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Jornal do Felgar
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Dezembro de 2011
União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000
1
Dezembro de 2011
Director: José Rachado
Adjunto: António Gomes
Subdirectores: Tiago Rachado, Élia
Felício Grafismo: Mário Pinto
Propriedade: União Desportiva de Felgar Redacção: Felgar Fundadores: Dinis Teixeira, Olinda Sá, José Rachado - 1994
CASERNA A
DO CIMO DO LUGAR
Actividades da U.D.F. Pág. 3
Onde é que se Sente Mais a Crise Pág. 4
Crónica do Hospital Pág. 5
O Ferro é a Alma da Terra Pág. 6
Sim. Sou Columbófilo Pág. 9
Quem Sabe um Milagre Pág. 10
Farrapos de Memória Pág. 11
Em destaque na
reportagem fotográfica as
Minas de Ferro e o Vale
do Sabor
UMA EQUIPA PERSISTENTE
Nº 20
2
Vigésimo
Com este são já 20 números. Aproveito este registo para
aqui relembrar os jovens que comigo iniciaram este
projecto, Olinda Sá e Dinis Teixeira, sempre ajudados
pelo sentido de humor, que em tantas tardes nos
motivou e entreteu, do Sr. António Sá e que, com a sua
paciência, lá nos ia orientando nos dias quentes de Julho
e Agosto para a realização dos primeiros números deste
que é hoje o jornal porque todos os nossos conterrâneos
espalhados pelo mundo esperam a cada 4 meses.
Lembro-me que, quando começámos, não tinhamos ao
nosso dispor as tecnologias que hoje nos são
disponibilizadas. Eram então recortadas letras soltas de
jornais para fazer a capa, os títulos de cada página e as
imagens que colocávamos. Era tudo muito manual, a
escrita era com ajuda de uma máquina de escrever,
depois os textos eram também ele recortados e apoiados
nos dotes decorativos da Olinda, lá iam sendo colados
de modo a embelezar as diferentes páginas do jornal.
Tudo feito num espírito de amizade e divertimento, mas
com a vontade de criar algo que perdurasse no tempo.
Relatos do que era a história da nossa terra, anedotas,
desporto e uns anúncios com um pequeno teor
malicioso, mas sem querer ofender ninguém e uns jogos
de palavras cruzadas e diferenças. Era esta a
constituição deste jornal. Nos primeiros números era
solicitada uma ajuda de 100$00 para financiar papel e
fotocópias, mesmo assim, com tanta aderência dos
nossos conterrâneos, rapidamente se esgotava. Hoje
com o apoio da União Desportiva de Felgar e do IPJ
tudo se torna mais fácil. Também a divulgação via
internet permite uma substancial poupança de papel e
uma abrangência muito maior de cada número editado.
Fui questionado este Verão do porquê de não podermos
lançar mais números, passar o jornal a mensal. Sem
dúvida uma grande ideia e um desafio bem aliciante,
mas que infelizmente não é possível de concretizar,
visto a colaboração ser cada vez mais reduzida e não me
ser possível agregar um volume suficiente de textos,
opiniões e notícias que me motivem a agarrar tal
desafio. Ficamo-nos pelo possível, sempre com a ideia
de que esta publicação é para durar e tentar que seja
abraçada já por outra geração. É este o meu repto, de
toda a equipa deste jornal e mesmo da Associação
proprietária, a União Desportiva de Felgar.
Quanto a acontecimentos pouco há a relatar neste
período, sendo no entanto que se me levanta uma
história curiosa relacionada com as festividades em
honra de Nossa Senhora do Amparo este ano.
O Domingo, dia principal no qual assenta a razão de ser
da festa, ou seja, a parte religiosa. Este ano acordámos
com um Domingo cinzento, ventoso e chuvoso que
impediu mesmo as arruadas por parte das bandas de
música. O facto é que nas horas previstas para as duas
procissões, a matinal, às 11:00 e a principal às 17:00,
nem uma gota de água caiu, sendo que ao fim da tarde a
chuva regressou com uma dimensão tal que os
felgarenses mais velhos falam não se lembrar de algo
assim em dias de festa há mais de 40 anos. Isto dá que
pensar e merece especial destaque mais à frente neste
número.
Aproveito, como de resto tem sido hábito, para louvar
os excelentes trabalhos desenvolvidos neste último ano
pelas Comissões de Festas da nossa Freguesia, não vou
aqui especificar nenhuma, porque todas as que
trabalharam estão de parabéns pela alegria e cor que
deram às nossas ruas. A Banda de Música merece todo
o nosso apoio e a sua continuidade em tempos difíceis
como os que vivemos é de salutar, presenteia-nos em
cada actuação com umas melodias que a todos agradam,
bem como a manutenção a pulso que tem mantido da
escola de música, sempre recheada de pequenos futuros
artistas.
Desejo a todos umas boas festas e que os sinos de Natal
sonorizem mensagens de saúde, esperança e
fraternidade para todos. Que o novo ano traga
prosperidade, desejo de lutar e mais colaboradores para
que este jornal se consiga manter e possa chegar a todos
os conterrâneos espalhados pelo mundo.
Por: José Rachado
Editorial
Dezembro de 2011
União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000
3
As actividades da União Desportiva de Felgar
Aqui estamos mais uma vez para
relatar o que de desportivo se tem
passado na nossa querida aldeia
desde a ultima edição.
Vamos então falar da primeira parte
desportiva que se refere aos dias que
antecedem a festa da Nossa Senhora
do Amparo, em que a UDF realiza
torneios de paintball, futsal e jogos
tradicionais. Este ano o torneio de
futsal contou com uma participação
reduzida, levando assim, a que a
estrutura até agora usada tivesse de
ser alterada. Até agora as equipas
participantes eram dispostas em
grupos onde se apuravam as 2
primeiras classificadas de cada. Este
ano teve que se optar por um mini
campeonato, onde as equipas se
defrontavam umas contra outras e
ganharia a equipa que ao fim de
todos os jogos tivesse mais pontos.
Jogando neste esquema todas as
equipas deram o máximo para ficar
em primeiro lugar mas a sorte sorriu
à equipa do Café Zip, que se sagrou
campeã em igualdade pontual com a
equipa “Os Mitras” mas que tem
vantagem em diferença de golos, já
que no confronto directo entre estas
duas equipas o resultado foi um
empate a 3 bolas num jogo emotivo
de princípio a fim e com grande
espetáculo futebolístico, deliciando
assim os ainda presentes no recinto
já que o jogo foi um pouco tarde.
Passemos então ao assunto principal
e actividade em que a UDF mais se
dedica; o campeonato e taça AFB.
Este ano devido a vários factores
ficou decidido que a equipa seria
constituída pelos mais assíduos do
ano passado , mais alguns reforços
de nova temporada e com o regresso
de alguns atletas á competição. A
equipa e então formada por: Mário
Raimundo, António Gomes, Sérgio
Gomes, Jorge Abrunhosa, Luís
Rodrigues, Tiago Pontes, Tiago
Teixeira, Carlos Rainho, Aristides,
Mikel, Luís Paulo, Jorge, André.
Recentemente a equipa viu-se
privada de um dos seus jogadores;
Luis Rodrigues que se transferiu
para os juniores do Santo Cristo.
Deram-se então inicio aos treinos e
a respectiva pré-época sendo esta
mais prolongada pois foram menos
equipas a inscrever-se este ano e
com a subida do Sporting de
Moncorvo (campeão) e Santo Cristo
(proposta para preencher vaga) à 3ª
divisão nacional o rol de equipas
ficou muito mais reduzido passando
de 11 para 8 tendo ,por isso o
campeonato inicio um pouco mais
tarde. No que à nossa equipa diz
respeito, teve um arranque negativo
na prova pois perdeu os jogos todos
até ao momento sendo 2 desses
jogos a 1ª eliminatória da taça. Aqui
foi afastada pela equipa dos
Pioneiros de Bragança; 1-6 em casa
e 14-1 fora com este ultimo a ser
realizado com apenas 6 jogadores
onde se fez sentir o cansaço com um
resultado tao dilatado. No
campeonato os resultados continuam
negativos mas com números
relativamente baixos, excepto no
jogo frente ao Águias FC em
Vimioso onde a equipa foi
novamente jogar com 6 jogadores e
privada dos seus dois guarda-redes.
O resultado foram uns expressivos
14-0 tendo o guarda-redes sido um
jogador de campo, sem treino nem
técnica como os jogadores dessa
posição, que mesmo dando o seu
melhor não conseguiu evitar esta
pesada derrota.
Aqui ficaram as principais
actividades da UDF desde a última
edição. Agora uma pausa no
campeonato para as festividades
natalícias e passagem de ano.
Despeço-me deixando a mensagem
de um Santo Natal e um Prospero
Ano Novo a todos os Felgarense
espalhados pelo mundo e a todos no
geral. Até a próxima edição que
espero que seja repleta de vitórias
para a UDF.
Por: António Gomes
4
Onde é que se sente mais a crise
O Campo como resposta aos desafios!
Quando há uns dias vi uma reportagem televisiva
passada na Horta da Vilariça, onde o entrevistador
perguntava a um homem se este sentia a crise, a sua
resposta pronta, com a autoridade conferida pelos seus
respeitáveis setenta e muitos de que “só quem não quer
fazer nenhum é que passa fome”, lembrou-me outra
reportagem que relatava uma numerosa comunidade
búlgara em Carrazeda de Ansiães (a capital Sófia fica a
3.300km!) que por ali permanece desde a apanha da
maçã até à apanha da azeitona, voltando depois para
casa, mas que retorna ano após ano e cada vez mais
numerosa.
Ao mesmo tempo, cada vez que se assiste a um
noticiário, entram-nos pela casa adentro reportagens de
dificuldades, de desemprego, de famílias falidas à
procura de ajuda e tantos outros desafios que temos para
enfrentar.
Quero que fique claro que de nenhuma forma pretendo
criticar quem procura o sustento fora do seu país ou fazer
juízos de valor sobre quem precisa de ajuda. Mas
estranho que havendo tantas pessoas a passar por
dificuldades, haja em simultâneo tão grande falta de
mão-de-obra no campo e tão vastos terrenos por cultivar,
sendo preciso virem pessoas de tão longe para fazer
aquilo que afinal nós já não queremos fazer.
Na minha concepção de imigração, os imigrantes vêm
ocupar um espaço que por natureza não é possível de
preencher por falta de pessoas disponíveis e não de
pessoas indisponíveis. Na minha concepção de combate à
necessidade, entra também o conceito de auto-sustento e
não apenas o do assistencialismo.
Calculo que a vida no campo seja dura e que obedeça a
códigos de funcionamento próprios, determinados em
particular pela natureza, tive sorte aquilo que fizeram por
mim poupa-me a isso, mas quando é preciso meter a mão
na massa não me atrapalho. A dignidade que advém da
obtenção do sustento, como paga do sacrífico e do suor,
deveria ser valorizada por todos e por cada um.
Os exemplos que tenho ao longo dos anos de ver uma
“hortinha” a ser levada como forma de complemento ao
rendimento do trabalho numa fábrica, praticada por
pessoas que deixaram o campo em procura de uma vida
melhor, mas que não abandonaram uma atitude perante a
vida onde a sabedoria do passado lhes dizia que a
verdadeira riqueza se extrai da Terra, transmite-me
sensibilidade para este tema. Para além de mais, isto
fazia-os sentirem-se tão orgulhosos porque percebiam o
que isso representava a nível de conquista pessoal!
Contudo, nas últimas décadas assistimos em Portugal,
não só ao abandono dos campos, como também à
ostracização desse modo de vida, procurando encerrar à
força um capítulo da nossa história, à procura de um
ideal de modernidade.
Mas se durante muito tempo o abandono dos campos se
fazia através da passagem para a indústria, hoje em dia os
campos já nem sequer são abandonados, pois das fábricas
passou-se para os serviços.
Porém como nem todos os empregos nos serviços são
especializados e de valor acrescentado, onde se podem
auferir bons rendimentos, o que se assiste é também à sua
ocupação por imigrantes, talvez por falta de
qualificações. Ou então, quando as dificuldades batem à
porta há lugar ao desemprego.
E quando a resposta poderia ser o regresso ao campo, o
que se vê é a permanência das pessoas nas cidades,
deixando lugares abertos no campo a serem preenchidos
por imigrantes.
É claro que há pessoas que mudam de vida, mas fico com
a impressão que se tratam de casos isolados,
aproveitando conjunturas vantajosas e não uma
verdadeira alteração de estratégias estruturadas.
Está na hora de Portugal e dos portugueses verem o
campo como uma alternativa para os desafios que
enfrentam, não basta dizer que há falta de trabalho, mas
ao mesmo tempo estar indisponível para ocupar um lugar
que os permitiria ultrapassar.
Contudo, as pessoas sozinhas não vão conseguir fazer
tudo sozinhas. O Estado tem de perceber estas
especificidades e ajudar a criar as condições para o
efeito, as quais não se devem confundir com assistência
social. O que quero dizer, utilizando uma metáfora
antiga, é que se deve entregar a cana-de-pesca e não o
peixe.
Crónica Desportiva
Por: Nuno Cardoso
Dezembro de 2011
União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000
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Crónica do Hospital Não sei se
sabem, mas o
mundo vai
acabar no dia 21
Dezembro de
2012. Esta
notícia é
fresquíssima, e
anda a ser
comunicada há
apenas 10 ou 11
anos (mais ou menos desde que supostamente o mundo
teria acabado da última vez). Não sei se sou só eu, mas
parece-me que se por alguma razão esotérica o mundo
tivesse que acabar, já se tinha ido embora, mais ou
menos desde a altura que entrámos em crise (ou seja,
desde sempre). Acho que nem o mundo suporta a ideia
de coexistir connosco no mesmo sítio.
Bom, mas supostamente desta vez (a terceira desde
que começámos a contar o tempo) é que é. Até os
coitados dos Maias previram que nesse dia fatídico
íamos todos prestar contas para outro lado (e não era
com o Vítor Gaspar). Mas na verdade, devemos dar
ouvidos a uns indivíduos que se deixaram conquistar
pelos espanhóis? Ainda por cima, mais grave ainda,
quando eles eram uns largos milhares e os espanhóis
apenas duas centenas?
Eu, por via das dúvidas, vou vivendo as coisinhas
todas, porque nunca se sabe. Se não me finar nesse dia,
posso sempre sofrer um acidente na Autoestrada,
porque travei a fundo por causa de um radar da GNR,
ou ainda, ir de urgência para o hospital e falecer na
sala de espera porque o Ministério da Saúde cortou no
financiamento.
De qualquer das formas, parece-me triste que com uma
coisa tão grave para acontecer, a malta ande aí
preocupada com o financiamento do Estado, a troika,
cortes nos salários e subsídios, e devermos dinheiro à
Europa (mais especificamente aos Alemães). Eu
pessoalmente acho chocante. Acho que devíamos
aproveitar o que resta do dinheiro que recebemos nas
últimas décadas do século XX, e fazer uma grande
festa à escala Nacional, já que na altura as festas foram
só em casa de meia dúzia de pessoas. Podia-se
convidar a Angela Merkel, e acenar-lhe com um
bocado de caviar no nariz. Ou ainda (esta ideia é que é
brilhante), convidar a malta da Casa dos Segredos para
falar, e a malta rir-se um bocado antes do dia fatídico.
Pessoalmente, acho que quem ainda vai sair a perder
desta história toda é a malta que vive do Rendimento
Mínimo há uns anos, e nunca trabalharam. Todos os
dias deles têm sido de festa, e agora vão ter de deixar
essa vida? É triste. Os outros olha, nunca viram as
festas, e também não é agora que as vão ver.
Provavelmente quando chegar a altura de prestar
contas, ainda lhes vêm com a história do “dá a outra
face”.
Mas no fundo, e vendo bem as coisas, planear um
evento desses tão perto do Natal não é um pouco
incómodo? Eu por acaso até já tinha agendado ir nesse
dia fazer as compras de Natal, e agora nada. Bem,
tinha planeado isso, se não criarem um imposto novo
sobre as
compras
efectuadas em
Dezembro
(tipo, com IVA
a 33%, ou com
portagem à
saída e entrada
das lojas, com
os pórticos
montados, e o
registo do chip do cartão do cidadão).
Por via das dúvidas, acho que vou aproveitar este
Natal, e fazer já as compras para o Natal do ano que
vem. Nunca se sabe, mas das duas uma – ou o mundo
acaba, ou o Governo acaba comigo.
Por: Nuno de Sousa
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O Ferro é a Alma da Terra
Reportagem Fotográfica
Fotografias de diversos autores
Dezembro de 2011
União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000
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Palavras para quê?
Fotografias de António Teixeira
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Sim. Sou Columbófilo
Boa tarde, mais uma vez vos escrevo para dar a
conhecer as últimas deste tão belo desporto,
Columbófilia.
Dia 11 de Dezembro, realizou-se a entrega de prêmios
da Federação Paulista de Columbofilia, na linda
chácara do nosso amigo Daniel, como já havia
acontecido no ano passado.
Eis os Feitos do meu Pombal Nossa Senhora do
Amparo:
Campeão da Sociedade Columbófila A Rolinha de
2011
Campeão do Campeonato Paulistano de 2011
4.º colocado no Campeonato Paulista de 2011
Campeão de Pombos designados do Campeonato
Paulista de 2011
Campeão de Pombos designados do Campeonato
Paulistano de 2011
Pombo 632222/08 neto da Miuxa 010 anilha de Ouro
do campeonato da Sociedade Columbófila A Rolinha.
Pombo 632222/08 neto da Miuxa 010 anilha de Prata
do campeonato Paulista
Pombo 632222/08 neto da Miuxa 010 anilha de Prata
do campeonato Paulistano.
Vice-campeão do Campeonato de eliminatória do
Campeonato Paulistano.
Obs. O Pai do 632222/08 o 5587210/07, foi Anilha de
Ouro do campeonato de Filhotes de 2008 da
Sociedade Columbófila A Rolinha.
A avó Miuxa 010 ganhadora de três anilhas de ouro
no ano de 2009.
A tia 632204/08 foi pomba ÁS e ganhadora de 2
anilhas de Ouro e uma de Prata em 2010.
Desejo a todos um Santo Natal, e que o significado do
Natal se cumpra. Renascimento de uma vida nova em
cada um de nós e sempre com a presença de Cristo
presente em nossas vidas.
Miuxa
Grande abraço a todos
Por: Serafim Camilo
Dezembro de 2011
União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000
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Quem sabe um Milagre Depois de escrever artigos sobre a
história do Santuário de Nossa
Senhora do Amparo e a Associação
da Mordomia do Santuário de
Nossa Senhora do Amparo de
Felgar, achei neste número
importante redigir um texto relativo
ao que sucedeu nas comemorações
festivas deste ano.
Como sempre as festividades em
honra de Nossa Senhora do Amparo
começam a ser preparadas com
quase um ano de antecedência. Os
mordomos desde cedo contactam
conjuntos, artistas, bandas
filarmónicas, grupos tradicionais
(bombos, cavaquinhos, concertinas,
ranchos e pauliteiros) e claro o
pároco local. Com isto visam obter
a melhor qualidade com os menores
custos, de modo a garantir a
manutenção de uma festa o melhor
possível quer em qualidade quer em
quantidade, dando a habitual
grandiosidade ao evento, enchendo
de orgulho todos os que nela se
revêm.
Tudo é pensado ao pormenor, nada
pode falhar, porque muitos são os
olhos postos numa festa de 4 dias
que leva quase um ano a preparar.
Muitos são os comentários feitos,
muitas são as pressões nos dias que
antecedem o evento, mas o que
importa no fim é que a festa
mantenha os níveis de sucesso
ímpares em todo o concelho.
Mas o sucesso de uma festa não
depende só dos seus eventos
pagãos. A componente religiosa é e
será sempre o alicerce de tudo o que
envolve, a cada ano, as festividades,
em honra de N. Sra. do Amparo.
É a fé que encaminha os felgarenses
presentes e ausentes. É a fé que faz
com que a cada ano os ausentes
façam um esforço suplementar para
poderem vir, no penúltimo
Domingo de Agosto, prestar uma
homenagem a Nossa Senhora do
Amparo. É a fé o motivo do re-
encontro massivo de felgarenses
nesta época do ano.
Quando o cristão e o pagão estão
devidamente coordenados, há que
equacionar as questões climatéricas.
A cada ano paira a incerteza de
como vai estar o tempo, se as noites
serão frias ou quentes, calmas ou
ventosas, se a chuva vem ou não.
Nos últimos anos verificou-se que
na semana da festa a chuva
presenteia os nossos agricultores.
Este facto leva a que as actividades
da União Desportiva de Felgar
acabem por ser postas em causa,
sobretudo a maratona, que por mais
que uma vez contou com chuva em
pelo menos um dos dias de
realização. As noites ventosas de
Sexta-feira têm também, nos
últimos anos, afastado os que
querem vir escutar as saborosas
melodias que o já tradicional
encontro de bandas nos presenteia.
Sempre, claro está, com a nossa
querida Banda de Música a ser o
factor comum a todos eles.
Este ano nada disso aconteceu, a
semana que antecedeu a festa foi
perfeita, muito calor de dia, muito
calor de noite, tudo levando a
indicar que a festa este ano ia ter as
melhores condições climatéricas de
que me lembro. Eis que chega a
Sexta-feira, o primeiro dia de festa,
uma manhã e tarde bem agradável
que certamente levaria muita gente
ao Santuário nessa noite. As bandas
de música chegam ao Cimo do
Lugar. Este ano o encontro contava,
para além da nossa banda, com as
bandas de Lamas e de Alfândega da
Fé, todas elas bem apetrechadas de
elementos, o que prometia um bom
espectáculo. Com uma noite
fantástica as pessoas prenderam-se e
de que maneira ao encanto das
melodias trazidas pelas bandas.
Uma noite em que tudo correu bem
e que acabou com um concorrido e
divertido Karaoke, prometendo
muito para o que aí vinha.
No Sábado a alvorada matinal com
o grupo de bombos de Vale da
Porca, despertou os felgarenses para
mais um dia quente de festa. De
tarde o grupo de cavaquinhos e os
Pauliteiros animaram os que se
deslocaram à Praça. A tarde de
Sábado na Praça permite a que
muitos, que com dificuldades de
locomoção, não se podem deslocar
ao santuário, sintam um pouco o
prazer das festividades. A noite, de
novo calorosa, trazia-nos a actuação
do Padre Victor que encheu por
completo o Santuário numa hora de
espectáculo inesquecível. Seguiram-
10
se 2 conjuntos a abrilhantar a noite
quente até de madrugada.
Tudo corria de feição, noites
apelativas, espectáculos acima das
expectativas, muita gente e muita
alegria. Até que a manhã de
Domingo nasce cinzenta com umas
gotas de água.
A Banda de Música do Felgar
estava no Cimo do Lugar à espera
de receber a banda visitante, Paço
de Sousa, as primeiras gotas
ameaçam estragar as arruadas
matinais. As bandas
cumprimentam-se, o céu acalma e
permite que ambas arranquem, uma
para o Povo, outra para o Bairro.
Mas eis que a meio as nuvens
decidem descarregar parte do seu
peso e vemos ambas as bandas a
procurar abrigo, encurtando o
circuito.
Chegadas à Praça e não havendo
perspectivas de melhoria do tempo a
Mordomia tomou a difícil decisão
de cancelar a primeira procissão do
dia, marcada para as 11 horas e que
levaria a imagem de Nossa Senhora
do Amparo desde o Santuário à
Igreja. O objectivo era proteger a
imagem e o arranjo do andor, de
modo a que na procissão da tarde
tudo estivesse perfeito. Mas eis que,
após mobilização de uma carrinha
tapada e sem nada o fazer prever, a
chuva pára, precisamente às 11
horas. Mas como a banda estava já
desmobilizada e os meios de
transporte mobilizados a imagem
acabou por ser transportada de
forma mais segura. A missa decorre
a partir do meio-dia, também sem
chuva. Acabada a manhã com as
actividades religiosas, eis que a
chuva regressa, impedindo a
realização do concerto a meio da
tarde por parte da banda forasteira.
Aproximava-se a hora da procissão
da Igreja ao Santuário, passando
pelas ruas Nova e Direita, evento
principal da festa, momento porque
todos os felgarenses, sobretudo
emigrados, esperam a cada ano. A
chuva não queria ir embora e
estávamos já a menos de 1 hora da
procissão. É então que, por volta
das 16:20 a chuva decide acalmar e
a esperança da realização da
procissão volta a pairar por entre
todos, sobretudo mordomos. E foi
mesmo, a procissão começou com
um ligeiro atraso mas decorreu sem
qualquer gota de água vinda do céu.
Iniciou-se com céu nublado, um
nublado cada vez menos pesado,
terminando com o sol a espreitar
precisamente no momento que a
imagem de Nossa Senhora do
Amparo entra na capela.
Imagem recolhida e eis que as
nuvens voltam a querer encobrir o
céu. Era tempo de concluir a
procissão levando as restantes
imagens para os seus devidos locais.
Imagens recolhidas,
inexplicavelmente, a chuva
regressa, desta vez com uma
intensidade inimaginável para a
época do ano. A destruição foi total,
o fogo-de-artifício, preparado para
ser lançado, ficou quase por
completo destruído. Os aparelhos
eléctricos dos conjuntos que
animariam a noite sofreram graves
prejuízos. Os relatos vindos de todo
o país descreviam situações de
prejuízos incalculáveis, havendo
mesmo uma morte no concelho de
Celorico de Basto.
A noite acabava cedo, sem música,
sem foguetes, mas com a satisfação
de que o importante tinha sido
realizado. A procissão não sofreu
nada e muitas foram as pessoas que
a viram passar.
Na Segunda-feira a animação
voltou, com o calor. A missa dos
emigrantes voltou a colorir o
Santuário e a mostrar a fé dos
felgarenses espalhados por todo o
mundo. O Sr. Padre João fez
questão de benzer todas as viaturas,
dentro e fora do recinto e as
buzinadelas do adeus a Nossa
Senhora do Amparo
acompanharam-na até ao seu
regresso à capela. A noite de
Segunda-feira mais animada dos
últimos anos, exteriorizando o
desejo de que cada felgarense tinha
dentro de si e que não conseguiu
libertar na noite anterior.
E foram assim as festividades em
honra de Nossa Senhora do Amparo
2011, marcadas pela animação
habitual, mas que ficarão para a
história com o episódio que aqui
relato. Milagre ou coincidência?
Feitiço ou obra do acaso? Para mim
foi milagre, a chuva não parou
naqueles momentos por acaso, o Sol
não espreitou precisamente na
entrada da imagem de Nossa
Senhora do Amparo por
coincidência. Cada um é livre de
pensar o que quiser, mas certo é que
quem esteve presente vai relembrar
por muitos anos precisamente o que
eu aqui escrevi.
Por: José Rachado
Dezembro de 2011
União Desportiva de Felgar Fundada em 24 de Julho de 2000
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Farrapos de Memória
FOGUETEIROS, LOUCEIROS, TECEDEIRAS
O Felgar estava na minha agenda por várias razões,
uma delas pessoal: é de lá, e lá tem a mãe, o meu
camarada de redacção Afonso Praça. Como primeiro
contacto que este havia-me indicado o chefe da
estação dos correios, um homem amável e bem-
disposto, excelente cicerone – o sr. Guimarães.
Quando o procurei, entretinha-se a colar selos numa
série de cartas de gente da aldeia para a parentela
emigrada.
Do sr. Guimarães vieram-me indicações concretas
sobre a terra e os habitantes. O Felgar, uma das
aldeias mais importantes do concelho, está em
mutação como praticamente todas elas: a variante
chama-se «emigração». Constroem-se casas, recebe-
se dinheiro, aplica-se este num sem-número de
investimentos (não apenas as casas). Velhos ofícios
vão morrendo: se passou a era dos ferreiros, famosos
muito quilómetro em redor, o mesmo destino parece
vir a ser o dos louceiros e das tecedeiras. Porque já
não há quem queira agenciar a vida sentada ao tear ou
diante da roda, na perspectiva de ocupações mais
pingues. Tecedeiras são actualmente três ou quatro, e
nenhuma jovem. Louceiro resta um.
Até os fogueteiros lançam mão de outros trabalhos. O
mais conhecido criou de raiz uma fábrica de pimentite
(colorau) …
O Felgar, onde existem dois cafés, está a mudar. Para
melhor? É essa a opinião de residentes, diferente a de
moncorvenses cépticos. Rica do ponto de vista
agrícola, a aldeia tem neste momento, uma fonte de
rendimento mais notória: as remessas da emigração.
Se um dia as minas de hematite rearrancarem no
Carvalhal, a dois ou três quilómetros do Felgar, o
ritmo de vida dos felgarenses poderá vir a ser diverso.
In TORRE DE MONCORVO , Março de 1974 a
2009. De Fernando Assis Pacheco ,Leonel Brito,
Rogério Rodrigues. Edição da Câmara Municipal de
Torre de Moncorvo
21.09.1942 – Carta da direcção da Casa do Povo do
Felgar para o administrador de Moncorvo:
- Comunico a Vª Exª de que o Presidente da
Assembleia Geral desta Casa do povo, Snr Acácio da
Cruz Bento, em vez de ocupar o seu lugar e defender
os interesses desta Casa do povo, faz propaganda
subversiva, aconselhando os sócios contribuintes a que
não paguem…
04.11.1767 – António Rodrigues, da freguesia
de Felgar requer ao juiz de fora de Moncorvo que
mande registar a Carta de Exame de Carpinteiro, pois
foi examinado e aprovado pelo juiz do dito ofício.
Este longo documento é interessante pois apresenta
uma tabela de preços extremamente minuciosa que
começa assim:
- Não levarão os carpinteiros (…) pelas arcas que
fizerem, sem fechadura, a saber, de castanho, por
alqueire 80 réis; de pinho 50 réis, sendo arcas bem
feitas e boas madeiras e sem rebolo e bem pregadas, o
que examinarão os compradores. Por uma masseira de
castanho, ordinária, para amassar um saco de paão…
10.10.1804 – Por a trovoada ter levado a Barca de
Silhades, a câmara de Moncorvo deliberou mandar
fazer uma nova, adjudicando a obra ao
carpinteiro Francisco Teixeira Lúcio por 51.500 réis.
05.09.1772 – Os moradores do Felgar obtêm
autorização para fazer uma feira no dia de S. Lourenço,
10 de Agosto a qual solicitaram por requerimento a Sua
Majestade “por conta de venderem a seda, que há
numerosa naquele lugar”.
Nesta data se registou também na câmara de Moncorvo
“ a carta de examinação e taxa de mestre pedreiro a
Pedro António, assistente nesta vila”
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Horizontais: 1- O Padroeiro do
Felgar; 2- A mãe da obediência; 3-
Mártir católico e um dos sete
primeiros diáconos; 4- O centro da
nossa devoção; 5- Que apareceu aos
pastorinhos.
Verticais: 1- Soldado que em 283
d.C. quis afirmar o coração dos
cristãos; 2- Santo nascido em lisboa
que começou como frade
agostiniano; 3- Protector da igreja
católica, padroeiro dos
trabalhadores; 4- A padroeira do
Carvalhal; 5- Padroeira de Portugal;
6- Aparição em França por volta do
ano 1858, presenciada por
Bernardete.
SUDOK
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