(edireta)inconstitucionalidade.

    Porestarazo,alis,aliadacorretacompreensodaimportnciadomodeloconstitucionalparao

    estudododireitoprocessualcivil,nohcomodeixardereconhecerqueochamadodevidoprocesso

    legal , antes de tudo, um devido processo constitucional, expresso que enfatiza que a pauta de

    reflexosobreodireito,emummodelodeEstadocomoobrasileiro,temquepartirdaConstituioeno

    dalei.Destarte,aexpressoqueesteManualpassaaempregardaquiemdiante.

    2.1.3Contraditrio(cooperao)

    OprincpiodocontraditriovemexpressonoincisoLVdoart.5daCF:aoslitigantes,emprocesso

    judicialouadministrativo,eaosacusadosemgeralsoasseguradosocontraditrioeampladefesa,com

    osmeios e recursos a ela inerentes.Oncleo essencial doprincpiodo contraditrio compe-se, de

    acordocomadoutrinatradicional,deumbinmio:cinciaeresistnciaouinformaoereao.O

    primeirodesseselementossempreindispensvel;osegundo,eventualoupossvel.

  • desejvel,contudo,iralm,atparadistinguirocontraditriodaampladefesa.Contraditriodeve

    ser entendido como possibilidade de participao e colaborao ou cooperao ampla de todos os

    sujeitosprocessuaisaolongodetodooprocesso.Emais:estaparticipao,colaboraooucooperao

    devemsercompreendidasnaperspectivadeasparteseeventuais terceiros intervenientesconseguirem

    influenciar adecisodo juiz.Quandomenos,que tenhamcondies reais, efetivas,de influenciar os

    diversos atos e decises a serem proferidas pelo magistrado ao longo do processo. Contraditrio

    realizaoconcreta,tambmemjuzo,dasopespolticasdolegisladorbrasileirosobreomodelode

    EstadoadotadopelaConstituiobrasileira.Contraditrioformapelaqualseefetivamosprincpios

    democrticos da Repblica brasileira, que viabiliza ampla participao no exerccio das funes

    estatais. esta a razo, alis, pela qual correto entender que o prpriomagistrado est sujeito ao

    contraditrio,naamplaacepoquedestaqueiacima,oqueoCPCde2015capturaadequadamentecomo

    severificaemvriosdeseusdispositivos,emespecialnosarts.9e10,quevedamoproferimentode

    decisespelomagistradosemqueantesaspartessejamouvidas,mesmonaquelescasosemquecabeao

    magistrado pronunciar-se de ofcio, isto , independentemente da provao de qualquer outro sujeito

    processual.

    OmodelodeprocessoestabelecidopeloCPCde2015,bemcompreendidoeemplenaharmoniacom

    omodelo constitucional inequivocamente de umprocesso cooperativo emque todos os sujeitos

    processuais(aspartes,eventuaisterceirosintervenientes,osauxiliaresdajustiaeoprpriomagistrado)

    cooperemoucolaborementresicomvistasaumafinalidadecomum:aprestaodatutelajurisdicional.

    Acompreensodeque todosossujeitosprocessuais,cadaqualnasespecificidadesdecorrentesde

    seumisterinstitucional(advogados,dentrodaticaedoordenamentojurdicodefenderoosinteresses

    que lhe so confiados por seus clientes; membros do Ministrio Pblico, observando os mesmos

    quadrantes, atuaro emprol de interesses que justificam sua intervenono processo civil), someio

    essencial para viabilizar a prestao da tutela jurisdicional para quem, na perspectiva do direito

    material,merec-la(que,emltimaanlise,ofimdoprocesso)essencialpararealizarconcretamente

    ocomandoestampadonoart.6doCPCde2015,que,insisto,joquemereciaserextradodesdea

    concepodocontraditriocomocooperaonocontextoconstitucional.

    2.1.4Ampladefesa

    OmesmoincisoLVdoart.5daCF,quefazexpressarefernciaaoprincpiodocontraditrio,lista,

    tambmcomoprincpioconstitucional,odaampladefesacomosrecursosaelainerentes.

  • Noh razoparadeixardeentenderaampladefesa,maisaindaapsoqueacabeideacentuara

    respeito do princpio do contraditrio, como a garantia de todo e qualquer ru (nomenclatura mais

    utilizadaparaoprocessocivil)tercondiesefetivas,isto,concretasdeserespondersimputaes

    quelhesodirigidasantesqueseusefeitosdecorrentespossamsersentidos.

    Osrecursosaela inerentes, aque se refereo incisoLVdoart.5daCF,devemser entendidos

    como a criao de mecanismos, de formas, de tcnicas processuais, para que a ampla defesa seja

    exercitadaacontento.Nosorecursosemsentidotcnico,emsentidoprocessual,comomecanismos

    de reviso ou de controle de decises judiciais. A prpria concepo de um direito fundamental

    prova pode e deve ser entendida como uma forma de bem realizar o comando constitucional aqui

    destacado,isto,comomeiodeseexerceramplamenteadefesa.

    2.1.5Juiznatural

    Oprincpiodojuiznaturalporvezestambmchamadodeprincpiodavedaodostribunaisde

    exceoencontrafundamentoexpressoemdoisdispositivosdaCF,nosincisosXXXVIIeLIII,ambos

    do art. 5, os quais, respectivamente, prescrevem que: no haver juzo ou tribunal de exceo e

    ningumserprocessadonemsentenciadosenopelaautoridadecompetente.

    O sentido tradicional do princpio, que ainda aquele que a CF quer revelar, significa que a

    autoridadejudiciriaquejulgarumdeterminadocasodeverpreexistiraofatoaserjulgado.vedado

    criar,apartirdeumespecficofatoconcreto,umrgojudicirioquetenhacompetnciaparajulg-lo.A

    diretriz que se quer proteger com esta proibio a de se garantir, da melhor forma possvel, a

    imparcialidadedorgojudicirio.

    O princpio do juiz natural diz respeito, assim, identificao do juzo, isto , do rgo

    jurisdicionalconstitucionalmentecompetente.fundamental,destarte,compreenderemquecondiesa

    CF cria e aceita determinados rgos jurisdicionais para julgar determinados assuntos, determinadas

    pessoaseassimpordiante.SerjuiznaturalaquelequeaConstituioindicarcomocompetenteou,

    quandomenos,quandoela,aCF,permitirqueoseja.

    O princpio do juiz natural, em suma, depende, sempre e emqualquer caso, da identificaodo

    rgojurisdicionalque,deacordocomomodeloconstitucionaldodireitoprocessualcivil,detmouno

    competncia(fixadaemabstrato,antesdofatoconflituoso)pararealizarojulgamento.

    Oquealeiprocessualcivil,deseuturno,cria,concretizandoomodeloconstitucionaldoprocesso

  • civil,condies,emcadacaso,dedistribuiradequadaeracionalmenteacargadostrabalhosjudicirios

    entreosdiversosrgosque compema estrutura judiciria, regulando acompetncia de cada rgo

    jurisdicional.

    2.1.6Imparcialidade

    OprincpiodaimparcialidadenotemprevisoexpressanaCF.Adoutrina,contudo,nohesitaem

    entend-lo como decorrncia do princpio do juiz natural ou, mais corretamente, como fator que o

    complementa.OquehnaCF,demaneiraexpressa,demaisprximoaoprincpiodaimparcialidade

    so as prerrogativas que o art. 95 reconhece ao magistrado, forma garantstica de viabilizar a ele o

    exerccio pleno de suas funes processuais, ao lado das vedaes arroladas no pargrafo nico do

    dispositivo.

    Nobasta,apenas,queorgojudiciriopreexistaaofatoaserjulgado.Isso,porsis,podeno

    garantira realizaoconcretade todososvalores idealizadosporaqueleprincpio.Tambmapessoa

    natural que ocupa o cargo de magistrado no rgo competente para julgamento deve ser imparcial.

    Imparcialidade,nessecontexto,significaacentuarqueomagistrado(o juiz,propriamentedito,enoo

    juzo,que indicativodorgo jurisdicional) seja indiferente em relaoao litgio.Seja,no sentido

    comumdapalavra, um terceiro, totalmente estranho, totalmente indiferente sorte do julgamento e ao

    destinodetodosaquelesque,diretaouindiretamente,estejamenvolvidosnele.

    2.1.7Duplograudejurisdio

    Detodososprincpiosconstitucionaisdodireitoprocessual,omaisdifcildeseridentificadoodo

    duplograudejurisdio.Isso,basicamente,porquenohconsensonadoutrinasobresuaextensoe

    significado, o que agravado porque aCF no se refere a ele expressamente.Realmente no h, em

    nenhum dispositivo da CF, a meno a um duplo grau de jurisdio. O que existe, para o direito

    processual penal, o art. 8, n. 2, letra h, do Pacto de So Jos da Costa Rica (Conveno

    InteramericanadosDireitosHumanosde 1969), que, aprovadopeloDecretoLegislativon. 27/1992 e

    promulgadopeloDecreton.678/1992,temstatusdenormaconstitucional,mercdo3doart.5da

    CF, dispositivo acrescentado pela EC n. 45/2004.No h, contudo, para o mbito do processo civil,

    qualquerprevisosimilar.

    Oqueh,aesserespeito,naCF,aprevisoeestaexpressadequeemalgumassituaeso

  • STFeoSTJatuarocomorgosdesegundograudejurisdioaojulgaremosrecursosordinrios

    previstosnoart.102,II,enoart.105,II,daCF,respectivamente.

    Mesmo semenunciao expressa, cabe compreendero duplograude jurisdio comoomodelo

    quegarantearevisibilidadeampladasdecisesjudiciaispormagistradospreferencialmentediferentese

    localizadosemnvelhierrquicodiverso.Porrevisibilidadeampladeveserentendidaaoportunidade

    de tudoaquiloque levouorgoaquo a proferir uma deciso e ser contrastado pelomagistradoad

    quem,inclusiveoqueserelacionacomoaspectoprobatrio.

    Nesse sentido, a previso constitucional dos TRFs e dos TJs, estes, tambm previstos e

    regulamentadospelas respectivasConstituiesEstaduais, desempenham suficientemente aquele papel,

    quandojulgamorecursodeapelaointerponveldassentenas,quepermiteaamplarevisibilidadeque

    acabeidedestacar.

    Bem entendida a questo e diferentemente do que venho sustentando emmeuCurso, penso que

    legtimoaolegisladorinfraconstitucionaldeixardepreverarecorribilidadegeneralizadadequaisquer

    decises proferidas pelomagistradoda primeira instncia.Assim, a reduo (emverdade, limitao)

    dosrecursosdaquelasdecises(chamadodeagravodeinstrumento)decorrentedoart.1.015doCPC

    de2015nocontrastacomoprincpioaquiexaminado.AopopolticafeitapeloCPCde2015,no

    particular, harmnica com o modelo constitucional, porque o recurso das demais decises

    interlocutriasfeitaemconjuntocomaapresentaodeoutrorecurso,odeapelaoou,ainda,quando

    seestabeleceocontraditrioaele,naapresentaodasrespectivascontrarrazes.

    Se em determinado caso concreto, a opo do CPC de 2015 em restringir a recorribilidade das

    interlocutriasdaprimeirainstncia,submetendo-asimediatamenteaoTribunalrespectivo,violaralgum

    direitodojurisdicionado,oprincpiododuplograudeverpreponderare,nessesentido,darfundamento

    ao cabimento de um sucedneo recursal que possa, naquele especfico caso, suprir a deficincia do

    sistemarecursal.Omaiscomum,nessescasos,ousodomandadodeseguranacontraatojudicial.

    2.1.8ColegialidadenosTribunais

    Por princpio da colegialidade deve ser entendido que amanifestao dosTribunais brasileiros

    devesercolegiadanosentidodenopoderserrealizadaporumsdeseusmembrosisoladamenteou,

    comosecostumadizer,monocraticamente.comosedissessequeojuiznaturaldosTribunaiso

    rgocolegiadoenoumdeseusmembrosindividualmenteconsiderados.

  • Decisocolegiadanodeve ser entendida, contudo, comoadeciso tomadanecessariamentee em

    qualquercasopelatotalidadedosintegrantesdoTribunalaomesmotempo.perfeitamentelegtimoe,

    at mesmo desejvel, que os Tribunais, sobretudo os que tenham vrios integrantes, organizem-se

    internamente,buscandomaiorracionalizaodetrabalhos.porissoquetodososTribunaisbrasileiros,

    nos termosdos seus respectivos regimentos internos (art.96, I,a,daCF), subdividem-seemdiversos

    gruposmenores, entre eles, as chamadas Turmas (nomenclaturamais comum no STF, no STJ e nos

    TRFs)ouCmaras (nomenclaturamais comumnosTJs)paraviabilizar estamaior racionalidadena

    distribuiodotrabalhoe,consequentemente,nodesempenhodesuaatividadejudicante.

    O que deve haver, contudo, a possibilidade de reexame das decises monocrticas pelo rgo

    colegiadocompetente.

    2.1.9ReservadoPlenrioparadeclararainconstitucionalidadedeleiouatonormativo

    Umamanifestaoinequvocadoprincpiodacolegialidadeareservadeplenrioparadeclarara

    inconstitucionalidadedeleiouatonormativo.Emrigor,maisqueumprincpio,trata-sedeumaregrade

    competnciaestabelecidapeloart.97daCF,segundooqual:Somentepelovotodamaioriaabsolutade

    seus membros ou dos membros do respectivo rgo especial podero os tribunais declarar a

    inconstitucionalidadedeleiouatonormativodoPoderPblico.

    Deacordocomodispositivo,soTribunalPlenoou,ondeexistir,orgoespecialedesdeque

    haja delegao para tanto, dada pelo prprio Pleno (art. 93, XI, da CF) que declara a

    inconstitucionalidade de lei, manifestao clara, portanto, do que chamado de controle difuso ou

    incidental da constitucionalidade. Se verdade que, no direito brasileiro, todo e qualquer rgo

    jurisdicionaldeveexerceraquelecontrole,tambmoquequandoaconstitucionalidadediscutidano

    mbitodosTribunais,quaisquerque sejameles, oPlenrioou, adependerdeexpressaprevisodo

    RegimentoInterno,oseurgoEspecialquetemcompetnciaparatanto.

    2.1.10Isonomia

    OprincpiodaisonomiaoudaigualdadebasilarnaorganizaodoEstadobrasileiro.expresso

    sobreeleocaputeoincisoIdoart.5,assimcomo,tendoemcontaoEstado-administrao,oart.37,

    caput,e,comosolhosvoltadosfunotributriadoEstado,oart.150,II,todosdaCF.

    A isonomiaou igualdadedeve ser entendidano sentidodequeoEstado-juiz (omagistrado,queo

  • representa) deve tratar de forma igualitria os litigantes. Seja dando-lhes igualdade de condies de

    manifestaoao longodoprocesso, seja criandocondiesparaque essa igualdade seja efetivamente

    exercitada.

    tradicional descrever o princpio da isonomia com o nome, bastante eloquente, paridade ou

    igualdadedearmas.Estaformadetratardoprincpioevidenciabemanecessidadedeoferecimentode

    iguais oportunidades aos litigantes ao longo do processo. No h como conceber, nessas condies,

    instrumentosprocessuaisnouniformes,noiguais,noequivalentesparaaspartes.

    Oprincpio,contudo,vaialm,paraatingirtambmsituaesemqueexisterealdesigualdade,uma

    desigualdade pressuposta pelos litigantes. Nesses casos, legtimo que a lei crie mecanismos para

    igualarasituao,colocandoempdeigualdadeambososlitigantes.Oquereleva,emtaiscasos,que

    o tratamento desigual seja suficientemente justificvel, isto , que ele seja devido e adequado para

    equilibrar, perante o Estado, situao de desequilbrio estranho ao processo ou, quando menos, que

    surgenoprprioplanodoprocesso.oquederivadacostumeiraecorreta liodequeo tratamento

    desigualsejustificanamedidaexatadadesigualdadecombatida.

    2.1.11Publicidade

    OprincpiodapublicidadevemexpressonoincisoLXdoart.5daCF:aleispoderrestringira

    publicidadedosatosprocessuaisquandoadefesadaintimidadeouointeressesocialoexigirem.Ele

    tambmconstadosincisosIXeXdoart.93daCF,amboscomaredaoquelhesdeuaECn.45/2004,

    respectivamente:todososjulgamentosdosrgosdoPoderJudicirioseropblicos,efundamentadas

    todas as decises, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presena, em determinados atos, s

    prpriasparteseaseusadvogados,ousomenteaestes,emcasosnosquaisapreservaododireito

    intimidade do interessado no sigilo no prejudique o interesse pblico informao e as decises

    administrativasdostribunaisseromotivadaseemsessopblica,sendoasdisciplinarestomadaspelo

    voto da maioria absoluta de seus membros. Trata-se, inequivocamente, de uma garantia poltica do

    exercciodafunojurisdicional,fortenaconcepodeexercciodecontrolesobreela,tpica,portanto,

    daconcepoclssicadeEstadodeDireito.

    Apublicidade,talqualexigidaconstitucionalmente,temsentidoduplo.Aprimeiraacepoadeque

    odireitobrasileironoadmitejulgamentossecretos.Assim,todooatuardoEstado-juizpblicono

    sentidodeserpossveloacessoimediatoaele.Asegundanosentidodequetodasasdecises,para

    serementendidascomotais,devemserpublicadas, isto, tornadaspblicas,acessveisaopblicoem

  • geral.Tudooquecaracterizaoprocessoeprocesso,semprebomlembrar,oprpriomtodode

    atuaodoEstadopblico,e,comotal,temqueestardisponvelparaquemquerqueseja.

    O inciso IXdoart.93daCFadmiteexpressas restriesaoprincpiodapublicidade.Assim,nos

    casosdepreservaododireitointimidadedointeressado,desdequenohajaprejuzoaointeresse

    pblicoinformaodireitoquedecorredomodelodeEstadoadotadopeloBrasil,aprticadoato

    processualpodeserlimitadasprpriasparteseaseusadvogadosousomenteaestes.

    2.1.12Motivao

    Oprincpiodamotivao,tambmchamadodeprincpiodafundamentao,temprevisoexpressa

    nos mesmos incisos IX e X do art. 93 da CF, os quais expressam o princpio da publicidade. Essa

    peculiaridade,contudo,nosuficienteparatratarosdoisprincpioscomoseelesfossemums,embora

    possasertraadaalgumarelaoentreambos.

    Oprincpiodamotivaoexpressaanecessidadedetodaequalquerdecisojudicialserexplicada,

    fundamentada e justificada pelomagistrado que a proferiu, levando em conta o direito aplicvel e as

    vicissitudes do caso concreto. Com isso, o princpio assegura no s a transparncia da atividade

    judiciria, mas tambm viabiliza que se exercite o adequado controle de todas e quaisquer decises

    jurisdicionais. Justamenteporqueodireito reclama,para suaaplicao, interpretao,e, considerando

    queainterpretaodaregrajurdicareclama,parasuacorreo,aconsiderao(consciente)devalores,

    fundamentalqueseverifiquearazodeomagistradoterdecididodeumaformaoudeoutrasempre

    levando em conta as peculiaridades do caso concreto. No despropositado, muito pelo contrrio,

    referir-seaoprincpiodamotivaocomoumaformadeomagistradoprestarcontasdoexercciode

    suafuno jurisdicionalao jurisdicionado,aosdemais juzes,a todososparticipantesdoprocessoe,

    maisamplamenteecomoconsequnciainafastvel,atodaasociedade.

    2.1.13Vedaodasprovasilcitasouobtidaspormeiosilcitos

    OprincpiodavedaodasprovasilcitasexpressonoincisoLVIdoart.5daCF.Deacordo

    com o dispositivo, so inadmissveis, no processo, as provas obtidas por meios ilcitos. O que o

    princpioquerproteger, acimade tudo,a intimidadedaspessoasnos termosamplosdo incisoXdo

    mesmoart.5.

    O referido incisoLVIpermiteadistinoentreprovas ilcitaseentreprovasobtidas pormeios

  • ilcitos.Provailcitaaquelaque,emsimesmaconsiderada,fereoordenamentojurdico.Assim,por

    exemplo, a tortura, expressamente proibida pelo inciso III do art. 5 da CF. Prova obtida por meios

    ilcitos aquela que, comomeio de prova, admitida ou tolerada pelo sistema, mas cuja forma de

    obteno,deconstituio,deformao,fereoordenamentojurdico.Bemilustraasituaoodesrespeito

    aosigilodecorrespondnciaouaoitivadeconversastelefnicasnoautorizadanostermosdalei(art.

    5,XII,daCF).

    2.1.14Assistnciajurdicaintegralegratuita

    Trata-sedeprincpioexpressamenteprevistonoincisoLXXIVdoart.5daCF:OEstadoprestar

    assistncia jurdica integral e gratuita aos que comprovarem insuficincia de recursos e que permite

    reduzir, se no eliminar, obstculos financeiros que privariam o economicamente hipossuficiente de

    adequadoacessoJustia.

    Oprincpiovaialm,contudo,doacessojustianosentidojurisdicionaldotermo,aoestabelecer

    comoobrigaodoEstadonosassistnciajudiciriaintegralegratuitamas,muitomaisdoqueisto,

    assistncia jurdica integral e gratuita. Isto quer significar, portanto, que tambm fora do plano do

    processo,oEstadotemodeverdeatuaremproldaconscientizaojurdicadasociedadecomoumtodo,

    levandoemcontatambmoshipossuficientes,orientando-oscomrelaoaosseusdireitos.Este,com

    efeito,umpassodecisivoparadesenvolvimentoefortalecimentodosentimentodecidadaniadeumpovo.

    fundamental que se saiba que se tem direitos at como pressuposto lgico e indispensvel para

    pretenderexerc-los,seforocaso,inclusivejurisdicionalmente.

    Dopontodevista jurisdicional,oquequero incisoLXXIVdoart.5daCFevitarqueocusto

    inerente prestao da atividade jurisdicional seja bice para aqueles que no tenham condies de

    suport-lo.Nosetratadetornaraprestaodaatividadejurisdicionalgratuita.NoissooqueaCF

    estabelece.Trata-se,bemdiferentemente,deevitarquearesponsabilidadeporessescustosobstaculizeo

    exercciojurisdicionaldedireitos.comosedissessedeformabemdireta,determinarqueoprprio

    Estadoassuma,para todososfins,oscustos inerentesaoexercciodafunojurisdicional,demodoa

    permitirquelequenoteriacondiesdesuport-losatuarprocessualmente.

    AprpriaCFestabelecediretrizes segurasparaa implementaoconcretadadiretrizconstantedo

    dispositivoemexame.Assim,porexemplo,oincisoLXXVIIdoart.5determinaquesogratuitasas

    aes de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessrios ao exerccio da

    cidadania. Ainda no plano da CF, importa destacar as Defensorias Pblicas criadas pelo art. 134

  • como instituies especificamente voltadas orientao jurdica e defesa, em todos os graus, dos

    necessitados,naformadoart.5,LXXIV.

    2.1.15Duraorazoveldoprocesso(eficinciaprocessual)

    OincisoLXXVIIIdoart.5daCF,introduzidopelaECn.45/2004,dispequeatodos,nombito

    judicial e administrativo, so assegurados a razovelduraodoprocesso eosmeiosquegarantama

    celeridadedesuatramitao.

    Trata-se da consagrao expressa do princpio da razovel durao do processo no modelo

    constitucionalbrasileiroetambmdosmeiosquegarantamaceleridadedetramitaodoprocesso.

    A razovel durao do processo deve ser compreendida invariavelmente levando em conta as

    especificidadesdecadacasoconcreto.Nohcomoexigirquecasoscomplexostenhamomesmotempo

    de durao que processos pouco ou nada complexos. O que dado ao processualista idealizar, em

    abstrato,soastcnicas,asmaisvariadasenosvariadosplanos,parabuscarumjulgamentomaisclere,

    assuntoaoqualsevoltaasegundapartedodispositivoemexame.

    No h, de qualquer sorte, como querer compreender o inciso LXXVIII do art. 5 da CF como

    sinnimodeceleridade.Oquedeve ser relevadonele, a despeito do texto constitucional, verificar

    comoeconomizaraatividadejurisdicionalnosentidodareduodestaatividade,reduodonmero

    de atos processuais, qui, at, da propositura de outras demandas, resolvendo-se omaior nmero de

    conflitosdeinteressesdeumasvez.Oqueoprincpioquer,destarte,queaatividadejurisdicionale

    osmtodosempregadosporelasejamracionalizados,otimizados,tornadosmaiseficientes(oque,alis,

    vaiaoencontrodaorganizaodetodaatividadeestatal,consoanteseextraidocaputdoart.37daCFe

    doprincpiodaeficincialprevistoexpressamente),semprejuzo,evidentemente,doatingimentode

    seus objetivos mais amplos. Por isso mesmo, no h por que recusar referir-se a essa faceta do

    dispositivo constitucional em exame como princpio da eficincia da atividade jurisdicional. At

    porqueeventualceleridadenopodecomprometeroutrasgarantiasdoprocessocontraditrio,ampla

    defesa,publicidadeemotivao,apenasparacitaralgumasbemmarcantesequedemandam,porsuas

    prprias caractersticas, tempo necessrio para concretizarem-se. Tampouco pode comprometer a

    organizaojudiciriatambmimpostadesdeomodeloconstitucional.

    2.1.16Efetividadedoprocesso(efetividadedodireitopeloenoprocesso)

  • Oprincpiodaefetividadedoprocesso,porvezesdenominadodeefetividadedajurisdio,tambm

    encontraseufundamentonalocuocontidanoincisoXXXVdoart.5daCFdequealeinoexcluir

    nenhumalesoouameaaadireitodaapreciaodoPoderJudicirio.

    Suanoonuclear repousaemverificarque,umavezobtidoo reconhecimentododireito indicado

    comoameaadooulesionado,seusresultadosdevemserefetivos,isto,concretos,palpveis,sensveis

    noplanoexteriordoprocesso,isto,foradoprocesso.

    Oprincpiodaefetividadedoprocesso,nestesentidoediferentementedosdemais,volta-semais

    especificamenteaosresultadosdatutelajurisdicionalnoplanomaterial,exterioraoprocesso.incuo

    falaremumprocessojustoouemumprocessodevido,dando-seafalsaimpressodequeaqueles

    atributos tendem a se esgotar com a to s observncia da correo domeio de produzir a deciso

    jurisdicional apta a veicular a tutela jurisdicional. O justo e o devido, com efeito, vo alm do

    reconhecimentojurisdicionaldodireito.

    essa a razopelaqualmeparecemais adequadopropor, para substituir a tradicional expresso

    efetividadedoprocesso,outra,quecolocanfaseondeeladeveserposta:efetividadedodireitopelo

    eno processo.No se trata, enfatizo, de entender efetivo o processo em simesmo considerado.A

    efetividade do processo mede-se pela sua capacidade de tornar reais (concretizados) os direitos

    controvertidos,ameaadosou lesionados.oque,naperspectivadoprpriomodeloconstitucional,

    suficientementealcanadopeloincisoLXXVIIIdoart.5,querotulo,nonmeroanterior,deeficincia

    processual. Na exata medida em que a autotutela vedada e que a sua contrapartida a tutela

    jurisdicional, irrecusvel a concluso de que a tutela daqueles direitos depende do processo. Sem

    processonohdireitoefetivo.Aefetividade,destarte,dodireitoenodoprocesso.

    2.1.17Princpios-sntese

    Escrevi,apropsitodoprincpiododevidoprocessoconstitucional, ser frequenteaafirmaode

    quesetratadeumprincpioquesintetizaomododeser(semprenosentidodedever-ser)doprocesso.

    Reputo importante e extremamente didtico completar essa observao, trazendo tona, tambm

    comoprincpios-sntese,outrosdois,oacessojustiaeaefetividadedodireitopeloprocesso.

    Bem compree