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Centro Universitário de Goiás, Uni-ANHANGÜERA Curso de Ciências Biológicas CÂNCER INFANTIL: ASPECTOS CLÍNICOS E EPIDEMIOLÓGICOS Autor: Sandro Souza de Oliveira Orientadora: Prof.Msc. Rosângela Addad Abed

Câncer Infantil: aspectos clínicos e epidemiológicos

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O câncer é caracterizado pelo crescimento desordenado de células anormais (malignas) que tem como conseqüência a invasão de órgãos e tecidos, podendo alterar outras regiões do corpo. Câncer Infantil representa uma importante causa de morte entre crianças abaixo de 15 anos no Brasil. O câncer na criança geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e dos tecidos de sustentação, e nos adultos, o câncer afeta as células do epitélio que recobre os diferentes órgãos. As leucemias, os linfomas, tumor nervoso central, neuroblastoma, retinoblastoma, tumor renal, osteossarcoma e sarcoma de partes moles, são os principais tipos de câncer infantil. No tratamento do câncer pediátrico é usado a quimioterapia, sendo indicada em todos os casos de câncer infantil, a radioterapia utilizada nos casos de linfomas, e tumores sólidos como, o neuroblastoma, a retinoblastoma, o osteossarcoma, o tumor de Wilms, tumor nervoso central e o sarcoma de partes moles; o transplante de medula óssea indicada nos casos de leucemias, linfomas, osteossarcoma, neuroblastoma e tumor de Wilms e a cirurgia indicada nos casos de linfoma não- Hodgkin e tumores sólidos.

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Centro Universitrio de Gois

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Centro Universitrio de Gois, Uni-ANHANGERA

Curso de Cincias Biolgicas

CNCER INFANTIL: ASPECTOS CLNICOS E EPIDEMIOLGICOS Autor: Sandro Souza de Oliveira

Orientadora: Prof.Msc. Rosngela Addad Abed

Goinia

2008SANDRO SOUZA DE OLIVEIRA

CNCER INFANTIL: ASPECTOS CLNICOS E EPIDEMIOLGICOSTrabalho de Concluso de Curso apresentado ao Curso de Cincias Biolgicas do Centro Universitrio de Gois, Uni - ANHANGERA como exigncia parcial para aprovao na disciplina de Projeto de Pesquisa II, sob orientao da Prof. Msc. Rosngela Addad Abed.Goinia

2008TERMO DE APROVAO

SANDRO SOUZA DE OLIVEIRA

CNCER INFANTIL:

ASPECTOS CLNICOS E EPIDEMIOLGICOS

Monografia apresentada banca examinadora como requisito parcial obteno do Ttulo de Graduado em Cincias Biolgicas pela Disciplina de Projeto de Pesquisa II do Uni ANHANGERA defendida e aprovada em 11 de novembro de 2008 pela banca examinadora constituda por:

Prof. Msc. Rosngela Addad Abed

(Presidente)

Prof. Msc. Liliane Rego Guimares

Prof. Dra. Leila Garcs de ArajoRESUMO

O cncer caracterizado pelo crescimento desordenado de clulas anormais (malignas) que tem como conseqncia a invaso de rgos e tecidos, podendo alterar outras regies do corpo. Cncer Infantil representa uma importante causa de morte entre crianas abaixo de 15 anos no Brasil. O cncer na criana geralmente afeta as clulas do sistema sanguneo e dos tecidos de sustentao, e nos adultos, o cncer afeta as clulas do epitlio que recobre os diferentes rgos. As leucemias, os linfomas, tumor nervoso central, neuroblastoma, retinoblastoma, tumor renal, osteossarcoma e sarcoma de partes moles, so os principais tipos de cncer infantil. No tratamento do cncer peditrico usado a quimioterapia, sendo indicada em todos os casos de cncer infantil, a radioterapia utilizada nos casos de linfomas, e tumores slidos como, o neuroblastoma, a retinoblastoma, o osteossarcoma, o tumor de Wilms, tumor nervoso central e o sarcoma de partes moles; o transplante de medula ssea indicada nos casos de leucemias, linfomas, osteossarcoma, neuroblastoma e tumor de Wilms e a cirurgia indicada nos casos de linfoma no- Hodgkin e tumores slidos.Palavras chaves: oncopediatria, clnica, diagnsticoLISTA DE FIGURAS

Pg.Figura 1 Surgimento e invaso de clula cancerosaFigura 2 - Estgios de formao do cncerFigura 3 - Sistema Linftico

Figura 4 - Leso cutnea por Linfoma

Figura 5 - Criana com Leucemia

Figura 6 - Sistema Nervoso Central

Figura 7 - Criana com manchas escuras ao redor dos olhos

Figura 8 - Criana com inchao abdominal

Figura 9 - Rim direito com tumor de Wilms

Figura 10 Estrutura ocular

Figura 11 - Criana com Retinoblastoma

Figura 12 - Sarcoma localizado no brao12

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LISTA DE TABELAS

Pg.

Tabela 1 - Possveis sinais e sintomas dos tumores na infncia em condies no-malignasTabela 2 - Principais queixas diagnosticadas de tumores na infncia

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SUMRIO Pg.1. INTRODUO2. OBJETIVOS3. REVISO BIBLIOGRFICA

3.1 Cncer

3.2 Histria do Cncer

3.3 Cncer Infantil

3.4 Principais Tipos de Cncer Infantil

3.4.1 Linfomas

3.4.2 Leucemias

3.4.3 Tumor do Sistema Nervoso Central

3.4.4 Neuroblastoma

3.4.5 Tumor de Wilms (Tumor Renal)

3.4.6 Retinoblastoma

3.4.7 Osteossarcoma

3.4.8 Sarcoma de Partes Moles

3.5 Diagnstico3.6 Principais Tratamentos3.6.1 Quimioterapia

3.6.2 Radioterapia

3.6.3 Transplante de Medula ssea

3.6.4 Tratamento Cirrgico4. PROCEDIMENTO METODOLGICO5. CONCLUSO REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 07 11 12 12 14 15 17 18 20 21 22 24 25 26 27 28 32 32 34 35 36 37 38 39

1. INTRODUO

Cncer o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenas que tm em comum o crescimento desordenado de clulas que invadem os tecidos e rgos, podendo espalhar-se (metstase) para outras regies do corpo. Dividindo-se rapidamente, estas clulas tendem a ser muito agressivas e incontrolveis, determinando a formao de tumores ou neoplasias malignas. Um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de clulas que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida (INCA, 2007). Segundo Cuffa et al. (2001) surgimento de uma clula cancergena se deve a diversos fatores como: psicolgicos, qumicos, fsicos, genticos e virais. Os males que o mesmo causa so variados, dependendo da rea onde ele se desenvolve. Qualquer pessoa pode vir a desenvolver algum tipo de cncer ao longo da vida. H algumas pessoas com maior predisposio doena, tais como: algumas doenas congnitas em criana como a sndrome de Down, imunodeficincias congnitas, exposio a alguns fatores como cigarro, benzenos, pesticidas; e na relao familiar, como o cncer de mama em filhas de mulheres portadoras. De todos os casos, 80% a 90% dos cnceres esto associados a fatores ambientais. Alguns deles so bem conhecidos: o cigarro pode causar cncer de pulmo, a exposio excessiva ao sol pode causar cncer de pele, e alguns vrus podem causar leucemia. Outros esto em estudo, tais como alguns componentes dos alimentos que ingerimos, e muitos so ainda completamente desconhecidos (ABRALE, 2007). O Cncer surge quando uma clula normal sofre alteraes no DNA. As clulas cujo material gentico foi alterado passam a receber instrues erradas para as suas atividades. As alteraes podem ocorrer em genes especiais, denominados protooncogenes, que a princpio so inativos em clulas normais. Quando ativados, os protooncogenes transformam-se em oncogenes, transformando as clulas normais em clulas malignas, dando incio ao cncer (INCA, 2007).

Segundo Cuffa et al. (2001) o cncer conhecido desde a Grcia Antiga. Fazendo dois mil anos de luta contra esse mal. A cada ano que passa o homem vem desenvolvendo tcnica avanadas para combat-lo. No incio da dcada de 70 descoberto o primeiro oncogene (gene associado ao aparecimento do cncer) viral, fator que d incio ao tumor, pelo cientista alemo Peter Duesberg e pelo japons Hidesaburo Hanafusa. Em 1972 com o aprimoramento das tcnicas de diagnsticos por imagens permite mtodos mais precisos de identificao de tumores. So anos de pesquisa sobre o cncer, mas o que impulsionou o grande o avano sobre seu estudo foi com a Engenharia Gentica, por volta de 1975, com a criao de agentes que identificam clulas de tumor e ativam a defesa do organismo. A partir ento ocorreram vrias pesquisas sobre os cnceres. No Brasil foi criado em 1999, o Projeto Genoma Cncer do Brasil cujo objetivo mapear o material gentico de certos tipos de tumores. Atualmente so testadas vacinas que ativam o sistema de defesa do corpo humano, alm dos tratamentos tradicionais. Segundo Mirra (2005) a preocupao de se conhecer a extenso da mortalidade e incidncia do cncer no Brasil data de muitos anos. Pois no ano de 1904, publicou - se trabalho sobre a Freqncia do cncer no Brasil, assinado por Sodr. Esta publicao, abrangendo o perodo de 1894 a 1898, procurou relacionar o clima com uma maior presena do cncer no extremo sul do pas e a predominncia do cncer uterino. conhecido como a primeira manifestao a respeito do assunto no mbito cientfico e acadmico brasileiro. O Cncer na criana representa aproximadamente 2% das neoplasias malignas. Constitui-se em uma das principais causas de bito por doena nesta faixa etria, e responsvel pela maior perda de potenciais anos de vida. Nas crianas, as neoplasias malignas diferem daquelas observadas nos adultos, tanto em relao a sua freqncia quanto ao seu tipo histolgico. O cncer na criana afeta as clulas do sistema sanguneo e os tecidos de sustentao, enquanto que, no adulto, afeta as clulas do epitlio que recobrem os diferentes rgos (Silva et al., 2002). A taxa de incidncia do cncer infantil tem crescido em torno de 1% ao ano. Este crescimento tem sido inversamente proporcional ao crescimento da taxa de mortalidade e estima-se que a taxa de cura global esteja em torno de 85%. esperado que, em 2010, um em cada 250 adultos seja um sobrevivente de cncer na infncia. No Brasil, o cncer j a terceira causa de morte por doena entre um e 14 anos, e no municpio e Estado de So Paulo a primeira causa de bito entre cinco e 14 anos de idade, excluindo-se as causas externas (Rodrigues; Camargo, 2003).

Segundo Braga et al. (2002) dentre todas as neoplasias infantis, as leucemias representam as mais freqentemente diagnosticadas, sendo responsveis, na maioria das populaes, por 25% a 35% de todas as neoplasias malignas peditricas. Em Goinia, entre 1989 e 1996, foram as neoplasias mais comuns, concentrando 27% de todos os tumores infantis (22,8% para as meninas e 31,5% para os meninos). Dentre as leucemias, as mais comuns so as agudas como, a leucemia linfoctica aguda (LLA) e outras como, a leucemia no linfoctica aguda (LNLA) e a leucemia mielide crnica (LMC). Em relao mortalidade, o cncer tem - se destacado como uma importante causa entre os menores de 15 anos, as neoplasias infantis representam um problema de sade pblica ainda maior do que no passado, devido ao maior controle das doenas transmissveis. Segundo Motta e Enumo (2002) os dados epidemiolgicos do cncer na infncia tem mostrado que o avano cientfico na rea de oncologia infantil levou a um aumento considervel das chances de cura, observando-se no Brasil um ndice de 70% remisso da doena, quando diagnstico precoce e o tratamento especializado.

O cncer peditrico representa de 0,5% a 3% de todos os tumores na maioria das populaes. Enquanto os tumores nos adultos esto, em geral, relacionados exposio a vrios fatores de risco como o tabagismo, estilos de vida, alimentao, ocupao e agentes cancergenos especficos, a maior parte das causas dos tumores peditricos ainda completamente desconhecida (Reis et al., 2007).

Segundo Gonalves et al. (2004) a incidncia das neoplasias malignas em crianas no to alta como em adultos, porm no Brasil apresenta-se como a terceira causa de morte na populao abaixo de 14 anos, excluindo-se os acidentes e as causas externas . A incidncia e a mortalidade de algumas neoplasias peditricas variam bastante conforme a idade, o tempo para o diagnstico, permanecendo as causas ainda como desconhecidas, mas na maioria das enfermidades so invocados dois grupos de fatores bsicos: relacionados ao ambiente e ao indivduo. Atualmente tem sido visto como uma doena crnica e com perspectiva de cura em um grande nmero de casos, pois 2/3 dos cnceres infantis podem ser considerados curveis se o diagnstico for precoce e preciso e se a teraputica instituda for adequada.

O progresso no desenvolvimento do tratamento do cncer na infncia foi espetacular nas ltimasquatro dcadas. Atualmente, 70% das crianas acometidas de cncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. A maioria dessas crianas ter vida praticamente normal. To importante quanto o tratamento do cncer em si, a ateno dada aos aspectos sociais da doena, uma vez que a criana est inserida no contexto da famlia. A cura no deve se basear somente na recuperao biolgica, mas tambm no bem-estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, no deve faltar a ele, desde o incio do tratamento, o apoio psicossocial (INCA, 2007).

Atualmente, o cncer considerado um problema de sade pblica. Apesar do alto ndice de incidncia do cncer, vem se observando, desde 1970, um aumento linear das taxas de cura dos tumores na infncia. No Brasil, 70% das crianas e jovens com leucemia linftica aguda (LLA) so curados, devidos a tratamentos especializados (Silva et al., 2005).

Segundo Rodrigues e Camargo (2003) preciso que os pediatras estejam atentos que o diagnstico de cncer na infncia no sinnimo de morte e que a deteco precoce e o tratamento especializado e agressivo tm alcanado altos ndices de cura na atualidade. A sobrevida de pacientes com cncer depende principalmente da localizao do tumor, da histologia, da sua biologia e do estdio da doena ao diagnstico. Pacientes com doena localizada tm melhor prognstico que aqueles com doena avanada. Geralmente, quanto maior o atraso do diagnstico, mais avanada a doena, menores so as chances de cura e maiores sero as seqelas decorrentes do tratamento mais agressivo.

No Brasil no ano de 2008 ocorrero 351.720 casos novos de cncer, exceo dos tumores de pele no melanoma. E cerca de 9.890 casos novos de cncer em crianas e adolescentes at os 18 anos (INCA, 2007).2. OBJETIVOS

2.1 - OBJETIVO GERAL

Conscientizar sobre os aspectos clnicos e epidemiolgicos do Cncer Infantil.2.2 - OBJETIVOS ESPECFICOS

Alertar para a necessidade do conhecimento e investigao dos sintomas do Cncer Infantil; Demonstrar os principais tipos de tratamentos de combate ao Cncer na Criana. 3. REVISO BIBLIOGRFICA

3.1 - Cncer Cncer definido como um conjunto de mais de 100 patologias, caracterizado pelo crescimento desordenado de clulas anormais (malignas) que tem como conseqncia a invaso de rgos e tecidos, podendo alterar outras regies do corpo. Essa invaso denominada como metstase (ABRALE, 2007).

Dividindo-se rapidamente, as clulas tendem a ser mais agressivas e incontrolveis, determinando a formao de tumores ou neoplasias malignas. Um tumor benigno significa simplesmente uma massa localizada de clulas que se multiplicam vagarosamente e se assemelham ao seu tecido original, raramente constituindo um risco de vida. Os diferentes tipos de cncer correspondem aos vrios tipos de clulas do corpo. Por exemplo, existem diversos tipos de cncer de pele porque a pele formada de mais de um tipo de clula. Se o cncer tem incio em tecidos epiteliais como pele ou mucosas ele denominado de carcinoma. Se comea em tecidos conjuntivos como osso, msculo ou cartilagem denominado de sarcoma. Outras caractersticas que diferenciam os diversos tipos de cncer entre si a velocidade de multiplicao das clulas e a capacidade de invadir tecidos e rgos distantes ou prximos (Figura 1; INCA, 2007).

Figura 1. Surgimento e invaso de clula cancerosa Fonte: http://www.pgr.mpf.gov.br/pgr/saude/doencas/comportam_ca.htm O Cncer surge quando uma clula normal sofre alteraes no DNA e tendo seu material gentico modificado sofre uma perda de sua funo e multiplicando-se de maneira descontrolada, logo, afetando tecidos e rgos. O acmulo de clulas com crescimento descontrolado forma os tumores malignos e essas clulas invadem inicialmente os tecidos vizinhos, podendo chegar ao interior de um vaso sanguneo ou linftico e, por meio desses, disseminar-se, chegando a rgos distantes do local onde o tumor iniciou-se. O processo de formao do Cncer denominado Carcinognese (Figura 2), que passa por vrios estgios antes de chegar ao tumor (ABRALE, 2007):

1. Estgio de Iniciao onde as clulas sofrem efeitos dos agentes cancergenos que provocam modificaes no DNA das clulas. Nesta fase no possvel detectar um tumor clinicamente;

2. Estgio de Promoo, onde as clulas com seu DNA alterado sofrem efeito dos agentes cancergenos classificados com oncopromotores que vo transformar a clula em maligna, de forma lenta e gradual. Esses agentes cancergenos em alguns tumores com causa e efeito, como por exemplo, a nicotina que aumenta as chances de cncer de pulmo. Em outros tipos de cncer, essa identificao de causa e efeito no completamente definida;

3. Estgio de Progresso o ultimo estgio, onde se caracteriza a multiplicao descontrolada e irreversvel das clulas alteradas. Nesse estgio o cncer j est instalado, evoluindo at o surgimento das primeiras manifestaes clnicas da doena.

Figura 2. Estgios de formao do cncer

Fonte: http://www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?ID=3223.2 Histria do Cncer

Segundo Cuffa et al. (2001) o cncer conhecido desde a Grcia Antiga. A cada ano que se passa o homem tem aperfeioado tcnicas para o tratamento, mas at hoje no se conhece tudo sobre a doena. Os mais antigos registros sobre o cncer so os papiros egpcios por volta do ano de 160 a.C. No ano de 450a.C. os gregos tomam conhecimento da existncia de tumores. O grego Galeno quem utiliza pela primeira vez a palavra cncer para a doena e chega a extirp-los. Um pouco depois o grego Hipcrates d o nome de carcino s leses hoje conhecidas como cancergenas. Durante a idade mdia o conhecimento sobre a doena no avana muito, segundo a medicina da poca a doena causada por um excesso de bile preta (lquido excretado pelo fgado). Em 1730 o mdico francs Claude Gendron sugere que o cncer pode ser uma doena localizada devido uma massa que cresce e pode ser arrancada. Dez anos depois o professor holands Hermann Boerhaave sugere que uma inflamao pode dar origem a um tumor. Em 1750 estudos mostram que o cncer pode estar relacionado com ambientes insalubres. Algumas dcadas depois so feitas s primeiras ilustraes e descries dos tumores de mama, estmago, bexiga, pncreas e esfago. Por volta de 1838 com o avano dos microscpios torna-se possvel observar pela primeira vez as clulas cancerosas. A partir de 1850 as cirurgias comeam a ser mais profundas e mais aperfeioadas as tcnicas de remoo de tumores, devido o uso de anestesia. No ano de 1905, Marie Curie descobre a radioatividade em elementos naturais, que daria origem radioterapia. Alguns anos depois descoberta a possibilidade de que o cncer seja causado por falhas nos genes. Somente a partir 1915 estudos mostraram que a doena pode ser causada por substncias nocivas sade. A radiao solar identificada como uma das causas do cncer de pele. Na dcada de 40, inicia-se o uso da quimioterapia. Pesquisadores tentam sem sucesso, vencer o cncer com vacinas feitas pelo prprio tumor. Em 1943 criado o exame Papanicolau, que detecta o cncer de colo de tero. Dez anos depois, o ingls Francis Crick e o americano John Watson anunciam a descoberta da estrutura do DNA (material gentico). o incio da revoluo na Biologia Molecular que influencia o estudo do cncer at hoje. Em 1956 o norte-americano Richard Doll mostra que pode haver uma relao entre o cigarro e o cncer de pulmo. Em 1972 com o aprimoramento das tcnicas de diagnsticos por imagem permite mtodos mais precisos de identificao de tumores. Com o avano da engenharia gentica, por volta de 1975, h a possibilidade de criao de agentes que identificam clulas de tumor e ativam o sistema de defesa do organismo, chamados anticorpos monoclonais. Trs anos depois estudos mostram que as metstases originam-se do primeiro tumor e viajam no corpo pelas veias. Na dcada de 80, so realizados estudos mostrando que o sistema de defesa do organismo pode ser usado contra o cncer. No incio da dcada de 90, so identificadas mutaes genticas que podem dar origem a futuros casos de cncer de mama. A descoberta ajuda na preveno. Comeam a se desenvolver vrias campanhas incentivando a mudana de hbitos de vida como forma de prevenir o cncer. O Projeto Genoma Cncer do Brasil criado em 1999, com objetivo de mapear o material gentico de certos tipos de tumores. Atualmente so testadas vacinas que ativam o sistema de defesa do corpo humano, alm dos tratamentos tradicionais.3.3 - Cncer Infantil Segundo Braga et al. (2002) o cncer infantil compreende de 0,5% a 3% de todas as neoplasias na maioria das populaes, predominando mais em crianas do sexo masculino do que em crianas do sexo feminino. No que tange mortalidade, o cncer se destaca como uma importante causa entre os menores de 15 anos. As neoplasias infantis representam um problema de sade pblica ainda maior do que no passado, devido ao maior controle das doenas transmissveis. No Brasil, as estatsticas sobre as neoplasias infantis tm sido pouco analisadas na literatura mdica nacional, apesar da existncia de fontes de dados, tais como o Sistema de Informao de Mortalidade do Ministrio da Sade e os Registros de Cncer de Base Populacional em funcionamento no Pas. Sabe-se que, no ano de 1994, entre as crianas de 1 a 14 anos, as neoplasias foram responsveis por 8% dos bitos, representando, assim, a quarta causa de morte (excluindo os bitos por afeces mal definidas), sucedendo s causas externas, s doenas do aparelho respiratrio e s doenas infecciosas. As faixas etrias peditricas mais precoces (0 a 4 anos) so as mais propensas ao desenvolvimento de cncer, com exceo de linfomas, carcinomas e tumores sseos, que predominam em crianas entre 10 e 14 anos. Sabe-se ainda que, do ponto de vista clnico-evolutivo, os tumores infantis tendem a apresentar menores perodos de latncia, quase sempre crescem rapidamente, so agressivamente invasivos e respondem melhor quimioterapia.

Segundo Silva et al. (2002) o cncer na criana representa aproximadamente 2% das neoplasias malignas. Constitui-se em uma das principais causas de bito por doena nesta faixa etria, e responsvel pela maior perda de potenciais anos de vida. Nas crianas, as neoplasias malignas diferem daquelas observadas nos adultos, tanto em relao a sua freqncia quanto ao seu tipo histolgico. O Cncer na Criana afeta as clulas do sistema sanguneo e os tecidos de sustentao, enquanto que, no adulto, afeta as clulas do epitlio que recobrem os diferentes rgos. O tratamento deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar, em centros oncolgicos especializados, e planejado de acordo com o tipo histolgico e com o estgio clnico do cncer. prioritria a criao e padronizao de centros de registro de cncer para a implementao das pesquisas clnicas e epidemiolgicas. Os estudos epidemiolgico e etiolgico dos cnceres peditricos so escassos, quando comparados aos do adulto. Estes centros fornecem subsdios bsicos para o estabelecimento de estratgias eficientes no atendimento ao paciente oncolgico, e no aprimoramento de atividades relacionadas ao controle do cncer em termos de sade pblica.

Registrou-se, no perodo de janeiro de 1994 a dezembro de 1998, 371 casos novos de crianas portadoras de neoplasias malignas primrias. A perda de seguimento ocorreu em cinco casos. Em relao ao sexo, 207 (55,8%) crianas pertenciam ao masculino, e 164 (44,2%) ao feminino. A neoplasia maligna mais freqente foi a leucemia (36,6%), seguida pelos tumores do SNC e miscelnea de neoplasias intracranianas e intra-espinhais (21%) e pelos linfomas e neoplasias reticuloendoteliais (12,9%). A maioria dos estudos aponta para um discreto predomnio no sexo masculino para as neoplasias malignas nas crianas. No entanto, para alguns stios e/ou tipos histolgicos, ao se introduzirem outros fatores, tais como a idade, pode haver diferenas de acordo com o sexo (LOPES et al., 2000).

A taxa de incidncia do cncer infantil tem crescido em torno de 1% ao ano. Este crescimento tem sido inversamente proporcional ao crescimento da taxa de mortalidade e estima-se que a taxa de cura global esteja em torno de 85%. esperado que, em 2010, um em cada 250 adultos seja um sobrevivente de cncer na infncia. No Brasil, o cncer j a terceira causa de morte por doena entre um e 14 anos, e no municpio e Estado de So Paulo a primeira causa de bito entre cinco e 14 anos de idade, excluindo-se as causas externas. A sobrevida de pacientes com cncer na infncia no nosso meio est atingindo taxas semelhantes aos pases desenvolvidos. O Grupo Brasileiro Cooperativo para Tratamento das Leucemias Linfticas Agudas na Infncia (GBTLI), iniciado em 1980, alcanou uma sobrevida livre de eventos em 6,5 anos, para todos os pacientes de 70% (Rodrigues; Camargo, 2003).

Segundo Silva et al. (2005) estimou-se em 2005, no Brasil, ndices 467.440 casos novos de cncer na populao em geral.

No Brasil no ano de 2008 ocorrero 351.720 casos novos de cncer, com exceo dos tumores de pele no melanoma. E cerca de 9.890 casos novos de cncer em crianas e adolescentes at os 18 anos (INCA, 2007).3.4 - PRINCIPAIS TIPOS DE CNCER INFANTIL

A cada dia, porm, a classificao dos tumores peditricos ganha mais detalhamento, devido aos avanos nas tcnicas laboratoriais baseadas na Biologia Molecular, Imunologia e Gentica Celular. So registrados os tumores de localizao primria com comportamento biolgico maligno, os tumores de localizao secundria e os malignos de localizao incerta (se primrios ou secundrios). So excludos os tumores de comportamento biolgico benigno e aqueles de comportamento incerto (se benignos ou malignos) (REIS et al., 2007). O Cncer infantil corresponde a um grupo de vrias doenas que tm em comum a proliferao descontrolada de clulas anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. As neoplasias mais freqentes na infncia so as leucemias (glbulos brancos), tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linftico). Tambm acometem crianas: o neuroblastoma (tumor de gnglios simpticos), tumor de Wilms (tumor renal), retinoblastoma (tumor da retina do olho), osteossarcoma (tumor sseo) e sarcoma de partes moles (INCA, 2007).

3.4.1 Linfomas Linfoma todo tipo de cncer que afeta o sistema linftico (Figura 3). O sistema linftico constitudo por gnglios interligados pelos vasos linfticos que atuam na defesa do organismo contra infeces. Os gnglios linfticos se encontram em diversas partes do corpo, tais como: pescoo, axilas e virilha. Internamente, so encontrados, principalmente, no trax e abdmen. As amdalas, o fgado e o bao tambm fazem parte do sistema linftico. O tumor tem incio quando h uma multiplicao desordenada das clulas do sangue relacionadas ao sistema imunolgico (linfcitos), aumentando o excesso de tecido e dando origem ao tumor. Os linfomas so classificados, como: Linfoma de Hodgkin e Linfoma no Hodgkin (NACC, 2007).

Figura 3. Sistema Linftico

Fonte: http://www.cito.med.br/imagens/linfoma.jpg

Linfoma de Hodgkin surge quando um linfcito, mais freqentemente um linfcito B que se transforma de uma clula normal em uma clula maligna, capaz de crescer descontroladamente e disseminar-se. A clula maligna comea a produzir, nos linfonodos, cpias idnticas. Com o passar do tempo, estas clulas malignas podem se disseminar para tecidos adjacentes, e, se no tratadas, podem atingir outras partes do corpo. No Linfoma de Hodgkin, os tumores disseminam-se de um grupo de linfonodos para outros grupos de linfonodos atravs dos vasos linfticos. O local mais comum de envolvimento o trax, regio tambm denominada mediastino. Esse tipo de linfoma atinge qualquer faixa etria, mas mais comum entre 15 e 40 anos de idade. Pessoas com sistema imunolgico comprometido, como conseqncia de doenas genticas hereditrias, infeco pelo HIV, uso de drogas imunossupressoras, tm risco um pouco maior de desenvolver Linfoma de Hodgkin. Membros de famlias nas quais uma ou mais pessoas tiveram diagnstico da doena tambm tm risco aumentado de desenvolv-la. Linfoma no Hodgkin incluem mais de 20 tipos diferentes. O nmero de casos praticamente duplicou nos ltimos 25 anos, particularmente entre pessoas acima de 60 anos por razes ainda no esclarecidas, mas esse tipo de linfoma o mais incidente na infncia. Pessoas com deficincia imunolgica, em conseqncia de doenas genticas hereditrias, uso de drogas imunossupressoras e infeco pelo HIV, tm maior risco de desenvolver esse linfoma; e tambm a exposio a certos agentes qumicos, incluindo pesticidas, solventes e fertilizantes. Herbicidas e inseticidas tm sido relacionados ao surgimento de linfomas em estudos com agricultores e outros grupos de pessoas que se expem a altos nveis desses agentes qumicos. A contaminao da gua por nitrato, substncia encontrada em fertilizantes um exemplo de exposio que parece aumentar os riscos para doena (INCA, 2007).

Dos principais sintomas evidenciados de Linfomas alguns apresentam sintomas de doenas mais simples. Por isso importante ao identificar esses sinais que se procure orientao mdica pra que se possa fazer o diagnstico correto, tais como: Aumento progressivo e indolor do abdome, aumento progressivo e indolor dos gnglios (nguas), febre persistente sem evidncia de infeco, suor noturno abundante, perda de peso relevante, coceiras pelo corpo, leses cutneas (Figura 4) e cansao (NACC, 2007).

Figura 4. Leso cutnea por Linfoma

Fonte: http:// www.scielo.br/img/revistas/abd/v80n5/a03fig03.jp

3.4.2 Leucemias

Leucemia uma doena caracteriza pelo acmulo de clulas anormais, os linfcitos, atingindo cerca de 30% por dos casos registrados em crianas (Figura 5). na medula onde se formam as clulas sanguneas. Essas clulas so diferentes no aspecto e no funcionam normalmente. A presena das clulas anormais prejudica ou impede a formao na medula, dos glbulos brancos (responsvel pela defesa do organismo contra infeces), glbulos vermelhos (que levam oxignio dos pulmes para abastecer os tecidos) e plaquetas (clulas especializadas em estancar sangramentos). A leucemia classificada basicamente por dois tipos: Leucemia Linfoctica e Leucemia Mielnica (ABRALE, 2007).

Segundo Cornacchioni et al. (2006) a Leucemia Linfoctica o cncer mais comum em crianas, e perfaz 75% dos casos de leucemia. A leucemia linfide aguda pode se desenvolver a partir de linfcitos primitivos que estejam em vrios estgios de desenvolvimento. A exposio radiao ionizante pode facilitar o desenvolvimento de leucemia aguda. Crianas cujas mes foram expostas radiao no primeiro trimestre da gestao, assim como exposio teraputica radiao, esto associadas a maior chance de desenvolvimento da doena. A Leucemia Mielnica tem incidncia de 5 para cada 1 milho de crianas menores de 15 anos e acomete principalmente crianas at 2 anos de idade, sendo mais rara aps esta faixa etria. Os fatores ambientais, que tm mostrado relao com um aumento de incidncia da LMA, incluem o tratamento com alguns quimioterpicos a radio ionizante e o uso de maconha pela me exposio a fatores ambientais e doenas hereditrias. O quadro clnico semelhante ao da Leucemia Linfoctica, mas existem particularidades pertinentes prpria Leucemia Mielnica, como por exemplo, maior risco de apresentar sangramentos.

Principais sintomas evidenciados da Leucemia, tais como: Falta de apetite, comprometimento das nguas, aumento do bao e fgado; dor nos ossos ou nas articulaes, palidez, manchas arroxeadas, sangramentos no ligados a traumas, febre, cansao, sonolncia, anemia, dores de cabea e vmitos (ABRALE, 2007).

Figura 5. Criana com Leucemia

Fonte: http://www.greendiary.com/images/_an_iraqi_child

3.4.3. Tumor do Sistema Nervoso Central O Crebro responsvel pelo controle de todas as partes do organismo, com o qual interligado atravs da medula espinhal (espinha dorsal), que funciona como uma extenso e por ela transitam as informaes ou mensagens que o crebro troca com o restante do organismo. Os dois so denominados de Sistema Nervoso Central (SNC) (Figura 6). O crebro e a medula espinhal so constitudos por clulas que possuem caractersticas e nomes conforme suas funes. As clulas que existem somente no SNC so os neurnios e as clulas neurogliais ou clulas de sustentao (Oncopediatria, 2007).

Figura 6. Sistema Nervoso CentralFonte: http://n.i.uol.com.br/licaodecasa/ensfundamental/ciencias/snc1.jp Os Tumores Cerebrais ou tumores do Sistema Nervoso Central na infncia so um grupo de diversas doenas caracterizadas pelo crescimento anormal de clulas contidas dentro do crnio. Eles podem ser benignos (sem clulas cancerosas) ou malignos (com clulas cancerosas). Depois das Leucemias e Linfomas o cncer mais comum em crianas, representando cerca de 15% da neoplasias em crianas . Com uma incidncia anual de aproximadamente 2,5 casos por 100.000 crianas menores de 15 anos. Existem tumores cerebrais primrios e secundrios. Nas crianas mais comum o surgimento dos tumores primrios, que tm origem no prprio crebro. Os secundrios so os tumores que comeam em outras partes do corpo e desenvolvem metstases, ou seja, se espalham para outras partes do corpo, como o crebro. As diversas regies do crebro controlam funes especficas. Desta forma, tumores com localizaes diferentes iro gerar sintomas diferentes (FURRER et al., 2004). Os sintomas evidenciados so bastante variveis, porm de um modo geral so: cefalia (preferencialmente pela manh), vmitos em jato, perda de coordenao motora, tontura, perda de viso, perda de audio, dor no rosto, perda de fora em um lado do corpo, perda de sensibilidade nos braos e convulses (ASPeSI; ferreira, 2006). 3.4.4. Neuroblastoma

O Neuroblastoma uma doena em que as clulas malignas do cncer so encontradas em determinadas partes do sistema nervoso perifrico, desde a regio do crebro at coluna, trax e abdmen, sendo mais comuns nas glndulas adrenais. O Neuroblastoma apresenta regresso espontnea em alguns casos (com crianas com menos de seis meses de idade) e, em outros, muito agressivo, apesar do tratamento. Aparece geralmente em crianas com menos de 5 anos de idade, cerca de 2%. O Neuroblastoma comea mais freqentemente antes do nascimento, mas geralmente encontrado quando o tumor toma forma, comea a crescer e gerar os sintomas. Os sintomas so: Presena de massa ou protuberncia no abdmen, pescoo ou trax, os olhos saltam, marchas escuras ao redor dos olhos (Figura 7), dor nos ossos, abdmen inchado e dificuldades para respira (Figura 8), caroos doloridos e avermelhados na pele, Fraqueza ou paralisia (perda da habilidade de mover uma parte do corpo). E os sintomas menos comuns do neuroblastoma so: Febre, diminuio da respirao, sentimento de cansao, machucados na pele sem motivos e sangramentos, presso sangunea elevada, forte diarria, espasmos musculares, movimentos descontrolados dos olhos, ps ou tornozelos inchados (Oncopediatria, 2007).

Figura 7. Criana com manchas escuras ao redor dos olhos Fonte: http://www.medscape.com/content/2001/00/40/57/405712/art-nf1005.02.fig11.jpg

Figura 8. Criana com inchao abdominal Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a2/Neuroblastom3.4.5. Tumor de Wilms (Tumor Renal)

Tumor de Wilms, tambm chamado de nefroblastoma, o tumor renal maligno mais freqente na infncia. curvel na maioria dos casos. Trata-se de uma doena em que as clulas cancerosas so encontradas em determinadas partes dos rins (Figura 09). Normalmente, o tumor somente se desenvolve em um rim, mas em um pequeno nmero de casos, pode atingir os dois rins. O tumor geralmente distorce os contornos renais e freqentemente comprime o tecido renal que resta formando como uma fina membrana que envolve o tumor. o tumor renal mais comum em crianas correspondendo a 94,7% dos casos de cncer renal em crianas com menos de 15 anos (SASSE, 2008).

Figura 9. Rim direito com tumor de Wilms

Fonte: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/images/ency/fullsize/9056.jpg

Os principais sintomas evidenciados so: Formao de massa de lisa, firme e no dolorosa no abdmen, dor de estmago, febre, vmitos, sangue na urina e presso arterial alta. Em 50% das crianas afetadas, ocorrem dor abdominal, vmito ou ambos. Presso alta pode ocorrer em 60% dos doentes e ser severa e prolongada o suficiente para provocar falncia cardaca. (Oncopediatria, 2007).3.4.6. Retinoblastoma Retinoblastoma uma doena que, geralmente, acomete crianas com menos de trs anos de idade. Esse tipo de cncer se desenvolve na regio posterior do olho, conhecida como retina (Figura 10). O tumor pode estar em apenas um olho ou nos dois, porm, geralmente encontrado em apenas um e pode ser curado. Existem dois tipos de retinoblastoma: o hereditrio, em geral bilateral e o no hereditrio. A criana que tem o retinoblastoma hereditrio corre o risco de desenvolver outros tipos de cncer anos aps o tratamento ou um retinoblastoma trilateral, que acomete o sistema nervoso central. Portanto, de extrema importncia realizar exames regulares e continuados mesmo aps o fim do tratamento (TUCCA, 2007).

Figura 10. Estrutura ocular

Fonte: http://www.sdoftalmologia.com.br/imagens/descolamento_retina.jpg O principal sintoma um reflexo branco amarelado na pupila causado pelo tumor localizado atrs das lentes (crnea e cristalino), conhecido mais popularmente como "olho de gato". Isto pode ser observado em fotografias com flash da criana (Figura 11). Outros sintomas comuns: a reduo visual ou at cegueira, olhos vermelhos, estrabismo, dores nos ossos, perda de apetite, fraqueza, caroos pelo corpo (Oncopediatria, 2007).

Figura 11. Criana com Retinoblastoma

Fonte: http://www.stjude.org/Images/misc-retinoblastoma-0602.jpg3.4.7. Osteossarcoma (Tumor sseo)

Tumor sseo o crescimento de clulas anormais nos ossos. Eles podem ser primrios, quando se originam no prprio osso, ou metastticos, originados em outros locais do corpo e se propagam para o osso. Nas crianas, a maioria dos tumores sseos cancerosos primria. Embora raros na infncia, os tumores sseos correspondem ao sexto grupo de tumores mais comuns e crianas. O osteossarcoma mais freqente durante a adolescncia e costumam atingir as extremidades dos ossos longos. Locais primrios mais comuns de aparecimento so: o fmur e tbia (prximos ao joelho) e mero (prximo ao ombro), mas podem acometer outros ossos, chamados ossos chatos (vrtebras, bacia, mandbula) assim como em crianas mais novas e adultos. Os sintomas evidenciados so dores localizadas e inchao no local. As metstases ocorrem principalmente para pulmes e outros ossos e geralmente do pequenos sintomas desde um estgio precoce da doena (SASSE, 2008).3.4.8. Sarcoma de Partes Moles

O Sarcoma de Partes moles raro em crianas e adolescentes. Representa aproximadamente 5% de todos os casos de cncer em pacientes menores 15 anos de idade. Trata-se de uma doena em que as clulas cancerosas comeam a crescer nas partes moles do corpo. Partes moles so: tecidos moles, macios do nosso organismo como msculos, tecidos fibrosos e adiposos, tecidos de suporte, gordura, sistema nervoso perifrico, vasos sanguneos e linfticos. As partes moles so as que conectam, sustentam e cercam outras peas e rgos do corpo. Em crianas, os sarcomas de partes moles podem ser encontrados mais freqentemente no tronco, nos braos (Figura 12) e nos ps, mas tambm na regio da cabea e pescoo e genito - urinrio. Os sintomas presenciais neste tipo de cncer so: Massa localizada em uma regio especfica, regio afeta pelo sarcoma fica debilitada (Oncopediatria, 2007).

Figura 11. Sarcoma localizado no brao

Fonte: http://www.cirurgiaoncologica.com.br/images/braco.jpg3.5. Diagnstico O paciente, ao procurar um mdico, no sabe ainda a natureza da sua doena e, assim, no procura diretamente um especialista. Setenta por cento dos diagnsticos de cncer so feitos por mdicos que no so oncologistas, o que evidencia a importncia de oncologistas no diagnstico da doena. O mdico chega a uma suposio diagnstica por meio de vrias etapas, durante as quais deve proceder a uma anlise cuidadosa, com base principalmente em seu conhecimento do caso e da patologia, olhando sempre o paciente como um todo. No Brasil, muito tem sido feito para que os mdicos possam suspeitar da doena e fazer o encaminhamento do paciente aos servios que tratam pacientes portadores de cncer. A adequao das condutas diagnsticas e teraputicas, e a agilidade no encaminhamento do caso para que o paciente inicie o mais breve possvel seu tratamento, aumentam as chances de cura do paciente (ABRALE, 2007). importante que os pais estejam alerta para o fato de que a criana no inventa sintomas e que ao sinal de alguma anormalidade, levem seus filhos ao pediatra para avaliao. igualmente relevante saber que, na maioria das vezes, esses sintomas esto relacionados a doenas comuns na infncia. Mas isto no deve ser motivo para que a visita ao mdico seja descartada (INCA, 2007). Segundo Rodrigues e Camargo (2003) freqente que aos primeiros sinais do cncer a criana no se mostre to severamente doente, o que pode atrasar o seu diagnstico. O pediatra geral ser, provavelmente, o primeiro mdico procurado pela famlia desta criana e um dos responsveis pelo diagnstico precoce. Uma histria bem colhida e um exame fsico minucioso podem, algumas vezes, flagrar a doena ainda incipiente. O cncer infantil pode mimetizar outras doenas comuns da infncia e at mesmo processos fisiolgicos do desenvolvimento normal (Tabelas 01 e 02). preciso que os pediatras estejam atentos que o diagnstico de cncer na infncia no sinnimo de morte e que a deteco precoce e o tratamento especializado e agressivo tm alcanado altos ndices de cura. A sobrevida de pacientes com cncer depende principalmente da localizao do tumor, da histologia, da sua biologia e do estdio da doena ao diagnstico. Pacientes com doena localizada tm melhor prognstico que aqueles com doena avanada.

Tabela 1 - Possveis sinais e sintomas dos tumores na infncia em condies no-malignas.Sinais e Sintomas

Condies no-malignas

Cncer

Cefalia, vmitos matinais

Enxaqueca, sinusite

Tumor do Sistema Nervoso Central

Linfadenopatia

Infeco

Linfomas, leucemia

Dor ssea

Infeco, trauma

Tumor sseo, leucemia,

neuroblastoma

Massa abdominal

Cistos, bexigoma,

fecaloma, bolo de scaris

Tumor de Wilms, linfoma,

neuroblastoma

Massa mediatinal

Infeco, cistos

Linfoma

Pancitopenia

Infeco

Leucemia

Sangramento

Coagulopatias, prpuras

Leucemia

Fonte: Rodrigues e Camargo (2003)

Tabela 2 - Principais queixas diagnosticadas de tumores na infncia. Queixas diagnosticadas Cncer

Drenagem crnica do ouvido

sarcoma

Febre recorrente com dor ssea

Leucemia, sarcoma

Cefalia matinal com vmitos

Tumor do Sistema nervoso central

Adenopatia sem resposta a antibitico

Linfomas

Mancha no olho

Retinoblastoma

Proptose

Leucemia, neuroblastoma, sarcoma

Massa abdominal

Tumor de Wilms, neuroblastoma, linfoma

Anemia e fadiga

Leucemia, linfoma

Dor ssea

Leucemia, sarcoma, neuroblastoma,

osteossarcoma

Perda de peso

Linfomas

Sangramento vaginal

sarcoma

Fonte: Rodrigues e Camargo (2003)

Segundo Gonalves et al. (2004), o Cncer Infantil era considerado uma doena aguda e de evoluo invariavelmente fatal, sendo uma das principais causas de morte infantil em nosso pas. Atualmente tem sido visto como uma doena crnica e com perspectiva de cura em um grande nmero de casos, pois 2/3 dos cnceres infantis podem ser considerados curveis se o diagnstico for precoce e preciso e se a teraputica instituda for adequada. A responsabilidade pelo atraso pode ser do paciente, da famlia, do clnico, do comportamento biolgico da doena, por razes socioeconmicas (sistema pblico ou privado de sade, distncia de centros mdicos). Geralmente, quanto maior o atraso do diagnstico, mais avanado a doena, menores so as chances de cura e maiores sero as seqelas decorrentes do tratamento mais agressivo. Vrios so os aliados das crianas na luta contra o diagnstico tardio do cncer. Em relao da razo do diagnstico tardio da criana com cncer, foi observado que freqente que os pais das crianas com cncer queixem que precisam ser persistentes com o mdico que atendeu os seus filhos, a fim de proceder maiores investigaes e que, vrias vezes, levaram a criana ao mdico sem que exames tivessem sido feitos ou sequer sua queixa fosse ouvida, finalizando com a frase: no h nada errado com seu filho. O atraso s foi quebrado quando os pais procuraram outro mdico ou uma catstrofe clnica instalou-se (insuficincia renal, respiratria, etc). Diante destas queixas, so sugeridas recomendaes importantes (RODRIGUES; CAMARGO, 2003):1. Se voc no encontrar qualquer anormalidade aps examinar uma criana, sempre diga aos pais que voc no encontrou nada errado, mas que eles estejam preparados para retornar com a criana para ser reexaminada caso os sintomas persistam;2. Sempre leve a srio a queixa da me (pai) que diz que embora no saiba o que est acontecendo, sabe que seu filho no est bem;3. Tenha cuidado ao dizer famlia que no h nada errado com seu filho;4. Fique atento freqncia com que a criana tem sido vista. Se mesmo aps algumas consultas voc no encontrou nada errado, considere a possibilidade de chamar um outro colega e pedir-lhe que tambm veja a criana, pois um novo par de olhos poder notar algo que passou despercebido.

3.6. Principais Tratamentos

O Tratamento do Cncer Infantil comea com o diagnstico correto, em que h necessidade da participao de um laboratrio confivel e do estudo de imagens. O tratamento deve ser realizado em centro especializado, e compreende trs modalidades principais como, a quimioterapia, a cirurgia e a radioterapia, sendo aplicado de forma individualizada para cada tumor especfico e de acordo com a extenso da doena. O trabalho coordenado de vrios especialistas tambm fator determinante para o xito do tratamento com oncologistas pediatras, cirurgies pediatras, radioterapeutas, patologistas, radiologistas, assim como o de outros membros da equipe mdica com, enfermeiros, assistentes sociais, psiclogos, nutricionistas, farmacuticos (INCA, 2007). 3.6.1. Quimioterapia

A quimioterapia consiste no emprego de drogas para combater o cncer. Esses medicamentos, chamados quimioterpicos, atuam combatendo as clulas doentes, destruindo e/ou controlando seu desenvolvimento. Podem ser ministradas isoladamente (monoquimioterapia) ou combinadas (poliquimioterapia). Sendo a poliquimioterapia, a que apresenta resultados mais eficazes, pois consegue maior resposta a cada aplicao, diminui o risco de resistncia s drogas e consegue atingir as clulas em diferentes fases do seu ciclo. A quimioterapia pode ser indicada como tratamento isolado ou ainda ser feita em conjunto com a cirurgia e a radioterapia, dependendo de fatores como tipo de tumor, localizao e estgio da doena. A classificao da quimioterapia varia de acordo com a finalidade do tratamento: Curativa, para se conseguir a erradicao total do tumor. Adjuvante utilizado aps cirurgia curativa para preveno de metstases na rea do tumor. Neoadjuvante ou prvia visa reduo parcial do tumor, preparando para o tratamento cirrgico e/ou radioterapia. E a paliativa no se destina cura do tumor, mas busca a melhoraria da qualidade da sobrevida do paciente (NACC, 2007). Segundo Sasse (2008) a quimioterapia utilizada em casos de Cncer Infantil, como: . Linfoma de Hodgkin : a quimioterapia como a radioterapia so eficazes nesse tipo de linfoma. A escolha vai depender do estadiamento inicial, mas o objetivo final de se obter a cura com a menor toxicidade possvel. A combinao dos dois tratamentos tem produzido taxas de cura de 70-90% em crianas com doena avanada e sem a toxicidade que elas dariam separadamente;. Linfoma no Hodgkin: o uso de quimioterapia com mltiplas drogas, traz grandes chances de cura. Boa parte das mortes ocorre ainda no perodo de investigao devido a complicaes que o crescimento do tumor leva ao atingir rgos vitais como o corao, pulmo e vasos do trax;. Leucemia Mielnica: Os tratamentos para Leucemia Mielnica no tm a mesma eficcia do que para Leucemia Linfoctica, sendo que 70% a 80% dos pacientes atingem a remisso aps o regime de quimioterapia;. Leucemia Linfctica: tratamento inclui a induo, onde administrado a quimioterapia at que a medula ssea no mostre mais clulas cancerosas e tratamento profiltico do sistema nervoso central. Depois realizada a consolidao e a manuteno, tudo com quimioterapia durante um longo tempo (mais de dois anos) para no deixar nenhuma clula maligna escapar;. Neuroblastoma e tumor nervoso central: a quimioterapia nesse tipo de cncer usada em associao com a radioterapia ou como tambm quimioterapia paliativa;. Retinoblastoma: a quimioterapia no d benefcio no caso de tumores localizados, como Retinoblastoma. indicado somente se houver resduo aps a enucleao (retirada do globo ocular afetado) ou doena metasttica, mas a chance de cura neste ltimo caso no alta;. Osteossarcoma: uso de quimioterapia agressiva previamente cirurgia trata a doena metasttica oculta. Com a quimioterapia prvia, existe maior chance de preservao do membro de 60% a 80%, sem a necessidade de amputao;. Tumor de Wilms: uso de quimioterapia antes da cirurgia no usual, limitando aos casos em que existe tumor em ambos os rins e seu uso seria na tentativa de se salvar um deles; ou em casos de tumores irressecveis;

. Sarcoma de partes moles: uso de quimioterapia associado tambm com a radioterapia, mas na maioria dos casos, a cirurgia a mais recomendada. Os efeitos colaterais com uso da quimioterapia so: queda de cabelo, feridas na boca, nuseas, vmitos, diarria, anemia, sangramentos (MOTTA; Enumo, 2002).

3.6.2. Radioterapia A Radioterapia atinge o mecanismo de diviso celular, tornando-se bastante eficiente nas clulas cancerosas devido a sua caracterstica de crescimento desordenado. Em crianas apesar dos tumores apresentarem maior velocidade de crescimento, proliferando-se mais rapidamente e tornando-se assim mais sensvel a radiao. Por isso o tratamento radioterpico deve ser ministrado com extremo critrio s crianas, por apresentar maiores possibilidades de efeitos colaterais da radiao nos tecidos e rgos em desenvolvimento (NACC, 2007). A Radioterapia um tipo de tratamento por radiao localizada, ou seja, na exposio do tumor a raios que possuem propriedades de destruir clulas tumorais. Ocasiona vrios efeitos colaterais, como: feridas na boca, vermelhido na pele, boca seca, diarria, dor ao urinar. A radioterapia est sofrendo mudanas, o campo que ser irradiado est mais preciso para atingir s o local do cncer, preservando o mximo possvel os tecidos em volta, normais e nobres (ABRACE, 2007).

Esse tipo de tratamento, a Radioterapia usada em associao com a cirurgia e com a quimioterapia, em casos de Cncer Infantil, como (SASSE, 2008):

. Linfoma de Hodgkin: a combinao da radioterapia com quimioterapia propiciou taxas de cura de 70% a 90% em crianas com doena avanada e sem a toxicidade que elas dariam separadamente;

. Linfoma no Hodgkin: o uso de radioterapia feita somente em caso emergencial, quando o tumor est muito grande levando a distrbio com risco de vida elevado, no sendo empregada como um tratamento convencional;

. Neuroblastoma: radioterapia pode ser usada para controle do local primrio junto com a quimioterapia. Mas, o neuroblastoma sendo mais avanado deve se aumentar os papis da quimioterapia e radioterapia, com chance de tornar o tumor ressecvel;

. Retinoblastoma: se o tumor for pequeno de maneira em que o paciente ainda apresente boa viso, usa se a radioterapia. No caso de retinoblastoma nos dois olhos, feito uma tentativa de deixar o mximo de viso, em pelo menos um dos olhos usando radioterapia. Radiao deve ser feita bilateralmente desde o incio, pois o olho que parece mais doente pode apresentar uma resposta muito melhor e ter maiores condies de salvao;

. Osteossarcoma: a radioterapia no tem valor no tratamento do osteossarcoma, sendo a cirurgia o tratamento principal;

. Tumor de Wilms, tumor nervoso central e sarcomas de partes moles: a radioterapia usada em associao com a quimioterapia nestes tumores, mas no tumor de Wilms a radioterapia e a quimioterapia so como tratamento complementar da cirurgia.

3.6.3. Transplante de Medula ssea O tratamento substitui uma medula doente por uma outra saudvel. Pode ser indicado para o tratamento de vrias doenas entre eles: Leucemia, Linfomas e tumores slidos (osteossarcoma, neuroblastoma, tumor de Wilms). O tratamento consiste na retirada de uma pequena quantidade de medula ssea do doador em sala cirrgica, por meio de seringas e agulhas especiais, que ser transplantada, na forma de transfuso, pela veia do receptor. Para se fazer o tratamento essencial que haja total compatibilidade entre o doador e o receptor, para evitar a rejeio da medula transplantada. A compatibillidade determinada atravs de testes em laboratrio, chamados de testes de histocompatibilidade, a partir de amostras de sangue do doador e do receptor. O tipo de tratamento a ser adotado depende de fatores como a existncia ou no de um doador, o tipo de doador e do diagnstico. Existem trs tipos de transplante de medula ssea: . Alognico: transplante de um doador compatvel aparentado (como por exemplo, irmos) ou no - aparentado; . . Singnico: transplante entre irmos gmeos univitelinos (gmeos idnticos); . Autlogo: neste tipo de transplante o doador o prprio receptor. Parte da medula retirada, quando ainda no est comprometida pela doena, congelada e armazenada para ser transplantada no prprio paciente (NACC, 2007).

3.6.4. Tratamento Cirrgico

um tratamento utilizado para retirar parte do tumor com o objetivo de analis-lo, e tornar o diagnstico preciso, e tambm para diminuir o tumor. Tanto a cirurgia quanto a radioterapia so empregado para eliminar o mximo de clulas tumorais daquela regio (controle local). Porm, no so capazes de eliminar sistematicamente leses microscpicas. Nessa situao a quimioterapia mais indicada. O tratamento do cncer infantil complexo e requer uma equipe multidisciplinar atualizada com profissionais especializados em oncologia peditrica, como suporte, para contornar as complicaes e diminuir as seqelas. A equipe conta com: cirurgies, patologista, ortopedista, cirurgio plstico, dentista, terapeuta, infectologista. Para completar enfermeiros, psiclogos, nutricionistas e assistentes sociais (ABRACE, 2007). Segundo Cuffa et al. (2001) existem trs tipos de tratamento cirrgico, como:

. Cirurgia Curativa: apropriado para tumores iniciais e normalmente slidos, que consiste a retirada de rgos ou das regies afetadas pela neoplasia com os tumores contaminados. A remoo do tumor maligno deve ser feita com segurana, variando do local e o histrico do tumor, tanto no sentido lateral como em profundidade. Deve-se ressecar o msculo da regio devido propagao local e linftica;. Cirurgia Paliativa: indicada para diminuir o sofrimento do paciente e proporcionar melhores condies de vida. Ou seja, um tumor que causa dor e no se modifica atravs dos outros meios, a no ser pela cirurgia paliativa, que tem por finalidade reduzir clulas cancergenas;. Cirurgia Preventiva: tem por finalidade impedir que a clula maligna se transforme, sendo assim destruindo-a ou evitando que entre em contato com agentes cancergenos.

Segundo Sasse (2008) os tumores indicados para esse tipo de tratamento:

. Linfoma no Hodgkin: a cirurgia tem um papel pouco relevante, sendo indicada somente em ocorrncia de massa abdominal totalmente ressecvel;

. Para tumores localizados (neuroblastoma, osteossarcoma, retinoblastoma, tumor de Wilms, tumor nervoso central e sarcoma de partes moles), a cirurgia geralmente curativa. Aps a cirurgia geralmente so feitos tratamentos complementares, com quimioterapia e radioterapia.4. PROCEDIMENTO METODOLGICO

O estudo foi feito baseado em reviso bibliogrfica de artigos cientficos em meio eletrnico, relacionados aos aspectos clnicos e epidemiolgicos dos principais tipos de cncer infantil.

. 5. CONCLUSO

Cncer muito diferente na criana em relao ao cncer do adulto. Na criana geralmente afeta as clulas do sistema sanguneo e os tecidos de sustentao. Enquanto no adulto afeta as clulas do epitlio, que recobrem os diferentes rgos. O ndice das neoplasias malignas em crianas no to alto como em adultos, porm no Brasil apresenta-se como uma importante causa de morte na populao abaixo de 15 anos.

Os tipos de cncer peditricos mais freqentes so as leucemias, tumor nervoso central, neuroblastoma, linfomas, retinoblastoma, tumor de Wilms (tumor renal), osteossarcoma e sarcoma de partes moles.

Os sintomas mais evidenciados no cncer infantil so: palidez, manchas vermelhas ou escuras, na pele ou nas mucosas, no ligadas a traumas, febre, perda de peso, sudorese noturna, dor ssea, nguas indolores e progressivas, massa abdominal ou em tecidos moles, dor de cabea com dificuldade para andar e vmitos, mancha brilhante dentro do olho do tipo "olho de gato".

No tratamento do cncer infantil usado a quimioterapia, sendo indicada em todos os casos de cncer infantil, a radioterapia utilizada nos casos de linfomas, e tumores slidos como, o neuroblastoma, a retinoblastoma, o osteossarcoma, o tumor de Wilms, tumor nervoso central e o sarcoma de partes moles; o transplante de medula ssea indicada nos casos de leucemias, linfomas, osteossarcoma, neuroblastoma e tumor de Wilms e a cirurgia indicada nos casos de linfoma no- Hodgkin e tumores slidos. importante que os pais estejam atentos para o fato de que a criana no inventa sintomas e que ao sinal de alguma anormalidade, levem seus filhos ao pediatra.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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