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Cordeiro na brasa Beto Richa corou com o tom da missiva que aterrissou em sua mesa, no último dia 6. Assi- nada pelo respeitado deputado Schiavinatto, a carta passa dura reprimenda no governador. O parlamentar mostrou-se indignado com a troca na chefia da Cohapar em Cascavel, a mando de André Bueno. O filho do prefeito mandou demitir o técnico Odjalma Cordeiro, para aco- modar o amigo político Severino Folador. Maurelio e Martignoni quebraram a “monocultura” do churrascão O número 50 mil torcedores estão na fila para associar-se a Chapecoense. O clube não está vencendo filiar todo mundo. Em 10 dias, 15,8 mil foram admitidos, triplicando o número de associados, que saltou de 8,5 mil antes do acidente para os atuais 24,9 mil. “Na hora em que você entra na cela, batem a porta, trancam a fechadura e ouve-se o tilintar das chaves se distanciando no corredor... É aí que se entende o que é perder a liberdade”. A frase é do ex-presidente da Câmara, João Paulo Cunha, em entrevista nas amarelas da “Veja”. Ele cumpriu pena fechada de dois anos, condenado no rolo do Mensalão. Por que reproduzir a frase aqui? Porque sempre é bom saber essas coisas, afinal ninguém de nós está livre de ouvir o tilintar das chaves se distanciando... de duas décadas atrás era a do churrascão. Excepcionalmente abria-se um cardápio para pizza – muito por conta de outro empreende- dor que desafiou as churrascadas, Gilberto Martignoni. Então era assim o cardápio de Cascavel: espeto corrido ou pizza. Como vender quibe cru neste cenário? Aliás, o que é quibe cru, perguntavam os churrasqueiros atônicos. “É de comer?”. “Os primeiros três anos foram muito difí- ceis”, afirma Maurélio. “Não passei o ponto por que ninguém pegaria. Não fechei por que pelo menos poderia comer o estoque com meus quatro filhos”, conta. Mas o “Gringo do quibe” foi em frente. Ele e a esposa Sonia, após muito interagir com as cozinheiras, deram uma pitada brasileira no cardápio árabe. Foi o ponto da virada. Quatro anos atrás, começaram a construir a “sede própria”, no binário da Kennedy com Carlos de Carvalho. Tijolinho por tijolinho, só ficou pronto dois meses atrás. O novo Monte Libano, com sua cúpula árabe imponente, é quase um monumento de batalha: simboliza o dia que o quibe cru quebrou a “monocultura” do churrascão em Cascavel. Maurélio Luiz Vivian é “catarina” ou “barriga verde”, como se dizia nas antigas. Nome e sobrenome de italianos radicados no Oeste catarinense. Nascido em Coronel Freitas, criado em Descanso. Ele não teve mais descanso depois que começaram a lhe perguntar: onde está o Mo- hamed em seu nome? De que família libanesa você vem? Onde está sua origem árabe? De início ele se irritava. Por que um “grin- go”, como são conhecidos os italianos aqui, não poderia atuar na culinária árabe? Na juventude, 25 anos atrás, Maurélio aventurou-se na grande São Paulo. Dá para dizer que o “gringo” entrou no ramo da gastro- nomia pela garagem. Foi procurar emprego na churrascaria Fogo de Chão, uma grife do setor. O dono da churrascaria, como não poderia ser diferente, era um gaúcho. Era “tu” prá cá, e “tu” prá lá. Contratou Maurélio pelo sotaque sulista. Agora o menino do “interior do inte- rior” de Santa Catarina era o manobrista do Fogo de Chão. Cabia a ele estacionar BMWs, Mercedes e outros carrões dos endinheirados clientes da gauchada. Já em Cascavel, o “Gringo” comprou por uma pechincha o restaurante que ia mal das pernas, o Monte Libano. O gauchismo, que havia ajudado a obter o emprego em Sampa, agora jogava contra o jovem empreendedor. A cultura sulista predominante na Cascavel Um gringo no quibe Cascavel, terça-feira, 13 de dezembro de 2016 - Ano XX - Nº 2035- Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo Agilidade, confiança e o atendimento que é daqui! WhatsApp Entrega 45 9951-3773 TELE-ENTREGA 45 3223-0329 “Jamais interrompa o inimigo quando ele estiver cometendo um erro” (Frase de um inimigo declarado do prefeito Edgar Bueno, sobre a insistência do alcaide em validar a licitação do lixo afrontando entendimento da Justiça local) Maurélio em frente a cúpula: a força do quibe Jairo Eduardo www.pitoco.com.br

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Cordeiro na brasaBeto Richa corou com o tom da missiva que

aterrissou em sua mesa, no último dia 6. Assi-nada pelo respeitado deputado Schiavinatto, a

carta passa dura reprimenda no governador. O parlamentar mostrou-se indignado com a troca

na chefia da Cohapar em Cascavel, a mando de André Bueno. O filho do prefeito mandou

demitir o técnico Odjalma Cordeiro, para aco-modar o amigo político Severino Folador.

Maurelio e Martignoni quebraram a “monocultura” do churrascão

O número 50 mil torcedores estão na fila para

associar-se a Chapecoense. O clube não está vencendo filiar todo mundo. Em 10

dias, 15,8 mil foram admitidos, triplicando o número de associados, que saltou de 8,5 mil

antes do acidente para os atuais 24,9 mil.

“Na hora em que você entra na cela, batem a porta, trancam a fechadura

e ouve-se o tilintar das chaves se distanciando no corredor... É aí

que se entende o que é perder a liberdade”. A frase é do ex-presidente

da Câmara, João Paulo Cunha, em entrevista nas amarelas da

“Veja”. Ele cumpriu pena fechada de dois anos, condenado no rolo do Mensalão. Por que reproduzir a frase aqui? Porque sempre é bom saber essas coisas, afinal ninguém de

nós está livre de ouvir o tilintar das chaves se distanciando...

de duas décadas atrás era a do churrascão. Excepcionalmente abria-se um cardápio para pizza – muito por conta de outro empreende-dor que desafiou as churrascadas, Gilberto Martignoni.

Então era assim o cardápio de Cascavel: espeto corrido ou pizza. Como vender quibe cru neste cenário? Aliás, o que é quibe cru, perguntavam os churrasqueiros atônicos. “É de comer?”.

“Os primeiros três anos foram muito difí-ceis”, afirma Maurélio. “Não passei o ponto por que ninguém pegaria. Não fechei por que pelo menos poderia comer o estoque com meus quatro filhos”, conta.

Mas o “Gringo do quibe” foi em frente. Ele e a esposa Sonia, após muito interagir com as cozinheiras, deram uma pitada brasileira no cardápio árabe. Foi o ponto da virada.

Quatro anos atrás, começaram a construir a “sede própria”, no binário da Kennedy com Carlos de Carvalho. Tijolinho por tijolinho, só ficou pronto dois meses atrás. O novo Monte Libano, com sua cúpula árabe imponente, é quase um monumento de batalha: simboliza o dia que o quibe cru quebrou a “monocultura” do churrascão em Cascavel.

Maurélio Luiz Vivian é “catarina” ou “barriga verde”, como se dizia nas antigas. Nome e sobrenome de italianos radicados no Oeste catarinense. Nascido em Coronel Freitas, criado em Descanso.

Ele não teve mais descanso depois que começaram a lhe perguntar: onde está o Mo-hamed em seu nome? De que família libanesa você vem? Onde está sua origem árabe?

De início ele se irritava. Por que um “grin-go”, como são conhecidos os italianos aqui, não poderia atuar na culinária árabe?

Na juventude, 25 anos atrás, Maurélio aventurou-se na grande São Paulo. Dá para dizer que o “gringo” entrou no ramo da gastro-nomia pela garagem. Foi procurar emprego na churrascaria Fogo de Chão, uma grife do setor.

O dono da churrascaria, como não poderia ser diferente, era um gaúcho. Era “tu” prá cá, e “tu” prá lá. Contratou Maurélio pelo sotaque sulista. Agora o menino do “interior do inte-rior” de Santa Catarina era o manobrista do Fogo de Chão. Cabia a ele estacionar BMWs, Mercedes e outros carrões dos endinheirados clientes da gauchada.

Já em Cascavel, o “Gringo” comprou por uma pechincha o restaurante que ia mal das

pernas, o Monte Libano. O gauchismo, que havia ajudado a obter o emprego em Sampa, agora jogava contra o jovem empreendedor.

A cultura sulista predominante na Cascavel

Um gringo no quibeCascavel, terça-feira, 13 de dezembro de 2016 - Ano XX - Nº 2035- Clipping News Agência de Notícias - (45) 3037-5020 - Editor: Jairo Eduardo

Agilidade, con�ança e o atendimento

que é daqui!

WhatsApp Entrega

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TELE-ENTREGA

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“Jamais interrompa o inimigo quando ele estiver cometendo um erro”

(Frase de um inimigo declarado do prefeito Edgar Bueno, sobre a insistência do alcaide em validar a licitação do lixo afrontando entendimento da Justiça local)

Maurélio em frente a cúpula: a força do quibe

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02| [email protected]

Brazucas x haitianosFUTEBOL INTERNACIONAL

Pelada na grama sintética integra cascavelenses e estrangeiros

Onis, o goleiro, tem 29 anos. Ele grita com o time já no crepúsculo de mais um domingo, no campinho de grama sintética da Avenida Brasil, pertinho do Terminal Leste.

O goleirão é haitiano e trabalha na Coopavel. Em campo há caribenhos e senegalenses. Mas a maioria são brasileiros de Cascavel. Como os cascavelenses entendem a gritaria do Onis?

Bem, a bola é redonda como o planeta. Não tem pontas e rola como uma conversa fluída. No futebol a linguagem é universal. Eles se en-

tendem. Onis fala um portunhol meio forçado, e gesticula muito.

O colega dele no frigorífico da Coopavel tam-bém está em campo. É o Ricardo, de 24 anos, há dois em Cascavel. O haitiano não tem nin-guém aqui. Veio sozinho. Entra às 5h20 da ma-drugada para cortar frango, sai às 15h20.

Eles mencionam o frio no frigorífico. Mas agradecem todos os dias a oportunidade do tra-balho. Ali, no campo, não tem tempo quente. “Não brigamos, eles são pacíficos. Aqui vale o

espírito do futebol”, diz o cascavelense Gilmar Bonete, panificador no Jardim Itália.

Questionados sobre as diferenças entre se-negaleses e haitianos, a maioria dos peladeiros se cala final, isso não interessa. Onis gritou no-vamente. Chamou a atenção da marcação. E depois de um chute despretensioso, levou um frango homérico. Frango que ele conhece bem, por fatiá-lo nas madrugadas frias do frigorífico.

O mundo da bola tem destas coisas. E no futebol internacional no campinho da Avenida Brasil, a grande vencedora é a integração dos povos pelo esporte, como fizeram colombianos e chapecoenses.

Em tempo: Estima-se que mais de 3 mill hai-tianos estão na cidade. 2,1 mil chegaram aqui em 2016, segundo a PF. A maior dificuldade está na barreira do idioma e preconceito vela-do. Algo que - aparentemente - não entra em campo nas peladas da Avenida Brasil.

Haitianos e cascavelense na pelada: idioma da bola é universal

Jairo Eduardo

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O Café com Pitoco, evento que reúne as-sinantes e anunciantes do jornal mensalmente no Hotel Bourbon, contou, na edição de novem-bro último, com a presença do piloto e empre-sário Pedro Muffato.

O grupo acompanhou uma exposição da traje-tória do jornal, que completa 20 anos em janei-ro. E teve a oportunidade de sabatinar o editor.

Muffato revelou-se um leitor assíduo do Pito-co, hábito que compartilha com a esposa Mail.

Pé no acelerador

Alcione Lopes e Pedro Muffato

José Aloísio Meulan e Pedro Nodari

CAFÉ COM PITOCO

13 de dezembro de 2016 | 03

Evento reúne leitores para debater a mídia

Herbes, Pedro Muffato e Gilmar Trento

Elizeu Zanela e Frederico KaeferCamilo Labastia e Atilio Dhremer

Alécio Espindola e Nelson Fer-nando Padovani

Pedro Muffato e Salésio Lopes Edimar Cauneto e Dorival Anacleto

Willian Henrique Daronch, Alécio Espindola e Herbes Antonio Pinto

Pedro e Clóvis Grelack

Pedro, que não para, comentou a obra de

Grelak: bom humor

e muita história

para contar

LANÇAMENTOJd . Mar ia Lu i za

45 3036-5737construtorajn.com.br Aptos. de 112 a 162m2 (área total)

O ex-prefeito de Cascavel fez uma breve e bem humorada exposição do livro que relata os 50 anos de automobilismo (leia na página 6).

Fato curioso, foi coincidir a presença da se-gunda geração de líderes políticos de Cascavel, Nelson Fernando, filho do deputado Padovani e Frederico, do deputado Alfredo Kaefer.

O Café com Pitoco tem o apoio institucional da Construtora JN, Hotel Bourbon e Sicoob Credicapital.

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A foto que ilustra este texto foi feita em Flo-rianopolis, em um enclave encantador entre as praias de Canasvieras, Ingleses e Brava. Faz 13 anos que Alvaro Duarte Bueno, o “Tiba”, mi-grou de Cascavel para a capital catarinense.

Afora a aposentadoria que o Michel Temer deposita todo mês na sua conta, “Tiba” faz lo-cações de imóveis da mãe dele para turistas, incluindo a residência onde mora, em um con-domínio em frente a praia da Lagoinha.

“Tiba” é muito mais que um locador de imó-veis. Seu diferencial é rechear a geladeira dos clientes com pizzas produzidas por ele próprio,

Alvaro Bueno, o “Tiba”ONDE ANDA VOCÊ?

“Afundamos muita lombada na BR 163”

04| [email protected]

com destaque para a sabor marguerita.

Alvaro Bueno chegou de Caçador (SC) a Cascavel com a família em 1971. Quatro anos depois, assumia a direção da Tibagi Depósito de Areia, na esquina da rua Pio XII com Para-ná. Trabalhava com material bruto. Entre seus “saqueiros”, estava este que escreve estas mal traçadas linhas, então com 16 anos de idade.

O forte mesmo era a areia. Divonsir, o cunhado caminhoneiro, fazia até três viagens por dia para Guaíra com um Volvo N12.

“Afundamos muita lombada na 163”, re-

O petequeiro “Tiba”, vizinho incômodo do Dercio Galafassi,em sua residência em Florianópolis

corda-se Tiba. “O caminhão, carregado até a tampa com 45 toneladas, acordava o Galafassi toda madrugada”. O personagem em questão é o Dércio, ex-vereador, que tinha o desprazer de ser vizinho do Alvaro.

De Cascavel, onde ficaram as filhas Andreia e Izabel, genros e netos, Alvaro tem boas lem-branças, como dos colegas de peteca no Coun-try Club: João Pudell, Bandeira, Elias Klaime, Nadir Willi, entre outros menos votados.

O que não muda mesmo, aos 67 anos de idade, é a paixão por motores. Nos tempos da Tibagi, ele dirigia pelas ruas tranquilas da Cas-cavel dos anos 80, o Dodge Charger RT 75 e três Landaus Galaxi, dotados de pneus pretos com faixas brancas.

Agora a paixão migrou para as motos. A co-reana Aquila 650 cc, ele dirige a 120 km/h em Floripa. Curiosamente, diz ter contido a ansie-dade que o acompanhou a vida toda: “Sou mais feliz depois que perdi a pressa”, costuma dizer.

Jairo Eduardo

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13 de dezembro de 2016 | 05

Faciap pede respeitoASSOCIATIVISMO

Congresso empresarial em Foz capacita lideranças

Guido Bresolin Jr, presidente da Faciap: romper o modelo de gestão

A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná realizou em Foz do Iguaçu, entre 30 de novembro e 1 de dezem-bro, o Congresso Empresarial Paranaense.

Centenas de lideranças acompanharam o evento e debateram as reflexões de alguns dos principais palestrantes do País, entre eles o historiador Leandro Karnal e o empreendedor Carlos Wizard. Também na ocasião, foi eleito o novo presidente da entidade, Marcos Tadeu, de Maringá.

Guido Bresolin Junior, presidente da Fa-ciap, versou sobre temas debatidos no evento. Acompanhe:

Qual o papel das lideranças empresariais no momento mais recessivo da economia nacional em décadas?

O Congresso realizado em Foz veio neste ce-nário, e com este desafio. A Faciap, suas 12 co-ordenadorias regionais, suas associadas de cada município, receberam no evento todo um ferra-mental para buscar soluções e inovações neste momento de desaquecimento da economia. Tra-balhamos o conceito de território, descrevemos as cadeias produtivas com o Sebrae, treinamos e aprimoramos o desempenho de cada lideran-ça. Temos um papel a cumprir para superar este

momento, e não nos ausentamos dele.

O poder público teve um papel central no descontrole. A Faciap percebe isso?

Tanto percebe, que promovemos, 45 dias atrás, um fórum com os três governadores do Sul em Curitiba. Debatemos a calamidade nas contas públicas e caminhos para enfrenta-la. Fizemos ouvir a voz do empresariado com a se-guinte mensagem: cabe aos gestores públicos a responsabilidade de romper com esse modelo que gasta muito e mal e depois repassa a conta da má gestão em forma de aumento de tributos para o empresariado e a sociedade.

Uma ferramenta importante para a socie-dade interferir de forma qualificada na gestão pública é por meio dos observató-rios sociais. Esse ainda é um órgão mal compreendido pelos políticos?

Ainda há ressalvas em alguns setores públi-cos. Mas os novos prefeitos precisam entender que ao zelar e cuidar do bem público, o Ob-servatório Social torna-se em importante alia-do para o gestor bem intencionado, inclusive protegendo-o de sanções dos órgãos de fisca-lização. Prefeito que tem ações claras e trans-

parentes, não terá problemas com o Tribunal de Contas e o Ministério Público. E comunidade que apoia o Observatório Social dificulta a cor-rupção e ineficiência.

Além de presidir a Faciap, você também tem um pé no cooperativismo de crédito. Como caminha este setor?

Sim, atuo no Sicoob Credicapital, em Casca-vel e região. O cooperativismo de crédito tem crescido exponencialmente, mesmo em perí-odo de crise. E vai ocupar cada vez mais es-paço na gestão dos recursos da comunidade. Crescemos muito, mas há uma longa estrada a percorrer, com ótimas oportunidades nas comu-nidades rurais e no mercado imobiliário.

O Congresso da Faciap abriu com uma palestra marcante do Leandro Karnal sobre ética. O que ficou de aprendizado?

Foi construtivo. Ele chamou a atenção para a palavra respeito, vocábulo em desuso em mui-tos ambientes públicos e privados. Entendo que a crise que nos assola nasceu do desrespeito. Falou respeito de muitos homens públicos com os eleitores, com o dinheiro público, com as instituições. Quando perde-se o respeito pe-las instituições, perde–se o caráter e também a condição de pôr a cabeça no travesseiro e obter o sono reparador dos justos.

Juliano Pimentel

Lideranças empresariais com um dos palestrantes, Carlos Wizard

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06| [email protected]

Pedro vai parar?A trajetória do piloto, da carroça em Irati ao Capacete de Ouro

A proximidade profissional do jornalista Clo-vis Grelak com o piloto Pedro Muffato permi-tiram inúmeras conversas informais nas longas viagens que fizeram juntos. O Pedro para correr, o Clovis para relatar as façanhas do piloto na pista.

Foi na conversa irreverente que surgiu a ideia de transportar para um livro meio século de pé fundo no acelerador. Aí surgiu “Muffatão – His-tórias & Histórias de Pedro Muffato”. O “bio-

ESPORTE

grafado” só colocou uma condição: não queria chororô, alongar páginas em momentos tristes da história.

O Pitoco reproduz aqui trechos da obra lan-çada em Cascavel no último dia 6 de dezembro:

CARROCEIRO“Foi em Irati que Pedro conseguiu seu primei-

ro emprego, com os primos, fazendo as entre-gas da Casa Trento com uma gaiota (pequena

carroça). Ele morava (de favor) na casa do tio João Trento... Em 1960, mudou-se para Guara-puava, formou-se contador, mas nunca voltou para pegar o diploma”

QUEM MANDA?“Eu mando em tudo. Mando nas empresas,

nas fazendas, mando em casa. Mail (a espo-sa) não manda em nada. A Mail só manda em mim”. “É brincadeira dele”, diz Mail. “Se eu mandasse mesmo, ele não estaria correndo de caminhão até hoje... Ninguém manda no Pedro Muffato”

SINISTRO“Nada se compara a Curva do Bacião em

Cascavel... ela separa os homens dos meni-nos...Sinistro. Mas ninguém se refere a ela as-sim. Menos ainda Pedro Muffato, que diz: “É um mergulho no escuro. A sensação que faz o piloto pensar que sempre pode ir mais rápido”.

Pedro Muffa-to e Mail no lançamentoda livro e uma única exi-gência: sem sofrência.

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13 de dezembro de 2016 | 07

ACONTECE

Uma pergunta

Ratinho (apresentador do SBT) – Você se incomoda quando dizem que a Havan não é sua?

Luciano Hang - Sempre en-tendi que quem precisava apare-cer era a empresa, não o dono. Sempre me mantive atrás. Quan-do fizemos sucesso com tecidos, diziam que a Havan era corea-na. Quando a fachada da Casa Branca nas lojas fez sucesso, diziam que a Havan era america-na. Quando vendemos muito por R$1,99, disseram que a Havan era chinesa. Depois disseram que a Havan é do filho de um político aí. Fiz esta campanha publicitária (em que aparece como “dono da Havan”) para mostrar que com trabalho e a melhor equipe do Brasil é possível construir uma empresa de dimensão nacional.

Formigas no paraíso

Ao relatar os primórdios das ma-rinas de Boa Vista da Aparecida, construídas as margens do reser-vatório de Salto Caxias, e também conhecidas como Beverly Hills do Oeste, João Luiz Felix contou um “causo” baseado em fatos reais.

Analisando in loco a área para desenhar o projeto – um campoei-rão só, a época - ele não percebeu um ataque de formigas. Quando deu conta, os insetos já estavam na al-tura da barriga. “Tirei a calças e saí correndo”, disse, para descontração das centenas de pessoas que acom-panharam a entrega do título de Cidadão Honorário de Boa Vista da Aparecida para o JL, no último dia 9 de dezembro.

Em prosa de engenheiros, João Luiz Brock recebe a presidencia do Sinduscon Oeste do colega Edson Vasconcelos.

Ao receber o título de professor emérito de Cascavel, iniciativa do vereador Vanderlei do Conselho, Paulo Marques, ex-deputado fe-deral de vários mandatos, homem público experimentado, fez um único pedido: “É para que esta homena-gem se estenda a todos os professo-res do município, do ensino infantil à pós-graduação”. Com poucas pa-lavras, Paulo Marques justificou ple-namente a honraria, para orgulho da família, presente na foto.

O professor participou da funda-ção de instituições como Apae, Co-légio Wilson Joffre e Unioeste, além de 44 escolas em Cascavel, quando foi secretário de Educação do então prefeito Pedro Muffato.

Professor Paulo

Amigos e familiares prepararam o tradicional jantar de aniversário do empresário João Destro, no último dia 6 de dezembro. 71 anos e 22 stents depois, JD surgiu em boa forma e sorridente ao lado de sua Maria no elegante salão de festas do Condomínio Golden Garden.

Capitaneada pelo professor casca-velense Renato Pompeu, a equipe Pé Vermelho Racing conquistou o 1º lugar na Shell Eco-marathon Brasil. Renato e seu time fizeram um pro-tótipo rodar 190 km com um litro de gasolina. O feito mereceu registro na reputada revista “Superinteressante”.

190 km/l

Sorriso do JD

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A estréia do governo Paranhos foi marcante. A ordem para os secre-tários era chegar chegando, e foi o que aconteceu.

Na Cettrans, Alsir Pelissaro di-vidiu o prédio do terminal rodoviário em dois: a parte térrea exclusiva-mente para receber e despachar ônibus.

A parte de cima foi transformada em um gigantesco restaurante po-pular, denominado “Sabiazão”. Vol-ney Mecabô ganhou sem licitação uma concessão de 100 anos para explorar o local.

Pelissaro enfrentou dificuldades para convencer os concursados da Cettrans a trabalhar de garçons. Mas a possibilidade de mover uma ação trabalhista por desvio de fun-ção, acabou lotando o andar de cima de “voluntários”.

Já o capitão do Exército Cletírio, precisou ser advertido. Ele passou a dar ordem unida para os servido-res relapsos no 2º andar do Paço e fez o vizinho Fernandão, da Se-plan, “pagar” 50 polichinelos e 25 flexões de braço.

Juarez Berté, do Meio Ambiente, foi elogiado já na primeira semana

O 1º dia do ParanhosSecretários e vereadores roçando a capoeira

em razão do aquecimento nas ven-das do comércio: nunca se vendeu tanta motosserra em Cascavel.

Jorge Lange superou todas as expectativas quando instalou par-dais nas ciclovias. Paranhos aditi-vou o PDI para incluir o projeto “Um outdoor em cada quadra”, progra-ma de relevância social indiscutível, que passou a ser coordenado pela Fabíola.

Na solenidade de posse do elei-to, em 1º de janeiro, foi preciso a turma do “deixa disso” separar uma briga feia. Edir Macedo, RR Soa-res e Valdemiro Santiago foram para o soco quando este último tentou passar o chapéu e cobrar adiantado o dízimo dos nomeados em cargos comissionados do Paço.

Levando as últimas consequên-cias o fatiamento da licitação do lixo, Paranhos tirou do contrato as equipes padrão, responsáveis por debelar o capoeirão da cidade.

E dentro da filosofia “sem corrup-ção e sem desperdício”, o prefeito colocou os secretários e os verea-dores da base aliada - em regime de revezamentos dominicais – para roçar praças e terrenos públicos.

08| [email protected]

Em tempo: Minutos após a posse, Lange tentava convencer Paranhos a adiar uma viagem para o Planeta Marte. “terei que assumir, vai dar ciumeira de novo”, advertiu o vice--prefeito.