6
MEGAESOFAGO FELINO – AVALIACAO RADIOLOGICA ATRAVES DE ESOFAGOGRAFIA Autor(es): XAVIER, Fernanda da Silva; CARTANA, Camila Basso; SCOPEL, Débora; CARAPETO, Luiz Paiva; Apresentador: Fernanda da Silva Xavier Orientador: Luiz Paiva Carapeto Revisor 1: Tatiane Camacho Mendes Revisor 2: Milton Bergeres de Almeida Instituição: Universidade Federal de Pelotas MEGAESOFAGO FELINO – AVALIACAO RADIOLOGICA ATRAVES DE ESOFAGOGRAFIA XAVIER, Fernanda da Silva 1 ; CARTANA, Camila Basso 1 ; SCOPEL, Debora 2 ; CARAPETO, Luiz Paiva 3 ; 1 Médicas Veterinárias Residentes do Hospital Universitário Veterinário 2 Graduanda do Curso de Medicina Veterinária 3 Prof. Adj. MSc. Departamento de Clínicas Veterinária Campus Universitário s/n – Caixa Postal 354 – CEP 96010-900 Universidade Federal de Pelotas - [email protected] 1. INTRODUÇÃO O esofago geralmente não é visualizado em filmes simples do pescoco ou do torax, porque, em seu estado normal de colapso, sua opacidade é igual a dos musculos do pescoco e do mediastino (Kealy & McAllister, 2005). Em gatos, o terco caudal do esofago possui estrias transversais alem de dobras longitudinais. Isso confere uma aparencia de zigue-zague no exame com bario (Kealy & McAllister, 2005). Para Ettinger & Feldman (1997) megaesofago e um termo que se refere a dilatacao esofagica generalizada resultante de um esofago aperistaltico, secundario a disturbios neuromusculares, pode ser de origem congenita ou adquirida e é rara de ocorrer em felinos. A esofagografia (ou esofagograma) é a técnica radiológica que serve para avaliar alteracoes funcionais e estruturais do esofago (Hurd, 2007).

CA_01257

Embed Size (px)

DESCRIPTION

kb mmkjl

Citation preview

  • MEGAESOFAGO FELINO AVALIACAO RADIOLOGICA ATRAVES DE

    ESOFAGOGRAFIA

    Autor(es): XAVIER, Fernanda da Silva; CARTANA, Camila Basso; SCOPEL, Dbora;

    CARAPETO, Luiz Paiva;

    Apresentador: Fernanda da Silva Xavier

    Orientador: Luiz Paiva Carapeto

    Revisor 1: Tatiane Camacho Mendes

    Revisor 2: Milton Bergeres de Almeida

    Instituio: Universidade Federal de Pelotas

    MEGAESOFAGO FELINO AVALIACAO RADIOLOGICA ATRAVES DE

    ESOFAGOGRAFIA

    XAVIER, Fernanda da Silva1; CARTANA, Camila Basso 1; SCOPEL, Debora 2;

    CARAPETO, Luiz Paiva3;

    1Mdicas Veterinrias Residentes do Hospital Universitrio Veterinrio 2

    Graduanda do Curso de Medicina Veterinria

    3Prof. Adj. MSc. Departamento de Clnicas Veterinria

    Campus Universitrio s/n Caixa Postal 354 CEP 96010-900

    Universidade Federal de Pelotas - [email protected]

    1. INTRODUO O esofago geralmente no visualizado em filmes simples do pescoco ou do torax, porque, em seu estado normal de colapso, sua opacidade igual a dos musculos do pescoco e do mediastino (Kealy & McAllister, 2005). Em gatos, o terco caudal do esofago possui estrias transversais alem de dobras longitudinais. Isso confere uma aparencia de zigue-zague no exame com bario (Kealy & McAllister, 2005).

    Para Ettinger & Feldman (1997) megaesofago e um termo que se refere a dilatacao esofagica generalizada resultante de um esofago aperistaltico, secundario a disturbios neuromusculares, pode ser de origem congenita ou adquirida e rara de ocorrer em felinos. A esofagografia (ou esofagograma) a tcnica radiolgica que serve para avaliar alteracoes funcionais e estruturais do esofago (Hurd, 2007).

  • 2. MATERIAL E MTODOS

    Foi atendido Hospital de Clinicas Veterinaria (HCV) da Faculdade de Veterinaria (FV) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) um felino, da raca siames, com 13 anos de idade. A anamnese revelou vomito de odor fetido, emagrecimento progressivo h 1 semana, ausencia de defecacao. No exame fisico foi constatado desidratacao, palodez de mucosas, condicao corporal ruim, pelos arrepiados e sem brilho. A palpacao abdominal sugeriu uma massa de consistencia firme nas alcas intestinais. Foram realizados exames complementares como hemograma, avaliacao bioquimica, ultrassonografia da regiao abdominal e nestes no foram encontradas alteracoes significativas.

    O animal foi encaminhado ao Setor de Radiodiagnostico do HCV para realizacao de um exame radiologico simples do abdomen, no qual foi inconclusivo, entao sugeriu-se um exame contrastado do trato gasto-intestinal com sulfato de bario como meio de contraste, via oral, o que possibilitou a observao de uma dilatacao esofagica na porcao toracica. sido realizados exames complementares como hemograma, avaliacao bioquimica, ultrassonografia da regiao abdominal e nestes no foram encontradas alteracoes significativas.

    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    Um estudo de constraste positivo esofagico chamado esofagografia foi realizado no paciente. Foram administrados oralmente 10 mL de uma supensao de sulfato de bario (Micropaque 100% g/v, Laboratorio Guerbet). Foram realizados estudos radiograficos nas projees ventro-dorsal (VD) e lateral esquerda (LE) imediatamente a administrao do meio de contraste (Tzero) e aps 15, 30, 45, 60 minutos (T15, T30, T45 e T60). Em Tzero, a radiografia mostrou um acumulo de material constrastante em transito atraves do esofago. Em T15, T30 e T45 o esofago estava significativamente dilatado com o meio de contraste acumulado ao nivel da 6 costela ate o diafragma. O contraste causou estriacoes perpendiculares ao eixo do esfago apos imediatamente a ingestao do mesmo na porcao mais caudal do esofago toracico. Em T60 ainda havia vestigios do material contrastante na porcao caudal do lumen esofagico toracico, confirmando o diagnostico de megaesofago.

    Para confirmar a extensao do dano esofgico se pode utilizar esofagoscopia ou avaliacao radiolgica com sulfato de bario (Berry, 2000 e Lobetti, 2000).

    Em radiografias contrastadas so usados bario lquido que indica alteracao de mucosa, posicao anatomica do esofago e corpos estranhos, bario em pasta que determina o lumen esofagico, evolucao de desordens de motilidade e tambem solucoes iodadas que quando se suspeita de perfuracao esofgica (Valds, Dra. Alicia, 2007) ou ruptura (Hurd, 2007). A Esofagografia, nos casos de suspeita de megaesofago, deve ser realizada sem diluicao aquosa da suspensao de bario e com uma quantidade que permita o enchimento completo do esofago. Caso a quantidade bario no preencha totalmente a luz esofagica poderemos ter uma imagem similar a encontrada nos casos de Persistencia do Arco Aortico (Carapeto, 2001).

    As radiografas laterais com meio de contraste positivo permitem identificar uma

  • massa circunscrita, posterior ao coracao, pode-se observar outras afeccoes patolgicas como espondilosis torcica, megaesfago e neoplasia (Evans. 1983 e , Mazaki-Tovi et. al., 2002). Estudos de contraste deveriam sempre ser feitos com cuidado em pacientes com disfuncao da motilidade esofagica por causa do risco de pneumonia por aspiracao. Uma pequena quantidade do meio de contraste eh frequentemente identificada no esofago de um gato que foi submetido a uma examinacao gastro-esofagica de contraste ainda por uma hora apos o inicio do estudo. Isto pode ser gerenciado por um tubo alimentar nasogastrico (Geffen et al, 2006). Ainda que no tenha sido feito neste caso, eh aconselhavel remover o contraste retido no esofago para minimizar o risco de inalacao.

    4. CONCLUSES

    Esse estudo teve como finalidade expor a importancia da radiologia e de exames contrastados como a esofagografia para a obtencao de uma diagnostico mais preciso e definitivo em determindas afeccoes do trato gastrointestinal.

    5. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS Berry WL. Spirocerca lupi esophageal granulomas in 7 dogs: resolution after treatment with doramectin. J Vet Intern Med 2000 Nov-Dec;14(6):609-12 CARAPETO, L.P. Radiologia do sistema digestorio. In: Radiologia Veterinria. 2 ed. Pelotas: Catlica, 2001 p. 177-178. Dra. Alicia Valds O. Facultad de Ciencias Veterinarias - Universidad de Chile, http://www.mevepa.cl/modules.php?name=News&file=article&sid=483, Acessado em 29 de agosto de 2007 Evans LB. Clinical diagnosis of Spirocerca lupi infestation in dogs. J S Afr Vet Assoc 1983 Sep;54(3):189-91 Geffen, C. V., Saunders, J. H., Vandevelde, B., Van Ham, L., Hoybergs, Y. and Daminet, S. (2006) Idiopathic megaesophagus and intermittent gastro-esophageal intussusception in cat. Journal of Small Animal Pratice 47, 471-475 Han, C. M., Hurd, C. D. Estudos de Contrastes. In: Diagnostico por imagem para pratica veterinaria. So Paulo: Editora Rocca Ltda, 3 ed., 2007, cap. 12, pag. 131 Kealy, K.J.; McAllister, H. O Abdome. In: Radiologia e Ultra-sonografia do co e do gato. So Paulo: Editora Manole Ltda, 3 ed. 2005, cap. 2, p. 48-49 Lobetti RG. Survey of the incidence, diagnosis, clinical manifestations and treatment of Spirocerca lupi in South Africa. J S Afr Vet Assoc 2000 Mar;71(1):43-6 Mazaki-Tovi M, Baneth G, Aroch I, Harrus S, Kass PH, Ben-Ari T, Zur G, Aizenberg I, Bark H, Lavy E. Canine spirocercosis: clinical, diagnostic, pathologic, and epidemiologic characteristics. Vet Parasitol 2002 Aug 2;107(3):235-50 Twedt, D. C., E. C. Afeccoes do esofago. Ettinger, S. J., Feldman In: Tratado de Medicina de Veterinaria. So Paulo: Editora Manole Ltda, 4 ed., 1997, cap. 12, p. 1562

  • 6. FIGURAS

    Fig, 1 Projecao lateral do torax de um felino, demonstrando conteudo contrastante na porcao caudal do esofago toracico.

    Fig 2 Aproximacao da porcao caudal do esofago toracico com contraste na porcao caudal.

    Fig 3 Projecao ventro dorsal (VD) da regiao toracica visualizando a dilatacao esofagica contrastada com o sulfato de bario.

    Fig 4 Vista aproximada da dilatacao esofagica numa projecao VD, evidenciando uma aparencia de zigue-zague no exame com bario, aspecto de espinha de arenque.